Dnit Alfacon Unlocked
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ANALISTA ADMINISTRATIVO:
ADMINISTRAÇÃO
DISCIPLINAS
Conhecimentos Gerais:
- Língua Portuguesa;
- Raciocínio Lógico-Matemático;
- Noções de Administração Pública;
Conhecimentos Específicos.
ENSINO SUPERIOR
S Edição elaborada conforme o Edital nº 1/
DNIT, de 22 de Novembro de 2023
CURSO ONLINE
Brinde: Curso Online de Redação
Discursiva com a Prof. Marilza de Oliveira
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DNIT
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES
Analista Administrativo
Administração
Brasília/DF
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Autores: Diversos
DIRETORIA EXECUTIVA
Ivanildo Nunes/Tiana Adília
PRODUÇÃO EDITORIAL
Gessié Correia
CAPA/ILUSTRAÇÃO
Josué Correia
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Souza Nunes
Tiana Adília
Josué Correia
DISTRIBUIÇÃO
Benícia Antunes
Brasília/DF
LÍNGUA
PORTUGUESA
SUMÁRIO:
Interpretação e compreensão de texto ............................................................................... 03
Organização estrutural dos textos ...................................................................................... 05
Marcas de textualidade: coesão, coerência e intertextualidade ......................................... 08
Modos de organização discursiva: descrição, narração, exposição, argumentação e injun-
ção; características específicas de cada modo ................................................................... 09
Tipos textuais: informativo, publicitário, propagandístico, normativo, didático e divinatório;
características específicas de cada tipo .............................................................................. 07
Textos literários e não literários ........................................................................................ 21
Tipologia da frase portuguesa ........................................................................................... 11
Estrutura da frase portuguesa: operações de deslocamento, substituição, modificação e cor-
reção .................................................................................................................................. 12
Problemas estruturais das frases ........................................................................................ 12
Norma culta ....................................................................................................................... 23
Pontuação e sinais gráficos ............................................................................................... 61
Organização sintática das frases: termos e orações. Ordem direta e inversa ..................... 53
Tipos de discurso ............................................................................................................... 07
Registros de linguagem. Funções da linguagem ............................................................... 16
Elementos dos atos de comunicação ................................................................................. 15
Estrutura e formação de palavras. Formas de abreviação .................................................. 31
Classes de palavras; os aspectos morfológicos, sintáticos, semânticos e textuais de substan-
tivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios, conjunções e interjeições;
os modalizadores ............................................................................................................... 34
Semântica: sentido próprio e figurado; antônimos, sinônimos, parônimos e hiperônimos.
Polissemia e ambiguidade ................................................................................................. 69
Os dicionários: tipos; a organização de verbetes ............................................................... 13
Vocabulário: neologismos, arcaísmos, estrangeirismos; latinismos .................................. 13
Ortografia e acentuação gráfica ..................................................................................... 23/28
A crase ............................................................................................................................... 72
Redação oficial na administração pública federal ........................ à parte, logo na sequência
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A) Podemos afirmar que ela não era bonita. O homem ateu, na hora do perigo, lembra-se de
B) É possível inferir que ela estava feia. Deus.
C) Pode-se afirmar que ela estava feia. A questão diz:
D) O texto permite afirmar que ela não estava bonita.
O homem é ateu, porque, na hora do perigo, se
lembra de Deus.
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A essas construções que se afastam das estruturas re- Ex.: O rei do futebol faz jogadas no campo da polí-
gulares (ou comuns), que visam a transmitir à frase mais tica. (Pelé)
concisão, expressividade ou mais elegância, dá-se o no- A cidade maravilhosa foi tomada pelos sevalgens
me de FIGURAS DE LINGUAGEM. cães do crime. (Rio de Janeiro)
Compreendem três tipos: 4) catacrese: consiste no desvio do significado de
a) Figuras de Palavras: uma palavra por outra de relacionamento contraditório,
por falta ou por esquecimento da palavra própria.
Ocorrem, quando as palavras sofrem desvios em sua
significação própria, ganhando outros sentidos. Ex.: Os Senadores farão a Sabatina na quarta-feira.
(sabatina = sábado)
Vejamos:
– Tenho péssima caligrafia. (caligrafia = bela letra)
O sol é a estrela de maior brilho do nosso sistema.
– O Presidente embarcou no avião das seis. (embar-
car = tomar barca)
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Ex.: Perguntei-lhe quando voltaria. Ele disse que 7) anacoluto: é a falta de nexo sintático entre o iní-
não sabia. (ele disse que não sabia quando voltaria). cio e o fim da frase provocada por desvio da ideia inicial
proposta.
4) zeugma: é uma espécie de elipse e ocorre, quan-
do omitimos um termo já expresso. Será simples, se o Ex.: Quem ama o feio, bonito lhe parece.
termo omisso for, exatamente, o mesmo já existente. Se- Morrer, todos haveremos de morrer um dia.
rá complexa, quando abarca, principalmente, os casos Eu não me importa a desordem da sala.
em que se omite um verbo já expresso, mas dando a
ideia de outra flexão. Vejamos:
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CED > CESS : suceder - sucessão, sucessivo; Ex.: metástase, prófase, catequese, síntese, papi-
GRED > GRESS : progredir - progresso, progressivo; sa, poetisa, pesquisa, análise, catálise, ele-
PRIM > PRESS :imprimir - impressão, impresso; trólise, paralisia, hipnose, metamorfose, os-
MESS mose, etc.
MET > : prometer - promessa, promissor;
MISS Z
MIT > MISS : permitir - permissão, permissivo;
CUT > CUSS :discutir - discussão. 8. Grafa-se com z:
a) os verbos terminados em -izar, derivados de
substantivos e de adjetivos.
S
Ex.: colônia + -izar = colonizar;
7. Grafa-se com s:
sinal + -izar = sinalizar;
a) os substantivos e os adjetivos derivados de ver- ágil + -izar = agilizar;
bos cujos radicais terminam em: nd, rg, rt, pel, corr e fértil + -izar = fertilizar; etc.
nt;
Obs.: Se o verbo for a palavra primitiva, sua termi-
Ex.: nação –izar (ou –isar) poderá ser escrita com z ou com
s, dependendo do seu tipo.
ND > NS: expandir - expansão, expansivo;
Ex.: analisar, catalisar, eletrolisar, improvisar,
RG > RS: submergir - submersão, submerso; paralisar, pesquisar, batizar, catequizar,
RT > RS: inverter - inversão, inverso; deslizar, hipnotizar, sintetizar, etc.
PEL > PULS: expelir - expulsão, expulso; b) os substantivos abstratos terminados em -ez e em
-eza, derivados de adjetivos.
CORR > CURS: discorrer - discurso, discursivo; Ex.: ácido + -ez = acidez;
NT > NS: sentir - sensação, sensível. pequeno + -ez = pequenez;
delicado + -eza = delicadeza;
rico + -eza = riqueza; etc.
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variáveis. Vend / e / re / i
Am / a / s
As desinências podem ser: 2ª S Bat / e / r / es
nominais: aquelas que indicam o gênero e o núme- Cant / e
3ª Ø Part / a
ro dos nomes.
Vend / e / mos
Ex.: Alun a s. 1ª MOS Cal / a / r / mos
PLURAL
Traz / e / is
a = desinência que indica o gênero (feminino) 2ª IS Des Ouv / i / r / des
s = desinência que indica o número (plural) Fal / a / m
3ª M, EM, ~ O Am / a / r / em
Cuidado para não confundir a desinência a do Fa / rã / o
feminino com a vogal temática “a”. Será desinência do
feminino, quando indicar gênero. ATENÇÃO: A desinência número-pessoal do pretéri-
to perfeito indicativo é especial e acumulativa. Como o
pretérito perfeito possui DMT Ø, a DNP acumula a fun-
ção de DMT.
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1. Alguns substantivos terminados em “e” formam * Uniforme - são os substantivos que apresentam
o feminino, substituindo-se esse “e” por “a”. uma única forma para o masculino e para o feminino. A
oposição entre as duas formas pode ser indicada pela
Ex.: mestre / mestra, infante / infanta, presidente / classificação dada a eles:
presidenta, etc.
comuns-de-dois gêneros: O gênero é indicado pe-
2. Outros, quando terminados em consoante, for- lo artigo, adjetivo, pronome ou numeral que acompanha
mam o feminino acrescendo-se a desinência a. o substantivo.
Ex.: freguês / freguesa, bacharel / bacharela, pro- Ex.: o acrobata - a acrobata
fessor / professora, embaixador / embaixadora, etc. aquele mártir - aquela mártir
belo artista - bela artista
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Alguns substantivos são usados somente no plural: caroço = caróços osso = óssos
coro = córos ovo = óvos
os arredores as férias (tempo de descanso) destrôço = destróços porco = pórcos
as fezes os víveres fogo = fógos povo = póvos
PLURAL DOS COMPOSTOS Obs.: O acento é ilustrativo, uma vez que serve
Como regra geral, pode ser tomado o seguinte: apenas para indicar a tonicidade.
Flexionam-se os elementos que são substantivos, ar- Alguns que continuam com o ô (fechado) no plural:
tigos, adjetivos, numerais e pronomes; os demais perma- acordo esgoto globo
necem invariáveis. almoço gosto bolo
Observe os princípios: estojo rolo ferrolho
soro esboço transtorno
1. Recebe plural apenas o 1° elemento:
a) substantivo + preposição + substantivo
O GRAU DO SUBSTANTIVO
pés de moleque mãos-de-obra
1. Aumentativo: exprime o aumento do ser em re-
b) quando o segundo elemento limita ou determina lação ao seu tamanho normal.
o primeiro.
1.1. Analítico: forma-se por meio de adjetivos.
canetas-tinteiro guardas-marinha
Exs.: casa grande, pedra enorme, estátua colossal.
amigos-urso peixes-boi
1.2. Sintético: forma-se com o auxílio de sufixos,
2. Recebe plural só o 2° elemento: como: ão, az, alhão, alhona, ázio, ona, etc.
a) verbo + substantivo: beija-flores; garrafão fatacaz papelão poetastro
b) palavra composta sem hífen: girassóis, pontapés; barbaça mulherona vagalhão gatázio
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02. O pretérito imperfeito diz uma ação passada, No particípio, o verbo é empregado na formação
mas posterior e dependente de outra ação passada. dos tempos compostos; fora disso, é verdadeiro adjetivo
(chamado "adjetivo verbal"), devendo ser flexionado,
O professor receou que eu desistisse. como adjetivo, em gênero, número e grau.
receou = ação passada Estudadas as lições, fizemos as provas.
desistisse = ação passada, mas posterior e
dependente da primeira. LOCUÇÃO VERBAL
Eu duvidava (ação passada) que ele fizesse a A locução verbal é uma expressão formada por ver-
viagem (ação passada, mas posterior e dependente da bo auxiliar + verbo principal.
primeira).
Observe as locuções verbais nas orações a seguir:
03. O futuro expressa ação vindoura – condicional,
temporal ou conformativa – dependente de outra ação, Letícia acabou de chegar.
também, futura. Buscamos encontrar uma solução.
Não consegui falar direito.
Quando se esgotarem todos os recursos, apelaremos Costuma chegar tarde.
ao presidente. Desejamos examinar a batalha.
Se for preciso, nós te ajudaremos. Hei de vencer a batalha.
Faremos como julgarmos melhor. Temos de achar uma solução.
Vínhamos insistindo nisso há muito tempo.
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MESÓCLISE
EXCLAMATIVOS
A mesóclise ocorre:
Os pronomes exclamativos são aqueles que excla-
mam algo, ditas em frases que exprimem emoção. 1. com o verbo iniciando a oração, estando ele no
futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito
Ex.: Que mulher!
do indicativo.
Quanto te arriscas com esse procedimento!
Vê-la-emos amanhã.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Contar-lhe-ia tudo o que sei.
A colocação pronominal está intimamente ligada à
2. com o substantivo iniciando a oração, sendo ele
harmonia da frase.
seguido de verbo, estando este no futuro do presente do
Os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.
nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as) atuam basicamente como
Gildete manter-se-á atenta para o que der e vier.
complementos verbais e, nessa condição, podem ocupar
Luís irritar-se-ia, se não passasse no vestibular.
três posições em relação ao verbo:
ÊNCLISE
– antes (Próclise)
– no meio (Mesóclise) Ocorre a ênclise quando a oração se inicia pelo ver-
– depois (Ênclise) bo, estando ele no presente do indicativo, no pretérito
perfeito do indicativo, no pretérito imperfeito do indica-
USO DA PRÓCLISE
tivo, no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, no in-
* Próclise por atração – é usada, quando o verbo finitivo, no gerúndio ou no imperativo afirmativo.
vem precedido das seguintes palavras atrativas:
Quero-lhe muito, Teresa!
1. com as negativas em geral (jamais, nada, não, Deram-te o recado, Alcebíades?
nem, nunca, ninguém, nenhum, etc.). Surdo, era-o demais.
Justo, fora-o pouco.
Não o vejo há dias - Nada me preocupa.
As moças deixaram o restaurante, queixando-se da
2. com os advérbios (já, ainda, sempre, antes, agora, comida.
talvez, acaso, porventura, etc.) Telefone-nos amanhã.
Já te avisaram disso? Ainda não me avisaram nada. COLOCAÇÃO PRONOMINAL COM AS LO-
CUÇÕES VERBAIS
Sempre me lembrei de você. Antes me procurava;
agora me evita. 1. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin-
cipal (no infinitivo):
3. com os pronomes, exceto com os possessivos e
com os pessoais: Eu lhe queria dizer muita coisa. (próclise ao verbo
auxiliar)
Algo te aconteceu?
Aquilo me aborreceu. Eu queria-lhe dizer muita coisa. (ênclise ao verbo
Tudo se transforma. auxiliar)
Eu queria dizer-lhe muita coisa. (ênclise ao verbo
4. com as conjunções subordinativas (integrantes e
principal)
adverbiais).
* Se houver palavra “atrativa”, o pronome deverá
Soube que me dariam a autorização. ficar assim:
Ela não os quis, embora lhe servissem bem. Eu não lhe queria dizer isso. (próclise ao verbo auxi-
liar).
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Obs.: Note que o gerúndio possui as mesmas 3 pos- Ex.: - Teria ela uns vinte anos.
sibilidades de colocação pronominal do infinitivo. - Já a espero aqui há umas duas horas.
* Se houver palavra "atrativa", a colocação será es- * Deve ser evitado o uso do artigo indefinido antes
ta: dos pronomes indefinidos “certo”, “outro” e “qual-
quer”.
Eu não lhe estava dizendo muita coisa ontem. (pró-
clise ao verbo auxiliar). Ex.: - A jovem encontrou certo colega, que a cha-
Eu não estava dizendo-lhe muita coisa ontem. (ên- mou... (Incorreto: A jovem encontrou um certo colega,
clise ao verbo principal). que a chamou.)
Obs.: Do mesmo modo, o gerúndio possui as mes- - Falarei disso em outra ocasião. (Incorreto:
mas 2 possibilidades de colocação pronominal do infini- Falarei disso em uma outra ocasião.)
tivo - Não deves falar sobre isso em qualquer lu-
3. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin- gar. (Incorreto: Não deves falar sobre isso em um qual-
cipal (no particípio): quer lugar.)
Eu lhe tinha dito muita coisa ontem. (próclise ao Omite-se o artigo (definido ou indefinido) nos se-
verbo auxiliar) guintes casos:
Eu tinha-lhe dito muita coisa ontem. (ênclise ao – Antes das locuções pronomonais pessoais
verbo auxiliar) de tratamento: Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa
* Havendo palavra atrativa, a colocação pronominal Excelência, Vossa Senhoria, etc.
será: Ex.: V. Exa. apoiará nosso plano? (correto)
Eu não lhe tinha dito muita coisa ontem. (próclise A V. Exa. apoiará nosso plano? (errado)
ao verbo auxiliar) Uma V. Exa. apoiará nosso plano? (errado)
Obs.: Note que, nos dois casos, o particípio possui – Antes da palavra "casa", no sentido de “lar pró-
uma possibilidade a menos que o infinitivo e que o ge- prio”.
rúndio. Ex.: Cheguei a casa cedo. (a = preposição)
* Condena-se o pronome oblíquo após o particípio. Voltamos a casa cansados. (a = preposição)
O aluno foi apresentado-me ontem. – Antes das palavras “bordo” e “terra”, quando fo-
– As formas corretas são: rem antônimas.
O aluno me foi apresentado ontem. OU Ex.: - Estamos a bordo do submarino “Civil”.
O aluno foi-me apresentado ontem.
- Os marinheiros chegaram a terra sãos e sal-
*********************************************** vos.
ARTIGO
***********************************************
É a classe gramatical que especifica ou que genera-
liza o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número. NUMERAL
Artigos definidos são os que especificam o subs- Numeral é a palavra que dá a ideia de número.
tantivo de modo particular e preciso. São eles: o, a, os e
as. Ex.: cinco, dez, quinto, décimo, quíntuplo, terço,
ambos, etc.
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As interjeições são sempre finalizadas pelo sinal de * Sempre apresenta verbo (predicado);
exclamação ( ! ) Ex.: A roda de samba acabou.
Os principais tipos de interjeição são aqueles que * O verbo pode estar flexionado nos tempos simples
indicam: ou compostos, ou em locuções verbais;
* Advertência: cuidado!, sentido!, atenção! Ex.: A roda de samba havia acabado.
* Alegria: eta!, ah!, oh!, oba!
* Alívio: arre!, ufa, ah! * A mensagem pode apresentar-se com sentido
* Animação: coragem!, força!, eia! completo ou incompleto;
* Aplauso: apoiado!, viva!, bis!. Ex.: “... que queria negar sua origens.”
* Admiração: ah!, puxa!, céus!, uau!
* Agradecimento: grato!, obrigado! Na oração as palavras têm entre si um relaciona-
mento íntimo como parte de um conjunto harmônico.
* Chamamento: ei!, olá, alô, ô!, ó! Essas palavras são, então, os termos ou as unidades sin-
* Desejo: tomara!, oxalá! táticas da oração, com cada termo ou unidade desempe-
* Dor: ai!, ui!. nhando uma função sintática.
* Espanto: ué!, uai!, caramba!
* Indignação: fora!, morra!, abaixo! Núcleo da oração: o núcleo da oração é a palavra
* Pena: coitado!, pobre dele! que constitui a essência da ideia principal do texto, o
* Saudação: salve!, adeus!, viva! que, nesse caso, será sempre o verbo.
* Terror: ui!, cruzes!, Jesus! Ex.: A mulher revestiu o interior da sala com amor.
Obs.: A entonação diferente dada a uma mesma in- Em síntese, os termos que desempenham função
terjeição pode levá-la a ter mais de um sentido, isto é, sintática na oração são os seguintes:
pode representar mais de um sentimento ou estado.
Oh! que história estranha! (desagrado)
Oh! que feliz coincidência! (alegria)
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Ex.: São cinco horas. 2. Verbo Transitivo: É aquele que não possui sen-
Estava frio naquela noite. tido completo sozinho, exigindo complemento obrigató-
rio do lado que complete o seu sentido.
Passava de meia noite.
Na oração: “O jardineiro cultiva hortaliças”, o ter-
c) com os verbos que exprimem fenômenos da natu-
mo “hortaliças” está completando o sentido do verbo
reza (no sentido denotativo): chover, nevar, gear, ventar,
cultivar, já que quem cultiva, cultiva algo.
trovejar, relampejar, amanhecer, entardecer, anoitecer,
etc. Os verbos transitivos classificam-se em:
Ex.: Choveu ontem. a) de ligação (VTL): é aquele que exige um único
Nevará hoje. complemento obrigatório do lado, que é um comentário
Está geando agora. feito sobre o sujeito (predicativo do sujeito), ligando
Anoiteceu. aquele a este.
d) com os verbos chegar e bastar em expressões do Na oração “Mário está doente.”, o termo doente es-
tipo: “chega de”, “basta de”. tá completando o sentido do verbo estar, já que quem
está, está de algum modo (doente, alegre, cansado, etc.).
Ex.: Chega de confusões!
Basta de intrigas! Principais verbos transitivos de ligação: ser, es-
tar, permanecer, ficar, andar (= estar), parecer, continu-
PREDICADO
ar e virar.
Em suma, o predicado pode ser:
Há verbos que, nem sempre, têm valor de ligação
a) tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito da (se houver sentido de ação).
oração.
Observe:
Ex.: Os candidatos mostraram sua disposição.
sujeito predicado Flávia anda depressa
Cláudia está no Paraná ação
b) uma declaração que não se refere a nenhum su-
jeito (oração sem sujeito). Flávia anda alegre
ligação
Ex.: Chove muito no inverno. Cláudia está contente
predicado
b) direto (VTD): é aquele que exige um único
Antes de prosseguirmos com o estudo do predicado, complemento obrigatório do lado, sem preposição ante-
abriremos um parêntese, para conhecermos a Predicação rior (objeto direto).
Verbal e o Predicativo.
Predicação verbal Na oração: “Patrícia adora pizza.”, o termo pizza
completa o sentido do verbo adorar, já que quem adora,
Predicação verbal é o estudo dos verbos que consti- adora algo ou alguém.
tuem a base do predicado, que podem ter sentido com-
pleto ou virem acompanhados de um complemento para c) Indireto (VTI): é aquele que exige um único
terem significado. complemento obrigatório do lado, com preposição ante-
Assim, quanto à predicação, os verbos podem ser: rior (objeto indireto).
intransitivo e transitivo (de ligação, direto, indireto e di- Na oração “Eu gosto de meus pais.”, o termo de
reto e indireto). meus pais está completando o sentido do verbo gostar,
1. Verbo Intransitivo (VI): É aquele que possui já que quem gosta, gosta de algo ou de alguém.
sentido completo sozinho, rejeitando complemento obri-
d) direto e indireto (VTDI): é aquele que exige
gatório do lado.
dois complementos obrigatórios (ao contrário dos três
Ex.: O menino morreu. primeiros), sendo o primeiro deles sem preposição ante-
Cátia desmaiou. rior; e o segundo, com preposição anterior.
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Esquema
Concluindo:
As águas arrastaram a casa (voz ativa)
Sujeito e predicado são considerados termos essen-
ciais, porque constituem a estrutura básica da oração. O – Sujeito agente = As águas.
predicado é o mais importante, pois, sem ele, não há ora- – Verbo transitivo direto = arrastaram.
ção – é a presença de um verbo ou de uma locução ver- – Objeto direto = a casa.
bal que indica a existência de uma oração, e não a exis- A casa foi arrastada pelas águas (voz passiva)
tência de um sujeito ligado a um predicado.
– Sujeito paciente = A casa.
Termos Integrantes da Oração – Verbo na voz passiva = foi arrastada.
São aqueles exigidos pela oração, para que ela tenha – Agente da passiva = pelas águas.
sentido completo.
São eles: o objeto direto, o objeto indireto, o predi-
cativo do sujeito, o predicativo do objeto direto, o predi-
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f) apositiva: exerce a função de aposto da oração Ex.: Gritou tanto, / que ficou rouca.
principal. Ocorre após dois pontos ou entre vírgulas (nes- OP OSA consecutiva
te último, caso ficará no meio da oração principal).
g) Final: é a finalidade (ou o objetivo) da oração
Ex.: Peço-te um favor: / que guardes estas cartas. principal.
OP OSS apostiva
Ex.: Parei-o, / para que me ouvisse.
OP OSA final
Um sonho, / que o filho volte, / anima a mãe.
OP ... OSS apositiva ... OP h) Proporcional: está numa relação de proporcio-
A ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA tem o valor nalidade com a oração principal.
de adjetivo, inicia-se por um pronome relativo (que, Ex.: Quanto mais trabalho, / menos ganho.
quem, cujo, onde e quanto) ou por uma locução pro-
OSA proporcional OP
nominal relativa (o qual e variantes) e divide-se em: res-
tritiva e explicativa. i) Temporal: é o tempo da oração principal.
a) restritiva: é a que especifica o susbtantivo da Ex.: Fico feliz, / quando a vejo.
oração principal.
OP OSA temporal
Ex.: O livro / que comprei / é uma gramática. ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS
OP ... OSA restritiva ... OP
Há muitas orações subordinadas que podem apare-
b) explicativa: é a que explica (ou que generaliza) o cer abreviadas ou simplificadas: sem conectivo (conjun-
substantivo da oração principal. ção ou pronome relativo) e com o verbo numa das cha-
Ex.: Visitarei a prima Carlota, / que mora ali. madas formas nominais, isto é, no gerúndio, no infinitivo
ou no particípio. Em tal caso, as orações abreviadas se
OP OSA explicativa chamarão REDUZIDAS.
A ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL tem o va- "Aplacada a tempestade" é simplificação de "depois
lor de um advérbio, inicia-se por uma conjunção subor- que se aplacou a tempestade", expressando circunstância
dinativa adverbial (ou por uma locução subordinativa de tempo. O verbo está no particípio (aplacada). Classi-
adverbial) e divide-se em: causal, comparativa, conces- ficação: subordinada adverbial temporal, reduzida de
siva, condicional, conformativa, consecutiva, final, pro- particípio.
porcional e temporal.
- “Aplacada a tempestade, cuidou Cabral em reco-
a) Causal: é a causa da oração principal. lher a si a armada”.
Ex.: O tambor soa, / porque é oco. Alguns exemplos de orações subordinadas adverbi-
OP OSA causal ais reduzidas de infinitivo:
b) Comparativa: está numa relação de comparação a) subjetivas: É possível começarmos no próximo
com a oração principal. sábado. / Seria certo ter o trem partido.
b) objetivas diretas: Suponho serem eles os res-
Ex.: Aquela mulher fala, / como o papagaio. (fala) ponsáveis. / O diretor ordenou principiarmos já os exa-
OP OSA comparativa mes.
c) objetivas indiretas: O êxito depende de teres
c) Concessiva: está numa relação de oposição (ou
confiança em ti mesmo / Nada obsta a intervires na ques-
de contraste) com a oração principal.
tão.
Ex.: Saímos, / embora estivesse chovendo. d) completivas nominais: Dei-lhes ordens de virem
OP OSA concessiva logo. / Tenho esperança de seres eleito.
e) predicativas: O mais certo é desistires desta am-
d) Condicional: é a condição para que a oração bição. / Seus desejos eram desiludir-me logo nos primei-
principal ocorra. ros dias.
Ex.: Se não estudar, / não passará no concurso. f) apositivas: Uma coisa me assombrava: terem eles
mentido. / Isso vos asseguro eu, ser ele homem de bem.
OSA condicional OP g) adjetivas restritivas: “O orador ilhavo não era
e) Conformativa: está numa relação de acordo (ou homem de se dar assim por derrotado.” / "Nossa teoria
de conformidade) com a oração principal. fora a primeira a cair por fora da terra."
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TRAVESSÃO ( – )
PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
O travessão (–) é um traço maior que o hífen e é
O ponto-e-vírgula denota uma pausa mais longa que
usado:
a vírgula e emprega-se principalmente:
01. nos diálogos, para indicar mudança de interlocu-
01. para destacar, separadamente, cada um dos seres
tor, ou, simplesmente, no início da fala de um persona-
de um período composto.
gem;
Ex.: Márcia é enfermeira; Carlos é professor; e Te-
Ex.: – Você é daqui mesmo? Perguntei.
resa é aeromoça.
– Sou, sim senhor, respondeu o garoto.
02. Para separar os considerandos de um decreto, 02. para separar expressões ou frases explicativas
sentença, petição, etc. ou apositivas;
Ex.: É função de todo político: Ex.: Berço de um mundo novo – o promontório
a) roubar; dorme.
b) mentir; E, logo, me apresentou à mulher – uma estimá-
c) ficar à toa; vel senhora – e à filha.
d) ser mau-caráter.
03. para isolar palavras ou orações para as quais se
DOIS-PONTOS ( : ) deseja chamar a atenção do leitor;
Emprega-se este sinal de pontuação: Ex.: Acresce que chovia – peneirava – uma chuvi-
nha miúda, triste e constante...
01. para anunciar a fala dos personagens nas histó-
rias de ficção; 04. para ligar palavras em cadeia de um itinerário.
Ex.: O baixinho retomou o leme, dizendo: – Olha, Ex.: A via férrea São Paulo – Sorocaba.
menino, veja a Bahia. A linha aérea Brasil – Estados Unidos.
A estrada Belém – Brasília.
Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz: –
Podemos avisar sua tia, não? O duplo travessão sempre substitui o duplo parênte-
se e, às vezes, a dupla vírgula.
02. antes de uma citação direta;
Ex.: Uma das glórias – e tantas são elas! da ordem
Ex.: Repetia as palavras do pai:
Beneditina no Brasil, é D. Frei Antônio do Desterro.
– O mundo, sem a selva, será triste e mau.
O pessoal do extremo norte tem um slogan:
– Amazônia também é Brasil !!!
ASPAS DUPLAS ( “...” )
03. antes do aposto enumerativo.
01. Usam-se antes e depois de uma citação textual
Ex.: Tudo ameaça as plantações: vento, enchentes, (palavra, expressão, frase ou trecho);
geadas, insetos, daninhos, bichos, etc.
Ex.: Disse Apeles ao sapateiro que o criticara:
Duas coisas lhe davam superioridade: o saber e “Sapateiro, não passes além da sandália!”
o prestígio. “A bomba não tem endereço certo.”
Existem, na esgrima, três modalidades de ar- 02. Costuma-se aspear expressões ou conceitos que
mas: florete, sabre e espada. se desejam pôr em evidência:
04. antes de orações subordinadas substantivas apo- Ex.: Miguel Ângelo, “o homem das três almas” ...
sitivas;
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de
Ex.: A verdadeira causa das guerras é esta: os ho- “menino diabo”.
mens se esquecem do Decálogo.
NOTA: Põe-se entre aspas ou, então, grifam-se pa-
Só ponho uma condição: lavras estrangeiras ou termos da gíria, títulos de obras li-
– Almoçarás comigo. terárias ou artísticas, jornais, revistas; enfim, toda ex-
pressão que deva ser destacada: ... ao som dessa horren-
É triste dizer:
da música denominada “jazz-band”... (C. L.). Vem cá,
– O velho, às vezes, embriagava-se. “chiquito”, não sejas assim desconfiado comigo... (M.
05. para indicar um esclarecimento, um resultado ou A.). Assim contou-me o “tira”... (A. Machado). O “Li-
um resumo do que se disse. berdade” nunca foi o que ora se chama uma folha
“amarela” (C. L.)
Ex.: Afinal, a casa não caíra do céu por descuido:
fora construída pelo major. PONTO ( . )
Resultado: no fim de algum tempo, tinha o O ponto é um sinal que marca fim de período. No
que se chama “dinheiro no Banco”. princípio, os iniciantes em redação, em geral, procuram
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A crase significa a fusão da preposição “A” com o - Com o sentido de pátria, região ou planeta, haverá
(s) artigo (s) feminino (s) “A(S)” ou com o(s) pronome crase:
(s) demonstrativo (s) “A(S)”. A crase é indicada pelo Regressamos à terra natal.
acento grave ( ` ). A espaçonave voltou à Terra.
1. REGRA FUNDAMENTAL 4, CRASE OBRIGATÓRIA
Emprega-se o sinal indicativo de crase, quando a
a) Em grande número de locuções formadas de pa-
palavra antecedente exige a preposição “a” e a que segue
lavras femininas: às vezes; à direita; à prova; às ordens,
é precedida de artigo feminino A.
à vontade; às pressas; às tantas, etc.
Para sabermos se há crase, basta provar a existência
da preposição “A” e do artigo feminino (A ou AS). O b) Em expressões de tempo formadas de palavras
que se conclui é que a crase só pode ser usada antes da femininas: partirá às três horas; sairá à uma hora; chegou
palavra feminina. à noite.
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– Pedirei à senhorita tudo o que necessitar. Nesse texto, Machado emprega corretamente o
acento grave indicativo da crase; a frase abaixo em que
d) Quando, após a preposição “A”, vier uma palavra esse mesmo acento está empregado de forma adequada
no plural. é:
Nunca vai a festas. (A) Os clientes pagaram a compra à crédito;
(B) A ordem é necessária à todo grupo social;
e) Em locuções formadas de palavras repetidas.
(C) Ninguém abandonou o local à correr;
Ficaram frente a frente. (D) O motorista deu à documentação ao policial;
(E) Todos os policiais saíram à mesma hora.
A água caía gota a gota.
1. (FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão). Tal frase apresenta um problema textual, que é:
“É minha opinião que não se deve dizer mal de nin- (A) a falta de coerência;
guém, e ainda menos da polícia. A polícia é uma institui- (B) a inadequação vocabular;
ção necessária à ordem e à vida da cidade.” (Machado de (C) a pontuação equivocada;
Assis, A Semana – 1871) (D) a ausência de coesão;
(E) o desrespeito à norma culta.
Sobre a estruturação desse pensamento de Machado
de Assis, a única observação correta é: 5. (FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão).
(A) há uma contradição lógica entre os dois períodos “Scotland Yard é o Departamento de Investigações
que compõem esse pensamento; Criminais da Polícia Metropolitana de Londres. Seu no-
(B) o texto mostra fraco poder argumentativo por tra- me vem do nome da rua onde funcionou seu primeiro
tar-se de uma opinião; quartel central e onde, por outro lado, localizou-se o pa-
(C) o segundo período é uma explicação que justifica o lácio que utilizavam os reis da Escócia quando visitavam
período anterior; a Inglaterra.” (Atrás das palavras, Charlie Lopes)
(D) o segmento “e ainda menos da polícia” retifica uma
afirmação anterior;
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7. (FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão). 10. (FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão).
O célebre escritor Emerson declarou certa vez: Os termos sublinhados no texto são conectores, ou
“Cometa um crime e tu descobrirás como o mundo é de seja, ligam partes do texto; a opção abaixo em que o va-
vidro.” lor semântico de um desses termos NÃO está correta-
mente indicado é:
Para que essa frase esteja enquadrada na norma cul-
ta da língua, a forma que lhe devemos dar é: (A) segundo = conformidade;
(B) quando = tempo;
(A) Comete um crime e você descobrirá como o mundo
(C) como = conformidade;
é de vidro;
(D) assim = modo;
(B) Cometa um crime e tu vais descobrir como o mun-
(E) com = companhia.
do é de vidro;
(C) Comete um crime e você vai descobrir como o
mundo é de vidro; 11. (FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão).
(D) Comete um crime e tu descobrirás como o mundo é
“A pesquisa histórica revela que no dia 20 de no-
de vidro;
vembro de 1530, a polícia brasileira iniciava as suas
(E) Cometa um crime e descobrirás como o mundo é
ações, promovendo justiça e organizando os serviços de
de vidro.
ordem pública, como melhor entendesse nas terras con-
quistadas do Brasil.”
8. (FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão).
Nesse segmento do texto, a pontuação mais ade-
Todas as frases abaixo têm o crime como tema; a
quada seria:
frase em que se apresenta uma visão positiva do crime é:
(A) A pesquisa histórica revela que, no dia 20 de no-
(A) O crime não compensa;
vembro de 1530, a polícia brasileira iniciava as su-
(B) Vivemos numa época de igualdade. Hoje em dia,
as ações, promovendo justiça e organizando os ser-
por exemplo, todas as classes são criminosas;
viços de ordem pública, como melhor entendesse,
(C) Não entendo como alguns escolhem o crime, quan-
nas terras conquistadas do Brasil.
do há tantas maneiras legais de ser desonesto;
(B) A pesquisa histórica revela: que no dia 20 de no-
(D) O crime é a extensão lógica de um tipo de compor-
vembro de 1530, a polícia brasileira iniciava as su-
tamento perfeitamente respeitável no mundo dos
as ações, promovendo justiça e organizando os ser-
negócios;
viços de ordem pública, como melhor entendesse,
(E) Há muitos anos cheguei à conclusão de que quase
nas terras conquistadas do Brasil.
todo crime se deve a um desejo reprimido de ex-
(C) A pesquisa histórica revela que no dia 20 de no-
pressão estética.
vembro de 1530 a polícia brasileira iniciava as suas
ações, promovendo justiça, e organizando os servi-
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(A) a formalidade da linguagem empregada; 65. (FGV - 2021 - TJ-RO - Analista Judiciário -
(B) a extensão demasiada das frases; Oficial de Justiça)
(C) o uso de formas abreviadas em exagero;
A frase abaixo em que o verbo trabalhar pode ad-
(D) a preocupação com a clareza da mensagem;
quirir sentido positivo ou negativo, conforme a situação
(E) a presença de marcas da linguagem oral.
comunicativa, é:
61. (FGV - 2021 - TJ-RO - Analista Judiciário - (A) Aqui se vem para trabalhar;
Oficial de Justiça) (B) Nesta escola se trabalha duro;
Um pai envia do interior do estado uma mensagem (C) Ela trabalha fora todos os dias da semana;
para seu filho, na capital: “Filho, vou até aí na segunda-
feira só para almoçar com você!” (D) Nada temos feito além de trabalhar;
Nesse caso, o termo SÓ tem o mesmo valor em: (E) Ele trabalha muito bem a pedra em suas esculturas.
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(D) Os vagões estavam vazios e muito bem limpos, não Segundo esse fragmento, os gênios são aqueles que
deixando espaço para reclamações; mostram a capacidade de
(E) A viagem transcorreu com tranquilidade e ouviam-
se roncos de alguns que dormiam. (A) analisar fielmente os dados.
(B) antecipar pensamentos futuros.
73. (FGV - 2021 - TJ-RO - Analista Judiciário - (C) demonstrar a verdade do que pensam.
Oficial de Justiça) (D) prever acontecimentos que ainda vão ocorrer.
(E) indicar com precisão a localização da verdade.
Observe a seguinte situação:
Um casal espera, há mais de uma hora, pelo pedido 77. (FGV - 2021 - IMBEL - Analista Especializa-
de comida; no meio da conversa dos dois, a frase que do - Analista Administrativo – Reaplicação)
deve ser encarada como ironia é: Os gênios são aqueles que dizem muito antes o que
(A) Puxa vida! Que demora! se dirá muito depois.
(B) Já estou aborrecido. Vou falar com o gerente! Ramón Gómez De La Serna, escritor espanhol.
(C) Espero que, pelo menos, a comida venha saborosa!
Nesse pensamento, a palavra muito é empregada
(D) Que rápido é o serviço neste restaurante!
duas vezes, com o mesmo valor que apresenta na seguin-
(E) Devem estar sem funcionários suficientes!
te frase:
74. (FGV - 2021 - IMBEL - Analista Especializa- (A) “Que sorte possuir muito discernimento: nunca te
do - Analista Administrativo – Reaplicação) faltam bobagens para dizer.”
(B) “A sutileza ainda não é inteligência. Às vezes os to-
“Não há nada que demonstre tão bem a grandeza e
los e os loucos também são muito sutis.”
a potência do intelecto humano, nem a superioridade e a
(C) “Os deuses deram ao homem muito intelecto, que é
nobreza do homem, como o fato de ele poder conhecer,
a maior de todas as riquezas.”
compreender por completo e sentir fortemente a sua exi-
(D) “Muitas vezes a inteligência traz muito incômodo
guidade.”
como uma lamparina no quarto.”
Giácomo Leopardi, poeta italiano. (E) “Há muito espaço de onde emana a inteligência.”
Essa frase mostra que a principal vantagem da inte-
ligência humana é 78. (FGV - 2021 - IMBEL - Analista Especializa-
do - Analista Administrativo – Reaplicação)
(A) reconhecer a sua grandeza e sua potência.
“Infelizes são aqueles que são inteligentes demais
(B) demonstrar a superioridade e a nobreza do homem.
para reconhecer suas tolices.”
(C) ter a noção de ela poder compreender integralmente
todas as coisas. A oração sublinhada é denominada reduzida porque
se utiliza do infinitivo para suprimir uma conjunção ini-
(D) notar as suas limitações de atuação. cial, ou seja, reduzir a sua extensão. Se recolocássemos a
(E) indicar a superioridade humana sobre os demais se- forma desenvolvida da oração (com a conjunção), a for-
res. ma adequada seria:
(A) para que reconhecessem suas tolices.
(B) a ponto de não reconhecerem suas tolices.
75. (FGV - 2021 - IMBEL - Analista Especializa-
do - Analista Administrativo – Reaplicação) (C) a fim de não conseguirem o reconhecimento de suas
tolices.
“Cuidado para não chamar de inteligentes apenas (D) para o reconhecimento de suas tolices.
aqueles que pensam como você.” (E) para que reconheçam suas tolices.
Ugo Ojetti, escritor italiano
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95. (FGV - 2020 - TJ-RS - Oficial de Justiça) 98. (FGV - 2020 - TJ-RS - Oficial de Justiça)
Observe o texto a seguir, retirado de uma revista de Atribuições do oficial de justiça: “Cumprir manda-
computação. dos judiciais; preparar salas com livros e materiais ne-
“Por mais poderoso que seja, um computador sem cessários ao funcionamento das sessões de julgamento;
programas adequados tem pouca utilidade. E um ‘pro- buscar, na Secretaria e nos Gabinetes, os processos de
grama adequado’ com certeza não é aquele aplicativo cada Relator, separando-os e ordenando-os, colhendo as-
profissional, caro e sofisticado que, às vezes, já vem ins- sinaturas, quando for o caso; atender e dar informações
talado. De nada adiantam funções, botões e janelas, se aos advogados, partes e estagiários presentes na sessão,
você não conseguir fazer alguma coisa com eles”. anotando os pedidos de preferência pela ordem de che-
Um dos elementos que dá coerência aos textos é a gada dos interessados; auxiliar na manutenção da ordem
ocorrência de vocábulos que estão dentro de um mesmo e efetuar prisões, quando determinado; auxiliar o Secre-
campo semântico; nesse texto, as palavras que pertencem tário de Câmara, quando solicitado o auxílio; cumprir as
ao mesmo bloco conceitual são: demais atribuições previstas em lei ou regulamento”.
(A) computador, programas, aplicativo, janelas; Em cada opção a seguir foi destacado um substanti-
vo do texto acima; a opção em que o adjetivo referente
(B) computador, programa, aplicativo, sofisticado; ao substantivo destacado está INCORRETO é:
(C) programas, aplicativo, caro, instalado; (A) livros e materiais / necessários;
(D) caro, sofisticado, instalado, funções; (B) advogados, partes e estagiários / presentes;
(C) pedidos / interessados;
(E) poderoso, aplicativo, instalado, funções. (D) auxílio / solicitado;
(E) atribuições / previstas.
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109. (FGV - 2020 - TJ-RS - Oficial de Justiça) 113. (FGV - 2020 - TJ-RS - Oficial de Justiça)
Observe a frase a seguir. A frase abaixo em que a substituição do segmento
É importante aprender muitas coisas / É importante sublinhado por um advérbio foi feita de forma adequada
o aprendizado de muitas coisas. é:
O mesmo processo de substituição de um verbo por (A) Sem que se entendesse o motivo, o convidado abor-
um substantivo correspondente foi feito de forma ade- receu-se na festa / irresponsavelmente;
quada em: (B) Ia à academia poucas vezes / habitualmente;
(C) Dirigia com toda a atenção / atenciosamente;
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REDAÇÃO E
CORRESPONDÊNCIAS
OFICIAIS
SUMÁRIO:
1. Redação oficial: manual de redação da presidência da república/2018 ............................ 03
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AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
1.4. Introdução
Os exemplos acima são meramente exemplificati-
A redação das comunicações oficiais deve, antes de vos. A profusão de normas estabelecendo hipóteses de
tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, “As- tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência” pa-
pectos gerais da redação oficial”. Além disso, há caracte- ra categorias especificas tornou inviável arrolar todas as
rísticas específicas de cada tipo de expediente, que serão hipóteses.
tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à
sua análise, vejamos outros aspectos comuns a quase to- 1.4.1.1. Concordância com os pronomes de tra-
das as modalidades de comunicação oficial. tamento
Os pronomes de tratamento apresentam certas pecu-
1.4.1. Pronomes de tratamento liaridades quanto às concordâncias verbal, nominal e
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tra- pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa grama-
tamento adota a segunda pessoa do plural, de maneira tical (à pessoa com quem se fala), levam a concordância
indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se di- para a terceira pessoa. Os pronomes Vossa Excelência ou
rige. Na redação oficial, é necessário atenção para o uso Vossa Senhoria são utilizados para se comunicar direta-
dos pronomes de tratamento em três momentos distintos: mente com o receptor.
no endereçamento, no vocativo e no corpo do texto. No Exemplo:
vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do
documento. No corpo do texto, pode-se empregar os Vossa Senhoria designará o assessor.
pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por
Da mesma forma, os pronomes possessivos referi-
extenso. O endereçamento é o texto utilizado no envelo-
dos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira
pe que contém a correspondência oficial.
pessoa.
A seguir, alguns exemplos de utilização de prono-
Exemplo:
mes de tratamento no texto oficial.
Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não
“Vossa Senhoria designará vosso substituto”)
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GABARITO OFICIAL
Conferido
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RASCUNHO RASCUNHO
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Raciocínio Lógico-Matemático
RACIOCÍNIO
LÓGICO
MATEMÁTICO
SUMÁRIO:
Lógica: proposições, conectivos, equivalências lógicas, quantificadores e predicados .... 03
Conjuntos e suas operações, diagramas. Números inteiros, racionais e reais e suas opera-
ções .................................................................................................................................... 19
Porcentagem e juros ...................................................................................................... 33/35
Proporcionalidade direta e inversa .................................................................................... 37
Medidas de comprimento, área, volume, massa e tempo .................................................. 73
Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios;
dedução de novas informações das relações fornecidas e avaliação das condições usadas pa-
ra estabelecer a estrutura daquelas relações. Compreensão e análise da lógica de uma situa-
ção, utilizando as funções intelectuais: raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio
sequencial, orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discriminação de ele-
mentos ............................................................................................................................... 03
Compreensão de dados apresentados em gráficos e tabelas .............................................. 40
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais .......... 19/51
Problemas de contagem e noções de probabilidade ...................................................... 11/15
Geometria básica: ângulos, triângulos, polígonos, distâncias, proporcionalidade, perímetro
e área ................................................................................................................................. 59
Noções de estatística: média, moda, mediana e desvio padrão ..................................... 40/46
Plano cartesiano: sistema de coordenadas, distância ......................................................... 78
Problemas de lógica e raciocínio ....................................................................................... 03
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Raciocínio Lógico-Matemático
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Raciocínio Lógico-Matemático
1. RACIOCÍNIO LÓGICO É importante lembrar que proposições lógicas não
podem ser frases interrogativas, e não devem levar em
1.1. INTRODUÇÃO
conta opiniões. E assim sendo, não podem ser nenhuma
O programa da prova de Raciocínio Lógico objetiva frase que não possa ser julgada em V ou F.
medir a habilidade do candidato em entender a estrutura
Exemplo:
lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, obje-
tos e eventos, fictícios ou não; deduzir novas informa- O dia está bonito.
ções a partir das relações fornecidas e avaliar as condi- Que horas são?
ções usadas para estabelecer a estrutura daquelas rela- 3+6
ções. Compreender e analisar a lógica de uma situação, 7+2=X
utilizando as funções intelectuais: raciocínio verbal, ra-
Essas 4 frases não podem ser julgadas em Verdadeiro
ciocínio matemático, raciocínio sequencial, orientação
ou Falso.
espacial e temporal, formação de conceitos, discrimina-
ção de elementos. O principal objetivo será a investigação da validade
de ARGUMENTOS: conjunto de enunciados dos quais
Os estímulos visuais utilizados na prova, constituídos
um é a conclusão; e os demais, premissas. Os argumen-
de elementos conhecidos e significativos, visam analisar
tos estão tradicionalmente divididos em DEDUTIVOS e
as habilidades dos candidatos para compreender e elabo-
INDUTIVOS.
rar a lógica de uma situação, utilizando as funções inte-
lectuais: raciocínio verbal, raciocínio matemático, racio- ➢Argumento Dedutivo – é válido quando suas pre-
cínio quantitativo, raciocínio sequencial, orientação es- missas, se verdadeiras, a conclusão é também verdadeira.
pacial e temporal, formação de conceitos e discriminação
Premissa: “Todo homem é mortal.”
de elementos.
Premissa: “João é homem.”
Vale lembrar, que as questões envolvendo dados Conclusão: “João é mortal.”
quantitativos exigem do candidato conhecimento mate-
➢Argumento Indutivo – a verdade das premissas
mático, principalmente no contexto da teoria dos conjun-
tos, probabilidades e da análise combinatória, onde são não basta para assegurar a verdade da conclusão.
explorados os principais métodos de enumeração (per- Premissa: “É comum após a chuva ficar nublado.”
mutação, arranjo e combinação, etc.) inseridos no cha- Premissa: Está chovendo.”
mado “princípio fundamental de contagem”. Conclusão: “Ficará nublado.”
Em síntese, as questões da prova destinam-se a medir As premissas e a conclusão de um argumento, formu-
a capacidade de compreender o processo lógico que, a ladas em uma linguagem estruturada, permitem que o ar-
partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma vá- gumento possa ter uma análise lógica apropriada para a
lida, a conclusões determinadas. verificação de sua validade.
Nenhum conhecimento mais profundo de lógica for- Como primeira e indispensável parte da Lógica Ma-
mal ou matemática será necessário para resolver as ques- temática temos o CÁLCULO PROPOSICIONAL ou
tões de raciocínio lógico. CÁLCULO SENTENCIAL ou ainda CÁLCULO DAS
SENTENÇAS.
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Raciocínio Lógico-Matemático
•Todo ser vivo é mortal. Símbolo auxiliar “( )”: usamos o parênteses co-
•Se você estudar bastante, então aprenderá tudo. mo auxiliar para denotar o alcance dos conectivos lógi-
cos.
Do contrário, não são proposições as sentenças:
Ex.: Se Paulo é goiano e o Goiás pertence ao Brasil,
•Quantos anos você tem? então Paulo não é estrangeiro.
•Preste atenção ao discurso.
•Meu Deus!!! c) Conectivos
•3 x 7 – 2. Como vimos, os conectivos lógicos servem para
As proposições podem ser simples ou compostas. combinar duas proposições entre si, de modo a criar no-
vas proposições. São eles:
1) Proposição simples (também chamada de propo-
sição ou fórmula atômica) – quando não for possível o conectivo (leia-se e) = conjunção;
subdividir uma sentença declarativa em partes menores, o conectivo (leia-se ou) = disjunção;
ou seja, extrair outra proposição como componente dela. o conectivo → (leia-se se ..... então ....) = condi-
cional;
Ex.: A sentença << dois é par >> é uma proposição o conectivo (leia-se .... se e somente se ...) =
simples, pois não é possível identificar como parte dela bicondicional;
qualquer outra proposição diferente. o conectivo ~ (leia-se não ....) = negação.
2) Proposição composta (também chamada de pro- Dadas as proposições simples p e q podemos, com o
posição ou fórmula molecular) – dizemos que uma pro- uso dos conectivos, formar novas proposições a partir de
posição é composta quando for possível subdividi-la em p e q. Assim, temos:
duas ou mais proposições diferentes, formando fórmulas
atômicas independentes. A negação de p ~p não p
Exemplo: Cachorros latem e morcegos voam.
A conjunção de p e q pq peq
A disjunção de p e q pq p ou q
Essa proposição é formada por duas proposições. A A condicional de p e q p→q se p então q
primeira é “Cachorros latem”; a segunda, “morcegos vo-
A bicondicional de p e q pq p se e somente se q
am”.
Em proposições compostas são usados conectivos Exemplo:
que influem o julgamento delas.
Dadas a proposição:
Símbolo Significado
p: Jorge Amado escreveu o livro “Mar Morto”.
e
q: Rui Barbosa era baiano.
ou
~ negação da sentença Temos as seguintes traduções para a linguagem cor-
– se... então rente:
– se e somente se ~p: Jorge Amado não escreveu o romance “Mar
tal que Morto”.
Existe
ou
existe 1 e somente 1
para todo Não é verdade que Jorge Amado escreveu
= igual o romance “Mar Morto”.
> maior que p q: Jorge Amado escreveu o livro “Mar Morto”
< menor que e Rui Barbosa não era baiano.
maior ou igual
ou
menor ou igual
Jorge Amado escreveu o romance “Mar
b) Os Símbolos da Linguagem do Cálculo Propo- Morto” e é falso que Rui Barbosa era baia-
sicional no.
Variáveis Proposicionais: as proporções são indi- ~p q: Jorge Amado não escreveu o romance “Mar
cadas por letras latinas minúsculas p, q, r, s, ...., chama- Morto” ou Rui Barbosa era baiano.
das variáveis proporcionais.
ou
Exemplos:
Não é verdade que Jorge Amado escreveu
Paulo é goiano: p o romance “Mar Morto” ou Rui Barbosa era
Paulo é brasileiro: q baiano.
Conectivos lógicos: partindo de duas proposições ~(pq) Não é verdade que: Jorge Amado escreveu
dadas podemos construir novas proposições mediante o o romance “Mar Morto” ou Rui Barbosa era
emprego de conectivos. baiano.
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Raciocínio Lógico-Matemático
d) Análise de (e) e (ou) Ex.: Paulo é goiano ou Paulo é brasileiro = p q
(disjunção) que corresponde a (p q).
Considerando duas proposições p e q, assim que se
deve julgar as sentenças. pq
p q pq pq
V V V V p q
V F F V
F V F V
F F F F
É importante lembrar que em proposições ligadas por A seguir temos a tabela-verdade da “disjunção” onde
“ou”, se as duas forem verdadeiras a proposição compos- podemos observar os resultados de “p q” para cada
ta é verdadeira. um dos valores que p e q podem assumir.
Exemplo: Se João passar no vestibular da UnB ou da p q pq
USP ganhará um carro.
V V V
Para João ganhar o carro, ele precisa passar em pelo V F V
menos uma dessas universidades. Mas se passar nas du- F V V
as, certamente que ganhará o carro. F F F
O símbolo “~” é usado para negação de proposições.
g) Condicional ou Implicação
Por exemplo:
Uma condicional “Se p então q” é falsa somente
p: O gato é um mamífero. quando a condição p é verdadeira e a conclusão q é fal-
~p: O gato não é um mamífero. sa, sendo verdadeira em todos os outros casos. Isto signi-
e) Conjunção fica que numa proposição condicional, a única situação
que não pode ocorrer é uma condição verdadeira impli-
Uma conjunção é verdadeira somente quando as duas car uma conclusão falsa.
proposições que a compõem forem verdadeiras. Ou seja,
a conjunção “p q” é verdadeira somente quando p é Ex.: Se Paulo é goiano então Paulo é brasileiro = p
verdadeira e q é verdadeira também. Por isso, dizemos → q (p é o antecedente e q o consequente).
que a conjunção exige a simultaneidade de condições. p q
Ex.: Paulo é goiano e Paulo é brasileiro = p q (con- q
junção) que corresponde a (p q). p
p q
p q
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Raciocínio Lógico-Matemático
h) Bi-condicional ou Bi-implicação j) As Tabelas Verdades
A proposição bi-condicional ou bi-implicação “p se e A lógica clássica é governada por três princípios (en-
somente se q” é verdadeira somente quando p e q têm tre outros) que podem ser formulados para a construção
o mesmo valor lógico (ambas são verdadeiras ou ambas das tabelas-verdades, como segue:
são falsas). Será falsa quando p e q têm valores lógicos Princípio da Identidade: todo objeto é idêntico a
contrários. si mesmo.
Ex.: Paulo é goiano se e somente se Paulo é brasilei- Princípio da Contradição: dadas duas proposi-
ro = p q ções contraditórias (uma é negação da outra), uma delas
é falas.
p= q Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas pro-
posições contraditórias, uma delas é verdadeira.
k) Tautologia
Chamamos tautologia (símbolo v) a proposição for-
A seguir, a tabela-verdade da “bi-condicional” ou mada a partir de outras, mediante o emprego de conecti-
“bi-implicação” onde podemos observar os resultados vos ( ou ) ou de modificador (~) ou de condicionais
da proposição “p se e somente se q”, para cada um dos (→ ou ). Dizemos que “v” é uma tautologia ou propo-
valores que p e q podem assumir. sição logicamente verdadeira quando “v” tem o valor
p q pq lógico V (verdadeira) independente dos valores lógicos
das proposições originárias.
V V V
V F F Assim, a tabela-verdade de uma tautologia v apresen-
F V F ta V na coluna de v.
F F V
Ex.: A proposição “Se (p q) então (p q)” é uma
tautologia, pois é sempre verdadeira, independentemente
Podemos empregar também como equivalentes de “p
dos valores lógicos de p e de q, como se pode observar
se e somente se q” as seguintes expressões:
na tabela-verdade abaixo:
p se e só se q
todo p é q e todo q é p p q pq pq (p q) → (p q)
todo p é q e recipr ocam ente
se p então q e reciprocam ent e V V V V V
p som ente se q e q som ente se p V F F V V
p é necessário e suficien te para q
p é suficiente para q e q é suficien te para p F V F V V
q é necessário para p e p é necessário para q F F F F V
i) Negação
l) Proposições Logicamente Falsas
Uma negação transforma uma proposição verdadeira
em uma falsa, ou vice versa. Consideramos uma proposição logicamente falsa
(símbolo f) a proposição formada a partir de outras me-
Uma proposição p e sua negação “não p” terão sem- diante o emprego de conectivos ( ou ) ou de modifi-
pre valores lógicos opostos. cador (~) ou de condicionais (→ ou ). Dizemos que f é
uma proposição logicamente falsa quando f tem o valor
p lógico F (falsa) independente dos valores lógicos das
p
proposições originárias.
Assim, a tabela-verdade de uma proposição logica-
Ex.: Paulo não é goiano = ~p mente falsa f apresenta F na coluna de f.
A seguir, a tabela-verdade da “negação” onde pode- Exemplos
mos observar os resultados da proposição “~p”, para ca- 1) (p ~q) (~p q)
da um dos valores que p podem assumir, com o seu cor-
responde oposto em q. p q ~p ~q p ~q ~p q (p ~q) (~p q)
p ~p V V F F V F F
V F V F F V V F F
F V V F F V F
F V
F F V V V F F
Podemos empregar também como equivalentes de
“não p ou ~p” as seguintes expressões: 2) p ~q é proposição logicamente falsa, pois
p ~q p ~q
não é verdade que p
V F F
É falso que p
F V F
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Raciocínio Lógico-Matemático
Ex.: x + 1 = 7; x 2; x3 = 4x2
m) Relação de Implicância
As orações que contêm variáveis são chamadas fun-
Dadas duas proposições p e q, dizemos que “p impli- ções proporcionais ou sentenças abertas. Tais orações
ca q” quando na tabela de p e q não ocorre VF em ne- não são proposições, pois seu valor lógico é discutível,
nhuma linha, isto é, quando não temos simultaneamente dependem do valor dado às variáveis.
“p” verdadeira e “q” falsa.
Assim nos exemplos acima temos:
Quando de uma afirmação p podemos tirar uma con-
para x + 1 = 7 será verdadeira se atribuirmos o va-
clusão q, dizemos que p implica q. Indicamos p q
lor 6 a x; será falsa para qualquer outro valor dado a x.
(lê-se: p implica q, ou se p, então q).
para x 2 será verdadeira, por exemplo, se for atri-
Obs.: A B quando o condicional A → B é verda- buído a x o valor 8 (pode ser qualquer outro valor, desde
deiro. que maior que 2).
para x3 = 4x2 será verdadeira, por exemplo, se atri-
Todo teorema é uma implicação da forma “hipótese
buirmos a x o valor 4 (pode ser outro valor, desde que
tese”. torne a sentença uma igualdade).
Assim, demonstrar um teorema significa mostrar que Para transformar uma sentença aberta em proposi-
não ocorre o caso da hipótese ser verdadeira e a tese ser ção utiliza-se de dois métodos:
falsa. atribuir um valor à variável
Ex.: utilizar quantificadores.
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Raciocínio Lógico-Matemático
r) Como Negar Proposições Ex.: Se A = , então x x A
Vimos no início do estudo que a negação de proposi- s) Contradição
ção simples é dada pela sentença ~P que terá sempre o
valor oposto de P, isto é, ~P será verdadeira quando P Uma proposição composta formada pelas proposi-
for falsa e ~P será falsa quando P for verdadeira. ções p, q, r, ... é uma contradição se ela for sempre fal-
sa, independentemente dos valores lógicos das proposi-
Veremos agora a negação das proposições compostas ções p, q, r, ... que a compõem.
e condicionais.
Exemplo: A proposição “p se e somente se não p” é
1) Negação de uma conjunção: Tendo em vista que uma contradição, pois é sempre falsa, independentemen-
~(p q) ~p ~q, podemos estabelecer que a nega- te dos valores lógicos de p e de não p, como se pode ob-
ção de p q é a proposição ~p ~q. servar na tabela-verdade abaixo:
Ex.: p: a 0 p ~p p ~p
q: b 0 V F F
p q: a 0 e b 0 F V F
~(p q): a = 0 e b = 0
2) Negação de uma disjunção: Tendo em vista que O exemplo acima mostra que uma proposição qual-
~(p q) (~p ~q), podemos estabelecer que a ne- quer e sua negação nunca poderão ser simultaneamente
verdadeiros ou simultaneamente falsos.
gação de p q é a proposição ~p ~q.
Como uma tautologia é sempre verdadeira e uma
Ex.: p: a = 0
contradição, sempre falsa, tem-se que:
q: b = 0
p q: a = 0 e b = 0 a negação de uma tautologia é sempre uma con-
~(p q): a 0 e b 0 tradição
3) Negação de uma condicional simples: Já que ~(p enquanto
→ q) p ~q, podemos estabelecer que a negação de a negação de uma contradição é sempre uma
p → q é a proposição p ~q. tautologia.
Ex.: p: 2 Z
q: 2 Q 2. LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
p → q: 2 Z → 2 Q
a) Introdução
~(p → q): 2 Z e 2 Q
p: 52 = (-5)2 As lógicas de argumentação são maneiras de inter-
q: 5 = -5 pretar um texto ou um problema. A partir de proposições
p → q: 52 = (-5)2 → 5 = -5 anteriormente definidas, pode-se fazer inferência sobre
~(p → q): 52 = (-5)2 e 5 -5 o assunto, analisar e tirar conclusões.
4) Negação de proposições quantificadas As inferências podem ser por dedução ou por indu-
ção. Dedução é quando se infere alguma coisa que, por
a) Uma sentença quantificadora do tipo universal, é análise de premissas, leva a uma conclusão absoluta.
negada substituindo-se o quantificador pelo existencial.
Assim, a negação lógica de uma sentença do tipo (x, x Exemplo: Todo ser humano é um animal, eu sou um
tem a propriedade P) é a sentença (x x não tem a pro- ser humano, logo eu sou um animal.
priedade P). Fica claro, no sentido do exemplo dado, que eu sou
Ex.: sentença: (x) (x + 3 = 5) um animal, porque as conclusões são bem objetivas e de-
finidas.
negação: (x) (x + 3 5)
No caso de argumentos indutivos, a conclusão não
b) Uma sentença quantificadora do tipo existencial, é
será absoluta, sendo uma inferência que indica a conclu-
negada substituindo-se o quantificador pelo universal.
são como verdade, mas não se pode afirmar com plena
Assim, a negação lógica de uma sentença do tipo (x x
certeza.
tem a propriedade P) é a sentença (x, x não tem a pro-
priedade P). Exemplo: Os lagartos do cerrado possuem compor-
tamentos diurnos, principalmente, isso acontece porque
1 1
Ex.: sentença: (a) a + eles precisam do sol para se aquecer.
2 3
Nesse exemplo a inferência foi indutiva, porque não
1 1 se pode ter certeza absoluta se o motivo dos lagartos se-
negação: (a) a + rem diurnos é realmente para se aquecer.
2 3
No cotidiano, a inferência indutiva é mais comum, e,
Comumente o quantificador existencial é negado
dentro da inferência indutiva está um tipo que é chamado
usando-se o símbolo . de analogia. Quando se gosta de vários livros de um au-
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Raciocínio Lógico-Matemático
tor, ao receber um livro para ler desse autor, infere-se c) Argumento Inválido
que deve ser bom. Isso é uma analogia, porque não é cer-
Dizemos que um argumento é inválido, também de-
to se o livro é bom ou não, mas a uma suposição que se-
nominado ilegítimo, mal construído ou falacioso,
ja.
quando a verdade das premissas não é suficiente para
Portanto, analogia são relações lógicas que se fazem garantir a verdade da conclusão.
relacionando uma estrutura à outra. Não é muito compli-
Ex.: O silogismo:
cado, sendo às vezes uma relação intuitiva. Comparação
é a base da analogia. “Todo político é corrupto.
Pedro não é corrupto.
Exemplo: Pai : Filho :: Mãe : Filha
Portanto, Pedro não é político.”
Esse exemplo acima deve ser lido como Pai está para
é um argumento inválido, falacioso, ilegítimo,
filho assim como mãe está para filha.
pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade
Deve-se tomar cuidado com o uso errado de lógica da conclusão. Pedro pode ser corrupto sem ser, necessa-
que nos leva à conclusão de coisas falsas, ou inválidas. riamente, político, pois a primeira premissa não afirma
Essas conclusões erradas por lógicas são chamadas de que somente os políticos são corruptos.
sofismas ou falácias.
Na tabela abaixo, podemos ver um resumo das situa-
Exemplo: ções possíveis para um argumento:
Nada é melhor do que Deus Quando um Então a
e as premissas ...
Tomate é melhor do que nada argumento é... conclusão será:
Então, tomate é melhor do que Deus. são todas Necessariamente
Válido
verdadeiras Verdadeira
b) Argumento Válido (bem construí-
não são todas ou Verdadeira ou
do)
Vamos verificar como podemos proceder na investi- verdadeiras Falsa
gação de certos argumentos de modo formal. são todas ou Verdadeira ou
Inválido
Já definimos argumento como uma sequência do ti- verdadeiras Falsa
(mal construí-
po: não são todas ou Verdadeira ou
do)
verdadeiras Falsa
p1, p2, p3, ..., pn, q (n 0) de fórmulas onde os pi (0
i n) chamam-se premissas e a última fórmula q, 3. DIAGRAMAS LÓGICOS
conclusão.
a) Considerações Gerais
Então, um argumento p1, p2, p3, ..., pn, q é válido se
e somente se, sendo as premissas verdadeiras a conclu- Diagramas lógicos já foi visto anteriormente no tópi-
são q também é verdadeira, ou ainda, se e somente se, a co compreensão de estruturas, eles são a base de um sis-
fórmula p1 p2 p3 ... pn → q é uma tautologia tema computacional.
que será indicada como segue: Diagramas lógicos é a representação matemática de
p1, p2, p3, ... , pn ⎯ q frases.
Raciocínio Lógico-Matemático
Logo: C X X ≠ R 3.1. A LÓGICA NA TEORIA DOS CONJUNTOS
então, C ≠ R Vejamos a utilização da Lógica na Matemática utili-
zando exemplos na Teoria dos Conjuntos. Vamos supor
X R
ser conhecidos os conceitos primitivos de conjuntos,
C elementos, a relação de pertinência entre elementos e
conjuntos, o conjunto universo, conjunto vazio, etc., e as
operações entre eles.
Desse conhecimento, sabemos que usamos o símbolo
Esses diagramas mostram que o grupo dos coreanos a A para indicar que o elemento “a” pertence ao con-
(C) está dentro do grupo dos jogadores de xadrez (X) e junto “A”; usamos o símbolo a A para indicar que o
as pessoas que gostam de rock e de xadrez são distintas. elemento “a” não pertence ao conjunto “A”.
Comparando os símbolos da lógica com os símbolos Do mesmo modo, dizemos que um conjunto A está
de conjunto, o (ou) equivale ao U (união) e o símbolo contido em um conjunto B ou que é subconjunto de B e
(e) equivale à (interseção). indicamos A B se e somente se todo elemento que per-
tencer a A pertencer também a B. Em linguagem simbó-
Para representar um conjunto A ou B e A e B tendo
lica temos:
elementos em comum.
A B (x A x B)
Assim, se queremos mostrar que um conjunto A está
contido em um conjunto B, devemos mostrar a implica-
ção “x A x B”; isto é, assumindo que “x A”
é verdade, mostrar que “x B” é verdade.
A ou B (A B) A e B (A B)
Dados os conjuntos A e B temos que A = B se e so-
b) Argumentos e Diagrama de Venn
mente se A B e B A.
A teoria dos conjuntos é bastante útil na verificação
A conjunção e a disjunção são operações lógicas
da validade de determinados argumentos, quando as
usadas nas definições de união e interseção entre dois
premissas envolvem proposições quantificadas.
conjuntos A e B.
Consideremos o seguinte exemplo:
Sejam A e B dois conjuntos dados, subconjuntos de
P1 : Bebês são ilógicos. um determinado universo “U”. Definimos:
P2 : Ninguém é desprezado se pode domar crocodi- 1) A união de A e B como sendo o conjunto A B
los. = {x U; x A x B}.
P3 : Pessoas ilógicas são desprezadas. 2) A interseção de A e B como sendo o conjunto A
Q: Bebês não podem domar crocodilos. B = {x U; x A x B}.
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Raciocínio Lógico-Matemático
Propriedades 2) Com a palavra AMOR, trocando-se de lugar suas
letras, quantos e quais são os anagramas possíveis de se
Dados os conjuntos A, B e C subconjuntos quaisquer
formar?
de U, temos,
AMOR
A
AMOR, AMRO, AORM, AOMR, ARMO,
A A B A B A AROM, MARO, MAOR, MOAR, MORA,
A A = A A A = A MRAO, MROA, OARM, OAMR, OMAR,
A B = B A A B = B A OMRA, ORAM, ORMA, RAOM, RAMO,
A = A A = RMAO, RMOA, ROAM, ROMA.
A U = U A U = A
(A B) C = A (B C) (A B) C = A (B
Há, portanto, a possibilidades de se formar 24
C)
anagramas.
A (B C) = (A B) (A C) A (B C) Basicamente podemos formar dois tipos de agrupa-
= (A B) (A C) mentos numa contagem:
A = A * um, em que se leva em conta a ordem dos ele-
mentos dentro do grupamento;
A B = A B A B = A B
Ex.: Se desejamos contar quantas placas de auto-
A A = U A A = móveis, constituídas por 3 letras seguidas de 4 algaris-
mos, devemos levar em conta a ordem das letras e dos
= U U = algarismos:
Todas essas propriedades são demonstradas facil-
mente, utilizando a lógica e as relações que já estabele-
ASM 1997 MAS 1979
e
cemos.
são placas diferentes.
* outro, onde a ordem dos elementos é irrelevante.
2. ANÁLISE COMBINATÓRIA
Ex.: Se desejamos contar quantas quinas são pos-
A Análise combinatória é a parte da matemática que
síveis de serem sorteadas num jogo da Loto, observamos
estuda as técnicas de contagem de agrupamentos para se
que a ordem dos números que compõem a quina não im-
obter o número de possibilidades de ocorrência de um
porta pois:
determinado evento sem, necessariamente, descrever to-
das as possibilidades. 01, 13, 40, 49, 55
Exemplos:
e
1) Tenho quatro camisas e três calças, todas diferen-
tes. De quantas maneiras posso me vestir sem precisar 40, 55, 13, 01, 49
repetir roupa?
são quinas iguais
Chamaremos as camisas de C1, C2 C3 e C4; e as cal-
ças de k1, k2 e k3.
Faremos as distribuições: CONTAGEM DIRETA
É a contagem que se faz descrevendo todos os ele-
camisa calça
mentos da possibilidade de ocorrência de um evento.
k1 Exemplos:
c1 k2
k3 1) Se jogarmos uma mesma moeda duas vezes segui-
k1 das, que resultados poderemos obter?
c2 k2 Solução:
k3
Para cada lance, há duas possibilidades de ocor-
k1
rência: a cara ou a coroa.
c3 k2
k3 Chamando cara de C e coroa de K, temos as se-
k1 guintes possibilidades:
c4 k2
k3 1º lance C C ou C K
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Nesse caso, há quatro possibilidades de ocorrência de A B C
um evento.
1 a1
2) Uma professora pediu a seus alunos que pintassem
a 2 a2
os quatro quadrados abaixo usando apenas duas cores di-
ferentes. Quais e quantas são as possibilidades diferentes 1 b1
b
de se pintar os quadrados?
2 b2
c
1 c1
c2
2
Solução:
Ex.: Quantos números naturais de dois algarismos di-
De cada cor pode ocorrer as seguintes possibili- ferentes podemos formar usando os números 6, 7, 8 e 9?
dades:
Solução:
* uma, com todos os quadrados pintados da mesma cor;
* quatro, com três quadrados pintados com a mesma cor; Veja o diagrama de árvore abaixo, indicando
* seis, com dois quadrados pintados com a mesma cor; todas as possibilidades:
* quatro, com um quadrado pintado com a cor referida. 7 67 (1)
Vejamos todas as possibilidades:
6 8 68 (2)
9 69 (3)
6 76 (4)
7 8 78 (5)
9 79 (6)
6 86 (7)
8 7 87 (8)
9 89 (9)
6 96 (10)
9 7 97 (11)
8 98 (12)
portanto, há dezesseis possibilidades diferentes Aplicando o princípio fundamental da conta-
de pintar os quadrados. gem, temos 4 algarismos e 3 possibilidade de combina-
ções para cada um deles:
CONTAGEM INDIRETA
4 x 3 = 12 possibilidades
A contagem indireta mostra-nos um método para de-
terminar o número de possibilidades de ocorrência de um Princípio fundamental da contagem indireta
acontecimento sem precisarmos descrever todas elas.
Se uma ação é composta de duas ou mais etapas su-
Este método é mais prático pois não precisamos es- cessivas, sendo que a primeira pode ser feita de “m” mo-
crever os elementos um por um e depois contá-los como dos e, para cada um destes, a segunda pode ser feita de
na contagem direta (que, além de ser trabalhoso, pode “n” modos, e assim sucessivamente, então o número de
conduzir a erro por omissão ou por repetição de algum possibilidades de ocorrer uma sucessão de eventos é
agrupamento. igual ao produto dos números de possibilidades de ocor-
rer cada um dos eventos.
Diagrama da contagem indireta
Exemplos:
Imaginemos que para ir de um ponto “A” da cidade
para um ponto “B” exista três linhas de ônibus a, b e c, e 1) Quantas placas de automóveis podem ser formadas
do ponto B para outro ponto “C” existem duas linhas: 1 e por 3 vogais e 4 algarismos distintos?
2. Solução:
Podemos representas os possíveis caminhos para se Formar uma placa de tal porte é uma ação com-
ir de “A” para “C”, passando por “B”, no esquema abai- posta de 7 etapas conforme mostramos a seguir:
xo, que denominamos de diagrama de árvore das pos-
sibilidades.
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letras algarismos etc.
placa As frações podem ser simplificadas desenvolvendo-
se o fatorial maior até chegar ao menor.
possibilidades 5 x 5 x 5 x 10 x 9 x 8 x 7
Exemplos:
Modelo das placas:
10! 10! 1 1
AAA 2395; AAI 1247 EIA 2013 a) = = =
12! 12 11 10! 12 11 132
Observe que as letras devem ser vogais (A, E, I,
O ou U), podendo ser repetidas; assim, há 5 possibilida- b)
10!
=
10 9 !
= 10 c)
(n - 2)! =
des para cada letra. Os algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 9! 9 ! n!
ou 9) devem ser distintos, por isso há 10 possibilidades
Como “n” é maior que “n - 2”, desenvolvemos n!
para a escolha do primeiro deles, 9 para o segundo, 8 pa-
até chegar em (n - 1)! e depois simplificamos:
ra o terceiro e 7 para o último.
Dessa forma, o número de placas que podemos (n - 2)! =
(n - 2)! =
1
formar nessas condições é: n! n (n - 1) (n - 2)! n (n - 1)
5 x 5 x 5 x 1 0 x 9 x 8 x 7 = 630 000
d)
(n + 2)!
= Como “n + 2” é maior que “n”, co-
Logo, podemos formar 630.000 placas. n!
meçamos desenvolvendo (n + 2)!:
2) A loteria esportiva possui quatorze jogos. Cada jo-
go tem três possibilidades de resultado: coluna 1, coluna (n + 2)! =
(n + 2) (n + 1) n! = (n + 2)(n + 1)
do meio e coluna 2. Quantos cartões diferentes podemos n! n!
fazer, indicando apenas uma coluna por jogo?
ARRANJO
Solução:
É o tipo de agrupamento em que um grupo é dife-
Como cada jogo tem três possibilidades de resul- rente de outro pela ordem ou pela natureza dos elemen-
tado, o número de cartões possíveis é, pelo princípio tos que os compõe.
fundamental da contagem:
Na linguagem matemática, os arranjos são sucessões
3.3.3.3.3.3.3.3.3.3.3.3.3.3= cujos termos são escolhidos entre os elementos dados.
314 = 4 782 969 Ex.: Suponhamos que dois candidatos “A” e “B” dis-
Assim, podemos fazer 4.782.969 cartões. putam os 1º e 2º lugares no concurso que será definido
pelo que for mais idoso. Nesse caso, se o candidato “A”
fatorial for o mais idoso, a ordem de classificação seria “A e B”.
O fatorial é utilizado para simplificar a indicação Porém, se o candidato “B” for o maior idoso, a ordem de
dos cálculos pelo princípio fundamental da contagem e é classificação seria “B e A”.
indicado por um ponto de exclamação ( ! )acompanhado Temos aí uma situação em que os agrupamentos (A,
por um número natural “n”, sendo n > 1. B) e (B, A) são considerados agrupamentos diferentes.
Assim sendo, dado um número natural, n! (leia-se: Por isso é importante que ao citarmos um agrupamento,
n fatorial) é o produto de todos os números naturais con- importa a ordem em que citamos os elementos.
secutivos de 1 até n. Denominamos pois arranjo simples as sucessões
Portanto, formadas por “p” termos distintos de elementos tomados
“p” a “p” de um conjunto com “n” elementos, de modo
n! = n . (n - 1) . (n - 2) . ... . 3 . 2 . 1 que a mudança de ordem desses “p” elementos determi-
Nos casos particulares n = 1 e n = 0, definiu-se que: na arranjos diferentes.
Observe ainda que, ao se desenvolver um fatorial, co- NOTA: dois arranjos são diferentes se tiverem ele-
locando os fatores em ordem decrescente, podemos parar mentos diferentes (natureza), ou se tiverem os mesmos
onde quisermos, bastando indicar os últimos fatores elementos porém dispostos em ordens diferentes.
também na notação de fatorial. Ex.: Formar os arranjos dos algarismos 1, 3, 5 e 7
Ex.: 10! = 9 . 8 . 7 . 6! tomados 3 a 3.
11! = 10 . 9 . 8!
12! = 11 . 10!
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Solução: Os arranjos são as sucessões de três Quantidade de permutações simples
algarismos distintos escolhidos entre os algarismos da-
O número de permutações de “n” elementos distintos
dos:
é dado por:
(1, 3, 5) (1, 3, 7) (1, 5, 7) (3, 5, 7)
Pn = n!
(1, 5, 3) (1, 7, 3) (1, 7, 5) (3, 7, 5)
(3, 5, 1) (3, 1, 7) (5, 7, 1) (5, 3, 7) Ex.: Quantos anagramas podemos formar com a pa-
(3, 1, 5) (3, 7, 1) (5, 1, 7) (5, 7, 3) lavra BRASIL?
(5, 3, 1) (7, 1, 3) (7, 1, 5) (7, 3, 5)
(5, 1, 3) (7, 3, 1) (7, 5, 1) (7, 5, 3) Cada anagrama corresponde a uma permuta-
ção das letras B, R, A, S, I e L. Como temos 6 letras dis-
tintas, o número de anagramas é:
Quantidades de arranjos
P6 = 6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 720
Para se determinar a quantidade de arranjos a ser
formado numa contagem, utiliza-se a fórmula fatorial. quantidade de permutação com repetição
A n, p = n (n - 1)(n - 2) ... (n - (p - 1)) ou Quando temos “n” elementos dos quais n1 são repe-
tidos de um tipo, n2 são repetidos de outro tipo, n3 são
n! repetidos de outro tipo, e assim por diante, o número de
A n, p =
(n - p)! permutações que podemos formar é dado por:
Exemplos: n!
Pnn1, n2 , n3 , ...,nk =
1) Quantos são os arranjos de 10 elementos, tomados n1! n 2 ! n 3 !...n k !
4 a 4?
Ex.: Quantos são os anagramas das palavras ELE-
A10, 4 = 10 x 9 x 8 x 7 = 5 040 ou GER e CANDIDATA?
10! 3 628 800 Sabemos que cada anagrama corresponde a uma
A 10, 4 = = = 5.040
(10 - 4)! 720 permutação das letras da palavra. Nos exemplos ocorrem
letras repetidas, então:
2) Expressar A20, 12 usando a notação fatorial.
a) ELEGER = 6 letras, sendo 3 E, 1 L, 1 G e 1 R. O
20! 20! número de diagramas é:
Temos: A 20, 12 = =
(20 - 12)! 8! 6! 6 5 4 3 !
P63 = = = 120
Arranjo com repetição 3! 3 !
Arranjo com repetição é um agrupamento de “p” b) CANDIDATA = 9 letras, sendo 3 A, 2 D, 1
elementos, tomados de um conjunto com “n” elementos, C, 1 N, 1 I e 1 T. O número de diagramas é:
no qual a mudança de ordem determina agrupamentos
diferentes, podendo, entretanto, ter elementos repetidos. 9! 9 8 7 6 5 4 3 !
P93, 2 = = = 30 240
3!2! 3 ! 2
O número de arranjos com repetição de “n” elemen-
tos tomados “p” a “p”, é indicado por ARn, p, onde: COMBINAÇÕES
p
ARn, p = n Combinação é o tipo de agrupamento em que um
grupo é diferente de outro apenas pela natureza dos ele-
mentos compostos, não importando a ordem dispostas
PERMUTAÇÕES dos mesmos.
Denominamos permutação a toda sucessão de “n” Ex.: Suponhamos que uma loja dispõe de dois prê-
termos formada com os “n” elementos dados e diferem mios e decide sorteá-los entre os clientes que acertarem
os grupos pela mudança de ordem de seus elementos. uma determinada pergunta, premiando assim, dois clien-
tes. Quatro clientes “A”, “B”, “C” e “D” acertam a per-
De um modo geral, uma permutação simples é um ar-
gunta. Neste caso, os clientes premiados podem ser:
ranjo simples envolvendo todos os elementos de um con-
junto. As permutações são formadas pelos mesmos ele- A e B ou A e C ou A e D ou B e C ou B e D ou C e
mentos porém, em ordem diferente. D.
Ex.: Com os números 7, 8 e 9 podemos formar as se- Cada uma dessas possibilidades é um agrupamento
guintes sucessões: dos 4 alunos, tomados 2 a 2, não importando a ordem em
que são citados.
(7, 8, 9), (7, 9, 8), (8, 7, 9), (8, 9, 7), (9, 7, 8) e (9, 8,
7) Denominamos pois, combinação simples de “p”
elementos distintos, tomados “p” a “p” de um conjunto
de “n” elementos a qualquer subconjunto de “p” elemen-
tos desse conjunto, de modo que a mudança de ordem
desses elementos determine a mesma combinação.
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Raciocínio Lógico-Matemático
Ex.: Quantos subconjuntos (combinações simples) de
dois algarismos podemos formar com os elementos do 3. NOÇÕES DE PROBABILIDADE
conjunto A = {7, 8, 9}?
3.1. INTRODUÇÃO
Solução: Os subconjuntos são: {7, 8}, {7, 9}, {8, 9}
Sabemos que a Análise Combinatória estuda regras
Portanto, são três as combinações simples. de contagem do número de modos de ocorrência de cer-
Observe que as combinações {7, 8} e {8, 7} são tos acontecimentos e do número de agrupamentos que
iguais, assim como {7, 9} e {9, 7} e, também, {8, 9} e podem ser feitos com uma quantidade finita de objetos
{9, 8}. dados.
Já a Teoria da Probabilidade procura quantificar
numericamente a chance de que tais acontecimentos
Notação e indicação de quantitativo ocorram de determinada maneira e de que tais agrupa-
O número de combinações simples de “n” elemen- mentos obedeçam a determinadas condições.
tos, tomados “p” a “p”, é indicado por Cn, p onde: Resumindo, a probabilidade estuda os experimentos
n! aleatórios.
C n, p =
(n - p)! p! 3.2. EXPERIMENTO ALEATÓRIO
Ex.: Numa sessão em que estão presentes 18 depu- É comum no nosso dia-a-dia vivenciarmos, em
tados, 4 serão escolhidos para uma comissão que vai es- maior ou menor grau, acontecimentos fortuitos ou aca-
tudar um projeto do governo. De quantos modos diferen- so.
tes poderá ser formada a comissão?
Assim, num jogo de futebol entre duas equipes “A”
Solução: Dos 18 deputados devemos escolher 4 pa- e “B” pode resultar:
ra formar a comissão. Imaginemos que uma comissão
possível seja formada pelos deputados “A”, “B”, “C” e 1) que, apesar do favoritismo de “A”, a equipe “B”
“D”. A ordem em que citamos os deputados não importa, ganhe o jogo;
uma vez que se dissermos, por exemplo, que a comissão 2) que, confirmando o favoritismo, a equipe “A”
é formada por “C, B, D e A” estaremos nos referindo à ganhe o jogo; ou
mesma comissão. Isso significa que cada possível comis- 3) que haja empate entre ambos.
são corresponde a uma combinação dos 18 deputados Como vimos, o resultado final depende do acaso e
tomados 4 a 4. Então, o número de modos de formar a fenômenos como esses são chamados de fenômeno alea-
comissão é: tório ou experimentos aleatórios.
18! 18! Definindo, experimentos ou fenômenos aleatórios
C 18, 4 = = =
(18 - 4)! 4! 14! 4! (ou casual) são aqueles que, mesmo repetidos várias ve-
18 17 16 16 15 14! zes sob condições iguais, apresentam resultados incertos
= = 3.060 ou não previstos. A variabilidade do resultado é devida
4 3 2 1 14!
ao que chamamos acaso.
Ex.: Quando jogamos uma moeda sobre a mesa po-
ARRANJO OU COMBINAÇÃO??? de ocorrer cara ou coroa; entretanto, se forem feitas vá-
rias experiências, espera-se que ocorram cara e coroa em
Antes de iniciar a resolução de um cálculo é preciso igual número de vezes. Se vai acontecer, é o que cha-
saber se o problema pede arranjo simples ou combinação mamos de fato imprevisto.
simples.
Para isso, basta responder à seguinte pergunta: A 3.3. ESPAÇO AMOSTRAL
ORDEM DOS ELEMENTOS FAZ DIFERENÇA? Se Em geral, a cada experimento correspondem vários
fizer, temos arranjo simples. Caso contrário, combinação resultados possíveis.
simples.
A esse conjunto de resultados possíveis damos o
nome de espaço amostral ou conjunto universo, repre-
sentado por U. Vejamos:
1) No lançamento de um dado há seis resultados
possíveis, ou seja:
U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
2) Em dois lançamentos sucessivos de uma moeda
podemos obter cara nos dois lançamentos, ou cara no
primeiro e coroa no segundo, ou coroa no primeiro e cara
no segundo, ou coroa nos dois lançamentos. Neste caso o
espaço amostral é:
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Raciocínio Lógico-Matemático
U = {(Ca, Ca), (Ca, Co), (Co, Ca), (Co, Co)} 6) união de eventos: O evento A B ocorre quan-
A cada um dos elementos do conjunto espaço amos- do o evento A ocorre ou o evento B ocorre ou ambos
tral damos o nome de ponto amostral. ocorrem.
Ex.: Se 2 U 2 é um ponto amostral de U. Ex.: Seja U = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}
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2) A soma das probabilidades de todos os resultados Já a probabilidade de ocorrer o evento B = {5, 6} é:
possíveis é igual a 1, isto é:
1 1 2 1
p1 + p2 + p3 + ... + pn = 1 P(B) = P(5) + P(6) = + = = .
6 6 6 3
Nessas condições, dizemos que os números p1, p2,
b) Consequência importante
p3, ... pn formam uma distribuição de probabilidades
sobre o espaço amostral U = {a1, a2, a3, ..., an}. Quando o espaço amostral é equiprovável, ou seja,
o experimento aleatório tem “n” resultados possíveis, to-
Também indicamos:
dos com chances iguais de ocorrer, se um evento “A” é
p1 = P(a1), p2 = P(a2), p3 = P(a3), ..., pn = P(an) composto de “k” elementos, então chamamos de pro-
babilidade de um evento “A” (A U) o número real
b) Distribuição Uniforme P(A), tal que:
A distribuição uniforme pode ser adaptada a um expe-
rimento em que o espaço amostral seja formado por ele- P(A) = n(A) onde
mentos que têm a mesma chance de ocorrer. Nesse caso, di- n(U)
zemos que o espaço amostral é equiprovável.
P(A) = um número real.
Se U = {a1, a2, a3, ..., an} é um espaço amostral equi- n(A) = número de elementos de A.
provável, adotamos a distribuição de propriedade em que p1 n(U) = número de elementos de U.
= p2 = p3 = ... = pn, denominada distribuição uniforme,
tal que: Exemplos:
1 1 1 1 01) Ao sortear ao acaso um dos números naturais de
p1 = , p2 = , p3 = , ..., p n =
n n n n 0 a 99, qual a probabilidade de ser sorteado um número
maior que 50?
É importante observar que num experimento com “n”
resultados distintos que tenham chances iguais de ocorrer, a U = {0, 1, 2, 3, ..., 99}
1
probabilidade de ocorrência de cada resultado é . Neste caso n(U) = 100
n
Exemplos:
O evento A formado pelos números maiores que
50 é A = {51, 52, 53, ..., 99}
1) Ao jogar uma moeda equilibrada e observar a fa-
ce superior, há 2 resultados possíveis equiprováveis: ca- Temos n(A) = 49
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Raciocínio Lógico-Matemático
B = {1, 2, 3, 4, 5, 6} n(B) = 6 bola 7 é 1 . Logo, a probabilidade de não sair a bola 7 é
10
6
1
Então P(B) =
6
=1 1- , que é igual a 9 .
10 10
obter um lado “k” qualquer 2) Se a probabilidade de um atirador acertar um al-
C = {k} n(C) = 1 vo é de 0,60 (60%), então a probabilidade de não acertar
é 1 - 0,40 que é igual a 0,40 (40%).
1
Então P(C) =
6
3.8. PROBABILIDADE DE OCORRER O
obter um número maior que 6 EVENTO “A” OU “B”
D = n(D) = 0 Dados dois eventos “A” e “B”, calcular a probabili-
0 dade de ocorrer A ou ocorrer B significa calcular a pro-
Então P(D) = =0 babilidade da união entre dois eventos “A B”.
6
Consideremos dois casos distintos:
Pelos exemplos vistos acima concluímos que:
* A B = (eventos mutuamente exclusivos)
1) Qualquer que seja o evento A, a probabilidade de
ocorrer A é um número real do intervalo [0, 1]. Quando A e B são eventos mutuamente exclusivos
“A B = ”, a ocorrência de um deles implica a não
0 P(A) 1 ocorrência do outro.
2) A probabilidade de ocorrer um evento certo é Neste caso, como A e B não têm elemento comum,
igual a 1. e A B é formado reunindo-se num só conjunto os ele-
P(U) = 1 mentos de A e de B, temos que:
3) A probabilidade de ocorrer um evento impossível Se A e B são eventos mutuamente exclusivos, a
é igual a 0. probabilidade de ocorrer A ou B é igual à soma da pro-
babilidade de A com a de B.
P() = 0
P(A B) = P(A) + P(B)
4) Como 0 = 0% e 1 = 100%, a probabilidade de um
evento ocorrer pode ser dada em porcentagem, isto é, * A B
qualquer probabilidade estará sempre entre 0% e 100%. Neste caso, a probabilidade de ocorrer “A” ou “B” é
5) A probabilidade de ocorrer um evento elementar igual à soma da probabilidade de A com a de B, menos a
qualquer é (lembrando que n(A) = 1). probabilidade da interseção A B.
1 P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B)
P(A) =
n Exemplo: No sorteio de um número natural de 1 a
6) Essas definições supõem que todos os elementos 100, a probabilidade de sair um número múltiplo de 10 é
do espaço amostral sejam igualmente prováveis (tenham a probabilidade do evento A = {10, 20, 30, 40, 50, 60,
a mesma chance de ocorrer), isto é, sejam equiprováveis. 70, 80, 90, 100}.
10 1
3.7. PROBABILIDADE DE NÃO OCORRER Temos P(A) = = .
100 10
UM EVENTO
Seja A um evento qualquer formado de “k” resulta- A probabilidade de sair um múltiplo de 15 é a pro-
dos dentre “n” possíveis. babilidade do evento
B = {15, 30, 45, 60, 75, 90}.
A probabilidade de não ocorrer “A” é a probabili-
dade de um dos “n - k” resultados possíveis que não per-
Temos P(B) = 6 =
3
tencem a “A”. 100 50
Portanto, a probabilidade de não ocorrer “A” é a Como A B = {30, 60 90}, temos
probabilidade de ocorrer o evento complementar A . 3
P(A B) = . Então,
Como a soma das probabilidades de todos os resul- 100
tados possíveis é 1, temos que: P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B)
P( A ) = 1 - P(A) P(A B) = 10 +
6
-
3
=
13
100 100 100 100
Exemplos:
1) Numa urna há 10 bolas numeradas de 1 a 10. Ex- Assim, a probabilidade de sair um múltiplo de 10
traindo-se uma delas ao acaso, a probabilidade de sair a ou de 15 é igual a 13 .
100
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Raciocínio Lógico-Matemático
Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...}
3.9. PROBABILIDADE CONDICIONAL
b) Subconjuntos
Consideremos dois eventos “A” e “B” de um espaço
Tal conjunto possui os seguintes subconjuntos:
amostral U. A probabilidade de ocorrer o evento “B”
condicionada a “A” é a probabilidade de ocorrer “B” da- Z = {... –3, -2, -1, 1, 2, Núm. Int. NÃO-NULOS
do que “A” já ocorreu. Indica-se P(B / A) que se lê: 3, ...}
“probabilidade de B dado A”.
Z + = {1, 2, 3, 4, 5, ...} Núm. Int. Positivos sem o
Exemplo: Em um sorteio, cujos bilhetes têm números Zero
inteiros de 1 a 100, o apresentador anuncia que o número
Z - = {..., -5, -4, -3, -2, - Núm. Int. Negativos sem o
sorteado é par.
1} Zero
Um concorrente possui três bilhetes com números pa- Z- = {..., -5, -4, -3, -2, - Núm. Int. NÃO-POSITIVOS
res. Qual a probabilidade desse concorrente vir a ganhar 1, 0}
o prêmio? Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...} Núm. Int. NÃO-NEGATIVOS
O problema envolve um condicionamento. Observe
que, ao anunciar que o número sorteado é par, o espaço c) Representação geométrica
amostral (que era formado pelos cem números) sofre
uma restrição: “Passamos a ter um novo espaço amos- Podemos representar os números inteiros por pontos
tral, agora formado somente pelos números pares. de uma reta conforme a figura seguinte:
Entretanto, certas situações não encontravam respos- Módulo ou Valor Absoluto de um número é a dis-
tas no conjunto dos números naturais. Como, por exem- tância do ponto da reta que o representa até o ponto que
representa o zero (origem).
plo resolver uma operação “x - y” com “x y. Para so-
lucionar esses problemas, foi criado o conjunto dos nú- Assim, dois números opostos têm o mesmo valor ab-
meros inteiros relativos representado por: soluto, isto é, o mesmo módulo.
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Raciocínio Lógico-Matemático
O módulo de um número é indicado por duas barras 4ª) Mais outra propriedade da adição.
verticais “ ”.
Leia com atenção.
Exemplos:
a) 4 + 5 = 9 (4 N, 5 N e 9 N)
O módulo de + 3 é 3e indicamos: +3 = 3 b) 35 + 115 = 150 (35 N, 115 N e 150 N)
O módulo de -5 é 5 e indicamos: -5 = 5
Adicionando-se dois números naturais, a soma é
e) Operações fundamentais com números sempre um número natural.
➢ADIÇÃO Essa regra de adicionar dois números naturais e obter
um número também natural chama-se propriedade do
Adição (operação). soma (resultado) fechamento.
Relembremos: 4 + 5 = 9 Simbolicamente, a propriedade do fechamento da
4 e 5 são as parcelas; 9 é a soma ou resultado; a ope- adição é assim:
ração realizada denomina-se adição; a adição de dois
“a N” e “b N)” → (a + b) N = Fechamento
números é indicada pelo sinal +.
da adição em N
Propriedades da Adição
➢SUBTRAÇÃO
1ª) Observe: 4 + 5 = 9 e 4 + 5 = 5 + 4 onde
Subtração (operação), diferença ou resto (resulta-
5+4=9
do).
Você dirá:
Relembrar nunca é demais: 7 - 2 = 5
a) 4 + 5 e 5 + 4 possuem a mesma soma. Essa igualdade traduz uma subtração.
b) A ordem das parcelas não altera a soma.
Os números 7 e 2 são os termos da diferença 7 - 2; 7
c) A propriedade que permite comutar (ou trocar, ou
é o minuendo e 2 é o subtraendo. O valor da diferença
permutar, ou mudar) a ordem das parcelas é a proprie-
7 - 2 é 5; número este chamado de resto ou excesso de 7
dade comutativa.
sobre 2.
A propriedade comutativa da adição representa-se
Analisemos estes outros exemplos:
por meio da sentença: a + b = b + a e é chamada
comutativa da adição. 1) 8 - 8 = 0 → O minuendo pode ser igual ao sub-
traendo.
2ª) Consideremos três parcelas 8, 4 e 3, assim indica-
das: (8 + 4) + 3. Efetuando-se a adição entre parênteses 2) 7 - 8 → é impossível em N; é o mesmo que es-
obtemos 12; em seguida, adicionando-se 3 a esse resul- crever: 7 – 8 N.
tado, encontramos 15. Portanto, o subtraendo deve ser menor ou igual ao
Isto é: (8 + 4) + 3 = 12 + 3 = 15 (soma final) minuendo, para que uma subtração se realize em N.
Agora, observe a soma final conforme esta outra in- Você notou, então, que a subtração nem sempre é
dicação: possível entre dois números naturais. Por isso, é necessá-
rio que numa subtração em N, o minuendo seja maior ou
8 + (4 + 3) = 8 + 7 = 15 (soma final) igual ao subtraendo.
Conclusão: Na adição de três parcelas, é indiferente Verificação de propriedades da subtração
associarmos as duas primeiras ou as duas últimas parce-
las, pois a soma final é sempre a mesma. Essa proprieda- a) O conjunto N não é fechado em relação à operação
de de associação chama-se propriedade associativa. de subtração, pois: 3 - 5 N.
b) A subtração em N não admite a propriedade comu-
Procure fixar a propriedade associativa da adição tativa, pois: 5 - 3 3 - 5.
através desta simbologia. c) A subtração em N não possui elemento neutro em
(a + b) + c = a + (b + c) = (a + c) + b relação à operação de subtração:
Associativa da Adição 5 – 0 = 5 entretanto 0 – 5 5 Logo: 0 – 5
3ª) Baseando-se nos últimos quatro exercícios, você 5-0
concluirá que existe um número que não modifica a so- d) A subtração em N não admite a propriedade asso-
ma, mesmo comutando a ordem das parcelas. Esse nú- ciativa, pois (13 - 3) - 1 13 - (3 - 1).
mero é o zero.
A Subtração como operação inversa da Adição
Dizemos, então, que essa propriedade é chamada
propriedade do elemento neutro da adição, que é o ze- Consideremos:
ro. 6 + 2 = 8 “equivale a” 6 = 8 - 2e
Simbolizamos o elemento neutro da adição escreven- 6 + 2 = 8 “equivale a” 2 = 8 - 6
do:
a+0=0+a=a Neutro da Adição
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Raciocínio Lógico-Matemático
Conclusões: ➢MULTIPLICAÇÃO
a) A subtração é inversa da adição. Multiplicação (operação), produto (resultado).
b) Uma das parcelas é igual à soma menos a outra.
Observe estas igualdades:
Agora, observe esta sentença:
3 + 3 = 6
x + b = a ou b + x = a 5 + 5 + 5 = 15
2 + 2 + 2 + 2 = 8
Suponhamos que a e b são dois números naturais co-
nhecidos e x também é um número natural, mas desco- Elas significam que os números 6, 15 e 8 podem ser
nhecido. Calculamos o valor de x com a seguinte equiva- decompostos em somas de parcelas iguais.
lência: Na expressão: 3 + 3 há duas parcelas iguais. Este
a + b = a ou b + x = a → x = a - b número está repetido duas vezes como parcela. Dizemos
que o número 3 está multiplicado por 2 e podemos es-
Técnica operatória da adição crever:
Aplicações da técnica operatória da adição 3 + 3 = 3 x 2 (ou 3 . 2) = 6
a) Cálculo de x (incógnita ou valor desconhecido) Na expressão 5 + 5 + 5 há três parcelas iguais. O nú-
numa sentença matemática em N. mero 5 está escrito três vezes, como parcela. Dizemos
que este número está multiplicado por 3 e podemos es-
Exemplos: crever:
1) x + 9 = 15 x = 15 - 9 x =6 5 + 5 + 5 = 5 x 3 (ou 5 . 3) = 15
2) 8 + x = 12 x = 12 - 8 x =4
Conclusão: Multiplicação é a adição de parcelas
b) Na resolução de problemas, em N. iguais, onde
Exemplos: o produto é o resultado da operação multiplicação;
fatores são números que participam da operação.
1) Qual o número que adicionado a 6, torna-se igual a
18? Seja x o número procurado. A tradução matemática a . b=c a, b → fatores
de “numero que adicionado a 6, torna-se igual a 18” é a c → produto
seguinte:
De modo mais amplo, podemos exprimir:
x + 6 = 18 x = 18 - 6 x = 12
a + a = a x 2 ou a . 2 ou, simplesmente, 2a
Empregando a técnica operatória da adição, resulta:
b + b + b = b x 3 ou b . 3 ou, simplesmente, 3b
x + 6 = 18 x = 18 - 6 x = 12 y + y + y + y = y x 4 ou y . 4 ou, simplesmente,
Portanto, o número procurado é 12. 4y
Prova: 12 + 6 = 18 Propriedades
2) Adicionando-se 10 unidades a um número, obte- a) A propriedade que permite comutar (ou trocar, ou
mos 21. Qual é esse número? mudar) a ordem dos fatores é a propriedade comutativa
Seja “x” o número desconhecido. Se 10 unidades de- que, no caso da multiplicação, simbolizamos assim:
vem ser adicionadas a x a fim de torná-lo igual a 21, en-
a . b = b . a Comutativa da Multiplicação
tão:
b) Para calcular 3 . 4 . 5 pode-se usar o seguinte arti-
Conforme a técnica operatória da adição, obtemos: fício:
10 + x = 21 x = 21 - 10 x = 11 (3 . 4) . 5
Prova: 10 + 11 = 21
Calcula-se primeiro o produto da operação entre pa-
Técnica Operatória da Subtração rênteses, que é 12. O resultado, multiplica-se por 5, re-
Analisando esta equivalência: 6 - 2 = 4 sultando = 60.
Você concluirá: O minuendo é igual ao resto mais o Observe que o mesmo produto 60 obtém-se com este
subtraendo. outro artifício:
Suponhamos que nesta sentença: x - b = a 3. (4 . 5)
Você conheça os números naturais a e b e deseje sa- Neste caso, multiplica-se 3 pelo resultado da opera-
ber quanto vale x, que é também um número natural, ção entre parênteses, que é 20. Resulta o mesmo valor
mas desconhecido. Como fazer para se determinar o va- 60.
lor de x ?
Essa regra de associar fatores entre parênteses cha-
Observe: x - b = a x = a+b ma-se propriedade associativa da multiplicação.
Completada essa equivalência, você nota que ela é Simbolicamente:
verdadeira em N, mediante a condição: x b
(a . b) . c = a . (b . c) = (a . c) . b
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Raciocínio Lógico-Matemático
Associativa da Multiplicação ➢DIVISÃO
c) A propriedade comutativa permite seja escrito: Divisão (operação), Quociente (resultado).
1 . x = x ou x . 1 = x 1) A divisão exata
É fácil perceber que qualquer que seja o número co- Observe: 8 : 4 = 2 (divisão exata)
locado no lugar do x terá como produto o próprio x ou
8 4
seja:
O número 1 é o elemento neutro da multiplicação. 0 2
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Raciocínio Lógico-Matemático
Vejamos quando aparecer uma subtração entre parên- Aplicações da técnica operatória da multiplicação
teses:
a) Cálculo de x (incógnita ou valor desconhecido)
(10 - 6) : 2 = 10 : 2 - 6 : 2 = 5 - 3 = 2 numa sentença matemática em N.
(10 - 6) : 2 = 4 : 2 = 2
Exemplos:
Também não sofreu alteração alguma o quociente,
1) 3x = 12 x = 12 : 3 x = 4
conforme a ordem em que foi calculado. O que verifica-
2) x . 4 = 20 x = 20 : 4 x = 5
mos em:
b) Na resolução de problemas em N.
(10 + 6) : 2 = 10 : 2 + 6 : 2
(10 - 6) : 2 = 10 : 2 = 10 : 2 - 6 : 2 Exemplo: O dobro de um número é igual a 14. Qual é
esse número?
é a propriedade distributiva da divisão exata váli-
da somente à direita, com relação às operações adição e Seja x o número procurado; 2x é o seu dobro. A tra-
subtração. dução matemática do enunciado do problema é:
Simbolicamente: 2x = 14
(a + b) : c = a : c + b : c E (a - b) : c = a : c - b : Empregando-se a técnica operatória da multiplicação:
c
2x = 14 x = 14 : 2 x = 7
Observação: Um dos mandamento da Matemática é:
Portanto, o número procurado é 7.
Jamais dividirás por zero Prova: 2 . 7 = 14
Isto significa que, numa divisão, o divisor tem que Anote para empregar na resolução de problema:
ser um número sempre diferente de zero.
2x → 2x é o dobro de x
2) A divisão não-exata 3x → 3x é o triplo de x
4x → 4x é o quádruplo de x
Consideremos este exemplo:
5x → 5x é o quíntuplo de x
9 4 9 é o dividendo; e assim por diante.
1 2 4 é o divisor;
2 é o quociente; e
1 é o resto. Técnica operatória da divisão exata
Analisando esta equivalência:
Tirando a prova desta divisão, obtemos: 9 = 4 . 2
+ 1 8 : 2 = 4 8 = 4 . 22 = 8 : 4
Isto é: dividendo = divisor . quociente + resto Você dirá:
De um modo geral: D = d . q + r a) O dividendo é o quociente multiplicado pelo divi-
sor.
A divisão como operação inversa da multiplicação b) O divisor é igual ao dividendo dividido pelo quo-
Atente para esta equivalência: ciente.
4 = 8 : 2 4.2 = 8 e 2 = Nestas sentenças:
8:4 x : a = b com a 0
Você dirá: a : x = b com x 0
a) A divisão exata é inversa da multiplicação. suponha que você conheça os números naturais a e b
b) Um dos fatores é igual ao produto dividido pelo e queira saber qual é o valor de x, também um número
outro fator. natural, mas desconhecido.
Técnica operatória da multiplicação x:a = b x = a.b e a : x = bx = a : b
Suponhamos que nesta sentença: Exemplos:
a . x = b ou x . a = b a) x : 4 = 3 x=4.3 x = 12
b) 6 : x = 2 x=6:2 x= 3
as letras a e b representam números naturais e x tam-
bém seja um número natural, mas desconhecido. f) Cálculo com operações especiais
De que modo você calcula o valor de x? POTÊNCIA
Raciocínio Lógico-Matemático
Aí está um exemplo de potenciação. Entretanto, em Potência de expoente 1 é a própria base. Isto
vez de 4 . 4 . 4 escrevemos: 4³, isto é: é:
4 . 4 . 4 = 4³ (potência) a1 = a
Potenciação é uma multiplicação de fatores iguais. 01 = 0 61 = 6 10 1 = 10
Por isso, não se costuma escrever o expoente 1,
Logo: que fica subentendido.
Base é o fator que se repete na multiplicação. Potências de base 10 calcula-se escrevendo 1
Expoente é o número que indica quantas vezes a ba- seguido de tantos zeros quantas forem as unidades
se deve ser multiplicada por si mesma. do expoente. Isto é:
O expoente indica também o grau da potência.
No exemplo anterior, a base é 4, o expoente é 3 e o 10 n = 1 000 000 000 ... n zeros
resultado 64 é a potência.
Portanto, a potenciação pode vir expressa sob a for- 10² = 100 10³ = 1000 10 4 = 10.000
ma de multiplicação (4 . 4 . 4) ou sob a forma de potên-
Quanto às propriedades, observe:
cia (4³).
23 = 8
Leitura de uma potência a) 2³ 3²
3 2 = 9
5² – lê-se: “cinco ao quadrado” ou “cinco à segunda
potência” A potenciação não possui a propriedade comutativa.
5² = 5 . 5 = 25
3 2
2³ – lê-se: “dois ao cubo” ou “dois à terceira potên- 2 = 8
2
( )
= 64 3 2 2
cia” b) 2 ( 2)
3
32
(2 ) = 2
9
2³ = 2 . 2 . 2 = 8 = 512
4
3 – lê-se: “três à quarta potência”
Logo pelo que se pode observar, a potenciação tam-
3 4 = 3 . 3 . 3 . 3 = 81 bém não possui a propriedade associativa.
c) (5 . 2)³ = (5 . 2) . (5 . 2) . (5 . 2), e
7 5 – lê-se: “sete à quinta potência” (5 . 2) . (5 . 2) . (5 . 2) = (5 . 5 . 5) . (2 . 2 . 2), e
7 5 = 7 . 7 . 7 . 7 . 7 = 16.807
(5 . 5 . 5) . (2 . 2 . 2) = 5³ . 2³
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a) 7 2 . 7 3 = 7 . 7 . 7 . 7 . 7 = 7 5 Simbolicamente:
b) 4 . 4 2 . 4 4 = 4 . 4 . 4 . 4 . 4 . 4 . 4 = 4 7 am : an = am - n
am - n
= am : an
Note que em b), no primeiro fator 4, o expoente su-
bentendido é 1 e não zero. com a 0 e “m” e “n” N
4 2 6 Potência de um Número Decimal
c) a . a = a . a . a . a . a . a = a
Para se elevar um número decimal, a uma potência,
Para multiplicar potências com bases iguais repete-se calcula-se a potência do número sem a vírgula, isto é,
a base e adicionam-se os expoentes. como se fosse inteiro e, a seguir, separa-se do resultado
um número de casas decimais igual ao produto do núme-
Simbolicamente: ro de casas decimais pelo expoente da potência.
am . an = am + n → am + n
= am . an Assim, o cubo do número decimal 2,12 é dado da se-
guinte maneira:
Técnica do produto de potências de mesma base 212 3 = 9.528.128 portanto:
Potência de potência 2,12³ = 9,528128, pois 2,12³ = 2,12 x 2,12 x
2,12 que é o produto com 6 casas decimais (2 x 3).
Observe o que chamamos de potência de potência e
como é feito o seu cálculo: Exemplos:
4
a) (3²) é uma potência de potência (3,1)4 = (31/10)4 (-1,02)3 = (-102/100)3
b) (a³)² é também uma potência de potência (5,3)6 = (53/10)6 (4,25)7 =
(425/100)7
Calculando: (-2,05) = (-205/100)2
2
(3,40)5 =
4
a) (3²) = (3²) . (3²) . (3²) . (3²) = 3 2+2+2+2
= 3 2.4
= (340/100)5
38 (2,3)9 = (23/10)9 (7,9)10 = (79/10)10
b) (a³)² = (a³) . (a³) = a3 + 3 = a3 . 2 = a6 (0,12) = (12/100)6 (0,5)12 = (5/10)12
(0,01)3 = (1/100)3 (0,001)5 =
Conclusão: Para elevar uma potência a outra potên- (1/1000)5
cia, conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes.
RADICIAÇÃO
Simbolicamente:
É a operação que tem por fim, dada uma potência de
(am )n = am . n
am . n = (am )n um número e o seu grau, determinar esse número.
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3 3 MÚLTIPLOS E DIVISORES
52 = 5, 18 3 = 18, 2 3 = 2,
etc... 1) Múltiplo de um número natural
Raiz quadrada de números inteiros é m últiplo de
Observação: Na maioria dos casos de raiz quadrada Exemplo: Seja M 5 ou M(5) o conjunto dos múltiplos
de números inteiros, usamos somente o valor positivo, do número 5. Veja como se obtêm os múltiplos de 5:
como nos exemplos que citaremos em seguida.
5.0=0 → 0 é múltiplo de 5
A raiz quadrada de números formados de 1 e 2 alga- 5.1=5 → 5 é múltiplo de 5
rismos apenas, sendo quadrados perfeitos, se extrai men- 5 . 2 = 10 → 10 é múltiplo de 5
talmente. .........................................................
Um número inteiro é quadrado perfeito quando ele M 5 = {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, ...}
é igual ao quadrado de outro inteiro. Não se Esqueça:
Vejamos: a) Zero é múltiplo de qualquer número.
b) Todo número é múltiplo de si mesmo.
36 é quadrado perfeito porque é quadrado de 6.
c) Todo número múltiplo de 2 é também chamando
49 é quadrado perfeito porque é quadrado de 7.
número par.
Em seguida, veremos a relação de quadrados perfei- d) Todo número não múltiplo de 2 é também cha-
tos de 1 até 100 e suas respectivas raízes. mado número ímpar.
e) O conjunto dos múltiplos de um número diferente
1 =1 4 = 2 9 = 3 de zero é infinito.
16 = 4 2) Divisores de um número natural
25 = 5 36 = 6 49 = 7 Considere este outro esquema:
64 = 8 é divisor de
81 = 9 100 = 10 3 = 21 : 7
7 = 21 : 3
Todo número terminado em 2, 3, 7, 8 ou em núme-
é divisor de
ro ímpar de zeros não pode ser quadrado perfeito e sua
raiz é um número irracional. Divisores de um número são todos aqueles que o di-
Com efeito, pela relação apresentada, vimos que os videm exatamente.
quadrados dos nove primeiros números terminam em: 1,
4, 5, 6 ou 9. Exemplo: Seja D 6 ou D(6) o conjunto dos divisores
do número 6. Veja como se obtêm os divisores de 6:
Como o quadrado de um número qualquer termina
sempre pelo algarismo das unidades do quadrado do al- 6 : 1 = 6 → 1 é divisor de 6
garismo de suas unidades simples, concluímos que só 6 : 2 = 3 → 2 é divisor de 6 D 6 = {1, 2, 3, 6}
podem ser quadrados perfeitos os números terminados 6 : 3 = 2 → 3 é divisor de 6
em 1, 4, 5, 6, 9 ou em número par de zeros. 6 : 6 = 1 → 6 é divisor de 6
Raiz Quadrada de Frações Ordinárias 1 é o menor divisor de qualquer número.
Todo número diferente de zero é divisor de si
Para se extrair a raiz quadrada de uma fração ordiná-
mesmo.
ria extraem-se as raízes quadradas dos dois termos de
O conjunto dos divisores de um número diferente
fração, aplicando-se a mesma regra dos números inteiros.
de zero é finito.
Assim,
Critérios de Divisibilidade
36 36 6 256 256 16 Observe esta equivalência:
= = = =
49 49 7 625 625 25 é divisível por
é divisor de
Como vimos, extraímos a raiz quadrada do numera- 20 : 5 = 4
20 : 4 = 5
dor e a do denominador da fração. 5 . 4 = 20
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Raciocínio Lógico-Matemático
No sistema decimal de numeração, utilizamos regras Para saber se um número é primo ou não, divide-se o
especiais para saber se um número é ou não divisível por número dado, sucessivamente pelos números primos 2,
outro, sem fazer a divisão. 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, ..., até se encontrar um quociente
menor ou igual ao divisor. Se nenhuma dessas divisões
Assim, um número é divisível por
for exata, então, o número dado é primo.
2 Quando for par, isto é, quando terminar em 0, 2, 4, 6 e 8.
Quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos for
3 divisível por 3. Veja como exemplo o número 257.
* 126 é divisível por 3, pois 1 + 2 + 6 = 9 e 9 : 3 = 3
Quando os dois últimos algarismos forem 00 ou formarem um 257 7 257 11 257 13 257 17
número divisível por 4.
4 • 500 é divisível por 4. Os dois últimos algarismos são 00. 47 36 37 23 127 19 87 15
•232 é divisível por 4. Os dois últimos algarismos formam o 5 4 10 2
número 32, que é divisível por 4.
Quando o algarismo das unidades for 0 ou 5, isto é, quando
5 terminar em 0 ou 5. Portanto, o número 257 é primo. Encontramos um
Quando for divisível por 2 e por 3, ao mesmo tempo. quociente menor que o divisor e a divisão não é exata.
6 •108 é divisível por 2, pois é par; e também por 3, pois 1 + 0 +
8 = 9 e 9 é divisível por 3. Portanto, 108 é divisível por 6. Verifiquemos agora, se 289 é primo.
Quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos for
9 divisível por 9. 289 não é divisível por 2, 3, 4, 5, 6 (critérios de divi-
• 207 é divisível por 9, pois 2 + 0 + 7 = 9 e 9 : 9 = 1 sibilidade); mas
Quando o algarismo das unidades for 0, isto é, quando terminar
10 em 0. 289 7 289 11 289 13 289 17
9 41 69 26 29 22 119 17
E quando você quiser saber se um número é divisível
por outro, cuja regra não conste nessa tabela, faça dire- 2 3 3 0
tamente a divisão.
NÚMEROS PRIMOS E NÚMEROS COM- O número 289 não é primo porque a divisão é exata.
POSTOS Quando dois ou mais números só admitem como di-
Vejamos o conjunto N* = {1, 2, 3, 4, ...} sob este as- visor comum o número um (1), são chamados de primos
pecto: entre si.
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4 2 6 2 m.d.c. de dois ou mais números é o produto dos fato-
res primos comuns, cada um deles tomado com o seu
2 2 22 3 3 2 . 3 menor expoente.
1 1
Portanto:
90 = 2 . 3² . 5
8 2 84 = 2² . 3 . 7
24 = 2² . 3
4 2 2³
m.d.c. (90, 84, 24) =2.3=6
2 2
c) Pelas divisões sucessivas:
m.m.c de dois ou mais números é o produto dos fato- m.d.c (72, 42) = ?
res primos comuns e não-comuns, cada um deles tomado
1 1 2 2 quocient
com o seu maior expoente.
e
Portanto: 4 = 2² 6=2.3 8 = 72 42 30 12 6 divisores
2³
m.d.c.: divide-se o maior pelo menor. Depois, divide-
m.m.c (4, 6, 8) = 2³ . 3 = 8 . 3 = 24 se o menor pelo resto da divisão entre o maior e o me-
c) Pelo processo tradicional: nor. A seguir, divide-se o 1º resto pelo 2º resto e assim
sucessivamente, até surgir resto zero. O último divisor é
4 6 8 2 o m.d.c.
2 3 4 2
Portanto o m.d.c. (72, 42) = 6
1 3 2 2 m .m .c (4, 6, 8) = 24
1 3 1 3 Emprego da Prática do M.M.C
1 1 1 2 . 2 . 2 . 3 = 24 1. Digamos que no Brasil o Presidente deva perma-
necer 4 anos em seu cargo, os Senadores, 6 anos e os
MÁXIMO DIVISOR COMUM – MDC Deputados, 3 anos. Com as eleições havidas em 2002 pa-
Maximização (operação), Maior Divisor Comum ra os três cargos, em que ano se realizarão novamente e
(resultado) simultaneamente as eleições para esses cargos?
Maximização é a operação que associa a dois núme- Resolução: Calculando o M.M.C de 4, 6 e 3 = 12, en-
ros naturais o maior divisor comum, cuja abreviatura é contramos o número de anos necessários para que
m.d.c. ocorram novas eleições conjuntas. Se as últimas foram
realizadas em 2002, as eleições seguintes serão efetuadas
m.d.c (12, 18) = ? ou 12 D 18 = ? em: 2002 + 12 = 2014.
a) Por intersecção (U = N*): 2. Duas rodas de uma engrenagem têm 14 e 21 den-
D12 = {1, 2, 3, 4, 6, 12} D18 = {1, 2, 3, 6, 9, tes, respectivamente. Cada roda tem um dente estragado.
18} Se, em um dado instante, estão em contato os dois dentes
estragados, depois de quantas voltas se repete novamente
D12 D18 = {1, 2, 3, 6}
este encontro:
O m.d.c de dois ou mais números é o maior valor da Resolução: Calcula-se o M.M.C. de 14 e 21 = 42, que
intersecção dos conjuntos dos divisores desses números. é o número de dentes que deverá passar pelo ponto de
Portanto, m.d.c. (12, 18) = 6 ou 12 D 18 = 6 origem para que se repita o encontro.
b) Por decomposição em fatores primos ou fatoração Dividindo-se 42 por 14 e 21, encontraremos, respec-
completa: tivamente, o número de voltas que a roda menor e a mai-
or deverão dar, logo:
m.d.c. (90, 84, 24) = ?
42 : 14 = 3 e 42 : 21 = 2
90 2 84 2
g) Expressão numérica
45 3 42 2
É um conjunto de operações indicadas por números.
15 3 21 3 Toda expressão numérica corresponde a um número que
5 5 7 7 se obtém realizando as operações indicadas. Essas ope-
rações devem ser efetuadas segundo uma ordem rigoro-
1 1 sa para não oferecer confusões.
24 2 Vamos fazer este acordo e respeitá-lo:
12 2 Nossa pontuação Nossas Operações
6 2 ( ) Parênteses - Adição e Subtração
3 3 [ ] Colchetes - Multiplicação e Divisão
{ } Chaves - Potenciação e Radicia-
1 ção
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Raciocínio Lógico-Matemático
Na solução de uma expressão numérica a ordem será: x -x x
= - da mesma forma,
Em relação à pontuação, resolvem-se primeira- −y y y
mente os parênteses, depois os colchetes e finalmente as
chaves. +x x x -x x
= + = e =
Em relação às operações, resolvem-se primeiro as +y y y -y y
potências e raízes, depois multiplicações e divisões e fi-
nalmente as adições e subtrações. *Assim como todo número natural é um número in-
teiro, todo número inteiro é também um número racio-
Exemplo:
nal. Dizemos, então, que Z é subconjunto de Q, isto é,
2 2 5
( 6
35 + 2 18 + 15 - 3 2 + 10 - 8 2 + 0 - 9 + 1 = ) que Z está contido em Q. Vejamos:
Q
= 35 + 2 18 + 15 - 3 4 + 10 - 4 ( )2 + 0 - 3 + 1 =
N N Z Q
Z
= 35 + 2 18 + 15 - 12 + 6 2 - 3 + 1 =
= 35 + 2 18 + 3 + 36 - 3 + 1 = *O conjunto dos números racionais possui também as
= 35 + 2 18 + 39 - 3 + 1 =
seguintes notações:
= 35 + 2 54 + 1 =
, , , e
= 35 + 108 + 1 =
c) Propriedade dos números racionais
= 144
Todo número racional tem uma representação de-
4.2. NÚMEROS RACIONAIS cimal (escrita com o uso da vírgula). Para obtê-la basta
a) Introdução efetuar a divisão. Essa representação pode ter:
* um número finito de casas depois da vírgula. Nes-
Os números inteiros surgiram para solucionar pro-
se caso é chamada decimal exata.
blemas dos números naturais porém, os números inteiros
também têm suas limitações como, por exemplo, uma 5
= 0,625 (representação exata)
divisão “x : y” onde “x y”. Daí o homem descobriu 8
que podia fracionar os números criando, assim, os núme- *um número infinito de casas depois da vírgula e
ros racionais representado pela letra Q (inicial da palavra que se repetem periodicamente. Nesse caso temos a dí-
quociente), onde: zima periódica.
2
= 0,222...
Z com b 0
a
x x = ; a e b 9
b Todo número que tem uma representação decimal
exata ou uma representação decimal infinita e periódica
A formulação indica que número racional é todo é um número racional e, portanto, possui uma represen-
aquele que pode ser escrito na forma de fração, com nu- tação fracionária chamada geratriz da decimal.
merador inteiro e denominador inteiro e diferente de ze- Exemplo:
ro.
1
b) Representação Geométrica 0,125 (decimal exata) =
8
Podemos representar os números racionais numa reta 25
marcando os pontos relativos ao seu valor, tendo como 2,7777777... (decimal periódica) =
9
origem sempre o número “0”, conforme a figura
abaixo: Quaisquer que sejam dois números racionais,
1 3 sempre vai existir um outro número racional entre eles.
− Essa propriedade é conhecida como densidade dos nú-
-3 -2 -1 2 0 4 1 2 2,7 3
meros racionais e, por isso, dizemos que o conjunto dos
-2,75 -1,3 0,5 1,25
números racionais é denso. Observe:
1 3 4 1
Lembre-se: + ÷ 2 = ÷ 2 =1÷ 2 = ÷ 2 = 0,25 ...
4 4 4 2
* Um número racional representado na reta é maior
que qualquer outro número racional localizado à sua es- d) Operações fundamentais com números racio-
querda. Na representação acima, -1,3 -3. nais
Chamamos de fração a uma ou mais das partes
* O local de colocação do sinal indicando número iguais em que se divide a unidade. As frações podem ser
racional negativo antes da fração, não altera seu resulta- ordinárias e decimais.
do. Assim,
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Raciocínio Lógico-Matemático
As “Frações Ordinárias” possuem denominador Subtração
diferente de 10 ou potência de 10 e as decimais iguais a
1º caso: as frações têm o mesmo denominador. Sub-
10 ou potência de 10.
traem-se os numeradores e conserva-se o denominador
O Numerador e o Denominador são os termos da fra- comum.
ção e escreve-se o primeiro sobre o segundo, separados
por um traço horizontal (traço de fração). 17 13 1 17 - 13 - 1 3
Exemplo: - - = =
22 22 22 22 22
O denominador indica em quantas partes foi dividida
a unidade; o numerador indica que quantidades dessas 2º caso: as frações têm denominadores diferentes.
partes foram tomadas. Neste caso, reduzem-se as frações ao mesmo deno-
Na fração 3/5, temos: 1 unidade que foi dividida em minador e aplica-se a regra do 1º caso.
5 partes, das quais foram tomadas 3 partes. 7 5 1 42 - 15 - 2 25 1
Exemplo: - - = = =1
Fração Própria é aquela cujo numerador é menor 4 8 12 24 24 24
que o denominador. Multiplicação
3 2 9 Para a multiplicação de frações, multiplicam-se os
Exemplos: , ,
4 5 100 denominadores entre si, bem como os seus numeradores.
5 3 2 4 120 12 2
Fração Imprópria é aquela cujo numerador é maior Exemplos: x x x = = =
que o denominador. É imprópria porque representa intei- 7 4 3 5 420 42 7
ros e frações. Divisão
10 8 7 Para dividirmos uma fração por outra, multiplica-se a
Exemplos: , ,
3 5 3 primeira fração pela inversa da segunda.
Número Misto é aquele constituído de um número 3 4 3 7 21
inteiro e de uma fração. Exemplo: : : x =
5 7 5 4 20
1 3 1
Exemplo: 4 , 7 , 4 f) Expressões aritméticas fracionárias
3 4 9
Valem, aqui, as mesmas regras aplicadas às expres-
Observações: Todo número pode ser transformado sões com números inteiros. Quando houver frações sobre
numa fração imprópria, obedecendo à seguinte regra: um traço horizontal e, sob este, houver frações (ou mes-
multiplica-se a parte inteira pelo denominador e soma-se mo um número inteiro), efetuam-se as operações sobre o
com o numerador. traço, em seguida, calculam-se as situadas embaixo do
1 16 traço; por fim divide-se o resultado das operações acima
Exemplo: 5 = pois (5 x 3 + 1 = 16) do traço pelo resultado das operações indicadas abaixo
3 3 do traço.
e) Operações com frações ordinárias 1 2 1 4
+ - x
Adição: Exemplo: 2 3 5 5
1 7 5
1º caso: as frações têm o mesmo denominador. : x
7 9 3
Neste caso, somam-se os numeradores e conserva-se
- resolvendo o numerador da expressão, temos:
o denominador.
1 3 5 9 1 1 2 1 4 3 + 4 4
Exemplo: + + = = 1 + - x = -
8 8 8 8 8 2 3 5 5 6 25
7 4 175 - 24 151
2º caso: as frações têm denominadores diferentes. - = =
6 25 150 150
Neste caso, reduzem-se as frações ao mesmo deno-
minador e aplica-se a regra do 1º caso. - resolvendo o denominador da expressão, temos:
Neste caso, reduzem-se as frações ao mesmo deno- 1 7 5 1 35 1 27 27
: x = : = x =
minador e aplica-se a regra do 1º caso. 7 9 3 7 27 7 35 245
1 5 3 Consequentemente:
+ +
2 8 4
151
Reduzindo-se ao mesmo denominador, temos o 150 = 151 x 245 = 36.995
M.M.C (2, 8, 4) = 8 27 150 27 4.050
4 5 6 15 7 245
+ + = = 1
8 8 8 8 8
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Raciocínio Lógico-Matemático
g) Fração de fração Vejamos:
Para calcular-se uma fração de fração, basta multipli- N.º Lê-se
car a primeira pela segunda. A preposição “de” entre du- 0,6 Seis décimos
as frações indica que a primeira deve ser multiplicada 0,37 Trinta e sete centésimos
pela segunda.
0,189 Cento e oitenta e nove milésimos
2 1 2 1 2 1 3,7 Três inteiros e sete décimos
Exemplo: de = x = =
3 4 3 4 12 6 13,45 Treze inteiros e quarenta e cinco centésimos
130,024 Cento e trinta inteiros e vinte e quatro milésimos
h) Os números decimais
5,0004 Cinco inteiros e quatro milésimos
Os números decimais têm origem nas frações deci-
mais. Por exemplo, a fração 1/2 equivale à fração 5/10 Frações e números decimais
que equivale ao número decimal 0,5.
Dentre todas as frações, existe um tipo especial cujo
Stevin (engenheiro e matemático holandês), em 1585, denominador é uma potência de 10. Este tipo é denomi-
ensinou um método para efetuar todas as operações por nado fração decimal.
meio de inteiros, sem o uso de frações, no qual escrevia
os números naturais ordenados em cima de cada alga- 1 3 23
Exemplos de frações decimais, são: , ,
rismo do numerador indicando a posição ocupada pela 10 100 100
vírgula no numeral decimal. A notação abaixo foi intro- 5 1
duzida por Stevin e adaptada por John Napier, grande , , , etc.
1000 10 3
matemático escocês.
Toda fração decimal pode ser representada por um
1437
= 1,437 número decimal, isto é, um número que tem uma parte
1000 inteira e uma parte decimal, separados por uma vírgula.
Assim, para representar quantidades inteiras, sob a A fração 127/100 pode ser escrita na forma mais
forma decimal, utilizamos os números decimais, que se simples, como:
caracterizam pela presença de uma vírgula que separa a 127
parte inteira da parte decimal. = 1,27
100
INTEIROS , DÉCIMOS CENTÉSIMOS MILÉSIMOS …
onde 1 representa a parte inteira e 27 representa a
parte decimal, ou seja, 1 inteiro dividido em 27 partes
Este método foi aprimorado e em 1617 Napier pro- iguais. Esta notação subentende que a fração 127/100
pôs o uso de um ponto ou de uma vírgula para separar a pode ser decomposta na seguinte forma:
parte inteira da parte decimal.
127 100 + 27 100 27
Leitura de um Número Decimal = = + 1 + 0,27 = 1,27
100 100 100 100
Para ler números decimais é necessário primeiramen-
A fração 8/10 pode ser escrita na forma 0,8, onde 0 é
te, observar a localização da vírgula que separa a parte
a parte inteira e 8 é a parte decimal. Aqui observamos
inteira da parte decimal.
que este número decimal é menor do que 1 porque o
Um número decimal pode ser colocado na forma ge- numerador é menor do que o denominador da fração.
nérica: Propriedades dos números decimais
DEZENAS UNIDADES DÉCIMOS CENTÉSIMOS MILÉSIMOS zero à direita não altera o valor – Um número
decimal não se altera quando se acrescenta ou se retira
Por exemplo, o número 30,824, pode ser escrito na forma: um ou mais zeros à direita do último algarismo não nulo
de sua parte decimal. Considerada a propriedade fun-
3 DEZENAS 0 UNIDADES 8 DÉCIMOS 2 CENTÉSIMOS 4 MILÉSIMOS damental. Exemplo:
0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000
Dessa forma, para ler um número decimal, procede- 1,0002 = 1,00020 = 1,000200
mos do seguinte modo: 3,1415926535 = 3,141592653500000000
1º) Leem-se os inteiros; zero à esquerda altera o valor – Um número de-
2º) Lê-se a parte decimal, seguido da palavra: cimal se modifica quando acrescentamos um ou mias ze-
décimos: se houver uma casa decimal; ros à esquerda de sua parte decimal. Exemplo:
centésimos: se houver duas casas decimais; 0,4; 0,04; 0,004 e 0,0004 são diferente, pois:
milésimos: se houver três casas decimais;
0,4 = quatro décimos;
0,04 = quatro centésimos
0,004 = quatro milésimos
0,0004 = quatro décimos de milésimos
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Raciocínio Lógico-Matemático
na multiplicação por potência de 10, a vírgula se 524 30
desloca para a direita – Para multiplicar um número 524 17,46
decimal por 10, por 100, por 1000, basta deslocar a vír- 140
200
gula para a direita de acordo com o número de zeros da 20
potência apresentada. Por exemplo: Conversão de números decimais em fração ordi-
7,4 x 10 = 74 nária
7,4 x 100 = 740 Para converter-se um número decimal em fração or-
7,4 x 1000 = 7400 dinária, basta colocar o número decimal sem a vírgula
na divisão por potência de 10, a vírgula se deslo- para numerador da fração e, para denominador, o núme-
ca para a esquerda – Para dividir um número decimal ro 1 (um) seguido de tantos zeros quantas forem as casas
por 10, 100, 1000, etc, basta deslocar a vírgula para a es- decimais.
querda de acordo com o número de zeros da potência Exemplo: 6,04 = 604/100
apresentada. Por exemplo: 0,18 = 18/100
247,5 ÷ 10 = 24,75 1,1112 = 11112/10000
247,5 ÷ 100 = 2,475 2,8 = 28/10
247,5 ÷ 1000 = 0,2475 19,15 = 1915/100
Raciocínio Lógico-Matemático
12,4 > 12,31 pois 12,4 = 12,40 e 40 > 31. 30 200 300 x 100
8,032 < 8,47 pois 8,47 = 8,470 e 032 < 470. = x = = 15
x 100 200
4,3 = 4,3 pois 4 = 4 e 3 = 3.
Resposta: a taxa de desconto foi de 15%
➢Cálculo da porcentagem (p)
5. PORCENTAGEM
a) Conceituação Ex.: Se comprar uma televisão à vista, que custa
R$ 250,00, terei um desconto de 12%. Qual será o des-
Chama-se porcentagem ou percentagem a porção de
conto?
um dado valor, que se determina sabendo-se o quanto
corresponde a cada unidade de 100. Solução: Fazendo a montagem,
Ex.: É muito comum ouvirmos informações como es- 100 → 12
tas:
250,00 → x temos a seguinte regra de três:
“A loja está em liquidação, 40% de desconto à vista.”
12 100 12 x 250
“O candidato foi eleito com 69% dos votos.” = x = = 30
“Atualmente o índice de alfabetização é de 80%.” x 250 100
A primeira sentença significa que sobre cada R$ Resposta: o desconto será de R$ 30,00
100,00 de compra à vista, a loja dá um desconto de R$ ➢Cálculo do capital (C)
40,00. A segunda, que o candidato obteve 69 votos de
cada 100 votos válidos. A terceira, que, atualmente, em Ex.: Ao comprar um objeto obtive um desconto de
cada 100 habitantes, 80 são alfabetizados. R$ 800,00. Qual o preço desse objeto se a taxa de des-
conto foi de 20%?
A expressão x por cento (onde “x” é um valor qual-
quer), que se representa por x%, chama-se taxa de por- Solução: Fazendo a montagem,
centagem. 100 → 20
A porcentagem é também conhecida como razão x → 800 temos a seguinte regra de três:
centesimal, pois é uma fração expressa na base 100. As-
100 20 100 x 800
5 = x = = 4.000
sim, na razão a taxa de porcentagem é 5; escreve- x 800 20
100
se 5% e lê-se cinco por cento. Resposta: o objeto custa R$ 4.000,00
Principal – diz-se principal ou capital o valor ou ➢Cálculo da soma de um número e sua porcenta-
quantia sobre o qual se calcula a porcentagem. gem
Ex.: Se o salário mínimo é de R$ 151,00 e o governo Para se achar a soma de um número qualquer, e sua
pretende dar um aumento de 5% (cinco por cento), di- porcentagem, acha-se primeiro a porcentagem e em se-
zemos que 5 é a taxa percentual e 151,00 é o principal. guida adiciona-se esta ao número dado.
b) Cálculo da porcentagem Ex.: Qual o valor de venda de uma mercadoria que
custou R$ 4.126,75 e sobre a qual se quer ter lucro de 6
Os problemas de porcentagem são resolvidos por
%?
meio de uma regra de três simples e direta.
4 . 126,75 6
Para os cálculos usaremos: Solução: Lucro = = R$ 247,60
100
C = Capital principal
p = porcentagem adquirida Custo da mercadoria = R$ 4.126,75 +
i = taxa de porcentagem dada Lucro = R$ 247,60 =
100 = valor constante da razão centesimal Preço da venda = R$ 4.374,35
Assim, em todos os casos faremos sempre a seguinte No preço da venda influi o custo da mercadoria e
montagem: uma porcentagem sobre o mesmo, isto, é, o custo e o lu-
cro.
Sobre 100 Tem-se i
Sobre C Tem-se p Pode-se, porém, resolver o problema por meio de
uma fórmula.
➢Cálculo da taxa (i)
Multiplica-se o número dado por 100 mais a taxa e
Ex.: Ao comprar um objeto com preço de R$ divide-se o produto por 100, o que se exprime por meio
200,00 obtive um desconto de R$ 30,00. Qual foi a taxa da seguinte fórmula:
do desconto obtida?
soma dada x 100 + t
n.º – % =
Solução: Fazendo a montagem 100
200,00 → 30,00 Ex.: usaremos o dados do exemplo anterior.
100 → x temos a seguinte regra de três:
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Solução: 13.632,30 9
Lucro = = R$ 1.125,60
4.126,75 106 109
Venda = = R$ 4.374,35
100 2º) Um comissário apresentou a um seu corres-
pondente uma conta cuja soma era de R$ 7.064,28. Nesta
➢Cálculo da soma inicial, sendo dadas a porcen- soma estavam compreendidas comissão de 1 1/2 % e de
tagem e a taxa. 2 por mil pelo abatimento do capital. Qual foi o capital
A soma inicial, isto é, aquela sobre a qual foi calcu- adiantado e qual a sua comissão completa?
lada uma porcentagem dada, se acha por meio de uma
1
fórmula. Solução: As taxas são 1 % e 2 por mil. É necessá-
2
Multiplica-se a porcentagem dada por 100 e o produ- rio reduzi-las a uma só base e, facilmente, podem ambas
to se divide pela taxa, o que se exprime por meio da se- ser reduzidas a um tanto por mil.
guinte fórmula:
1
% 100 Ora, 1 por cento é o mesmo que 1,50 x 10 = 15 por
Soma Inicial = 2
t mil. A comissão total foi calculada, portanto, na base de
Ex.: Um comerciante ganha R$ 936,75 sobre o custo 2 + 15 = 17 por mil.
de certa mercadoria. O seu lucro é de 5 %. Qual é o lucro Temos, então:
?
7.064,28 17
936,75 100 Comissão = = R$ 188,08
soma inicial = = R$ 18.735,00 1.000 + 17
5
O capital adiantado pelo comissário foi:
➢Cálculo da taxa
7.064,28 - 118, 08 = R$ 6.046,20
Sendo dadas a porcentagem e a soma sobre a qual foi
ela calculada, acha-se a taxa por meio da seguinte regra: ➢Cálculo da taxa sendo dadas uma soma adicio-
nada à sua porcentagem e a porcentagem.
Multiplica-se a porcentagem por 100 e divide-se o
Para se achar a taxa, neste caso, multiplica-se a por-
produto pela soma dada, o que se exprime por meio da
centagem dada por 100 e divide-se o produto pelo total
seguinte fórmula:
dado menos a porcentagem, o que se pode exprimir por
% 100 meio da seguinte fórmula:
Taxa =
soma dada % 100
taxa =
total - %
Ex.: 1º) Sobre uma fatura de R$ 5.740,00 se concede
o abatimento de R$ 143,50. De quantos por cento é este Ex.: Um negociante vendeu certas mercadorias por
abatimento? R$ 24.530,00 e ganhou R$ 2.230,00. De quanto por cen-
143,50 100 to sobre o custo foi o seu lucro ?
%= = 2,5 %
5.740,00 2.230,00 100
Taxa de lucro = = R$ 10 %
2º) O peso bruto de certa mercadoria é 76,40 24.530,00 - 2.230,00
Kg. A tara é 11,46 Kg. A quanto por cento corresponde ➢Cálculo da porcentagem sendo dadas uma soma
esta tara? líquida ou reduzida e a taxa.
11,46 100 Multiplica-se a soma líquida ou reduzida pela taxa e
%= = 15 %
76,40 divide-se o produto por 100, menos a taxa, o que se pode
exprimir por meio da seguinte fórmula:
➢Cálculo da porcentagem sendo a taxa e a soma
de um número a % soma líquida x taxa
%=
Sendo dadas a soma de um número mais uma porcen- 100 - taxa
tagem e a taxa, e querendo-se calcular a porcentagem Ex.: 1º) Um comerciante vendeu certa mercadoria
compreendida na soma, multiplica-se a soma dada pela por R$ 7.634,50, com prejuízo de 2 % sobre o custo.
taxa e o produto se divide por 100 mais a taxa, o que se Qual foi seu prejuízo ?
exprime por meio da seguinte fórmula:
7.634,50 2
soma dada taxa Prejuízo = = R$ 155,80
% = 98
100 + taxa
2º) O líquido de uma letra a vista negociada num
Ex.: 1º) Um negociante vendeu certas mercadorias, banco foi R$ 9.453,60. O banco cobrou 0,15 % pelo ne-
com um lucro de 9 % sobre o custo, por R$ 13.632,30. gócio. Qual foi a porcentagem do banco ?
Qual é o seu lucro?
9.453,60 0,15
%= = R$ 14,20
99,85
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3º) Uma pessoa vendeu por R$ 200,00 uma Do mesmo modo,
mercadoria que comprara por R$ 160,00. De quanto por
x% a.a = é o índice representativo da taxa, quando o
cento, em relação ao custo, foi o lucro ?
tempo for expresso em anos.
160,00 (custo) : 100 % (custo) x
40,00 (lucro) : x ...donde: % a.m = é o índice representativo da taxa, quan-
12
do o tempo for expresso em meses.
40,00 100
= 25 % x
160,00 % = é o índice representativo da taxa, quando
360
o tempo for expresso em dias.
6. JUROS
6.1. JUROS SIMPLES
6.1.2. MÉTODO DAS FÓRMULAS:
6.1.1. INTRODUÇÃO
Examinando-se as diversas fórmulas do explicado,
Chama-se juro a compensação que se recebe, em- vemos que todas elas podem ser apresentadas por este
prestando uma certa quantia por determinado tempo. modo:
Assim, se uma pessoa deposita em caderneta de pou- CÁLCULO DO JURO:
pança a importância de R$ 10,00 e, após um ano, recebe,
além da quantia depositada, R$ 1,20 como rendimentos 1 Quando o tempo é representado por um certo nú-
compensatórios, diremos que esse R$ 1,20 representa o mero de anos.
juro do capital empregado.
Capital x taxa x anos
Juro =
“Os juros são diretamente proporcionais ao capital 100
e ao tempo aplicados” logo:
2 Quando o tempo é representado por um certo nú-
Observe que R$ 1,20 corresponde a 12% do seu valor
mero de meses:
em um ano.
Deste modo, o juro produzido na unidade de tempo Capital x taxa x meses
Juro =
representa uma certa porcentagem do capital, cuja taxa 100 x 12
se chama taxa de juro.
3 Quando o tempo é representado por um certo nú-
No exemplo apresentado, temos o Capital de R$ mero de dias:
10,00, que foi a quantia inicial aplicada; R$ 1,20, é o
rendimento do capital aplicado, chamado juro; a taxa, Capital x taxa x dias
Juro =
aqui representada pelos 12%; e o tempo de aplicação, 100 x 360
durante o qual o capital rendeu os juros, que é de 1 ano.
Em resumo, se o tempo for em meses, entra o núme-
Representando-se por “C” o capital empregado no ro 12 no divisor da fórmula; se em dias, entra 360, ou
tempo “t”, por “i” a taxa de juro e por “j” o juro, será a 365, se quiser adotar o ano civil.
seguinte a fórmula para o cálculo dos juros simples.
6.1.3. MONTANTE:
Ci t
J = Chama-se montante a soma de um capital mais seus
100
juros simples.
Desta fórmula, podemos deduzir as seguintes fórmu-
las: Muitas vezes aparece nos problemas de juros simples
a soma de um capital e seus juros, e é necessário conhe-
100 J 100 J 100 J cer o capital ou o juro compreendido na soma dada.
C = i = t =
it Ct Ci
As fórmulas que se devem aplicar são estas:
Para resolvermos questões de juros, devemos obser-
var sempre se o tempo (t) e a taxa (i) estão representados Cálculo do capital
na mesma unidade. O capital é igual à soma dada multiplicada por 100,
Assim, sendo o produto dividido por 100 mais a taxa multiplica-
da pelo tempo, o que se exprime por meio da seguinte
100 = é o número representativo do tempo, quando fórmula, em que “i” representa a taxa e “t” o tempo.
for expresso em anos.
1.200 = é o número representativo do tempo, quando soma dada 100
Capital =
este for expresso em meses. 100 + (i t )
36.000 = é o número representativo do tempo, quan-
do este for expresso em dias. Como, porém, o tempo pode ser expresso em anos,
meses ou dias, temos que observar sempre que:
* Observação: 36.000 quando se tratar de dias, em
ano comercial ou 36.500, ou 36.600 se se tratar de ano Anos: são representados por 100
civil bissexto, ou não. Meses: são representados por 1.200
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Dias: são representados por 36.000
6.2. JUROS COMPOSTOS
Exemplos:
Juros compostos são juros capitalizados, isto é, ao
1) Uma soma empregada durante 8 anos a 4 % se final de cada período de tempo considerado os juros são
tornou em 7.867,20 depois de adicionada aos juros. Qual incluídos no capital que servirá de base para os cálculos
era essa soma? do período seguinte. É comum ouvir-se falar em juros
Solução: Capital = sobre juros.
7.867,20 100 O cálculo dos juros compostos á bastante simplifi-
= R$ 5.960,00 cado se se considerar a taxa e o tempo na mesma unidade
100 + (8 4) de tempo. Assim, se “t” representa o número de períodos
Conhecido o capital, calcula-se por diferença o juro, de tempo (dias, meses, semestres, anos, etc.) o montante
que é de: dos juros compostos mais o capital inicial será dado pela
7.867,20 - 5.960,00 = R$ 1.907,20 fórmula:
t
i
M = C 1 +
2) Que capital se deve empregar a 6 % para se ter, ao 100
fim de 5 anos 2 meses e 12 dias, a soma de R$ 28.240,00
Os juros serão a diferença entre o montante (M) e o
?
capital inicial (C).
Capital + Juros = R$ 28.240,00 J = M - C
5a 2m + 12 d = 1.872 dias. Verificação prática:
28.240,00 36.000 01. Qual o valor dos juros compostos pagos por
Capital = = R$ 20.000,00
36.000 + (8 1.872 ) uma caderneta de poupança ao 10% ao trimestre, sobre
um capital de R$ 20.000,00 após 1 ano?
Se o capital é de R$ 20.000,00, os juros incluídos na C = 20.000,00
soma são: i = 10% ao trimestre
Juros = 28.240,00 – 20.000,00 = R$ 8.240,00 t = 1 ano = 12 meses = 4 trimestres
4
10
Cálculo dos juros M = 20.000 1 +
100
Dada a soma de um capital e seus juros, a taxa e tem- M = 20.000 (1 + 0,01)4 = 20.812,08
po, acha-se o capital por meio das fórmulas já apresenta- J = 20.812,08 - 20.000 = 812,08
das. 02. Determinar os juros compostos de R$ 30.000,00
Se o problema tem por fim a determinação dos juros a 3% a.m., ao fim de 2 anos.
incluídos na soma, diminui-se o capital encontrado da C = 30.000,00
soma dada. A diferença constitui os juros. Pode-se, po- i = 3% a.m.
rém, calcular diretamente o juro incluído na soma dada t = 2 anos = 24 meses
por meio da seguinte fórmula: 24
M = 30.000 1 +
3
soma dada taxa tempo 100
Juros =
100 + (taxa tempo ) M = 30.000 (1 + 0,03)24 = 30.000 x 2,032794
M = 60.983,82
Obs.: Para tempos em meses trocamos 100 por 1.200, J = 60.983,82 - 30.000,00 = 30.983,82
para tempos em dias trocamos 100 por 36.000. Obs.: A taxa deve sempre permanecer na unidade de
tempo em que for dada, o tempo é quem deve variar em
Cálculo da soma
relação à unidade da taxa.
Para se calcular a soma de um capital e seus juros, 03. Qual o montante de R$ 10.000,00 no fim de três
sendo dado o capital, os juros, o tempo e a taxa, calcula- anos, com juros de 24% capitalizados trimestralmente?
se o capital e adiciona-se este aos juros.
Obs.: Quando se diz que os juros são capitalizados
É possível calcular a soma do capital e seus juros di- segundo certo período de tempo. Tanto a taxa quanto o
retamente por meio da seguinte fórmula: tempo devem ser transformados para essa unidade.
Montante (soma) = Capital + juros = Assim,
C = 10.000,00
Capital (100 + it ) i = 24% a.a. = 6% ao trimestre.
=
100 t = 3 anos = 36 meses = 12 trimestres.
M = 10.000 (1 + 0,06 )12 = 20.121,96
M = R$ 20.121,96
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7. PROPORCIONALIDADE DIRETA E INVER- 2 4
SA =
5 10
7.1. GRANDEZAS PROPORCIONAIS
Obs.: Cada elemento de uma proporção é chamado
Grandeza é todo valor que, ao ser relacionado a um termo da proporção sendo que os 1º e 3º termos são
outro de tal forma, quando um varia, como consequência chamados termos antecedentes e os 2º e 4º termos,
varia também o outro. termos consequentes e que os 2º e 3º termos formam os
Em nosso cotidiano quase tudo liga duas ou mais meios e os 1º e 4º termos, os extremos.
grandezas. Vejamos: quando falamos em tempo, veloci-
dade, peso, espaço, etc. estamos lidando com grandezas b) Propriedade das proporções
relacionadas entre si. 1) Propriedade Fundamental – Em toda proporção
Ex.: Um automóvel percorre um determinado espaço o produto dos meios é sempre igual ao produto dos ex-
num tempo maior ou menor dependendo da velocidade tremos.
que imprimir. Assim, também a quantidade de trabalho a
ser realizado num determinado tempo depende do nú- 2 4 5 x 4 = 20
= →
mero de operários empregados. 5 10 2 x 10 = 20
A relação de dependência entre duas grandezas, de-
Aplicação:
pendendo da condição apresentada, pode ser classificada
como Direta ou Inversamente Proporcionais. 7 X 8 x X = produto dos meios
= onde
Grandezas Diretamente Proporcionais: 8 40 7 x 40 = produto dos extremos
Duas grandezas são diretamente proporcionais quan-
do a variação de uma implica na variação da outra, na
temos que, 8x = 280, logo x = 35.
mesma proporção, mesmo sentido e direção.
2) Composição – Em toda proporção, a soma dos
Ex.: compra de alimentos:
dois primeiros termos está para o primeiro ou para o se-
01 Kg de feijão custa “x”; se comprarmos 2 kg, gundo, assim como a soma dos dois últimos está para o
pagaremos “2x”. terceiro ou para o quarto.
Grandezas Inversamente Proporcionais: a c a+b c+d a+b c +d
= = ou =
Duas grandezas são inversamente proporcionais b d a c b d
quando a variação de uma implica necessariamente na Aplicação: A soma de dois números é 80 e a razão
variação da outra, na mesma proporção, porém, em sen- entre o menor e o maior é 2/3. Achar o valor desses nú-
tido e direção contrários. meros.
Ex.: Velocidade e tempo. a = menor
Se uma pessoa andar numa determinada veloci- a 2 a + b 2 + 3
b = maior = =
dade para atingir certa distância, levará um tempo. Se b 3 a 2
aumentar a velocidade, o tempo diminuirá para percor- a + b = 80
rer a mesma distância.
80 5 80 x 2
Portanto, = a = = 32
a 2 5
7.2. RAZÃO E PROPORÇÃO
Se o menor vale a = 32, o maior b será 80 – 32 = 48
a) Conceituação
3) Decomposição – Em qualquer proporção, a dife-
A razão entre dois números, dados numa certa or- rença entre os dois primeiros termos está para o primeiro
dem, sendo o segundo número sempre diferente de zero, ou para o segundo, assim como a diferença entre os dois
é o quociente indicado do primeiro pelo segundo. últimos está para o terceiro ou para o quarto.
Ex.: A razão de 8 para 12 = 8/12 ou 8 : 12 a c a-b c-d a-b c-d
= = ou =
b d a c b d
Obs.: 1) Lê-se: oito está para doze, sendo que o 1º
número é o antecedente e o 2º, o consequente. Aplicação: Determinar dois números, sabendo-se que
2) Quando o antecedente de uma razão for a razão entre eles é de 7/3 e que a diferença é 48.
igual ao consequente de outra, ou vice-versa, dizemos
que formam duas razões inversas. Ex.: a/b e b/a a = maior
a 7 a-b 7-3
b = menor = =
Proporção é a sentença matemática que exprime b 3 a 7
uma igualdade entre duas razões. a - b = 48
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Portanto, Obs.: O valor de “b” é calculado seguindo-se o mes-
mo procedimento.
48 4 48 x 7
= a = = 84
a 7 4
7.3. DIVISÃO PROPORCIONAL
Se a - b = 48, então b = 84 - 48 = 36.
a) Conceituação
4) Em toda proporção a soma dos antecedentes está
para a soma dos consequentes, assim como qualquer an- Dividir uma grandeza em partes proporcionais con-
tecedente está para o seu consequente. siste em determinar valores que, divididos por quocien-
tes previamente determinados, mantêm uma razão cons-
a c a+c a a+c c tante.
= = ou =
b d b+d b b+d d Ex.: 150 divididos em partes proporcionais a 2, 3 e 5
Aplicação: Calcular “a” e “b”, sendo que a + b = 63 (= quocientes predeterminados) tem-se como resultado:
a b 30, 45 e 75, respectivamente, porque é satisfeita a razão:
e =
3 4 30 45 75 15
= = → (razão constante)
a+b a 63 a 63 x 3 2 3 5 1
= , = a = = 27
3+4 3 7 3 7 A divisão proporcional pode ser direta, inversa ou, ao
mesmo tempo, direta e inversa.
a+b b 63 b 63 x 4
= , = b = = 36
3+4 4 7 4 7 b) Divisão em partes diretamente proporcionais
5) Em qualquer proporção, a diferença dos antece- O total dos números a ser dividido está para a soma
dentes está para a diferença dos consequentes, assim co- dos proporcionais, assim como cada proporcional está
mo qualquer antecedente está para o seu consequente. para a parte que representa.
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- Substituindo x + y + z por 240, determina-se a ra- Calculando as partes temos:
zão de equivalência (RE)
30 x
= x 1 = 30 6 x = 180
240 240 20 1 6
RE = 20
3 + 4 + 5 12 20 30 y
= y 1 = 30 4 y = 120
- Para determinar as partes, monta-se uma proporção 1 4
para cada uma delas: 30 z
= z 1 = 30 3 z = 90
20 x 1 3
= x 1 = 20 3 x = 60
1 3 Verificando temos:
20 y 180 + 120 + 90 = 390
= y 1 = 20 4 y = 80
1 4 180 120 90 30
= = = = 30
20 z 6 4 3 1
= z 1 = 20 5 z = 100
1 5 c) Divisão em partes inversamente proporcionais
Verificando temos: A rigor, a divisão proporcional inversa não existe,
x + y + z = 240 pois, neste caso, basta inverter os termos da razão para
60 + 80 + 100 = 240 transformá-la numa divisão direta. Assim, por exemplo,
1
x y z para dividir em partes inversamente proporcionais a e
= = 5
3 4 5 = constante 3
equivale a dividir em partes diretamente proporcio-
60 80 100 20 4
= = = = 20 4
3 4 5 1 nais a 5 e .
3
Dividir o número 390 em partes diretamente propor-
1 1 1 Ex.: Dividir 420 em partes inversamente proporcio-
cionais a , e nais a 3, 5 e 6.
2 3 4
x + y + z = 420
x + y + z = 390
x
=
y
=
z
x y z
= = 1 1 1
1 1 1 3 5 6
2 3 4
Determinação das frações equivalentes (m.m.c = 30):
Como os quocientes predeterminados são frações, de-
termina-se as frações equivalentes. Logo, 1 1 1 10 6 5
, , , ,
m.m.c = 12 3 5 6 30 30 30
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Verificação: x + y + z = 344
200 + 120 + 100 = 420 x y z x y z
= = = = =
2 2 3 4 4 1 4 12 4
200 120 100 20
= = = = 20 3 5 2 3 5 2
10 6 5 1
Determinação das frações equivalentes (m.m.c = 15):
- Dividir o número 780 em partes inversamente pro-
1 4 12 2 20 36 30
, , , ,
3
porcionais a 5, 0,5 e . 3 5 1 15 15 15
30 x 80 144 120 4
= x 1 = 30 1 x = 30 = = = = 4
1 1 20 36 30 1
30 y
= y 1 = 30 10 y = 300 8. COMPREENSÃO DE DADOS APRESEN-
1 10 TADOS EM GRÁFICOS E TABELAS
30 z 8.1. CONCEITO
= z 1 = 30 15 z = 450
1 15 Estatística é a parte da Matemática Aplicada que
Verificação: fornece métodos para a coleta, a organização, a descri-
ção, a análise, a interpretação de dados e tabelas que
30 + 300 + 450 = 780 descrevem fatos.
30 300 450 30 Esses dados, após serem organizados e interpreta-
= = = = 30 dos, permitem a tomada de decisões. Muitas vezes essas
1 10 15 1
decisões são baseadas na dúvida porque os dados são
d) Divisão simultânea em partes direta e inversa- apenas uma amostra típica de determinada população.
mente proporcionais 8.2. DADOS ESTATÍSTICOS
Basta dividir em partes diretamente proporcionais ao Os fatos numéricos utilizados em Estatística para
produto de cada uma delas, respectivamente. previsões, estimativas ou tomadas de decisões são cha-
Ex.: Dividir o n.º 344 em partes diretamente propor- mados de dados estatísticos. Eles podem se referir a to-
cionais a 2, 3, e 4 e inversamente proporcionais a 2/3, dos os elementos de um conjunto (população) ou apenas
4/5 e 1/2. a uma parcela típica dos elementos desse conjunto
(amostra).
A coleta, a organização e a descrição dos dados fa-
zem parte da Estatística Descritiva; já a análise e a in-
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Raciocínio Lógico-Matemático
terpretação desses dados fazem parte da Estatística In- 8.4. FASES DA ESTATÍSTICA
dutiva ou Inferencial.
a) Coleta de Dados
a) População – população estatística ou universo É a busca de informações que se quer pesquisar.
estatístico é o conjunto de entes portadores de, pelo me-
Pode ser direta ou indireta
nos, uma característica comum à pesquisa pretendida.
direta – quando feita sobre elemento informativo
Ex.: Os índios do Brasil, os trabalhadores sem-terra,
de registro obrigatório.
os menores de rua, etc.
Ex.: nascimentos, casamentos, óbitos, importação
* população finita – é aquela em que é possível
ou exportação de mercadorias, etc.
enumerar todos os seus elementos e componentes.
Será direta, ainda, quando os dados coletados forem
Ex.: O número de alunos de uma comunidade. feitos pelo próprio pesquisador através de inquéritos e
* população infinita – nela os elementos que a questionários, como é o caso das notas de verificação e
compõe não podem ser contados. de exames, do censo demográfico, etc.
Ex.: Os astros existentes no universo. A coleta direta de dados pode ser classificada como:
b) Censo é a operação que consiste numa apuração contínua quando feita continuamente tal como os
dos valores que constituem uma população. É o levan- registros de nascimentos, casamentos, etc.
tamento total da população. periódica quando feita em intervalos constantes de
Ex.: Censo Econômico, populacional, etc. tempo tal como o censo populacional (feito de 10 em 10
anos) ou a avaliação mensal dos alunos.
Muitas vezes, em decorrência de imprevistos, limi- ocasional quando feita esporadicamente, a fim de
ta-se às observações referentes a uma determinada pes- atender uma determinada conjuntura ou emergência, co-
quisa a apenas uma parte dessa população. A essa parte mo nos casos de epidemias ou catástrofes repentinas.
em estudo denominamos amostra. indireta – quando feita através de dados já co-
c) Amostra – é um subconjunto finito de uma popu- nhecidos (coleta direta) e/ou do conhecimento de outros
lação observada. fenômenos relacionados com o dado estudado.
Ex.: No grupo de aidéticos do Brasil, estuda-se ape- Ex.: pesquisa sobre a mortalidade infantil, que é
nas os casos terminais ou somente os casos entre mulhe- feita através de dados colhidos por uma coleta direta.
res, etc. b) Crítica de dados
8.3. VARIÁVEIS ESTATÍSTICAS Obtidos os dados, eles devem ser cuidadosamente
criticados, evitando-se possíveis falhas e imperfeições
Variável é o conjunto de resultados possíveis de um
que possam incorrer em erros grosseiros ou de certo vul-
fenômeno populacional. Pode ser:
to influenciando no resultado.
qualitativa – quando seus valores são expressos
por atributos: sexo (masculino ou feminino), cor (branca, A crítica é externa quando visa às causas de erro
preta, amarela, vermelha, etc.); por parte do informante ou pesquisado, por distração ou
quantitativa – quando seus valores são expressos má interpretação das perguntas que lhes foram feitas; é
em números. Ex.: número de filhos que pode ser 0, 1, 2, interna quando visa observar os elementos originais dos
3, 4, ... n, dados da coleta.
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Os dados estatísticos podem ser apresentados na *a tabela não é fechada lateralmente;
forma de rol ou lista, na forma de tabelas ou em gráfi- * as delimitações, superior e inferior, são feitas por
cos. uma linha de espessura maior que as demais (linhas de
GRAS);
* as linhas internas verticais das tabelas não são
7.5. ROL OU LISTA obrigatórias;
Uma lista é a forma mais grosseira e rudimentar de * o título vem, sempre, acima e fora da tabela;
apresentação de dados estatísticos. Consiste em mostrar * a indicação dos elementos complementares da ta-
os dados exatamente como foram coletados, razão pela bela vem abaixo e à esquerda da tabela;
qual se presta bem como preparação para as fases poste-
* as grandezas de contagens, usadas como referên-
riores de apresentação ou análise, ou ainda à transferên-
cia, são indicadas no cabeçalho embaixo da variável que
cia das informações coletadas pelo pesquisador ou entre-
especifica o conteúdo da coluna respectiva (ex.: 1.000 t,
vistador às pessoas encarregadas pelo processamento.
R$ milhões, etc.);
Num rol se dá um pequeno passo adiante. Aqui os
dados são apresentados segundo uma ordem (crescente * na indicação de um período de anos destacado no
ou decrescente) de magnitude que permite visualizar no título, coloca-se o ano inicial seguido de hífen e dos dois
mínimo eventuais pontos de concentração. últimos algarismos do ano final (ex.: 1990-96);
* quando, porém, a indicação se restringir a dois
8.6. TABELAS ESTATÍSTICAS anos distintos, indica-se os dois separados por hífen (ex.:
1990-1996);
a) Noções – Conceitos
* a casa ou célula não deve ser preenchida com ex-
A tabela é um quadro disposto com os valores estu- pressões literais. Na falta ou ausência de registro deverá
dados, que resumem um conjunto de observações. Com- ser usado um dos sinais convencional:
põe-se de:
valor ignorado – deve ser substituído por três pon-
* corpo (1) – conjunto de linhas e colunas que con-
tos (...);
têm informações sobre a variável em estudo;
*título (2) – conjunto de informações, as mais valor igual a zero ou inexistente – será substituído
completas possíveis, localizado no topo da tabela, con- por um traço (-);
tendo a designação do fato observado, de modo a res-
ponder às perguntas o que?, quando? e onde?. quando temos dúvidas quanto à exatidão de deter-
* cabeçalho (3) – parte superior da tabela que espe- minado valor – será substituído por um ponto de interro-
cifica o conteúdo das colunas; gação (?);
* coluna indicadora (4) – parte da tabela, localiza- quando o valor for muito pequeno para ser ex-
da à esquerda, que especifica o conteúdo das linhas; presso na grandeza indicada no título – será substituído
* linhas (5) – retas imaginárias, no sentido horizon- por zero (0);
tal, que facilitam a leitura de dados que se inscrevem nos
seus cruzamentos com as colunas; • quando uma célula apresentar valor muito elevado
* casa ou célula (6) – encontro de cada linha com ou que exija coluna bem larga para transcrevê-lo deverá
sua respectiva coluna, destinada a uma determinada in- ter seu registro arredondado para a medida múltipla mais
formação; próxima do seu valor (ex.: o valor 3.554.002 pode ser
* rodapé (7) – local reservado para os elementos reduzido para 3.554 assim como o valor 1.879.356, pode
complementares da tabela, que são a fonte, as notas e as ser aproximado para o valor 1.880, etc.).
chamadas.
Assim, teremos na tabela abaixo: 8.7. SÉRIES ESTATÍSTICAS
2 a) Conceito
PRODUÇÃO DE CAFÉ
4 BRASIL - 1978-82 Série estatística é toda tabela que apresenta a distri-
3 buição de um conjunto de dados estatísticos em função
3 PRODUÇÃO
ANOS da época, do local ou da espécie, na qual existem três
(1.000 t) 4
1 2.535 6 elementos básicos: o tempo, o espaço e a espécie.
1978
1979 2.666 A variação de qualquer desses elementos indica a
1980 2.122 5
1981 3.750 classificação da série estatística que pode ser:
1982 2.007
7 FONTE: IBGE b) Séries históricas, cronológicas, temporais ou
marchas
Descrevem os valores da variável, em determinado
b) Normas para apresentação tabular de dados
local, discriminado de acordo com intervalos de tempo
O Conselho Nacional de Estatísticas, através da Re- variáveis.
solução n.º 886, de 26 de outubro de 1966, elaborou as
Normas de apresentação tabular ditadas a seguir:
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Ex.: Ex.: Suponhamos que temos de representar a quan-
PRODUÇÃO DE FERTILIZANTES tidade de telefones instalados por região nos anos de
FOSFATADOS - BRASIL - 2015-2019 2017, 2018 e 2019:
QUANTIDADE
ANOS TELEFONES INSTALADOS - 2017-2019
(em t)
2015 3.570.115 REGIÃO 2017 2018 2019
2016 4.504.201 Norte 373.312 403.712 457.741
2017 5.448.835 Nordeste 1.440.531 1.567.006 1.700.467
2018 4.373.226 Sudeste 8.435.308 8.892.409 8.673.660
2019 4.024.813 Sul 2.106.145 2.192.762 2.283.581
FONTE: Associação Nacional para Difusão de Adubos e Cor- Centro-Oeste 803.013 849.401 944.075
retivos Agrícolas.
13.158.309 13.905.290 14.059.524
FONTE: IBGE COM ADAPTAÇÕES
c) Séries geográficas, espaciais, territoriais ou de
localização A conjugação acima foi série geográfica-série his-
tórica, que dá origem à Série geográfico-histórico ou
Descrevem os valores da variável, em determinado Geográfico-temporal.
instante, discriminados de acordo com uma dada região.
Ex.: 8.8. DADOS ABSOLUTOS E DADOS RELA-
PRODUÇÃO DE OVOS DE TIVOS
GALINHA NO BRASIL
QUANTIDADE
a) Conceitos
REGIÃO
(1000 dúzias) Dados absolutos são os dados estatísticos resultan-
Norte 66.092 tes da coleta direta da fonte, sem haver manipulação se-
Nordeste 356.810 não a contagem ou medida. Esses dados, embora apre-
Sudeste 937.463 sentem um resultado exato e fiel, não têm a virtude de
Sul 485.098
ressaltar de imediato as suas conclusões numéricas daí
Centro-Oeste 118.468
porque a Estatística considerar indispensável o uso dos
FONTE: IBGE.
dados relativos.
Dados relativos são os resultados de comparações
d) Série específica ou categórica
por quociente que se estabelecem entre dados absolutos,
Descrevem os valores da variável, em determinado e têm por finalidade realçar ou facilitar as comparações
tempo e local, discriminados de acordo com especifica- entre quantidades.
ções ou categorias dadas.
Esses dados são representados, geralmente, por
Ex.: meio de percentagens, índices, coeficientes e taxas.
NÚMERO DE NOTÍCIAS PUBLICADAS SOBRE b) As percentagens
CRIANÇAS E ADOLESCENTE – 2006
QUANTIDADE O emprego da percentagem é utilizado quando o
JORNAL nosso intuito é destacar a participação da parte no todo.
(em unid.)
Correio Braziliense 387 Ex.: Uma pesquisa sobre a preferência entre 400
Folha de São Paulo 362 mulheres de uma cidade em relação a 3 tipos de xampu
O Estado de São Paulo 329
apresentou o seguinte resultado:
O Globo 238
Jornal do Brasil 216
Jornal de Brasília 194
Xampu Número de mulheres
FONTE: CB 9.2.97 A 200
B 160
C 40
e) Séries conjugadas – Tabela de dupla entrada
Total 400
Muitas vezes, pela necessidade de apresentar, em
uma única tabela, a variação de valores de mais de uma
variável, temos de conjugar duas ou mais tabelas. Calculando-se as percentagens da preferência de
cada xampu temos:
Série conjugada é, então, a combinação de duas sé-
ries em uma única tabela. Nesse tipo de tabela ficam cri- Xampu A = 200 x 100 = 50 = 50%
adas duas ordens de classificação: uma horizontal (li- 400
nha) e uma vertical (coluna). Xampu B =
160 x 100
= 40 = 40%
400
40 x 100
Xampu C = = 10 = 10%
400
Com esses dados, podemos formar uma nova colu-
na na série em estudo:
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Raciocínio Lógico-Matemático
Taxa de mortalidade – o produto do coeficiente
de mortalidade por 1.000.
Xampu Número de mulheres % Taxa de natalidade – o produto do coeficiente de
A 200 50 natalidade por 1.000.
B 160 40 Taxa de evasão escolar – o produto do coeficien-
C 40 10 te de evasão escolar por 100.
Total 400 100
8.9. GRÁFICOS ESTATÍSTICOS
Os valores dessa nova coluna nos traduz que, de ca- a) Conceito
da 100 mulheres da cidade, 50 preferem o “Xampu A”,
40 preferem o “Xampu B” e apenas 10 preferem o O gráfico estatístico é uma forma de apresentação
“Xampu C”. de dados estatísticos, onde se obtêm uma impressão mais
rápida e viva do fenômeno em estudo, já que os gráficos
c) Os índices falam mais rápido à compreensão que as séries.
Índices são razões entre duas grandezas tais que A representação gráfica deve obedecer a certos re-
uma não inclui a outra. quisitos fundamentais tais como:
São exemplos de índices: Simplicidade – o gráfico deve ser destituído de
índice cefálico – o quociente do diâmetro trans- detalhes minuciosos, assim como de traços desnecessá-
verso do crânio pelo diâmetro longitudinal do crânio rios que possam levar o observador a uma análise moro-
multiplicado por 100. sa ou com erros.
quociente intelectual – o quociente da idade Clareza – o gráfico deve possibilitar uma correta
mental pela idade cronológica multiplicado por 100. interpretação dos valores nele expressos.
densidade demográfica – o quociente da popu- Veracidade – o gráfico deve expressar a verdade
lação pela superfície. sobre o fenômeno em estudo.
índices econômicos: Os principais tipos de gráficos são os diagramas,
•produção per capita – o quociente do valor total os cartogramas e os pictogramas.
da produção pela população.
•consumo per capita – o quociente do consumo do b) Diagramas
bem pela população. Os diagramas são gráficos geométricos de, no má-
•renda per capita – o quociente da renda pela po- ximo duas dimensões, construídos sobre um sistema car-
pulação. tesiano.
•receita per capita – o quociente da receita pela Os principais diagramas são:
população.
d) Os coeficientes 1) Gráfico em colunas ou barras
Coeficiente é a razão entre o número de ocorrências É a representação de uma série por meio de retângu-
e o número total (número de ocorrências e números não- los dispostos verticalmente, quando em colunas, ou ho-
ocorrências). rizontalmente, quando em barras.
São exemplos de coeficientes: •em colunas, os retângulos são dispostos com a ba-
se sobre o eixo das abscissas e suas alturas são proporci-
coeficiente de natalidade – o quociente do nú-
onais aos respectivos dados.
mero de nascimentos pela população total.
Ex.:
coeficiente de mortalidade – o quociente do nú-
POPULAÇÃO BRASILEIRA
mero de óbitos pela população total. 1940-1970
coeficientes educacionais:
•coeficiente de evasão escolar – o quociente dos ANO POPULAÇÃO
números de alunos evadidos pelo número inicial de ma- 1940 41.236.315
trículas. 1950 51.944.397
1960 70.119.071
•coeficiente de aproveitamento escolar – o quoci-
1970 93.139.037
ente do número de alunos aprovados pelo número final
de matrículas. FONTE: IBGE
•coeficiente de recuperação escolar – o quociente
do número de alunos recuperados pelo número de alunos
em recuperação.
e) As taxas
As taxas são os coeficientes multiplicados por uma
potência de 10 (10, 100, 1.000, etc.) para tornar o resul-
tado mais inteligível.
São exemplos de taxas:
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Raciocínio Lógico-Matemático
• em barras, os retângulos são dispostos com a ba-
se no eixo das ordenadas e seus comprimentos são pro- temos:
porcionais aos respectivos dados. para 1995: 360 → 360º
Ex.: usando os mesmos dados do gráfico em colu- 90 → xº xº = 90º
nas:
para 1996: 360 → 360º
120 → xº xº = 120º
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Raciocínio Lógico-Matemático
Ex.: Dada a precipitação pluviométrica de um mu-
nicípio “x”.
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
DO MUNICÍPIO “x” - 2020
PRECIPITAÇÃO
MESES
(em mm)
janeiro 174,8
fevereiro 36,9
março 83,9
abril 462,7
maio 418,1 c) Cartogramas e Pictpgramas
junho 418,4 Os CARTOGRAMAS (representação de dados na
julho 538,7 forma de carta geográfica) e os PICTOGRAMAS (re-
agosto 323,8
presentação de uma série estatística por meio de símbo-
setembro 39,7
outubro 66,1 los ou figuras) são métodos gráficos de uso mais restrito
novembro 83,3 embora sejam os métodos que melhor falam ao público,
dezembro 201,2 pelas suas formas ao mesmo tempo atraente e sugestiva.
FONTE: Dep. de água e esgoto
6.10. MEDIDAS DE POSIÇÃO
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO “X”
As medidas de posições são elementos típicos de
OUT
uma distribuição que representam uma série de dados
SET NOV
expressados em números que nos orienta quanto à posi-
DEZ
ção da distribuição em relação ao eixo das abscissas.
AGO
Dentre as medidas de posições destacam-se as me-
JUL
JAN
didas de tendência central, chamadas assim, pelo fato
de seus dados tenderem, em geral, a se agrupar em torno
JUN
FEV dos valores centrais.
MAI São medidas de tendência central:
ABR MAR
* a média aritmética;
* a mediana;
FONTE: CIA ÁGUA & ESGOTO * a moda.
5) Gráfico em linha ou em curvas
MÉDIA ARITMÉTICA ( x )
Este gráfico constitui uma aplicação do processo de
representação das funções num sistema de coordenadas A média aritmética de um conjunto de “n” valores,
cartesianas utilizando uma linha poligonal para represen- é o quociente entre a soma dos “x i” valores e o número
tar a série estatística. “n” de valores dados de conjunto. Tais que:
Neste sistema fazemos uso de duas retas perpendi- xi
x =
culares que são os eixos coordenados e o ponto de inter- n
secção que é a origem.
onde:
Vejamos o exemplo:
Dada a série x = a média aritmética;
xi = os valores de cada variável;
VENDAS DA COMPANHIA “x” n = o número de valores dados.
- 1991 / 1997 -
VENDAS Emprego da média
ANO (em R$)
1991 230.000
Empregamos a média quando:
1992 260.000 a) desejamos obter a medida de posição que possui
1993 380.000 a maior estabilidade;
1994 300.000
b) houver necessidade de um tratamento algébrico
1995 350.000
1996 400.000 ulterior.
1997 450.000
Ms
FONTE: Dep. de Marketing Média Aritmética Simples ( )
Determinados todos os pontos da série, usando as Determina-se a média aritmética simples quando
coordenadas, ligamos todos esses pontos, dois a dois, por
desejamos conhecer a média de dados não-agrupados.
segmento de reta, o que irá nos dar uma poligonal, que é
o gráfico em linha ou em curva correspondente ao es- Ex.: Sabendo-se que o rendimento semanal de um
tudo. trabalhador autônomo, durante um mês, foi de R$ 100,
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Raciocínio Lógico-Matemático
R$ 110, R$ 130 e R$ 140, temos, como rendimento mé- Mp
dio do mês: isto é: = 6,0
fi = é o ponto médio da classe ou um valor atribuído A produção média diária é de 14 litros. Logo, o
como peso da variável. desvio em relação à média fica assim:
Temos, então:
Desse modo, Sx = 6 2,5
xifi = 60fi = 10
NOTA: Os valores devem ser trabalhados na mes-
x i fi 60
Mp = Mp = ma unidade, logo Sx = 2,5 litros.
fi 10 = 60
Logo,
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Raciocínio Lógico-Matemático
Propriedades da média
y
* 1ª propriedade yi = xi . c = x . c
A soma algébrica dos desvios tomados em relação à ou
média é sempre nula, isto é: xi x
k yi = c y = c
d
i -1
i = 0
Ex.: Se multiplicarmos cada um dos valores da va-
riável do exemplo estudado por 3, obtemos:
d
y4 = 15 . 3 = 45
i
y5 = 16 . 3 = 48
i-1 = (-4) + 0 + (-1) + 1 + 2 + 4 + (-2) y6 = 18 . 3 = 54
7 y7 = 12 . 3 = 36
d i
Daí,
i-1 = (-7) + 7 = 0
7
* 2ª propriedade
y i
Somando-se ou diminuindo uma constante (c) a to- i -1 = 30 + 42 + 39 + 45 + 48 + 54 + 36
dos os valores de uma variável, a média do conjunto fica 7
aumentada ou diminuída dessa constante, isto é: y i
i -1 = 294como n = 7, temos:
y
yi = xi c = x c
294
= 42
y
= 7
Ex.: Se somarmos 2 a cada um dos valores da vari-
y
ável do exemplo dado, temos: sendo = x . c = então
y1 = 10 + 2 = 12 42 = 14 . 3 = 42.
y2 = 14 + 2 = 16
y3 = 13 + 2 = 15 RESUMO
y4 = 15 + 2 = 17
y5 = 16 + 2 = 18 Se numa população de “n” elementos, uma variável
y6 = 18 + 2 = 20 X apresenta os valores x1, x2, x3, ... xn, temos:
y7 = 12 + 2 = 14 * média:
Daí, x 1 + x 2 + x 3 + ... + xn
X =
7 n
y i
* desvios:
i -1 = 12 + 16 + 15 + 17 + 18 + 20 + 14
7
(di = xi - X ) → d1, d2, d3, ..., dn
y i
i -1 = 112como n = 7, temos: * variância:
112 (d1 ) 2 + (d 2 ) 2 + (d 3 ) 2 + ... + (d n ) 2
= 16 Vx =
y
= 7 n
y * desvio-padrão:
sendo = x + c = então
16 = 14 + 2 = 16 Vx
Sx =
* 3ª propriedade Média Geral
Multiplicando-se ou dividindo-se todos os valores
de uma variável por uma constante (c), a média do con- Sejam x 1, + x 2 , + x 3 , ... x k as medidas aritmé-
junto fica multiplicada ou dividida por essa constante, is- ticas de “k” séries e n1, n2, n3, ... nk os números de termos
to é: destas séries, respectivamente. A média aritmética da sé-
rie formada pelos termos das “k” séries é dada pela fór-
mula:
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n1 x 1 + n 2 x 2 + ... + n k x k pa a posição central de uma série, de modo que os limi-
x = tes da série distam da mediana em igual valor.
n1 + n 2 + ... + n k
Ex.: Na sequência 10, 16, 18, 21, 44, 45, 70
Ex.: Sejam as séries
O termo central é o número 21, portanto,
1) 4, 5, 6, 7, 8 em que n1 = 5 e x1 = 6 Md = 21.
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Raciocínio Lógico-Matemático
Ex.: Suponhamos a tabela: Logo, a classe mediana é a de ordem 3. Então:
xi fi Fi l * = 158, F’ = 13, f* = 11 e h* = 4
12 1 1
Substituindo esses valores na fórmula, obtemos:
14 2 3
15
16
1
2
4
6 Md = 158 +
20 - 13
4
= 158 +
28
17 1 7 11 11
20 1 8
Md = 158 + 2,54 = 160,54isto é:
=8
Md = 160,5 cm.
Decis
fi 8
= = 4 Decis são valores que dividem uma série em 10 par-
Sendo 2 2
tes iguais.
15 + 16 31 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Md = = = 15,5
Logo 2 2
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9
então Md = 15,5.
A fórmula neste caso também é semelhante aos de-
* Com intervalos de classe
mais casos de mediana. Ei-la
Neste caso, basta seguir os seguintes passos:
i n
1º) Determinamos as frequências acumuladas.
•Calcula-se 10 , em que i = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e
fi 9
•Identifica-se a classe D1 pela Fac
2º) Calculamos 2 .
•Aplica-se a fórmula:
3º) Marcamos a classe correspondente à frequência
in
fi
10
- f h
acumulada imediatamente superior à 2 (classe medi- D = Di +
ana) e, em seguida, empregamos a fórmula: FDi
fi em que:
2 - F' h *
Md = * + Di
= limite inferior da classe Di, i = 1, 2, 3, ..., 9
f*
n = tamanho da amostra
Na qual: h = amplitude da classe Di
- l * é o limite inferior da classe mediana; FD i
= frequência da classe Di
- F’ é a frequência acumulada da classe anterior à
classe mediana; f = soma das frequências anteriores à classe Di.
- f* é a frequência simples da classe mediana;
MODA (Mo)
- h* é a amplitude do intervalo da classe mediana.
Denominamos “moda de X” ao valor que ocorre
Tomando como exemplo a distribuição seguinte, com maior frequência em uma série de valores.
Estatura de 40 pessoas Assim, o salário modal de uma empresa é o salário
I Estaturas fi Fi recebido pelo maior número de empregados dessa em-
(cm) presa.
1 150 ⎯ 154 4 4
2 154 ⎯ 158 9 13 De acordo com o comportamento dos termos da sé-
3 158 ⎯ 162 11 24 rie, podemos ter:
4 162 ⎯ 166 8 32
a) série amodal: quando não existe moda, pois to-
5 166 ⎯ 170 5 37
6 3 40 dos os valores da série ocorrem com a mesma frequên-
170 ⎯ 174
cia.
= 40
b) série unimodal: quando existe uma única moda
na série.
temos: c) série bimodal: quando existem duas modas na
série.
fi 40 d) série multimodal: quando a série apresenta mais
= = 20
2 2 de duas modas.
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Raciocínio Lógico-Matemático
Emprego da moda A classe modal é a terceira classe i = 3 (158 ⎯
A moda é utilizada: 162), * = 158 e L* = 162.
a) quando desejamos obter uma medida rápida e * + L*
aproximada de posição; Mo =
Assim, como 2 , então:
b) quando a medida de posição deve ser o valor
mais típico da distribuição. 158 + 162 320
Mo = = = 160
Dados não agrupados 2 2
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Considere um sistema linear de duas equações com 1 2
as incógnitas “x e Y”: B=
3 4
ax + by = m (EI )
entre barras ou
cx + dy = n (EII )
1 2 1 2
Multiplicando EI por -c e EII por a, obtemos: C= ou C =
3 4 3 4
- acx - bcy = - cm
c) Identificação dos Elementos de uma Matriz
acx + ady = an
Cada elemento de uma matriz é identificado pela po-
Adicionando membro a membro as duas equações, sição que ocupa na tabela. Assim, utilizando-se os índi-
obtemos: ces “i”, para indicar a linha e “j”, para indicar a coluna,
(ad - bc) . y = na - cm, o que resulta: podemos representar um elemento genérico de uma ma-
triz por “aij”.
an - cm
y = com (ad - bc 0). Observe o esquema abaixo:
ad - bc
ax + by = m
Assim, se , então ➔
cx + dy = n
1 2 3 4
dm - bn an - cm
x = e y = com (ad - bc
ad - bc ad - bc Ru a Rua
A A
Ru a D
0).
Ru a E
Ru a C
5 6 7 8
Observando a solução do sistema, os matemáticos
notaram que ela depende apenas dos coeficientes das in- Ru a B
cógnitas e dos termos que não têm incógnitas. Assim,
passaram a efetuar os cálculos com esses elementos, dis- 9 10 11 12
postos em forma de tabelas retangulares. Esses cálculos
são feitos a partir de números associados às matrizes.
Observe:
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Dessa forma, representamos a matriz pela forma ge- 1
nérica:
B = 4 é uma matriz coluna.
aij m x n = representação geral 0
a11 a12 a13 8) Matriz transposta: É toda matriz obtida pela tro-
a a a ca de posição, ordenadamente, de suas linhas por suas
A= 21 22 23 colunas, ou vice-versa. Indica-se a matriz transposta de
a 31 a 32 a 33
A por At.
3 4
3 5 7
diagon al prin cipal Ex.: Se A = 5 6 , então At =
7 8 4 6 8
Numa matriz do tipo 2 x 2 ou de ordem 2, com
1 2 Propriedades da matriz transposta
A =
3 4 - (A + B)t = At + Bt;
os elementos 1 e 4 formam a diagonal principal e os - (rA)t = rAt, onde r é um número real;
elementos 2 e 3 formam a diagonal secundária. - (At)t = A
2) Matriz retangular: É toda matriz onde o número - (A . B)t = Bt . At.
de linhas é diferente do número de colunas.
9) Matriz simétrica: É toda matriz que seja igual à
2 4 6 sua transposta.
Ex.: a matriz A = é retangular.
3 5 7 3 4 3 4
Ex.: A = é simétrica pois At =
3) Matriz linha: É toda matriz do tipo “1 x n”, ou se- 4 5 4 5
ja, que apresenta uma única linha.
10) Matriz antissimétrica: É toda matriz transposta
A = 3 8 7 é uma matriz linha. formada pelo oposto da matriz originária.
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0 − 2 − 3 - (B-1)-1 = B;
t
Ela é antissimétrica, pois A = 2 0 5 = -A - (B-1)t = (Bt)-1;
3 − 5 0
- (B . C)-1 = c-1 . B-1.
11) Matriz inversa: Dada uma matriz quadrada A, e) Igualdade de Matrizes
de ordem n, admite-se sua inversa se, e somente se, exis- Duas Matrizes A e B são iguais quando têm o mesmo
tir uma matriz indicada por A-1, tal que A . A-1 = A-1 . tipo e cada elemento de A é igual a seu correspondente
A = In. Vejamos: em B.
2 0 Simbolicamente temos:
1) Como saber se A = admite uma matriz in- A = (aij)m x n e B = (bij)m x n
0 1
versa? A = B aij = bij,
Solução: Vamos verificar se existe uma matriz
(1 i m) e (1 j n)
a b
tal que
Ex.: vamos considerar as Matrizes:
c d
a b − 3 2
2 0 a b a b 2 0 1 0 A= e B=
= = c d + 1 0
0 1 c d c d 0 1 0 1
Para que ocorra A = B devemos ter elementos cor-
2 0 a b 1 0
De = , respondentes iguais. Logo:
0 1 c d 0 1 a = – 3, b = 2, c=1 d = 0.
2a 2b 1 0 f) Operações com Matrizes
vem = Daí,
c d 0 1 1) Adição
1 Dada duas matrizes “A” e “B” de mesma ordem, a
a= , b = 0, c=0 d = 1.
2 soma A + B será obtida adicionando-se os elementos
correspondentes de A e B.
Se A . A-1 = I, então A-1 . A = I.
Denomina-se matriz soma a Matriz (A + B) formada
1 por elementos obtidos da adição dos elementos corres-
Assim, A-1 = 2
0 pondentes de A e B.
0 1 A = (aij)m x n e B = (bij)m x n
1 1 A + B = (aij + bij)m x n
2) Obter a matriz inversa de A =
− 1 − 1
1 3 2 0
Assim, se A = e B= , então
a b − 1 1 1 4
Solução: Supondo que exista uma matriz tal
c d
1 1 a b 1 0
que . = .
− 1 − 1 c d 0 1 1 3 2 0 3 3
A + B = + =
Multiplicando as matrizes, obtemos: − 1 1 1 4 0 5
a + c b + d 1 0
=
- a - c - b - d 0 1
De a + c = 1, -a - c = 0, vem -1 = 0. É fácil verificar 3 3
A+B=
que se trata de um absurdo. 0 5
1 1 Propriedades da adição
Logo, a matriz A = não admite inversa.
− 1 − 1 Sendo A, B, C e D matrizes de mesma ordem, onde
propriedades da matriz inversa “0” é a matriz nula, temos:
Propriedade comutativa da adição:
Sendo B e C matrizes quadradas do mesmo tipo, am-
bas admitindo inversas, temos: A+B=B+A
- a inversa é única;
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Propriedade associativa da adição: multiplicação de matriz por matriz
A + (B + C) = (A + B) + C Para que o produto de duas matrizes exista é necessá-
rio que a primeira matriz possua o número de colunas
Existência do elemento neutro:
igual ao número de linhas da segunda matriz.
A+0=0+A=A
Am x n . Bp x q com n = p
Existência da matriz oposta:
Satisfeita a condição acima, a matriz produto será a
A + (-A) = (-A) + (A) = 0 matriz obtida adicionando-se o produto da multiplicação
ordenada de cada elemento disposto em linha, da primei-
Obs.: Só podemos efetuar a adição de matrizes se ti-
ra matriz, pelos elementos dispostos em coluna, da se-
verem a mesma ordem.
gunda matriz.
2) Subtração
Obs.: A matriz produto terá o número de linhas da
A diferença ou subtração entre matrizes de mesma primeira matriz e o número de colunas da segunda.
ordem é a matriz soma resultado da adição de uma ma- Assim, dadas as matrizes:
triz com a oposta de outra.
A3 x 2 . B2 x 4 a matriz produto será C3 x 4;
A – B = A + (–B)
X5 x 3 . Y3 x 2 a matriz produto será Z5 x 2;
4 7 2 5 P6 x 3 . Q2 x 5 a matriz produto é impossível pois 3
Assim, se A = e B = , então 2.
1 8 9 4
Observe a operação abaixo:
Calcular a matriz produto de:
4 7 2 5 2 2 1 2 4
A - B = - = 3 4 2
1 8 9 4 - 8 4 A2 x 3 = por B3 x 3 = 4 1 5
3 9 1 3 0 1
Solução:
2 2
A-B= 1º PASSO – Verificar se o número de colunas da
− 8 4 primeira é igual ao número de linhas da segunda.
3) Multiplicação A2 x 3 . B3 x 3 OK!
A operação multiplicação em matrizes dar-se de duas 2º PASSO – Efetuar o produto A2 x 3 . B3 x 3 = C3 x 3,
formas: já sabemos que a matriz produto é 2 x 3 portanto, a
multiplicação de um número real por uma matriz matriz produto será:
Dada uma matriz “A” e um número real “k”, o pro- C11 C12 C13
duto “kA” é a matriz que se obtém multiplicando-se cada C2 x 3 =
C22 C23 C23
um dos elementos de A pelo número real “k”.
Resumindo: 3º PASSO – Efetuando-se as operações necessá-
rias, temos:
Se A = (Aij)m x n e se “k R, então
C11 = multiplicar a 1ª linha de A com a 1ª colu-
k . A = (kaij)m x n na de B:
3 . 1 + 4 . 4 + 2 . 3 = 3 + 16 + 6 = 25 C11 = 25
3 1 9 3
Ex.: Seja A = 5 2 , então 3A = 15 6 C12 = multiplicar a 1ª linha de A com a 2ª colu-
4 3 12 9
na de B:
3 . 2 + 4 . 1 + 2 . 0 = 6 + 4 + 0 = 10 C12 = 10
Propriedades da multiplicação de um número real
por uma matriz C13 = multiplicar a 1ª linha de A pela 3ª coluna
de B:
Sendo A e B matrizes de mesma ordem e “r” e “s”
números reais, temos: 3 . 4 + 4 . 5 + 2 . 1 = 12 + 20 + 2 = 34 C13 = 34
r . (sA) = (rs) . A C21 = multiplicar a 2ª linha de A pela 1ª coluna
r . (A + B) = rA + rB de B:
(r + s) . A = rA + sA
3 . 1 + 9 . 4 + 1 . 3 = 3 + 36 + 3 = 42 C21 = 42
1A = A
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C22 = multiplicar a 2ª linha de A pela 2ª coluna Um menor de uma matriz é o determinante de uma
de B: de suas submatrizes. Logo, B tem a característica c
quando pelo menos uma de suas submatrizes tem um de-
3 . 2 + 9 . 1 + 1 . 0 = 6 + 9 + 0 = 15 C22 = 15 terminante c não nulo (seu menor) e todo menor de or-
dem superior é igual a zero.
C23 = multiplicar a 2ª linha de A pela 3ª coluna
de B: Se c for não nulo, então c é o maior inteiro não-
negativo tal que B possui pelo menos uma submatriz c *
3 . 4 + 9 . 5 + 1 . 1 = 12 + 45 + 1 = 58 C23 = 58
c com determinante diferente de zero. De acordo com a
C C12 C13 25 10 34 definição,
A . B = 11 =
C 21 C 22 C 23 42 15 58
Resumindo, temos:
Onde m é o número de linhas e n o número de colu-
nas de B.
Am x n . Bn x p = Cm x p
c) Regras de acordo com a ordem da Matriz
Propriedades da multiplicação entre matrizes 1) Matriz Quadrada de Ordem 1
Sendo A, B e C matrizes e “r” um número real, e su- O determinante da matriz quadrada de ordem 1 será
pondo todas as operações possíveis para se encontrar a seu próprio elemento.
matriz produto, podemos demonstrar as seguintes pro-
priedades: Ex.: A = (a11 ) det. A = a11
Associativa: A = (7) 7 = 7
(A + B) . C = A . C + B . C; Ex.:
Diagonal Secundária
Am x n . In x n = Am x n (onde I é a matriz identidade); a a
A = 11 12
Im x m . Am x n = Am x n (onde I é a matriz identidade); a21 a 22
Diagonal Principal
(rA) . B = A . (rB) = r . (A . B).
Então,
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Em seguida, multiplica-se os três elementos de cada x = {0, 7}
uma das três diagonais paralelas à diagonal principal,
atribuindo aos três produtos o sinal positivo (+). d) Propriedades dos Determinantes
1ª Propriedade – Teorema de Laplace: Um deter-
a11 a12 a13 a11 a12 minante é igual à soma dos produtos dos elementos de
a 21 a 22 a 23 a 21 a 22 uma fila pelos respectivos complementos algébricos.
a 31 a 32 a 33 a 31 a 32 2 -2 1
Ex.: det . A = - 1 - 3 3 =
0 -4 0
Em seguida, multiplica-se os três elementos de cada
=
uma das três diagonais paralelas à diagonal secundária,
-1 - 3 2 -2 2 -2
1(- 1) + 3(- 1) + 0(1)
atribuindo aos três produtos o sinal negativo (-). 1+ 3 2+3 3+3
0 -4 0 -4 -1 3
a11 a12 a13 a11 a12
a 21 a 22 a 23 a 21 a 22
det. A = 4 + 0 - 3 (-8)
a31 a32 a33 a31 a32
det. A = 4 + 24
det. A = 28
Assim,
Nota:
det. A = a11 a 22 a33 + a12 a 23 a 31 +
1) Deve-se procurar a fila que tenha mais zeros;
+ a13 a 21 a 32 - a12 a 21 a 33 - 2) O Teorema de Laplace permite calcular um deter-
minante de 4ª ordem, como se segue:
- a11 a 23 a 32 - a13 a 22 a 31 0 2 3 -1
2 -1 0 4
Praticando: det . B = =
3 1 0 5
1 - 1 1 -1 -2 2 2
1) Dada a matriz B = - 2 0 3 determine det.
2 0 4 0 3 -1
4 0 5
2(- 1) 0 5 + (- 1)(- 1)
1+ 2 2+2
3 3 0 5 +
B.
-1 2 2 -1 2 2
1 -1 1 1 -1
0 3 -1 0 3 -1
det . B = - 2 0 3 -2 0
+ 1(- 1) 0 4 + (- 2)(- 1)
3+2 4+2
2 2 0 4
4 0 5 4 0 -1 2 3 3 0 5
+0 + 0 -10 +0 -12 +0
2ª Propriedade: Se um determinante possui todos os
det. B = -22 elementos de qualquer uma de suas filas nulos, o deter-
1 2 - 1 minante é igual a zero.
2) Dada a matriz A = 3 x - 2 o valor de “x” Ex.: 0 2 5
- 1 4 x det . A = 0 3 4 det. A = 0
para que o det. A = 0, é: 0 1 2
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Ex.: Ex.: x2+ =
4 8 2 2 4 1 0 3 3 a 1ª coluna x 2 + a
1 3 5 = 2 1 3 5 1 -1 1 = 0 2ª coluna é igual a 3ª
0 1 2 0 1 2 -2 4 0 coluna
2 9 12
7ª Propriedade: Se duas filas paralelas são proporci-
onais, o determinante é nulo. 4 15 18
2 x
1 1 3 Assim,
2 1 3 5 = 0
(9 - 2 3)(12 - 2 5) (9 - 6)(12 - 10 )
2 2
4 2 5 = 2 4 4 1 = =
8 4 1 (15 - 4 3)(18 - 4 5) (15 - 12 )(18 - 20 )
filas iguais
2 x 3 2
8ª Propriedade: Se uma fila é combinação de outras 3 -2
filas paralelas, o determinante é nulo.
c) Multiplicamos o determinante obtido por (- 1)
i+ j
,
onde “i” representa a linha e “j” a coluna subtraídas.
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3 2 O determinante da matriz de Vandermonde é dado
det A = (- 1)
1+ 1
= - 6 - 6 = -12 por:
3 -2
det. V = (d - c) (d - b) (d - a) (c - b) (c - a) (b - a)
det. A = -12
Ex.: 1 1 1 1
Praticando:
2 1 3 4
3 4 -2 V =
4 1 9 16
Dada a matriz A = 5 6 3 , podemos observar
8 1 27 64
7 -3 2
que ela não está “pronta” para aplicarmos a regra de det. V = (4 - 3) (4 - 1) (4 - 2) (3 - 1) (3 - 2) (1 - 2)
Chio, já que não possui elemento igual a 1. Assim, va- det. V = 1 . 3 . 2 . 2 . 1 . (-1)
mos obter esse elemento aplicando as propriedades dos det. V = - 12
determinantes:
10. GEOMETRIA PLANA
3 4 -2
No det. A = 5 6 3 , adicionando C3 a C1 , INTRODUÇÃO
7 -3 2 Geometria é a parte da matemática que estuda a ex-
tensão e as propriedades das figuras geométricas. Sua
obtemos: importância é evidenciada pelo fato de podermos associ-
ar as figuras geométricas aos objetos do mundo físico.
C1 C2 C3
3 4 -2 Nasceu das necessidades e das observações dos ho-
mens. Os egípcios, muitos séculos antes de Cristo, já uti-
det. A = = lizavam conhecimentos geométricos (o rio Nilo trans-
5 6 3
bordava uma vez por ano e destruía as cercas que limi-
7 -3 2 tam os campos das plantações. Quando as águas baixa-
vam ao nível normal, os escribas dividiam novamente as
3 + (− 2) 4 -2 1 4 -2 terras baseando-se em registros feitos antes das cheias).
= 5+3 6 3 = 8 6 3 , onde Assim, nasceu a geometria experimental. (GEO = terra
e METRIA = medida).
7+2 -3 2 9 -3 2
Com os gregos, alguns séculos antes de Cristo, a par-
a11 = 1
tir de alguns fatos em decorrência de suas observações
Aplicando agora a regra de Chio, eliminamos a 1ª li- sobre figuras geométrica, nasceu a geometria dedutiva.
nha e a 1ª coluna e obtemos: Entre eles viveu o filósofo Euclides, o primeiro matemá-
tico a apresentar a geometria de forma organizada e lógi-
det. A =
ca e, em sua homenagem a geometria é conhecida como
6-84 3 - 8 (- 2) - 26 19
(- 1)1 + 1 = 1 = geometria euclidiana.
- 3 - 9 4 2 - 9 (- 2) - 39 20
GEOMETRIA PLANA
= -520 - (-741) det. A = 221
É a parte da geometria que estuda seus elementos
dispostos num mesmo plano e é construída a partir de
f) Determinante de Vandermonde três termos que são aceitos sem definição: ponto, reta e
Chamamos de determinante de Vandermonde toda plano.
matriz quadrada de ordem n 2. É uma determinante Esses termos compõem os elementos primitivos do
onde as filas são formadas por potência de mesma base estudo da geometria e dizemos que são aceitos sem defi-
com expoentes variando de “0” até “n - 1”. A determi- nição, porque sua compreensão depende da imaginação
nante tem como valor o produto de todas as diferenças de cada um. Vejamos:
das bases, onde o minuendo seja conseqüente do subtra-
endo. * Ponto - é qualquer referência disposta no espa-
ço. Se tocarmos com a caneta no papel, ou com o giz no
Possui a seguinte forma: quadro negro, teremos um ponto. Assim, também, se
base olharmos para o céu à noite, uma estrela será um ponto.
1 1 1 1
O ponto é representado por letras maiúsculas.
a b c d
V = 2
a b2 c 2 d2 A C
D
b3 b3 b3 b3 4 x 4 B
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* Reta - com um traço qualquer riscado numa fo-
lha de papel ou até mesmo no chão, obtemos uma linha,
que dá uma ideia de reta.
As retas são indicadas por letra minúscula (a, b, c,
etc.) ou por letras maiúsculas (A, B, C, etc.), quando es-
tiverem com seus extremos delimitados. À reta contida
neste dois extremos damos o nome de segmento de reta. P5 – Dois pontos distintos determinam uma única reta
que os contém.
a
A B B
B
Quando a reta ou seu segmento for representado ape- + =
A
nas simbolicamente, usamos a simbologia: A
r
AB, CD, etc. (retas)
P6 – Três pontos não colineares determinam um úni-
AB, CD, etc. (segmento de retas) co plano que os contém.
B
A
* Plano - uma folha de papel, um quadro negro, A
uma parede, nos dá a ideia do que seja um plano.
B C
C
O plano é representado por uma letra grega minúscu-
la (, , , etc.) ou chamado de plano A, B, C, etc.
P7 – Se uma reta tem 2 pontos distintos em um plano,
ela está inteiramente contida no plano.
r
A
A
Pensamentos Geométricos
B B
Dividem-se em postulados (axiomas) e teoremas.
Postulados/axiomas – São noções aceitas como ver- P8 – Qualquer ponto “p” de uma reta “x” divide-a em
dadeiras sem a necessidade de haver provas concretas. duas semirretas x1 e x2 (p = origem).
Os principais postulados são: x
P2 – No espaço existem infinitas retas formadas por Teoremas – São noções aceitas como verdadeiras
um conjunto de pontos colocados sucessivamente. somente depois de provadas, seja por deduções lógicas
ou a partir dos axiomas anteriormente apresentados.
r1
Um teorema é composto de duas partes:
• a parte que se supõe seja conhecida, chamada hi-
rn pótese (H);
• a parte que se deseja provar, chamada tese (T).
P3 – Por um único ponto passam infinitas retas. Ex.:
a
a) Se duas retas paralelas são cortadas por uma trans-
c
u
versal, então os ângulos correspondentes dão congruen-
tes.
m
P
t
Hipótese – duas retas paralelas são cortadas por
uma transversal.
p Tese – os ângulos correspondentes são congruen-
s
tes.
r
b) Se um triângulo é isósceles, então os ângulos da
P4 – Um plano é formado por infinitos pontos. base são congruentes.
Hipótese – Um triângulo é isósceles.
Tese – os ângulos da base são congruentes.
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NOTA:
ESTUDO DA RETA
1. Duas retas coincidentes são também chamadas re-
Já sabemos que a reta é um conjunto formado por in- tas paralelas. Portanto, duas retas são paralelas se têm
finitos pontos. todos os pontos comuns ou se são coplanares e não têm
ponto comum.
Determinação – Para se determinar uma reta, basta
2. Quando o ângulo formado entre retas concorrentes
que se identifique dois pontos distintos.
for de 90º, essas retas serão chamadas de retas perpen-
Ex.: diculares.
Os pontos P e A determinam a r
reta s, indicada por s = PA.
P
Os pontos P e B determinam a s
C A
reta r, indicada por r = PB.
t B s 3. Qualquer reta que intercepte outras retas de um
Os pontos P e C determinam a mesmo plano é chamada reta transversal.
r
reta t, indicada por t = PC.
t r
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❖ Segmento de reta temos,
Chamamos de segmento de reta o conjunto forma- AB = 2 cm BC = 4 cm AC = 6 cm
do por dois pontos distintos de uma reta e por todos os
pontos da reta entre esses dois pontos.
Segmentos congruentes
Ex.:
Dois ou mais segmentos são congruentes quando
possuem a mesma medida.
r
A B A congruência é indicada pelo símbolo .
Ex.:
Sendo A e B os dois pontos distintos da reta r, te- B
A 2 cm
mos o segmento AB formado pelos pontos da reta entre
A e B. C 2 cm D
* Os pontos A e B são chamados extremos do
segmento de reta AB . Como AB e CD possuem a mesma medida (2
* A reta r chama-se suporte do segmento. cm), dizemos então que AB é congruente a CD e sim-
Segmentos consecutivos bolizamos AB CD (lê-se: segmento AB é congru-
ente ao segmento CD).
Dois segmentos são consecutivos quando possu-
em em comum uma das extremidades. Obs.: Podemos indicar a medida de um segmento
A AB por m( AB ) ou simplesmente por AB.
Extremidade Propriedades dos segmentos congruentes:
comum
A congruência de segmentos goza das seguintes
B C
propriedades:
Os segmentos AB e BC possuem o ponto B co- * reflexiva: AB AB
mo extremidade comum logo, são segmentos consecuti- * simétrica: se AB CD, então CD AB
vos. * transitiva: se AB CD e CD EF, então AB
EF
Segmentos colineares
Ponto médio de um segmento
Dois ou mais segmentos são colineares quando
estão contidos na mesma reta-suporte. Chama-se ponto médio de um segmento o ponto
que divide o segmento dado em dois segmentos congru-
M N P Q
r entes.
2 cm B 2 cm
Os segmentos MN e PQ estão na mesma reta,
logo, são segmentos colineares. A C
B
Segmentos adjacentes Na figura acima temos:
Dois ou mais segmentos são adjacentes quando AB = 2 cm
forem consecutivos e colineares ao mesmo tempo. BC = 2 cm
M N O Dizemos que B é o ponto médio do segmento AC
r
Segmentos proporcionais
Os segmentos MN e NO possuem o ponto N
como extremidade comum e estão na mesma reta r, logo 1. Razão de segmentos
são segmentos adjacentes. Razão entre dois segmentos é a razão entre as
Medida de um segmento medidas desses segmentos.
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a razão entre esses segmentos é: Transversal das retas paralelas
AP + PB = 20 AP + 12 = 20
6
AP = 20 - 12 AP = 8 cm 5
a 8 7
Logo, as partes procuradas são 8 cm e 12 cm.
Paralelismo
t
Duas ou mais retas são paralelas (//) se, e somente se, b 1 2
são coincidentes (possuem todos os pontos em comum) 4 3
ou são coplanares e não têm nenhum ponto em comum.
a 5 6
Coincidentes 8 7
r s
r = s r // s
2. Os ângulos determinados por estas retas indicadas
Coplanares
na figura anterior, representam:
ângulos alternos: 1 e 7, 2 e 8, 3 e 5, 4 e 6
r ângulos correspondentes: 1 e 5, 2 e 6, 3 e 7, 4 e 8
ângulos colaterais: 1 e 8, 2 e 7, 3 e 6, 4 e 5
s
Temos, ainda:
ângulos alternos internos: 3 e 5, 4 e 6
ângulos alternos externos: 1 e 7, 2 e 8
(r , s , r s = ) r // s ângulos colaterais internos: 3 e 6, 4 e 5
ângulos colaterais externos: 1 e 8, 2 e 7
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3. Se duas retas coplanares distintas e uma transver- B
sal determinam ângulos alternos congruentes, então es-
sas duas retas são paralelas.
t Na figura 0
b Se α = β,
β então a // b
a α
A
Temos:
Perpendicularismo ➢ O ponto “0”, origem das semirretas, também cha-
Observe a figura abaixo: mado de vértice do ângulo;
➢ As semirretas 0A e 0B são os lados do ângulo;
r
➢ “” é o ângulo formado por AÔB
r1
AÔB = OA OB
Medidas de ângulos
s1 s2
s
A medida de um ângulo é o tamanho da abertura en-
tre as semirretas que formam os seus lados e tem como
P
unidade-padrão de medida o GRAU, que varia de 0 a
r2 360, acompanhado do símbolo “º”.
Ex.: 3º = três graus; 60º = sessenta graus, etc.
r ⊥ s r s = P
Submúltiplos de medida
Em que r1 e r2 são semirretas opostas de “r” de ori-
O grau se relaciona com seus submúltiplos utilizando
gem em P e s1 e s2 são semirretas opostas de “s” de ori-
o mesmo sistema da hora, ou seja, sistema sexagesimal
gem em P.
de medidas. Assim,
Assim,
1º = 60’ (um grau é igual a sessenta minutos)
➢ Duas retas são perpendiculares (símbolo: ⊥) se, e 1’ = 60’’ (um minuto é igual a sessenta segundos)
somente se, forem concorrentes e formarem ângulos re-
tos. Ex.:
➢ Duas semirretas são perpendiculares se, e somente 180º = 10.800 minutos
se, estão contidas em retas perpendiculares e têm um 50º = 3.000 minutos
ponto em comum. 130º = 7.800 segundos
➢ Dois segmentos de retas são perpendiculares se, e 20º 20’20’’ = 73.220 segundos
somente se, estão contidos em retas perpendiculares e 5º 20’10’’ = 19.210 segundos
têm um ponto em comum.
Tipos de ângulos
Retas oblíquas
Os ângulos classificam-se quanto à grandeza e quan-
Se duas retas são concorrentes e não são perpendicu- to a sua relação com outro ângulo.
lares, diz-se que essas retas são oblíquas.
QUANTO À GRANDEZA
Existência e unicidade da perpendicular
RETO: Quanto mede 90º e seus lados são perpendi-
1ª parte: culares.
Num plano, por um ponto dado de uma reta dada
passa uma única reta perpendicular à reta dada; ou
Num plano, por um ponto P de uma reta r existe uma
única reta s perpendicular a r. = 90º
2ª parte: 0 0
Por um ponto dado fora de uma reta dada existe uma AGUDO: Quando mede menos de 90º.
e somente uma reta perpendicular à reta dada; ou
Por um ponto P fora de uma reta r passa uma única
reta s perpendicular a r.
ESTUDO DOS ÂNGULOS
90º
Ângulo é a figura constituída pela junção de duas 0
semirretas de mesma origem, não contidas numa mesma
reta (não colineares).
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OBTUSO: Quando mede mais de 90º. a + b = 180o
b a e b = ângulos
a
suplementares
0
90º
Ex.: Na figura abaixo, determine o valor do ângulo
0 “x”.
= 180º
REPLEMENTARES: São ângulos cuja soma vale
360º (4 Retos).
INTEIRO: Quando mede dois ângulos rasos. a + b = 360º
b
a a e b = ângulos
replementares
= 360º Ex.: Dada a figura abaixo, determine o valor do ân-
EM RELAÇÃO A OUTRO ÂNGULO gulo “x”.
ADJACENTES: São ângulos que têm o mesmo vér- a + b = 360º
tice, um lado comum e os outros, semirretas opostas. 330º 330º + x = 360
x x = 360 - 330
x = 30º
BISSETRIZ: São semirretas que partem do vértice
b a
dividindo o ângulo ao meio.
0
a
OPOSTO PELO VÉRTICE: São ângulos em que os 2
lados de um são semirretas opostas dos lados de outro. ➔
a
2
a b
a = b ESTUDO DO TRIÂNGULO
Triângulo é o polígono formado por três lados.
COMPLEMENTARES: São ângulos cuja soma vale
90º (1 Reto). Exemplo: Exemplo: A
A
c b
b a + b = 90º
a
B C
a
Ex.: Na figura abaixo, determinar o valor do ângulo A
“x”. Elementos:
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Diz-se, também, que os lados BC , AC e AB , e os Triângulo Obtusângulo
ângulos , e são, respectivamente, opostos. São aqueles em que um de seus ângulos é obtuso.
A
Classificação dos triângulos
b = ângulo obtuso
Os triângulos classificam-se quanto aos lados e quan- a
to aos ângulos.
QUANTO AOS LADOS: b
c
Triângulo escaleno C
B
São aqueles que têm uma medida para cada lado.
Triângulo Retângulo
B
São aqueles que têm um ângulo Reto (90º)
A
c = ângulo reto = 90º
a
A C
Triângulo Isóscele c b
B
São aqueles que possuem dois lados congruentes C
(iguais).
Triângulo Equiângulo
B
São os que têm três ângulos iguais a 60º.
B
a = b = c = 60º
b
A C
a c
No triângulo isóscele: A C
• O lado cuja medida for diferente será a base do Condições de existência de um triângulo
triângulo.
• O ângulo interno oposto à base é chamado ângulo ➢ Em qualquer triângulo, a medida de um dos seus
do vértice. lados será sempre menor que a soma das medidas dos
outros dois lados;
Triângulo Equilátero ➢ Em qualquer triângulo, a soma das medidas de
São os que possuem os três lados iguais. seus ângulos interno será sempre igual a 180º (Lei angu-
lar de Tales).
B
O TRIÂNGULO RETÂNGULO
Já sabemos que o triângulo retângulo é aquele que
tem um ângulo reto (= 90º).
A C A Â é reto = 90º
ABC é retângulo
QUANTO AOS ÂNGULOS
Triângulo Acutângulo
B C
São aqueles cujos ângulos internos são agudos.
Elementos de um triângulo retângulo
B
Em todo triângulo retângulo, os lados recebem de-
b a, b, c = ângulos agudos nominações próprias.
* catetos – são os lados que formam o ângulo reto,
a c geralmente simbolizados pelas letras “b” e “c”.
A C
* hipotenusa – é o lado oposto ao ângulo reto, ge-
ralmente simbolizado pela letra “a”.
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Além dos elementos estruturais, os triângulos retân- 3ª relação
gulos dispõem: A medida de um cateto ao quadrado é igual ao pro-
* ângulos complementares – são os ângulos agu- duto da medida de sua projeção sobre a hipotenusa pela
dos. medida da hipotenusa.
* altura – representada pela letra “h”
* projeções dos catetos sobre a hipotenusa - re- Então,
presentados pelas letras “m” e “n”. A
c² = n . a
b² = m . a
Relações métricas no triângulo retângulo h
A partir dos elementos dos triângulos retângulos, po-
demos estabelecer as seguintes relações: n m
1ª relação B a C
O produto das medidas dos catetos é igual ao produ- Ex.: Determinar “x” no triângulo retângulo ABC
to da medida da altura pela medida da hipotenusa. A
A
b.c=a.h x2 = n . a x
b x2 = 4 . 9
c
h x2 = 36
n = 4 cm
x = 36
x = 6 cm B 9 cm C
B a C
4ª relação
Ex.: Calcular a altura do triângulo retângulo DEF.
Num triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa
D é igual à soma dos quadrados dos catetos.
A
c = 6 cm b = 8 cm cateto “b”
h cateto “c”
B C
E a = 10 cm F
a2 = b2 + c2 hipotenusa “a”
Temos:
Esta relação é conhecida como TEOREMA DE
b.c = a.h 8 . 6 = 10h
PITÁGORAS.
48 Ex.: Determinar o valor da hipotenusa de um triângu-
48 = 10h h= h = 4,8 cm
10 lo sabendo que o cateto “b” é igual a 3 cm e o cateto “c”
2ª relação é igual a 4 cm.
Pelo teorema, temos:
A medida da altura relativa à hipotenusa elevada ao
quadrado é igual ao produto das medidas das projeções a2 = b 2 + c 2 a2 = 3 2 + 4 2
dos catetos sobre a hipotenusa. a2 = 9 + 16 a2 = 25
A a = 25 a = 5 cm
Aplicação do Teorema de Pitágoras
h2 = m . n
h Vimos que em todo triângulo retângulo, a soma dos
quadrados das medidas dos catetos é igual ao quadrado
da media da hipotenusa, ou seja:
B C b2 + c 2 = a2
n m
Ex.: Num triângulo de altura igual a 4 cm e projeção Vamos deduzir, num quadrado, a relação entre as
m = 8 cm, determinar o valor da outra projeção. medidas “d” de uma diagonal e a “a” de um lado e, num
Temos: triângulo equilátero, a relação entre as medidas h de uma
altura e a de um lado.
h2 = m . n 42 = 8n 16 = 8n
16
n= n=2
8
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diagonal de um quadrado (d) se opõem aos ângulos respectivamente congruentes são
proporcionais.
a
D C Assim, sejam os triângulos:
A
80º
6 8
a d a
60º 40º
B C
10
A a B
D
No ABC, pelo teorema de Pitágoras, temos: 80º
4
3
d² = a² + a² d² = 2 . a²
60º 40º
E F
d = a 2 5
E F
Observe que no segmento XY , em torno do vértice 11
C forma-se um ângulo raso = 180º, logo:
Solução:
a + b + c = 180º
Como os triângulos são semelhantes, temos:
SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS
3 x y
= =
Dois triângulos são semelhantes quando possuem os 6 8 11
três ângulos ordenadamente congruentes e os lados que
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Então: Confira:
3 x 24 D
a) = 6x = 24 x = = 4
6 8 6
3 y 33 A
b) = 6y = 33 y = = 5,5
6 11 6
2. Dados os triângulos abaixo, determine a razão de
semelhança desses triângulos.
A B C E F
AB BC
2 1 ABC ~ DEF =
AC
=
DE DF EF
E F
21
B C Q R
Solução:
Como
AB 2 1 BC 7 1 CA 1
= = = = = A P e B Q, então ABC ~ PQR
DE 6 3 EF 21 3 FD 3
2º caso: LAL (lado, ângulo, lado)
1
Logo, a razão de semelhança é k =
3 Se dois triângulos possuem dois lados corresponden-
tes proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles
Propriedades dos triângulos semelhantes congruentes, então esses triângulos são semelhantes.
1. Em um triângulo dado, toda reta paralela a um dos Q
seus lados e que intercepta os outros dois lados forma B
um outro triângulo semelhante a ele.
Demonstrando a situação, temos:
A A C P R
Como
MN // BC
AMN ~ ABC B Q e
AB
=
BC
, então ABC ~ PQR
N PQ QR
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Como Observação: Todo Quadrilátero tem duas diagonais.
AB BC CA Classificação dos quadriláteros
= = , então, ABC ~ MNP
MN NP PM Paralelogramo – É todo quadrilátero que possui os
aplicação lados opostos paralelos.
1. Na figura abaixo, os triângulos são semelhantes, B C
calcular "x".
E
Pode ser:
H
21 18 A D
15 A B
A E C
10 F
c) Losango: É o paralelogramo que possui os quatro
x lados congruentes.
AB BC CD DA
B
Solução:
D
x 12
= 10x = 12 15 10x = 180
15 10 A C
180
x = x = 18
10
********************************************* B
ESTUDO DOS QUADRILÁTEROS Trapézio – É todo quadrilátero que possui apenas
dois lados opostos paralelos.
Quadrilátero é o polígono formado por quatro lados.
C D
B C
A B
a) Isósceles: É o que possui os lados não paralelos
A D
congruentes.
Vértices = A, B, C e D
Lados = AB, BC, CD e DA
Diagonais = AC e BD
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C D Exemplo: Determine a área da figura abaixo:
2m A=b.h
A=4.2
A B A = 8 m²
b) Retângulo: É o que possui dois ângulos internos 4m
retos (= 90º)
C D ÁREA DO PARALELOGRAMO
Usa-se a mesma fórmula do retângulo para determi-
nar a área do paralelogramo.
A B
h (altura) h (altura)
c) Escaleno: É aquele cujos lados não-paralelos não
são congruentes. A=b.h
A B b (base)
Exemplo: Determine a área de um paralelogramo, cu-
ja base mede 10 m e altura 4 m.
A=b.h A = 10 . 4 A = 40 m²
D C
AB // DC e AD BC ÁREA DO TRIÂNGULO
*********************************************** A área do triângulo é igual à metade do produto da
PERÍMETRO E ÁREAS DE FIGURAS PLA- base pela altura.
NAS ÁREA DO QUADRADO
B
A área do quadrado é igual ao quadrado do seu lado.
h h
A onde, A = 2
A C
base b (base)
b 2m
10 m
bh 10 2
A= → A = = 10 m 2
2 2
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ÁREA DE UM TRIÂNGULO QUALQUER – ÁREA DO LOSANGO:
Fórmula de Eron
A área do losango é igual à metade do produto das
diagonais.
“a”, “b” e “c” são
b medidas de lados
a
d
c
D
a+b+c
“Semi Perímetro” P = → onde, d = diagonal menor; D = diagonal maior.
2
D d
A = P(P - a )(P - b )(P - c ) A =
2
Exemplo: determine a área da figura abaixo: Exemplo: Determine a área do losango, cuja diagonal
maior mede 4 m, e a menor, 2 m.
8m 6m Dd 42
A= → A= = 4 m2
8m 2 2
ÁREA DO TRAPÉZIO:
a+b+c 8+6+8
P= → P= = 11
2 2 A área do trapézio é igual ao produto da semissoma
das bases pela altura.
P = 11 m
b
A = P(P - a )(P - b )(P - c )
b = base menor
A = 11(11 - 8 )(11 − 6 )(11 − 8 ) B = base maior
h = altura
A = 11(3)(5)(3 ) h
A = 11 5 3 3
A = 3 55 m2
B
ÁREA DO TRIÂNGULO EQUILÁTERO onde, A =
(B + b) h
2
Exemplo: Determinar a área de um trapézio cujas ba-
l l ses são 8 e 6 cm, e a altura 2 m.
(B + b) h (8 + 6) 2
h l = lados
h = altura A= → A= =
2 2
A = 14 m²
l
ÁREA DO POLÍGONO REGULAR
3 h
h = A =
2 2 a = apótema
b = lado
3 h = altura
2 2 3
A = → A =
2 4
Exemplo: Determine a área da figura abaixo: a
2 3 32 3 onde,
A= → A=
4 4 b
3m 3m
9 3 2 ba ba
3m A= m A = → A =n
4 2 2
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sendo “n” o n.º de lados 6 2 60 36
A = A =
n b 360 6
P = Semi Perímetro =
2 A = 6 cm² ou 18,84 cm²
A=P.a
ÁREA DA COROA CIRCULAR
NOTA:
A área de um hexágono regular de lado a, é conhe- R
cido da seguinte maneira:
R = raio do círculo maior
Sabemos que um hexágono regular de lado a é a reu- r = raio do círculo menor
nião de 6 triângulos equiláteros de lado a. r = 3,14
2 3
Como a área do triângulo equilátero é A = ,
4 onde,
então a área de um hexágono regular é igual a 6 vezes a
área do triângulo equilátero. Vejamos: A = R² – r² A = (R² – r)²
2 3 3 3 2
Ah = 6 Ah = a
4 2 PERÍMETRO
Perímetro é a soma das medidas dos comprimentos
ÁREA DO CÍRCULO: dos lados de um polígono.
A área do círculo é igual a metade do produto da cir- Ex.: A
cunferência (representado pelo valor de (pi) pelo raio.
F B
O círculo pode ser considerado um polígono regular de
um número infinito de lados.
C
= 3,14 E
r = raio D
r
0 Em que: P = A + B + C + D + E + F
A = r
2
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litro (l) = unidade de capacidade; c) 107,3 cm → desloca-se a vírgula 2 casas para a
grama (g) = unidade de massa (peso) esquerda (sentido da seta).
segundo (s) = unidade de tempo
m dm cm
metro por segundo (m/s) = unidade de velocidade
Faremos, agora um estudo detalhado de cada unida- 107,3 cm = 1,073 m
de acima abordada. d) 10.307 mm → desloca-se a vírgula 3 casas para a
➢ UNIDADE DE COMPRIMENTO esquerda (sentido da seta).
Unidade padrão: METRO (m) m dm cm mm
Conversão de unidade
Conversão de unidade
Observando a escala acima, veremos que cada uni-
dade de comprimento é 10 vezes maior que a unidade Observando a escala acima, veremos que cada uni-
imediatamente à sua esquerda. Assim, a conversão de dade de área é 100 vezes maior que a unidade imediata-
unidade se faz com o deslocamento da vírgula para a di- mente à sua esquerda.
reita ou para a esquerda.
Nessas conversões, a cada unidade ultrapassada,
Ex.: Transformar em metros cada uma das medidas corresponde a 2 (dois) deslocamentos da vírgula, ou me-
seguintes: lhor: para passar de uma unidade a outra imediatamente
inferior, multiplica-se a unidade dada por 100. Se a pas-
a) 10,8 km b) 50,36 dam
sagem for para uma unidade superior, divide-se a unida-
c) 107,3 cm d) 10.307 mm de dada por 100, ou seja, deslocamos a vírgula duas ca-
sas para a direita ou esquerda conforme o caso.
Ex.: Transformar em m² cada uma das medidas se-
Solução:
guintes:
a) 10,8 km → desloca-se a vírgula 3 casas para a di-
reita (sentido da seta). a) 45 dam² b) 0,0057 km²
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Raciocínio Lógico-Matemático
Km 2 hm 2 dam 2 m2 b) 0,00037 hm3 → Devemos deslocar a vírgula 6
casas para a direita (sentido da seta).
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Raciocínio Lógico-Matemático
Solução:
a) 722,70 h l → Devemos deslocar a vírgula 2 casas 2) Um determinado recipiente tem 1,7 m 3 de volu-
para a direita (sentido da seta). me. Qual a sua capacidade em quilolitros.
h da Solução: Devemos transformar 1,7 m3 para dm3 (ou
litros) e este resultado, para quilolitros.
dam3 m3 dm3 l
722,70 h l = 72.270
b) 0,0036 k → Devemos deslocar a vírgula 3 ca-
sas para a direita (sentido da seta). 1,7 m3 = 1 700 dm 1,7 m3 = 1 700
l
K h da
K h da
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Kg hg dag g Representação
A representação das unidades de tempo pode ser:
• Direta – quando estiver constituída por
0,0375 kg = 0037,5 g = 37,5 g
uma única unidade de tempo. Esta pode vir representada
b) 3,28 dag → Devemos deslocar a vírgula 1 casa por seu valor inteiro, por uma fração ordinária ou, ainda,
para direita ( sentido da seta ). expressa na forma decimal.
dag g 40 1
Ex.: 1 h; 5 a; h = 40 min; min = 1 seg;
60 60
3,28 dag = 32,8 g 2,32 h; 320,25 min; 1,5 m; etc.
c) 320,3 cg → Devemos deslocar a vírgula 2 casas • Complexa – quando estiver constituída
para a esquerda (sentido da seta). por duas ou mais unidades de tempo. Sua representação
é feita escrevendo-se, em ordem decrescente de valor, os
g dg cg
números correspondentes às diversas unidades. Ex.: 8 a 3
320,3 cg = 3,203 g m 15 d 13 h 28 min 15 seg.
➢ UNIDADE DE VELOCIDADE
d) 52000 mg → Devemos deslocar a vírgula 3 casas
para a esquerda (sentido da seta). Unidade padrão: METRO (m) POR SEGUNDO
(s)
g dg cg mg
Usado para medir a velocidade de um corpo que,
em movimento uniforme, percorre o comprimento de 1
52000 mg = 52,000 g = 52 g metro em 1 segundo.
Para se obter a unidade de velocidade de um corpo
em movimento, basta dividir a unidade de distância per-
2. SISTEMA DE MEDIDAS NÃO-DECIMAIS corrida pela unidade de tempo gasto no percurso.
O sistema de medida não-decimal é aquele que não A unidade mais comum é o quilômetro por hora
utiliza base 10 para numeração. O tipo desse sistema (km/h), indicada nos velocímetros dos carros, utilizados
mais usado é a medida do tempo, que utiliza a base 60 para medir velocidade instantânea. No Sistema Interna-
para sua contagem. cional de Unidade (SI), a velocidade é expressa por me-
tros por segundo (m/s).
➢ UNIDADE DE TEMPO
A relação entre km/h e m/s é: 1 m/s = 3,6 km/h
Unidade padrão: SEGUNDO (s)
Transformação
Usada para medir o tempo diário cujo unidade fun-
damental, o segundo, corresponde ao intervalo de tempo a) Da relação acima apresentada, conclui-se que,
1 para transformar uma unidade apresentada em km/h para
igual à fração do dia solar médio, definido de a unidade padrão (m/s), basta dividir por 3,6.
86 400
acordo com as convenções de astronomia. Ex.: Transformar a a velocidade de um veículo a 90
Múltiplos: km/h para a unidade padrão.
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Raciocínio Lógico-Matemático
12. GEOMETRIA ANALÍTICA Relação de Pitágoras
1. INTRODUÇÃO Num triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa “a” é
igual à soma dos quadrados dos catetos “b” e “c”.
A Geometria Analítica é uma parte da Matemática, que
através de processos particulares, estabelece as relações exis-
tentes entre a Álgebra e a Geometria. Desse modo, uma reta,
uma circunferência ou uma figura podem ter suas propriedades
estudadas através de métodos algébricos.
a² = b² + c²
Os estudos iniciais da Geometria Analítica se deram no sé-
culo XVII, e devem-se ao filósofo e matemático francês René
Descartes (1596 - 1650), inventor das coordenadas cartesianas
(assim chamadas em sua homenagem), que permitiram a repre-
sentação numérica de propriedades geométricas. No seu livro
Discurso sobre o Método, escrito em 1637, aparece a célebre
frase em latim "Cogito ergo sum", ou seja: "Penso, logo exis-
3. DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS DO PLANO
to".
CARTESIANO
2. EIXOS COORDENADOS
Dados os pontos P = (x1, y1) e Q = (x2, y2), obtém-se a dis-
Consideremos um plano e duas retas perpendiculares, sen- tância entre P e Q, traçando-se projeções destes pontos sobre
do uma delas horizontal e a outra vertical. A horizontal será os eixos coordenados e identificando um triângulo retângulo no
denominada Eixo das Abscissas (ou eixo OX) e a V gráfico e a partir daí, utiliza-se o Teorema de Pitágoras.
ertical será denominada Eixo das Ordenadas (ou eixo OY).
Os pares ordenados de pontos do plano são indicados na
forma geral P = (x, y) onde x será a abscissa do ponto P e y a
ordenada do ponto P.
O sistema de Coordenadas Ortogonais também é conhecido [d(P, R)]² = |x1 - x2|² = (x1 - x2)²
por Sistema de Coordenadas Cartesianas. [d(Q,R)]² = |y1 - y2|² = (y1 - y2)²
2º 1º Exemplos
quadrante quadrante 1) A distância entre P = (2, 3) e Q = (5, 12) é:
d(P, Q) = (2 - 5) + (3 - 12)
2 2
= 90
3º 4º 2) A distância entre a origem O = (0, 0) e um ponto genéri-
quadrante quadrante co P = (x, y) é dada por:
d(O, P ) = x 2 + y2
Quadrante Sinal de x Sinal de y Exemplo
1º + + (2, 4)
2º - + (-4, 2) 4. PONTO MÉDIO DE UM SEGMENTO
3º - - (-3, -7)
4º + - (7, -2) Dados os pontos P = (x1, y1) e Q = (x2, y2), pode-se obter o
Ponto Médio M = (xm, ym) que está localizado entre P e Q,
através do uso da média aritmética por duas vezes, uma para as
abscissas e outra para as ordenadas.
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Raciocínio Lógico-Matemático
deste é maior que o módulo de outro coeficiente, temos que a
reta associada ao mesmo decresce mais rapidamente que a ou-
tra.
Se o coeficiente é nulo temos uma reta horizontal.
xm =
(x1 + x2 )
ym =
(y1 + y2 )
2 2
Observação: e) Coeficiente linear de uma reta
O centro de gravidade de um triângulo plano cujas coorde- O coeficiente linear de uma reta é a ordenada w do ponto
nadas dos vértices são A = (x1, y1), B = (x2, y2) e C = (x3, y3), é (0, w) onde a reta cortou o eixo das ordenadas.
dado por:
(x + x 2 + x3 ) (y1 + y 2 + y3 )
G = 1 ,
3 3
5. RETAS NO PLANO CARTESIANO
Do ponto de vista da Geometria Euclidiana, dados dois
pontos P1 = (x1, y1) e P2 = (x2, y2) no plano cartesiano, existe
uma única reta que passa por esses pontos. Para a determinação f) Retas horizontais e verticais
da equação de uma reta existe a necessidade de duas informa-
ções e dois conceitos importantes, que são: o coeficiente angu- Se uma reta for vertical ela não possuirá coeficientes linear
lar da reta e o coeficiente linear da reta. e angular e, neste caso, a reta será indicada apenas por x = a,
onde “a” é a abscissa do ponto onde a reta cortou o eixo OX.
a) Coeficiente angular de uma reta
Se uma reta for horizontal, o seu coeficiente angular será
Dados os pontos P1 = (x1, y1) e P2 = (x2, y2), com x1 x2, nulo e a equação desta reta será dada por y = b, onde b é a or-
o coeficiente angular da reta que passa por estes pontos é o denada do ponto onde esta reta corta o eixo OY.
número real:
y 2 - y1
K =
x 2 - x1
b) Interpretação geométrica do coeficiente angular de
uma reta
O coeficiente angular de uma reta é o valor da tangente do
ângulo alfa que a reta faz com o eixo das abscissas. g) Equação reduzida da reta
Se for possível calcular tanto o coeficiente angular k como
o coeficiente linear w de uma reta, então poderemos obter a
equação da reta através de sua equação reduzida dada por:
y = kx + w
Exemplos:
Se k = 5 e w = -4, então a reta é dada por y = 5x - 4.
Se k = 1 e w = 0, temos a reta (identidade) y = x.
c) Sinal do coeficiente angular de uma reta no plano Se k = 0 e w = 5, temos a reta y = 5.
Sinal ângulo no h) A reta obtida a partir de um ponto e o coeficiente
Positivo 1º quadrante angular
Negativo 2º quadrante
Positivo 3º quadrante Uma reta que passa por um ponto P = (xo, yo) e tem coefi-
ciente angular k, é dada por:
Negativo 4º quadrante
y - yo = k(x - xo)
d) Declividade de uma reta
Exemplos:
A declividade indica o grau de inclinação de uma reta. O
fato do coeficiente angular ser maior que outro indica que a re- Se P = (1, 5) pertence a uma reta que tem coeficiente
ta associada a este coeficiente cresce mais rapidamente que a angular k = 8, então a equação da reta é y = 8(x - 1) + 5.
outra reta. Se um coeficiente angular é negativo e o módulo
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Raciocínio Lógico-Matemático
Se uma reta passa pela origem e tem coeficiente angu- - x + y -1 = 0
lar k = -1, então a sua equação é dada por: y = -x.
Se a = 0, b = 1 e c = 0, tem-se a reta y = 0
i) A reta a partir de dois pontos Se a = 1, b = 0 e c = 5, tem-se a reta x + 5 = 0
Dados dois pontos (x1, y1) e (x2, y2) não alinhados verti-
calmente, podemos obter a equação da reta que passa por estes
pontos através de: m) Distância de um ponto a uma reta no plano
Dado um ponto P = (xo, yo) e uma reta na sua forma geral
y - y1
y - y1 = 2 (x - x 1 ) ax + by + c = 0, pode-se obter a distância d deste ponto P à re-
x 2 - x1 ta através da expressão matemática:
j) Retas paralelas a x0 + b y0 + c
d =
Duas retas no plano são paralelas se ambas são verticais ou a2 + b2
se elas possuem os mesmos coeficientes angulares.
Exemplos
Exemplo
As retas x = 3 e x = 7, são paralelas.
As retas y = 34 e y = 0, são paralelas. A distância da origem (0, 0) à reta 5x + 12y + 25 = 0 é:
As retas y = 2x + 5 e y = 2x – 7, são paralelas.
5 0 + 12 0 + 25 25
k) Retas perpendiculares d = =
5 + 12
2 2 13
Duas retas no plano são perpendiculares se uma delas é ho-
rizontal e a outra é vertical e se elas possuem coeficientes an- 6. ÁREA DE UM TRIÂNGULO NO PLANO CARTE-
gulares k1 e k2 de tal modo que: SIANO
k1 k 2 = - 1 a) Introdução
Conhecendo-se um ponto (x1, y1) localizado fora de uma
reta que passa pelos pontos (x2, y2) e (x3, y3), pode-se calcular a
área do triângulo formado por estes três pontos, bastando para
isto determinar a medida da base do triângulo, que é a distância
entre (x2, y2) e (x3, y3), e a altura do triângulo, que é a distância
de (x1, y1) à reta que contem os outros dois pontos.
Como o processo é bastante complicado, apresentamos um
procedimento equivalente muito bonito, simples e fácil de me-
morizar.
A área do triângulo é dada pela expressão que segue:
Exemplos:
x1 y1 1
As retas y = x + 3 e y = -x +12, são perpendiculares, 1
Área = x2 y 2 1
pois 2
x3 y 3 1
k1 = 1, k2 = -1 e k1 . k2 = -1
Exemplo: A área do triângulo cujos vértices são (1, 2), (3,
1
As retas y = 5x + 10 e y = − x - 100 são perpendi- 4) e (9, 2) é igual a 8, pois:
5
culares, pois 1 2 1
1
Área = 3 4 1 = 8
1
k1 = 5, k2 = − e k1 . k2 = -1 2
9 2 1
5
Toda reta no plano cartesiano pode ser escrita através de Três pontos (x1, y1), (x2, y2) e (x3, y3) são colineares se per-
sua equação geral, como: tencem à mesma reta.
Raciocínio Lógico-Matemático
x1 y1 1 d) A equação da circunferência que passa por três pon-
tos
C = x 2 y 2 1
x 3 Quando se tem três pontos da circunferência, utiliza-se a
y 3 1
equação geral da circunferência para a obtenção dos coeficien-
tes A, B e C através de um sistema linear com 3 equações e 3
Exemplo: Os pontos (2, 0),(1, 1) e (0, 2) são colineares
incógnitas.
porque é nulo o determinante da matriz
Exemplo: Consideremos uma circunferência que passa pe-
2 0 1 los pontos (2, 1), (1, 4) e (-3, 2). Dessa forma, utilizando a
equação geral da circunferência:
1 1 1
0 2 1 x² + y² + Ax + By + C = 0
7. CIRCUNFERÊNCIAS NO PLANO poderemos substituir estes pares ordenados para obter o sis-
tema:
a) Introdução (-2)² + (1)² + A(-2) + B(1) + C = 0
Do ponto de vista da Geometria Euclidiana plana, uma cir- ( 1)² + (4)² + A( 1) + B(4) + C = 0
cunferência com centro no ponto (a, b) e raio r é o lugar geo- (-3)² + (2)² + A(-3) + B(2) + C = 0
métrico de todos os pontos (x, y) do plano que estão localiza- que pode ser simplificado na forma:
dos à mesma distância r do centro (a, b):
-2 A + 1 B + 1 C = -5
(x,y)
1A+4B+1C = 5
r -3 A + 2 B + 1 C = 13
(a,b) e através da Regra de Cramér, podemos obter:
A = , B = , C =
A equação desta circunferência é dada por: assim a equação geral desta circunferência é:
(x - a)² + (y - b)² = r² x² + y² + ()x + ()y + () = 0
Disco circular é a região que contem a circunferência e to- 4.8. CÔNICAS
dos os pontos contidos no interior da circunferência. a) Elipse
Exemplo: A equação da circunferência centrada em (2, 3) e Considerando, num plano , dois pontos distintos, F1 e F2,
raio igual a 8 é dada por: e sendo 2a um número real maior que a distância entre F1 e F2,
(x - 2)² + (y - 3)² = 64 chamamos de elipse o conjunto dos pontos do plano tais que
a soma das distâncias desses pontos a F1 e F2 seja sempre igual
A equação da circunferência centrada na origem (0, 0) e a 2a.
raio igual a r, denominada a forma canônica da circunferência, Por exemplo, sendo P, Q, R, S, F1 e F2 pontos de um
é dada por: mesmo plano e F1F2 < 2a, temos:
x² + y² = r²
b) Equação geral da circunferência
Pode-se desenvolver a equação (x - a)² + (y - b)² = r², para
obter a equação geral da circunferência na forma:
x² + y² + Ax + By + C = 0
Exemplo: A equação geral da circunferência centrada em
(2, 3) e raio igual a 8 é dada por:
x² + y² - 4x - 6y - 51 = 0
c) A equação da circunferência centrada em um ponto e
passando em outro
d F1 P + d F2 P = 2a
Dado o centro O = (a, b) da circunferência e um outro pon-
to Q = (xo, yo) que pertence à circunferência, pode-se obter o
d F1 Q + d F2 Q = 2a
raio da mesma através da distância entre O e Q e se utilizar a d F1 R + d F2 R = 2a
equação normal da circunferência para se obter a sua equação.
. . .
Exemplo: A circunferência centrada em (3,5) que passa em
(8,16) tem raio tal que: . . .
. . .
r² = (8 - 3)² + (16 - 5)² = 25 + 121 = 146 d F1 S + d F2 S = 2a
logo, a sua equação é dada por: A figura obtida é uma elipse.
(x - 3)² + (y - 5)² = 146 Observações:
A Terra descreve uma trajetória elíptica em torno do
sol, que é um dos focos dessa trajetória.
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Raciocínio Lógico-Matemático
A lua em torno da terra e os demais satélites em rela-
ção a seus respectivos planetas também apresentam esse com-
portamento.
O cometa de Halley segue uma órbita elíptica, tendo o
Sol como um dos focos.
As elipses são chamadas cônicas porque ficam confi-
guradas pelo corte feito em um cone circular reto por um plano
oblíquo em relação à sua base.
Elementos
Observe a elipse a seguir. Nela, consideramos os seguintes
elementos:
(
Aplicando a definição de elipse d F1 P + d F2 P = 2a , )
obtemos a equação da elipse:
x2 y2
+ =1
a2 b2
b) elipse com centro na origem e eixo maior vertical
Nessas condições, a equação da elipse é:
focos: os pontos F1 e F2
centro: o ponto O, que é o ponto médio de F1F2 .
Semieixo maior: a
semieixo menor: b
semidistância focal: c
vértices: os pontos A1, A2, B1, B2
eixo maior: A1 A2 = 2a
eixo menor: B1B2 = 2b x2 y2
+ =1
distância focal: F1F2 = 2c a2 b2
Relação fundamental
b) Hipérbole
Na figura acima, aplicando o Teorema de Pitágoras ao tri-
ângulo OF2B2, retângulo em O, podemos escrever a seguinte Considerando, num plano , dois pontos distintos, F1 e F2,
relação fundamental: e sendo 2a um número real menor que a distância entre F1 e F2,
a² = b² + c² chamamos de hipérbole o conjunto dos pontos do plano tais
que o módulo da diferença das distâncias desses pontos a F1 e
Excentricidade F2 seja sempre igual a 2a.
Chamamos de excentricidade o número real “e” tal que: Por exemplo, sendo P, Q, R, S, F1 e F2 pontos de um
mesmo plano e F1F2 = 2c, temos:
c
e =
a
Pela definição de elipse, 2c < 2a, então c < a e, consequen-
temente, 0 < e < 1.
Observação: Quando os focos são muito próximos, ou seja,
“c” é muito pequeno, a elipse se aproxima de uma circunferên-
cia.
Equações
Vamos considerar os seguintes casos:
a) elipse com centro na origem e eixo maior horizontal
Sendo c a semidistância focal, os focos da elipse são F1(-c,
0) e F2(c, 0):
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Raciocínio Lógico-Matemático
Equações
d F1 P − d F2 P = 2a
Vamos considerar os seguintes casos:
d F1 R − d F2 R = 2a
. . .
hipérbole.
. . .
. . .
d F1 S − d F2 S = 2a
F1 (-c, 0) F2 (c, 0)
Aplicando a definição de hipérbole:
d F1 P - d F2 P = 2a
(x + c )2 + y2 - (x - c )2 + y 2 = 2a
x2 y2
Obtemos a equação da hipérbole:
2
− =1
Elementos a b2
Observe a hipérbole representada a seguir. Nela, temos os b) hipérbole com centro na origem e focos no eixo Oy
seguintes elementos: Nessas condições, a equação da hipérbole é:
x2 y2
focos: os pontos F1 e F2 − =1
vértices: os pontos A1 e A2 a2 b2
centro da hipérbole: o ponto O, que é o ponto médio Hipérbole equilátera
de A1A2
Uma hipérbole é chamada equilátera quando as medidas
semieixo real: a dos semieixos real e imaginário são iguais:
semieixo imaginário: b
semidistância focal: c
distância focal: F1F2 = 2c
eixo real: A1 A2 = 2a (contém os focos)
eixo imaginário: B1B2 = 2b (b > 0, tal que a² + b²
= c² → relação fundamental)
Excentricidade
Chamamos de excentricidade o número real “e” tal que:
c
e = (Como c > a, temos e > 1) a = b
a
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Assíntotas da hipérbole
Assíntotas são retas que contêm as diagonais do retângulo
de lados 2a e 2b.
Quando o eixo real é horizontal, o coeficiente angular des-
b
sas retas é ; quando é vertical, o coeficiente é m = ;
a
a
quando é vertical, o coeficiente é m = .
b
Observações:
A parábola é obtida seccionando-se obliquamente um
cone circular reto:
Os telescópios refletores mais simples têm espelhos
com secções planas parabólicas.
As trajetórias de alguns cometas são parábolas, sendo
que o Sol ocupa o foco.
A superfície de um líquido contido em um cilindro que
gira em torno de seu eixo com velocidade constante é parabóli-
ca.
Equação Elementos
Vamos considerar os seguintes casos: Observe a parábola representada a seguir. Nela, temos os
seguintes elementos:
a) eixo real horizontal e C(0, 0)
As assíntotas passam pela origem e têm coeficiente angular
b
m = ; logo, suas equações são da forma:
a
b
y = . x
a
b) eixo vertical e C(0, 0)
As assíntotas passam pela origem e têm coeficiente angular
a
m = ; logo, suas equações são da forma:
b
a
y = . x
b
foco: o ponto F
c) Parábola diretriz: a reta d
vértice: o ponto V
Dados uma reta d e um ponto F (F d), de um plano , parâmetro: p
chamamos de parábola o conjunto de pontos do plano equi-
distantes de F e d. Então, temos que o vértice V e o foco F ficam numa mes-
ma reta, o eixo de simetria e.
Assim, sendo, por exemplo, F, P, Q e R pontos de um pla-
no e d uma reta desse mesmo plano, de modo que nenhum Assim, sempre temos “e ⊥ d”.
ponto pertença a d, temos: DF = p
d FP = d Pd P
V é o ponto médio de DF DV = VF =
2
d FQ = d Qd
d = d Rd
FR Equações
Vamos considerar os seguintes casos:
a) parábola com vértice na origem, concavidade para a di-
reita e eixo de simetria horizontal
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x² = -2py
d) Resumo – Seção Cônica
P
Como a reta d tem equação x = - e na parábola temos:
2 Todas as curvas apresentadas anteriormente podem ser ob-
tidas através de seções (cortes planos)de um cone circular reto
P com duas folhas como aquele apresentado abaixo.
F , 0 ;
2 Tais curvas aparecerão como a interseção do cone com um
P(x, y); plano apropriado:
dPF = dPd (definição);
Se o plano for horizontal e passar pelo vértice do cone,
obtemos, então, a equação da parábola: teremos apenas um ponto.
Se o plano for vertical e passar pelo vértice do cone,
y² = 2px
teremos duas retas concorrentes.
b) parábola com vértice na origem, concavidade para a es- Se o plano for horizontal e passar fora do vértice, te-
querda e eixo de simetria horizontal remos uma circunferência.
Se o plano for tangente ao cone, teremos uma reta.
Nessas condições, a equação da parábola é:
Se o plano for vertical e passar fora do vértice, teremos
uma hipérbole.
Se o plano for paralelo à linha geratriz do cone, tere-
mos uma parábola.
Se o plano for inclinado, teremos uma elipse.
Equações de seções cônicas
Nome Equação
Ponto x² + y² = 0
Reta y = kx + w
Parábola y = ax² + bx + c
Circunferência x² + y² = r²
x2 y2
y² = - 2px Elipse
2
+ = 1
a b2
c) parábola com vértice na origem, concavidade para cima
e eixo de simetria vertical x2 y2
Hipérbole
2
− = 1
a b2
x2 y2
Duas retas − = 0
a2 b2
x² = 2py
d) parábola com vértice na origem, concavidade para baixo
e eixo de simetria vertical
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Raciocínio Lógico-Matemático
EXERCÍCIOS Assinale a opção que indica o número total de ca-
minhos diferentes.
Nas questões de 01 a 69, marque uma única alterna-
tiva correta conforme pede seu comando. (A) 12.
(B) 18.
01. (FGV - 2023 - Banco do Brasil - Técnico Per-
(C) 24.
fil Interno)
(D) 32.
Uma caixa A tem 10 bolas azuis e, uma caixa B, 10 (E) 64.
bolas verdes. Foram transferidas 7 bolas da caixa A para
a caixa B e, a seguir, aleatoriamente, 5 bolas da caixa B 05. (FGV - 2023 - Banco do Brasil - Técnico Per-
para a caixa A. fil Interno)
É correto concluir que, ao final, Dentro de uma caixa são colocadas 6 caixas meno-
res. Depois, dentro de cada uma dessas caixas menores,
(A) a caixa A tem mais bolas azuis do que a B. ou são colocadas 6 caixas menores ainda ou não é colo-
(B) a caixa B tem mais bolas verdes do que a A.
cada caixa alguma. Esse processo se repete um certo
(C) a caixa A tem, no máximo, 6 bolas azuis a mais do
número de vezes sendo que a cada vez, dentro das meno-
que a B.
res caixas, ou são colocadas 6 caixas menores ainda ou
(D) a caixa B tem, no mínimo, 2 bolas azuis a mais do
não é colocada caixa alguma.
que a A.
(E) as duas caixas têm o mesmo número de bolas ver- Ao final, sabe-se que há 9 caixas cheias, isto é, cai-
des. xas onde foram colocadas caixas menores.
O número de caixas vazias é
02. (FGV - 2023 - Banco do Brasil - Técnico Per-
fil Interno) (A) 36.
(B) 42.
Considere a afirmação a seguir.
(C) 44.
“Eu fiz dieta e não emagreci.” (D) 46.
(E) 48.
A negação lógica dessa afirmação é:
(A) Eu não fiz dieta e não emagreci. 06. (SEFAZ-ES - Consultor do Tesouro Estadual
(B) Eu não fiz dieta ou emagreci. - Ciências Econômicas e Ciências Contábeis – Ma-
(C) Eu não fiz dieta e emagreci. nhã/ FGV – 2022)
(D) Eu não fiz dieta ou não emagreci. Na espera pela abertura de um posto de saúde há
(E) Eu fiz dieta e emagreci. uma fila com 30 pessoas, entre as quais Gilda e Laura.
Sabe-se que:
03. (FGV - 2023 - Banco do Brasil - Técnico Per-
fil Interno) – Gilda está na frente de Laura e há três pessoas en-
tre elas.
Seja 𝐶 o conjunto dos números inteiros positivos
tais que o quadrado de cada um deles está compreendido – O número de pessoas que estão atrás de Gilda é o
entre 1000 e 5000. dobro do número de pessoas que estão à frente de Laura.
04. (FGV - 2023 - Banco do Brasil - Técnico Per- 07. (SEFAZ-ES - Consultor do Tesouro Estadual
fil Interno) - Ciências Econômicas e Ciências Contábeis – Ma-
nhã/ FGV – 2022)
No quadro abaixo, considere os caminhos que for-
mam a palavra BRASIL começando em uma letra B e A negação de “Nenhuma cobra voa” é
caminhando para a direita ou para baixo. (A) Pelo menos uma cobra voa.
(B) Alguns animais que voam são cobras.
(C) Todas as cobras voam.
(D) Todos os animais que voam são cobras.
(E) Todas as cobras são répteis.
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Raciocínio Lógico-Matemático
08. (SEFAZ-ES - Consultor do Tesouro Estadual Em relação a esse grupo de pessoas, é correto con-
- Ciências Econômicas e Ciências Contábeis – Ma- cluir que
nhã/ FGV – 2022) (A) no máximo 20 são capixabas torcedores do Vasco.
Valter fala sobre seus hábitos no almoço: (B) no mínimo 20 não são nem capixabas nem torcedo-
res do Vasco.
• Como carne ou frango. (C) exatamente 30 são capixabas não torcedores do
• Como legumes ou não como carne. Vasco.
• Como macarrão ou não como frango. (D) no máximo 40 são capixabas torcedores do Vasco.
(E) é possível que nenhuma delas seja capixaba torce-
Certo dia, no almoço, Valter não comeu macarrão.
dor do Vasco.
É correto afirmar que, nesse dia, Valter
12. (SEFAZ-ES - Consultor do Tesouro Estadual
(A) comeu frango e carne.
- Ciências Econômicas e Ciências Contábeis – Ma-
(B) não comeu frango nem carne.
nhã/ FGV – 2022)
(C) comeu carne e não comeu legumes.
(D) comeu legumes e carne. Dois casais irão se sentar em 4 cadeiras consecuti-
(E) não comeu frango nem legumes. vas de uma fila de um cinema.
O número de maneiras de eles sentarem nas 4 cadei-
09. (SEFAZ-ES - Consultor do Tesouro Estadual ras, de modo que cada casal se sente junto, é igual a
- Ciências Econômicas e Ciências Contábeis – Ma-
(A) 4.
nhã/ FGV – 2022)
(B) 6.
Na mesa de Antônio há três gavetas: A, B e C. Uma (C) 8.
gaveta contém documentos, outra contém chocolates e a (D) 12.
terceira contém dinheiro. (E) 16.
Sabe-se que das afirmativas a seguir sobre as gave-
tas somente uma é verdadeira. 13. (FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM -
Administrador Geral)
• A tem dinheiro.
Considere a afirmação:
• B não tem chocolates.
• C não tem dinheiro. “Se o acusado estava no hospital então não é culpa-
do”.
Assim, é correto afirmar que
É correto concluir que
(A) A tem chocolates.
(A) se o acusado não estava no hospital então é culpado.
(B) B tem dinheiro.
(B) se o acusado é culpado então não estava no hospital.
(C) C tem chocolates.
(C) se o acusado não é culpado então não estava no
(D) A tem documentos.
hospital.
(E) B não tem documentos.
(D) o acusado estava no hospital e é culpado.
(E) o acusado não é culpado e não estava no hospital.
10. (SEFAZ-ES - Consultor do Tesouro Estadual
- Ciências Econômicas e Ciências Contábeis – Ma-
14. (FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM -
nhã/ FGV – 2022)
Administrador Geral)
Sabe-se que as 3 sentenças a seguir são verdadeiras.
Rafael fez certo percurso partindo do ponto A da fi-
• Se Pedro é capixaba ou Raquel não é carioca,
gura a seguir, andando apenas sobre as linhas do quadri-
então Renata não é pernambucana.
culado e fazendo diversos movimentos em sequência. A
• Se Pedro não é capixaba ou Renata é pernam-
unidade de movimento de um percurso é o lado de um
bucana, então Raquel é carioca.
quadradinho.
• Se Raquel não é carioca, então Pedro é capixa-
ba e Renata é pernambucana.
É correto concluir que
(A) Pedro é capixaba.
(B) Raquel é carioca.
(C) Renata é pernambucana.
(D) Pedro não é capixaba. Cada uma das quatro letras a seguir representa o
(E) Raquel não é carioca. movimento de 1 unidade em cada uma das quatro dire-
ções: N = norte, S = sul, L = leste e O = oeste.
11. (SEFAZ-ES - Consultor do Tesouro Estadual
- Ciências Econômicas e Ciências Contábeis – Ma- Rafael fez, em sequência, os movimentos represen-
nhã/ FGV – 2022) tados pelo código L L N L L L N N O N L N, chegando
ao ponto B.
Em um grupo de 70 pessoas, há 50 capixabas e 40
torcedores do Vasco. Um código que permite a Rafael sair de B e chegar
em A é
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Raciocínio Lógico-Matemático
(A) OSSOOOSLSSOO 18. (FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM -
(B) OOSSOSSOO Administrador Geral)
(C) LSSSOSOOSOO
Três amigos, Gael, Miguel e Gabriel moram em três
(D) OOSSSOSSOO
bairros diferentes de Manaus. Um mora no Centro, outro
(E) OOSOSSLSOOOS
mora em Flores e outro, em Aleixo.
15. (FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Considere as seguintes informações:
Administrador Geral)
• Gael é casado com a irmã de Gabriel e é mais
Considere a sentença: velho do que quem mora em Aleixo.
“Paulo é torcedor do Nacional ou Débora não é tor- • Quem mora em Flores é filho único e é o mais
cedora do Fast”. novo dos três amigos.
A negação lógica dessa sentença é É correto concluir que
(A) Paulo não é torcedor do Nacional ou Débora não é (A) Gael mora em Flores.
torcedora do Fast. (B) quem mora no Centro é mais novo que Miguel.
(B) Paulo não é torcedor do Nacional ou Débora é tor- (C) Gabriel mora em Aleixo.
cedora do Fast. (D) quem mora no Centro é mais novo que Gabriel.
(C) Paulo não é torcedor do Nacional e Débora não é (E) o mais velho não mora no Centro.
torcedora do Fast.
(D) Paulo não é torcedor do Nacional e Débora é torce- 19. (SEFAZ-BA - Agente de Tributos Estaduais -
dora do Fast. Tecnologia da Informação/ FGV – 2022)
(E) Paulo é torcedor do Nacional ou Débora é torcedora
do Fast. Considere a afirmação:
“À noite, todos os gatos são pretos.”
16. (FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM -
Administrador Geral) Se essa frase é falsa, é correto concluir que
Considere os seguintes conjuntos: (A) De dia, todos os gatos são pretos.
• A = conjunto dos números inteiros maiores do (B) À noite, todos os gatos são brancos.
que 1 e menores do que 100. (C) De dia há gatos que não são pretos.
• B = conjunto dos números que pertencem a A e (D) À noite há, pelo menos, um gato que não é preto.
que são múltiplos de 6. (E) À noite nenhum gato é preto.
• C = conjunto dos números que pertencem a A e
que são múltiplos de 8. 20. (SEFAZ-BA - Agente de Tributos Estaduais -
Tecnologia da Informação/ FGV – 2022)
O número de elementos que pertencem a A e não
pertencem a B nem a C é Considere as duas listas de números a seguir.
(A) 70. Lista 1: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
(B) 72. Lista 2: 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15
(C) 74.
Sejam 𝐷1 e 𝐷2 os desvios padrão das Listas 1 e 2,
(D) 76.
respectivamente.
(E) 78.
É correto concluir que
17. (FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM -
Administrador Geral) (A) 𝐷2=𝐷1.
(B) 𝐷2=𝐷1+4.
Em uma disputa de pênaltis, quando um time acerta (C) 𝐷2=𝐷1+2.
uma cobrança de pênalti, a probabilidade de que esse ti- (D) 𝐷2=2𝐷1.
me acerte a cobrança seguinte é de 70% e, quando um
(E) .
time perde uma cobrança de pênalti, a probabilidade de
que esse time também perca a próxima cobrança é de
21. (SEFAZ-BA - Agente de Tributos Estaduais -
80%.
Tecnologia da Informação/ FGV – 2022)
Se o time A acertou a primeira cobrança, a probabi- Considere o conjunto de números naturais
lidade de que esse time perca a sua terceira cobrança é 𝐶={1,2,3,⋯,𝑛} onde 𝑛>6.
(A) 45%. O conjunto 𝐴 é formado pelos elementos de 𝐶 que
(B) 50%. são múltiplos de 2 e o conjunto 𝐵 é formado pelos ele-
(C) 55%. mentos de 𝐶 que são múltiplos de 3.
(D) 60%. Sabe-se que o número de elementos de 𝐶 que não
(E) 70%. está nem em 𝐴 e nem em 𝐵 é o dobro do número de ele-
mentos de 𝐶 que está simultaneamente em 𝐴 e em 𝐵.
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Raciocínio Lógico-Matemático
O menor valor possível de 𝑛 é (A) 6.
(A) 18. (B) 8.
(B) 24. (C) 9.
(C) 30. (D) 10.
(D) 36. (E) 12.
(E) 48.
25. (FGV - 2022 - SSP-AM - Assistente
22. (SEFAZ-BA - Agente de Tributos Estaduais - Operacional)
Tecnologia da Informação/ FGV – 2022) Os alunos de uma turma estavam se preparando
Os números naturais foram escritos em uma tabela para um concurso. Constatou-se que: a terça parte do
de 4 linhas como na figura a seguir. total de alunos torce pelo Manaus FC, a quarta parte do
total de alunos torce pelo Nacional-AM, e os 35 alunos
restantes torcem por outros clubes ou não são ligados em
futebol.
O número de alunos dessa turma que torcem pelo
Manaus FC é
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Raciocínio Lógico-Matemático
(A) 1/2. (B) está entre 300 e 350.
(B) 2/5. (C) está entre 351 e 400.
(C) 3/5. (D) está entre 401 e 450.
(D) 7/15. (E) é maior que 451.
(E) 8/15.
32. (FGV - 2022 - SSP-AM - Assistente
28. (FGV - 2022 - SSP-AM - Assistente Operacional)
Operacional)
Sabe-se que a sentença “Patrícia é amazonense ou
Considere a afirmação: Marlene não nasceu em Manaus” é FALSA.
“Hoje é sexta-feira e amanhã não trabalharei”.
É correto concluir que
A negação lógica dessa sentença é
(A) se Patrícia não é amazonense, então Marlene não
(A) Hoje não é sexta-feira e amanhã trabalharei.
nasceu em Manaus.
(B) Hoje não é sexta-feira ou amanhã trabalharei.
(B) Patrícia não é amazonense e Marlene não nasceu
(C) Hoje não é sexta-feira, então amanhã trabalharei.
em Manaus.
(D) Hoje é sexta-feira e amanhã trabalharei.
(C) se Marlene nasceu em Manaus, então Patrícia é
(E) Hoje é sexta-feira ou amanhã não trabalharei.
amazonense.
(D) se Patrícia é amazonense, então Marlene não nasceu
29. (FGV - 2022 - SSP-AM - Assistente
em Manaus.
Operacional)
(E) Patrícia é amazonense e Marlene nasceu em
Eva, Bia e Gal encontraram-se para almoçar e Manaus.
estavam com bolsas parecidas, mas com cores diferentes.
Uma bolsa era cinza, outra era marrom e outra era preta. 33. (FGV - 2022 - SEFAZ-AM - Auditor Fiscal
Das afirmativas seguintes, somente uma é de Tributos Estaduais – Manhã)
verdadeira:
Considere as afirmativas:
• Eva está com a bolsa preta.
• Bia não está com a bolsa marrom. • Alguns homens gostam de ler.
• Gal não está com a bolsa preta. • Quem gosta de ler vai à livraria.
(A) Eva tem a bolsa marrom. (A) Todos os homens vão à livraria.
(B) Bia tem a bolsa preta. (B) Mulheres não gostam de ler.
(C) Gal tem a bolsa marrom. (C) Quem vai à livraria gosta de ler.
(D) Eva tem a bolsa cinza. (D) Se um homem não vai à livraria então não gosta de
(E) Bia não tem a bolsa cinza. ler.
(E) Quem não gosta de ler não vai à livraria.
30. (FGV - 2022 - SSP-AM - Assistente
Operacional) 34. (FGV - 2022 - SEFAZ-AM - Auditor Fiscal
de Tributos Estaduais – Manhã)
Um encontro de família foi organizado por 5 casais.
Cada um desses casais teve 4 filhos, todos casados e com Em uma sala de reuniões há uma mesa circular com
3 filhos cada um. Todas as pessoas citadas cadeiras em volta. Nessa sala estão Abel, Daniel e Rafael
compareceram ao encontro. que esperam Pedro, um amigo comum. Um dos três
O número de pessoas nesse encontro de família é presentes diz:
(A) 70. “Vamos nos sentar de forma a deixar para Pedro
(B) 80. apenas um lugar que não tenha um de nós como
(C) 90. vizinho.”
(D) 100.
(E) 110. Para cumprir o que foi dito, o número máximo de
cadeiras em volta dessa mesa deve ser
31. (FGV - 2022 - SSP-AM - Assistente (A) 6.
Operacional) (B) 7.
Para o novo cartão de crédito, Renato precisa (C) 8.
cadastrar uma senha de 4 dígitos de 0 a 9. Como nasceu (D) 9.
em 1998 decidiu que sua senha terá dois “noves” em (E) 10.
qualquer posição, mais dois dígitos diferentes de 9 e
diferentes entre si. Por exemplo, 0959 e 2399 são senhas 35. (FGV - 2022 - SEFAZ-AM - Auditor Fiscal
que Renato pode escolher. de Tributos Estaduais – Manhã)
O número total de senhas que Renato poderá Ângela, Bárbara e Carla marcaram de se encontrar
escolher às 18h30min. Ana foi a primeira a chegar e esperou 23
(A) é menor que 300. minutos até a chegada da segunda; Bárbara chegou 12
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Raciocínio Lógico-Matemático
minutos antes de Carla e Carla chegou 17 minutos 39. (FGV - 2022 - MPE-GO - Assistente
atrasada. Administrativo)
Ana chegou às Cinco pessoas cujos nomes têm as iniciais J, K, L,
M e N fizeram as duas provas necessárias para concorrer
(A) 18h07min.
ao cargo de gerente de uma empresa. As provas foram
(B) 18h12min.
duas, P1 e P2, com peso 2 para a primeira e peso 1 para a
(C) 18h14min.
segunda. As notas dos candidatos estão na matriz abaixo.
(D) 18h17min.
(E) 18h23min.
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Raciocínio Lógico-Matemático
É correto afirmar que 46. (FGV - 2021 - Banestes - Analista em
Tecnologia da Informação - Desenvolvimento de
(A) Bia chegou 19 minutos antes de Carol.
Sistemas)
(B) Ari chegou 2 minutos depois de Bia.
(C) Carol chegou ao meio-dia e 15 minutos. Em uma empresa há funcionários homens e
(D) Bia chegou 28 minutos depois de Ari. mulheres, alguns com curso superior, outros não. Sabe-
(E) Ari chegou ao meio-dia e 16 minutos. se que:
• 65% dos funcionários são homens;
43. (FGV - 2021 - Banestes - Analista em
• entre os funcionários sem curso superior, dois
Tecnologia da Informação - Desenvolvimento de
terços são homens;
Sistemas)
• um quinto das mulheres têm curso superior.
A frase a seguir é um conhecido ditado popular:
Nessa empresa, a porcentagem de homens com
“Se não tem cão então caça com gato". curso superior é:
Uma frase logicamente equivalente é: (A) 7%;
(B) 8%;
(A) Se tem cão então não caça com gato;
(C) 9%;
(B) Se caça com gato então não tem cão;
(D) 10%;
(C) Tem cão ou caça com gato;
(E) 11%.
(D) Tem cão e caça com gato;
(E) Tem cão ou não caça com gato.
47. (FGV - 2021 - Banestes - Analista em
Tecnologia da Informação - Desenvolvimento de
44. (FGV - 2021 - Banestes - Analista em
Sistemas)
Tecnologia da Informação - Desenvolvimento de
Sistemas) Considere como verdadeiras as sentenças a seguir.
Um escritório de investimentos possui 86 clientes • Se Priscila é paulista, então Joel é capixaba.
que são atendidos por 6 consultores. Cada consultor deve • Se Gabriela não é carioca, então Joel não é
atender a no mínimo 9 e no máximo 20 clientes. capixaba.
• Se Gabriela é carioca, então Priscila não é
É correto concluir que:
paulista.
(A) pelo menos 1 consultor atende a mais de 14
É correto deduzir que:
clientes;
(B) um consultor atende a 16 clientes; (A) Gabriela é carioca;
(C) é possível que todos os consultores atendam a um (B) Gabriela não é carioca;
mesmo número de clientes; (C) Priscila não é paulista;
(D) é possível que 3 dos consultores atendam o número (D) Priscila é paulista;
máximo de clientes por consultor; (E) Joel não é capixaba.
(E) não é possível que 3 dos consultores atendam o
número mínimo de clientes por consultor. 48. (FGV - 2021 - Banestes - Analista em
Tecnologia da Informação - Desenvolvimento de
45. (FGV - 2021 - Banestes - Analista em Sistemas)
Tecnologia da Informação - Desenvolvimento de
Alda tem 222 bolinhas numeradas, cada uma com
Sistemas)
um número inteiro positivo diferente. Há 87 bolinhas
Hugo, Lauro e Mário são funcionários de um com números pares e as demais têm números ímpares.
escritório de investimentos e trabalham com áreas Alda, então, forma 111 grupinhos com duas bolinhas
diferentes: um trabalha com mercado de ações, outro cada um. Há exatamente 37 grupinhos em que as duas
com previdência e outro com multimercado. bolinhas têm números ímpares.
Dentre as afirmativas abaixo, somente uma é O número de grupinhos que tem duas bolinhas com
verdadeira: números pares é:
• Hugo trabalha com previdência. (A) 74;
• Lauro não trabalha com previdência. (B) 61;
• Mário não trabalha com multimercado. (C) 48;
(D) 27;
Assim, é correto afirmar que: (E) 13.
(A) Hugo trabalha com multimercado;
(B) Hugo trabalha com previdência;
(C) Lauro trabalha com ações;
(D) Lauro trabalha com multimercado;
(E) Mário trabalha com previdência.
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49. (FGV - 2021 - Banestes - Analista em 53. (IBADE - 2018 - Prefeitura de Manaus - AM
Tecnologia da Informação - Desenvolvimento de - Professor de Matemática). Jair é um investidor e pos-
Sistemas) sui um certo capital C disponível. Para diversificar suas
transações financeiras, ele emprega, durante 4 meses,
Considere a sequência dos 120 anagramas da
metade deste capital à taxa bimestral de 40% na modali-
palavra BANCO escritos em ordem alfabética.
dade de juros compostos. A outra metade do capital, ele
O anagrama CANBO ocupa a posição de número: prefere uma aplicação na modalidade de juros simples,
durante os mesmos 4 meses. Para que ao final dos 4 me-
(A) 50;
ses ele receba a mesma quantia nos 2 investimentos, Jair
(B) 51;
terá que buscar uma taxa de x% ao mês para o investi-
(C) 52;
mento à juros simples.
(D) 53;
(E) 54. Dessa forma, o valor de x é:
A) 24%.
50. (FGV - 2021 - Prefeitura de Paulínia - SP –
B) 26%.
Enfermeiro)
C) 25%.
Sabe-se que a sentença D) 27%.
“Se Antonio é advogado, então Carla é engenheira 54. (IBADE - 2019 - DEPASA - AC – Laborato-
ou Diana não é médica” é falsa. rista). Juliana investiu R$ 5.000,00, a juros simples, em
É correto concluir que uma aplicação que rende 3% ao mês, durante 8 meses.
Passados 8 meses, Juliana retirou todo o dinheiro e in-
(A) Antônio é advogado e Diana é médica. vestiu somente metade em uma outra aplicação, a juros
(B) Antônio não é advogado e Carla é engenheira. simples, a uma taxa de 5% ao mês por mais 4 meses. O
(C) Se Carla não é engenheira, então Diana não é total de juros arrecadado por Juliana após os 12 meses
médica. foi:
(D) Se Diana é médica, então Antônio não é advogado.
(E) Carla é engenheira ou Diana não é médica. A) R$ 1.200,00.
B) R$ 1440,00.
51. (FGV - 2021 - Prefeitura de Paulínia - SP – C) R$ 620,00.
Enfermeiro) D) R$ 1820,00.
E) R$ 240,00.
Considere a sentença:
“Todo advogado é bom orador.” 55. (IBADE - 2018 - Prefeitura de Ji-Paraná -
RO – Merendeira). O montante de uma aplicação, em
A negação lógica dessa sentença é: que o capital investido foi de R$ 8.000,00 à taxa de juros
(A) Nenhum advogado é bom orador. de 15% ao mês, no sistema de capitalização de juros
(B) Todo bom orador é advogado. simples, durante um ano, será:
(C) Nenhum bom orador é advogado. A) RS 14.400.00.
(D) Algum advogado não é bom orador.
(E) Algum bom orador não é advogado. B) RS 16.000,00.
C) RS 20.600.00.
52. (FGV - 2021 - Prefeitura de Paulínia - SP –
Enfermeiro) D) RS 22.400,00.
Em um grupo de sapos, alguns são amarelos e E) RS 18.800.00.
alguns são felizes.
Sabe-se que: 56. (IBADE - 2022 - Prefeitura de Colíder - MT -
Agente Comunitário de Saúde). Jorginho quer comprar
1) Todo sapo feliz sabe pular. um computador, ele já detém 30% da quantia necessária.
2) Nenhum sapo amarelo sabe tocar gaita. No dia do seu aniversário sua mãe lhe dará 2/5 da quan-
3) Todo sapo que não sabe tocar gaita também não tia e o seu pai lhe dará R$750,00.
sabe pular.
Podemos afirmar que o computador custa?
É correto concluir que
A) R$1.625,00
(A) todo sapo amarelo sabe pular.
(B) nenhum sapo feliz sabe tocar gaita. B) R$1.950,00
(C) todo sapo amarelo é feliz.
C) R$5.250,00
(D) todo sapo que sabe pular é amarelo.
(E) nenhum sapo feliz é amarelo. D) R$2.500,00
E) R$2.750,00
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Raciocínio Lógico-Matemático
57. (IBADE - 2022 - Prefeitura de Barra de São
Francisco - ES - Procurador Municipal). Os ingressos 62. (IBADE - 2022 - Câmara de Acrelândia - AC
para a estreia de determinado filme foram tabelados de - Procurador Jurídico). Na segunda fase de um proces-
modo que crianças, de segunda à sexta, paguem 60% a so licitatório a modalidade 1 possui um prazo máximo de
menos que adultos no mesmo período. Sabendo que três 20 dias, a modalidade 2 de 40 dias, a modalidade 3 de 50
adultos e quatro crianças pagaram $ 92.00, qual o valor dias e a modalidade 4 de 70 dias. Qual a diferença entre
do ingresso para uma criança? média aritmética dos prazos máximos das modalidades e
a mediana desse conjunto de valores?
A) 12.
B) 8. A) 0
C) 6. B) 45
D) 20. C) 180
E) 16. D) 70
E) 25
58. (IBADE - 2022 - INOVA CAPIXABA - Auxi-
liar de Almoxarifado). O jogador Hulk teve um apro- 63. (IBADE - 2022 - Faceli - Agente Administra-
veitamento de 75,2% nas cobranças de pênalti no cam- tivo). Uma sala de aula possui 30 alunos. A média das
peonato anterior e no atual ele já cobrou 10 pênaltis e notas dos alunos da turma em matemática é igual à 8.
conseguiu converter em 8 gols. Quando comparamos o Um aluno novo chega à turma e decide que irá ajudar a
aproveitamento anterior ao atual, é CORRETO afirmar: elevar a média geral. Dessa forma, qual deve ser a nota
do aluno para que a média suba para 8,05?
A) O aproveitamento aumentou em 80%.
B) O aproveitamento diminuiu em 4,8%. A) 109,55
C) O aproveitamento aumentou em 4,8%. B) 9,55
D) O aproveitamento diminuiu 80%. C) 9,25
E) O aproveitamento foi o mesmo. D) 8,45
E) 8,25
59. (IBADE - 2022 - INOVA CAPIXABA - Auxi-
liar de Almoxarifado). Se 30% de 40% corresponde 3/4 64. (FGV - 2023 - SEE-MG - Professor de
de R$220,00. Podemos afirmar que 10% da quantia vale: Educação Básica (PEB) - Língua Portuguesa). Os
ângulos internos de um triângulo ABC são tais que o
A) R$16,50
B) R$35,20 dobro da medida em graus do ângulo é igual à soma
C) R$26,40
D) R$49,50 das medidas em graus dos ângulos e Portanto, o
E) R$13,75
ângulo mede
60. (IBADE - 2022 - Prefeitura de Costa Mar-
ques - RO - Agente Administrativo – Educação). O di- A) 45º.
retor de uma escola havia reservado uma quantia de R$ B) 60º.
3.000,00 para aquisição de materiais de consumo. Entre- C) 75º.
tanto, foi necessário gastar R$ 600,00 com o conserto de D) 90º.
um equipamento de refrigeração. Qual o percentual (%)
do valor total que ainda restou para a compra dos materi- 65. (FGV - 2023 - SEE-MG - Professor de
ais de consumo? Educação Básica (PEB) - Língua Portuguesa). Um
dado comum possui seis faces numeradas de 1 a 6, de tal
A) 20% forma que os números indicados em duas faces opostas
B) 80% sempre somam 7.
C) 60%
D) 30% Devido a um defeito de fabricação, a cada
E) 40% lançamento desse dado, a probabilidade de que o número
6 seja obtido é o triplo da probabilidade de se obter o 1.
61. (IBADE - 2022 - Prefeitura de Barra de São Além disso, a probabilidade de resultado igual a 1 é a
Francisco - ES - Guarda Civil Municipal). Uma cida- metade da probabilidade de ocorrência de todos os
de pequena possui vinte bairros, cada bairro possui trinta demais resultados.
ruas, cada rua possui vinte casas e cada casa possui, em No lançamento desse dado, a probabilidade de se
média, quatro habitantes. Quantos habitantes há, em mé- obter 6 como resultado é igual a
dia, nessa cidade?
A) 1/12.
A) 40.000 habitantes. B) 1/8.
B) 35.000 habitantes. C) 1/6.
C) 48.000 habitantes D) 1/4.
D) 52.000 habitantes.
E) 26.000 habitantes.
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Raciocínio Lógico-Matemático
66. (FGV - 2023 - SEE-MG - Professor de
Educação Básica (PEB) - Língua Portuguesa). Em um
cesto havia bananas de 3 tipos diferentes. Metade dessas
bananas eram banana-prata. Trinta por cento do total de
bananas eram bananas-d’água. O restante das bananas no
cesto eram bananas-ouro.
Foram retiradas do cesto 5 bananas: 1 banana-
d’água, 2 bananas-prata e 2 bananas-ouro.
Após as retiradas, 16% das bananas que restaram no
cesto eram bananas-ouro.
GABARITO OFICIAL
A quantidade original de bananas no cesto era igual
a Conferido
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Raciocínio Lógico-Matemático
RASCUNHO RASCUNHO
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NOÇÕES DE
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
SUMÁRIO:
1. Constituição: conceito, classificações, princípios fundamentais ............................... 03
2. Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos, direitos
sociais, nacionalidade, cidadania .............................................................................. 09
3. Estatuto da Igualdade Racial, (Lei 10.233/2001) ...................................................... 19
4. Organização administrativa: Centralização e Descentralização, Autarquia, Fundação,
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista ................................................... 26
5. Administração pública: disposições gerais, servidores públicos .............................. 29
6. Lei de Acesso à Informação ...................................................................................... 37
7. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais ................................................................. 45
8. Ética pública ............................................................................................................. 59
9. Finanças e Orçamento Público ................................................................................. 68
10. Lei de Licitações Públicas (Lei 14.133/2021; Lei 10.520/2002 e comparativos com a
Lei 8.666/1993) ............................................................................................ 68/114/116
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os dispositivos constitucionais, quando expressamente for con- podem abrir correspondências de presos submetidos à sua cus-
ferida tal atribuição. A lei em sentido amplo pode ser comple- tódia.
22 As interceptações telefônicas lícitas, já regulamentadas em
mentar, ordinária, delegada, ou todo diploma jurídico provin-
do de algum órgão competente, como as medidas provisórias. lei, somente podem ser autorizadas pela autoridade judicial e
16 A Constituição também protege os estrangeiros em trânsito, para fins de investigação criminal (fase do inquérito) ou para
tanto que podem lançar mão de alguns direitos e de algumas instrução do processo penal (fase judicial). Já as relativas aos
garantias. Um dispositivo de lei pode ser mero enunciado dados telefônicos são meras informações cadastrais e relacio-
prescritivo ou ser uma norma jurídica pura, ou seja, em que nadas às chamadas, horários e tempo de duração, que são in-
um princípio é consagrado no texto. violáveis. Sua utilização sem a autorização da pessoa interes-
17 Princípio da legalidade sada constitui invasão de privacidade e pode ser tida como pro-
18 O comando desse inciso dirige-se a todos aqueles que de al- va ilícita, salvo se autorizada por Comissão Parlamentar de In-
guma forma estão potencialmente em condições de subjugar quérito.
23 A fonte aqui é a fonte de informação. Normalmente invoca-
uma pessoa, violando o direito à vida, à existência e à integri-
dade física. das por jornalistas e autoridades policiais.
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pode ser objeto de desapropriação, que vem a ser a retirada não pode ser retirado do patrimônio jurídico por ato de autori-
compulsória do detentor do domínio, mas desde que para aten- dade, ato de particular ou lei posterior; o ato jurídico perfeito é
der a interesse público. aquele praticado sob a égide de uma lei válida e de incontestá-
29 Tal regra decorre do poder de império próprio dos Estados vel constitucionalidade, porque obtido por agente capaz, objeto
modernos. lícito e forma prevista ou não proibida em lei; a coisa julgada
30 Atente-se que se trata de pequena propriedade rural e traba- refere-se a uma decisão judicial que torna imutável o direito as-
lhada pela família. segurado.
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cia da prática do crime de racismo, não poderá ser solto medi- rão o processo de forma lícita, ou seja, somente as previstas na
ante fiança. legislação. Uma escuta telefônica só vale como prova em juízo,
39 A imprescritibilidade do crime de racismo causou muitas se autorizada previamente pela autoridade judiciária penal.
discussões jurídicas, mas hoje já está pacificado o entendimen- Uma confissão obtida mediante tortura é ilícita. Há as provas
to de que não importa o tempo em que foi praticado, sempre ilegítimas são as obtidas com desrespeito ao sistema processu-
estará o autor sujeito a ser investigado, processado e condena- al. Ambas fazem parte do gênero provas ilegais. A prova ilícita
do. contamina todas as demais provas dela advindas, de acordo
40 Em nenhuma hipótese é admitida a aplicação de outras pe- com a teoria dos frutos da árvore envenenada (Fruits of the
nas, senão as enumeradas no inciso sob exame e é vedado aos poisonous tree).
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oferecimento da denúncia.
49 A garantia em questão decorre do princípio da liberdade e do
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, Entretanto, até o momento não se editou lei ordinária para que
a segurança, a previdência social, a proteção à materni- referido mandamento produza efeitos, por se tratar de uma
dade e à infância, a assistência aos desamparados, na norma constitucional de eficácia limitada.
59 A participação nos lucros da empresa é verba indenizatória e
forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 90, de 2015) não integra os cálculos para incidência do imposto de renda,
FGTS ou encargos previdenciários, assistenciais ou de contri-
buições sindicais e confederativas.
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de dos trabalhadores. A indenização decorrente de acidentes de sional relacionadas aos contratos de trabalho.
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V, do art. 15.
83 Trata-se apenas da lei que alterar o processo eleitoral, e não a
lei eleitoral.
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CAPÍTULO VI CAPÍTULO II
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DOS OBJETIVOS
Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de co- Art. 48. São objetivos do Sinapir:
municação valorizará a herança cultural e a participação I - promover a igualdade étnica e o combate às de-
da população negra na história do País. sigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive me-
Art. 44. Na produção de filmes e programas desti- diante adoção de ações afirmativas;
nados à veiculação pelas emissoras de televisão e em sa- II - formular políticas destinadas a combater os fa-
las cinematográficas, deverá ser adotada a prática de tores de marginalização e a promover a integração social
conferir oportunidades de emprego para atores, figuran- da população negra;
tes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer dis- III - descentralizar a implementação de ações afir-
criminação de natureza política, ideológica, étnica ou ar- mativas pelos governos estaduais, distrital e municipais;
tística. IV - articular planos, ações e mecanismos voltados
à promoção da igualdade étnica;
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O estudo a partir do exterior, por assim dizer, de um A função teórica da ética evita de torná-la ou re-
sistema de crenças e práticas de um grupo social também duzi-la a uma disciplina normativa ou pragmática. O
se chama ética, mais especificamente ética descritiva, valor da ética como teoria está naquilo que ela explica, e
dado que um dos seus objetivos principais é descrever a não no fato de recomendar ou prescrever com vistas à
ética do grupo. Também se lhe chama por vezes etnoéti- ação em situações concretas. Exemplos: Ela não diz em
ca, e é parte das ciências sociais. que situações devemos fazer o bem, mas o que é o bem e
por que é um valor fundamental para a pessoa. Da mes-
Chama-se metaética ou ética analítica a um tipo de ma forma em relação à justiça, respeito, liberdade, equi-
investigação ou teoria filosófica que se distingue da ética dade, distribuição, prudência, etc.
normativa. A metaética tem como objeto de investigação
filosófica os conceitos, proposições e sistemas de cren- A essência da ética é definir os traços essenciais ou a
ças éticos. Analisa os conceitos de correto e incorreto, essência do comportamento moral, em contraste com ou-
bom e mau, com respeito ao caráter e à conduta, assim tras formas de comportamento humano, como a religião,
como conceitos relacionados, como, por exemplo, a res- a política, o direito, a atividade científica, a arte, o trato
ponsabilidade moral, a virtude, os direitos. Inclui tam- social, etc.
bém a epistemologia moral: o modo como a verdade éti- O problema da essência do ato moral remete a outro
ca pode ser conhecida (se é que pode); e a ontologia mo- problema muito importante: o da responsabilidade. Esta
ral: a questão de saber se há uma realidade moral que questão está ligada ao problema da vontade, por isso, é
corresponda às nossas crenças e outras atitudes morais. inseparável da responsabilidade.
As questões de saber se a moral é subjetiva ou objetiva,
relativa ou absoluta, e em que sentido é, pertencem à me- Decidir e agir em uma situação concreta é um pro-
taética. blema prático-moral; mas investigar o modo pelo qual a
responsabilidade moral se relaciona com a liberdade e
com o determinismo ao qual os nossos atos estão sujeitos
é um problema teórico, cujo estudo é competência da
ética.
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55. (UERN/ Agente Técnico Administrativo / D) A conduta descrita é considerada gravíssima, de-
CESPE/ UnB/2010). É proibido ao servidor público vendo João, por conseguinte, ser processado e jul-
gado pela Comissão de Ética no Serviço Público,
I. pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-
que poderá condená-lo a indenizar Maria por danos
quer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
morais, bem como obrigá-lo à prestação de serviços
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie,
comunitários.
para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cum-
primento da sua missão ou para influenciar outro E) A conduta de João é reprovável, pois é vedado ao
servidor para o mesmo fim. servidor público prejudicar deliberadamente a repu-
II. usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o tação de outros servidores ou de cidadãos que deles
exercício regular de direito por qualquer pessoa, de dependam.
modo a causar dano moral ou material, bem como
fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio,
de parentes, de amigos ou de terceiros.
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RASCUNHO RASCUNHO
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Conhecimentos Específicos
CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
SUMÁRIO:
Contabilidade Pública: .................................................................................................... 05
Conceito, objeto, objetivo, campo de atuação ................................................................... 05
Variações Patrimoniais ...................................................................................................... 05
Variações Ativas e Passivas, Orçamentárias e Extraorçamentárias .................................. 06
Plano de Contas Único do Governo Federal: Conceito; Estrutura Básica: ativo, passivo,
despesa, receita, resultado diminutivo, resultado aumentativo, estrutura das contas, caracte-
rísticas das contas .............................................................................................................. 06
Tabela de Eventos: conceito, estrutura e fundamentos lógicos ......................................... 09
Contabilização dos Principais Fatos Contábeis: previsão da receita, fixação da despesa, des-
centralização de créditos, liberação financeira, realização da receita e despesa ................ 11
Balancete: características, conteúdo e forma ..................................................................... 12
Demonstrações Contábeis ................................................................................................. 12
Balanço Orçamentário ....................................................................................................... 20
Balanço Financeiro ............................................................................................................ 21
Balanço Patrimonial e Demonstração das Variações Patrimoniais .......................... 16/20/21
Noções de SIAFI - Sistema de Administração Financeira da Administração Pública Fede-
ral ...................................................................................................................................... 22
Prestação de Contas e Tomada de Contas Especial ........................................................... 25
Conformidade de Gestão e Conformidade Contábil .......................................................... 26
Procedimentos de Encerramento do Exercício .................................................................. 26
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
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Conhecimentos Específicos
CONTABILIDADE PÚBLICA: Nesse sentido, entende-se que o campo de aplicação
da Contabilidade Aplicada ao Setor Público sejam as en-
1. CONCEITUAÇÃO, OBJETO, OBJETIVO E
tidades do setor público.
CAMPO DE APLICAÇÃO
A referida norma considera entidade do Setor Pú-
Conceito
blico como sendo os órgãos, os fundos e as pessoas jurí-
Conforme a Norma Brasileira de Contabilidade dicas de direito público ou que, possuindo personalidade
NBC T 16.1, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público jurídica de direito privado, recebam, guardem, movimen-
é compreendida como o “ramo da ciência contábil que tem, gerenciem ou apliquem dinheiros, bens e valores
aplica, no processo gerador de informações, os Prin- públicos, na execução de suas atividades. Ademais,
cípios de Contabilidade e as normas contábeis direci- equiparam-se, para efeito contábil, as pessoas físicas que
onados ao controle patrimonial de entidades do setor recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou
público”, a qual tem por objetivo fornecer informações creditício, de órgão público.
aos usuários sobre os resultados alcançados e os aspectos
de natureza orçamentária, econômica, financeira e física 2. VARIAÇÕES PATRIMONIAIS.
do patrimônio da entidade do setor público e suas muta-
ções. A NBC T 16.4, a qual trata de transações no setor
público, conceitua Variações Patrimoniais como “transa-
Objeto ções que promovem alterações nos elementos patrimoni-
A Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 16.1 ais da entidade do setor público, mesmo em caráter com-
trata também do objeto da Contabilidade Aplicada ao Se- pensatório, afetando, ou não, o seu resultado”.
tor Público, que compreende o patrimônio público. As transações no setor público são compreendidas
como ”os atos e os fatos que promovem alterações quali-
Logo, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público
tativas ou quantitativas, efetivas ou potenciais, no patri-
tem por objeto o patrimônio público.
mônio das entidades do setor público, as quais são objeto
As entidades do setor público têm por objetivo de registro contábil em estrita observância aos Princípios
principal prestar serviços à sociedade, além de forne- Fundamentais de Contabilidade e às Normas Brasileiras
cer informações aos seus usuários para auxiliar em de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público”.
processos decisórios, prestação de contas e responsabili- As transações no setor público classificam-se como
zação. de natureza econômico-financeira, que trata das transa-
As suas demonstrações contábeis fornecem infor- ções originadas de fatos que afetam o patrimônio públi-
mações sobre a entidade. Assim, os relatórios podem ser co, em decorrência, ou não, da execução de orçamento,
utilizados para fins de política fiscal, definição de políti- podendo provocar alterações qualitativas ou quantitati-
cas, bem como avaliação de impactos sobre a economia, vas, efetivas ou potenciais; e de natureza administrativa,
podendo, inclusive serem utilizados para comparar resul- que trata de transações que não afetam o patrimônio pú-
tados fiscais nacional e internacionalmente. blico, são originadas de atos administrativos, com o ob-
jetivo de dar cumprimento às metas programadas e man-
Objetivo ter em funcionamento as atividades da entidade do setor
O objetivo da Contabilidade Aplicada à Administra- público.
ção Pública é o de fornecer à administração informações Ademais, observa-se que as variações patrimoniais
atualizadas e exatas para subsidiar as tomadas de deci- que afetem o patrimônio líquido devem manter correla-
sões, aos órgãos de controle interno e externo para o ção com as respectivas contas patrimoniais. Correlação
cumprimento da legislação e às instituições governamen- cuida-se de “vinculação entre as contas de resultado e as
tais e particulares informações estatísticas e outras de in- patrimoniais, de forma a permitir a identificação dos
teresse dessas instituições. efeitos nas contas patrimoniais produzidos pela movi-
mentação das contas de resultado”.
Campo de aplicação As variações patrimoniais são classificadas em
A NBC T 16.1, define Campo de Aplicação como quantitativas e qualitativas. Confira-se os conceitos:
o espaço de atuação do Profissional de Contabilidade
que demanda estudo, interpretação, identificação, men- 2.1. Qualitativas.
suração, avaliação, registro, controle e evidenciação de As variações qualitativas são entendidas como as
fenômenos contábeis, decorrentes de variações patrimo- decorrentes de transações no setor público que alteram a
niais em: composição dos elementos patrimoniais sem afetar o pa-
(a) entidades do setor público; e trimônio líquido.
(b) ou de entidades que recebam, guardem, movi-
mentem, gerenciem ou apliquem recursos públicos, na 2.2. Quantitativas: Receita e Despesa sob o enfo-
execução de suas atividades, no tocante aos aspectos que patrimonial.
contábeis da prestação de contas. Compreende como variações quantitativas as decor-
rentes de transações no setor público que aumentem ou
diminuam o patrimônio líquido ou saldo patrimonial.
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Conhecimentos Específicos
2.3. Realização da Variação Patrimonial. orçamento que provocam o aumento do patrimônio lí-
quido são chamadas de variações patrimoniais aumen-
As Variações Patrimoniais evidenciam as variações
tativas e as que têm como consequência reduzir o patri-
quantitativas, o resultado patrimonial e as variações qua-
mônio líquido recebem a denominação de variações pa-
litativas decorrentes da execução orçamentária. As varia-
trimoniais diminutivas.
ções quantitativas decorrem de transações no setor públi-
co que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido. Já Os fatos administrativos sempre envolverão de
as variações qualitativas decorrem das transações no se- imediato um bem, um direito a receber ou uma obrigação
tor público que alteram a composição dos elementos pa- a pagar, como é o caso de compra de mercadorias, de
trimoniais sem afetar o patrimônio líquido. pagamento de contas de água e energia, recebimento de
receitas de serviços etc.
2.4. Resultado Patrimonial.
2.6.2. Variações Extraorçamentárias
O resultado patrimonial é apurado pelo confronto
entre as variações quantitativas aumentativas e diminuti- Constituem elementos das contas patrimoniais as
vas. variações ativas e passivas extraorçamentárias, conforme
determina o artigo 100 da Lei n. 4.320/1964.
2.5. Variações Ativas e Passivas
Nas variações ativas extraorçamentárias, encontra-
As variações patrimoniais são alterações que ocor- mos as alterações patrimoniais aumentativas do patrimô-
rem no patrimônio de uma entidade, seja ela uma empre- nio líquido que ocorrem independentemente da execução
sa, organização ou indivíduo. Elas são classificadas em orçamentária, denominadas de superveniências do ativo,
duas categorias principais: variações ativas e variações por exemplo, doação recebida de bens e inscrição da dí-
passivas. vida ativa; e de insubsistências do passivo, por exemplo,
cancelamento de restos a pagar etc.
2.5.1. Variações Ativas:
Nas variações passivas extraorçamentárias, encon-
- São aquelas que aumentam o patrimônio líquido.
tramos as alterações patrimoniais diminutivas do patri-
- Podem ser resultantes de aumento de ativos (como
mônio líquido que ocorrem independentemente da exe-
recebimento de dinheiro, aquisição de bens, etc.) ou di-
cução orçamentária, denominadas de insubsistências do
minuição de passivos (como o pagamento de dívidas).
ativo, por exemplo, extravio de bens, consumo de bens e
- Exemplos incluem o lucro obtido em uma transa-
cancelamento da dívida ativa; e de superveniências do
ção comercial, a valorização de um ativo, ou a entrada de
passivo, por exemplo, atualização monetária da dívida
capital no negócio.
fundada etc.
2.5.2 Variações Passivas: Essas contas, que são oriundas de fatos modificati-
vos, representam alterações ocorridas em bens, direitos e
- São as que reduzem o patrimônio líquido.
obrigações que modificam o PL independentemente do
- Podem ocorrer devido a uma diminuição de ativos
orçamento. Atualmente, fazem parte das VPA e das
(como a venda ou depreciação de um bem) ou um au-
VPD, conforme o seguinte entendimento:
mento de passivos (como a contração de uma nova dívi-
da). • insubsistências do ativo: conhecidas na doutrina
- Exemplos incluem prejuízos em operações, depre- como insubsistências passivas, uma vez que re-
ciação de ativos, ou a saída de recursos financeiros da presentam variações que causam diminuição no
empresa. PL; e
Ambos os tipos de variações são fundamentais para • insubsistências do passivo: conhecidas na dou-
a contabilidade, pois impactam diretamente o balanço trina como insubsistências ativas, uma vez que
patrimonial e a demonstração de resultados de uma enti- representam variações que causam o aumento
dade. do PL.
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Conhecimentos Específicos
O Plano de Contas consiste em uma relação com- área empresarial como: empréstimos a receber, produtos
pleta das contas julgadas necessárias por uma entidade, em elaboração, produtos acabados, produtos para venda,
com a finalidade de controlar seus elementos patrimoni- provisão para devedores duvidosos, depreciação acumu-
ais e de resultado. lada, provisão para férias, ICMS a recolher, IPI a reco-
lher.
No setor público e, principalmente, no nível federal,
o Plano de Contas tem importância fundamental, em ra- Em razão desse universo de atividades típicas e atí-
zão da utilização de um sistema de informática para efe- picas praticadas na Administração Pública, o Plano de
tuação do controle das contas do governo, denominado Contas exige de seus usuários um alto nível de conheci-
Sistema Integrado de Administração Financeira do mento dos ramos da Contabilidade, dada a complexidade
Governo Federal (SIAFI), que tem como uma de suas da própria Administração Pública.
características principais a utilização da contabilidade
como base de informações financeiras, orçamentárias e Conceito, Objetivos e Composição do Plano de
patrimoniais. Os demais entes da Federação vêm aos Contas
poucos desenvolvendo os seus próprios sistemas, utili-
O Plano de Contas consiste em um rol de contas
zando o PCASP de forma a facilitar a consolidação das
contábeis que procura padronizar e facilitar para o usuá-
contas do setor público e permitindo a elaboração do Ba-
rio da informação a compreensão das informações e dos
lanço do Setor Público Nacional (BSPN).
respectivos valores representados por cada conta que
Para atender a essas necessidades informacionais da compõe o patrimônio da entidade.
Administração Pública, foi desenvolvida uma estrutura
De acordo com Brasil (2016, p. 340), o PCASP ali-
orçamentária que adota os preceitos da Lei n. 4.320/1964
nha-se à finalidade de atender às necessidades de infor-
e da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e recen-
mação dos usuários, por meio da padronização da forma
tes alterações desta, considerando a diversidade das tran-
de registro contábil para a extração de informações para
sações praticadas por entidades públicas, que envolve até
esses usuários, e representa uma das maiores conquistas
mesmo suas áreas comercial, industrial, agrícola, finan-
da CASP, por ser uma ferramenta para a consolidação
ceira etc.
das contas nacionais e um instrumento para a adoção
Na CASP, o Plano de Contas consiste em uma es- das normas internacionais de contabilidade.
truturação ordenada e sistematizada das etapas das recei-
Podemos citar como objetivos do PCASP:
tas e despesas; dos ingressos e dispêndios financeiros;
dos fatos que afetam o patrimônio; dos registros dos fa- • Padronizar os registros contábeis das entidades do
tos permutativos e modificativos; e dos registros dos atos setor público.
administrativos. • Distinguir os registros de natureza patrimonial,
orçamentária e de controle.
Podemos afirmar que as contas contam histórias, • Atender à Administração Direta e à Administra-
por exemplo: ção Indireta das três esferas de governo, até mes-
• Crédito Empenhado a Liquidar – representa mo quanto às peculiaridades das empresas estatais
compromissos assumidos com os fornecedores dependentes e dos Regimes Próprios de Previdên-
cia Social (RPPS).
que ainda não entregaram os bens ou não pres-
• Permitir o detalhamento das contas contábeis, a
taram o serviço. Em outras palavras, essa conta
partir do nível mínimo estabelecido pela STN, de
representa compromissos cujos fatos geradores modo que possa ser adequado às peculiaridades de
ainda não ocorreram. cada ente.
• Convênio a Comprovar – representa pendên- • Permitir a consolidação nacional das contas públi-
cia de prestação de contas quando já tiver ter- cas.
minado a vigência do Convênio. • Permitir a elaboração das Demonstrações Contá-
• Crédito Disponível – representa o valor apro- beis Aplicadas ao Setor Público (DCASP) e dos
vado na LOA disponível para ser licita- demonstrativos do Relatório Resumido de Execu-
do/contratado, dentro dos programas de Gover- ção Orçamentária (RREO) e do Relatório de Ges-
no, contemplando Créditos Iniciais e Adicio- tão Fiscal (RGF).
nais. À medida que vão sendo emitidos empe- • Permitir a adequada prestação de contas, o le-
nhos, o saldo disponível vai diminuindo. vantamento das estatísticas de finanças públi-
cas, a elaboração de relatórios nos padrões ado-
O PCASP é, portanto, de estrutura complexa, pois
tados por organismos internacionais – a exem-
deve conter títulos para atender ao registro e à guarda de
plo do Government Finance Statistics Manual
informações relativas a atos e fatos administrativos prati-
(GFSM) do Fundo Monetário Internacional
cados pelos gestores públicos que podem ser típicos da
(FMI), bem como o levantamento de outros re-
área pública. Deve ainda ser abrangente, para registrar as
latórios úteis à gestão.
transações comerciais, industriais e financeiras de algu-
• Contribuir para a adequada tomada de decisão e
mas entidades da Administração Indireta que praticam
para a racionalização de custos no setor públi-
atos bem peculiares da iniciativa privada como: comprar
co.
e vender mercadorias, fabricar e produzir bens e servi-
• Contribuir para a transparência da gestão fiscal
ços, construir, ampliar e reformar imóveis, conceder e
e para o controle social.
obter empréstimos; contendo títulos contábeis comuns à
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Conhecimentos Específicos
No Quadro 4, apresentamos a estrutura básica do PCASP em nível de classe (1º nível) e grupo (2º nível).
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Conhecimentos Específicos
4. TABELA DE EVENTOS: CONCEITO, ES-
TRUTURA E FUNDAMENTOS LÓGICOS
4.1. CONCEITO
É o instrumento, código numérico, utilizado pelas
Unidades Gestoras no preenchimento dos documentos de
entrada no SIAC/SIGGO, para transformar as Transa-
ções no Setor Público em registros contábeis automáti-
cos.
Entendem-se Transações no Setor Público como:
Transações no Setor Público: os atos e os fatos que
promovem alterações qualitativas ou quantitativas, efeti-
vas ou potenciais, no patrimônio das entidades do setor
público, as quais são objeto de registro contábil em estri-
ta observância aos Princípios Fundamentais de Contabi-
lidade e às Normas Brasileiras de Contabilidade Aplica-
Contas de Controle das ao Setor Público.
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Conhecimentos Específicos
Combinações e Utilizações Específicas:
Eventos 51.0.xxx e 52.0.xxx: Utilizados para reco-
nhecer despesas, com ou sem condições de pagamento
imediato. Os eventos 52.0.xxx são usados para retenção
de obrigações na NL, enquanto os 51.0.xxx são aplica-
dos na obrigação que liquida a despesa.
Eventos 53.0.3xx: Empregados para liquidar obri-
gações retidas por meio dos eventos 52.0.2xx, com cor-
relação entre as dezenas finais para facilitar a identifica-
ção e uso.
Eventos 54.0.xxx: Utilizados individualmente para
4.4. CLASSES DOS EVENTOS registros contábeis variados.
Eventos 55.0.xxx e 56.0.6xx: Destinam-se à apro-
priação de valores representativos de direitos, com os
eventos 56.0.6xx usados para liquidar direitos apropria-
dos pelos eventos 55.0.5xx. As dezenas finais também
mantêm correlação.
Eventos 61.0.xxx: Aplicados para liquidar restos a
pagar do exercício anterior, exigindo eventos de saída de
bancos como contrapartida.
Eventos 70.0.xxx e 80.0.xxx: Usados para transfe-
rências financeiras (70.0.xxx) e apropriação da receita
(80.0.xxx), ambos requerendo eventos de saída
(70.0.xxx) ou entrada (80.0.xxx) em bancos como con-
trapartida.
4.5. FUNDAMENTAÇÃO LÓGICA
Correlação entre Eventos e Documentos: 4.6. REGRAS BÁSICAS PARA USO DA TA-
BELA DE EVENTOS
Eventos Gerais: A maioria dos eventos tem uma re-
lação direta com os documentos de entrada no SIAFI. Uso da Tabela de Eventos pelas Unidades Gesto-
Entretanto, os eventos das classes 50, 60, 70 e 80 são ex- ras:
ceções, aparecendo de maneira variada nas notas de lan-
As unidades gestoras devem empregar os códigos
çamento (NL), ordens bancárias (OB) e guias de reco-
da tabela de eventos para registrar suas transações diá-
lhimento (GR).
rias. Se um evento específico não for encontrado na tabe-
Categorias Específicas de Eventos: la que adequadamente descreva a transação, é necessário
contatar o órgão de contabilidade para obter os esclare-
Eventos 10.0.xxx: Usados especificamente na NL cimentos apropriados.
para registrar a provisão de receita, preenchidos indivi-
dualmente. 4.7. FUNÇÃO DOS ÓRGÃOS DE CONTABI-
Eventos 20.0.xxx: Aplicados na nota de dotação LIDADE:
(ND), com o objetivo de registrar a alocação de despe- A realização dos registros contábeis é uma compe-
sas. Esses eventos são geralmente preenchidos de forma tência exclusiva dos órgãos de contabilidade, que podem
individual, mas podem ocasionalmente ser usados em efetuá-la sem a indicação de eventos específicos. Nesses
conjunto com outros da mesma classe. casos, os registros são tratados por meio de débitos (d) e
Eventos 30.0.xxx: Destinados à movimentação de créditos (c), exceto para operações envolvendo receitas
créditos orçamentários, registrados individualmente na e/ou despesas.
nota de crédito (NC).
4.8. DISPOSIÇÕES FINAIS SOBRE A TABE-
Eventos 40.0.xxx: Utilizados nas notas de empenho LA DE EVENTOS
(NE) ou pré-empenho (PE), de forma individual, para
registrar a emissão de empenhos ou pré-empenhos. a) Objetivos e Função da Tabela:
Eventos 50.0.xxx: Quando usados na NL, estes A tabela de eventos tem por objetivo substituir a
eventos não aparecem de forma individual, exceto os da apresentação convencional de um plano de contas, parti-
classe 54. Eles representam partidas contábeis de débitos cularmente no que diz respeito à correspondência entre
(classes 51, 53 e 55) e créditos (52 e 56). as contas.
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Conhecimentos Específicos
b) Validação de Documentos no SIAFI: de resultado, e a documentação precisa que permite
compreender a estrutura patrimonial e os resultados
O Sistema Integrado de Administração Financeira
econômicos e financeiros de um período fiscal específi-
(SIAFI) só validará documentos de entrada de dados, em
co. Neste contexto, a contabilidade não só aborda os
termos contábeis, se estes estiverem acompanhados dos
eventos ligados à gestão financeira e patrimonial, mas
eventos que, em sua totalidade, representem partidas do-
também cataloga os atos administrativos. Estes são defi-
bradas (total de débitos igual ao total de créditos).
nidos como eventos que, no momento de sua ocorrência,
c) Administração da Tabela de Eventos: não afetam imediatamente o patrimônio (bens, direitos a
receber, obrigações a pagar), mas têm potencial para
A tabela de eventos é uma parte integral do plano
causar alterações futuras, como a assinatura de um con-
de contas da administração pública federal. A Coordena-
trato de aquisição de serviços. Inicialmente, os atos ad-
ção-Geral de Contabilidade da Secretaria do Tesouro ministrativos não geram obrigações a pagar, mas essas
Nacional (STN) é o órgão responsável pela administra- podem surgir com a execução do contrato. Esta eventua-
ção da Tabela de Eventos.
lidade deve ser registrada contabilmente. Assim, os atos
administrativos são registrados em contas de controle,
5. CONTABILIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS FA- separadas das contas comuns que representam bens, di-
TOS CONTÁBEIS: PREVISÃO DA RECEITA, FI- reitos e obrigações, e são baixados apenas após a con-
XAÇÃO DA DESPESA, DESCENTRALIZAÇÃO firmação de que o contrato foi encerrado por distrato ou
DE CRÉDITOS, LIBERAÇÃO FINANCEIRA, RE- cumprido parcial ou totalmente.
ALIZAÇÃO DA RECEITA E DESPESA
Já os fatos administrativos estão sempre associa-
A contabilidade, em sua essencial missão, dedica-se dos, desde o início, a um bem, um direito a receber ou
à coleta de dados com o objetivo primordial de gerenciar uma obrigação a pagar, como a compra de mercadorias,
e controlar o patrimônio de uma entidade. Essa função o pagamento de contas de utilidades ou o recebimento de
abrange a identificação e registro de todas as ocorrências receitas de serviços. Esses eventos são classificados com
que, no presente ou no futuro, possam influenciar o pa- base em seu impacto no patrimônio líquido. Se um fato
trimônio de forma qualitativa ou quantitativa. Tais ocor- administrativo não altera o valor do patrimônio líquido,
rências, uma vez identificadas e registradas, são conhe- ele é considerado um fato permutativo, caracterizado
cidas como fatos contábeis. Isso inclui tanto os atos ad- por uma simples troca de qualidades patrimoniais, como
ministrativos - aqueles ainda não concretizados financei- na compra de mercadorias à vista (troca de dinheiro por
ramente, quanto os fatos administrativos - que já se refle- bens). Em contrapartida, se o fato administrativo altera
tiram financeiramente, ambos essenciais para uma con- o valor do patrimônio líquido, ele é classificado como fa-
tabilidade eficaz e abrangente. to modificativo, que pode ser aumentativo ou diminuti-
Os artigos 85, 89, 100 e 104 da Lei n. 4.320/1964 vo.
dispõem o seguinte sobre o tema “Da Contabilidade”: Vejamos os seguintes exemplos:
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organi- • Fato modificativo aumentativo: recebimento
zados de forma a permitirem o acompanhamento da exe- de receita de serviços (em que há entrada de di-
cução orçamentária, o conhecimento da composição pa- nheiro por obtenção de uma receita).
trimonial, a determinação dos custos dos serviços indus- • Fato modificativo diminutivo: pagamento de
triais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a despesa de serviços (em que há saída de dinhei-
interpretação dos resultados econômicos e financeiros ro pela execução de uma despesa).
[...]
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos liga- Compreenda que a receita sempre caracterizará um
dos à administração orçamentária, financeira, patri- fato modificativo aumentativo e a despesa sempre carac-
monial e industrial [...] terizará um fato modificativo diminutivo.
Art. 100. As alterações da situação líquida patri- Mas não se trata apenas de um fato ou outro. Há
monial, que abrangem os resultados da execução orça- ainda os fatos mistos, que representam a combinação de
mentária, bem como as variações independentes dessa fatos permutativos com modificativos simultaneamente,
execução e as superveniências e insubsistências ativas e como é o caso de pagamento de uma dívida com juros,
passivas, constituirão elementos da conta patrimonial no qual ocorre a troca de dinheiro por dívida – parte
[...] permutativa do fato misto – e também uma saída adicio-
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimo- nal de dinheiro para pagamento dos juros – parte modifi-
niais evidenciará as alterações verificadas no patrimô- cativa do fato. Em virtude disso e da necessidade de con-
nio, resultantes ou independentes da execução orça- trolar o orçamento público, este, como vimos, também
mentária, e indicará o resultado patrimonial do exercí- objeto da CASP, os fatos contábeis podem ser classifica-
cio. (BRASIL, 1964, grifo nosso). dos, como indica Mota (2012, p. 253), em:
Portanto, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público • Fatos contábeis oriundos de atos administra-
(CASP) deve ir além dos registros puramente orçamentá- tivos orçamentários (dependem do orçamen-
rios, englobando também a clara exposição dos eventos to): previsão da receita, dotação da despesa etc.
associados à gestão financeira e patrimonial. Isso inclui a
identificação dos fatos modificativos, que afetam a conta
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Conhecimentos Específicos
• Fatos contábeis oriundos de atos administra- material de consumo do almoxarifado, depreciação e
tivos não orçamentários (independem do or- amortização.
çamento): assinatura de contrato, concessão de
Alguns fatos administrativos orçamentários estão
fianças ou avais etc.
diretamente relacionados ao movimento de recursos fi-
• Fatos contábeis oriundos de fatos adminis- nanceiros próprios, como valores em dinheiro e direitos
trativos orçamentários (dependem do orça- sobre saldos bancários. Um exemplo é a realização de
mento): arrecadação da receita, liquidação da receita à vista e despesa orçamentária, que, mesmo sendo
despesa etc. registrada pelo regime de competência, pode ser efetuada
com pagamento à vista, como no caso do pagamento de
• Fatos contábeis oriundos de fatos adminis- taxas cartoriais, envolvendo assim recursos financeiros.
trativos não orçamentários (independem do Recursos financeiros pertencentes a terceiros, temporari-
orçamento): recebimento de bens em doação, amente depositados em um órgão, resultam em fatos ex-
baixa do almoxarifado por consumo, etc. traorçamentários, como recebimentos e devoluções de
• Previsão da Receita: Este processo envolve es- cauções em dinheiro, pagamento de restos a pagar, entre
timar as receitas futuras. Em um contexto go- outros.
vernamental, isso pode incluir impostos e ou- É importante notar que um fato administrativo é
tras fontes de receita. Nas empresas, trata-se de considerado orçamentário quando envolve recursos fi-
prever as vendas e outros ingressos. nanceiros públicos, ou seja, aqueles que pertencem a ór-
• Fixação da Despesa: Refere-se ao estabeleci- gãos e entidades do setor público. Isso inclui o recebi-
mento de um orçamento para as despesas. No mento de recursos financeiros referentes à receita orça-
governo, isso envolve a alocação de fundos pa- mentária e o pagamento de despesas públicas. Por outro
ra diferentes departamentos e projetos. Nas em- lado, um ato administrativo é classificado como orça-
presas, é o planejamento de gastos operacionais mentário quando não envolve recursos financeiros dire-
e de capital. tos, como o registro de previsão da receita orçamentária,
a alocação de dotações para despesas orçamentárias, a
• Descentralização de Créditos: No âmbito go- descentralização de dotações, emissão de empenho e
vernamental, isso pode significar a distribuição seus respectivos cancelamentos.
de fundos orçamentários para diferentes agên-
cias ou departamentos. Nas empresas, pode en- 6. BALANCETE: CARACTERÍSTICAS, CON-
volver a alocação de orçamento para diferentes TEÚDO E FORMA
unidades ou departamentos.
6.1. Conceitos
• Liberação Financeira: Este termo se refere à
autorização e disponibilização de fundos con- O Balancete de verificação consiste na relação das
forme necessário. No governo, isso pode ser a contas (patrimoniais e de resultado) com seus respecti-
liberação de fundos para projetos específicos. vos saldos contábeis. Através do Balancete é possível se
Nas empresas, é a liberação de fundos para chegar a vários resultados importantes para a Contabili-
despesas operacionais ou investimentos. dade de uma empresa num dado período, bem como ela-
borar outros demonstrativos contábeis importantes.
• Realização da Receita: Este passo envolve o
É um demonstrativo auxiliar de caráter não obriga-
efetivo recebimento das receitas previstas. No
tório, que relaciona os saldos das contas remanescentes
contexto governamental, isso inclui a coleta de
no diário. Por este método cada débito deverá correspon-
impostos e taxas. Nas empresas, é a receita ob-
der a um crédito de mesmo valor, cabendo ao balancete
tida de vendas ou serviços.
verificar se a soma dos saldos devedores é igual à soma
• Realização da Despesa: Refere-se ao processo dos saldos credores.
de efetivamente incurring e pagando despesas.
O balancete de verificação serve como uma ferra-
Isso pode incluir tudo, desde custos operacio-
menta crucial para identificar inconsistências na escritu-
nais até investimentos em projetos de longo
ração contábil, embora não consiga detectar todos os er-
prazo, tanto no governo quanto nas empresas.
ros possíveis. Erros derivados da aplicação inadequada
No âmbito da contabilidade, além dos fatos contá- do método das partidas dobradas ou de transposição in-
beis orçamentários que abrangem processos relacionados correta de contas do Livro Razão podem ser capturados.
à receita orçamentária (como o registro da previsão e da Contudo, se, por exemplo, a conta Clientes deveria ser
arrecadação/recolhimento) e à despesa orçamentária (in- debitada, mas a conta Caixa é debitada erroneamente, o
cluindo o registro da dotação, sua descentralização, em- balancete não reconhecerá essa falha. Ele também não
penho, liquidação e pagamento), existem também os fa- destaca omissões de lançamentos, lançamentos duplica-
tos contábeis extraorçamentários. Estes últimos não en- dos e inversões de lançamentos.
volvem receitas e despesas previstas na Lei Orçamentá-
Erros que podem ser identificados no balancete de
ria Anual (LOA) e incluem operações como o recebi-
verificação incluem:
mento de recursos de terceiros, inscrição da dívida ativa,
pagamento ou cancelamento de restos a pagar, baixa de • Lançamentos registrados apenas a débito, sem o
crédito correspondente;
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Conhecimentos Específicos
• Debitar ou creditar ambas as contas, ao invés de 2. O grau de detalhamento do Balancete deverá ser
debitar uma e creditar a outra; consentâneo com sua finalidade;
• Registro de um débito, enquanto o crédito foi 3. Os elementos mínimos que devem constar do Ba-
lançado por um valor duas vezes maior que o lancete são:
crédito; a) identificação da Entidade;
• Registrar em uma conta de natureza devedora, b) data a que se refere;
um valor que a torne com saldo credor (por c) abrangência;
exemplo, saldo credor de caixa, o que não é d) identificação das contas e respectivos grupos;
permitido). e) saldos das contas, indicando se devedores ou cre-
dores;
Balancete de Verificação Inicial ou Preparatório: f) soma dos saldos devedores e credores.
Este balancete engloba todas as contas de resultado (Re-
ceitas e Despesas) e contas patrimoniais (Bens, Direitos, 4. O Balancete que se destinar a fins externos à En-
Obrigações, Patrimônio Líquido, Contas Retificadoras tidade deverá conter nome e assinatura do contabilista
do Ativo e do Passivo), sendo elaborado antes da Apura- responsável, sua categoria profissional e o número de re-
ção do Resultado do Exercício (ARE). Representa o pon- gistro no CRC.
to de partida para os demonstrativos contábeis. 5. O Balancete deve ser levantado, no mínimo,
mensalmente.”
Balancete Ajustado ou de Verificação Final: Esse
balancete inclui apenas contas Patrimoniais, e as contas Dado o exposto, cabem algumas considerações per-
de resultado são encerradas em contrapartida com a con- tinentes acerca do Balancete:
ta de Apuração do Resultado do Exercício, sendo trans- • No Balancete de Verificação são listadas todas as
ferida para o Patrimônio Líquido ou Prejuízos Acumula- contas, sejam elas patrimoniais ou de resultado;
dos, dependendo do resultado na ARE. Este balancete • O saldo de cada conta é representado de acordo
serve como base para a elaboração do balanço patrimo- com sua natureza, e não apenas de acordo com o
nial. grupo a que pertence;
O balancete de verificação é uma lista ordenada dos • O Balancete é uma ferramenta importantíssima
saldos das contas do RAZÃO, apresentando uma coluna para a apuração do resultado econômico, bem co-
para os saldos devedores e outra para os saldos credores. mo para a elaboração do Balanço Patrimonial;
Existem diversos formatos de balancete, variando de 2 a • Há várias maneiras de se apresentar um Balancete
8 colunas. Quanto maior o número de colunas, mais de- de Verificação. É possível representá-lo com os
talhada será a informação apresentada. Comumente, os saldos iniciais de cada conta (devedor ou credor) e
com os respectivos movimentos no período (débi-
formatos de 2 e 4 colunas são os mais utilizados na prá-
tos e créditos), ou simplesmente com os saldos fi-
tica administrativa.
nais das contas (devedor ou credor). Este último
caso é o mais comum e também o mais prático.
6.2. Elementos essenciais que devem constar no
balancete:
Vejamos dois desses modelos:
a) Identificação da Entidade; MODELO 1
b) Data de referência; Movimento Saldo
Contas DÉBI- CRÉDI- CRE-
c) Abrangência; TOS TOS
DEVEDOR
DOR
d) Identificação das contas e respectivos grupos; 45.000,0
Caixa 40.000,00 5.000,00
e) Saldos das contas, indicando se são devedores ou 0
credores; 34.000,0
Bancos 9.000,00 25.000,00
f) Soma dos saldos devedores e credores. 0
24.000,0
Veículos 24.000,00
0
Para balancetes destinados a públicos externos à en- Duplicatas a 24.000,0
24.000,00
tidade, é necessário incluir o nome e a assinatura do con- pagar 0
tabilista responsável, sua categoria profissional e número Capital Soci- 40.000,0
40.000,00
al 0
de registro no CRC. O balancete deve ser elaborado, no
Vendas 5.000,00 5.000,00
mínimo, mensalmente. 14.000,0
Compras 14.000,00
0
6.3. Técnicas de elaboração Aluguéis 1.000,00 1.000,00
118.000, 69.000,0
Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade, TOTAIS 118.000,00 69.000,00
00 0
na NBC T.2.7 – Do Balancete, observamos os seguintes valores em reais (R$)
critérios técnicos: Observe nesse tipo de balancete que são listados os
NBC T.2.7 – Do Balancete: movimentos de cada conta, além dos seus respectivos
saldos finais.
“1. O Balancete de Verificação do Razão é a relação
de contas, com seus respectivos saldos, extraídos do Ra-
zão em determinada data;
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Conhecimentos Específicos
MODELO 2 partes externas, que estabelece ou aumenta a participa-
Saldo ção delas no patrimônio líquido da entidade e que estabe-
Contas leça vantagem financeira sobre o patrimônio líquido da
DEVEDOR CRÉDOR
Caixa 5.000,00
entidade, a qual:
Bancos 25.000,00 (a) dá direito a (i) distribuições de benefícios
Veículos 24.000,00 econômicos futuros ou potencial de serviços pela entida-
Duplicatas a pagar 24.000,00 de durante sua vida, quando assim decidido pelos propri-
Capital Social 40.000,00 etários ou seus representantes e (ii) distribuições de
quaisquer ativos líquidos excedentes, no caso de a enti-
Vendas 5.000,00
dade cessar suas atividades; e/ou
Compras 14.000,00
Aluguéis 1.000,00 (b) pode ser vendida, trocada, transferida ou resga-
TOTAIS 69.000,00 69.000,00 tada.
Valores em reais (R$) Distribuição aos proprietários corresponde à saída
Note que tanto no modelo 1 como no modelo 2 po- de recursos da entidade a título de distribuição a partes
demos observar contas patrimoniais e contas de resulta- externas, que representa retorno sobre a participação ou a
do. redução dessa participação no patrimônio líquido da en-
tidade.
Entidade econômica é um grupo de entidades que
7. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: inclui a entidade controladora e suas controladas.
A NBCT TSP 11 trata das definições e da apresen- Despesa corresponde a diminuições na situação pa-
tação das Demonstrações Contábeis. O conteúdo da trimonial líquida da entidade não oriunda de distribui-
NBCT TSP 11 deve ser aplicado em todas as demonstra- ções aos proprietários.
ções contábeis elaboradas e de acordo com o regime de
competência e com as NBCs TSP. Aplicação impraticável de exigência ocorre quando
a entidade não pode aplicá-la depois de ter feito todos os
As demonstrações contábeis devem ser apresenta- esforços razoáveis nesse sentido.
das para assegurar a comparabilidade tanto com as de-
monstrações contábeis de períodos anteriores da mesma Passivo é uma obrigação presente, derivada de
entidade quanto com as de outras entidades. Assim, de- evento passado, cuja extinção deva resultar na saída de
verão ser observadas exigências gerais para a apresenta- recursos da entidade.
ção, bem como diretrizes quanto à sua estrutura e às exi- Omissões ou distorções materiais de itens das de-
gências mínimas para o seu conteúdo. monstrações contábeis quando, individual ou coletiva-
Consideram-se como usuários das demonstrações mente, puderem influenciar as decisões que os usuários
contábeis os contribuintes, parlamentares, credores, for- das demonstrações contábeis tomam com base nessas
necedores, mídia e empregados, entre outros. demonstrações. A materialidade depende da dimensão e
da natureza da omissão ou da distorção julgada à luz das
A NBCT TSP 11 aplica-se a todas as entidades, in- circunstâncias a que está sujeita. A dimensão ou a natu-
clusive àquelas que apresentam demonstrações contábeis reza do item, ou a combinação de ambas, pode ser o fator
consolidadas, de acordo com a NBC TSP 17 – Demons- determinante para a definição da materialidade.
trações Contábeis Consolidadas, e demonstrações contá-
beis separadas, de acordo com a NBC TSP 16 – De- Patrimônio líquido corresponde à participação resi-
monstrações Contábeis Separadas. dual nos ativos da entidade após deduzir todos os seus
passivos.
Confira-se as definições apresentadas pela referida
Norma: Notas explicativas contêm informação adicional em
relação àquela apresentada nas demonstrações contábeis.
Regime de competência é o regime contábil segun- As notas explicativas oferecem descrições narrativas ou
do o qual transações e outros eventos são reconhecidos detalhamentos de itens divulgados nessas demonstrações
quando ocorrem (não necessariamente quando caixa e e informação sobre itens que não se enquadram nos crité-
equivalentes de caixa são recebidos ou pagos). Portanto, rios de reconhecimento nas demonstrações contábeis.
as transações e os eventos são registrados contabilmente
e reconhecidos nas demonstrações contábeis dos perío- Receita corresponde a aumentos na situação patri-
dos a que se referem. Os elementos reconhecidos, de monial líquida da entidade não oriundos de contribuições
acordo com o regime de competência, são ativos, passi- dos proprietários.
vos, contribuições dos proprietários, distribuições aos
proprietários, receitas e despesas. Para fins da referida norma:
Ativo é um recurso controlado no presente pela en- (a) instrumento financeiro com opção de venda, que
tidade como resultado de evento passado. inclui a obrigação contratual para o emissor de recom-
prar ou resgatar esse instrumento em troca de caixa ou
Contribuição dos proprietários corresponde à entra- outro ativo financeiro no período da opção de venda, é
da de recursos para a entidade a título de contribuição de classificado como instrumento patrimonial;
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Conhecimentos Específicos
(b) instrumento que impõe à entidade a obrigação dos pela continuidade das operações e os riscos e as in-
de entregar a outra parte uma parcela pro rata dos ativos certezas a elas associadas;
líquidos apenas em caso de extinção da entidade é classi- g) os recursos obtidos e utilizados de acordo com o
ficado como instrumento patrimonial. orçamento aprovado;
h) os recursos obtidos e utilizados de acordo com as
Entidade econômica exigências legais e contratuais, inclusive os limites fi-
nanceiros estabelecidos por autoridades competentes.
O termo “entidade econômica” é utilizado nesta
norma para definir, para fins de demonstrações contá-
Além disso, as demonstrações contábeis compreen-
beis, um grupo de entidades que inclui a entidade contro-
dem as informações da entidade sobre os ativos, passi-
ladora e quaisquer entidades controladas.
vos, patrimônio líquido, receitas, despesas, eventuais al-
Outros termos algumas vezes utilizados para se re- terações no patrimônio líquido e nos fluxos de caixa.
ferir a uma entidade econômica incluem entidade admi-
A responsabilidade pela elaboração e apresentação
nistrativa, entidade financeira, entidade consolidada e
das demonstrações contábeis do governo e de outras en-
grupo.
tidades do setor público cabe, normalmente, a uma de-
A entidade econômica pode incluir entidades com terminada autoridade definida pela legislação.
objetivos direcionados a políticas sociais e objetivos co-
O conjunto de demonstrações contábeis compreen-
merciais. Por exemplo, a secretaria de habitação pode ser
dem o balanço patrimonial, a demonstração do resul-
a entidade econômica que inclui entidades que fornecem
tado, a demonstração das mutações do patrimônio lí-
habitação a valor igual ou inferior ao custo, bem como
quido, a demonstração dos fluxos de caixa, demons-
entidades que fornecem moradia com fins comerciais.
tração das informações orçamentárias ou como colu-
na para o orçamento nas demonstrações contábeis,
Ativos
notas explicativas e informação comparativa com o
Os ativos são meios para que as entidades alcancem período anterior.
seus objetivos. Os ativos que são não geram diretamente
As demonstrações fornecem informações sobre re-
fluxos de caixa líquidos positivos são geralmente descri-
cursos, obrigações e fluxo dos recursos. Tais informa-
tos os que possuem potencial de serviços.
ções são úteis para avaliações sobre a capacidade de a
Ativos que geram fluxos de caixa líquidos positivos entidade continuar a fornecer bens e serviços a certo ní-
são geralmente descritos como os que contêm benefícios vel, bem como os recursos necessários que devem ser
econômicos futuros. fornecidos à entidade no futuro para que ela possa conti-
nuar a cumprir com suas obrigações de fornecer bens e
A materialidade refere-se
serviços.
Para fins contábeis, o Patrimônio líquido refere-se
As entidades do setor público que publicam seus
à mensuração residual no balanço patrimonial (ativo me-
orçamentos aprovados devem atender às exigências da
nos passivo). O patrimônio líquido pode ser positivo ou NBC TSP 13 – Apresentação de Informação Orçamentá-
negativo. Outros termos podem ser utilizados no lugar de ria nas Demonstrações Contábeis. Para as demais entida-
patrimônio líquido, desde que seu significado esteja cla-
des, a norma incentiva a inclusão da comparação entre o
ro.
orçamento aprovado e os valores realizados para o perí-
As demonstrações contábeis tratam da representa- odo a que se refere.
ção estruturada da situação patrimonial e do desempenho
Os relatórios referentes ao orçamento podem ser
da entidade, de forma a demonstrar a situação patrimoni- apresentados de diferentes maneiras, incluindo formato
al, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade que de colunas para as demonstrações contábeis, com colu-
seja útil a grande número de usuários em suas avalia-
nas separadas para valores orçamentários e valores reali-
ções, tomada de decisões sobre a alocação de recursos e
zados. Coluna mostrando quaisquer variações do orça-
responsabilização, bem como sobre:
mento ou na dotação também pode ser apresentada com
a) as fontes, as alocações e os usos de recursos fi- o fim de fornecer a informação completa. Além de di-
nanceiros; vulgação de que os valores orçados não foram excedidos.
b) como a entidade financiou suas atividades e co- Se quaisquer valores orçados ou dotações forem excedi-
mo supriu suas necessidades de caixa; dos, ou despesas forem incorridas sem dotação ou outra
c) avaliação da capacidade de a entidade financiar forma de autorização, então os detalhes devem ser divul-
suas atividades e cumprir com suas obrigações e com- gados por meio de nota explicativa sobre esse item rele-
promissos; vante nas demonstrações contábeis.
d) a condição financeira da entidade e suas altera- Considerações gerais
ções;
e) avaliação do desempenho da entidade em termos As demonstrações contábeis devem apresentar ade-
dos custos dos serviços, eficiência e cumprimento dos quadamente a situação patrimonial, o desempenho e os
seus objetivos; fluxos de caixa da entidade, o que exige a representação
f) informações úteis de recursos necessários pelas fidedigna dos efeitos das transações, outros eventos e
operações continuadas, os recursos que podem ser gera- condições, de acordo com as definições e critérios de re-
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Conhecimentos Específicos
conhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas exceto quando a apresentação baseada na liquidez pro-
como estabelecido nas NBCs TSP, tal conformidade de- porcionar informação que seja mais fidedigna e relevan-
verá ser declarado, de forma explícita e sem reservas, por te. Quando essa exceção for aplicável, todos os ativos e
meio das notas explicativas. passivos devem ser apresentados por ordem de liquidez.
Ademais, a apresentação adequada exige que a en- Ativo circulante
tidade i) selecione e aplique políticas contábeis de acor-
O ativo deve ser classificado como circulante quan-
do com orientações específicas de políticas contábeis; ii)
do satisfizer a qualquer dos critérios abaixo:
apresente informação, com suas políticas contábeis, de
forma a proporcionar informação relevante, representa- - espera-se que seja realizado, ou que seja mantido
ção fidedigna, compreensível, tempestiva, comparável e com a finalidade de ser vendido ou consumido curso
verificável; iii) forneça divulgações adicionais quando o normal do ciclo operacional da entidade;
cumprimento das exigências específicas forem insufici- - ativo mantido com a finalidade de ser negociado;
entes para a compreensão do impacto de determinadas - o ativo seja realizado em até doze meses após a
transações, eventos e condições sobre a situação patri- data das demonstrações contábeis; ou
monial e o desempenho da entidade. - o ativo seja caixa ou equivalente de caixa, a menos
que sua troca ou uso para pagamento de passivo se en-
A apresentação e a classificação de itens nas de-
contre vedada durante pelo menos doze meses após a da-
monstrações contábeis devem ser mantidas de um perío-
ta das demonstrações contábeis.
do para outro, salvo se evidente, após a alteração signifi-
cativa na natureza das operações da entidade ou após a Todos os outros ativos serão classificados como não
revisão, que outra apresentação ou classificação seja circulantes.
mais adequada, tendo em vista os critérios para a seleção
A norma utiliza o termo “ativo não circulante” para
e aplicação de políticas contábeis, conforme norma espe-
cífica; ou outra norma requerer alteração na apresenta- incluir ativos tangíveis, ativos intangíveis e ativos finan-
ção. ceiros de longo prazo. O ciclo operacional da entidade é
o tempo que se leva para converter entradas (inputs) ou
Ativos, passivos, receitas e despesas não devem ser recursos em saídas (outputs).
compensados, exceto quando exigido ou permitido por
Os ativos circulantes incluem ativos como impostos
NBC TSP. Ademais, a entidade deve informar separa-
a receber, taxas sobre os usuários a receber, multas e ta-
damente os ativos e os passivos, as receitas e as despe-
rifas regulatórias a receber, estoques e receitas de inves-
sas.
timentos reconhecidas pelo regime de competência e
Identificação das demonstrações contábeis ainda não recebidas) que são vendidos, consumidos ou
realizados como parte do ciclo operacional normal,
As demonstrações contábeis devem ser identifica-
mesmo quando não se espera que sejam realizados no
das claramente e distinguidas de outras informações que
período de até doze meses após a data das demonstrações
porventura conste no mesmo documento divulgado.
contábeis. Também incluem ativos essencialmente man-
Além disso, informações apresentadas abaixo devem ser
tidos com a finalidade de serem negociados (exemplos
divulgadas de forma destacada e repetida, quando neces-
incluem alguns ativos financeiros classificados como
sário:
“mantidos para negociação”) e a parcela circulante de
a) o nome da entidade às quais as demonstrações ativos financeiros não circulantes.
contábeis se referem ou outro meio que permita sua iden-
tificação, bem como qualquer alteração que possa ter Passivo circulante
ocorrido nessa identificação desde o término do período
O passivo deve ser classificado como circulante
anterior;
quando atender os critérios abaixo:
b) se as demonstrações contábeis se referem a uma
entidade individual ou a um grupo de entidades; • o passivo seja exigido durante o ciclo ope-
c) a data de encerramento do período a que se refe- racional normal da entidade;
rem ou o período a que se refere o conjunto das demons- • o passivo está mantido essencialmente para
trações contábeis; a finalidade de ser negociado;
d) a moeda de apresentação; e • o passivo deve ser exigido no período de até
e) o nível de arredondamento utilizado na apresen- doze meses após a data das demonstrações
tação dos valores nas demonstrações contábeis. contábeis; ou
As demonstrações contábeis devem ser apresenta- • a entidade não tem direito incondicional de
das ao menos anualmente (inclusive informação compa- diferir a liquidação do passivo durante pelo
rativa). menos doze meses após a data do balanço.
Todos os outros passivos devem ser classificados
como não circulantes.
7.1. Balanço patrimonial
A entidade deve classificar os seus passivos finan-
A entidade deve apresentar ativos circulantes e não ceiros como circulante quando o seu pagamento estiver
circulantes e passivos circulantes e não circulantes, como previsto para o período de até doze meses após a data das
grupos de contas separados no seu balanço patrimonial, demonstrações contábeis, mesmo que o prazo original
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Conhecimentos Específicos
para sua liquidação tenha sido por período superior a do- a) para cada classe de ações do capital:
ze meses; e acordo de refinanciamento ou de reescalo-
i) a quantidade de ações autorizadas;
namento de pagamentos de longo prazo seja completado ii) a quantidade de ações subscritas e inteiramente in-
após a data das demonstrações contábeis e antes das de- tegralizadas, e subscritas mas não integralizadas;
monstrações contábeis serem autorizadas para sua divul- iii) o valor nominal por ação, ou informar que as ações
gação. não têm valor nominal;
O balanço patrimonial deve incluir, no mínimo, iv) a conciliação entre as quantidades de ações em cir-
os seguintes itens que apresentam valores: culação no início e no fim do período;
v) os direitos, as preferências e as restrições associados
a) ativo imobilizado; a essa classe de ações, incluindo restrições na distribuição
b) propriedade para investimento; de dividendos e no reembolso de capital;
c) ativo intangível; vi) ações ou quotas da entidade mantidas pela própria
d) ativos financeiros (exceto os mencionados nas entidade (ações ou quotas em tesouraria) ou por controladas
alíneas (e), (g), (h) e (i)); ou coligadas; e
e) investimentos avaliados pelo método da equiva- vii) ações reservadas para emissão em função de op-
lência patrimonial; ções e contratos para a venda de ações, incluindo os prazos
f) estoques; e respectivos montantes; e
g) valores a receber de transação sem contrapresta- b) a descrição da natureza e da finalidade de cada re-
ção (impostos e transferências); serva dentro do patrimônio líquido.
h) contas a receber de transação com contrapresta-
ção; Demonstração do resultado
i) caixa e equivalentes de caixa; Superávit ou Déficit
j) tributos e transferências a pagar;
k) contas a pagar oriundas de transação com contra- Todos os itens de receita e de despesa reconhecidos no
prestação; período contábil devem ser incluídos no resultado, a menos
l) provisões; que outra norma requeira tratamento diferente.
m) passivos financeiros (exceto os mencionados nas No mínimo, a demonstração do resultado deve incluir
alíneas (j), (k) e (l)); itens que apresentam os seguintes valores do período contá-
(n) participação de não controladores apresentada bil:
de forma destacada dentro do patrimônio líquido; e
a) receita;
(o) patrimônio líquido atribuíveis aos proprietários b) despesa;
da entidade controladora. c) parcela do resultado de coligadas, controladas e em-
preendimento controlado em conjunto mensurada pelo mé-
Contas adicionais, cabeçalhos e subtotais devem ser todo da equivalência patrimonial;
apresentados no balanço patrimonial sempre que tais d) ganhos ou perdas antes dos tributos reconhecidos na
apresentações sejam relevantes para o entendimento da alienação de ativos ou pagamento de passivos relativos a
posição financeira e patrimonial da entidade. operações em descontinuidade; e
A entidade deve divulgar, no balanço patrimonial e) resultado do período.
ou nas notas explicativas, detalhamentos adicionais às
Os itens a seguir devem ser divulgados na demonstra-
rubricas apresentadas (subclassificações), classificadas
ção do resultado como alocações do resultado do período:
de forma adequada às operações da entidade.
a) resultado atribuível aos acionistas não controlado-
Os componentes do patrimônio líquido devem ser res; e
segregados em capital integralizado, resultados acumu- b) resultado atribuível aos acionistas controladores da
lados e quaisquer reservas. entidade.
Quando a entidade não possui capital representado
Outros itens e contas, títulos e subtotais devem ser
por ações, deve divulgar o patrimônio líquido no balanço apresentados na demonstração do resultado quando tal apre-
patrimonial ou nas notas explicativas, demonstrando se- sentação for relevante para a compreensão do desempenho
paradamente: financeiro da entidade.
a) o capital integralizado, consistindo do valor total A entidade deve apresentar, na demonstração do resul-
acumulado, na data das demonstrações contábeis, das tado ou nas notas explicativas, o detalhamento do total das
contribuições dos proprietários menos as distribuições receitas, cuja classificação esteja de acordo com as opera-
aos proprietários; ções da entidade.
b) resultados acumulados; A entidade deve apresentar, na demonstração do re-
c) reservas, incluindo descrição da natureza e fina- sultado ou nas notas explicativas, a análise das despesas
lidade de cada reserva dentro do patrimônio líquido; e utilizando o detalhamento baseado na sua natureza ou na
d) participação dos não controladores. sua função dentro da entidade, devendo selecionar o cri-
tério que proporcionar informação que seja fidedigna e
Quando a entidade possui seu capital representado mais relevante.
por ações, deve divulgar também as seguintes informa-
ções no balanço patrimonial ou nas notas explicativas:
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Conhecimentos Específicos
Demonstração das mutações do patrimônio lí- b) divulgar a informação requerida pelas NBCs TSP
quido que não tenha sido apresentada no balanço patrimonial,
na demonstração do resultado, na demonstração das mu-
A demonstração das mutações do patrimônio líqui-
tações do patrimônio líquido e na demonstração dos flu-
do, deve conter:
xos de caixa; e
a) resultado do período; c) prover informação adicional que não tenha sido
b) itens de receita e de despesa do período que, con- apresentada no balanço patrimonial, na demonstração do
forme exigido por outras NBCs TSP, seja reconhecido resultado, na demonstração das mutações do patrimônio
diretamente no patrimônio líquido e o total desses itens; líquido e na demonstração dos fluxos de caixa, mas que
c) total de receitas e de despesas do período (calcu- seja relevante para a compreensão de quaisquer dessas
lados como a soma das alíneas (a) e (b)), demonstrando demonstrações contábeis.
separadamente o valor total atribuível aos proprietários
da entidade controladora e o valor correspondente à par- Normalmente são apresentadas pela ordem a seguir,
ticipação de não controladores; e com a finalidade de auxiliar os usuários a compreender
d) para cada componente do patrimônio líquido di- as demonstrações contábeis e compará-las com demons-
vulgado separadamente, os efeitos das alterações nas po- trações contábeis de outras entidades:
líticas contábeis e da correção de erros.
a) declaração de conformidade com as NBCs TSP;
b) resumo das políticas contábeis significativas
Também deve apresentar, na demonstração das mu-
aplicadas;
tações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas:
c) informação de suporte sobre itens apresentados
a) valores das transações com os proprietários agin- no balanço patrimonial, na demonstração do resultado,
do na sua capacidade de detentores do capital próprio da na demonstração das mutações do patrimônio líquido e
entidade, demonstrando separadamente as distribuições na demonstração dos fluxos de caixa pela mesma ordem
para os proprietários; em que cada demonstração e cada item são apresentados;
b) saldo de resultados acumulados no início do pe- e
ríodo e na data-base da demonstração e as alterações du- d) outras divulgações, incluindo:
rante o período; e i) passivos contingentes e compromissos contratuais
c) na medida em que componentes do patrimônio não reconhecidos; e
líquido são divulgados separadamente, a conciliação en- ii) divulgações não financeiras.
tre o valor contábil de cada componente do patrimônio
Observa-se que as notas explicativas que proporci-
líquido no início e no final do período, divulgando sepa-
onam informação acerca da base para a elaboração das
radamente cada alteração.
demonstrações contábeis e as políticas contábeis especí-
As alterações no patrimônio líquido da entidade en- ficas podem ser apresentadas como componente separa-
tre duas datas das demonstrações contábeis refletem o do das demonstrações contábeis.
aumento ou a redução do patrimônio líquido durante o
período. Base de elaboração das demonstrações contábeis
A alteração total do patrimônio líquido durante um As demonstrações contábeis obedecem às NBCs
período representa o valor total do resultado desse perío- TSP no que diz respeito ao regime de competência. A
do, adicionado a outras receitas e despesas reconhecidas base de mensuração adotada é o custo histórico ajustado
diretamente como alterações no patrimônio líquido (sem para a reavaliação de ativos.
passar pelo resultado do período), junto com qualquer
contribuição dos proprietários e deduzindo-se as distri- Demonstração dos fluxos de caixa
buições para os proprietários agindo na sua capacidade
A demonstração dos fluxos de caixa será apresenta-
de detentores do capital próprio da entidade.
da em conformidade com as exigências das normas bra-
sileiras de contabilidade aplicada ao setor público e co-
Demonstração dos fluxos de caixa
mo parte integrante das demonstrações contábeis divul-
As demonstrações dos fluxos de caixa proporcio- gadas ao final de cada período.
nam aos usuários base para avaliar a capacidade da enti-
A informação sobre fluxos de caixa da entidade é
dade para gerar caixa e seus equivalentes e as necessida-
útil ao auxiliar usuários a prever futuras necessidades de
des da entidade para utilizar esses fluxos de caixa. A
caixa, a capacidade de gerar fluxos de caixa no futuro, e
NBC TSP 12 estabelece as exigências para a apresenta-
a capacidade de financiar mudanças no alcance e na na-
ção da demonstração dos fluxos de caixa e divulgações
tureza de suas atividades.
relacionadas.
Além disso, a entidade pode demonstrar o cumpri-
Notas explicativas
mento dos requisitos exigidos pelo processo de prestação
As notas explicativas devem: de contas e responsabilização referentes às entradas e às
saídas de caixa ocorridas durante o período a que se refe-
a) apresentar informação acerca da base para a ela-
rem às demonstrações contábeis.
boração das demonstrações contábeis e das políticas con-
tábeis específicas utilizadas.
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Conhecimentos Específicos
Confira-se os termos utilizados e seus significados: jeção quanto à não apresentação de demons-
trações contábeis consolidadas pela entida-
• Caixa compreende numerário em espécie e de;
depósitos bancários disponíveis.
• os instrumentos de dívida ou patrimoniais
• Equivalentes de caixa são aplicações finan- não são negociados em mercado aberto
ceiras de curto prazo, de alta liquidez, que (bolsa de valores nacional ou estrangeira, ou
são prontamente conversíveis em valor co- mercado de balcão, incluindo mercados lo-
nhecido de caixa e que estão sujeitas a in- cais e regionais);
significante risco de mudança de valor.
• a entidade não arquivou ou não está em pro-
• Fluxos de caixa são as entradas e as saídas cesso de arquivamento de suas demonstra-
de caixa e de equivalentes de caixa. ções contábeis em comissão de valores mo-
• Controle: a entidade controla outra entidade biliários ou outro órgão regulador, visando à
quando está exposta ou tem direitos a bene- emissão de qualquer classe de instrumentos
fícios variáveis de seu envolvimento com a em mercado aberto; e
entidade controlada e tem a capacidade de • a controladora final ou qualquer controlado-
afetar a natureza e o montante desses bene- ra intermediária da entidade elabora de-
fícios por meio de seu poder sobre essa en- monstrações contábeis, disponíveis ao pú-
tidade. blico, em conformidade com as NBCs TSP,
• Atividades de financiamento são aquelas em que as controladas são consolidadas ou
que resultam em mudanças no tamanho e na são mensuradas ao valor justo por meio do
composição do capital próprio e no endivi- resultado de acordo com esta norma.
damento da entidade.
• Atividades de investimento são as referentes Controladora que é entidade de investimento não
à aquisição e à venda de ativos de longo deve apresentar demonstrações contábeis consolidadas se
prazo e de outros investimentos não incluí- estiver obrigada a mensurar todas as suas controladas ao
dos em equivalentes de caixa. valor justo por meio do resultado.
• Atividades operacionais são as atividades da A entidade controlada não deve ser excluída da
entidade que não as de investimento e de fi- consolidação porque suas atividades não são similares às
nanciamento. das outras entidades da entidade econômica. As informa-
• Data das demonstrações contábeis é a data ções correspondentes devem ser fornecidas pela consoli-
do último dia do período ao qual as demons- dação de tais entidades controladas e pela divulgação de
trações contábeis se referem. informações adicionais nas demonstrações contábeis
consolidadas sobre as diferentes atividades das controla-
Patrimônio líquido das.
Trata da mensuração residual no balanço patrimoni- A seguir, definições importantes:
al (ativo menos passivo). O PL pode ser positivo ou ne-
gativo. • Demonstrações contábeis consolidadas são
as demonstrações contábeis de entidade
Consolidação das demonstrações contábeis econômica em que ativos, passivos, patri-
mônio líquido, receitas, despesas e fluxos de
A NBC TSP 17 trata dos critérios para a apresenta- caixa da entidade controladora e de suas
ção e elaboração de Demonstrações Contábeis Consoli- controladas são apresentados como se fos-
dadas quando a entidade controla uma ou mais entidades. sem de uma única entidade econômica.
A consolidação das demonstrações contábeis não se • Controle: a entidade controla outra entidade
confunde com a consolidação para fins de prestação de quando está exposta ou tem direitos, a bene-
contas, bem como com a consolidação das contas, nacio- fícios variáveis decorrentes de seu envolvi-
nal e por esfera de governo, exigidas pela legislação bra- mento com essa outra entidade e tem a ca-
sileira. pacidade de afetar a natureza ou o valor
desses benefícios por meio de seu poder so-
Assim, a entidade que seja controladora deve apre- bre ela.
sentar demonstrações consolidadas. A norma se aplica a • Controlada é a entidade que é controlada
todas as entidades, salvo no caso em que a controladora por outra entidade.
não necessitar apresentar demonstrações contábeis con- • Controladora é a entidade que controla uma
solidadas, se atender a todas as condições abaixo: ou mais controladas.
• a controladora, em si, é entidade controlada • Tomador de decisões é a entidade com di-
e as necessidades de informações dos usuá- reitos de tomada de decisões que seja prin-
rios são atendidas pelas demonstrações con- cipal ou agente de outras partes.
tábeis consolidadas de sua controladora, e, • Entidade econômica é a controladora e to-
no caso de controle parcial, todos os outros das as suas controladas.
proprietários, inclusive aqueles sem direito • Entidade de investimento é a entidade que:
a voto, foram informados e não fizeram ob-
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Conhecimentos Específicos
(a) obtém recursos de um ou mais investido- Assim, os entes públicos estão obrigados à publica-
res com o intuito de prestar a esses in- ção da lei orçamentária anual, por força de dispositivo
vestidores serviços de gestão de inves- constitucional e disposições da Lei n. 4.320/1964.
timentos;
O Balanço Orçamentário atende aos objetivos pre-
(b) tem o propósito de investir recursos ex-
vistos na NBC TSP 13 e, deve, tanto quanto possível,
clusivamente para retornos de valoriza-
observar o disposto naquela norma. Para a sua elabora-
ção de capital, receitas de investimento,
ção deverão ser observadas ainda as disposições da NBC
ou ambos; e
TSP 11 da legislação aplicável.
(c) mensura e avalia o desempenho de subs-
tancialmente todos os seus investimen- O Balanço Orçamentário compõe-se de:
tos com base no valor justo.
a. Quadro Principal;
• Participação de não controlador é a parte do b. Quadro da Execução dos Restos a Pagar Não
patrimônio líquido da controlada não atribu- Processados; e
ível, direta ou indiretamente, à controladora. c. Quadro da Execução dos Restos a Pagar Proces-
• Poder são direitos existentes que dão a ca- sados.
pacidade atual de dirigir as atividades rele-
Deve demonstrar as receitas detalhadas por catego-
vantes de outra entidade.
ria econômica e origem, especificando a previsão inicial,
• Direitos de proteção são direitos destinados a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada
a proteger o interesse da parte que os detém, e o saldo, que corresponde ao excesso ou insuficiência
sem dar a essa parte poder sobre a entidade de arrecadação, bem como as despesas por categoria
à qual esses direitos se referem. econômica e grupo de natureza da despesa, discriminan-
• Atividades relevantes são atividades da con- do a dotação inicial, a dotação atualizada para o exercí-
trolada que afetam significativamente a na- cio, as despesas empenhadas, as despesas liquidadas, as
tureza ou o valor dos benefícios que a enti- despesas pagas e o saldo da dotação.
dade controladora recebe decorrentes de seu
envolvimento com a controlada. A Lei n. 4.320/1964, em seu art. 102, estabelece
• Direitos de destituição são direitos de privar que “o Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e
o tomador de decisões de sua autoridade de despesas previstas em confronto com as realizadas”.
tomada de decisões. Ressalta-se, ainda, a necessidade de utilização de
notas explicativas para eventuais esclarecimentos sobre a
Demonstração das Variações Patrimoniais utilização do superávit financeiro e de reabertura de cré-
A Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) ditos especiais e extraordinários, bem como suas in-
evidencia alterações no patrimônio, resultantes ou inde- fluências no resultado orçamentário, de forma a possibi-
pendentes da execução orçamentária, e indica o resultado litar a correta interpretação das informações.
patrimonial do exercício. O resultado patrimonial é apu- Logo, o Balanço Orçamentário deverá ser acompa-
rado na DVP pelo confronto entre as variações patrimo- nhado de notas explicativas que divulguem, ao menos:
niais quantitativas aumentativas e diminutivas. O valor
apurado compõe o saldo patrimonial do Balanço Patri- a. o regime orçamentário e o critério de classifica-
monial (BP) do exercício. ção adotados no orçamento aprovado;
b. o período a que se refere o orçamento;
O Demonstrativo é semelhante à Demonstração do c. as entidades abrangidas;
Resultado do Exercício (DRE) do setor privado. Contu- d. o detalhamento das receitas e despesas intraor-
do, no setor público, o resultado patrimonial não é um çamentárias, quando relevante; e. o detalhamento das
indicador de desempenho, mas um medidor do quanto o despesas executadas por tipos de créditos (inicial, su-
serviço público ofertado promoveu alterações quantitati- plementar, especial e extraordinário);
vas dos elementos patrimoniais. Ademais, a DVP deverá f. a utilização do superávit financeiro e da reabertu-
ser acompanhada de notas explicativas. ra de créditos especiais e extraordinários, bem como suas
influências no resultado orçamentário;
7.2. Balanço orçamentário g. as atualizações monetárias autorizadas por lei,
Os valores decorrentes da execução do orçamento efetuadas antes e após a data da publicação da LOA, que
devem ser incluídos nas demonstrações contábeis das en- compõem a coluna Previsão Inicial da receita orçamentá-
tidades que publicam seu orçamento aprovado, obrigató- ria;
ria ou voluntariamente, para fins de cumprimento das h. o procedimento adotado em relação aos restos a
obrigações de prestação de contas e responsabilização pagar não processados liquidados, ou seja, se o ente
(accountability) das entidades do setor público. transfere o saldo ao final do exercício para restos a pagar
processados ou se mantém o controle dos restos a pagar
A Lei n. 4.320/1964 prevê a elaboração do Balanço não processados liquidados separadamente;
Orçamentário. O referido Balanço demonstrará as recei- i. o detalhamento dos “recursos de exercícios ante-
tas e despesas previstas em confronto com as realizadas. riores” utilizados para financiar as despesas orçamentá-
rias do exercício corrente, destacando-se os recursos vin-
culados ao RPPS e outros com destinação vinculada;
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Conhecimentos Específicos
j. conciliação com os valores dos fluxos de caixa lí- No mesmo sentido, a variação negativa não signifi-
quidos das atividades operacionais, de investimento e de ca, necessariamente, mau desempenho, pode decorrer de
financiamento, apresentados na Demonstração dos Flu- uma redução no endividamento. Por isso, a análise deve
xos de Caixa. ser feita conjuntamente com o Balanço Patrimonial, con-
siderando fatores e demais variáveis orçamentárias e ex-
Observa-se que os Balanços Orçamentários não
traorçamentárias.
consolidados poderão apresentar desequilíbrio e déficit
orçamentário, pois muitos deles não são agentes arreca- Quando a utilização de um procedimento afetar o
dadores e executam despesas orçamentárias para presta- resultado financeiro apurado no demonstrativo, o proce-
ção de serviços públicos e realização de investimentos. dimento deverá ser evidenciado em notas explicativas.
Tal fato não representa irregularidade, devendo ser evi-
denciado por nota explicativa que demonstre o montante
da movimentação financeira (transferências financeiras
recebidas e concedidas) relacionado à execução do or-
çamento do exercício.
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Conhecimentos Específicos
b. Apresentação baseada na liquidez, aplicável ape- 8. NOÇÕES DE SIAFI - SISTEMA DE ADMI-
nas quando proporcionar informação que seja mais rele- NISTRAÇÃO FINANCEIRA DA ADMINISTRA-
vante. ÇÃO PÚBLICA FEDERAL
As entidades do setor público deverão utilizar a 8.1. CONCEITO
forma de apresentação indicada no item “a”.
O SIAFI – Sistema Integrado de Administração Fi-
Demonstração das Variações Patrimoniais nanceira do Governo Federal, é o principal instrumento
utilizado para registro, acompanhamento e controle da
A Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) execução orçamentária, financeira e patrimonial do Go-
apresenta as alterações verificadas no patrimônio, resul- verno Federal.
tantes ou independentes da execução orçamentária, e in-
dicará o resultado patrimonial do exercício. O SIAFI é um sistema informatizado que processa e
controla, por meio de terminais instalados em todo o ter-
O resultado patrimonial é apurado pelo confronto ritório nacional, a execução orçamentária, financeira, pa-
entre variações patrimoniais quantitativas aumentativas e trimonial e contábil dos órgãos da Administração Públi-
diminutivas. O valor apurado passa a compor o saldo pa- ca Direta federal, das autarquias, fundações e empresas
trimonial do Balanço Patrimonial (BP) do exercício. públicas federais e das sociedades de economia mista
Oe Demonstrativo tem função semelhante à De- que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou
monstração do Resultado do Exercício (DRE) do setor no Orçamento da Seguridade Social da União.
privado. Contudo, ressalta-se que a DRE apura o resulta- O sistema pode ser utilizado pelas Entidades Públi-
do em termos de lucro ou prejuízo líquido, como um dos cas Federais, Estaduais e Municipais apenas para recebe-
principais indicadores de desempenho da entidade. rem, pela Conta Única do Governo Federal, suas receitas
No setor público, o resultado patrimonial não é um (taxas de água, energia elétrica, telefone, etc) dos Órgãos
indicador de desempenho, mas medidor do quanto o ser- que utilizam o sistema. Entidades de caráter privado
viço público ofertado promoveu alterações quantitativas também podem utilizar o SIAFI, desde que autorizadas
dos elementos patrimoniais. O demonstrativo permite a pela STN. No entanto, essa utilização depende da cele-
análise de como as políticas adotadas provocaram altera- bração de convênio ou assinatura de termo de coopera-
ções no patrimônio público. ção técnica entre os interessados e a STN, que é o órgão
gestor do SIAFI.
A DVP é elaborada utilizando-se as classes 3 (vari-
ações patrimoniais diminutivas) e 4 (variações patrimo- 8.2. OBJETIVOS DO SIAFI
niais aumentativas) do PCASP.
Art. 1º O Sistema Integrado de Administração Fi-
Conforme a NBC TSP, a demonstração das varia- nanceira do Governo Federal - SIAFI tem como objetivo
ções patrimoniais deve incluir itens que apresentam os prover de mecanismos adequados ao registro e controle
seguintes valores do período contábil: diário da gestão orçamentária, financeira e contábil. Ele
a. receita, correspondente às variações patrimoniais se apresenta como principal ferramenta para os órgãos
aumentativas; Central, Setorial, Seccional e Regional do Sistema de
b. despesa, correspondente às variações patrimoni- Controle Interno, bem como para os órgãos executores.
ais diminutivas; § 1º São objetivos do SIAFI:
c. parcela do resultado de coligadas e empreendi- I - Fornecer meios para agilizar a programação fi-
mento controlado em conjunto mensurada pelo método nanceira, com vistas a otimizar a utilização dos recursos
da equivalência patrimonial; do Tesouro Nacional;
d. ganhos ou perdas antes dos tributos reconhecidos II - Permitir que a contabilidade aplicada ao setor
na alienação de ativos ou pagamento de passivos relati- público seja fonte segura e tempestiva de informações
vos a operações em descontinuidade; e gerenciais destinada a todos os níveis da Administração
e. resultado do período. Pública Federal;
III - Integrar e compatibilizar as informações dis-
Deverão ser divulgados, ainda, como alocações do poníveis nos diversos Órgãos e Entidades participantes
resultado do período: do sistema;
a. resultado atribuível aos acionistas não controla- IV - Permitir aos segmentos da sociedade obterem
dores; e a necessária transparência dos gastos públicos;
b. resultado atribuível aos acionistas controladores V - Permitir a programação e o acompanhamento
da entidade. físico-financeiro do orçamento, em nível analítico.
Ademais, outros itens e contas, títulos e subtotais 8.3. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
devem ser apresentados na demonstração do resultado
quando for relevante para a compreensão do desempenho Art. 2º O Sistema Integrado de Administração Fi-
financeiro da entidade. nanceira - SIAFI é o sistema informatizado que registra
o controle da execução Orçamentária, Financeira e
Por fim, observa-se que a DVP também deverá ser Gestão Contábil do Governo Federal. Os usuários devi-
acompanhada de notas explicativas. damente cadastrados e habilitados através do sistema
SENHA, das diversas Unidades Gestoras integrantes do
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
sistema são os responsáveis por registrarem seus docu- III - As disponibilidades financeiras da UG serem
mentos e efetuarem consultas na aplicação. individualizadas em contas contábeis no SIAFI, com-
Art. 3º O acesso para registro de documentos ou pondo o saldo da Conta Única e de outras contas de ar-
para consultas no SIAFI somente será autorizado após o recadação ou devolução de recursos.
prévio cadastramento e habilitação dos usuários. Para § 2º A forma de acesso off-line caracteriza-se pelo
viabilizar este cadastramento, cada órgão superior da fato de:
Administração Direta do Governo Federal deve indicar, I - As disponibilidades financeiras da Unidade se-
formalmente, à Secretaria do Tesouro Nacional um ser- rem individualizadas em conta corrente bancária e não
vidor, e seu substituto, para serem os responsáveis pelo comporem a Conta Única;
processo de cadastramento dos usuários do Sistema no II - A UG fornecerá documentos para suporte da
âmbito do respectivo Órgão - denominados Cadastrado- emissão dos documentos orçamentários, financeiros e
res de Órgão, de acordo com os procedimentos estabe- contábeis; e
lecidos na presente Instrução Normativa. III - A UG não incluir os dados relativos a seus do-
Art. 4º São considerados como órgãos superiores cumentos no sistema, o que é feito por meio de outra
da Administração Direta do Governo Federal, para efei- unidade, denominada Polo de Digitação.
to do estabelecido no item anterior, os Ministérios, o § 3º A alteração da forma de acesso de determina-
Ministério Público, a Advocacia Geral da União, os Tri- da UG será efetuada pela Setorial Contábil do órgão ou
bunais Superiores do Poder Judiciário, as Casas do Po- da UG.
der Legislativo, as Secretarias da Presidência da Repú- § 4º O horário de utilização do SIAFI será estabe-
blica, o Tribunal de Contas da União, o Tribunal de Jus- lecido pela Coordenação-Geral de Sistemas e Tecnolo-
tiça do Distrito Federal e Territórios, o Conselho Naci- gia de Informação - COSIS/SUCOP/STN e divulgado
onal de Justiça, a Defensoria Pública da União, a Vice- por meio do sítio da Secretaria do Tesouro Nacional e
Presidência e o Conselho Nacional do Ministério Públi- pela transação CALENDARIO diretamente no SIAFI.
co. As citações a Entidades referem-se a quaisquer Uni- § 5º Extensões do horário de utilização do SIAFI,
dades da Administração Indireta do Governo Federal. para além do estabelecido pela COSIS/STN, devem ser
Art. 5º Os Servidores indicados para serem os Ca- solicitadas com antecedência mínima de 3 (três) dias
dastradores de Órgãos devem, preferencialmente, estar úteis, apresentando justificativa circunstanciada para tal
lotados nas Unidades responsáveis pela contabilidade extensão.
analítica dos Órgãos, por estarem mais familiarizados § 6º A apresentação de solicitação de extensão do
com a utilização do sistema. O SIAFI deve ser acessado, horário de utilização do SIAFI não vincula à CO-
preferencialmente, por servidores públicos vinculados SIS/STN a modificação do horário preestabelecido, fi-
diretamente ao órgão responsável pelos lançamentos no cando a seu critério o atendimento da solicitação, total
sistema ou por ele requisitados. Em casos excepcionais, ou parcialmente.
usuários terceirizados poderão, sob autorização expres-
sa do Titular da Unidade Gestora, ser cadastrados no 8.5. MODALIDADES DE USO
SIAFI.
Art. 8º O SIAFI permite aos órgãos a sua utilização
Parágrafo único. Entidades privadas autorizadas
nas modalidades total ou parcial.
expressamente por lei a acessar o SIAFI também terão o
Art. 9º As principais características da utilização
processo de cadastro e habilitação regulamentado por
do sistema na modalidade de uso total são as seguintes.
esta norma.
§ 1º Processamento de todos atos e fatos de deter-
Art. 6º Os Cadastradores de Órgãos devem estar
minado órgão pelo SIAFI;
conscientes da responsabilidade de cumprir fielmente as
§ 2º Identificação de todas as disponibilidades fi-
determinações relativas à segurança do processo de ca-
nanceiras do órgão por meio da Conta Única do Gover-
dastramento de usuários, assim como do uso do sistema
no Federal ou das contas fisicamente existentes na rede
como um todo, de forma a garantir a integridade e o
bancária;
controle dos dados referentes à gestão orçamentária, fi-
§ 3º Sujeição dos procedimentos orçamentários, fi-
nanceira e contábil no âmbito do Governo Federal.
nanceiros e gestão contábil do órgão de forma padroni-
zada, incluindo o uso do Plano de Contas Aplicado ao
8.4. DAS FORMAS DE ACESSO Setor Público - PCASP; e
§ 4º Integrarão as demonstrações contábeis conso-
Art. 7º O SIAFI permite que as Unidades Gestoras -
lidadas dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social
UG - obtenham acesso de forma on-line ou off-line na
da União somente os órgãos e as entidades cuja execu-
efetivação dos registros da execução orçamentária, fi-
ção orçamentária e financeira, da receita e da despesa,
nanceira e contábil.
seja registrada na modalidade total no SIAFI.
§ 1º A forma de acesso on-line caracteriza-se pelo
Art. 10º As principais características da utilização
fato de:
do sistema na modalidade de uso parcial são as seguin-
I - Todos os documentos orçamentários e financei-
tes:
ros das UGs serem emitidos diretamente no sistema;
§ 1º Não substituir a contabilidade do órgão, sendo
II - A própria UG atualizar os arquivos do sistema,
necessário, portanto, o envio de balancetes para inte-
digitando por meio de terminais conectados ao SIAFI,
gração de saldos para prestação de contas;
dados relativos aos atos e fatos de gestão; e
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
§ 2º Ter disponibilidade financeira na Conta Única II - Cadastrador de Órgão, nos demais órgãos da
através de formalização de um Termo de Cooperação Administração Direta;
Técnica estabelecido entre a Secretaria do Tesouro Na- III - Cadastrador Regional, designados pelos Ca-
cional e a entidade. dastradores de Órgão, de acordo com as respectivas ne-
cessidades e conveniência; e
IV - Cadastradores de Unidade, nas unidades ges-
8.6. SEGURANÇA DO SIAFI
toras, designados pelos respectivos Cadastradores de
Art. 11º O SIAFI tem sua segurança baseada no sis- Órgão ou Regionais, observadas a real necessidade e
tema SENHA, que permite a autorização de acesso aos conveniência.
dados do SIAFI estabelecendo diferentes níveis de aces- § 6º Para terem atribuição de Cadastramento, os
so às suas informações. O sistema SENHA objetiva o uso órgãos, as entidades e as UG deverão, em seu âmbito,
autorizado dos recursos de entrada e consulta de dados acatar e garantir o cumprimento das normas e procedi-
do SIAFI, assegurando o acesso de cada usuário con- mentos, assim como preservar os níveis de segurança
forme perfil e nível a ele atribuído. instituídos pela Secretaria do Tesouro Nacional.
§ 1º O SIAFI tem como princípio a fidedignidade § 7º Para melhor visualização, a seguir são apre-
dos dados inseridos no sistema por parte de seus usuá- sentados os níveis de credenciamento dos agentes, onde
rios. ficam estabelecidas as competências para autorização e
§ 2º São instrumentos de segurança do SIAFI: para credenciamento destes:
I - Conformidade de Operadores, a ser realizada
Competências para Autorização e para Credencia-
pelos titulares das UGs, ou por operadores por eles in-
mento
dicados;
II - Conformidade de Registro de Gestão, nos ter-
mos de regulamento específico editado pela STN;
III - Conformidade Contábil, nos termos de regu-
lamento específico editado pela STN.
IV - Manter procedimento que permite identificar
os operadores que efetuaram qualquer acesso à sua base
de dados, mantendo registrados o número do CPF do § 8º A solicitação de acesso ao SIAFI poderá ser
operador, a hora e a data de acesso, a UG a que perten- feita ao Titular da Unidade Gestora que a encaminhará
ce, a transação consultada e o identificador do terminal para o Cadastrador de Unidade ao qual esteja vinculado
utilizado; ou ao Cadastrador Regional, ou ao Cadastrador de Ór-
V - Manter mecanismo de segurança, sob a respon- gão, ou ainda ao Cadastrador Geral, quando for o caso.
sabilidade do SERPRO, destinado a garantir a integri- § 9º O nível de acesso indica a amplitude das in-
dade dos dados do sistema e a inalterabilidade das in- formações a que o operador pode ter acesso. São previs-
formações de todos os documentos contabilizados no tos os seguintes níveis de acesso para a utilização do
SIAFI. SIAFI:
§ 3º O acesso aos recursos do SIAFI será feito por
usuários devidamente cadastrados e habilitados através
do sistema SENHA, da seguinte forma:
I - Por meio de consultas, via terminal conectado à
rede SIAFI; e
II - Por meio da transferência de dados da base SI-
AFI para equipamentos de processamento eletrônico do
próprio usuário, através de ferramentas de extração de-
vidamente aprovadas e homologadas para tal uso no SI-
AFI.
§ 4º O Sistema SENHA objetivará o uso autorizado
dos recursos do SIAFI, especificando: § 10º O Perfil é um conjunto de transações coloca-
I - Quais os usuários autorizados a terem acesso ao das à disposição do operador para a realização de suas
SIAFI; tarefas. A definição das transações constantes de cada
II - Quais transações poderão ter acesso; Perfil é da responsabilidade da Coordenação-Geral de
III - Qual nível de acesso terão; Sistemas e Tecnologia de Informação - COSIS/STN. A
IV - A Unidade Gestora primária na qual o usuário designação do Perfil aos usuários é de responsabilidade
está lotado; e do Titular da Unidade, de acordo com as competências
V - A Unidade Gestora Secundária, quando real- funcionais do usuário.
mente necessária e com a devida justificativa para aces- § 11º Transação é a unidade de operação do SIAFI
so a mesma. que corresponde a determinadas atividades de entrada
§ 5º Deve ser formalmente designado um funcioná- ou de consulta aos dados do Sistema.
rio que responderá pela execução do processo de cre- Art. 12º O dado constante do SIAFI é considerado
denciamento, sendo denominado: oficial.
I - Cadastrador Geral, na Secretaria do Tesouro Art. 13º Todo operador do SIAFI ou do SENHA se-
Nacional; rá identificado pelo número do seu CPF, ao qual será
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
associado uma senha individual e intransferível, de co- 9. PRESTAÇÃO DE CONTAS E TOMADA DE
nhecimento exclusivamente do operador. CONTAS ESPECIAL
Art. 14º No caso de usuário que não possua CPF,
será atribuído um código especial em substituição ao 9.1. PRESTAÇÃO DE CONTAS
mesmo, que também será associado a uma senha de co- A Prestação de Contas Anual é um dever estabele-
nhecimento exclusivo do operador. cido na Constituição que obriga tanto o Presidente da
Art. 15º Os operadores serão habilitados a operar República quanto os administradores de órgãos e entida-
transações que lhes permitirão cumprir suas atribuições des do setor público (arts. 70 e 71 da Constituição Fede-
funcionais perante o sistema conforme perfil atribuído. ral). Ao Presidente cabe prestar as contas consolidadas
Art. 16º A escolha dos operadores deverá recair de todo o governo. Aos demais administradores, cabe
sobre funcionários da estrita confiança do titular da prestar contas dos resultados alcançados na gestão dos
unidade, de ilibada reputação e idoneidade. Deverá ser recursos confiados à sua responsabilidade em face dos
feita de forma cuidadosa, guardando-se estreita correla- objetivos de interesse coletivo estabelecidos pelo poder
ção entre o nível funcional do operador e as transações público (accountability). Essa prestação de contas toma a
às quais lhe será dado acesso, especialmente quanto aos forma de uma autoavaliação.
cadastradores, visto que serão responsáveis pelo cre-
denciamento dos demais operadores do sistema. Os procedimentos e regras, os conceitos fundamen-
Art. 17º O operador responderá integralmente pelo tais, os princípios básicos e os elementos de conteúdo
uso do sistema sob a sua senha e obrigar-se-á a cumprir para elaboração dessa avaliação são definidos pelo TCU
os requisitos de segurança instituídos pela Secretaria do em atos normativos. Essas normas também definem as
Tesouro Nacional. Unidades Prestadoras de Contas da Administração Pú-
Art. 18º O Cadastrador de Órgão, o Cadastrador blica Federal (UPC) que devem prestar contas do valor
Regional e o Cadastrador de Unidade deverão observar público gerado, preservado ou entregue à sociedade e do
o disposto no item anterior, bem como utilizar adequa- uso apropriado dos recursos que lhes foram entregues
damente o Sistema SENHA, somente cadastrando ope- para isso.
radores e cadastradores mediante a autorização compe-
O propósito da prestação de contas é assegurar a
tente. transparência e a responsabilidade na administração pú-
Art. 19º Constatado o mau uso do sistema, o opera- blica, bem como dar suporte às decisões de alocação de
dor responderá integralmente e estará exposto às conse-
recursos, promover a defesa do patrimônio público e, so-
quências das sanções penais ou administrativas cabíveis
bretudo, informar aos cidadãos, que são os usuários dos
pelo não atendimento ao disposto nesta Instrução Nor-
bens e serviços produzidos pela administração pública e
mativa. O Cadastrador de Órgão, o Cadastrador Regio-
principais provedores dos recursos para o seu funciona-
nal e o Cadastrador de Unidade deverão proceder ao
mento.
descredenciamento dos operadores envolvidos no seu
âmbito de atuação. Do mesmo modo, o Cadastrador Ge- A prestação de contas anual das organizações do se-
ral poderá efetuar o descredenciamento de qualquer tor público deve proporcionar uma visão estratégica e de
operador ou cadastrador. orientação para o futuro quanto à sua capacidade de ge-
Art. 20º As infringências às regras estabelecidas rar valor público em curto, médio e longo prazos, bem
para o uso do SIAFI serão informadas pelo agente à sua como do uso que fazem dos recursos públicos e seus im-
chefia imediata para que sejam tomadas as providências pactos na sociedade. Se constitui assim em um dos prin-
necessárias à apuração de responsabilidade e aplicação cipais instrumentos democráticos de comunicação entre
de penalidades, se for o caso. governo, cidadãos e seus representantes.
Art. 21º Deve-se manter a separação das atribui-
“Prestação de contas é o instrumento de gestão pú-
ções preservando em figuras distintas o responsável pela
blica mediante o qual os administradores e, quando
emissão dos documentos, o responsável pela Conformi-
apropriado, os responsáveis pela governança e pelos atos
dade de Gestão e o contador responsável pela Confor-
de gestão de órgãos, entidades ou fundos dos poderes da
midade Contábil, ou seja, o servidor que realize a fun-
União apresentam e divulgam informações e análises
ção de emitir documentos não deve ser o mesmo respon-
quantitativas e qualitativas dos resultados da gestão or-
sável pelo registro da Conformidade de Registro de Ges-
çamentária, financeira, operacional e patrimonial do
tão, nem tão pouco ser aquele responsável pelo registro
exercício, com vistas ao controle social e ao controle ins-
da Conformidade Contábil.
titucional previsto nos artigos 70, 71 e 74 da Constitui-
Art. 22º Uma vez incluídos os dados de um docu-
ção Federal”.
mento no SIAFI e após sua contabilização, constatada
qualquer irregularidade nesses dados, somente será
9.2. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL
possível corrigi-la por meio da emissão de um novo do-
cumento que efetue o acerto. Tomada de Contas Especial (TCE) é um processo
(...) administrativo devidamente formalizado, com rito pró-
prio, para apurar responsabilidade por ocorrência de da-
no à administração pública federal, com apuração de fa-
tos, quantificação do dano, identificação dos responsá-
veis e obter o respectivo ressarcimento. (art. 2º, caput, da
IN/TCU 71/2012).
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Conhecimentos Específicos
A TCE constitui medida de exceção, portanto a 11. PROCEDIMENTOS DE ENCERRAMEN-
Administração deve esgotar todas as medidas adminis- TO DO EXERCÍCIO
trativas para elidir a irregularidade ensejadora da TCE ou
obter o ressarcimento do dano, antes de formalizar a ins- As contas de receita e despesa são contas temporá-
tauração do processo. rias, pois são encerradas a fim de se apurar o resultado
do exercício. O lucro ou prejuízo de um exercício é de-
A apreciação do processo de TCE, no âmbito da terminado através do confronto das contas de receita e
União, constitui competência constitucional desta Corte despesa, e esse resultado líquido é apurado na conta de-
de Contas prevista no art. 70, parágrafo único, c/c art. 71, nominada de Apuração do Resultado do Exercício
ambos da Constituição Federal. (ARE).
Os procedimentos são inerentes as operações decor-
rentes da receita e despesa nos seus devidos sistemas,
10. CONFORMIDADE DE GESTÃO E CON-
Orçamentário, Financeiro e Patrimonial.
FORMIDADE CONTÁBIL
Eles envolvem uma série de tarefas para assegurar
Conformidade de Gestão
que todos os registros financeiros do ano sejam precisos
A "Conformidade de Gestão Contábil" refere-se ao e completos. Abaixo uma lista dos principais procedi-
conjunto de práticas, políticas e procedimentos que ga- mentos:
rantem que as operações contábeis e financeiras de uma
• Revisão de Contas: Verifique todas as contas
organização estejam em conformidade com as leis, regu-
para garantir que as transações foram registra-
lamentos e normas aplicáveis. Isso inclui:
das corretamente. Isso inclui revisar lançamen-
• Adesão às Normas Contábeis: Garantir que tos no diário e no razão.
todos os registros financeiros e relatórios con- • Reconciliação Bancária: Reconcilie os saldos
tábeis estejam em conformidade com os pa- bancários com os registros da empresa. Isso
drões contábeis locais e internacionais, como ajuda a identificar quaisquer discrepâncias ou
IFRS (International Financial Reporting Stan- erros.
dards) ou GAAP (Generally Accepted Accoun- • Depreciação de Ativos: Calcule e registre a
ting Principles). depreciação dos ativos da empresa para o ano.
• Controles Internos: Estabelecer controles in- • Inventário: Faça um inventário físico e ajuste
ternos fortes para prevenir e detectar fraudes e os registros contábeis para refletir o valor real
erros. Isso inclui segregação de funções, revi- em estoque.
sões regulares e auditorias internas. • Ajustes de Contas a Receber e a Pagar: Ava-
• Documentação e Registro: Manter documen- lie as contas a receber e a pagar para identificar
tação adequada de todas as transações financei- e registrar quaisquer ajustes necessários, como
ras para facilitar auditorias e revisões regula- provisões para devedores duvidosos.
mentares. • Revisão e Ajuste de Provisões e Reservas:
• Conformidade Fiscal: Assegurar que a organi- Revise e ajuste as provisões e reservas, como
zação esteja em dia com suas obrigações fis- provisões para garantias ou reestruturações.
cais, incluindo declarações de impostos e pa- • Fechamento das Contas de Resultado: Feche
gamentos. as contas de receita e despesa, transferindo o
Conformidade Contábil saldo para a conta de resultado do exercício.
• Elaboração das Demonstrações Financeiras:
A Conformidade Contábil consiste na certificação Prepare as demonstrações financeiras, incluindo
dos demonstrativos contábeis gerados no Sistema Inte- o balanço patrimonial, a demonstração de resul-
grado de Administração Financeira do Governo Federal tados e a demonstração dos fluxos de caixa.
(SIAFI), por meio de análises dos atos e fatos da gestão • Auditoria: Em algumas organizações, uma au-
orçamentária, financeira e patrimonial, cuja base concei- ditoria externa é necessária para validar as de-
tual contempla o Manual de Contabilidade Aplicada ao monstrações financeiras.
Setor Público (MCASP), o Plano de Contas Aplicado ao • Aprovação pela Diretoria: As demonstrações
Setor Público (PCASP), a Conformidade de Registro de financeiras devem ser aprovadas pela diretoria
Gestão, o Manual Siafi. ou pelo conselho de administração.
A Conformidade Contábil é de competência de pro- • Publicação e Divulgação: Dependendo da re-
fissional em contabilidade devidamente registrado no gulamentação local e do tipo de empresa, as
Conselho Regional de Contabilidade (CRC), em dia com demonstrações financeiras podem precisar ser
suas obrigações profissionais. publicadas ou divulgadas aos stakeholders.
• Preparação para o Novo Exercício: Final-
mente, prepare-se para o novo ano fiscal, esta-
belecendo orçamentos e metas financeiras.
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Conhecimentos Específicos
Normas aplicadas: III – exercer o controle das operações de crédito,
avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da
Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, Estatuí Nor-
União;
mas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e con-
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua
trole dos orçamentos e balanços da União, dos Estados,
missão institucional.
dos Municípios e do Distrito Federal.
Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000,
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,
estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providên-
pena de responsabilidade solidária.
cias.
Qualquer cidadão, partido político, associação ou
sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunci-
12. SISTEMAS DE CONTROLE ar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de
Contas da União.
12.1. NORMAS RELATIVAS AO CONTROLE
INTERNO ADMINISTRATIVO.
12.1.1. Controle
12.2. A METODOLOGIA DE TRABALHO DO
Controlar é o processo administrativo regulador de SISTEMA DE CONTROLE INTERNO - SCI (INS-
fatores, visando a execução de atividades conforme seu TRUÇÃO NORMATIVA SFC/MF Nº 03, DE
planejamento, organização e direção. O controle é um 09/06/2001 COM AS DEVIDAS ALTERAÇÕES DA
dos princípios fundamentais das atividades da Adminis- INSTRUÇÃO NORMATIVA SFC/MP Nº 7, DE
tração Federal assim disciplinado no Dec.-lei n.º 200/67: 06/12/2017)
Art. 13. O controle das atividades da Administração INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 3, DE 9 DE
Federal deverá exercer-se em todos os níveis e em todos JUNHO DE 2017
os órgãos, compreendendo, particularmente:
a) o controle, pela chefia competente, da execução Aprova o Referencial Técnico da Atividade
dos programas e da observância das normas que gover- de Auditoria Interna Governamental do Po-
nam a atividade específica do órgão controlado; der Executivo Federal.
b) o controle, pelos órgãos próprios de cada siste- O SECRETÁRIO FEDERAL DE CONTROLE IN-
ma, da observância das normas gerais que regulam o TERNO, no uso de suas atribuições e considerando o
exercício das atividades auxiliares; disposto nos artigos 22, inciso I e § 5º, e 24, inciso IX,
c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da Lei n.º 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, no artigo 15
da guarda dos bens da União pelos órgãos próprios do do Decreto n.º 3.591, de 6 de setembro 2000, resolve:
sistema de contabilidade e auditoria.
Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo a esta Instrução
Art. 14. O trabalho administrativo será racionali- Normativa, o Referencial Técnico da Atividade de Audi-
zado mediante simplificação de processos e supressão toria Interna Governamental do Poder Executivo Federal,
de controles que se evidenciarem como puramente for- que estabelece os princípios, as diretrizes e os requisitos
mais ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco. fundamentais para a prática profissional da atividade de
O controle tem como finalidade assegurar que a auditoria interna governamental do Poder Executivo Fe-
Administração Pública atue com legitimidade, segundo deral.
as normas pertinentes a cada caso e de acordo com a fi- Art. 2º As disposições desta Instrução Normativa
nalidade, o interesse coletivo, e com os princípios que devem ser observadas pelos órgãos e unidades que inte-
lhe são impostos, como os da legalidade, impessoalida- gram o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
de, moralidade, publicidade e eficiência, princípios estes Federal, instituído pelo art. 74 da Constituição Federal e
que em momento oportuno serão devidamente elucida- disciplinado pela Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de
dos. 2001, e pelas unidades de auditoria interna singulares
12.1.2. Controle interno: dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal.
Segundo a Constituição, o sistema de Controle in- Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor em
terno será feito de forma integrada pelos Poderes Legis- 180(cento e oitenta) dias da data de sua publicação.
lativo, Executivo e Judiciário (art. 74) com a finalidade Art. 4º Fica revogada a Instrução Normativa
de: SFC/MF nº 01, de 06 de abril de 2001.
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no ANTONIO CARLOS
plano plurianual, a execução dos programas de governo
e dos orçamentos da União; BEZERRA LEONEL
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados,
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da ad-
ministração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado;
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Conhecimentos Específicos
ANEXO sabilidades de gestão e supervisão em suas respetivas
REFERENCIAL TÉCNICO DA ATIVIDADE DE áreas primeira e segunda camada.
AUDITORIAINTERNA
As atribuições definidas para o Sistema de Controle
GOVERNAMENTAL DO PODER
Interno pela Lei 10180/2001 referem-se a avaliações
EXECUTIVOFEDERAL
exercidas por intermédio da fiscalização contábil, finan-
INTRODUÇÃO ceira, orçamentária, operacional e patrimonial, além da
prestação de apoio ao controle externo no exercício de
As diretrizes para o exercício do controle no âmbito
sua missão institucional, as quais são exercidas por meio
do Poder Executivo Federal (PEF) remontam à edição do
dos instrumentos de auditoria e de fiscalização.
Decreto-Lei nº200, de 25 de fevereiro de 1967, que, ao
defini-lo como princípio fundamental para o exercício de Nesse contexto, o presente Referencial Técnico po-
todas as atividades da Administração Federal, aplicado siciona-se como um instrumento de convergência das
em todos os níveis e em todos os órgãos e entidades, práticas de auditoria interna governamental exercidas no
segmentou-o em três linhas (ou camadas) básicas de atu- âmbito do Poder Executivo Federal com normas, mode-
ação na busca pela aplicação eficiente, eficaz e efetiva los e boas práticas internacionais e com a Instrução
dos recursos. Como consequência, verifica-se que o con- Normativa Conjunta MP/CGU nº 1, de 10 de maio de
trole é exercido em diversos ambientes normativos e cul- 2016, que determinou a sistematização de práticas rela-
turais, quais sejam: a gestão operacional; a supervisão e cionadas a governança, gestão de riscos e controles in-
o monitoramento; e a auditoria interna. ternos no Poder Executivo Federal.
No âmbito dos sistemas de atividades auxiliares, o Isso posto, este Referencial tem como propósitos
normativo também determina a organização sistêmica da definir princípios, conceitos e diretrizes que nortearão a
atividade de auditoria interna pelo PEF, a ser exercida prática da auditoria interna governamental e fornecer
junto a órgãos e entidades que variam em propósito, ta- uma estrutura básica para o aperfeiçoamento de sua atu-
manho, complexidade e estrutura e que detém quadros ação, com a finalidade de agregar valor à gestão dos ór-
funcionais compostos por indivíduos com diferentes ní- gãos e entidades do Poder Executivo Federal.
veis de conhecimento e de experiência. Essa organização
sistêmica está sujeita à orientação normativa, à supervi-
CAPÍTULO I
são técnica e à fiscalização específica pelo órgão central
PROPÓSITO E ABRANGÊNCIA DA
do sistema.
AUDITORIAINTERNA GOVERNAMENTAL
Uma vez que essa diversidade pode influenciar a 1. A auditoria interna governamental é uma ativida-
prática do controle em cada ambiente, a utilização de de independente e objetiva de avaliação e de consultoria,
princípios, conceitos e diretrizes convergentes com nor- desenhada para adicionar valor e melhorar as operações
mas e práticas internacionais torna-se essencial para a de uma organização. Deve buscar auxiliar as organiza-
harmonização e a avaliação da atuação dos agentes pú- ções públicas a realizarem seus objetivos, a partir da
blicos e, por consequência, para a qualificação dos pro- aplicação de uma abordagem sistemática e disciplinada
dutos dessa atuação. para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de go-
vernança, de gerenciamento de riscos e de controles in-
Posteriormente, a Constituição Federal (CF) de
ternos.
1988 inovou ao trazer a terminologia "sistemas de con-
trole interno", que exercem a fiscalização na forma da 2. No âmbito do Poder Executivo Federal, a ativi-
lei, em conjunto com os órgãos de controle externo que dade de auditoria interna governamental deve ser reali-
apoiam os poderes legislativos. A CF segmentou, tam- zada em conformidade com o presente Referencial Téc-
bém, as responsabilidades dos sistemas de controle in- nico, que estabelece os requisitos fundamentais para a
terno, no âmbito da União e de suas entidades da admi- prática profissional e para a avaliação do desempenho da
nistração direta e indireta, em fiscalizações das áreas atividade de auditoria interna governamental.
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patri-
monial. No artigo 74, a Carta Magna definiu as finalida-
Seção I
des dos sistemas de controle interno de cada Poder - Le-
Propósito
gislativo, Executivo e Judiciário - que deverão ser consti-
3. A atividade de auditoria interna governamental
tuídos por cada um deles de forma integrada.
tem como propósito aumentar e proteger o valor organi-
No âmbito federal, a Lei 10.180, de 6 de fevereiro zacional das instituições públicas, fornecendo avaliação,
de 2001, buscou organizar e disciplinar os princípios assessoria e aconselhamento baseados em risco.
preconizados pelo Decreto-Lei nº 200 com as determina-
4. A atividade de auditoria interna governamental
ções constitucionais acerca do sistema de controle inter-
no Poder Executivo Federal é exercida pelo conjunto de
no do Poder Executivo Federal. A norma estrutura as fi-
Unidades de Auditoria Interna Governamental (UAIG)
nalidades, organização e competências dos Sistemas de
elencadas a seguir:
Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração
Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Con- a) Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) e as
trole Interno. Nota-se que as competências atribuídas a Controladorias Regionais da União nos estados, que fa-
todos os Sistemas, exceto ao Sistema de Controle Inter- zem parte da estruturado Ministério da Transparência e
no, são fortemente relacionadas a seus papéis e respon- Controladoria-Geral da União (CGU);
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
b) Secretarias de Controle Interno (Ciset) da Presi- 12.Essas instâncias são destinadas a apoiar o desen-
dência da República, da Advocacia-Geral da União, do volvimento dos controles internos da gestão e realizar
Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da atividades de supervisão e de monitoramento das ativi-
Defesa, e respectivas unidades setoriais; dades desenvolvidas no âmbito da primeira linha de de-
fesa, que incluem gerenciamento de riscos, conformida-
c)auditorias internas singulares (Audin) dos órgãos
de, verificação de qualidade, controle financeiro, orien-
e entidades da Administração Pública Federal Direta e
tação e treinamento.
Indireta; e
13. Os Assessores e Assessorias Especiais de Con-
d) o Departamento Nacional de Auditoria do Siste-
trole Interno (AECI) nos Ministérios integram a segunda
ma Únicode Saúde (Denasus) do Ministério da Saúde.
linha de defesa e podem ter sua atuação complementada
5. Exceto em caso de declaração expressa em con- por outras estruturas específicas definidas pelas próprias
trário, as referências ao termo "Audin", no contexto des- organizações.
te Referencial Técnico, são igualmente aplicáveis às au-
Terceira linha de defesa
ditorias internas singulares e ao Denasus.
14. A terceira linha de defesa é representada pela
atividade de auditoria interna governamental, que presta
Seção II
serviços de avaliação e de consultoria com base nos
Abrangência
pressupostos de autonomia técnica e de objetividade.
6. Os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal devem atuar de forma regular e alinhada ao inte- 15. A atividade de auditoria interna governamental
resse público. Para tanto, devem exercer o controle per- deve ser desempenhada com o propósito de contribuir
manente sobre seus próprios atos, considerando o princí- para o aprimoramento das políticas públicas e a atuação
pio da autotutela. Assim, é responsabilidade da alta ad- das organizações que as gerenciam. Os destinatários dos
ministração das organizações públicas, sem prejuízo das serviços de avaliação e de consultoria prestados pelas
responsabilidades dos gestores dos processos organiza- UAIG são a alta administração, os gestores das organiza-
cionais e das políticas públicas nos seus respectivos âm- ções e entidades públicas federais e a sociedade.
bitos de atuação, o estabelecimento, a manutenção, o
16. As UAIG devem apoiar os órgãos e as entidades
monitoramento e o aperfeiçoamento dos controles inter-
do Poder Executivo Federal na estruturação e efetivo
nos da gestão.
funcionamento da primeira e da segunda linha de defesa
7. A estrutura de controles internos dos órgãos e en- da gestão, por meio da prestação de serviços de consulto-
tidades da Administração Pública Federal deve contem- ria e avaliação dos processos de governança, gerencia-
plar as três linhas de defesa da gestão ou camadas, a qual mento de riscos e controles internos.
deve comunicar, de maneira clara, as responsabilidades
17. Os serviços de avaliação compreendem a análi-
de todos os envolvidos, provendo uma atuação coorde-
se objetiva de evidências pelo auditor interno governa-
nada e eficiente, sem sobreposições ou lacunas.
mental com vistas a fornecer opiniões ou conclusões em
Primeira linha de defesa relação à execução das metas previstas no plano pluria-
nual; à execução dos programas de governo e dos orça-
8. A primeira linha de defesa é responsável por
mentos da União; à regularidade, à economicidade, à efi-
identificar, avaliar, controlar e mitigar os riscos, guiando
ciência e à eficácia da gestão orçamentária, financeira e
o desenvolvimento e a implementação de políticas e pro-
patrimonial nos órgãos e nas entidades da Administração
cedimentos internos destinados a garantir que as ativida-
Pública; e à regularidade da aplicação de recursos públi-
des sejam realizadas de acordo com as metas e objetivos
cos por entidades de direito privado.
da organização.
18. Por natureza, os serviços de consultoria repre-
9. A primeira linha de defesa contempla os contro-
sentam atividades de assessoria e aconselhamento, reali-
les primários, que devem ser instituídos e mantidos pelos
zados a partir da solicitação específica dos gestores pú-
gestores responsáveis pela implementação das políticas
blicos. Os serviços de consultoria devem abordar assun-
públicas durante a execução de atividades e tarefas, no
tos estratégicos da gestão, como os processos de gover-
âmbito de seus macroprocessos finalísticos e de apoio.
nança, de gerenciamento de riscos e de controles internos
10. De forma a assegurar sua adequação e eficácia,
e ser condizentes com os valores, as estratégias e os ob-
os controles internos devem ser integrados ao processo
jetivos da Unidade Auditada. Ao prestar serviços de con-
de gestão, dimensionado se desenvolvidos na proporção
sultoria, a UAIG não deve assumir qualquer responsabi-
requerida pelos riscos, de acordo com a natureza, a com-
lidade que seja da Administração.
plexidade, a estrutura e a missão da organização.
19. Os trabalhos de avaliação dos processos de ges-
Segunda linha de defesa
tão de riscos e controles pelas UAIG devem contemplar,
11. As instâncias de segunda linha de defesa estão em especial, os seguintes aspectos: adequação e sufici-
situadas ao nível da gestão e objetivam assegurar que as ência dos mecanismos de gestão de riscos e de controles
atividades realizadas pela primeira linha sejam desen- estabelecidos; eficácia da gestão dos principais riscos; e
volvidas e executadas de forma apropriada. conformidade das atividades executadas em relação à po-
lítica de gestão de riscos da organização.
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Conhecimentos Específicos
20. No âmbito da terceira linha de defesa, a SFC e do Sistema Único de Saúde (Denasus) do Ministério da
as Cisetexercem a função de auditoria interna governa- Saúde atuam como órgãos auxiliares ao SCI.
mental de forma concorrente e integrada com as Audin, 27. Compete ao órgão central do SCI e aos órgãos
onde existirem. setoriais nas respectivas áreas de jurisdição prover orien-
tação normativa e supervisão técnica às UAIG.
CAPÍTULO II 28. A orientação normativa e a supervisão técnica
SISTEMA DE CONTROLE INTERNO DOPODER são exercidas mediante a edição de normas e orientações
EXECUTIVO FEDERAL técnicas e a avaliação da atuação das UAIG, com o obje-
21. A Constituição Federal (CF) dispõe, em seu art. tivo de harmonizar a atividade de auditoria interna go-
70, que a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, vernamental, promover a qualidade dos trabalhos e inte-
operacional e patrimonial da União e das entidades da grar o Sistema.
administração direta e indireta, quanto à legalidade, à le- 29. Os AECI, no desempenho das funções de apoio
gitimidade, à economicidade, à aplicação das subvenções à atuação do SCI preconizadas pelo Decreto nº 3.591, de
e à renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso 6 de setembro de2000, devem observar as orientações
Nacional, mediante controle externo, e pelo Sistema de normativas do órgão central do SCI e exercer suas ativi-
Controle Interno (SCI) de cada Poder. dades em conformidade com os princípios estabelecidos
neste Referencial Técnico.
22. Em seu Art. 74, a CF definiu, como finalidade
30. Compete ao órgão central do SCI estabelecer di-
do SCI, entre outras, avaliar o cumprimento das metas
retrizes quanto à realização de ações integradas pelas
previstas no Plano Plurianual, a execução dos programas
UAIG, de forma a promover atuação harmônica no con-
de governo e dos orçamentos da União e dos resultados
texto das competências concorrente se o fortalecimento
da gestão nos órgãos e entidades do Poder Executivo Fe-
recíproco das UAIG.
deral. Para dar cumprimento ao mandamento constituci-
onal, a Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001 e o De-
Seção II
creto nº3.591, de 6 de setembro de 2000, disciplinaram a
Articulação Interinstitucional
organização, as finalidades e a estrutura do SCI, no âm-
31. Em face da complexidade inerente à execução
bito do Poder Executivo Federal.
das políticas públicas - o que demanda esforço e articu-
23. Além das competências relacionadas à função lação entre as instituições envolvidas em seu processo de
típica de auditoria interna governamental do Poder Exe- avaliação - o SCI e os AECI devem trabalhar de forma
cutivo Federal, a Lei nº10.180, de 6 de fevereiro de articulada e integrada, com sinergia e mediante clara de-
2001, também contemplou a apuração de atos ou fatos finição de papéis, de forma a racionalizar recursos e ma-
inquinados de ilegais ou irregulares, praticados porá gen- ximizar os resultados decorrentes de sua atuação.
tes públicos ou privados, na utilização de recursos públi- 32. De forma a promover a integração operacional
cos federais como competência dos órgãos e unidades do do SCI e de seus órgãos auxiliares, a Comissão de Coor-
SCI. Essas atividades devem ser conduzidas, no que denação de Controle Interno (CCCI), cuja composição e
couber, em conformidade com os princípios e diretrizes competências foram disciplinadas por intermédio do De-
estabelecidos neste Referencial Técnico. creto nº 3.591, de 06 de setembro de 2000, enquanto ór-
gão colegiado de função consultiva, pode efetuar estudos
24. A atuação do SCI abrange todos os órgãos e en-
e propor medidas para integração, avaliação e aperfeiço-
tidades do Poder Executivo Federal, incluindo as empre-
amento das atividades das UAIG e homogeneizar inter-
sas estatais e qualquer pessoa física ou jurídica que utili- pretações sobre procedimentos relativos às atividades do
ze, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, Sistema.
bens e valores públicos sob a responsabilidade do Poder
33. A cooperação entre as UAIG e as instituições
Executivo Federal.
públicas que atuam na defesa do patrimônio público, tais
Seção I como o Ministério Público e a Polícia Federal, tem o ob-
Organização e Estrutura jetivo de promover o intercâmbio de informações e de
25. Integram o SCI: estabelecer ações integradas ou complementares para
a) como órgão central: a Secretaria Federal de Con- proporcionar maior efetividade às ações de enfrentamen-
trole Interno (SFC) do Ministério da Transparência e to à corrupção.
Controladoria-Geral da União (CGU); 34. Nos casos em que forem identificadas irregula-
ridades que requeiram procedimentos adicionais com
b) como órgãos setoriais: as Secretarias de Controle vistas à apuração, à investigação ou à proposição de
Interno (Ciset) da Presidência da República, da Advoca- ações judiciais, as UAIG devem zelar pelo adequado e
cia-Geral da União, do Ministério das Relações Exterio- tempestivo encaminhamento dos resultados das auditori-
res e do Ministério da Defesa; e as às instâncias competentes.
c) como unidades setoriais da Ciset do Ministério 35. O apoio ao controle externo, disposto na CF,
da Defesa: as unidades de controle interno dos comandos operacionaliza-se por meio da cooperação entre o SCI e
militares. os órgãos de controle externo, na troca de informações e
26. As auditorias internas singulares (Audin) dos de experiências, bem como na execução de ações inte-
órgãos e entidades da Administração Pública Federal Di- gradas, sendo essas compartilhadas ou complementares.
reta e Indireta e o Departamento Nacional de Auditoria 36. As UAIG devem zelar pela existência e efetivo
funcionamento de canais de comunicação que fomentem
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Conhecimentos Específicos
o controle social, assegurando que os resultados decor- mesmo em situações de divergência de opinião, absten-
rentes da participação dos cidadãos sejam apropriados do-se de emitir juízo ou adotar práticas que indiquem
como insumo para o planejamento e a execução dos tra- qualquer tipo de discriminação ou preconceito.
balhos de auditoria. 44.Ao executar suas atividades, os auditores inter-
nos governamentais devem observar a lei e divulgar to-
CAPÍTULO III das as informações exigidas por lei e pela profissão.
PRINCÍPIOS E REQUISITOS ÉTICOS
Autonomia Técnica e Objetividade
37. A atuação dos auditores internos governamen-
tais em conformidade com princípios e requisitos éticos 45. Os requisitos de autonomia técnica e objetivida-
proporciona credibilidade e autoridade à atividade de au- de estão associados ao posicionamento da UAIG e à ati-
ditoria interna governamental. Esse padrão de compor- tude do auditor em relação à Unidade Auditada, com a
tamento deve ser promovido por todas as UAIG. finalidade de orientar a condução dos trabalhos e subsi-
diar a emissão de opinião institucional pela UAIG. Para
Seção I tanto, tem-se como pressupostos que a unidade de audi-
Princípios Fundamentais para a Prática da toria disponha de autonomia técnica e que os auditores
Atividade de Auditoria Interna Governamental sejam objetivos.
38. Os princípios representam o arcabouço teórico 46.As ameaças à autonomia técnica e à objetividade
sobre o qual repousam as normas de auditoria. São valo- devem ser gerenciadas nos níveis da função de auditoria
res persistentes no tempo e no espaço, que concedem interna governamental, da organização, do trabalho de
sentido lógico e harmônico à atividade de auditoria in- auditoria e do auditor. Eventuais interferências, de fato
terna governamental e lhe proporcionam eficácia. As ou veladas, devem ser reportadas à alta administração e
UAIG devem assegurar que a prática da atividade de au- ao conselho, se houver, e as consequências devem ser
ditoria interna governamental seja pautada pelos seguin- adequadamente discutidas e tratadas.
tes princípios:
Autonomia Técnica
a) integridade;
47. A autonomia técnica refere-se à capacidade da
b) proficiência e zelo profissional;
UAIG de desenvolver trabalhos de maneira imparcial.
c) autonomia técnica e objetividade;
Nesse sentido, a atividade de auditoria interna governa-
d) alinhamento às estratégias, objetivos e riscos da
Unidade Auditada; mental deve ser realizada livre de interferências na de-
e) atuação respaldada em adequado posicionamento terminação do escopo, na execução dos procedimentos,
no julgamento profissional e na comunicação dos resul-
e em recursos apropriados;
tados.
f) qualidade e melhoria contínua; e
48.O Responsável pela UAIG deve se reportar a, se
g) comunicação eficaz.
comunicar e interagir com um nível dentro da Unidade Au-
ditada que permita à UAIG cumprir com as suas responsa-
Seção II bilidades, seja a alta administração da organização, seja o
Requisitos Éticos conselho, se houver. Caso a independência organizacional
39. Os requisitos éticos representam valores aceitá- da UAIG não esteja assegurada por lei ou regulamento, ela
veis e esperados em relação à conduta dos auditores in- deve ser confirmada junto à administração ou ao conselho,
ternos governamentais e visam promover uma cultura se houver, pelo menos anualmente.
ética e íntegra em relação à prática da atividade de audi- 49. Nos casos em que o Responsável pela UAIG tenha
toria interna. atribuições de gestão externas à atividade de auditoria inter-
na, ou exista a expectativa de exercer tais atribuições no
Integridade e Comportamento
âmbito da Unidade Auditada, devem ser adotadas salva-
40. Os auditores internos governamentais devem guardas para limitar o prejuízo à autonomia técnica e à ob-
servir ao interesse público e honrar a confiança pública, jetividade. Caso efetivamente ele detenha tais atribuições, o
executando seus trabalhos com honestidade, diligência e trabalho de avaliação sobre os processos pelos quais foi
responsabilidade, contribuindo para o alcance dos objeti- responsável deve ser supervisionado por uma unidade ex-
vos legítimos e éticos da unidade auditada. terna à auditoria interna.
41. Os auditores devem evitar quaisquer condutas Objetividade
que possam comprometer a confiança em relação ao seu
trabalho e renunciara quaisquer práticas ilegais ou que 50. Os auditores internos governamentais devem
possam desacreditar a sua função, a UAIG em que atuam atuar deforma imparcial e isenta, evitando situações de
ou a própria atividade de auditoria interna governamen- conflito de interesses ou quaisquer outras que afetem sua
tal. objetividade, de fato ou na aparência, ou comprometam
42. Os auditores internos governamentais devem ser seu julgamento profissional.
capazes de lidar de forma adequada com pressões ou si- 51. Os auditores devem declarar impedimento nas
tuações que ameacem seus princípios éticos ou que pos- situações que possam afetar o desempenho das suas atri-
sam resultar em ganhos pessoais ou organizacionais ina- buições e, em caso de dúvidas sobre potencial risco para
dequados, mantendo conduta íntegra e irreparável. a objetividade, devem buscar orientação junto aos res-
43.Os auditores internos governamentais devem se ponsáveis pela supervisão do trabalho ou à comissão de
comportar com cortesia e respeito no trato com pessoas, ética ou instância similar, conforme apropriado na orga-
nização.
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Conhecimentos Específicos
52.Os auditores internos governamentais devem se to, as habilidades e outras competências necessárias ao
abster de auditar operações específicas com as quais es- desempenho de suas responsabilidades individuais.
tiveram envolvidos nos últimos 24 meses, quer na condi- 61. Os auditores internos governamentais, em con-
ção de gestores, quer em decorrência de vínculos profis- junto, devem reunir qualificação e conhecimentos neces-
sionais, comerciais, pessoais, familiares ou de outra na- sários para o trabalho. São necessários conhecimentos
tureza, mesmo que tenham executado atividades em ní- suficientes sobre técnicas de auditoria; identificação e
vel operacional. mitigação de riscos; conhecimento das normas aplicá-
53.Os auditores internos governamentais podem veis; entendimento das operações da Unidade Auditada;
prestar serviços de consultoria sobre operações que te- compreensão e experiência acerca da auditoria a ser rea-
nham avaliado anteriormente ou avaliar operações sobre lizada; e habilidade para exercer o julgamento profissio-
as quais tenham prestado prévio serviço de consultoria, nal devido.
desde que a natureza da consultoria não prejudique a ob- 62. Os auditores internos governamentais devem
jetividade e que a objetividade individual seja gerenciada possuir conhecimentos suficientes sobre os principais
na alocação de recursos para o trabalho. Qualquer traba- riscos de fraude, sobre riscos e controles de tecnologia
lho deve ser recusado caso existam potenciais prejuízos à da informação e sobre as técnicas de auditoria baseadas
autonomia técnica ou à objetividade. em tecnologias disponíveis para a execução dos traba-
54. Como pressuposto da objetividade, as comuni- lhos a eles designados.
cações decorrentes dos trabalhos de auditoria devem ser 63. As UAIG e os auditores internos governamen-
precisas, e as conclusões e opiniões sobre os fatos ou si- tais devem zelar pelo aperfeiçoamento de seus conheci-
tuações examinadas devem estar respaldadas por crité- mentos, habilidades e outras competências, por meio do
rios e evidências adequados e suficientes. desenvolvimento profissional contínuo.
64. O Responsável pela UAIG deve declinar de tra-
Sigilo Profissional
balho específico ou solicitar opinião técnica especializa-
55. As informações e recursos públicos somente da por meio de prestadores de serviços externos, a
devem ser utilizados para fins oficiais. É vedada e com- exemplo de perícias e pareceres, caso os auditores inter-
promete a credibilidade da atividade de auditoria interna nos não possuam, e não possam obter tempestiva e satis-
a utilização de informações relevantes ou potencialmente fatoriamente, os conhecimentos, as habilidades ou outras
relevantes, obtidas em decorrência dos trabalhos, em be- competências necessárias à realização de todo ou de par-
nefício de interesses pessoais, familiares ou de organiza- te de um trabalho de auditoria. Os trabalhos desenvolvi-
ções pelas quais o auditor tenha qualquer interesse. dos por especialistas externos devem ser apropriadamen-
56. O auditor deve manter sigilo e agir com cuidado te supervisionados pela UAIG.
em relação a dados e informações obtidos em decorrên-
Zelo Profissional
cia do exercício de suas funções. Ao longo da execução
dos trabalhos, o sigilo deve ser mantido mesmo que as 65. O zelo profissional se refere à atitude esperada
informações não estejam diretamente relacionadas ao es- do auditor interno governamental na condução dos traba-
copo do trabalho. lhos e nos resultados obtidos. O auditor deve deter as
57. O auditor interno governamental não deve di- habilidades necessárias e adotar o cuidado esperado de
vulgar informações relativas aos trabalhos desenvolvidos um profissional prudente e competente, mantendo postu-
ou a serem realizados ou repassá-las a terceiros sem pré- ra de ceticismo profissional; agir com atenção; demons-
via anuência da autoridade competente trar diligência e responsabilidade no desempenho das ta-
58. As comunicações sobre os trabalhos de audito- refas a ele atribuídas, de modo a reduzir ao mínimo a
ria devem sempre ser realizadas em nível institucional e possibilidade de erros; e buscar atuar de maneira preci-
contemplar todos os fatos materiais de conhecimento do puamente preventiva.
auditor que, caso não divulgados, possam distorcer o re- 66. O zelo profissional se aplica a todas as etapas
latório apresentado sobre as atividades objeto da avalia- dos trabalhos de avaliação e de consultoria. O planeja-
ção. mento deve levar em consideração a extensão e os obje-
tivos do trabalho, as expectativas do cliente, a complexi-
Proficiência e Zelo Profissional
dade, a materialidade ou a significância relativa dos as-
59. Proficiência e zelo profissional estão associados suntos sobre os quais os testes serão aplicados e deve
aos conhecimentos, habilidades e cuidados requeridos do prever a utilização de auditoria baseada em tecnologia e
auditor interno governamental para proporcionar razoá- outras técnicas de análise adequadas.
vel segurança acerca das opiniões emitidas pela UAIG. 67. O auditor interno governamental deve conside-
Tem-se como pressupostos que a atividade de auditoria rar a adequação e a eficácia dos processos de governan-
deve ser realizada com proficiência e com zelo profissi- ça, de gerenciamento de riscos e de controles internos da
onal devido, em conformidade com este Referencial Unidade Auditada, a probabilidade de ocorrência de er-
Técnico e demais normas aplicáveis. ros, fraudes ou não conformidades significativas, bem
como o custo da avaliação e da consultoria em relação
Proficiência
aos potenciais benefícios.
60. A proficiência é um termo coletivo que diz res- 68. Os auditores internos governamentais devem es-
peito à capacidade dos auditores internos governamen- tar alerta aos riscos significativos que possam afetar os
tais de realizar os trabalhos para os quais foram designa- objetivos, as operações ou os recursos da Unidade Audi-
dos. Os auditores devem possuir e manter o conhecimen- tada. Entretanto, deve-se ter em mente que os testes iso-
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Conhecimentos Específicos
ladamente aplicados, mesmo quando realizados com o c) informações sobre riscos relevantes são coletadas
zelo profissional devido, não garantem que todos os ris- e comunicadas de forma oportuna, permitindo que os
cos significativos sejam identificados. responsáveis cumpram com as suas obrigações.
75. A UAIG deve avaliar, em especial, as exposi-
CAPÍTULO IV ções da Unidade Auditada a riscos relacionados à gover-
GERENCIAMENTO DA ATIVIDADE DEAUDI- nança, às atividades operacionais e aos sistemas de in-
TORIA formação. Nessa avaliação, deve ser analisado se há
INTERNA GOVERNAMENTAL comprometimento:
69. A UAIG deve ser gerenciada eficazmente, com a) do alcance dos objetivos estratégicos;
o objetivo de assegurar que a atividade de auditoria in- b) da confiabilidade e da integridade das informa-
terna governamental adicione valor à Unidade Auditada ções;
e às políticas públicas sob sua responsabilidade, fomen- c) da eficácia e da eficiência das operações e pro-
tando a melhoria dos processos de governança, de geren- gramas;
ciamento de riscos e de controles internos da gestão. d) da salvaguarda de ativos; e
e) da conformidade dos processos e estruturas com
Seção I leis, normas e regulamentos internos e externos.
Objetivos dos Trabalhos 76. O auditor interno governamental deve buscar
70. A atividade de auditoria interna governamental identificar potenciais riscos de fraude e verificar se a or-
deve ser realizada de forma sistemática, disciplinada e ganização possui controles para tratamento desses riscos.
baseada em risco, devendo ser estabelecidos, para cada 77. A UAIG poderá prestar serviços de consultoria
trabalho, objetivos que estejam de acordo com o propósi- com o propósito de auxiliar a Unidade Auditada na iden-
to da atividade de auditoria interna e contribuam para o tificação de metodologias de gestão de riscos e de con-
alcance dos objetivos institucionais e estratégias da Uni- troles, todavia, os auditores internos governamentais não
dade Auditada. podem participar efetivamente do gerenciamento dos ris-
cos, cuja responsabilidade é exclusiva da Unidade Audi-
Governança
tada.
71. A UAIG deve avaliar e, quando necessário, re- 78. A UAIG deverá promover ações de sensibiliza-
comendara adoção de medidas apropriadas para a melho- ção, capacitação e orientação da alta administração e dos
ria do processo de governança da Unidade Auditada no gestores em relação ao tema, especialmente enquanto a
cumprimento dos seguintes objetivos: Unidade Auditada não possuir um processo de gerenci-
a) promover a ética e os valores apropriados no âm- amento de riscos.
bito da Unidade Auditada;
Controles Internos da Gestão
b) assegurar o gerenciamento eficaz do desempenho
organizacional e accountability; 79. A UAIG deve auxiliar a Unidade Auditada a
c) comunicar as informações relacionadas aos riscos manter controles efetivos, a partir da avaliação sobre se
e aos controles às áreas apropriadas da Unidade Audita- eles são identificados, aplicados e efetivos na resposta
da; e aos riscos. Ainda nesta linha de auxílio, deve avaliar se a
d) coordenar as atividades e a comunicação das in- alta administração possui consciência de sua reponsabi-
formações entre o conselho, se houver, os auditores ex- lidade pela implementação e melhoria contínua desses
ternos e internos e a Administração. controles, pela exposição a riscos internos e externos,
72. A atividade de auditoria interna deve, ainda, comunicação e pela aceitação de riscos.
avaliar o desenho, implantação e a eficácia dos objetivos, 80. A avaliação da adequação e eficácia dos contro-
programas e atividades da Unidade Auditada relaciona- les internos implementados pela gestão em resposta aos
dos à ética e se a governança de tecnologia da informa- riscos, inclusive no que se refere à governança, às opera-
ção provê suporte às estratégias e objetivos da organiza- ções e aos sistemas de informação da Unidade Auditada,
ção. deve contemplar:
a) o alcance dos objetivos estratégicos;
Gerenciamento de Riscos
b) a confiabilidade e integridade das informações;
73. O processo de gerenciamento dos riscos é res-
c) a eficácia e eficiência das operações e programas;
ponsabilidade da alta administração e do conselho, se
d) a salvaguarda dos ativos; e
houver, e deve alcançar toda a organização, contemplan-
e) a conformidade com leis, regulamentos, políticas
do a identificação, a análise, a avaliação, o tratamento, o
e procedimentos internos e externos.
monitoramento e a comunicação dos riscos a que a Uni-
81. Nos trabalhos de avaliação dos controles inter-
dade Auditada está exposta.
nos da gestão, o planejamento da auditoria deve ser ela-
74. Compete à UAIG avaliar a eficácia e contribuir
borado com a identificação do escopo e a seleção de tes-
para a melhoria do processo de gerenciamento de riscos
tes que permitam a obtenção de evidência adequada e su-
da Unidade Auditada, observando se, nesse processo:
ficiente sobre a existência e funcionamento do processo
a) riscos significativos são identificados e avalia-
de controle na organização, considerados os conheci-
dos;
mentos adquiridos em decorrência de outros trabalhos de
b) respostas aos riscos são estabelecidas de forma
avaliação e de consultoria realizados na Unidade Audita-
compatível com o apetite a risco da Unidade Auditada; e
da.
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Conhecimentos Específicos
82. A avaliação dos controles internos da gestão de- terna, o Responsável pela UAIG deve avaliar se os resul-
ve considerar os seguintes componentes: ambiente de tados desses trabalhos contribuem para a melhoria aos
controle, avaliação de riscos, atividades de controle, in- processos de governança, de gerenciamento de riscos e
formação e comunicação e atividades de monitoramento. de controles internos da Unidade Auditada.
92. O planejamento da UAIG deve ser flexível,
considerando a possibilidade de mudanças no contexto
Seção II
organizacional da Unidade Auditada, a exemplo de alte-
Planejamento, Comunicação e Aprovação
rações no planejamento estratégico, revisão dos objeti-
do Plano de Auditoria Interna
vos, alterações significativas nas áreas de maior risco ou
83. O Responsável pela UAIG deve estabelecer um
mesmo alterações de condições externas.
plano baseado em riscos para determinar as prioridades
da auditoria, deforma consistente com objetivos e metas Comunicação e Aprovação
institucionais da Unidade Auditada.
93. O Plano de Auditoria Interna dos Órgãos Setori-
Planejamento ais do SCI, e suas eventuais alterações, devem ser enca-
minhados anualmente ao Órgão Central do SCI para
84. A definição do Plano de Auditoria Interna é a
exercício da supervisão técnica.
etapa de identificação dos trabalhos a serem realizados
94. A proposta de Plano de Auditoria Interna das
prioritariamente pela UAIG em um determinado período
unidades setoriais do SCI e das Audin, e suas eventuais
de tempo. O planejamento deve considerar as estratégias,
alterações, devem ser encaminhadas às Ciset ou à CGU,
os objetivos, as prioridades, as metas da Unidade Audi-
conforme o caso, de forma a possibilitar a harmonização
tada e os riscos a que seus processos estão sujeitos. O re-
do planejamento, racionalizar a utilização de recursos e
sultado é um plano de auditoria interna baseado em ris-
evitar a sobreposição de trabalhos.
cos.
95. A CGU e as Ciset devem se manifestar sobre os
85. A UAIG deve realizar a prévia identificação de
Planos de Auditoria Interna recebidos e recomendar,
todo o universo auditável e considerar as expectativas da
quando necessária, a inclusão ou a exclusão de trabalhos
alta administração e demais partes interessadas em rela-
específicos. A ausência de manifestação tempestiva não
ção à atividade de auditoria interna para a elaboração do
impede a adoção, por parte das Audin, das providências
Plano de Auditoria Interna, bem como, a análise de ris-
necessárias à aprovação interna do planejamento.
cos realizada pela Unidade Auditada por meio do seu
96. O Plano de Auditoria Interna das Audin, com a
processo de gerenciamento de riscos.
respectiva previsão dos recursos necessários à sua im-
86. Caso a Unidade Auditada não tenha instituído
plementação, deve ser encaminhado, ao menos uma vez
um processo formal de gerenciamento de riscos, a UAIG
por ano, para aprovação pela alta administração e pelo
deve se comunicar com a alta administração, de forma a
conselho, se houver, assim como as mudanças significa-
coletar informações sobre suas expectativas e obter en-
tivas que impactem o planejamento inicial.
tendimento dos principais processos e dos riscos associ-
97. Após finalizados os trâmites de elaboração e
ados. Com base nessas informações, a UAIG deverá ela-
aprovação do Plano de Auditoria Interna, as Audin deve-
borar seu Plano de Auditoria Interna, priorizando os pro-
rão dar ciência de sua versão final à CGU ou à Ciset,
cessos ou unidades organizacionais de maior risco.
conforme o caso.
87.Os auditores internos governamentais devem
98. A CGU e as Ciset devem considerar o planeja-
considerarem seu planejamento os conhecimentos adqui-
mento das Audin e unidades setoriais do SCI, conforme
ridos em decorrência dos trabalhos de avaliação e con-
o caso, como insumo para elaboração do seu Plano de
sultoria realizados sobre os processos de governança, de
Auditoria Interna, o qual deverá ser igualmente comuni-
gerenciamento de riscos e de controles internos da ges-
cado a essas unidades, de forma a estabelecer um ambi-
tão.
ente de cooperação e harmonia, exceto os casos que pos-
88.O Plano de Auditoria Interna deve considerar a
sam comprometer sua efetividade.
necessidade de rodízio de ênfase sobre os objetos auditá-
99. Os órgãos integrantes do SCI devem comunicar
veis, evitando o acúmulo dos trabalhos de auditoria so-
seu Plano de Auditoria Interna às respectivas Unidades
bre um mesmo objeto, de forma a permitir que objetos
Auditadas.
considerados de menor risco também possam ser avalia-
dos periodicamente. Gerenciamento de Recursos
89. A avaliação de riscos que subsidie a elaboração
100. O Responsável pela UAIG deve zelar pela
do Plano de Auditoria Interna da UAIG deve ser discuti-
adequação e disponibilidade dos recursos necessários
da com a alta administração e documentada, pelo menos,
(humanos, financeiros e tecnológicos) para o cumpri-
anualmente.
mento do Plano de Auditoria Interna. Para isso, os recur-
90.As UAIG devem estabelecer canal permanente
sos devem ser:
de comunicação com as áreas responsáveis pelo recebi-
a) suficientes: em quantidade necessária para a exe-
mento de denúncias da Unidade Auditada e de outras
cução dos trabalhos;
instâncias públicas que detenham essa atribuição, de
b) apropriados: que reúnam as competências, habi-
forma a subsidiar a elaboração do planejamento e a reali-
lidades e conhecimentos técnicos requeridos pela audito-
zação dos trabalhos de auditoria interna.
ria; e
91.Ao considerar a aceitação de trabalhos de con-
c) eficazmente aplicados: utilizados de forma a
sultoria e a sua incorporação ao Plano de Auditoria In-
atingir os objetivos do trabalho.
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Conhecimentos Específicos
Políticas, Procedimentos e Coordenação 109. As avaliações externas devem ocorrer, no mí-
nimo, uma vez a cada cinco anos, e ser conduzidas por
101. As UAIG devem estabelecer procedimentos e
avaliador, equipe de avaliação ou outra UAIG qualifica-
políticas para a orientação dos trabalhos de auditoria, cu-
dos e independentes, externos à estrutura da UAIG. As
jo enfoque e formato podem variar conforme a estrutura
avaliações previstas neste item podem ser realizadas por
da unidade.
meio de auto avaliação, desde que submetida a uma vali-
102. O Responsável pela UAIG deve compartilhar
dação externa independente. Em todos os casos, é veda-
informações e coordenar as atividades da unidade com
da a realização de avaliações recíprocas.
outras instâncias prestadoras de serviços de avaliação e
110. As Avaliações internas e externas poderão ser
consultoria, tais como outras UAIG com competência
conduzidas com base em estruturas ou metodologias já
concorrente, órgãos de controle externo ou de defesa do
consolidadas.
patrimônio público ou colaboradores de outros órgãos ou
111. A UAIG deve definir a forma, a periodicidade
entidades públicas que atuem na função de especialistas.
e os requisitos das avaliações externas, bem como, as
Reporte para a Alta Administração e o Conselho qualificações mínimas exigidas dos avaliadores externos,
incluídos os critérios para evitar conflito de interesses.
103. O Responsável pela UAIG deve comunicar pe-
112. Cabe ao Responsável pela UAIG comunicar
riodicamente o desempenho da atividade de auditoria in-
periodicamente os resultados do PGMQ à alta adminis-
terna governamental à alta administração e ao conselho, tração e ao conselho, se houver. As comunicações devem
se houver. As comunicações devem contemplar informa- conter os resultados das avaliações internas e externas, as
ções sobre:
fragilidades encontradas que possam comprometer a
a) o propósito, a autoridade e a responsabilidade da
qualidade da atividade de auditoria interna e os respecti-
UAIG;
vos planos de ação corretiva, se for o caso.
b) a comparação entre os trabalhos realizados e o 113. A UAIG somente poderá declarar conformida-
planejamento aprovado; de com os preceitos deste Referencial Técnico e com
c) recomendações não atendidas que representem
normas internacionais que regulamentam a prática pro-
riscos aos processos de governança, de gerenciamento de
fissional de auditora interna se o PGMQ sustentar essa
riscos e de controles internos da Unidade Auditada; e
afirmação.
d) a exposição a riscos significativos e deficiências
114. Os casos de não conformidade com este Refe-
existentes nos controles internos da Unidade Auditada. rencial Técnico que impactem o escopo geral ou a opera-
104. As Ciset encaminharão ao Órgão Central do ção da atividade de auditoria interna devem ser comuni-
SCI, e as Audin e unidades setoriais encaminharão à
cados pelo Responsável pela UAIG à alta administração,
CGU ou à Ciset com que atuam concorrentemente, in-
ao conselho, se houver, e à respectiva unidade responsá-
formações sobre a execução do Plano de Auditoria Inter-
vel pela supervisão técnica, para estabelecimento de
na, de modo a possibilitar o exercício da supervisão téc-
ações destinadas ao saneamento das inconformidades re-
nica. latadas.
Seção III 115. Os trabalhos de especialistas externos devem
Gestão e Melhoria da Qualidade
ser avaliados de acordo com os critérios de conformida-
105. A gestão da qualidade promove uma cultura
de e de qualidade estabelecidos no PGMQ, o que não
que resulta em comportamentos, atitudes e processos que
dispensa o estabelecimento de critérios específicos para a
proporcionam a entrega de produtos de alto valor agre-
aceitação e incorporação das conclusões emitidas por tais
gado, atendendo às expectativas das partes interessadas. especialistas aos trabalhos da UAIG.
A gestão da qualidade é responsabilidade de todos os
auditores internos, sob a liderança do Responsável pela
CAPÍTULO V
UAIG.
OPERACIONALIZAÇÃO DAS ATIVIDADESDE
106. A UAIG deve instituir e manter um Programa
AUDITORIA INTERNA
de Gestão e Melhoria da Qualidade (PGMQ) que con- 116. A execução das atividades previstas no Plano
temple toda a atividade de auditoria interna governamen- de Auditoria Interna deve contemplar, em cada caso, as
tal, desde o seu gerenciamento até o monitoramento das
etapas de planejamento, execução, comunicação dos re-
recomendações emitidas, tendo por base os requisitos es-
sultados e monitoramento. O Responsável pela UAIG
tabelecidos por este Referencial Técnico, os preceitos le-
deve garantir, em todas as etapas dos trabalhos, a exis-
gais aplicáveis e as boas práticas nacionais e internacio-
tência de adequada supervisão, com a finalidade de asse-
nais relativas ao tema. gurar o atingimento dos objetivos do trabalho e a quali-
107. O programa deve prever avaliações internas e dade dos produtos.
externas, orientadas para a avaliação da qualidade e a
117. As atividades de auditoria interna serão execu-
identificação de oportunidades de melhoria.
tadas por auditores da própria UAIG, ou caso seja neces-
108. As avaliações internas devem incluir o monito-
sário para assegurar as competências coletivas da equipe
ramento contínuo do desempenho da atividade de audito-
para a realização do trabalho, coma participação de audi-
ria interna e auto avaliações ou avaliações periódicas tores governamentais externos à UAIG.
realizadas por outras pessoas Da organização com co- 118. O Responsável pela UAIG deve designar, para
nhecimento suficiente das práticas de auditoria interna
cada trabalho, equipe composta por auditores internos
governamental.
governamentais que possuam, coletivamente, a profici-
ência necessária para realizar a auditoria com êxito.
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Conhecimentos Específicos
e) designação do auditor responsável pela coorde-
Seção I nação dos trabalhos.
Planejamento dos Trabalhos de Auditoria 123.Os aspectos centrais do trabalho de auditoria
119. Os auditores devem desenvolver e documentar devem ser analisados, compreendidos e compartilhados
um planejamento para cada trabalho a ser realizado, o pelos membros da equipe durante a fase de planejamen-
qual deve estabelecer os principais pontos de orientação to.
das análises a serem realizadas, incluindo, entre outras, 124.Ao planejar um trabalho a ser executado de
informações acerca dos objetivos do trabalho, do escopo, forma compartilhada, as unidades de auditoria envolvi-
das técnicas a serem aplicadas, das informações requeri- das devem estabelecer entendimento por escrito dos ob-
das para os exames, do prazo de execução e da alocação jetivos, do escopo, das responsabilidades e de outras ex-
dos recursos ao trabalho. A qualidade do planejamento pectativas, incluindo eventuais restrições à distribuição
requer a alocação de tempo e recursos suficientes para dos resultados do trabalho e ao acesso aos seus registros.
sua elaboração. 125.Nos trabalhos de consultoria deve ser estabele-
cido prévio entendimento com a Unidade Auditada quan-
Considerações sobre o Planejamento dos Traba-
to às expectativas, aos objetivos e ao escopo do trabalho,
lhos
às responsabilidades e à forma de monitoramento das re-
120. Devem ser considerados, no planejamento to- comendações eventualmente emitidas. Esse entendimen-
dos os aspectos relevantes para o trabalho, especialmen- to deve ser adequadamente documentado.
te:
Análise Preliminar do Objeto da Auditoria
a) os objetivos e as estratégias da Unidade Auditada
e os meios pelos quais o seu desempenho é monitorado; 126. Os auditores internos devem coletar e analisar
b) os riscos significativos a que a Unidade Auditada dados e informações sobre a Unidade Auditada, com o
está exposta e as medidas de controle pelas quais a pro- intuito de obter conhecimento suficiente sobre seu pro-
babilidade e o impacto potencial dos riscos são mantidos pósito, funcionamento, principais riscos e medidas to-
em níveis aceitáveis; madas pela administração para mitigá-los, de forma a es-
c) a adequação e a eficácia dos processos de gover- tabelecer os objetivos dos trabalhos, os exames a serem
nança, de gerenciamento de riscos e de controles internos realizados e os recursos necessários para a realização da
da Unidade Auditada, comparativamente a uma estrutura auditoria.
ou modelo compatível e as oportunidades de se promo- 127.Constituem fontes de informação passíveis de
ver melhorias significativas em seus processos com serem consideradas na análise preliminar, entre outros,
eventual eliminação de controles ineficazes, contribuin- interação com os gestores e especialistas, legislação, re-
do para o ganho de eficiência e melhoria dos serviços e gimento interno, sistemas informatizados, registros e in-
produtos entregues; e formações operacionais e financeiras, manuais operacio-
d) a oportunidade de realização do trabalho em face nais, reportes do gerenciamento de riscos, resultados de
da existência de dados e informações confiáveis, a dis- auditorias anteriores, notícias veiculadas na mídia, de-
ponibilidade de auditores com conhecimentos e habili- núncias e representações e ações judiciais eventualmente
dades específicas e a inexistência de impedimentos para existentes.
a execução.
Objetivos do Trabalho de Auditoria
121. Devem ser determinados os recursos apropria-
dos e suficientes para cumprir os objetivos do trabalho 128. Para cada trabalho de auditoria a ser realizado,
de auditoria, tendo por base uma avaliação da natureza e devem ser estabelecidos objetivos específicos, a fim de
da complexidade de cada trabalho, os riscos e o grau de delimitar o propósito, a abrangência, a extensão dos
confiança depositado pelo auditor nas medidas tomadas exames.
pela administração para mitiga-los, as restrições de tem- 129. Ao desenvolver os objetivos do trabalho, os
po e de recursos disponíveis, bem como a eventual ne- auditores devem considerar a probabilidade de erros sig-
cessidade de recursos externos, neste último quando re- nificativos, fraudes, não conformidades e outras exposi-
queridos conhecimentos e competências adicionais não ções a riscos a que a Unidade Auditada esteja sujeita.
disponíveis na UAIG. 130. Nos trabalhos de avaliação, os auditores devem
conduzir uma análise preliminar dos principais riscos e
122. O planejamento da auditoria deve considerar
das medidas de controles existentes, considerando o en-
as seguintes atividades, entre outras consideradas rele-
tendimento obtido sobre a Unidade Auditada e os objeti-
vantes pela equipe, que devem ser devidamente docu-
vos do trabalho, refletindo nos tipos detestes a serem rea-
mentadas:
lizados e sua extensão.
a) análise preliminar do objeto da auditoria;
131. Devem ser selecionados critérios adequados
b) definição do objetivo e do escopo do trabalho,
para avaliara governança, o gerenciamento de riscos e os
considerando os principais riscos existentes e a adequa-
controles internos da gestão, os quais podem ser extraí-
ção e suficiência dos mecanismos de controle estabeleci-
dos de várias fontes de informação, incluindo leis, regu-
dos;
lamentos, princípios, políticas internas e boas práticas.
c) elaboração do programa de trabalho;
Os critérios de avaliação a serem utilizados devem ser
d) alocação da equipe de auditoria, consideradas as
previamente apresentados e discutidos com os gestores
necessidades do trabalho, o perfil dos auditores e o tem-
das Unidades Auditadas.
po previsto para a realização dos exames; e
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Conhecimentos Específicos
132. Os auditores internos governamentais devem Seção II
verificar se a Unidade Auditada estabeleceu critérios in- Desenvolvimento dos Trabalhos de Auditoria
ternos adequados para aferir se os objetivos e as metas 142. O desenvolvimento dos trabalhos contempla as
da gestão têm sido alcançados. Se os critérios forem etapas de execução dos testes de auditoria, análise e ava-
adequados, devem ser utilizados no trabalho de audito- liação e documentação, que devem ser apropriadamente
ria; se inadequados, os auditores internos governamen- supervisionadas com a finalidade de cumprir os objeti-
tais devem identificar critérios apropriados, em discussão vos do trabalho de auditoria.
com os responsáveis pela gestão.
Execução do Trabalho de Auditoria
133. Para os serviços de consultoria, os objetivos
dos trabalhos devem abordar os processos de governan- 143. Durante a execução dos trabalhos, os auditores
ça, de gerenciamento de riscos e de controles internos na internos governamentais devem executar os testes defi-
extensão previamente acordada e devem ser consistentes nidos no programa de trabalho, com a finalidade de iden-
com valores, estratégias e objetivos da Unidade Audita- tificar informações suficientes, confiáveis, relevantes e
da. úteis.
144. Para a execução adequada dos trabalhos, os
Escopo do Trabalho de Auditoria
auditores internos governamentais devem ter livre acesso
134. O escopo estabelecido deve ser suficiente para a todas as dependências da Unidade Auditada, assim
alcançar os objetivos definidos para o trabalho e com- como a seus servidores ou empregados, informações,
preender uma declaração clara do foco, da extensão e processos, bancos de dados e sistemas. Eventuais limita-
dos limites da auditoria. ções de acesso devem ser comunicadas, de imediato e
135. A UAIG poderá utilizar trabalhos de auditoria por escrito, à alta administração ou ao conselho, se hou-
elaborados por outra UAIG, por órgão de controle exter- ver, com solicitação de adoção das providências necessá-
no ou entidade de auditoria privada como subsídio para a rias à continuidade dos trabalhos de auditoria.
definição do escopo do trabalho. Nesse caso, deve ser 145. Ao iniciar os trabalhos de campo, a equipe de
observado se: auditoria deve apresentar à Unidade Auditada o objetivo,
a) a natureza, os objetivos, o período e a extensão a natureza, a duração, a extensão e a forma de comunica-
desses trabalhos são compatíveis com o trabalho da audi- ção dos resultados do trabalho.
toria interna que está sendo planejado; 146. A aceitação de trabalhos de consultoria decor-
b) a auditoria foi realizada com base em riscos; e rentes de oportunidades identificadas no decurso de um
c) os trabalhos foram realizados em conformidade trabalho de avaliação depende de prévia inclusão no Pla-
com os preceitos deste Referencial Técnico e de outras no de Auditoria Interna da UAIG.
normas aplicáveis ao trabalho. 147. Durante a realização dos trabalhos de consulto-
136. Nos trabalhos de avaliação, devem ser incluí- ria, os auditores internos devem analisar os processos de
das no escopo considerações sobre sistemas, registros, governança, de gerenciamento de riscos e de controles
pessoal e propriedades físicas relevantes, inclusive se es- internos de forma consistente com os objetivos do traba-
tiverem sob o controle de terceiros. lho, mantendo-se atentos à existência de pontos signifi-
137. Nos trabalhos de consultoria, os auditores in- cativos que devam ser considerados e comunicados à alta
ternos devem assegurar que o escopo do trabalho seja su- administração e ao conselho, se houver.
ficiente para alcançar os objetivos previamente acorda-
Análise e Avaliação
dos, zelando para que eventuais alterações ou restrições
quanto ao escopo sejam apropriadamente discutidas e 148. Os auditores internos governamentais devem
acordadas com a Unidade Auditada. analisar e avaliar as informações identificadas a partir da
aplicação apropriada de técnicas e testes, comparando-as
Programa de Trabalho
com os critérios levantados na fase de planejamento do
138. O programa de trabalho deve ser documentado trabalho, a fim de obter conclusões que permitam a for-
e prever os procedimentos necessários para responder mação de opinião fundamentada.
aos objetivos específicos da auditoria. 149. A equipe de auditoria deve informar e discutir
139. Nos trabalhos de avaliação, o programa de tra- com a alta administração da Unidade Auditada os acha-
balho deve conter as questões de auditoria formuladas, dos que indicarem a existência de falhas relevantes, de-
os critérios adotados, as técnicas, a natureza e a extensão vendo ser concedido prazo para sua manifestação formal,
dos testes necessários para identificar, analisar, avaliar e com a finalidade de assegurar a oportunidade de apresen-
documentar as informações durante a execução o traba- tação de esclarecimentos, avaliações ou informações adi-
lho de modo a permitir a emissão de opinião. cionais que contribuam para o entendimento dos fatos ou
140. Nos serviços de consultoria, o programa de para a construção de soluções.
trabalho pode variar na forma e no conteúdo de acordo
com a natureza do trabalho. Documentação das Informações
141. O programa de trabalho e os eventuais ajustes
150. Devem ser documentadas em papéis de traba-
posteriores realizados devem ser adequadamente docu-
lho as análises realizadas e as evidências produzidas ou
mentados e previamente aprovados pelo supervisor da
coletadas pelos auditores internos governamentais em
auditoria.
decorrência dos exames. As evidências devem estar or-
ganizadas e referenciadas apropriadamente e constituir
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Conhecimentos Específicos
informações suficientes, confiáveis, fidedignas, relevan- 159.Em auditorias com equipe composta por audito-
tes e úteis, de modo a suportar as conclusões expressas res demais de uma UAIG, o processo de supervisão pode
na comunicação dos resultados dos trabalhos. ser compartilhado entre os responsáveis pelas unidades
151. Os papéis de trabalho devem ser organizados de auditoria envolvidas, conforme definição das respon-
de forma a permitir a identificação dos responsáveis por sabilidades pelo trabalho realizada na fase de planeja-
sua elaboração e revisão. A revisão dos papéis de traba- mento.
lho deve ser realizada com a finalidade de assegurar que 160. O Responsável pela UAIG deve estabelecer
o trabalho foi desenvolvido com consistência técnica, políticas e procedimentos destinados a assegurar que a
que seguiu o planejamento estipulado e que as conclu- supervisão dos trabalhos seja realizada e documentada,
sões e os resultados da auditoria estão adequadamente devendo ser estabelecidos mecanismos para a uniformi-
documentados. zação de entendimentos decorrentes dos julgamentos
152. Cabe ao Responsável pela UAIG definir pro- profissionais individuais.
cedimentos relativos à estrutura e à organização, bem
como, a política de armazenamento de papéis de traba- Seção III
lho, preferencialmente em meio digital. Comunicação dos Resultados
153. Independente do meio utilizado para a guarda 161.A comunicação dos resultados dos trabalhos de
dos papéis de trabalho, devem ser asseguradas a preser- auditoria deve ter como destinatária principal a alta admi-
vação e a rastreabilidade desses registros. nistração da Unidade Auditada, sem prejuízo do endereça-
154. As políticas de concessão de acesso aos papéis mento de comunicações às demais partes interessadas, co-
de trabalho devem: mo os órgãos de controle externo e a sociedade.
a) indicar as partes internas ou externas à UAIG que 162. A comunicação do trabalho representa o posicio-
podem ter acesso aos registros e como eventuais solicita- namento da UAIG formado com base nas análises realiza-
ções de acesso devem ser tratadas; das pela equipe de auditoria, as informações e esclareci-
mentos prestados pela gestão e as possíveis soluções discu-
b) considerar a necessidade de manutenção do sigilo
tidas com a Unidade Auditada.
das informações, de acordo com os preceitos legais; e
163. As comunicações devem demonstrar os objetivos
c) ser submetidas à apreciação da assessoria jurídica do trabalho, a extensão dos testes aplicados, as conclusões
e à aprovação da alta administração do órgão ou entidade obtidas, as recomendações emitidas e os planos de ação
ao qual a UAIG está vinculada. propostos. As comunicações devem ser claras, completas,
Supervisão dos Trabalhos de Auditoria concisas, construtivas, objetivas, precisas e tempestivas.
164. A comunicação de resultado dos trabalhos de ava-
155. Os trabalhos de auditoria interna devem ser liação tem por objetivo apresentar a opinião e/ou conclusões
adequadamente supervisionados, de forma a assegurar o dos auditores internos e deve:
alcance dos objetivos, a consistência dos julgamentos a) considerar as expectativas e demais manifestações
profissionais significativos realizados no decorrer do tra- apresentadas no decurso dos trabalhos pela alta administra-
balho e a qualidade dos produtos da auditoria. ção, pelo conselho, se houver e por outras partes interessa-
156. O Responsável pela UAIG tem a responsabili- das;
dade geral pela supervisão dos trabalhos, a qual poderá b) estar suportada por informação suficiente, confiá-
ser delegada, sem prejuízo de sua responsabilidade, a in- vel, relevante e útil;
tegrantes do quadro funcional da UAIG com conheci- c) comunicar as conclusões sobre o desempenho da
mentos técnicos e experiência suficientes. Unidade Auditada quanto aos aspectos avaliados, sendo este
157. A supervisão deve ser exercida durante todo o satisfatório ou insatisfatório; e
trabalho, desde o planejamento até o monitoramento das d) apresentar recomendações que agreguem valor à
recomendações emitidas, e deve incluir: Unidade Auditada e que, precipuamente, tratem as cau-
a) a garantia da proficiência da equipe; sas das falhas eventualmente identificadas.
b) o fornecimento de instruções apropriadas à equi- 165. As comunicações sobre o andamento e os re-
pe durante o planejamento do trabalho de auditoria e a sultados dos trabalhos de consultoria podem variar na
aprovação do programa de trabalho; forma e no conteúdo, conforme a natureza do trabalho e
c) a garantia de que o programa de trabalho aprova- as necessidades da Unidade Auditada.
do seja cumprido e que eventuais alterações sejam devi- 166. AUAIG deve comunicar os resultados dos tra-
damente autorizadas; balhos por meio de relatórios ou outros instrumentos
d) a confirmação de que os papéis de trabalho su- admitidos em normas de comunicação oficial federal,
portam adequadamente as observações, as conclusões e outras normas aplicáveis e boas práticas de auditoria in-
as recomendações do trabalho; terna, devendo, em qualquer caso, observar os requisitos
e) a segurança de que as comunicações do trabalho deste Referencial Técnico.
sejam precisas, objetivas, claras, concisas, construtivas, 167. No caso da existência de não conformidades
completas e tempestivas; e com as diretrizes estabelecidas neste Referencial Técnico
f) a segurança de que os objetivos do trabalho de que tenham impacto nos resultados de um trabalho espe-
auditoria sejam alcançados. cífico, a comunicação dos resultados deve divulgar o ob-
158. A intensidade da supervisão deve variar con- jeto, as razões e o impacto da não conformidade sobre o
forme a proficiência e a experiência dos auditores inter- trabalho de auditoria e sobre os resultados do trabalho
nos governamentais e da complexidade do trabalho de comunicados.
auditoria.
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
Divulgação dos Resultados das recomendações emitidas pela UAIG, cabendo-lhe
aceitar formalmente o risco associado caso decida por
168. A comunicação final dos resultados dos traba-
não realizar nenhuma ação.
lhos das UAIG deve ser publicada na Internet, como ins-
177. A implementação das recomendações comuni-
trumento de accountability da gestão pública e de obser-
cadas à Unidade Auditada deve ser permanentemente
vância ao princípio da publicidade consignado na Cons-
monitorada pela UAIG, devendo essa atividade ser pre-
tituição Federal, excetuando-se os trabalhos realizados
vista no Plano de Auditoria Interna.
por Audin que atuam em órgãos ou entidades que de-
178. A intensidade do processo de monitoramento
sempenham atividades econômicas, comerciais ou regu-
deve ser definida com base nos riscos envolvidos, na
latórias.
complexidade do objeto da recomendação e no grau de
169. Antes da publicação do relatório, a Unidade
maturidade da Unidade Auditada.
Auditada deve ser consultada sobre a existência de in-
179. As recomendações emitidas nos trabalhos de
formação sigilosa tratada na comunicação final dos re-
auditoria devem ser acompanhadas de forma dinâmica e
sultados, conforme requisitos estabelecidos pela legisla-
independente do instrumento de comunicação que as ori-
ção em vigor.
ginou, podendo ser alteradas ou canceladas durante a fa-
170. No caso de trabalhos realizados sob segredo de
se de monitoramento em decorrência de alterações no
justiça ou que envolvam informações sigilosas, podem
objeto da recomendação ou no contexto da Unidade Au-
ser estabelecidas restrições sobre divulgação de informa-
ditada. No caso de recomendações provenientes de traba-
ções relativas ao trabalho, tanto na interlocução com a
lhos de consultoria, deve ser considerada a forma de mo-
Unidade Auditada quanto na comunicação e na publica-
nitoramento definida com a Unidade Auditada no plane-
ção dos resultados.
jamento dos trabalhos.
171. Se uma comunicação final emitida contiver er-
180. Se a UAIG concluir que a Unidade Auditada
ro ou omissão significativa, o responsável pela UAIG
aceitou um nível de risco que pode ser inaceitável para a
deve comunicar a informação correta a todas as partes
organização, o responsável pela UAIG deve discutir o
que tenham recebido a comunicação original e providen-
assunto com a alta administração ou o conselho, se hou-
ciar para que a versão anteriormente publicada seja atua-
ver.
lizada.
181. As UAIG devem adotar sistemática de quanti-
Opiniões gerais ficação e registro dos resultados e benefícios da sua atu-
ação, adotando princípios e metodologia compatíveis
172. O responsável pela UAIG pode abordar os com regulamentação pelo órgão central do SCI de modo
processos de governança, de gerenciamento de riscos e
a permitir consolidação.
de controles internos da gestão da Unidade Auditada de
uma forma ampla, considerando a organização como um
GLOSSÁRIO
todo, a partir da emissão de uma opinião geral.
173. A opinião geral dever ser emitida com base em Accountability: Obrigação dos agentes e das orga-
um conjunto suficiente de trabalhos individuais de audi- nizações que gerenciam recursos públicos de assumir in-
toria realizados durante um intervalo específico de tempo tegralmente as responsabilidades por suas decisões e pela
e deve estar respaldada em evidência de auditoria sufici- prestação de contas de sua atuação de forma voluntária,
ente e apropriada. Quando a opinião geral for não favo- inclusive sobre as consequências de seus atos e omis-
rável, devem ser expostas as razões para tal. sões.
174. A emissão de opinião geral requer um adequa- Adicionar Valor (Agregar Valor): A atividade de
do entendimento das estratégias, dos objetivos e dos ris- auditoria interna agrega valor à organização (e às suas
cos da Unidade Auditada e das expectativas da alta ad- partes interessadas)quando proporciona avaliação objeti-
ministração, do conselho, se houver, e de outras partes va e relevante e contribui para a eficácia e eficiência dos
interessadas. processos de governança, gerenciamento de riscos e con-
175. A comunicação de uma opinião geral deve in- troles.
cluir: Alta Administração: A alta administração repre-
a) o escopo, incluindo o período de tempo a que se senta o mais alto nível estratégico e decisório de um ór-
refere a opinião, e suas limitações; gão ou entidade, seja ela parte da Administração Pública
Federal Direta ou Indireta. Na Administração Pública
b) uma consideração sobre os diversos trabalhos de
Federal Direta, a alta administração é, em regra, compos-
auditoria individuais relacionados, incluindo aqueles rea-
ta pelos Ministros de Estado e pelos Secretários Nacio-
lizados por outros provedores de avaliação; nais; na Administração Indireta, são comuns as figuras
c) um resumo das informações que suportam a opi- dos Presidentes, Diretores-Presidentes e colegiados de
nião;
Diretores. Todavia, para os efeitos deste Referencial
d) os riscos, a estrutura de controle ou outros crité-
Técnico, deve ser considerado como alta administração
rios utilizados como base para a opinião geral; e
todo e qualquer responsável por tomar decisões de nível
e) a opinião geral alcançada.
estratégico, independentemente da natureza da Unidade e
das nomenclaturas utilizadas. São, portanto, as instâncias
Seção IV responsáveis pela governança, pelo gerenciamento de
Monitoramento
riscos e pelos controles internos da gestão, a quem a
176. É responsabilidade da alta administração da
UAIG deve se reportar, por serem capazes de desenvol-
Unidade Auditada zelar pela adequada implementação
ver uma visão de riscos de forma consolidada e definir o
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Conhecimentos Específicos
apetite a risco da organização, implementar as melhorias as informações significativas e relevantes que dão supor-
de gestão necessárias ao tratamento de riscos e dar efeti- te às conclusões e recomendações; c) concisas: diretas,
vidade às recomendações da UAIG. Nas Unidades Audi- que evitam a elaboração desnecessária, detalhes supér-
tadas em que não exista a figurado conselho, a alta ad- fluos, redundância e excesso de palavras; d) construtivas:
ministração acumula as suas funções. úteis à Unidade Auditada e condutoras das melhorias ne-
cessárias à gestão; e) objetivas: apropriadas, imparciais e
Assessores e Assessorias Especiais de Controle
neutras, resultado de um julgamento justo e equilibrado
Interno (AECI): Cargos singulares ou estruturas nos
de todos os fatos e circunstâncias relevantes; f) precisas:
Ministérios dirigidas pelos Assessores Especiais de Con-
livres de erros e distorções e fiéis aos fatos fundamen-
trole Interno, a quem incumbe assessorar diretamente os
tais; e g) tempestivas: oportunas, permitindo à Unidade
Ministros de Estado nos assuntos de competência do
Auditada aplicar ações preventivas e corretivas apropria-
controle interno, entre outras atribuições. Os AECI estão
das.
situados na segunda linha de defesa, pois assessoram a
gestão a desenvolver processos e controles para gerenci- Conflito de interesses: Situação na qual o auditor
ar riscos e a supervisionar e monitorar controles. interno governamental tem interesse profissional ou pes-
soal conflitante com o desempenho da auditoria, com-
Atividade de auditoria interna governamental: prometendo sua objetividade. O conflito pode surgir an-
Atividade independente e objetiva de avaliação (assuran- tes ou durante o trabalho de auditoria e criar uma apa-
ce) e consultoria, desenhada para adicionar valor e me- rência de impropriedade que pode abalar a confiança no
lhorar as operações das organizações públicas. A ativi- auditor, na UAIG, na Unidade Auditada ou na atividade
dade de auditoria interna governamental está situada na de auditoria interna.
terceira linha de defesa da gestão pública e tem como ob-
Conselho: Estrutura colegiada com poder decisório
jetivo auxiliar uma organização a realizar seus objetivos
encarregada de gerir, em nível estratégico, as atividades
a partir da aplicação de uma abordagem sistemática e
e a administração de um órgão ou entidade da Adminis-
disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos pro-
tração Pública Federal, não se confundindo com conse-
cessos de governança, de gerenciamento de riscos e de
lhos e comissões de caráter opinativo. Na Administração
controles.
Pública Federal, a figura do conselho com poderes deci-
Auditor interno governamental: Servidor ou em- sórios é mais comum na Administração Indireta. Nor-
pregado público, civil ou militar, que exerce atividades malmente, os conselhos são formados por representantes
de auditoria interna governamental, em uma Unidade de dos acionistas ou por um colegiado de diretores. Sua de-
Auditoria Interna Governamental, cujas atribuições são nominação pode variar de acordo com a organização, de
alcançadas por este Referencial Técnico. modo que o enquadramento de um colegiado como "con-
selho" deve ser realizado com base nas suas atribuições e
Ceticismo profissional: Postura que inclui uma
poderes legais e regimentais. Caso não exista na organi-
mente questionadora e alerta para condições que possam
zação, suas atribuições são absorvidas pela alta adminis-
indicar possível distorção devido a erro ou fraude e uma
tração.
avaliação crítica das evidências de auditoria.
Componentes dos controles internos: Conside- Controles internos da gestão: Processo que envol-
ram-se como componentes dos controles internos: a) o ve um conjunto de regras, procedimentos, diretrizes, pro-
ambiente de controle conjunto de normas, processos e tocolos, rotinas de sistemas informatizados, conferências
estruturas que fornecem a base para a condução do con- e trâmites de documentos e informações, entre outros,
trole interno da organização; b) avaliação de riscos- pro- operacionalizados de forma integrada pela alta adminis-
cesso dinâmico e iterativo que visa a identificar, a anali- tração, pelos gestores e pelo corpo de servidores e em-
sar e a avaliar os riscos relevantes que possam compro- pregados dos órgãos e entidades da Administração Pú-
meter a integridade da Unidade Auditada e o alcance das blica Federal, destinados a enfrentar os riscos e fornecer
metas e dos objetivos institucionais; c) atividades de segurança razoável de que, na consecução da missão da
controle - conjunto de ações estabelecidas por meio de entidade, os seguintes objetivos gerais serão alcançados:
políticas e de procedimentos, que auxiliam a Unidade a) execução ordenada, ética, econômica, eficiente e efi-
Auditada a mitigar os riscos que possam comprometer o caz das operações; b) cumprimento das obrigações de
alcance dos objetivos e a salvaguarda de seus ativos; d) accountability; c) cumprimento das leis e dos regulamen-
informação e comunicação- processo de obtenção e vali- tos aplicáveis; e d)salvaguarda dos recursos para evitar
dação da consistência de informações sobre as atividades perdas, mau uso e danos. O estabelecimento de controles
de controle interno e de compartilhamento que permite a internos no âmbito da gestão pública visa a essencial-
compreensão da Unidade Auditada sobre as responsabi- mente aumentar a probabilidade de que os objetivos e
lidades e a importância dos controles internos; e e) ativi- metas estabelecidos sejam alcançados, de forma eficaz,
dades de monitoramento - conjunto de ações destinadas a eficiente, efetiva e econômica.
acompanhar e a avaliar a eficácia dos controles internos. Fraude: Quaisquer atos ilegais caracterizados por
Comunicações (atributos): As comunicações da desonestidade, dissimulação ou quebra de confiança. As
UAIG devem ser: a) claras: facilmente compreendidas e fraudes são perpetradas por partes e organizações, a fim
lógicas, sem linguagem técnica desnecessária e com to- de se obter dinheiro, propriedade ou serviços; para evitar
das as informações significativas e relevantes; b) com- pagamento ou perda de serviços; ou para garantir vanta-
pletas: sem omissão de qualquer dado que seja essencial gem pessoal ou em negócios.
à compreensão dos resultados da auditoria e com todas
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Conhecimentos Específicos
Gerenciamento de riscos: Processo para identifi- tecnicamente autônoma e objetiva sobre o escopo da au-
car, analisar, avaliar, administrar e controlar potenciais ditoria.
eventos ou situações, para fornecer razoável certeza Serviços de consultoria: Atividade de auditoria in-
quanto ao alcance dos objetivos da organização. terna governamental que consiste em assessoramento,
Gestores: Servidores ou empregados públicos, civis aconselhamento e serviços relacionados, prestados em
ou militares, ocupantes de cargo efetivo ou em comissão, decorrência de solicitação específica do órgão ou entida-
que compõem o quadro funcional dos órgãos e entidades de da Administração Pública Federal, cuja natureza e es-
da Administração Pública Federal, responsáveis pela co- copo são acordados previamente e que se destinam a adi-
ordenação e pela condução dos processos e atividades da cionar valor e a aperfeiçoar os processos de governança,
unidade, incluídos os processos de gerenciamento de ris- de gerenciamento de riscos e a implementação de contro-
cos e controles. les internos na organização, sem que o auditor interno
Governança: Combinação de processos e estrutu- governamental assuma qualquer responsabilidade que se-
ras implantadas pela alta administração, para informar, ja da administração da Unidade Auditada.
dirigir, administrar e monitorar as atividades da organi- Supervisão técnica: Atividade exercida pelo Órgão
zação, com o intuito de alcançar os seus objetivos. A go- Central do SCI e pelos órgãos setoriais do Sistema de
vernança no setor público compreende essencialmente os Controle Interno do Poder Executivo Federal, em suas
mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em respectivas áreas de jurisdição. Desdobra-se por meio da
prática para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da normatização, da orientação, da capacitação e da avalia-
gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à ção do desempenho das unidades que compõe o SCI e
prestação de serviços de interesse da sociedade. das unidades auxiliares ao sistema, com a finalidade de
Informações (atributos): As evidências coletadas e harmonizar a atuação, promover a aderência a padrões
as produzidas pelos auditores internos governamentais técnicos de referência nacional e internacional e buscar a
devem se constituir de informações: a) confiáveis: as garantia da qualidade dos trabalhos realizados pelas
melhores informações possíveis de serem obtidas através UAIG. A supervisão técnica não implica em subordina-
da utilização de técnicas de auditoria apropriadas; b) re- ção hierárquica.
levantes: dão suporte às observações e às recomendações Unidade Auditada: Órgão ou entidade da Admi-
do trabalho de auditoria e são consistentes com os obje- nistração Pública Federal para o qual uma determinada
tivos do trabalho; c) suficientes: concretas, adequadas e UAIG tem a responsabilidade de contribuir com a ges-
convincentes, de forma que uma pessoa prudente e in- tão, por meio de atividades de avaliação e de consultoria.
formada chegaria às mesmas conclusões que o auditor Para os fins deste Referencial Técnico, o termo Unidade
interno governamental; e d) úteis: auxiliam a organiza- Auditada, no contexto dos trabalhos de avaliação e con-
ção a atingir as suas metas. sultoria, também pode ser compreendido como macro-
Objeto de auditoria: Unidade, função, processo, processo, processo, unidade gestora ou objeto sobre o
sistema ou similar, sob a responsabilidade de uma Uni- qual incide um trabalho de auditoria.
dade Auditada, sobre a qual pode ser realizada atividades Unidade de Auditoria Interna Governamental
avaliação ou consultoria pela UAIG. (UAIG): Unidade responsável pela prestação de serviços
Programa de Trabalho de Auditoria: Documento independentes e objetivos de avaliação e de consultoria,
que relaciona os procedimentos a serem executados du- desenvolvidos para adicionar valor e melhorar as opera-
rante um trabalho de auditoria, desenvolvido para cum- ções da organização e que reúna as prerrogativas de ge-
prir o planejamento do trabalho. renciamento e de operacionalização da atividade de audi-
Responsável pela Unidade de Auditoria Interna toria interna governamental no âmbito de um órgão ou
Governamental (Responsável pela UAIG): Mais alto entidade da Administração Pública Federal. Consideram-
nível de gestão da UAIG, responsável pela conformidade se UAIG as unidades integrantes do SCI e os órgãos au-
da atuação da UAIG com o presente Referencial Técnico xiliares. As UAIG estão posicionadas na terceira linha de
e com as demais normas e boas práticas aplicáveis à ati- defesa do Poder Executivo Federal.
vidade de auditoria interna governamental, independen- Unidades de auditoria interna singulares (Au-
temente do exercício direto de suas atribuições ou de din): Unidades de auditoria interna singulares vinculadas
eventual delegação de competência. No SCI, ocupam tal a órgãos e entidades da Administração Pública Federal
posição: a) na CGU, o Secretário Federal de Controle In- Direta e Indireta. Nos termos deste Referencial Técnico,
terno; b) nas Ciset, os respectivos Secretários de Contro- o Denasus se equipara às Audin, sendo considerados
le Interno; e c) nas Audin, os Auditores-Chefes. como auxiliares do Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo Federal.
Risco: Possibilidade de ocorrer um evento que ve-
nha a ter impacto no cumprimento dos objetivos da Uni- Universo auditável: Conjunto de objetos de audito-
dade Auditada. Em geral, o risco é medido em termos de ria passíveis de ser priorizados pela UAIG para a elabo-
impacto e de probabilidade. ração do Plano de Auditoria Interna.
Serviços de avaliação: Atividade de auditoria in- ANTONIO CARLOS BEZERRA LEONEL
terna governamental que consiste no exame objetivo da
evidência, com o propósito de fornecer ao órgão ou enti-
dade da Administração Pública Federal uma avaliação
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
dade assustadoramente, tornando os processos mais efi-
12.3. LICITAÇÕES E ADMINISTRAÇÃO DE cientes e rápidos, desta maneira, trabalhadores e sindica-
CONTRATOS. tos começaram a se opor a esta teoria, pois com o au-
mento na produtividade e maior eficiência, acabariam os
Vide item 10, página 66 da disciplina “Noções de trabalhos disponíveis, causando assim demissões.
Administração Pública” – Lei 14.133/2021 que trata das
Licitações e Contratos Taylor baseou sua filosofia em quatro pilares:
• O desenvolvimento de uma verdadeira ciência
13. ADMINISTRAÇÃO GERAL: da administração, de modo que pudesse ser de-
terminado o melhor método para realizar cada
13.1. EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO. tarefa;
13.1.1. PRINCIPAIS ABORDAGENS DA AD- • A seleção científica dos trabalhadores, de modo
MINISTRAÇÃO (CLÁSSICA ATÉ CONTINGEN- que cada um deles ficasse responsável pela ta-
CIAL). refa para a qual fosse mais bem habilitado;
• A educação e o desenvolvimento científico do
INTRODUÇÃO:
trabalho; e,
A administração é processo ou atividade dinâmica, • A cooperação íntima e amigável entre a admi-
que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recur- nistração e os trabalhadores.
sos. O processo de administrar (ou processo administra- • A administração cientifica tem como pontos
tivo) é inerente a qualquer situação em que haja pessoas negativos:
utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. • Superespecialização do operário;
A origem da administração remonta aos Filósofos • Visão microscópica do homem;
gregos, passando de Sócrates, Rousseau, Adam Smith a • Ausência de comprovação científica;
Karl Marx, entre outros. • Abordagem incompleta da organização;
Deve-se ressaltar que os conceitos, pensamentos e • Abordagem prescritiva e normativa;
as teorias da administração são produtos do ambiente, • Abordagem de sistema aberto.
forças sociais, econômicas, políticas, tecnológicas e cul-
turais vigentes na época de sua concepção. A partir desta É provável que o taylorismo, como são conhecidas
premissa o presente trabalho tem por objetivo apresentar as técnicas da administração científica, tivesse tido êxito
as abordagens teóricas da administração, a partir das di- qualquer que fosse o estágio de desenvolvimento da in-
versas variáveis presentes no momento de sua elabora- dústria na época e em qualquer contexto ideológico. Po-
ção. rém, o taylorismo formou parceria com a notável expan-
são da indústria e com outra inovação revolucionária do
início do século: a linha de montagem de Henry Ford.
ABORDAGEM CLÁSSICA
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
(TAYLOR, FREDERICK WINSLOW.) TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
(FAYOL, HENRI.)
Frederick Winslow Taylor foi o criador e partici-
pante mais destacado do movimento da administração Henri Fayol é fundador da teoria clássica da admi-
científica. Seu trabalho junta-se ao de outras pessoas nistração. Esta teoria defendia a estrutura organizacional
que, na mesma época, compartilhavam esforços para de- da empresa, com a departamentalização e com o proces-
senvolver princípios e técnicas de eficiência, que possi- so administrativo. A teoria clássica surgiu da necessida-
bilitassem resolver os grandes problemas enfrentados pe- de de encontrar as linhas mestras para administrar orga-
las empresas industriais. nizações complexas como as fábricas.
Esta teoria surgiu no início do século passado, da Fayol defendia que a prática administrativa era sis-
necessidade de aumentar a produtividade e preocupava- temática e por isso poderia ser identificada e analisada.
se principalmente com a organização das tarefas, com A sua preocupação era aumentar a eficiência da empresa
racionalização do trabalho. E consiste que os administra- através de sua organização e da aplicação de princípios
dores podem determinar cientificamente a melhor manei- gerais de Administração (Hierarquia, Equidade, Iniciati-
ra para realizar uma determina atividades e/ou tarefa. Es- va, etc).
ta teoria trabalha para aumentar a eficiência da mão-de- Fayol acreditava que com previsão científica e mé-
obra. Desta maneira, Frederick W. Taylor e seus colabo- todos adequados de Administração, os resultados satisfa-
radores (Henry L. Gantt, Frank Gilbreth e Lillian Gil- tórios eram inevitáveis. Fayol se preocupava com a or-
breth) criaram os princípios da administração científica. ganização como um todo e dividiu as operações da orga-
Frederick W. Taylor baseou seu sistema no estudo nização em seis atividades: técnica, comercial, financei-
de tempos e movimentos, cronometrando os tempos e ra, segurança, contábil e administrativa.
movimentos de operários siderúrgicos. Criou também o
sistema de tarifas diferenciadas, onde o empresário re-
munerava seus funcionários por desempenho. A teoria de
tempos e movimentos de Taylor aumentava a produtivi-
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Conhecimentos Específicos
TEORIA DA BUROCRACIA (WEBER, MAX.) melhoria dos níveis de produção. As pessoas se sentem
melhor quando têm a oportunidade de discutir um pro-
Max Weber não tentou definir as organizações, nem
blema, mesmo quando este não é corrigido. Então, co-
estabelecer padrões que elas devessem seguir. Weber
meçou a tomar vulto a preocupação com a motivação dos
não defendeu uma receita de organização. Seu tipo ideal
empregados, com a necessidade de compreender as rela-
não é um modelo prescritivo, mas uma abstração descri-
ções entre as pessoas e com a importância de ouvir os
tiva. É um esquema que procura sintetizar os pontos co-
empregados para melhorar a produção.
muns à maioria das organizações formais modernas, que
contrastam com as sociedades primitivas e feudais. We- A Teoria das Necessidades de Maslow – uma ne-
ber pintou a burocracia como máquina completamente cessidade satisfeita não é um motivador de comporta-
impessoal, que funciona de acordo com regras, enquanto mento. O que motiva as pessoas são as necessidades in-
as pessoas ficam em plano secundário ou nem são consi- satisfeitas. O progresso é causado pelo esforço das pes-
deradas. Weber estudou o alicerce formal-legal em que soas para satisfazer às suas necessidades. Quando uma
as organizações reais se assentam, focalizando sua aten- necessidade prioritária é satisfeita outras emergem e
ção no processo de autoridade- obediência (ou processo ocupam o primeiro lugar na lista de prioridades, confor-
de dominação) que, no caso das organizações modernas, me a Pirâmide de Maslow:
depende de leis. No modelo de Weber, organização for-
1- necessidades fisiológicas
mal e organização burocrática são sinônimos.
2- necessidades de segurança
Alguns estudiosos acreditam que o tipo ideal de 3- necessidades sociais
Weber nunca é alcançado, porque as organizações são 4- necessidades de estima e
essencialmente sistemas sociais, feitos de pessoas, e as 5- necessidades de auto-realização.
pessoas não existem apenas para as organizações. As
Teoria das relações humanas-Fundamentada em
pessoas têm interesses independentes das organizações
grande parte nas ideias de Elton Mayo, baseada no prin-
em que vivem ou trabalham e levam para dentro delas
cípio de que a remuneração não era suficiente para moti-
toda a sua vida externa. Portanto, dentro das organiza-
var os empregados a conseguir resultados favoráveis, ele
ções coexistem a vida profissional do funcionário e seus
preconizava que era necessário manter o ‘moral’ do pes-
interesses pessoais. Os funcionários não são seres exclu-
soal elevado e, para isso, o importante seria manter um
sivamente burocráticos e as organizações refletem as im-
ambiente agradável e humano na empresa, além de re-
perfeições dos seres humanos.
muneração adequada.
ABORDAGEM COMPORTAMENTAL Em vez de focar a estrutura formal, a atenção sem-
pre foi à organização informal, o conjunto de relações
Definição de Administração dentro desta aborda-
sociais não prevista em regulamentos e organogramas.
gem: é o trabalho com indivíduos e grupos para a reali-
Em sentido mais amplo, a organização informal é conse-
zação dos objetivos da organização. E, tem como a for-
quência do fato de que não se pode reduzir o comporta-
ma ideal de administrar a que prioriza a importância de
mento humano a um conjunto de reações mecânicas e
compreender e conhecer os subordinados e suas necessi-
automáticas e a regulamentos restritos.
dades de modo a motivá-los e a obter melhores resulta-
dos por meio deles. Tomada de Decisões
É com a abordagem comportamental que a preocu- A teoria de decisão nasceu com Herbert Simon. A
pação com a estrutura se desloca para a preocupação Teoria Comportamental concebe a organização como um
com os processos e com a dinâmica organizacional. Veio sistema de decisões. Neste sistema, cada pessoa participa
significar uma nova direção e um novo enfoque dentro escolhendo e tomando decisões individuais a respeito de
da teoria administrativa: a abordagem das ciências do alternativas mais ou menos racionais de comportamento.
comportamento, o abandono das posições normativas e Para a Teoria Comportamental todos os níveis hierárqui-
prescritivas das teorias anteriores e a adoção de posições cos são tomadores de decisão relacionados ou não com o
explicativas e descritivas. A ênfase permanece nas pes- trabalho.
soas, mas dentro de um contexto organizacional.
ABORDAGEM ESTRUTURALISTA
Mary Parker Follet, a principal precursora desta
abordagem, sempre esteve preocupada com o papel e o Desenvolveu a partir dos estudos sobre as limita-
comportamento do indivíduo dentro do grupo e da socie- ções e rigidez do modelo burocrático. Os estruturalistas
dade. Chester Barnard reconhece a importância da orga- introduziram o modelo de sistema aberto no estudo das
nização informal e mostra que só é possível o exercício organizações e tentaram compatibilizar as contribuições
eficiente da autoridade se houver aceitação dos subordi- clássicas e humanísticas: uma abordagem múltipla e
nados. Introduz a preocupação do homem como ser soci- compreensiva na análise das organizações, visualizando-
al. as como complexos de estruturas formais e informais.3
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Conhecimentos Específicos
mo sendo na verdade uma forma de fazer com que os su- temas impenetráveis ou inacessíveis e/ou sistemas é ex-
bordinados acatem decisões previamente tomadas, em cessivamente complexos.
função de uma ilusão de participação e de poder. b) São probabilísticos, portanto, devem ser focali-
IDÉIAS CENTRAIS zados através da estatística e da teoria da informação.
A retroação (feedback) serve para comparar a ma-
O Homem Organizacional – precisa apresentar fle-
neira como um sistema funciona em relação ao padrão
xibilidade, resistência à frustração, capacidade de adiar
estabelecido para ele funcionar: quando ocorre alguma
as recompensas e o desejo permanente de realização.
diferença (desvio ou discrepância) entre ambos, a retroa-
Desta forma, a cooperação é conseguida em função do
ção incumbe-se de regular a entrada para que sua saída
desejo intenso de obtenção de recompensas sociais e ma-
se aproxime do padrão estabelecido, o que é fundamental
teriais, o qual também é responsável pela submissão do
para o equilíbrio do sistema.
indivíduo ao processo muitas vezes doloroso de sociali-
zação para o desempenho de vários de seus papéis, espe- c) São autorregulados, portanto, devem ser focali-
cialmente daqueles mais especializados. zados através da retroação que garante a homeostase.
A homeostasia é um equilíbrio dinâmico obtido
Os Conflitos Inevitáveis – conflito entre grupos é
através do feedback. É a capacidade que tem o sistema
um processo social fundamental. É o conflito o grande
de manter certas variáveis dentro de limites, mesmo
elemento propulsor do desenvolvimento, embora isto
quando os estímulos do meio externo forçam essas vari-
nem sempre ocorra. Não são, portanto, todos os conflitos
áveis a assumir valores que ultrapassam os limites da
desejáveis, mas sua existência não pode ser ignorada.
normalidade.
Segundo Amitai Etzioni, há na organização tensões ine-
vitáveis, de vários tipos, que podem ser reduzidas, mas Um dos grandes problemas da Cibernética é a re-
não eliminadas. Estas tensões situam-se entre necessida- presentação de sistemas originais através de outros sis-
des organizacionais e individuais, racionalidade e irraci- temas comparáveis, que são denominados modelos.
onalidade, disciplina e liberdade, relações formais e in- Principais Consequências da Cibernética na Admi-
formais, entre níveis hierárquicos e entre unidades admi- nistração
nistrativas. “Se a primeira Revolução Industrial desvalorizou o
Os Incentivos Mistos – entendendo a organização esforço muscular humano, a segunda Revolução Indus-
como um sistema formal no qual o trabalhador tinha um trial (provocada pela Cibernética) está levando a uma
papel absolutamente passivo e a natureza humana como desvalorização do cérebro humano”.
egocêntrica e voltada tão somente para fins econômicos, • Automação: engenhos com dispositivos que tra-
os incentivos eficientes teriam necessariamente que ser tam informações e produzem ações/respostas.
monetários. Entendendo a organização como um emara- • Informática: ferramenta tecnológica à disposi-
nhado de grupos informais que colaboram ou não com a ção do homem para promover seu desenvolvi-
administração na medida em que esta lhes oferecesse ou mento.
não status, prestígio e circunstâncias favoráveis ao de-
senvolvimento da amizade e do companheirismo, teria 2. Teoria Matemática da Administração: Teoria
que superestimar os incentivos e as recompensas psicos- Matemática põe ênfase no processo decisório e procura
sociais. tratá-lo de modo lógico e racional. Permite novas técni-
cas de planejamento e controle no emprego de recursos
materiais, financeiros e humanos e diminui os riscos en-
ABORDAGEM SISTÊMICA volvidos nos planos que afetam o futuro a curto ou longo
A Abordagem Sistêmica da Administração trata de prazo. Segundo a Teoria da Decisão, todo o problema
três escolas principais: administrativo equivale a um processo de decisão.
1. Cibernética: é a teoria dos sistemas de controle Necessidade de Modelos Matemáticos em Adminis-
baseada na comunicação (transferência de informação) tração: A Teoria Matemática preocupa-se em construir
entre o sistema e o meio e dentro do sistema, e do con- modelos matemáticos capazes de simular situações reais
trole (retroação) da função dos sistemas com respeito ao na empresa, normalmente futuras, que visam a avaliação
ambiente. da probabilidade de ocorrência e a resolução de proble-
mas de tomada de decisão.
Os sistemas cibernéticos apresentam três proprieda-
des principais: 3. Teoria de Sistemas: A Teoria Geral de Sistemas
a) São excessivamente complexos, portanto devem não busca solucionar problemas ou tentar soluções práti-
ser focalizados através da caixa negra. cas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais
O sistema recebe entradas ou insumos para poder que possam criar condições de aplicações na realidade
operar, processando ou transformando essas entradas em empírica. A importância da TGS é significativa tendo em
saídas (outputs). Através da saída, o sistema exporta o vista a necessidade de se avaliar a organização como um
resultado de suas operações para o meio ambiente. O todo e não somente em departamentos ou setores.
conceito de caixa negra refere-se a um sistema onde seu Parâmetros dos Sistemas
interior não pode ser desvendado, e são conhecidos atra-
vés de manipulações ou de observação externa. São sis- • Entrada ou insumo ou impulso: (input).
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Conhecimentos Específicos
• Saída ou produto ou resultado: (output. das pesquisas, resumem que não há uma única e melhor
• Processamento ou processador ou transforma- forma de organizar.
dor: (throughput. 1. Chandler – pesquisou empresas americanas e
• retroação, retroalimentação ou retroinformação conclui que elas foram gradativamente determinadas pe-
(feedback). la sua estratégia mercadológica e por um grande proces-
• Ambiente (meio que envolve externamente o so histórico.
sistema). 2. Burns e Stalker – pesquisaram indústrias ingle-
sas para verificar a relação existente entre as práticas
Tipos de Sistemas
administrativas e o ambiente externo dessas indústrias.
Quanto à sua constituição, os sistemas podem ser fí- Classificaram as indústrias como organizações mecanís-
sicos ou abstratos: ticas, seguindo a Teoria Clássica, ou orgânicas, seguindo
• Sistemas físicos ou concretos (hardware). a Teoria das Relações Humanas.
• Sistemas abstratos (software). 3. Lawrence e Lorsch – pesquisaram sobre o con-
frontamento entre organização e ambiente que marca o
Quanto à sua natureza, os sistemas podem ser aber- aparecimento da Teoria da Contingência, concluíram que
tos ou fechados. os problemas organizacionais são a diferenciação e a in-
• Sistemas fechados: sistemas que não apresen- tegração.
tam intercâmbio com o meio ambiente externo, 4. Joan Woodward – investigou para saber se os
• Sistemas abertos: sistemas que apresentam re- princípios de administração propostos pelas várias teori-
lações de intercâmbio, através de entradas e sa- as administrativas correlacionavam-se com êxito do ne-
ídas. gócio quando postos em prática. Do ponto de vista da
administração, a tecnologia pode ser abordada e analisa-
O Sistema Aberto: O Sistema Aberto mantém um da sob vários ângulos e perspectivas, tal a sua complexi-
intercâmbio de transações e conserva-se constantemente dade. Assim a necessidade de classificações e tipologias
no mesmo estado (auto-regulação), apesar da matéria e de tecnologia para facilitar sua administração.
energia que o integram se renovarem constantemente 5. Tipologia de Thompson (Thompson) – Classifi-
(equilíbrio dinâmico ou homeostase). O sistema aberto é cou a tecnologia em 6, entre elas definindo como em li-
influenciado pelo meio ambiente e influi sobre ele, al- nha de produção em massa, em tecnologia intensiva, fle-
cançando um estado de equilíbrio dinâmico nesse meio. xível, fixa e de produto abstrato.
A Organização como um Sistema Aberto: A descri-
ção de sistema aberto é exatamente aplicável a uma or- O arranjo organizacional: As organizações são, de
ganização empresarial. Uma empresa é um sistema cria- um lado, sistemas abertos, sua eficácia reside na tomada
do pelo homem e mantém uma dinâmica interação com de decisões capazes de permitir que a organização se an-
seu meio ambiente. tecipe as oportunidades, se defendam das coações e se
ajuste as contingências do ambiente.
Influi sobre o meio ambiente e recebe influências
dele. É um sistema integrado por diversas partes relacio- Por outro lado, as organizações são sistemas fecha-
nadas entre si, que trabalham em harmonia umas com as dos, tendo em vista que o nível operacional funciona em
outras, com a finalidade de alcançar uma série de objeti- termos de certeza e de previsibilidade, operando a tecno-
vos, tanto da organização como de seus participantes. logia de acordo com eficiência reside nas operações exe-
O Homem Funcional: A Teoria de Sistemas baseia- cutadas dentro de programas, rotinas e procedimentos cí-
se no conceito do “homem funcional”, que comporta-se clicos, repetitivos, e moldes da melhor maneira.
em um papel dentro das organizações, inter- Organizações por equipe: A mais recente tendência
relacionando-se com os demais indivíduos como um sis- tem sido o esforço das organizações em implementar os
tema aberto. A perspectiva sistêmica trouxe uma nova conceitos de equipe. A cadeia vertical de comando cons-
maneira de ver as coisas, não somente em termos de titui um poderoso meio de controle, mas seu ponto frágil
abrangência, mas principalmente quanto ao enfoque, o é jogar a responsabilidade para o topo. A abordagem de
enfoque do todo e das partes, do dentro e do fora, do to- equipes torna as organizações mais flexíveis e ágeis ao
tal e da especialização, da integração interna e da adap- ambiente global e competitivo. Existem dois tipos de
tação externa, da eficiência e da eficácia. equipes: a funcional (vários departamentos) e a perma-
ABORDAGEM CONTIGENCIAL nente (departamentos formais).
A teoria da contingência enfatiza que não há nada O Homem Complexo: “Homem Complexo”: o ho-
de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa, mem como um sistema complexo de valores, percepções,
tudo é relativo, tudo depende. Em vez de uma relação de características pessoais e necessidade, porém variável,
causa e efeito existe uma relação funcional entre elas do tem muitas motivações, que se encontram dispostas em
tipo “se-então”. uma certa hierarquia e sujeita a mudanças de situação à
situação e de momento a momento.
A teoria da contingência nasceu a partir de uma sé-
rie de pesquisas feitas para verificar os modelos de estru- Consenso dos autores quanto ao relativismo em
turas organizacionais mais eficazes em determinados ti- administração - A visão contingencial requer habilidades
pos de indústrias em diferentes condições. Os resultados de diagnóstico situacional não somente habilidades de
aplicar ferramentas ou esquemas de trabalho. Adminis-
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Conhecimentos Específicos
tração não é somente indicar o que fazer, mas principal- O surgimento de conceitos e técnicas de gestão or-
mente analisar por que fazer as coisas. ganizacional decorre de alterações ambientais, econômi-
A Teoria Contingencial põe forte ênfase no ambien- cas, sociais, políticas e tecnológicas, que resultam no
te, focalizando a organização de fora para dentro, na tec- conceito de paradigmas da administração, que corres-
nologia, meios de se utilizar adequadamente da tecnolo- pondem a referências para explicar e compreender situa-
gia que proporciona os produtos/serviços da organização ções. Os paradigmas são formados por premissas (hipó-
e integra e compatibiliza as abordagens de sistemas fe- teses) e pelo contexto, ambiente propício para o nasci-
chado e de sistema aberto, mostrando que as abordagens mento de teorias de gestão.
mecanísticas se preocuparam com os aspectos internos A expressão racional-legal foi cunhada por Max
da organização, e as orgânicas voltaram-se para os as- Weber, que tem como premissa a obediência ao ordena-
pectos da periferia e dos níveis. mento jurídico, não às pessoas ou à tradição. Trata-se de
uma dominação e não da racionalidade inerente a uma
determinada norma. Sob os auspícios do modelo racio-
13.2. EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLI- nal-legal os profissionais são selecionados pela sua com-
CA NO BRASIL (APÓS 1930); REFORMAS ADMINIS- petência técnica, por meio de seleção com critérios bem
TRATIVAS; A NOVA GESTÃO PÚBLICA. definidos. O apego ao estatuto (lei) e à meritocracia fun-
A Administração Pública, conjunto de agentes e en- cional marca essa tendência. Portanto, as formas de in-
tes públicos, rege-se por normas e princípios jurídicos. gresso e promoção no serviço público baseadas na meri-
tocracia são as principais referências desse modelo de
Esses princípios são valores que devem nortear a administração.
conduta do agente público.
A administração pública burocrática, em que tal
Colhe-se dos ensinamentos de Luiz Flávio Gomes o modelo é crucial para que seja assim identificada, surgiu
seguinte: “Funções dos princípios: fundamentadora, in- na segunda metade do século XIX, sob a égide do Estado
terpretativa e supletiva ou integradora: por força da liberal, com o propósito de combater a corrupção e o ne-
função fundamentadora dos princípios, é certo que ou- potismo que caracterizaram a administração patrimonia-
tras normas jurídicas neles encontram o seu fundamento lista, amplamente praticado nas monarquias europeias.
de validade. O artigo 261 do CPP (que assegura a ne-
cessidade de defensor ao acusado) tem por fundamento Enquanto modelo de gestão, funda-se nos seguintes
os princípios constitucionais da ampla defesa, do con- princípios:
traditório, da igualdade etc.. Os princípios, ademais, • a profissionalização (carreira e hierarquia fun-
não só orientam a interpretação de todo o ordenamento cional);
jurídico, senão também cumprem o papel de suprir even- • a impessoalidade;
tual lacuna do sistema (função supletiva ou integrado- • o formalismo.
ra). No momento da decisão o juiz pode valer-se da in-
terpretação extensiva, da aplicação analógica bem como O excessivo controle administrativo é feito sempre
do suplemento dos princípios gerais de direito (CPP, a priori, ou seja, o pressuposto é a desconfiança prévia
art. 3º). Considerando-se que a lei processual penal ad- nos administradores públicos e nos cidadãos.
mite "interpretação extensiva, aplicação analógica bem Apesar da tendência da administração gerencial na
como o suplemento dos princípios gerais de direito" Era FHC, no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
(CPP, art. 3º), não havendo regra específica regente do Estado de 1995, por ele preconizado constam formas de
caso torna-se possível solucioná-lo só com a invocação exercer o controle:
de um princípio”.
• de admissão de pessoal;
Dada à relevância da matéria, passemos a analisar
• das compras; e
as formas de administração pública reconhecidas em
doutrina. • de atendimento às demandas.
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Conhecimentos Específicos
cas e sociais do Estado e do desenvolvimento tecnológi- dades dos parlamentares, tem, paralelamente, as funções
co e à globalização da economia. de administração interna com alocação de pessoal e
equipamentos que ficam à disposição dos senadores a
A nova cultura gerencial e os valores de gestão ori-
fim de atender aos seus objetivos institucionais. O mes-
entaram a implantação da reforma do aparelho do Estado
mo acontece com os demais órgãos independentes: Su-
em 1995, rompeu com o modelo burocrático, mas con-
premo Tribunal Federal, Presidência da República, Tri-
servando alguns elementos e valores, tais como:
bunal de Contas da União, Ministério Público da União,
• a admissão de pessoal, segundo rígidos critérios etc.
de mérito; Quando se fala em administração pública strictu
• a existência de um sistema estruturado e uni- sensu, tem-se em mente o Poder Executivo, com a se-
versal de remuneração; guinte configuração: Presidência da República como ór-
• as carreiras; gão central e independente, e os Ministérios como ór-
• a avaliação constante de desempenho; gãos autônomos, vinculados àquela, além dos demais ór-
• a dispensa por insuficiência de desempenho; gãos subordinados e de expediente.
• o treinamento sistemático. Os Ministérios exercem supervisão ministerial so-
São princípios da administração gerencial: bre as entidades administrativas a ele vinculadas: autar-
quias, fundações, empresas públicas e sociedades de
• o foco no cidadão-cliente economia mista. Esta é, portanto, a atual estrutura strictu
• orientação para o resultado (planejamento estra- sensu da administração pública brasileira.
tégico e indicadores de desempenho) A administração pública moderna, preconizada com
• ênfase no controle social, transparência e ac- o advento do novel texto constitucional, pressupõe ativi-
countability (conselhos, orçamento participati- dades gerenciais, com superação da estrutura herdada do
vo e governança eletrônica) período anterior e posterior ao golpe militar de 1964, que
• contratualização e flexibilização da gestão era caracterizada pelo patrimonialismo e burocracia ex-
(contratos de gestão, terceirização e privatiza- cessiva.
ções) A administração burocrática caracteriza-se, como já
• valorização e desenvolvimento de pessoas (no- referido, por se ocupar de racionalizar e positivar o longo
vos concursos e carreiras, remuneração variá- e dispendioso processo para alcançar os objetivos pro-
vel, capacitação e flexibilização do regime jurí- postos, ou seja, o oposto do que ocorre na administração
dico de pessoal). gerencial.
Assim, a estratégia desse modelo de administração Antes de 1930, porém, a administração pública era
está inteiramente direcionada para a definição dos obje- desestruturada, pesada, desorganizada, tida por “patri-
tivos que o administrador público deverá atingir; para a monialista”, em que o administrador tratava como seu o
garantia de autonomia do administrador na gestão dos patrimônio público, fruto de uma cultura retrógrada dos
recursos humanos, materiais e financeiros; para o contro- coronéis de então.
le e para a prática da competição administrada no interior Em tese, a administração pública patrimonialista
do próprio Estado, quando há a possibilidade de estabe- marcou o período anterior a 1930, mas até os dias atuais
lecer concorrência entre unidades internas. é possível observar em diversas administrações, princi-
Em síntese, a administração burocrática está basea- palmente municipais, traços típicos dessa época. A partir
da nos processos, e a administração gerencial nos resul- de então, tem uma administração burocrática até 1988,
tados. que deu lugar ao modelo de administração gerencial,
concretizada em 1995.
Ao longo do tempo, desde o advento da Monarquia,
A essa nova perspectiva e modelo de administração
influenciado pela doutrina da tripartição dos poderes,
agregou-se a dimensão moderna da Teoria do Estado
preconizada por Montesquieau, que serviu de pilar para o
Mínimo, que preconizava a eficiência, a produtividade e
sucesso da Revolução Francesa, diversos modelos admi-
a excelência, nos moldes de uma atividade gerencial pri-
nistrativos foram adotados no Brasil, cada qual sujeito às
vada. É um modelo de compartilhamento das responsabi-
ingerências de quem detinha o poder e influenciados por
lidades públicas, daí as figuras modernas das organiza-
questões políticas e administrativas.
ções sociais e das Organizações da Sociedade Civil de
Atualmente a estrutura da administração pública Interesse Público, estas baseadas no princípio da univer-
brasileira segue a linha adotada pelos Estados Unidos e salização dos serviços.
pela França. Nesse contexto, a Lei nº 9.790/99, dispõe sobre a
Nesses países, como aqui, há três poderes que exer- qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem
cem suas atribuições institucionais, sendo a estrutura or- fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil
gânica dessas instituições representada pela expressão de Interesse Público (OSCIP), institui e disciplina o
administração pública latu sensu, que exerce atividades Termo de Parceria, instrumento destinado à formação de
técnicas de gestão. vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a
Em outras palavras, enquanto o Senado Federal, por execução das atividades de interesse público, a saber: I-
exemplo, tem atribuições de legislar, tipificando as ativi- a promoção da assistência social; II- promoção da cultu-
ra, defesa e conservação do patrimônio histórico e artís-
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Conhecimentos Específicos
tico; III- promoção gratuita da educação, observando-se Por volta de 1936, o Governo Vargas criou o De-
a forma complementar de participação das organizações partamento Administrativo do Serviço Público (DASP),
de que trata esta Lei; IV- promoção gratuita da saúde, destinado a modernizar a máquina administrativa, com
observando-se a forma complementar de participação base nos princípios do mérito, da centralização, da sepa-
das organizações de que trata esta Lei; V- promoção da ração entre o público e o privado, da hierarquia, da im-
segurança alimentar e nutricional; VI- defesa, preserva- pessoalidade, da rigidez e universalidade das regras e da
ção e conservação do meio ambiente e promoção do de- especialização e qualificação dos servidores, em resposta
senvolvimento sustentável; VII- promoção do voluntari- a um Estado patrimonial, da falta de qualificação técnica
ado; VIII- promoção do desenvolvimento econômico, do seu corpo de funcionários, adotando-se um modelo
social e combate à pobreza; IX- experimentação, não lu- racional-legal, influenciado pela teoria Keynesiana, que
crativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas difundia a intervenção do Estado na economia, numa
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; época tipicamente agrária, para o desafio da industriali-
X- promoção de direitos estabelecidos, construção de zação.
novos direitos e assessoria jurídica gratuita de caráter Houve um inchaço da máquina administrativa com
suplementar; XI- promoção da ética, da paz, da cidada- a criação de vários órgãos governamentais, com a cria-
nia, dos direitos humanos, da democracia e de outros va- ção da Petrobrás, Companhia Siderúrgica Nacional,
lores universais; XII- estudos e pesquisas, desenvolvi- CHESF, etc.
mento de tecnologias alternativas, produção e divulgação
1956/60 – A ADMINISTRAÇÃO PARALELA
de informações e conhecimentos técnicos e científicos.
DE JK
Sob uma perspectiva de planejamento e gestão, os
itens a seguir refletem a adoção pelo Estado Brasileiro, Com o objetivo de implementar o Plano de Metas
de um novo marco para a administração pública, mais (50 anos em 5), e dar vazão ao projeto desenvolvimentis-
estruturada e gerencial. Antes, porém, cumpre sintetizar ta, JK idealizou a criação de estruturas paralelas ao apa-
as dimensões estruturais e culturais da máquina adminis- relho estatal herdado, com o propósito de se desvencilhar
trativa brasileira após 1930 até os dias atuais. das amarras burocráticas do período anterior à sua ges-
tão.
Como recurso didático, a cronologia da estrutura
A construção de Brasília foi precedida por um
administrativa reconhecida em doutrina, pode ser deline-
grande número de empresas e órgãos públicos, dando
ada da seguinte forma:
continuidade ao inchaço da administração pública e au-
• 1930/45 – Burocratização da Era Vargas mento da dívida externa.
• 1956/60 – A administração paralela de JK Nesse período foi criada a SUDENE e, no governo
• 1967 – A reforma militar (Decreto-Lei 200/67) de João Goulart a SUNAB, com vistas ao atendimento
• 1988 – A administração pública na nova Cons- da política de integração, desenvolvimento e alimentar
tituição da população.
• 1990 – O governo Collor e a redução da estru-
tura administrativa 1967 – A REFORMA MILITAR (Decreto-Lei
• 1995/2002 – O aspecto gerencial da Era FHC 200/67)
• Teoria da New Public Management (Nova Ges- No período pós-67, houve a ampliação da função
tão Pública) econômica do Estado com a criação de várias empresas
Esses mais de setenta anos de história administrati- estatais e a possibilidade de se valer da força do regime
va, foram marcados por criações, fusões e extinções de para implementar políticas administrativas, resultando na
órgãos, decorrentes da instabilidade do organograma e edição do Decreto-Lei nº 200/67, que distingue a Admi-
da necessidade de novas estruturas. Apesar dessas trans- nistração Direta (exercida por órgãos diretamente subor-
formações orgânicas, a prática administrativa ainda não dinados aos ministérios) da Indireta (formada por autar-
venceu o desafio do tempo, tanto que ainda persistem quias, fundações, empresas públicas e sociedades de
sob os rastros que revelam a prática de atividades obsole- economia mista, como já visto na introdução desse traba-
tas, não dinâmicas, tudo decorrente da centralização ex- lho).
cessiva aliado à vontade de resistir às mudanças e à tec- Houve uma padronização e normatização nas áreas
nologia. Por isso, essa nova fase é marcada por novos de pessoal, compras e execução orçamentária, fundadas
conceitos de organizações não governamentais, agências em cinco princípios estruturais da administração pública:
executivas, organizações sociais, parcerias com o setor planejamento, coordenação, descentralização, delega-
privado, mercados comuns e competitividade entre paí- ção de competências e controle.
ses. O inchaço da máquina continua, juntamente com as
1930/45 – BUROCRATIZAÇÃO DA ERA despesas públicas.
VARGAS Foram criados, nesse período, o Banco Central, a
Até 1936 o governo Vargas era influenciado pelo EMBRATUR, o INPS (atual INSS, resultante da fusão
facismo e por correntes políticas europeias. Sua adminis- com o INAMPS), o FUNRURAL e o MOBRAL, bem
tração era resultado do pensamento gaudilhesco e cultu- como a realização de grandes obras, tais como a Tran-
ral do sul do país de então, com atividade administrativa samazônica, Itaipu, Ferrovia do Aço, Ponte Rio-Niterói,
escassa. e, com elas a expansão da cultura do emprego público
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Conhecimentos Específicos
em larga escala com o inchaço do BNH, Banco do Bra- A TEORIA DA NEW PUBLIC MANAGE-
sil, Embratel, Eletrobrás e estímulo à criação de bancos, MENT (NOVA GESTÃO PÚBLICA)
telefônicas e empresas de saneamento e energia elétrica
Sob forte influência das mudanças administrativas
nos estados membros, o que tornou muito mais pesada a
em curso nos EUA e Inglaterra a partir de 1995, foi in-
máquina pública.
troduzida no Brasil a cultura do management (gestão,
O final do governo militar, apesar da preparação pa- administração) que adota técnicas e tecnologia do setor
ra o novo regime que se avizinhava, foi marcado pela es- privado para o setor público, em especial os seguintes:
trutura gigantesca da máquina administrativa.
• Empreendedorismo governamental (Governo
1988 – A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA Empreendedor)
NOVA CONSTITUIÇÃO • A reengenharia (mudança de paradigmas admi-
Marcada pelo fortalecimento da Administração Di- nistrativos)
reta, com regras semelhantes às adotadas para a Admi- • Administração da qualidade total
nistração Indireta, tanto ao nível de seleção de pessoal, • O foco no cliente (em termos estatais, o cidadão
quanto aos procedimentos para contratação de serviços e como destinatário)
compras públicas.
As diferenças entre a gestão pública e a gestão pri-
1990 – O GOVERNO COLLOR E A REDUÇÃO vada, podem ser resumidas no fato de o Estado exercer
DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA poder e soberania, essa distinção tem muita importância
O governo Collor é marcado pelo cumprimento de nas relações internacionais.
promessas de campanha, consubstanciado na extinção de
Outras diferenças podem ser destacadas:
milhares de cargos de confiança e de carreira, da reestru-
turação e extinção de órgãos, demissão de servidores não • forma de obtenção de recursos;
estáveis ou colocação em disponibilidade remunerada. • destinatário das ações;
Alguns historiadores afirmam que esse período é caracte- • mecanismos de controle do desempenho dos di-
rizado pelo desmonte da máquina administrativa, sem rigentes;
planejamento estratégico, o que resultou numa avalanche • subordinação ao ordenamento jurídico existen-
de processos judiciais que perduram até os dias atuais. te;
Outros entendem que houve um redimensionamento da • garantia da sobrevivência;
máquina, colocando-a em um patamar compatível com a • velocidade no processo de tomada de decisões;
capacidade do Estado de suportar e administrar a infini-
• modo de criação, alteração ou extinção da pes-
dade de órgãos, iniciando a redução das despesas públi-
soa jurídica.
cas, com a política de privatização das estatais que só foi
implementado no governo seguinte. Mas há de se considerar as convergências entre es-
sas estruturas, ou seja, aqueles elementos e característi-
1995/2002 – O ASPECTO GERENCIAL DA
cas que as identificam entre si, como a criação e o funci-
ERA FHC
onamento das organizações públicas, porquanto funda-
Sob o título de que estaria implementando uma re- das no planejamento, organização, direção e controle, e
forma administrativa, resultante da reforma do próprio questões afetas à gestão de recursos humanos, finanças,
Estado, preconizada por Luis Carlos Bresser Pereira, à administração de materiais, contabilidade, orçamento,
frente do Ministério da Administração Federal e da Re- prestação de serviços, atendimento ao público, tecnolo-
forma do Estado (MARE), a reforma gerencial baseou-se gia de informações, dentre outros, o que justifica a in-
no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado corporação de técnicas e métodos de gestão privada.
(PDRAE), com o objetivo de mudar a cultura burocrática
amplamente praticada na administração.
13.3. PROCESSO ADMINISTRATIVO.
A Teoria do Estado Mínimo, que marcou esse perí-
odo, visa reduzir o aparelho estatal, por meio de privati- A Teoria Neoclássica é também denominada Escola
zações e criação de Agências Reguladoras, incumbidas Operacional ou Escola do Processo Administrativo, pela
de regulamentar e fiscalizar os setores privatizados, ini- sua c
cialmente nas áreas de petróleo, energia elétrica e tele- A concepção da Administração como um processo
comunicações. de aplicação de princípios e de funções para o alcance
Com a economia estabilizada e sem inflação, decor- de determinados objetivos surgiu na denominada Escola
rente da adoção do Plano Real, no governo Itamar Fran- Operacional ou Escola do Processo Administrativo, com
co, rígido controle do déficit público e austeridade das base na teoria neoclássica.
contas e nas despesas orçamentárias, foi implementada Considerando as várias funções do administrador
mais uma Reforma Administrativa, com a Emenda Cons- público, de forma global, formam o processo adminis-
titucional nº 19/1998. Contratos de gestão foram firma- trativo. Assim, se considerarmos isoladamente os ele-
dos, foram criadas agências executivas, agências regula- mentos relacionados ao planejamento, organização, di-
doras e feita uma reforma previdenciária por meio da reção e controle, por exemplo constituem meras funções
Emenda Constitucional nº 20/1998, com vistas ao con- administrativas, mas se agrupados em uma abordagem
trole do déficit previdenciário do setor público. total formam o processo administrativo.
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Conhecimentos Específicos
Planejamento é decisão sobre os objetivos; defini- • Comunicação: A comunicação entre os
ção de planos para atingi-los e programação de ativida- seres humanos é uma das coisas mais críti-
des. cas que existe, especialmente na língua
Organização são recursos e atividades para atingir portuguesa, onde nem sempre o que se pre-
os objetivos. São os órgãos e cargos, as atribuições de tende comunicar é o que acaba sendo es-
autoridade e responsabilidade. crito. Uma boa comunicação exige clareza,
discrição e uma linguagem no nível de
Direção refere-se ao preenchimento dos cargos, da
quem recebe a comunicação. Saber ouvir é
comunicação, liderança e motivação do pessoal.
importante. Quem recebe uma comunica-
Controle é a definição de padrões para medir de- ção e não consegue interpretá-la, não pode
sempenho, corrigir desvios e garantir a realização do dizer que sabe se comunicar.
que foi planejado.
• Liderança: A liderança pode ser definida
13.3.1. FUNÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO: como a habilidade que uma pessoa tem de
PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E exercer influência interpessoal, utilizando
CONTROLE. os meios de comunicação que levem as ou-
tras pessoas a se envolverem e participar
a) Funções Administrativas do processo operacional de uma empresa,
empregando toda a sua criatividade para
Administração de uma empresa é baseada no pres-
atingir um determinado objetivo.
suposto de que aquele que a administra está apto a de-
senvolver uma série de ações que a levem a atingir um Existe uma diferença entre liderança encarada como
objetivo. um atributo pessoal, onde o indivíduo influencia as pes-
soas por ter qualidades pessoais reconhecidas por todos,
O objetivo primordial de uma empresa é a satisfa-
e a liderança derivada de uma função na empresa decor-
ção do cliente, razão de ser do empreendimento.
rente da atribuição de autoridade de uma cadeia de co-
Para atingir o objetivo estabelecido para a empresa, mando.
devemos utilizar os recursos humanos, materiais e finan-
O comportamento de um líder, voltado para o pla-
ceiros numa ação ordenada das chamadas funções admi-
nejamento, informação, avaliação de controle, além do
nistrativas: planejar, organizar, coordenar, dirigir e con-
estímulo e recompensa, deve auxiliar o grupo a atingir
trolar.
seus objetivos.
• Planejar: É ordenar as ideias, estabele-
b) Ciclo empresarial
cendo o objetivo da empresa e fixando o
tempo que levará para atingi-lo. É quanti- Uma empresa, seja qual for sua grandeza, apresenta
ficar e qualificar os recursos que serão uti- um ciclo do trabalho após sua constituição que envolve
lizados e fixar as metas antes do objetivo. basicamente a alocação de recursos humanos e materiais
da produção de bens ou serviços que serão posteriormen-
• Organizar: É fundamentalmente arrumar
te vendidos aos clientes.
o que se faz no dia a dia, pois uma pessoa
desarrumada com suas coisas pessoais ja- Os recursos obtidos com essas vendas serão utiliza-
mais conseguirá organizar o que quer que dos pela empresa para pagar materiais e mão de obra,
seja e transmitirá para a empresa o seu remunerar o capital dos acionistas (e com isso teria aten-
modo pessoal de organização. A organiza- dido os três princípios ou fatores básicos: terra, trabalho
ção deve começar pela própria pessoa. e capital) e amortizar, saldar e remunerar os compromis-
sos assumidos com o mercado de capitais, terceiros que,
• Coordenar: É motivar os recursos huma- dependendo da necessidade, suprem a empresa de recur-
nos a agir de forma harmoniosa na utiliza- sos financeiros.
ção dos recursos materiais e financeiros,
em benefício comum dos objetivos da em- É admitido em termos normais que a empresa gere
presa. da sua operação recurso suficiente para manter o giro do
negócio, só recorrendo a financiamentos para outros fins,
• Dirigir: É determinar o que deve ser feito como por exemplo expansões.
em cada ação para que sejam atingidos os
objetivos. A análise do ciclo empresarial permite identificar
funções empresariais tais como: abastecimento, produ-
• Controlar: É estabelecer padrões de avali- ção, vendas e finanças. Existem outras funções não tão
ação, acompanhar a operação da empresa, visíveis no ciclo empresarial, mas que são de máxima
coletando dados relativos ao desempenho importância (funções administrativas).
de cada setor, avaliando este desempenho
em relação aos padrões, fixando correções
no desempenho operacional dessa empre-
sa.
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Conhecimentos Específicos
13.3.1.2. PLANEJAMENTO, DIREÇÃO, CO- tas estabelecidas. Envolve a coleta de dados, a análise
MUNICAÇÃO, CONTROLE E AVALIAÇÃO dos resultados e a tomada de ações corretivas, quando
necessário. O controle ajuda a identificar desvios no de-
A abordagem sobre as funções administrativas se-
sempenho e a garantir que a empresa esteja no caminho
gue uma ordem lógica pela qual nós as usaríamos para
certo para alcançar seus objetivos.
criar uma organização. Quando uma empresa é formada,
nós primeiro planejamos, a seguir pensamos em sua es- e) Avaliação
trutura, como ela se organiza, em terceiro lugar como a
A avaliação é um processo contínuo que visa anali-
dirigimos e, por último, como a controlamos.
sar o desempenho da empresa e identificar áreas de me-
a) Planejamento lhoria. Isso inclui a análise dos resultados alcançados, a
comparação com os objetivos e metas estabelecidas e a
Planejamento é o processo de pensar voltado para o
identificação de oportunidades de aprimoramento. A
futuro. Está relacionado com a missão, o negócio da em-
avaliação permite ajustar os planos e estratégias da em-
presa e sua eficácia em se manter no mercado. Leva em
presa para garantir sua eficácia e sucesso a longo prazo.
consideração diversas variáveis, dentre elas as pessoas, o
meio ambiente, a tecnologia e outros recursos para, em Em resumo, as funções administrativas são funda-
seguida, definir objetivos, planos e programas necessá- mentais para o sucesso de uma empresa. O planejamen-
rios para uma organização. to, a direção, a comunicação, o controle e a avaliação são
processos inter-relacionados que permitem a criação e a
O cenário muda constantemente e, portanto, os pla-
manutenção de uma organização eficiente e eficaz, capaz
nos e programas não devem ser rígidos, porque ao longo
de atingir seus objetivos e se adaptar às mudanças no
do tempo sofrerão reajustes periódicos, baseados em no-
ambiente empresarial.
vas informações e mudanças nas condições operacionais.
O processo de planejar pode ser mais bem entendi-
do se dividido em etapas: 13.4. PROCESSOS DE PLANEJAMENTO ES-
1) Diagnóstico do problema; TRATÉGICO
2) Análise das soluções alternativas; Planejamento estratégico, processo de planejamento
3) Projeção dos resultados para cada alternativa; e estratégico e plano estratégico são termos utilizados, por
4) Seleção de uma alternativa como linha de ação. vezes, de maneira indiscriminada, mas que possuem re-
Podemos classificar o planejamento como de longo levância e significados próprios. Fica bastante aparente
e curto prazo. que as definições são numerosas, -pouco precisas e dife-
rentes entre si, como aliás é genérico no estudo de admi-
• Planejamento a longo prazo é aquele definido nistração de empresas. (Bethlem, 1993).
para períodos superiores a um ano, envolve to-
Plano estratégico é o resultado final, em forma de
das as áreas funcionais da organização e é afe-
documento, do processo de planejamento estratégico. O
tado pelos fatores sociais, econômicos e tecno-
planejamento estratégico é o conjunto de atividades en-
lógicos do ambiente.
volvidas no processo de elaboração do plano estratégico
• Planejamento a curto prazo normalmente en-
ou, segundo Ansoff, Declerck & Hayes (1976), "a análi-
volve períodos inferiores a um ano, objetivando
se racional das oportunidades oferecidas através da iden-
resultados imediatos.
tificação dos pontos fortes e fracos das empresas e da es-
colha de um modo de compatibilização (estratégia) entre
b) Direção
os dois extremos". O processo de planejamento estraté-
Direção é o processo de liderar e orientar os colabo- gico é um mecanismo através do qual uma organização
radores na execução das tarefas e atividades, visando al- formula e implementa sua estratégia.
cançar os objetivos estabelecidos no planejamento. A di- Chandler (1962) descreveu o processo de planeja-
reção envolve a tomada de decisões, a comunicação efi- mento estratégico como a maneira pela qual uma empre-
ciente e a motivação dos funcionários. sa determina seus objetivos de longo prazo, permitindo-
c) Comunicação lhe adotar um curso de ação que possibilite a alocação
dos recursos necessários para atingir os objetivos deter-
A comunicação é essencial para o funcionamento minados.
eficaz de uma organização, pois permite a troca de in- Kudla (1980) via o planejamento estratégico como
formações entre os membros e a coordenação das ativi- um processo sistemático de determinação das metas e
dades. Uma comunicação eficiente deve ser clara, conci- objetivos de uma organização para pelo menos três anos
sa e adequada ao público-alvo. O feedback também é um adiante, aliado ao desenvolvimento de estratégias que
aspecto importante da comunicação, pois permite a ava- permitissem gerenciar a aquisição e alocação de recur-
liação do entendimento das mensagens e a correção de sos.
eventuais falhas no processo comunicativo.
Grinyer e Norburn (1975) apresentaram uma defini-
d) Controle ção muito similar a de Kudla, incluindo apenas a intera-
O controle é o processo de monitorar e avaliar o de- ção com o ambiente externo como parte do processo, di-
sempenho da organização em relação aos objetivos e me-
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Conhecimentos Específicos
zendo que políticas e estratégias devem ser formuladas • Ele não é uma tentativa de eliminar o risco. É
de modo a atender demandas do ambiente externo. fundamental que os riscos assumidos sejam os
Para Bethlem (1998), o processo é o "como" fazer a riscos certos.
elaboração e o desenvolvimento de um plano, incluindo Há muitas conceituações para planejamento estraté-
as atividades de formação do grupo de elaboração do gico. Segundo Kotler (1992, p.63), “planejamento estra-
plano estratégico e as atividades utilizadas para desen- tégico é definido como o processo gerencial de desen-
volver o conteúdo do plano. volver e manter uma adequação razoável entre os objeti-
Oliveira (1999) dá ênfase ao processo de planeja- vos e recursos da empresa e as mudanças e oportunida-
mento, classificando-o como um processo sistemático e des de mercado”. O objetivo do planejamento estratégico
constante de previsão para o auxílio à tomada de deci- é orientar e reorientar os negócios e produtos da empresa
sões. de modo que gere lucros e crescimento satisfatórios.
Para o autor: Já Drucker (1977) define Planejamento Estratégico
"O processo de planejamento é muito mais impor- como um processo contínuo, sistemático, organizado e
tante que seu produto final (...), o plano, sendo que capaz de prever o futuro, de maneira a tomar decisões
este deve ser desenvolvido 'pela' empresa e não que minimizem riscos.
'para' a empresa. Se não for respeitado este aspec-
Uma outra conceituação interessante apresenta o
to, têm-se planos inadequados para a empresa,
planejamento estratégico “como um processo administra-
bem como uma resistência e descréditos efetivos
tivo para se estabelecer a melhor direção a ser seguida
para a sua implantação" (1999: p. 35)
pela empresa, visando ao otimizado grau de fatores ex-
Existem diversas outras definições do processo de ternos – não controláveis – e atuando de forma inovadora
planejamento estratégico, mas todas são fortemente simi- e diferenciada” (Oliveira – 2007)
lares às citadas anteriormente (Robinson, 1972; Rhen-
man, 1973; Jauch & Osbom, 1981; Scott, Mitchell & Independente do autor fica claro que o planejamen-
Birbaunm, 1981; Segars, Grover & Teng, 1998; Bensa- to estratégico é um conjunto de ferramentas que por si só
on, Coyne & Venkatraman, 1999; Sabherwal, 1999; são insuficientes, mas quando é seguido de planejamen-
Hahn & Powers, 1999; Khatri & Ng, 2000). tos táticos e operacionais, consiste em robusta ferramen-
ta para implementar o pensamento estratégico da organi-
Em sua maioria, os estudos sobre processo de pla-
zação.
nejamento estratégico começam com uma definição e
apresentam sistematicamente quatro elementos em co- Mas qual a diferença entre o planejamento entre o
mum. O primeiro é o conceito de que o processo de pla- planejamento estratégico, tático e operacional?
nejamento estratégico envolve a determinação das metas
e/ou objetivos de uma organização. O segundo é a neces- De forma resumida, pode-se dizer que quanto aos
níveis, o planejamento estratégico relaciona-se com obje-
sidade do desenvolvimento de estratégias para atingir os
tivos de longo prazo e com estratégias e ações para al-
objetivos determinados.
cançá-los que afetam a empresa como um todo, enquanto
Em terceiro lugar aparece a aquisição e alocação de o planejamento tático relaciona-se aos objetivos de mais
recursos na forma de planos ou procedimentos ou proje- curto prazo e com estratégias e ações que, geralmente,
tos que suportem as estratégias desenvolvidas. Por fim, a afetam somente parte da empresa.
necessidade de que todos estes passos sejam desenvolvi-
dos de acordo com as demandas, necessidades e influên- Já o planejamento operacional pode ser considerado
cias do ambiente externo à organização. como partes homogêneas do planejamento tático, sendo
a formalização, principalmente através de documentos
escritos, das metodologias de desenvolvimento e implan-
13.5. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: VI-
tação estabelecidos. Tem foco nas atividades do dia-a-
SÃO, MISSÃO E ANÁLISE SWOT.
dia.
Uma das grandes dificuldades das empresas é a
De uma maneira geral, o planejamento estratégico é
conceituação da função do planejamento estratégico, em
responsabilidade dos níveis hierárquicos mais elevados
especial sua real amplitude e abrangência.
da empresa/organização, o planejamento tático é desen-
Drucker (1977), em seu livro Introdução a Adminis- volvido pelos níveis intermediários, tendo como princi-
tração, guarda em um de seus capítulos um espaço para o pal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponí-
tema em questão e, antes mesmo de definir o que é pla- veis e o planejamento operacional é elaborado pelos ní-
nejamento estratégico, ele define o que não é planeja- veis mais baixos da organização.
mento estratégico. Segundo ele:
• Planejamento estratégico não é uma caixa de
mágicas nem um amontoado de técnicas –
quantificar não é planejar;
• Não é previsão – ele se faz necessário por não
se ter a capacidade de prever;
• Não opera com decisões futuras. Ele opera com
o que há de futuro nas decisões presentes;
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Conhecimentos Específicos
Quantos aos níveis: Normalmente, estão relacionados à:
Produtos e Serviços; Finanças; Material; Tecnolo-
gia; Pessoal (Capital Humano); Informações Estratégicas
(Capital da Informação); e Organização (Capital Organi-
zacional).
Políticas
São orientações gerais que expressam os limites
dentre os quais as ações dos integrantes da organização
pública ou empresa privada devem se desenvolver, na
busca dos seus Objetivos Estratégicos e Metas. Devem
ser coerentes com os limites éticos estabelecidos pelos
Valores compartilhados pela Organização. É o que fa-
zer.
Intenção Estratégica
Estratégia
A intenção estratégica é o propósito da empresa ou
instituição. Em linhas gerais representa o que ela faz, pa- É o como fazer. Pode ser representada por cami-
ra que ela existe, aonde pretende chegar e quais os prin- nhos, maneiras ou ações formuladas e adequadas para al-
cípios de atuação. Está refletida no negócio, missão, vi- cançar, preferencialmente de maneira diferenciada, as
são e valores da empresa ou instituição. Vejamos cada metas, os desafios e os objetivos, no melhor posiciona-
uma delas. mento da empresa perante seu ambiente.
Negócio: Objetivos
Aponta a área de atuação à qual a organização pú- São os alvos ou situações concretas que se pretende
blica ou empresa privada quer se dedicar, considerando o atingir, com prazos e responsabilidades perfeitamente
universo de possibilidades existentes no ambiente em- definidas.
presarial em que se insere. Metas
Missão: São passos ou etapas perfeitamente quantificados,
• Declaração da utilidade da instituição para seus com responsáveis, recursos e prazos definidos, e coeren-
clientes. tes com uma determinada Estratégia para que os Objeti-
• Reflete o que a instituição quer oferecer aos vos Estratégicos ou Setoriais sejam alcançados.
consumidores. Análise do Ambiente (análise SWOT)
• Deve ser clara, excitante e inspiradora.
• Deve servir como motivação para as pessoas. A análise ambiental ajuda a verificar as tendências,
• Deve gerar forte senso de organização, identi- serve como base para a análise de cenários e deve levar
dade e propósitos do negócio. em conta aspectos econômicos, políticos, legais, tecno-
lógicos, socioculturais, etc.. Todas as Organizações pos-
Visão: suem, no seu ambiente interno, Pontos Fortes e Pontos
• É o que a instituição gostaria de ser. Fracos. Também estão sujeitas a várias Ameaças e po-
• Aonde seria ideal chegar. dem visualizar inúmeras Oportunidades para o seu cres-
• Normalmente subjetiva. cimento, ambas no ambiente externo. É como se a Em-
• Espelha o perfil e as características dos dirigen- presa perguntasse - “onde estou?”.
tes. A análise do ambiente externo pressupõe a existên-
• Baseada mais na intuição do que em análises cia de uma sistemática de inteligência competitiva que
objetivas. permita a busca, coleta, análise e disseminação de infor-
• Posteriormente confirmada pelo planejamento mações para o acompanhamento do comportamento de
estratégico. variáveis externas e das estratégias adotadas pelos atores
Valores: relevantes que atuam no ambiente.
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Conhecimentos Específicos
Atores Externos Matriz BCG - Matriz de portfólio de negócio ou
de produtos
São indivíduos e/ou instituições presentes no ambi-
ente que podem, por sua atuação, influenciar favorável A matriz Boston Consulting Group (BCG como é
ou desfavoravelmente o sistema; podem ser tipificados conhecida) permite classificar as unidades de negócio ou
como clientes, fornecedores, parceiros, concorrentes, go- produtos de acordo com a sua participação no mercado e
verno, novos entrantes, produtos / serviços substitutos, a taxa de crescimento no mercado que atuam (MAXI-
organizações e outros, tanto no campo nacional quanto MINIANO, 2008). Matriz BCG baseia-se em uma análi-
no regional e no internacional. se multidimensional que considera no eixo horizontal a
participação relativa de mercado da empresa em face do
A análise do ambiente interno e externo, levantan-
seu principal concorrente e geração de caixa. No eixo
do-se os pontos fortes e pontos fracos a as ameaças e
vertical, é observado o crescimento de mercado e a ne-
oportunidades, é a base para a Matriz SWOT.
cessidade de caixa da empresa, cada produto é analisado
e posicionado então na matriz de portfólio em um dos
Matriz GUT
quadrantes (COBRA, 1995, p. 234).
Kepner e Tregoe (apud OLIVEIRA, 2008, p.122)
desenvolveram uma “metodologia para definição de pri-
oridades e fatores, que pode ser utilizada como altera-
ções e ajustamentos, para o estabelecimento de predomi-
nância interna de pontos fortes ou fracos ou da predomi-
nância externa dos termos relacionados com oportunida-
des e ameaças”. Essa metodologia é denominada como
GUT- Gravidade/ Urgência/Tendência. Trata-se de uma
ferramenta utilizada para priorização das ações na ges-
tão. Consiste em analisar a Gravidade, a Urgência e a
Tendência do problema.
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Conhecimentos Específicos
sidades na área de investimento diminuem podendo des- A definição de indicadores adequados para avaliar
tinar estes recursos em outras determinadas áreas da or- a competitividade está diretamente condicionada
ganização (COBRA, 1995). Kotler e Keller (2006) dis- pela abrangência e pela profundidade com que o
tingue vaca leiteira como uma baixa taxa de crescimento, tema é tratado, e com quais objetivos. (COUTI-
porém são produtos ou projetos que exigem poucos in- NHO; FERRAZ, 1994, p. 459).
vestimentos e retornam um caixa positivo alto. A empre-
Assim sendo, o comportamento competitivo de uma
sa utiliza seus negócios do tipo vaca leiteira para pagar
nação, indústria ou empresa é dependente de um conjun-
contas e apoiar seus outros negócios. Se uma vaca leitei-
to de fatores, que pode ser subdividido em empresarial e
ra começar a perder a participação no mercado ela pode
estrutural, pertinentes aos setores e complexos industri-
se transformar em um abacaxi.
ais; e nos de natureza sistêmica. (COUTINHO; FER-
Kotler d Keller (2006) no ultimo quadrante cita que RAZ, 1994).
abacaxi ou animais de estimação/cachorro são produtos
Os fatores internos à empresa estão sob o comando
que possuem baixa participação de mercado e a taxa de
da firma, que sobre eles retêm poder de decisão e contro-
crescimento do mercado também se torna baixa. Geral-
le. Pode-se arrolar a produtividade (custo/preço), quali-
mente geram baixos lucros ou até mesmo prejuízo. “Em
dade, inovação e marketing, ou seja, as:
função da sua fraca participação é de se supor que sua
curva de experiência seja lenta e seus lucros sejam bai- Estratégias a serem adotadas [inovação nos pro-
xos ou inexistentes” (COBRA, 1995, p. 76). Ele, ainda cessos e produtos], sistemas de gestão, políticas de
acrescenta que com o crescimento baixo no mercado, a capacitação e treinamento [recursos humanos],
expressão da participação no mercado é muito pequena. investimentos em novas plantas e tecnologia [pro-
dução]. (MORAES, 2003, p. 13).
Modelo 5W2H´s
Os de natureza estrutural apresentam-se com espe-
O 5W2H´s é um tipo de lista de verificação utiliza- cificações setoriais mais nítidas, na medida em que tem
da para informar e assegurar o cumprimento de um con- sua importância diretamente relacionada ao padrão de
junto de planos de ação, diagnosticando um problema e concorrência característico de cada ramo industrial.
planejando soluções. Na medida em que os processos se (SCHENINI, 1999).
tornam cada vez mais complexos e menos definidos, fica
Ainda que não totalmente contidos pela empresa,
mais difícil identificar sua função e ser satisfeita, bem
esta os influencia parcialmente: a dinâmica exclusiva da
como os problemas, as oportunidades que surgem e as
concorrência, o mercado consumidor, o grau de vertica-
causas que dão origem aos efeitos sentidos. Esta técnica
consiste em equacionar o problema, descrevendo-o por lização, a configuração da indústria e sua relação com as
escrito, da forma como é sentido naquele momento parti- escalas de operação, o acesso à tecnologia, a propriedade
dos meios de produção e o sistema fiscal-tributário. E,
cular: como afeta o processo, as pessoas, que situação
como fatores sistêmicos, podem-se citar os macroeco-
desagradável o problema causa. (OLIVEIRA, 2009).
nômicos, os político-institucionais, legais-regulatórios,
Seu nome se designa pelas siglas que contém todas infraestruturas; sociais; internacionais (mercado interna-
iniciais em inglês que são abaixo descritas com suas res- cional). “São externalidades sobre as quais o poder de in-
pectivas descrições tervenção é pouco ou nulo” (MALDONADO; PIO,
2004, p. 4).
Coutinho e Ferraz (1994), no Estudo da Competiti-
vidade da Indústria Brasileira, em função dos distintos
setores avaliados, os classificaram em três blocos:
(a) setores com capacidade competitiva;
(b) setores com deficiências competitivas; e,
(c) setores difusos de progresso técnico.
O complexo têxtil, incluindo as indústrias têxtil,
vestuário e de calçados de couro, se encontra no segundo
conjunto, o de deficiências competitivas, contexto pre-
dominante na indústria brasileira. São:
13.6. ANÁLISE COMPETITIVA E ESTRATÉ- Aqueles [setores] que têm a maior parte da produ-
GIAS GENÉRICAS. ção originada de empresas pouco competitivas
Análise competitiva [...], são responsáveis pela maior parte da produ-
ção e do emprego industrial no País e são, em sua
Pode-se alegar que as análises da competitividade maioria, voltados para o consumo pessoal. (COU-
consideram tanto os ambientes externos e internos, sejam TINHO; FERRAZ, 1994, p. 311).
em nível nacional ou internacional, à empresa, à esfera
industrial e à situação econômica do setor produtivo.
É mister ressaltar que, devido à complexidade em
explicar o conceito:
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Conhecimentos Específicos
Estratégias Genéricas • Estratégia como uma resposta às ameaças e
Estratégias genéricas constituem opções amplas, gerais
oportunidades do ambiente e às forças e fraque-
e básicas de posicionamento da empresa em determinado zas internas, a fim de conquistar vantagens
mercado. Suas diferentes tipologias representam classifica- competitivas de longo prazo sustentáveis;
ções de padrões genéricos de comportamento ou de caracte- • Estratégia enquanto uma forma de direcionar as
rísticas estratégicas que uma empresa pode assumir. Elas diferentes tarefas estratégicas e engajar os prin-
facilitam a compreensão dos padrões de comportamento es- cipais níveis da empresa: corporativo, de negó-
tratégico de uma empresa ao lançar luz sobre seus aspectos cio e funcional.
essenciais, reduzindo suas variáveis a um conjunto mais fa- • Estratégia como uma definição da contribuição
cilmente gerenciável (HERBERT; DERESKY, 1987, p. econômica e não-econômica que a empresa pre-
135-136). Servem principalmente aos processos de formu- tende fazer aos seus stakeholders.
lação, avaliação e seleção estratégica, auxiliando os admi-
nistradores a tomar decisões estratégicas mais adequadas, Conforme Porter (1996), a estratégia envolve a cri-
de acordo com os objetivos a serem atingidos. São aplicá- ação de uma posição única e valiosa por meio de um
veis de forma geral e independente do tipo de indústria e do conjunto diferente de atividades desempenhadas. As es-
porte ou natureza da organização. Mas não bastam por si só. tratégias são, ainda, compreendidas de formas distintas
Elas estabelecem o ponto de partida para um desenvolvi- conforme seus níveis de atuação, ainda que elas sejam
mento detalhado de estratégias específicas. Compõem um relacionadas entre si. Hofer e Schendel (1978, p. 27) dis-
conjunto de opções estratégicas iniciais e gerais sobre como tinguiram de forma explícita as estratégias em três níveis
uma empresa pode vir a competir. principais: corporativo, negócios e área funcional. De
Mintzberg e Quinn (2001) tutelam que estratégia acordo com Stoner e Freeman (1999, p. 144), no nível
pode ser definida por pelo menos cinco formas diferen- corporativo, relacionado às grandes empresas diversifi-
tes, que se complementam para uma melhor compreen- cadas possuidoras de múltiplas unidades de negócios, es-
são do termo: um plano, um padrão, uma posição, uma tão as decisões de âmbito mais geral para toda a organi-
perspectiva e um truque ou pretexto. Enquanto plano, a zação. No nível das unidades de negócios as decisões
estratégia é vista como um curso de ação desenvolvido devem ser alinhadas com aquelas de natureza corporativa
de forma consciente e deliberada, uma direção ou cami- e servem àquela unidade de negócios específica. As es-
nho a ser seguido. Como um padrão, a estratégia é defi- tratégias funcionais são aquelas relacionadas às áreas
nida como um comportamento consistente ao longo de como marketing, finanças, produção e recursos humanos,
um determinado tempo. A estratégia pode ser um pretex- as funções organizacionais que devem levar adiante a es-
to, truque ou blefe, no sentido de uma manobra com o tratégia da unidade de negócios.
intuito de enganar um competidor, como o anúncio de Vetor de crescimento de Ansoff
uma nova fábrica a fim de desencorajar a concorrência.
Uma outra definição corresponde à estratégia como uma Uma das alternativas propostas por Ansoff (1990) é
posição, uma maneira de colocar a organização em um uma matriz que mostra possíveis direções a serem segui-
determinado local em seu ambiente. A quinta definição, das para o crescimento da empresa dentro de uma indús-
segundo Mintzberg e Quinn (2001), enxerga a estratégia tria ou entre indústrias. A estratégia de penetração de
como uma perspectiva, uma maneira enraizada de ver o mercado indica uma direção para o crescimento por meio
mundo, ou uma maneira de fazer as coisas, como o de um aumento nas vendas de seu conjunto de produtos e
McDonalds e sua ênfase aos valores da qualidade e lim- missões atuais, seja aumentando as vendas para seus cli-
peza em suas práticas operacionais. A estratégia enquan- entes existentes ou encontrando novos clientes.
to perspectiva olha para dentro da própria organização.
Tipos estratégicos de Miles e Snow
Hax e Majluf (1991, p. 6) também contribuem de
forma relevante para essa visão da estratégia como um Miles e Snow (1978) descrevem quatro tipos de
conceito multidimensional. Para eles, a estratégia envol- formas organizacionais, chamadas de tipos estratégicos,
ve todas as atividades principais da empresa, provendo cada uma baseada em um padrão próprio de resposta e
um senso de unidade, direção e propósito. E identificam adequação às condições ambientais, em termos de ali-
seis dimensões críticas que contribuem para uma defini- nhamento entre estratégia, tecnologia, estrutura e proces-
ção mais ampla do conceito de estratégia: sos. A tipologia estratégica de Miles e Snow reduz a
maioria dos padrões de comportamentos organizacionais
• Estratégia como um padrão de decisões coeren- a quatro tipos básicos: explorador, defensor, analista e
te, integrativo e unificador, que emerge daquilo reativo. Cada um destes tipos organizacionais tem sua
que a empresa faz, sob uma perspectiva históri- própria estratégia adaptativa para enfrentar as mudanças
ca; do ambiente, podendo, inclusive, agir para criá-lo. Ser-
• Estratégia como uma forma de estabelecimento vem à descrição e diagnóstico de padrões de comporta-
do propósito organizacional em termos dos seus mentos organizacionais existentes e à prescrição de al-
objetivos de longo prazo, de seus programas de ternativas de direcionamentos para mudanças estratégi-
ação e suas prioridades de alocação de recursos; cas que se façam necessárias (MILES; SNOW, 1978, p.
• Estratégia como uma definição do domínio 5). As características gerais das formas organizacionais
competitivo da empresa, dos negócios em que a observadas por Miles e Snow (1978) são as seguintes:
empresa está ou pretende estar;
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Conhecimentos Específicos
• Defensores: correspondem àquelas organiza- portância do ambiente organizacional e das con-
ções com um estreito e estável âmbito de pro- tingências vividas e, principalmente com a impor-
duto-mercado, limitados a um segmento especí- tância e necessidade das pessoas e suas diversas
fico, o qual atende, por sua vez, com uma am- formas de interação e integração (individual e co-
pla faixa de produtos e serviços ali desejados a letiva) social para a consecução dos objetivos or-
preço e qualidade competitivos; ganizacionais e individuais. Parte-se do princípio
• Exploradores: são aquelas organizações que de que o homem é um ser eminentemente social e
estão constantemente em busca de novas opor- necessita durante toda a sua existência manter di-
tunidades de produtos e mercados, fazendo versos tipos de relacionamentos e interações com
muitas vezes o papel de criadores da mudança e outras pessoas. Este tipo de comportamento social
da incerteza no ambiente de sua indústria; pode ser estendido para os grupos sociais, dentro
• Analistas: são as organizações intermediárias do princípio de que estes grupos são formados pôr
entre os defensores e os exploradores, atuando pessoas. Os princípios fundamentais da aplicação
em dois âmbitos de produto-mercado, um está- dos conceitos de redes são a interação, o relacio-
vel e outro dinâmico; namento, a ajuda mútua, o compartilhamento, a in-
• Reativos: são as organizações incapazes de tegração e a complementaridade. (CÂNDIDO, G.
responder de maneira efetiva às mudanças am- A., ABREU, A. F. 2000, p1).
bientais, possuindo um padrão de adaptação in- O modo de gestão e produção fordista que é deno-
consistente e instável, ao contrário das outras tada através de empresas com hierarquia rígida e integra-
três formas organizacionais. ção vertical demonstrou ser ineficaz para acompanhar as
Estratégias genéricas de Porter rápidas mudanças de cenários tecnológicos e econômicos
com mudanças frequentes.
Porter (1996) identificou três estratégias competiti-
vas genéricas com as quais uma empresa pode enfrentar Para fazer frente às necessidades de adaptação, no-
as forças competitivas da indústria em que atua: a estra- vos arranjos organizacionais foram implementados, e as
tégia de liderança de custo, a de diferenciação e a de en- redes de empresa são o principal elemento de identifica-
foque, que tem duas variantes, o enfoque no custo e o en- ção. A formação das redes organizacionais advém de vá-
foque na diferenciação. Pode-se dizer, portanto, que são rios aspectos, dentre eles:
apenas duas, ou seja, liderança de custo e diferenciação, Respostas às mudanças mercadológicas que aumen-
possíveis ainda de alcançar um escopo amplo ou um es- tar a interdependência entre as empresas, pois estas não
copo específico (estratégia de foco). Essas abordagens sobreviveriam isoladas num ambiente altamente mutável
genéricas representam uma maneira ampla de a empresa e de alta competitividade;
competir. Elas combinam os dois tipos de vantagem b) Complementaridade entre empresas que desem-
competitiva com o escopo competitivo amplo ou estreito penham papéis que podem ser integrados numa produ-
da empresa. Na visão de Porter (1996), cada estratégia ção;
genérica é um método fundamentalmente diferente para c) Busca de redução de custos operacionais e de in-
a criação e a sustentação de uma vantagem competitiva, fraestrutura;
combinando o tipo de vantagem competitiva que uma d) Aumento do poder negocial - quando empresas
empresa busca com o escopo de seu alvo estratégico. que utilizam mesmas matérias-primas se unem para obte-
rem descontos em função de aquisição em grandes quan-
tidades;
13.7. REDES E ALIANÇAS. e) Busca de ganhos em tecnologia - quando empre-
Com a veloz e contínua mudança do ambiente mer- sas similares de unem para acelerar o desenvolvimento
cadológico, as empresas tiveram que se adaptar a uma tecnológico através de conhecimentos compartilhados.
nova forma de organização e administração. Empresas Segundo Villela (2006), organizações em rede pos-
com rigidez hierárquica e em seus sistemas de produção suem maiores chances de superar externalidades e me-
e administração mecanicista ficam certamente em des- lhorar sua competitividade, mas cooperar e competir si-
vantagem competitiva num ambiente de incertezas e ins- multaneamente necessita de mudanças de comportamen-
tabilidades. Porque não terão a agilidade, a especializa- to, percepções e de capacitação. Grandes empresas pare-
ção e o conhecimento necessários para responderem a cem ser mais capacitadas a formarem redes eficientes,
demandas contínuas de seus clientes ou possíveis clien- em contrapartida empresas menores têm maior dificul-
tes. dade de compreensão e adaptação às formações de redes.
Aplicação dos conceitos de redes no contexto do Sendo que empresas menores em princípio são as mais
atual ambiente de negócios decorre de duas pre- vulneráveis em termos mercadológicos e competitivos e
missas básicas, a primeira refere-se ao constante e que mais necessitam se agrupar vis a vis à concorrência.
crescente aumento da concorrência e competitivi- Entende-se que a estrutura de redes empresariais é
dade empresarial e, a outra ao fato de que as em- uma evolução nas estruturas e nas relações entre as orga-
presas atuando de forma isolada não terão condi- nizações, e especialmente em redes hierárquicas (como
ções de obter as devidas condições de sobrevivên- no caso da Microsoft), o papel de liderança e estratégico
cia e desenvolvimento. A teoria de redes está dire-
tamente relacionada com o reconhecimento da im-
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Conhecimentos Específicos
é exercido pela empresa que domina os conhecimentos é, trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias
de mercado, produtos e serviços. e políticas estabelecidos no planejamento estratégico.
Segundo Fleury (2005), as empresas que dominam O planejamento tático é desenvolvido em níveis or-
suas respectivas redes têm em comum o fato de deterem ganizacionais inferiores, ou seja, é realizado no nível ge-
os conhecimentos e competências específicas em suas rencial ou departamental, tendo como principal finalida-
áreas de atuação. Em suas cadeias, essas empresas- de a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a
líderes são as producer driven (comandadas por produto- consecução de objetivos previamente fixados, segundo
res) que lideram por terem um conjunto de competências uma estratégia predeterminada, bem como as políticas
mais completo e desenvolvido, elas dominam as ativida- orientadoras para o processo decisório organizacional.
des relacionadas ao marketing e desenvolvimento de Características Principais:
produtos, e subcontratam as atividades as atividades ope- • Processo permanente e contínuo;
racionais e desenvolvimento de subsistemas. Essas em- • Aproxima o estratégico do operacional;
presas possuem um maior conhecimento das necessida-
• Aproxima os aspectos incertos da realidade;
des e estratégias do cliente final, o que lhes possibilita
• É executado pelos níveis intermediários da or-
melhor desenvolverem suas próprias estratégias. E para
ganização;
permanecerem do controle da rede, desenvolvem compe-
tências relacionadas à inovação e coordenação. A Micro- • Pode ser considerado uma forma de alocação de
soft domina com competência sua rede empresarial, des- recursos;
de a produção (com foco inovativo) até entrega ao clien- • Tem alcance mais limitado do que o planeja-
te final, esta, feita por seus parceiros (revendas autoriza- mento estratégico, ou seja, é de médio prazo;
das). • Produz planos mais bem direcionados às ativi-
dades organizacionais.
Segundo Britto (2002), pode-se citar alguns tipos de
estruturas em rede conforme abaixo: Representa uma tentativa da organização de integrar
o processo decisório e alinhá-lo à estratégia adotada,
a) Alianças estratégicas - entre organizações para para orientar o nível operacional em suas atividades e
cooperação na produção e tecnologia; tarefas, a fim de atingir os objetivos organizacionais
b) Programas de cooperação - visando inovação en- anteriormente propostos (CHIAVENATO, 1994).
tre as organizações;
c) Subcontratação e terceirização - que originariam
redes verticais; 13.9. PLANEJAMENTO OPERACIONAL.
d) Cooperativas- atuação entre organizações de um
mesmo ramo de forma a flexibilizar seus sistemas produ- O plano operacional coloca em prática cada um dos
tivos; planos táticos dentro da empresa. Ele é projetado no cur-
e) Distritos industriais - diversas organizações pró- to prazo e envolve cada uma das tarefas e metas da em-
ximas geograficamente numa mesma região; presa.
f) Sistemas nacionais ou regionais de inovação - ba- Um planejamento operacional deve planejar os pra-
seados no nível de especialização e interação entre diver- zos, metas e recursos para a implantação de um projeto
sas organizações que visam à inovação em seus ramos de ou tarefa dentro da empresa. Por ser a última etapa de
atividade. planejamento, o operacional deve ser um plano mais de-
talhado que os outros dois, tentando explicar cada tarefa
isoladamente.
Desta maneira que os planejamentos Estratégico,
Tático e Operacional trabalham juntos. Cada um tem um
escopo dentro da empresa e seguem uma ordem:
Estratégia >> Tática >> Operação
Preocupa-se com os métodos operacionais e aloca-
ção de recursos:
• Detalhamento das etapas do projeto;
• Métodos, processos e sistemas aplicados;
• Pessoas: responsabilidade, função, ativida-
des/tarefas;
• Equipamentos necessários;
• Prazos e cronograma.
• Planos que especificam os detalhes de co-
mo devem ser alcançados os objetivos or-
13.8. PLANEJAMENTO TÁTICO. ganizacionais globais;
O planejamento tático tem por objetivo otimizar de- • Detalhado e analítico;
terminada área e não a organização como um todo, isto • Curto prazo;
• Microorientado;
o Como fazer:
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Conhecimentos Específicos
o Procedimento (método); • Objetivo mensurável e específico: aumentar as
o Orçamento (recursos); vendas em 7% ou conseguir uma venda em pelo
o Programação (tempo); menos a cada 10 contatos.
o Regulamento (comportamento).
2) Tempo definido: define-se um prazo específico
para a realização de cada objetivo, com prazos interme-
diários para verificação de desempenho da equipe.
3) Feedback sobre desempenho: No decorrer do
prazo de realização dos objetivos, a equipe é avaliada.
No final do prazo, um novo plano de ação é definido, pa-
ra o próximo período. Caso o desempenho da equipe te-
nha ficado abaixo do esperado, deve-se complementar o
plano de ação com ações corretivas.
O Processo Participativo e Democrático da APO
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Conhecimentos Específicos
Segundo Campbell (1997:41), administradores e interligam entre si, formando uma relação de causa e
empregados necessitam constantemente monitorar o de- efeito.
sempenho de suas companhias. Entretanto, nem todas as
Desde que foi criado, o BSC vem sendo utilizado
medidas de desempenho que são necessárias são encon-
por centenas de organizações do setor privado, público e
tradas nos tradicionais relatórios financeiros. Por isso, a
em ONGs no mundo inteiro e foi escolhido pela
tendência mais importante atualmente é o “balanced sco-
renomada revista Harvard Business Review como uma
recard”.
das práticas de gestão mais importantes e revolucionárias
Este sistema apresenta informações tanto de caráter dos últimos 75 anos.
financeiro como não financeiro em formatos lógicos.
Mede o que é importante para o desempenho total da Segundo Kaplan e Norton, Balanced Scorecard é
companhia. uma técnica que visa a integração e balanceamento de
todos os principais indicadores de desempenho existen-
Os requisitos para definição desses indicadores
tes em uma empresa, desde os financei-
tratam dos processos de um modelo da administração de
ros/administrativos até os relativos aos processos inter-
serviços e busca da maximização dos resultados
nos, estabelecendo objetivos da qualidade (indicadores)
baseados em quatro perspectivas que refletem a visão e
para funções e níveis relevantes dentro da organização,
estratégia empresarial:
ou seja, desdobramento dos indicadores corporativos em
• financeira; setores, com metas claramente definidas.
• clientes;
• processos internos; Assim, esse modelo traduz a missão e a estratégia
de uma empresa em objetivos e medidas tangíveis.
• aprendizado e crescimento.
É um projeto lógico de um sistema de gestão As medidas representam o equilíbrio entre os diver-
genérico para organizações, onde o administrador de sos indicadores externos (voltados para acionistas e cli-
empresas deve definir e implementar (através de um entes), e as medidas internas dos processos críticos de
Sistema de informação de gestão, por exemplo) variáveis negócios (como a inovação, o aprendizado e o cresci-
de controle, metas e interpretações para que a mento).
organização apresente desempenho positivo e O BSC sinaliza em quais segmentos de mercado se
crescimento ao longo do tempo. deve competir e que clientes conquistar. Oferece uma vi-
BSC (Balanced Scorecard) é uma sigla que pode são do futuro e um caminho para chegar até ele.
ser traduzida para Indicadores Balanceados de
Desempenho, ou ainda para Campos (1998), Cenário O BSC é um método que auxilia os gestores a de-
Balanceado. O termo “Indicadores Balanceados” se dá senvolver bem uma estratégia do princípio ao fim e de-
ao fato da escolha dos indicadores de uma organização pois fazer com que cada um na organização esteja envol-
não se restringirem unicamente no foco econômico- vido a implementá-la (Kaplan e Norton, 2001).
financeiro, as organizações também se utilizam de Os indicadores devem traduzir a estratégia da em-
indicadores focados em ativos intangíveis como: presa e devem ser utilizados para auxiliar qualquer um
desempenho de mercado junto a clientes, desempenhos na organização e tentar atingir as prioridades estratégi-
dos processos internos e pessoas, inovação e tecnologia. cas. Somente assim as empresas serão capazes de não
Isto porque o somatório destes fatores alavancará o apenas criar estratégia, mas também implementá-las
desempenho desejado pelas organizações, (Kaplan e Norton, 2001).
consequentemente criando valor futuro. Através da observação dos resultados obtidos em
Segundo Kaplan e Norton (1997, p. 25), o Balanced outras empresas, Kaplan e Norton concluíram que o Ba-
Scorecard reflete o equilíbrio entre objetivos de curto e lanced Scorecard deixara de ser um sistema de medição
longo prazo, entre medidas financeiras e não-financeiras, para se tornar rapidamente (1997, pg. 9) um sistema de
entre indicadores de tendências e ocorrências e, ainda, gestão, com o qual os executivos estavam não somente
entre as perspectivas interna e externa de desempenho. comunicando a estratégia, mas também efetuando a sua
Este conjunto abrangente de medidas serve de base para gerência.
o sistema de medição e gestão estratégica por meio do
qual o desempenho organizacional é mensurado de O BSC emergiu porque é um sistema capaz de
maneira equilibrada sob as quatro perspectivas. Dessa compreender a estratégia empresarial e comunicá-la a
forma contribui para que as empresas acompanhem o toda a organização (Kaplan e Norton apud Kaplan e Nor-
desempenho financeiro, monitorando, ao mesmo tempo, ton 2001; Banker, Chang, e Pizzini, 2004, pg. 22).
o progresso na construção de capacidades e na aquisição Por contemplar medidas não financeiras pode auxi-
dos ativos intangíveis necessários para o crescimento liar as empresas frente às mudanças do meio ambiente
futuro. onde os ativos intangíveis da organização ganharam
Portanto, a partir de uma visão balanceada e maior importância como fonte de vantagem competitiva
integrada de uma organização, o BSC permite descrever no final do século XX (Kaplan e Norton, 2001, pg.88;
a estratégia de forma muito clara, por intermédio de Kaplan e Norton, 1996 pg. 68).
quatro perspectivas: financeira; clientes; processos O Balanced Scorecard, portanto, é baseado em qua-
internos; aprendizado e crescimento. Sendo que todos se tro perspectivas (financeira, clientes, processos internos
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Conhecimentos Específicos
e aprendizado/crescimento), formando um conjunto coe- produtividade na era da informação, como fez Frederick
so e interdependente, com seus objetivos e indicadores Taylor com a fábrica na era da industrialização, por qui-
se inter-relacionando e formando um fluxo ou diagrama lômetro de texto produzido? A informação não deve ser
de causa e efeito que se inicia na perspectiva do aprendi- avaliada simplesmente pelo volume. Avaliamos uma re-
zado e crescimento e termina na perspectiva financeira. feição pelo número de calorias? O sentido dos PC’s
(Personal Computer) é precisamente realçar o conteúdo
assim como a sua produção. Dessa forma, os PC’s se
13.12. PROCESSO DECISÓRIO. tornam verdadeiras ferramentas de poder intelectual”.
Desde a criação, o homem vem enfrentando o dile- A tomada de decisão da administração se tornou
ma de tomar decisões, sejam estas conscientes ou in- dependente da informação, e o computador e suas tecno-
conscientes, racionais ou irracionais. A tomada de deci- logias – que fazem com que as aquisições de informa-
são é um processo muito antigo que vem sendo estudado ções se tornem rotineiras – têm aumentado muito a quan-
constantemente com o objetivo de encontrar algum ca- tidade e a sofisticação das mesmas.
minho que permita facilitar a complexidade deste assun-
to. Como sugere Gassee, a simples quantidade de in-
formação não promove melhores tomadas de decisão nas
O Processo Decisório está vinculado à função de empresas. Em vez disso, a força das tecnologias de aqui-
Planejamento, inserido no corpo maior da Ciência da sição de informações se encontra na habilidade de apri-
Administração. Alguns autores da Administração o morar significativamente a qualidade da informação; e
consideram a essência da gestão, outros o entendem co- isso sim tem um impacto direto no sucesso gerencial
mo uma etapa desta função e ainda pode ser visto como
um caminho que induz as pessoas a produzir decisões, Além disso, a informação também é um método di-
tanto em empresas privadas como em órgãos públicos ou nâmico para se ganhar uma vantagem no mercado globa-
em relação à vida pessoal. lizado. Esse conceito relativamente novo é o IPVC* (In-
Na evolução do seu estudo, no ambiente das organi- formação para Uma Vantagem Competitiva), expressão
zações, duas variáveis estão sempre presentes: a Infor- usada pela Divisão de Consultoria de Informações Ge-
mação e a Comunicação. Ambas são extremamente im- renciais da Arthur Andersen & Co., uma das mais impor-
portantes para facilitar a vida do gestor no contexto da tantes empresas de consultoria administrativa do mundo.
tomada de decisão. A dinâmica da informação e o seu valor para a ad-
O valor da informação ministração estão no fato de que conferem vantagens
competitivas em relação ao mercado concorrencial. Es-
Os estudiosos em gestão afirmam que as decisões tudiosos em gestão chegam a dizer que a informação é
baseadas em informação são apenas tão boas quanto a in- uma arma indispensável para ser usada neste ambiente
formação nas quais estão baseadas. Computadores con- extremamente competitivo que circunda as organizações.
seguem produzir uma quantidade tremenda de informa- Embora isso possa ser uma perspectiva exageradamente
ção, mas o impacto dessa tecnologia não está na quanti- dramática sobre a informação, ela realmente indica o va-
dade e sim na qualidade da informação produzida. Ob- lor cada vez mais importante que lhe é atribuído pelos
serva-se que o comportamento da empresa é diretamente gerentes contemporâneos.
afetado, em termos de eficácia e eficiência, pela qualida-
de das decisões, as quais, por sua vez, são influenciadas Essa prospecção dinâmica da informação dentro da
pela qualidade das informações geradas, agindo como empresa leva a uma leitura igualmente dinâmica sobre os
um processo integrado e sistêmico. processos de aquisição, administração e segurança a res-
Esses aspectos da interação entre as atividades dos peito da informação organizacional.
gestores e as informações são considerados por Mcgee e Esse processo é visto na figura 1. É importante des-
Prusak (1994, p. 180) como algo essencialmente entrela- tacar, neste esquema, que a primeira etapa desse fluxo é
çado e indissolúvel, ao afirmarem que: a determinação das necessidades de informação do ges-
O papel do executivo na organização é to- tor ou da organização.
mar decisões sobre as atividades diárias
que levem ao sucesso num futuro incerto.
Essa sempre foi uma tarefa intimamente li-
gada à informação. Poderíamos dizer que o
slogan do moderno administrador seria:
“Se pelo menos tivéssemos mais dados”.
Em síntese, ao melhorar a qualidade da informação,
a tecnologia da informática pode melhorar a qualidade
da tomada de decisão na gestão das organizações. A importância da informação e da comunicação
Jean-Louis Gassee, ex-diretor de pesquisa e desen- no ambiente da tomada de decisão
volvimento da Apple Computer Inc., em uma entrevista Como você viu, a Informação é fundamental para as
sobre computadores em geral, fez a seguinte afirmação: organizações modernas pois oferece vantagens competi-
“Será que realmente acreditamos que podemos medir a tivas.
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Conhecimentos Específicos
Os gestores das organizações têm tipos e necessida- tópicos pessoais até decisões mais abrangentes, como no
des diversas de informações, e uma perspectiva de in- planejamento de grandes projetos que envolvem as organi-
formação como um sistema dinâmico permite integrar zações privadas e públicas.
seus vários componentes. De acordo com Moresi (2000), As decisões têm frequentemente um impacto muito
a arquitetura de informação de uma empresa está estrutu- além do resultado imediato. Na realidade, as decisões toma-
rada de forma institucional, intermediária e operacional: das hoje se direcionam muito mais ao futuro, que é fruto das
• informação institucional – voltada à direção idealizações nas quais as decisões são baseadas.
da empresa – possibilita observar as variáveis O estudo do Processo Decisório tem evoluído desde
presentes nos ambientes externo e interno, os anos 1940. Isso se deve, principalmente, ao crescente co-
com a finalidade de monitorar e avaliar o de- nhecimento dos problemas aplicados, ao desenvolvimento
sempenho, o planejamento e as decisões de al- de novas técnicas administrativas, informacionais e à absor-
to nível; ção de novos procedimentos quantitativos oriundos da Ma-
• informação intermediária – voltada ao corpo temática e da Pesquisa Operacional.
gerencial – permite observar as variáveis pre- A Teoria das Decisões nasceu de Herbert Simon, que a
sentes nos ambientes externo e interno, moni- utilizou para explicar o comportamento humano nas organi-
torar e avaliar seus processos, o planejamento zações. O autor, no seu livro O Comportamento Administra-
e a tomada de decisão de característica geren- tivo (1970), diz que a Teoria Comportamental concebe a or-
cial; e ganização como um sistema de decisões. Neste sistema, ca-
• informação operacional – voltada à chefia de da pessoa participa racional e conscientemente, tomando
setores e seções – possibilita executar as suas decisões individuais a respeito de alternativas racionais de
atividades e tarefas, monitorar o espaço geo- comportamento. Assim, a organização está permeada de de-
gráfico sob sua responsabilidade, o planeja- cisões e de ações.
mento e a tomada de decisão de seu nível. De acordo com Gomes e Almeida (2002), os modelos
Um processo de decisão inicia-se pela identificação de apoio à tomada de decisão, em resposta à escassez dos
das necessidades, do que é possível fazer, da informação recursos financeiros e ao ônus crescente desses recursos, fa-
que está disponível e da comunicação que precisa ser zem com que as decisões sejam tomadas com base em crité-
efetuada. Espera-se que estes elementos, ordenados nu- rios racionais que garantam a otimização dos retornos obti-
dos. A introdução do risco e da incerteza nos modelos trou-
ma estrutura lógica, resultem na possibilidade de uma
xe uma nova gama de informações que permitiu o aperfei-
melhor decisão.
çoamento do processo decisório.
De uma maneira geral, todas as atividades de plane- O desenvolvimento de novas técnicas se fez necessário
jamento envolvem a tomada de decisão de uma forma para que os modelos fossem mais bem interpretados, com
mais estruturada ou de uma maneira mais pragmática. As maior precisão em relação aos novos problemas e questões
decisões em ambientes organizacionais podem abranger do mundo globalizado. Estas novas técnicas de tomada de
a coleta de dados, identificação de alternativas, negocia- decisão, que serão objeto de estudo mais adiante, estão em
ções e avaliação de alternativas de ação, entre outros. Ao crescente e rápida evolução nos últimos anos.
longo de cada um desses processos o gestor defronta-se Alguns teóricos da Administração acreditam que as
com decisões: decisões devem ser tomadas segundo um plano sequencial.
O tomador de decisões, quer esteja motiva- Outros defendem uma abordagem menos estruturada, po-
do pela necessidade de prever ou controlar, rém igualmente disciplinada, que exige a manutenção de
geralmente enfrenta um complexo sistema um debate e reavaliação do contexto das decisões.
de componentes correlacionados, como re- Conforme diversos autores da área, o processo de to-
cursos, resultados ou objetivos desejados, mada de decisão, na maioria das decisões nas organizações,
pessoas ou grupos de pessoas; ele está inte- envolve os seguintes passos:
ressado na análise desse sistema. Presumi- 1. Formular o problema;
velmente, quanto melhor ele entender essa 2. Estruturar o problema a fim de relacionar suas par-
complexidade, melhor será sua decisão tes na forma de um modelo;
(RIBEIRO, 2003). 3. Proceder a uma montagem técnica do modelo;
4. Testar/simular o modelo e as suas possíveis solu-
De acordo com Pereira e Fonseca (1997), a decisão é
ções;
um processo sistêmico, paradoxal e contextual, não poden-
5. Estabelecer controles sobre a situação e a sua deli-
do ser analisada separadamente das circunstâncias que a en-
mitação; e
volvem. O conhecimento das características, dos paradoxos
6. Implementar a solução na organização.
e desafios da sociedade é essencial à compreensão dos pro-
cessos decisórios. É importante ressaltar que inúmeras pesquisas vêm en-
Podemos salientar que a decisão é um julgamento, riquecendo a experiência dos estudiosos sobre Processo De-
uma escolha feita entre alternativas incluindo todos os “o cisório, bem como a literatura sobre o referido assunto. No-
que”, “quando”, “quem”, “por que” e “como”, que apare- vas visões vêm sendo dadas ao tema e as mais modernas
cem nos processos de decisão. Com o intuito de evitar pro- são resultados das contribuições da Psicologia, Sociologia,
blemas futuros, os administradores devem se basear em de- Antropologia e da Gestão do Conhecimento.
cisões cuidadosamente formuladas. Os estudiosos em Administração, Koontz e O’Donnell
Assim sendo, tomar decisões faz parte do cotidiano da (1972), identificam a tomada de decisão como o planeja-
vida e está presente em todos os seus aspectos, indo desde mento administrativo.
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Conhecimentos Específicos
Já Herbert Simon (1963), considerado o “pai” do Pro- Etapa 3 – formulação de alternativas. As diversas
cesso Decisório, entende o mesmo como um processo ad- soluções possíveis para resolver o problema ou crise, ou
ministrativo. as alternativas que vão permitir aproveitarmos as oportu-
Segundo Chiavenato (1999), a tomada de decisão é ta- nidades; e
refa mais característica do administrador. Porém, os gesto- Etapa 4 – escolha de alternativas que julgamos
res não são os únicos a decidir, pois o trabalho do executivo mais adequadas. É a tomada de decisão.
consiste não apenas em tomar decisões próprias, mas tam- Peter Drucker (1972), o patrono da moderna Admi-
bém em providenciar para que toda a organização que diri- nistração, denomina as decisões de táticas e estratégi-
ge, ou parte dela, tome-as também de maneira efetiva.
cas. As decisões táticas são mais simples, podendo-se
O administrador tem como função específica de- confiar na capacidade intuitiva do decisor de tomar a de-
senvolver e regular o processo de tomada de decisão da cisão acertada. As decisões estratégicas são mais difí-
maneira mais eficaz possível, isto é, a função do admi- ceis, pois o problema e a solução são desconhecidos, fa-
nistrador não é exclusivamente tomar decisões, mas zendo com que a tomada de decisão seja sempre obtida
também tomar providências para que o processo de de- através de um processo visando a solução do problema.
cisão se realize de maneira eficaz. A formulação de decisões inclui elementos relaciona-
dos tanto com o clima organizacional* como com um con-
Segundo Simon (1963), a decisão é um processo de
junto de regras básicas* previamente estabelecidas.
análise e escolha entre várias alternativas disponíveis do
curso de ação que a pessoa deverá seguir. Ele aponta seis Blake e Mouton (apud CHIAVENATO, 1999) afir-
elementos clássicos na tomada de decisão: mam que os problemas serão corretamente solucionados e
serão tomadas boas decisões se existir uma cultura ou clima
• o tomador de decisão – é a pessoa que faz dentro da organização que permita o uso livre e objetivo da
uma escolha ou opção entre várias alternati- informação. Por conseguinte, é função do administrador
vas de ação; formar o clima em que seus subordinados tenham interesse
• os objetivos – que o tomador de decisão tanto pela produção como pelas pessoas. Mas para isto
pretende alcançar com suas ações; acontecer precisamos de Regras Básicas.
• as preferências – critérios que o tomador de Nesse sentido, Ribeiro (2003) supõe que todas as pes-
decisão usa para fazer sua escolha; soas na organização são sérias, dedicadas e capazes, e de-
• a estratégia – o curso da ação que o toma- vem ter aptidão para resolver os problemas corresponden-
dor de decisão escolhe para atingir os obje- tes. As fraquezas observáveis na tomada de decisões orga-
tivos, dependendo dos recursos que venha a nizacionais podem ser atribuídas às fraquezas no processo
de comunicação intra-organizacional.
dispor;
• a situação – aspectos do ambiente que en- Esse aspecto é reforçado pela afirmação de Lickert
volvem o tomador de decisão, muitos dos (apud CHIAVENATO, 1999), no sentido de que a ade-
quais se encontram fora do seu controle, co- quada solução de problemas e a boa tomada de decisão
nhecimento ou compreensão e que afetam são simplesmente resultantes da eficiência e eficácia do
sua escolha; grupo.
• o resultado – é a consequência ou resultante Os atores do Processo Decisório
de uma dada estratégia de decisão.
As decisões são, excepcionalmente, tomadas por
Tendo como premissa que processos administrati- um indivíduo isolado, seja este governador, ministro,
vos são processos decisórios, Ansoff (1977) afirma que presidente de uma grande organização ou reitor de uma
todo executivo experiente sabe que grande parte de seu universidade, diretor técnico, financeiro, comercial, entre
trabalho é ocupado por um processo diário de tomada de outros, cujos resultados são consequências da interação
decisões e, portanto, deve ser potencializado por parte entre as preferências dos envolvidos no processo. A de-
das empresas, através dos recursos básicos: físicos, fi- cisão final pode caber, ainda, a várias entidades e não
nanceiros e humanos. apenas a um simples indivíduo.
Já Bethlem (1987), no artigo modelos de Processo Tais entidades podem, por um lado, representar
Decisório, sintetizou os principais mecanismos (instru- corpos constituídos – assembleia eleita ou nomeada,
mentos) que orientam o processo decisório e a tomada de conselhos de ministros, comitês de direção, júri, etc. – e,
decisão, revisando os modelos apresentados por autores por outro, uma coletividade com contornos mal definidos
como Simon, Kepner & Tregoe, Guilford e Mintzberg e - como é o caso dos grupos de interesse, associações de
até mesmo os modelos militares, sugerindo um modelo defesa, opinião pública e grupos comunitários.
genérico composto de quatro etapas: Estes atores (indivíduos, corpos constituídos e cole-
Etapa 1 – decisão de decidir – assumir um compor- tividades) são chamados intervenientes, na medida em
tamento que leve a uma decisão qualquer é uma decisão; que, através de suas ações, condicionam a decisão em
Etapa 2 – uma vez decidido iniciar o processo deci- função do sistema de valores dos quais são portadores.
sório, a etapa seguinte é a definição do que vamos deci- Ao lado deles estão todos aqueles (administradores, con-
dir. Há ocasiões em que trabalhamos na solução de pro- tribuintes e consumidores, entre outros) que, de maneira
blemas que não definimos, mas estatisticamente o seu normalmente passiva, sofrem as consequências da deci-
número é menos significativo; são.
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Conhecimentos Específicos
Para a definição do termo decisor, alguns autores Modelo Normativo: o que deve ser feito é a preo-
inspiram-se no sentido etimológico da palavra. Por cupação central. É o modelo dos grupos técnico-
exemplo: o decisor é aquele, dentre os atores, que está profissionais; e
munido de poder institucional para ratificar uma decisão
Modelo Racional: o Processo Decisório tem como
(MINTZBERG, 2000, GOMES, 2002 e MONTANA,
intuito maximizar os objetivos da alta administração e de
1999).
seus acionistas. Além dos modelos apresentados, que na
Ou ainda, segundo Koontz, O’Donnell e Weihrich realidade resumem idéias e concepções de diferentes au-
(1986), por definição, o tomador de decisão é a pessoa tores, outros estudiosos também sugerem modelos espe-
que leva a culpa se a decisão conduzir para um resultado cíficos de Processo Decisório. Vahl (1991), por exemplo,
não desejado ou angustiante. ao analisar as universidades, sugere que estas organiza-
ções têm um sistema de decisões onde os elementos par-
No entanto, em algumas situações complexas, e em
ticipam optando e decidindo sobre alternativas mais ou
particular nas de interesse público, não existem decisores
menos racionais, uma vez que a administração de uma
óbvios nem tampouco processos de decisão técnicos e
universidade envolve decisões sobre seus objetivos bási-
transparentes, mas decisões políticas e/ou sociais que al-
cos e sua missão. Para ele, o Processo Decisório em uni-
teram a racionalidade do processo decisório.
versidades deve ser analisado sob a ótica dos modelos
Os atores influenciam o processo decisório de burocrático, comportamentalista ou colegiado e normati-
acordo com o sistema de valores que representam, bem vo de tomada de decisão.
como através das relações que estabelecem entre si, as
Existe frequentemente uma relação entre os vários
quais podem acontecer ou sob a forma de alianças,
modelos e o contexto – estrutura, cultura e ambiente or-
quando seus objetivos, interesses e aspirações são com-
ganizacional – em que a decisão é tomada. Os principais
plementares ou idênticos, ou sob a forma de conflitos,
fatores contextuais são:
quando os valores de uns se opõem aos valores defendi-
dos por outros. • ambiente – apresenta complexidade, é di-
nâmico e hostil;
Essas relações possuem caráter dinâmico e instável
e podem modificar-se durante o processo de decisão, de- • organização – distribuição de poder (nível e
vido: posição), tipo de organização (autocracia,
burocracia e adocracia) e tipo de cultura (de
• ao enriquecimento do sistema de informa- poder, de papéis, de pessoas e de tarefas);
ções; • característica do decisor – proativo, intui-
• ao processo de aprendizagem a que se sub- tivo, reativo, analítico, autônomo, inovador
metem os gestores durante o processo de es- e disposto a correr riscos; e
truturação do problema; • tipos de assunto – complexos, urgentes,
• às influências dos valores e das estratégias simples, abrangentes e dinâmicos.
de outros decisores;
Resumindo, podemos dizer que, independentemente
• e à intervenção de um facilitador.
dos atores e modelos, os processos de tomada de decisão
Por outro lado, alguns administradores não têm a são em grande parte determinados pelas características e
habilidade suficiente para incorporar esses elementos e pelo contexto da organização em que ocorrem.
fazê-los valer perante os demais intervenientes.
Tipos, estilos e níveis de tomada de decisão.
Modelos no Processo Decisório:
Existe um consenso crescente de que a tomada de
Os estudiosos da Teoria Administrativa, ao des- decisão deve levar em consideração a natureza incerta
crever em modelos os procedimentos característicos da dos negócios, uma vez que as empresas contemporâneas
tomada de decisão, chegaram à formulação de vários es- estão se tornando mais complexas.
quemas interpretativos do Processo No entanto, a abordagem mais simplista para a so-
Decisório. Tais modelos podem ser sintetizados lução de problemas, o pensamento linear, supõe que
como: cada problema tem uma solução única, uma solução que
afetará apenas a área do problema e não o restante da or-
Modelo Clássico ou Burocrático: os procedimen- ganização e que, uma vez implementada, permanecerá
tos lógico-formais do Processo Decisório são enfatiza- válida e deverá ser avaliada apenas em termos de quão
dos, corroborando que quem toma as decisões examina bem resolve o problema. Os problemas são visto como
primeiro os fins e só depois estuda os meios para alcan- discretos, singulares e únicos.
çá-los, subordinando a eficácia da decisão à escolha da
Apesar dos gestores serem fascinados pela simpli-
melhor decisão;
cidade das soluções do pensamento linear, muitas vezes
Modelo Comportamentalista: o comportamento esta não é a maneira mais eficaz de tratar os problemas
dos indivíduos na organização é muito acentuado e organizacionais. Nos ambientes de negócios modernos,
abrangente; em consequência, os gestores procuram pre- que sofrem constantes transformações, existem pelo me-
vê-lo para evitar situações desagradáveis no contexto das nos três grandes dificuldades para essa abordagem de so-
decisões. Afinal, a Teoria Comportamental concebe a lução de problemas:
organização como um sistema de decisões;
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Conhecimentos Específicos
• uma vez que a solução afeta não apenas a
área do problema, mas também o restante da
organização, seus resultados não podem ser
previstos;
• mesmo que os resultados de uma solução se-
jam apenas os esperados e desejados, se vo-
cê focalizar uma única área do problema
acabará ignorando os inter-relacionamentos
entre os elementos organizacionais e isso
poderá levar a uma solução simplista que
não resolve o problema como um todo; e
• o pensamento linear acredita que os proble-
mas, uma vez definidos, e as soluções, uma
vez implementadas, são sempre válidos e
ignoram a natureza rápida das mudanças dos As decisões estratégicas são aquelas que determi-
ambientes de negócios. nam os objetivos da organização como um todo, seus
Tais dificuldades levaram muitos teóricos e admi- propósitos e direção, sendo uma função exclusiva da alta
nistradores a abordarem essa tomada de decisão de for- administração. A direção da empresa tem o “quadro ge-
ma diferente. Essa nova abordagem é chamada de pen- ral” de todos os elementos de seu negócio e precisa ser
samento sistêmico. capaz de integrá-los em um todo coerente no ambiente
O pensamento sistêmico é uma abordagem mais da organização.
contemporânea à solução de problemas. Ele supõe serem As decisões tomadas nesse âmbito também deter-
estes complexos e relacionados a uma situação, e que as minarão como a empresa se relacionará com os ambien-
soluções não apenas os resolvem, mas também terão um tes externos. Já que as políticas estratégicas afetam a
impacto no restante da organização. Por consequência, empresa como um todo, elas são mais adequadas quando
devem ser avaliados em termos de qual a melhor forma tomadas no nível mais alto. Essas políticas e metas não
de serem resolvidos (resultados intencionais) e como afe- são muito específicas, porque precisam ser aplicadas em
tam a organização como um todo (resultados involuntá- todos os níveis e departamentos.
rios).
Em relação às decisões táticas (ou administrativas),
Uma das faces do pensamento sistêmico não vê os elas são tomadas em um nível abaixo das decisões estra-
problemas como sendo singulares, mas os vê como rela- tégicas. Normalmente são tomadas pela gerência inter-
cionados a todos os aspectos da organização. As organi- mediária, como gerentes de divisão ou de departamentos.
zações são compostas de sistemas e processos inter- Essas decisões envolvem o desenvolvimento de táticas
relacionados e qualquer mudança em um dos aspectos para realizar as metas estratégicas definidas pela alta ge-
organizacionais afetará todos os outros. rência.
Portanto, um pensador sistêmico deve considerar o Decisões táticas são mais específicas e concretas do
inter-relacionamento entre os sistemas e os processos de que decisões estratégicas e mais voltadas para a ação.
uma organização antes de programar uma solução. As- Por exemplo, decisões sobre compras, execução de uma
sim, é necessário, após dar curso a solução, avaliar seus política de redução de custos, definição do fluxo produ-
efeitos e fornecer uma retroalimentação* para a organi- tivo ou treinamento do pessoal, entre outras.
zação, no sentido de que ela possa começar de outra
forma o processo de solução de seus problemas. E por último, as decisões operacionais, que são
tomadas no nível mais baixo da estrutura organizacional,
no campo da supervisão ou operacional de uma empresa,
NÍVEIS DE TOMADAS DE DECISÃO EM e se referem ao curso de operações diárias. Essas deci-
UMA ORGANIZAÇÃO sões determinam a maneira como as operações devem
Dentro da organização, em busca daquelas metas ser conduzidas – operações desenhadas a partir de deci-
existem níveis diferentes de tomada de decisão. São os sões táticas tomadas pela gerência intermediária – e re-
níveis estratégico, tático e operacional de tomada de ferem-se à maneira mais eficiente e eficaz de realizar as
decisão que vão mobilizar todos os recursos de uma em- metas estabelecidas no nível médio.
presa para a concretização dos seus objetivos. O estabelecimento de um cronograma de melhoria
dos equipamentos e a determinação do nível apropriado
de estoque de matérias-primas são exemplos de decisões
operacionais.
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Conhecimentos Específicos
sões pode ser mais aceitável do que outros, e os gestores com eles antes que se transformem em uma
que demonstrarem o estilo desejado, provavelmente, se- dificuldade maior para a empresa. Esse ges-
rão recompensados e promovidos para posições hierár- tor está entusiasmado e envolvido com o
quicas mais altas na empresa. planejamento futuro e a criação de alternati-
vas. Ele não apenas reconhece a necessidade
Os estudiosos dos estilos de administração classi-
de mudanças, mas acredita que a melhor
ficam o administrador como:
maneira de se lidar com elas é prevendo-as,
• indivíduo avesso a problemas (AP) – pro- e não meramente reagindo às necessidades
cura preservar o status quo e age para evitar atuais. Esse tipo de tomador de decisões faz
mudanças. Esse gestor trabalha para manter uso de análise de dados, não simplesmente
as condições atuais já que, mesmo não sen- para compreender o presente, mas também
do o resultado ideal de um processo de deci- para prospectar o futuro.
são gerencial, são mais práticas para ele. Segundo Motta e Vasconcelos (2002), as caracterís-
Quando enfrenta dificuldades, ele busca mi- ticas principais dos processos de tomada de decisão nas
nimizar os conflitos ou simplesmente igno- organizações e do modelo de Carnegie (Racionalidade
ra-os; assim, é frequentemente conhecido Limitada) estão a seguir estruturadas:
por encobrir as coisas. Esse gerente pode
não reconhecer problemas no ambiente de Teoria da Racionalidade Limitada
negócios, se “fazer de cego” diante das difi-
culdades e possivelmente será a pessoa que
mais resistirá às mudanças, mesmo que elas
ocorram no melhor interesse da empresa. Os
avessos a problemas são pessoas boas para
manter uma organização em curso calmo e
estável, e esse pode ser o estilo de tomada
de decisão mais eficaz em ambientes nos
quais existem poucas necessidades de mu-
danças;
• indivíduo solucionador de problemas (SP)
– é o de estilo mais comum. A maioria dos
gestores espera ser confrontada com pro-
blemas e solucioná-los no curso normal de Referências
suas atividades. O SP reconhece que mu- _______________________________
danças desnecessárias são infundadas, ser- ANSOFF, Igor. Estratégia Empresarial. São Paulo: McGraw Hill, 1977.
ARGYRIS, Chris; COOPER, Cary. Dicionário Enciclopédico de Administração. São Paulo: Atlas,
vem tão somente para gastar recursos orga- 2003.
BETHLEM, Agrícola. Modelo de processo decisório. Revista de Administração. São Paulo, v. 22, n.3,
nizacionais e para fomentar uma ilusão de 1987.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron Books do
progresso, confundindo a todos. Ele entende Brasil, 1999.
DRUCKER, Peter. Administração Lucrativa. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.
e aceita que a empresa, no mundo moderno GOMES, Luiz Flávio Autran Monteiro; GOMES, Carlos Francisco Simões; ALMEIDA, Adiel Teixeira.
Tomada de decisão gerencial: enfoque multicritério. São Paulo: Atlas, 2002.
dos negócios, opere sob condições de risco e KOONTZ, Harold e O’DONNELL, Cyril. Princípios de administração: uma análise das funções admi-
nistrativas. São Paulo: Pioneira, 1972.
de incerteza. Isso significa que a gestão da
empresa estará frequentemente em um am-
biente muito agitado e competitivo, com o 13.13. ORGANIZAÇÃO.
imperativo de se adaptar às circunstâncias A organização é uma unidade social coordenada,
em transformação. Os gestores (e as empre- consciente, composta por duas ou mais pessoas, que tra-
sas) que falham em se adaptar comprome- balha com relativa constância de propósito para alcançar
tem o lucro e, eventualmente, podem colo- uma meta ou um conjunto de objetivos comuns. Por esta
car a organização em risco. A crítica que definição, as empresas produtoras e de serviços são or-
podemos fazer ao solucionador de proble- ganizações, assim como as escolas, hospitais, igrejas,
mas é que esse tipo de gerente se preocupa unidades militares, lojas de varejo, departamentos de po-
com os problemas atuais. No geral, essa lícia e agências governamentais locais, estaduais e fede-
pessoa está sempre reagindo aos problemas rais. As pessoas que monitoram as atividades das organi-
à medida que vão surgindo. Frequentemen- zações, e que são responsáveis pelas organizações para
te, estes teriam sido mais bem gerenciados alcançar esses objetivos são os seus gesto-
se tivessem sido previstos quando eram me- res/administradores (embora às vezes eles sejam chama-
nores e podiam ser administrados com mais dos de gerentes, particularmente em organizações sem
eficácia. O gestor solucionador raramente fins lucrativos).
prevê os problemas, mas é muito eficaz em
lidar com eles quando se tornam conheci- Então, visto que uma organização é um sistema pro-
dos; e jetado para atingir metas e objetivos, temos também de
• indivíduo previsor de problemas (PP) – explicar que estes sistemas podem, por sua vez, ser com-
como o próprio nome sugere, busca ativa- postos de subsistemas que desempenham funções especí-
mente antecipar os problemas e tenta lidar ficas relacionadas com o cumprimento desses propósitos.
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Conhecimentos Específicos
Em outras palavras, uma organização é um grupo dente para os gerentes, dos gerentes para os respectivos
social formado por pessoas, tarefas e administração, que subordinados, é um estilo de organização onde há poder
interagem no contexto de uma estrutura sistemática para de autoridade.
atender seus objetivos.
Organização Funcional
Note-se que uma organização só pode existir quan-
do nela há pessoas que estão dispostas a se comunicar e Este tipo de organização reflete a especialização das
agir em conjunto para cumprir a missão. As organizações funções, que é um dos princípios de Frederick Winslow
operam por regras que foram estabelecidas para concre- Taylor (O pai da Administração Científica), também é
tar os propósitos. um dos princípios de Henry Fayol (Fundador da Teoria
clássica),que diz que quanto mais especialista for um
Os grupos de cidadãos que são criados para atender
funcionário no seu cargo mais este poderá produzir, dar
a alguma necessidade social são chamados de organiza-
lucros para a empresa e consequentemente ganhar mais,
ções da sociedade civil, ONG’s. Os partidos políticos,
cada gerente tem sua equipe de trabalho esta equipe deve
sindicatos, clubes desportivos e as ONGs são organiza-
obedecer somente o seu próprio gerente para que não ha-
ções da sociedade civil.
ja falhas da comunicação e que seja mantida desta forma
Em contraste, as organizações que são criadas pelo a ordem na organização.
Estado para desenvolver o trabalho social são conhecidas
como organizações governamentais. Elas são dirigidas Organização Linha-staff
pelo governo e financiamento público. Este tipo de organização presta serviços de consul-
Finalmente, podemos nos referir ao termo organiza- toria técnica, aconselhando e dando sugestões no sentido
ção de empresas, que se refere à estrutura organizacional de tomada de decisões, tendências, planejamento, contro-
do trabalho na empresa. Existem vários elementos-base le, levantamentos, relatórios, etc.
nesta estrutura, como a burocracia, a especialização do
trabalho, a departamentalização, a cadeia de descentrali-
zação da mão de obra, e a formalização. 13.14. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL.
A forma como as empresas são organizadas é estu- a) Conceito de estruturas
dada por uma ciência chamada gestão e administração de
É o arranjo dos elementos constitutivos de uma or-
empresas, que estuda a maneira pela qual os recursos e
ganização, representando:
processos são geridos. A boa administração destes recur-
sos é considerada como a base da gestão de uma empresa Um conjunto de órgãos / funções;
de sucesso. Suas relações de interdependência;
A via hierárquica.
b) Representação
FINALIDADE
A estrutura é representada de forma gráfica e abre-
Segundo Maximiano (1992) "uma organização é
viada, pelo organograma.
uma combinação de esforços individuais que tem por fi-
nalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma Assim, organograma é a representação gráfica da
organização torna-se possível perseguir e alcançar obje- estrutura de uma empresa.
tivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma
c) Estilos de organograma
grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório
ou o corpo de bombeiros, um hospital ou uma escola são O organograma pode se apresentar no estilo clássi-
todos exemplos de organizações." co, circular, barra, vertical, setorial ou radial.
Uma organização é formada pela soma de pessoas, Exemplo:
máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e Clássico Circular
outros. A
C1 C3
A organização então é o resultado da combinação de B A1
Barra
todos estes elementos orientados a um objetivo comum. C1 C2 A2 B A B1 A
B
A qualidade é o resultado de um trabalho de organi- A3 C2 C4
C1
zação. C2
TIPOS DE ORGANIZAÇÃO
d) Técnicas de montagem
Existem três tipos tradicionais básicos de estrutura
Manter a maior simplicidade.
organizacional: a organização linear, a organização fun-
Evitar o cruzamento de linhas.
cional e a organização linha-staff.
No primeiro nível deverá figurar os órgãos deli-
Organização Linear berativos (todos).
No segundo nível deverá figurar os órgãos execu-
É uma organização que ocorre de forma escalar, ou tivos.
seja, fica bem claro a hierarquia da empresa, onde o co- No terceiro nível deverá figurar os órgãos técni-
mando se dá de forma vertical, a ordem passa do presi- cos.
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Conhecimentos Específicos
No quarto nível deverá figurar os órgãos operaci- b) Estrutura em linha-staff
onais.
Características
Hierarquia – quem está subordinado a quem.
Os dirigentes, em quaisquer níveis, podem dispor,
Órgãos de linha – são os órgãos pelos quais a em- segundo suas necessidades, de um órgão de estudos,
presa atinge seus objetivos (são órgãos de produção). pesquisas, informações, sugestões, planejamento e coor-
Órgãos de staff – são órgãos de assessoramento denação, etc. Estes órgãos são denominados staff e tem a
que orientam e aconselham os órgãos de linha. São pu- finalidade de prestar assessoramento exercendo somente
ramente especializados (departamento financeiro, enge- a autoridade das ideias.
nharia industrial, etc.). Vantagens
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Conhecimentos Específicos
Desvantagens Justificativas
Responsabilidade mais diluída. É um excelente instrumento de descentralização
Decisões mais demoradas. operacional.
Dificuldades ou falta de segurança. As empresas norte-americanas adotam “profit-
center” (centro de lucro) englobando estrategicamente a
Aplicações
ideia da divisionalização e da descentralização operacio-
Cúpula das organizações complexas. Decisões de nal controlada, sendo o gerente divisional inteiramente
matérias controvertidas (tribunais). responsável pelos resultados da unidade.
Cada estrutura divisional deve ser auto-
Exemplo: suficiente, devendo gozar de ampla competência para
Direção Geral conceber, desenvolver, produzir e distribuir o respectivo
Conselho de Administração produto, assim como, se for o caso, comprar sua matéria
Comissão Comissão prima, contratar seu pessoal e outras atividades correla-
Consultiva RH tas.
O gerente divisional, dentro do conceito de “pro-
Diretoria Executiva
fit-center”, é inteiramente responsável pelos resultados
de sua unidade.
Assessoria Assessoria
Tipos de estrutura “divisional”
Por produto.
d) Estrutura funcional Por área geográfica.
Por função.
Características
Exemplo:
A principal característica deste tipo de agrupamento
é a natureza das atividades dos trabalhos. Cada emprega- Conselho de Administração
do pode receber simultaneamente ordens de mais de um
supervisor. Ela dá ênfase à técnica e à especialização. Grupo de Grupo de Grupos de Grupo Grupo de
Astronomia Produtos de Aplicação de Industrial Serviços
Vantagens Consumo Eletricidade
Divisão de
Promover a especialização e o aperfeiçoamento. Eletrônica
Possibilitar melhores salários e maior rendimen- Divisão de
to. Propulsores
Promover a cooperação e o trabalho em equipe. f) Estruturas com base em “função”
Tornar a organização da produção bem mais fle-
xível. Características
É mais econômico à médio e longo prazo. Sua base é exclusivamente a função.
Desvantagens Cada departamento desenvolve uma única fun-
ção.
Difícil aplicação exigindo grande habilidade ge- Dá ênfase na técnica e no processo de trabalho
rencial. (especialização).
Exige maior cuidado no processo de coordena- Objetivo permanente. Longo prazo. Rotinizada.
ção.
Difícil manutenção da disciplina. Vantagens
Elevado custo de implantação. Solidificação da especialização.
Aplicações Flexibilidade no uso da mão de obra.
Uniformidade em normas e procedimentos.
Organizações de natureza industrial, especialmente Centralização de recursos similares a cada fun-
em linhas de produção e montagem. ção.
e) Estrutura divisional Conhecimentos são transferidos de um projeto
para outro.
Características Perspectiva de carreira para profissionais.
A estrutura divisional é caracterizada por várias ati- Desvantagens
vidades, mas vinculadas a um objetivo comum, ou me-
lhor, específico dentro da unidade organizacional, ge- Surgimento de conflitos pela disputa de recursos.
ralmente denominada divisão de produção. Esta divisão Ênfase na especialidade em detrimento de proje-
pode ser constituída como uma verdadeira empresa no tos e produtos.
plano gerencial, como um autêntico centro de lucro, de- Do ponto de vista de projetos a organização é
vendo seus dirigentes dispor dos recursos indispensáveis considerada inflexível e pouco eficiente.
ao pleno atendimento das responsabilidades que lhes são Pode gerar no corpo de profissionais falta de mo-
conferidas pela direção superior da empresa. tivação.
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Conhecimentos Específicos
Exemplo: h) Estrutura Matricial
Direção Geral Características
Conselho
É uma excelente alternativa principalmente para
as organizações que desenvolvem projetos.
Diretoria Multidimensional, por utilizar características de
Executiva
estruturas permanentes, por função e por projeto.
Vice-Presidente Vice-Presidente
É permanente, sendo temporários apenas os gru-
Técnico Administrativo pos de cada projeto.
Proporciona a empresa condição de flexibilidade
Departamento Departamento Departamento Departamento Departamento Departamento
Engenharia Produção Pesquisa e R.H. Informática O&M e de funcionalidade adequada para atender as mudanças
Desenvolvimento ambientais.
Combina as estruturas hierárquica, vertical e tra-
g) Estrutura por projeto
dicional, como uma estrutura superposta horizontal de
Pressupostos ou características coordenadores de projetos. A estrutura matricial é uma
solução mista em que normalmente se combinam as es-
Estão engajados em planejar e construir grandes
truturas com base em função e projetos.
fábricas ou maquinaria pesada segundo especificações de
clientes. Vantagens
Dependem das inovações dos produtos dado que
Equilíbrio de objetivos tanto pela atenção dispen-
os fabricados se tornam obsoletos em pouco tempo.
sadas às áreas funcionais quanto às coordenações de pro-
Os produtos projetados são tecnicamente com-
jetos.
plexos, demandando uma grande dose de trabalho de de-
Grande flexibilidade para enfrentar ambientes or-
senvolvimento que deve ser feito por um certo número
ganizacionais de alta complexidade envolvendo riscos,
de especialistas e técnicos.
incertezas e conflitos.
Os produtos / projetos devem ser desenvolvidos
Visão dos objetivos dos projetos através das co-
dentro de rígidos cronogramas, para satisfazer as especi-
ordenações.
ficações dos clientes ou a procura do mercado.
Desenvolvimento de um forte e coêsuto trabalho
Outras Características de equipe que se identificam com as metas dos projetos.
A utilização de mão de obra pode ser flexível,
Unidimensionais: cada unidade da organização
porque se mantém uma reserva de especialistas nas es-
está voltada para o desenvolvimento de um único proje-
truturas permanentes.
to, sob uma única gerencia.
O conhecimento e a experiência podem ser trans-
A base da estrutura é o projeto, desenvolvido se-
feridos de um projeto para outro.
gundo especificações dos clientes.
Objetivos e prazos bem definidos. Desvantagens
Prazo relativamente curto, sendo, portanto estru-
Sub utilização de recursos, com objetivo de se
tura de natureza temporária.
obter a cobertura completa dos projetos, gerando insu-
Depende de inovações do produto que se torna
cesso na obtenção de economias.
obsoleto em pouco tempo.
O homem do meio geralmente trabalha para dois
A sua departamentalização interna é funcional.
chefes verticalmente se reporta ao seu gerente funcional
Vantagens e, horizontalmente ao coordenador de projetos, ficando
em posição incômoda em caso de conflito.
Unidade de direção, voltada para o objetivo único
O gerente funcional julga que o coordenador de
que é o desenvolvimento do projeto.
projeto interfere em seu território e esse por sua vez jul-
Desenvolvimento do espírito de corpo, através da
ga que tem pouca autoridade nas áreas funcionais.
identificação com o projeto.
O gerente controla todos os recursos de que ne- Para se minimizar estes problemas devem ser bem
cessita para desenvolver o projeto. definidas as áreas de cada gerente.
Desvantagens da estrutura 1) Gerente de Projetos
Não é bem aceita pela organização permanente Atividade gerencial de direção e avaliação do
devido ao seu caráter temporário. projeto.
Os meios são duplicados porque cada projeto Planejamento, proposição e implementação da
existe uma subestrutura funcional. política de gerência do projeto.
Os recursos são utilizados sem eficácia. Assegurar a compatibilidade de projeto com os
Insegurança no emprego, quando do término do compromissos da organização.
projeto.
2) Gerentes Funcionais
Manter as tarefas dentro do cronograma e do or-
çamento.
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Conhecimentos Específicos
Estabelecer a política funcional, e as normas de significativas na forma operacional, e como consequên-
procedimento. cia, nos resultados esperados.
Selecionar elementos de direção devidamente ca-
Interferências Externas
pacitados.
Manter a qualidade técnica dos serviços presta- As principais são:
dos por seus órgãos.
mercado, como força mais poderosa que pode in-
13.14.3. TIPO DE ESTRUTURA SEGUNDO A tervir na empresa;
AMBIÊNCIA DAS ORGANIZACIONAIS a legislação, como regra básica que norteia e de-
limita a ação da empresa durante sua existência;
Concorrência as alterações constantes introduzidas pelo gover-
Mercado
Governo Mão de Obra Consumidor
no determinando modificações nos procedimentos inter-
nos da empresa gerando custos;
o meio ambiente deriva de alterações climáticas e
da poluição crescente em áreas densamente industriali-
Fornecedores Empresa Comunidade zadas com modificações da qualidade de vida da região;
Comunidade é um fator de sucesso quando se dá
a aceitação, e conflitos quando se dá a rejeição. Uma
Sistema Sindicatos Tecnologia empresa que polui o ambiente geralmente entra em con-
Financeiro flito com a comunidade que a cerca.
Interferências Internas
Cultura da empresa: é o seu jeito de ser e de atu-
ar, é a sua personalidade. É formada ao longo do tempo,
estabelecendo usos e costumes.
Relacionamento entre os subsistemas: a forma
como se interrelaciona e interagem os diversos subsiste-
mas da empresa é espelhado da sua cultura interna.
Política de compras: tem uma função fundamen-
tal de interferir no capital de giro da empresa.
Política de vendas: a forma de vender numa em-
presa interfere diretamente nos subsistemas financeiros,
de compras, de estoque e de produção. Deve ser harmo-
nizada com os demais sob a pena de desarticular a em-
13.14.4. NATUREZA, FINALIDADE E CRITÉ- presa como um todo.
RIO DE DEPARTAMENTALIZAÇÃO Política de pessoal: toda empresa deve ter uma
a) Conceito de Empresa política de pessoal clara e objetiva, onde o empregado
saiba quais as suas possibilidades de progresso, deveres
Uma empresa pode ser vista como um grande sis- e obrigações; especialmente o que a empresa espera dele.
tema, onde subsistemas menores interagem para fazer Política operacional: o funcionamento ou opera-
com que seja atingido um objetivo comum, que é a ge- ção da empresa deve ter como base uma política que
ração de resultados. deixe claro aos empregados como se espera que os mes-
mos trabalhem e tratem as máquinas e equipamentos e o
que se deseja em termos de qualidade (padronização).
b) Conceito de Organização
A organização de trabalho nasceu com o homem.
Quando dois homens ou mais, se agrupam e se associam,
surge a organização, a divisão do trabalho, as atribuições
de cada um, a necessidade de controle.
Nas sociedades complexas, o homem, em todas
etapas de sua vida, desde o nascimento até a morte, de-
Se olharmos bem para área de processamento, po- pende das organizações. É controlado por elas onde pas-
deremos verificar a existência de vários subsistemas in- sa a maior parte de seu tempo. Vários autores conceitu-
terdependentes e interatuantes, tais como: fabricação, am organização dentro da visão individual.
manutenção, almoxarifado, recursos humanos, e de for- Para Henry Dutian a organização é a arte de em-
ma auxiliar, os sistemas de informação e controle. pregar eficientemente todos os recursos disponíveis
afim de alcançar um determinado objetivo.
➢ Interferências no Sistema
Para James Mooney a organização é a forma que
A empresa não é um sistema fechado e imune a in- assume toda associação humana para alcançar um objeti-
terferências. Durante o ciclo operacional, sofre interfe- vo comum.
rências externas e internas, que podem levar a alterações
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Conhecimentos Específicos
Racionalização: Alguns autores substituem o termo ABORDAGEM FUNCIONAL
organização por racionalização do trabalho. A racionali-
É a organização que cria departamentos formados
zação é apenas um processo mental básico presente nas
por pessoas especialistas em uma determinada função.
fases da organização e da administração.
DEPARTAMENTALIZAÇÃO FUNCIONAL
Jules Moch assim define: “A racionalização consti-
tui um esforço sistemático tendo por fim a melhor utili- Na departamentalização funcional os departamentos
zação dos recursos humanos e naturais”. criados são formados por pessoas que possuem habilida-
des e conhecimentos similares e que participam de ativi-
A Organização Internacional do Trabalho define:
dades e tarefas comuns dentro do processo de trabalho.
“A racionalização é um esforço sistemático para obter o
máximo rendimento dos recursos em forças de trabalho e Dentro de cada departamento, as pessoas são res-
em materiais, investido nas diferentes atividades econô- ponsáveis por um processo especifico de sua função es-
micas.” pecializada.
A racionalização é um método de ação tendo por lei Como os departamentos são formados de acordo
básica a lei do menor esforço. com a principal função especializada, as principais áreas
adotadas são: produção, vendas e finanças, podendo
também ser acompanhado de outras áreas como recursos
13.15. TIPOS DE DEPARTAMENTALIZA- humanos. Este tipo de departamentalização é o mais co-
ÇÃO: CARACTERÍSTICAS, VANTAGENS E mum nas organizações.
DESVANTAGENS DE CADA TIPO.
A departamentalização funcional é mais indicada
A departamentalização é uma característica típica das em casos de estabilidade e de poucas mudanças, que re-
grandes organizações. Ela é diretamente relacionada com queiram desempenho continuado em que as atividades
o tamanho da organização e com a natureza das organi- das áreas sejam bastante repetitivas e especializadas on-
zações. de permaneçam inalterados por longo tempo.
As organizações podem ter problemas quanto à es- A departamentalização funcional pode também ser
colha de determinados tipos de departamentalização, e denominada de departamentalização pelo uso de recursos
para evitar isso, essas organizações devem conhecer, organizacionais ou estrutura funcional.
analisar e escolher o melhor tipo de departamentalização,
que a seguir, serão apresentados. VANTAGENS
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Conhecimentos Específicos
• Dificulta a adaptação e flexibilidade a mu- toridade sobre funções relacionadas a um determinado
danças externas, pois a abordagem é interna produto ou serviço, dentro de um grau de responsabili-
e não visualiza o que acontece no ambiente dade para cada administrador.
externo da organização ou de outro departa-
A departamentalização por produtos ou serviços é
mento. É inadequada quando a tecnologia e
indicada para circunstâncias ambientais instáveis e mu-
as circunstâncias externas são mutáveis ou
táveis, pois induz à cooperação e coordenação entre es-
imprevisíveis.
pecialistas, atividades e tarefas, para um melhor desem-
• Devido à focalização interna de cada depar- penho do produto ou serviço.
tamento e não sobre os objetivos globais da
organização, existe uma carência de estrutu- VANTAGENS
ras próprias de coordenação do andamento
do trabalho, levando os problemas de coor- • A responsabilidade é totalmente imposta ao
denação para os níveis mais elevados da or- nível de cada divisão dos departamentos para
ganização. cada produto ou serviço, ou seja, o adminis-
• A estrutura funcional tende a ser muito bu- trador no cargo de chefia de cada departa-
rocratizada, o que requer uma estrutura ad- mento é responsável pelo seu produto ou
ministrativa mais elaborada, com um número serviço.
maior de níveis hierárquicos. • Facilita a coordenação interdepartamental,
uma vez que a preocupação básica é o pro-
ABORDAGEM DIVISIONAL duto e as diversas atividades departamentais
tornam-se secundárias.
É a organização que cria departamentos que são
• Melhorias na qualidade e facilidade de ino-
formados por um agrupamento de divisões separadas que
vações, já que a concentração é em um único
são autossuficientes para produzir um produto ou serviço
produto ou serviço, cada departamento pro-
ou parte dele, de acordo com os resultados organizacio-
duz com melhor qualidade ou mais inovação
nais.
comparando-se a um departamento que pro-
A estrutura divisional é a mais indicada em organi- duz diversos produtos.
zações que produzem diferentes produtos ou serviços pa- • Permite flexibilidade, pois as unidades de
ra diferentes mercados e clientes, pois cada divisão foca- produção podem ser maiores ou menores,
liza um mercado ou cliente independente. conforme as condições mudem, sem interfe-
rir na estrutura organizacional como um to-
Dentro de abordagem divisional existem variantes,
do. O foco desse tipo de estrutura é predo-
que servem para alcançar diferentes resultados esperados
minante sobre os produtos e não sobre a sua
de uma organização. Essas estruturas variantes se basei-
estrutura organizacional interna.
am em:
• As tomadas de decisões são mais indepen-
• Produtos ou serviços; dentes e pode-se responder melhor aos re-
• Localização Geográfica; quisitos e necessidades do cliente. A admi-
• Clientes; nistração torna-se mais ampla, gerando as-
• Fases dos Processos; sim oportunidades de promoções dentro da
• Projetos. organização.
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Conhecimentos Específicos
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR LOCALI- DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTES
ZAÇÃO GEOGRÁFICA
É a organização que faz uma abordagem divisional,
Este tipo de departamentalização faz uma aborda- envolve a diferenciação e o agrupamento das atividades
gem divisional, que envolve a diferenciação e o agrupa- de acordo com o tipo de cliente ou mercado para quem o
mento das atividades de acordo com a localização geo- produto ou serviço é realizado.
gráfica onde o trabalho será desempenhado, ou uma área
As diferentes características e necessidades dos cli-
de mercado a ser servida pela organização.
entes, como idade, nível socioeconômico e hábitos de
Este tipo de departamentalização é indicado para compra, constituem a base para essa estrutura onde a ên-
organizações de larga escala, que geralmente é utilizada fase é no consumidor do produto ou serviço oferecido
por organizações que cobrem grandes áreas geográficas e pela organização, para que este seja atendido da melhor
cujos mercados são extensos, como por exemplo, as em- forma possível. O produto ou serviço deve ser adaptado
presas transnacionais que emprega este tipo de estrutura e ajustado ao ciente e às suas necessidades.
para as suas operações fora do país onde estão sediadas.
VANTAGENS
Esta estrutura é mais indicada nas áreas de produ-
ção e vendas e as demais áreas da organização tornam-se • A focalização é exclusivamente no cliente,
secundárias, a área financeira é pouco utilizada porque com isso as necessidades de cada tipo de cli-
nem sempre é permitida a descentralização. ente são mais bem atendidas.
• A focalização externa na clientela torna a or-
VANTAGENS ganização mais atenta para as mudanças das
• Este tipo de estratégia é muito útil quando as
necessidades e preferências dos clientes, ca-
situações externas favorecem a organização, racterística que não ocorre na estrutura fun-
pois permite, sem problemas, a adaptação às cional.
condições e necessidades da região em que está • As decisões internas são rapidamente toma-
situada. das através do retorno proporcionado pelos
• Como cada departamento opera em um territó- clientes. Devido a isso, uma linha deficiente
rio como se fosse uma organização indepen- de determinado produto é facilmente perce-
dente, o administrador de cada departamento bida.
pode tomar suas próprias decisões de acordo
com as diferenças territoriais. DESVANTAGENS
• A organização é mais voltada para o seu ambi-
ente territorial e para o seu mercado, do que • Ocorre duplicidade de esforços e recursos, o
para seus aspectos internos, tendo em vista que provoca maiores investimentos e custos
uma melhor avaliação e percepção dos merca- operacionais.
dos e produtos e serviços para melhor atender • Os sistemas internos precisam ser organiza-
cada área. dos de diferentes maneiras para servir os di-
ferentes segmentos de cliente, o que torna a
DESVANTAGENS administração mais complexa.
• As demais atividades e objetivos da organi-
• O enfoque territorial tende a deixar para se- zação, por exemplo, produtividade e eficiên-
gundo plano a coordenação entre os depar- cia, podem tornar-se secundários, devido à
tamentos, prejudicando de certa forma o preocupação exclusiva pelo cliente.
comportamento global da empresa, em rela-
ção ao nível de autonomia e liberdade ofere- DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR FASES DO
cido às filiais, o que pode ocorrer um dese- PROCESSO
quilíbrio de poder dentro da organização,
pois as áreas da empresa que forem geogra- É a organização que faz uma abordagem divisional,
ficamente mais amplas, poderão ter a seu fa- envolve a diferenciação e o agrupamento das atividades
vor um grande potencial para discutir certas de acordo com as etapas de execução de um processo.
decisões importantes.
O processo é um conjunto de atividades com uma
• Os sistemas internos precisam ser organiza- ordenação específica que resulta em um produto ou ser-
dos de diferentes maneiras para servir os di- viço especificado para satisfazer as necessidades e ex-
ferentes segmentos territoriais de mercado, o pectativas do cliente ou mercado. O cliente do processo
que torna a administração complexa. não é necessariamente o cliente externo. Ele pode estar
• Cada departamento possui seus próprios re- dentro da empresa (cliente interno).
cursos, com isso ocorre uma duplicidade de
esforços e recursos (pessoas, instalações e O desenvolvimento do processo utilizado pelas or-
equipamentos), o que provoca maiores in- ganizações está relacionado com a estrutura do produto,
vestimentos e custos operacionais. para que se obtenha da melhor maneira possível o au-
mento da eficiência e qualidade do produto.
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Conhecimentos Específicos
A departamentalização por fases do processo ou Neste tipo de departamentalização a estrutura orga-
processamento ou ainda equipamento, é utilizada quase nizacional deve ser flexível e mutável, com capacidade
que restritamente a aplicações nos níveis mais baixos da de adaptar-se às necessidades de cada projeto a ser reali-
estrutura organizacional (nível operacional) das empre- zado, tendo alta coordenação entre os departamentos.
sas industriais e de serviços, principalmente nas áreas
É uma estrutura muito utilizada por organizações de
produtivas ou de operações.
grande porte que produzem produtos que envolvam
A estrutura por fases do processo representa a in- grande concentração de diferentes recursos (produtos e
fluência da tecnologia utilizada pela empresa em sua es- pessoas) por um longo período. Os projetos produzidos
trutura organizacional. O agrupamento na departamenta- exigem tecnologia sofisticada, que não dependa de ou-
lização por processo é adequado quando tanto os produ- tras atividades para o seu desempenho. É o tipo de depar-
tos como a tecnologia aplicada, são estáveis e duradou- tamentalização orientado para resultados.
ras.
Essa estrutura é adotada, por exemplo, em estaleiros
VANTAGENS navais, obras de construção civil (edifícios) ou industrial
(fábricas e usinas hidroelétricas).
• Extrai vantagens econômicas oferecidas pela
própria natureza do equipamento ou da tec- O projeto é definido pelo cliente e as pessoas encar-
nologia. A tecnologia passa a ser o foco e regadas do projeto são especialistas em diversos campos
ponto de referência para o agrupamento de de atividades, para poder atender as necessidades do cli-
unidades e posições. ente.
• Cada unidade organizacional é uma etapa no Na departamentalização por projetos, as atividades
desenvolvimento do produto, a focalização e e as pessoas recebem atribuições temporárias. Cada pro-
a sequência de processos facilita o trabalho jeto tem seu ciclo de vida específico. Terminada o proje-
de seu início até o fim. to, o pessoal que temporariamente havia sido destinado a
DESVANTAGENS ele é designado para outros departamentos ou outros pro-
jetos.
• Quando a tecnologia utilizada sofre mu-
danças a ponto de alterar o processo, este O administrador possui habilidade orientada para
tipo de departamentalização não é aconse- projetos e é responsável pela realização de todo projeto
lhado, pois possui absoluta falta de flexi- ou de uma parte dele.
bilidade e de adaptação. VANTAGENS
• Por existir isolamento dos outros depar-
tamentos, podem ocorrer dificuldades de • Melhor cumprimento de prazos e melhor
desenvolver novas formas integradas de atendimento ao cliente do projeto.
administrar. • Grande concentração de diferentes recursos,
• Com o mesmo problema encontrado na em uma atividade complexa com produtos
estrutura funcional, ocorre a redução da de grande porte.
cooperação e comunicação interdeparta- DESVANTAGENS
mental, devido ao isolamento em relação
aos outros departamentos, pois cada de- • Quando termina um projeto, a empresa pode
partamento tem seus próprios objetivos e ser obrigada a dispensar pessoal ou paralisar
prioridades, que sob pressão criam-se di- máquinas e equipamentos se não tiver outro
versas barreiras e conflitos. Também são projeto em vista.
criadas limitações de autoridade e toma- • Devido à descontinuidade e limitações, a de-
das de decisões dos administradores. partamentalização por projeto pode provocar
• Cada administrador no departamento de em muitas pessoas desanimo pela imprevisi-
processos é especialista em apenas uma bilidade de futuro no emprego.
parte do processo, não sendo capaz de
FORÇA-TAREFA
concluir um processo por inteiro, com is-
so, torna-se difícil uma substituição de um É uma variante do agrupamento por projetos que é
administrador, mesmo sendo de igual fun- formada por uma equipe de especialistas de diferentes
ção, por um outro administrador de um áreas, que são deslocados de suas funções habituais para
processo diferente. se dedicarem a uma tarefa específica e complexa e que
exija abordagem e foco diferentes.
A força-tarefa é adotada para solucionar e controlar
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJE-
os problemas gerados pela alta mudança ambiental e tec-
TOS
nológica atual.
É a organização que faz uma abordagem divisional,
Para cada membro são dados responsabilidade e
envolvendo a diferenciação e o agrupamento das ativida-
poder igualmente, cada qual dentro de sua especialidade
des de acordo com os resultados de um ou mais projetos
em relação ao problema a ser resolvido.
executados pela organização.
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Conhecimentos Específicos
Tem por característica ser provisória e de curta du- • Propicia condições favoráveis para a inova-
ração. Ao atingir os objetivos propostos, os membros re- ção e a criatividade;
tornam às suas unidades e atividades de origem. • Melhor atendimento ao cliente e cumprimen-
ABORDAGEM MATRICIAL to dos prazos;
• Uso adequado dos vários recursos;
É a combinação simultânea de dois tipos de depar- • Facilidade na coordenação dos resultados.
tamentalização, a funcional e a divisional, na mesma es-
trutura organizacional. DESVANTAGENS
Na estrutura matricial o administrador coordena os As equipes multifuncionais são formadas por pes-
esforços do pessoal cedido pelas diversas áreas da em- soas de vários departamentos funcionais que são agrupa-
presa, algumas vezes com muito pouca autoridade for- dos, para cumprir tarefas específicas e temporárias e para
mal. Seu papel dentro da organização de estrutura matri- resolver problemas mútuos.
cial é de integração e de coordenação das tarefas e asse- Este tipo de equipe envolve pessoas com diferentes
gurar os serviços e recursos fornecidos pelo pessoal de habilidades e conhecimento. Por terem a participação em
suporte, sobre os quais tem pouca ou nenhuma autorida- dois grupos, tem como consequência uma duplicidade de
de formal. comando.
VANTAGENS As equipes permanentes funcionam como um de-
• Maior estabilidade tanto para a empresa, partamento formal, onde os empregados trabalham jun-
como para os funcionários; tos em um mesmo local, para cumprir atividades e tare-
• Maior segurança na execução das tarefas e fas específicas. Esses empregados subordinam-se a ape-
no relacionamento de pessoas; nas um chefe, como designa a unidade de comando.
• Especialização nas atividades desenvolvidas; A estrutura de equipes torna a organização mais ho-
• Possibilidade de maior aprimoramento técni- rizontal em torno dos processos de trabalho (com poucos
co de sua equipe de trabalho; níveis hierárquicos), descentraliza a tomada de decisões,
• Coordenação de equipe de forma mais ade- delegando autoridade e transferindo responsabilidade pa-
quada e coerente; ra os níveis mais baixos.
• Permite a integração e desenvolvimento en- Devido a uma rápida e constante mudança do ambi-
tre funcionários; ente externo e interno das organizações, é exigida uma
• Facilidade em conhecer os fatores e os pro- maior necessidade de flexibilidade e/ou rapidez no an-
blemas locais; damento dos processos e tarefas para atender melhor os
• Permite maior flexibilidade;
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Conhecimentos Específicos
requisitos do cliente, desenvolver novos produtos ou im- ESTRUTURA EM REDE
plementar campanhas de marketing, por isso as equipes
É a desagregação das principais funções da organi-
não devem adaptar-se a tarefas pré-definidas.
zação em companhias separadas que são interligadas por
VANTAGENS uma pequena organização central. Os serviços de cada
função da organização são conectados eletronicamente.
• A focalização da organização é dirigida ao
cliente. Esse tipo de estrutura impossibilita saber onde a or-
• Economiza de tempo e dinheiro devido a ganização está nos termos tradicionais, pois cria uma no-
pouca necessidade de passar informação para va forma de organização através de contratos externos
cima e para baixo dentro da hierarquia e en- vindos de qualquer parte do mundo, sendo coordenados
tre as unidades organizacionais. eletronicamente.
• As equipes promovem o autogerenciamento Seu organograma é diferenciado em sua forma cir-
pelos próprios funcionários, o que produz cular ou estrelado, sendo a unidade central, no centro do
maior satisfação com o trabalho devido ao organograma, interligado às demais unidades.
maior envolvimento das pessoas.
• Cada grupo deve ter pessoas com diferentes VANTAGENS
conhecimentos e habilidades para trabalhar • A abordagem em redes proporciona competiti-
juntas e dotar a equipe de autossuficiência vidade em escala global. Mesmo em pequenas
para realizar completamente o trabalho. Am- organizações, ela permite utilizar recursos em
plia as habilidades de cada indivíduo. Capa- qualquer lugar e a1cançar melhor qualidade e
citando-os a tratar sobre todos os aspectos do preço, bem como distribuir e vender os produ-
trabalho. tos e serviços no mundo todo.
• Com a maior rapidez nas decisões os tempos • Flexibilidade decorrente da capacidade de ob-
de ciclos operacionais são reduzidos, o que ter e contratar serviços quando necessário e
proporciona pronta resposta aos clientes. mudá-los em pouquíssimo tempo sem quais-
• A estrutura por equipes tende a compactar a quer restrições. Como a organização não possui
organização reduzindo o número de níveis bens fixos, como por exemplo, fábricas, equi-
hierárquicos e os custos administrativos e pamentos ou instalações, ela pode continua-
exigindo menos mecanismos de coordenação mente redefinir-se e buscar novos produtos e
e integração. novas oportunidades de mercado. Para os fun-
cionários que trabalham permanentemente na
DESVANTAGENS organização, o desafio está na maior variedade
do trabalho, e a satisfação, em executar uma
• A estrutura por equipes envolve uma grande atividade que muda incessantemente.
transformação na organização, na cultura e • Os custos administrativos são baixos. Não re-
exige a necessidade de uma nova mentalida- quer hierarquia, nem grandes equipes de admi-
de das pessoas envolvidas. Essa mudança nistradores. Podem ter apenas dois ou três ní-
consome muito tempo e dinheiro, exigindo veis de hierarquia, comparados aos dez ou mais
novo treinamento, remuneração e avaliação níveis nas organizações tradicionais.
de cargos até sistemas de inventários, conta-
bilidade e informação. DESVANTAGENS
• A estrutura por equipes funciona melhor • A administração não tem, o controle de todas
quando cada equipe possui todas as especia- as operações de imediato, pois dependem de
lizações necessárias e interação de habilida- contratos, negociação e mensagens eletrôni-
des para executar o processo. Neste caso a cas para reunir todas as partes.
organização deve manter alguns especialistas • Existe a possibilidade de perder negócios se
funcionais para prestar assessoria adequada. uma organização contratada falha ou deixa
• Na estrutura horizontal cada equipe deve ter de entregar o trabalho planejado.
um chefe e, em muitos casos, os membros da • Existe elevada incerteza quanto aos serviços
equipe podem vir de outros departamentos contratados de outras organizações que estão
da organização, que é o caso das equipes fora do controle da empresa.
multifuncionais, dessa forma, esses membros • Os empregados podem imaginar que poderi-
passam a ter dois chefes. am ser substituídos por novos contratos de
ABORDAGEM DE REDES serviços. A organização em redes precisa de-
senvolver uma cultura corporativa coerente e
É a organização que se torna um pequeno centro in- obter o comprometimento das pessoas.
termediário, conectado eletronicamente que desempe- • Como os produtos e mercados mudam, a or-
nham funções vitais da organização. É o mais recente ti- ganização precisa se atualizar e capacitar
po de departamentalização. continuamente seus funcionários para adqui-
rir as novas habilidades e capacidades.
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Conhecimentos Específicos
ORGANIZAÇÕES HÍBRIDAS É de grande importância que cada organização de-
senvolva um tipo de departamentalização mais adequada
Nas grandes organizações, a adoção de um só tipo
às suas características e necessidades específicas.
de departamentalização nem sempre é possível para to-
dos os níveis hierárquicos. Por isso essas organizações BIBLIOGRAFIA
adotam uma mescla de diferentes tipos de departamenta- CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos / Idalberto Chiavenato. 2.ed. Rio de Janei-
ro. Campus, 1999. 15ª reimpressão. p. 396-433.
lização, como a funcional, divisional e matricial, em to- CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração / Idalberto Chiavenato. 6.ed. Rio
de Janeiro. Campus, 2000. p. 244-267.
dos os níveis. Com esse tipo de estrutura, a organização FACOL. Departamentalização.
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ. Departamentalização.
é chamada de organização híbrida. LABORATÓRIO DE GESTÃO TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO – LGTI. Estrutura organizacional, de-
partamentalização e visão funcional da organização. On-line. Disponível em:
http://www.lgti.ufsc.br/O&m/tres.htm . Acesso em: 08 Maio. 2005.
Essas organizações híbridas podem ter divisões ba- RICHARD. Departamentalização
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Conhecimentos Específicos
Processo de criação da cultura ganizadas em termos de equipes do que de
indivíduos.
• Agressividade: o grau em que as pessoas
são competitivas e agressivas em vez de
dóceis e acomodadas.
• Estabilidade: o grau em que as atividades
organizacionais enfatizam a manutenção
do status quo em contraste com o cresci-
mento.
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Conhecimentos Específicos
a) Preceitos: Conjunto de normas, valores, regula- cultura própria nas equipes multidisciplinares, em que
mentos, política administrativa, tradições, estilos geren- trabalham técnicos de diferentes origens profissionais.
ciais que governam e controlam o funcionamento orga- A empresa familiar caracteriza-se por uma cultura
nizacional. É a função reguladora, de autoridade dentro que reforça os preceitos e tende a ser resistente às de-
da organização. Engloba não só as leis formais, como os mandas externas. Está mais empenhada na preservação
costumes, rituais, padrões e códigos informais, isto é, dos seus valores do que em abertura e renovação. A or-
não estabelecidos oficialmente, mas obedecido tacita- ganização brasileira também revela cultura patriarcal. O
mente. Em linguagem de análise transacional, corres- estilo gerencial mais aceito é o autocrático benevolente.
ponde ao Pai; em linguagem da teoria sistêmica, relacio- Existe uma cultura organizacional típica das grandes or-
na-se ao subsistema gerencial administrativo; ganizações que transcende as culturas sociais locais. Em
b) Tecnologia: Conjunto de instrumentos, proces- outras palavras: As grandes organizações, em diversas
sos, know-how, modo de fazer as coisas, lay-out, distri- partes do mundo, são mais semelhantes entre si do que
buição de tarefas, divisão do trabalho e fluxo organizaci- as grandes e pequenas empresas no mesmo país.
onal. É a função técnica, metodológica, científica, racio- Níveis da Cultura Organizacional
nal e operativa da organização. Engloba o grau de maior
Toda cultura se apresenta em três diferentes níveis:
ou menor estrutura das funções, grau maior ou menor de
certeza das tarefas e contato com o meio ambiente. Em a) Artefatos: Constituem o primeiro nível da cultu-
linguagem de análise transacional, corresponde ao Adul- ra, o mais superficial, visível e perceptível. Artefatos são
to; em linguagem de teoria sistêmica, relaciona-se ao as coisas concretas que cada um vê, ouve e sente quando
subsistema técnico-estrutural. Os intercâmbios culturais se depara com uma organização. Incluem os produtos,
são mais fáceis a nível tecnológico. Mesmo assim, pas- serviços, e os padrões, de comportamento dos membros
sam pelo crivo dos preceitos e caráter locais; de uma organização. Quando se percorre os escritórios
de uma organização, pode-se notar como as pessoas se
c) Caráter: Conjunto de expressões ativas e afeti- vestem, como elas falam, sobre o que conversam, como
vas dos indivíduos da organização, manifestações subje- se comportam, o que são importantes e relevantes para
tivas de idiossincrasias características dos comportamen- elas. Os artefatos são todos ou eventos que podem nos
tos grupais. Engloba as percepções, os sentimentos e as indicar visual ou auditivamente como é a cultura da or-
reações positivas ou negativas dos sujeitos organizacio- ganização. Os símbolos, as histórias, os heróis, os lemas,
nais. Em linguagem de análise transacional, corresponde as cerimônias anuais são exemplos de artefatos;
à Criança; em linguagem de teoria sistêmica relaciona-se b) Valores compartilhados: Constituem o segundo
ao subsistema psicossocial ou comportamental. nível da cultura. São os valores relevantes que se tornam
Os três elementos da cultura não são necessaria- importantes para as pessoas e que definem as razões pe-
mente equivalentes: Um ou outro pode predominar na las quais elas fazem o que fazem. Funcionam como justi-
vida organizacional, pode ter maior expressão, atuar com ficativas aceitas por todos os membros. Em muitas cultu-
mais força. Há organizações eminentemente tecnológi- ras organizacionais os valores são criados originalmente
cas, outras mais normativas, outras ainda em que é mais pelos fundadores da organização;
intensa a expressão do caráter. Não só a cultura é dife-
rente de organização para organização, em virtude dos c) Pressuposições básicas: Constituem o nível mais
conteúdos preceituais, tecnológicos e caracterológicos íntimo, profundo e oculto da cultura organizacional. São
envolvidos, como dentro da mesma organização for- as crenças inconscientes, percepções, sentimentos e pres-
mam-se subculturas diferentes nas diversas unidades (di- suposições dominantes nos quais as pessoas acreditam.
visões, departamentos, sessões, etc.). O setor de vendas A cultura prescreve a maneira de fazer as coisas adotadas
tem características diversas da produção; a divisão admi- na organização, muitas vezes através de pressuposições
nistrativa tem uma subcultura diferente da técnica, etc. não escritas e nem sequer faladas.
Também ocorrem diferenças culturais ao longo da hie- Formas de Aprendizagem da Cultura Organiza-
rarquia, nos diversos escalões gerenciais. cional
Os três elementos culturais são interdependentes, is- Os funcionários aprendem a cultura organizacional
to é, cada um tem efeito sobre os outros dois. Uma ino- através de várias formas:
vação tecnológica pode acarretar mudança nas diretrizes a) Histórias: Contos e passagens sobre o fundador
organizacionais, com efeito consequente no seu caráter. da companhia, lembranças, sobre dificuldades ou even-
A interdependência mais estreita e direta ocorre entre tos especiais, regras de conduta, corte e recolocação de
preceitos e caráter. As normas são responsáveis pela se- funcionários. Acertos e erros do passado geralmente an-
gurança e expressão das necessidades psicológicas dos coram o presente no passado e explicam a legitimação
indivíduos. O abuso das manifestações pessoais ameaça das práticas atuais;
a disciplina e a segurança da organização. b) Rituais e cerimônias: São sequências repetitivas
As especializações levam à formação de grupos de atividades que expressam e reforçam os valores prin-
com cultura própria. Os especialistas sofrem conflitos de cipais da organização. As cerimônias de fim de ano e as
lealdade entre a organização em que trabalham e o grupo comemorações do aniversário da organização são rituais
de sua profissão, quando as duas culturas entram em que reúnem e aproximam a totalidade dos funcionários
choque. Por esse motivo é mais lenta a formação de uma para motivar e reforçar aspectos da cultura da organiza-
ção, bem como reduzir os conflitos;
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Conhecimentos Específicos
c) Símbolos materiais: A arquitetura do edifício, as d) Culturas fracas: São culturas mais facilmente
salas e mesas, o tamanho e arranjo físico dos escritórios mudadas. Como exemplo, seria uma empresa pequena e
constituem símbolos materiais que definem o grau de jovem. Como está no início, é mais fácil para a adminis-
igualdade ou diferenciação entre as pessoas e o tipo de tração comunicar os novos valores, isto explica a dificul-
comportamento (como assumir riscos ou seguir a rotina, dade que as grandes corporações têm para mudar sua
autoritarismo ou espírito democrático, estilo participati- cultura. A cultura de uma empresa pode ser fraca e frag-
vo ou individualismo, atitude conservadora ou inovado- mentada no sentido de que existem muitas subculturas,
ra) desejados pela organização. Os símbolos materiais poucos valores e normas comportamentais são vastamen-
constituem a comunicação não verbal; te compartilhados e existem poucas tradições fortes.
d) Linguagem: Muitas organizações e mesmo uni-
dades dentro das organizações utilizam a linguagem co- 13.18. DIREÇÃO.
mo um meio de identificar membros de uma cultura ou Direção está estreitamente relacionada com a lideran-
subcultura. Ao aprender a linguagem, o membro confir- ça face a face entre superior e subordinados, seguidores e
ma a aceitação da cultura e ajuda a preservá-la. As orga- associados. Algumas vezes, chamando-a de “motiva-
nizações desenvolvem termos singulares para descrever ção”, a direção pode ser vista como encorajar, interpretar
equipamentos, escritórios, pessoas - chaves, fornecedo- políticas, delinear instituições, aconselhar e como ativi-
res, clientes ou produtos. Também a maneira como as dade relacionada com o quadro organizacional em funci-
pessoas se vestem e os documentos utilizados constituem onamento, mantendo-o em direção aos objetivos. Na rea-
formas de expressar a cultura organizacional. lidade, a função direção envolve três atividades princi-
Tipos de Cultura Organizacional pais, que são: delegação, motivação e comunicação.
a) Culturas adaptativas: Se caracterizam pela sua
maleabilidade e flexibilidade e são voltadas para a ino- 13.19. MOTIVAÇÃO E LIDERANÇA.
vação e a mudança. São organizações que adotam e fa- 13.19.1. MOTIVAÇÃO
zem constantes revisões e atualizações, em suas culturas O termo motivação é usado para designar um proble-
adaptativas se caracterizam pela criatividade, inovação e ma do indivíduo isolado, para compreender a sua motivação
mudanças. De um lado, a necessidade de mudança e a no trabalho e a necessidade de conhecer as causas e as for-
adaptação para garantir a atualização e modernização, e mas de ação e direção da motivação. Os indivíduos possu-
de outro, a necessidade de estabilidade e permanência em valores, opiniões e expectativas em relação ao mundo
para garantir a identidade da organização. O Japão, por que os rodeia, possuindo representações internalizadas do
exemplo, é um país que convive com tradições milenares seu ambiente.
ao mesmo tempo em que cultua e incentiva a mudança e A motivação se refere ao comportamento que é causa-
a inovação constantes. Nos ambientes empresariais em do por necessidades dentro do indivíduo e que é dirigido em
rápida mudança, a capacidade de introdução de novas es- direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessida-
tratégias e práticas organizacionais é uma necessidade se des. Assim, o homem passou a ser considerado um animal
a empresa tiver que atingir um desempenho superior por dotado de necessidades que se alternam ou se sucedem con-
um longo período de tempo. As marcas de excelência de junta ou isoladamente. Satisfeita uma necessidade, surge
uma cultura adaptável são: outra em seu lugar e, assim por diante, contínua e infinita-
mente.
• Líderes que têm comprometimento maior com
Tipos de Motivação
princípios perpétuos do negócio e com deposi-
tários organizacionais; O indivíduo precisa suprir suas necessidades para mo-
• Membros do grupo que são respectivos ao ris- tivar-se e alcançar seus objetivos. Não é só o dinheiro que
motiva o trabalhador, há também outras necessidades que
co, à experimentação, à inovação e à mudança
cada um tem. Os fatores de satisfação que envolve senti-
de estratégias e práticas, sempre que for neces-
mentos de realização, de crescimento profissional e de re-
sário para satisfazer os legítimos interesses dos conhecimento que se podem experimentar num trabalho de-
depositários. safiante e pleno. Esses fatores tem um efeito positivo sobre
b) Culturas conservadoras: Se caracterizam pela a satisfação no trabalho, muitas vezes, resultando um au-
manutenção de ideias, valores, costumes e tradições que mento da capacidade total de produção da pessoa.
permanecem arraigados e que não mudam ao longo do Fatores Motivadores:
tempo. São organizações conservadoras que se mantêm • Realização;
inalteradas como se nada tivesse mudado no mundo ao • Trabalho desafiante;
seu redor;
• Reconhecimento do desempenho;
c) Culturas fortes: Seus valores são compartilha-
• Maior responsabilidade;
dos intensamente pela maioria dos funcionários e influ-
encia comportamentos e expectativas. Empresas como • Crescimento e desenvolvimento.
IBM, 3M, Merk, Sony, Honda, estão entre aquelas que As pessoas são levadas à ação também para cumprir
ostentam culturas fortes. As empresas com cultura forte determinadas tarefas através de motivos. Existem fatores
tipicamente têm declaração de valor e os executivos en- que dão estímulo para essa pessoa realizar as tarefas. São
corajam as pessoas a segui-los de maneira regular e seri- os meios de motivação que são diversificados.
amente;
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
Motivação Externa Ocasionalmente, são encontradas pessoas que agem
Muitas pessoas realizam determinadas tarefas por por iniciativa própria. Fazem tudo por que elas querem.
serem "obrigadas", ou seja, são impostas determinações Em muitos casos, a pessoa automotivada mora onde quer
para que essa pessoa cumpra. Uma meta. Esse tipo de morar, do modo como prefere, e age em função de obje-
motivação não é adequado. Onde por ter sido exposta, tivos que escolheu, como bons para ela. A automotiva-
não haverá um empenho total nas tarefas, ao contrário, ção se resume na convicção que a pessoa tem de que de-
isso vai gerar um desinteresse ainda maior, prejudicando seja os frutos do sucesso e os deseja tão ardentemente
assim a realização da tarefa. que está disposta a lutar por eles.
Pressão Social As Motivações para o Trabalho
Muitas pessoas pelo conviveu em sociedade são O estudo da motivação tem-se feito aplicar a todos
motivadas por pressões que esse meio social determina. os ramos da atividade humana e é, em especial, no cam-
A pessoa cumpre as atividades porque outras pessoas po organizacional que muitos pesquisadores têm dedica-
também o fazem. Ela não age por si, mas sim, para do o melhor de seus esforços no sentido de poderem ca-
acompanharem e cumprirem as ações ou perspectivas de racterizar objetivos motivacionais no trabalho. Com isso,
outras pessoas. Esse tipo de motivação também não é to- tem-se procurado descobrir por que o homem trabalha.
talmente "rentável". A pessoa toma a iniciativa motiva- Principais motivos humanos; classificados sob os
dora, mas não é por si própria. Senão assim não há um objetivos gerais de sobrevivência e segurança, satisfação
contentamento pessoal. e estimulação:
Automotivação
A partir dos dados acima foram criadas teorias so- variedade, não só relacionando esse motivo a um único
bre a motivação no trabalho. Uma das teorias que teve indivíduo, como também estudando-os em pessoas dife-
maior importância foi à criada por Abraham Maslow que rentes. Ao hierarquizá-los, pode-se compreender que tipo
propôs em um tipo de classificação ou hierarquia dos de objetivo está sendo perseguido pelo indivíduo em da-
motivos humanos em primeira instância, coloca as ne- do momento, isto é, que necessidades energizam o seu
cessidades corporais ou filosóficas seguidas dos incenti- comportamento.
vos sociais que, uma vez satisfeitos, precedem a uma úl- É necessário, portanto, frisar que um mesmo indiví-
tima classe de incentivos, que denomina de incentivos de duo ora persegue objetivos que atendem a uma necessi-
ego, caracterizados pelo domínio do conhecimento, isto dade, ora buscam satisfazer outras. Tudo depende da sua
é, abrangem necessidades verdadeiramente psicológicas, carência naquele momento. Complementarmente, deve-
ou, mais explicitamente, de auto-realização. se entender que duas pessoas não perseguem necessari-
A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, amente o mesmo objetivo no mesmo momento. Portanto,
sem dúvida, a solução inovadora para que se pudesse o importante, ao procurar diagnosticar determinado tipo
compreender melhor o comportamento humano na sua de comportamento motivacional, em dado momento, é
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Conhecimentos Específicos
buscar descobrir que necessidades estão em jogo, isso Dentre os tipos de liderança, os que mais influenci-
explica muito como e porque o indivíduo age. am para motivação dos funcionários são: liderança auto-
Mais objetivamente, uma mãe não deve pretender crática e liderança democrática.
que seus filhos tenham necessidades idênticas, um pro-
fessor não pode concluir que seus alunos tenham para 12.19.2. LIDERANÇA
com sua disciplina e seus métodos didáticos os mesmos
A Liderança é necessária em todos os tipos de orga-
interesses. Um chefe de seção não pode pensar que seus
nização humana, principalmente nas empresas, onde uma
subordinados esperem do serviço iguais tipos de recom-
boa Liderança pode gerar satisfação num grupo de pes-
pensa. O problema das diferenças individuais assume
soas envolvidas pelo líder, assim como uma má Lideran-
importância preponderante quando falamos de motiva-
ça pode gerar separação do grupo não atingindo o mes-
ção.
mo objetivo da organização.
Há que se considerar, portanto, dentro desse clima,
Hoje em dia o espírito de Liderança é muito valori-
que existe, como se fosse possível assim dizer, uma ca-
zado, tanto no âmbito profissional como no pessoal, ser
minhada do indivíduo em situação de trabalho que vai
Líder não é ser o “chefe” ou o “gerente”, é muito dife-
desde o atendimento de necessidades mais elementares
rente disto. Os Líderes autênticos são pessoas que já ab-
até o atingimento de necessidades mais elementares até o
sorveram a verdade fundamental da existência: que não é
atingimento de plena maturidade motivacional que seria
possível fugir das contradições inerentes à vida. A mente
a sua auto-realização. Essa busca do menos para o mais é
de Liderança é ampla. Ela tem espaço para as ambigui-
parte implícita à natureza humana e, se as condições or-
dades do mundo, para sentimentos conflitantes e ideias
ganizacionais assim o ajudarem, ela passará naturalmen-
contraditórias.
te.
O comportamento de Liderança envolve funções
Com essa visão deixa-se de pensar que o indivíduo
como planejar, dar informações, avaliar, arbitrar, contro-
persiga um único objetivo durante toda sua vida, o que
lar, recompensar, estimular, punir, etc., deve ajudar o
quer dizer ampliar de alguma forma o horizonte de com-
grupo a satisfazer suas necessidades. Um líder inato pode
preensão do comportamento humano. Outro aspecto in-
ser reconhecido perante o grupo, pois sua capacidade de
teressante é aquele que deixa subjacente a ideia de que o
coordenar, direcionar, conduzir o grupo à atingir seus
processo motivacional permite um renovar constante da
objetivos ficam evidentes e o tornam uma espécie de
direção comportamental de cada um, ou seja, a pessoa
guia representativo do grupo:
amadurece, se desenvolve e busca constantemente a sua
própria realização. • Tannenbaum, Weschler e Massarik defini-
A complexidade da motivação nas organizações ram: “Liderança é a influência interpessoal
originou vários tipos de teorias que podem atender "par- exercida numa situação e dirigida através
cialmente" o problema da motivação em um determinado do processo de comunicação humana à
espaço de tempo, pois com as constantes mudanças que consecução de um ou de diversos objetivos
ocorrem no dia a dia, as necessidades também vão se al- específicos”. A Liderança é encarada como
ternando. Portanto é impossível fazer um diagnóstico em um fenômeno social, pois ocorre exclusi-
longo prazo. vamente em grupos sociais, ou seja, envol-
ve relações pessoais e estruturas sociais;
Está claro que as condições de vida moderna dão a • “Liderança é a atividade de influenciar
essas necessidades, relativamente fracas, uma limitada pessoas fazendo-as empenhar-se voluntari-
possibilidade de adquirirem expressão. A frustração que amente em objetivos de grupo.” George R.
a maioria das pessoas sofrem com relação às necessida- Terry;
des de nível inferior determina uma dispersão de energia
• “Influência interpessoal exercida numa si-
na luta para satisfazer aquelas necessidades, enquanto as
tuação e dirigida, através do processo de
de auto-realização permanecem adormecidas.
comunicação, para a consecução de objeti-
Apesar de tudo o que foi dito antes, o que todas teo- vos específicos.” Robert Tannenbaum, Ir-
rias provaram que ao favorecer a realização pessoal, de- ving R. Wescgler e Fred Massarik;
monstrando reconhecimento pelo valor profissional ofe- • “A liderança consiste em influenciar pes-
recendo oportunidades de promoção, dando responsabi- soas para a realização de um objetivo co-
lidade a cada um, tornando agradável o próprio trabalho mum.” Harold Koontz e Cyril O’Donnell;
e possibilitando o crescimento do indivíduo, as organiza- • A Liderança é uma influência interpessoal,
ções podem atingir maiores níveis motivacionais de seus a influência envolve conceitos como poder
empregados. e autoridade, abrangendo todas as maneiras
Relação Liderança/Motivação pelas quais se introduzem mudanças no
O fator de relacionamento da empresa com o funci- comportamento de pessoas ou de grupos de
onário e do funcionário com a empresa é de extrema im- pessoas;
portância para ter motivação, sendo que dentro desse fa- • A importância da Liderança, sobretudo nas
tor à atuação do líder influi decididamente na motivação empresas, é bastante visível nos dias de
dos funcionários. hoje, pois se a liderança é uma influência
interpessoal, que modifica o comportamen-
to, esta, deve ser dirigida à aumentar a sa-
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Conhecimentos Específicos
tisfação na conquista de determinada meta Um líder deve inspirar confiança, ser inteligente, per-
e na diminuição dos riscos. ceptivo e decisivo para ter melhores condições de liderar
com sucesso. Exemplos de certos reis, militares, heróis.
Tipos de Liderança Mas, nem todas as pessoas podem ser líderes, pois para ser
É preciso distinguir dois tipos de Liderança: um líder, o indivíduo tem que cativar as pessoas com habi-
lidade pessoal, passando para elas confiança, sinceridade,
a) Liderança Como Qualidade Pessoal: combina- conhecimento, exercendo influência sobre o grupo ou pes-
ção especial de características pessoais que fazem de um soa. Uma pessoa pode ser um grande líder em uma empresa
indivíduo um líder; ou escola, no entanto na comunidade ou até mesmo em seu
lar ao menos consegue dar uma opinião. O próprio Stogdill,
b) Liderança Como Função: decorrente da distri- em 1948, já verificava que “torna-se claro que uma análise
buição da autoridade de tomar decisões dentro de uma adequada da liderança envolve não apenas o estudo dos lí-
empresas. Liderança é uma questão de redução de incer- deres em si, mas também das situações em que estão envol-
tezas do grupo, pois o indivíduo que passa a contribuir vidas”.
mais com orientações e assistência ao grupo (auxiliando É importante ressaltar, que este poder atribuído aos lí-
para tomada de decisões eficazes) tem maiores possibili- deres deve ser orientado, e voltado à satisfação daqueles
dades de ser considerado seu líder. Assim, a Liderança é que são subordinados, pois é crescente o número de casos
uma questão de tomada de decisões do grupo. Do ponto de chefes que humilham seus subordinados, como forma de
de vista da Liderança Funcional, “A Liderança é função mostrar o seu poder, e tornam o que deveria ser uma con-
das necessidades existentes numa determinada situação e quista, um motivo de orgulho, uma rotina de humilhações,
consiste numa relação entre um indivíduo e um grupo”. que segundo a Organização Internacional do Trabalho
Essa relação funcional somente existe quando um líder é (OIT) é um dos principais fatores de aposentadoria precoce.
reconhecido por um grupo como possuidor ou controla- Uma Liderança inadequada, por tiranos ou incom-
dor de meios para a satisfação de suas necessidades. petentes, traz prejuízos drásticos não só à empresa, mas
Quando o grupo elege, aceita espontaneamente um indi- principalmente aos indivíduos que dela fazem parte. Há
víduo como líder, é porque ele possui e controla os mei- relatos impressionantes de pessoas que sofrem verdadei-
os (como: habilidade pessoal, conhecimento, dinheiro, ra tortura cotidiana, causando problemas emocionais, fí-
relacionamentos, posses, etc), que o grupo deseja utilizar sicos e consequências irreversíveis à carreira (“assédio
para atingir seus objetivos, ou seja, para obter um au- psicológico”).
mento de satisfação de suas necessidades.
Como última análise, é fundamental ao Líder ter
Teorias Sobre Liderança habilidade para lidar com gente, para não perder a con-
b) Teoria de Traços de Personalidade tribuição que cada um pode dar a qualquer projeto.
Traço é uma qualidade ou característica distintiva da c) Teorias Sobre Estilos De Liderança
personalidade. O líder é aquele que possui vários traços es-
pecíficos de personalidade que o distinguem das demais São as teorias que estudam a liderança em termos
pessoas. Com isso o líder apresenta traços marcantes por de estilo de comportamento do líder em relação aos seus
meio dos quais pode influenciar o comportamento das pes- subordinados, isto é, maneiras pelas quais o líder orienta
soas, passando para elas parte das suas ações, a maneira de sua conduta, o seu estilo de comportamento de liderar.
agir em determinada situação, como lidar com pessoas tem-
peramentais, enfim alguns líderes possuem traços tão mar- A principal teoria que explica a liderança por meio
cantes que pode até influenciar a missões importantes como de estilos de comportamento, sem se preocupar com ca-
religião ou uma missão militar. Essas teorias baseadas nos racterísticas de personalidade é a que se refere a três esti-
traços da personalidade do líder foram marcadamente influ- los de liderança: autoritária, democrática e liberal. O
enciadas pela chamada teoria do “grande homem”, que foi quadro a seguir dá uma ideia das principais característi-
defendida por Carlyle, em 1910, para explicar que o pro- cas de cada um desses estilos de liderança:
gresso do mundo foi produto das realizações pessoais de al-
AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL
guns homens que dominam a história da humanidade. (LAISSEZ-
O líder é aquele que possui alguns traços específi- FAIRE)
cos de personalidade que os distingue das demais pessoas, -Apenas o líder fixa - As diretrizes são - Há liberdade
as diretrizes, sem debatidas pelo grupo, completa para as
dando-lhe poder de influenciação. Porém, as teorias de tra- qualquer participa- estimulado e assisti- decisões grupais
ços apresentam aspectos falhos, como não ponderar a im- ção do grupo; do pelo líder; ou individuais,
portância de cada traço e a reação dos subordinados, bem com participação
como não distinguir traços para alcance de objetivos dife- - O líder determina - O próprio grupo es- mínima do líder;
rentes. Devemos memorizar os traços mais comumente as providências e as boça as providências
técnicas para a exe- e as técnicas para - Há a participa-
apontados a seguir: cução das tarefas, atingir o alvo, solici- ção do líder no
a) Traços físicos: energia, aparência e peso; cada uma por vez, na tando aconselhamen- debate apenas em
medida em que se to técnico ao líder materiais variados
b) Traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, tornam necessárias e quando necessário, ao grupo, esclare-
entusiasmo e autoconfiança; de modo imprevisí- passando este a suge- cendo que poderia
c) Traços sociais: cooperação, habilidades interpesso- vel para o grupo; rir duas ou mais al- fornecer informa-
ais e habilidade administrativa; ternativas para o gru- ções desde que a
d) Traços relacionados com a tarefa: impulso de - O líder determina po escolher. As tare- pedissem.
qual a tarefa que ca- fas ganham novas
realização, persistência e iniciativa.
da um deve executar perspectivas para os - Tanto a divisão
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Conhecimentos Específicos
e qual o seu compa- debates. das tarefas, como sey e Kennth H. Blanchard, que afirma que o estilo mais
nheiro de trabalho; - A divisão das tare- a escolha dos eficaz de liderança varia de acordo com a “maturidade”
fas fica a critério do companheiros, fi-
- O líder é domina- próprio grupo e cada cam totalmente dos subordinados. Hersey e Blanchard definem maturi-
dor e “pessoal” nos membro tem liberda- aos cargos do dade não como idade ou estabilidade emocional, mas
elogios e nas críticas de de escolher os grupo. Absoluta como desejo de realização, disposição para aceitar res-
ao trabalho de cada seus companheiros falta de participa- ponsabilidades e capacidades e experiência relacionadas
membro; de trabalho; ção do líder;
à tarefa. Os objetivos e o conhecimento dos seguidores
- O líder procura ser O líder não faz são variáveis importantes na determinação de um estilo
um membro normal nenhuma tentativa eficaz de liderança. Hersey e Blanchard acreditam que o
do grupo, em espíri- de avaliar ou de relacionamento entre um administrador e subordinados
to, sem encarregar-se regular o curso
muito de tarefas. O dos acontecimen- passa por quatro fases (uma espécie de ciclo de vida) à
líder é “objetivo” e tos. O líder so- medida que os subordinados se desenvolvem e “amadu-
limita-se aos “fatos” mente faz comen- recem”, e que os administradores precisam variar seu es-
em suas críticas e tários irregulares tilo de liderança a cada fase.
elogios; sobre as ativida-
des dos membros a) Na fase inicial – quando os subordinados se ini-
quando pergunta-
do;
ciam na organização – o mais apropriado é a orientação
para a tarefa pelo gerente. Os subordinados têm que ser
instruídos em suas tarefas e familiarizados com as regras
e procedimentos da organização. Um gerente não direci-
White e Lippitt fizeram um estudo em 1939 para onador causaria ansiedade e confusão nos novos empre-
verificar o impacto causado por esses três diferentes esti- gados. Uma abordagem de relacionamento participativo
los de liderança em meninos de dez anos, orientados para com os empregados também seria inadequada nesse es-
a execução de tarefas. Os meninos foram divididos em tágio porque os subordinados ainda não podem ser vistos
quatro grupos e, de seis em seis semanas, a direção de como colegas;
cada grupo era desenvolvida por líderes que utilizavam
os três estilos diferentes. Os resultados dessa experiên- b) À medida que os subordinados começam a
cia tiveram uma entusiástica repercussão nos Estados aprender suas tarefas, a gerência orientada para as tarefas
Unidos, pois os meninos se comportaram da seguinte continua sendo essencial, porque os subordinados ainda
forma aos diferentes tipos de liderança a que foram sub- não estão desejosos nem capazes de aceitar toda a res-
metidos: ponsabilidade. Entretanto, a confiança do gerente e o
apoio dos subordinados devem aumentar à medida que o
Liderança Autocrática: o comportamento dos gerente se familiariza com eles, encorajando-os a esfor-
grupos mostrou forte tensão, frustração e, sobretudo, ços continuados. Assim, nessa segunda fase o gerente
agressividade, de um lado, e, de outro, nenhuma espon- pode decidir iniciar comportamentos orientados para o
taneidade nem iniciativa, nem formação de grupos de empregado;
amizade. Embora aparentemente gostassem das tarefas,
não demonstraram satisfação com relação à situação. O c) Na terceira fase, crescem a capacidade e a moti-
trabalho somente se desenvolvia com a presença física vação dos subordinados, e eles começam ativamente a
do líder. Quando este se ausentava, as atividades para- procurar maiores responsabilidades. O gerente não preci-
vam e os grupos expandiam seus sentimentos reprimi- sará mais ser direcionador (de fato, o direcionamento
dos, chegando a explosões de indisciplina e de agressivi- constante pode gerar ressentimento). Entretanto, o geren-
dade; te ainda precisará dar apoio e consideração aos subordi-
nados a fim de que eles mantenham o interesse por mais
Liderança Liberal (laissez-faire): embora a ativi- responsabilidades. À medida que os subordinados se tor-
dade dos grupos fosse intensa, a produção foi simples- nam gradualmente mais confiantes, autodirecionados e
mente medíocre. As tarefas se desenvolviam ao acaso, experientes, o gerente pode reduzir a quantidade de
com muitas oscilações perdendo-se muito tempo com apoio e encorajamento. Nessa quarta fase, os subordina-
discussões mais voltadas para motivos pessoais do que dos não mais necessitam nem esperam um relacionamen-
relacionadas com o trabalho em si. Notou-se forte indi- to direcionador por parte de seu gerente. Estão por conta
vidualismo agressivo e pouco respeito com relação ao lí- própria.
der;
A teoria da liderança situacional gerou interesse
Liderança Democrática: houve formação de gru- porque recomenda uma liderança mais dinâmica e flexí-
pos de amizade e de relacionamentos cordiais entre os vel, em vez de estática. A motivação, a capacidade e a
meninos. Líder e subordinados passaram a desenvolver experiência dos subordinados podem ser constantemente
comunicações espontâneas, francas e cordiais. O traba- avaliadas para determinar que combinação de estilos é
lho mostrou um ritmo suave e seguro sem alterações mais apropriada sob condições flexíveis e mutáveis. Se-
mesmo quando o líder se ausentava. Houve um nítido gundo Hersey e Blanchard, se o estilo for apropriado ele
sentido de responsabilidade e comprometimento pessoal. não apenas motivará os subordinados: Também irá 85ju-
II. Teorias Situacionais da Liderança da-los a amadurecer. Assim, o administrador que queira
desenvolver os subordinados, aumentar sua confiança e
Uma das principais abordagens contingenciais à li- 85juda-los a aprender seu trabalho terá de mudar cons-
derança é a teoria da liderança situacional, de Paul Her- tantemente de estilo.
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Conhecimentos Específicos
No entanto, permanece uma questão prática: Até soas possuem capacidade, mas não estão dispos-
que ponto os administradores são capazes de escolher tas a fazer o que o líder quer, por não estarem
seguras de si mesmas. O líder e o liderado parti-
entre estilos de liderança em diferentes situações? Essa cipam juntos da tomada de decisão, sendo o pa-
Comparti-
questão é importante porque afeta a seleção, a colocação lhar pel principal do líder é facilitar a tarefa e a co-
e a promoção dos administradores. Se os administradores municação.
forem flexíveis em termos de estilo de liderança, ou se Estilo apropriado: Comportamento de relacio-
puderam ser treinados para variar seu estilo, presumi- namento alto e tarefa baixa.
velmente serão eficazes em várias situações de liderança Para maturidade alta. As pessoas têm capacidade
diferentes. Se, por outro lado, forem relativamente infle- e disposição para assumir responsabilidade. São
xíveis em termos de estilo de liderança, os administrado- psicologicamente maduros, não necessitando de
res irão operar com eficácia apenas nas situações que Delegar uma comunicação acima do normal ou de um
comportamento de apoio.
melhor se adaptem ou que possam ser ajustadas ao seu
estilo. Uma inflexibilidade assim prejudicaria a carreira Estilo apropriado: Comportamento de relacio-
dos gerentes individualmente e complicaria a tarefa da namento baixo e tarefa baixa.
organização de preencher com eficácia seus cargos de
gerência.
Levando em consideração que o estilo de liderança
A Teoria Situacional surgiu diante da necessidade a ser adotado por determinado líder depende do nível de
de um modelo significativo na área de liderança, onde maturidade das pessoas que o mesmo deseja influenciar,
define-se a maturidade como a capacidade e a disposição devemos então definir o que significa “Maturidade”. Em
das pessoas de assumir a responsabilidade de dirigir seu termos de capacidade e de disposição, dizemos que o
próprio comportamento. Portanto, entende-se como Li- conceito de maturidade divide-se em duas dimensões:
derança Situacional o líder que comporta-se de um de-
a) A maturidade de trabalho (capacidade): está rela-
terminado modo ao tratar individualmente os membros
cionada com a capacidade de fazer alguma coisa, refe-
do seu grupo e de outro quando se dirigirem a este como
rindo-se ao conhecimento e à capacidade técnica. As
um todo, dependendo do nível de maturidade das pesso-
pessoas com alta maturidade de trabalho numa determi-
as que o mesmo deseja influenciar.
nada área tem o conhecimento, a capacidade e a experi-
A Liderança Situacional não só sugere o estilo de ência necessária para executarem certas tarefas sem dire-
liderança de alta probabilidade para os vários níveis de ção da parte de outros.
maturidade, como indica a probabilidade de sucesso das
Ex.: Uma pessoa de alta maturidade de trabalho po-
outras configurações de estilo, se o líder não for capaz de
de dizer: “Meus conhecimentos permitem que meu traba-
adotar o estilo desejável. Estes conceitos são válidos em
lho seja realizado por conta própria nessa área, sem mui-
qualquer situação em que alguém pretenda influenciar o
ta ajuda do meu chefe”.
comportamento de outras pessoas. Num contexto geral,
ela pode ser aplicada em qualquer tipo organizacional, b) A maturidade psicológica (disposição): refere-
quer se trate de uma organização empresarial, educacio- se à disposição ou motivação para fazer alguma coisa.
nal, governamental ou militar e até mesmo na vida fami- Está ligada à confiança em si mesmo e ao empenho. As
liar. pessoas que possuem alta maturidade psicológica julgam
que a responsabilidade é importante, tem confiança em si
Na Teoria Situacional existem quatro estilos de li- mesmas e sentem-se bem nesse aspecto do seu trabalho.
derança: “Determinar”, “Persuadir”, “Compartilhar” e Não precisam de grande encorajamento para cumprir su-
“Delegar”. Estes estilos resumem uma combinação de as tarefas.
comportamento de tarefa e de relacionamento, estabele-
Ex.: Uma pessoa de alta maturidade psicológica po-
cendo objetivos e definindo os papéis das pessoas que
de dizer: “Meu chefe não precisa ficar em cima de mim
são dirigidas pelo líder. Observe o quadro abaixo:
ou me incentivando nessa área”.
Para maturidade baixa. Pessoas que não tem Na Liderança Situacional está implícita a ideia de
nem capacidade nem vontade de assumir a res-
ponsabilidade de fazer algo, não são seguras de que o líder deve ajudar os liderados a amadurecer até o
si. Este estilo caracteriza-se pelo fato de o líder ponto em que sejam capazes e estejam dispostos a fazê-
definir as funções e especificar o que as pessoas lo, esse desenvolvimento deve ser realizado ajustando-se
Determinar deve fazer, como, quando e onde devem execu- o comportamento de liderança. Independente do nível de
tar várias tarefas.
maturidade do indivíduo ou grupo podem ocorrer algu-
Estilo apropriado: Comportamento de tarefa al- mas mudanças. Sempre que, por qualquer razão, o de-
ta e relacionamento baixo.
sempenho de um liderado começar a regredir e sua capa-
Para maturidade entre baixa e moderada. Pesso- cidade ou motivação diminuir, o líder deverá fazer uma
as que não tem capacidade e sentem disposição reavaliação do nível de maturidade e dar o apoio sócio-
para assumir responsabilidades, mas ainda não
possuem as habilidades necessárias. A maior
emocional e a direção apropriada que o(s) liderado(s)
Persuadir
parte da direção a ser tomada neste estilo ainda é necessitarem.
dada pelo líder.
Estilo apropriado: Comportamento de alta tare-
fa e alto relacionamento.
Para maturidade entre moderada e alta. As pes-
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
13.20. COMUNICAÇÃO. A nível interno a comunicação pode também ser
feita na diagonal. Este tipo de comunicação é bastante
A comunicação organizacional abrange todas as importante, como nos pode mostrar o seguinte exemplo:
formas de comunicação utilizadas pela organização para “um diretor de marketing que necessita urgentemente de
se relacionar e interagir com seus públicos. dados acerca dos clientes pode solicitar telefonicamente
Tipos de comunicação as informações diretamente com o especialista do depar-
Num ambiente organizacional existem vários tipos tamento financeiro – em vez de fazê-lo através do diretor
de comunicação, nomeadamente comunicação for- desse departamento (Cunha et al., 2003). É importante
mal/informal e comunicação interna/externa: salientar que a evolução dos meios electrónicos de co-
municação, nomeadamente o correio electrónico, têm
A comunicação formal segue as interações hierár- contribuído para o progresso deste tipo de comunicação.
quicas entre os membros da organização, tipicamente
vertical, limitando-se apenas à comunicação de tarefas, Por fim a comunicação externa, que é a comunica-
através de diretivas, ordens e relatórios, mantendo uma ção realizada entre a empresa e o exterior (que podem
certa distância da chefia com os seus subordinados. ser outras organizações ou empresas ou o próprio meio
Este tipo de comunicação é feito numa rede formal, social). Este tipo de comunicação é mais cuidada de
podendo tomar variadas formas, destacando-se três: a forma a proteger e melhorar a imagem que o “exterior”
cadeia (onde os níveis hierárquicos inferiores dependem tem da organização, aumentando a sua legitimidade ins-
dos superiores), a estrela (forma de comunicação em que titucional. O contato com a envolvente externa pode in-
um superior comunica com vários subordinados, no en- fluenciar o formato organizacional atuando sobre o com-
tanto estes não têm comunicação direta entre si) e por portamento das pessoas e dos sistemas organizacionais.
fim, canais múltiplos onde “todos comunicam com to- Barreiras à comunicação organizacional
dos” (Rego, 1999).
Ao nível do relacionamento de pessoas e a sua co-
Na comunicação informal a informação move-se municação organizacional podem ocorrer diversas bar-
em todas as direções, não obedecendo a linhas formais reiras e consideramos mais importantes as que se relaci-
de autoridade. Pode ajudar, uma vez que circula mais ra- onam com o processo, com as características pessoais,
pidamente, ou criar dificuldades à realização das tarefas, com as condições físicas e o discurso semântico.
na medida em que pode não ser feita de um modo claro e
preciso podendo mesmo impedir o bom funcionamento No que respeita ao processo, do qual faz parte o
da empresa. emissor, a codificação, a mensagem, o meio, a descodifi-
É de salientar que a comunicação formal pode dar cação, o receptor, o feedback e o ruído, podemos dizer
origem a uma comunicação informal, exemplo disso é o que este último constitui a maior barreira de processo e
caso de uma reunião de trabalho, previamente formal, pode ocorrer em qualquer ponto do mesmo. Isto acontece
onde os seus intervenientes através das suas interações porque o ruído se interpõe tanto na transmissão como na
criem um contexto informal. Por outro lado, também po- recepção da mensagem, podendo enviesá-la e, conse-
de acontecer o reverso, ou seja, um ambiente informal quentemente, reduzir a sua fiabilidade e credibilidade. O
pode dar origem a situações onde se tenha de comunicar ruído pode ser originado de diferentes formas, nomea-
formalmente. Por exemplo, um simples “café” pode le- damente fracas ligações telefónicas, vírus nos sistemas
var a que sejam tratados problemas da empresa. de computação, barulho que rodeia uma conversa ou
reunião, erros de ortografia, dificuldade de oralidade,
Relativamente à comunicação interna, é aquela que audição ou visão (cf. Cunha et al., 2003).
circula nos circuitos internos da organização e nela se
mantém. É usada por todos os colaboradores organizaci- Relativamente às barreiras pessoais compreendem a
onais podendo ser formal ou informal. (in)capacidade de comunicar efetivamente, o modo como
Este tipo de comunicação pode ser feito vertical- as pessoas processam e interpretam a informação, o nível
mente, através de uma comunicação ascendente onde os de confiança interpessoal, estereótipos e preconceitos,
subordinados tentam fazer chegar a informação aos seus fraca capacidade de escuta, julgamentos e a incapacidade
superiores, informação que permite às chefias conhecer de ouvir empaticamente. A personalidade de cada um, o
as necessidades, as reações, os desejos, e sentimentos estado de espírito, as emoções, os valores, são fatores in-
dos níveis hierárquicos inferiores (cf. fluenciadores. Uma vez ultrapassadas estas barreiras a
Câmara, Guerra & Rodrigues, 1997); ou através de mensagem é transmitida da melhor forma e entendida de
uma comunicação descendente na qual a chefia faz che- forma mais correta e com o verdadeiro sentido.
gar a informação aos seus subordinados, de modo a fazê- Outras barreiras que surgem na comunicação são: a
los sentir orientados e desta forma incentivando-os a distância entre os funcionários (quando não é feita cara-
contribuírem para o desenvolvimento e consolidação da a-cara, torna-se mais complicado perceber a mensagem
empresa. que o outro quer transmitir, pois não nos permite obter
Pode também processar-se horizontalmente, isto é, um feedback imediato), o barulho no trabalho, a qualida-
no mesmo nível hierárquico, permitindo não só um co- de e fiabilidade dos sistemas de informação que compre-
nhecimento mútuo, como também um desenvolvimento endem as barreiras físicas e, tal como as anteriores, de-
de um quadro de referência e de uma identidade da em- vem ser reduzidas ou eliminadas.
presa como um todo.
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Conhecimentos Específicos
Por fim temos as barreiras semânticas que surgem • grau de confiança dos chefes sobre os subordi-
como erros de codificação e descodificação devido à es- nados;
colha de palavras que são usadas na comunicação e que • capacidade do subordinado de lidar com as suas
podem ser mal interpretadas, isto é, aquilo que se quer responsabilidades;
dizer pode não ser interpretado pelo receptor da maneira • a forma de atuação das unidades organizacio-
como queremos que ele entenda. Outro exemplo é o caso nais de assessoria.
da própria linguagem, uma vez que uma palavra pode ter
diferentes sentidos mediante a interpretação de cada pes- Algumas vantagens da descentralização:
soa. Os gestos também poderão constituir uma barreira
semântica na medida em que podem ajudar (a interpretar • rapidez nas decisões pela proximidade do lugar
e conhecer o que o outro quer transmitir) ou dificultar onde surgem os problemas.
(podem ser sinal de distração e/ou equívoco) a chegada • aumento do moral e da experiência dos jovens
da mensagem ao destinatário e, desta forma, influenciar executivos.
a sua interpretação. • diminuição da esfera de controle do principal
executivo.
Perante estas barreiras da comunicação, o resultado
• tendência a maior número de ideias inovadoras.
da mesma pode tornar-se ineficaz e muito perigoso para
• possibilidade de maior participação e motiva-
as organizações.
ção.
• maior tempo à alta administração para outras
13.21. DESCENTRALIZAÇÃO E DELEGA- atividades.
ÇÃO. • maior desenvolvimento da capacitação gerenci-
al e profissional.
13.21.1. DESCENTRALIZAÇÃO
A descentralização administrativa existe quando a Algumas desvantagens da descentralização:
maioria das decisões processa-se nos níveis hierárquicos • inadequada utilização dos especialistas centrais.
inferiores, ou seja, a descentralização coloca os centros • Maior necessidade de controle e de coordena-
decisórios o mais próximo possível dos órgãos de execu- ção.
ção. • Maior dificuldade de normatização e de padro-
A descentralização remota à década de 20, quando a nização.
GMC conseguiu grande sucesso em seu complexo indus- • Pouca flexibilidade da organização frente a si-
trial, graças à aplicação dessa filosofia, que se apresenta- tuações excepcionais.
ram mais fortemente nas grandes instituições a partir da • Necessidade de contar com dirigentes treinados
Segunda guerra mundial. para a descentralização.
Segundo D’Estaing a descentralização é um estado • O custo das comunicações tende a aumentar.
de espírito, criado pela administração estratégica que • Maior dificuldade de coordenação de atividades
formula os limite dentro dos quais se desenvolve e que que envolvem alto nível de interdependência.
assegura as comunicações necessárias e a formação dos Pode-se dizer que a descentralização deve ser con-
homens que o praticam. A política de descentralização e siderada como os demais problemas organizacionais, em
frequentemente revista, devendo ser dinâmica, não po- termos de conveniência administrativa. Sempre que uma
dendo ser reduzida a formulários e/ou instruções imutá- decisão puder ser mais bem tomada ao nível operativo,
veis. com maior rapidez e favorecendo o completo exame dos
A descentralização normalmente ocorre nas se- vários fatores em causa, pode-se proceder logo a uma
guintes situações: descentralização da função respectiva.
A descentralização está intimamente associada à
• a carga de trabalho de alta administração está
ideia de se alterar o regimento interno da organização e
volumosa e/ou demasiadamente complexa.
os documentos decorrentes, para que a decisão relativa
• pela maior ênfase que a empresa quer dar à re-
aos assuntos descentralizados passe a ser competência
lação produto-mercado.
dos níveis inferiores.
• para encorajar o desenvolvimento gerencial de
seus executivos lotados na média e baixa admi- A descentralização tem caráter permanente e é im-
nistração. pessoal, onde a autoridade passa para o nível subordina-
• para proporcionar maior participação e motiva- do as atribuições e responsabilidades.
ção
• o grande volume de trabalho de alta administra-
ção provoca morosidade no processo decisório. 13.21.2. DELEGAÇÃO
Para que o processo de descentralização seja efe- Delegação é a transferência de determinado nível de
tivado algumas questões devem ser observadas, tais autoridade de um chefe para seu subordinado, criando a
como: crescente responsabilidade pela execução da tarefa dele-
gada.
• nível de treinamento e preparo da chefia;
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Conhecimentos Específicos
Quando se fala de delegação, vale lembrar um prin- ferramenta de auxílio do administrador para o alcance do
cípio importante de uma organização, assim como da desempenho da organização.
administração, é que a autoridade deve ser igual à res-
O controle deve procurar ser o mais abrangente
ponsabilidade. Esse princípio, conhecido como a equiva-
possível e não deve ser visto sob a ótica equivocada de
lência da autoridade e da responsabilidade, garante que o
atrapalhar as ações administrativas; pelo contrário, ele é
serviço será feito com uma quantidade mínima de frus-
reconhecido com uma importante função para a Admi-
tração por parte do pessoal. Se o gerente não delegar au-
nistração alcançar seus fins.
toridade que se iguale à responsabilidade, criará uma in-
satisfação no funcionário e em geral gastará energia e re- Drucker (1975) destaca que o controle é um instru-
cursos. mento da administração, visando o acompanhamento do
trabalho e não do trabalhador. Para alguns autores, den-
O processo de delegação compõe-se de três fases.
tro de uma forma moderna de administrar, o controle
1- Distribuição de tarefas pelo dirigente aos seus deixa de ser encarado como um processo coercivo e re-
subordinados. pressivo, e assume funções de destaque na orientação e
2- Permissão para praticar os atos necessários ao planejamento das organizações.
desempenho das tarefas (Autoridade)
Com o exercício da função de controle pode-se ob-
3- Criação da obrigação dos subordinados perante
ter a mensuração e a avaliação dos resultados do esforço
o dirigente de executarem satisfatoriamente as
efetuado por meio das demais funções administrativas:
tarefas (Responsabilidade)
planejamento, organização e direção.
A delegação é feita através de um documento for-
mal apropriado (portaria, aviso, determinação etc.) que 13.22.1. O CONTROLE – CONCEITOS, CA-
deverá indicar com precisão a autoridade delegante, a au- RACTERÍSTICAS E FUNÇÕES
toridade delegada, as atribuições objeto da delegação e,
O controle é uma função administrativa que tem por
se for o caso, a sua vigência.
objetivo medir e avaliar o desempenho da organização,
Na delegação a autoridade continua responsável pe- propondo as medidas corretivas quando necessário. Re-
la tarefa cometida ao seu subordinado. A delegação tem comenda-se que ele ocorra em cada uma das etapas de
caráter transitório e é quase sempre pessoal nominal. gestão, verificando se os objetivos foram alcançados e
assegurando que as organizações cumpram suas finali-
A falta de delegação acarreta algumas situações:
dades.
1- Para a empresa: o ritmo dos negócios é aquele
O conceito de controle já era utilizado na antiguida-
imposto por seu proprietário. A administração
de, entretanto foi somente no século XX, por meio dos
torna-se morosa e dependente. A participação
trabalhos de Taylor e Fayol, que o termo se tornou am-
dos funcionários é baixa.
plamente utilizado na administração. (GOMES; SAL-
2- Para o empresário: existe sobrecarga de traba-
LAS, 1999)
lho que exige dele atuação nas mais diferentes
áreas. Comumente sente-se só. Trabalhando Fayol (1994) afirmava que o controle aplica-se a
tenso, estará predisposto ao stress e as suas tudo: coisas, pessoas e atos. Para ele, o controle consiste
consequências negativas. em verificar “se tudo corre na conformidade com o plano
3- Para o funcionário: baixo desenvolvimento pro- adotado, as instruções emitidas e os princípios estabele-
fissional e envolvimento com coisas da empre- cidos”. (FAYOL, 1994, p.130)
sa. Não existindo motivação e ocorrendo desejo
Batemann e Snell (1998, p.430) ensinam que o con-
de participação não correspondido, os melhores
trole “é uma das forças fundamentais que mantêm a or-
elementos não permanecem.
ganização de pé”. Definem o controle “como qualquer
Deve ser lembrado, que vários livros sobre a maté- processo que orienta as atividades dos indivíduos na di-
ria não fazem distinção entre descentralização e delega- reção da realização das metas organizacionais”. Pode-se
ção, acrescentando alguns que a delegação é o instru- deduzir então que o controle é o processo pelo qual se
mento da descentralização. procura garantir a realização dos objetivos propostos e
CURY, Antônio. Organização e Métodos – Uma visão holística. 6. ed. São identificar as necessidades de mudanças.
Paulo: Atlas. 1994. 556p.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, Organização e Mé- A palavra controle pode ter várias conotações e o
todos: uma abordagem gerencial. 10. Ed. São Paulo: Atlas. 1998. 497p. seu significado varia em função da área aplicada. Ela
ROCHA, Luiz Osvaldo Leal da. Organização e Métodos: uma abordagem
prática. São Paulo: Atlas. pode ser entendida como função administrativa que
MONTANA, Patrick J e CHARNOV, Bruce H. Administração. 1. Ed. São compõe o processo administrativo ao lado do planeja-
Paulo: Saraiva. 2000. 475p. mento, organização e direção. O controle também pode
ser entendido como meio de regulação e como função
13.22. CONTROLE. CARACTERÍSTICAS. restritiva. (HAMPTON, 1992)
O controle é uma variável que tem substancial im- A função administrativa do controle pode ser evi-
portância nos estudos sobre as organizações. É difícil denciada na figura 1, na qual verifica-se que ele se rela-
imaginar a existência de qualquer organização sem a ciona com outras funções gerenciais, recebendo e ao
presença dessa função administrativa. O controle é uma mesmo tempo, provocando influências. Teoricamente, o
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Conhecimentos Específicos
processo administrativo inicia-se com o planejamento e de gestão e deve ser flexível para não gerar custos exces-
se encerra com a fase do controle. Extrai-se da figura 1 sivos e mais problemas do que soluções.
que a situação é extremamente dinâmica e que as infor-
Espera-se que um controle organizacional eficiente
mações obtidas através do processo de controle sobre as
apresente diversas características.
atividades realizadas levarão a um novo planejamento,
recomeçando o ciclo. O controle tem a função de feed- Dessa forma, ele não deve medir apenas o que pas-
back ou retroalimentação do processo administrativo, sou ou se adaptar às operações atuais. O controle verifica
sendo, portanto, essencial para o planejamento eficaz. onde as organizações querem chegar a fim de se adapta-
rem às novas estratégias. Outro ponto importante é que o
controle permeia cada etapa do próprio processo de con-
trole, desde o estabelecimento dos padrões até à adoção
das ações corretivas. Ele também precisa ser aceito pelos
membros. Quanto mais comprometidos estiverem os
empregados com os padrões de controle, maiores as pro-
babilidades de sucesso. Cabe salientar que, para ser efi-
ciente, necessário se faz que o controle seja preciso, fle-
xível e oportuno. (DAFT, 1979).
Fayol (1994, p.131) ensina que o controle para ser
eficaz, “deve ser realizado em tempo útil e acompanhado
de soluções”. Aduz também que de nada adianta um con-
trole muito bem feito caso ele chegue demasiadamente
Figura 1 tarde, pois poderá ter sido inútil toda a operação.
Planejamento, controle e decisão são atividades in- Segundo Oliveira (2001), o controle efetuado em
terligadas. O planejamento fornece o padrão. O controle relação ao desempenho da empresa como um todo é de-
verifica o padrão. A decisão começa com as informações nominado controle estratégico. Quando é efetuado em
geradas pelo controle. relação ao desempenho de cada uma das áreas funcionais
O controle possibilita ao gestor certificar-se de que é denominado controle tático e gerencial. Por fim, quan-
as metas e os objetivos estão sendo alcançados pela or- do tem aplicação mais específica dentro de cada área de
ganização, orientando as decisões. Os resultados alcan- operações, é denominado controle operacional. O contro-
çados devem ser comparados com os níveis de desempe- le estratégico ocorre em nível institucional e está relaci-
nho esperados. Tem-se, então, que o controle é um pro- onado com o nível mais elevado da empresa. Sua dimen-
cesso essencialmente regulatório. são no tempo é de longo prazo e o seu conteúdo, geral-
mente sintético e genérico. Já o controle tático ocorre no
O controle também exerce função restritiva. Sendo nível intermediário e é direcionado para médio prazo,
assim, espera-se que os indivíduos se mantenham dentro atingindo departamentos ou unidades da empresa. Por úl-
dos padrões desejados. Os desvios devem ser analisados timo, o controle operacional é aquele efetuado nas dife-
e também devem ser identificados os impactos que esses rentes áreas de atuação: produção e operações, finanças,
desvios irão provocar nos resultados futuros. mercadológica e recursos humanos. Neste nível o contro-
le geralmente envolve quatro tipos básicos de padrão:
Para Drucker (1975, p.238), “a finalidade do con-
quantidade, qualidade, tempo e custo. Cada um desses
trole é fazer com que o processo corra suavemente, cor-
elementos é determinado na etapa do planejamento.
retamente e segundo os padrões exigentes”. Um sistema
de controle eficaz fornece informação e feedback quanto A amplitude do processo de controle influencia na
ao desempenho das atividades, permitindo a descentrali- formatação das empresas. Neste contexto, Chiavenato
zação. Ele possibilita a competitividade, a formulação de (2002, p. 657) esclarece que:
estratégias, além de ter o importante papel de minimizar nas empresas onde ocorre grande amplitude
riscos na tomada de decisões. de controle, a configuração global da orga-
Robbins (2001) aponta que o controle visa a duas nização é tipicamente achatada: a estrutura
finalidades principais: correção de falhas ou erros exis- achatada tem poucos níveis hierárquicos
tentes e prevenção de novas falhas ou erros. com grandes grupos de trabalho em cada
nível. Nas empresas onde ocorre limitada
Oliveira (1993, p.151) ensina que o sistema de con- amplitude de controle a configuração glo-
trole deve respeitar a relação custo-benefício, “pois não bal da organização é alongada verticalmen-
se deve ter um sistema em que o controle é um fim em si te: a estrutura ‘alta’ tem uma longa cadeia
só, nem que represente gastos e esforços excessivos para de autoridade (muitos níveis hierárquicos)
a sua concretização”. com poucos grupos de trabalho em cada um
Assim, a Administração preocupa-se em decidir deles.
quais as etapas que devem ser mensuradas e em quais Dessa forma, a amplitude do controle pode ser esco-
momentos o controle deverá ser efetuado. O controle é lhida com base no grau de autonomia que se quer dar aos
um instrumento de fundamental importância no processo subordinados.
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Conhecimentos Específicos
Stoner (1982) recomenda que deva existir equilíbrio as vantagens sobre os demais: fornece informações im-
apropriado entre o controle organizacional e a liberdade portantes para o administrador sobre a eficácia do seu
individual. “Com muito controle, as organizações tor- planejamento e pode aumentar a motivação dos empre-
nam-se sufocantes, inibitórias e desagradáveis como lo- gados com a divulgação dos resultados alcançados.
cais de trabalho. Com muito pouco controle, tornam-se
Já para Newman (1976), existem três tipos diferen-
caóticas, ineficientes e ineficazes na consecução de seus
tes de controle em função do momento de sua aplicação:
objetivos”. (STONER, 1982, P.404)
controle de orientação, controle por etapas e controles
Finalizando, Stoner (1982) aponta que o grau de posteriores.
controle é influenciado por fatores como a tecnologia
disponível, a similaridade das funções desenvolvidas, a O controle de orientação é realizado concomitante à
qualificação e o ambiente em que as empresas encon- operação e à ação corretiva e é realizada antes que a ope-
tram-se inseridas. ração seja completada. O controle por etapas verifica se
o trabalho pode ou não prosseguir para as fases seguin-
13.22.2. O PROCESSO E OS MECANISMOS tes. Seria desnecessário se o controle de orientação fosse
DE CONTROLE eficaz. O controle posterior se dá após a ação ter sido
completada. É o caso do balanço das empresas e dos re-
O controle é um processo; dessa forma é convenien-
latórios. Os controles posteriores servem para conceder
te que seja sistematizado e padronizado para que possa
as recompensas prometidas em razão do cumprimento
efetivamente regular as atividades da organização, propi-
das metas e para proporcionar informações ao planeja-
ciando que ela atinja os índices de desempenho planeja-
mento no caso de atividades cíclicas.
dos.
Montana (1998, p.240) define o processo de contro- Oliveira (1993) aponta que as comparações podem
le como “as ações sequenciais tomadas pela administra- apresentar algumas situações. Se o desvio apresentado
ção para estabelecer os padrões de desempenho, medida estiver dentro do tolerado, o administrador não precisa se
e avaliação do desempenho, e tomar ações corretivas preocupar. Caso o desvio exceda um pouco o que era es-
quando necessário”. perado, o administrador deverá continuar sua ação, mas
com alguns ajustes para que seja possível retornar à situ-
O processo de controle pode ser exercido em todas
ação desejada e, por fim, caso o desvio exceda em muito
as áreas e níveis de administração, embora suas modali-
os padrões, o administrador deverá interromper as ações
dades sofram variações. O processo básico, entretanto, é
até que as causas sejam identificadas, estudadas e elimi-
o mesmo, sendo composto de quatro etapas fundamen-
nadas.
tais: estabelecimento dos padrões de desempenho, medi-
ção do desempenho, comparação do desempenho com Dependendo da estrutura, do estilo e da divisão de
padrões e a tomada de medidas corretivas. tarefas de cada organização, recomenda-se a utilização
Os administradores, para o controle adequado de de diferentes mecanismos de controle. Conforme Bate-
uma organização, buscam planejar e estabelecer padrões man e Snell (1998), a diferenciação do controle é decor-
de desempenho, implantar um sistema de informação rente da especialização dos cargos e da divisão do traba-
que fornecerá os dados indispensáveis para as verifica- lho. Já Hall (1984) considera que o controle é decorrente
ções necessárias e adotar medidas que irão corrigir os da complexidade ou diferenciação da organização.
desvios ocorridos. O controle pode ser efetuado em Para Wagner e Hollenbeck (2000), o ajuste mútuo,
eventos anteriores, durante e após a realização do pro- a supervisão direta e a padronização são mecanismos bá-
cesso. Estes três tipos de controle são formalmente de- sicos do controle. Para os autores, o ajuste mútuo é o
nominados: feedforwork, simultâneo e de feedback. mecanismo mais simples que resulta das formas laterais
(DAFT, 1979) de comunicação. Consiste na coordenação realizada por
O controle feedforwork é por vezes chamado de meio de processos de comunicação interpessoal na qual
controle de qualidade preliminar ou preventivo e tem por aqueles que trabalham juntos ou ocupem posições de au-
fim assegurar que a qualidade dos inputs seja adequada toridade semelhante, trocam informações relacionadas ao
para prevenir problemas no desempenho das tarefas. Ele trabalho.
é o tipo mais desejado, porém nem sempre é viável, pois Segundo Perrow, citado por Machado et al. (1998),
exige informações precisas e no tempo certo. (DAFT, o controle poderá ser exercido por meio da supervisão
1979) direta, padronização de regras e regulamentos ou por
O controle simultâneo é aquele em que vai ocorren- meio de seleção homogênea. Para outros autores, entre
do o monitoramento das atividades, à medida que elas eles, Certo e Peter (1993), a informatização seria o me-
vão sendo processadas. Tem por objetivo garantir que canismo recomendado para que a função de controle
elas estejam de acordo com os padrões de qualidade. O cumpra as suas finalidades.
controle simultâneo tem sido facilitado pelos programas Assim, passaremos a evidenciar os mecanismos de
computadorizados. (DAFT, 1979) controle, que entendemos possam ser relevantes no con-
O controle de feedback enfoca a produção final ou trole do processo administrativo tributário, quais sejam:
serviço depois que a tarefa está cumprida; também é a supervisão direta, a padronização e o sistema de infor-
chamado de pós-ação ou controle de output. Para Rob- mações.
bins e Coulter (1998), este tipo de controle apresenta du-
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Conhecimentos Específicos
13.23. SISTEMA DE MEDIÇÃO DE DESEM- Vale dizer, também, que, de nada, adiantaria uma
PENHO ORGANIZACIONAL. empresa ter alto poder de recursos financeiros e materi-
ais, se não dispuser-se de recursos humanos capazes de
Modernamente, encontra-se em Kaplan e Norton proporcionar a ativação e aplicação de todos os demais
(1997, p.21) a afirmação de que "se o desempenho não recursos. De nada adiantaria todos os demais recursos se
está sendo medido, ele não está sendo gerenciado". não fossem operados, aplicados e ativados por meio dos
Esses autores acrescentam ainda que se a organiza- recursos humanos. Não há, nem pode haver empresa sem
ção anseia sobreviver e prosperar na Era do Conheci- pessoas. “As pessoas são a alma das empresas”.
mento, ela deve se utilizar de um sistema de gestão do Aliás, convém lembrar que não pode ser diferente,
desempenho alinhado com sua estratégia. uma vez que, a maioria dos autores concorda que a ad-
ministração procura fazer algo com e por meio de pesso-
Segundo Neely e Gregory (1995), o sistema de me- as, em grupos formalmente organizados (a empresa é um
dição de desempenho é uma técnica usada para quantifi- desses grupos).
car a eficiência e a eficácia das atividades do negócio. A
eficiência vai tratar da relação entre a utilização econô- O que acabamos de dizer leva-nos a admitir a exis-
mica dos recursos; levando em consideração um deter- tência do setor de pessoal (ou, como alguns procuram
minado nível de satisfação. Por sua vez, a eficácia avalia designá-lo por setor de “recursos humanos”) como parte
o resultado de um processo no qual as expectativas dos destacada de uma empresa, merecendo, portanto, um es-
diversos clientes são ou não atendidas. tudo todo especial.
Realmente, numa empresa, encontramos empregados
Para Clark Jr., o sistema de medição do desempe- ou funcionários em todos os lugares. Em todos esses luga-
nho é definido como (1995 apud RATTON, 1998, p. 51): res, as pessoas são dirigidas e controladas pelos administra-
o conjunto de pessoas, métodos, ferramentas para dores, pois compete a estes conduzir, coordenar e controlar
o trabalho de seus subordinados. Seria, digamos, assim,
gerar, analisar, expor, descrever e avaliar dados e
uma administração operacional. Porém sabemos que, numa
informações sobre as múltiplas dimensões de de-
empresa, existem outros tantos serviços relacionados com o
sempenho das pessoas, grupos e níveis organizaci- pessoal, que precisam ser centralizados num departamento à
onais em seus múltiplos constituintes. parte.
Um sistema de medição de desempenho é um con- Então, concluímos que toda empresa deve ter, em sua
junto de medidas referentes à organização como um to- estrutura organizacional, o setor de pessoal, seja ele de
do, às suas partições (divisões, departamento, seção etc.), maior ou de menor dimensão, tenha esta ou aquela denomi-
aos seus processos e às suas atividades organizadas e nação, tal como: Serviço de Pessoal, Departamento de Pes-
bem definidas em blocos, de forma a refletir certas ca- soal, Divisão de Relações Industriais, Departamento de Re-
racterísticas do desempenho para cada nível gerencial in- cursos Humanos, etc.
teressado (OLVE; ROY; WETTER, 2001). “Administração de Pessoal é a especialização admi-
Um sistema de medição tem como objetivos (KA- nistrativa que trata do planejamento, da organização e
PLAN; NORTON, 1996b; OLVE; ROY; WETTER, controle do setor de pessoal de uma empresa.”
2001; RATTON, 1998):
• comunicar a estratégia e clarificar valores; 14.1. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO.
• identificar e diagnosticar problemas e A QVT se apresenta como uma preocupação huma-
oportunidade; na desde os primórdios de sua existência, com o objetivo
• ajudar e entender os processos; de facilitar ou trazer satisfação e bem-estar aos trabalha-
• definir responsabilidades; dores no desenvolvimento de suas tarefas. Limongi-
• melhorar o controle e o planejamento; França (1996) a descreve como sendo um conjunto de
ações/atividades de uma organização no sentido de bus-
• mudar comportamento e envolver pessoas.
car e implementar melhorias e inovações gerenciais, tec-
A mensuração do desempenho acontece há muito nológicas e estruturais no ambiente de trabalho.
tempo. Kaplan e Norton (l996a) comentam que, desde o
A constante evolução dos métodos de gestão em-
período da revolução industrial, as organizações vêm de-
presarial, embora tenha permitido uma maior eficiência
senvolvendo sistemas de medição inovadores, embora
na utilização dos recursos produtivos disponíveis, trouxe
calcados em medidas financeiras, como foi o caso do
uma série de efeitos negativos aos recursos humanos,
modelo da DuPont, no início do século XX.
como a excessiva especialização do trabalho, a padroni-
zação da mão-de-obra e a rigidez das hierarquias. Em
14. GESTÃO DE PESSOAS. consequência, os trabalhadores insatisfeitos com seu tra-
balho, passam a apresentar elevados índices de absente-
O HOMEM E A ORGANIZAÇÃO ísmo, rotatividade e acidentes de trabalho, desenvolven-
A Administração de Recursos Humanos constitui do assim baixos índices de produtividade e pouca quali-
uma especialização técnica amplamente desenvolvida, dade dos produtos e serviços.
como provam os inúmeros livros, exclusivamente, dedi- As primeiras pesquisas sobre QVT surgiram na dé-
cados ao assunto. Todos eles procuram enfocar a relação cada de 50, na Inglaterra, quando Eric Trist e uma equipe
homem/trabalho.
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Conhecimentos Específicos
de colaboradores estudavam um modelo para agrupar o
trinômio: indivíduo – trabalho – organização, baseando-
se na análise e reestruturação da tarefa e que recebeu a 14.2. EQUILÍBRIO ORGANIZACIONAL
nomeação de Qualidade de Vida no Trabalho, tendo co- O equilíbrio organizacional pode ser alcançado me-
mo objetivo tornar a vida dos trabalhadores menos peno- diante a troca de contribuições e incentivos na relação
sa (FERNANDES, 1996 apud DETONI, 2001). Na dé- entre as pessoas e as empresas. Nessa troca, as pessoas
cada de 70, a QVT foi introduzida publicamente, entre- colaboram para facilitar o alcance dos objetivos organi-
tanto, em 1974, devido a uma crise energética mundial, o zacionais, e as empresas fornecem para esses colabora-
tema perde espaço, ressurgindo mais uma vez em 1979, dores os incentivos que proporcionam a realização de
com o aparecimento das teorias japonesas sobre estilos seus objetivos pessoais.
de administração. Mas foi na década de 90 que o termo
“Qualidade de Vida no Trabalho” tomou espaço, passan- Conceitos básicos desta teoria:
do a interagir com os discursos acadêmicos, sendo pro-
Conceitos básicos desta teoria:
posto por Louis Davis, ao desenvolver um projeto sobre
desenho de cargos. Segundo ele, o conceito de QVT re- • Incentivos ou alicientes: são os "pagamentos"
fere-se à preocupação com o bem-estar geral e a saúde que a organização faz aos seus participantes (p.
dos trabalhadores no desempenho de suas atividades ex.: salários, benefícios, prêmios de produção,
dentro da empresa. Hoje o conceito de QVT engloba tan- elogios, promoções, reconhecimento, etc);
to os aspectos físicos e ambientais da organização, como • Utilidade dos incentivos: cada incentivo possui
os aspectos psicológicos do local de trabalho onde os co- determinado valor de utilidade que varia de um
laboradores passam a maior parte do seu tempo. indivíduo para outro;
O termo QVT, tão pouco divulgado, assimila duas • Contribuições: são os "pagamentos" que cada
posições contrárias, de um lado as reivindicações dos participante efetua à organização (p. ex.: traba-
empregados quanto ao bem-estar e satisfação no trabalho lho, dedicação, esforço, assiduidade, pontuali-
e em contrapartida o interesse das empresas quanto aos dade, lealdade, reconhecimento, etc);
seus efeitos potenciadores sobre a produtividade e a qua- • Utilidade das contribuições: é o valor que o es-
lidade de seus serviços. Este novo movimento configura forço de cada indivíduo tem para a organização,
duas faces da qualidade de vida dos colaboradores: a in- a fim de que esta alcance seus objetivos.
dividual e a organizacional.
A QVT tem sido avaliada e questionada através dos Postulados básicos desta teoria:
anos, caracterizando-se não apenas como modismo pas- • Uma organização é um sistema de comporta-
sageiro, mas como um processo que consolida a busca mentos sociais inter-relacionados de numerosas
do desenvolvimento humano e organizacional, por se tra- pessoas, que são os participantes da organiza-
tar de um tema muito amplo e flexível, permite uma di- ção;
versidade de interpretações. O conhecimento das teorias • Cada participante e cada grupo de participantes
que tentam delimitar ou esclarecer esse assunto, relacio- recebe incentivos (recompensas) em troca dos
nadas a outros aspectos como: a relação desempenho or- quais faz contribuições à organização;
ganizacional x satisfação; a abrangência do termo quali- • Todo o participante manterá sua participação na
dade vinculada à qualidade de vida no trabalho; a moti- organização enquanto os incentivos que lhe são
vação e satisfação e como estas podem influenciar a oferecidos forem iguais ou maiores do que as
QVT. É fundamental que se conheça a interação entre contribuições que lhe são exigidos;
estes assuntos e como cada um deles pode contribuir pa-
• As contribuições trazidas pelos vários grupos
ra melhor compreensão e desenvolvimento da própria
de participantes constituem a fonte na qual a
organização frente ao acirrado e competitivo mercado no
organização se supre e se alimenta dos incenti-
qual se encontra inserida.
vos que oferece aos participantes;
A QVT é utilizada como uma ferramenta de indica- • A organização continuará existindo somente
ção das experiências humanas no local de trabalho e uma enquanto as contribuições forem suficientes pa-
forma de mensurar o grau de satisfação dos indivíduos ra proporcionar incentivos em qualidade bas-
que desenvolvem as tarefas. Este conceito implica em tante para induzirem os participantes à presta-
profundo respeito pelas pessoas que compõem a organi- ção de contribuições.
zação.
Tipos de participantes
Ao se falar de competitividade organizacional, con-
juntamente ao desempenho, sem esquecer da qualidade e Os participantes da organização são todos aqueles
da produtividade, todas passam obrigatoriamente pelo que dela recebem incentivos e que trazem contribuições
programa de qualidade de vida no trabalho; ou seja, para para sua existência. Existem cinco classes de participan-
entender claramente o cliente externo, a organização não tes: empregados, investidores, fornecedores, distribuido-
deve de forma alguma ignorar o cliente interno. Logo, res e consumidores. Nem todos os participantes atuam
para que possa se satisfazer o consumidor externo, as es- dentro da organização, mas todos eles mantêm uma rela-
truturas organizacionais, necessitam primeiramente aten- ção de reciprocidade com ela.
der as necessidades de seus colaboradores, que são res-
ponsáveis pelo produto e/ou pelos serviços oferecidos.
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Conhecimentos Específicos
14.3. OBJETIVOS, DESAFIOS E CARACTE- – criar condições para que cada chefe administre
RÍSTICAS DA GESTÃO DE PESSOAS. seus subordinados de acordo com as normas e critérios
(Política de Pessoal) estabelecidos pela empresa.
A Administração de Pessoal procura atingir, basi-
camente, dois objetivos simultâneos. Um deles são obje- Por isso, é comum afirmar que a Administração de
tivos voltados para a empresa: os objetivos organizaci- Pessoal está preocupada basicamente com a qualidade
onais, enquanto o outro está voltado para os emprega- das pessoas que compõem uma empresa e com a quali-
dos: objetivos pessoais. É como se a Administração de dade de vida das pessoas dentro da empresa. A qualidade
Pessoal tentasse viabilizar o empregado para a empresa, de vida representa o grau de satisfação de cada pessoa
e a empresa para o empregado. com relação ao ambiente que a cerca dentro do seu traba-
lho e ao ambiente que ela consegue desenvolver fora de
São objetivos organizacionais, por exemplo, a redu- seu trabalho, isto é, em sua vida particular.
ção de custos, maior produtividade para uma maior par-
ticipação no mercado, maior dedicação por parte dos a) As Pessoas e as Organizações
funcionários, etc. A integração entre o indivíduo e a organização não
São objetivos pessoais, por exemplo, melhor remu- é um problema recente. As primeiras preocupações sur-
neração, segurança no emprego, melhores benefícios so- giram com os antigos filósofos gregos.Weber levantou a
ciais, melhor qualidade de vida, etc. hipótese de que a organização pudesse destruir a perso-
nalidade individual com a imposição de regras e proce-
Quase sempre, os objetivos organizacionais e os ob- dimentos capazes de despersonalizar o relacionamento
jetivos pessoais são antagônicos entre si: a busca de um das pessoas. Mayo e Roethlisberger analisam o impacto
dificulta o alcance do outro e vice-versa. causado pela organização industrial e pelo sistema de au-
Para compatibilizar o objetivo de ambos, a Admi- toridade unilateral sobre o indivíduo. Criticaram sobre-
nistração de Pessoal precisa ter uma visão ampla e tudo a “abordagem molecular” e desumana imposta pela
abrangente; e isso dependerá dos objetivos que ela pro- Administração Científica de Taylor e seguidores. Aos
cura alcançar. Vejamos os principais objetivos da Ad- poucos, a abordagem clássica – centrada na tarefa e no
ministração de Pessoal: método – foi cedendo lugar à Abordagem humanística –
centrada no homem e no grupo social. A ênfase dada à
– proporcionar à empresa os recursos humanos mais tecnologia cedeu lugar à ênfase dada às relações huma-
adequados ao seu funcionamento e às suas operações, nas. Essa tentativa de mudança radical deu-se por volta
mantendo-os no longo prazo, na sua organização; da década de 1930. De lá para cá, percebeu-se a existên-
cia do conflito industrial, ou seja, a existência de inte-
– proporcionar aos empregados um trabalho condi-
zente, ambiente adequado e condições de remuneração, resses antagônicos entre o trabalhador e a organização e
de tal modo que se sintam motivados a permanecer na a necessidade de buscar harmonia baseada em uma men-
talidade voltada para as relações humanas. E muita coisa
organização e a trabalhar nela, com dedicação e com le-
foi escrita e quase nada foi feito.
aldade;
Para ultrapassar suas limitações individuais, as pes-
– proporcionar condições de perfeito ajustamento
soas se agrupam para formar organizações, no sentido de
entre os objetivos organizacionais da empresa e os obje-
alcançar objetivos comuns. Á medida que as organiza-
tivos pessoais dos empregados.
ções são bem-sucedidas, elas sobrevivem ou crescem. E
Para atingir esses objetivos, a Administração de ao cresceram, as organizações requerem maior número
Pessoal deve dedicar-se às seguintes funções principais: de pessoas para a execução de suas atividades. Essas
pessoas, ao ingressarem nas organizações, perseguem
– suprir a empresa dos recursos humanos necessá-
objetivos individuais diferentes daquelas que formam
rios por meio de recrutamento e de seleção de pessoal;
originalmente as organizações. Isto faz com que gradati-
– manter na empresa os recursos humanos necessá- vamente os objetivos organizacionais se distanciem dos
rios, por meio da remuneração adequada e dos benefícios objetivos individuais dos novos participantes.
sociais;
Assim, tanto os indivíduos como as organizações
– desenvolver na empresa os recursos humanos com possuem objetivos a alcançar. As organizações recrutam
potencial por meio do treinamento e do desenvolvimento e selecionam seus recursos humanos para, com eles e por
de pessoal. meio deles, alcançaram objetivos organizacionais (pro-
dução, rentabilidade, redução de custos, ampliação do
Para que sejam atendidas as três funções principais
mercado, satisfação das necessidades da clientela etc.).
em harmonia com os objetivos principais, a Administra-
Todavia, os indivíduos, uma vez recrutados e seleciona-
ção de Pessoal dedica-se, também, a outras duas funções
dos, têm objetivos pessoais que lutam para atingir e,
mais abrangentes, a saber:
muitas vezes, servem-se da organização para consegui-
– criar entre as pessoas, desde os cargos de primeiro los.
escalão até os empregados de nível mais baixo, uma ati-
tude favorável ao relacionamento pessoal e um clima
propício ao bom entrosamento social;
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Conhecimentos Específicos
b) Objetivos organizacionais e objetivos indivi- de reciprocidade”, enquanto alguns psicólogos chamam
duais das pessoas a isto “contrato psicológico”.
O que a organização Todo contrato apresenta dois aspectos fundamen-
pretende alcançar: tais:
Lucro, produtividade,
Organizacionais qualidade, redução de a) o contrato formal e escrito é um acordo assina-
custos, participação no do com relação ao cargo a ser ocupado, ao conteúdo do
mercado, satisfação do
cliente etc. trabalho, ao horário, ao salário etc.; e
b) o contrato psicológico é uma expectativa que a
Objetivos
O que as pessoas organização e o indivíduo esperam realizar e ganhar com
pretendem alcançar:
o novo relacionamento.
Salário, benefícios
Individuais sociais, segurança e O contrato psicológico refere-se à expectativa recí-
estabilidade no emprego.
Condições adequadas
proca do indivíduo e da organização estender-se muito
de trabalho. além de qualquer contrato formal de emprego que esta-
Crescimento profissional. beleça o trabalho a ser realizado e a recompensa a ser re-
cebida. Embora não exista acordo formal ou coisa clara-
O grande segredo em termos de objetivos individu-
mente dita, o contrato psicológico é um entendimento tá-
ais e objetivos organizacionais é a empresa procurar
cito entre indivíduo e organização, no sentido de que
manter ambos objetivos paralelos um ou outro.
uma vasta gama de direitos, privilégios e obrigações,
INDIVIDUAIS consagradas pelo uso, serão respeitados e observados por
ambas as partes.
OBJETIVOS
ORGANIZACIONAIS
O contrato psicológico é um elemento importante
em qualquer relação de trabalho e que influencia o com-
portamento das partes – é uma espécie de acordo ou ex-
Se ocorrer, dos objetivos individuais saíram da pa- pectativa que as pessoas mantêm consigo e com os ou-
ralela com os objetivos organizacionais, distanciando-se, tros.
com certeza a empresa perdeu o funcionário para outra
organização. d) Sistema de Administração de Recursos Hu-
manos
OBJETIVOS
OBJETIVOS INDIVIDUAIS A administração constitui a maneira de fazer com
ORGANIZACIONAIS
– Melhores Salários que as coisas sejam feitas da melhor forma possível,
– Sobrevivência através de recursos disponíveis, a fim de atingir objeti-
– Melhores Benefícios
– Crescimento Sustentado vos. A administração envolve a coordenação de recursos
– Estabilidade no Emprego
– Lucratividade
– Segurança no Trabalho humanos e materiais para o alcance de objetivos. Nessa
– Produtividade
– Qualidade de Vida no Trabalho concepção, estão configurados quatro elementos básicos:
– Qualidade nos Produtos /
– Satisfação no Trabalho
Serviços 1. alcance de objetivos;
– Consideração e Respeito
– Redução de Custos 2. por meio de pessoas;
– Oportunidades de Crescimento
– Participação no Mercado
– Liberdade para Trabalhar 3. através de técnicas; e
– Novos Mercados
– Liderança Liberal 4. em uma organização.
– Novos Clientes
– Orgulho da Organização
– Competitividade A tarefa da administração é basicamente integrar e
– Imagem no Mercado coordenar recursos organizacionais – muitas vezes coo-
perativos, outras vezes conflitivos – tais como pessoas,
c) Reciprocidade Entre Indivíduo e Organização materiais, dinheiro, tempo e espaço etc. em direção a ob-
jetivos definidos de maneira tão eficaz e eficiente quanto
A integração entre empregado e organização é basi- possível.
camente um processo de reciprocidade: a organização
realiza certas coisas para e pelo participante, remunera-o, A organização constitui um ponto de convergência
dá-lhe segurança e status; reciprocamente, o participante de inúmeros fatores de produção, isto é, de recursos pro-
responde trabalhando e desempenhando suas tarefas. A dutivos, que devem ser aplicados com eficiência e eficá-
organização espera que o empregado obedeça à sua auto- cia.
ridade, e, por seu turno, o empregado espera que a em-
presa se comporte corretamente com ele e opere com jus- A MORDENA ADMINISTRAÇÃO DE PES-
tiça. A organização reforça sua expectação por meio do SOAL
uso da autoridade e do poder de que dispõe, enquanto o
empregado reforça sua expectação por meio de certas a) Princípios da moderna administração de pes-
tentativas de influir na organização ou de limitar sua par- soal
ticipação.
A moderna Administração de Pessoal é hoje enten-
Ambas as partes da interação estão orientadas por dida como uma responsabilidade de linha (de cada che-
diretrizes que definem o que é correto e equitativo e o fia) e uma função de staff (do órgão de A.P). Para aten-
que não é. Alguns sociólogos referem-se a uma “norma der a essa conceituação, existem dois princípios básicos:
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Conhecimentos Específicos
a Administração de Pessoal é uma responsabili- funcionários da empresa: em muitas vezes, re-
dade de linha, isto é, é exclusiva de cada chefe em rela- corre-se aos próprios empregados, que indicam conheci-
ção a seus subordinados. Assim, administrar pessoas é dos ou amigos para o desempenho de certas funções.
uma responsabilidade exclusiva de cada chefe; tabuletas à porta da fábrica: geralmente, são
a Administração de Pessoal é uma função de as- feitas de madeira, com letreiro removível, colocadas per-
sessoria, isto é, um órgão que estabelece as normas e cri- to da entrada dos estabelecimentos industriais.
térios relacionados com a administração de pessoas e que
Podem existir outros meios, porém os que acaba-
executa atividades especializadas relacionadas com o
mos de discriminar são os mais comuns.
pessoal. Assim, cada chefe administra seus subordinados
de acordo com as normas e critérios estabelecidos pelo O fato de existirem vários meios não quer dizer que
órgão de Administração de Pessoal. seja tarefa fácil recrutar candidatos, principalmente os
mais bem-qualificados.
O atendimento a esses dois princípios básicos é im-
portante para estabelecer um equilíbrio harmônico entre Algumas empresas não publicam anúncios classifi-
o órgão de Administração de Pessoal e as chefias da em- cados para os cargos de alto escalão, dando preferência
presa. aos candidatos recomendados pelas agências especiali-
zadas, que, inclusive, preparam, cuidadosamente, o “cur-
14.4. RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE riculum vitae” (denominação latina, com o significado
PESSOAS de carreira de vida). Assim, procedendo, essas empresas
entrevistam candidatos certos e, realmente, capacitados.
a) RECRUTAMENTO
Quando o candidato comparece à empresa, aten-
Logo de início, precisamos de saber que, embora dendo à determinação convite, anúncio ou indicação,
reunidos em uma única denominação ou título, o recru- cessa-se a atividade de recrutamento e inicia-se a ativi-
tamento e a seleção constituem duas áreas operativas dis- dade de seleção e de colocação dos candidatos.
tintas do setor de pessoal.
➢ Recrutamento interno
O serviço desempenhado na área de recrutamento
consiste em atrair ou em ir à procura de pessoas que pos- O recrutamento é interno, quando, havendo deter-
suam qualificações necessárias para o preenchimento dos minada vaga, a empresa procura preenchê-la através do
cargos existentes na empresa ou, então, em palavras mais remanejamento de seus empregados, que podem ser
simples: procurar os trabalhadores necessários à empre- promovidos (movimentação vertical) ou transferidos
sa. (movimentação horizontal) ou, ainda, transferidos com
promoção (movimentação diagonal). Pode envolver:
Para que o recrutamento proporcione uma imagem
pública da empresa favorável ao mercado de trabalho é transferência de pessoal;
necessário que seja feito, com continuidade e com cons- promoções de pessoal;
tância, mesmo que a empresa não tenha vagas em deter- transferências com promoções de pessoal;
minado momento. Convém salientar que não basta quan- programas de desenvolvimento de pessoal; e
tidade, isto é, muita gente, mas o que realmente deve in- planos de encarreiramento (carreiras) de pessoal.
teressar aos quadros de uma empresa são pessoas aptas O recrutamento interno exige uma intensa e contí-
para a execução dos serviços ou das tarefas – pessoas nua coordenação e integração do órgão de recrutamento
capacitadas ou que demonstrem possibilidades futuras. com os demais órgãos da empresa.
Um administrador de pessoal não pode ignorar esse Vantagens do recrutamento interno
detalhe importantíssimo, porque, em caso contrário, ele
também pecará pela falta de qualificação para o cargo As principais vantagens que o recrutamento interno
que ocupa, o que seria um contra senso, para não dizer pode trazer são:
absurdo. economia para a empresa;
Geralmente, os serviços de recrutamento costumam rapidez;
procurar os candidatos aos empregos disponíveis, recor- maior índice de validade e de segurança, pois o
rendo a uma das técnicas de recrutamento: candidato já é conhecido;
fonte poderosa de motivação para os emprega-
anúncios publicados em jornais: a imprensa, de dos, desde que esses vislumbrem a possibilidade de cres-
um modo geral, possui cadernos ou seções destinados, cimento dentro da organização;
exclusivamente, às ofertas e às procuras de trabalhado- Aproveitamento dos investimentos da empresa
res. Exemplo: “Caderno de Classificados – Seção de em treinamento do pessoal;
Empregos”, de um jornal. Desenvolvimento de um sadio espírito de com-
agências ou empresas de empregos: são as em- petição entre o pessoal, tendo em vista que as oportuni-
presas prestadoras de serviços especializados em recru- dades serão oferecidas àqueles que, realmente, demons-
tamento de pessoal. tram condições de merecê-la.
escolas profissionalizantes e universidades: em
algumas escolas, são afixadas no quadro de avisos as
cartas de empresas solicitando candidatos às suas vagas.
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Conhecimentos Específicos
Desvantagens do recrutamento interno Gera problemas com o pessoal interno, que se
sente desprestigiado.
exige que os novos empregados tenham condi-
ções de potencial de desenvolvimento, para poderem ser b) SELEÇÃO
promovidos;
Podemos dizer que a seleção visa a escolher os can-
pode gerar um conflito de interesses, pois, ao
didatos a emprego, enquanto que a colocação tem, por
explicar as oportunidades de crescimento dentro da or-
fim, celebrar o contrato de trabalho, legalizando a rela-
ganização, tende a criar uma atitude negativa dos empre-
ção de emprego entre a empresa (o empregador) e o tra-
gados, que, por não demonstrarem condições, não reali-
balho (o empregado) de acordo com a legislação em vi-
zaram aquelas oportunidades;
gor.
quando é administrado incorretamente, pode le-
var à situação que Laurence Peter denomina de “princí- A tarefa da seleção é escolher, entre os candidatos
pio de Peter”: as empresas, ao promoverem, incessante- recrutados, aqueles que têm maiores probabilidades de
mente, seus empregados, elevam-nos, sempre, à posição ajustar-se ao cargo vago. Assim, o objetivo básico do re-
onde demonstram o máximo de sua incompetência; crutamento é abastecer o processo seletivo de sua maté-
quando é efetuado continuamente, pode levar os ria-prima básica: 5 candidatos.
empregados a uma progressiva limitação às políticas e às
diretrizes da organização, ou seja, os empregados adap- A seleção de recursos humanos pode ser definida,
singelamente, como a escolha do homem certo para o
tam-se a elas e perdem a criatividade e a atitude de ino-
cargo certo ou, mais amplamente, entre os candidatos re-
vação.
crutados, aqueles mais adequados aos cargos existentes
➢ Recrutamento externo na empresa, visando a manter ou a aumentar a eficiência
e o desempenho do pessoal.
O recrutamento é externo quando, havendo deter-
minada vaga, a organização procura preenchê-la com Assim sendo, a seleção visa a solucionar dois pro-
pessoas estranhas, ou seja, com candidatos externos atra- blemas básicos:
ídos pelas técnicas de recrutamento. O recrutamento ex-
a) a adequação do homem ao cargo; e
terno incide sobre candidatos reais ou potenciais, dispo-
b) a eficiência do homem no cargo.
níveis ou aplicados em outras organizações, podendo en-
volver uma ou mais das seguintes técnicas de recruta- ➢ As técnicas de seleção
mento:
1. entrevista de seleção;
arquivos de candidatos que se apresentaram es- 2. provas de conhecimento ou de capacidade;
pontaneamente ou em outros recrutamentos; 3. testes de aptidões;
apresentação de candidatos por parte dos funcio- 4. testes de personalidade;
nários da empresa; 5. técnicas de simulação.
cartazes ou anúncios na portaria da empresa;
contatos com sindicatos e com associações de ➢ O subsistema de seleção
classe; APLICAÇÕES DAS
contratos com universidades, com escolas, com TÉCNICAS DE SELEÇÃO
agremiações estudantis, com diretórios acadêmicos, com Candidatos – Entrevista de Seleção; Candidatos
centros de integração empresa-escola, etc; encaminhados – Provas de Conhecimen- selecionados
to ou de Capacidade; encaminhados
conferências e palestras em universidades e em pelo
– Testes de Aptidões; a seções
escolas; recrutamento
– Testes de Personalida- requisitantes
contatos com outras empresas que atuam no de;
mesmo mercado em termos de cooperação mútua; – Técnicas de Simulação
anúncios em jornais, em revistas, etc;
agências de recrutamento; O primeiro passo para a seleção consiste no preen-
viagens para recrutamento em outras localidades. chimento, por parte do candidato, de um formulário bas-
tante conhecido: solicitação ou proposta de emprego.
Vantagens do recrutamento externo Seguem-se, depois, as entrevistas e a aplicação de testes
Traz “sangue novo” e experiências novas à organi- psicológicos.
zação;
Geralmente, o formulário de solicitação ou de pro-
Renova e enriquece os RH com pessoal igual ou posta de emprego obedece à determinação padrão, pouco
melhor ao existente na organização; variando de empresa para empresa (algumas papelarias
Aproveita o pessoal preparado por empresa especia- vendem o formulário sem a impressão do nome da em-
lizada. presa, bastando carimbar ou datilografar – o nome da
Desvantagens do recrutamento externo firma, se assim se desejar). O que foi dito entre parênte-
ses serve para as pequenas e para as médias empresas,
Demora até a admissão; onde o “turnover” (rotação) de empregados é pequeno.
É mais caro;
É menos seguro; Com o preenchimento do formulário de solicitação
Os candidatos são desconhecidos; ou de proposta de emprego, o candidato oferece todos os
seus dados e, por meio deles, começa-se o processo de
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Conhecimentos Específicos
conhecimento das suas características, como também as nas empresas de maior dimensão, aos testes psicológi-
suas qualificações e outros dados complementares. cos, principalmente aos testes de inteligência, de aptidão
e de personalidade, aplicados por pessoas especializadas
Em resumo, o formulário de solicitação ou de pro-
(psicólogos). Esses testes constituem provas-padrão,
posta de emprego contém certo número de perguntas,
através das quais se pode avaliar uma pessoa em relação
que devem ser respondidas pelo candidato ao emprego.
ao conjunto de outras pessoas.
As perguntas giram em torno dos seguintes itens:
Depois de feita a devida avaliação do candidato, ca-
Identificação do candidato: so não seja rejeitado, procede-se à sua colocação na em-
presa, de acordo com os dados, no fim do formulário
Nome, idade, sexo, endereço, telefone, cidade, na- (parecer, data e nome do examinador, salário fixado e
cionalidade, lugar de nascimento, data de nascimento, outras condições estabelecidas como: comissões e grati-
estado civil, nome do cônjuge, nome dos filhos e a data
ficações), providenciando-se, então, o seu registro de
de nascimento de cada um e o nome dos pais.
acordo com as normas legais.
Condições ou pretensões para a admissão:
A empresa, de acordo com a lei, é obrigada a regis-
Cargo que pretende, salário desejado, disposição trar seus empregados em sistemas eletrônicos, em livros
para a experiência pelo prazo de, até, três meses, rela- ou em fichas (modelo oficial, com a denominação de
ções de parentes ou de amigos na empresa com os res- “Registro de Empregados”), que serão autenticados e le-
pectivos nomes, fiança que pode oferecer e disposição ao galizados pelas Delegacias Regionais do Trabalho, por
exame médico de escolha da empresa. Repartições autorizadas ou pelo Fiscal do Trabalho. O
prazo para o registro na Carteira de Trabalho e de Previ-
Formação escolar: dência Social do empregado é de 48 horas, conforme de-
Nomes das escolas que frequentou (primária, se- termina a legislação trabalhista.
cundária e superior) e o grau atingido, curso que está fa- A ficha (ou o livro) contém a qualificação civil,
zendo no ato da candidatura, línguas estrangeiras que fa- além de uma fotografia 3 x 4 cm, a qualificação profissi-
la e que escreve, diplomas que possui, tem ou não habili- onal e outros dados relativos ao contrato de trabalho, tais
tação datilográfica e em informática. como data de admissão, natureza do cargo, seção de tra-
Situação econômica: balho, salário inicial, horário de trabalho e outros infor-
mes.
Propriedades que possui (inclusive automóvel),
compromissos financeiros, seguros de saúde e de com- Para o processamento do registro legal do novo em-
panhias de vida e seguradoras, pessoas dependentes e pregado, deve ser exigida dele a entrega de vários docu-
beneficiárias do seguro de vida. mentos. São eles: Carteira de Trabalho e de Previdência
Social, RG (ou Cédula de Identidade), Título de Eleitor,
Documentação: Certificado (ou documento) Militar, CIC (ou Cadastro de
Carteira de Trabalho (n.º, série, local e data da Pessoas Físicas), Certidão de Casamento (se for o caso),
emissão), n.º do CPF, n.º do RG ou modelo 19 (n.º, ór- Certidão de Nascimento dos filhos menores de 14 anos
gão, local e data de emissão), título de eleitor, documen- (ou inválidos de qualquer idade) para efeito de recebi-
to regularizador da situação militar, PIS/PASEP (data de mento do salário-família, exame médico, comprovante
cadastramento, código de banco/agência, endereço da de vacinação, declaração de escola (no caso de o menor
agência bancária). No caso de estrangeiro: naturalização, ser estudante) e fotografias 3 x 4 (uma para o “Registro
data da chegada ao Brasil, número de filhos (brasileiros e de Empregados” e outra para a carteira de identificação
estrangeiros). pessoal, se houver).
Empregos anteriores: A prática trabalhista, atualmente, exige um conhe-
cimento especializado, razão pela qual o mercado edito-
Nome da firma, endereço, cidade, cargo, salário, da- rial brasileiro conta com muitos manuais que orientam e
ta da entrada e da saída e motivo da saída. que facilitam o trabalho dos que atuam no setor que cui-
Referências pessoais: da da administração de pessoal.
Nome e endereço de pessoas que possam dar refe- ➢ Seleção como um Processo de Comparação
rências e como entrou em contato com a empresa. Como um processo de decisão, a seleção de pessoal
No final do formulário, consta, além do dia e da as- comporta três modelos de comportamento:
sinatura do proponente, a data e o nome da pessoa que a) modelo de colocação: quando não inclui a cate-
fez a entrevista com o candidato, bem como as observa- goria de rejeição. Nesse modelo, há um só candidato e
ções do entrevistador. uma só vaga, que deve ser preenchida por aquele candi-
A entrevista tem, por finalidade, confirmar os dados dato. Em outros termos, o candidato apresentado deve
fornecidos pelo candidato e obter outros informes neces- ser admitido sem sofrer rejeição alguma.
sários para o julgamento do pretendente ao cargo. b) modelo de seleção: quando existem vários can-
Além da entrevista, como meio auxiliar da seleção didatos e apenas, uma vaga a preencher. Cada candidato
de candidatos, recorre-se, frequentemente, pelo menos é comparado com os requisitos exigidos pelo cargo que
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
se pretenda preencher, ocorrendo duas alternativas: Em suma, a descrição de cargos está voltada para o
aprovação ou rejeição. Se for rejeitado, será simplesmen- conteúdo dos cargos, ou seja, para os aspectos intrínse-
te, dispensado do processo, porque, para o cargo vago, cos dos cargos.
há vários candidatos, e apenas, um poderá ocupá-lo. c) Análise e avaliação de Cargos
c) modelo de classificação: é a abordagem mais Enquanto a descrição se preocupa com o conteúdo
ampla e situacional, em que existem vários candidatos do cargo (o que o ocupante faz, quando faz, como faz e
para cada vaga e várias vagas para cada candidato. Cada por que faz), a análise pretende estudar e determinar to-
candidato é comparado com os requisitos exigidos pelo dos os requisitos qualificativos, as responsabilidades en-
cargo que se pretende preencher. Ocorrem duas alterna- volvidas e as condições exigidas pelo cargo para seu de-
tivas para o candidato: ser for aprovado ou rejeitado para sempenho adequado. É através dessa análise que os car-
aquele cargo. Se for rejeitado, passará a ser comparado gos serão, posteriormente, avaliados e, devidamente,
com os requisitos exigidos por outros cargos que se pre- classificados para efeito de comparação.
tende preencher, até se esgotarem os cargos vacantes.
A análise das tarefas atribuídas a cada cargo se faz
em função de fatores comuns, em obediência a um dos
14.5. ANÁLISE E DESCRIÇÃO DE CARGOS. quatros sistemas existentes: “Job Ranking”, Sistema de
I – Descrição e Análise de Cargos Graus Predeterminados, Sistema de Comparações de Fa-
tores, Sistema de Avaliação por Pontos. O valor intrínse-
a) Conceitos fundamentais: co de um cargo é resultante de sua avaliação, quando o
Tarefa: são as atividades individualizadas e execu- medimos com pesos relativos e elaboramos uma estrutu-
tadas por um ocupante de cargo. Geralmente, refere-se a ra comparativa (Manual de Avaliação), transformando-se
cargos simples e repetitivos como os cargos de horistas esses fatores em reais ou em salário-base.
ou de operários. Há que se distinguir a avaliação de cargos da fixa-
Atribuição: são as atividades individualizadas, ção de taxas de salários. A classificação consiste no ar-
executadas por um ocupante de cargo. Geralmente, refe- ranjo ordenado dos cargos; a avaliação mede os deveres
re-se a cargos que envolvem atividades mais diferencia- e as responsabilidades do cargo, ocasião em que atribui
das como os cargos de mensalistas ou de funcionários. pontos (ou pesos) que a avaliação indicar. A avaliação
(que parte da descrição do trabalho individual) define
Função: é um conjunto de tarefas (cargos horistas) quanto vale o cargo. Todavia a avaliação não indica, es-
ou de atribuições (cargos mensalistas) que são exercidas pecificamente, qual é o salário a ser atribuído ao cargo,
de maneira sistemática e reiteradas por um ocupante de porque o salário atribuível é resultante de três variáveis:
cargo ou por um indivíduo, que, sem ocupar um cargo,
desempenhe, provisoriamente ou definitivamente, uma situação do mercado de salários;
função. Para que um conjunto de tarefas ou de atribui- recursos financeiros da empresa;
ções constitua uma função, é necessário que haja reitera- avaliação de cargos (fundada nos deveres e nas
ção em seu desempenho. responsabilidades inerentes ao cargo).
Cargo: é um conjunto de funções com uma posição A avaliação consiste em traduzir, em números, o
definida na estrutura organizacional, isto é, no organo- valor do cargo, resultando disso que, na sequência do
grama. Posicionar um cargo em um organograma é defi- processo, a comparação dos cargos faz-se em termos
nir quatro coisas: o seu nível hierárquico, a área ou o de- aritméticos. Isso se obtém através de dois instrumentos:
partamento onde está localizado, o seu superior hierár- a Descrição do Trabalho e o Manual de Avaliação. No
quico (a quem presta responsabilidade) e os seus subor- Manual, relacionam-se os fatores de avaliação com os
dinados (sobre quem exerce autoridade). respectivos pesos aritméticos.
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Conhecimentos Específicos
d) Métodos de Avaliação de Cargo cargo e um valor total é obtido pela soma dos valores
numéricos (contagem de pontos).
Existem quatro diferentes métodos de avaliação de
cargos: O método de avaliação por pontos fundamenta-se
em um trabalho prévio de análise de cargos e exige as
método do escalonamento (Job Ranking): é o
seguintes etapas:
mais antigo, que se fundamenta no simples alinhamento
ou na simples hierarquização dos cargos com base em escolha dos fatores de avaliação (requisitos men-
sumários rápidos e gerais sobre a natureza dos mesmos. tais, requisitos físicos, responsabilidades envolvidas e
O primeiro passo para a aplicação desse método é a aná- condições de trabalho);
lise de cargos. Qualquer que seja o método de análise, a ponderação dos fatores de avaliação;
informação sobre os cargos deve ser tomada e registrada montagem da escala de pontos;
em um formato padronizado, para facilitar o manuseio. montagem do manual de avaliação dos cargos
Há duas maneiras de se aplicar o método do escalona- através do manual de avaliação;
mento: delineamento da curva salarial.
pela definição prévia dos limites superior e infe- e) Benefícios da Avaliação de Cargos
rior do escalonamento;
Permite definir a estrutura da cadeia escalar dos
pela definição prévia dos cargos de referência
cargos de uma organização.
(amostrais) de diversas doses do critério escolhido.
Permite definir os diferentes níveis de competên-
método das categorias predeterminadas: através cia à vista das atribuições e das responsabilidades de ca-
do qual os cargos são comparados em termos, apenas, da cargo.
gerais, mas, desta vez, com base na escala de valores de- Permite definir critérios relativos nos processos
finida, para medir as diferenças entre os mesmos. As ca- de recrutamento, de seleção, de treinamento, de avalia-
tegorias são conjuntos de cargos com características co- ção, de desempenho, etc..
muns que podem ser dispostas em uma hierarquia ou em Permite definir critérios e estruturar o sistema sa-
uma escala prefixada de cargos: cargos mensalistas (de larial.
supervisão; de execução) e cargos horistas (especializa- Promove a motivação da mão-de-obra nos planos
dos, qualificados e não qualificados ou braçais). psicológico e produtivo.
método da comparação de fatores: é uma técnica
f) Classificação de Cargos
que engloba o principio do escalonamento. É uma técni-
ca analítica, no sentido de que os cargos são comparados É uma técnica orientada e dirigida para a disposição
detalhadamente, com fatores de avaliação. A criação do lógica e/ou hierárquica do elenco de cargos, adotado por
método de comparação de fatores é atribuída a Eugene uma organização. A classificação de cargos é um traba-
Benge, que, inicialmente, propunha cinco fatores genéri- lho de natureza especializada, que exige, como as demais
cos, a saber: técnicas de Administração de Pessoal, conhecimento de
métodos e de processos que são peculiares a ela. Essa
requisitos mentais;
técnica, ao lado de outras, tais como o treinamento de
habilidades requeridas;
pessoal, a seleção e o recrutamento, a avaliação do méri-
requisitos físicos;
to, etc. constitui, apenas, uma parte do todo que forma a
responsabilidade;
Administração Cientifica de Pessoal. Por isso mesmo,
condições de trabalho.
apesar de constituir um valioso instrumento de adminis-
O método da comparação por fatores exige as se- tração, ela, por si só, evidentemente, não basta, para dar
guintes etapas, que devem ser desenvolvidas após a aná- solução à grande maioria dos problemas administrativos
lise de cargos: de uma organização.
escolha dos fatores de avaliação; A classificação de cargos não é um fim em si mes-
definição do significado de cada um dos fatores ma, mas tão-somente um dos meios que se vale a Admi-
de avaliação; nistração de Pessoal, para equacionar determinados (e
escalonamento dos fatores de avaliação; importantes) problemas de administração.
avaliação nos cargos de referência.
II – Determinação salarial
A avaliação dos fatores é o nome dado àquela parte Em relação à determinação salarial, as organizações
do trabalho que atribui valores monetários a cada fator. desenvolvem a sua política de salário segundo as suas
método de avaliação por pontos: criado pelo ame- disponibilidades financeiras e a lei da oferta e da procu-
ricano Merrill R. Lott, rapidamente se tornou o método ra. Também é parte da estrutura organizacional relativa a
de avaliação de cargos mais usado nas empresas. É o salário a ênfase atribuída à política de remuneração da
mais aperfeiçoado e utilizado nos métodos. A técnica é mão de obra. Em relação a esse item, a componente polí-
analítica: cargos são comparados através de fatores de tica é réplica das médias e das grandes empresas, visto
avaliação em suas partes componentes. É, também, uma que essas competem, mais efetivamente, com as de
técnica quantitativa: são atribuídos valores numéricos mesmo gênero e com as de outras nacionalidades dife-
(pontos) para cada elemento ou para cada aspecto do rentes.
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Conhecimentos Específicos
Além do aspecto, acima, mencionado, tecnicamen- O salário pago ao cargo ocupado constitui, somente,
te, existem diferentes metodologias aplicáveis ao sistema uma parcela do pacote de compensação que as empresas
de determinação salarial. Em termos políticos, toda or- costumam oferecer aos seus empregados. A remuneração
ganização procura determinar um salário “justo e com- geralmente, é feita através de muitas outras formas, além
pensador”. Entende-se, como “salário justo”, todo aquele do pagamento em salário: uma considerável parte de re-
que é dimensionado em função e quanto do esforço físi- muneração total é constituída em benefícios sociais e de
co e mental é exigido do ocupante do cargo para a exe- serviços sociais. Esses serviços e esses benefícios sociais
cução de seu trabalho, em condições normais. Entende- constituem custos de manutenção de pessoal.
se, como “salário compensador”, todo aquele que, além Remuneração = Salário direto + salário indireto
de justo, apresente um outro componente que “motive” a
mão de obra a produzir e a colocar, à disposição da or- A remuneração abrange todas as parcelas do salário
ganização, todo o esforço possível. direto com todas as decorrências do salário indireto. Em
outros termos, a remuneração constitui tudo quanto o
Em uma organização, cada função ou cada cargo empregado aufere diretamente ou indiretamente, como
tem o seu valor individual. Somente se poderá remune- consequência do trabalho que ele desenvolve em uma
rar, com justeza e com equidade, o ocupante de um car- organização. Assim, a remuneração é o gênero; e o salá-
go, se se conhecer o valor desse cargo e a relação aos rio, a espécie.
demais cargos da organização e à situação de mercado.
Como a organização é um conjunto integrado de cargos Salário Direto: é a quantia em dinheiro recebida
em diferentes níveis hierárquicos e em diferentes setores pelo funcionário ao final de cada mês.
de especialidades, a administração de salários é um as- Salário Indireto: são benefícios concedidos aos
sunto que abarca a organização como um todo, repercu- funcionários pela empresa, que acrescenta valores ao sa-
tindo em todos os seus níveis e em todos os seus setores. lário tais como: plano de saúde, pagamento integral ou
parcial de curso superior, pagamento de cursos de idio-
Assim sendo, pode-se definir administração de salá- mas, fornecimento de tickets-restaurante, tickets-
rios como o conjunto de normas e de procedimentos que alimentação, pagamento integral ou parcial de escola pa-
visam a estabelecer e/ou a manter a estrutura de salários ra os filhos dos funcionários, etc.
equitativa e justa na organização. Essa estrutura de salá- Salário Nominal: é o salário bruto sem os devi-
rios deverá ser equitativa e justa com relação aos salários dos descontos. Representa o volume de dinheiro fixado
em relação dos demais cargos da própria organização, em contrato individual pelo cargo ocupado. Quando se
visando-se, pois, ao equilíbrio externo dos salários. tem uma economia inflacionária, esse salário, quando
O salário representa, para as pessoas, uma transação não é atualizado periodicamente, sofre erosão.
das mais complicadas, pois, quando uma pessoa aceita Salário Real: é o valor recebido pelo funcioná-
um cargo, ele está comprometendo-se com uma rotina rio após os devidos descontos.
diária, com um padrão de atividades e com uma ampla Salário real = Salário nominal – Descontos
faixa de relações interpessoais dentro de uma organiza-
ção; para tanto, recebendo salários. O salário é a fonte de
renda que define o padrão de vida de cada pessoa em 14.6. CAPACITAÇÃO DE PESSOAS
função do seu poder aquisitivo. 1) TREINAMENTO DE PESSOAL
Para as organizações, o salário representa, a um só A própria palavra treinamento explica seu signifi-
tempo, um custo e um investimento. Custo, porque o sa- cado: ato ou efeito de treinar.
lário se reflete no custo do produto ou do serviço final;
investimento, porque representa aplicações de dinheiro O treinamento é um processo educacional de curto
em um fator de produção – o trabalho – como uma tenta- prazo, que utiliza procedimentos sistemático e organiza-
tiva de conseguir um retorno maior no curto ou no médio do, pelo qual o pessoal não gerencial aprende conheci-
prazo. Além disso, há que se ressaltar que, em uma orga- mentos e habilidades técnicas para um propósito defini-
nização, cada função ou cada cargo tem o seu valor. do. Por outro lado, o desenvolvimento é um processo
educacional de longo prazo, que utiliza procedimentos
Convém lembrar que, para o empregado, o trabalho sistemático e organizado, pelo qual o pessoal gerencial
é, muitas vezes considerado um meio, para atingir um aprende conhecimentos conceptuais e teóricos para pro-
objetivo intermediário, que é o salário. Com o salário, pósitos genéricos.
muitos objetivos finais podem ser alcançados pelo indi-
víduo, como já foi visto na teoria da experiência, en- O conteúdo do treinamento envolve quatro tipos de
quanto que, para o empregador, o salário constitui um mudança, a saber:
centro de custo; para o empregado, constitui uma fonte Transmissão de informações: como informação so-
de renda. bre a empresa, seus produtos e seus serviços, sua organi-
Salário: é o valor, efetivamente, pago ao funcio- zação e suas políticas, etc.
nário pelo seu trabalho desenvolvido dentro da organiza- Desenvolvimento de habilidades: principalmente
ção.
aquelas habilidades e conhecimentos, diretamente, rela-
Remuneração: é quanto o cargo vale de acordo
cionados com o desempenho do cargo.
com o processo de avaliação do mesmo.
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Conhecimentos Específicos
Desenvolvimento ou modificação de atitudes. Em resumo, o treinamento pode ser feito:
Desenvolvimento de conceitos. na própria empresa: os empregados, nas horas
normais de trabalho, recebem ensinamentos do treinador
Adquirir hábitos, costumes e, mesmo tornar-se ha-
ou instrutor;
bilitado ou apto para o desempenho de certos serviços,
em cursos especializados: os empregados, ge-
de certas tarefas ou práticas, geralmente decorrem do re-
ralmente fora do horário de trabalho – à noite – adquirem
ferido ato.
conhecimentos atualizados sobre suas áreas de trabalho.
O treinamento não é válido, somente, para a empre-
Retornando às considerações feitas no começo des-
sa. O empregado também recebe os benefícios dessa prá-
se item, convém repetir que o treinamento (ou o ato de
tica. As vantagens são para ambas as partes, de modo
treinar) possibilita conseguir hábitos e costumes, bem
que, olhando de um lado e de outro, podemos apresentar
como certas habilidades para um melhor desempenho de
duas vantagens:
algumas atividades.
para o empregado: maior eficácia de seu desem- Continuando esse raciocínio, torna-se evidente que
penho; não podemos ignorar a presença do processo de aprendi-
para a empresa: maior e melhor produção. zagem no treinamento, porque uma coisa está ligada à
Fazendo um breve comentário dessas duas vanta- outra. Existe uma estreita relação entre as duas: treina-
gens, podemos dizer que, no tocante ao empregado, seu mento e aprendizagem. Quem aprende, digamos, por
trabalho realiza-se de forma racional, com o menor es- exemplo, determinada técnica, mantém íntima relação
forço. Resultado: aumenta sua eficácia. com quem a ensina – o treinador.
Quanto à empresa, que teve a preocupação de raci- Esses dois atos, aprender e lembrar podem ser con-
onalizar o trabalho de seus empregados, obterá um au- siderados como dois estágios ou como duas etapas de
mento da produtividade (entende-se por produtividade a uma única sequência de nossa faculdade de percepção
relação entre a produção e o trabalho). Resultado: maior (processo pelo qual ficamos sabendo o que está passan-
e melhor produção. do-se ou acontecendo por intermédio de informações dos
nossos sentidos). Trata-se, pois, do que os psicólogos
Até aqui, mencionamos os empregados, sem fazer
denominam de capacidade cognitiva, isto é, a capacidade
qualquer distinção. Acontece que, numa empresa, exis-
que possuímos de perceber, de interpretar e de compre-
tem, praticamente dois grupos de empregados a serem ender o que está passando-se em nosso meio, inclusive o
treinados: os que dirigem (administradores, gerentes, poder de lembrar o que aprendemos ou ficamos sabendo.
chefes, supervisores, etc.) e os que executam as tarefas
(escriturários, auxiliares, operários, etc.). Portanto podemos afirmar que a ação ou que a dis-
posição de aprender permite-nos tomar conhecimento,
Os especialistas em treinamento de pessoal alegam, ficar sabendo, receber instruções, reter ou guardar na
com razão, que, tendo em vista esses dois grupos de em- memória, levar vantagem do que se vê ou se observa.
pregados, os métodos de treinamento devem ser diferen-
tes, porém os princípios básicos de ensino podem ser
aplicados tanto para o grupo que dirige ou que chefia, 14.7. GESTÃO DE DESEMPENHO.
como também para o grupo que executa.
a) Conceito
O treinamento é um processo cíclico, composto de A avaliação do desempenho é uma sistemática
quatro fases sequenciais, a saber: apreciação do desempenho do indivíduo no cargo e de
determinação das necessidades do treinamento; seu potencial de desenvolvimento. A avaliação dos indi-
programação do treinamento; víduos que desempenham papéis dentro de uma organi-
execução do treinamento; zação pode ser feita através de várias abordagens, que
avaliação dos resultados do treinamento. recebem denominações como: avaliação do desempenho,
avaliação do mérito, avaliação dos empregados, relatório
Quanto à maneira, podemos afirmar que o treina- de progresso, avaliação da eficiência funcional, etc. Em
mento se faz, quase sempre, dentro da própria empresa. resumo, a avaliação do desempenho é um conceito di-
A maioria das empresas adota esse critério. Isso acontece nâmico, pois os empregados são sempre avaliados, seja
aqui, no Brasil, como também em outros países. formalmente ou informalmente, com certa continuidade,
Não é difícil perceber que o treinamento na própria nas organizações.
empresa consiste em receber os ensinamentos por inter-
médio de uma pessoa com experiência do serviço (de um b) Objetivos do Gerenciamento de Desempenho
futuro companheiro, do chefe, do encarregado, do super-
É um processo, para estimar ou para julgar algumas
visor, etc.). O aprendiz deve executar o serviço de acor-
pessoas quanto ao seu:
do com as normas ou com as rotinas adotadas e transmi-
tidas pelo treinador. valor;
excelência;
Geralmente, o treinamento dentro da empresa, o qualidades; ou
mais comum, como dissemos, não exige muito tempo, status.
razão pela qual dispensa até a elaboração de um progra-
ma.
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Conhecimentos Específicos
É uma técnica de "direção" imprescindível, colabo- dos, diretamente ou indiretamente, ligados a sua área de
rando com a determinação e com o desenvolvimento da atuação, terão o papel de trazer as informações a respeito
política adequada, com a qual se podem localizar pro- dos avaliados e proceder ao julgamento e à avaliação.
blemas de: Enquanto os membros transitórios trazem a avaliação e
supervisão de pessoal; julgam seus subordinados diretos ou indiretos, os mem-
integração do empregado à empresa ou ao cargo; bros permanentes procuram manter a estabilidade e a
não aproveitamento de empregados com poten- homogeneidade das avaliações.
cial; Exemplo de comissão de avaliação do desempenho
motivação, etc. (membros estáveis ou permanentes):
presidente ou diretor;
c) Responsabilidade do gerenciamento de de- diretor de RH;
sempenho especialista em avaliação de desempenho;
executivo de organização e de métodos.
No geral, a avaliação do desempenho é uma respon-
sabilidade de linha (do supervisor) e uma função de Realmente, se a organização conseguir obter pleno
“staff” (do departamento de recursos humanos). Contu- funcionamento da comissão e, através dela, uma harmo-
do, de acordo com a política de recursos humanos adota- nia consistente nas avaliações, terá atingido uma técnica
da, a responsabilidade pelo processamento da avaliação avançada de avaliação de desempenho.
do desempenho pode ser:
➢ Descentralizada: avaliação feita pelo próprio
➢ centralizada: avaliação por um órgão de staff da empregado, com o controle do supervisor direto. É pou-
área de recursos humanos; co utilizada, por exigir nível cultural e não subjetivismo
➢ centralização média: avaliação por uma Comis- dos funcionários. É utilizada, com sucesso, ao pessoal de
são de Avaliação do Desempenho, com a participação de nível universitário, com elevadas posições hierárquicas.
avaliadores de diversas áreas.
No “meio termo” mais utilizado, existe centraliza-
Em algumas organizações, a avaliação de desempe- ção do projeto, da construção e da implantação, com re-
nho é atribuída a uma comissão, especialmente, designa- lativa descentralização, quanto à aplicação e à execução.
da para esse fim e é constituída de elementos pertencen-
tes a diversos órgãos ou a diversos departamentos. A
avaliação, nesse caso, é coletiva; e cada membro terá d) Características dos principais métodos de ge-
igual participação e responsabilidade nos julgamentos. renciamento de desempenho
Geralmente, a comissão é formada de membros A avaliação do desempenho é feita através de vários
permanentes e transitórios. Os membros permanentes e métodos, conforme as áreas de distribuição de pessoal
estáveis participarão de todas as avaliações, e seu papel (horistas, burocrático, supervisores, chefes, executivos,
será a manutenção do equilíbrio dos julgamentos, do vendedores, etc), podendo-se estruturar cada um dos mé-
atendimento aos padrões e da constância ao sistema. todos em um método próprio.
Os membros transitórios ou interessados, que parti-
ciparão, exclusivamente, dos julgamentos dos emprega-
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Conhecimentos Específicos
Utiliza blocos de • Proporciona re- • Sua elaboração é complexa,
“frases descritivas” sultados mais con- exigindo um planejamento
(positivas ou positivas fiáveis e isentos de mais demorado.
e negativas), escolhi- subjetividade, pois • Apresenta resultados globais
das de acordo com os elimina a generali- (discrimina, apenas, os em-
critérios existentes na zação. pregados bons, médios e fra-
Esc empresa, entre as • Sua aplicação é cos, pois é, fundamentalmen-
olha quais o avaliador deve simples e não exi- te, comparativo).
forçada escolher, apenas, uma ge preparo dos • Quando é utilizado para o de-
ou duas que mais se avaliadores. senvolvimento de pessoal, ne-
aplicam ao desempe- cessita de complementação de
nho do seu avaliado. informações.
• Deixa o avaliador sem a no-
ção de qual será o resultado
da avaliação dos seus subor-
dinados.
São entrevistas A entrevista obedece • É um método • Necessita de retroação de da-
de um especialista em ao seguinte roteiro: mais amplo, pois dos acerca do desempenho
avaliação de cada se- permite, também, o dos empregados.
tor, com o supervisor • Avaliação inicial: o desem- planejamento do • Possui uma enorme gama de
imediato, em que le- penho é avaliado como mais empregado na fun- aplicações.
que satisfatório (+), como sa-
vanta as causas, as ção e na empresa. • Permite um acompanhamento
origens e os motivos tisfatório (+-) ou como me-
muito mais dinâmico do em-
do desempenho dos nos que satisfatório (-).
pregado.
Pes seus subordinados, • Análise suplementar: uma
quisa de através de análise de análise mais aprofundada do
campo fatos e de situações. desempenho do funcionário,
através de perguntas do es-
pecialista ao chefe.
• Planejamento: faz-se o pla-
no de ação para o funciona-
mento (aconselhamento, rea-
daptação, treinamento, desli-
gamento e substituição, pro-
moção ou manutenção no
cargo).
A comparação É recomendado, ape- • É um processo É pouco eficiente.
dois a dois, de cada nas, quando os avaliadores muito simples.
vez, dos empregados, não têm condições de utili-
Co anotando-se o que é zar outros métodos.
mparação considerado melhor
aos pares quanto ao desempe-
nho, podendo-se,
também, utilizar fato-
res de avaliação.
Apenas se difere
do método da escolha
forçada, por não exigir
obrigatoriedade na es-
Fra colha entre um bloco
ses de frases (existem vá-
Descritiv rias frases para o ava-
as liador escolher: as que
caracterizam e as que
não caracterizam o de-
sempenho do subordi-
nado).
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Conhecimentos Específicos
soal, que estabelece os meios e os critérios para tal avali- produtividade e melhorando o relacionamento humano
ação. Como o gerente ou o supervisor não tem o conhe- no trabalho.
cimento especializado para projetar, para manter e para
desenvolver um plano sistemático de avaliação das pes-
soas, o órgão de gestão de pessoas entra com a função de 15. GESTÃO DA QUALIDADE E MODELO
“staff” de montar, de acompanhar e de controlar o siste- DE EXCELÊNCIA GERENCIAL; PRINCIPAIS
ma, enquanto cada chefe mantém sua autoridade de li- TEÓRICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A
nha, avaliando o trabalho dos subordinados por meio do GESTÃO DA QUALIDADE; FERRAMENTAS DE
esquema traçado pelo sistema. Modernamente, essa linha GESTÃO DA QUALIDADE; MODELO DA FUN-
de trabalho tem proporcionado maior liberdade e maior DAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE.
flexibilidade, para que cada gerente seja, realmente, o Gestão da qualidade
gestor de seu pessoal.
A gestão da qualidade pode ser definida como sen-
➢ O Avaliado de Desempenho do qualquer atividade coordenada para dirigir e controlar
O papel do avaliado é aproveitar, ao máximo, esse uma organização no sentido de possibilitar a melhoria de
projeto e beneficiar-se do mesmo, almejando, através de- produtos/serviços com vistas a garantir a completa satis-
le, uma posição melhor na organização. fação das necessidades dos clientes relacionadas ao que
6) Benefícios do gerenciamento de desempenho está sendo oferecido, ou ainda, a superação de suas ex-
pectativas.
Quando um programa de avaliação é bem planeja-
do, bem coordenado e bem desenvolvido, traz benefícios Desta forma, a gestão da qualidade não precisa, ne-
no curto, no médio e no longo prazo. cessariamente, implicar na adoção de alguma certifica-
➢ Benefícios do gerenciamento de desempenho ção embora este seja o meio mais comum e o mais di-
para o Chefe fundido, porém, sempre envolve a observância de alguns
conceitos básicos, ou princípios de gestão da qualidade,
Avaliar melhor o desempenho e o comportamento que podem e devem ser observados por qualquer organi-
dos subordinados, contando com uma avaliação que eli- zação. A saber:
mina a subjetividade.
Propor medidas e providências no sentido de me- Focalização no cliente: qualquer organização tem
lhorar o padrão de comportamento de seus subordinados. como motivo de sua existência a satisfação de determi-
Comunicar-se com seus subordinados, fazendo- nada necessidade de seu cliente, seja com o oferecimento
os compreender a mecânica da avaliação do desempenho de um produto ou serviço. Portanto, o foco no cliente é
como um sistema objetivo. um princípio fundamental da gestão da qualidade que
deve sempre buscar o atendimento pleno das necessida-
➢ Benefícios do gerenciamento de desempenho des do cliente sejam elas atuais ou futuras e mesmo a su-
para o Subordinado peração das expectativas deste;
Aprender quais são os aspectos de comportamen-
to e de desempenho que a empresa mais valoriza em seus Liderança: cabe aos líderes em uma organização
funcionários. criar e manter um ambiente propício para que os envol-
Ficar conhecendo quais são as expectativas de vidos no processo desempenhem suas atividades de for-
seu chefe a respeito de seu desempenho e seus pontos ma adequada e que se sintam motivadas e comprometi-
fortes e fracos segundo a avaliação do chefe. das a atingir os objetivos da organização;
Conhecer as providências tomadas por seu chefe Envolvimento das pessoas: toda organização é for-
quanto à melhoria de seu desempenho (programa de trei- mada por pessoas que, em conjunto, constituem a essên-
namento, de estágios, etc.) e as que ele próprio deverá cia da organização. Portanto, a gestão da qualidade deve
tomar (autocorreção, maior capricho, mais atenção no compreender o envolvimento de todos, o que possibilita-
trabalho, cursos por conta própria, etc.). rá o uso de suas habilidades para o benefício da organi-
Fazer avaliação e crítica para o seu próprio de- zação;
senvolvimento e para o seu próprio controle.
Abordagem por processos: a abordagem por proces-
➢ Benefícios do gerenciamento de desempenho sos permite uma visão sistêmica do funcionamento da
para a Organização empresa como um todo, possibilitando o alcance mais
Mais condições para avaliar seu potencial huma- eficiente dos resultados desejados;
no no curto, no médio e no longo prazo e definir a con- Abordagem sistêmica: a abordagem sistêmica na
tribuição de cada empregado. gestão da qualidade permite que os processos inter-
Identificação dos empregados que necessitam de relacionados sejam identificados, entendidos e gerencia-
reciclagem e/ou de aperfeiçoamento em determinadas dos de forma a melhorar o desempenho da organização
áreas de atividade e seleção dos empregados com condi- como um todo;
ções de promoção ou de transferências.
Possibilidade de dinamizar sua política de recur- Melhoria contínua: para que a organização consiga
sos humanos, oferecendo oportunidades aos empregados manter a qualidade de seus produtos atendendo suas ne-
(não só de promoções, mas, principalmente, de cresci- cessidades atuais e futuras e encantando-o (excedendo
mento e de desenvolvimento pessoal), estimulando a suas expectativas), é necessário que ela tenha seu foco
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Conhecimentos Específicos
voltado sempre para a melhoria contínua do seu processo vista a obrigação de utilizar os recursos de for-
e produto/serviço; ma eficiente;
• A atividade pública é financiada com recursos
Abordagem factual para a tomada de decisão: todas
públicos, oriundos de contribuições compulsó-
as decisões dentro de um sistema de gestão de qualidade
rias de cidadãos e empresas, os quais devem ser
devem ser tomadas com base em fatos, dados concretos e
direcionados para a prestação de serviços públi-
análise de informações, o que implica na implementação
cos e a produção do bem comum. A atividade
e manutenção de um sistema eficiente de monitoramen-
privada é financiada com recursos de particula-
to;
res que têm legítimos interesses capitalistas;
Benefícios mútuos nas relações com fornecedores: a • A administração pública tem como destinatá-
organização deve buscar o relacionamento de benefício rios de suas ações os cidadãos, sujeitos de direi-
mútuo com seus fornecedores através do desenvolvimen- tos, e a sociedade, demandante da produção do
to de alianças estratégicas, parcerias e respeito mútuo, bem comum e do desenvolvimento sustentável.
pois o trabalho em conjunto de ambos facilitará a criação A iniciativa privada tem como destinatários de
de valor. suas ações os “clientes” atuais e os potenciais;
Modelo de excelência gerencial • O conceito de partes interessadas no âmbito da
administração pública é ampliado em relação ao
A adoção de um Modelo de Excelência específico utilizado pela iniciativa privada, pois as deci-
para a Gestão Pública tem como propósito considerar os sões públicas devem considerar não apenas os
princípios, conceitos e linguagem que caracterizam a na- interesses dos grupos mais diretamente afeta-
tureza pública das organizações e que impactam na sua dos, mas, também, o valor final agregado para a
gestão. Não se trata de fazer concessões para a adminis- sociedade;
tração pública, mas sim de entender, respeitar e conside- • A administração pública tem o poder de regular
rar os principais aspectos inerentes à natureza pública e gerar obrigações e deveres para a sociedade,
das organizações e que as diferenciam das organizações assim, as suas decisões e ações normalmente
da iniciativa privada, sem prejuízo do entendimento de geram efeitos em larga escala para a sociedade
que a administração pública tem que ser excelente e efi- e em áreas sensíveis. O Estado é a única orga-
ciente. nização que, de forma legítima, detém este po-
Conforme o Instrumento Para Avaliação da Gestão der de constituir unilateralmente obrigações em
Pública – Ciclo 2008-2009 (Brasil, 2009), ... “diversas relação a terceiros.
características inerentes à natureza pública diferenciam • A administração pública só pode fazer o que a lei
as organizações da administração pública das organiza- permite, enquanto que a iniciativa privada pode
ções da iniciativa privada. Destacamos algumas que são fazer tudo que não estiver proibido por lei. A
relevantes: legalidade fixa os parâmetros de controle da
administração e do administrador, para evitar
• Enquanto as organizações do mercado são con- desvios de conduta.”
duzidas pela autonomia da vontade privada, as
organizações públicas são regidas pela supre-
macia do interesse público e pela obrigação da
continuidade da prestação do serviço público;
• O controle social é requisito essencial para a
administração pública contemporânea em regi-
mes democráticos, o que implica em garantia de
transparência de suas ações e atos e na institu-
cionalização de canais de participação social,
enquanto que as organizações privadas estão
fortemente orientadas para a preservação e pro-
teção dos interesses corporativos (dirigentes e
acionistas);
• A administração pública não pode fazer acep-
A gestão pública para ser excelente tem que ser le-
ção de pessoas, deve tratar a todos igualmente e
gal, impessoal, moral, pública e eficiente.
com qualidade. O tratamento diferenciado res-
tringe-se apenas aos casos previstos em lei. Por Legalidade: estrita obediência à lei; nenhum resul-
outro lado, as organizações privadas utilizam tado poderá ser considerado bom, nenhuma gestão pode-
estratégias de segmentação de “mercado”, esta- rá ser reconhecida como de excelência à revelia da lei.
belecendo diferenciais de tratamento para clien-
Impessoalidade: não fazer acepção de pessoas. O
tes preferenciais;
tratamento diferenciado restringe-se apenas aos casos
• As organizações privadas buscam o lucro fi- previstos em lei. A cortesia, a rapidez no atendimento, a
nanceiro e formas de garantir a sustentabilidade
confiabilidade e o conforto são requisitos de um serviço
do negócio. A administração pública busca ge-
público de qualidade e devem ser agregados a todos os
rar valor para a sociedade e formas de garantir usuários indistintamente. Em se tratando de organização
o desenvolvimento sustentável, sem perder de
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Conhecimentos Específicos
pública, todos os seus usuários são preferenciais, são 5 - Gestão baseada em processos e informações
pessoas muito importantes. Compreensão e segmentação do conjunto das ativi-
Moralidade: pautar a gestão pública por um código dades e processos da organização que agreguem valor
moral. Não se trata de ética (no sentido de princípios in- para as partes interessadas, sendo que a tomada de deci-
dividuais, de foro íntimo), mas de princípios morais de sões e execução de ações devem ter como base a medi-
aceitação pública. ção e análise do desempenho, levando-se em considera-
ção as informações disponíveis.
Publicidade: ser transparente, dar publicidade aos
fatos e dados. Essa é uma forma eficaz de indução do 6 - Visão de Futuro
controle social. A Visão de Futuro indica o rumo de uma organiza-
ção e a constância de propósitos a mantém nesse rumo.
Eficiência: fazer o que precisa ser feito com o má-
Ela está diretamente relacionada à capacidade de estabe-
ximo de qualidade ao menor custo possível. Não se trata
lecer um estado futuro desejado que dê coerência ao pro-
de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar
cesso decisório e que permita à organização antecipar-se
a melhor relação entre qualidade do serviço e qualidade
às necessidades e expectativas dos cidadãos e da socie-
do gasto.
dade. Inclui, também, a compreensão dos fatores exter-
Fundamentos de excelência gerencial nos com o objetivo de gerenciar seu impacto na socieda-
de.
O Modelo de Excelência em Gestão Pública foi
concebido a partir da premissa segundo a qual é preciso 7 - Geração de Valor
ser excelente sem deixar de ser público. Alcance de resultados consistentes, assegurando o
Esse Modelo, portanto, deve estar alicerçado em aumento de valor tangível e intangível de forma susten-
fundamentos próprios da gestão de excelência contempo- tada para todas as partes interessadas.
rânea e condicionado aos princípios constitucionais pró- 8 - Comprometimento das pessoas
prios da natureza pública das organizações. Esses fun-
Estabelecer relações com as pessoas, criando condi-
damentos e princípios constitucionais, juntos, definem o
ções de melhoria da qualidade nas relações de trabalho,
que se entende hoje por excelência em gestão pública.
para que se realizem profissional e humanamente, ma-
Orientados por esses princípios constitucionais, in-
ximizando seu desempenho por meio do comprometi-
tegram a base de sustentação do Modelo de Excelência
mento, oportunidade para desenvolver competências e
em Gestão Pública os fundamentos apresentados a se-
empreender, com incentivo e reconhecimento.
guir.
1 – Pensamento sistêmico 9 – Foco no cidadão e na sociedade
Entendimento das relações de interdependência en- Direcionamento das ações públicas para atender as
tre os diversos componentes de uma organização, bem necessidades dos cidadãos e da sociedade, na condição
como entre a organização e o ambiente externo, com fo- de sujeitos de direitos e como beneficiários dos serviços
co na sociedade. públicos e destinatários da ação decorrente do poder de
Estado exercido pelas organizações públicas.
2 - Aprendizado organizacional
O aprendizado organizacional implica na busca 10 - Desenvolvimento de parcerias
contínua de novos patamares de conhecimento, individu- Desenvolvimento de atividades conjuntamente com
ais e coletivos, por meio da percepção, reflexão, avalia- outras organizações com objetivos específicos comuns,
ção e compartilhamento de informações e experiências. buscando o pleno uso das suas competências comple-
mentares, para desenvolver sinergias.
3 - Cultura da Inovação
Promoção de um ambiente favorável à criatividade, 11 - Responsabilidade social
experimentação e implementação de novas ideias que Atuação voltada para assegurar às pessoas a condi-
possam gerar um diferencial para a atuação da organiza- ção de cidadania com garantia de acesso aos bens e ser-
ção. viços essenciais, ancorando no princípio da igualdade de
direitos e da dignidade humana, de tal maneira que a so-
4 - Liderança e constância de propósitos
ciedade possa preencher suas necessidades e expressar o
A liderança é o elemento promotor da gestão, res- seu maior potencial no presente e ao mesmo tempo tendo
ponsável pela orientação, estímulo e comprometimento também como um dos princípios gerenciais a preserva-
para o alcance e melhoria dos resultados institucionais e ção da biodiversidade e dos ecossistemas naturais, po-
deve atuar de forma aberta, democrática, inspiradora e tencializando a capacidade das gerações futuras de aten-
motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da der suas próprias necessidades.
cultura da excelência, à promoção de relações de quali-
dade e à proteção do interesse público. É exercida pela 12 - Controle Social
alta administração, entendida como o mais alto nível ge- Atuação que se define pela participação das partes
rencial e assessoria daquela organização. interessadas no planejamento, acompanhamento e avali-
ação das atividades da Administração Pública e na exe-
cução das políticas e programas públicos.
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Conhecimentos Específicos
13 – Gestão participativa
Este estilo de gestão determina uma atitude gerenci-
al de liderança que busque o máximo de cooperação das
pessoas, reconhecendo a capacidade e o potencial dife-
renciado de cada um e harmonizando os interesses indi-
viduais e coletivos, a fim de conseguir a sinergia das
equipes de trabalho.
Fonte: Instrumento para Avaliação da Gestão Pú-
blica Ciclo 2008/2009, Brasil (2009)
O Modelo de Excelência em Gestão Pública é com-
posto por 8 critérios que juntos compõem um sistema de
gestão para as organizações do setor público brasileiro.
Os critérios que compõem o modelo são os seguintes: Fonte: Loffler(apud Ferreira, 2003),
Liderança; Estratégias e Planos; Cidadãos; Sociedade; Modelos de Excelência em Gestão são próprios para
Informação e Conhecimento; Pessoas; Processos; e Re- a avaliação da gestão de organizações públicas ou priva-
sultados. “Os Critérios de Excelência fazem parte de um das. Por meio deles é possível “medir” os níveis de ges-
modelo que propõe como sistemática avaliar a gestão, tão das organizações em relação ao “estado da arte” pre-
tomando como referência o estado da arte em gestão, em conizado.
geral desenvolvido a partir dos prêmios nacionais da ges-
tão. A ideia é a de que, para melhorar a eficiência e a efi- Segundo Ferreira (2003) o modelo utilizado para
cácia das organizações em geral, precisamos ter uma vi- avaliar as organizações, principalmente em prêmios de
são e uma abordagem sistêmica da gestão, além de ter qualidade consiste, em geral, na descrição do método e
empresas que, tratando de todos os stakeholders, sejam aplicação das práticas de gestão e na descrição dos resul-
socialmente responsáveis.” (Brasil, 2009) tados institucionais, com apresentação dos indicadores e
das conclusões, de acordo com as metas estabelecidas e
com a missão organizacional.
Avaliar, palavra originária do vocábulo latino vale-
re (valor) significa apreciar o mérito, julgar o valor, de-
terminar o valor real, segundo Bueno (Apud Ferreira,
2003). Avaliar é emitir um juízo de valor sobre uma de-
terminada coisa ou fato. A palavra avaliar permeia todos
os campos da ciência. Nas ciências sociais, em seu senti-
do mais amplo, refere-se a todas as formas de valoração
da ação social orientada para objetivos. Avaliação, por-
tanto, refere-se a uma atividade que pode tomar muitas
formas, ter variados objetivos e ser implementada sob di-
ferentes perspectivas, segundo Guirlanda (apud Ferreira,
2003).
A sobrevivência e o crescimento das organizações
Fonte: Instrumento Para Avaliação da Gestão Pública – Ciclo 2008-2009
(Brasil, 2009) dependem cada vez mais das habilidades de seus admi-
nistradores em reconhecer os desafios organizacionais
Importância do MEGP que enfrentam, desvendar novas oportunidades e a esco-
Fundamentação para o uso de Modelos avaliati- lher a resposta administrativa correta para fazer as mu-
vos danças necessárias. O problema consiste em como os
Considerando as diferentes definições de qualidade administradores possam intervir ou prevenir os proble-
e seu amplo conceito e variadas interpretações, observa- mas e ao mesmo tempo buscar novas oportunidades.
se que medir a qualidade ou a excelência, principalmente A resposta a esta questão está baseada na avaliação
no serviço público, não é uma atividade trivial. A medi- organizacional que é capaz de fornecer ao executivo ou
da atual de performance no setor público, ilustrada na fi- ao administrador informações importantes, na qual pode-
gura abaixo, indica que o processo de produção da admi- rão ser usadas para: solucionar ou descobrir os proble-
nistração pública começa com objetivos ou alvos/metas, mas, capitalizar oportunidades e na melhoria dos proces-
que implica no uso de investimentos e processos admi- sos, segundo MICHAEL (apud Ferreira, 2003).
nistrativos organizados, resultando em produtos que po- O simples fato de que um planejamento tenha sido
dem ser definidos como bens ou serviços de saídas do feito e de que tenha sido construída uma estrutura orga-
ponto de vista da organização, mas do ponto de vista dos nizacional para permitir que sejam atingidos os objetivos
“clientes” ou cidadãos eles são percebidos como resulta- no planejamento e que as funções de liderança sejam de-
dos. Segundo Loffler (apud Ferreira, 2003), menos es- sempenhadas não significa que as finalidades da organi-
forços têm sido feitos para definir e medir as saídas ad- zação tenham sido atingidas.
ministrativas e relacioná-las com as entradas.
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Conhecimentos Específicos
O mau desempenho de qualquer função administra-
tiva aumenta a importância dos ajustes a serem feitos, se-
ja nos meios para atingir os objetivos, seja nos próprios
objetivos. A avaliação é o elo final na cadeia funcional
da administração permitindo verificar se as atividades es-
tão ocorrendo conforme planejadas propondo correções
aos desvios, segundo ROBBINS (apud Ferreira, 2003).
Para Hadji (apud Ferreira, 2003), a avaliação é um
ato de “leitura” da realidade observável comparado com
um padrão desejado.
O exemplo do modelo de avaliação da gestão pro-
posto para a FIOCRUZ, elaborado por Gerson Rosen-
berg (2002), vem ilustrar o esforço e o processo de adap-
tação do modelo de avaliação das organizações públicas Figura: Processo de Avaliação Segundo Rosenberg(2002)
brasileiras, em consonância com o Programa Qualidade O conceito sobre avaliação postulado pelo GES-
no Serviço Público. PÚBLICA, assegura que, quando a avaliação da gestão é
Rosenberg esclarece que: sistematizada, esta funciona como uma forma de apren-
dizado sobre a própria organização e também como ins-
(...) o modelo de avaliação da Fiocruz foi formulado trumento de melhoria das práticas gerenciais. Desta for-
baseado nas orientações para implementação do Progra- ma, a avaliação permite identificar os pontos fortes e os
ma da Qualidade no Serviço Público (1999) e nos mode- aspectos gerenciais menos desenvolvidos em relação ao
los de Hadji (1994) e de Robbins (1986). Este toma co- referencial comparativo e que devem ser melhorados.
mo referência os critérios do Modelo de Excelência do
Vejamos agora algumas considerações feitas em re-
PQGF, onde é considerado como sendo o ideal a ser se-
lação ao Modelo de Excelência em Gestão, da Fundação
guido por uma organização pública.
Nacional da Qualidade, que consideramos pertinentes
No modelo de avaliação proposto, para que os de- também para o MEGP preconizado pelo GESPÚBLICA:
sempenhos institucionais pretendidos sejam eficazmente Segundo Santos(2008), o MEG-Modelo de Exce-
alcançados, é necessário que as práticas gerenciais sejam lência em Gestão está baseado em um conjunto de fun-
estabelecidas com base nas estratégias organizacionais e, damentos já comprovados e reunidos pela teoria da ad-
portanto, fundamentadas em padrões de trabalho (proce- ministração, extraídos da prática de empresas líderes de
dimentos, fluxogramas, normas, rotinas, ...) criados para classe mundial. Como todo o modelo, sua relevância é
orientar a execução das mesmas. Quanto mais bem defi- inspirar, orientar e estimular as empresas a observarem
nidos e realistas forem esses padrões de trabalho, mais estes fundamentos para alcançarem ou certificarem a ex-
facilmente poderão ser identificados e corrigidos os seus celência de sua gestão.
desvios. Padrões inadequados de trabalho podem causar
Considera a empresa como um sistema, admitindo
deficiências operacionais, tais como: retrabalho, baixa
as relações de interdependência entre seus diversos com-
produtividade, má qualidade dos produtos e serviços, e
ponentes internos. Reconhece a empresa como um sis-
aumento dos custos. É importante destacar que o bom
tema orgânico adaptável que se relaciona, influencia e é
desempenho organizacional depende da aplicação e do
influenciada pelo ambiente externo (ecossistema).
grau de disseminação das práticas gerenciais por toda a
organização. O desempenho global organizacional medi- O MEG, quando avaliado nas empresas para a con-
do juntamente com as práticas gerenciais serão auto- cessão do Prêmio Nacional da Qualidade, reconhece e
avaliados para serem comparados com os critérios esta- leva em consideração o aprendizado de experiências exi-
belecidos pelo Modelo de Excelência. Desta forma, são tosas semelhantes, ocorridas no Japão o prêmio Deming,
também verificados os pontos fortes e as oportunidades na Europa o prêmio EFQM e nos Estados Unidos o Prê-
de melhoria da gestão. Havendo a existência de desvios mio Malcolm Baldrige, já consagrados com filosofia e
em relação aos padrões estabelecidos e/ou aspectos a se- objetivos semelhantes.
rem melhorados, deve ser elaborado um Plano de Melho- Santos (2008) esclarece também que o modelo: Ba-
ria da Gestão. Para facilitar a divulgação e a capacitação seia-se na adoção do pensamento sistêmico, envolvendo
da força de trabalho deve ser elaborado um Plano de os vários elementos internos e externos da organização;
Comunicação e outro de Capacitação. Por fim, todos os apresenta um modelo flexível, com uma linguagem sim-
planos devem estar alinhados com o Modelo de Excelên- ples e respeita as características e limitações de cada or-
cia do PQGF. ganização; não prescreve ferramentas ou práticas de ges-
tão específicas e, sim, analisa aquelas que são utilizadas
pela organização e seu respectivo desempenho.
Santos (2008) enfatiza que, em relação à metodolo-
gia fornecida pelo modelo:
Adota e utiliza critérios claros e universais para pa-
rametrização e avaliação do desempenho da organização;
possui um caráter quantitativo claro, facilitando a com-
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Conhecimentos Específicos
preensão dos resultados obtidos e sua comparabilidade; • A, de Act – Agir – executar ações para promo-
funciona como parâmetro de benchmarking para avalia- ver continuamente a melhoria dos processos.
ção, diagnóstico e desenvolvimento do modelo da gestão
na direção da busca da excelência; aponta, pela pontua-
ção obtida, qual o estágio em que a organização se en-
contra, proporcionando um diagnóstico claro e preciso
em relação ao alcance da excelência na sua gestão; for-
nece periodicamente um relatório da avaliação com indi-
cações para aperfeiçoamentos dos processos da organi-
zação.
Quanto aos benefícios trazidos pelo modelo, Santos
(2008) reforça: seu uso contínuo permite um acompa-
nhamento da evolução da gestão da organização, para
orientar os seus esforços e ações na busca da excelência
de sua gestão; cria uma rede de relacionamentos intra-
organizacional com objetivos comuns; confere reconhe-
cimento público e favorece a imagem da organização; • Planejar
contribui, através de exemplos de empresas cujas práti- O planejamento começa pela análise do processo.
cas gerenciais são reconhecidas como excelentes, para a Várias atividades são realizadas para fazermos uma aná-
divulgação das mesmas, despertando o interesse de ou- lise eficaz:
tras empresas para a busca da excelência.
Custódio (2008) apresenta algumas conclusões so- • Levantamento de fatos;
bre a busca de um modelo ideal de excelência: • Levantamento de dados;
1. os Modelos de Excelência têm sido um excelente • Elaboração do fluxo do processo;
instrumento para provocar e aprimorar as discussões so- • Identificação dos itens de controle;
bre a melhoria do desempenho das Organizações. • Elaboração de uma análise de causa e efeito;
2. Têm tido uma alta aceitação de empresas e go- • Colocação dos dados sobre os itens de controle;
vernos na busca de melhoria da competitividade e da • Análise dos dados;
produtividade. • Estabelecimento dos objetivos.
3. Na medida em que determinados atributos se tor- A partir daí, é possível iniciar a elaboração de pro-
nam “commodities” no mercado, os modelos têm busca- cedimentos que garantirão a execução dos processos de
do incorporar novas dimensões para medir a Excelência. forma eficiente e eficaz.
4. Algumas dessas dimensões se chocam entre si,
posto que as decisões empresariais implicam em esco- • Fazer, Executar
lhas, envolvem riscos diferenciados, envolvem leituras Nesta fase, colocam-se em prática o que os proce-
diferenciadas de uma “mesma realidade” e são tomadas dimentos determinam, mas para atingir sucesso, é preci-
dentro de contornos de uma racionalidade limitada. so que as pessoas envolvidas sejam competentes. O trei-
5. A dinâmica das atividades econômicas e empre- namento vai habilitá-las a executar as atividades com
sariais cada dia mais está inserida em um ambiente de in- eficácia.
terdependências e de coordenação sistêmica mais e mais
No contexto da melhoria da qualidade do atendi-
complexa.
mento, esses treinamentos podem acontecer em sessões
O CICLO PDCA grupais (na implantação ou reciclagem de um procedi-
mento, por exemplo) ou no próprio posto de trabalho, ou
O Ciclo PDCA é uma ferramenta de qualidade que
seja, no local onde a atividade ou tarefa acontece.
facilita a tomada de decisões visando garantir o alcance
das metas necessárias à sobrevivência dos estabeleci- • Checar, Verificar
mentos e, embora simples, representa um avanço sem É nesta fase que se verifica se os procedimentos fo-
limites para o planejamento eficaz. A sigla é formada pe- ram claramente entendidos, se estão sendo corretamente
las iniciais: executados e se a demonstração foi abstraída. Esta veri-
ficação deve ser contínua e pode ser efetuada tanto atra-
• P, de Plan – Planejar – estabelecer os objetivos
vés de sua observação, quanto através do monitoramento
e processos necessários para fornecer resultados
dos índices de qualidade e produtividade. As auditorias
de acordo com os requisitos e políticas pré-
internas de qualidade também são uma excelente ferra-
determinados.
menta de verificação.
• D, de Do – Fazer, executar – implementar as
ações necessárias. • Agir
• C, de Check – Checar, verificar – monitorar e Se durante a checagem ou verificação for encontra-
medir os processos e produtos em relação às da alguma anormalidade, este será o momento de agir
políticas, aos objetivos e aos requisitos estabe- corretivamente, atacando as causas que impediram que o
lecidos e relatar os resultados. procedimento fosse executado conforme planejado. As-
sim que elas forem localizadas, as contramedidas deve-
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Conhecimentos Específicos
rão ser adotadas, isto é, as ações que vão evitar que o er-
ro ocorra novamente. Em alguns casos, essas medidas
podem virar normas, novos procedimentos, padrões, etc.
Gráfico de Pareto
O gráfico de Pareto é um gráfico de barras que dis-
põe a informação de forma a tornar evidente e visual a
priorização de temas. A informação assim disposta tam-
bém permite o estabelecimento de metas numéricas viá- Dado um efeito no produto ou em um processo, de-
veis de serem alcançadas. vemos procurar dentro dos quadrados quais poderiam ser
A figura abaixo é um exemplo de aplicação do Grá- as causas relacionadas a este tema (os seis “Ms”) que
fico de Pareto, relacionado a problemas em cobrança. O poderiam ser responsáveis pelo problema ou efeito de-
gráfico demonstra quantos casos são referentes a cada tectado.
um dos problemas listados no eixo horizontal – notas Em geral, este tipo de ferramenta é aplicado em
fiscais atrasadas, cobrança indevida, problemas no setor, grupos interdisciplinares de forma que o grupo tenha
nota fiscal errada, recebimento errado no caixa e outros. condições de detectar diversas possíveis causas para o
efeito, sendo que cada participante contribui com seu co-
nhecimento específico. É, importante que se considere
todas as causas possíveis, mesmo que o grupo ache que
uma causa específica não seja a responsável.
É muito comum a utilização de outras técnicas, tais
como "brainstorming", na determinação das possíveis
causas para que o grupo possa considerar todas as possi-
bilidades.
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Conhecimentos Específicos
Dependendo do tipo de problema a ser resolvido, Existem vários tipos de folhas de verificação. Al-
pode ser necessário a construção de um subdiagrama pa- gumas, como por exemplo para verificação de um item
ra a causa que o grupo ache que seja a mais provável, de controle de um processo produtivo, podem conduzir
quando este fator é composto de outros subfatores. A fi- diretamente à formação de um histograma, ou mesmo de
gura abaixo mostra um exemplo de subdiagramas. um gráfico de controle.
Histograma
O histograma é um gráfico de barras que tem por Diagrama de Dispersão
objetivo representar uma distribuição de frequência de
Os Diagramas de dispersão são representações de
uma variável de interesse.
duas ou mais variáveis que são organizadas em um gráfi-
A barra horizontal representa os intervalos ou clas- co, uma em função da outra.
ses e a barra vertical representa a frequência do intervalo
A figura abaixo mostra um gráfico de variáveis que
correspondente.
representam uma medida experimental de um determi-
nado produto, sendo que os dados do eixo Y representam
a medição feita no laboratório “A” e os dados do eixo X,
as medições feitas no laboratório “B”.
Este tipo de Diagrama é muito utilizado para corre-
lacionar dados, como a influência de um fator em uma
propriedade, dados obtidos em diferentes laboratórios ou
de diversas maneiras (predição X medição, por exem-
plo).
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Conhecimentos Específicos
Fluxograma 1 - Primeiramente, faz-se um experimento para de-
terminação dos parâmetros de controle, medindo-se a
O fluxograma é uma ferramenta muito útil na de-
propriedade que se quer controlar em uma amostra com
terminação e principalmente na visualização das etapas
pelo menos 6 pontos;
de um processo.
2 - Determina-se a partir de então os valores de
O fluxograma utiliza alguns símbolos que represen-
Média e Desvio Padrão.
tam diferentes tipos de ações, atividades e situações. Ve-
ja alguns dos símbolos utilizados no Fluxograma: 3 - A seguir, os limites de controle são calculados
da seguinte forma:
• Limite Inferior de Controle: é o valor da média
menos três vezes o desvio padrão.
• Limite Superior de Controle: é o valor da média
mais três vezes o desvio padrão.
MODELO DO GESPÚBLICA.
O que é Gespública
O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburo-
Gráfico de Controle cratização Gespública – foi instituído pelo Decreto nº
O Gráfico de Controle é a ferramenta da qualidade 5.378 de 23 de fevereiro de 2005, é o resultado da evolu-
mais conhecida e difundida. Muitas empresas já a utili- ção histórica de diversas iniciativas do Governo Federal
zam há muito tempo, pois ela é muito útil no controle de para a promoção da gestão pública de excelência, visan-
processos e produtos. do a contribuir para a qualidade dos serviços públicos
prestados ao cidadão e para o aumento da competitivida-
A ferramenta é baseada em dados estatísticos e tem de do País.
por princípio que todo processo tem variações estatísti-
cas. A partir da determinação desta variação, são calcu- Visto como uma política pública fundamentada em
lados parâmetros que nos informam se o processo está um modelo de gestão específico, o Programa tem como
ocorrendo dentro dos limites esperados ou se existe al- principais características o fato de ser essencialmente
gum fator que está fazendo com que o mesmo saia fora público – orientado ao cidadão e respeitando os princí-
de controle. pios constitucionais da impessoalidade, da legalidade, da
moralidade, da publicidade e da eficiência –, de ser con-
Nós não explicaremos neste tutorial, todas as in- temporâneo – alinhado ao estado-da-arte da gestão –, de
formações que podem ser decorrentes de um controle es- estar voltado para a disposição de resultados para a soci-
tatístico como este, mas daremos a seguir algumas in- edade – com impactos na melhoria da qualidade de vida
formações básicas, que não demonstraremos. e na geração do bem comum – e de ser federativo – com
O gráfico de controle é construído da seguinte ma- aplicação a toda a administração pública, em todos os
neira: poderes e esferas do governo.
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Conhecimentos Específicos
PRINCIPAIS TEÓRICOS E SUAS CONTRI- visita ao Japão, naquele ano, buscou mudar a cultura das
BUIÇÕES PARA A GESTÃO DA QUALIDADE organizações japonesas. Kaoru Ishikawa, que mais tarde
tornou-se o “guru” japonês da Qualidade, reconheceu a
Inúmeros foram os teóricos que contribuíram para a
importância da visita de Juran e lhe dá o mérito de ter
formulação do que conhecemos como Sistema de Gestão
ajudado os japoneses a mudar, de um esforço que lidava,
da Qualidade, dos quis se destacam: Walter A. Shewhart,
primeiramente, com tecnologia, para um enfoque dife-
Wiliam Eduard Deming, Joseph M. Juran. Armand Fei-
renciado para a gestão total.
genbaum, Philip B. Crosby, Kaoru Ishikawa e Genichi
Taguchi, além de outras personalidades e organizações, A trilogia de Juran – Controle da Qualidade, Plane-
sintetizadas a seguir: jamento da Qualidade e Aperfeiçoamento da Qualidade –
está sendo difundida pelo mundo graças à criação do Ins-
• Walter A. Shewhart
tituto Juran em 1979, que visa a fornecer treinamento e
Walter A. Shewhart nasceu em 1891 nos Estados consultoria para os que desejam implantar Qualidade To-
Unidos da América, formou-se em engenharia, com dou- tal em suas empresas.
torado em física pela Universidade de Califórnia. Nota-
• Armand Feigenbaum
bilizou-se pela sua proposta de aplicação da estatística e
dos métodos gráficos de fácil utilização à realidade pro- Nasceu nos Estados Unidos, em 1922 e formou-se
dutiva no chão-de-fábrica, na Bell Telephone Laborato- em engenharia, com doutorado em ciência pelo Massa-
ries, em 1924. Com isso Shewhart ficou conhecido como chusetts Institute of Technology – MIT. Tornou-se co-
o pai do controle estatístico da qualidade. nhecido por ser o primeiro a tratar a qualidade de forma
sistêmica, proposta no seu livro Total Quality Contol,
A adoção de ferramentas estatísticas permitiam se-
publicado em 1951. Segundo Feigenbaum, em uma de
gregar as causas comuns das causas especiais, estes su-
suas definições de qualidade “Qualidade é a composição
jeitos à investigação, permitindo ações proativa, para
total das características de marketing, projeto, produção
evitar novas ocorrências.
e manutenção dos bens e serviços, através dos quais os
Shewhart também propôs o ciclo PDCA (PAN- produtos atenderão às expectativas do cliente”.
DO.CHECK.ACT), que direcionaria análise e solução de
• Philip B. Crosby
problema, implementando a melhoria contínua, mais tar-
de lapidados e difundidos por um de seus discípulos, Wi- Funcionário da Martin-Company onde surgiu o
liam Eduards Deming. Programa de “Zero Defeito”, atuou ativamente neste
programa durante um longo tempo. Foi um dos primei-
• Wlliam Edward Deming
ros profissionais da área de Qualidade a assumir posição
Nascido em 1906, estudou na Universidade de de vice-presidente, na alta administração de uma empre-
wyoming, tornando-se mestre na Universidade do Colo- sa. Escritor, ganhou fama junto ao público por seus arti-
rado e PhD em Física e Yale, em 1924. Conheceu gos. É fundador da Universidade de Qualidade em Win-
Shewhart nos anos trinta, que lhe mostrou o que era con- ter Park, Flórida, e autor de muitos livros, incluindo o
trole estatístico da qualidade. Durante a segunda Guerra best-seller de 1979, “Quality is free”.
Mundial foi professor de controle estatístico ligado à
Para Crosby, a Qualidade pode ser obtida por uma
produção.
deliberada ação gerencial. A base filosófica para a cultu-
Em 1947, foi requisitado como consultor técnico ra de Qualidade, desejada e delineada pelos três concei-
pelo General MacArthur, para prestar colaboração às tos de Crosby:
forças americanas de ocupação do Japão. Apesar de pou-
- Qualidade: o sistema que leva à Qualidade é a
co conhecido nos EUA, Deming, durante sua estadia no
prevenção;
Japão, proferiu uma série de palestras para os líderes das
- Zero Defeito: o padrão de execução é o Zero De-
indústrias japonesas, revolucionando os conceitos de
feito;
Qualidade. Tornou-se adorado pelos japoneses, pois sua
- Não Conformidade: a medida da Qualidade é o
colaboração ajudou a economia japonesa, arrasada du-
preço da não conformidade.
rante a guerra, a reerguer-se e em vinte anos, tornar-se
uma das grandes potências econômicas do mundo atual. • Armand V. Feigenbaum
• Joseph Juran Antigo gerente de operações de fabricação e contro-
le de qualidade da General Electric. Entre suas tarefas
Nascido na Romênia em 1904. Formou-se em en-
estava o trabalho com o grupo de engenharia da GE, que
genharia pela Universidade de Minesota e ingressou no
trabalhava em um projeto, com esforço de guerra priori-
Departamento de Inspeção da Hawthorne Work, em
tário, que buscava descobrir porque as turbinas dos no-
1924.
vos aviões à jato às vezes funcionavam e outras não.
Durante e após o período da segunda Guerra Mun- Através de métodos estatísticos e outros, o grupo de Fei-
dial tornou-se consultor em Qualidade. genbaum foi capaz de desenvolver, em poucos meses,
técnicas para determinar, exatamente, quais as partes da
Seu livro “Quality Control Handbook”, publicado
turbina que não eram dignas de confiança e por quê.
em 1951, trouxe o reconhecimento e com isto, uma legi-
ão de admiradores, mas nenhum mais ardente que os ja- Em 1954, Fegenbaum foi nomeado, após obter o
poneses, para quem trabalhou em 1954. Durante a sua grau de PhD no Massassuchets Institute of Technology
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Conhecimentos Específicos
(MIT), gerente de fabricação da GE para todo o mundo, ISO série 9000 de Sistema de Garantia de Qualidade, em
função que ocuparia por dez anos. 1987, norma essa revista pela terceira vez em 2000, pas-
sando a ser conhecida por norma ISO-9000:2000, tor-
Foi dele, 1956, a ideia de Qualidade deve ser traba-
nando-se um requisito para ingresso em muitos merca-
lho de todos.
dos. Além da norma ISO-9000, deve-se destacar a norma
• Kaoru Ishikawa de Gestão Ambiental publicada por essa entidade em
1996, que é a ISO-14000, que tem forte relacionamento
A influência de Deming e Juran no Japão, somada a
com a norma de Sistema de Gestão da Qualidade.
sua competência, faz aparecer um dos “gurus” japoneses
de Qualidade, Kaoru Ishikawa. Esteve na vanguarda da Deve-se destacar o programa de Gestão da Qualida-
revolução da economia japonesa, com o uso da Gestão de da Motorola conhecida por Seis Sigma. Esse progra-
da Qualidade no final dos anos quarenta. Foi professor ma apresenta várias características dos modelos já exis-
de engenharia na Science University of Tokio e na Uni- tentes, com ênfase no controle da qualidade e na análise
versidade de Tóquio. Até sua morte, em 1988, foi presi- e solução de problemas. No Seis Sigma existe uma preo-
dente do Mirsach Institute of Tecnology em Tóquio. cupação com o uso sistemático das ferramentas estatísti-
cas, tendo-se por base o ciclo DMAIC-define-measure-
As bases para o controle de qualidade total, segundo analyse-improve-control, que de certa forma remete para
Ishikawa, seriam abrir os canais de comunicação dentro o ciclo PDCA, proposto por Shewhard e aprimorado por
da empresa – seguir as mudanças de gosto e atitudes dos
Deming.
clientes – favorecer mentes investigadoras que possam
detectar dados falsos – conhecimento é poder.
Dentro dos objetivos de Qualidade na empresa, Is- 16. GESTÃO DE PROJETOS; ELABORAÇÃO,
hikawa destacava a colocação da Qualidade em primeiro ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE PROJETOS; PRIN-
lugar, a orientação para o consumidor, a gerência dos CIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS DE
processos, a utilização de fatos e dados e o respeito ao GESTÃO DE PROJETOS; PROJETOS E SUAS
ser humano, como filosofia de gerenciamento. ETAPAS.
Conhecimentos Específicos
A premissa de PMI é que as ferramentas e as técni- e) realizado por pessoas;
cas da gerência de projeto são comuns mesmo entre a f) recursos limitados.
aplicação difundida dos projetos da indústria do software
à indústria de construção. No modelo Quality Menagement, padrão interna-
cional desenvolvido pela ISO, específico para gerencia-
Em 1981, os diretores do PMI autorizaram o desen-
mento de projetos:
volvimento de um guia de projetos, o que se transformou
em o 'Project Management Body of Knowledge', conten- a) as necessidades dos clientes devem ser atendidas
do os padrões e as linhas mestras das práticas que são e entregues:
usados extensamente durante toda a profissão. b) as necessidades dos stakeholders sejam compre-
endidas e avaliadas;
16.1. ELABORAÇÃO, ANÁLISE E AVALIA- c) a política de qualidade seja incorporada à gerên-
ÇÃO DE PROJETOS cia da organização, tendo como norte os objetivos estra-
tégicos e a busca de resultados, e que possa ser aplicada
Partindo-se da premissa de que todo projeto nasce
em projetos de complexidade variada.
da vontade de modificar uma determinada realidade, seu
sucesso depende de uma boa elaboração, em que será Assim, devem ser consideradas as seguintes etapas:
feito o maior detalhamento possível das atividades pro- foco no cliente, liderança, envolvimento, aproximação
postas, de forma clara e organizada, o que irá contribuir dos processos, aproximação com a gerência, melhoria
para obter a aprovação e captação de recursos humanos e contínua, tomada de decisões e relacionamento com o
materiais e que irá subsidiar as fases de análise e avalia- fornecedor.
ção do referido projeto.
O modelo PINCE2 (tm) tem como características:
Nessa fase de elaboração é necessário que se obser-
ve a importância do planejamento que consiste no ato de a) controle e organização do início ao fim;
determinar os objetivos do projeto, da estruturação de b) revisão de progressos baseado nos planos e no
ideias, da racionalização de ações, da programação fi- business case;
nanceira, da otimização de recursos, com vistas a assegu- c) pontos de decisão flexíveis;
rar eficácia, eficiência e efetividade. d) gerenciamento efetivo de qualquer desvio do
plano;
O planejamento é essencialmente uma atividade de
e) envolvimento da gerência;
previsão.
f) canal de comunicação entre os membros da orga-
A fase de análise permite identificar se há e quais nização.
são os problemas a serem considerados.
16.3. PROJETOS E SUAS ETAPAS
A análise de viabilidade é feita com base em proje-
ções, que são incertas e realizadas a partir de informa- Todo projeto é desenvolvido em cinco etapas: Ini-
ções parciais, podendo demandar análise complexa, o ciação, planejamento, execução, controle e conclusão.
que resulta no aumento dos gastos e esforços. Ou seja,
Iniciação é a etapa onde se toma conhecimento do
quando maior o risco que o projeto pode representar,
projeto a ser feito, é o momento da confecção do bri-
maiores serão o tempo e os recursos utilizados com a
efing, ou de sua leitura à equipe, é nesta hora onde sur-
elaboração do projeto.
gem diversas dúvidas do projeto. Em geral é uma etapa
O processo de avaliação deve acontecer de forma que deve ser desenvolvida em uma reunião de brains-
constante e periódica durante o desenvolvimento do pro- torm.
jeto. Ela pode ser interna ou externa, ou mista e é feita
Planejamento é onde o projeto é detalhado, se apli-
por meio de plano de avaliação, constituído de diversas
carmos o princípio de Pareto, é onde investimos 80% do
etapas que variam de acordo com a característica de cada
nosso tempo. É o momento em que detalhamos as ativi-
projeto.
dades, pesquisamos, determinamos prazos, alocamos re-
Assim, as avaliações podem ser de resultado, de cursos e custos. O resultado do planejamento é uma lista
conteúdo, de processo e de impacto. de tarefas e/ou um gráfico de Gantt.
Execução é o objetivo do projeto, é a “hora da ver-
16.2. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS
dade”, quem executa é o gestor técnico, “é a hora de co-
MODELOS DE GESTÃO DE PROJETOS
locar o projeto em prática”.
Em apertada síntese, as principais características
No monitoramento e controle, o gestor do projeto
dos projetos, conforme do Guia PMBOK são:
faz o controle da execução, registrando tempo e recursos,
a) temporários, possuem um início e um fim defini- e gerenciando as possíveis mudanças.
dos;
A conclusão ocorre com o término do projeto.
b) planejados, executado e controlado;
c) entregam produtos, serviços ou resultados exclu- Na verdade as cinco etapas do projeto não aconte-
sivos; cem como uma sequência linear, afinal há intercorrências
d) desenvolvidos em etapas e continuam por incre- o que exigem ajustes a serem feitos. E estes ajustes são
mento com uma elaboração progressiva; feitos “on the fly”, ou seja, durante a execução do proje-
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Conhecimentos Específicos
to, configurando um ciclo claro que passa por execução, Tarefas da Gestão por Processos
controle e planejamento. Geralmente na hora da execu-
Como forma de viabilizar a gestão por processos,
ção é que o planejamento é posto à prova, o controle é o
visando contribuir para o aumento da performance, suas
acompanhamento que o gestor de projetos faz junto ao
tarefas são divididas em três grupos, conforme demons-
gestor técnico, ele registra os tempos e uso de recursos.
tra a tabela a seguir (PAIM, 2007 apud Barros, 2009):
Este controle pode apontar tanto uma tendência à eco-
nomia de recursos quando à necessidade de utilizar re-
cursos além do planejado. É atribuição do gestor de pro-
jetos revisar seu planejamento para avaliar os impactos
destas variações e tomar as devidas providências
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Conhecimentos Específicos
importante para que sejam discutidas as ideias e Categorias de Processos
melhor desempenho do processo seja alcança-
Os processos organizacionais podem ser classifica-
do.
• Desenvolvimento humano: para se chegar a dos em três categorias:
melhor eficiência, eficácia e efetividade da or- • Processos Gerenciais: são aqueles ligados à es-
ganização é necessário o conhecimento, as ha- tratégia da organização. Estão diretamente rela-
bilidades, a criatividade, a motivação e a com- cionados à formulação de políticas e diretrizes
petência das pessoas. De oportunidades de para se estabelecer e concretizar metas. Tam-
aprendizado e de um ambiente favorável ao bém referem-se ao estabelecimento de indica-
pleno desenvolvimento depende o sucesso das dores de desempenho e às formas de avaliação
pessoas.
dos resultados alcançados interna e externa-
• Metodologia padronizada: para evitar desvios
mente à organização. Exemplos: planejamento
de interpretação e alcançar os resultados espe-
rados, é importante seguir os padrões e a meto- estratégico, gestão por processos e gestão do
dologia definida, que poderá ser constantemen- conhecimento.
te melhorada. • Processos Finalísticos: ligados à essência de
• Melhoria contínua: o comprometimento com funcionamento do órgão. Caracterizam a atua-
o aperfeiçoamento contínuo é o principal obje- ção do órgão e recebem apoio de outros proces-
tivo da gestão de processos, de modo a evitar sos internos, gerando um produto ou serviço pa-
retrabalhos, gargalos e garantir a qualidade do ra o cliente interno ou cidadão. Estão direta-
processo de trabalho. mente relacionados ao objetivo do MPF.
• Informação e comunicação: é de fundamental Exemplos: atuações extrajudicial e judicial.
importância a disseminação da cultura organi- • Processos Meio: são processos essenciais para
zacional, divulgar os resultados alcançados e a gestão efetiva da organização, garantindo o
compartilhar o conhecimento adquirido. suporte adequado aos processos finalísticos. Es-
Busca da excelência: para alcançar a excelência, os tão diretamente relacionados à gestão dos re-
erros devem ser mitigados e as suas causas eliminadas. cursos necessários ao desenvolvimento de todos
Deve-se buscar as melhores práticas reconhecidas como os processos da instituição. Exemplos: contra-
geradoras de resultados e aprimoramento constante, vi- tação de pessoas, aquisição de bens e materiais
sando à identificação e ao aperfeiçoamento de oportuni- e execução orçamentário-financeira.
dades de melhorias e reforço de pontos fortes da institui- Os processos críticos, que são aqueles de natureza
ção. estratégica para o sucesso institucional, encontram-se
nos denominados processos gerenciais e finalísticos.
O Processo Organizacional
É um conjunto de atividades logicamente interliga- Modelagem de Processo
das, maneiras pelas quais se realiza uma operação, en-
volvendo pessoas, equipamentos, procedimentos e in- É um conjunto de atividades envolvidas na criação
formações e, quando executadas, transformam entradas de representações de um processo de negócio. Ela provê
em saídas, agregam valor e produzem resultados. uma perspectiva ponta-a-ponta de processos finalísticos,
de suporte ou meio e de gerenciamento de uma organiza-
Na gestão por processos, um processo é visto como
ção.
fluxo de trabalho - com insumos, produtos e serviços cla-
ramente definidos e atividades que seguem uma sequên- "Modelo" é uma representação simplificada, que
cia lógica e dependente umas das outras, numa sucessão pode ser matemática, gráfica, física ou narrativa. Eles
clara – denotando que os processos têm início e fim bem possuem ampla série de aplicações, que incluem: Orga-
determinados e geram resultados para os clientes inter- nização (estruturação), Heurística (descoberta, aprendi-
nos e/ou externos. zado), Previsões (predições), Medição (quantificação),
Explanação (ensino, demonstração), Verificação (expe-
Um processo organizacional se caracteriza por:
rimentação, validação) e Controle (restrições, objetivos).
• Início, fim e objetivos definidos; "Processo", nesse contexto, significa um processo
• Clareza quanto ao que é transformado na sua de negócio e pode ser expresso em vários níveis de deta-
execução; lhe, desde uma visão contextual altamente abstrata mos-
• Definir como ou quando uma atividade ocorre; trando o processo dentro de seu ambiente, até uma visão
• Resultado específico; operacional interna detalhada que ser simulada para ava-
• Listar os recursos utilizados para a execução da liar várias características de seu desempenho ou compor-
atividade; tamento.
• Agregar valor para o destinatário do processo;
• Ser devidamente documentado; Um modelo de processo pode conter um ou mais
diagramas, com informações sobre objetos, sobre relaci-
• Ser mensurável; e
onamento entre objetos, sobre como objetos representa-
• Permitir o acompanhamento ao longo da execu-
dos se comportam ou desempenham.
ção.
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Conhecimentos Específicos
Notação de Modelagem de Processos de Negócio 4. Identificar as entradas e componentes do proces-
(BPMN) so
5. Identificar os fornecedores do processo
O BPMN foi desenvolvido pelo BMPI (Business
6. Determinar os limites do processo
Process Management Iniciative) e começou a ser utiliza-
7. Documentar o processo atual
do em 2004, em sua versão 1.0. No ano de 2006, foi ado-
8. Identificar melhorias necessárias ao processo
tado pelo OMG (Object Management Group), atual man-
9. Consenso sobre melhorias a serem aplicadas ao
tenedor da notação. Com um ótimo trabalho publicou,
processo
em janeiro de 2008, a versão BPMN 1.1. Atualmente,
10. Documentar o processo revisado.
utilizamos a última versão, BPMN 2.0, publicada em ja-
neiro de 2011. Business Process Modeling Notation
Ciclo de Gerenciamento
(BPMN) é uma notação gráfica que transmite a lógica
das atividades, as mensagens entre os diferentes partici- Segundo o Guia BPM CBOK (Corpo Comum de
pantes e toda a informação necessária para que um pro- Conhecimentos sobre BPM), a prática de gerenciamento
cesso seja analisado, simulado e executado. Sendo assim, de processos e de negócio pode ser caracterizada como
a notação usa um conjunto de figuras que permite dia- um ciclo de vida contínuo (processo) de atividades inte-
gramar modelos de processos ajudando a melhorar a ges- gradas.
tão de processos de negócios, documentam o funciona- Este ciclo pode ser sumarizado por meio do seguin-
mento real deles e consegue um desempenho melhor. te conjunto gradual e interativo de atividades: Planeja-
mento; Análise; Desenho e Modelagem; Implementação;
Utiliza-se uma linguagem comum para diagramar
Monitoramento; e Refinamento.
os processos de forma clara e padronizada, o que propor-
ciona um entendimento geral e facilita a comunicação
Planejamento
entre as pessoas.
Esta é a fase em que as necessidades de alinhamen-
Mapeamento de Processos to estratégico dos processos são percebidas. Segundo o
guia CBOK, deve-se desenvolver um plano e uma estra-
• O Mapeamento de Processo é uma ferramenta tégia dirigida a processos para a organização, onde sejam
gerencial e de comunicação que tem a finalida- analisadas suas estratégias e metas, fornecendo uma es-
de de ajudar a melhorar os processos existentes trutura e o direcionamento contínuo de processos centra-
ou de implantar uma nova estrutura voltada pa- dos no cliente. Além disso, são identificados papéis e
ra processos. responsabilidades organizacionais associados ao geren-
• O mapeamento também auxilia a empresa a en- ciamento de processos, aspectos relacionados a patrocí-
xergar claramente os pontos fortes, pontos fra- nio, metas, expectativas de desempenho e metodologias.
cos (pontos que precisam ser melhorados tais
como: complexidade na operação, reduzir cus- Análise
tos, gargalos, falhas de integração, atividades De acordo com o guia CBOK, a análise tem por ob-
redundantes, tarefas de baixo valor agregado, jetivo entender os atuais processos organizacionais no
retrabalhos, excesso de documentação e apro- contexto das metas e objetivos desejados. Ela reúne in-
vações), além de ser uma excelente forma de formações oriundas de planos estratégicos, modelos de
melhorar o entendimento sobre os processos e processo, medições de desempenho, mudanças no ambi-
aumentar a performance do negócio. ente externo e outros fatores, a fim de compreender os
Objetivos e Técnicas processos no escopo da organização como um todo.
Objetivo do Mapeamento de Processos: Durante essa etapa são vistos pontos como: objeti-
vos da modelagem de negócio, ambiente do negócio que
• É buscar um melhor entendimento dos proces- será modelado, principais stakeholders e escopo da mo-
sos de negócios existentes e dos futuros para delagem (processos relacionados com o objetivo geral).
melhorar o nível de satisfação do cliente e au- A análise de processos incorpora várias técnicas e
mentar desempenho do negócio. metodologias, de forma a facilitar as atividades dos en-
Técnicas de Mapeamento de Processos: volvidos com a identificação do contexto e diagnóstico
da situação atual do negócio.
• Entrevistas, questionários, reuniões e
Dentre as possíveis técnicas, temos: Brainstorming,
workshops;
Grupo de Trabalho com foco no processo, Entrevista,
• Observação de campo; Cenários, Survey/Questionário e 5W2H. Parte dessas
• Análise da documentação existente; técnicas será empregada pelo Escritório de Processos pa-
• Análise de sistemas legados ra entender e documentar um processo ou reelaborar sua
• Coleta de evidências. versão.
Os 10 passos para Mapear e Modelar um processo: A metodologia de Modelagem de Processos apre-
senta em detalhes técnicas úteis à etapa de análise de
1. Identificar os objetivos do processo processos, além de fornecer uma análise comparativa de
2. Identificar as saídas do processo cada uma delas, discutindo pontos fortes e deficiências
3. Identificar os clientes do processo com base em uma avaliação conceitual e operacional.
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Conhecimentos Específicos
Desenho e Modelagem
O guia CBOK define o desenho de processo como Monitoramento
"criação de especificações para processos de negócio
Segundo o guia CBOK, é de suma importância a
novos ou modificados dentro do contexto dos objetivos
contínua medição e monitoramento dos processos de ne-
de negócio, objetivos de desempenho de processo, fluxo
gócio, fornecendo informações-chave para os gestores de
de trabalho, aplicações de negócio, plataformas tecnoló-
processos de negócio ajustarem recursos a fim de atingir
gicas, recursos de dados, controles financeiros e operaci-
os objetivos dos processos. Dessa forma, a etapa de im-
onais, e integração com outros processos internos e ex-
plementação avalia o desempenho do processo através de
ternos".
métricas relacionadas às metas e ao valor para a organi-
Já a modelagem de processos é definida como "um zação, podendo resultar em atividades de melhoria, rede-
conjunto de atividades envolvidas na criação de repre- senho ou reengenharia.
sentações de um processo de negócio existente ou pro-
Esta etapa também pode ser chamada de "simulação
posto", tendo por objetivo "criar uma representação do
e emulação", sendo responsável pela aferição e validação
processo em uma perspectiva ponta-a-ponta que o des-
do processo, como forma de garantir que o mesmo está
creva de forma necessária e suficiente para a tarefa em
representado conforme sua realidade, bem como pelo es-
questão". Alternativamente, chamada de fase de "identi-
tudo de diversos cenários, possibilitando a análise de
ficação", a modelagem pode ser também definida como
mudanças no processo.
"fase onde ocorre a representação do processo presente
exatamente como o mesmo se apresenta na realidade, Refinamento
buscando-se ao máximo não recorrer a redução ou sim-
A etapa de refinamento ou transformação é, segun-
plificação de qualquer tipo" [de la SOTA SILVA, 2006].
do o guia CBOK, responsável pela transformação dos
Segundo o guia CBOK, a modelagem de processos processos, implementando o resultado da análise de de-
pode ser executada tanto para o mapeamento dos proces- sempenho. Ela ainda trata desafios associados à gestão
sos atuais como para o mapeamento de propostas de me- de mudanças na organização. à melhoria contínua e à
lhoria. otimização de processo.
Por meio da Metodologia de Modelagem de Proces-
Ciclo de Gerenciamento de Processos
sos, é possível obter orientações quanto ao uso da nota-
ção BPMN, bem como boas práticas de modelagem de Os ciclos PDCA (planejar, verificar, executar e
processos. Associada à modelagem, a documentação dos agir) e DMAIC (definir, medir, analisar, melhorar e con-
processos também é contemplada pelo trabalho, que for- trolar), ambos tratam de fases para a melhoria, desde o
nece um guia indicando informações do processo e das seu planejamento inicial, passando pela análise e execu-
atividades do processo a serem especificadas e o modo ção e, chegando ao controle de resultados. Os dois ciclos
como devem ser descritas - além de prover um modelo mencionados tratam não só da gestão por processos, mas
para descrição de processos. principalmente da gestão da qualidade desses processos,
colaborando com a redução dos desperdícios, com a pa-
Implementação
dronização e com o aprimoramento contínuo.
É definida pelo guia CBOK como a fase que tem
Abaixo está demonstrada a figura que representa es-
por objetivo realizar o desenho aprovado do processo de
sa convergência entre os ciclos.
negócio na forma de procedimentos e fluxos de trabalho
documentados, testados e operacionais; prevendo tam-
bém a elaboração e execução de políticas e procedimen-
tos novos ou revisados.
Durante essa fase assume-se que as fases de análise,
modelagem e desenho criaram e aprovaram um conjunto
completo de especificações, então, somente pequenos
ajustes devem ocorrer durante a implementação.
O escopo de atividades compreende:
• Processos primários de execução e suporte;
• Processos de gerenciamento e acompa-
nhamento;
• Regras de negócio relacionados aos três ti-
pos de processos; e
• Componentes de gerenciamento de proces-
sos de negócio relevantes e controláveis no
ambiente interno da organização, tais co-
mo políticas, incentivos, governança e esti-
lo de liderança.
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Conhecimentos Específicos
Ciclo PDCA Ciclo DMAIC
Nasceu no escopo da era da Qualidade Total. Surgiu Já o método DMAIC, que foi construído com o
como uma ferramenta que melhor representa o gerenci- apoio do PDCA, concentra-se na resolução de problemas
amento de uma atividade. Vincula-se à necessidade que e pode ser utilizado em vários seguimentos. Com ele,
toda instituição tem de planejar e controlar suas ativida- pretende-se realizar melhorias nos processos ou desen-
des. volver um projeto específico.
Marshall Junior et al (2006) salienta que “o ciclo Esse método contempla cinco fases. Na primeira, a
PDCA é um método gerencial para a promoção da me- partir de opiniões dos clientes e dos objetivos do projeto
lhoria contínua e reflete, em suas quatro fases, a base da o problema é definido. Na segunda fase, serão mensura-
filosofia do melhoramento contínuo”. das e investigadas as relações causa-efeito. Na terceira
fase, os dados são analisados e o mapeamento é realiza-
Nesse contexto, suas fases podem ser assim repre-
do para identificação das oportunidades de melhorias. A
sentadas: inicia-se com a definição do problema e das
quarta fase inclui a melhoria e otimização do processo,
metodologias que serão necessárias para o alcance dos
de acordo com o mapeamento realizado. E por último,
resultados, passa pela análise do processo, estabelece-se
inicia-se a fase de controle, que será realizada para asse-
um plano de ação, em que o que foi planejado é colocado
gurar que os desvios sejam corrigidos antes que se tor-
em prática.
nem defeitos.
Após a execução do plano, inicia-se a verificação
Para melhor entendimento das fases descritas, cons-
dos resultados, com uma análise comparativa do que foi
truiu-se a figura abaixo em que se demonstra o que é fei-
executado em relação ao planejado. Por último, agir cor-
to e quais as metas que devem ser alcançadas em cada
retivamente em caso de desvios ou preventivamente,
fase do ciclo DMAIC.
identificando novas oportunidades de melhorias. Como
resultado dessas fases, tem-se a padronização dos pro-
CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
cessos de trabalho.
(CEP)
O PDCA tem o propósito de resolver problemas e
O Controle estatístico do processo (CEP) é uma fer-
alcançar metas, para isso é imprescindível construir uma
ramenta que tem por finalidade desenvolver e aplicar
visão futura dos processos do órgão. Se os resultados es-
métodos estatísticos como parte de nossa estratégia para
perados não forem alcançados, o ciclo deverá ser reinici-
prevenção de defeitos, melhoria da qualidade de produ-
ado.
tos e serviços e redução de custos. A seguir apresenta-
Na figura a seguir, podem ser verificadas as metas mos alguns conceitos e definições importantes para o
para cada fase do ciclo PDCA, o que se deve fazer e co- melhor entendimento do conteúdo desse módulo.
mo chegar a tais questões, considerando a gestão por
Processo:
processos e o resultado a ser alcançado.
É a combinação de máquinas, métodos, material e
mão-de-obra envolvidos na produção de um determinado
produto ou serviço.
Controle:
É o conjunto de decisões que tem por objetivo a sa-
tisfação de determinados padrões ou especificações por
parte dos produtos focados no cliente.
O CEP estabelece:
• Informação permanente sobre o comportamento
do processo;
• Utilização da informação para detectar e carac-
terizar as causas que geram instabilidade no
processo;
A aplicação do PDCA permite: • Indicação de ações para corrigir e prevenir as
causas de instabilidade;
• Avaliação de desempenho;
• Informações para melhoria contínua do proces-
• Análise comparativa entre o realizado e o
so.
planejado;
• Análise dos desvios;
Sistema de controle do processo
• Tomada de ações corretivas;
• Acompanhamento da eficiência das ações Quatro elementos destes sistemas são importantes
implementadas; e para as discussões a seguir.
• Captação de informações que auxiliem a
tomada de decisões.
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Conhecimentos Específicos
a) O Processo fato gerador do problema no processo. Infelizmente, se o
resultado atual não atinge consistentemente os requisitos
Entendemos como processo a combinação de forne-
exigidos pelo cliente, pode ser necessário classificar to-
cedores, produtores, pessoas, equipamentos, materiais de
dos os produtos e refugar ou retrabalhar quaisquer itens
entrada, métodos e meio ambiente que trabalham juntos
não-conformes. Esta atitude deve ser mantida até que a
para produzir o resultado (produto), e os clientes corres-
ação corretiva necessária sobre o processo tenha sido
pondem aos elementos que utilizam o resultado (ver Fi-
tomada e verificada, ou até que as especificações do pro-
gura 1.1).
duto tenham sido alteradas. Na sequência, apresentamos
as definições básicas do controle estatístico do processo.
Definições
Variabilidade: É o conjunto de diferenças nas vari-
áveis (diâmetros, pesos, densidades, etc.) ou atributos
(cor, defeitos, etc.) presentes universalmente nos produ-
tos e serviços resultantes de qualquer atividade. Podemos
classificá-las em comuns ou aleatórias e especiais ou as-
sinaláveis.
Tabela 1.1: Definições de causas comuns e especi-
ais.
Comuns Especiais
Figura 1.1: Sistema de controle do processo. Definição Efeito acumulativo Falhas ocasionais que
de causas não con- ocorrem durante o
b) Informações sobre o desempenho troláveis, com processo, com grande
pouca influência influência individual-
Muita informação sobre o real desempenho do pro- individualmente. mente
cesso pode ser aprendida através de estudo do resultado
Exemplos Vibrações, tempe- Variações na matéria-
(saída) do processo. A informação mais útil sobre o de- ratura, umidade, prima, erros de opera-
sempenho de um processo vem, entretanto, da compre- falhas na sistemáti- ção, imprecisão no
ensão do processo em si, e de sua variabilidade interna. ca do processo, ajuste da máquina,
Características do processo (como temperaturas, tempo dentre outras. desgastes de ferramen-
tas, dentre outras.
de ciclos, taxas de alimentação, taxas de absenteísmo, ro-
tatividade de pessoas, atrasos, ou número de interrup-
ções) deveriam ser o alvo supremo de nossos reforços. Variabilidade do processo: Um processo está sob
c) Ações sobre o processo controle estatístico (estável) quando não existem causas
especiais. O fato de um processo estar sob controle esta-
Uma ação sobre o processo é geralmente mais eco- tístico não implica que o mesmo está produzindo dentro
nômica quando realizada para prevenir que as caracterís- de um nível de qualidade aceitável. O nível de qualidade
ticas importantes (do processo ou do produto) variem de um processo é estudado via uma técnica denominada
muito em relação aos seus valores-alvo. Tal ação pode análise de capacidade/performance.
consistir em:
O objetivo é desenvolver uma estratégia de controle
• Mudanças nas operações para o processo que nos permite separar eventos relacio-
nados a causas especiais de eventos relacionados a cau-
o Treinamento para os operadores;
sas comuns (falhas na sistemática do processo). Desta
o Mudanças nos materiais que entram;
forma, para um dado processo, um gráfico de controle
• Mudanças nos elementos mais básicos do proces- pode indicar a ocorrência de causas especiais de varia-
so ção.
o Equipamento; Veja o exemplos abaixo:
o A comunicação entre as pessoas;
o O projeto do processo como um todo - que
pode estar vulnerável às mudanças de tem-
peratura ou umidade.
Os efeitos das ações deveriam ser monitorados para
que uma análise e ação posterior pudesse ser tomada, se
necessária.
d) Ações sobre o resultado
Uma ação sobre o resultado é frequentemente me-
nos econômica quando se restringe a detecção e corre-
ção do produto fora da especificação, não indicando o Figura 1.2: Processo previsível.
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Conhecimentos Específicos
o Que parâmetros são mais sensíveis à varia-
ção?
• O que o processo está fazendo?
o Este processo está gerando refugo ou resul-
tados que requeiram retrabalhos?
o Este processo produz um resultado que este-
ja num estado de controle estatístico?
o O processo é capaz?
o O processo é confiável?
Muitas técnicas discutidas de desenvolvimento de
processos podem ser aplicadas para garantir um melhor
entendimento do processo. Estas atividades incluem:
Figura 1.3: Processo não previsível.
• Reuniões em grupo
Ações locais e ações gerenciais sobre o sistema • Consulta a pessoas que desenvolveram e
Há uma importante relação entre os dois tipos de operam o processo
variação que acabamos de discutir e os tipos de ações • Revisão da história do processo
necessárias para reduzi-las, sendo: • Construção de uma planilha de FMEA
• Causa especial: requer uma ação local. As cartas de controle desenvolvidas neste módulo
• Causa comum: geralmente requer um ação so- são ferramentas poderosas que devem ser usadas durante
bre o sistema ou ação gerencial. todos os ciclos de melhoria do processo. Esses métodos
estatísticos simples ajudam a distinguir as causas co-
Pode ser errado, por exemplo, tomar uma ação local muns e as causas especiais de variação do processo.
(ex. ajuste de uma máquina) quando uma ação gerencial Quando um estado de controle do processo é alcançado o
sobre o sistema é necessária (ex. seleção de fornecedores nível atual da capacidade do processo pode ser avaliado.
que entreguem materiais de entrada compatíveis ao sis-
tema). Entretanto, o trabalho em conjunto entre gerência 2. Manter o controle do processo
e aquelas pessoas ligadas diretamente à operação é es- Uma vez adquirida uma compreensão melhor do
sencial para uma redução significativa das causas co- processo, devemos mantê-lo dentro de um nível apropri-
muns de variação do processo. ado de capacidade. Processos são dinâmicos e podem
O ciclo da melhoria e o do controle do processo mudar, logo o desempenho do processo deve ser monito-
rado, para que medidas eficazes de prevenção contra
mudanças indesejáveis possam ser executadas.
A mudança desejável deve também ser entendida e insti-
tucionalizada. Quando sinalizado que uma mudança no
processo ocorreu, medidas rápidas e eficientes devem ser
tomadas para isolar as causas e agir sobre elas.
3. Aperfeiçoar o processo
A melhoria do processo através da redução de vari-
ação, especificamente envolve a introdução (proposital)
de mudanças dentro do processo, e a avaliação dos efei-
tos causados. O objetivo é uma melhor compreensão do
processo, para que as causas comuns de variação possam
Figura 1.4: O ciclo de melhoria e o controle do processo. ser reduzidas posteriormente. A intenção desta redução é
a melhoria da qualidade ao menor custo.
1. Analisando o processo
Assim que novos parâmetros do processo tenham
Dentre as perguntas a serem respondidas a fim de
sido determinados, o ciclo volta ao estágio de Analisar o
alcançar um melhor conhecimento do processo, estão:
Processo. Uma vez que alterações foram introduzidas, a
• O que o processo deveria estar fazendo? estabilidade do processo precisa ser reconfirmada. O
processo continua então a se mover em torno do Ciclo de
o O que está sendo esperado de cada estágio melhoria do processo
do processo?
Fonte: Portal Actio com adaptações
o Quais são as definições operacionais das sa-
ídas em potencial? BPM.
• O que pode estar errado? BPM é a abreviação de Business Process Manage-
ment, que traduzido para o português significa Gerenci-
o O que pode variar neste processo?
amento de Processos de Negócio.
o O que já sabemos a respeito da variabilidade
deste processo?
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Conhecimentos Específicos
BPM é uma abordagem de gerenciamento adaptá- Portanto, a ISO destaca os seguintes requisitos prin-
vel, desenvolvido com a finalidade de sistematizar e faci- cipais:
litar processos organizacionais individuais complexos,
dentro e fora das empresas. • Planejamento das atividades chaves;
• Definição de estratégias e metas;
O BPM tem como intuito trazer à tona informações • Execução dos planos de ação;
pertinentes de como os processos são executados para • Relacionamento com colaboradores, fornecedo-
que melhorias possam ser realizadas e para que os pro- res e clientes.
cessos possam ser gerenciados possibilitando uma me-
lhor tomada de decisões e visão do negócio como um to- Estrutura da ISO 9001:2015
do.
A norma ISO 9001:2015 é estruturada em 10 cláu-
A grande vantagem do BPM para uma empresa é a sulas principais:
melhora continua dos processos permitindo que as orga-
nizações sejam mais eficientes, mais assertivas e mais 1. Âmbito: faz referência às metas e resultados, de
capazes de mudanças do que aquelas com foco funcio- acordo com as especificidades da indústria determinada e
nal, com abordagem de gerenciamento tradicional hie- o contexto da organização.
rárquico. 2. Referências Normativas: menciona publicações
pertinentes que possam servir para orientar a empresa.
Inovação, flexibilidade e integração com a tecnolo- 3. Termos e definições: explica os detalhes de ter-
gia. O BPM tem como foco alcançar os objetivos das or- mos e define a aplicação de determinada norma, de for-
ganizações, sejam elas grandes ou pequenas, por meio de ma a facilitar o entendimento.
melhorias, gestão e controle de métodos, técnicas e fer- 4. Contexto: esta cláusula é composta por quatro
ramentas para analisar, modelar, publicar, otimizar e subcláusulas:
controlar processos envolvendo recursos humanos, apli-
cações, documentos e outras fontes de informação. 4.1. Compreender a organização e o contexto em
que está inserida;
4.2. Compreender necessidades e expectativas de
PROCESSOS E CERTIFICAÇÃO ISO todos os stakeholders e partes interessadas: colaborado-
9000:2015. res, fornecedores, proprietários e clientes.
4.3. Determinar a atuação e o âmbito do Sistema de
A ISO 9001 serve como uma ferramenta valiosa Gestão da Qualidade.
que auxilia as organizações a identificar e retificar pro- 4.4. Observar e otimizar o Sistema de Gestão da
cedimentos que não estejam a funcionar de forma eficaz. Qualidade e seus processos.
O seu principal objetivo é a otimização contínua de pro-
cessos, permitindo que as empresas atinjam as metas 5. Liderança
previamente definidas dentro de suas estruturas.
Esta cláusula tem por finalidade definir uma gestão
Os benefícios proporcionados pela ISO a uma em- de topo e está constituída por três subcláusulas.
presa incluem:
5.1. Liderança e compromisso: A gestão deixa de
• Contextualizar o momento atual da empresa; ter apenas um representante e passa a ser chamada de
• Obter uma visão abrangente através de uma gestão de topo, com o objetivo de comunicar sua impor-
abordagem de processos; tância, ampliar a conscientização e o envolvimento de
• Identificar riscos e corrigi-los; todos os colaboradores.
• Medir e avaliar a eficácia do processo atual, as- 5.2. Política: Maior foco na satisfação e no relacio-
segurando a melhoria contínua; namento com os clientes, identificar e evitar riscos, opor-
• Monitorar a satisfação dos clientes constante- tunidades, analisar forças, fraquezas e impactos nas or-
mente. ganizações.
5.3. Autoridades organizacionais, funções e res-
ISO 9001 e seus requisitos ponsabilidades: Alinhamento da política de qualidade e
metas estratégicas que integrem os requisitos do sistema
A ISO 9001 estabelece requisitos que podem ser in- de gestão.
tegrados em todas as fases do modelo de negócios de
uma organização. A metodologia da ISO 9001:2015 é 6. Planejamento
estruturada em torno do ciclo Plan-Do-Check-Act
(PDCA), conhecido em português como “Plano-Fazer- Na busca pelas melhorias da gestão, a cláusula seis
Verificar-Agir.” Essa abordagem enfatiza a importância personaliza o pensamento de risco por meio de três sub-
do planejamento contínuo, a execução de processos, pro- cláusulas:
dutos e serviços, o relacionamento com clientes e uma 6.1. Ações para tratar riscos e oportunidades:
interação harmoniosa ao longo de todo o ciclo. Isso é fei- Com os riscos e oportunidades identificados, o próximo
to mantendo sempre uma perspectiva proativa para mi- passo é definir como a gestão tratará cada um destes
nimizar riscos. itens, na busca de mais eficácia, já que elimina necessi-
dades de ações corretivas.
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Conhecimentos Específicos
6.2. Objetivos da qualidade e planejamento para Entre os principais pontos para atender à ISO
atingi-los: É importante destacar que estes objetivos de- 9001:2015, vale destacar o parágrafo 7.5 da sétima cláu-
vem ser comunicados aos colaboradores e alinhados com sula, que faz referência às documentações e registros da
as políticas de gestão. Da mesma forma, devem ser men- organização, de forma que a informação documentada
suráveis e monitorizados constantemente. torna-se um dos requisitos fundamentais da norma.
6.3. Planejamento das alterações: Planejar as de-
vidas alterações, comunicando à equipe e alinhando com 18. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
os processos de “risk thinking” (pensamento de risco).
18.1. GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINIS-
7. Suporte TRAÇÃO PÚBLICA:
Remete ao suporte que atuará em conjunto com a 18.1.1. ADMISSÃO
busca por atingir as metas planejadas, composta por cin- Conforme descrito pelo Tribunal de Contas do Dis-
co subcláusulas: trito Federal (2000, p. II.1, ênfase adicionada), a admis-
7.1. Recursos: Gestão dos recursos para o atendi- são se refere ao processo de incorporação de um servidor
mento da norma e das mudanças a ela inerentes. aos quadros da Administração Pública. Este processo pa-
7.2. Competências: Posicionar cada colaborador a ra um cargo público envolve três etapas: nomeação, pos-
atuar de acordo com a sua competência. se e exercício. Para um emprego público, a admissão
7.3. Conscientização: Definir que todos estejam de acontece com a assinatura do contrato de trabalho.
acordo e cientes com as necessidades de mudanças e as Bergue (2007) esclarece que a nomeação é o ato
políticas demandadas pela norma. formal de chamar um candidato para ocupar um cargo
7.4. Comunicação: Comunicar sempre planejamen- público. A posse representa a aceitação formal desse
to, metas e resultados. cargo pelo candidato, enquanto o exercício corresponde
7.5. Informação documentada: Monitorar, atuali- ao início real das atividades relacionadas ao cargo.
zar e manter de acordo cada registro, informação e do-
cumentação, de forma que os dados estejam seguros. Para ilustrar: imagine que você participa de um
concurso público e é aprovado em primeiro lugar. Sua
8. Operacionalização nomeação é então anunciada no Diário Oficial da União.
A partir desse momento, existe um prazo legal para que
Refere-se à gestão dos processos externos e inter- você assuma o cargo (posse) e comece a trabalhar (exer-
nos, mudança planejada e dos critérios para controlá-los. cício). Durante esse período, é possível realizar ambas as
Está dividida em sete subcláusulas: ações simultaneamente ou em momentos distintos, de-
8.1. Planejamento e controle operacional; pendendo dos procedimentos internos da instituição.
8.2. Requisitos para serviços e produtos; Contudo, é importante ressaltar que, para fins de remu-
8.3. Design e seguimento de produtos e serviços; neração e contagem de tempo de serviço, o que realmen-
8.4. Controle de processos, serviços de fornecedores te conta é o início do exercício das funções.
externos e produtos;
8.5. Prestação de serviços e produção; 18.1.2. DESENVOLVIMENTO
8.6. Liberação de produtos e serviços; Treinamento e Capacitação contínua: Investi-
8.7. Controle de saídas. mento em programas de treinamento para atualização de
habilidades e conhecimentos, essencial para a adaptação
9. Avaliação do Desempenho às mudanças e inovações.
Composta por três subcláusulas, visa ajudar as em- Avaliação de Desempenho: Implementação de sis-
presas a avaliarem o que, como e quando deve avaliar, temas de avaliação para medir a eficiência e eficácia dos
medir, monitorar e analisar, como uma auditoria interna funcionários, com feedback construtivo e planos de me-
apta a assegurar que a gestão atenda aos requisitos da or- lhoria.
ganização.
Plano de Carreira: Estruturação de planos de car-
9.1. Monitorar, medir, analisar e avaliar; reira para motivar e reter talentos, oferecendo caminhos
9.2. Auditoria interna; claros para progressão profissional.
9.3. Revisão realizada pela gestão.
18.1.2. APOSENTADORIA E REGIME DE
10. Melhoria PREVIDÊNCIA (FUNPRESP)
Como deve ser a busca pelas ações corretivas com É o Regime de Previdência Complementar para os
situações que estejam fora das conformidades da empre- servidores públicos titulares de cargo efetivo da União,
sa: suas autarquias e fundações, de que trata a Lei nº 12.618,
10.1. Generalidades; de 30 de abril de 2012.
10.2. Não conformidade com a ação corretiva; A Funpresp é uma fundação, sem fins lucrativos, de
10.3. Melhoria contínua. direito privado com natureza pública e autonomia admi-
nistrativa, financeira e gerencial.
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Conhecimentos Específicos
A natureza pública sujeita a Funpresp à Lei de (lici-
tações públicas), aos órgãos de controle e fiscalização e à 18.2. POLÍTICA NACIONAL DE DESEN-
Lei 8.112/90 (concursos públicos). Além disso, a Fun- VOLVIMENTO DE PESSOAS DA ADMINISTRA-
presp é fiscalizada pela Superintendência Nacional de ÇÃO PÚBLICA FEDERAL (DECRETO 9.991/2019)
Previdência Complementar (Previc), autarquia vinculada
ao Ministério da Economia. Dispõe sobre a Política Nacional de Desen-
volvimento de Pessoas da administração
Com a aprovação do Plano Executivo Federal (Exe- pública federal direta, autárquica e funda-
cPrev) o Regime de Previdência Complementar (RPC), cional, e regulamenta dispositivos da Lei nº
previsto na Lei 12.618/2012, passou a vigorar de forma 8.112, de 11 de dezembro de 1990, quanto a
opcional para todos ingressantes no Poder Executivo: os licenças e afastamentos para ações de de-
servidores públicos empossados em cargos do Poder senvolvimento.
Executivo Federal a partir de 04/02/2013 ficam submeti-
dos ao novo regime de previdência em que o Regime O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das
Próprio de Previdência Social proporcionará o benefício atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e
previdenciário até o valor do teto do Regime Geral de VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o dis-
Previdência Social e a Funpresp-Exe proporcionará o posto nos art. 87, art. 95, art. 96-A e art. 102, caput, in-
benefício previdenciário complementar para aqueles que cisos IV, VII e VIII, alínea “e”, da Lei nº 8.112, de 11 de
optarem por aderir ao seu plano de benefícios. dezembro de 1990,
A única exceção a essa regra é relacionada aos ser- DECRETA:
vidores egressos de órgãos públicos federais onde te- Objeto e âmbito de aplicação
nham ingressado antes de 04/02/2013, e que, sem quebra
de vínculo, fizeram concurso para nova instituição fede- Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a Política Nacio-
ral e permanecem no regime anterior. nal de Desenvolvimento de Pessoas - PNDP, com o obje-
tivo de promover o desenvolvimento dos servidores pú-
Adesão: blicos nas competências necessárias à consecução da ex-
celência na atuação dos órgãos e das entidades da admi-
Os servidores com remuneração superior ao limite nistração pública federal direta, autárquica e fundacio-
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Ge- nal.’
ral de Previdência Social, que venham a ingressar no Art. 1º-A O Poder Executivo federal manterá esco-
serviço público a partir de 05/11/2015, serão automati- las de governo com a finalidade de promover o desen-
camente inscritos no respectivo plano de previdência volvimento de servidores públicos. (Incluído pelo
complementar desde a data de entrada em exercício. Decreto nº 10.506, de 2020).
O servidor será classificado em uma das seguintes Parágrafo único. Exceto se houver disposição legal
categorias: em contrário, observado o disposto no inciso IV
Participante Ativo Normal: servidor público que do caput do art. 13, os cursos de desenvolvimento cuja
esteja submetido ao teto do Regime Geral da Previdência participação constitua requisito para aprovação em está-
Social e cuja base de contribuição seja superior ao teto gio probatório, remoção, progressão ou promoção no
desse Regime, no caso os servidores que ingressaram serviço público federal serão planejados por escolas de
após 04/02/2013; governo do Poder Executivo federal. (Incluído pelo
Participante Ativo Alternativo: servidor público Decreto nº 10.506, de 2020).
que esteja submetido ao teto do Regime Geral da Previ- Art. 1º-B São escolas de governo: (Incluído pelo
dência Social e cuja base de contribuição seja igual ou Decreto nº 10.506, de 2020).
inferior ao teto desse Regime e servidor público que não I - aquelas previstas em lei ou decreto; e (Incluído
esteja submetido ao teto do Regime Geral da Previdência pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
Social. II - aquelas reconhecidas em ato do Ministro de Es-
tado da Economia, observado o disposto no inciso III do
O Participante Ativo Alternativo: Não há contribui- caput do art. 13. (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de
ção paritária do patrocinador - União. O salário de parti- 2020).
cipação é definido pelo próprio participante. O benefício Parágrafo único. Ato do Ministro de Estado da Eco-
não inclui a aposentadoria por invalidez e pensão por nomia reconhecerá os órgãos e as entidades de que trata
morte, mas esses benefícios suplementares decorrentes o inciso II do caput como escolas de governo do Poder
de risco de invalidez e morte podem ser contratados à Executivo federal, permitida a delegação a titular de car-
parte recolhendo a Parcela Adicional de Risco - PAR. go de natureza especial, vedada a subdelegação.
O Participante Ativo Normal: Recebe contribuição (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
paritária do patrocinador – União, em alíquota igual ao
da contribuição do servidor, observado o limite de 8,5%. Instrumentos
O salário de participação é calculado sobre a diferença Art. 2º São instrumentos da PNDP:
entre a remuneração bruta (exceto auxílios) e o teto do I - o Plano de Desenvolvimento de Pessoas - PDP;
Regime Geral da Previdência Social. O benefício inclui II - o relatório anual de execução do PDP;
além da previdência complementar, aposentadoria por III - o Plano Consolidado de Ações de Desenvolvi-
invalidez e pensão por morte. mento;
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Conhecimentos Específicos
IV - o relatório consolidado de execução do PDP; e Parágrafo único. O PDP também conterá as ações
V - os modelos, as metodologias, as ferramentas in- de desenvolvimento, caso já tenham sido definidas, com
formatizadas e as trilhas de desenvolvimento, conforme respectiva carga horária estimada, que atenderão cada
as diretrizes estabelecidas pelo órgão central do Sistema necessidade de desenvolvimento identificada, previstas
de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC. para o exercício seguinte. (Incluído pelo Decreto nº
Parágrafo único. Caberá ao órgão central do SIPEC 10.506, de 2020).
dispor sobre os instrumentos da PNDP. Art. 5º Os órgãos e as entidades elaborarão e enca-
minharão a sua proposta de PDP ao órgão central do SI-
Plano de Desenvolvimento de Pessoas - PDP
PEC, para ciência e eventuais sugestões de alteração.
Art. 3º Cada órgão e entidade integrante do SIPEC (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
elaborará anualmente o respectivo PDP, que vigorará no § 1º O encaminhamento de que trata o caput será
exercício seguinte, a partir do levantamento das necessi- feito até o dia 30 de setembro de cada ano pela autorida-
dades de desenvolvimento relacionadas à consecução de máxima do órgão ou da entidade, permitida a delega-
dos objetivos institucionais. (Redação dada pelo Decreto ção aos dois níveis hierárquicos imediatos, com compe-
nº 10.506, de 2020) tência sobre a área de gestão de pessoas, vedada a subde-
§ 1º O PDP deverá: legação. (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, de
I - alinhar as necessidades de desenvolvimento com 2020)
a estratégia do órgão ou da entidade; (Redação dada pelo § 2º A partir de 30 de novembro de cada ano, a au-
Decreto nº 10.506, de 2020) toridade máxima de que trata § 1º aprovará o PDP e po-
II - estabelecer objetivos e metas institucionais co- derá acolher ou não as sugestões recebidas do órgão cen-
mo referência para o planejamento das ações de desen- tral do SIPEC no período. (Redação dada pelo Decreto
volvimento; nº 10.506, de 2020)
III - atender às necessidades administrativas opera- § 3º A unidade de gestão de pessoas do órgão ou da
cionais, táticas e estratégicas, vigentes e futuras; entidade e as suas escolas de governo, quando houver,
IV - nortear o planejamento das ações de desenvol- são responsáveis pelo PDP perante o órgão central do
vimento de acordo com os princípios da economicidade SIPEC e apoiarão os gestores e a autoridade máxima do
e da eficiência; órgão ou da entidade na gestão do desenvolvimento de
V - preparar os servidores para as mudanças de ce- seus servidores, desde o planejamento até a avaliação.
nários internos e externos ao órgão ou à entidade; (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
VI - preparar os servidores para substituições decor- § 4º A competência de que trata o caput e o § 1º
rentes de afastamentos, impedimentos legais ou regula- poderá ser delegada à autoridade máxima da escola de
mentares do titular e da vacância do cargo; governo do órgão ou da entidade. (Incluído pelo Decreto
VII - ofertar ações de desenvolvimento de maneira nº 10.506, de 2020).
equânime aos servidores; Art. 6º As unidades de gestão de pessoas dos órgãos
VIII - acompanhar o desenvolvimento do servidor e das entidades integrantes do SIPEC encaminharão ao
durante sua vida funcional; órgão central o relatório anual de execução do PDP, que
IX - gerir os riscos referentes à implementação das conterá as informações sobre a execução e a avaliação
ações de desenvolvimento; das ações previstas no PDP do exercício anterior e a sua
X - monitorar e avaliar as ações de desenvolvimen- realização.
to para o uso adequado dos recursos públicos; e Art. 7º As unidades de gestão de pessoas responsá-
XI - analisar o custo-benefício das despesas realiza- veis pela elaboração, pela implementação e pelo monito-
das no exercício anterior com as ações de desenvolvi- ramento do PDP realizarão a gestão de riscos das ações
mento. de desenvolvimento previstas, cujas etapas são:
§ 2º A elaboração do PDP será precedida, preferen- I - identificação dos eventos de riscos;
cialmente, por diagnóstico de competências. II - avaliação dos riscos;
§ 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera- III - definição das respostas aos riscos; e
se diagnóstico de competências a identificação do con- IV - implementação de medidas de controle.
junto de conhecimentos, habilidades e condutas necessá- Art. 7º-A As atribuições de que tratam os art. 5º, art.
rios ao exercício do cargo ou da função. 6º e art. 7º, em relação aos PDP, poderão ser delegadas
Art. 4º O PDP conterá, no mínimo: (Redação dada pela autoridade máxima do órgão ou da entidade a até
pelo Decreto nº 10.506, de 2020) duas autoridades. (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de
I - a descrição das necessidades de desenvolvimento 2020).
que serão contempladas no exercício seguinte, incluídas
Órgão central do SIPEC
as necessidades de desenvolvimento de capacidades de
direção, chefia, coordenação e supervisão; Art. 8º O órgão central do SIPEC disponibilizará
II - o público-alvo de cada necessidade de desen- manifestação técnica para orientar a elaboração das
volvimento; (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, de ações de desenvolvimento relacionadas ao PDP. (Reda-
2020) ção dada pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
III - (Revogado pelo Decreto nº 10.506, de 2020) Art. 9º O órgão central do SIPEC encaminhará à
IV - o custo estimado das ações de desenvolvimen- Escola Nacional de Administração Pública - Enap o Pla-
to. no Consolidado de Ações de Desenvolvimento, produzi-
do a partir da organização das propostas constantes dos
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
PDP dos órgãos e das entidades, que conterá as ações IV - uniformizar diretrizes para competências trans-
transversais de desenvolvimento da administração públi- versais de desenvolvimento de pessoas em articulação
ca federal. com as demais escolas de governo e unidades adminis-
Parágrafo único. Para fins do disposto neste Decre- trativas competentes do Poder Executivo federal. (Reda-
to, consideram-se ações transversais as ações comuns a ção dada pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
servidores em exercício em diversos órgãos ou entidades V - promover, elaborar e executar ações de desen-
no âmbito do SIPEC. volvimento destinadas a preparar os servidores para o
Art. 10. Os órgãos e as entidades encaminharão ao exercício de cargos em comissão e funções de confiança
órgão central do SIPEC, para análise e consolidação das além de coordenar e supervisionar os programas de de-
informações dos diversos órgãos e entidades, os seus re- senvolvimento de competências de direção, chefia, de
latórios anuais de execução dos PDP. (Redação dada pe- coordenação e supervisão executados pelas escolas de
lo Decreto nº 10.506, de 2020) governo, pelos órgãos e pelas entidades da administração
Art. 11. Caberá ao órgão central do SIPEC elaborar pública federal direta, autárquica e fundacional; e
o relatório consolidado de execução dos PDP, a partir da VI - atuar, em conjunto com os órgãos centrais dos
consolidação das informações constantes dos relatórios sistemas estruturadores, na definição, na elaboração e na
anuais de execução dos PDP. revisão de ações de desenvolvimento das competências
essenciais dos sistemas estruturadores.
Normas complementares
§ 1º O disposto no inciso IV do caput não afasta
Art. 12. O titular do órgão central do SIPEC editará atividades de elaboração, de contratação, de oferta, de
normas complementares necessárias à execução do dis- administração e de coordenação específica de ações de
posto neste Decreto, que incluirão: desenvolvimento das competências transversais e finalís-
I - os prazos para encaminhamento do PDP e do re- ticas pelas escolas de governo. (Incluído pelo Decreto nº
latório anual de execução do PDP; 10.506, de 2020).
II - os prazos para o encaminhamento da manifesta- § 2º As diretrizes a que se refere o inciso IV do ca-
ção técnica sobre o PDP aos órgãos e às entidades; put contemplarão a inovação e a transformação do Esta-
III - os prazos para conclusão do Plano Consolidado do e a melhoria dos serviços públicos, com foco no cida-
de Ações de Desenvolvimento e do relatório consolidado dão, e, entre outras, as seguintes atividades: (Incluído
de execução dos PDP; pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
IV - o detalhamento das condições para a realização I - o desenvolvimento continuado de servidores pú-
das despesas com desenvolvimento de pessoas, nos ter- blicos; (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
mos do disposto nos art. 16, art. 17 e art. 30; II - programas de pós-graduação, lato sensu e stric-
V - o procedimento para a avaliação e a aprovação to sensu, inclusive pós-doutorado; (Incluído pelo
do pedido de afastamento do servidor, com as informa- Decreto nº 10.506, de 2020).
ções e os documentos necessários à instrução do pedido; III - fomento e desenvolvimento de pesquisa e ino-
VI - a forma e o conteúdo da divulgação das infor- vação; (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
mações de que trata o parágrafo único do art. 16; IV - prospecção, promoção e difusão de conheci-
VII - as condições e os prazos para a comprovação mento; e (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
da efetiva participação do servidor na ação que gerou seu V - desenvolvimento do empreendedorismo e da li-
afastamento; e derança no setor público. (Incluído pelo Decreto nº
VIII - o detalhamento das condições e dos critérios 10.506, de 2020).
para reembolso das despesas comprovadamente efetua- Art. 14. Caberá às escolas de governo do Poder
das para custeio de inscrição e mensalidade de ação de Executivo federal, em articulação com a Enap: (Redação
desenvolvimento formal, presencial ou à distância, pre- dada pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
vista no PDP. I - apoiar o órgão Central do SIPEC na consolida-
ção e na priorização das necessidades de desenvolvimen-
Escolas de Governo do Poder Executivo federal to de competências transversais contidas no Plano Con-
Art. 13. Caberá à Enap: solidado de Ações de Desenvolvimento;
I - articular as ações da rede de escolas de governo II - planejar a elaboração e a oferta de ações, a fim
do Poder Executivo federal e o sistema de escolas de go- de atender, de forma prioritária, às necessidades mais re-
verno da União; (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, levantes de desenvolvimento de competências transver-
de 2020) sais contidas no Plano Consolidado de Ações de Desen-
II - definir as formas de incentivo para que as insti- volvimento; e
tuições de ensino superior sem fins lucrativos atuem co- III - ofertar, em caráter complementar à Enap, as
mo centros de desenvolvimento de servidores, com a uti- ações de desenvolvimento de âmbito nacional prioriza-
lização parcial da estrutura existente, de forma a contri- das no planejamento, de forma direta ou por meio de
buir com a PNDP; (Redação dada pelo Decreto nº parcerias ou contratações.
10.506, de 2020) Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui
III - propor ao Ministro de Estado da Economia os a possibilidade de contratação direta pelos órgãos ou pe-
critérios para o reconhecimento das instituições incluídas las entidades de ações de desenvolvimento junto a tercei-
na estrutura da administração pública federal direta, au- ros, desde que em consonância com o disposto no
tárquica e fundacional como escola de governo do Poder PNDP. (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
Executivo federal;
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Conhecimentos Específicos
Art. 14-A. As escolas de governo terão autonomia Afastamentos do servidor para participação em
para: (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de 2020). ações de desenvolvimento
I - decidir sobre a priorização das necessidades de
Art. 18. Considera-se afastamento para participação
desenvolvimento de competências específicas contidas
em ações de desenvolvimento a:
nos respectivos PDP; e (Incluído pelo Decreto nº 10.506,
I - licença para capacitação, nos termos do disposto
de 2020).
no art. 87 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
II - planejar, organizar e executar a elaboração e a
II - participação em programa de treinamento regu-
oferta de ações, a fim de atender às necessidades mais re-
larmente instituído, conforme o disposto no inciso IV do
levantes de desenvolvimento de competências transver-
caput do art. 102 da Lei nº 8.112, de 1990 ;
sais e finalísticas contidas em seus PDP. (Incluído pelo
III - participação em programa de pós-graduação
Decreto nº 10.506, de 2020).
stricto sensu no País, conforme o disposto no art. 96-A
Parágrafo único. As escolas de governo ofertarão,
da Lei nº 8.112, de 1990; e
sempre que possível, vagas em sua grade de cursos para
IV - realização de estudo no exterior, conforme o
servidores que não pertençam ao quadro de pessoal do
disposto no art. 95 da Lei nº 8.112, de 1990 .
órgão ou da entidade ao qual a escola está vinculada.
§ 1º Nos afastamentos por período superior a trinta
(Incluído pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
dias consecutivos, o servidor:
Art. 15. Caberá aos órgãos centrais dos sistemas es-
I - requererá, conforme o caso, a exoneração ou a
truturadores, de forma permanente:
dispensa do cargo em comissão ou função de confiança
I - definir e revisar a grade de competências essen-
eventualmente ocupado, a contar da data de início do
ciais dos respectivos sistemas; e
afastamento; e
II - atuar, em conjunto com a Enap, para o desen-
II - terá suspenso, sem implicar na dispensa da con-
volvimento de programas de ações de desenvolvimento
cessão, o pagamento das parcelas referentes às gratifica-
de competências essenciais dos sistemas estruturadores.
ções e aos adicionais vinculados à atividade ou ao local
Realização de despesas de trabalho e que não façam parte da estrutura remunera-
tória básica do seu cargo efetivo, contado da data de iní-
Art. 16. Despesas com ações de desenvolvimento de
cio do afastamento. (Redação dada pelo Decreto nº
pessoas para a contratação, a prorrogação ou a substitui-
10.506, de 2020)
ção contratual, a inscrição, o pagamento da mensalidade,
§ 2º O disposto no inciso II do § 1º não se aplica às
as diárias e as passagens poderão ser realizadas somente
parcelas legalmente vinculadas ao desempenho individu-
após a aprovação do PDP, observado o disposto no § 2º
al do cargo efetivo ou ao desempenho institucional.
do art. 5º. (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, de
§ 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-
2020)
se treinamento regularmente instituído qualquer ação de
§ 1º As despesas com ações de desenvolvimento de
desenvolvimento promovida ou apoiada pelo órgão ou
pessoas serão divulgadas na internet, de forma transpa-
pela entidade.
rente e objetiva, incluídas as despesas com manutenção
Art. 19. Os afastamentos de que trata o art. 18 pode-
de remuneração nos afastamentos para ações de desen-
rão ser concedidos, entre outros critérios, quando a ação
volvimento. (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
de desenvolvimento:
§ 2º O disposto no caput poderá ser excepcionado
I - estiver prevista no PDP do órgão ou da entidade
pela autoridade máxima do órgão ou da entidade, regis-
do servidor;
trado em processo administrativo específico que conte-
II - estiver alinhada ao desenvolvimento do servidor
nha a justificativa para a execução da ação de desenvol-
nas competências relativas:
vimento. (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
a) ao seu órgão de exercício ou de lotação;
§ 3º As ações de desenvolvimento contratadas na
b) à sua carreira ou cargo efetivo; ou (Redação da-
forma prevista no § 2º serão registradas nas revisões do
da pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
PDP dos órgãos e das entidades, ainda que posteriormen-
c) ao seu cargo em comissão ou à sua função de
te à sua realização. (Incluído pelo Decreto nº 10.506, de
confiança; e
2020).
III - o horário ou o local da ação de desenvolvimen-
Art. 17. A participação em ação de desenvolvimen-
to inviabilizar o cumprimento das atividades previstas ou
to de pessoas que implicar despesa com diárias e passa-
a jornada semanal de trabalho do servidor. (Redação
gens somente poderá ser realizada se o custo total for in-
dada pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
ferior ao custo de participação em evento com objetivo
§ 1º Os pedidos de afastamento formulados pelos
similar na própria localidade de exercício.
servidores poderão ser processados a partir da data de
Parágrafo único. Exceções ao disposto no caput
aprovação do PDP do órgão ou da entidade. (Incluído
poderão ser aprovadas pela unidade de gestão de pesso-
pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
as, por meio de justificativa e de aprovação da autorida-
§ 2º As ações de desenvolvimento que não necessi-
de máxima do órgão ou da entidade, permitida a delega-
tarem de afastamento e que ocorrerem durante o horário
ção aos dois níveis hierárquicos imediatos, com compe-
de jornada de trabalho do servidor também deverão ser
tência sobre a área de gestão de pessoas, vedada a subde-
registradas nos relatórios anuais de execução para fins de
legação. (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, de
gestão das competências dos servidores em exercício nos
2020)
órgãos e nas entidades. (Incluído pelo Decreto nº 10.506,
de 2020).
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Conhecimentos Específicos
§ 3º Cabe à autoridade máxima do órgão ou da enti- Art. 24. O servidor comprovará a participação efeti-
dade de exercício do servidor autorizar o afastamento, va na ação que gerou seu afastamento, no prazo definido
permitida a delegação aos dois níveis hierárquicos ime- nos termos do disposto no inciso VII do caput do art. 12.
diatos, com competência sobre a área de gestão de pes- Parágrafo único. A não apresentação da documenta-
soas, vedada a subdelegação. (Incluído pelo Decreto nº ção comprobatória sujeitará o servidor ao ressarcimento
10.506, de 2020). dos valores correspondentes às despesas com seu afas-
Art. 20. Os afastamentos poderão ser interrompidos, tamento, na forma da legislação vigente, ressalvado o
a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse disposto no § 1º do art. 20.
da administração, condicionado à edição de ato da auto-
Licença para capacitação
ridade que concedeu o afastamento, permitida a delega-
ção aos dois níveis hierárquicos imediatos, com compe- Art. 25. A licença para capacitação poderá ser con-
tência sobre a área de gestão de pessoas, vedada a subde- cedida para:
legação. (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, de I - ações de desenvolvimento presenciais ou à dis-
2020) tância;
§ 1º A interrupção do afastamento a pedido do ser- II - elaboração de monografia, trabalho de conclu-
vidor motivada por caso fortuito ou força maior não im- são de curso, dissertação de mestrado, tese de doutorado,
plicará ressarcimento ao erário, desde que comprovada a de livre-docência ou estágio pós-doutoral; ou (Redação
efetiva participação ou aproveitamento da ação de de- dada pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
senvolvimento no período transcorrido da data de início III - (Revogado pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
do afastamento até a data do pedido de interrupção. IV - curso conjugado com:
§ 2º As justificativas e a comprovação da participa- a) atividades práticas em posto de trabalho, em ór-
ção ou do aproveitamento dos dias de licença na hipótese gão ou entidade da administração pública direta ou indi-
prevista no § 1º serão avaliadas pela autoridade máxima reta dos entes federativos, dos Poderes da União ou de
do órgão ou da entidade em que o servidor estiver em outros países ou em organismos internacionais; ou
exercício, permitida a delegação aos dois níveis hierár- b) realização de atividade voluntária em entidade
quicos imediatos, com competência sobre a área de ges- que preste serviços dessa natureza no País. (Redação da-
tão de pessoas, vedada a subdelegação. (Redação dada da pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
pelo Decreto nº 10.506, de 2020) § 1º As ações de desenvolvimento de que trata o in-
§ 3º O servidor que abandonar ou não concluir a ciso I do caput poderão ser organizadas de modo indivi-
ação de desenvolvimento ressarcirá o gasto com seu dual ou coletivo.
afastamento ao órgão ou à entidade, na forma da legisla- § 2º Os órgãos e as entidades poderão definir crité-
ção vigente, ressalvado o disposto nos § 1º e § 2º. rios de concessão da licença para capacitação de que tra-
Art. 21. Os afastamentos para participar de ações de ta a alínea “b” do inciso IV do caput, observado o dis-
desenvolvimento observarão os seguintes prazos: posto no Decreto nº 9.906, de 9 de julho de 2019, e as
I - pós-graduação stricto sensu: condições para a concessão de afastamento estabelecidas
a) mestrado: até vinte e quatro meses; no art. 19.
b) doutorado: até quarenta e oito meses; e § 3º A licença para capacitação poderá ser parcelada
c) pós-doutorado: até doze meses; e em, no máximo, seis períodos e o menor período não po-
II - estudo no exterior: até quatro anos. derá ser inferior a quinze dias.
Art. 22. Os afastamentos para participar de progra- § 4º Na hipótese de necessidade de prorrogação dos
mas de pós-graduação stricto sensu serão precedidos de prazos de afastamento de que tratam os incisos I e II do
processo seletivo, conduzido e regulado pelos órgãos e caput do art. 21, o servidor poderá utilizar a licença para
pelas entidades do SIPEC, com critérios de elegibilidade capacitação.
isonômicos e transparentes. § 5º A ação de desenvolvimento para aprendizado
§ 1º Os processos seletivos considerarão, quando de língua estrangeira somente poderá ocorrer de modo
houver: presencial, no País ou no exterior, e quando recomendá-
I - a nota da avaliação de desempenho individual; e vel ao exercício das atividades do servidor, conforme
II - o alcance das metas de desempenho individual. atestado no âmbito do órgão ou da entidade. (Incluído
§ 2º As unidades de gestão de pessoas dos órgãos e pelo Decreto nº 10.506, de 2020).
das entidades poderão utilizar avaliações oficialmente Art. 26. O órgão ou a entidade poderá conceder li-
reconhecidas de qualidade dos programas de pós- cença para capacitação somente quando a carga horária
graduação stricto sensu efetuadas por instituições da total da ação de desenvolvimento ou do conjunto de
área de educação para fins de classificação do servidor ações seja igual ou superior a trinta horas semanais. (Re-
no processo seletivo de que trata o caput. dação dada pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
§ 3º O projeto de pesquisa a ser desenvolvida du- Art. 27. O órgão ou a entidade estabelecerá, com
rante o afastamento estará alinhado à área de atribuição base em seu planejamento estratégico, quantitativo má-
do cargo efetivo, do cargo em comissão ou da função de ximo de servidores que usufruirão a licença para capaci-
confiança do servidor ou à área de competências da sua tação simultaneamente.
unidade de exercício. Parágrafo único. O quantitativo previsto pelo órgão
Art. 23. O processo de afastamento do servidor con- ou pela entidade não poderá ser superior a cinco por cen-
terá as informações e os documentos estabelecidos nas to dos servidores em exercício no órgão ou na entidade e
normas de que trata o art. 12. eventual resultado fracionário será arredondado para o
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Conhecimentos Específicos
número inteiro imediatamente superior. (Redação dada II - o atendimento ao disposto no inciso I do caput
pelo Decreto nº 10.506, de 2020) do art. 19 poderá ser dispensado para a concessão de
Art. 28. A concessão de licença para capacitação afastamento para participar de ação de desenvolvimento.
caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade em Art. 33. A alteração do Decreto nº 91.800, de 1985 ,
que o servidor estiver em exercício, permitida a delega- não produzirá efeitos para os servidores que já estiverem
ção aos dois níveis hierárquicos imediatos, com compe- afastados do País na data de entrada em vigor deste De-
tência sobre a área de gestão de pessoas, vedada a subde- creto.
legação. (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, de Art. 34. Os órgãos e as entidades adequarão seus
2020) atos normativos internos ao disposto neste Decreto no
Parágrafo único. A autoridade responsável, na oca- prazo de trinta dias, contado da data de entrada em vigor
sião da concessão, considerará: deste Decreto.
I - se o afastamento do servidor inviabilizará o fun-
Revogação
cionamento do órgão ou da entidade; e
II - os períodos de maior demanda de força de tra- Art. 35. Ficam revogados:
balho. I - o Decreto nº 2.915, de 30 de dezembro de 1998;
Art. 29. O servidor poderá se ausentar das ativida- II – o Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006;
des no órgão ou na entidade de exercício somente após a e
publicação do ato de concessão da licença para capacita- III – o Decreto nº 9.149, de 28 de agosto de 2017.
ção.
Vigência
Parágrafo único. O prazo para a decisão sobre o pe-
dido e a publicação do eventual deferimento é de trinta Art. 36. Este Decreto entra em vigor em 6 de se-
dias, contado da data de apresentação dos documentos tembro de 2019.
necessários. (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, de Brasília, 28 de agosto de 2019; 198º da Indepen-
2020) dência e 131º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Reembolso de despesas realizadas por servidor
Paulo Guedes
Art. 30. A autoridade máxima do órgão ou da enti-
dade poderá, em caráter excepcional, deferir o reembolso 18.3. O SUBSISTEMA INTEGRADO DE
da inscrição e da mensalidade pagas pelo servidor em ATENÇÃO À SAÚDE DO SERVIDOR PÚBLICO
ações de desenvolvimento, atendidas as seguintes condi- FEDERAL - SIASS (DECRETO Nº 6.833/2009)
ções: (Redação dada pelo Decreto nº 10.506, de 2020)
I - (Revogado pelo Decreto nº 10.506, de 2020) Institui o Subsistema Integrado de Atenção
II - existência de disponibilidade financeira e orça- à Saúde do Servidor Público Federal -
mentária; SIASS e o Comitê Gestor de Atenção à Sa-
III - atendimento das condições previstas neste De- úde do Servidor.
creto para a realização da ação de desenvolvimento; e
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das
IV - existência de justificativa do requerente, com a
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
concordância da administração, sobre a imprescindibili- alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto
dade da ação de desenvolvimento para os objetivos or- no art. 30 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de
ganizacionais do órgão ou da entidade. 1967,
Alteração das regras de afastamento do país
DECRETA:
Art. 31. O Decreto nº 91.800, de 18 de outubro de
Art.1º Fica instituído, no âmbito do Ministério do
1985, passa a vigorar com as seguintes alterações:
Planejamento, Orçamento e Gestão, o Subsistema
“Art. 8º ........................................................ Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público
Parágrafo único. Na hipótese de viagem com a fina- Federal - SIASS, integrante do Sistema de Pessoal Civil
lidade de aperfeiçoamento, o ocupante de cargo em co-
da Administração Federal - SIPEC, criado pelo Decreto
missão ou de função de confiança somente poderá afas-
nº 67.326, de 5 de outubro de 1970.
tar-se do País pelo período máximo de trinta dias.” (NR)
Art. 2º O SIASS tem por objetivo coordenar e
(Vide)
integrar ações e programas nas áreas de assistência à
Disposições finais e transitórias saúde, perícia oficial, promoção, prevenção e
acompanhamento da saúde dos servidores da
Art. 32. O primeiro PDP elaborado após a entrada administração federal direta, autárquica e fundacional, de
em vigor deste Decreto considerará a avaliação da exe- acordo com a política de atenção à saúde e segurança do
cução do plano anual de capacitação do exercício anteri- trabalho do servidor público federal, estabelecida pelo
or. Governo.
Parágrafo único. No primeiro exercício de vigência Art. 3º Para os fins deste Decreto, considera-se:
deste Decreto: I - assistência à saúde: ações que visem a
I - os prazos de elaboração do PDP poderão ser di- prevenção, a detecção precoce e o tratamento de doenças
ferenciados, observado o disposto nas normas comple- e, ainda, a reabilitação da saúde do servidor,
mentares de que trata o art. 12; e compreendendo as diversas áreas de atuação
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Conhecimentos Específicos
relacionadas à atenção à saúde do servidor público civil Definições
federal;
Art. 2º Para os efeitos do disposto nesta Portaria, con-
II - perícia oficial: ação médica ou odontológica sidera-se:
com o objetivo de avaliar o estado de saúde do servidor I - alta administração: gestores que integram o nível
para o exercício de suas atividades laborais; e executivo do órgão ou da entidade, com poderes para esta-
III - promoção, prevenção e acompanhamento da belecer as políticas, os objetivos e conduzir a implementa-
saúde: ações com o objetivo de intervir no processo de ção da estratégia para cumprir a missão da organização;
adoecimento do servidor, tanto no aspecto individual II - estrutura: maneira como estão divididas as responsabili-
quanto nas relações coletivas no ambiente de trabalho. dades e a autoridade para a tomada de decisões em uma or-
Art. 4º - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) ganização;
(Vigência) III - governança das contratações públicas: conjunto de
Art. 5º - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em
(Vigência) prática para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da
Art. 6º O exercício do servidor no âmbito do SIASS gestão das contratações públicas, visando a agregar valor ao
não implica mudança de unidade de lotação ou de órgão de negócio do órgão ou entidade, e contribuir para o alcance de
origem. seus objetivos, com riscos aceitáveis;
Art. 7º - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) IV - metaprocesso de contratação pública: rito inte-
(Vigência) grado pelas fases de planejamento da contratação, sele-
Art. 8º Este Decreto entra em vigor na data de sua ção do fornecedor e gestão do contrato, e que serve como
publicação. padrão para que os processos específicos de contratação
Art. 9o Fica revogado o Decreto no 5.961, de 13 de sejam realizados;
novembro de 2006.
V - negócio de impacto: empreendimento com o ob-
Brasília, 29 de abril de 2009; 188o da Independência e
o jetivo de gerar impacto socioambiental e resultado finan-
121 da República.
ceiro positivo de forma sustentável, nos termos do De-
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Paulo Bernardo Silva creto nº 9.977, de 19 de agosto de 2019, ou o que vier a
substituí-lo;
VI - Plano de Contratações Anual: instrumento de
19. GOVERNANÇA PÚBLICA governança, elaborado anualmente pelos órgãos e enti-
19.1. GOVERNANÇA DAS CONTRATAÇÕES dades, contendo todas as contratações que se pretende
PÚBLICAS NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO realizar ou prorrogar no exercício subsequente, com o
PÚBLICA FEDERAL (PORTARIA Nº 8.678/2021 objetivo de racionalizar as contratações sob sua compe-
SEGES/ME). tência, garantir o alinhamento com o seu planejamento
estratégico e subsidiar a elaboração da respectiva lei or-
Dispõe sobre a governança das contrata- çamentária do ente federativo.
ções públicas no âmbito da Administração VII - Plano Diretor de Logística Sustentável - PLS:
Pública federal direta, autárquica e funda- instrumento de governança, vinculado ao planejamento
cional. estratégico do órgão ou entidade, ou instrumento equiva-
O SECRETÁRIO DE GESTÃO DA SECRE- lente, e às leis orçamentárias, que estabelece a estratégia
TARIA ESPECIAL DE DESBUROCRATIZAÇÃO, das contratações e da logística no âmbito do órgão ou en-
GESTÃO E GOVERNO DIGITAL DO MINISTÉ- tidade, considerando objetivos e ações referentes a crité-
RIO DA ECONOMIA, no uso das atribuições que lhe rios e a práticas de sustentabilidade, nas dimensões eco-
conferem o inciso VII do art. 127 do Anexo I do Decreto nômica, social, ambiental e cultural; e
nº 9.745, de 8 de abril de 2019, o art. 9º do Decreto nº VIII - risco: evento futuro e identificado, ao qual é
1.094, de 23 de março de 1994, e tendo em vista o dis- possível associar uma probabilidade de ocorrência e um
posto da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, resolve: grau de impacto, que afetará, positiva ou negativamente,
os objetivos a serem atingidos, caso ocorra.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO II
FUNDAMENTOS
Objeto e âmbito de aplicação Objetivos
Art. 1º Esta Portaria dispõe sobre a governança das Art. 3º Os objetivos das contratações públicas são:
contratações públicas no âmbito da Administração Pú- I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o re-
blica federal direta, autárquica e fundacional. sultado de contratação mais vantajoso para a Adminis-
§ 1º A alta administração dos órgãos e entidades de tração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida
que trata o caput deve implementar e manter mecanis- do objeto;
mos e instrumentos de governança das contratações pú- II - assegurar tratamento isonômico entre os licitan-
blicas em consonância com o disposto nesta Portaria. tes, bem como a justa competição;
§ 2º Os entes da federação que realizarem contrata- III - evitar contratações com sobrepreço ou com
ções com a utilização de recursos da União oriundos de preços manifestamente inexequíveis e superfaturamento
transferências voluntárias poderão observar as disposi- na execução dos contratos;
ções desta Portaria, no que couber.
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Conhecimentos Específicos
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento na- Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Minis-
cional sustentável. tério da Economia.
Parágrafo único. Os critérios e práticas definidos
Função pelo PLS deverão ser considerados para fins de defini-
ção:
Art. 4º A governança nas contratações públicas tem
I - da especificação do objeto a ser contratado;
por função assegurar o alcance dos objetivos de que trata
II - das obrigações da contratada; ou
o art. 3º.
III - de requisito previsto em lei especial, de acordo
Diretrizes com o disposto no inciso IV do caput do art. 67 da Lei nº
14.133, de 1º de abril de 2021.
Art. 5º São diretrizes da governança nas contrata- Art. 8º Os PLS devem conter, no mínimo:
ções públicas:
I - diretrizes para a gestão estratégica das contrata-
I - promoção do desenvolvimento nacional susten-
ções e da logística no âmbito do órgão ou entidade;
tável, em consonância com a Estratégia Federal de De-
II - metodologia para aferição de custos indiretos,
senvolvimento e com os Objetivos de Desenvolvimento
que poderão ser considerados na escolha da opção mais
Sustentável; vantajosa à Administração, relacionados às despesas de
II - promoção do tratamento diferenciado e simpli- manutenção, utilização, reposição, depreciação, trata-
ficado à microempresa e à empresa de pequeno porte;
mento de resíduos sólidos e impacto ambiental, entre ou-
III - promoção de ambiente negocial íntegro e con-
tros fatores vinculados ao ciclo de vida do objeto contra-
fiável;
tado;
IV - alinhamento das contratações públicas aos
III - ações voltadas para:
planejamentos estratégicos dos órgãos e entidades, bem a) promoção da racionalização e do consumo cons-
como às leis orçamentárias; ciente de bens e serviços;
V - fomento à competitividade nos certames, dimi-
b) racionalização da ocupação dos espaços físicos;
nuindo a barreira de entrada a fornecedores em poten-
c) identificação dos objetos de menor impacto am-
cial;
biental;
VI - aprimoramento da interação com o mercado
d) fomento à inovação no mercado;
fornecedor, como forma de se promover a inovação e de e) inclusão dos negócios de impacto nas contrata-
se prospectarem soluções que maximizem a efetividade ções públicas; e
da contratação;
f) divulgação, conscientização e capacitação acerca
VII - desburocratização, incentivo à participação
da logística sustentável;
social, uso de linguagem simples e de tecnologia, bem
IV - responsabilidades dos atores envolvidos na
como as demais diretrizes do Governo Digital, dispostas elaboração, na execução, no monitoramento e na avalia-
no art. 3º da Lei nº 14.129, de 29 de março de 2021; ção do PLS; e
VIII - transparência processual;
V - metodologia para implementação, monitora-
IX - padronização e centralização de procedimen-
mento e avaliação do PLS.
tos, sempre que pertinente.
§ 1º O PLS deverá nortear a elaboração:
I - do Plano de Contratações Anual;
CAPÍTULO III II - dos estudos técnicos preliminares; e
INSTRUMENTOS III - dos anteprojetos, dos projetos básicos ou dos
Instrumentos termos de referência de cada contratação.
Art. 6º São instrumentos de governança nas contra- § 2º Os objetivos dispostos no art. 3º deverão, sem-
tações públicas, dentre outros: pre que possível, ser desdobrados em indicadores e me-
I - Plano Diretor de Logística Sustentável - PLS; tas, e monitorados pelo PLS.
II - Plano de Contratações Anual; § 3º O PLS será publicado no sítio eletrônico oficial
III - Política de gestão de estoques; do órgão ou entidade.
IV - Política de compras compartilhadas; Art. 9º O PLS deverá estar vinculado ao planeja-
V - Gestão por competências; mento estratégico do órgão ou entidade, ou instrumento
VI - Política de interação com o mercado; equivalente, e ao plano plurianual.
VII - Gestão de riscos e controle preventivo;
Plano de Contratações Anual
VIII - Diretrizes para a gestão dos contratos; e
IX - Definição de estrutura da área de contratações Art. 10. Os órgãos e entidades deverão elaborar seu
públicas. Plano de Contratações Anual de acordo com as regras
Parágrafo único. Os instrumentos de governança de definidas pela Secretaria de Gestão da Secretaria Especi-
que trata este artigo devem estar alinhados entre si. al de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do
Ministério da Economia.
Plano Diretor de Logística Sustentável Parágrafo único. O Plano de Contratações Anual,
Art. 7º Os órgãos e as entidades devem elaborar e elaborado a partir das diretrizes do PLS, deverá estar ali-
implementar seu Plano Diretor de Logística Sustentável - nhado ao planejamento estratégico do órgão ou entidade
PLS, de acordo com modelo de referência definido em e subsidiará a elaboração da proposta orçamentária.
ato da Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de
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Conhecimentos Específicos
Política de gestão de estoques Política de interação com o mercado fornecedor
e com associações empresariais
Art. 11. Compete ao órgão ou entidade, quanto à
gestão de estoques do processo de contratações públicas: Art. 15. Compete ao órgão ou entidade, quanto à in-
I - assegurar a minimização de perdas, deterioração e teração com o mercado fornecedor e com associações
obsolescência, realizando, sempre que possível, a aliena- empresariais:
ção, a cessão, a transferência e a destinação final ambi- I - promover regular e transparente diálogo quando
entalmente adequada dos bens móveis classificados co- da confecção dos estudos técnicos preliminares, de for-
mo inservíveis; ma a se obterem insumos para a otimização das especifi-
II - garantir os níveis de estoque mínimos para que cações dos objetos a serem contratados, dos parâmetros
não haja ruptura no suprimento, adotando-se, sempre de mercado para melhor técnica e custo das contratações,
que possível, soluções de suprimento just-in-time; e das obrigações da futura contratada, conforme dispõe o
III - considerar, quando da elaboração dos estudos art. 21 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021.
técnicos preliminares, os custos de gestão de estoques II - observar a devida transparência acerca dos
como informação gerencial na definição do modelo de eventos a serem conduzidos na fase da seleção do forne-
fornecimento mais efetivo. cedor, respeitados os princípios da isonomia e da publi-
cidade;
Política de compras compartilhadas
III - padronizar os procedimentos para a fiscaliza-
Art. 12. Compete ao órgão ou entidade, quanto às ção contratual, respeitando-se os princípios do devido
compras compartilhadas do processo de contratações pú- processo legal e do contraditório quando da apuração de
blicas: descumprimentos junto a fornecedores; e
I - realizar as contratações de bens e serviços de uso IV - estabelecer exigências sempre proporcionais ao
comum, preferencialmente, de forma compartilhada; e objeto a ser contratado, para assegurar que as oportuni-
II - utilizar as soluções centralizadas disponibiliza- dades sejam projetadas de modo a incentivar a ampla
das pela Central de Compras da Secretaria de Gestão da participação de concorrentes potenciais, incluindo novos
Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Go- entrantes e pequenas e médias empresas.
verno Digital, salvo disposição em contrário. Parágrafo único. O disposto neste artigo deverá es-
Art. 13. A Central de Compras da Secretaria de tar em harmonia com a Estratégia Nacional de Investi-
Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, mentos e Negócios de Impacto, instituída pelo Decreto
Gestão e Governo Digital constituirá seu portfólio de nº 9.977, de 19 de agosto de 2019, ou o que vier a substi-
contratações compartilhadas considerando as informa- tui-lo.
ções dos planos de contratações anuais dos órgãos e en-
Gestão de riscos e controle preventivo
tidades.
Art. 16. Compete ao órgão ou entidade, quanto à ges-
Gestão por competências tão de riscos e ao controle preventivo do processo de con-
Art. 14. Compete ao órgão ou entidade, quanto à tratação pública:
gestão por competências do processo de contratações I - estabelecer diretrizes para a gestão de riscos e o
públicas: controle preventivo que contemplem os níveis do metapro-
I - assegurar a aderência às normas, regulamenta- cesso de contratações e dos processos específicos de contra-
ções e padrões estabelecidos pelo órgão central do Sis- tação;
II - realizar a gestão de riscos e o controle preventivo
tema de Serviços Gerais - Sisg, quanto às competências
do metaprocesso de contratações e dos processos específi-
para os agentes públicos que desempenham papéis liga-
cos de contratação, quando couber, conforme as diretrizes
dos à governança, à gestão e à fiscalização das contrata- de que trata o inciso I;
ções; III - incluir nas atividades de auditoria interna a avali-
II - garantir que a escolha dos ocupantes de fun- ação da governança, da gestão de riscos e do controle pre-
ções-chave, funções de confiança ou cargos em comis- ventivo nas contratações; e
são, na área de contratações, seja fundamentada nos per- IV - assegurar que os responsáveis pela tomada de
fis de competências definidos conforme o inciso I, ob- decisão, em todos os níveis do órgão ou da entidade, te-
servando os princípios da transparência, da eficiência e nham acesso tempestivo às informações relativas aos ris-
do interesse público, bem como os requisitos definidos cos aos quais está exposto o processo de contratações,
no art. 7º da Lei nº 14.133, de 2021; e inclusive para determinar questões relativas à delegação
III - elencar, no Plano de Desenvolvimento de Pes- de competência, se for o caso.
soas - PDP, nos termos do Decreto nº 9.991, de 28 de § 1º A gestão de riscos e o controle preventivo de-
agosto de 2019, ações de desenvolvimento dos dirigentes verão racionalizar o trabalho administrativo ao longo do
e demais agentes que atuam no processo de contratação, processo de contratação, estabelecendo-se controles pro-
contemplando aspectos técnicos, gerenciais e comporta- porcionais aos riscos e suprimindo-se rotinas puramente
mentais desejáveis ao bom desempenho de suas funções. formais.
§ 2º Caderno de Logística da Secretaria de Gestão
da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e
Governo Digital do Ministério da Economia estabelecerá
metodologia para a gestão de riscos do metaprocesso de
contratação pública.
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Conhecimentos Específicos
Diretrizes para a gestão dos contratos forma a não atribuir atividades de cogestão à unidade de
auditoria interna.
Art. 17. Compete ao órgão ou entidade, quanto à
gestão dos contratos:
CAPÍTULO IV
I - avaliar a atuação do contratado no cumprimento
USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS
das obrigações assumidas, baseando-se em indicadores
PARA APOIAR AS
objetivamente definidos, sempre que aplicável;
CONTRATAÇÕES PÚBLICAS
II - introduzir rotina aos processos de pagamentos
dos contratos, incluindo as ordens cronológicas de pa- Tecnologias digitais
gamento, juntamente com sua memória de cálculo, rela-
Art. 19. Os órgãos e as entidades da Administração
tório circunstanciado, proposições de glosa e ordem ban-
Pública federal direta, autárquica e fundacional, deverão
cária;
utilizar o Sistema de Compras do Governo Federal -
III - estabelecer diretrizes para a nomeação de ges-
Comprasnet 4.0 - em todas as etapas e atividades do pro-
tores e fiscais de contrato, com base no perfil de compe-
cesso de contratação disponíveis nessa plataforma, sendo
tências previsto no art. 14, e evitando a sobrecarga de
facultado o uso de outras ferramentas eletrônicas de
atribuições;
apoio para processos de trabalho ainda não alcançados
IV - modelar o processo sancionatório decorrente de
pela plataforma.
contratações públicas, estabelecendo-se, em especial, cri-
térios objetivos e isonômicos para a determinação da do-
simetria das penas, com fulcro no § 1º do art. 156 da Lei CAPÍTULO V
nº 14.133, de 1º de abril de 2021; DISPOSIÇÕES FINAIS
V - prever a implantação de programas de integri-
dade pelo contratado, de acordo com a Lei nº 12.846, de Acompanhamento e atuação da alta administra-
1º de agosto de 2013, na hipótese de objetos de grande ção
vulto, e para os demais casos, quando aplicável; e Art. 20. A alta administração dos órgãos e entidades
VI - constituir, com base no relatório final de que deverá implementar e manter mecanismos e instrumen-
trata a alínea "d" do inciso VI do § 3º do art. 174 da Lei tos de governança das contratações públicas estabele-
nº 14.133, de 1º de abril de 2021, base de dados de lições cendo, no âmbito de sua competência, no mínimo:
aprendidas durante a execução contratual, como forma I - formas de acompanhamento de resultados, com
de aprimoramento das atividades da Administração. indicadores e metas para a gestão dos processos de con-
tratações;
Definição de estrutura da área de contratações
II - iniciativas que promovam soluções para melho-
Art. 18 . Compete ao órgão ou entidade, quanto à ria do desempenho institucional, com apoio, quando pos-
estrutura da área de contratações públicas: sível, dos resultados da gestão de riscos e do controle
I - proceder, periodicamente, à avaliação quantitati- preventivo; e
va e qualitativa do pessoal, de forma a delimitar as ne- III - instrumentos de promoção do processo decisó-
cessidades de recursos materiais e humanos; rio orientado por evidências, pela conformidade legal,
II - estabelecer em normativos internos: pela qualidade regulatória, pela desburocratização e pelo
a) competências, atribuições e responsabilidades apoio à participação da sociedade.
dos dirigentes, incluindo a responsabilidade pelo estabe-
lecimento de políticas e procedimentos de controles in- Orientações Gerais
ternos necessários para mitigar os riscos; Art. 21. Os casos omissos decorrentes da aplicação
b) competências, atribuições e responsabilidades desta Portaria serão dirimidos pela Secretaria de Gestão
dos demais agentes que atuam no processo de contrata- da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e
ções; e Governo Digital do Ministério da Economia.
c) política de delegação de competência para autori- Art. 22. A Secretaria de Gestão da Secretaria Espe-
zação de contratações, se pertinente. cial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do
III - avaliar a necessidade de atribuir a um comitê, Ministério da Economia poderá expedir normas com-
integrado por representantes dos diversos setores da or- plementares para a execução desta Portaria, bem como
ganização, a responsabilidade por auxiliar a alta adminis- disponibilizar em meio eletrônico informações adicio-
tração nas decisões relativas às contratações; nais.
IV - zelar pela devida segregação de funções, veda-
da a designação do mesmo agente público para atuação Vigência
simultânea nas funções mais suscetíveis a riscos; Art. 23. Esta Portaria entra em vigor no dia 2 de
V - proceder a ajustes ou a adequações em suas es- agosto de 2021.
truturas, considerando a centralização de compras pelas CRISTIANO ROCHA HECKERT
unidades competentes, com o objetivo de realizar contra-
tações em grande escala, sempre que oportuno; e
VI - observar as diferenças conceituais entre contro-
le interno, a cargo dos gestores responsáveis pelos pro-
cessos que recebem o controle, e auditoria interna, de
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Conhecimentos Específicos
20. LOGÍSTICA PÚBLICA: II - exercer o poder de mando sobre os empregados
da contratada, devendo reportar-se somente aos prepos-
20.1. CONTRATAÇÕES NA ADMINISTRA- tos ou responsáveis por ela indicados, exceto quando o
ÇÃO PÚBLICA (LEI 14.133/2021 objeto da contratação previr a notificação direta para a
Vide item 10, página 63 da disciplina “Adminis- execução das tarefas previamente descritas no contrato
tração Pública” de prestação de serviços para a função específica, tais
como nos serviços de recepção, apoio administrativo ou
20.2. FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS AD- ao usuário;
MINISTRATIVOS (IN Nº 05/2017 DA SG-MPDG) III - direcionar a contratação de pessoas para traba-
lhar nas empresas contratadas;
Dispõe sobre as regras e diretrizes do pro- IV - promover ou aceitar o desvio de funções dos
cedimento de contratação de serviços sob o trabalhadores da contratada, mediante a utilização destes
regime de execução indireta no âmbito da em atividades distintas daquelas previstas no objeto da
Administração Pública federal direta, au- contratação e em relação à função específica para a qual
tárquica e fundacional. o trabalhador foi contratado;
O SECRETÁRIO DE GESTÃO DO MINISTÉ- V - considerar os trabalhadores da contratada como
RIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMEN- colaboradores eventuais do próprio órgão ou entidade
TO E GESTÃO, no uso das atribuições que lhe confere responsável pela contratação, especialmente para efeito
o Decreto nº 9.035, de 20 de abril de 2017, e o Decreto de concessão de diárias e passagens;
nº 1.094, de 23 de março de 1994, considerando o dis- VI - definir o valor da remuneração dos trabalhado-
posto na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na Lei nº res da empresa contratada para prestar os serviços, salvo
10.520, de 17 de julho de 2002, no Decreto-Lei nº 200, nos casos específicos em que se necessitam de profissio-
de 25 de fevereiro de 1967, e no Decreto nº 2.271, de 7 nais com habilitação/experiência superior a daqueles
de julho de 1997, resolve: que, no mercado, são remunerados pelo piso salarial da
categoria, desde que justificadamente; e
VII - conceder aos trabalhadores da contratada di-
CAPÍTULO I reitos típicos de servidores públicos, tais como recesso,
DISPOSIÇÕES GERAIS ponto facultativo, dentre outros.
Art. 1º As contratações de serviços para a realização Art. 6º A Administração não se vincula às disposi-
de tarefas executivas sob o regime de execução indireta, ções contidas em Acordos, Convenções ou Dissídios Co-
por órgãos ou entidades da Administração Pública fede- letivos de Trabalho que tratem de pagamento de partici-
ral direta, autárquica e fundacional, observarão, no que pação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da em-
couber: presa contratada, de matéria não trabalhista, ou que esta-
I - as fases de Planejamento da Contratação, Sele- beleçam direitos não previstos em lei, tais como valores
ção do Fornecedor e Gestão do Contrato; ou índices obrigatórios de encargos sociais ou previden-
II - os critérios e práticas de sustentabilidade; e ciários, bem como de preços para os insumos relaciona-
III - o alinhamento com o Planejamento Estratégico dos ao exercício da atividade.
do órgão ou entidade, quando houver. Parágrafo único. É vedado ao órgão e entidade vin-
cular-se às disposições previstas nos Acordos, Conven-
Seção I ções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que tratem de
Das Definições obrigações e direitos que somente se aplicam aos contra-
Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa tos com a Administração Pública.
são adotadas as definições constantes do Anexo I.
Seção III
Seção II Dos Serviços Passíveis de Execução Indireta
Das Características da Terceirização de Serviços Art. 7º Nos termos da legislação, serão objeto de
Art. 3º O objeto da licitação será definido como execução indireta as atividades previstas em Decreto que
prestação de serviços, sendo vedada a caracterização ex- regulamenta a matéria.
clusiva do objeto como fornecimento de mão de obra. § 1º A Administração poderá contratar, mediante
Art. 4º A prestação de serviços de que trata esta Ins- terceirização, as atividades dos cargos extintos ou em ex-
trução Normativa não gera vínculo empregatício entre os tinção, tais como os elencados na Lei nº 9.632, de 7 de
empregados da contratada e a Administração, vedando- maio de 1998.
se qualquer relação entre estes que caracterize pessoali- § 2º As funções elencadas nas contratações de pres-
dade e subordinação direta. tação de serviços deverão observar a nomenclatura esta-
Art. 5º É vedado à Administração ou aos seus servi- belecida na Classificação Brasileira de Ocupações
dores praticar atos de ingerência na administração da (CBO), do Ministério do Trabalho, ou outra que vier a
contratada, a exemplo de: substituí-la.
I - possibilitar ou dar causa a atos de subordinação, Art. 8º Poderá ser admitida a contratação de serviço
vinculação hierárquica, prestação de contas, aplicação de de apoio administrativo, considerando o disposto no in-
sanção e supervisão direta sobre os empregados da con- ciso IV do art. 9º desta Instrução Normativa, com a des-
tratada; crição no contrato de prestação de serviços para cada
função específica das tarefas principais e essenciais a se-
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Conhecimentos Específicos
rem executadas, admitindo-se pela Administração, em Art. 12. Quando da contratação de instituição sem
relação à pessoa encarregada da função, a notificação di- fins lucrativos, o serviço contratado deverá ser executado
reta para a execução das tarefas. obrigatoriamente pelos profissionais pertencentes aos
quadros funcionais da instituição.
Seção IV Parágrafo único. Considerando-se que as institui-
Da Vedação à Contratação de Serviços ções sem fins lucrativos gozam de benefícios fiscais e
Art. 9º Não serão objeto de execução indireta na previdenciários específicos, condição que reduz seus
Administração Pública federal direta, autárquica e fun- custos operacionais em relação às pessoas jurídicas ou
dacional: físicas, legal e regularmente tributadas, não será permiti-
I - atividades que envolvam a tomada de decisão ou da, em observância ao princípio da isonomia, a partici-
posicionamento institucional nas áreas de planejamento, pação de instituições sem fins lucrativos em processos
coordenação, supervisão e controle; licitatórios destinados à contratação de empresário, de
II - as atividades consideradas estratégicas para o sociedade empresária ou de consórcio de empresa.
órgão ou entidade, cuja terceirização possa colocar em Art. 13. Não será admitida a contratação de coope-
risco o controle de processos e de conhecimentos e tec- rativa ou de instituição sem fins lucrativos cujo estatuto
nologias; e objetos sociais não prevejam ou não estejam de acordo
III - as funções relacionadas ao poder de polícia, de com o objeto contratado.
regulação, de outorga de serviços públicos e de aplicação
de sanção; e Seção VI
IV - as atividades inerentes às categorias funcionais Das Características dos Serviços
abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou entidade, Subseção I
salvo expressa disposição legal em contrário ou quando Dos Serviços Comuns
se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbi- Art. 14. Os serviços considerados comuns são aque-
to do quadro geral de pessoal. les cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
Parágrafo único. As atividades auxiliares, instru- objetivamente definidos pelo ato convocatório, por meio
mentais ou acessórias às funções e atividades definidas de especificações usuais do mercado.
nos incisos do caput podem ser executadas de forma in- Parágrafo único. Independentemente de sua com-
direta, sendo vedada a transferência de responsabilidade plexidade, os serviços podem ser enquadrados na condi-
para realização de atos administrativos ou a tomada de ção de serviços comuns, desde que atendam aos requisi-
decisão para o contratado. tos dispostos no caput deste artigo.
Seção V Subseção II
Dos Serviços Prestados por Cooperativas Dos Serviços Prestados de Forma
e Instituições Sem Fins Lucrativos Contínua e Não Contínua
Art. 10. A contratação de sociedades cooperativas Art. 15. Os serviços prestados de forma contínua
somente poderá ocorrer quando, pela sua natureza, o ser- são aqueles que, pela sua essencialidade, visam atender à
viço a ser contratado evidenciar: necessidade pública de forma permanente e contínua, por
I - a possibilidade de ser executado com autonomia mais de um exercício financeiro, assegurando a integri-
pelos cooperados, de modo a não demandar relação de dade do patrimônio público ou o funcionamento das ati-
subordinação entre a cooperativa e os cooperados, nem vidades finalísticas do órgão ou entidade, de modo que
entre a Administração e os cooperados; e sua interrupção possa comprometer a prestação de um
II - que a gestão operacional do serviço seja execu- serviço público ou o cumprimento da missão institucio-
tada de forma compartilhada ou em rodízio, em que as nal.
atividades de coordenação e supervisão da execução dos Parágrafo único. A contratação de serviços presta-
serviços e as de preposto, conforme determina o art. 68 dos de forma contínua deverá observar os prazos previs-
da Lei nº 8.666, de 1993, sejam realizadas pelos coope- tos no art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.
rados de forma alternada ou aleatória, para que tantos Art. 16. Os serviços considerados não continuados
quanto possíveis venham a assumir tal atribuição. ou contratados por escopo são aqueles que impõem aos
§ 1º Quando admitida a participação de cooperati- contratados o dever de realizar a prestação de um serviço
vas, estas deverão apresentar um modelo de gestão ope- específico em um período predeterminado, podendo ser
racional que contemple as diretrizes estabelecidas neste prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo ne-
artigo, o qual servirá como condição de aceitabilidade da cessário à conclusão do objeto, observadas as hipóteses
proposta. previstas no § 1º do art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 2º O serviço contratado deverá ser executado
obrigatoriamente pelos cooperados, vedada qualquer in- Subseção III
termediação ou subcontratação. Dos Serviços com Regime de Dedicação
Art. 11. Na contratação de sociedades cooperativas, Exclusiva de Mão de Obra
o órgão ou entidade deverá verificar seus atos constituti- Art. 17. Os serviços com regime de dedicação ex-
vos, analisando sua regularidade formal e as regras inter- clusiva de mão de obra são aqueles em que o modelo de
nas de funcionamento, para evitar eventual desvirtuação execução contratual exija, dentre outros requisitos, que:
ou fraude.
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Conhecimentos Específicos
I - os empregados da contratada fiquem à disposi- § 2º Salvo o Gerenciamento de Riscos relacionado à
ção nas dependências da contratante para a prestação dos fase de Gestão do Contrato, as etapas I e II
serviços; do caput ficam dispensadas quando se tratar de:
II - a contratada não compartilhe os recursos huma- a) contratações de serviços cujos valores se enqua-
nos e materiais disponíveis de uma contratação para exe- dram nos limites dos incisos I e II do art. 24 da Lei nº
cução simultânea de outros contratos; e 8.666, de 1993; ou
III - a contratada possibilite a fiscalização pela con- b) contratações previstas nos incisos IV e XI do art.
tratante quanto à distribuição, controle e supervisão dos 24 da Lei nº 8.666, de 1993.
recursos humanos alocados aos seus contratos. § 3º As contratações de serviços prestados de forma
Parágrafo único. Os serviços de que trata contínua, passíveis de prorrogações sucessivas, de que
o caput poderão ser prestados fora das dependências do trata o art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993, caso sejam obje-
órgão ou entidade, desde que não seja nas dependências to de renovação da vigência, ficam dispensadas das eta-
da contratada e presentes os requisitos dos incisos II e pas I, II e III do caput, salvo o Gerenciamento de Riscos
III. da fase de Gestão do Contrato.
Art. 18. Para as contratações de que trata o art. 17, o § 4º Os órgãos e entidades poderão simplificar, no
procedimento sobre Gerenciamento de Riscos, conforme que couber, a etapa de Estudos Preliminares, quando
especificado nos arts. 25 e 26, obrigatoriamente contem- adotados os modelos de contratação estabelecidos nos
plará o risco de descumprimento das obrigações traba- Cadernos de Logística divulgados pela Secretaria de
lhistas, previdenciárias e com FGTS da contratada. Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento
§ 1º Para o tratamento dos riscos previstos e Gestão.
no caput, poderão ser adotados os seguintes controles § 5º Podem ser elaborados Estudos Preliminares e
internos: Gerenciamento de Riscos comuns para serviços de mes-
I - Conta-Depósito Vinculada ― bloqueada para ma natureza, semelhança ou afinidade.
movimentação, conforme disposto em Caderno de Lo-
gística, elaborado pela Secretaria de Gestão do Ministé- Seção I
rio do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; ou Dos Procedimentos Iniciais para Elaboração
II - Pagamento pelo Fato Gerador, conforme dispos- do Planejamento da Contratação
to em Caderno de Logística, elaborado pela Secretaria de Art. 21. Os procedimentos iniciais do Planejamento
Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento da Contratação consistem nas seguintes atividades:
e Gestão.
I - elaboração do documento para formalização da
§2º A adoção de um dos critérios previstos nos inci-
demanda pelo setor requisitante do serviço, conforme
sos I e II do parágrafo anterior deverá ser justificada com
modelo do Anexo II, que contemple:
base na avaliação da relação custo-benefício.
a) a justificativa da necessidade da contratação ex-
§ 3º Só será admitida a adoção do Pagamento pelo
plicitando a opção pela terceirização dos serviços e con-
Fato Gerador após a publicação do Caderno de Logística
siderando o Planejamento Estratégico, se for o caso;
a que faz referência o inciso II do § 1º deste artigo.
b) a quantidade de serviço a ser contratada;
§ 4º Os procedimentos de que tratam os incisos do §
c) a previsão de data em que deve ser iniciada a
1º deste artigo estão disciplinados no item 1 do Anexo
prestação dos serviços; e
VII-B.
d) a indicação do servidor ou servidores para com-
por a equipe que irá elaborar os Estudos Preliminares e o
CAPÍTULO II
Gerenciamento de Risco e, se necessário, daquele a
DO PROCEDIMENTO DA CONTRATAÇÃO
quem será confiada a fiscalização dos serviços, o qual
Art. 19. As contratações de serviços de que tratam
poderá participar de todas as etapas do planejamento da
esta Instrução Normativa serão realizadas observando-se
contratação, observado o disposto no § 1º do art. 22;
as seguintes fases:
II - envio do documento de que trata o inciso I deste
I - Planejamento da Contratação;
artigo ao setor de licitações do órgão ou entidade; e
II - Seleção do Fornecedor; e
III - designação formal da equipe de Planejamento
III - Gestão do Contrato.
da Contratação pela autoridade competente do setor de
Parágrafo único. O nível de detalhamento de infor-
licitações.
mações necessárias para instruir cada fase da contratação
Art. 22. Ao receber o documento de que trata o in-
deverá considerar a análise de risco do objeto contratado.
ciso I do art. 21, a autoridade competente do setor de li-
citações poderá, se necessário, indicar servidor ou servi-
CAPÍTULO III
dores que atuam no setor para compor a equipe de Plane-
DO PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO
jamento da Contratação.
Art. 20. O Planejamento da Contratação, para cada
§ 1º A equipe de Planejamento da Contratação é o
serviço a ser contratado, consistirá nas seguintes etapas:
conjunto de servidores, que reúnem as competências ne-
I - Estudos Preliminares;
cessárias à completa execução das etapas de Planejamen-
II - Gerenciamento de Riscos; e
to da Contratação, o que inclui conhecimentos sobre as-
III - Termo de Referência ou Projeto Básico.
pectos técnicos e de uso do objeto, licitações e contratos,
§ 1º As situações que ensejam a dispensa ou inexi-
dentre outros.
gibilidade da licitação exigem o cumprimento das etapas
do Planejamento da Contratação, no que couber.
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
§ 2º Os integrantes da equipe de Planejamento da máximo para o envio do Projeto Básico ou Termo de Re-
Contratação devem ter ciência expressa da indicação das ferência, conforme alínea “c” do inciso I, do art. 21.
suas respectivas atribuições antes de serem formalmente Parágrafo único. A Secretaria de Gestão do Ministé-
designados. rio do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão poderá
Art. 23. O órgão ou entidade poderá definir de for- estabelecer regras e procedimentos para elaboração do
ma diversa a formação de equipe responsável pelo Plane- Plano Anual de Contratações do órgão ou entidade, que
jamento das Contratações quando contemplarem área será registrado em sistema informatizado.
técnica específica em sua estrutura, observadas as dispo-
sições desta Seção no que couber. Seção IV
Do Projeto Básico ou Termo de Referência
Seção II Art. 28. O Projeto Básico ou Termo de Referência
Dos Estudos Preliminares deverá ser elaborado a partir dos Estudos Preliminares,
Art. 24. Com base no documento que formaliza a do Gerenciamento de Risco e conforme as diretrizes
demanda, a equipe de Planejamento da Contratação deve constantes do Anexo V, devendo ser encaminhado ao se-
realizar os Estudos Preliminares, conforme estabelecido tor de licitações, de acordo com o prazo previsto no art.
em ato do Secretário de Gestão da Secretaria Especial de 27.
Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Minis- Art. 29. Devem ser utilizados os modelos de minu-
tério da Economia. (Redação dada pela Instrução Nor- tas padronizados de Termos de Referência e Projetos Bá-
mativa nº 49, de 2020) sicos da Advocacia-Geral União, observadas as diretrizes
dispostas no Anexo V, bem como os Cadernos de Logís-
Seção III tica expedidos pela Secretaria de Gestão do Ministério
Do Gerenciamento de Riscos do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, no que
Art. 25. O Gerenciamento de Riscos é um processo couber.
que consiste nas seguintes atividades: § 1º Quando o órgão ou entidade não utilizar os
I - identificação dos principais riscos que possam modelos de que trata o caput, ou utilizá-los com altera-
comprometer a efetividade do Planejamento da Contra- ções, deverá apresentar as devidas justificativas, anexan-
tação, da Seleção do Fornecedor e da Gestão Contratual do-as aos autos.
ou que impeçam o alcance dos resultados que atendam às § 2º Cumpre ao setor requisitante a elaboração do
necessidades da contratação; Termo de Referência ou Projeto Básico, a quem caberá
II - avaliação dos riscos identificados, consistindo avaliar a pertinência de modificar ou não os Estudos Pre-
da mensuração da probabilidade de ocorrência e do im- liminares e o Gerenciamento de Risco, a depender da
pacto de cada risco; temporalidade da contratação, observado o disposto no
III - tratamento dos riscos considerados inaceitáveis art. 23.
por meio da definição das ações para reduzir a probabili- Art. 30. O Termo de Referência ou Projeto Básico
dade de ocorrência dos eventos ou suas consequências; deve conter, no mínimo, o seguinte conteúdo:
IV - para os riscos que persistirem inaceitáveis após I - declaração do objeto;
o tratamento, definição das ações de contingência para o II - fundamentação da contratação;
caso de os eventos correspondentes aos riscos se concre- III - descrição da solução como um todo;
tizarem; e IV - requisitos da contratação;
V - definição dos responsáveis pelas ações de tra- V - modelo de execução do objeto;
tamento dos riscos e das ações de contingência. VI - modelo de gestão do contrato;
Parágrafo único. A responsabilidade pelo Gerenci- VII - critérios de medição e pagamento;
amento de Riscos compete à equipe de Planejamento da VIII - forma de seleção do fornecedor;
Contratação devendo abranger as fases do procedimento IX - critérios de seleção do fornecedor;
da contratação previstas no art. 19. X - estimativas detalhadas dos preços, com ampla
Art. 26. O Gerenciamento de Riscos materializa-se pesquisa de mercado nos termos da Instrução Normativa
no documento Mapa de Riscos. nº 5, de 27 de junho de 2014; e
§ 1º O Mapa de Riscos deve ser atualizado e junta- XI - adequação orçamentária.
do aos autos do processo de contratação, pelo menos: § 1º Nas contratações que utilizem especificações
I - ao final da elaboração dos Estudos Preliminares; padronizadas, em atenção ao § 4º do art. 20, o responsá-
II - ao final da elaboração do Termo de Referência vel pela elaboração do Termo de Referência ou Projeto
ou Projeto Básico; Básico produzirá somente os itens que não forem estabe-
III - após a fase de Seleção do Fornecedor; e lecidos como padrão.
IV - após eventos relevantes, durante a gestão do § 2º Os documentos que compõem a fase de Plane-
contrato pelos servidores responsáveis pela fiscalização. jamento da Contratação serão parte integrante do proces-
§ 2º Para elaboração do Mapa de Riscos poderá ser so administrativo da licitação.
observado o modelo constante do Anexo IV. Art. 31. O órgão ou entidade não poderá contratar o
Art. 27. Concluídas as etapas relativas aos Estudos mesmo prestador para realizar serviços de execução, de
Preliminares e ao Gerenciamento de Riscos, os setores subsídios ou assistência à fiscalização ou supervisão re-
requisitantes deverão encaminhá-los, juntamente com o lativos ao mesmo objeto, assegurando a necessária se-
documento que formaliza a demanda, à autoridade com- gregação das funções.
petente do setor de licitações, que estabelecerá o prazo
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
Art. 32. Para a contratação dos serviços de vigilân- Seção III
cia e de limpeza e conservação, além do disciplinado Da Adjudicação e da Homologação
neste capítulo, deverão ser observadas as regras previstas Art. 37. Para fins de Adjudicação e Homologação, o
no Anexo VI. órgão ou entidade deverá observar o disposto na legisla-
ção vigente que rege a modalidade adotada, especial-
CAPÍTULO IV mente quanto ao inciso VII do art. 38 e inciso VI do art.
DA SELEÇÃO DO FORNECEDOR 43 da Lei nº 8.666, de 1993; inciso IV do art. 3º e incisos
Art. 33. A fase de Seleção do Fornecedor inicia-se XX, XXI e XXII do art. 4º da Lei nº 10.520, de 2005; e
com o encaminhamento do Termo de Referência ou Pro- inciso IV do art. 28 da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de
jeto Básico ao setor de licitações e encerra-se com a pu- 2011.
blicação do resultado de julgamento após adjudicação e
homologação. Seção IV
Da Formalização e Publicação dos Contratos
Seção I Art. 38. Para formalização e publicação dos contra-
Do Ato Convocatório tos, deverá ser observado o disposto no Anexo VII-G.
Art. 34. Os atos convocatórios da licitação e os atos
relativos à dispensa ou inexigibilidade de licitação, bem CAPÍTULO V
como os contratos deles decorrentes, observarão o dis- DA GESTÃO DO CONTRATO
posto nesta Instrução Normativa, além das disposições Seção I
contidas na Lei nº 8.666, de 1993, na Lei nº 10.520, de Das Atividades de Gestão e Fiscalização
2002, na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro da Execução dos Contratos
de 2006, no Decreto nº 8.538, de 6 de outubro de 2015, e Art. 39. As atividades de gestão e fiscalização da
no Decreto nº 2.271, de 1997, e serão adaptados às espe- execução contratual são o conjunto de ações que tem por
cificidades de cada contratação. objetivo aferir o cumprimento dos resultados previstos
Art. 35. Devem ser utilizados os modelos de minu- pela Administração para os serviços contratados, verifi-
tas padronizados de atos convocatórios e contratos da car a regularidade das obrigações previdenciárias, fiscais
Advocacia-Geral União, observado o disposto no Anexo e trabalhistas, bem como prestar apoio à instrução pro-
VII, bem como os Cadernos de Logística expedidos por cessual e o encaminhamento da documentação pertinente
esta Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, ao setor de contratos para a formalização dos procedi-
Desenvolvimento e Gestão, no que couber. mentos relativos a repactuação, alteração, reequilíbrio,
§ 1º Quando o órgão ou entidade não utilizar os prorrogação, pagamento, eventual aplicação de sanções,
modelos de que trata o caput, ou utilizá-los com altera- extinção dos contratos, dentre outras, com vista a assegu-
ções, deverá apresentar as devidas justificativas, anexan- rar o cumprimento das cláusulas avençadas e a solução
do-as aos autos. de problemas relativos ao objeto.
§ 2º No caso da contratação de prestação de servi- Art. 40. O conjunto de atividades de que trata o ar-
ços por meio do sistema de credenciamento, deverão ser tigo anterior compete ao gestor da execução dos contra-
observadas as diretrizes constantes do item 3 do Anexo tos, auxiliado pela fiscalização técnica, administrativa,
VII-B. setorial e pelo público usuário, conforme o caso, de
acordo com as seguintes disposições:
Seção II I - Gestão da Execução do Contrato: é a coordena-
Do Parecer Jurídico ção das atividades relacionadas à fiscalização técnica,
Art. 36. Antes do envio do processo para exame e administrativa, setorial e pelo público usuário, bem co-
aprovação da assessoria jurídica, nos termos do parágra- mo dos atos preparatórios à instrução processual e ao en-
fo único do art. 38 da Lei nº 8.666, de 1993, deve-se rea- caminhamento da documentação pertinente ao setor de
lizar uma avaliação da conformidade legal do procedi- contratos para formalização dos procedimentos quanto
mento administrativo da contratação, preferencialmente aos aspectos que envolvam a prorrogação, alteração, ree-
com base nas disposições previstas no Anexo I da Orien- quilíbrio, pagamento, eventual aplicação de sanções, ex-
tação Normativa/Seges nº 2, de 6 de junho de 2016, no tinção dos contratos, dentre outros;
que couber. II - Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com
§ 1º A lista de verificação de que trata o objetivo de avaliar a execução do objeto nos moldes
o caput deverá ser juntada aos autos do processo, com as contratados e, se for o caso, aferir se a quantidade, quali-
devidas adaptações relativas ao momento do seu preen- dade, tempo e modo da prestação dos serviços estão
chimento. compatíveis com os indicadores de níveis mínimos de
§ 2º É dispensado o envio do processo, se houver desempenho estipulados no ato convocatório, para efeito
parecer jurídico referencial exarado pelo órgão de asses- de pagamento conforme o resultado, podendo ser auxili-
soramento competente, que deverá ser anexado ao pro- ado pela fiscalização de que trata o inciso V deste artigo;
cesso, ressalvada a hipótese de consulta acerca de dúvida III - Fiscalização Administrativa: é o acompanha-
de ordem jurídica devidamente identificada e motivada. mento dos aspectos administrativos da execução dos ser-
viços nos contratos com regime de dedicação exclusiva
de mão de obra quanto às obrigações previdenciárias,
fiscais e trabalhistas, bem como quanto às providências
tempestivas nos casos de inadimplemento;
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Conhecimentos Específicos
IV - Fiscalização Setorial: é o acompanhamento da § 3º O gestor ou fiscais e seus substitutos deverão
execução do contrato nos aspectos técnicos ou adminis- elaborar relatório registrando as ocorrências sobre a pres-
trativos quando a prestação dos serviços ocorrer conco- tação dos serviços referentes ao período de sua atuação
mitantemente em setores distintos ou em unidades des- quando do seu desligamento ou afastamento definitivo.
concentradas de um mesmo órgão ou entidade; e § 4º Para o exercício da função, os fiscais deverão
V - Fiscalização pelo Público Usuário: é o acompa- receber cópias dos documentos essenciais da contratação
nhamento da execução contratual por pesquisa de satis- pelo setor de contratos, a exemplo dos Estudos Prelimi-
fação junto ao usuário, com o objetivo de aferir os resul- nares, do ato convocatório e seus anexos, do contrato, da
tados da prestação dos serviços, os recursos materiais e proposta da contratada, da garantia, quando houver, e
os procedimentos utilizados pela contratada, quando for demais documentos indispensáveis à fiscalização.
o caso, ou outro fator determinante para a avaliação dos Art. 43. O encargo de gestor ou fiscal não pode ser
aspectos qualitativos do objeto. recusado pelo servidor, por não se tratar de ordem ilegal,
§ 1º No caso do inciso IV deste artigo, o órgão ou devendo expor ao superior hierárquico as deficiências e
entidade deverá designar representantes nesses locais pa- limitações técnicas que possam impedir o diligente cum-
ra atuarem como fiscais setoriais. primento do exercício de suas atribuições, se for o caso.
§ 2º O recebimento provisório dos serviços ficará a Parágrafo único. Ocorrendo a situação de que trata
cargo do fiscal técnico, administrativo ou setorial, quan- o caput, observado o § 2º do art. 42, a Administração
do houver, e o recebimento definitivo, a cargo do gestor deverá providenciar a qualificação do servidor para o de-
do contrato. sempenho das atribuições, conforme a natureza e com-
§ 3º As atividades de gestão e fiscalização da exe- plexidade do objeto, ou designar outro servidor com a
cução contratual devem ser realizadas de forma preven- qualificação requerida.
tiva, rotineira e sistemática, podendo ser exercidas por
servidores, equipe de fiscalização ou único servidor, Seção III
desde que, no exercício dessas atribuições, fique assegu- Do Acompanhamento e Fiscalização
rada a distinção dessas atividades e, em razão do volume dos Contratos
de trabalho, não comprometa o desempenho de todas as Subseção I
ações relacionadas à Gestão do Contrato. Dos Aspectos Gerais da Fiscalização e
do Início da Prestação dos Serviços
Seção II Art. 44. O preposto da empresa deve ser formalmente
Da Indicação e Designação do Gestor designado pela contratada antes do início da prestação dos
e Fiscais do Contrato serviços, em cujo instrumento deverá constar expressamen-
Art. 41. A indicação do gestor, fiscal e seus substi- te os poderes e deveres em relação à execução do objeto.
tutos caberá aos setores requisitantes dos serviços ou po- § 1º A indicação ou a manutenção do preposto da em-
derá ser estabelecida em normativo próprio de cada ór- presa poderá ser recusada pelo órgão ou entidade, desde que
gão ou entidade, de acordo com o funcionamento de seus devidamente justificada, devendo a empresa designar outro
processos de trabalho e sua estrutura organizacional. para o exercício da atividade.
§ 2º As comunicações entre o órgão ou entidade e a
§ 1º Para o exercício da função, o gestor e fiscais
contratada devem ser realizadas por escrito sempre que o
deverão ser cientificados, expressamente, da indicação e
ato exigir tal formalidade, admitindo-se, excepcionalmente,
respectivas atribuições antes da formalização do ato de o uso de mensagem eletrônica para esse fim.
designação. § 3º O órgão ou entidade poderá convocar o prepos-
§ 2º Na indicação de servidor devem ser considera- to para adoção de providências que devam ser cumpridas
dos a compatibilidade com as atribuições do cargo, a de imediato.
complexidade da fiscalização, o quantitativo de contratos § 4º A depender da natureza dos serviços, poderá
por servidor e a sua capacidade para o desempenho das ser exigida a manutenção do preposto da empresa no lo-
atividades. cal da execução do objeto, bem como pode ser estabele-
§ 3º Nos casos de atraso ou falta de indicação, de cido sistema de escala semanal ou mensal.
desligamento ou afastamento extemporâneo e definitivo Art. 45. Após a assinatura do contrato, sempre que a
do gestor ou fiscais e seus substitutos, até que seja pro- natureza da prestação dos serviços exigir, o órgão ou en-
videnciada a indicação, a competência de suas atribui- tidade deverá promover reunião inicial para apresentação
ções caberá ao responsável pela indicação ou conforme do plano de fiscalização, que conterá informações acerca
previsto no normativo de que trata o caput. das obrigações contratuais, dos mecanismos de fiscaliza-
Art. 42. Após indicação de que trata o art. 41, a au- ção, das estratégias para execução do objeto, do plano
toridade competente do setor de licitações deverá desig- complementar de execução da contratada, quando hou-
nar, por ato formal, o gestor, o fiscal e os substitutos. ver, do método de aferição dos resultados e das sanções
§ 1º O fiscal substituto atuará como fiscal do con- aplicáveis, dentre outros.
trato nas ausências e nos impedimentos eventuais e regu- § 1º Os assuntos tratados na reunião inicial devem
lamentares do titular. ser registrados em ata e, preferencialmente, estarem pre-
§ 2º Será facultada a contratação de terceiros para sentes o gestor, o fiscal ou equipe responsável pela fisca-
assistir ou subsidiar as atividades de fiscalização do re- lização do contrato, o preposto da empresa e, se for o ca-
presentante da Administração, desde que justificada a so, o servidor ou a equipe de Planejamento da Contrata-
necessidade de assistência especializada. ção.
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Conhecimentos Específicos
§ 2º O órgão ou entidade contratante deverá realizar cações técnicas, tais como marca, qualidade e forma de
reuniões periódicas com o preposto, de modo a garantir a uso.
qualidade da execução e os resultados previstos para a
prestação dos serviços. Subseção II
§ 3º Em caráter excepcional, devidamente justifica- Da Fiscalização Técnica e Administrativa
do e mediante autorização da autoridade competente do Art. 48. Na fiscalização técnica e administrativa dos
setor de licitações, o prazo inicial da prestação de servi- contratos deverá ser observado o disposto no Anexo
ços ou das suas etapas poderão sofrer alterações, desde VIII.
que requerido pela contratada antes da data prevista para
o início dos serviços ou das respectivas etapas, cumpri- Subseção III
das as formalidades exigidas pela legislação. Do Procedimento para Recebimento Provisório
§ 4º Na análise do pedido de que trata o § 3º deste e Definitivo dos Serviços
artigo, a Administração deverá observar se o seu acolhi- Art. 49. O recebimento provisório e definitivo dos
mento não viola as regras do ato convocatório, a isono- serviços deve ser realizado conforme o disposto nos arts.
mia, o interesse público ou qualidade da execução do ob- 73 a 76 da Lei nº 8.666, de 1993, e em consonância com
jeto, devendo ficar registrado que os pagamentos serão as regras definidas no ato convocatório.
realizados em conformidade com a efetiva prestação dos Art. 50. Exceto nos casos previstos no art. 74 da Lei
serviços. n.º 8.666, de 1993, ao realizar o recebimento dos servi-
Art. 46. As ocorrências acerca da execução contra- ços, o órgão ou entidade deve observar o princípio da se-
tual deverão ser registradas durante toda a vigência da gregação das funções e orientar-se pelas seguintes dire-
prestação dos serviços, cabendo ao gestor e fiscais, ob- trizes:
servadas suas atribuições, a adoção das providências ne- I - o recebimento provisório será realizado pelo fis-
cessárias ao fiel cumprimento das cláusulas contratuais, cal técnico, fiscal administrativo, fiscal setorial ou equi-
conforme o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 67 da Lei nº pe de fiscalização, nos seguintes termos:
8.666, de 1993. a) elaborar relatório circunstanciado, em consonân-
§ 1º O registro das ocorrências, as comunicações cia com as suas atribuições, contendo o registro, a análi-
entre as partes e demais documentos relacionados à exe- se e a conclusão acerca das ocorrências na execução do
cução do objeto poderão ser organizados em processo de contrato e demais documentos que julgarem necessários,
fiscalização, instruído com os documentos de que trata o devendo encaminhá-los ao gestor do contrato para rece-
§ 4º do art. 42. bimento definitivo; e
§ 2º As situações que exigirem decisões e providên- b) quando a fiscalização for exercida por um único
cias que ultrapassem a competência do fiscal deverão ser servidor, o relatório circunstanciado deverá conter o re-
registradas e encaminhadas ao gestor do contrato que as gistro, a análise e a conclusão acerca das ocorrências na
enviará ao superior em tempo hábil para a adoção de execução do contrato, em relação à fiscalização técnica e
medidas saneadoras. administrativa e demais documentos que julgar necessá-
Art. 47. A execução dos contratos deverá ser acom- rios, devendo encaminhá-los ao gestor do contrato para
panhada e fiscalizada por meio de instrumentos de con- recebimento definitivo;
trole que compreendam a mensuração dos seguintes as- II - o recebimento definitivo pelo gestor do contra-
pectos, quando for o caso: to, ato que concretiza o ateste da execução dos serviços,
I - os resultados alcançados em relação ao contrata- obedecerá às seguintes diretrizes:
do, com a verificação dos prazos de execução e da quali- a) realizar a análise dos relatórios e de toda a docu-
dade demandada; mentação apresentada pela fiscalização técnica e admi-
II - os recursos humanos empregados em função da nistrativa e, caso haja irregularidades que impeçam a li-
quantidade e da formação profissional exigidas; quidação e o pagamento da despesa, indicar as cláusulas
III - a qualidade e quantidade dos recursos materiais contratuais pertinentes, solicitando à contratada, por es-
utilizados; crito, as respectivas correções;
IV - a adequação dos serviços prestados à rotina de b) emitir termo circunstanciado para efeito de rece-
execução estabelecida; bimento definitivo dos serviços prestados, com base nos
V - o cumprimento das demais obrigações decorren- relatórios e documentação apresentados; e
tes do contrato; e c) comunicar a empresa para que emita a Nota Fis-
VI - a satisfação do público usuário. cal ou Fatura com o valor exato dimensionado pela fisca-
§ 1º Deve ser estabelecido, desde o início da presta- lização com base no Instrumento de Medição de Resul-
ção dos serviços, mecanismo de controle da utilização tado (IMR), observado o Anexo VIII-A ou instrumento
dos materiais empregados nos contratos, para efeito de substituto, se for o caso.
acompanhamento da execução do objeto bem como para
subsidiar a estimativa para as futuras contratações. Subseção IV
§ 2º A conformidade do material a ser utilizado na Da Vigência e da Prorrogação
execução dos serviços deverá ser verificada juntamente Art. 51. As regras para a vigência e prorrogação dos
com o documento da contratada que contenha a relação contratos regidos por esta Instrução Normativa estão
detalhada destes, de acordo com o estabelecido no con- dispostas no Anexo IX.
trato, informando as respectivas quantidades e especifi-
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Conhecimentos Específicos
Subseção V Art. 57. As repactuações serão precedidas de solici-
Da Alteração dos Contratos tação da contratada, acompanhada de demonstração ana-
Art. 52. As regras para a alteração dos contratos re- lítica da alteração dos custos, por meio de apresentação
gidos por esta Instrução Normativa estão dispostas no da planilha de custos e formação de preços ou do novo
Anexo X. Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho
que fundamenta a repactuação, conforme for a variação
Subseção VI de custos objeto da repactuação.
Da Repactuação e do Reajuste de § 1º É vedada a inclusão, por ocasião da repactua-
Preços dos Contratos ção, de benefícios não previstos na proposta inicial, ex-
Art. 53. O ato convocatório e o contrato de serviço ceto quando se tornarem obrigatórios por força de ins-
continuado deverão indicar o critério de reajustamento trumento legal, Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo
de preços, que deverá ser sob a forma de reajuste em de Trabalho, observado o disposto no art. 6º desta Instru-
sentido estrito, com a previsão de índices específicos ou ção Normativa.
setoriais, ou por repactuação, pela demonstração analíti- § 2º A variação de custos decorrente do mercado
ca da variação dos componentes dos custos. somente será concedida mediante a comprovação pelo
Art. 54. A repactuação de preços, como espécie de contratado do aumento dos custos, considerando-se:
reajuste contratual, deverá ser utilizada nas contratações I - os preços praticados no mercado ou em outros
de serviços continuados com regime de dedicação exclu- contratos da Administração;
siva de mão de obra, desde que seja observado o inter- II - as particularidades do contrato em vigência;
regno mínimo de um ano das datas dos orçamentos aos III - a nova planilha com variação dos custos apre-
quais a proposta se referir. sentada;
§ 1º A repactuação para fazer face à elevação dos IV - indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, va-
custos da contratação, respeitada a anualidade disposta lores oficiais de referência, tarifas públicas ou outros
no caput, e que vier a ocorrer durante a vigência do con- equivalentes; e
trato, é direito do contratado e não poderá alterar o equi- V - a disponibilidade orçamentária do órgão ou en-
líbrio econômico e financeiro dos contratos, conforme tidade contratante.
estabelece o inciso XXI do art. 37 da Constituição da § 3º A decisão sobre o pedido de repactuação deve
República Federativa do Brasil, sendo assegurado ao ser feita no prazo máximo de sessenta dias, contados a
prestador receber pagamento mantidas as condições efe- partir da solicitação e da entrega dos comprovantes de
tivas da proposta. variação dos custos.
§ 2º A repactuação poderá ser dividida em tantas § 4º As repactuações, como espécie de reajuste, se-
parcelas quanto forem necessárias, em respeito ao prin- rão formalizadas por meio de apostilamento, exceto
cípio da anualidade do reajuste dos preços da contrata- quando coincidirem com a prorrogação contratual, em
ção, podendo ser realizada em momentos distintos para que deverão ser formalizadas por aditamento.
discutir a variação de custos que tenham sua anualidade § 5º O prazo referido no § 3º deste artigo ficará sus-
resultante em datas diferenciadas, tais como os custos penso enquanto a contratada não cumprir os atos ou
decorrentes da mão de obra e os custos decorrentes dos apresentar a documentação solicitada pela contratante
insumos necessários à execução do serviço. para a comprovação da variação dos custos.
§ 3º Quando a contratação envolver mais de uma § 6º O órgão ou entidade contratante poderá realizar
categoria profissional, com datas-bases diferenciadas, a diligências para conferir a variação de custos alegada pe-
repactuação deverá ser dividida em tantos quanto forem la contratada.
os Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de Tra- § 7º As repactuações a que o contratado fizer jus e
balho das categorias envolvidas na contratação. que não forem solicitadas durante a vigência do contrato
§ 4º A repactuação para reajuste do contrato em ra- serão objeto de preclusão com a assinatura da prorroga-
zão de novo Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de ção contratual ou com o encerramento do contrato.
Trabalho deve repassar integralmente o aumento de cus- Art. 58. Os novos valores contratuais decorrentes
tos da mão de obra decorrente desses instrumentos. das repactuações terão suas vigências iniciadas da se-
Art. 55. O interregno mínimo de um ano para a guinte forma:
primeira repactuação será contado a partir: I - a partir da ocorrência do fato gerador que deu
I - da data limite para apresentação das propostas causa à repactuação, como regra geral;
constante do ato convocatório, em relação aos custos II - em data futura, desde que acordada entre as par-
com a execução do serviço decorrentes do mercado, tais tes, sem prejuízo da contagem de periodicidade e para
como o custo dos materiais e equipamentos necessários à concessão das próximas repactuações futuras; ou
execução do serviço; ou III - em data anterior à ocorrência do fato gerador,
II - da data do Acordo, Convenção, Dissídio Coleti- exclusivamente quando a repactuação envolver revisão
vo de Trabalho ou equivalente vigente à época da apre- do custo de mão de obra em que o próprio fato gerador,
sentação da proposta quando a variação dos custos for na forma de Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de
decorrente da mão de obra e estiver vinculada às datas- Trabalho, contemplar data de vigência retroativa, poden-
bases destes instrumentos. do esta ser considerada para efeito de compensação do
Art. 56. Nas repactuações subsequentes à primeira, pagamento devido, assim como para a contagem da anu-
a anualidade será contada a partir da data do fato gerador alidade em repactuações futuras.
que deu ensejo à última repactuação.
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Conhecimentos Específicos
Parágrafo único. Os efeitos financeiros da repactua- contratante, a Administração deverá efetuar o pagamento
ção deverão ocorrer exclusivamente para os itens que a seguindo estritamente as regras contratuais de fatura-
motivaram e apenas em relação à diferença porventura mento dos serviços demandados e executados, concomi-
existente. tantemente com a realização, se necessário e cabível, de
Art. 59. As repactuações não interferem no direito adequação contratual do quantitativo necessário, com ba-
das partes de solicitar, a qualquer momento, a manuten- se na alínea “b” do inciso I do art. 65 da Lei nº 8.666, de
ção do equilíbrio econômico dos contratos com base no 1993.
disposto no art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
Art. 60. A empresa contratada para a execução de Seção IV
remanescente de serviço tem direito à repactuação nas Das Hipóteses de Retenção da Garantia
mesmas condições e prazos a que fazia jus a empresa an- e de Créditos da Contratada
teriormente contratada, devendo os seus preços serem Art. 64. Quando da rescisão dos contratos de servi-
corrigidos antes do início da contratação, conforme de- ços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra,
termina o inciso XI do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993. o fiscal administrativo deve verificar o pagamento pela
Art. 61. O reajuste em sentido estrito, como espécie contratada das verbas rescisórias ou dos documentos que
de reajuste contratual, consiste na aplicação de índice de comprovem que os empregados serão realocados em ou-
correção monetária previsto no contrato, que deverá re- tra atividade de prestação de serviços, sem que ocorra a
tratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a interrupção do contrato de trabalho.
adoção de índices específicos ou setoriais. Art. 65. Até que a contratada comprove o disposto
§ 1º É admitida estipulação de reajuste em sentido no artigo anterior, o órgão ou entidade contratante deverá
estrito nos contratos de prazo de duração igual ou supe- reter:
rior a um ano, desde que não haja regime de dedicação I - a garantia contratual, conforme art. 56 da Lei nº
exclusiva de mão de obra. 8.666, de 1993, prestada com cobertura para os casos de
§ 2º O reajuste em sentido estrito terá periodicidade descumprimento das obrigações de natureza trabalhista e
igual ou superior a um ano, sendo o termo inicial do pe- previdenciária pela contratada, que será executada para
ríodo de correção monetária ou reajuste, a data prevista reembolso dos prejuízos sofridos pela Administração,
para apresentação da proposta ou do orçamento a que es- nos termos da legislação que rege a matéria; e
sa proposta se referir, ou, no caso de novo reajuste, a da- II - os valores das Notas fiscais ou Faturas corres-
ta a que o anterior tiver se referido. pondentes em valor proporcional ao inadimplemento, até
§ 3º São nulos de pleno direito quaisquer expedien- que a situação seja regularizada.
tes que, na apuração do índice de reajuste, produzam Parágrafo único. Na hipótese prevista no inciso II
efeitos financeiros equivalentes aos de reajuste de perio- do caput, não havendo quitação das obrigações por parte
dicidade inferior à anual. da contratada no prazo de quinze dias, a contratante po-
§ 4º Nos casos em que o valor dos contratos de ser- derá efetuar o pagamento das obrigações diretamente aos
viços continuados sejam preponderantemente formados empregados da contratada que tenham participado da
pelos custos dos insumos, poderá ser adotado o reajuste execução dos serviços objeto do contrato.
de que trata este artigo. Art. 66. O órgão ou entidade poderá ainda:
I - nos casos de obrigação de pagamento de multa
Subseção VII pela contratada, reter a garantia prestada a ser executada
Da Desconformidade da Proposta conforme legislação que rege a matéria; e
Art. 62. O fiscal técnico, na fase da execução con- II - nos casos em que houver necessidade de ressar-
tratual, ao verificar que houve subdimensionamento da cimento de prejuízos causados à Administração, nos
produtividade pactuada, sem perda da qualidade na exe- termos do inciso IV do art. 80 da Lei n.º 8.666, de 1993,
cução do serviço, deverá comunicar à autoridade compe- reter os eventuais créditos existentes em favor da contra-
tente do setor de licitações para que esta promova a ade- tada decorrentes do contrato.
quação contratual à produtividade efetivamente realiza- Parágrafo único. Se a multa for de valor superior ao
da, respeitando-se os limites de alteração dos valores valor da garantia prestada, além da perda desta, respon-
contratuais previstos no § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, derá a contratada pela sua diferença, a qual será descon-
de 1993. tada dos pagamentos eventualmente devidos pela Admi-
Art. 63. A contratada deverá arcar com o ônus de- nistração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicial-
corrente de eventual equívoco no dimensionamento dos mente;
quantitativos de sua proposta, devendo complementá-los
caso o previsto inicialmente em sua proposta não seja sa- Seção V
tisfatório para o atendimento ao objeto da licitação, exce- Do Processo de Pagamento
to quando ocorrer algum dos eventos arrolados nos inci- Art. 67. O pagamento deverá ser efetuado em con-
sos do § 1º do art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993. sonância com as regras previstas no Anexo XI.
§ 1º O disposto no caput deve ser observado ainda
para os custos variáveis decorrentes de fatores futuros e Seção VI
incertos, tais como os valores providos com o quantitati- Das Sanções
vo de vale-transporte. Art. 68. Identificada a infração ao contrato, inclusi-
§ 2º Caso o eventual equívoco no dimensionamento ve quanto à inobservância do prazo fixado para apresen-
dos quantitativos se revele superior às necessidades da tação da garantia, o órgão ou entidade deverá providen-
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Conhecimentos Específicos
ciar a autuação de procedimento administrativo específi- §2º Incluem-se na previsão do §1º deste artigo, as
co para aplicação de sanções à contratada e a consequen- respectivas renovações ou prorrogações de vigência des-
te rescisão contratual, se for o caso, de acordo com as re- ses contratos, ainda que venham a ocorrer já na vigência
gras previstas no ato convocatório, na legislação correla- desta Instrução Normativa. (Incluído pela Instrução
ta e nas orientações estabelecidas em normativo interno Normativa nº 7, de 2018)
do órgão ou entidade, quando houver, podendo utilizar
como referência os Cadernos de Logística disponibiliza-
GLEISSON CARDOSO RUBIN
dos pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planeja-
mento, Desenvolvimento e Gestão.
ANEXO I
Seção VII DEFINIÇÕES
Do Encerramento dos Contratos I - AUTORIDADE COMPETENTE DO SETOR
Art. 69. Os fiscais do contrato deverão promover as DE LICITAÇÕES: A referida autoridade, para fins do
atividades de transição contratual observando, no que disposto nesta Instrução Normativa, é aquela que possui
couber: poder de decisão indicada na lei ou regimento interno do
I - a adequação dos recursos materiais e humanos órgão ou entidade como responsável pelas licitações,
necessários à continuidade do serviço por parte da Ad- contratos, ou ordenação de despesas, podendo haver
ministração; mais de uma designação a depender da estrutura regi-
II - a transferência final de conhecimentos sobre a mental.
execução e a manutenção do serviço; II - BENEFÍCIOS MENSAIS E DIÁRIOS: benefí-
III - a devolução ao órgão ou entidade dos equipa- cios concedidos ao empregado, estabelecidos em legisla-
mentos, espaço físico, crachás, dentre outros; e ção, Acordo ou Convenção Coletiva, tais como os relati-
IV - outras providências que se apliquem. vos a transporte, auxílio-alimentação, assistência médica
Art. 70. Os fiscais deverão elaborar relatório final e familiar, seguro de vida, invalidez, funeral, dentre ou-
acerca das ocorrências da fase de execução do contrato, tros.
após a conclusão da prestação do serviço, para ser utili- III - CONTA-DEPÓSITO VINCULADA - BLO-
zado como fonte de informações para as futuras contra- QUEADA PARA MOVIMENTAÇÃO: conta aberta pe-
tações. la Administração em nome da empresa contratada, desti-
nada exclusivamente ao pagamento de férias, 13º (déci-
CAPÍTULO VI mo terceiro) salário e verbas rescisórias aos trabalhado-
DISPOSIÇÕES FINAIS res da contratada, não se constituindo em um fundo de
Art. 71. A Secretaria de Gestão do Ministério do reserva, utilizada na contratação de serviços com dedica-
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão poderá desen- ção exclusiva de mão de obra.
volver, propor e implementar modelos, mecanismos, IV - CREDENCIAMENTO: ato administrativo de
processos e procedimentos para a contratação de deter- chamamento público destinado à pré-qualificação de to-
minados serviços pelos órgãos e entidades. dos os interessados que preencham os requisitos previa-
Art. 72. Para a execução de projeto piloto, a Central mente determinados no ato convocatório, visando futura
de Compras do Ministério do Planejamento, Desenvol- contratação, pelo preço definido pela Administração.
vimento e Gestão poderá, desde que justificado nos autos V - CUSTO DE REPOSIÇÃO DO PROFISSIO-
do processo respectivo, afastar a aplicação desta Instru- NAL AUSENTE: custo necessário para substituir, no
ção Normativa, naquilo que for incompatível com a ela- posto de trabalho, o profissional que está em gozo de fé-
boração da nova modelagem de contratação, desde que rias ou em caso de suas ausências legais, dentre outros.
observados os princípios gerais de licitação e a legisla- VI - CUSTOS INDIRETOS: os custos envolvidos
ção respectiva. na execução contratual decorrentes dos gastos da contra-
Art. 73. Os casos omissos serão dirimidos pela Se- tada com sua estrutura administrativa, organizacional e
cretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, De- gerenciamento de seus contratos, calculados mediante
senvolvimento e Gestão, que poderá expedir normas incidência de um percentual sobre o somatório do efeti-
complementares, em especial sobre a fase de Planeja- vamente executado pela empresa, a exemplo da remune-
mento das Contratações, as sistemáticas de fiscalização ração, benefícios mensais e diários, insumos diversos,
contratual e repactuação, e os eventuais valores máximos encargos sociais e trabalhistas, tais como os dispêndios
ou de referência nas contratações dos serviços, bem co- relativos a:
mo disponibilizar em meio eletrônico informações adici- a) funcionamento e manutenção da sede, aluguel,
onais. água, luz, telefone, Imposto Predial Territorial Urbano
Art. 74. Fica revogada a Instrução Normativa nº 2, (IPTU), dentre outros;
de 30 de abril de 2008. b) pessoal administrativo;
Art. 75. Esta Instrução Normativa entra em vigor c) material e equipamentos de escritório;
cento e vinte dias após sua publicação. d) preposto; e
§ 1 º Permanecem regidos pela Instrução Normativa e) seguros.
nº 2, de 2008, todos os contratos decorrentes dos proce- VII - ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS:
dimentos administrativos autuados ou registrados até a custos de mão de obra decorrentes da legislação traba-
data de entrada em vigor desta norma. (Incluído pela Ins- lhista e previdenciária, estimados em função das ocor-
trução Normativa nº 7, de 2018) rências verificadas na empresa e das peculiaridades da
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Conhecimentos Específicos
contratação, calculados mediante incidência percentual quado, para caracterizar o serviço a ser contratado e ori-
sobre a remuneração. entar a execução e a fiscalização contratual.
VIII - GERENCIAMENTO DE RISCOS: processo XIX - REMUNERAÇÃO: soma do salário-base
para identificar, avaliar, tratar, administrar e controlar percebido pelo profissional, em contrapartida pelos ser-
potenciais eventos ou situações, para fornecer razoável viços prestados, com os adicionais cabíveis, tais como
certeza quanto ao alcance dos objetivos da organização. hora extra, adicional de insalubridade, adicional de peri-
IX - INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO DE RE- culosidade, adicional de tempo de serviço, adicional de
SULTADO (IMR): mecanismo que define, em bases risco de vida e demais que se fizerem necessários.
compreensíveis, tangíveis, objetivamente observáveis e XX - REPACTUAÇÃO: forma de manutenção do
comprováveis, os níveis esperados de qualidade da pres- equilíbrio econômico-financeiro do contrato que deve ser
tação do serviço e respectivas adequações de pagamento. utilizada para serviços continuados com dedicação ex-
X - INSUMOS: uniformes, materiais, utensílios, clusiva da mão de obra, por meio da análise da variação
suprimentos, máquinas, equipamentos, entre outros, uti- dos custos contratuais, devendo estar prevista no ato
lizados diretamente na execução dos serviços. convocatório com data vinculada à apresentação das
XI - LUCRO: ganho decorrente da exploração da propostas, para os custos decorrentes do mercado, e com
atividade econômica, calculado mediante incidência per- data vinculada ao Acordo ou à Convenção Coletiva ao
centual sobre o efetivamente executado pela empresa, a qual o orçamento esteja vinculado, para os custos decor-
exemplo da remuneração, benefícios mensais e diários, rentes da mão de obra.
encargos sociais e trabalhistas, insumos diversos e custos XXI - ROTINA DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS:
indiretos. detalhamento das tarefas que deverão ser executadas em
XII - MAPA DE RISCOS: documento elaborado determinados intervalos de tempo, sua ordem de execu-
para identificação dos principais riscos que permeiam o ção, especificações, duração e frequência.
procedimento de contratação e das ações para controle, XXII - SALÁRIO: valor a ser efetivamente pago ao
prevenção e mitigação dos impactos. profissional envolvido diretamente na execução contra-
XIII - ORDEM DE SERVIÇO: documento utiliza- tual, não podendo ser inferior ao estabelecido em Acordo
do pela Administração para solicitação, acompanhamen- ou Convenção Coletiva, Sentença Normativa ou lei.
to e controle de tarefas relativas à execução dos contratos Quando da inexistência destes, o valor poderá ser aquele
de prestação de serviços, especialmente os de tecnologia praticado no mercado ou apurado em publicações ou
de informação, que deverá estabelecer quantidades, es- pesquisas setoriais para a categoria profissional corres-
timativas, prazos e custos da atividade a ser executada, e pondente.
possibilitar a verificação da conformidade do serviço XXIII - TAREFAS EXECUTIVAS: atividades ma-
executado com o solicitado. teriais acessórias, instrumentais ou complementares rela-
XIV - PAGAMENTO PELO FATO GERADOR: cionadas aos assuntos que constituem área de competên-
situação de fato ou conjunto de fatos, prevista na lei ou cia legal dos órgãos e entidades no cumprimento da sua
contrato, necessária e suficiente a sua materialização, missão institucional.
que gera obrigação de pagamento do contratante à con- XXIV - UNIDADE DE MEDIDA: parâmetro de
tratada. medição adotado pela Administração para possibilitar a
XV - PLANILHA DE CUSTOS E FORMAÇÃO quantificação dos serviços e a aferição dos resultados.
DE PREÇOS: documento a ser utilizado para detalhar os
componentes de custo que incidem na formação do preço
dos serviços, podendo ser adequado pela Administração 20.3. SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DOS
em função das peculiaridades dos serviços a que se des- RECURSOS DE TECNOLOGIA DA INFORMA-
tina, no caso de serviços continuados. ÇÃO – SISP (DECRETO Nº 7.579/2011)
XVI - PLANO ANUAL DE CONTRATAÇÕES:
documento que consolida informações sobre todos os Dispõe sobre o Sistema de Administração
itens que o órgão ou entidade planeja contratar no exer- dos Recursos de Tecnologia da Informação
cício subsequente, acompanhado dos respectivos Estudos - SISP, do Poder Executivo federal.
Preliminares e Gerenciamento de Riscos, conforme regu- A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das
lamento a ser expedido pela Secretaria de Gestão do Mi- atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea
nistério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
“a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts.
XVII - PRODUTIVIDADE: capacidade de realiza-
30 e 31 do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967,
ção de determinado volume de tarefas, em função de
e no art. 27, inciso XVII, da Lei nº 10.683, de 28 de maio de
uma determinada rotina de execução de serviços, consi-
2003,
derando-se os recursos humanos, materiais e tecnológi-
cos disponibilizados, o nível de qualidade exigido e as DECRETA:
condições do local de prestação do serviço. Art. 1º Ficam organizados sob a forma de sistema,
XVIII - PROJETO BÁSICO OU TERMO DE RE- com a denominação de Sistema de Administração dos
FERÊNCIA: documento que deverá conter os elementos Recursos de Tecnologia da Informação - SISP, o plane-
técnicos capazes de propiciar a avaliação do custo, pela jamento, a coordenação, a organização, a operação, o
Administração, com a contratação e os elementos técni- controle e a supervisão dos recursos de tecnologia da in-
cos necessários e suficientes, com nível de precisão ade- formação dos órgãos e entidades da administração públi-
ca federal direta, autárquica e fundacional, em articula-
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Conhecimentos Específicos
ção com os demais sistemas utilizados direta ou indire- de tecnologia da informação das autarquias e das funda-
tamente na gestão da informação pública federal. ções públicas; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.230,
Parágrafo único. É facultada às empresas públicas e de 2020)
às sociedades de economia mista a participação no SISP, V - como Órgãos Correlatos, representados pelos
cujas condições devem constar de termo próprio a ser seus titulares, as unidades desconcentradas e formalmen-
firmado entre os dirigentes das entidades e o titular do te constituídas de administração dos recursos de tecnolo-
Órgão Central do SISP. gia da informação nos Órgãos Setoriais e Seccionais.
Art. 2º O SISP tem por finalidade: Parágrafo único. Poderão colaborar com o SISP,
I - assegurar ao Governo federal suporte de infor- mediante acordos específicos com o Órgão Central, ou-
mação adequado, dinâmico, confiável e eficaz; tras entidades do Poder Público e entidades da iniciativa
II - facilitar aos interessados a obtenção das infor- privada interessadas no desenvolvimento de projetos de
mações disponíveis, resguardados os aspectos de dispo- interesse comum.
nibilidade, integridade, confidencialidade e autenticida- Art. 4º Compete ao Órgão Central do SISP:
de, bem como restrições administrativas e limitações le- I - orientar e administrar os processos de planeja-
gais; mento estratégico, de coordenação geral e de normaliza-
III - promover a integração e a articulação entre ção relativos aos recursos de tecnologia da informação
programas de governo, projetos e atividades, visando à abrangidos pelo SISP;
definição de políticas, diretrizes e normas relativas à ges- II - definir, elaborar, divulgar e implementar, com
tão dos recursos de tecnologia da informação; apoio da Comissão de Coordenação, as políticas, diretri-
IV - estimular o uso racional dos recursos de tecno- zes e normas gerais relativas à gestão dos recursos do
logia da informação, no âmbito do Poder Executivo fede- SISP e ao processo de compras do Governo na área de
ral, visando à melhoria da qualidade e da produtividade tecnologia da informação; (Revigorado pelo Decreto nº
do ciclo da informação; 11.736, de 2023)
V - estimular o desenvolvimento, a padronização, a III - promover a elaboração de planos de formação,
integração, a interoperabilidade, a normalização dos ser- desenvolvimento e treinamento do pessoal envolvido na
viços de produção e a disseminação de informações; área de abrangência do SISP;
(Redação dada pelo Decreto nº 10.230, de 2020) IV - incentivar ações prospectivas, com vistas ao
VI - propor adaptações institucionais necessárias ao acompanhamento das inovações técnicas da área de tec-
aperfeiçoamento dos mecanismos de gestão dos recursos nologia da informação, de forma a atender às necessida-
de tecnologia da informação; des de modernização dos serviços dos órgãos e das enti-
VII - estimular e promover a formação, o desenvol- dades abrangidos pelo SISP; (Redação dada pelo Decre-
vimento e o treinamento dos servidores que atuam na to nº 9.488, de 2018) (Vigência)
área de tecnologia da informação; e V - promover a disseminação de políticas, diretri-
VIII - definir a política estratégica de gestão de tec- zes, normas e informações disponíveis, de interesse co-
nologia da informação do Poder Executivo federal. mum, entre os órgãos e as entidades abrangidos pelo
§ 1º Consideram-se recursos de tecnologia da in- SISP; e (Redação dada pelo Decreto nº 9.488, de 2018)
formação o conjunto formado pelos bens e serviços de (Vigência)
tecnologia da informação que constituem a infraestrutura VI - analisar, desenvolver, propor e implementar
tecnológica de suporte automatizado ao ciclo da infor- modelos, mecanismos, processos e procedimentos para
mação, que envolve as atividades de produção, coleta, aquisição, contratação e gestão centralizadas de bens e
tratamento, armazenamento, transmissão, recepção, co- serviços comuns de tecnologia da informação e comuni-
municação e disseminação. cação pelos órgãos e pelas entidades abrangidos pelo
§ 2º A gestão e a governança da segurança da in- SISP. (Redação dada pelo Decreto nº 9.488, de 2018)
formação dos órgãos integrantes do SISP são disciplina- (Vigência)
das pelo disposto no Decreto nº 9.637, de 26 de dezem- Art. 5º Compete à Comissão de Coordenação do
bro de 2018, e pelos dispositivos correlatos. (Redação SISP: (Revigorado pelo Decreto nº 11.736, de 2023)
dada pelo Decreto nº 10.230, de 2020) I - participar da elaboração e implementação das políti-
Art. 3º Integram o SISP: cas, diretrizes e normas gerais relativas à gestão dos recursos
I - como Órgão Central, a Secretaria de Governo do SISP e ao processo de compras do Governo na área de
Digital do Ministério da Gestão e da Inovação em Servi- tecnologia da informação; (Revigorado pelo Decreto nº
ços Públicos; (Redação dada pelo Decreto nº 11.736, de 11.736, de 2023)
2023) II - assessorar o Órgão Central do SISP no cumpri-
II - como Órgãos Setoriais, representadas por seus mento de suas atribuições; (Revigorado pelo Decreto nº
titulares, as unidades de administração dos recursos de 11.736, de 2023)
tecnologia da informação dos Ministérios e dos órgãos III - promover o intercâmbio de conhecimento entre
da Presidência da República; seus participantes e homogeneizar o entendimento das
III - a Comissão de Coordenação, formada pelos re- políticas, diretrizes e normas gerais relativas ao SISP; e
presentantes dos Órgãos Setoriais, presidida por repre- (Revigorado pelo Decreto nº 11.736, de 2023)
sentante do Órgão Central; (Revigorado pelo Decreto nº IV - acompanhar e avaliar os resultados da regula-
11.736, de 2023) mentação emanada do Órgão Central do SISP, e propor
IV - como Órgãos Seccionais, representadas por ajustamentos. (Revigorado pelo Decreto nº 11.736, de
seus titulares, as unidades de administração dos recursos 2023)
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Conhecimentos Específicos
Art. 6º Compete aos Órgãos Setoriais do SISP: Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de sua
I - coordenar, planejar, articular e controlar as ações publicação.
relativas aos recursos de tecnologia da informação, no Art. 11. Fica revogado o Decreto nº 1.048, de 21 de
âmbito dos respectivos Ministérios ou órgãos da Presi- janeiro de 1994.
dência da República; Brasília, 11 de outubro de 2011; 190º da Indepen-
II - fornecer subsídios ao Órgão Central do SISP, dência e 123º da República.
por intermédio da Comissão de Coordenação, para a de- DILMA ROUSSEFF
finição e elaboração de políticas, diretrizes e normas ge- Miriam Belchior
rais relativas ao SISP; (Revigorado pelo Decreto nº
11.736, de 2023)
III - cumprir e fazer cumprir, por meio de políticas, 20.4. ALIENAÇÃO, A CESSÃO, A TRANSFE-
diretrizes, normas e projetos setoriais, as políticas, dire- RÊNCIA, A DESTINAÇÃO E A DISPOSIÇÃO FI-
trizes e normas gerais emanadas do Órgão Central do NAL AMBIENTALMENTE ADEQUADAS DE
SISP; e BENS MÓVEIS NO ÂMBITO DA ADMINISTRA-
IV - participar, como membro da Comissão de Co- ÇÃO PÚBLICA FEDERAL (DECRETO Nº
ordenação, dos encontros de trabalho programados para 9.373/2018);
tratar de assuntos relacionados ao SISP. (Revigorado pe- Dispõe sobre a alienação, a cessão, a trans-
lo Decreto nº 11.736, de 2023) ferência, a destinação e a disposição final
Art. 7º Compete aos Órgãos Seccionais do SISP: ambientalmente adequadas de bens móveis
I - cumprir e fazer cumprir, por meio de políticas, no âmbito da administração pública federal
diretrizes, normas e projetos seccionais, as políticas, di- direta, autárquica e fundacional.
retrizes e normas emanadas do Órgão Setorial do SISP a
que estão vinculados; O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das
II - subsidiar o Órgão Setorial do SISP a que estão atribuições que lhe confere o art. 84, caput , incisos IV e
vinculados na elaboração de políticas, diretrizes, normas VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o dis-
e projetos setoriais; e posto na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e na Lei
III - participar dos encontros de trabalho programa- nº 12.305, de 2 de agosto de 2010,
dos para tratar de assuntos relacionados ao SISP.
DECRETA:
Art. 8º Compete aos Órgãos Correlatos do SISP:
I - subsidiar a unidade de tecnologia da informação Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a alienação, a ces-
de seu respectivo Órgão Setorial ou Seccional no cum- são, a transferência, a destinação e a disposição final
primento das políticas, diretrizes e normas gerais relati- ambientalmente adequadas de bens móveis no âmbito da
vas ao SISP; administração pública federal direta, autárquica e funda-
II - subsidiar a unidade de tecnologia da informação cional.
de seu respectivo Órgão Setorial ou Seccional na elabo- Art. 2º No cumprimento ao disposto neste Decreto,
ração de políticas, diretrizes, normas e projetos setoriais aplicam-se os princípios e objetivos da Política Nacional
ou seccionais; e de Resíduos Sólidos, conforme o disposto na Lei nº
III - participar dos encontros de trabalho programa- 12.305, de 2 de agosto de 2010 , em especial:
dos para tratar de assuntos relacionados ao SISP. I - a ecoeficiência, mediante a compatibilização en-
Art. 9º O Órgão Central do SISP editará as normas tre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e ser-
complementares necessárias à implantação e ao funcio- viços qualificados que satisfaçam as necessidades huma-
namento do SISP. (Redação dada pelo Decreto nº nas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto
10.230, de 2020) ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível,
Art. 9º-A O Órgão Central do SISP estabelecerá os no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação es-
limites de valores a partir dos quais os órgãos setoriais, timada do planeta;
seccionais e correlatos do SISP submeterão processos de II - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sóli-
contratação de bens ou serviços de tecnologia da infor- dos, que considere as variáveis ambiental, social, cultu-
mação e comunicação à sua aprovação. (Redação dada ral, econômica, tecnológica e de saúde pública;
pelo Decreto nº 10.230, de 2020) III - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 10.230, vida dos produtos;
de 2020) IV - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável
Art. 9º-B As aquisições e as contratações centrali- e reciclável como um bem econômico e de valor social,
zadas de bens e serviços comuns de tecnologia da infor- gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; e
mação e comunicação serão realizadas pelo Ministério V - não geração, redução, reutilização, reciclagem e
da Economia, com acompanhamento do Órgão Central tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final am-
do SISP. (Redação dada pelo Decreto nº 10.230, de bientalmente adequada dos rejeitos.
2020) Art. 3º Para que seja considerado inservível, o bem
Art. 9º-C Os cargos dos titulares dos órgãos do será classificado como:
SISP serão ocupados, preferencialmente, por servidores I - ocioso - bem móvel que se encontra em perfeitas
públicos efetivos, empregados públicos ou militares. condições de uso, mas não é aproveitado;
(Redação dada pelo Decreto nº 10.230, de 2020) II - recuperável - bem móvel que não se encontra
em condições de uso e cujo custo da recuperação seja de
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
até cinquenta por cento do seu valor de mercado ou cuja II - das empresas públicas federais ou das socieda-
análise de custo e benefício demonstre ser justificável a des de economia mista federais prestadoras de serviço
sua recuperação; público, desde que a doação se destine à atividade fim
III - antieconômico - bem móvel cuja manutenção por elas prestada; (Redação dada pelo Decreto nº
seja onerosa ou cujo rendimento seja precário, em virtu- 10.340, de 2020)
de de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletis- III - dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
mo; ou pios e de suas autarquias e fundações públicas; (Redação
IV - irrecuperável - bem móvel que não pode ser dada pelo Decreto nº 10.340, de 2020)
utilizado para o fim a que se destina devido à perda de IV - de organizações da sociedade civil, incluídas as
suas características ou em razão de ser o seu custo de re- organizações sociais a que se refere a Lei nº 9.637, de 15
cuperação mais de cinquenta por cento do seu valor de de maio de 1998, e as organizações da sociedade civil de
mercado ou de a análise do seu custo e benefício de- interesse público a que se refere a Lei nº 9.790, de 23 de
monstrar ser injustificável a sua recuperação. março de 1999; ou (Redação dada pelo Decreto nº
Art. 4º A cessão, modalidade de movimentação de 10.340, de 2020)
bens de caráter precário e por prazo determinado, com V - de associações e de cooperativas que atendam
transferência de posse, poderá ser realizada nas seguintes aos requisitos previstos no Decreto nº 5.940, de 25 de
hipóteses: outubro de 2006. (Redação dada pelo Decreto nº 10.340,
I - entre órgãos da União; de 2020)
II - entre a União e as autarquias e fundações públi- Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 10.340,
cas federais; ou de 2020)
III - entre a União e as autarquias e fundações pú- Art. 9º Os alienatários e beneficiários da transferên-
blicas federais e os Estados, o Distrito Federal e os Mu- cia se responsabilizarão pela destinação final ambiental-
nicípios e suas autarquias e fundações públicas. mente adequada dos bens móveis inservíveis.
Parágrafo único. A cessão dos bens não considera- Art. 10. As classificações e avaliações de bens serão
dos inservíveis será admitida, excepcionalmente, medi- efetuadas por comissão especial, instituída pela autorida-
ante justificativa da autoridade competente. de competente e composta por três servidores do órgão
Art. 5º A transferência, modalidade de movimenta- ou da entidade, no mínimo.
ção de caráter permanente, poderá ser: Art. 11. Sem prejuízo da observância aos princípios
I - interna - quando realizada entre unidades organi- e objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos,
zacionais, dentro do mesmo órgão ou entidade; ou conforme o disposto na Lei nº 12.305, de 2010 , este De-
II - externa - quando realizada entre órgãos da Uni- creto não se aplica:
ão. I - ao Ministério da Defesa e aos Comandos da Ma-
Parágrafo único. A transferência externa de bens rinha, do Exército e da Aeronáutica;
não considerados inservíveis será admitida, excepcio- II - à Secretaria Especial da Receita Federal do Bra-
nalmente, mediante justificativa da autoridade competen- sil do Ministério da Economia, quanto a bens apreendi-
te. dos; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.340, de 2020)
Art. 6º Os bens móveis inservíveis ociosos e os re- III - aos órgãos e às entidades com finalidades
cuperáveis poderão ser reaproveitados, mediante transfe- agropecuárias, industriais ou comerciais, quanto à venda
rência interna ou externa. de bens móveis por eles produzidos ou comercializados.
Art. 7º Os bens móveis inservíveis cujo reaprovei- Art. 12. Observada a legislação aplicável às licita-
tamento seja considerado inconveniente ou inoportuno ções e aos contratos no âmbito da administração pública
serão alienados em conformidade com a legislação apli- federal direta, autárquica e fundacional, os bens móveis
cável às licitações e aos contratos no âmbito da adminis- adquiridos pela União, autarquias e fundações públicas
tração pública federal direta, autárquica e fundacional, federais para a execução descentralizada de programa
indispensável a avaliação prévia. federal poderão ser doados à União, aos Estados, ao Dis-
Parágrafo único. Verificada a impossibilidade ou a trito Federal e aos Municípios e às suas autarquias e fun-
inconveniência da alienação do bem classificado como dações públicas e aos consórcios intermunicipais, para
irrecuperável, a autoridade competente determinará sua exclusiva utilização pelo órgão ou entidade executor do
destinação ou disposição final ambientalmente adequada, programa.
nos termos da Lei nº 12.305, de 2010. Parágrafo único. Na hipótese do caput, quando se
Art. 8º Na hipótese de se tratar de bem móvel inser- tratar de bem móvel permanente, o seu tombamento po-
vível, a doação prevista na alínea “a” do inciso II do ca- derá ser feito diretamente no patrimônio do donatário,
put do art. 17 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, lavrando-se registro no processo administrativo compe-
permitida exclusivamente para fins e uso de interesse so- tente.
cial, após avaliação de sua oportunidade e conveniência Art. 13. O disposto no art. 8º não se aplica às aero-
socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma naves, simuladores e demais produtos aeronáuticos cedi-
de alienação, poderá ser feita em favor: (Redação dada dos, até a data de publicação deste Decreto, para utiliza-
pelo Decreto nº 10.340, de 2020) ção na formação e adestramento de pessoal de aviação
I - da União, de suas autarquias e de suas fundações civil, pela Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC a
públicas; (Redação dada pelo Decreto nº 10.340, de aeroclubes, que poderão ser a estes doados, dispensada a
2020) licitação, desde que comprovados os fins e uso de inte-
resse social e após avaliação de sua oportunidade e con-
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Conhecimentos Específicos
veniência socioeconômica, relativamente à escolha de
outra forma de alienação. 21. GOVERNO DIGITAL:
Parágrafo único. O disposto no caput também se
aplica às aeronaves, simuladores e demais produtos ae- 21.1. GOVERNO DIGITAL (DECRETO
ronáuticos doados pela União e revertidos ao patrimônio 10.332/2020)
da ANAC por descumprimento do encargo até a publica- Institui a Estratégia de Governo Digital pa-
ção deste Decreto. ra o período de 2020 a 2022, no âmbito dos
Art. 13-A. A Agência Nacional de Águas - ANA, órgãos e das entidades da administração
poderá doar, dispensada a licitação, à Companhia de pública federal direta, autárquica e funda-
Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM, ou a outra em- cional e dá outras providências.
presa pública federal prestadora de serviço público, bens
móveis utilizados no acompanhamento, na operação e na O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da
manutenção de estações hidrometeorológicas, desde que atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI,
comprovados os fins e o uso de interesse social na pres- alínea “a” da Constituição,
tação de serviço público, inclusive o uso na Rede Hi-
DECRETA:
drometeorológica Nacional, e, após avaliação de sua
oportunidade e conveniência socioeconômica, relativa- Art. 1º Fica instituída a Estratégia de Governo Digi-
mente à escolha de outra forma de alienação. (Incluído tal para o período de 2020 a 2023, na forma do Anexo,
pelo Decreto nº 10.340, de 2020) no âmbito dos órgãos e das entidades da administração
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 10.340, pública federal direta, autárquica e fundacional. (Reda-
de 2020) ção dada pelo Decreto nº 11.260, de 2022)
Art. 14. Os equipamentos, as peças e os componen- Art. 2º Os órgãos e as entidades instituirão Comitê
tes de tecnologia da informação e comunicação classifi- de Governança Digital, nos termos do disposto no
cados como ociosos, recuperáveis ou antieconômicos Decreto nº 9.759, de 11 de abril de 2019, para deliberar
poderão ser doados: (Redação dada pelo Decreto nº sobre os assuntos relativos à implementação das ações de
10.340, de 2020) governo digital e ao uso de recursos de tecnologia da
I - a organizações da sociedade civil de interesse informação e comunicação.
público e a organizações da sociedade civil que partici- § 1º O Comitê de Governança Digital será
pem do programa de inclusão digital do Governo federal; composto:
ou (Incluído pelo Decreto nº 10.340, de 2020) I - por um representante da Secretaria-Executiva ou
II - a organizações da sociedade civil que compro- da unidade equivalente, que o presidirá;
varem dedicação à promoção gratuita da educação e da II - por um representante de cada unidade
inclusão digital. (Incluído pelo Decreto nº 10.340, de finalística;
2020) III - pelo titular da unidade de tecnologia da
Art. 15. Os resíduos perigosos serão remetidos a informação e comunicação; e
pessoas jurídicas inscritas no Cadastro Nacional de Ope- IV - pelo encarregado do tratamento de dados
radores de Resíduos Perigosos, conforme o disposto no pessoais, nos termos do disposto da Lei nº 13.709, de 14
art. 38 da Lei nº 12.305, de 2010 , contratadas na forma de agosto de 2018.
da lei. § 2º Os membros do Comitê de Governança Digital,
Art. 16. Os símbolos nacionais, as armas, as muni- de que tratam os incisos I e II do caput serão ocupantes
ções, os materiais pirotécnicos e os bens móveis que de cargo em comissão de nível equivalente ou superior
apresentarem risco de utilização fraudulenta por tercei- ao nível 5 do Grupo-Direção e Assessoramento
ros, quando inservíveis, serão inutilizados em conformi- Superiores.
dade com a legislação específica. § 3º Os representantes serão indicados e designados
Art. 17. O Ministério da Economia poderá: (Reda- em ato da autoridade máxima do órgão ou da entidade.
ção dada pelo Decreto nº 10.340, de 2020) § 4º A participação no Comitê de Governança
I - expedir instruções complementares necessárias Digital será considerada prestação de serviço público
para a execução do disposto neste Decreto; e relevante, não remunerada.
II - estabelecer, por meio de sistema de tecnologia § 5º O Presidente do Comitê de Governança Digital
da informação, solução integrada e centralizada para au- poderá convidar representantes de outros órgãos e
xiliar na operacionalização das disposições deste Decre- entidades para participar de suas reuniões, sem direito a
to. voto.
Art. 18. Ficam revogados: Art. 3º Para a consecução dos objetivos
I - o Decreto nº 99.658, de 30 de outubro de 1990 ; estabelecidos na Estratégia de Governo Digital, os
e órgãos e as entidades elaborarão os seguintes
II - o Decreto nº 6.087, de 20 de abril de 2007 . instrumentos de planejamento:
Art. 19. Este Decreto entra em vigor na data de sua I - Plano de Transformação Digital, que conterá, no
publicação. mínimo, as ações de:
Brasília, 11 de maio de 2018; 197º da Independên- a) transformação digital de serviços;
cia e 130º da República. b) unificação de canais digitais; (Redação dada pelo
MICHEL TEMER Decreto nº 10.996, de 2022)
Esteves Pedro Colnago Junior
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Conhecimentos Específicos
c) interoperabilidade de sistemas; e (Redação dada VI - selecionar e alocar a força de trabalho adicional
pelo Decreto nº 10.996, de 2022) necessária para a execução da Estratégia de Governo Di-
d) segurança e privacidade; (Incluído pelo Decreto gital; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.996, de 2022)
nº 10.996, de 2022) VII - desenvolver as capacidades requeridas para as
II - Plano Diretor de Tecnologia da Informação e equipes de transformação digital, em conjunto com a
Comunicação; e Escola Nacional de Administração Pública.
III - Plano de Dados Abertos, nos termos do Parágrafo único. O Secretário de Governo Digital
disposto no Decreto nº 8.777, de 11 de maio de 2016. da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e
§ 1º Os instrumentos de planejamento de que trata o Governo Digital do Ministério da Economia editará as
caput serão: normas complementares necessárias à execução das
I - elaborados pela unidade competente dos órgãos e competências previstas no caput, de forma a garantir o
das entidades; e não retrocesso da prestação dos serviços públicos digi-
II - aprovados pelo respectivo Comitê de tais. (Redação dada pelo Decreto nº 10.996, de 2022)
Governança Digital. Art. 6º-A O período de vigência da Estratégia de
§ 2º Os órgãos e as entidades poderão elaborar Governo Digital será de quatro anos, coincidente com o
conjuntamente seus Planos de Transformação Digital, período de vigência do Plano Plurianual. (Incluído pelo
estruturados de acordo com a área temática ou com a Decreto nº 11.260, de 2022)
função de governo. Art. 7º Fica instituída a Rede Nacional de Governo
§ 3º O Plano de Transformação Digital incluirá sua Digital - Rede Gov.br, de natureza colaborativa e adesão
estratégia de monitoramento, que será pactuada com a voluntária, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
Secretaria Especial de Modernização do Estado da Federal e dos Municípios, com a finalidade de promover
Secretaria-Geral da Presidência da República. o intercâmbio de informações e a articulação de medidas
Art. 4º A Estratégia de Governo Digital observará conjuntas relacionadas à expansão da Estratégia de
as disposições da Estratégia Brasileira para a Governo Digital.
Transformação Digital - E-Digital, instituída pelo Art. 8º O Decreto nº 9.319, de 2018, passa a vigorar
Decreto nº 9.319, de 21 de março de 2018. com as seguintes alterações:
§ 1º As soluções de tecnologia da informação e “Art. 1º .................................................................
comunicação desenvolvidas ou adquiridas pelos órgãos e ..............................................................................
pelas entidades observarão as disposições da Estratégia § 2º .......................................................................
de Governo Digital. ..............................................................................
§ 2º O detalhamento do estágio de implementação II - ........................................................................
da Estratégia de Governo Digital será disponibilizado no ..............................................................................
endereço eletrônico www.gov.br/governodigital. b) cidadania e transformação digital do Governo:
Art. 5º Compete à Secretaria Especial de tornar o Governo federal mais acessível à população e
Modernização do Estado da Secretaria-Geral da mais eficiente em prover serviços ao cidadão, em
Presidência da República: consonância com a Estratégia de Governo Digital.
I - coordenar e monitorar a execução da Estratégia ...................................................................” (NR)
de Governo Digital; Art. 9º O Anexo I ao Decreto nº 9.319, de 2018,
II - coordenar a avaliação da Estratégia de Governo passa a vigorar com as seguintes alterações:
Digital; e “.............................................................................
III - monitorar a execução dos Planos de II - ………………………………………………
Transformação Digital dos órgãos e das entidades. ………………………………………………....
Parágrafo único. O Secretário Especial de 2. ……………………………………………....
Modernização do Estado da Secretaria-Geral da ……………...…………………………………
Presidência da República editará as normas Os objetivos a serem alcançados, por meio da
complementares necessárias à execução das Estratégia de Governo Digital incluem:
competências previstas no caput. - oferecer serviços públicos digitais simples e
Art. 6º Compete à Secretaria de Governo Digital da intuitivos, consolidados em plataforma única e com
Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e avaliação de satisfação disponível;
Governo Digital do Ministério da Economia: - conceder acesso amplo à informação e aos dados
I - aprovar os Planos de Transformação Digital dos abertos governamentais, para possibilitar o exercício da
órgãos e das entidades; cidadania e a inovação em tecnologias digitais;
II - coordenar as iniciativas de transformação digital - promover a integração e a interoperabilidade das
dos órgãos e das entidades; bases de dados governamentais;
III - coordenar a Rede Nacional de Governo Digital - promover políticas públicas baseadas em dados e
- Rede Gov.br e elaborar as diretrizes para adesão evidências e em serviços preditivos e personalizados,
voluntária dos interessados; com utilização de tecnologias emergentes;
IV - ofertar as tecnologias e os serviços - implementar a Lei Geral de Proteção de Dados, no
compartilhados para a transformação digital; âmbito do Governo federal, e garantir a segurança das
V - definir as normas e os padrões técnicos a serem plataformas de governo digital;
observados pelos órgãos e pelas entidades; - disponibilizar a identificação digital ao cidadão;
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Conhecimentos Específicos
- adotar tecnologia de processos e serviços VIII - adotar a ferramenta de notificações aos
governamentais em nuvem como parte da estrutura usuários da Plataforma de Cidadania Digital na
tecnológica dos serviços e setores da administração totalidade dos serviços públicos digitais; e
pública federal; IX - adotar a ferramenta de meios de pagamentos
- otimizar as infraestruturas de tecnologia da digitais da Plataforma de Cidadania Digital nos serviços
informação e comunicação; e públicos oferecidos no portal único gov.br que envolvam
- formar equipes de governo com competências cobrança de taxas do usuário, preços públicos ou
digitais.” (NR) equivalentes.” (NR)
Art. 10. O Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de Art. 11. O Decreto nº 9.094, de 17 de julho de 2017,
2016, passa a vigorar com as seguintes alterações: passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3º .................................................................... “Art. 11. ........................................................
I - o portal único gov.br, no qual as informações § 1º …………………………………………
institucionais, as notícias e os serviços públicos ……………………………………..
prestados pelo Governo federal serão disponibilizados de IV - os serviços publicados no portal único gov.br,
maneira centralizada, nos termos do disposto no Decreto nos termos do disposto no Decreto nº 8.936, de 19 de de-
nº 9.756, de 11 de abril de 2019; zembro de 2016.
………………………………………………… ………………………………………….....” (NR)
IV - a ferramenta de avaliação da satisfação dos “Art. 18 ..................................................................
usuários em relação aos serviços públicos prestados; I - no portal único gov.br; e
V - ……………………………………………… II - nos locais de atendimento, por meio de extração
………………………………………………….. das informações do portal único gov.br, em formato
c) nível de satisfação dos usuários; e impresso.” (NR)
…………………………………………………… “Art. 18-A. Fica vedado aos órgãos e às entidades
VI - o barramento de interoperabilidade de dados da administração pública federal solicitar ao usuário do
entre órgãos e entidades, que permite o serviço público requisitos, documentos, informações e
compartilhamento de dados, nos termos do disposto no procedimentos cuja exigibilidade não esteja informada
Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019; no portal único gov.br.
VII - a ferramenta de notificações aos usuários de ..................................................................................
serviços públicos; e § 2º A criação ou a alteração do rol de requisitos,
VIII - a ferramenta de meios de pagamentos digitais documentos, informações e procedimentos do serviço
para serviços públicos desenvolvida pelo órgão central público será precedida de publicação no portal único
do Sistema de Administração Financeira Federal. gov.br.
Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da § 3º A Secretaria de Governo Digital da Secretaria
administração pública federal encaminharão à Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo
de Governo Digital da Secretaria Especial de Digital do Ministério da Economia disponibilizará os
Desburocratização, Gestão e Governo Digital do meios para publicação dos serviços públicos no portal
Ministério da Economia os dados da prestação dos único gov.br e definirá as regras de acesso e
serviços públicos sob sua responsabilidade para credenciamento e os procedimentos de publicação.”
composição dos indicadores do painel de monitoramento (NR)
do portal único gov.br. “Art. 20. Os órgãos e as entidades do Poder
………………………………………….” (NR) Executivo federal utilizarão ferramenta de pesquisa de
“Art. 4º Os órgãos e as entidades da administração satisfação dos usuários dos seus serviços, disponível no
pública federal direta, autárquica e fundacional deverão, endereço eletrônico www.gov.br/governodigital e os
até 30 de junho de 2021: dados obtidos subsidiarão a reorientação e o ajuste da
……………………………………………………... prestação dos serviços.
II - cadastrar e atualizar as informações dos serviços .......................................................................” (NR)
públicos oferecidos no portal único gov.br; “Art. 20-B. A Secretaria de Governo Digital da
…………………………………………................... Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e
IV - adotar o mecanismo de acesso da Plataforma Governo Digital do Ministério da Economia publicará no
de Cidadania Digital na totalidade dos serviços públicos portal único gov.br o ranking das entidades com melhor
digitais; avaliação de serviços por parte dos usuários, de que trata
V - adotar a ferramenta de avaliação da satisfação o § 2º do art. 23 da Lei nº 13.460, de 26 de junho de
dos usuários da Plataforma de Cidadania Digital; 2017.” (NR)
VI - monitorar e implementar as ações de melhoria Art. 12. O Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de
dos serviços públicos prestados, com base nos resultados 2019, passa a vigorar com as seguintes alterações:
da avaliação de satisfação dos usuários dos serviços; “Art. 2º ....................................................................
VII - adotar o barramento de interoperabilidade da .................................................................................
Plataforma de Cidadania Digital para integração dos XXIII - requisitos de segurança da informação e
sistemas e das bases de dados dos órgãos e das entidades comunicação - ações que objetivam viabilizar e
da administração pública federal; assegurar a disponibilidade, a integridade, a
confidencialidade e a autenticidade das informações;
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Conhecimentos Específicos
XXIV - solicitante de dados - órgão ou entidade que Objetivo 2 - Avaliação de satisfação nos serviços
solicita ao gestor de dados a permissão de acesso aos digitais
dados; e
Iniciativa 2.1. Oferecer meio de avaliação de satis-
XXV - cadastro base - informação de referência,
fação padronizado para, no mínimo, cinquenta por cento
íntegra e precisa, centralizada ou descentralizada,
dos serviços públicos digitais até 2023. (Redação dada
oriunda de uma ou mais fontes, sobre elementos
pelo Decreto nº 11.260, de 2022)
fundamentais para a prestação de serviços e para a gestão
Iniciativa 2.2. Aprimorar a satisfação dos usuários
de políticas públicas, tais como pessoas, empresas,
dos serviços públicos e obter nível médio de, no mínimo,
veículos, licenças e locais.” (NR)
4,5 (quatro inteiros e cinco décimos) em escala de 5
“Art. 10. Os gestores de dados divulgarão os
(cinco) pontos, até 2022.
mecanismos de compartilhamento de seus dados e os
Iniciativa 2.3. Aprimorar a percepção de utilidade
cadastros base sob sua responsabilidade.
das informações dos serviços no portal único gov.br e
.......................................................................” (NR)
atingir, no mínimo, sessenta e cinco por cento de avalia-
“Art. 10-A. Os órgãos e as entidades poderão criar
ções positivas até 2023. (Redação dada pelo Decreto nº
novas bases de dados somente quando forem esgotadas
11.260, de 2022)
as possibilidades de utilização dos cadastros base
existentes.” (NR) Objetivo 3 - Canais e serviços digitais simples e
Art. 13. Os órgãos e as entidades que possuírem os intuitivos
instrumentos de planejamento de que trata o art. 3º deve-
Iniciativa 3.1. Estabelecer padrão mínimo de
rão revisá-los para adequar o seu conteúdo às disposi-
ções deste Decreto, no prazo de noventa dias, contado da qualidade para serviços públicos digitais, até 2020.
data de sua publicação, de forma a garantir o não retro- Iniciativa 3.2. Realizar, no mínimo, cem pesquisas
de experiência com os usuários reais dos serviços
cesso da prestação dos serviços públicos digitais. (Reda-
públicos, até 2022.
ção dada pelo Decreto nº 10.996, de 2022)
Um Governo integrado, que resulta em uma
Art. 14. Ficam revogados:
experiência consistente de atendimento para o cidadão e
I - o art. 7º do Decreto nº 8.936, de 2016;
II- o § 1º do art. 18-A do Decreto nº 9.094, de 2017; integra dados e serviços da União, dos Estados, do
III - o Decreto nº 8.638, de 15 de janeiro de 2016; e Distrito Federal e Municípios, reduzindo custos,
ampliando a oferta de serviços digitais e retira do
IV - o Decreto nº 9.584, de 26 de novembro de
cidadão o ônus do deslocamento e apresentação de
2018.
documentos.
Art. 15. Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação. Objetivo 4 - Acesso digital único aos serviços
Brasília, 28 de abril de 2020; 199º da Independência públicos
e 132º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO Iniciativa 4.1. Consolidar seiscentos e vinte e dois
Paulo Guedes domínios do Poder Executivo federal no portal único
Jorge Antonio de Oliveira Francisco gov.br, até 2022. (Redação dada pelo Decreto nº 10.996,
de 2022)
ANEXO Iniciativa 4.2. Integrar todos os Estados à Rede
Gov.br, até 2022.
A Estratégia de Governo Digital para o período de Iniciativa 4.3. Consolidar a oferta dos aplicativos
2020 a 2023 está organizada em princípios, objetivos e móveis na conta única do Governo federal nas lojas, até
iniciativas que nortearão a transformação do governo por 2020.
meio do uso de tecnologias digitais, com a promoção da Iniciativa 4.4: Ampliar a utilização do login único
efetividade das políticas e da qualidade dos serviços pú- de acesso gov.br para mil serviços públicos digitais, até
blicos e com o objetivo final de reconquistar a confiança 2022.
dos brasileiros. (Redação dada pelo Decreto nº 11.260,
de 2022) Objetivo 5 - Plataformas e ferramentas
Um Governo centrado no cidadão, que busca compartilhadas
oferecer uma jornada mais agradável e responde às suas Iniciativa 5.1. Implementar meios de pagamentos
expectativas por meio de serviços de alta qualidade. digitais para, no mínimo, trinta por cento dos serviços
Objetivo 1 - Oferta de serviços públicos digitais públicos digitais que envolvam cobrança, até 2022.
Iniciativa 5.2. Disponibilizar caixa postal do cida-
Iniciativa 1.1. Transformar cem por cento dos servi- dão, que contemplará os requisitos do domicílio eletrôni-
ços públicos digitalizáveis até 2023. (Redação dada pelo co, nos termos do disposto na Lei nº 14.129, de 29 de
Decreto nº 11.260, de 2022) março de 2021, até 2023. (Redação dada pelo Decreto nº
Iniciativa 1.2. Simplificar e agilizar a abertura, a 11.260, de 2022)
alteração e a extinção de empresas no Brasil, de forma
que esses procedimentos possam ser realizados em um Objetivo 6 - Serviços públicos integrados
dia, até 2022. Iniciativa 6.1. Interoperar os sistemas do Governo
federal, de forma que, no mínimo, seiscentos serviços
públicos disponham de preenchimento automático de in-
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Conhecimentos Específicos
formações relacionadas ao Cadastro Base do Cidadão, ao Objetivo 10 - Implementação da Lei Geral de
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica e ao Cadastro de Proteção de Dados no âmbito do Governo federal
Endereçamento Postal, até 2022. (Redação dada pelo
Iniciativa 10.1. Estabelecer método de adequação e
Decreto nº 10.996, de 2022)
conformidade dos órgãos com os requisitos da Lei Geral
Iniciativa 6.2. Ampliar para vinte a quantidade de
de Proteção de Dados, até 2020.
atributos no cadastro base do cidadão até 2023. (Redação
Iniciativa 10.2. Estabelecer plataforma de gestão da
dada pelo Decreto nº 11.260, de 2022)
privacidade e uso dos dados pessoais do cidadão, até
Iniciativa 6.3. Estabelecer quinze cadastros base de
2020.
referência para interoperabilidade do Governo federal até
2023. (Redação dada pelo Decreto nº 11.260, de 2022) Objetivo 11: Garantia da segurança das
Iniciativa 6.4. Estabelecer barramento de plataformas de governo digital e de missão crítica
interoperabilidade dos sistemas do Governo federal, até
Iniciativa 11.1. Garantir, no mínimo, noventa e
2020, de forma a garantir que pessoas, organizações e
nove por cento de disponibilidade das plataformas
sistemas computacionais compartilhem os dados.
Um Governo inteligente, que implementa políticas compartilhadas de governo digital, até 2022.
efetivas com base em dados e evidências e antecipa e Iniciativa 11.2. Implementar controles de segurança
da informação e privacidade em trinta sistemas críticos
soluciona de forma proativa as necessidades do cidadão
do Governo federal, até 2022. (Redação dada pelo De-
e das organizações, além de promover um ambiente de
creto nº 10.996, de 2022)
negócios competitivo e atrativo a investimentos.
Iniciativa 11.3. Definir padrão mínimo de segurança
Objetivo 7 - Políticas públicas baseadas em cibernética a ser aplicado nos canais e nos serviços digi-
dados e evidências tais, até 2022. (Redação dada pelo Decreto nº 10.996, de
2022)
Iniciativa 7.1. Produzir quarenta novos painéis
gerenciais de avaliação e monitoramento de políticas Objetivo 12 - Identidade digital ao cidadão
públicas, até 2022.
Iniciativa 12.1. Prover dois milhões de validações
Iniciativa 7.2. Catalogar, no mínimo, as trezentas
biométricas mensais para serviços públicos federais, até
principais bases de dados do Governo federal, até 2022.
Iniciativa 7.3. Disponibilizar o mapa de empresas o final de 2020.
no Brasil, até 2020. Iniciativa 12.2. Disponibilizar identidade digital ao
cidadão, com expectativa de emissão de quarenta
Objetivo 8 - Serviços públicos do futuro e milhões, até 2022.
tecnologias emergentes Iniciativa 12.3. Criar as condições para a expansão
e para a redução dos custos dos certificados digitais para
Iniciativa 8.1. Desenvolver, no mínimo, seis
que custem, no máximo R$ 50,00 (cinquenta reais) por
projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação com
usuário anualmente, até 2022.
parceiros do Governo federal, instituições de ensino
Iniciativa 12.4. Disponibilizar novos mecanismos
superior, setor privado e terceiro setor, até 2022.
de assinatura digital ao cidadão, até 2022.
Iniciativa 8.2. Implementar recursos de inteligência
Iniciativa 12.5. Incentivar o uso de assinaturas
artificial em, no mínimo, doze serviços públicos federais,
digitais com alto nível de segurança.
até 2022.
Iniciativa 12.6. Estabelecer critérios para adoção de
Iniciativa 8.3. Disponibilizar, pelo menos, nove
certificado de atributos para simplificação dos processos
conjuntos de dados por meio de soluções de blockchain
de qualificação de indivíduo ou entidade.
na administração pública federal, até 2022.
Iniciativa 12.7. Promover a divulgação ampla de
Iniciativa 8.4. Implementar recursos para criação de
sistemas e aplicações para uso e verificação das políticas
uma rede blockchain do Governo federal interoperável,
de assinatura com códigos abertos e interoperáveis.
com uso de identificação confiável e de algoritmos
Um Governo transparente e aberto, que atua de
seguros.
forma proativa na disponibilização de dados e
Iniciativa 8.5. Implantar um laboratório de experi-
informações e viabiliza o acompanhamento e a
mentação de dados com tecnologias emergentes até
participação da sociedade nas diversas etapas dos
2023. (Redação dada pelo Decreto nº 11.260, de 2022)
serviços e das políticas públicas.
Objetivo 9 - Serviços preditivos e personalizados
Objetivo 13 - Reformulação dos canais de
ao cidadão
transparência e dados abertos
Iniciativa 9.1. Implantar mecanismo de
Iniciativa 13.1. Integrar os portais de transparência,
personalização da oferta de serviços públicos digitais,
de dados abertos e de ouvidoria ao portal único gov.br,
baseados no perfil do usuário, até 2022.
até 2020.
Iniciativa 9.2. Ampliar a notificação ao cidadão em,
Iniciativa 13.2. Ampliar a quantidade de bases de
no mínimo, vinte e cinco por cento dos serviços digitais.
dados abertos, de forma a atingir 0,68 (sessenta e oito
Um Governo confiável, que respeita a liberdade e a
centésimos) pontos no critério de disponibilidade de
privacidade dos cidadãos e assegura a resposta adequada
dados do índice organizado pela Organização para a
aos riscos, ameaças e desafios que surgem com o uso das
Cooperação e Desenvolvimento Econômico, até 2022.
tecnologias digitais no Estado.
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Conhecimentos Específicos
Iniciativa 13.3. Melhorar a qualidade das bases de Iniciativa 16.3. Disponibilizar o Portal Nacional de
dados abertos, de forma a atingir 0,69 (sessenta e nove Contratações Públicas, até 2022. (Redação dada pelo
décimos) pontos no critério de acessibilidade de dados Decreto nº 10.996, de 2022)
do índice organizado pela Organização para a Iniciativa 16.4. (Revogado pelo Decreto nº 10.996,
Cooperação e Desenvolvimento Econômico, até 2022. de 2022)
Iniciativa 16.5. Migração de serviços de, pelo
Objetivo 14 - Participação do cidadão na
menos, trinta órgãos para a nuvem, até 2022.
elaboração de políticas públicas
Iniciativa 16.6. Negociar acordos corporativos com
Iniciativa 14.1. (Revogado pelo Decreto nº 10.996, os maiores fornecedores de tecnologia da informação e
de 2022) comunicação do governo, de forma a resultar na redução
Iniciativa 14.2. Aprimorar os meios de participação de, no mínimo, vinte por cento dos preços de lista, até
social e disponibilizar nova plataforma de participação, 2022.
até 2021.
Objetivo 17 - O digital como fonte de recursos
Objetivo 15 - Governo como plataforma para para políticas públicas essenciais
novos negócios
Iniciativa 17.1. Aprimorar a metodologia de
Iniciativa 15.1. Disponibilizar, no mínimo, vinte medição da economia de recursos com a transformação
novos serviços interoperáveis que interessem às empre- digital, até 2020.
sas e às organizações até 2023. (Redação dada pelo De- Iniciativa 17.2. Disponibilizar painel com o total de
creto nº 11.260, de 2022) economia de recursos auferida com a transformação
Iniciativa 15.2. (Revogado pelo Decreto nº 10.996, digital, até 2020.
de 2022) Iniciativa 17.3. (Revogado pelo Decreto nº 10.996,
Um Governo eficiente, que capacita seus de 2022)
profissionais nas melhores práticas e faz uso racional da
Objetivo 18 - Equipes de governo com
força de trabalho e aplica intensivamente plataformas
competências digitais
tecnológicas e serviços compartilhados nas atividades
operacionais. Iniciativa 18.1. Capacitar, no mínimo, dez mil
Iniciativa 15.3. Criar dinâmica de integração entre profissionais das equipes do Governo federal em áreas
os agentes públicos de transformação digital e o ecossis- do conhecimento essenciais para a transformação digital
tema de inovação GovTech, até 2022. (Incluído pelo Iniciativa 18.2. Difundir os princípios da
Decreto nº 10.996, de 2022) transformação digital por meio de eventos e ações de
Iniciativa 15.4. Ampliar em vinte por cento a quan- comunicação, de forma a atingir, no mínimo, cinquenta
tidade de competições de inovação abertas para a identi- mil pessoas, até 2022.
ficação ou o desenvolvimento de soluções de base tecno- Iniciativa 18.3. Promover ações com vistas ao re-
lógica para o Governo federal realizadas no âmbito do crutamento e à seleção de força de trabalho dedicada à
gov.br/desafios, até 2022. (Incluído pelo Decreto nº transformação digital e à tecnologia da informação na
10.996, de 2022) administração pública federal. (Redação dada pelo De-
Iniciativa 15.5. Sistematizar e disseminar conheci- creto nº 10.996, de 2022)
mentos sobre compras públicas de inovação, até 2022.
(Incluído pelo Decreto nº 10.996, de 2022)
Iniciativa 15.6. Incorporar a temática de GovTechs 21.2. PROGRAMA DE GESTÃO DE DESEM-
em, no mínimo, dois programas de empreendedorismo PENHO – PGD (DECRETO Nº 11.072/2022
inovador ou de transformação digital, até 2022. (Incluído O Programa de Gestão e Desempenho (PGD) é um
pelo Decreto nº 10.996, de 2022) programa indutor de melhoria de desempenho instituci-
Iniciativa 15.7. Realizar, no mínimo, dois eventos onal no serviço público, com foco na vinculação entre o
sobre o uso de GovTechs na administração pública fede- trabalho dos participantes, as entregas das unidades e
ral, com foco no marco legal das start-ups, nos termos as estratégias organizacionais. Ele foi instituído pela
do disposto na Lei Complementar nº 182, de 1º de junho Administração Pública Federal por meio do Decreto nº
de 2021, até 2022. (Incluído pelo Decreto nº 10.996, de 11.072/2022 e instruída pela Instrução Normativa nº
2022) 24/2023, estabelece orientações, critérios e procedimen-
Objetivo 16 - Otimização das infraestruturas de tos para o Programa de Gestão e Desempenho (PGD)
tecnologia da informação da Administração Pública Federal direta, autárquica e
fundacional. O PGD tem como objetivo aprimorar a
Iniciativa 16.1. Realizar, no mínimo, seis compras gestão de pessoas e o desempenho institucional, além de
centralizadas de bens e serviços comuns de tecnologia da incentivar a melhoria contínua dos serviços prestados à
informação e comunicação, até 2022. sociedade.
Iniciativa 16.2. Ampliar o compartilhamento de
soluções de software estruturantes, totalizando um novo
software por ano, até 2022.
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Conhecimentos Específicos
DECRETO Nº 11.072, DE 17 DE MAIO DE ou de conveniência e oportunidade, devidamente funda-
2022 mentadas.
§ 4º As competências de que tratam o caput e o § 3º
Dispõe sobre o Programa de Gestão e De-
poderão ser delegadas aos dois níveis hierárquicos ime-
sempenho - PGD da administração pública
diatamente inferiores com competência sobre a área de
federal direta, autárquica e fundacional.
gestão de pessoas, vedada a subdelegação.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das
Instituição e manutenção do PGD
atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e
VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o dis- Art. 4º A instituição do PGD se dará no âmbito de
posto no art. 19 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de cada autarquia, fundação pública ou unidade da adminis-
1990, tração direta de nível não inferior ao de Secretaria ou
equivalente, por meio de portaria da autoridade máxima,
DECRETA:
vedada a delegação, e preverá, no mínimo:
Objeto I - os tipos de atividades que poderão ser incluídas
no PGD;
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre o Programa de II - o quantitativo de vagas;
Gestão e Desempenho - PGD da administração pública III - as vedações à participação, se houver;
federal direta, autárquica e funcional.
IV - o eventual nível de produtividade adicional
Parágrafo único. O PGD é instrumento de gestão
exigido para o teletrabalho;
que disciplina o desenvolvimento e a mensuração das
V - o conteúdo do termo de ciência e responsabili-
atividades realizadas pelos seus participantes, com foco
dade a ser firmado entre o participante e a sua chefia
na entrega por resultados e na qualidade dos serviços imediata; e
prestados à sociedade. VI - a antecedência mínima nas convocações para o
Âmbito de aplicação agente público comparecer à sua unidade.
§ 1º No âmbito dos Gabinetes dos Ministro de Esta-
Art. 2º Este Decreto aplica-se à administração pú- do, a competência de que trata o caput será exercida pe-
blica federal direta, autárquica e fundacional, integrante lo Chefe de Gabinete.
do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - § 2º A instituição do PGD não poderá implicar dano
Sipec e do Sistema de Organização e Inovação Instituci- à manutenção da capacidade plena de atendimento ao
onal do Governo Federal - Siorg. público interno e externo.
§ 1º Este Decreto aplica-se aos seguintes agentes § 3º Serão divulgados em sítio eletrônico oficial do
públicos: órgão ou da entidade:
I - servidores públicos ocupantes de cargo efetivo; I - o ato a que se refere o caput; e
II - servidores públicos ocupantes de cargo em co- II - os resultados obtidos com o PGD.
missão; § 4º A instituição do PGD exigirá a adoção de sis-
III - empregados públicos em exercício na adminis- tema informatizado de acompanhamento e controle que
tração pública federal direta, autárquica e fundacional; permita o monitoramento eficaz do trabalho efetivamen-
IV - contratados por tempo determinado, nos termos te desenvolvido pelo agente público.
do disposto na Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993; e § 5º Os órgãos e as entidades disponibilizarão ao
V - estagiários, observado o disposto na Lei nº órgão central do Sipec e ao órgão central do Siorg as in-
11.788, de 25 de setembro de 2008. formações referentes aos respectivos PGD e a seus resul-
§ 2º Este Decreto não se aplica aos militares das tados.
Forças Armadas. § 6º A disponibilização de que trata o § 5º será rea-
Autorização para instituir o PGD lizada conforme as normas do órgão central do Sipec e
do órgão central do Siorg.
Art. 3º Os Ministros de Estado, os dirigentes máxi- § 7º Caberá às autoridades de que trata o caput do
mos dos órgãos diretamente subordinados ao Presidente art. 3º assegurar o cumprimento do disposto nos § 4º e §
da República e as autoridades máximas das entidades 5º deste artigo.
poderão autorizar a instituição do PGD para o exercício Art. 5º A instituição e a manutenção do PGD ocor-
de atividades que serão avaliadas em função da efetivi- rerão no interesse da administração e não constituirão di-
dade e da qualidade das entregas. reito do agente público.
§ 1º A substituição dos controles de assiduidade e
de pontualidade dos participantes do PGD por controle Modalidades do PGD
de entregas e resultados, independentemente da modali- Art. 6º O PGD poderá ser adotado nas seguintes
dade adotada, observará o disposto nos atos de que trata modalidades:
o art. 16. I - presencial; ou
§ 2º A instituição do PGD é ato discricionário da II - teletrabalho.
autoridade máxima do órgão ou da entidade e observará Parágrafo único. A modalidade presencial, a que se
os critérios de oportunidade e conveniência. refere o inciso I do caput, poderá ser tornada obrigatória
§ 3º A autoridade máxima do órgão ou da entidade pelas autoridades referidas no caput do art. 3º.
poderá suspender ou revogar o PGD por razões técnicas
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Conhecimentos Específicos
Seleção para adesão ao PGD to dentro do órgão ou da entidade quanto para o público
externo que necessitar contatá-lo.
Art. 7º Quando o quantitativo de interessados em
§ 7º A opção pelo teletrabalho não poderá implicar
aderir ao PGD superar o das vagas disponibilizadas, o di-
aumento de despesa para a administração pública fede-
rigente da unidade selecionará os participantes do PGD,
ral.
de modo impessoal, com base nas atividades a serem de-
sempenhadas e na experiência dos interessados. Retorno ao trabalho presencial
§ 1º Sem prejuízo do disposto no caput, poderão ser
Art. 10. O participante do PGD na modalidade tele-
previstos outros critérios específicos, devidamente fun-
trabalho deverá retornar, no prazo de trinta dias, à ativi-
damentados.
dade presencial no órgão ou na entidade de exercício:
§ 2º O dirigente da unidade estabelecerá e divulgará
I - se for excluído da modalidade teletrabalho ou do
os critérios técnicos necessários à adesão dos interessa-
PGD; ou
dos ao PGD.
II - se o PGD for suspenso ou revogado.
Compatibilidade do PGD com o cargo § 1º Na hipótese prevista no inciso II do caput, o
prazo poderá ser reduzido mediante apresentação de jus-
Art. 8º A participação no PGD, independentemente
tificativa das autoridades referidas no art. 4º.
da modalidade, considerará as atribuições do cargo e
§ 2º O participante do PGD na modalidade teletra-
respeitará a jornada de trabalho do participante.
balho poderá retornar ao trabalho presencial, indepen-
Regras especiais para o teletrabalho dentemente do interesse da administração, a qualquer
momento.
Art. 9º O teletrabalho:
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, o órgão ou a enti-
I - dependerá de acordo mútuo entre o agente públi- dade poderá requerer a comunicação do retorno ao traba-
co e a administração, registrado no termo de ciência e lho com antecedência mínima de trinta dias.
responsabilidade;
§ 4º O participante do PGD manterá a execução das
II - poderá ocorrer em regime de execução integral
atividades estabelecidas por sua chefia imediata até o re-
ou parcial;
torno efetivo à atividade presencial.
III - ficará condicionado à compatibilidade com as
atividades a serem desenvolvidas pelo agente público e à Formalização da adesão ao PGD
ausência de prejuízo para a administração;
Art. 11. Para aderir ao PGD, o agente público e a
IV - terá a estrutura necessária, física e tecnológica,
sua chefia imediata firmarão plano de trabalho, que con-
providenciada e custeada pelo agente público; e
terá, no mínimo, as seguintes informações:
V - exigirá que o agente público permaneça dispo-
I - data de início e de término;
nível para contato, no período definido pela chefia ime-
II - atividades a serem executadas pelo participante;
diata e observado o horário de funcionamento do órgão
III - metas e prazos; e
ou da entidade, por todos os meios de comunicação.
IV - termo de ciência e responsabilidade.
§ 1º A alteração da modalidade presencial para tele-
Parágrafo único. O participante do PGD comunicará
trabalho para os contratados por tempo determinado de
à sua chefia imediata a ocorrência de afastamentos, li-
que trata o inciso IV do § 1º do art. 2º será registrada em
cenças ou outros impedimentos para eventual adequação
aditivo contratual, observado o disposto na Lei nº 8.745,
das metas e dos prazos ou possível redistribuição das
de 1993.
atividades constantes do seu plano de trabalho.
§ 2º A alteração da modalidade presencial para tele-
trabalho para os estagiários de que trata o inciso V do § Teletrabalho no exterior
1º do art. 2º ocorrerá por meio da celebração de acordo
Art. 12. Além dos requisitos gerais para a adesão à
entre a instituição de ensino, a parte concedente, o esta-
modalidade, o teletrabalho com o agente público residin-
giário e, exceto se este for emancipado ou tiver dezoito
do no exterior somente será admitido:
anos de idade ou mais, o seu representante ou assistente
I - para servidores públicos federais efetivos que te-
legal.
nham concluído o estágio probatório;
§ 3º A alteração de que trata o § 2º deverá constar
II - em regime de execução integral;
do termo de compromisso de estágio e ser compatível
III - no interesse da administração;
com as atividades escolares ou acadêmicas exercidas pe-
IV - se houver PGD instituído na unidade de exercí-
lo estagiário.
cio do servidor;
§ 4º Na hipótese de empregados de empresas públi-
V - com autorização específica da autoridade de que
cas ou de sociedades de economia mista em exercício na
trata o caput do art. 3º, permitida a delegação ao nível
administração pública federal direta, autárquica e funda-
hierárquico imediatamente inferior e vedada a subdele-
cional, a alteração da modalidade presencial para teletra-
gação;
balho dependerá de autorização da entidade de origem,
VI - por prazo determinado;
sem prejuízo dos demais requisitos deste Decreto.
VII - com manutenção das regras referentes ao pa-
§ 5º O disposto no inciso IV do caput constará ex-
gamento de vantagens, remuneratórias ou indenizatórias,
pressamente do termo de ciência e responsabilidade.
como se estivesse em exercício no território nacional; e
§ 6º Para fins do disposto no inciso V do caput, o
VIII - em substituição a:
agente público deverá informar e manter atualizado nú-
a) afastamento para estudo no exterior previsto no
mero de telefone, fixo ou móvel, de livre divulgação tan-
art. 95 da Lei nº 8.112, de 11 dezembro de 1990, quando
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Conhecimentos Específicos
a participação no curso puder ocorrer simultaneamente Diárias e passagens
com o exercício do cargo;
Art. 13. Nos deslocamentos em caráter eventual ou
b) exercício provisório de que trata o § 2º do art. 84
transitório ocorridos no interesse da administração para
da Lei nº 8.112, de 1990;
localidade diversa da sede do órgão ou da entidade de
c) acompanhamento de cônjuge afastado nos termos
exercício do agente público, o participante do PGD fará
do disposto nos art. 95 e art. 96 da Lei nº 8.112, de 1990;
jus a diárias e passagens e será utilizado como ponto de
d) remoção de que trata a alínea “b” do inciso III do
referência:
parágrafo único do art. 36 da Lei nº 8.112, de 1990,
I - a localidade a partir da qual exercer as suas fun-
quando o tratamento médico necessite ser realizado no
ções remotamente; ou
exterior; ou
II - caso implique menor despesa para a administra-
e) licença para acompanhamento de cônjuge que
ção pública federal, o endereço do órgão ou da entidade
não seja servidor público deslocado para trabalho no ex-
de exercício.
terior, nos termos do disposto no caput do art. 84 da Lei
Parágrafo único. O participante do PGD na modali-
nº 8.112, de 1990.
dade teletrabalho que residir em localidade diversa da
§ 1º A autorização para teletrabalho no exterior po-
sede do órgão ou da entidade de exercício não fará jus a
derá ser revogada por razões técnicas ou de conveniência
reembolso de qualquer natureza ou a diárias e passagens
e oportunidade, por meio de decisão fundamentada.
referentes às despesas decorrentes do comparecimento
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º, será concedido
presencial à unidade de exercício.
prazo de dois meses para o agente público retornar às
atividades presenciais ou ao teletrabalho a partir do terri- Adicional noturno
tório nacional, conforme os termos da revogação da au-
torização de teletrabalho. Art. 14. Não será devido o pagamento de adicional
noturno aos participantes do PGD de que trata este De-
§ 3º O prazo estabelecido no § 2º poderá ser reduzi-
creto.
do mediante justificativa das autoridades a que se refere
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica
o art. 4º.
aos casos em que for comprovada a atividade, ainda que
§ 4º O participante do PGD manterá a execução das
atividades estabelecidas por sua chefia imediata até o re- remota, prestada em horário compreendido entre vinte e
torno efetivo à atividade presencial. duas horas de um dia e cinco horas do dia seguinte, des-
de que haja necessidade comprovada da administração
§ 5º Poderá ser permitida, pelas autoridades de que
pública federal e autorização concedida por sua chefia
trata o caput do art. 3º, de forma justificada, a realização
imediata.
de teletrabalho no exterior pelos seguintes empregados
públicos em exercício na administração pública federal Adicionais de pagamento vedados no caso de te-
direta, autárquica e fundacional, enquadrados em situa- letrabalho
ções análogas àquelas referidas no inciso VIII do caput
deste artigo: Art. 15. É vedado o pagamento ao participante do
I - empregados de estatais em exercício na adminis- PGD na modalidade teletrabalho em regime de execução
tração pública federal direta, autárquica e fundacional integral de:
com ocupação de cargo em comissão, desde que a enti- I - adicionais ocupacionais de insalubridade, pericu-
dade de origem autorize a prestação de teletrabalho no losidade ou irradiação ionizante; e
exterior; ou II - gratificação por atividades com raios X ou subs-
II - empregados que façam parte dos quadros per- tâncias radioativas.
manentes da administração pública federal direta, autár- Normas complementares
quica e fundacional.
§ 6º É de responsabilidade do agente público obser- Art. 16. O órgão central do Sipec e o órgão central
var as diferenças de fuso horário do país em que preten- do Siorg expedirão, no âmbito de suas competências, os
de residir para fins de atendimento da jornada de traba- atos complementares necessários à execução do disposto
lho fixada pelo órgão ou pela entidade de exercício. neste Decreto.
§ 7º A autoridade de que trata o caput do art. 3º po- Normas transitórias
derá substituir o requisito previsto no inciso VIII do ca-
put por outros critérios. Art. 17. O disposto neste Decreto aplica-se às situa-
§ 8º O total de agentes públicos abrangidos pela ex- ções em curso na data de sua entrada em vigor.
ceção à exigência prevista no inciso VIII do caput e no § Art. 18. O agente público em teletrabalho no exteri-
7º não poderá ultrapassar dez por cento do quantitativo or na data de entrada em vigor deste Decreto deverá ade-
de vagas de que trata o inciso II do caput do art. 4º. quar-se às suas disposições até 1º de dezembro de 2022,
§ 9º O prazo de teletrabalho no exterior será de: nos termos do disposto no art. 12, ou voltar a residir no
I - na hipótese do § 7º, até três anos, permitida a re- País.
novação por período igual ou inferior; e Revogações
II - nas hipóteses previstas no inciso VIII do caput,
o tempo de duração do fato que o justifica. Art. 19. Ficam revogados:
§ 10. Na hipótese prevista na alínea “e” do inciso I - o § 6º do art. 6º do Decreto nº 1.590, de 10 de
VIII do caput, caberá ao requerente comprovar o vínculo agosto de 1995; e
empregatício do cônjuge no exterior.
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Conhecimentos Específicos
II - o art. 5º do Decreto nº 10.789, de 8 de setembro VII - contribuir para o dimensionamento da força de
de 2021. trabalho;
VIII - aprimorar o desempenho institucional, das
Vigência
equipes e dos indivíduos;
Art. 20. Este Decreto entra em vigor em 1º de junho IX - contribuir para a saúde e a qualidade de vida no
de 2022. trabalho dos participantes; e
Brasília, 17 de maio de 2022; 201º da Independên- X - contribuir para a sustentabilidade ambiental na
cia e 134º da República. administração pública federal.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Conceitos
Paulo Guedes
Art. 3º Para os fins do disposto nesta Instrução
Normativa Conjunta, considera-se:
21.3. IN SGP-SEGES/MGI nº 24/2023 I - atividade: o conjunto de ações, síncronas ou as-
Estabelece orientações a serem observadas síncronas, realizadas pelo participante que visa contribuir
pelos órgãos e entidades integrantes do Sis- para as entregas de uma unidade de execução;
tema de Pessoal Civil da Administração II - atividade síncrona: aquela cuja execução se dá
Federal - Sipec e do Sistema de Organiza- mediante interação simultânea do participante com ter-
ção e Inovação Institucional do Governo ceiros, podendo ser realizada com presença física ou vir-
Federal - Siorg, relativas à implementação tual;
e execução do Programa de Gestão e De- III - atividade assíncrona: aquela cuja execução se
sempenho - PGD. dá de maneira não simultânea entre o participante e ter-
ceiros, ou requeira exclusivamente o esforço do partici-
O SECRETÁRIO DE GESTÃO E INOVAÇÃO E pante para sua consecução, podendo ser realizada com
O SECRETÁRIO DE GESTÃO DE PESSOAS E DE presença física ou não;
RELAÇÕES DE TRABALHO, no uso das atribuições IV - demandante: aquele que solicita entregas da
que lhes conferem o art. 15, incisos VI e X, e o art. 29, unidade de execução;
incisos I, alínea "h", III e IV, do Anexo I do Decreto nº V - destinatário: beneficiário ou usuário da entrega,
11.437, de 17 de março de 2023, e tendo em vista o dis- podendo ser interno ou externo à organização;
posto no art. 16 do Decreto nº 11.072, de 17 de maio de VI - entrega: o produto ou serviço da unidade de
2022, resolvem: execução, resultante da contribuição dos participantes;
VII - escritório digital: conjunto de ferramentas di-
CAPÍTULO I gitais definido pelo órgão ou entidade para possibilitar a
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS realização de atividades síncronas ou assíncronas;
VIII - participante: o agente público previsto no §1º
Objeto e âmbito de aplicação
do art. 2º do Decreto nº 11.072, de 17 de maio de 2022,
Art. 1º Esta Instrução Normativa Conjunta estabele- que tenha Termo de Ciência e Responsabilidade - TCR
ce orientações, critérios e procedimentos gerais a serem assinado;
observados pelos órgãos e entidades integrantes do Sis- IX - plano de entregas da unidade: instrumento de
tema de Pessoal Civil da Administração Federal - Sipec gestão que tem por objetivo planejar as entregas da uni-
e do Sistema de Organização e Inovação Institucional do dade de execução, contendo suas metas, prazos, deman-
Governo Federal - Siorg relativos à implementação de dantes e destinatários;
Programa de Gestão e Desempenho - PGD. X - plano de trabalho do participante: instrumento
Parágrafo único. O PGD é um programa indutor de de gestão que tem por objetivo alocar o percentual da
melhoria de desempenho institucional no serviço públi- carga horária disponível no período, de forma a contribu-
co, com foco na vinculação entre o trabalho dos partici- ir direta ou indiretamente para o plano de entregas da
pantes, as entregas das unidades e as estratégias organi- unidade;
zacionais. XI - Rede PGD: é o grupo de representantes de ór-
gãos e entidades da administração pública federal junto
Objetivos
ao Comitê de que trata o art. 31 desta Instrução Normati-
Art. 2º São objetivos do PGD: va Conjunta;
I - promover a gestão orientada a resultados, basea- XII - Termo de Ciência e Responsabilidade (TCR):
da em evidências, com foco na melhoria contínua das en- instrumento de gestão por meio do qual a chefia da uni-
tregas dos órgãos e entidades da administração pública dade de execução e o interessado pactuam as regras para
federal; participação no PGD;
II - estimular a cultura de planejamento institucio- XIII - time volante: é aquele composto por partici-
nal; pantes de unidades diversas com objetivo de atuar em
III - otimizar a gestão dos recursos públicos; projetos específicos;
IV - incentivar a cultura da inovação; XIV - unidade instituidora: a unidade administrativa
V - fomentar a transformação digital; prevista no art. 4º do Decreto nº 11.072, de 2022; e
VI - atrair e reter talentos na administração pública XV - unidade de execução: qualquer unidade da es-
federal; trutura administrativa que tenha plano de entregas pactu-
ado.
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Conhecimentos Específicos
e as hipóteses previstas nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 10 desta
CAPÍTULO II Instrução Normativa Conjunta.
DA IMPLEMENTAÇÃO DO PGD Art. 8º Todos os participantes estarão dispensados
do registro de controle de frequência e assiduidade, na
Etapas de implementação
totalidade da sua jornada de trabalho, qualquer que seja a
Art. 4º A implementação observará as etapas de au- modalidade e o regime de execução.
torização, instituição, seleção dos participantes e estabe- Art. 9º Na modalidade presencial, a totalidade da
lecimento do ciclo do PGD. jornada de trabalho do participante ocorre em local de-
terminado pela administração pública federal.
Autorização Art. 10. Na modalidade de teletrabalho:
Art. 5º O ato de autorização para instituição do I - em regime de execução parcial, parte da jornada
PGD, de competência das autoridades definidas no art. de trabalho ocorre em locais a critério do participante e
3º do Decreto nº 11.072, de 2022, assim como eventuais parte em local determinado pela administração pública
alterações, deverá ter sua publicação informada, via cor- federal; e
reio eletrônico institucional, ao Comitê de que trata o art. II - em regime de execução integral, a totalidade da
31 desta Instrução Normativa Conjunta. jornada de trabalho ocorre em local a critério do partici-
pante.
Instituição § 1º A adesão à modalidade teletrabalho dependerá
Art. 6º O ato de instituição do PGD, de competência de pactuação entre o participante e a chefia da unidade
das autoridades definidas no art. 4º do Decreto nº 11.072, de execução, ainda que o PGD seja instituído de forma
de 2022, deverá conter: obrigatória no ato de autorização previsto no art. 5º desta
I - os tipos de atividades que poderão ser incluídas Instrução Normativa Conjunta.
no PGD; § 2º Só poderão ingressar na modalidade teletraba-
II - as modalidades e regimes de execução; lho aqueles que já tenham cumprido um ano de estágio
III - o quantitativo de vagas expresso em percentual, probatório.
por modalidade, em relação ao total de agentes públicos § 3º Participantes que estejam na modalidade pre-
da unidade instituidora; sencial do PGD ou agentes públicos submetidos ao con-
IV - as vedações à participação, se houver; trole de frequência só poderão ser selecionados para a
V - o conteúdo mínimo do TCR; e modalidade teletrabalho em outro órgão ou entidade seis
VI - o prazo de antecedência mínima para convoca- meses após a movimentação.
ções presenciais. Art. 11. O participante em teletrabalho, quando
§ 1º No âmbito dos gabinetes dos dirigentes máxi- convocado, comparecerá presencialmente ao local defi-
mos de órgãos ou entidades, o ato de instituição do PGD nido, dentro do prazo estabelecido no TCR.
será de competência da Chefia de Gabinete. Parágrafo único. O ato da convocação de que trata o
§ 2º No âmbito dos órgãos de assessoria direta e caput:
imediata dos dirigentes máximos de órgão ou entidade, o I - será expedido pela chefia da unidade execução;
ato de instituição do PGD poderá ser de competência das II - será registrado no(s) canal(is) de comunicação
chefias das respectivas unidades. definido(s) no TCR;
§ 3º A publicação do ato de que trata o caput e suas III - estabelecerá o horário e o local para compare-
eventuais alterações deverão ser informadas, via correio cimento; e
eletrônico institucional, para o Comitê de que trata o art. IV - preverá o período em que o participante atuará
31 desta Instrução Normativa Conjunta. presencialmente.
§ 4º A instituição de que trata o caput é discricioná- Art. 12. Para a autorização de teletrabalho integral
ria e poderá ser suspensa ou revogada por razões técnicas com residência no exterior, será considerado o disposto
ou de conveniência e oportunidade, devidamente funda- no art. 12 do Decreto nº 11.072, de 2022.
mentadas, salvo no caso de obrigatoriedade de institui- Parágrafo único. O quantitativo de agentes públicos
ção do PGD previsto no ato de autorização. autorizados a realizar teletrabalho com residência no ex-
§ 5º O procedimento de registro de comparecimento terior com fundamento no § 7º do art. 12 do Decreto nº
de participantes para fins de pagamento de auxílio trans- 11.072, de 2022, não poderá ultrapassar dois por cento
porte ou outras finalidades, quando for o caso, deverá es- do total de participantes em PGD do órgão ou entidade
tar previsto no ato de que trata o caput. na data do ato previsto no caput.
Modalidades e regimes Seleção dos participantes e pactuação do TCR
Art. 7º A modalidade e o regime de execução a que Art. 13. A seleção considerará a natureza do traba-
o participante estará submetido serão definidos tendo lho e as competências dos interessados.
como premissas o interesse da administração, as entregas Art. 14. Quando o quantitativo de interessados em
da unidade e a necessidade de atendimento ao público. aderir ao PGD superar o quantitativo de vagas disponibi-
Parágrafo único. A chefia da unidade de execução e lizadas, terão prioridade:
o participante poderão repactuar, a qualquer momento, a I - pessoas com:
modalidade e o regime de execução, mediante ajuste no a) deficiência ou que sejam pais ou responsáveis
TCR, observado o art. 10 do Decreto nº 11.072, de 2022, por dependentes na mesma condição;
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Conhecimentos Específicos
b) mobilidade reduzida, nos termos da Lei nº § 1º O plano de entregas deverá ser aprovado pelo
10.098, de 19 de dezembro de 2000; e nível hierárquico superior ao da chefia da unidade de
c) horário especial, nos termos dos §§ 2º e 3º do art. execução, o qual deverá ser informado sobre eventuais
98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; ajustes.
II - outros definidos pela unidade instituidora. § 2º Os planos de trabalho dos participantes afeta-
Parágrafo único. A autoridade instituidora poderá dos por ajustes no plano de entregas deverão ser repactu-
definir a ordem de prioridade dos critérios dispostos no ados.
caput. § 3º A aprovação do plano de entregas e a comuni-
Art. 15. O TCR será pactuado entre o participante e cação sobre eventuais ajustes, de que trata o § 1º, não se
a chefia da unidade de execução, contendo no mínimo: aplicam à unidade instituidora.
I - as responsabilidades do participante;
Elaboração e pactuação do plano de trabalho do
II - a modalidade e o regime de execução ao qual
participante
estará submetido;
III - o prazo de antecedência para convocação pre- Art. 19. O plano de trabalho, que contribuirá direta
sencial, quando necessário; ou indiretamente para o plano de entregas, será pactuado
IV - o(s) canal(is) de comunicação usado(s) pela entre o participante e a sua chefia da unidade de execu-
equipe; ção, e conterá:
V - a manifestação de ciência do participante de I - a data de início e a de término;
que: II - a distribuição da carga horária disponível no pe-
a) as instalações e equipamentos a serem utilizados ríodo, identificando-se o percentual destinado à realiza-
deverão seguir as orientações de ergonomia e segurança ção de trabalhos:
no trabalho, estabelecidas pelo órgão ou entidade; a) vinculados a entregas da própria unidade;
b) a participação no PGD não constitui direito ad- b) não vinculados diretamente a entregas da própria
quirido; e unidade, mas necessários ao adequado funcionamento
c) deve custear a estrutura necessária, física e tecno- administrativo ou à gestão de equipes e entregas; e
lógica, para o desempenho do teletrabalho, ressalvada c) vinculados a entregas de outras unidades, órgãos
orientação ou determinação em contrário. ou entidades diversos;
Parágrafo único. As alterações nas condições firma- III - a descrição dos trabalhos a serem realizados
das no TCR ensejam a pactuação de um novo termo. pelo participante nos moldes do inciso II do caput; e
Art. 16. Os órgãos e entidades poderão autorizar a IV - os critérios que serão utilizados pela chefia da
retirada de equipamentos pelos participantes em teletra- unidade de execução para avaliação do plano de trabalho
balho integral. do participante.
§ 1º A retirada de que trata o caput não poderá gerar § 1º O somatório dos percentuais previstos no inciso
aumento de despesa por parte da administração pública II do caput corresponderá à carga horária disponível para
federal, inclusive em relação a seguros ou transporte de o período.
bens. § 2º A situação prevista na alínea c do inciso II do
§ 2º Para fins de disposto no caput, deverá ser fir- caput:
mado termo de guarda e responsabilidade entre as partes. I - não configura alteração da unidade de exercício
do participante;
Ciclo do PGD
II - requer que os trabalhos realizados sejam repor-
Art. 17. O ciclo do PGD é composto pelas seguintes tados à chefia da unidade de exercício do participante; e
fases: III - é possível ser utilizada para a composição de
I - elaboração do plano de entregas da unidade de times volantes.
execução;
Execução e monitoramento do plano de trabalho
II - elaboração e pactuação dos planos de trabalho
do participante
dos participantes;
III - execução e monitoramento dos planos de traba- Art. 20. Ao longo da execução do plano de trabalho,
lho dos participantes; o participante registrará:
IV - avaliação dos planos de trabalho dos partici- I - a descrição dos trabalhos realizados; e
pantes; e II - as ocorrências que possam impactar o que foi
V - avaliação do plano de entregas da unidade de inicialmente pactuado.
execução. § 1º O registro de que trata o caput deverá ser reali-
zado:
Elaboração do plano de entregas da unidade de
I - em até dez dias após o encerramento do plano de
execução
trabalho, quando este tiver duração igual ou inferior a
Art. 18. A unidade de execução deverá ter plano de trinta dias; ou
entregas contendo, no mínimo: II - mensalmente, até o décimo dia do mês subse-
I - a data de início e a de término, com duração má- quente, quando o plano de trabalho tiver duração maior
xima de um ano; e que trinta dias.
II - as entregas da unidade de execução com suas § 2º O plano de trabalho do participante será moni-
respectivas metas, prazos, demandantes e destinatários. torado pela chefia da unidade de execução, podendo ha-
ver ajustes e repactuação a qualquer momento.
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Conhecimentos Específicos
§ 3° A critério da chefia da unidade de execução, o Avaliação do plano de entregas da unidade de
TCR poderá ser ajustado para atender às condições ne- execução
cessárias para melhor execução do plano de trabalho, nos
Art. 22. O nível hierárquico superior ao da chefia da
termos do art. 17.
unidade de execução avaliará o cumprimento do plano
Avaliação da execução do plano de trabalho do de entregas da unidade, considerando:
participante I - a qualidade das entregas;
II - o alcance das metas;
Art. 21. A chefia da unidade avaliará a execução do
III - o cumprimento dos prazos; e
plano de trabalho do participante, considerando:
IV - as justificativas nos casos de descumprimento
I - a realização dos trabalhos conforme pactuado;
de metas e atrasos.
II - os critérios para avaliação das contribuições
§ 1º A avaliação de que trata o caput deverá ocorrer
previamente definidos, nos termos do inciso IV do caput
em até trinta dias após o término do plano de entregas,
do art. 19 desta Instrução Normativa Conjunta;
considerando a seguinte escala:
III - os fatos externos à capacidade de ação do par-
I - excepcional: plano de entregas executado com
ticipante e de sua chefia que comprometeram parcial ou
desempenho muito acima do esperado;
integralmente a execução dos trabalhos pactuados;
II - alto desempenho: plano de entregas executado
IV - o cumprimento do TCR; e
com desempenho acima do esperado;
V - as ocorrências registradas pelo participante ao
III - adequado: plano de entregas executado dentro
longo da execução do plano de trabalho.
do esperado;
§ 1º A avaliação da execução do plano de trabalho
IV - inadequado: plano de entregas executado abai-
deverá ocorrer em até vinte dias após a data limite do re-
xo do esperado; e
gistro feito pelo participante, nos moldes do § 1º do art.
V - plano de entregas não executado.
20 desta Instrução Normativa Conjunta, considerando a
§ 2º A avaliação do plano de entregas de que trata o
seguinte escala:
caput não se aplica às unidades instituidoras.
I - excepcional: plano de trabalho executado muito
acima do esperado; Responsabilidades das autoridades máximas de
II - alto desempenho: plano de trabalho executado órgãos e entidades
acima do esperado;
Art. 23. Compete às autoridades referidas no art. 3º
III - adequado: plano de trabalho executado dentro
do Decreto nº 11.072, de 2022:
do esperado;
I - monitorar e avaliar os resultados do PGD no âm-
IV - inadequado: plano de trabalho executado abai-
bito do seu órgão ou entidade, divulgando-os em sítio
xo do esperado ou parcialmente executado;
eletrônico oficial anualmente;
V - não executado: plano de trabalho integralmente
II - enviar os dados sobre o PGD, via Interface de
não executado.
Programação de Aplicativos - API, nos termos do art. 29
§ 2º Os participantes serão notificados das avalia-
desta Instrução Normativa Conjunta e prestar informa-
ções recebidas.
ções sobre eles quando solicitados;
§ 3º Nos casos dos incisos I, IV e V do § 1º, as ava-
III - indicar representante do órgão ou entidade,
liações deverão ser justificadas pela chefia da unidade de
responsável por auxiliar o monitoramento disposto no
execução.
inciso I do caput e compor a Rede PGD; e
§ 4º No caso de avaliações classificadas nos incisos
IV - comunicar a publicação dos atos de autorização
IV e V do § 1º, o participante poderá recorrer, prestando
e instituição, nas formas determinadas no art. 5º e no § 4º
justificativas no prazo de dez dias contados da notifica-
do art. 6º desta Instrução Normativa Conjunta; e
ção de que trata o § 2º.
V - manter atualizado, junto ao Comitê de que trata
§ 5º No caso do § 4º, a chefia da unidade de execu-
o art. 31 desta Instrução Normativa Conjunta, os endere-
ção poderá, em até dez dias:
ços dos sítios eletrônicos onde serão divulgados o ato de
I - acatar as justificativas do participante, ajustando
instituição e os resultados obtidos com o PGD.
a avaliação inicial; ou
Parágrafo único. Em caso de não cumprimento das
II - manifestar-se sobre o não acatamento das justi-
obrigações previstas no caput, o Comitê de que trata o
ficativas apresentadas pelo participante.
art. 31 desta Instrução Normativa Conjunta notificará o
§ 6º As ações previstas nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deverão
órgão ou entidade, dando prazo para a regularização das
ser registradas em sistema informatizado ou no escritório
pendências e, em caso de não atendimento, recomendará
digital.
a suspensão do PGD.
§ 7º Independentemente do resultado da avaliação
da execução do plano de trabalho, a chefia da unidade de Responsabilidades das chefias das unidades insti-
execução estimulará o aprimoramento do desempenho tuidoras
do participante, realizando acompanhamento periódico e
propondo ações de desenvolvimento. Art. 24. Compete às chefias das unidades instituido-
ras:
I - promover o alinhamento entre os planos de en-
tregas das unidades de execução a elas subordinadas com
o planejamento institucional, quando houver; e
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Conhecimentos Específicos
II - monitorar o PGD no âmbito da sua unidade, I- a pedido, independentemente do interesse da ad-
buscando o alcance dos objetivos estabelecidos no art. 2º ministração, a qualquer momento, salvo no caso de PGD
desta Instrução Normativa Conjunta. instituído de forma obrigatória, nos termos do parágrafo
único do art. 6º do Decreto nº 11.072, de 2022;
Responsabilidades das chefias das unidades de
II- no interesse da administração, por razão de con-
execução
veniência ou necessidade, devidamente justificada;
Art. 25. Compete às chefias das unidades de execu- III- em virtude de alteração da unidade de exercício;
ção: ou
I - elaborar e monitorar a execução do plano de en- IV- se o PGD for revogado ou suspenso.
tregas da unidade; § 1º O participante deverá retornar ao controle de
II - selecionar os participantes, nos termos dos arti- frequência, no prazo:
gos 13 e 14 desta Instrução Normativa Conjunta; I- determinado pelo órgão ou entidade, no caso de
III - pactuar o TCR; desligamento a pedido;
IV - pactuar, monitorar e avaliar a execução dos II- de trinta dias contados a partir do ato que lhe deu
planos de trabalho dos participantes; causa, nas hipóteses previstas nos incisos II, III e IV do
V - registrar, no sistema de controle de frequência caput; ou
do órgão ou entidade, os códigos de participação em III- de dois meses contados a partir do ato que lhe
PGD e os casos de licenças e afastamentos relativos aos deu causa, nas hipóteses previstas nos incisos II, III e IV
seus subordinados; do caput, para participantes em teletrabalho com resi-
VI- promover a integração e o engajamento dos dência no exterior.
membros da equipe em todas as modalidades e regimes § 2º O prazo previsto no inciso II do § 1º poderá ser
adotados; reduzido mediante apresentação de justificativa da uni-
VII - dar ciência à unidade de gestão de pessoas do dade instituidora.
seu órgão ou entidade quando não for possível se comu- § 3º O participante manterá a execução de seu plano
nicar com o participante por meio dos canais previstos de trabalho até o retorno efetivo ao controle de frequên-
no TCR e no escritório digital; cia.
VIII - definir a disponibilidade dos participantes pa-
ra serem contatados; e CAPÍTULO III
IX - desligar os participantes. DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES
Parágrafo único. As competências previstas no ca-
Sistemas e envio de dados
put poderão ser delegadas à chefia imediata do partici-
pante, salvo a prevista no inciso I. Art. 28. Os órgãos e entidades que implementarem
o PGD utilizarão sistema informatizado para gestão, con-
Responsabilidades dos participantes do PGD
trole e transparência dos planos de entregas das unidades
Art. 26. Constituem responsabilidades dos partici- de execução e dos planos de trabalho dos participantes.
pantes do PGD, sem prejuízo daquelas previstas no De- Art. 29. Os órgãos e entidades enviarão ao órgão
creto nº 11.072, de 2022: central do Siorg, via Interface de Programação de Apli-
I - assinar e cumprir o plano de trabalho e o TCR; cação- API, os dados sobre a execução do PGD, obser-
II - atender às convocações para comparecimento vadas a documentação técnica e a periodicidade a serem
presencial, nos termos do art. 11 desta Instrução Norma- definidas pelo Comitê de que trata o art. 31 desta Instru-
tiva Conjunta; ção Normativa Conjunta.
III - estar disponível para ser contatado no horário Parágrafo único. A indisponibilidade eventual do
de funcionamento do órgão ou da entidade, pelos meios sistema informatizado de que trata o art. 28 desta Instru-
de comunicação definidos em TCR, exceto se acordado ção Normativa Conjunta não dispensa o envio dos dados
de forma distinta com a chefia da unidade de execução; via API nos moldes do caput.
IV - informar à chefia da unidade de execução as Art. 30. As unidades instituidoras poderão utilizar
atividades realizadas, a ocorrência de afastamentos, li- escalas próprias para avaliação da execução dos planos
cenças e outros impedimentos, bem como eventual difi- de entregas e dos planos de trabalho, desde que conver-
culdade, dúvida ou informação que possa atrasar ou pre- tam os dados para a forma prevista nos § 1º do art. 21 e §
judicar a realização dos trabalhos; 1º do art. 22 e os enviem nos termos do art. 29 desta Ins-
V - zelar pela guarda e manutenção dos equipamen- trução Normativa Conjunta.
tos cuja retirada tenha sido autorizada nos termos do art.
Comitê Executivo do PGD
16 desta Instrução Normativa Conjunta; e
VI - executar o plano de trabalho, temporariamente, Art. 31. Fica instituído o Comitê Executivo do PGD
em modalidade distinta, na hipótese de caso fortuito ou - CPGD, no âmbito do Ministério da Gestão e da Inova-
força maior que impeça o cumprimento do plano de tra- ção em Serviços Públicos - MGI, para fins de coordenar
balho na modalidade pactuada. o cumprimento do disposto no art. 16 do Decreto nº
11.072, de 2022.
Desligamento do participante
§ 1º Caberá ao CPGD:
Art. 27. O participante será desligado do PGD nas I- dirimir dúvidas e emitir orientações necessárias à
seguintes hipóteses: execução do disposto nesta Instrução Normativa Conjun-
ta e no Decreto nº 11.072, de 2022, excetuadas aquelas
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Conhecimentos Específicos
que envolverem exclusivamente matéria de gestão de
pessoas, para as quais se aplicará o disposto na Portaria 22. ORÇAMENTO PÚBLICO:
SGP/SEDGG/ME nº 11.265/2022;
II- apoiar os órgãos e entidades da administração pú- 22.1. CONCEITO
blica federal na implementação do PGD;
Orçamento público é um instrumento de
III- estruturar informações sobre a implementação do
PGD, assegurando a transparência dos dados recebidos nos
planejamento e execução das finanças públicas em forma
termos do art. 29 desta Instrução Normativa Conjunta; e de norma jurídica, que prevê as receitas e estabelece a
IV- monitorar a execução do PGD no âmbito da admi- estimativa de despesas a serem realizadas pelo Governo
nistração pública federal. para viger geralmente por um período de um ano.
§ 2º Os processos resultantes da exceção prevista no Veja o que diz a doutrina sobre o conceito de
inciso I do §1º deverão ser comunicados ao CPGD. Orçamento Público:
§ 3º O CPGD será composto por representantes de ór-
gãos e unidades vinculados ao MGI, da seguinte forma: “Classicamente, o orçamento é uma peça que con-
I- um indicado pela Secretaria-Executiva, que o presi- tém a previsão das receitas e a autorização das despe-
dirá; sas, sem preocupação com planos governamentais e com
II- dois indicados pelo órgão central do Sipec; e interesses efetivos da população. Era mera peça contá-
III- dois indicados pelo órgão central do Siorg. bil, de conteúdo financeiro (HORVATH, 1999, p. 69).
§ 4º As reuniões e deliberações do CPGD ocorrerão
com maioria simples de seus membros. Orçamento Público – Previsão dos fatos patrimoni-
§ 5º As reuniões do CPGD serão convocadas pelo ais de uma entidade pública. Previsão de despesas e re-
Presidente do Comitê ou por solicitação de três de seus ceitas de uma entidade pública. Previsão do exercício de
integrantes, sendo as decisões tomadas pela maioria sim- uma entidade de fins públicos (SÁ & SÁ, 1995, p. 337).
ples dos participantes. Orçamento é um plano de trabalho governamental
§ 6º As atividades do CPGD serão apoiadas por se- expresso em termos monetários, que evidencia a política
cretaria técnica, a ser exercida pela Secretaria de Gestão econômico-financeira do Governo e em cuja elaboração
e Inovação do MGI. foram observados os princípios da unidade, universali-
§ 7º Os representantes indicados no § 3º aprovarão dade, anualidade, especificação e outros que estudare-
regimento interno do CPGD no prazo de noventa dias a mos adiante (SILVA, 1996, p. 37).
contar da sua designação em ato da Secretaria Executiva
do MGI. O Orçamento Público é um plano de governo ex-
§ 8º Representantes de órgãos e entidades poderão presso em forma de lei, que faz a estimativa de receita a
participar das reuniões, quando convidados. arrecadar e fixa a despesa de igual valor para um perí-
odo determinado de um ano, chamado exercício finan-
CAPÍTULO IV ceiro. (Rinaldo J. Gomes, 2004)”.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
22.2. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Prazo para adaptação
Conceitualmente, os princípios orçamentários não
Art. 32. Cada órgão e entidade terá o prazo de doze
são de aprovação unânime e constituem- se de uma série
meses para adequar o seu Programa de Gestão e Desem-
de regras com a finalidade de aumentar a consistência da
penho, contado a partir da publicação desta Instrução
instituição orçamentária no cumprimento de sua finali-
Normativa Conjunta.
dade principal, que é a de auxiliar o controle parlamentar
§ 1º O PGD em desacordo com o disposto nesta Ins-
sobre o Executivo:
trução Normativa Conjunta será considerado revogado a
partir do primeiro dia após o decurso do prazo estabele- "Esses princípios não têm caráter absoluto ou
cido no caput. dogmático, antes constituem categorias históri-
§ 2º Os órgãos e as entidades afetados por eventuais cas..."(Sebastião de S. e Silva); "Suas formulações ori-
reestruturações administrativas manterão seus programas ginais, rígidas e simples, próprias de pouca complexida-
em vigor na nova estrutura a qual foram atribuídos, por de que caracterizava as finanças públicas do Estado Li-
doze meses, ou até a edição de novos atos pelas autori- beral, é que não conseguem atender as mudanças do
dades competentes de que trata o art. 3º do Decreto nº universo econômico-financeiro do Estado Moderno."
11.072, de 2022. (Giacomoni); "Estes princípios podem ser úteis como
meio de se estudar alguns aspectos do processo orça-
Vigência
mentário. Se considerados, todavia, como mandamentos,
Art. 33. Esta Instrução Normativa Conjunta entra são completamente irreais. Os governos com excelentes
em vigor na data de sua publicação. sistemas orçamentários violam essas regras com bastan-
te frequência." (J. Burkhead).
ROBERTO SEARA MACHADO POJO REGO
Secretário de Gestão e Inovação Princípio da Unidade
JOSÉ LOPEZ FEIJÓO
Secretário de Gestão de Pessoas e de Relações de Trabalho Os orçamentos de todos os órgãos autônomos que
constituem o setor público devem fundamentar-se em
uma única política orçamentária, estruturada uniforme-
mente e que se ajuste a um método único.
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Conhecimentos Específicos
O orçamento deve ser uno: cada unidade governa- Princípio da Universalidade
mental deve possuir apenas um orçamento - ideal clássi-
Deverão ser incluídos no orçamento todos os aspec-
co de unidade orçamentária: "Unidade orçamentária
tos do programa de cada órgão, principalmente aqueles
tende a reunir em um único total todas as receitas do Es-
que envolvam qualquer transação financeira ou econô-
tado, de um lado, e todas as despesas, de outro." (Stevan
mica.
Milatchitch).
Verifica-se que a universalidade está intimamente
Não raro, mesmo no passado, o princípio era des-
ligada à programação e que, se algo deve fazer parte do
cumprido por:
orçamento e nele não figura, os objetivos e os efeitos so-
a) situações excepcionais - guerras, calamidades, cioeconômicos que se procura alcançar poderão ser afe-
crise econômica etc., o que acabava justificando o em- tados negativamente pela parte não incluída no orçamen-
prego de orçamentos especiais, que operavam em parale- to, ou seja, não programada, assim como jamais será
lo ao orçamento ordinário. possível alcançar um elevado grau de racionalidade no
b) descentralização do aparelho estatal - generali- emprego dos recursos, se parte dele for manipulada sem
zou-se a prática dos orçamentos paralelos. Muitas fun- a devida programação.
ções públicas passaram a ser desempenhadas por entida-
O orçamento (uno) deve conter todas as receitas e
des dotadas de grande autonomia, especialmente finan-
despesas do Estado, indispensável para o controle parla-
ceira. Dois exemplos distintos: - autarquias: mantinham
mentar sobre as finanças públicas. O princípio da univer-
vínculo com o orçamento central; - entidades paraestatais
salidade possibilita ao Legislativo:
(sociedades de economia mista e empresas estatais): do-
tadas de maior autonomia, cuja auto-suficiência financei- a) conhecer a priori todas as receitas e despesas do
ra as afastava totalmente do sistema financeiro e orça- governo e dar prévia autorização para a respectiva arre-
mentário central. cadação e realização;
b) impedir o Executivo da realização de qualquer
Com o passar dos anos e diante de uma nova reali-
operação de receita e despesa sem prévia autorização
dade, o princípio da unidade sofreu reconceituação, que
parlamentar;
agrega a representação de todas as peças orçamentárias -
c) conhecer o exato volume global das despesas
o Princípio da Totalidade, que é identificado pela coexis-
projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança
tência de múltiplos orçamentos que, no entanto, devem
dos tributos estritamente necessários para atendê-las.
sofrer consolidação, de forma que permita ao governo
uma visão geral do conjunto das finanças públicas. O princípio da universalidade está claramente in-
corporado à legislação orçamentária brasileira. Na Lei n°
No caso brasileiro, a legislação orçamentária, con-
4.320/64, o cumprimento da regra é exigida nos seguin-
forme disposto no art. 2° da Lei n° 4.320/64, pede a ob-
tes dispositivos:
servância do princípio da unidade, porém, nos últimos
tempos, nem esse princípio da totalidade acabava sendo Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discrimina-
cumprido. ção da receita e despesa, deforma a evidenciar a política
econômico-financeira e o programa de trabalho do go-
Notas:
verno, obedecidos os princípios de unidade, universali-
1) Orçamento das estatais: quadro em que aparecem dade e anualidade.
consolidadas as principais contas da receita e despesa
Art. 3° A Lei do Orçamento compreenderá todas as
(custeio e investimentos) do lado descentralizado do Go-
receitas, inclusive as de operações de crédito autoriza-
verno Federal (administração indireta).
das em Lei."
O objetivo era possibilitar às autoridades controle
mais efetivo sobre os gastos governamentais autônomos,
enquadrando-os na política de austeridade necessária em Princípio do Orçamento Bruto
face da crise financeira da União;
Esse princípio pressupõe que todas as parcelas da
2) Orçamento monetário: constituía-se na fixação receita e despesa devem aparecer no orçamento em seus
de teto para as contas das chamadas Autoridades Mone- valores brutos, sem qualquer tipo de dedução. O objetivo
tárias (Banco Central e Banco do Brasil) e dos bancos do orçamento bruto é impedir o florescimento das ativi-
comerciais, com o objetivo de controlar os "meios de pa- dades empresariais do Estado que não poderiam concili-
gamento" (oferta monetária). ar-se com o cumprimento da regra. Com o passar do
tempo, esse princípio foi violado devido ao crescimento
No Brasil, conforme os ditames da Constituição de
vertiginoso dos empreendimentos do Estado (estradas de
1988, a composição do orçamento anual passa a ser inte-
ferro, mineração, correios e telégrafos etc), porque seria
grado pelo: a) orçamento fiscal - compreendendo as re-
impossível que todas as receitas e despesas dessas enti-
ceitas e despesas de todas as unidades da administração
dades sofressem tratamento centralizado; os valores lí-
direta e indireta; b) orçamento de investimentos das em-
quidos resultantes da operação dessas organizações é que
presas estatais; c) orçamento das entidades de seguridade
passaram a integrar o orçamento governamental.
social (art. 165, 4 5°, da CF).
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Conhecimentos Específicos
Princípio da Anualidade ou Periodicidade sobre as operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre a prestação de, serviços de transporte interesta-
Nos termos do art. 165, § 5° da CF de 1988, utiliza-
dual e intermunicipal e de comunicação.
se, convencionalmente, o critério de um ano para o perí-
odo orçamentário por apresentar a vantagem de ser o b) art. 212: a União não poderá deixar de aplicar,
adotado pela maioria das empresas particulares, além de anualmente, menos de 18% e os Estados, o DF e os Mu-
parecer ser o que atende melhor à concretização dos ob- nicípios, menos de 25% da receita resultante de impostos
jetivos sociais e econômicos. na manutenção e desenvolvimento do ensino.
A anualidade do imposto tem sua origem na regra c) as receitas de impostos não poderão ser dadas
que vigorou na Inglaterra antes mesmo do surgimento do como garantia às operações de crédito, com exceção da-
orçamento. A cada novo ano, o Parlamento vota os im- quelas de antecipação da receita. Atualmente, com base
postos, bem como o programa de aplicações desses re- em dispositivo introduzido pela Emenda Constitucional
cursos. Mesmo no passado, a periodicidade anual do or- n° 3/93, é permitido aos Estados e Municípios a vincula-
çamento tinha exceções, com a autorização de programas ção da receita de seus impostos e suas participações na
de despesas de duração plurianual, especialmente no Receita Federal (FPE, FPM) para prestação de garantia à
plano militar. União ou para pagamento de débitos para com esta.
Foi, porém, com as modificações nas funções do Obs.: No sistema orçamentário federal é enorme a
Estado que o sentido absoluto da anualidade passou a ser quantidade de vinculações mais ou menos explícitas.
questionado. A ação intervencionista do Estado Moderno
Em 1979, 47,6% dos recursos do Tesouro apresen-
desenvolveu-se por meio de planos e programas de mé-
tavam-se vinculados a transferências aos Estados e Mu-
dio e longo prazos, cuja aprovação legislativa condicio-
nicípios e a órgãos autônomos, fundos e entidades da
nava os orçamentos anuais, retirando-lhes as característi-
administração indireta.
cas de renovação e originalidade.
Outros Princípios
Princípio da Não-afetação das Receitas
1. Programação - o orçamento deve ter o conteúdo
"Nenhuma parcela da receita global geral poderá ser
e a forma de programação. Isso decorre da própria natu-
reservada ou comprometida para atender a certos e de-
reza do orçamento, que é a expressão dos programas de
terminados gastos." (Sant'Anna e Silva)
cada um dos órgãos do setor público.
A exigência de que as receitas não sofram vincula- 2. Exclusividade - deverão ser incluídos no orça-
ções é válida, pois qualquer administrador prefere dispor mento, exclusivamente, assuntos que lhe sejam pertinen-
de recursos sem comprometimento algum, para atender tes, evitando, assim, as famosas caudas orçamentárias.
às despesas conforme as necessidades. Recursos excessi- 3. Clareza - o orçamento deve ser expresso de for-
vamente vinculados são sinônimo de dificuldades, pois ma clara, ordenada e completa.
podem significar sobra em programas de menor impor- 4. Equilíbrio - o orçamento deverá manter o equilí-
tância e falta em outros de maior prioridade. brio, do ponto de vista financeiro, entre os valores de re-
ceita e da despesa.
Obs.: Algumas receitas públicas são naturalmente
vinculadas à execução de determinadas despesas.
22.3. DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
Exemplos: a) o produto da arrecadação de boa parte
das taxas, por exemplo, é vinculado à realização de des- O Presidente da República deve enviar o projeto
pesas certas; b) empréstimos: caracterizam-se pelo com- anual de Lei de Diretrizes Orçamentárias até oito meses
prometimento a determinadas finalidades, como progra- e meio antes do encerramento do exercício financeiro
mas de investimentos, atendimento de situações de (15 de abril). O Congresso Nacional deverá devolvê-lo
emergências etc. para sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa, que não será interrompida sem a apro-
A CF de 1988 estabelece em seu artigo 167: "São vação do projeto (art. 57 § 2° da CF).
vedados: IV- a vinculação de receita de impostos a ór-
gãos, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do No Congresso, o projeto de LDO poderá receber
produto da arrecadação dos impostos a que se referem emendas, desde que compatíveis com o plano plurianual,
os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para manu- que serão apresentadas na Comissão Mista de Planos,
tenção e desenvolvimento do ensino, como determinado Orçamentos Públicos e Fiscalização - CMPOF, onde re-
pelo art. 212, e a prestação de garantias às operações ceberão parecer, sendo apreciadas pelas duas casas na
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. forma do regimento comum.
165, § 8°, bem como no § 4° desse artigo”. O Presidente da República poderá enviar mensagem
Exceções: ao Congresso Nacional para propor modificações no pro-
jeto de LDO, enquanto não iniciada a votação na
a) arts. 158 e 159: são as participações que Estados, CMPOF, da parte cuja alteração é proposta.
Municípios e DF têm no produto da arrecadação dos im-
postos sobre a renda e proventos de qualquer natureza,
sobre produtos industrializados, sobre propriedade terri-
torial rural, sobre a propriedade de veículos automotores,
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Conhecimentos Específicos
Constarão da Lei de Diretrizes Orçamentárias:
22.3.1.2. Elaboração e Planejamento Orçamen-
- as metas e prioridades da Administração Pública
tário
federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
subsequente; As leis orçamentárias, de acordo com o artigo 165º
- as orientações a serem seguidas na elaboração do da CF/88, são de iniciativa do Poder Executivo, seja na
orçamento do exercício subsequente; União, nos Estados ou nos Municípios:
- os limites para elaboração das propostas orçamen-
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo es-
tárias de cada Poder;
tabelecerão:
- disposições relativas às despesas com pessoal (art.
I – o plano plurianual;
169 da CF);
II – as diretrizes orçamentárias;
- disposições relativas às alterações na legislação
III – os orçamentos anuais”
tributária; e
- disposições relativas à administração da dívida Na União, a Constituição ainda estabelece que essa
pública; e atribuição é privativa do Presidente da República, sendo
- política da aplicação das agências financeiras ofi- ela indelegável:
ciais de fomento.
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
- anexo de metas fiscais - anexo de riscos fiscais
República:
A LDO é o instrumento propugnado pela Constitui- (…)
ção, para fazer a transição entre o PPA (planejamento es- XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plu-
tratégico) e as leis orçamentárias anuais. rianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as
propostas de orçamento previstos nesta Constituição.
22.3. PROCESSO ORÇAMENTÁRIO (…)”
O ciclo orçamentário, também conhecido como Apesar do Poder Executivo ser o responsável em
processo orçamentário, pode ser definido como um pro- enviar a proposta orçamentária ao Poder Legislativo, ca-
cesso de caráter contínuo e simultâneo, através do qual da poder (Legislativo, Judiciário e Ministério Público)
se Elabora, Aprova, Executa, Controla e Avalia a possui sua autonomia para criar a sua própria pro-
programação de dispêndios do setor público nos aspectos posta, os quais a enviam ao Poder Executivo, que a con-
físico e financeiro. Logo, o ciclo orçamentário corres- solida e a encaminha ao Legislativo.
ponde ao período de tempo em que se processam as ati- Prazos
vidades típicas do orçamento público, desde sua concep-
ção até a apreciação final. No âmbito federal, os prazos para envio de cada
instrumento orçamentário ao Legislativo pelo Executivo,
bem como para a sua devolução para sanção, estão pre-
22.3.1. Ciclo orçamentário
vistos no art. 35º do Ato das Disposições Constitucionais
Pode ser definido como um processo contínuo, di- Transitórias da CF:
nâmico e flexível, no qual se elabora, aprova, executa,
“I – o projeto do plano plurianual, para vigência
controla e avalia os programas do setor público nos as-
até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
pectos físicos e financeiros.
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro
Corresponde ao período de tempo em que se pro- meses antes do encerramento do primeiro exercício fi-
cessam as atividades típicas do orçamento público, desde nanceiro e devolvido para sanção até o encerramento
a sua concepção até a apresentação final. da sessão legislativa;
O processo de elaboração do orçamento público no II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias se-
Brasil obedece a um “ciclo” integrado ao planejamento rá encaminhado até oito meses e meio antes do encer-
de ações, que, de acordo com a Constituição Federal de ramento do exercício financeiro e devolvido para sanção
1988, compreende o Plano Plurianual - PPA, a Lei de até o encerramento do primeiro período da sessão legis-
Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária lativa;
Anual - LOA.
III – o projeto de lei orçamentária da União será
Trata-se do processo utilizado para elaborar, apro- encaminhado até quatro meses antes do encerramento
var, executar e avaliar o orçamento público. do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa.”
O ciclo/processo orçamentário é composto basica-
mente por quatro fases, a saber: Envio ao Congresso Devolução para sanção
PPA até 31/08 (do primeiro ano Até 22/12
• Elaboração e planejamento da proposta or- do mandato do presidente)
çamentária; LDO até 15/04 (anualmente) Até 17/07
LOA até 31/08 (anualmente) Até 22/12
• Discussão, estudo e aprovação da Lei de
Orçamento; Prazo do Processo Orçamentário
• Execução orçamentária e financeira;
• Avaliação/controle.
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Conhecimentos Específicos
Os prazos acima não são determinantes para os belecida em até 30 dias após a publicação dos orça-
Estados e Municípios, sendo que cada ente possui auto- mentos.
nomia em determinar os seus prazos através das suas
Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais, Execução das Emendas Parlamentares
respectivamente. É comum que esses entes federativos
Essas emendas podem ser individuais ou de ban-
adotem prazos iguais aos do âmbito federal, apesar de
cada de estado.
não ser uma regra.
Segundo a CF, é obrigatório a execução orçamentá-
21.3.1.3. Discussão, Estudo e Aprovação Legisla- ria e financeira das emendas individuais na parcela de
tiva 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) realizada no
exercício anterior.
No âmbito federal, os projetos de leis orçamentá-
rias, após o envio pelo Executivo, serão apreciados pe- É importante atentar-se ao fato de que metade
las duas casas legislativas do Congresso Nacional, na (0,6%) desse valor tem que ser necessariamente utiliza-
forma do seu regimento comum. do em ações e serviços públicos de saúde. O restante
tem utilização livre, sendo geralmente empregado pelos
A Comissão Mista Permanente de Senadores e
deputados e senadores em obras e construções, de modo
Deputados é a responsável por examinar e emitir um
a gerar visibilidade ao parlamentar no seu reduto
parecer sobre os projetos orçamentários encaminhados.
eleitoral.
O chefe do executivo pode enviar alterações às leis en-
caminhadas somente enquanto a parte a ser alterada não Já as emendas de bancadas estaduais devem ser
tenha ainda sido votada na Comissão Mista. executadas no montante de até 1% da RCL realizada no
exercício anterior.
Em cada casa legislativa, por ser formalmente uma
lei ordinária, será aprovada por maioria simples. Após
22.3.1.5. Avaliação e controle do Orçamento
a sua aprovação, ela será enviada para a sanção presi-
dencial. Avaliação
Estados e Municípios instituirão suas comissões no A avaliação orçamentária consiste na verificação
âmbito do seu Poder Legislativo. do cumprimento das ações a serem realizadas durante a
execução do orçamento. Ela é a responsável em analisar
Emendas Parlamentares a observância dos objetivos traçados, de modo a reali-
mentar o processo orçamentário, contribuindo para a iní-
Durante a fase de discussão, o projeto de Lei Orça-
cio de um novo ciclo, fazendo com que ele seja cada vez
mentária pode ser alterado pelos congressistas na Comis-
mais eficiente, eficaz e efetivo.
são Mista, por meio das chamadas Emendas Parlamenta-
res. • A eficácia trata do atingimento das metas em
Essas emendas são o meio utilizado pelo legislativo relação ao que foi traçado.
para influenciar na alocação dos recursos públicos, de • A eficiência é a relação entre os recursos utili-
modo a favorecer a região que o parlamentar representa. zados e as metas alcançadas em relação ao que
foi estabelecido.
22.3.1.4. Execução do Orçamento • A efetividade permite identificar os efeitos
produzidos no mundo externo em decorrência
Esta fase consiste na arrecadação de receitas e re- dos programas implementados.
alização de despesas, ou seja, é a execução propriamen-
te dita do orçamento, trazendo para a realidade o orça-
mento elaborado pelo Executivo e aprovado pelo Legis- 22.3.1.6. Controle
lativo. O controle do orçamento é de extrema importância,
Há dois tipos de execução, a orçamentária e a fi- pois ele permite assegurar a aplicação dos recursos pelos
nanceira. poderes de acordo com leis aprovadas.
A orçamentária, de uma maneira breve, é a utiliza- Segundo a lei 4.320/64, que trata sobre as normas
ção das dotações dos créditos designados na Lei Orça- gerais de direito financeiro, o controle da execução or-
mentária Anual (LOA). A financeira é a execução do çamentária compreende:
recurso financeiro propriamente dito, de modo a subsi- “I – a legalidade dos atos de que resultem a arre-
diar a realização dos projetos e atividades programados. cadação da receita ou a realização da despesa, o nasci-
Os recursos associados às dotações serão entregues mento ou a extinção de direitos e obrigações;
aos poderes Legislativo, Judiciário, Ministério Público e II – a fidelidade funcional dos agentes da adminis-
Defensoria Pública pelo Executivo, por meio de duodé- tração, responsáveis por bens e valores públicos;
cimos, até do dia 20 de cada mês. III – o cumprimento do programa de trabalho ex-
presso em termos monetários e em termos de realização
A programação financeira, juntamente com o cro- de obras e prestação de serviços.”
nograma mensal de desembolso citado acima, será esta-
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Conhecimentos Específicos
O controle pode ser realizado de maneira interna, • Lei Orçamentária Anual (LOA): Estima a recei-
no âmbito de cada poder, ou de maneira externa, através ta e fixa a despesa do ente público para o ano seguinte.
do Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de
Contas.
O Tribunal de Contas detém a competência de Normas Legais Aplicáveis
apreciar anualmente as contas prestadas pelo Presidente As normas legais variam de um país para outro,
da República, mediante um parecer prévio. Sendo de mas, tomando como exemplo o Brasil:
responsabilidade do Congresso Nacional o julgamento
anual dessas contas, de modo a constatar se o chefe do • Constituição Federal: Define os princípios e di-
executivo agiu com responsabilidade durante a execução retrizes do orçamento público.
do orçamento aprovado. • Lei nº 4.320/64: Estatui normas gerais de direi-
O controle não é exercido apenas sobre os chefes do to financeiro para elaboração e controle dos orçamentos
executivo, mas sobre todos aqueles que utilize, guarde, e balanços.
arrecade, gerencie ou administre dinheiros e bens públi- • Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Res-
cos. ponsabilidade Fiscal - LRF): Estabelece normas de fi-
nanças públicas voltadas para a responsabilidade na ges-
tão fiscal.
22.4. MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMEN-
Além dessas normas, é comum que haja legislação
TOS DO ORÇAMENTO PÚBLICO; NORMAS LE-
complementar e regulamentos específicos em cada ente
GAIS APLICÁVEIS.
federativo (União, estados e municípios) que detalham
O orçamento público é um instrumento de gestão procedimentos, prazos e responsabilidades relacionados
que detalha todas as receitas e despesas de uma entidade ao orçamento público.
pública para um determinado período. Ele é essencial pa-
Cabe salientar que a elaboração, aprovação, execu-
ra garantir a transparência, eficiência e eficácia dos re-
ção e fiscalização do orçamento público envolvem uma
cursos públicos. A elaboração, execução e fiscalização
complexa interação entre os Poderes Executivo e Legis-
do orçamento envolvem uma série de métodos, técnicas
lativo, bem como a participação de órgãos de controle
e instrumentos. Além disso, em muitos países, a elabora-
(como Tribunais de Contas) e da própria sociedade civil.
ção e execução orçamentárias são regidas por normas le-
gais específicas.
22.5. SIDOR e SIAFI
Métodos, Técnicas e Instrumentos do Orçamento
Público 22.5.1. SIDOR – Sistema Integrado de Dados
Orçamentários.
• Orçamento Tradicional ou Histórico: Baseia-se
nos gastos realizados em anos anteriores para projetar as É o sistema responsável pelo controle e acompa-
despesas futuras. nhamento das etapas e aprovação do Orçamento da Uni-
ão. Foi desenvolvido pelo Serpro. As informações de cu-
• Orçamento de Desempenho: Vincula as despe- nho orçamentário são inseridas através de terminal-de-
sas à realização de determinadas atividades e à obtenção vídeo da rede SIDOR e, também, da rede Serpro.
de resultados.
O Sidor tem por objetivo dotar o processo orçamen-
• Orçamento Base Zero (OBZ): Pressupõe que tário do governo federal de uma estrutura de processa-
todas as despesas devem ser justificadas a cada novo ci- mento de dados conforme as modernas ferramentas da
clo orçamentário, independentemente dos valores apro- tecnologia de informação, de processos informatizados e
vados em anos anteriores. estruturas de dados para dar suporte às atividades do Sis-
tema Orçamentário Federal. O sistema permite a elabo-
• Orçamento Programa: Organiza as despesas de
ração da proposta orçamentária e a revisão do PPA para
acordo com programas de trabalho e objetivos determi-
a formalização dos Projetos de lei do Orçamento Anual
nados.
(PLOA) e do Plano Plurianual, que são encaminhados ao
• Orçamento Participativo: Inclui a população no Congresso Nacional.
processo de decisão sobre a alocação de recursos em de-
Anote, o SIDOR é implantado pela União, mas ope-
terminadas áreas.
racionalizado pelos órgãos integrantes do sistema de ad-
• Orçamento Impositivo: Estabelece que uma ministração pública federal.
parte das emendas parlamentares ao orçamento seja
obrigatoriamente executada. 22.5.2. SIAFI
• Plano Plurianual (PPA): Em muitos países, de- O SIAFI – Sistema Integrado de Administração Fi-
fine as diretrizes, objetivos e metas para um período de nanceira do Governo Federal, é o principal instrumento
vários anos. utilizado para registro, acompanhamento e controle da
execução orçamentária, financeira e patrimonial do Go-
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): Esta- verno Federal. Desde sua criação, o SIAFI tem alcança-
belece as metas e prioridades para o exercício financeiro do satisfatoriamente seus principais objetivos:
subsequente.
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Conhecimentos Específicos
a) prover mecanismos adequados ao controle diário
da execução orçamentária, financeira e patrimonial aos 22.6.2. CATEGORIAS, FONTES, ESTÁGIOS.
órgãos da Administração Pública;
Classificação por categorias econômicas - Intro-
b) fornecer meios para agilizar a programação fi-
duzida pela Lei n° 4.320/64. No caput do art. 11, temos:
nanceira, otimizando a utilização dos recursos do Tesou-
ro Nacional, através da unificação dos recursos de caixa - Receitas Correntes - "... as receitas tributárias, de
do Governo Federal; contribuições patrimonial, agropecuária, industrial, de
c) permitir que a contabilidade pública seja fonte serviços e outras, e, ainda, as provenientes de recursos
segura e tempestiva de informações gerenciais destina- financeiros recebidos de outras pessoas de direito públi-
das a todos os níveis da Administração Pública Federal; co ou privado, quando destinadas a atender despesas
d) padronizar métodos e rotinas de trabalho relati- classificatórias em Despesas Correntes.
vas à gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez
- Receitas de Capital - "...as provenientes da reali-
ou restrição a essa atividade, uma vez que ele permanece
zação de recursos financeiros oriundos da constituição de
sob total controle do ordenador de despesa de cada uni-
dade gestora; dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos: os
e) permitir o registro contábil dos balancetes dos es- recursos recebidos de outras pessoas de direito público
ou privado, destinados a atender despesas classificáveis
tados e municípios e de suas supervisionadas;
em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orça-
f) permitir o controle da dívida interna e externa,
mento Corrente".
bem como o das transferências negociadas;
g) integrar e compatibilizar as informações no âm- Classificação por fonte - inicia-se na subdivisão de
bito do Governo Federal; Receitas Correntes e de Capital, de acordo com o art. 11
h) permitir o acompanhamento e a avaliação do uso da Lei no 4.320/64, Anexo 3.
dos recursos públicos; e
i) proporcionar a transparência dos gastos do Go- a) Receitas Correntes
verno Federal. Receitas Tributárias - envolvem apenas os tributos
O SIAFI é um sistema informatizado que processa e existentes na legislação tributária: Impostos, Taxas e
controla, por meio de terminais instalados em todo o ter- Contribuições de Melhoria. As receitas tributárias são
ritório nacional, a execução orçamentária, financeira, pa- provenientes da cobrança desses tributos pagos pela po-
trimonial e contábil dos órgãos da Administração Públi- pulação; têm por base suas propriedades, rendas, ativida-
ca Direta federal, das autarquias, fundações e empresas des e benefícios diretos e imediatos que lhe são propor-
públicas federais e das sociedades de economia mista cionados pelo Estado. Privativas da União, Estados e
que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou Municípios.
no Orçamento da Seguridade Social da União. Receitas de Contribuições - são as contribuições
O sistema pode ser utilizado pelas Entidades Públi- compulsórias que o Estado institui de acordo com o pre-
cas Federais, Estaduais e Municipais apenas para recebe- visto nos arts. 21, 4 2°, 163 e 178 da Constituição Fede-
rem, pela Conta Única do Governo Federal, suas receitas ral, tais como salário-educação, sobretarifas de teleco-
(taxas de água, energia elétrica, telefone, etc) dos Órgãos municações, energia elétrica, contribuição para a Previ-
que utilizam o sistema. Entidades de caráter privado dência Social (COFINS) etc.
também podem utilizar o SIAFI, desde que autorizadas Receita Patrimonial - refere-se à receita oriunda
pela STN. No entanto, essa utilização depende da cele- do resultado financeiro do patrimônio da instituição, seja
bração de convênio ou assinatura de termo de coopera- decorrente de bens mobiliários ou imobiliários, especi-
ção técnica entre os interessados e a STN, que é o órgão almente juros, aluguéis, dividendos etc.
gestor do SIAFI.
Receita Agropecuária - decorre da exploração
22.6. RECEITA PÚBLICA: CATEGORIAS, econômica das atividades ou explorações agropecuárias,
FONTES, ESTÁGIOS; DÍVIDA ATIVA. que compreendem: agricultura, pecuária, silvicultura (ou
reflorestamento). Excetuam-se as usinas de açúcar, fá-
22.6.1. RECEITA PÚBLICA brica de polpa de madeira, serrarias e unidades industri-
A receita pública é estimada no nível orçamentário, ais com a produção licenciada, que são classificadas co-
sendo seus demais procedimentos disciplinados em ou- mo indústrias.
tros âmbitos, principalmente no da legislação tributária. Receita Industrial - derivada de atividades indus-
A rigor, o orçamento de receita é constituído de apenas triais definidas segundo a Fundação Instituto Brasileiro
um quadro analítico com as estimativas de arrecadação de Geografia e Estatística - IBGE: extrativa mineral, de
de cada um dos tipos de receita da instituição, além de transformação, de construção e de serviços industriais de
alguns poucos quadros sintéticos. utilização pública (energia elétrica, água e esgoto, limpe-
Em nosso País, são adotados dois critérios formal- za pública e remoção de lixo).
mente padronizados para todos os orçamentos públicos: Receita de Serviços - oriunda das atividades carac-
categorias econômicas e fontes; e, em alguns casos espe- terísticas da prestação de serviços como: comércio,
cíficos, duas outras classificações - segundo a origem e transporte, comunicação, serviços hospitalares, armaze-
segundo a vinculação. nagem, serviços educacionais, recreativos e culturais etc.
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Conhecimentos Específicos
Transferências Correntes - são os recursos finan- Estágios ou Fases da Receita Pública
ceiros recebidos de outras pessoas de direito público ou
A realização da receita pública se dá mediante uma
privado, independente de contraprestação direta em bens
sequência de atividades, cujo resultado é o recebimento
e serviços. Podem ocorrer em nível intergovernamental
de recursos financeiros pelos cofres públicos. Os está-
(diferente esfera de governo) e intragovernamental
gios são os seguintes:
(mesma esfera de governo), bem como podem ser rece-
bidas de instituições privadas nacionais (contribuições e a) Previsão
doações a governos e a entidades da administração des-
Compreende a estimativa das receitas para compor
centralizada), do exterior (fundos e organizações interna-
a proposta orçamentária e a provação do orçamento pú-
cionais) e de pessoas.
blico pelo legislativo, transformando-o em Lei Orçamen-
Outras Receitas Correntes - envolvem diversas tária. Na previsão de receita devem ser observadas as
outras receitas, não enquadradas anteriormente, como: normas técnicas e legais, considerados os efeitos das al-
multas, juros de mora, indenizações, cobranças da dívida terações na legislação, da variação do índice de preços,
ativa e receitas diversas (rendas de loterias, receitas de do crescimento econômico ou de qualquer outro fator re-
cemitérios etc.) levante, sendo acompanhada de demonstrativo de sua
b) Receitas de Capital evolução nos três últimos anos, da projeção para os dois
seguintes àquele a que se referir a estimativa, e da meto-
Operações de Custeio - decorrentes da captação de dologia de cálculo e premissas utilizadas, segundo dis-
recursos pela colocação de títulos públicos ou de em- põe o art. 12 da LRF.
préstimos obtidos de entidades estatais ou particulares,
internas ou externas, para atender desequilíbrios orça- b) Arrecadação
mentários ou, ainda, financiar empreeendimentos públi- É o ato pelo qual o Estado recebe os tributos, multas
cos (SFH). e demais créditos, sendo distinguida em;
Alienação de bens - resultado da alienação de bens •Direta, a que é realizada pelo próprio Estado ou
como títulos, ações, bens móveis e imóveis etc. seus servidores e;
Transferências de Capital - recursos recebidos de •Indireta, a que é efetuada sob a responsabilidade de
outras entidades públicas e privadas destinados ao aten- terceiros credenciados pelo Estado. Os agentes da arre-
dimento da despesa de capital. Exemplo: cota-parte do cadação são devidamente autorizados para receberem os
Fundo de Participação dos Municípios. recursos e entregarem ao Tesouro Público, sendo dividi-
Outras Receitas de Capital - é uma classificação dos em dois grupos:
genérica para atender as receitas de capital não especifi- •Agentes públicos (coletorias, tesourarias, delegaci-
cadas na lei. Como exemplo, temos a indenização paga as, postos fiscais, etc);
pela Petrobras aos Estados e Municípios pela extração de
petróleo, xisto e gás. •Agentes privados (bancos autorizados).
Classificação pela Origem c) Recolhimento
Esta classificação a rigor não é necessária em todos Consiste na entrega do numerário, pelos agentes ar-
os orçamentos públicos. Entretanto, é de extrema impor- recadadores, públicos ou privados, diretamente ao Te-
tância nos grandes orçamentos, como o da União, porque souro Público ou ao banco oficial. O recolhimento de to-
mostra os recursos arrecadados pelo Tesouro Nacional e das as receitas deve ser feito com a observância do prin-
as receitas próprias das entidades descentralizadas (au- cípio da unidade de tesouraria, vedada qualquer frag-
tarquias, empresas públicas, fundações etc.). A finalida- mentação para a criação de caixas especiais. A conta
de do critério é evidenciar a parcela de recursos próprios única do Tesouro Nacional é mantida no Banco Central,
e a de recursos transferidos necessários para cobrir o mas o agente financeiro é o Banco do Brasil, que deve
programa de realizações de cada entidade. receber as importâncias provenientes da arrecadação de
tributos ou rendas federais e realizar os pagamentos e
Classificação segundo a Existência ou não da suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral
Vinculação da União.
Este critério não decorre de exigência prevista em
lei, porém, é importante também para grandes orçamen-
tos, principalmente porque a Constituição consagra al- 22.6.3. DÍVIDA ATIVA.
guns vínculos importantes entre receita e despesa. É o A dívida pública, que são obrigações para com ter-
caso de certos fundos orçamentários como o Fundo de ceiros, pode ser Ativa e Passiva. A dívida ativa, por sua
Participação dos Estados e Municípios, o Fundo de Fi- vez, pode ser tributária e não-tributária.
nanciamento do Setor Produtivo das Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste e o Fundo de Ressarcimento às A Lei n° 4.320/64 trata da dívida ativa no art. 39,
Exportações. caput e parágrafos, que a conceitua como créditos da Fa-
zenda Pública, de natureza tributária ou não, exigíveis
pelo transcurso do prazo para pagamento.
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Conhecimentos Específicos
A dívida ativa da natureza tributária é o crédito da apresentarem ampla utilidade e que possam contribuir
Fazenda Pública proveniente de obrigação legal relativa para a compreensão geral das funções do orçamento. As-
a tributos e respectivos adicionais e multas. sim, os critérios de classificação de contas orçamentárias
devem atender a certos objetivos. No conceito de Jesse
A dívida ativa de natureza não-tributária é represen-
Burkhead, as contas orçamentárias devem ser:
tada pelos demais créditos da Fazenda Pública, tais como
os provenientes de empréstimos compulsórios, contri- 1) "organizadas de maneira a facilitar a formulação
buições estabelecidas em lei, multas de qualquer origem de programas";
ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alu- 2) "organizadas de maneira a contribuir para a efe-
guéis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços tiva execução do orçamento;
de serviços prestados por estabelecimentos públicos, in- 3) “apresentadas de maneira a servir ao objetivo da
denizações, reposições, restituições, alcances dos res- prestação de contas";
ponsáveis definitivamente julgados, bem assim os crédi- 4) "organizadas de forma que seja possível analisar
tos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de os efeitos econômicos das atividades governamentais".
subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de
Para Gonzalo Martner as contas orçamentárias de-
contratos em geral ou de outras obrigações legais - é o
vem:
que estabelece a parte final do § 2° do art. 39 da Lei n°
4.320/64. 1) "ser estruturadas de maneira a facilitar a análise
dos efeitos econômicos e sociais da atividades do gover-
Para haver a inscrição em dívida ativa é condição
no";
que o crédito esteja vencido e seja exigível, ou seja, que
2) "facilitar a formulação dos programas elaborados
o tributo tenha sido lançado, vencido e não arrecadado,
pelo governo para cumprir suas funções";
para o caso da dívida ativa tributária.
3) "contribuir para a efetiva execução do orçamen-
Inscrita a dívida ativa na repartição pública compe- to";
tente e efetuados os registros contábeis referentes ao di- 4) "facilitar a contabilidade fiscal".
reito da Fazenda Pública contra terceiros em débito, po-
No modelo orçamentário brasileiro são observados
dem ocorrer duas situações: o recebimento do recursos
quatro critérios de classificação de despesa:
financeiros oferecendo quitação ao débito ou a prescri-
ção do direito, que normalmente segue a regra do Código a) Classificação institucional;
Tributário Nacional de cinco anos. b) Classificação funcional-programática;
c) Classificação econômica;
Os recursos recebidos à conta desses créditos para
d) Classificação por elementos.
com a Fazenda Nacional serão escriturados como receita
do exercício em que forem arrecadados nas respectivas Classificação Institucional - Este critério, também
rubricas orçamentárias, denominadas de receita da dívida conhecido por departamental, é a forma mais antiga de
ativa tributária e receita da dívida ativa não-tributária, classificar as despesas. Seu objetivo principal é apontar
contas de resultado, que compõem a categoria econômi- os órgãos que gastam os recursos previstos no orçamen-
ca receitas correntes. Nessa hipótese, é necessário o re- to. É de extrema importância para determinação de res-
gistro da baixa do direito em decorrência do recebimento ponsabilidades e fixação de controles e avaliações.
da receita da dívida ativa.
Classificação Funcional-Programática - Introdu-
zida a partir de 1974, é um aperfeiçoamento da classifi-
cação funcional instituída com a Lei 4.320/64, represen-
22.7. DESPESA PÚBLICA: CATEGORIAS, tada abaixo, que consagrava dez funções, cada uma sub-
ESTÁGIOS; SUPRIMENTO DE FUNDOS; RES- dividida em dez subfunções. Essas funções sofreram al-
TOS A PAGAR; DESPESAS DE EXERCÍCIOS terações ao longo dos anos; entretanto, a título de exem-
ANTERIORES; A CONTA ÚNICA DO TESOURO. plo, relaciona-se abaixo a listagem das funções que mais
22.7.1. DESPESA PÚBLICA CONCEITO E tempo vigorou:
CLASSIFICAÇÕES. 0 - Governo e Administração Geral
No processo de elaboração orçamentária, deve-se 1 - Administração Financeira
antecipar as situações patrimoniais (no orçamento), re- 2 - Defesa e Segurança
gistrar a movimentação patrimonial (na execução) e de- 3 - Recursos naturais e Agropecuária
monstrar resultados patrimoniais (nos balanços). Portan- 4 - Viação, Transportes e Comunicações
to, a linguagem orçamentária é essencialmente contábil e 5 - Indústria e Comércio
o elemento básico do orçamento é a conta. A questão que 6 - Educação e Cultura
se afigura é, portanto, como classificar as contas que 7 - Saúde
comporão determinado orçamento. Deve-se necessaria- 8 - Bem-estar Social
mente obedecer a determinado critério para que o orça- 9 - Serviços Urbanos
mento possa atingir seu objetivo.
Entre essas funções existiam as subfunções. Exem-
No orçamento público, em razão dos diversos obje- plificando, as dez subfunções da Função 6 - Educação e
tivos nele inseridos, não se trabalha com um único crité- Cultura - eram as seguintes:
rio de classificação dos dados, mas sim aqueles que
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Conhecimentos Específicos
6.0 – Administração mas estabeleceu regras no âmbito da União para a identi-
6.1 - Ensino Primário ficação da natureza da despesa.
6.2 - Ensino Secundário e Normal
Portanto, são de uso obrigatório pela União, não
6.3 - Ensino Técnico-Profissional
podendo ser impostas aos Estados e Municípios. A por-
6.4 - Ensino Superior
taria institui novas categorias classificatórias e rearranja
6.5 - Ensino e Cultura Artística
as contas em grupos, de forma a destacar agregados de
6.6 - Educação Física e Desportos
despesas que são expressivos no âmbito federal, como
6.7 - Pesquisas, Orientação e Difusão Cultural
pessoal e encargos das dívidas, transferências etc.
6.8 - Patrimônio Artístico e Histórico
6.9 - Diversos Classificação por Elementos - É a mais analítica
das classificações, porque proporciona o controle contá-
A classificação funcional-programática introduzida
bil dos gastos, tanto no nível interno do Executivo como
pela Portaria n° 9, de 26.1.1974, amplia substancialmen-
no próprio controle externo, exercido pelo Legislativo.
te o critério de classificação funcional, além de desdo-
brá-lo em maior número de categorias classificatórias. O conceito de "orçamento tradicional" utiliza o cri-
Nesse novo critério funcional-programático, a categoria tério de classificação por elementos que, somado à clas-
função foi mantida e ampliada para 16. Cada função é sificação institucional, constituem os antigos critérios
desdobrada em programas, que se subdividem em sub- classificatórios dos orçamentos públicos.
programas e estes em projetos e atividades. A portaria
veda a criação de novas funções, deixando em aberto a
adoção de outros programas, além daqueles previstos, 22.7.2. ESTÁGIOS
visando com isto atender à particularidade de cada orça-
mento. Conceitualmente não há definição na portaria pa- A despesa pública é executada em três estágios:
ra função, programa e subprograma, entretanto há para empenho, liquidação e pagamento. O empenho é, como
projeto e atividade. dispõe o art. 58 da Lei n° 4.320/64: “o ato emanado de
autoridade competente que cria para o Estado obriga-
Projeto - um instrumento de programação para al- ção de pagamento pendente ou não de implemento de
cançar os objetivos de um programa, envolvendo um condição". O empenho é obrigatório - não se permite a
conjunto de operações que se realizam de modo contínuo realização de despesa sem empenho.
e permanente, necessárias à manutenção da ação do go-
verno. O empenho precede a realização da despesa e obje-
tiva respeitar o limite do crédito orçamentário, dispondo
Atividade - um instrumento de programação para o art. 59 da Lei n° 4.320/64: "O empenho da despesa não
alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um poderá exceder o limite de créditos concedidos":
conjunto de operações que se realizam de modo contínuo
e permanente, necessárias à manutenção da ação do go- A emissão do empenho abate seu valor da dotação
verno. orçamentária total do programa de trabalho, tornando a
quantia empenhada indisponível para nova aplicação. É
Classificação Econômica - O critério econômico uma garantia para o fornecedor ou prestador de serviço
de classificação das despesas públicas foi difundido pela contratado pela Administração Pública de que a parcela
ONU - Organização das Nações Unidas, através de se- referente ao seu contrato foi bloqueada para honrar os
minários e manuais. Teve por objetivo atender as pro- compromissos assumidos.
postas keynesianas do pós-guerra, que exigiam outras
formas de apresentação das finanças públicas. Os empenhos, segundo sua natureza e finalidade,
são classificados em: ordinário, estimativa e global.
No Brasil, a adoção desse critério ocorreu com a
Lei 4.320/64 que prevê duas categorias e cinco subcate- Nota de Empenho é o documento utilizado para fins
gorias, conforme detalhamento a seguir: de registro da operação de empenho de uma despesa. É
também através de Nota de Empenho que se faz a anula-
3.0.0.0 DESPESAS CORRENTES (categoria) ção do empenho da despesa, com o mesmo número de
3.1.0.0 Despesas de Custeio (subcategoria) vias e destino. As anulações são identificadas pelo códi-
go do evento. O valor do empenho anulado reverte à do-
3.2.0.0 Transferências Correntes (subcategoria)
tação do programa de trabalho, tornando-se novamente
4.0.0.0 DESPESAS DE CAPITAL (categoria) disponível para empenho naquele exercício.
4.1.0.0 Investimentos (subcategoria) A liquidação é o segundo estágio da despesa e con-
siste na verificação do direito adquirido pelo credor, ten-
4.2.0.0 Inversões Financeiras (subcategoria)
do por base os títulos e documentos comprobatórios do
4.3.0.0 Transferências de Capital (subcategoria)
respectivo crédito (art. 63 da Lei nº 4.320/64). É a verifi-
Classificação segundo a Natureza da Despesa no cação se o contratante cumpriu o implemento de condi-
Orçamento Federal - A Portaria n° 35, de 1.8.1989, da ção.
Secretaria de Orçamento e Finanças da Secretaria de
Somente após a apuração do direito adquirido pelo
Planejamento e Coordenação da Presidência da Repúbli-
credor, tendo por base os documentos comprobatórios do
ca não chega a constituir-se numa nova classificação,
respectivo crédito, ou da completa habilitação da entida-
de beneficiada, a Unidade Gestora providenciará o ime-
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Conhecimentos Específicos
diato pagamento de despesa. Assim, nenhuma despesa própria. No caso de pagamento de despesa inscrita em
poderá ser paga sem estar devidamente liquidada. Restos a Pagar pelo valor estimado, duas situações pode-
rá ocorrer:
O pagamento é a última fase da despesa e consiste
na entrega de recursos equivalentes à dívida líquida, ao a) o valor real a ser pago é superior ao valor inscri-
credor, mediante ordem bancária. A emissão de ordem to. Nesse caso, a diferença deverá ser empenhada à conta
bancária será precedida de autorização do titular da Uni- de despesas de exercícios anteriores, de acordo com a ca-
dade Gestora, ou seu preposto, em documento próprio da tegoria econômica; e
Unidade. b) o valor real a ser pago é inferior ao valor inscrito.
O saldo existente deverá ser cancelado.
O órgão competente para exercer o controle e disci-
22.7.3. RESTOS A PAGAR.
plinar o tratamento de Restos a Pagar é a Secretaria do
São Restos a Pagar, ou resíduos passivos, consoante Tesouro Nacional.
o art. 36 da Lei n° 4.320/64, as despesas empenhadas
O pagamento de despesas inscritas em "Restos a
mas não pagas dentro do exercício financeiro, ou seja,
Pagar" é feito como qualquer outro pagamento de despe-
até 31 de dezembro (arts. 35 e 67 do Decreto n°
sa pública, exigindo-se apenas a observância das forma-
93.872/86).
lidades legais (empenho e liquidação), independente de
De acordo com sua natureza, as despesas inscritas requerimento do credor. Após o cancelamento da inscri-
em "Restos a Pagar" podem ser classificadas em: ção da despesa em Restos a Pagar, o pagamento que vier
a ser reclamado poderá ser atendido à conta de dotação
a) processadas - despesas em que o credor já cum-
destinada a despesas de exercícios anteriores (art. 69 do
priu suas obrigações, isto é, entregou o material, prestou
Decreto n° 93.872/86).
os serviços ou executou a etapa da obra, dentro do exer-
cício, tendo, portanto, direito líquido e certo, faltando A inscrição de valores em Restos a Pagar terá vali-
apenas o pagamento. Hoje essas despesas ficam registra- dade até 31 de dezembro do ano subsequente, após o que
das na conta 'Fornecedores". os saldos remanescentes serão automaticamente cancela-
dos, permanecendo em vigor, no entanto, o direito do
b) não processadas - despesas que dependem da
credor por cinco anos, a partir da inscrição.
prestação do serviço ou fornecimento do material, isto é,
aquelas em que o direito do credor não foi apurado. Re-
presentam, assim, despesas ainda não liquidadas.
22.7.4. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTE-
O art. 35 do Decreto n° 93.872/86 determina que o RIORES.
empenho da despesa não liquidada será considerado anu-
Despesas de Exercícios Anteriores são as dívidas
lado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quan-
resultantes de compromissos gerados em exercícios fi-
do:
nanceiros anteriores àqueles em que ocorreram os paga-
a) ainda vigente o prazo para cumprimento da obri- mentos.
gação assumida pelo credor;
O regime de competência exige que as despesas se-
b) vencido o prazo para cumprimento da obrigação,
jam contabilizadas de acordo com o exercício a que per-
esteja em curso a liquidação da despesa, ou seja de inte-
tençam (em que foram geradas).
resse da Administração exigir o cumprimento da obriga-
ção assumida pelo credor; As seguintes despesas poderão ser pagas à conta de
c) se destinar a atender transferências a instituições despesas de exercícios anteriores, mediante autorização
públicas ou privadas; do ordenador da despesa, respeitada a categoria econô-
d) corresponder a compromisso assumido no exteri- mica própria:
or.
a) as despesas de exercícios encerrados, para as
Os empenhos não anulados e aqueles referentes a quais o orçamento respectivo consignava crédito pró-
despesas já liquidadas e não pagas serão automaticamen- prio com saldo suficiente para atendê-las, que não se te-
te inscritos em Restos a Pagar no encerramento do exer- nham processado na época própria, assim entendidas
cício, pelo valor devido ou, se este for desconhecido, pe- aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsis-
lo valor estimado. tente e anulado no encerramento do exercício corres-
pondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o cre-
É vedada a reinscrição de empenhos em Restos a
dor tenha cumprido sua obrigação;
Pagar. O reconhecimento de eventual direito do credor
far-se-á através da emissão de nova Nota de Empenho, b) os restos a pagar com prescrição interrompida,
no exercício de recognição, à conta de despesas de exer- ou seja, a despesa cuja inscrição como Restos a Pagar
cícios anteriores, respeitada a categoria econômica pró- tenha sido cancelada, mais ainda vigente o direito do
pria. Os Restos a Pagar com prescrição interrompida - credor;
assim considerada a despesa cuja inscrição em Restos a
c) os compromissos decorrentes de obrigação de
Pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito
pagamento criada em virtude de lei e reconhecidos após
do credor - poderão ser pagos à conta de despesas de
o encerramento do exercício.
exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica
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Conhecimentos Específicos
Para fins de autorização do pagamento, são elemen- o único responsável pela boa aplicação do dinheiro e
tos próprios e essenciais à instrução do processo relativo prestará contas dentro do prazo regulamentar aos órgãos
a despesas de exercícios anteriores: controladores da execução orçamentária e financeira, ao
controle interno e ao Tribunal de Contas.
a) nome do credor, CNPJ/CPF e endereço;
b) importância a pagar; O Adiantamento constitui uma forma de pagar des-
c) data do vencimento do compromisso; d) causa da pesas orçamentárias; é o que diz o artigo 65 da Lei
inobservância do empenho prévio de despesa; 4.320/64: “o pagamento da despesa será efetuado por te-
e) indicação do nome do ordenador da despesa à souraria ou pagadoria regularmente instituídas, por esta-
época do fato gerador do compromisso; belecimentos bancários credenciados e, em casos excep-
f) reconhecimento expresso do atual ordenador de cionais, por meio de adiantamento”. O artigo 68 da refe-
despesa. rida Lei dispõe que o regime de adiantamento é aplicável
aos casos de despesas expressamente definidos em lei e
As dívidas de exercícios anteriores, que dependam
consiste na entrega de numerário a servidor, sempre pre-
de requerimento do favorecido, prescrevem em cinco
cedida de empenho na dotação própria, para o fim de
anos, contados da data do ato ou fato que tiver dado ori-
realizar despesas que não possam subordinar-se ao pro-
gem ao respectivo direito. O início do período da dívida
cesso normal de aplicação.
corresponde à data constante do fato gerador do direito,
não devendo ser considerado, para fins de prescrição Portanto, denomina-se suprimento de fundos, a mo-
quinquenal, o tempo de tramitação burocrática e o de dalidade de pagamento de despesa permitida em casos
providências administrativas a que estiver sujeito o pro- excepcionais e somente quando sua realização não possa
cesso. subordinar-se ao processo normal de atendimento por via
de ordem bancária.
22.7.5. DÍVIDA FLUTUANTE PÚBLICA
Trata-se de uma modalidade simplificada de execu-
A contraída pelo Tesouro Nacional, por um breve e ção de despesa consiste na entrega de numerário a servi-
determinado período de tempo, quer como administrador dor para a realização de despesa precedida de empenho
de terceiros, confiados à sua guarda, quer para atender às na dotação própria, que, por sua natureza ou urgência,
momentâneas necessidades de caixa. Segundo a Lei nº não possa subordinar-se ao processo normal da execução
4.320/64, a dívida flutuante compreende os restos a pa- orçamentária e financeira.
gar, excluídos os serviços de dívida, os serviços de dívi-
da a pagar, os depósitos e os débitos de tesouraria. 22.7.8. CONTA ÚNICA DO TESOURO
Com o advento da Lei nº 4.320/64, em seu artigo
22.7.6. DÍVIDA FUNDADA
56, pode dizer que as diretrizes para a criação de uma
O artigo 98 da Lei nº 4.320/64 trata da dívida fun- conta única tiveram seu início.
dada.
“Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-
- A dívida fundada compreende os compromissos se-á em estrita observância ao princípio da unidade de
de exigibilidade superior a 12 (doze) meses, contraídos tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação
para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financia- de caixas especiais.
mento de obras e serviços públicos.
Conta mantida pelo Tesouro Nacional no Banco
A lei 4.320/64 estabelece, ainda, que a dívida fun-
Central do Brasil e movimentada com concurso do Ban-
dada será escriturada com individuação e especificações
co do Brasil ou por agentes financeiros credenciados.
que permitam verificar, a qualquer momento, a posição
Tem por finalidade centralizar todas as disponibilidades
dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de
de caixa da União que se achem à disposição das unida-
amortização e juros.
des gestoras do Sistema Integrado de Administração Fi-
Classificação, segundo a LRF: nanceira do Governo Federal (SIAFI).
I – dívida pública consolidada ou fundada A Conta Única do Tesouro Nacional, mantida no
II – dívida pública mobiliária Banco Central do Brasil, acolhe todas as disponibilida-
III – operação de crédito des financeiras da União, inclusive fundos, de suas au-
IV – concessão de garantia tarquias e fundações. Constitui importante instrumento
V – refinanciamento da dívida mobiliária de controle das finanças públicas, uma vez que permite a
racionalização da administração dos recursos financei-
22.7.7. SUPRIMENTO DE FUNDOS ros, reduzindo a pressão sobre o caixa do Tesouro, além
de agilizar os processos de transferência e descentrali-
“Suprimento de Fundos” ou “Adiantamento” é o
zação financeira e os pagamentos a terceiros.
numerário que o Tesouro coloca à disposição de uma re-
partição, a fim de lhe dar condições de realizar despesas O Banco Central do Brasil (Bacen) exerce a função
que, por sua natureza ou urgência, não possam aguardar de caixa único do Tesouro Nacional.
o processo normal.
A realização da receita e da despesa da União se
O diretor da repartição designa um funcionário para faz por via bancária, em estrita observância ao princípio
responder pela movimentação do adiantamento; ele será de unidade de caixa.
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Conhecimentos Específicos
A operacionalização da Conta Única do Tesouro Federal1 direta e indireta, visando, em especial, à prote-
Nacional será efetuada por intermédio do Banco do ção dos direitos dos administrados e ao melhor cumpri-
Brasil ou, excepcionalmente, por outros agentes finan- mento dos fins da Administração.
ceiros autorizados pelo Ministério da Fazenda, através § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos
da Secretaria do Tesouro Nacional. órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União,
quando no desempenho de função administrativa2.
Os repasses do produto da arrecadação são feitos
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
pelos bancos arrecadadores à Conta Única do Tesouro
I - órgão - a unidade de atuação integrante da es-
mantida no BACEN, por meio de autorização "on-line"
trutura da Administração direta e da estrutura da Admi-
de débito nas suas contas de reserva bancária, no dia
nistração indireta;
útil seguinte à data da arrecadação.
II - entidade - a unidade de atuação dotada de per-
sonalidade jurídica;
23. NOÇÕES DE ARQUIVO, PROTOCOLO E III - autoridade - o servidor ou agente público do-
PROCESSOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA tado de poder de decisão.
FEDERAL: Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre
23.1. O PROCESSO ADMINISTRATIVO NO outros, aos princípios3 da legalidade, finalidade, moti-
ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FE- vação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
DERAL (LEI 9784/1999) ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interes-
se público e eficiência.
Quando se está diante de uma norma escrita, tam- Parágrafo único. Nos processos administrativos se-
bém denominada de norma positivada, indaga-se sempre rão observados, entre outros, os critérios de:
qual a melhor forma de estudá-la e compreendê-la. Para I - atuação conforme a lei e o Direito;
que isso se dê de forma profissional há diversas maneiras II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a
compreendê-la e uma das mais eficientes é a que orienta renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
o leitor na aplicação dos princípios de hermenêutica e a salvo autorização em lei;
utilização dos métodos de interpretação. III - objetividade no atendimento do interesse pú-
No caso da norma em comento, deve-se lançar mão blico, vedada a promoção pessoal de agentes ou autori-
dos métodos de interpretação. dades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade,
O mais conhecido método de interpretação de nor-
decoro e boa-fé;
mas de cunho processual ou procedimental é o método
V - divulgação oficial dos atos administrativos, res-
gramatical.
salvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constitui-
Mas, no caso na Lei nº 9784/99, deve-se utilizar o ção;
método sistemático, em que se considera a existência de VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposi-
outros contextos jurídicos que influenciam a norma, tais ção de obrigações, restrições e sanções em medida su-
como a própria Constituição Federal e demais normas de perior àquelas estritamente necessárias ao atendimento
processo civil, bem como o método teleológico, em que do interesse público;
se indaga qual a finalidade política da norma. VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito
Feitas essas considerações preliminares, consigne- que determinarem a decisão;
se que a Lei nº 9.784/99, também denominada de lei de VIII – observância das formalidades essenciais à
processo administrativo federal, foi idealizada com o garantia dos direitos dos administrados;
propósito de assegurar, além dos princípios constitucio- IX - adoção de formas simples, suficientes para
nais básicos da Administração Pública (legalidade, im- propiciar adequado grau de certeza, segurança e respei-
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), os to aos direitos dos administrados;
princípios do contraditório e da ampla defesa, da transpa- X - garantia dos direitos à comunicação, à apresen-
rência, e todos os demais que, de uma forma ou de outra, tação de alegações finais, à produção de provas e à in-
se encontrem relacionado com os direitos individuais dos terposição de recursos, nos processos de que possam re-
servidores e dos cidadãos e os direitos sociais em geral. sultar sanções e nas situações de litígio;
Princípios são valores jurídicos, que norteiam a XI - proibição de cobrança de despesas processu-
conduta dos servidores públicos na prática de atos admi- ais, ressalvadas as previstas em lei;
nistrativos e demais negócios jurídicos.
Texto normativo: 1
Somente se aplica aos órgãos e entidades públicas fe-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber derais, ou seja, não abrange os Estados, o Distrito Fede-
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- ral e nem os Municípios.
2 Considerando que o TCU é um órgão que tem vincula-
guinte Lei:
ção ao Poder Legislativo Federal, as disposições norma-
CAPÍTULO I tivas da Lei nº 9.784/99, tem aplicação nas relações ad-
ministrativas desempenhadas pelo referido órgão.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 3 Princípios jurídicos são valores explícitos ou implícitos
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o à norma e tem a função de orientar a conduta e a atua-
processo administrativo no âmbito da Administração ção dos agentes públicos e privados, no trato dos inte-
resses e negócios da Administração Pública.
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Conhecimentos Específicos
XII - impulsão, de ofício, do processo administrati- servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de
vo, sem prejuízo da atuação dos interessados; eventuais falhas.
XIII - interpretação da norma administrativa da Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deve-
forma que melhor garanta o atendimento do fim público rão elaborar modelos ou formulários padronizados para
a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova in- assuntos que importem pretensões equivalentes5.
terpretação. Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de
interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos6,
CAPÍTULO II poderão ser formulados em um único requerimento, sal-
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS vo preceito legal em contrário.
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos pe-
rante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe CAPÍTULO V
sejam assegurados: DOS INTERESSADOS
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e ser- Art. 9o São legitimados como interessados no pro-
vidores, que deverão facilitar o exercício de seus direi- cesso administrativo:
tos e o cumprimento de suas obrigações; I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como
II - ter ciência da tramitação dos processos admi- titulares de direitos ou interesses individuais ou no exer-
nistrativos em que tenha a condição de interessado, ter cício do direito de representação;
vista dos autos, obter cópias de documentos neles conti- II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm
dos e conhecer as decisões proferidas; direitos ou interesses que possam ser afetados pela deci-
III - formular alegações e apresentar documentos são a ser adotada;
antes da decisão, os quais serão objeto de consideração III - as organizações e associações representativas,
pelo órgão competente; no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advoga- IV - as pessoas ou as associações legalmente cons-
do, salvo quando obrigatória a representação, por força tituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
de lei. Art. 10. São capazes, para fins de processo admi-
nistrativo, os maiores de dezoito anos7, ressalvada pre-
CAPÍTULO III visão especial em ato normativo próprio.
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
Art. 4o São deveres do administrado perante a Ad- CAPÍTULO VI
ministração, sem prejuízo de outros previstos em ato DA COMPETÊNCIA
normativo: Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce
I - expor os fatos conforme a verdade; pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; própria, salvo os casos de delegação8 e avocação9 le-
III - não agir de modo temerário; galmente admitidos.
IV - prestar as informações que lhe forem solicita- Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular po-
das e colaborar para o esclarecimento dos fatos. derão, se não houver impedimento legal, delegar parte
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda
CAPÍTULO IV que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados,
DO INÍCIO DO PROCESSO quando for conveniente, em razão de circunstâncias de
Art. 5o O processo administrativo4 pode iniciar-se índole técnica, social, econômica, jurídica ou territori-
de ofício ou a pedido de interessado. al10.
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo
casos em que for admitida solicitação oral, deve ser
formulado por escrito e conter os seguintes dados: 5 Esses formulários padrões são úteis, porque otimizam
I - órgão ou autoridade administrativa a que se di- a identificação do assunto e torna mais célere a tramita-
rige; ção do processo.
II - identificação do interessado ou de quem o re- 6 Trata-se também de uma técnica administrativa de re-
Conhecimentos Específicos
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo vos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o ter-
aplica-se à delegação de competência dos órgãos cole- ceiro grau.
giados aos respectivos presidentes. Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo 14.
I - a edição de atos de caráter normativo11;
II - a decisão de recursos administrativos; CAPÍTULO VIII
III - as matérias de competência exclusiva do órgão DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS
ou autoridade. DO PROCESSO
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deve- Art. 22. Os atos do processo administrativo não de-
rão ser publicados no meio oficial. pendem de forma determinada senão quando a lei ex-
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e pressamente a exigir.
poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por
a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabí- escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua reali-
vel, podendo conter ressalva de exercício da atribuição zação e a assinatura da autoridade responsável.
delegada. § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer firma somente será exigido quando houver dúvida de au-
tempo pela autoridade delegante. tenticidade.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem § 3o A autenticação de documentos exigidos em có-
mencionar explicitamente esta qualidade e considerar- pia poderá ser feita pelo órgão administrativo 15.
se-ão editadas pelo delegado. § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e sequencialmente e rubricadas.
por motivos relevantes devidamente justificados, a avo- Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em
cação temporária de competência atribuída a órgão hie- dias úteis, no horário normal de funcionamento da re-
rarquicamente inferior12. partição na qual tramitar o processo.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas di- Parágrafo único. Serão concluídos depois do horá-
vulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, rio normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudi-
quando conveniente, a unidade fundacional competente que o curso regular do procedimento ou cause dano ao
em matéria de interesse especial. interessado ou à Administração.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos
processo administrativo deverá ser iniciado perante a do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos
autoridade de menor grau hierárquico para decidir. administrados que dele participem devem ser praticados
no prazo de cinco dias16, salvo motivo de força maior.
CAPÍTULO VII Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo po-
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO de ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justi-
Art. 18. É impedido de atuar em processo adminis- ficação.
trativo o servidor ou autoridade que: Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se pre-
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; ferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o inte-
II - tenha participado ou venha a participar como ressado se outro for o local de realização.
perito, testemunha ou representante, ou se tais situações
ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e CAPÍTULO IX
afins até o terceiro grau; DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
III - esteja litigando judicial ou administrativamen- Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita
te com o interessado ou respectivo cônjuge ou compa- o processo administrativo determinará a intimação17 do
nheiro. interessado para ciência de decisão ou a efetivação de
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em diligências.
impedimento deve comunicar o fato à autoridade compe- § 1o A intimação deverá conter:
tente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar
o impedimento constitui falta grave, para efeitos disci-
14
plinares13. Se houvesse concessão de efeitos suspensivos na
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autorida- tramitação do processo, a parte interessada ou investiga
de ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade poderia ganhar tempo e tornar ineficaz a atuação estatal.
15 Essa liberalidade evita que a pessoa que está denun-
notória com algum dos interessados ou com os respecti-
ciando ou pedindo providências despenda numerário
próprio. E isso se justifica, porque o interesse na apura-
11 Os atos administrativos são normativos, ordinatórios, ção dos fatos é eminentemente público.
16 Cinco dias é o prazo que o legislador concedeu para a
negociais, enunciativos e punitivos. É indelegável a práti-
ca de atos normativos, ou seja, que estabelecem nor- prática de atos iniciais e intermediários, prazo esse que
mas. atende ao princípio da razoabilidade. Note-se que esse
12 Esse procedimento é muito comum, a fim de evitar prazo pode ser dobrado.
17 Intimação é o comunicado inicial e oficial expedido pe-
protelações ou para evitar exposições públicas de autori-
dades de nível inferior. la Administração, para que as pessoas interessadas to-
13 Nesse caso o acusado responderá a processo admi- mem conhecimento de que tramita processo de seu inte-
nistrativo nos termos da Lei nº 8.112/90. resse.
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Conhecimentos Específicos
I - identificação do intimado e nome do órgão ou pública20 para manifestação de terceiros, antes da deci-
entidade administrativa; são do pedido, se não houver prejuízo para a parte inte-
II - finalidade da intimação; ressada.
III - data, hora e local em que deve comparecer; § 1o A abertura da consulta pública será objeto de
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas fí-
ou fazer-se representar; sicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se
V - informação da continuidade do processo inde- prazo para oferecimento de alegações escritas.
pendentemente do seu comparecimento; § 2o O comparecimento à consulta pública não con-
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais perti- fere, por si, a condição de interessado do processo, mas
nentes. confere o direito de obter da Administração resposta
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima fundamentada, que poderá ser comum a todas as alega-
de três dias úteis quanto à data de comparecimento. ções substancialmente iguais.
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da au-
processo, por via postal com aviso de recebimento, por toridade, diante da relevância da questão, poderá ser
telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciên- realizada audiência pública21 para debates sobre a ma-
cia do interessado. téria do processo.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, des- Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em
conhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação de- matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de
ve ser efetuada por meio de publicação oficial. participação de administrados, diretamente ou por meio
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem de organizações e associações legalmente reconhecidas.
observância das prescrições legais, mas o compareci- Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pú-
mento do administrado supre sua falta ou irregularida- blica e de outros meios de participação de administra-
de. dos deverão ser apresentados com a indicação do pro-
Art. 27. O desatendimento da intimação não impor- cedimento adotado.
ta o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renún- Art. 35. Quando necessária à instrução do proces-
cia a direito pelo administrado18. so, a audiência de outros órgãos ou entidades adminis-
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, trativas poderá ser realizada em reunião conjunta22,
será garantido direito de ampla defesa ao interessado. com a participação de titulares ou representantes dos
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser
processo que resultem para o interessado em imposição juntada aos autos.
de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que
direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu tenha alegado23, sem prejuízo do dever atribuído ao ór-
interesse. gão competente para a instrução e do disposto no art. 37
desta Lei.
CAPÍTULO X
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e
DA INSTRUÇÃO
dados estão registrados em documentos existentes na
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a
própria Administração responsável pelo processo ou em
averiguar e comprovar os dados necessários à tomada
outro órgão administrativo, o órgão competente para a
de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão19
instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos
do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do di-
ou das respectivas cópias.
reito dos interessados de propor atuações probatórias.
§ 1o O órgão competente para a instrução fará Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e
constar dos autos os dados necessários à decisão do antes da tomada da decisão, juntar documentos e pare-
processo. ceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos alegações referentes à matéria objeto do processo.
interessados devem realizar-se do modo menos oneroso
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser conside-
para estes.
rados na motivação do relatório e da decisão.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administra-
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante de-
tivo as provas obtidas por meios ilícitos.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver as- cisão fundamentada, as provas propostas pelos interes-
sunto de interesse geral, o órgão competente poderá,
mediante despacho motivado, abrir período de consulta
20 A consulta pública só ocorre quando se tratar de as-
sunto de interesse geral da coletividade e é ato discricio-
nário do órgão público. Diferente, portanto da audiência
18 Diferentemente do processo civil, o desatendimento da pública.
21 A convocação de audiência pública é ato discricionário
intimação não implica em confissão, revelia ou preclu-
são. da autoridade pública.
19 No processo civil em geral vigora o princípio da inér- 22 Ocorre, v.g. quando o assunto envolver ao mesmo
cia, em que o juiz só atua quando provocado. No proces- tempo atribuições afetas à ANVISA, a ANS, a ANAC, etc.
23 Aqui o ônus da prova é de quem alega, de quem de-
so administrativo não vigora tal princípio. Ao contrário, a
impulsão processual na fase instrutória do processo ad- nuncia, salvo a possibilidade de impulsão de ofício ou
ministrativo é regra. nos termos do art. 37.
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Conhecimentos Específicos
sados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessá- Art. 46. Os interessados têm direito à vista do pro-
rias ou protelatórias24. cesso e a obter certidões ou cópias reprográficas dos
Art. 39. Quando for necessária a prestação de in- dados e documentos que o integram, ressalvados os da-
formações ou a apresentação de provas pelos interessa- dos e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou
dos ou terceiros, serão expedidas intimações para esse pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de Art. 47. O órgão de instrução que não for compe-
atendimento. tente para emitir a decisão final elaborará relatório in-
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, dicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do proce-
poderá o órgão competente, se entender relevante a ma- dimento e formulará proposta de decisão, objetivamente
téria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de justificada, encaminhando o processo à autoridade
proferir a decisão. competente.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos so-
licitados ao interessado forem necessários à apreciação CAPÍTULO XI
de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado DO DEVER DE DECIDIR
pela Administração para a respectiva apresentação im- Art. 48. A Administração tem o dever de explicita-
plicará arquivamento do processo. mente emitir decisão nos processos administrativos e
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua
ou diligência ordenada, com antecedência mínima de competência.
três dias úteis25, mencionando-se data, hora e local de Art. 49. Concluída a instrução de processo adminis-
realização. trativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido para decidir28, salvo prorrogação por igual período ex-
um órgão consultivo26, o parecer deverá ser emitido no pressamente motivada.
prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
comprovada necessidade de maior prazo. CAPÍTULO XI-A
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar DA DECISÃO COORDENADA
de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá se- (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
guimento até a respectiva apresentação, responsabili- Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública fe-
zando-se quem der causa ao atraso. deral, as decisões administrativas que exijam a partici-
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante pação de 3 (três) ou mais setores, órgãos ou entidades
deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá poderão ser tomadas mediante decisão coordenada,
ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem sempre que: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no aten- I - for justificável pela relevância da matéria; e (In-
dimento. cluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo II - houver discordância que prejudique a celerida-
devam ser previamente obtidos laudos técnicos de ór- de do processo administrativo decisório. (Incluído pela
gãos administrativos e estes não cumprirem o encargo Lei nº 14.210, de 2021)
no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução § 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão
deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de coordenada a instância de natureza interinstitucional ou
qualificação e capacidade técnica equivalentes. intersetorial que atua de forma compartilhada com a fi-
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o nalidade de simplificar o processo administrativo medi-
direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias27, ante participação concomitante de todas as autoridades
salvo se outro prazo for legalmente fixado. e agentes decisórios e dos responsáveis pela instrução
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a
Pública poderá motivadamente adotar providências compatibilidade do procedimento e de sua formalização
acauteladoras sem a prévia manifestação do interessa- com a legislação pertinente. (Incluído pela Lei nº
do. 14.210, de 2021)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de
2021)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de
24 Vigora no âmbito do processo administrativo o princí- 2021)
pio do devido processo legal, que não admite provas que § 4º A decisão coordenada não exclui a responsabi-
atentem contra o ordenamento jurídico. lidade originária de cada órgão ou autoridade envolvi-
25 Note-se que o prazo de três dias destina-se ao aten-
da. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
dimento de intimações, que não pode ser confundido
com o prazo de cinco dias para a prática de atos internos § 5º A decisão coordenada obedecerá aos princí-
pelo agente público encarregado do processo administra- pios da legalidade, da eficiência e da transparência,
tivo. com utilização, sempre que necessário, da simplificação
26 O órgão consultivo tem 15 dias para emitir parecer. Se do procedimento e da concentração das instâncias deci-
o parecer for previsto em lei, aplicam-se as disposições sórias. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
do § 1º, aguardando-se o mesmo; se não for previsto em
lei, mas ainda assim obrigatório, o processo não se inter-
romperá, nos termos do § 2º.
27 Mais um prazo a ser memorizado: dez dias, mas para 28Outro prazo importante, o de trinta dias, destinado à
manifestação final do interessado. autoridade, para decidir sobre o processo.
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Conhecimentos Específicos
§ 6º Não se aplica a decisão coordenada aos pro- § 1º Até a assinatura da ata, poderá ser complementa-
cessos administrativos: (Incluído pela Lei nº 14.210, de da a fundamentação da decisão da autoridade ou do agente
2021) a respeito de matéria de competência do órgão ou da enti-
I - de licitação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de dade representada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
2021) § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
II - relacionados ao poder sancionador; ou (Incluí- § 3º A ata será publicada por extrato no Diário Ofici-
do pela Lei nº 14.210, de 2021) al da União, do qual deverão constar, além do registro re-
III - em que estejam envolvidas autoridades de Po- ferido no inciso IV do caput deste artigo, os dados identifi-
cadores da decisão coordenada e o órgão e o local em que
deres distintos. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
se encontra a ata em seu inteiro teor, para conhecimento
Art. 49-B. Poderão habilitar-se a participar da de-
dos interessados. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
cisão coordenada, na qualidade de ouvintes, os interes-
sados de que trata o art. 9º desta Lei. (Incluído pela Lei
CAPÍTULO XII
nº 14.210, de 2021)
DA MOTIVAÇÃO
Parágrafo único. A participação na reunião, que
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser moti-
poderá incluir direito a voz, será deferida por decisão
vados29, com indicação dos fatos e dos fundamentos ju-
irrecorrível da autoridade responsável pela convocação
rídicos, quando:
da decisão coordenada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interes-
2021)
ses;
Art. 49-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210,
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
de 2021)
sanções;
Art. 49-D. Os participantes da decisão coordenada
III - decidam processos administrativos de concur-
deverão ser intimados na forma do art. 26 desta Lei. (In-
so ou seleção pública;
cluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é
processo licitatório;
responsável pela elaboração de documento específico
V - decidam recursos administrativos;
sobre o tema atinente à respectiva competência, a fim de
VI - decorram de reexame de ofício;
subsidiar os trabalhos e integrar o processo da decisão
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada so-
coordenada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
bre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, pro-
Parágrafo único. O documento previsto
postas e relatórios oficiais;
no caput deste artigo abordará a questão objeto da de-
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
cisão coordenada e eventuais precedentes. (Incluído pela
convalidação de ato administrativo.
Lei nº 14.210, de 2021)
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congru-
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto
ente, podendo consistir em declaração de concordância
da decisão coordenada deverá ser manifestado durante
com fundamentos de anteriores pareceres, informações,
as reuniões, de forma fundamentada, acompanhado das
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte inte-
propostas de solução e de alteração necessárias para a
grante do ato.
resolução da questão. (Incluído pela Lei nº 14.210, de
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natu-
2021)
reza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria
fundamentos das decisões, desde que não prejudique di-
estranha ao objeto da convocação. (Incluído pela Lei nº
reito ou garantia dos interessados.
14.210, de 2021)
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados
Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da decisão
e comissões ou de decisões orais constará da respectiva
coordenada será consolidada em ata, que conterá as se-
ata ou de termo escrito.
guintes informações: (Incluído pela Lei nº 14.210, de
2021)
CAPÍTULO XIII
I - relato sobre os itens da pauta; (Incluído pela Lei
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS
nº 14.210, de 2021)
DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
II - síntese dos fundamentos aduzidos; (Incluído pe-
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifesta-
la Lei nº 14.210, de 2021)
ção escrita, desistir total ou parcialmente do pedido
III - síntese das teses pertinentes ao objeto da con-
formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis30.
vocação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou
IV - registro das orientações, das diretrizes, das so-
renúncia atinge somente quem a tenha formulado.
luções ou das propostas de atos governamentais relati-
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, con-
vos ao objeto da convocação; (Incluído pela Lei nº
forme o caso, não prejudica o prosseguimento do pro-
14.210, de 2021)
cesso, se a Administração considerar que o interesse
V - posicionamento dos participantes para subsidi-
público assim o exige.
ar futura atuação governamental em matéria idêntica ou
similar; e (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
29
VI - decisão de cada órgão ou entidade relativa à O princípio da motivação dos atos decorre do princípio
matéria sujeita à sua competência. (Incluído pela Lei nº da segurança jurídica e da transparência.
30 Ainda que o interessado desista ou renuncie ao direito
14.210, de 2021)
deduzido nos autos do processo, a Administração poderá
dar continuidade, ante o interesse público manifesto.
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Conhecimentos Específicos
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extin- Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
to o processo quando exaurida sua finalidade ou o obje- administrativo:
to da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado I - os titulares de direitos e interesses que forem
por fato superveniente. parte no processo;
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indi-
CAPÍTULO XIV retamente afetados pela decisão recorrida;
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E III - as organizações e associações representativas,
CONVALIDAÇÃO no tocante a direitos e interesses coletivos;
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos
atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode re- ou interesses difusos.
vogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez
respeitados os direitos adquiridos. dias o prazo para interposição de recurso administrati-
Art. 54. O direito da Administração de anular os vo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis decisão recorrida.
para os destinatários decai em cinco anos31, contados da § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o re-
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. curso administrativo deverá ser decidido no prazo má-
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o ximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos
prazo de decadência contar-se-á da percepção do pri- pelo órgão competente.
meiro pagamento. § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular poderá ser prorrogado por igual período, ante justifica-
qualquer medida de autoridade administrativa que im- tiva explícita.
porte impugnação à validade do ato. Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de reque-
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acar- rimento no qual o recorrente deverá expor os fundamen-
retarem lesão ao interesse público nem prejuízo a tercei- tos do pedido de reexame, podendo juntar os documen-
ros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis 32 pode- tos que julgar convenientes.
rão ser convalidados pela própria Administração. Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o re-
curso não tem efeito suspensivo.
CAPÍTULO XV Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo
DO RECURSO ADMINISTRATIVO de difícil ou incerta reparação decorrente da execução,
E DA REVISÃO a autoridade recorrida ou a imediatamente superior po-
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recur- derá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao re-
so33, em face de razões de legalidade e de mérito. curso.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que pro- Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente
feriu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo para dele conhecer deverá intimar os demais interessa-
de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. dos para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recur- alegações.
so administrativo independe de caução34. Art. 63. O recurso não será conhecido36 quando in-
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão adminis- terposto:
trativa contraria enunciado da súmula vinculante, cabe- I - fora do prazo;
rá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não II - perante órgão incompetente;
a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recur- III - por quem não seja legitimado;
so à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou IV - após exaurida37 a esfera administrativa.
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao re-
pela Lei nº 11.417, de 2006). corrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no má- prazo para recurso.
ximo por três instâncias administrativas35, salvo disposi- § 2o O não conhecimento do recurso não impede a
ção legal diversa. Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que
não ocorrida preclusão administrativa.
31 O prazo decadencial é de cinco anos, mas é imprescri- Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso
tível quando praticado por comprovada má-fé. poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
32 Atos que contenham defeitos que possam ser sana-
parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de
dos, se sujeitam à convalidação, ou seja, podem ser re- sua competência.
conhecidos como eficazes.
33 Uma vez proferida a decisão é cabível a interposição
ou seja, recolhimento de custas ou emolumentos. No ca- pressupostos de admissibilidade. O que não impede a
so, a expressão utilizada é caução, que uma espécie de autoridade de rever o ato tido por ilegal.
37 Exaurida é esgotada. Ex. Quando a terceira instância
depósito. Portanto, inexigível no caso da interposição de
recurso. administrativa decidir o recurso e o interessado interpu-
35 Diferentemente do processo disciplinar, em que não ser mais um recurso. Ele seque será conhecido, ou seja,
há limites de instâncias para tramitação do recurso no não será examinado.
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Conhecimentos Específicos
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste tirão em obrigação de fazer ou de não fazer44, assegura-
artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, do sempre o direito de defesa.
este deverá ser cientificado para que formule suas ale-
gações antes da decisão. CAPÍTULO XVIII
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
enunciado da súmula vinculante, o órgão competente Art. 69. Os processos administrativos específicos
para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabi- continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes
lidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Fede- qualquer órgão ou instância, os procedimentos adminis-
ral a reclamação38 fundada em violação de enunciado trativos em que figure como parte ou interessado: (In-
da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade pro- cluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
latora e ao órgão competente para o julgamento do re- I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessen-
curso, que deverão adequar as futuras decisões adminis- ta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
trativas em casos semelhantes, sob pena de responsabili- II - pessoa portadora de deficiência, física ou men-
zação pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. tal; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de
Art. 65. Os processos administrativos de que resul-
2009).
tem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a
pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou cir- IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclero-
cunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inade- se múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia ir-
quação da sanção aplicada. reversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de
Parágrafo único. Da revisão39 do processo não po- Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
derá resultar agravamento da sanção. grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença
de Paget (osteíte deformante), contaminação por radia-
CAPÍTULO XVI ção, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra
DOS PRAZOS doença grave, com base em conclusão da medicina espe-
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da cializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após
data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de
dia do começo e incluindo-se o do vencimento40. 2009).
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primei-
ro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício,
não houver expediente ou este for encerrado antes da juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à au-
toridade administrativa competente, que determinará as
hora normal.
providências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de mo-
12.008, de 2009).
do contínuo.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão iden-
de data a data. Se no mês do vencimento não houver o tificação própria que evidencie o regime de tramitação
dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
termo o último dia do mês41.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente § 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de
comprovado, os prazos processuais não se suspendem. 2009).
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de
CAPÍTULO XVII 2009).
DAS SANÇÕES
Art. 68. As sanções42, a serem aplicadas por autori- Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
dade competente, terão natureza pecuniária43 ou consis- blicação.
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independên-
cia e 111o da República.
38 A reclamação é um procedimento judicial. Se uma au- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
toridade administrativa praticar atos contrários a alguma
Renan Calheiros
súmula vinculante do STF, basta apresentar perante a
referida corte de justiça uma reclamação, para que o di- Paulo Paiva
reito seja prontamente restabelecido.
39 Após a fase recursal e ultrapassados os prazos finais,
Conhecimentos Específicos
23.2. POLÍTICA NACIONAL DE ARQUIVOS § 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles
PÚBLICOS E PRIVADOS (LEI 8.159/1991) em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam
objeto de consultas frequentes.
Dispõe sobre a política nacional de arqui- § 2º - Consideram-se documentos intermediários
vos públicos e privados e dá outras provi- aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos pro-
dências. dutores, por razões de interesse administrativo, aguar-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber dam a sua eliminação ou recolhimento para guarda per-
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- manente.
guinte Lei: § 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de
documentos de valor histórico, probatório e informativo
CAPÍTULO I que devem ser definitivamente preservados.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 9º - A eliminação de documentos produzidos
Art. 1º - É dever do Poder Público a gestão docu- por instituições públicas e de caráter público será reali-
mental e a proteção especial a documentos de arquivos, zada mediante autorização da instituição arquivística pú-
como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao blica, na sua específica esfera de competência.
desenvolvimento científico e como elementos de prova e Art. 10º - Os documentos de valor permanente são
informação. inalienáveis e imprescritíveis.
Art. 2º - Consideram-se arquivos, para os fins desta
Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos CAPÍTULO III
por órgãos públicos, instituições de caráter público e en- DOS ARQUIVOS PRIVADOS
tidades privadas, em decorrência do exercício de ativida- Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os con-
des específicas, bem como por pessoa física, qualquer juntos de documentos produzidos ou recebidos por pes-
que seja o suporte da informação ou a natureza dos do- soas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas ativida-
cumentos. des. Regulamento
Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o con- Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identifi-
junto de procedimentos e operações técnicas referentes à cados pelo Poder Público como de interesse público e
sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento social, desde que sejam considerados como conjuntos de
em fase corrente e intermediária, visando a sua elimina- fontes relevantes para a história e desenvolvimento cien-
ção ou recolhimento para guarda permanente. tífico nacional. Regulamento
Art. 4º - Todos têm direito a receber dos órgãos pú- Art. 13 - Os arquivos privados identificados como
blicos informações de seu interesse particular ou de inte- de interesse público e social não poderão ser alienados
resse coletivo ou geral, contidas em documentos de ar- com dispersão ou perda da unidade documental, nem
quivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de transferidos para o exterior. Regulamento
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujos sigilo seja Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, Poder Público exercerá preferência na aquisição.
bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida pri- Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos pri-
vada, da honra e da imagem das pessoas. vados identificados como de interesse público e social
Art. 5º - A Administração Pública franqueará a con- poderá ser franqueado mediante autorização de seu pro-
sulta aos documentos públicos na forma desta Lei. prietário ou possuidor. Regulamento
Art. 6º - Fica resguardado o direito de indenização Art. 15 - Os arquivos privados identificados como
pelo dano material ou moral decorrente da violação do si- de interesse público e social poderão ser depositados a tí-
gilo, sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa. tulo revogável, ou doados a instituições arquivísticas pú-
blicas. Regulamento
CAPÍTULO II Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades
DOS ARQUIVOS PÚBLICOS religiosas produzidos anteriormente à vigência do Códi-
Art. 7º - Os arquivos públicos são os conjuntos de go Civil ficam identificados como de interesse público e
documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas social. Regulamento
atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, esta-
dual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de CAPÍTULO IV
suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. DA ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE
Regulamento INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS PÚBLICAS
§ 1º - São também públicos os conjuntos de docu- Art. 17 - A administração da documentação pública
mentos produzidos e recebidos por instituições de caráter ou de caráter público compete às instituições arquivísti-
público, por entidades privadas encarregadas da gestão cas federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais.
de serviços públicos no exercício de suas atividades. § 1º - São Arquivos Federais o Arquivo Nacional os
§ 2º - A cessação de atividades de instituições pú- do Poder Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e
blicas e de caráter público implica o recolhimento de sua do Poder Judiciário. São considerados, também, do Po-
documentação à instituição arquivística pública ou a sua der Executivo os arquivos do Ministério da Marinha, do
transferência à instituição sucessora. Ministério das Relações Exteriores, do Ministério do
Art. 8º - Os documentos públicos são identificados Exército e do Ministério da Aeronáutica.
como correntes, intermediários e permanentes.
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Conhecimentos Específicos
§ 2º - São Arquivos Estaduais os arquivos do Poder Art. 27 - Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do blicação.
Poder Judiciário. Art. 28 - Revogam-se as disposições em contrário.
§ 3º - São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Brasília, 8 de janeiro de 1991; 170º da Independên-
Poder Executivo, o Arquivo do Poder Legislativo e o ar- cia e 103º da República.
quivo do Poder Judiciário. FERNANDO COLLOR
§ 4º - São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Jarbas Passarinho
Executivo e o arquivo do Poder Legislativo.
§ 5º - Os arquivos públicos dos Territórios são or- 23.3. USO DO MEIO ELETRÔNICO PARA A
ganizados de acordo com sua estrutura político-jurídica. REALIZAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATI-
Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o VO (DECRETO 8.539/2015)
recolhimento dos documentos produzidos e recebidos
pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e fa- Dispõe sobre o uso do meio eletrônico para
cultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acom- a realização do processo administrativo no
panhar e implementar a política nacional de arquivos. âmbito dos órgãos e das entidades da ad-
Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas ministração pública federal direta, autár-
funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades regi- quica e fundacional.
onais. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das
Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder Legisla- atribuições que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV e
tivo Federal a gestão e o recolhimento dos documentos inciso VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o
produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal disposto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, na
no exercício das suas funções, bem como preservar e fa- Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001,
cultar o acesso aos documentos sob sua guarda. na Lei nº 12.682, de 9 de julho de 2012,
Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder Judiciá-
rio Federal a gestão e o recolhimento dos documentos DECRETA:
produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal no Art. 1º Este Decreto dispõe sobre o uso do meio ele-
exercício de suas funções, tramitados em juízo e oriun-
trônico para a realização do processo administrativo no
dos de cartórios e secretarias, bem como preservar e fa-
âmbito dos órgãos e das entidades da administração pú-
cultar o acesso aos documentos sob sua guarda.
blica federal direta, autárquica e fundacional.
Art. 21 - Legislação estadual, do Distrito Federal e
Art. 2º Para o disposto neste Decreto, consideram-
municipal definirá os critérios de organização e vincula- se as seguintes definições:
ção dos arquivos estaduais e municipais, bem como a
I - documento - unidade de registro de informações,
gestão e o acesso aos documentos, observado o disposto
independentemente do formato, do suporte ou da nature-
na Constituição Federal e nesta Lei.
za;
II - documento digital - informação registrada, codi-
CAPÍTULO V ficada em dígitos binários, acessível e interpretável por
DO ACESSO E DO SIGILO DOS meio de sistema computacional, podendo ser:
DOCUMENTOS PÚBLICOS
a) documento nato-digital - documento criado ori-
Art. 22 - (Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011)
ginariamente em meio eletrônico; ou
Art. - 23. (Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011)
b) documento digitalizado - documento obtido a
Art. 24 - (Revogado pela Lei nº 12.527, de 2011)
partir da conversão de um documento não digital, geran-
Parágrafo único - (Revogado pela Lei nº 12.527, de do uma fiel representação em código digital; e
2011) III - processo administrativo eletrônico - aquele em
que os atos processuais são registrados e disponibiliza-
DISPOSIÇÕES FINAIS
dos em meio eletrônico.
Art. 25 - Ficará sujeito à responsabilidade penal, ci-
Art. 3º São objetivos deste Decreto:
vil e administrativa, na forma da legislação em vigor,
I - assegurar a eficiência, a eficácia e a efetividade
aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor da ação governamental e promover a adequação entre
permanente ou considerado como de interesse público e meios, ações, impactos e resultados;
social.
II - promover a utilização de meios eletrônicos para
Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de Ar-
a realização dos processos administrativos com seguran-
quivos (CONARQ), órgão vinculado ao Arquivo Nacio-
ça, transparência e economicidade;
nal, que definirá a política nacional de arquivos, como
III - ampliar a sustentabilidade ambiental com o uso
órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos (SI- da tecnologia da informação e da comunicação; e
NAR).
IV - facilitar o acesso do cidadão às instâncias ad-
§ 1º - O Conselho Nacional de Arquivos será presi-
ministrativas.
dido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e integrado
Art. 4º Para o atendimento ao disposto neste Decre-
por representantes de instituições arquivísticas e acadê-
to, os órgãos e as entidades da administração pública fe-
micas, públicas e privadas. deral direta, autárquica e fundacional utilizarão sistemas
§ 2º - A estrutura e funcionamento do conselho cri- informatizados para a gestão e o trâmite de processos
ado neste artigo serão estabelecidos em regulamento.
administrativos eletrônicos.
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Conhecimentos Específicos
Parágrafo único. Os sistemas a que se refere o caput responderá nos termos da legislação civil, penal e
deverão utilizar, preferencialmente, programas com có- administrativa por eventuais fraudes.
digo aberto e prover mecanismos para a verificação da § 2º Os documentos digitalizados enviados pelo in-
autoria e da integridade dos documentos em processos teressado terão valor de cópia simples.
administrativos eletrônicos. § 3º A apresentação do original do documento digi-
Art. 5º Nos processos administrativos eletrônicos, talizado será necessária quando a lei expressamente o
os atos processuais deverão ser realizados em meio ele- exigir ou nas hipóteses previstas nos art. 13 e art. 14.
trônico, exceto nas situações em que este procedimento Art. 12. A digitalização de documentos recebidos
for inviável ou em caso de indisponibilidade do meio ou produzidos no âmbito dos órgãos e das entidades da
eletrônico cujo prolongamento cause dano relevante à administração pública federal direta, autárquica e funda-
celeridade do processo. cional deverá ser acompanhada da conferência da inte-
Parágrafo único. No caso das exceções previstas no gridade do documento digitalizado.
caput, os atos processuais poderão ser praticados § 1º A conferência prevista no caput deverá regis-
segundo as regras aplicáveis aos processos em papel, trar se foi apresentado documento original, cópia auten-
desde que posteriormente o documento-base ticada em cartório, cópia autenticada administrativamen-
correspondente seja digitalizado, conforme procedimento te ou cópia simples.
previsto no art. 12. § 2º Os documentos resultantes da digitalização de
Art. 6º A autoria, a autenticidade e a integridade originais serão considerados cópia autenticada adminis-
dos documentos e da assinatura, nos processos adminis- trativamente, e os resultantes da digitalização de cópia
trativos eletrônicos, poderão ser obtidas por meio dos autenticada em cartório, de cópia autenticada administra-
padrões de assinatura eletrônica definidos no Decreto nº tivamente ou de cópia simples terão valor de cópia sim-
10.543, de 13 de novembro de 2020. (Redação dada pelo ples.
Decreto nº 10.543, de 2020) § 3º A administração poderá, conforme definido em
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 10.543, de 2020) ato de cada órgão ou entidade:
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 10.543, de 2020) I - proceder à digitalização imediata do documento
Art. 7º Os atos processuais em meio eletrônico con- apresentado e devolvê-lo imediatamente ao interessado;
sideram-se realizados no dia e na hora do recebimento II - determinar que a protocolização de documento
pelo sistema informatizado de gestão de processo admi- original seja acompanhada de cópia simples, hipótese em
nistrativo eletrônico do órgão ou da entidade, o qual de- que o protocolo atestará a conferência da cópia com o
verá fornecer recibo eletrônico de protocolo que os iden- original, devolverá o documento original imediatamente
tifique. ao interessado e descartará a cópia simples após a sua
§ 1º Quando o ato processual tiver que ser praticado digitalização; e
em determinado prazo, por meio eletrônico, serão consi- III - receber o documento em papel para posterior digi-
derados tempestivos os efetivados, salvo disposição em talização, considerando que:
contrário, até as vinte e três horas e cinquenta e nove mi- a) os documentos em papel recebidos que sejam origi-
nutos do último dia do prazo, no horário oficial de Brasí- nais ou cópias autenticadas em cartório devem ser devolvi-
lia. dos ao interessado, preferencialmente, ou ser mantidos sob
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º, se o sistema in- guarda do órgão ou da entidade, nos termos da sua tabela de
formatizado de gestão de processo administrativo eletrô- temporalidade e destinação; e
nico do órgão ou entidade se tornar indisponível por mo- b) os documentos em papel recebidos que sejam có-
pias autenticadas administrativamente ou cópias simples
tivo técnico, o prazo fica automaticamente prorrogado
podem ser descartados após realizada a sua digitalização,
até as vinte e três horas e cinquenta e nove minutos do
nos termos do caput e do § 1º.
primeiro dia útil seguinte ao da resolução do problema. § 4º Na hipótese de ser impossível ou inviável a digita-
Art. 8º O acesso à íntegra do processo para vista lização do documento recebido, este ficará sob guarda da
pessoal do interessado pode ocorrer por intermédio da administração e será admitido o trâmite do processo de
disponibilização de sistema informatizado de gestão a forma híbrida, conforme definido em ato de cada órgão ou
que se refere o art. 4º ou por acesso à cópia do documen- entidade.
to, preferencialmente, em meio eletrônico. Art. 13. Impugnada a integridade do documento
Art. 9º A classificação da informação quanto ao digitalizado, mediante alegação motivada e fundamentada
grau de sigilo e a possibilidade de limitação do acesso de adulteração, deverá ser instaurada diligência para a
aos servidores autorizados e aos interessados no proces- verificação do documento objeto de controvérsia.
so observarão os termos da Lei nº 12.527, de 18 de no- Art. 14. A administração poderá exigir, a seu
vembro de 2011, e das demais normas vigentes. critério, até que decaia o seu direito de rever os atos
Art. 10. Os documentos nato-digitais e assinados praticados no processo, a exibição do original de
eletronicamente na forma do art. 6º são considerados documento digitalizado no âmbito dos órgãos ou das
originais para todos os efeitos legais. entidades ou enviado eletronicamente pelo interessado.
Art. 11. O interessado poderá enviar Art. 15. Deverão ser associados elementos descriti-
eletronicamente documentos digitais para juntada aos vos aos documentos digitais que integram processos ele-
autos. trônicos, a fim de apoiar sua identificação, sua indexa-
§ 1º O teor e a integridade dos documentos ção, sua presunção de autenticidade, sua preservação e
digitalizados são de responsabilidade do interessado, que sua interoperabilidade.
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
Art. 16. Os documentos que integram os processos § 1º O uso do meio eletrônico para a realização de
administrativos eletrônicos deverão ser classificados e processo administrativo deverá estar implementado no
avaliados de acordo com o plano de classificação e a ta- prazo de dois anos, contado da data de publicação deste
bela de temporalidade e destinação adotados no órgão ou Decreto.
na entidade, conforme a legislação arquivística em vigor. § 2º Os órgãos e as entidades de que tratam o caput
§ 1º A eliminação de documentos digitais deve se- que já utilizam processo administrativo eletrônico deve-
guir as diretrizes previstas na legislação. rão adaptar-se ao disposto neste Decreto no prazo de três
§ 2º Os documentos digitais e processos administra- anos, contado da data de sua publicação.
tivos eletrônicos cuja atividade já tenha sido encerrada e Art. 23. Este Decreto entra em vigor na data de sua
que estejam aguardando o cumprimento dos prazos de publicação.
guarda e destinação final poderão ser transferidos para Brasília, 8 de outubro de 2015; 194º da Indepen-
uma área de armazenamento específica, sob controle do dência e 127º da República.
órgão ou da entidade que os produziu, a fim de garantir a DILMA ROUSSEFF
preservação, a segurança e o acesso pelo tempo necessá- José Eduardo Cardozo
rio. Nelson Barbosa
Art. 17. A definição dos formatos de arquivo dos
documentos digitais deverá obedecer às políticas e dire-
trizes estabelecidas nos Padrões de Interoperabilidade de 23.4. LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI
Governo Eletrônico - ePING e oferecer as melhores ex- 12.527/2011)
pectativas de garantia com relação ao acesso e à preser- Regula o acesso a informações previsto no
vação. inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º
Parágrafo único. Para os casos ainda não contem- do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Consti-
plados nos padrões mencionados no caput, deverão ser tuição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11
adotados formatos interoperáveis, abertos, independentes de dezembro de 1990; revoga a Lei nº
de plataforma tecnológica e amplamente utilizados. 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos
Art. 18. Os órgãos ou as entidades deverão estabe- da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e
lecer políticas, estratégias e ações que garantam a pre- dá outras providências.
servação de longo prazo, o acesso e o uso contínuo dos
documentos digitais. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber
Parágrafo único. O estabelecido no caput deverá que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
prever, no mínimo: guinte Lei:
I - proteção contra a deterioração e a obsolescência
de equipamentos e programas; e CAPÍTULO I
II - mecanismos para garantir a autenticidade, a in- DISPOSIÇÕES GERAIS
tegridade e a legibilidade dos documentos eletrônicos ou Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a se-
digitais. rem observados pela União, Estados, Distrito Federal e
Art. 19. A guarda dos documentos digitais e proces- Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações
sos administrativos eletrônicos considerados de valor previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º
permanente deverá estar de acordo com as normas pre- do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.
vistas pela instituição arquivística pública responsável Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta
por sua custódia, incluindo a compatibilidade de suporte Lei:
e de formato, a documentação técnica necessária para in- I - os órgãos públicos integrantes da administração
terpretar o documento e os instrumentos que permitam a direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as
sua identificação e o controle no momento de seu reco- Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;
lhimento. II - as autarquias, as fundações públicas, as empre-
Art. 20. Para os processos administrativos eletrôni- sas públicas, as sociedades de economia mista e demais
cos regidos por este Decreto, deverá ser observado o entidades controladas direta ou indiretamente pela Uni-
prazo definido em lei para a manifestação dos interessa- ão, Estados, Distrito Federal e Municípios.
dos e para a decisão do administrador. Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
Art. 21. O Ministério do Planejamento, Orçamento couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que re-
e Gestão, o Ministério da Justiça e a Casa Civil da cebam, para realização de ações de interesse público, re-
Presidência da República editarão, conjuntamente, cursos públicos diretamente do orçamento ou mediante
normas complementares a este Decreto. subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parce-
Art. 22. No prazo de seis meses, contado da data de ria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos
publicação deste Decreto, os órgãos e as entidades da congêneres.
administração pública federal direta, autárquica e funda- Parágrafo único. A publicidade a que estão subme-
cional deverão apresentar cronograma de implementação tidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela
do uso do meio eletrônico para a realização do processo dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem
administrativo à Secretaria de Logística e Tecnologia da prejuízo das prestações de contas a que estejam legal-
Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e mente obrigadas.
Gestão. Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei desti-
nam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à in-
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
formação e devem ser executados em conformidade com Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei
os princípios básicos da administração pública e com as compreende, entre outros, os direitos de obter:
seguintes diretrizes: I - orientação sobre os procedimentos para a conse-
I - observância da publicidade como preceito geral e cução de acesso, bem como sobre o local onde poderá
do sigilo como exceção; ser encontrada ou obtida a informação almejada;
II - divulgação de informações de interesse público, II - informação contida em registros ou documen-
independentemente de solicitações; tos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou enti-
III - utilização de meios de comunicação viabiliza- dades, recolhidos ou não a arquivos públicos;
dos pela tecnologia da informação; III - informação produzida ou custodiada por pessoa
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo
transparência na administração pública; com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo
V - desenvolvimento do controle social da adminis- já tenha cessado;
tração pública. IV - informação primária, íntegra, autêntica e atua-
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: lizada;
I - informação: dados, processados ou não, que po- V - informação sobre atividades exercidas pelos ór-
dem ser utilizados para produção e transmissão de co- gãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, or-
nhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou for- ganização e serviços;
mato; VI - informação pertinente à administração do pa-
II - documento: unidade de registro de informações, trimônio público, utilização de recursos públicos, licita-
qualquer que seja o suporte ou formato; ção, contratos administrativos; e
III - informação sigilosa: aquela submetida tempo- VII - informação relativa:
rariamente à restrição de acesso público em razão de sua a) à implementação, acompanhamento e resultados
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades
Estado; públicas, bem como metas e indicadores propostos;
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pes- b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e
soa natural identificada ou identificável; tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle inter-
V - tratamento da informação: conjunto de ações re- no e externo, incluindo prestações de contas relativas a
ferentes à produção, recepção, classificação, utilização, exercícios anteriores.
acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, de
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, 2022)
destinação ou controle da informação; § 1º O acesso à informação previsto no caput não
VI - disponibilidade: qualidade da informação que compreende as informações referentes a projetos de pesqui-
sa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipa-
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
mentos ou sistemas autorizados;
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à in-
VII - autenticidade: qualidade da informação que formação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o
tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou
por determinado indivíduo, equipamento ou sistema; cópia com ocultação da parte sob sigilo.
VIII - integridade: qualidade da informação não § 3º O direito de acesso aos documentos ou às infor-
modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e desti- mações neles contidas utilizados como fundamento da to-
no; mada de decisão e do ato administrativo será assegurado
IX - primariedade: qualidade da informação coleta- com a edição do ato decisório respectivo.
da na fonte, com o máximo de detalhamento possível,
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de
sem modificações.
pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de aces-
, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medi-
so à informação, que será franqueada, mediante proce-
das disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.
dimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e
em linguagem de fácil compreensão. § 5º Informado do extravio da informação solicitada,
poderá o interessado requerer à autoridade competente a
CAPÍTULO II imediata abertura de sindicância para apurar o desapareci-
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DI- mento da respectiva documentação.
VULGAÇÃO § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste ar-
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder públi- tigo, o responsável pela guarda da informação extraviada
co, observadas as normas e procedimentos específicos deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indi-
aplicáveis, assegurar a: car testemunhas que comprovem sua alegação.
I - gestão transparente da informação, propiciando
amplo acesso a ela e sua divulgação; Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas
II - proteção da informação, garantindo-se sua dis- promover, independentemente de requerimentos, a di-
ponibilidade, autenticidade e integridade; e vulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas
III - proteção da informação sigilosa e da informa- competências, de informações de interesse coletivo ou
ção pessoal, observada a sua disponibilidade, autentici- geral por eles produzidas ou custodiadas.
dade, integridade e eventual restrição de acesso.
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere a) atender e orientar o público quanto ao acesso a
o caput, deverão constar, no mínimo: informações;
I - registro das competências e estrutura organizaci- b) informar sobre a tramitação de documentos nas
onal, endereços e telefones das respectivas unidades e suas respectivas unidades;
horários de atendimento ao público; c) protocolizar documentos e requerimentos de
II - registros de quaisquer repasses ou transferências acesso a informações; e
de recursos financeiros; II - realização de audiências ou consultas públicas,
III - registros das despesas; incentivo à participação popular ou a outras formas de
IV - informações concernentes a procedimentos li- divulgação.
citatórios, inclusive os respectivos editais e resultados,
bem como a todos os contratos celebrados; CAPÍTULO III
V - dados gerais para o acompanhamento de pro- DO PROCEDIMENTO DE
gramas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e ACESSO À INFORMAÇÃO
VI - respostas a perguntas mais frequentes da socie- Seção I
dade. Do Pedido de Acesso
§ 2º Para cumprimento do disposto no caput, os ór- Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pe-
gãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios dido de acesso a informações aos órgãos e entidades re-
e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obri- feridos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo,
gatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial devendo o pedido conter a identificação do requerente e
de computadores (internet). a especificação da informação requerida.
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma § 1º Para o acesso a informações de interesse públi-
de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes re- co, a identificação do requerente não pode conter exi-
quisitos: gências que inviabilizem a solicitação.
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que § 2º Os órgãos e entidades do poder público devem
permita o acesso à informação de forma objetiva, trans- viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de
parente, clara e em linguagem de fácil compreensão; acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos § 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos
formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietá- motivos determinantes da solicitação de informações de
rios, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a interesse público.
análise das informações; Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autori-
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas zar ou conceder o acesso imediato à informação disponí-
externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por vel.
máquina; § 1º Não sendo possível conceder o acesso imedia-
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados pa- to, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que
ra estruturação da informação; receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20
V - garantir a autenticidade e a integridade das in- (vinte) dias:
formações disponíveis para acesso; I - comunicar a data, local e modo para se realizar a
VI - manter atualizadas as informações disponíveis consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;
para acesso; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa,
VII - indicar local e instruções que permitam ao in- total ou parcial, do acesso pretendido; ou
teressado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, III - comunicar que não possui a informação, indi-
com o órgão ou entidade detentora do sítio; e car, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse
acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, órgão ou entidade, cientificando o interessado da remes-
nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezem- sa de seu pedido de informação.
bro de 2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Direitos § 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado
das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Le- por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa,
gislativo nº 186, de 9 de julho de 2008. da qual será cientificado o requerente.
§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 § 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das
(dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação informações e do cumprimento da legislação aplicável, o
obrigatória na internet a que se refere o § 2º , mantida a órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o pró-
obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de infor- prio requerente possa pesquisar a informação de que ne-
mações relativas à execução orçamentária e financeira, cessitar.
nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com- § 4º Quando não for autorizado o acesso por se tra-
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Respon- tar de informação total ou parcialmente sigilosa, o reque-
sabilidade Fiscal). rente deverá ser informado sobre a possibilidade de re-
Art. 9º O acesso a informações públicas será asse- curso, prazos e condições para sua interposição, deven-
gurado mediante: do, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para
I - criação de serviço de informações ao cidadão, sua apreciação.
nos órgãos e entidades do poder público, em local com § 5º A informação armazenada em formato digital
condições apropriadas para: será fornecida nesse formato, caso haja anuência do re-
querente.
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou ou-
ao público em formato impresso, eletrônico ou em qual- tros procedimentos previstos nesta Lei.
quer outro meio de acesso universal, serão informados ao § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá
requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois de
poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informa- submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade
ção, procedimento esse que desonerará o órgão ou enti- hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão
dade pública da obrigação de seu fornecimento direto, impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.
salvo se o requerente declarar não dispor de meios para § 2º Verificada a procedência das razões do recurso,
realizar por si mesmo tais procedimentos. a Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou
Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de in- entidade que adote as providências necessárias para dar
formação é gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129, cumprimento ao disposto nesta Lei.
de 2021) (Vigência) § 3º Negado o acesso à informação pela Controla-
§ 1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusi- doria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à
vamente o valor necessário ao ressarcimento dos custos Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se
dos serviços e dos materiais utilizados, quando o serviço refere o art. 35.
de busca e de fornecimento da informação exigir repro- Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de
dução de documentos pelo órgão ou pela entidade públi- desclassificação de informação protocolado em órgão da
ca consultada. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021) administração pública federal, poderá o requerente recor-
(Vigência) rer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das com-
§ 2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no petências da Comissão Mista de Reavaliação de Infor-
§ 1º deste artigo aquele cuja situação econômica não lhe mações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá
família, declarada nos termos da Lei nº 7.115, de 29 de ser dirigido às autoridades mencionadas depois de sub-
agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021) metido à apreciação de pelo menos uma autoridade hie-
(Vigência) rarquicamente superior à autoridade que exarou a deci-
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação são impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao res-
contida em documento cuja manipulação possa prejudi- pectivo Comando.
car sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de § 2º Indeferido o recurso previsto no caput que te-
cópia, com certificação de que esta confere com o origi- nha como objeto a desclassificação de informação secre-
nal. ta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de Reavaliação de Informações prevista no art. 35.
cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expen- Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões
sas e sob supervisão de servidor público, a reprodução denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e
seja feita por outro meio que não ponha em risco a con- de revisão de classificação de documentos sigilosos se-
servação do documento original. rão objeto de regulamentação própria dos Poderes Legis-
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor lativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus res-
de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. pectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer
caso, o direito de ser informado sobre o andamento de
Seção II seu pedido.
Dos Recursos Art. 19. (VETADO).
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a in- § 1º (VETADO).
formações ou às razões da negativa do acesso, poderá o § 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério
interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao
10 (dez) dias a contar da sua ciência. Conselho Nacional do Ministério Público, respectiva-
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autorida- mente, as decisões que, em grau de recurso, negarem
de hierarquicamente superior à que exarou a decisão im- acesso a informações de interesse público.
pugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber,
dias. a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimen-
Art. 16. Negado o acesso à informação pelos órgãos to de que trata este Capítulo.
ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente
poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que de- CAPÍTULO IV
liberará no prazo de 5 (cinco) dias se: DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
I - o acesso à informação não classificada como si- Seção I
gilosa for negado; Disposições Gerais
II - a decisão de negativa de acesso à informação to- Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação
tal ou parcialmente classificada como sigilosa não indi- necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos
car a autoridade classificadora ou a hierarquicamente su- fundamentais.
perior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou Parágrafo único. As informações ou documentos
desclassificação; que versem sobre condutas que impliquem violação dos
III - os procedimentos de classificação de informa- direitos humanos praticada por agentes públicos ou a
ção sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido ob- mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de
servados; e restrição de acesso.
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais § 5º Para a classificação da informação em determi-
hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as nado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse pú-
hipóteses de segredo industrial decorrentes da explora- blico da informação e utilizado o critério menos restriti-
ção direta de atividade econômica pelo Estado ou por vo possível, considerados:
pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer I - a gravidade do risco ou dano à segurança da so-
vínculo com o poder público. ciedade e do Estado; e
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o
Seção II evento que defina seu termo final.
Da Classificação da Informação quanto
ao Grau e Prazos de Sigilo Seção III
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segu- Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas
rança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a
classificação as informações cuja divulgação ou acesso divulgação de informações sigilosas produzidas por seus
irrestrito possam: órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. (Regu-
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou lamento)
a integridade do território nacional; § 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de in-
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de nego- formação classificada como sigilosa ficarão restritos a
ciações ou as relações internacionais do País, ou as que pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que se-
tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros jam devidamente credenciadas na forma do regulamento,
Estados e organismos internacionais; sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autori-
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da zados por lei.
população; § 2º O acesso à informação classificada como sigi-
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, losa cria a obrigação para aquele que a obteve de res-
econômica ou monetária do País; guardar o sigilo.
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações § 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e
estratégicos das Forças Armadas; medidas a serem adotados para o tratamento de informa-
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesqui- ção sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, altera-
sa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim ção indevida, acesso, transmissão e divulgação não auto-
como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse rizados.
estratégico nacional; Art. 26. As autoridades públicas adotarão as provi-
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de dências necessárias para que o pessoal a elas subordina-
altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus famili- do hierarquicamente conheça as normas e observe as
ares; ou medidas e procedimentos de segurança para tratamento
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem de informações sigilosas.
como de investigação ou fiscalização em andamento, re- Parágrafo único. A pessoa física ou entidade priva-
lacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. da que, em razão de qualquer vínculo com o poder públi-
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e enti- co, executar atividades de tratamento de informações si-
dades públicas, observado o seu teor e em razão de sua gilosas adotará as providências necessárias para que seus
imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Es- empregados, prepostos ou representantes observem as
tado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta medidas e procedimentos de segurança das informações
ou reservada. resultantes da aplicação desta Lei.
§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à in-
formação, conforme a classificação prevista no caput, Seção IV
vigoram a partir da data de sua produção e são os seguin- Dos Procedimentos de Classificação
tes: Reclassificação e Desclassificação
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; Art. 27. A classificação do sigilo de informações no
II - secreta: 15 (quinze) anos; e âmbito da administração pública federal é de competên-
III - reservada: 5 (cinco) anos. cia: (Regulamento)
§ 2º As informações que puderem colocar em risco I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autorida-
a segurança do Presidente e Vice-Presidente da Repúbli- des:
ca e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas a) Presidente da República;
como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do b) Vice-Presidente da República;
mandato em exercício ou do último mandato, em caso de c) Ministros de Estado e autoridades com as mes-
reeleição. mas prerrogativas;
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º , d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae-
poderá ser estabelecida como termo final de restrição de ronáutica; e
acesso a ocorrência de determinado evento, desde que e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares
este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de clas- permanentes no exterior;
sificação. II - no grau de secreto, das autoridades referidas no
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou con- inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou empre-
sumado o evento que defina o seu termo final, a infor- sas públicas e sociedades de economia mista; e
mação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.
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Conhecimentos Específicos
III - no grau de reservado, das autoridades referidas § 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar
nos incisos I e II e das que exerçam funções de direção, da publicação prevista no caput para consulta pública
comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do em suas sedes.
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hie- § 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a
rarquia equivalente, de acordo com regulamentação es- lista de informações classificadas, acompanhadas da da-
pecífica de cada órgão ou entidade, observado o disposto ta, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.
nesta Lei.
§ 1º A competência prevista nos incisos I e II, no Seção V
que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta, Das Informações Pessoais
poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente Art. 31. O tratamento das informações pessoais de-
público, inclusive em missão no exterior, vedada a sub- ve ser feito de forma transparente e com respeito à inti-
delegação. midade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem
§ 2º A classificação de informação no grau de sigilo como às liberdades e garantias individuais.
ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e § 1º As informações pessoais, a que se refere este
“e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e ima-
Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento. gem:
§ 3º A autoridade ou outro agente público que clas- I - terão seu acesso restrito, independentemente de
sificar informação como ultrassecreta deverá encaminhar classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem)
a decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Re- anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos
avaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referi-
prazo previsto em regulamento. rem; e
Art. 28. A classificação de informação em qualquer II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso
grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que por terceiros diante de previsão legal ou consentimento
conterá, no mínimo, os seguintes elementos: expresso da pessoa a que elas se referirem.
I - assunto sobre o qual versa a informação; § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de
II - fundamento da classificação, observados os cri- que trata este artigo será responsabilizado por seu uso
térios estabelecidos no art. 24; indevido.
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, § 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º
meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, não será exigido quando as informações forem necessá-
conforme limites previstos no art. 24; e rias:
IV - identificação da autoridade que a classificou. I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pes-
Parágrafo único. A decisão referida no caput será soa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização
mantida no mesmo grau de sigilo da informação classifi- única e exclusivamente para o tratamento médico;
cada. II - à realização de estatísticas e pesquisas científi-
Art. 29. A classificação das informações será reava- cas de evidente interesse público ou geral, previstos em
liada pela autoridade classificadora ou por autoridade hi- lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as in-
erarquicamente superior, mediante provocação ou de ofí- formações se referirem;
cio, nos termos e prazos previstos em regulamento, com III - ao cumprimento de ordem judicial;
vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de si- IV - à defesa de direitos humanos; ou
gilo, observado o disposto no art. 24. (Regulamento) V - à proteção do interesse público e geral prepon-
§ 1º O regulamento a que se refere o caput deverá derante.
considerar as peculiaridades das informações produzidas § 4º A restrição de acesso à informação relativa à
no exterior por autoridades ou agentes públicos. vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser
§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão invocada com o intuito de prejudicar processo de apura-
ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a ção de irregularidades em que o titular das informações
possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da di- estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a
vulgação da informação. recuperação de fatos históricos de maior relevância.
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da § 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos
informação, o novo prazo de restrição manterá como para tratamento de informação pessoal.
termo inicial a data da sua produção.
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou en- CAPÍTULO V
tidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na in- DAS RESPONSABILIDADES
ternet e destinado à veiculação de dados e informações Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam
administrativas, nos termos de regulamento: responsabilidade do agente público ou militar:
I - rol das informações que tenham sido desclassifi- I - recusar-se a fornecer informação requerida nos
cadas nos últimos 12 (doze) meses; termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu forne-
II - rol de documentos classificados em cada grau cimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incor-
de sigilo, com identificação para referência futura; reta, incompleta ou imprecisa;
III - relatório estatístico contendo a quantidade de II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, des-
pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferi- truir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou
dos, bem como informações genéricas sobre os solicitan- parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda
tes. ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do
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Conhecimentos Específicos
exercício das atribuições de cargo, emprego ou função vulgação não autorizada ou utilização indevida de infor-
pública; mações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicita- apuração de responsabilidade funcional nos casos de do-
ções de acesso à informação; lo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à
permitir acesso indevido à informação sigilosa ou infor- pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vín-
mação pessoal; culo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, te-
V - impor sigilo à informação para obter proveito nha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta
pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato a tratamento indevido.
ilegal cometido por si ou por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior com- CAPÍTULO VI
petente informação sigilosa para beneficiar a si ou a ou- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
trem, ou em prejuízo de terceiros; e Art. 35. (VETADO).
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu- § 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação
mentos concernentes a possíveis violações de direitos de Informações, que decidirá, no âmbito da administra-
humanos por parte de agentes do Estado. ção pública federal, sobre o tratamento e a classificação
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla de informações sigilosas e terá competência para:
defesa e do devido processo legal, as condutas descritas I - requisitar da autoridade que classificar informa-
no caput serão consideradas: ção como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou con-
I - para fins dos regulamentos disciplinares das For- teúdo, parcial ou integral da informação;
ças Armadas, transgressões militares médias ou graves, II - rever a classificação de informações ultrassecre-
segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não tas ou secretas, de ofício ou mediante provocação de
tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou pessoa interessada, observado o disposto no art. 7º e de-
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de mais dispositivos desta Lei; e
dezembro de 1990, e suas alterações, infrações adminis- III - prorrogar o prazo de sigilo de informação clas-
trativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com sus- sificada como ultrassecreta, sempre por prazo determi-
pensão, segundo os critérios nela estabelecidos. nado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasi-
§ 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o mi- onar ameaça externa à soberania nacional ou à integrida-
litar ou agente público responder, também, por improbi- de do território nacional ou grave risco às relações inter-
dade administrativa, conforme o disposto nas Leis nºs nacionais do País, observado o prazo previsto no § 1º do
1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de art. 24.
1992. § 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que de- única renovação.
tiver informações em virtude de vínculo de qualquer na- § 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II
tureza com o poder público e deixar de observar o dis- do § 1º deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro)
posto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções: anos, após a reavaliação prevista no art. 39, quando se
I - advertência; tratar de documentos ultrassecretos ou secretos.
II - multa; § 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comis-
III - rescisão do vínculo com o poder público; são Mista de Reavaliação de Informações nos prazos
IV - suspensão temporária de participar em licitação previstos no § 3º implicará a desclassificação automática
e impedimento de contratar com a administração pública das informações.
por prazo não superior a 2 (dois) anos; e § 5º Regulamento disporá sobre a composição, or-
V - declaração de inidoneidade para licitar ou con- ganização e funcionamento da Comissão Mista de Rea-
tratar com a administração pública, até que seja promo- valiação de Informações, observado o mandato de 2
vida a reabilitação perante a própria autoridade que apli- (dois) anos para seus integrantes e demais disposições
cou a penalidade. desta Lei. (Regulamento)
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV po- Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resul-
derão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, asse- tante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá
gurado o direito de defesa do interessado, no respectivo às normas e recomendações constantes desses instrumen-
processo, no prazo de 10 (dez) dias. tos.
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será autori- Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Se-
zada somente quando o interessado efetivar o ressarci- gurança Institucional da Presidência da República, o Nú-
mento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e cleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por
após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no objetivos: (Regulamento)
inciso IV. I - promover e propor a regulamentação do creden-
§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de ciamento de segurança de pessoas físicas, empresas, ór-
competência exclusiva da autoridade máxima do órgão gãos e entidades para tratamento de informações sigilo-
ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, sas; e
no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da II - garantir a segurança de informações sigilosas,
abertura de vista. inclusive aquelas provenientes de países ou organizações
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem internacionais com os quais a República Federativa do
diretamente pelos danos causados em decorrência da di- Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou qual-
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Conhecimentos Específicos
quer outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional
do Ministério das Relações Exteriores e dos demais ór- de relatório anual com informações atinentes à imple-
gãos competentes. mentação desta Lei.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a com- Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o dispos-
posição, organização e funcionamento do NSC. to nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a con-
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de tar da data de sua publicação.
12 de novembro de 1997, em relação à informação de Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de
pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte
de dados de entidades governamentais ou de caráter pú- redação:
blico. “Art. 116. ....................................................
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão .....................................................................
proceder à reavaliação das informações classificadas VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em
como ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2 razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior
(dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
Lei. conhecimento de outra autoridade competente para apu-
§ 1º A restrição de acesso a informações, em razão ração;
da reavaliação prevista no caput, deverá observar os ..........................................................” (NR)
prazos e condições previstos nesta Lei. Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112,
§ 2º No âmbito da administração pública federal, a de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
reavaliação prevista no caput poderá ser revista, a qual- “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsa-
quer tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de In- bilizado civil, penal ou administrativamente por dar ci-
formações, observados os termos desta Lei. ência à autoridade superior ou, quando houver suspeita
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavalia- de envolvimento desta, a outra autoridade competente
ção previsto no caput, será mantida a classificação da in- para apuração de informação concernente à prática de
formação nos termos da legislação precedente. crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ain-
§ 4º As informações classificadas como secretas e da que em decorrência do exercício de cargo, emprego
ultrassecretas não reavaliadas no prazo previsto no caput ou função pública.”
serão consideradas, automaticamente, de acesso público. Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas
vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas,
entidade da administração pública federal direta e indire- especialmente quanto ao disposto no art. 9º e na Seção II
ta designará autoridade que lhe seja diretamente subordi- do Capítulo III.
nada para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, Art. 46. Revogam-se:
exercer as seguintes atribuições: I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005; e
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro
acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos de 1991.
objetivos desta Lei; Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oiten-
II - monitorar a implementação do disposto nesta ta) dias após a data de sua publicação.
Lei e apresentar relatórios periódicos sobre o seu cum- Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Inde-
primento; pendência e 123º da República.
III - recomendar as medidas indispensáveis à im- DILMA ROUSSEFF
plementação e ao aperfeiçoamento das normas e proce- José Eduardo Cardoso
dimentos necessários ao correto cumprimento do dispos- Celso Luiz Nunes Amorim
to nesta Lei; e Antonio de Aguiar Patriota
IV - orientar as respectivas unidades no que se refe- Miriam Belchior
re ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus regula- Paulo Bernardo Silva
mentos. Gleisi Hoffmann
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão José Elito Carvalho Siqueira
da administração pública federal responsável: Helena Chagas
I - pela promoção de campanha de abrangência na- Luís Inácio Lucena Adams
cional de fomento à cultura da transparência na adminis- Jorge Hage Sobrinho
tração pública e conscientização do direito fundamental Maria do Rosário Nunes
de acesso à informação;
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se 23.5. LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à PESSOAIS – LGPD (LEI 13.709/2018)
transparência na administração pública;
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âm- Vide item 7, página 43 da disciplina “Noções de
bito da administração pública federal, concentrando e Administração Pública”
consolidando a publicação de informações estatísticas re-
lacionadas no art. 30;
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Conhecimentos Específicos
23.6. SISTEMA ELETRÔNICO DE INFOR- registro, distribuição, digitalização, tramitação interna e
MAÇÕES SEI/DNIT (IN 01-2017 – DNIT E MANU- externa;
AL DE BOAS PRÁTICAS DE UTILIZAÇÃO DO IV - digitalização: conversão da fiel imagem de um
SEI/DNIT). documento para código digital, nos termos do art. 2º, in-
ciso II, alínea “b” do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro
Prezados candidatos, de 2015;
Gostaríamos de informá-los que a "Instrução Nor- V - documento digital: informação registrada, codi-
mativa nº 01, de 24 de maio de 2017" foi oficialmente ficada em forma analógica ou em dígitos binários, aces-
substituída pela "Instrução Normativa nº 08/DG/DNIT sível por meio de sistema computacional, nos termos do
SEDE, de 25 de julho de 2019". A seguir, apresentamos art. 2º, inciso II, do Decreto nº 8.539, de 2015;
o texto atual e vigente da nova Resolução: VI - documento externo: documento de origem ex-
terna carregado no SEI;
23.6.1. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº VII - Número Único de Protocolo-NUP: código
08/DG/DNIT SEDE, DE 25 DE JULHO DE 2019 numérico que identifica, de forma única e exclusiva, ca-
da processo, produzido, recebido ou autuado no âmbito
Estabelece, no âmbito do Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes - do DNIT;
DNIT, procedimentos para uso do Sistema VIII - processo administrativo eletrônico: conjunto
de documentos e atos processados, armazenados e dis-
Eletrônico de Informações – SEI-DNIT.
ponibilizados por meio eletrônico, nos termos do art. 2º,
A DIRETORIA COLEGIADA DO DEPARTA- inciso III, do Decreto nº 8.539, de 2015;
MENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE IX - Sistema Eletrônico de Informações - SEI: sis-
TRANSPORTES – DNIT, no uso das atribuições que lhe tema oficial de gestão de documentos digitais e proces-
conferem o art. 12 do Regimento Interno do DNIT, sos administrativos eletrônicos no âmbito do DNIT;
aprovado pela Resolução nº 26, de 5 de maio de 2016, do X - remessa: ato de expedição e envio de documen-
Conselho de Administração, art. 89, caput, inciso II, e § to ou processo para destinatário externo ao DNIT;
1º da Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, o art. 9º, in- XI - tramitação: movimentação do processo de um
cisos I e VII, o Anexo I do Decreto nº 8.489, de 10 de ju- setor a outro, por meio do SEI;
lho de 2015, o disposto no Decreto nº 8.539, de 8 de ou- XII - usuário externo: qualquer pessoa física autori-
tubro de 2015, e o constante no processo nº zada a acessar ou atuar em processos administrativos ele-
50600.013650/2019-42, resolve: trônicos, e que não seja caracterizada como usuário in-
Art. 1º ESTABELECER, no âmbito do Departa- terno ou usuário colaborador;
mento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, XIII - usuário colaborador: estagiário, bolsista, me-
procedimentos para uso do Sistema Eletrônico de Infor- nor aprendiz, ou qualquer outro colaborador do DNIT
mações – SEI-DNIT, instituído pela Instrução Normativa autorizado a acessar processos administrativos eletrôni-
DNIT nº 01, de 24 de maio de 2017, publicada no Bole- cos; e
tim Administrativo nº 100, de 26 de maio de 2017. XIV - usuário interno: servidor em exercício no
DNIT que tenha acesso, de forma autorizada, a informa-
CAPÍTULO I ções produzidas ou custodiadas no SEI.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º Para efeitos desta Instrução Normativa con- CAPÍTULO II
sideram-se as seguintes definições: DAS UNIDADES PROTOCOLIZADORAS
I - arquivo: conjunto de documentos produzidos e Art. 3º Consideram-se unidades protocolizadoras
recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter pú- centrais do DNIT:
blico e entidades privadas, em decorrência do exercício I - o Protocolo Geral do edifício-sede do DNIT em
de atividades específicas, bem como por pessoa física, Brasília;
qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza II - as unidades de apoio e protocolo das Diretorias
dos documentos; do órgão no edifício-sede do DNIT em Brasília;
II - assinatura eletrônica: registro realizado eletroni- III - as unidades centrais de apoio e protocolo das
camente, por usuário identificado de modo inequívoco Superintendências Regionais-SRs, do DNIT em todas as
com vistas a firmar documentos, que se dá pelas seguin- unidades da federação;
tes formas: IV - as unidades centrais de apoio e protocolo das
a) assinatura digital: baseada em certificado digital Administrações Hidroviárias; e
emitido por autoridade certificadora credenciada na In- V - as unidades centrais de apoio e protocolo das
fraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras - ICP - Bra- unidades locais do DNIT localizadas em todas as unida-
sil; e des da federação.
b) assinatura cadastrada: baseada no fornecimento Art. 4º O recebimento, o cadastramento, a conferên-
de nome de usuário e senha; cia, a classificação e a digitalização de documentos ex-
III - atividade de protocolo: conjunto de operações ternos, não produzidos pelo SEI/DNIT, serão realizados
que visam o controle dos documentos produzidos e rece- pelas unidades protocolizadoras centrais do DNIT, espe-
bidos externamente, assegurando sua localização, recu- cificadas no art. 3º, que deverão observar os procedimen-
peração e acesso, tais como recebimento, classificação, tos específicos definidos na presente Instrução Normati-
va para cada atividade.
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Conhecimentos Específicos
Art. 8º A todas as Diretorias, Superintendências
CAPÍTULO III Regionais, unidades locais e Administrações Hidroviá-
DAS COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS rias compete:
Art. 5º Às unidades protocolizadoras centrais com- I - orientar os usuários no âmbito de sua responsabi-
pete: lidade hierárquica sobre a utilização do SEI;
I - receber, conferir, classificar, digitalizar, assinar II - verificar se os registros e as movimentações de
eletronicamente, registrar e tramitar os documentos de processos no âmbito de cada setor estão sendo efetuados
origem externa recebidos no âmbito do DNIT, observan- de forma adequada;
do os procedimentos específicos para cada atividade; III - submeter ao Comitê de Gestão de Serviços do
II - assinar eletronicamente os documentos, autuar SEI/DNIT a solicitação de criação e cancelamento do
os processos administrativos eletrônicos no SEI a partir perfil de usuários do SEI; e
dos documentos recebidos, gerar o NUP quando não IV - definir o perfil dos usuários de cada setor.
houver, e tramitar os processos ao devido destinatário in- Art. 9º Observado o disposto nesta Instrução Nor-
terno; e mativa, caberá ao Comitê de Gestão de Serviços do
III - realizar a expedição ou remessa de documentos SEI/DNIT tomar as medidas necessárias para a imple-
para outras instituições, fisicamente, quando não for pos- mentação, uso e sustentabilidade do processo administra-
sível a tramitação eletrônica. tivo eletrônico, entre as quais:
Art. 6º À Diretoria de Administração e Finanças- I - aprovar alterações na plataforma tecnológica do
DAF compete: sistema;
I - propor a criação e manter um Comitê de Gestão II - monitorar a operacionalização do sistema, bem
de Serviços do SEI no DNIT; como propor medidas corretivas necessárias;
II - disponibilizar, por intermédio da Coordenação III - estabelecer prazos e cronogramas adicionais;
Geral de Tecnologia da Informação-CGTI, a infraestru- IV - propor a regulamentação de procedimentos a
tura tecnológica necessária para hospedagem dos aplica- serem observados no âmbito do processo administrativo
tivos componentes da solução SEI/DNIT, bem como pa- eletrônico; e
ra armazenamento da base de dados de todos os docu- V - levantar e priorizar as demandas de melhorias
mentos recebidos e produzidos em meio eletrônico, pre- relativas ao processo administrativo eletrônico e uso do
vendo, dentre outros aspectos: sistema pelas unidades do DNIT, assim como promover
a) o armazenamento, a conservação e a eliminação sua viabilização Parágrafo único. Os membros do Comi-
dos documentos de acordo com os requisitos arquivísti- tê a que se refere o caput e seus respectivos suplentes se-
cos e históricos estabelecidos, e a legislação específica; rão designados por ato específico, a ser publicado no Bo-
b) a disponibilidade operacional do sistema para to- letim Administrativo.
das as unidades, inclusive Superintendências Regionais,
unidades locais e Administrações Hidroviárias; CAPÍTULO IV
c) a contínua atualização tecnológica de equipamen- DO ACESSO E DO CREDENCIAMENTO
tos e softwares necessária à implantação e manutenção Art. 10. Os usuários internos poderão cadastrar e
plena e efetiva dos serviços previstos; tramitar processos bem como gerar e assinar documentos
d) um plano de contingência operacional para even- no âmbito do SEI, de acordo com o seu perfil de acesso.
tual indisponibilidade da infraestrutura tecnológica ou do Art. 11. Os usuários colaboradores não poderão as-
sistema; e sinar documentos no âmbito do SEI.
e) os elementos componentes, como redundância de Parágrafo único. O cadastro de usuário colaborador
dados e ambientes, para formatar uma adequada política será efetivado mediante solicitação de autoridade compe-
de cópias de segurança e de recuperação em casos de tente da unidade à qual esteja prestando serviços, que se-
perda de informação, bem como de retenção de versões rá corresponsável pelas ações realizadas no SEI decor-
de documentos digitais. rentes de tal acesso.
Parágrafo único. Ato do Diretor Geral do DNIT Art. 12. Os usuários externos, mediante credencia-
disporá sobre a criação do Comitê de Gestão de Serviços mento para uso restrito, poderão:
do SEI/DNIT. I - encaminhar requerimentos, recursos e documen-
Art. 7º À Diretoria de Administração e Finanças - tos para validação e cadastramento no SEI pelas unida-
DAF, por intermédio da sua Coordenação-Geral de Re- des protocolizadoras;
cursos Logísticos - CGLOG, compete: II - acompanhar, como interessado, o trâmite de
I - atualizar e manter os modelos de processos orga- processo que envolva documentos encaminhados ao
nizacionais já desenhados para todas as unidades do DNIT;
DNIT, considerando as interfaces com os procedimentos III - receber ofícios e notificações; e
estabelecidos nesta Instrução Normativa para gestão de IV - solicitar, como interessado, vistas de processos.
processos administrativos eletrônicos no SEI/DNIT; e § 1º O credenciamento de usuário externo é ato pes-
II - zelar pela inserção e preservação dos procedi- soal e intransferível e dar-se-á a partir de solicitação efe-
mentos relativos aos processos administrativos eletrôni- tuada no sítio eletrônico do DNIT.
cos nas atividades de modelagem de novos processos or- § 2º A autorização do credenciamento de usuário
ganizacionais, de redesenho ou de implantação de pro- externo, e a consequente liberação dos serviços disponí-
cessos no DNIT. veis no SEI, depende de prévia aprovação por parte do
DNIT e será concedida somente após o encaminhamento
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
da documentação necessária pelo interessado e a análise III- apoio: destinado à criação, instrução e tramita-
do cumprimento dos requisitos necessários ao credenci- ção de processos; produção de documentos.
amento por parte do Comitê de Gestão de Serviços do IV - apoio protocolo: destinado à criação e tramita-
SEI. ção de processos;
§ 3º O Comitê de Gestão de Serviços do SEI no V - atendimento: destinado à tramitação e autoriza-
DNIT deverá definir os documentos e procedimentos ne- ção de vista processual; e
cessários para o credenciamento de usuários externos, VI - consulta: limitado à consulta e leitura dos do-
devendo informar ao interessado o resultado da análise cumentos.
documental e autorização para uso do sistema. Parágrafo único. Os perfis e suas funcionalidades
§ 4º O credenciamento está condicionado à aceita- podem ser mudados a qualquer tempo, de acordo com a
ção das condições regulamentares que disciplinam o SEI necessidade de cada setor e usuário interno, desde que
e tem como consequência a responsabilidade do usuário em consonância com esta Instrução Normativa.
pelo uso indevido das ações efetuadas, as quais são pas- Art. 16. A realocação de usuário em novo setor im-
síveis de apuração de responsabilidade civil, penal e ad- plicará na perda de seus acessos.
ministrativa. Parágrafo único. É de responsabilidade da autorida-
Art. 13. São de exclusiva responsabilidade do usuá- de competente do novo setor solicitar acesso compatível
rio: com as novas atribuições do usuário.
I - o sigilo da senha relativa à assinatura eletrônica,
não sendo oponível, em qualquer hipótese, alegação de CAPÍTULO VI
uso indevido; DAS CATEGORIAS DE ACESSO
II - a equivalência entre os dados informados para o Art. 17. Os processos e documentos classificados
envio do documento e os constantes do documento pro- com o nível de acesso público poderão ser visualizados
tocolado; por todos os usuários internos e colaboradores, sendo
III - a edição dos documentos enviados em confor- franqueado o acesso aos usuários externos mediante soli-
midade com as especificações técnicas estabelecidas pe- citação de vista processual, nos termos da Lei nº 12.527,
lo DNIT, no que se refere à formatação e ao tamanho do de 18 de novembro de 2011, e do Decreto nº 7.724, de
arquivo enviado; 16 de maio de 2012.
IV - a consulta periódica ao endereço de correio ele- § 1º Quando tramitado para um setor específico, o
trônico cadastrado e ao SEI/DNIT, a fim de verificar o acesso imediato ao processo no SEI ficará limitado aos
recebimento de comunicações eletrônicas relativas a atos usuários daquele setor; e
processuais; § 2º O disposto no § 1º não impede a disponibiliza-
V - a atualização de seus dados cadastrais no ção ou a tramitação do processo para consulta dos de-
SEI/DNIT; e VI - o acompanhamento da divulgação dos mais usuários internos, mediante solicitação simples.
períodos em que o SEI/DNIT não estiver em funciona- Art. 18. Será classificado como restrito o acesso:
mento em decorrência de indisponibilidade técnica do I - a documentos preparatórios até a edição do ato
serviço. ou decisão, nos termos do art. 20 do Decreto nº 7.724, de
§ 1º A não obtenção de acesso ou credenciamento 2012;
no SEI/DNIT, bem como eventual defeito de transmissão II - a documentos com informações pessoais, nos
ou recepção de dados e informações, não imputáveis à termos do Capítulo VII do Decreto nº 7.724, de 2012.
falha do SEI/DNIT, não servirão de escusa para o des- Art. 19. Serão classificados como sigilosos os do-
cumprimento de obrigações e prazos legais. cumentos submetidos temporariamente à restrição de
§ 2º Para fins de recebimento de comunicações ele- acesso público em razão de sua imprescindibilidade para
trônicas e interface com o SEI/DNIT, o usuário poderá a segurança da sociedade e do Estado, e aqueles abrangi-
cadastrar até dois endereços de correio eletrônico. dos pelas demais hipóteses legais de sigilo, nos termos
do Capítulo V do Decreto nº 7.724, de 2012.
CAPÍTULO V Parágrafo único. O acesso aos documentos classifi-
DOS PERFIS DE ACESSO cados como sigilosos será limitado a usuários com cre-
Art. 14. Caberá ao Comitê de Gestão de Serviços do dencial de segurança, nos termos do Decreto nº 7.845, de
SEI definir os perfis de acesso ao SEI, assim como suas 14 de novembro de 2012.
funcionalidades, que serão informados a todas as Direto-
rias, Superintendências Regionais, unidades locais e CAPÍTULO VII
Administrações Hidroviárias para que atribuam aos usu- DA ASSINATURA ELETRÔNICA
ários do sistema em cada uma de suas unidades. Art. 20. Os documentos digitais produzidos e geri-
Art. 15. O SEI estará disponível no DNIT com, no dos no âmbito do SEI/DNIT terão garantia de autoria,
mínimo, os seguintes perfis e funcionalidades: autenticidade e integridade asseguradas, nos termos do
I - administrador: designado pelo Comitê de Gestão art. 6º do Decreto nº 8.539, de 2015.
de Serviços do SEI, com finalidade de gerenciamento do § 1º O uso da assinatura digital é obrigatório para
sistema e conceder acesso aos demais perfis; assinatura de atos de conteúdo decisório ou que, em ra-
II - básico: destinado à criação, instrução e tramita- zão de sua finalidade, tenham como destinatário ou en-
ção de processos, bem como produção e assinatura de volvam interessado externo ao DNIT, podendo ser ado-
documentos; tada nos demais casos a modalidade de assinatura cadas-
trada.
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Conhecimentos Específicos
§ 2º O documento em papel, de origem interna ou lumes, inclusão de termos, numeração de folhas, carim-
externa, que for digitalizado e capturado no SEI, deverá bos e aposição de etiquetas.
ter sua inserção no sistema mediante assinatura cadastra- Parágrafo único. No SEI, os processos administrati-
da do usuário interno que a proceder. vos eletrônicos serão concluídos ou fechados pelo setor
§ 3º Em caso de impossibilidade técnica, os docu- responsável, sendo encaminhados ao arquivo central para
mentos poderão ser produzidos em papel e assinados de serem arquivados de forma digital e os registros manti-
próprio punho pela pessoa competente, devendo a versão dos segundo parâmetros da classificação e temporalidade
assinada ser digitalizada e inserida no SEI/DNIT, com a definidos.
pertinente certificação digital. Art. 27. Em caso de impossibilidade técnica mo-
Art. 21. A prática de atos assinados eletronicamente mentânea de produção dos documentos no SEI, estes po-
importará aceitação das normas regulamentares sobre o derão ser produzidos em papel e assinados pela autorida-
assunto e da responsabilidade do usuário pela utilização de competente.
indevida de sua assinatura eletrônica. Parágrafo único. Os documentos mencionados no
caput deste artigo deverão ser digitalizados conforme de-
CAPÍTULO VIII finido nesta Instrução Normativa, e quando do retorno da
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ELETRÔNI- disponibilidade do SEI, deverão ser imediatamente cap-
CO turados e inseridos no sistema.
Seção I Art. 28. Não deverão ser objeto de registro no SEI:
Das Disposições Gerais I - jornais, revistas, livros, folders, propagandas e
Art. 22. Todos os documentos produzidos ou inseri- demais materiais que não se caracterizam como docu-
dos no âmbito do SEI constituirão ou se vincularão a um mento arquivístico;
processo administrativo eletrônico, sendo de responsabi- II - correspondências particulares; e
lidade exclusiva do usuário os seus registros. III - documentos relacionados a infrações de trânsi-
§ 1º Os documentos produzidos eletronicamente e to possíveis de serem registrados no Sistema Integrado
juntados aos processos administrativos eletrônicos, na de Operações Rodoviárias - SIOR.
forma estabelecida nesta Instrução Normativa, serão
considerados originais para todos os efeitos legais. Seção II
§ 2º Os documentos digitalizados e inseridos no Da Produção de Documentos
processo administrativo eletrônico por servidor autoriza- Art. 29. Para a criação de um processo administrati-
do têm a mesma força probante dos originais. vo eletrônico devem ser inseridos no SEI dados que
§ 3º Somente será admitida a inserção no SEI de permitam sua localização e controle, mediante o preen-
documentos externos em formato PDF. chimento dos campos próprios do sistema, observados os
Art. 23. Ao serem criados no SEI, os documentos seguintes requisitos:
receberão numeração automática sequencial, sem distin- I - formação de maneira cronológica, lógica e contí-
ção de setor, recomeçando a numeração a cada exercício. nua;
Art. 24. Os documentos gerados ou inseridos no II - possibilidade de consulta a conjuntos segregados
SEI deverão ser classificados, conforme nível de sensibi- de peças processuais, salvo os processos físicos já existen-
lidade da informação, como público, restrito ou sigiloso. tes antes da vigência desta Instrução Normativa e posteri-
Art. 25 Documento digitalizado integrante de um ormente digitalizados;
processo poderá ser desentranhado, a fim de atender de- III - possibilidade de vinculação entre processos, a ser
manda administrativa. utilizada nos casos de juntada por anexação e de apensação;
e
§ 1º Serão desentranhados pelo setor possuidor do
IV - possibilidade de reclassificação do nível de sensi-
processo administrativo eletrônico:
bilidade da informação, como público, restrito ou sigiloso,
I - documentos sem assinatura; limitando ou ampliando o acesso.
II - documentos anexados indevidamente ou dupli- Art. 30. Todo documento oficial produzido no âmbito
cados; do DNIT deverá ser gerado no SEI, segundo os modelos
III - documentos assinados, mediante justificativa e previamente definidos.
autorização da autoridade competente, responsável pelo § 1º As unidades competentes deverão recomendar
setor. os modelos, padrão de documentos ou formulários e dis-
§ 2º O desentranhamento será motivado e registrado ponibilizá-los para as demais áreas executoras, que ado-
no SEI com os dados do responsável, o número tarão o formato definido.
SEI/DNIT, o teor resumido do documento e o motivo pa- §2º Todos os modelos de documentos deverão ser
ra a ação. submetidos ao Comitê de Gestão de Serviços do SEI pa-
§ 3º O documento desentranhado, embora inacessí- ra validação e inserção no ambiente do sistema.
vel, continuará a ser apresentado na árvore de documen- Art. 31. Na confecção dos documentos deverão ser
tos do processo, mediante marcação própria. observados os critérios de impessoalidade, optando-se
§ 4º É vedado o desentramento de documentos assi- por destinar as correspondências internas sempre ao car-
nados por outras áreas. go e não ao seu ocupante.
Art. 26. O processo administrativo eletrônico dis- Art. 32. Documentos que demandem análise preli-
pensa a realização de procedimentos formais típicos de minar de sua minuta devem ser formalizados por meio de
processo em papel, tais como capeamento, criação de vo- tipo de documento que não se confunda com o documen-
to final a ser posteriormente formalizado.
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Conhecimentos Específicos
§ 1º Documentos que demandem assinatura de mais 9 de dezembro de 2014, do Conselho Nacional de Ar-
de um usuário devem ser tramitados somente depois da quivos-CONARQ.
assinatura de todos os responsáveis. § 3º A DAF, por intermédio da coordenação res-
§ 2º Quanto ao disposto no § 1 º deste artigo, tra- ponsável pela documentação e arquivo no âmbito do
tando-se de documento redigido por mais de uma unida- DNIT, juntamente com a CGTI, deve elaborar um plano
de, essa característica, caso necessário, deve ser destaca- de preservação digital, a ser submetido e aprovado pelo
da diretamente no teor do documento, com a indicação Comitê de Gestão de Serviços do SEI.
das unidades participantes. § 4º Os documentos e processos físicos objetos de
digitalização serão destinados ao Arquivo Geral e ali
Seção III mantidos até que cumpram seus prazos de guarda, con-
Da Recepção e da Digitalização de Documentos forme definido na tabela de temporalidade de documen-
Art. 33. O DNIT receberá documentos: tos de arquivo do DNIT.
I - por meio eletrônico; e
II - excepcionalmente, por meio físico. Seção V
Art. 34. Todos os documentos em meio físico reme- Da Tramitação
tidos ao DNIT, independentemente da sua forma e local Art. 38. Toda movimentação de processos no DNIT
de entrega, serão encaminhados ao Protocolo Geral para se dará via SEI.
registro. § 1º A movimentação interna de processos respeita-
§ 1º Havendo indícios de violação, o Protocolo Ge- rá as especificidades e a estrutura hierárquica do órgão.
ral deverá registrar o fato no ato do recebimento e comu- § 2º O processo poderá retornar para a mesma uni-
nicar imediatamente à autoridade competente. dade para finalização da análise e prosseguimento do
§2º Os documentos recebidos, sempre que não refe- trâmite.
renciados com um número de protocolo já existente, se- Art. 39. A remessa ou expedição de documentos e
rão autuados como novos processos, aos quais será atri- processos em meio físico deverá ser realizada a partir da
buído um NUP. impressão do conteúdo armazenado no SEI via Protocolo
§3º No caso de documentos externos sigilosos ou Geral, que procederá o devido registro de movimentação
que digam respeito a procedimentos licitatórios, o Proto- de saída.
colo Geral os encaminhará ao setor competente, que pro- Art. 40. Em caso de tramitação indevida de proces-
cederá à digitalização e o devido registro no SEI. so administrativo eletrônico, a área de destino deverá
Art. 35. O documento recebido em meio físico será promover imediatamente:
digitalizado e capturado no sistema de acordo com sua I - a devolução ao remetente; ou
especificidade. II - nova tramitação para o adequado direcionamen-
§ 1º A digitalização de documentos será realizada to.
mediante a utilização da funcionalidade Reconhecimento
Optico de Caracteres antes de sua inserção no SEI. Seção VI
§ 2º Os documentos com mais de duzentas páginas Do Sobrestamento, da Anexação e da
serão fragmentados em mais de um documento digital no Apensação de Processos
momento de sua digitalização, compondo processos dis- Art. 41. O sobrestamento de processo é sempre
tintos no SEI que deverão ser anexados. temporário e deve ser precedido de determinação formal,
§ 3º Nos casos de restrição técnica ou de grande vo- e motivada, constante do próprio processo objeto do so-
lume de documentos, a digitalização poderá ser efetuada brestamento, ou de outro a partir do qual se determina o
em até cinco dias úteis. sobrestamento.
Art. 42. Deve ocorrer a anexação de processos
Seção IV quando pertencerem a um mesmo interessado, tratarem
Da Classificação Arquivística e da Avaliação do mesmo assunto e sujeitos à análise e à decisão de
Art. 36. Todos os processos do SEI serão classifica- forma conjunta, observando-se os procedimentos previs-
dos, assim que produzidos ou recebidos pelo Protocolo tos na Portaria Interministerial nº 1.677, de 7 de outubro
Geral, com base no Código de Classificação de Docu- de 2015, dos Ministérios da Justiça e Segurança Pública,
mentos de Arquivo do DNIT, para inserção no SEI. e Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges-
Art. 37. Os processos administrativos eletrônicos tão.
serão mantidos até que cumpram seus prazos de guarda § 1º Se for identificada a existência de processo no
conforme definido na tabela de temporalidade de docu- SEI/DNIT que deva fazer parte de outro processo já exis-
mentos de arquivo. tente, a unidade competente procederá à anexação do
§ 1º Os processos administrativos eletrônicos de novo processo ao processo já existente no sistema.
guarda permanente deverão receber tratamento de pre- § 2º Caso o processo já existente esteja em meio fí-
servação de forma que não haja perda ou corrupção da sico, a unidade deverá providenciar a sua conversão para
integridade das informações. eletrônico, procedendo, em seguida, à devida anexação
§ 2º O descarte de documentos digitais e processos do novo processo ao processo ora digitalizado no
administrativos eletrônicos será promovido pelo Arquivo SEI/DNIT.
Geral, e executado nos termos do art. 18 do Decreto nº Art. 43. A apensação de processos será realizado
4.073, de 3 de janeiro de 2002, e da Resolução nº 40, de quando houver a necessidade de associar um ou mais
processos, em caráter temporário, com o objetivo de ins-
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Conhecimentos Específicos
trução e uniformidade de tratamento em matérias seme- Art. 50. As dúvidas e casos omissos desta Instrução
lhantes ou casos análogos, observando-se os procedi- Normativa serão dirimidos pelo Comitê de Gestão de
mentos previstos na Portaria Interministerial MJ/MP nº Serviços do SEI/DNIT.
1.677, de 2015. Art. 51. Fica revogada a Instrução Normativa DNIT
nº 01, de 24 de maio de 2017, publicada no Boletim
Seção VII Administrativo nº 100, de 26 de maio de 2017.
Do Pedido de Vistas ao Processo Art. 52. Esta Instrução Normativa entra em vigor na
Art. 44. As solicitações de pedido de vistas de pro- data de sua publicação.
cessos por usuários externos não credenciados deverão
ser dirigidas ao Serviço de Informações ao Cidadão do ANTÔNIO LEITE DOS SANTOS FILHO
DNIT, por meio eletrônico ou presencial, nos termos da Diretor-Geral
Lei nº 12.527, de 2011, e do Decreto nº 7.724, de 2012.
Art. 45. O acesso externo para vista será disponibi-
lizado por usuário interno, observados a permissão e o 23.6.2. MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE
devido perfil de acesso. UTILIZAÇÃO DO SEI/DNIT).
Parágrafo único. Os documentos ou processos no 23.6.2.1. Operações iniciais a serem padroniza-
âmbito do SEI/DNIT que forem objeto de pedido de vis- das
tas serão disponibilizados, preferencialmente, mediante o
fornecimento de arquivo em formato PDF, encaminhado Das operações básicas dispostas no SEI! algumas
pelo correio eletrônico do próprio sistema. ações devem ser observadas na instituição para garantir
que o sistema tenha uma visão amigável e um ambiente
Seção VIII de trabalho de fácil entendimento para os usuários da
Da Conservação e da Eliminação de unidade de trabalho.
Documentos Digitais
23.6.2.1.1. Acesso ao sistema
Art. 46. O tratamento arquivístico, inclusive elimi-
nação, de documentos digitais e processos administrati- Para acessar o sistema, o usuário deve utilizar o seu
vos eletrônicos observará procedimentos de gestão do- login e senha:
cumental do DNIT, explicitados nos normativos do CO-
NARQ.
Parágrafo único. A gestão de documentos digitais
orienta-se pelos critérios da integridade e da disponibili-
dade das informações produzidas e custodiadas, respei-
tados os requisitos legais e os princípios de segurança da
informação.
Art. 47. Os documentos digitais e processos admi- Figura 1. Tela de acesso ao sistema SEI!
nistrativos eletrônicos constantes da base de dados cor- 23.6.2.1.2. Criação de usuário e senha
porativa devem ser armazenados em equipamentos e mí-
dias que permitam acesso com celeridade compatível A criação de novos usuários é realizada pelas chefi-
com as necessidades dos processos de negócio do DNIT. as dos setores, mediante requerimento ao portal de aten-
Art. 48. Deverá ser elaborado pela CGTI um Plano dimento da CGTI no endereço
de Preservação de Documentos Digitais, ouvidos a Co- https://servicos.dnit.gov.br/atendimento/loginUsuario.ph
missão Permanente de Avaliação de Documentos-CPAD p, informando os seguintes dados:
e o Comitê de Gestão de Serviços do SEI/DNIT, subme- a) Nome completo;
tido à aprovação da Diretoria Colegiada do DNIT. b) Login;
§ 1º O Plano de Preservação de Documentos Digi- c) Localidade;
tais deve conter, entre outros elementos, a política de có- d) Unidade;
pias de segurança e de recuperação em casos de perda de e) CPF;
informação, bem como de retenção de versões de docu- f) Tipo de usuário
mentos digitais. g) Matrícula DNIT com dígito (somente para servi-
§ 2º A eliminação de documentos digitais e proces- dores);
sos administrativos eletrônicos poderá ser realizada so- h) Cargo;
mente após aprovação do Plano de Preservação de Do- i) Unidade de acesso;
cumentos Digitais, ressalvados os procedimentos relati- j) Telefone;
vos a descarte de versões de documentos definidos pela k) Ramal.
CPAD.
23.6.2.1.3. Tela “Controle de Processos”
CAPÍTULO IX Vale ressaltar que a tela “Controle de Processos” é
DISPOSIÇÕES FINAIS o seu ambiente de trabalho, a chamada “Mesa Virtual de
Art. 49. O uso inadequado do SEI/DNIT fica sujeito Trabalho”. Dessa forma, cada usuário deve ter consciên-
à apuração de responsabilidade, na forma da legislação cia de que o ambiente está sendo visualizado por todos
em vigor. os usuários lotados na unidade de trabalho, por isso a
importância de manter o ambiente organizado.
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Conhecimentos Específicos
Para manter a organização da “Mesa Virtual de Para saber se o processo que se quer trabalhar pos-
Trabalho”, cabe acrescentar algumas regras e procedi- sui informação na base, basta pesquisar em "Base de Co-
mentos a serem seguidos por todos os usuários que têm nhecimento" no Menu Principal (menu à esquerda da te-
acesso direto ao SEI!: la) ou no processo criado, por meio do ícone da base de
conhecimento que fica registrado ao lado do número do
a) Atribuição dos processos : processo, representado pela letra “B”. Se esse ícone não
aparecer, significa que ainda não existe base de conhe-
Ao iniciar um novo processo é necessário realizar cimento registrada para esse tipo de processo.
imediatamente a atribuição do processo. Essa ação ga-
rante que o processo tenha um único usuário sob sua res- 23.6.2.1.4. Cadastro de usuários externos para
ponsabilidade. assinatura de documentos e peticionamento eletrôni-
co de demandas
Observação: Quando o processo estiver com atri-
buição, somente o usuário especificado será responsável Usuários externos poderão ser cadastrados para que
por incluir peças no processo ou executar quaisquer al- assinem documentos ou peticionem demandas junto ao
terações. Caso necessário, o usuário ao qual o processo DNIT. Para que o cadastro seja liberado, o usuário deve-
está atribuído deverá atribuir a outro usuário. rá preencher o formulário online disponível no link
https://sei.dnit.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao
=usuario_externo_avisar_cadastr
b) Processos recebidos na unidade de trabalho: o&id_orgao_acesso_externo=0 e apresentar pessoal-
mente em uma das unidades do DNIT nas capitais:
Assim que recebidos na unidade os processos na cor
vermelha deverão ser atribuídos aos usuários, que ficarão • O original do Termo de Declaração de
responsáveis pelo processo. Esse procedimento evitará Concordância e Veracidade assinado
que processos fiquem sem atribuições e reduz os riscos • Cópias de RG e CPF ou de outro docu-
de possíveis atrasos na sua tratativa. mento de identidade no qual conste CPF
c) Alerta de novo documento ou assinatura: [juntamente com o original para fins de au-
tenticação administrativa]
Ao identificar o ícone de alerta na coluna de proces-
sos recebidos, é importante ressaltar que ao entrar no O Termo de Declaração de Concordância e Veraci-
processo o ícone irá desaparecer, ou seja, não existe uma dade poderá ser obtido no seguinte endereço:
parametrização no SEI! para manter o alerta visível por https://sei.dnit.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao
determinado período. Dessa forma, o usuário que identi- =usuario_externo_avisar_cada
ficar o alerta, deve efetuar a ação necessária, seja ela stro&id_orgao_acesso_externo=0
atribuição ou envio do processo para outra unidade de Atenção: Alternativamente, poderão ser entregues
trabalho. por terceiro ou enviados por Correios as cópias autenti-
d) Anotações: cadas dos documentos acima indicados e o presente
Termo com reconhecimento de firma em cartório. A cor-
Se alguma informação sobre determinado processo respondência por Correios deve ser endereçada ao Proto-
é de conhecimento de apenas um usuário da unidade de colo Sede do DNIT (SAUN Quadra 3, Lote A – Ed. Nú-
trabalho, vale utilizar da ação “Anotações”. Nos proces- cleo dos Transportes, Brasília/DF, CEP: 70040-902).
sos em suporte físico eram incluídos os post-its para
acrescentar alguma informação relevante. Com a ação Conforme art. 13 da Instrução Normativa Nº
“Anotações” o procedimento não deve ser diferente, pois 08/DG/DNIT SEDE, de 25 de julho de 2019, são de ex-
ela deve ser utilizada com muita frequência para tornar clusiva responsabilidade do usuário:
visível a todos os usuários da unidade as informações I - o sigilo da senha relativa à assinatura eletrôni-
que provavelmente eram de conhecimento de apenas ca, não sendo oponível, em qualquer hipótese, alegação
uma pessoa. de uso indevido;
e) Base de Conhecimento : II - a equivalência entre os dados informados para
o envio do documento e os constantes do documento
Cabe a área responsável, para cada tipo de processo, protocolado;
descrever as etapas do processo e anexar documentos III - a edição dos documentos enviados em confor-
que auxiliem os usuários no fluxo de negócio do proces- midade com as especificações técnicas estabelecidas pe-
so, considerando que após liberar a versão da base de lo DNIT, no que se refere à formatação e ao tamanho do
conhecimento toda a instituição visualizará o conteúdo. arquivo enviado;
Dessa forma, o andamento de determinado tipo de pro- IV - a consulta periódica ao endereço de correio
cesso será padronizado para toda a instituição. Vale res- eletrônico cadastrado e ao SEI/DNIT, a fim de verificar
saltar, que a base de conhecimento deve estar alinhada o recebimento de comunicações eletrônicas relativas a
com o Protocolo-Geral. atos processuais;
Se a área tiver o fluxo de negócio mapeado, este V - a atualização de seus dados cadastrais no
pode ser incluído na base de conhecimento, no formato SEI!/DNIT; e
imagem.
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Conhecimentos Específicos
VI - o acompanhamento da divulgação dos períodos
em que o SEI/DNIT não estiver em funcionamento em
decorrência de indisponibilidade técnica do serviço.
23.6.2.2. Operações básicas com processos
23.6.2.2.1. Iniciar processo
Ao iniciar a abertura de um processo no SEI (menu
à esquerda da tela ) é obrigatório utilizar
da ação “Pesquisa” para localizar processos referentes ao
mesmo assunto. Em alguns casos ocorrem de outras uni-
dades de trabalho iniciar um processo sobre o mesmo as-
sunto, ocasionando redundâncias. A ação de “Pesquisa”
no SEI! possui diversos parâmetros o que facilitará na
localização. Não identificado nenhum processo seme- Figura 2. Pesquisa de processos emitidos até 13/11/2017.
lhante, o usuário poderá iniciar um novo processo. 23.6.2.2.4. Digitalização de documentos externos
23.6.2.2.2. Pesquisa Conforme normatizado pela Portaria Interministeri-
O SEI! apresenta diversos parâmetros de pesquisa al nº 1.667, de 07 de outubro de 2015, para a digitaliza-
para auxiliar o usuário a localizar um proces- ção de documentos avulsos recebidos observar-se-ão as
so/documento (menu à esquerda da tela ). seguintes possibilidades:
A pesquisa busca todas e quaisquer informações in- > Apresentação pelo interessado do documento
seridas no processo, sejam: avulso original ou cópia autenticada administrativamente
ou cópia autenticada em cartório para digitalização ime-
✓ Informações no corpo do documento; diata, devolvendo-o no ato. O documento resultante da
✓ Informações nos documentos externos di- digitalização será anexado ao processo digital ou inte-
gitalizados com processamento OCR – Re- grado em fluxo de trabalho informatizado. Neste caso, há
conhecimento Ótico de Caracteres; a formação de um processo totalmente digital;
✓ Informações nos documentos externos de
texto (planilhas, doc, docx, pdf, entre ou- > Apresentação pelo interessado do documento
tros); avulso original e sua cópia simples para autenticação
✓ Dados cadastrais de processos e documen- administrativa e posterior digitalização. Neste caso, a
tos. unidade de protocolo fará a conferência da cópia com o
documento original, efetuando autenticação administra-
A pesquisa pode ser realizada por meio de palavras tiva da cópia, registrando também a hora do recebimento
chaves, siglas, expressões ou números. Além disso, o no protocolo e devolvendo o documento original de ime-
usuário pode utilizar conectores que facilitará na pesqui- diato ao interessado. Depois de realizada a digitalização,
sa, conforme especificado abaixo: as cópias simples autenticadas administrativamente po-
✓ Busca parte de palavras ou números: derão ser descartadas ou disponibilizadas para devolução
Ex.: Engenha*; 72345*; ao interessado, a critério do órgão ou entidade. O docu-
✓ Conector (E): Pesquisa por registros que mento resultante da digitalização será anexado ao pro-
contenham todas as palavras e expressões. cesso digital ou integrado em fluxo de trabalho informa-
Ex.: planejamento e gestão; tizado. Neste caso, há a formação de um processo total-
✓ Conector (OU): Pesquisa por registros que mente digital; ou
contenham pelo menos uma das palavras > Recebimento e retenção de documento avulso
ou expressões. Ex.: Desenvolvimento ou original ou cópia autenticada administrativamente ou de
mútua; cópia autenticada em cartório para posterior digitalização
✓ Conector (NÃO): Recupera registros que e anexação a processo digital ou integração em fluxo de
contenham a primeira, mas não a segunda trabalho informatizado. Os documentos avulsos originais
palavra ou expressão. Ex.: Municipais não ou as cópias autenticadas retidos devem ser classifica-
saneamento dos; arquivados e mantidos nos termos da temporalidade
23.6.2.2.3. Pesquisas de processos antigos no e destinação de documentos de arquivo.
SEI!. > aprovados pelo CONARQ ou pelo Arquivo Naci-
Buscando adequação ao NUP – Número Único de onal para uso no órgão ou entidade. Neste caso há a for-
Protocolo, foram necessárias mudanças no padrão de mação de um processo totalmente digital ou um processo
numeração dos processos do SEI! emitidos até 13 de no- híbrido, a critério do órgão ou entidade.
vembro de 2017. Segundo comunicado da CGTI/DAF,
os dígitos verificadores desses processos também foram
alterados. Portanto, para buscar os processos com emis-
são anterior a 13 de novembro de 2017, utilize os passos
abaixo:
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conhecimentos Específicos
O procedimento de digitalização compõe-se das se- Etapa 3. Geração de OCR
guintes etapas:
O formato PDF com OCR é fundamental para reali-
zar pesquisas futuras nos processos digitalizados por
meio do reconhecimento do texto nas imagens digitali-
zadas. Há uma estrutura automática que busca nas pastas
os arquivos a serem digitalizados, realiza o seu proces-
samento e devolve um arquivo pronto para uso no SEI.
Nos momentos de utilização intensa, este processo
pode demorar mais tempo.
Uma vez concluído o processo de qualidade,
o arquivo deve então ser movido para a seguinte
estrutura:
Figura 3. Etapas para digitalização de documentos externos.
so deverá iniciar com a imagem de sua ca- Etapa 4. Carregar arquivo para o SEI!
pa e contracapa.
Documentos gerados fora do SEI! são considerados
• Cada folha do processo deve ser digitali-
“Documentos externos”. Para carregar um PDF gerado,
zada em frente e verso, ainda que o verso
conforme os passos anteriores, clique no botão “Incluir
da folha tenha recebido o carimbo “Em
documento”. Selecione, então, “Externo” e carregue o
Branco” ou apresente qualquer conteúdo.
documento de acordo com o procedimento padrão.
• Com o objetivo de permitir que os docu-
mentos em formato PDF possam ter o con-
teúdo pesquisável e para garantir melhor
desempenho ao longo do tempo, é impor-
tante seguir alguns parâmetros na digitali-
zação de documentos para sua pasta de
scanner:
o Formato de arquivo: TIF Figura 5. Ícone para inclusão de documento externo.
o o Preto e branco;
o o Resolução de 200 x 200 dpi; Observação:
Limite de 10Mb por arquivo (o Multipage TIF pode Caso você receba documentos em PDF que não te-
quebrar em vários arquivos); nha texto pesquisável, devem ser tratados com o Multi-
page TIFF, salvos no formato TIFF na pasta “1 - Entra-
Etapa 2. Processo de qualidade: daOCR” para que sejam convertidos para PDF pesquisá-
Nesta etapa, o arquivo TIF capturado do scanner é vel e disponibilizados na pasta “2 - SaídaOCR”.
tratado, utilizando a ferramenta Multipage TIF, instalada 23.6.2.2.5. Campos obrigatórios na abertura de
em seu equipamento. Localize o ícone do programa e um processo
utilize-o para fazer as seguintes alterações:
Ao iniciar um novo processo o preenchimento dos
• Retirar páginas em branco; campos em negrito é obrigatório. Embora o sistema não
• Reorganizar as páginas; exija a obrigatoriedade dos campos “Especificação”, “In-
• Girar/endireitar páginas; teressados” e “Observações desta unidade”, a instituição
• Mesclar arquivos ou combinar arquivos de considera importante o preenchimento de todos os cam-
diferentes capturas; pos, pois estes são relevantes para a pesquisa do proces-
• Extrair páginas selecionadas; so no sistema.
• Salvar arquivo no formato TIF;
Para o campo “Especificação” a unidade de traba-
• Caso não esteja instalado, solicite a insta-
lho deve incluir a numeração do documento recebido (se
lação à Central de Serviços, via 0800 ou e-
constar) e o assunto do documento (Não colocar todas as
mail do suporte.
letras maiúsculas).
O campo “Interessados” é capturado da base de
dados da instituição. No caso de novos contatos estes
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Conhecimentos Específicos
devem ser incluídos levando em consideração algumas
regras:
a) Pessoa Física: os campos mínimos a serem pre-
enchidos são:
• Tipo;
• Nome;
• Endereço;
• Bairro;
• País;
• Estado;
• Cidade;
• CEP;
• Gênero;
• Cargo;
• Tratamento;
• CPF; Figura 7. Tela de assuntos relacionados no SEI.
• RG;
• Órgão Expedidor;
Figura 8. Níveis de acesso aos documentos.
• Data de Nascimento; Matrícula (Se cons-
tar); Telefone Fixo.
b) Pessoa Jurídica: os campos mínimos a serem
preenchidos são:
• Tipo;
• Sigla (Se constar);
• Nome; Figura 9. Assuntos classificados para documentos Restritos.
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Conhecimentos Específicos
postos na Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, a pu- • País;
blicidade de informações é preceito geral, e o sigilo é ex- • Estado;
ceção. Dessa forma, o cadastramento dos níveis de aces- • Cidade;
so deve ser feito de forma correta, sob pena de violação a • CEP;
normas constitucionais e legais. • E-mail;
Embora a publicidade seja a regra, existem casos • CNPJ;
nos quais a classificação como sigiloso ou restrito é ne- • Telefone Fixo.
cessária.
23.6.2.3.2. Classificação por assunto de docu-
O documento deverá ser cadastrado como Restrito se mento
estiver enquadrado nos assuntos indicados na Figura 9.
Ao incluir um novo documento no processo tem a
Já a classificação como Sigiloso deverá ser utilizada opção de classificar por assunto, mas o preenchimento
de acordo com a Lei n.º 12.527 de 18 de novembro de desse campo fica sob a responsabilidade do Protocolo-
2011, o Decreto 7.845 de 14 de novembro de 2012, e ou- Geral.
tros normativos legais. Nesse caso, deve ser escolhida
Por isso, o usuário deverá deixar esse campo em
uma das opções: Secreto, Ultrassecreto ou Reservado.
branco.
23.6.2.3. Operações básicas com documentos
23.6.2.3.3. Extensões de arquivos liberados para
23.6.2.3.1. Campos obrigatórios ao incluir docu- inclusão no SEI!
mento Atualmente as extensões liberadas para inclusão de
Ao incluir um documento o preenchimento dos documentos externos no SEI! são:
campos em negrito é obrigatório.
Embora o sistema não exija a obrigatoriedade dos
campos “Descrição”, “Interessados” e “Observações des-
ta unidade”, a instituição considera importante o preen-
chimento de todos os campos, pois estes são relevantes
para a pesquisa de documentos no sistema.
O campo “Interessados” é capturado da base de
dados da instituição. No caso de novos contatos estes Figura 10. Tabela do SEI com as extensões de arquivos permitidas.
devem ser incluídos levando em consideração as seguin- Para cada arquivo incluído na árvore do processo o
tes regras: tamanho permitido para armazenamento é de 50MB.
a) Pessoa Física: os campos mínimos a serem pre- 23.6.2.3.4. Formatação de documento no SEI!
enchidos são:
Embora o sistema permita importar alguns formatos
• Tipo; de arquivo (Documento Externo), os documentos for-
• Nome; mais do órgão devem ser redigidos no próprio sistema
• Endereço; (Documento Interno). É possível a customização de tipos
• Bairro; de documentos em obediência aos padrões e formatação
• País; estabelecidos por instrumentos legais, tais como o Ma-
• Estado; nual de Redação da Presidência da República. Os tipos
• Cidade; de documentos também podem ser configurados de
• CEP; acordo com a realidade da instituição. Outras vantagens
• Gênero; do uso de Documentos Internos são seus formatos pa-
• Cargo; dronizados e automatizados (data, numeração, endereço
da unidade, processo de referência e número SEI!.
• Tratamento;
• CPF; Com a finalidade de padronizar os documentos da
• RG; instituição, escolha a opção mais adequada ao seu docu-
• Órgão Expedidor;
mento disponível no ícone , que o texto se ajus-
• Data de Nascimento; Matrícula (Se cons- tará ao formato. A opção mais básica é “Tex-
tar); Telefone Fixo. to_Justificado_Recuo_Primeira_linha”.
b) Pessoa Jurídica: os campos mínimos a serem ATENÇÃO:
preenchidos são:
Na hora de imprimir, o SEI ajusta a proporção entre
• Tipo; os elementos e o tamanho da folha, a partir do maior
• Sigla (Se constar); elemento. Logo, se você inserir uma tabela muito grande
• Nome; ou larga, o tamanho da fonte vai diminuir na hora da im-
• Endereço; pressão.
• Bairro;
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Conhecimentos Específicos
23.6.2.3.5. Incluir no SEI! e-mail da unidade pa- entre eles. Indica-se, por exemplo, relacionar os proces-
ra recebimento de notificações sos de contratação com os de pagamento de nota fiscal.
O vínculo entre processos relacionados pode ser desfeito
De acordo com a Instrução Normativa Nº
a qualquer tempo pelos servidores da unidade que efetu-
08/DG/DNIT SEDE, de 25 de julho de 2019, para fins de
ou a operação.
recebimento de comunicações eletrônicas e interface
com o SEI!, as unidades de trabalho podem cadastrar até 23.6.2.3.9. Anexar processos
2 (dois) e-mails. Dessa forma um e-mail será enviado,
A anexação de processos no SEI! permite juntar, de
todas as vezes que um processo chegar na unidade ou for
maneira permanente, processos do mesmo tipo, com o
enviado.
mesmo interessado e com o mesmo objetivo, uma vez
As unidades de trabalho devem solicitar a equipe verificado que as informações deveriam ou podem estar
de suporte do SEI! a inclusão dos - e-mails para recebi- agregadas em um processo único. Uma vez anexado a
mento de notificações. um processo principal, o processo acessório deixa de ter
independência. Como regra, o processo mais novo é
22.6.2.3.6. Regras para o uso do tipo de docu-
anexado ao mais antigo. Ao efetuar essa operação, o pro-
mento “Despacho”
cesso anexado perde sua independência e passa a compor
A comunicação entre as unidades de trabalho em a árvore de documentos do processo principal. Os relaci-
um processo no SEI! é realizada, via de regra, da mesma onamentos do processo anexado são mantidos após a
forma que nos processos em suporte físico. Por isso, o anexação e, caso o processo a ser anexado seja restrito,
tipo de documento “despacho” continua sendo essencial esse nível de acesso será estendido ao processo principal.
para comunicar o motivo do envio de um documento pa-
23.6.2.3.10. Excluir documento
ra outra unidade de trabalho.
O SEI! permite ao usuário a exclusão de documen-
É importante saber que “unidade de trabalho” para
tos externos ou documentos produzidos no próprio sis-
o SEI! é a estrutura organizacional de menor hierarquia a
tema. Esta opção tem por finalidade eliminar documen-
qual o usuário está vinculado no cadastramento. Portan-
tos que foram inseridos ou classificados equivocadamen-
to, a razão do envio deve estar explícita no despacho.
te, que ainda não foram estabilizados como oficiais e,
Entretanto, o uso do despacho é facultativo quando portanto, não afetam direitos e/ou obrigações.
a comunicação no processo ocorre dentro da mesma uni-
dade. Assim, o usuário pode usar a opção “atribuir pro- Em geral, o ícone ficará visível apenas quando
cesso” para encaminhar ao usuário responsável. Nesse o procedimento de exclusão for permitido. A exclusão de
caso, se for necessário trocar informações adicionais, vo- documentos obedece às seguintes regras:
cê pode utilizar a ação “anotações”. As anotações aju- a. Documento gerado e não assinado pode ser ex-
dam na comunicação, mas são visualizadas somente na cluído pela unidade elaboradora. Documento que ainda
unidade à qual o usuário está vinculado. não foi assinado é considerado minuta e pode ser excluí-
Vale ressaltar, que na maioria dos casos, as anota- do, ainda que tenha sido incluído em bloco de reunião;
ções não substituem o uso do despacho, pois suas infor- b. Documento gerado assinado e ainda com a caneta
mações não compõem os autos do processo. em amarelo pode ser excluído pela unidade elaboradora.
23.6.2.3.7. Referenciar os documentos A caneta de indicação de assinatura fica em amarelo até
que o documento tenha seu primeiro acesso por usuário
Caso no documento de sua unidade seja necessário de outra unidade, até seu primeiro acesso externo ou até
indicar outros documentos ou arquivos como memoran- o processo ser enviado para outra unidade.
dos, despachos, planilhas, comprovantes, é fundamental
que utilize o link SEI! para referenciá-los. Para isso, na c. Documento externo assinado e ainda com a cane-
tela do editor de documentos internos, insira o número ta em amarelo pode ser excluído pela unidade que o in-
SEI! do documento de referência utilizando o link indi- cluiu no processo. A caneta de indicação de assinatura
cado abaixo: fica em amarelo até que o documento tenha seu primeiro
acesso por usuário de outra unidade, até seu primeiro
acesso externo ou até o processo ser enviado para outra
unidade.
d. Documento externo não assinado pode ser exclu-
ído pela unidade que o incluiu no processo até seu pri-
Figura 11. Link para referenciar os documentos no SEI!. meiro acesso por usuário de outra unidade, até seu pri-
23.6.2.3.8. Relacionar processos meiro acesso externo ou até o processo ser enviado para
outra unidade.
Relacionamento de processos é o recurso que per-
mite vincular um ou mais processos que possuem infor- 23.6.2.3.11. Cancelar documento
mações afins. Processos relacionados não tramitam jun-
tos e não há hierarquia entre eles. Da mesma forma, não O ícone Cancelar Documento “ ” permite que,
há restrição para relacionar processos. Entretanto, orien- por determinação oficial, um documento já assinado e
ta-se que isso seja feito apenas quando houver relação visualizado por outra unidade (símbolo da caneta de in-
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Conhecimentos Específicos
dicação de assinatura fica preta) seja cancelado. Essa op- da tem um prazo de resposta. O prazo é cadastrado no
ção requer justificativa. momento de envio do processo a outra unidade e é bas-
tante útil para o controle de prazos em assuntos que re-
O documento permanece na árvore do processo,
queiram acompanhamento de providências ou cumpri-
mas identificado como cancelado e seu conteúdo não
mento de ações em determinada data. Ao enviar um pro-
pode ser mais acessado.
cesso para uma ou mais unidades, é possível programar a
data para devolução da demanda, preenchendo o campo
“Retorno Programado”.
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Conhecimentos Específicos
c) Os documentos gerados no processo devem estar tação de contas e à instrumentalização do controle
assinados, inclusive as minutas. social.
III. O objeto da Lei n. 4.320/64 é o orçamento público o
d) No momento do envio, o processo não pode estar
que não atende plenamente à essência contábil que
aberto em outra unidade que não seja o Núcleo de Proto-
representa o estudo do patrimônio.
colo e Arquivo – NUPA.
e) Na árvore do processo, não pode haver documen- Assinale:
tos com tamanho superior a 50 MB;
A) se somente a afirmativa I estiver correta.
f) Na árvore do processo, não pode haver outros B) se somente a afirmativa II estiver correta.
processos anexados. Caso haja, deve-se realizar a desa- C) se somente a afirmativa III estiver correta.
nexação antes do envio. D) se somente as afirmativa I e II estiverem corretas.
E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
A lista dos órgãos integrados ao barramento pode
ser consultada no Portal do PEN, por intermédio do en-
02. (FGV - 2014 - AL-BA - Técnico de Nível Su-
dereço abaixo:
perior - Ciências Contábeis). De acordo com as Nor-
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/processo-eletronico- mas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Pú-
nacional/conteudo/barramento-de-servicos/relacao-dos-orgaos-e-entidades
blico, assinale a opção que indica o objeto da Contabili-
23.6.2.3.17. Acesso a processos tramitados para dade Aplicada ao Setor Público.
outro setor
A) Os ativos públicos.
Com a finalidade de atender aos princípios da efici- B) O patrimônio público.
ência, economicidade e segurança na administração pú- C) O resultado público.
blica, e tendo em vista as disposições constantes da Ins- D) O fornecimento de informações sobre os resultados
trução Normativa Nº 08/DG/DNIT SEDE, de 25 de julho alcançados pelas entidades do setor público.
de 2019, sugere-se incluir ou alterar documentos em um E) Os aspectos de natureza orçamentária, econômica,
processo apenas se a última tramitação for para o seu se- financeira e física do patrimônio da entidade do se-
tor. Caso a unidade necessite realizar quaisquer altera- tor público.
ções, deve-se solicitar formalmente o envio do processo,
para que os trabalhos da outra unidade não sejam preju- 03. (FGV - 2015 - TJ-SC - Analista Administra-
dicados. tivo). Após receber solicitação de um cidadão acerca dos
empenhos relativos a obras de engenharia realizados pela
23.6.2.3.18. Conclusão de processos
entidade em um determinado período em um órgão pú-
Quando todos os assuntos do processo forem resol- blico, o contador informou que só iria disponibilizar tais
vidos, deve-se realizar a conclusão após inseri-lo no blo- informações no relatório bimestral. Essa prática fere di-
co interno. Essa prática facilita o controle dos processos retamente um dos objetivos da Contabilidade Aplicada
arquivados pelo setor. ao Setor Público que é o(a):
A) controle de custos;
B) controle financeiro;
C) acompanhamento da gestão de recursos;
D) transparência da prestação de contas;
E) instrumentalização do controle social.
Figura 15. Ícone “Concluir Processo”.
04. (FGV - 2015 - DPE-MT – Contador). Assinale
EXERCÍCIOS a opção que indica o objeto da Contabilidade Aplicada
ao Setor Público.
Nas questões de 01 a 121, marque uma única alter-
nativa correta conforme pede seu comando. A) Entidades públicas
B) Demonstrações contábeis
01. (FGV - 2013 - CONDER – Administrador). C) Resultado público
Quanto aos fundamentos da contabilidade aplicados ao D) Ativos públicos
setor público, analise as afirmativas as seguir. E) Patrimônio público
I. O campo de aplicação compreende todas as entida-
des do setor público, tanto da administração direta 05. (FGV - 2014 - Câmara Municipal do Recife-
quanto indireta, bem como entidades que recebam, PE – Contador). O campo de aplicação do Plano de
guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem re- Contas Aplicado ao Setor Público está circunscrito às en-
cursos públicos, na execução de suas atividades, no tidades governamentais, mas há entidades cuja adoção é
tocante aos aspectos contábeis da prestação de con- facultativa. Uma entidade que está facultada a adotar o
tas. plano de contas aplicado ao setor público é:
II. A função social deve refletir, sistematicamente, o A) autarquia;
ciclo da Administração Pública para evidenciar in- B) consórcio público;
formações necessárias à tomada de decisões, à pres- C) fundação pública;
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Conhecimentos Específicos
D) empresa estatal dependente; 10. (FGV - 2023 - AL-MA - Técnico de Gestão Ad-
E) sociedade de economia mista. ministrativa – Controlador). Em relação à Demonstra-
ção das Variações Patrimoniais, considere as seguintes
06. (FGV - 2023 - TCE-ES - Auditor de Controle contas:
Externo - Auditoria Governamental). Após o encerra-
I. Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria
mento de um dado exercício financeiro, o gestor de um
II. Desvalorização e Perdas de Ativos e Incorporação de
ente público solicitou uma avaliação do montante de pa-
Passivos
gamentos de restos a pagar processados e não processados
III. Exploração e Venda de Bens, Serviços e Direitos
nos últimos cinco anos.
IV. Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo
Para atender a essa solicitação, um servidor deve V. Transferências e Delegações Concedidas
buscar tais informações na estrutura do(a):
Representam variações patrimoniais diminutivas
A) balanço financeiro;
B) balanço orçamentário; A) I e III, apenas.
C) balanço patrimonial; B) I, II e IV, apenas.
D) demonstração dos fluxos de caixa; C) I, IV e V, apenas.
E) programação financeira e cronograma de desem- D) II, III e IV, apenas.
bolso E) II, IV e V, apenas.
07. (FGV - 2023 - AL-MA - Técnico de Gestão Ad- 11. (FGV - 2012 - Senado Federal - Analista Le-
ministrativa - Contador - Finanças Públicas). No Ba- gislativo – Administração). O Sistema Integrado de Ad-
lanço Orçamentário de uma entidade do setor público, no ministração Financeira do Governo Federal – SIAFI foi
quadro principal, são apresentados créditos adicionais au- criado em 1987 pelo Serpro e constitui uma das principais
torizados nos últimos quatro meses do exercício anterior ferramentas de gestão da esfera federal. Trata‐ se de um
ao de referência e reabertos no exercício de referência. programa desenvolvido para controlar a execução finan-
ceira, orçamentária, patrimonial, operacional e contábil
Tais créditos devem ser classificados, no Balanço Or-
das unidades gestoras da União.
çamentário, como Alternativas
É possível citar como finalidades do SIAFI os itens
A) Refinanciamento.
a seguir:
B) Receitas Correntes.
C) Receitas de Capital. I. permitir um controle oportuno dos recursos públicos,
D) Operações de Crédito. tais como saldo financeiro, dívidas, operações de cré-
E) Saldos de Exercícios Anteriores. dito e haveres;
II. evidenciar a situação econômica, financeira, patri-
08. (FGV - 2023 - AGENERSA - RJ - Assistente monial em tempo hábil;
Técnico de Regulação). Assinale a opção que indica um III. subsidiar o gestor público por meio da disponibiliza-
passivo contabilizado no balanço patrimonial de uma en- ção de informações úteis, relevantes, oportunas, con-
tidade. fiáveis e fidedignas;
IV. evitar o uso de eventos, quais sejam códigos que
A) Passivo contingente.
eram utilizados para registro dos atos e fatos admi-
B) Despesas antecipadas.
nistrativos e contábeis.
C) Receitas recebidas antecipadamente.
D) Perdas estimadas com desvalorização do estoque.
A fim de complementar o enunciado, assinale
E) Perdas estimadas com crédito de liquidação duvidosa
A) se somente os itens I e II estiverem corretos.
09. (FGV - 2023 - AGENERSA - RJ - Assistente B) se somente os itens III e IV estiverem corretos.
Técnico de Regulação). Uma entidade que presta serviço C) se somente os itens I, II e III estiverem corretos.
contábeis adquiriu ações integrantes do capital social de D) se somente os itens II e IV estiverem corretos.
outra sociedade, com o intuito de valorização. E) se todos os itens estiverem corretos.
Em seu balanço patrimonial, essas ações são conta-
12. (FGV - 2023 - PGM - Niterói - Analista Con-
bilizadas no ativo como
tábil). Um analista de uma agência financeira estava fa-
A) circulante. zendo uma análise de uma entidade governamental e pre-
B) intangível. cisava de informações que subsidiassem uma avaliação
C) imobilizado. sobre a conformidade da entidade com o que foi definido
D) investimento. pelos responsáveis pela gestão financeira.
E) realizável a longo prazo.
A Estrutura Conceitual para elaboração e divulgação
de informação contábil de propósito geral pelas entidades
do setor público dispõe que essas informações, em geral,
podem ser encontradas nas demonstrações contábeis e se
referem a:
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Conhecimentos Específicos
A) controle dos atos do governo; 16. (GRUPO APCON/2023). Acerca das atribui-
B) desempenho do governo; ções e competências do Sistema de Controle Interno (SCI)
C) execução orçamentária do governo; do Poder Executivo Federal, conforme estabelecido pela
D) fluxos de caixa do governo; Instrução Normativa SFC/MP nº 7/2017 e legislações cor-
E) situação patrimonial do governo. relatas, é correto afirmar que:
A) O SCI é responsável exclusivamente pela fiscaliza-
13. (FGV - 2014 - AL-BA – Auditor). O controle
ção contábil das entidades da administração direta.
interno relacionado às ações que propiciam o alcance dos
B) Entre as competências do SCI está a apuração de atos
objetivos da entidade é classificado como controle
inquinados de ilegais praticados por agentes públicos
A) contábil. na utilização de recursos federais.
B) normativo. C) A atuação do SCI limita-se aos órgãos do Poder Exe-
C) operacional. cutivo Federal, excluindo-se as empresas estatais.
D) financeiro. D) A avaliação do cumprimento das metas do Plano Plu-
E) patrimonial. rianual não é função do SCI, conforme a legislação
vigente.
14. (FGV - 2010 - SEAD-AP - Fiscal da Receita E) O SCI deve reportar suas atividades unicamente ao
Estadual - Prova 2). De acordo com a NBC T 16.8 - Con- Congresso Nacional, sem interface com outros ór-
trole Interno, aprovada pela Resolução nº 1.135/08, o gãos de controle.
Controle Interno deve ser classificado nas categorias:
17. (GRUPO APCON/2023). Em relação à execu-
A) de conformidade, de regularidade e de gestão.
ção dos programas de governo e dos orçamentos da
B) operacional, contábil e normativo.
União, conforme orienta a Instrução Normativa SFC/MP
C) financeiro, patrimonial e administrativo.
nº 7/2017 e legislações correlatas, assinale a alternativa
D) de relevância, de materialidade e de oportunidade.
correta:**
E) econômico, substantivo e de observação.
A) A análise de economicidade não faz parte das atribui-
15. (FGV - 2013 - AL-MT – Contador). Com rela- ções do SCI na execução orçamentária.
ção ao controle interno administrativo, analise as afirma- B) A fiscalização operacional pelo SCI é restrita às en-
tivas a seguir. tidades da administração indireta.
C) A renúncia de receitas está fora do escopo de fiscali-
I. É o conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos
zação do SCI.
e procedimentos interligados, estabelecidos com vis-
D) O SCI deve avaliar a execução dos programas de go-
tas a assegurar que os objetivos das unidades e enti-
verno, incluindo a conformidade com o Plano Pluri-
dades da administração pública sejam alcançados, de
anual.
forma confiável e concreta, evidenciando eventuais
E) Somente o Congresso Nacional pode fiscalizar a exe-
desvios ao longo da gestão, até a consecução dos ob-
cução dos orçamentos da União, excluindo-se o pa-
jetivos fixados pelo Poder Público.
pel do SCI.
II. O princípio de delegação de poderes e definição de
responsabilidades define que a estrutura das unida-
18. (FCC - 2022 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Ana-
des/entidades deve prever a separação entre as fun-
lista Judiciário - Área Judiciária). Segundo dispõe a Lei
ções de autorização/aprovação de operações, execu-
nº 14.133/2021 (nova Lei de Licitações), no que concerne
ção, controle e contabilização.
às compras, é correto afirmar:
III. Ao ser implementado deve estar voltado para a cor-
reção de eventuais desvios em relação aos parâme- A) A Administração não pode vedar a contratação de
tros estabelecidos, prevalecer como instrumento au- marca ou produto.
xiliar de gestão e estar direcionado para atendimento
B) O processamento por meio de sistema de registro de
exclusivo dos níveis hierárquicos mais elevados da
preços é obrigatório.
administração.
C) O parcelamento do objeto não será adotado quando
Assinale: o processo de padronização ou de escolha de marca
levar a fornecedor exclusivo.
A) se somente a afirmativa I estiver correta.
D) Não há permissão legal para indicação pela Adminis-
B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
tração de marcas e modelos.
C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
E) Poderá ser exigida amostra na fase de habilitação.
D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 19. (FCC - 2022 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Ana-
lista Judiciário - Especialidade: Contabilidade). Cons-
titui novidade introduzida pela “nova Lei de Licitações”
em relação às leis precedentes:
A) a fase única para recursos.
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Conhecimentos Específicos
B) a inversão das fases de classificação e habilitação. anterior paradigma de sigilo, em prol da ampla com-
C) a possibilidade de orçamento sigiloso. petitividade e transparência.
D) o estudo técnico preliminar. D) fase introduzida na modalidade concorrência, poste-
E) o critério de julgamento do maior retorno econô- rior à apresentação das propostas, na qual, junta-
mico. mente com os lances para redução do preço ofertado,
são também apresentados possíveis ajustes na espe-
20. (FCC - 2022 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Ana- cificação técnica do objeto visando sua melhor exe-
lista Judiciário - Especialidade: Arquitetura). A Lei Fe- cução.
deral nº 14.133/2021 estabelece normas gerais de licitação E) procedimento licitatório aplicável a projetos de infra-
e contratação. Uma das modalidades de licitação previstas estrutura contratados nas modalidades concessão ad-
na referida lei assim se descreve: “modalidade de licitação ministrativa e concessão patrocinada, que contempla
obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo proposta de manifestação de interesse dos potenciais
critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o licitantes, voltadas à definição de aspectos específi-
de maior desconto;”. cos da contratação, entre os quais a matriz de riscos.
A descrição se refere a:
23. (FGV - 2023 - SEE-MG - Analista Educacional
A) Pregão. (ANE) - Técnico-administrativo). A Administração Pú-
B) Concorrência. blica brasileira usou, ao longo da história, diversos mode-
C) Concurso. los marcados por transformações que ficaram conhecidas
D) Leilão. como reformas administrativas.
E) Diálogo Competitivo.
A reforma que visou à implementação do modelo bu-
rocrático tinha como foco
21. (FCC - 2022 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Ana-
lista Judiciário - Especialidade: Arquitetura). Nos ter- A) a convergência das esferas públicas e privadas.
mos da Lei nº 14.133/2021 (nova Lei de Licitações), no B) a descentralização das atividades estatais.
que concerne à participação consorciada nos certames li- C) a implementação do modelo regulatório de interven-
citatórios, ção.
D) a seleção de pessoal administrativo por sistema de
A) para consórcios compostos, em sua totalidade, de mi-
mérito.
croempresas e pequenas empresas, assim definidas
em lei, não haverá acréscimo sobre o valor exigido
24. (FGV - 2015 - DPE-RO - Analista da Defenso-
de licitante individual para a habilitação econômico-
ria Pública - Analista em Administração). As reformas
financeira.
administrativas no Brasil, em grande medida, mostraram-
B) cada empresa consorciada deve comprovar, isolada-
se voltadas à eliminação do patrimonialismo. Em relação
mente, os requisitos habilitatórios exigidos no edital.
ao patrimonialismo, é correto afirmar que:
C) é vedada a participação de empresas em consórcio na
licitação. A) o quadro administrativo é formado por pessoas com
D) o edital de licitação não poderá estabelecer limite vínculo de fidelidade pessoal;
máximo para o número de empresas em consórcio. B) os processos e controles são centrais ao funciona-
E) a substituição de consorciado independe de ser ex- mento das organizações;
pressamente autorizada pelo órgão ou entidade con- C) a impessoalidade nas relações é uma característica
tratante. fundamental;
D) a periferia operacional é separada do núcleo estraté-
22. (FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - gico;
Área Judiciária). Entre as inovações introduzidas pela E) os serviços são moldados como quasi-mercados.
Lei nº 14.133/2021, relativamente ao regime jurídico de
licitações e contratações públicas, destaca-se o denomi- 25. (FGV - 2023 - Prefeitura de Niterói - RJ -
nado diálogo competitivo, que constitui Agente Administrativo). Para reduzir ineficiências e len-
tidões do modelo burocrático, a reforma administrativa da
A) um dos procedimentos auxiliares à licitação, adotado
década de 1990 teve, como uma de suas principais mu-
previamente à instauração do certame para possibili-
danças, a implantação da gestão por resultados.
tar a delimitação do objeto a ser licitado quando a
Administração não detenha condições de apresentar Em relação a esse conceito fundamental para a mo-
sua correta especificação técnica. dificação do paradigma administrativo brasileiro, é cor-
B) modalidade licitatória que contempla uma fase de di- reto afirmar que ele promovia, essencialmente,
álogo com os potenciais interessados, após a publi-
A) a profissionalização da Administração Pública, via-
cação do edital, na qual são apresentadas soluções
bilizando a previsibilidade das expectativas do fun-
técnicas para atender às necessidades da Administra-
cionamento das organizações.
ção.
B) a formalização das comunicações em conjunto com
C) princípio aplicável a todas as modalidades licitató-
a impessoalidade nos relacionamentos entre os pares,
rias, voltado à escolha da melhor proposta do ponto
reduzindo incentivos para a corrupção.
de vista técnico e econômico, afastando, assim, o
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Conhecimentos Específicos
C) a valorização da competência técnica graças à meri- necessidade de informatização e automatização dos
tocracia, reforçada por meio da realização de concur- processos, e garantindo a empregabilidade.
sos públicos. E) Flexibilidade Administrativa, oferecendo uma maior
D) o aumento da autonomia dos gestores públicos, mu- autonomia aos gestores públicos para a tomada de
dando o foco do controle procedimental para a veri- decisões, vinculando-a ao alcance das metas.
ficação do cumprimento das metas acordadas.
E) a padronização das ações de rotina e dos processos 28. (FGV - 2022 - Senado Federal - Analista Le-
via normatização, efetivada por meio de regulamen- gislativo – Administração). Relacione as abordagens da
tos técnicos utilizados de forma genérica. Administração listadas a seguir às características que me-
lhor as representam.
26. (FGV - 2022 - EPE - Analista de Pesquisa
1. Abordagem clássica
Energética - Economia de Energia). A reforma adminis-
2. Abordagem estruturalista
trativa ocorrida no Brasil na década de 1990, pautou-se na
3. Abordagem comportamental
ideia de modernizar e aumentar a eficiência do aparelho
4. Abordagem sistêmica
do Estado e teve, como algumas de suas medidas princi-
5. Abordagem contingencial
pais, a descentralização da estrutura interna da Adminis-
tração Pública e o fortalecimento da capacidade regulató-
( ) Reúne abordagens com foco na tarefa e na organiza-
ria.
ção racional do trabalho e com foco na estrutura or-
No que tange às entidades paraestatais, assinale a ganizacional e em princípios da administração.
afirmativa correta. ( ) Considera que as condições do ambiente levam à es-
colha das técnicas administrativas em busca da con-
A) A absorção de atividades não exclusivas do Estado
sonância na prática organizacional.
por Organizações Sociais foi promovida por meio do
( ) Compreende a organização como um sistema aberto,
processo de publicização.
influenciado pelas questões internas, mas também
B) As Organizações da Sociedade Civil foram instituí-
por fornecedores, clientes, concorrentes, governo,
das para assessorar os ministérios na coordenação de
dentre outros.
políticas públicas por meio de contrato de gestão.
( ) Expande a visão intraorganizacional para um pers-
C) O instrumento termo de parceria foi criado para esta-
pectiva interorganizacional, calcada na influência da
belecer acordos de empreendimento governamental
teoria da burocracia.
entre os entes políticos e as unidades do sistema S.
( ) A gestão é considerada dependente das característi-
D) As atividades estatais com fins lucrativos considera-
cas de quem administra, como foco na interação en-
das não essenciais foram delegadas, por privatização,
tre indivíduo e organização, interação esta que é,
às entidades de apoio.
muitas vezes, fonte de conflitos organizacionais.
E) A concessão da execução de serviços públicos foi re-
passada por convênios às organizações da sociedade
Assinale a opção que indica a relação correta, na or-
civil de interesse público, a exemplos de agências
dem apresentada.
27. (FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - A) 4, 2, 5, 3 e 1.
Fiscal de Serviços Municipais). A crise do Estado brasi- B) 1, 5, 4, 2 e 3.
leiro, na década de 80, ensejou a adoção de novas práticas C) 2, 4, 1, 3 e 5.
para a Administração Pública. Um conjunto de experiên- D) 1, 2, 4, 3 e 5.
cias internacionais bem-sucedidas foi, então, identificado E) 1, 3, 2, 5 e 4
como formando um novo movimento da atuação estatal,
posteriormente denominado como Nova Gestão Pública 29. (INSTITUTO CONSULPLAN - 2023 - IF-PA
(New Public Management). – Administrador). O processo de comunicar metas e ob-
jetivos aos membros no qual os gestores anunciam, escla-
Assinale a opção que apresenta uma característica
recem e promovem os alvos para que os esforços devam
importante desse movimento.
ser direcionados é definido como:
A) Foco em Resultados, caracterizado pela mudança pa-
A) Direção.
radigmática de ênfase em metodologias de controle a
B) Controle.
posteriori para a utilização sistêmica do controle a
C) Organização.
priori.
D) Planejamento.
B) Controle Social, instituindo a orientação administra-
tiva voltada para o sigilo de informações públicas,
30. (UFMA - 2023 - UFMA - Assistente em Admi-
fundamentais para inibir conflitos societários.
nistração). O processo de administração consiste em pla-
C) Valorização do Serviço Público, adotando a filosofia
nejar, ________________, dirigir e ___________ os re-
do Estado empreendedor e realizando a estatização
cursos para se chegar aos resultados almejados. As pala-
de serviços considerados estratégicos para a econo-
vras que completam as lacunas são, respectivamente:
mia do país.
D) Trabalho em Rede, por meio do desenvolvimento da A) Coordenar e monitorar
força de trabalho do setor público, reduzindo a B) Comunicar e controlar
C) Organizar e comunicar
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Conhecimentos Específicos
D) Defender e contornar B) O planejamento é feito em três níveis, sendo eles o
E) Organizar e controlar estratégico, tático e operacional.
C) O planejamento é feito por meio da definição do ne-
31. (BRB - 2023 - CREF - 13ª Região (BA-SE) - gócio, mas não de objetivos da empresa.
Agente de Orientação e Fiscalização). Segundo com D) O planejamento estratégico é o pensamento sistê-
Chiavenato, o processo administrativo é composto pelas mico por meio de estruturas, não organizacional para
seguintes funções administrativas: que a empresa alcance seus objetivos.
E) O planejamento sempre deve partir das estratégias de
A) Planejamento, organização, direção e controle.
desenvolvimento e recursos humanos disponíveis.
B) Plano, organização, diretoria e controle.
C) Prevenção, coordenação, direção e comando.
35. (Quadrix - 2021 - CRM-MS - Analista Admi-
D) Plano, coordenação, dirigir e execução.
nistrativo). Assinale a alternativa que apresenta o aspecto
E) Planejamento, organização, direção e execução.
do planejamento estratégico de uma empresa que trata da
descrição do motivo por que um negócio foi criado.
32. (COMVEST UFAM - 2023 - UFAM – Admi-
nistrador). Sobre as funções de administração, analise as A) missão
seguintes afirmativas: B) visão
C) valor
I. O planejamento é uma função que se aplica apenas
D) meta
ao nível estratégico da organização, não aos níveis
E) qualidade
tático e operacional.
II. A organização é uma função que envolve a definição
36. (FGV - 2016 - CODEBA - Analista Portuário
da estrutura organizacional, a divisão do trabalho, a
– Administrador). Com relação às estratégias competiti-
alocação de recursos e a coordenação das atividades.
vas genéricas, postuladas por Michael Porter para o en-
III. A direção é uma função que abrange os processos de
frentamento das forças competitivas, analise as afirmati-
liderança, comunicação e motivação dos colaborado-
vas a seguir.
res da organização.
IV. O controle é uma função que consiste em comparar I. As estratégias competitivas genéricas são liderança
os resultados obtidos com os objetivos planejados e de custo, de diferenciação e de foco.
tomar as medidas corretivas necessárias. II. A adoção da estratégia de liderança de custo deve
V. As funções de administração são interdependentes e abranger todo o mercado.
devem ser realizadas de forma integrada e contínua. III. A estratégia de foco permite a diferenciação em de-
terminado nicho de mercado.
Assinale a alternativa CORRETA:
Assinale:
A) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
B) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras. A) se somente a afirmativa I estiver correta.
C) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
B) se somente a afirmativa II estiver correta.
D) Somente as afirmativas II, III, IV e V são verdadei-
ras. C) se somente a afirmativa III estiver correta.
E) Todas as afirmativas são verdadeiras.
D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
33. (FCM - 2022 - Prefeitura de Timóteo - MG - E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Analista em Gestão Municipal). Os princípios gerais de
administração orientam o gestor no desenvolvimento so-
bre suas funções, entre as quais destaca-se a função de 37. (FGV - 2014 - FUNARTE - Administração e
planejar. Planejamento). A análise SWOT é uma ferramenta que
visa analisar a posição estratégica de uma empresa em um
A esse respeito, é correto afirmar que há três níveis determinado ambiente competitivo. Os pontos ou aspec-
de planejamento, que se diferenciam quanto ao prazo de tos analisados com base nessa ferramenta são:
abordagem, sendo de longo, médio e curto prazo, denomi-
nados, respectivamente, de A) produto, preço, praça e promoção;
B) fragilidades, vantagens, oportunidades e concorren-
A) estratégico / tático / operacional. tes;
B) tático / estratégico / operacional.
C) estratégico / operacional / tático. C) forças, fraquezas, oportunidades e ameaças;
D) operacional / estratégico / tático. D) política, Economia, ambiente, sociedade, tecnologia,
legislação;
34. (CONTEMAX - 2021 - Prefeitura de Vista Ser-
rana - PB - Agente Administrativo). Assinale abaixo a E) diversificação, capacidade de inovação, lucrativi-
alternativa correta, de como um planejamento é elabo- dade e rivalidade.
rado.
A) O planejamento é feito pela missão, visão e valores
da empresa somente.
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Conhecimentos Específicos
38. (UFES - 2016 - UFES – Administrador). No podem ligar objetivos comerciais com objetivos de
entendimento de Clegg e Hardy (1998), a descentraliza- produção, ou objetivos de um nível com os objetivos
ção, as configurações organizacionais em forma de redes dos níveis superiores e inferiores
internas e externas, a redefinição da natureza das hierar-
quias, o desenvolvimento do “groupware” e as alianças 41. (FGV - 2021 - FUNSAÚDE - CE - Analista de
estratégicas, são, entre outras, características das organi- Recursos Humanos). A Administração por Objetivos
zações do tipo (APO) é uma importante ferramenta de planejamento, de-
senvolvida com o intuito de envolver todos os membros
A) matricial.
da organização na definição dos objetivos. Entretanto, al-
B) burocrática.
gumas desvantagens ou dificuldades na aplicação da fer-
C) adhocrática.
ramenta limitaram sua difusão e continuidade de uso. As-
D) funcional.
sinale a opção que pode ser apontada como uma das prin-
E) pós-moderna.
cipais dificuldades no uso dessa ferramenta.
39. (IBFC - 2020 - EBSERH - Analista Adminis- A) O foco dos esforços no curto prazo, em detrimento
trativo – Administração). Sobre processo de planeja- ao longo prazo.
mento, analise as afirmativas abaixo. B) O desestímulo causado aos funcionários devido ao
aumento de responsabilidades.
I. A matriz SWOT é uma ferramenta que favorece a
C) A dificuldade de discriminar as responsabilidades e
empresa a identificar em que posição se encontra em
autoridades.
relação às suas ameaças e oportunidades e quais são
D) A perda da capacidade de resposta às alterações do
suas forças e fraquezas organizacionais.
ambiente externo.
II. Redes e alianças são formações entre diferentes or-
E) A impossibilidade de estabelecer medidas de desem-
ganizações para obter fortalecimento estratégico
penho.
como, por exemplo, as "Joint ventures". Uma vanta-
gem nesses casos é o ganho na posição de negociação
42. (FGV - 2021 - IMBEL - Engenheiro de Con-
com fornecedores.
trole de Qualidade). Na gestão de desempenho organiza-
III. Na administração por objetivos o processo de desen-
cional, o Balanced Scorecard procura ligar o mapeamento
volvimento vem dos subordinados para os diretores.
estratégico da organização com um conjunto de medido-
Todos os membros da organização estão envolvidos
res de desempenho, de forma a destacar as nuances e as
no processo de definição dos objetivos. Os objetivos
interligações entre as diversas áreas dessa organização.
aqui são de longo prazo, ao contrário do planeja-
Na implantação desse sistema, é necessário considerar al-
mento estratégico.
guns elementos conceituais, à exceção de um. Assinale-o.
IV. Missão define a imagem ou ideia que a empresa tem
de si mesma, e visão define a razão de existência da A) Objetivos estratégicos.
empresa. B) Iniciativas estratégicas.
C) Relações de causa e efeito.
Assinale a alternativa correta. D) Fatores críticos de sucesso.
E) Planejamento racional compreensivo.
A) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas
B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
43. (CESPE / CEBRASPE - 2021 - APEX Brasil -
C) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
Analista I). Assinale a opção que apresenta a perspectiva
D) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas
do balanced scorecard que se constitui tanto de processos
E) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas
finalísticos ou operacionais com impactos diretos nos re-
sultados financeiros e na satisfação dos clientes quanto de
40. (IBFC - 2021 - Prefeitura de São Gonçalo do
processos de suporte para a realização das demais ativida-
Amarante - RN – Administrador). A Administração Por
des.
Objetivos (APO), tem como princípio a determinação de
objetivos para o direcionamento dos esforços administra- A) perspectiva financeira
tivos. Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta. B) perspectiva dos clientes
C) perspectiva dos processos internos
A) Na APO as metas são definidas pelos gerentes sem a
D) perspectiva do aprendizado e crescimento
participação dos subordinados e as responsabilidades
são especificadas para cada um em função dos resul-
44. (FCC - 2015 - MANAUSPREV - Técnico Pre-
tados esperados
videnciário – Administrativa). O processo de tomada de
B) A ênfase na mensuração e no controle de resultados
decisões, seja no âmbito organizacional ou pessoal, nor-
e a contínua avaliação, revisão e reciclagem dos pla-
malmente é complexo e produz efeitos. A sequência que
nos, são características da APO
garante a eficácia e a racionalidade do processo decisório
C) Na APO os objetivos podem ser denominados metas,
é
alvos ou finalidades, porém devem determinar os re-
sultados que o gerente e o subordinado deverão al- A) o diagnóstico; a identificação do problema ou opor-
cançar tunidade; escolha da alternativa; implantação e ava-
D) Os objetivos dos vários departamentos ou gerentes liação da decisão.
envolvidos não precisam estar correlacionados, mas
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Conhecimentos Específicos
B) o diagnóstico; identificação do problema ou oportu- B) estrutura organizacional matricial
nidade; escolha da alternativa; avaliação da decisão C) estrutura organizacional divisional
e geração de alternativas. D) estrutura organizacional staff-and-line
C) a identificação do problema ou oportunidade; gera-
ção de alternativas; escolha da alternativa; implanta- 48. (SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mu-
ção e avaliação da decisão. tum - MT - Agente Administrativo). O tipo de organiza-
D) a identificação do problema; geração de alternativas; ção que tem como objetivo a obtenção de lucros por meio
diagnóstico; avaliação da decisão e escolha da alter- de serviços prestados ou de vendas de produtos denomina-
nativa. se:
E) a identificação do problema ou oportunidade; diag-
A) empresarial
nóstico; geração de alternativas; escolha da alterna-
B) governamental
tiva e avaliação da decisão.
C) não governamental
D) de utilidade pública
45. (FCC - 2022 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Ana-
lista Judiciário - Área Administrativa). Segundo Her-
49. (QUADRIX - 2023 - IIER - SP - Técnico em
bert Simon, a organização pode ser entendida como um
Enfermagem). Em relação à estrutura organizacional, as-
sistema de decisões, sendo a tomada de decisão uma das
sinale a alternativa correta.
tarefas mais características do administrador. A literatura
destaca, ainda, que as decisões podem ser tomadas tanto A) O sistema de decisão é o resultado da ação sobre as
para solucionar problemas, como para aproveitar oportu- informações.
nidades. Fixadas essas premissas gerais, emerge a conhe- B) A organização informal é a baseada em uma divisão
cida categorização das decisões como “programadas” e do trabalho racional.
“não programadas”, tomando por base C) A organização formal emerge espontânea e natural-
mente entre as pessoas.
A) a natureza da situação, eis que a solução de um pro-
D) A organização formal prevê normas de conduta pre-
blema somente pode ser alcançada por uma decisão
viamente estabelecidas.
programada, enquanto o aproveitamento de oportu-
E) A organização informal planejada é a que está no pa-
nidades demanda, necessariamente, uma decisão não
pel e geralmente é aprovada pela direção.
programada.
B) o grau de experiência do administrador, sendo a pre-
50. (QUADRIX - 2022 - Câmara de Goianésia -
sença de decisões não programadas um indicativo
GO - Telefonista/Recepcionista). Uma vantagem da es-
clássico de baixa capacidade gerencial.
trutura matricial, em comparação aos outros tipos de es-
C) a complexidade da situação posta, sendo as decisões
trutura organizacional, é o(a)
programadas aquelas adequadas para situações desa-
fiadoras e inéditas para a organização. A) desenvolvimento do espírito crítico construtivo.
D) o grau de ineditismo ou recorrência da situação, B) maior grau de especialização e de orientação para re-
sendo as decisões programadas aquelas que fazem sultados.
parte do acervo de soluções da organização e as não C) maior ponderação nos processos decisórios.
programadas as destinadas a situações não usuais. D) redução dos conflitos decorrentes de tomadas de de-
E) o tipo de organização, eis que as organizações com cisão.
processos estruturados adotam apenas decisões pro- E) possibilidade de concentração de problemas especí-
gramadas, enquanto aquelas com menor grau de ma- ficos.
turidade acabam se valendo de decisões não progra-
madas. 51. (FGV - 2023 - Banco do Brasil - Técnico Perfil
Interno). Após ter problemas com o uso de roupas inade-
46. (IBEST - 2023 - CRF-SC - Atendente Técnico). quadas por alguns colaboradores, determinado órgão ado-
Assinale a alternativa que apresenta uma desvantagem da tou, formalmente, um código de vestimenta.
estrutura funcional em uma organização.
Considerando o conceito de cultura organizacional, é
A) maior especialização dos funcionários correto afirmar que o tipo de vestimenta utilizada pelo
B) níveis hierárquicos bem definidos pessoal do órgão representa um exemplo
C) comunicação rápida e dinâmica
A) artefato, aspecto mais superficial da cultura.
D) boa designação e orientação de atividades
E) plano de carreira bem definido B) pressuposto básico, aspecto de nível intermediário da
cultura.
C) tabus, aspecto de nível mais profundo da cultura.
47. (SELECON - 2023 - Prefeitura de Nova Mu-
D) tecnologia, aspecto oculto da cultura.
tum - MT - Agente Administrativo). Trata-se de estru-
E) valores, aspectos explícitos da cultura.
tura organizacional cuja representação gráfica é uma pirâ-
mide que demonstra a hierarquia funcional. É um modelo
de aplicação simples e que apresenta vantagens, uma vez
que é mais fácil dar ordens e receber informações:
A) estrutura organizacional linear
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Conhecimentos Específicos
52. (FGV - 2022 - EPE - Analista de Gestão Cor- ( ) Quando as organizações visam promover maior
porativa - Recursos Humanos). Considere uma pequena efeito da cultura organizacional sobre o comporta-
padaria familiar, na qual o as decisões são centralizadas mento dos funcionários, é essencial que se garanta
na figura da mãe, matriarca da família. Além disso, o fun- que os funcionários compreendem os valores prati-
cionamento dos processos internos se baseia, essencial- cados em detrimento dos valores adotados.
mente, nos costumes e práticas habituais, sem quaisquer ( ) Os pressupostos básicos da cultura organizacional
regras ou procedimentos estabelecidos formalmente. são de difícil mudança, pois são implícitos, arraiga-
dos e orientadores do comportamento organizacio-
Analisando a situação apresentada sob a ótica de cul-
nal.
tura organizacional, evidencia-se um exemplo de cultura
( ) A cultura organizacional está presente, de maneira
A) de papéis. explícita, por exemplo, na missão, nos objetivos e na
B) do poder. visão declarados para a empresa, e, de maneira im-
C) de tarefas. plícita, nos comportamentos e nos valores comparti-
D) de pessoa. lhados por seus membros.
E) dos meios.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência
53. (FGV - 2022 - EPE - Analista de Gestão Cor- CORRETA.
porativa - Recursos Humanos). A cultura organizacional
A) F-F-V-V
é um aspecto relacionado à identidade das organizações,
B) F-F-F-F
que permite a criação de um senso de pertencimento aos
C) F-V-F-V
seus membros.
D) V-V-F-V
Para a manutenção e o reforço da cultura de uma or- E) V-V-V-V
ganização, podem ser utilizados diferentes tipos de meca-
nismos. Assinale a opção que está relacionada aos chama- 56. (UECE-CEV - 2018 - Funceme - Analista de
dos mecanismos secundários. Suporte à Pesquisa Administração). A gestão de pes-
soas está apoiada nos seguintes pilares essenciais:
A) A forma de alocação de recursos.
B) Os critérios de recrutamento utilizados. A) desempenho; liderança; comunicação; treinamento e
C) A maneira que os líderes reagem a crises. desenvolvimento; capacitação e competência.
D) Os rituais praticados na organização. B) motivação; comunicação; trabalho em equipe; trei-
E) A deliberação sobre a modelagem de papéis. namento; desenvolvimento; conhecimento e compe-
tência.
54. (CEV-URCA - 2021 - Prefeitura de Crato - CE C) liderança; motivação; interpessoal; trabalho em
- Analista de Gestão). A direção é a função administra- equipe; reconhecimento profissional.
tiva que: D) relacionamento interpessoal; desempenho; valoriza-
ção profissional; motivação; trabalho em equipe.
I. interpreta os objetivos e os planos com o intuito de
alcançá-los.
57. (FEPESE - 2014 - MPE-SC - Analista - Psico-
II. conduz e orienta as pessoas em suas atividades.
logia – Reaplicação). Assinale a alternativa correta, a res-
III. aloca os recursos e planeja as atividades. IV. moni-
peito dos diversos elementos componentes do comporta-
tora o desempenho e defini os objetivos.
mento organizacional.
Portanto, está CORRETO à alternativa: A) Todas as teorias sobre o uso do poder nas organiza-
ções afirmam que o exercício do poder ocorre sob si-
A) I e IV.
tuações de abuso e uso da dominação autocrática.
B) I, II.
B) Há diferentes abordagens no estudo da liderança e
C) III.
uma das principais definições é que a liderança im-
D) III e IV. plica a capacidade do líder de exercer influência so-
E) IV. bre os demais.
C) Autores que desenvolveram teorias da motivação de
55. (UPENET/IAUPE - 2017 - UPE - Técnico em
conteúdo estático afirmam que a motivação para o
Administração). A liderança e a motivação hoje dentro
trabalho ocorre devido a fatores exclusivamente ex-
das organizações são forças motrizes amplamente utiliza-
trínsecos.
das na gestão de pessoas, objetivando melhorar o desem- D) A intervenção profissional do psicólogo com grupos
penho dos colaboradores. de trabalho na organização caracteriza uma interven-
Sobre isso, assinale: “V” para as sentenças Verdadei- ção em nível macro-organizacional.
ras e “F” para as Falsas. E) O feedback é parte importante do processo de comu-
nicação organizacional e deve ser realizado exclusi-
( ) Avaliações a respeito do clima organizacional, que vamente na situação de avaliação de desempenho.
permitem a manifestação dos empregados acerca do
ambiente de trabalho favorecem a comunicação in-
traorganizacional e o suprimento de informações aos
gestores.
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Conhecimentos Específicos
58. (FGV - 2023 - Banestes - Analista de Comuni-
cação). A comunicação interna pode ter, entre outras, as 61. (FGV - 2015 - TCM-SP - Agente de Fiscaliza-
seguintes características e funções dentro de uma organi- ção – Administração). Um banco de investimentos quer
zação, à exceção de uma. Assinale-a. melhorar o controle e a avaliação do desempenho dos pro-
cessos sob responsabilidade das diversas áreas funcionais,
A) Primar pelo equilíbrio entre os assuntos de interesse
através da adoção de indicadores de desempenho. Seriam
dos empregados e os que a empresa pretende e pre-
indicadores adequados para avaliar o desempenho opera-
cisa divulgar.
cional dos processos da área de recursos humanos:
B) Promover o conhecimento em todos os níveis, adap-
tando a mensagem sempre que necessário. A) lucro líquido por empregado; passivo trabalhista to-
C) Instaurar de maneira clara a confiança em relação à tal; índice de retenção de empregados;
identidade da empresa. B) número total da força de trabalho; salário médio por
D) Controlar os fluxos ascendentes de comunicação, empregado; percentual das horas extras sobre o total
priorizando a emissão de notas oficiais e impedindo dos salários;
a “rádio-corredor”. C) custo com saúde por empregado; retorno do investi-
E) Divulgar iniciativas de sucesso e boas práticas das mento em treinamento; custo total das reclamações
equipes de trabalho. trabalhistas;
D) turnover global; absenteísmo total; custo de T&D por
59. (FGV - 2023 - Banco do Brasil - Técnico Perfil empregado;
Interno). Uma das principais decisões acerca da comuni- E) índice de adequação do empregado à vaga; número
cação no ambiente organizacional refere-se ao tipo de ca- médio de candidatos por vaga; índice de efetividade
nal a ser utilizado. do treinamento.
Sobre os tipos de canais a serem utilizados para o en-
62. (FGV - 2023 - Banestes - Assistente Social). O
vio de determinada mensagem, assinale a opção que apre-
programa de qualidade de vida no trabalho (PQVT) é um
senta corretamente uma vantagem dos canais considera-
conjunto de ações voltadas à promoção de hábitos saudá-
dos ricos.
veis entre os trabalhadores. Assim, é possível construir um
A) Facilitam que a mensagem transmitida que seja ar- ambiente de trabalho que valoriza o bem-estar das pes-
mazenada para verificação futura. soas. Essa é uma iniciativa bastante prática e eficiente
B) Reduzem o risco de emissão de significados dúbios. para proporcionar benefícios tanto aos trabalhadores
C) Permitem que um maior número de colaboradores re- quanto à empresa. Os profissionais poderão ter uma vida
ceba a mensagem. mais equilibrada e, por consequência, serão mais produti-
D) Amparam as comunicações rotineiras e operacionais. vos e engajados com o trabalho.
E) Atingem mais rapidamente o receptor, em função da
Com base nos princípios que orientam os Programas
sua simplicidade.
de Qualidade de Vida no Trabalho, assinale V para a afir-
mativa verdadeira e F para a falsa.
60. (FGV - 2018 - Câmara de Salvador - BA - Ana-
lista Legislativo Municipal - Desenvolvimento de Pes- ( ) Para a efetividade do Programa, é necessário realizar
soas). Ferramentas e técnicas diversas são utilizadas por uma avaliação da realidade atual, definir objetivos,
organizações para avaliar o desempenho de seus colabo- desenvolver um plano de ação, implementar o pro-
radores. Considerando a complexidade do processo de grama, acompanhar os resultados.
avaliação do desempenho humano, as áreas de gestão de ( ) O Programa busca criar um ambiente de trabalho ba-
pessoas vêm introduzindo metodologias que visam tornar seado na segurança psicológica e no bem-estar.
tal procedimento o mais abrangente e justo possível. ( ) As ações do Programa propiciam maior proteção na
relação trabalhista aos que participam.
A avaliação 360° é uma dessas técnicas, cuja princi-
( ) A principal meta do Programa é fortalecer a organi-
pal finalidade é:
zação sindical dos trabalhadores.
A) tornar a avaliação de desempenho um processo mul-
ticultural, para melhor integração das áreas organiza- As afirmativas são, respectivamente,
cionais com o mercado;
A) V, V, F e F.
B) classificar os resultados obtidos pelos colaboradores
B) V, V, V e F.
nos planos de metas de sua área de atuação, bem
C) F, F, V e V.
como da organização como um todo;
D) F, F, F e V.
C) verificar a capacidade dos colaboradores de cumprir
E) V, F, V e F.
metas e colaborar para o alcance dos resultados fi-
nanceiros da organização;
63. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle
D) compartilhar feedbacks com quem executou o traba-
Externo - Gestão de Pessoas). A abordagem da Quali-
lho, por parte das pessoas diretamente afetadas pelos
dade de Vida no Trabalho envolve duas dimensões poten-
resultados produzidos;
cialmente antagônicas. São elas:
E) medir o grau de competitividade da organização e do
seu impacto no mercado, por meio dos resultados in- A) A melhoria contínua dos processos e a necessidade
dividuais e coletivos. de lazer dos trabalhadores.
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Conhecimentos Específicos
B) A necessidade de aumentos constantes de produtivi- 67. (FAURGS - 2018 - UFRGS - Assistente em Ad-
dade no trabalho e a luta dos trabalhadores pelas me- ministração). Sobre o conceito de gestão de pessoas, con-
lhorias salariais. sidere as afirmações abaixo.
C) O bem-estar e a satisfação dos funcionários no traba-
I- Pode-se caracterizar a gestão de pessoas como um
lho e a produtividade e a qualidade
conjunto de políticas e práticas que permitem a con-
D) A preservação do meio ambiente e a expansão da
ciliação de expectativas entre a organização e as pes-
produção industrial.
soas para que ambas possam atendê-las ao longo do
E) O crescente uso de tecnologias poupadoras de mão
tempo.
de obra e a necessidade de elevar a qualificação dos
II - É um campo específico de atuação e pesquisa, cujas
trabalhadores.
descobertas interessam não apenas ao profissional de
gestão de pessoas, mas também a líderes e gestores
64. (FUNCAB - 2014 - MDA - Complexidade In-
em geral, tanto da iniciativa privada quanto da esfera
telectual - Nível Superior). O método de administração,
pública.
focado no equilíbrio organizacional e que se baseia nas
III - Os líderes dos diferentes departamentos da empresa
perspectivas básicas finanças, clientes, processos internos
são responsáveis por oferecer subsídios acerca dos
e aprendizagem/crescimento organizacional é denomi-
trabalhadores para os especialistas da área de gestão
nado:
de pessoas tomarem as devidas decisões.
A) TCQ.
B) 6-sigma. Quais estão corretas?
C) benchmarking.
A) Apenas I.
D) empreendedorismo.
B) Apenas I e II.
E) balanced scorecard.
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e III.
65. (FCC - 2023 - TRT - 18ª Região (GO) - Técnico
E) I, II e III.
Judiciário Área Administrativa). A utilização do Balan-
ced Scorecard (BSC) como ferramenta de planejamento
68. (FEPESE - 2022 - CELESC - Analista – Peda-
estratégico prioriza o equilíbrio organizacional a partir das
gogia). Assinale a alternativa correta sobre os processos
perspectivas
de recrutamento e seleção de pessoas.
A) financeira; dos clientes; dos processos internos; e do
A) Os processos de recrutamento e seleção fazem parte
aprendizado/crescimento.
do processo de “monitorar pessoas”, cujo escopo é
B) econômica circular; da responsabilidade social, am-
atrair novos talentos e escolher aqueles que melhor
biental e de sustentabilidade.
se enquadram nos cargos a serem ocupados.
C) da governança interna; da comunicação; da quali-
B) As entrevistas focalizam principalmente as aptidões,
dade e dos resultados financeiros.
procurando avaliar sua presença em cada pessoa,
D) da visão de futuro; da missão institucional; dos valo-
com o intuito de generalizar e prever seu comporta-
res e da cultura organizacional.
mento em determinadas situações do trabalho. Pro-
E) de curto, médio e longo prazo, considerando as ame-
curam aferir o potencial futuro da pessoa, ou seja, sua
aças e oportunidades vigentes.
aptidão – uma predisposição natural que uma pessoa
tem para realizar certa atividade ou tarefa.
66. (SUGEP - UFRPE - 2019 - UFRPE - Assistente
C) Provas ou testes de conhecimentos são instrumentos
em Administração). “O conceito de gestão de pessoas ou
para avaliar objetivamente os conhecimentos e as ha-
administração de recursos humanos é uma associação de
bilidades adquiridos através do estudo, da prática ou
habilidades e métodos, políticas, técnicas e práticas defi-
do exercício; são utilizados quando a empresa pre-
nidas, com o objetivo de administrar os comportamentos
cisa conhecer a proficiência de um candidato em al-
internos e potencializar o capital humano nas organiza-
gum tema ou assunto.
ções.” O objetivo primordial da gestão de pessoas é:
D) Os testes psicológicos servem para analisar diversos
A) a padronização das informações dentro das organiza- traços de personalidade, sejam eles determinados
ções, visando a uma melhor distribuição das tarefas. pelo caráter ou pelo temperamento. Um traço de per-
B) o desenvolvimento e a colaboração para o cresci- sonalidade é uma característica marcante da pessoa,
mento da instituição e do próprio profissional. capaz de distingui-la das demais. Estes testes buscam
C) a criação de um espaço unidimensional entre o cola- avaliar diversos traços definidos pelo caráter (adqui-
borador e o superior hierárquico como diferencial ridos) e pelo temperamento (inatos).
competitivo. E) Os testes de personalidade procuram passar do trata-
D) o estabelecimento do crescimento intelectual do co- mento individual e isolado para o tratamento em gru-
laborador apenas por meio da formação técnica. pos, e do método exclusivamente verbal ou de exe-
E) a inclusão de mecanismos de avaliação e treinamento cução para a ação social; São, essencialmente, dinâ-
na área administrativa. micas nas quais os candidatos são agrupados para
que interajam uns com os outros e demonstrem suas
reações.
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Conhecimentos Específicos
69. (FGV - 2014 - AL-BA - Técnico de Nível Supe- D) discussão organizada dos problemas entre os mem-
rior – Psicologia). A respeito do desenho de cargos nas bros de uma equipe (Brainstorming), Plano de ação,
empresas, avalie as afirmativas a seguir. fluxograma, os 5S (sensos) – de organização, ordem,
limpeza, padronização e autodisciplina.
I. Ele tem a ver com a estruturação e dimensionamento
E) plano de ação, painel de indicadores de necessidades
de um cargo em uma organização.
de saúde, fluxograma, infraestrutura física.
II. Ele obedece aos modelos clássico, humanístico e
contingencial.
72. (FCC - 2018 - SEGEP-MA - Analista Execu-
III. O modelo contingencial considera as pessoas, a ta-
tivo – Administrador). Sobre algumas das principais Fer-
refa e a estrutura organizacional.
ramentas de Gerenciamento da Qualidade, considere:
Assinale: I. O Diagrama de Ishikawa é elaborado com base no
cálculo estatístico do Limite Superior de Controle −
A) se somente a afirmativa I estiver correta.
LSC, do Limite Inferior de Controle − LIC e da Mé-
B) se somente a afirmativa II estiver correta.
dia − M, para identificar a relação de causa-efeito dos
C) se somente a afirmativa III estiver correta.
processos.
D) se somente a afirmativa I e II estiverem corretas.
II. O Diagrama de Dispersão é uma ferramenta usada
E) se todas as afirmativas estiverem corretas
para quantificar a frequência com que certos eventos
ocorrem, em determinado período de tempo.
70. (FGV - 2010 - CAERN – Psicólogo). As empre-
III. A Matriz GUT é a representação de problemas, ou
sas devem ter constante preocupação com a correta aná-
riscos potenciais, através de quantificações, normal-
lise dos cargos que as compõem. A esse respeito, analise
mente em uma escala de 1 a 5, com o objetivo de
as afirmações abaixo:
elencar prioridades.
Os analistas de cargo com frequência trabalham em IV. A 5W2H é utilizada, principalmente, no mapeamento
parceria com os funcionários e os gerentes dos departa- e na padronização de processos, na elaboração de
mentos cujos cargos estão sendo analisados. planos de ação e no estabelecimento de procedimen-
tos associados a indicadores.
PORQUE
A análise de cargo é um processo de obtenção de in- Está correto o que consta APENAS em
formações sobre cargos, determinando-se quais são os de- A) II e IV.
veres, tarefas ou atividades do cargo. B) I e II.
Com base no texto produzido, é correto afirmar que C) I e III.
D) III e IV.
A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda jus- E) I e IV.
tifica a primeira.
B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não 73. (FCC - 2020 - AL-AP - Assistente Legislativo -
justifica a primeira. Assistente Administrativo). O chefe do almoxarifado de
C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é uma repartição pública apresentou um diagrama de Ishi-
falsa. kawa na última reunião, cujo tema era a qualidade do ser-
D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verda- viço prestado aos clientes internos. O principal objetivo
deira. para utilizar essa ferramenta foi representar as
E) as duas afirmações são falsas.
A) relações de causa e efeito.
71. (FCC - 2018 - Prefeitura de Macapá - AP - Ad- B) variabilidades e aleatoriedades de um processo.
ministrador Hospitalar). No tocante aos instrumentos de C) facilidades de visualização dos passos de um pro-
avaliação interna da qualidade, Deming difundiu a ideia cesso.
dos ciclos de melhoria contínua por meio do PDCA, ou D) frequências com que certos eventos ocorrem.
plan (planejar), do (fazer), check (avaliar), act (consoli- E) alterações sofridas por uma variável quando outra se
dar). Para que a melhoria contínua ocorra, algumas ferra- modifica.
mentas da qualidade podem ser utilizadas no âmbito hos-
pitalar, tais como, 74. (FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - Ana-
lista de Gestão Administrativa). Um importante instru-
A) os 5S (sensos) – de organização, ordem, limpeza, pa- mento para a gestão de qualidade e busca da excelência
dronização e autodisciplina − Certificados de ISO nos serviços públicos consiste nas certificações, como
14.000, Segurança do Paciente. aquelas conferidas com base nas normas da International
B) discussão organizada dos problemas entre os mem- Organization for Standardization, a exemplo da denomi-
bros de uma equipe (Brainstorming), os 5S (sensos) nada ISO 9000, a qual
− de organização, ordem, limpeza, padronização e
autodisciplina −, controle administrativo e finan- A) determina a posição ocupada pela organização no
ceiro. ranking daquelas melhor situadas em seu campo de
C) plano de ação, fluxograma, indicadores de eficiência, atuação, através de um sistema de pontuação próprio.
competência dos profissionais administrativos. B) atesta que a organização implantou de forma ade-
quada o Sistema de Qualidade Total, sendo
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Conhecimentos Específicos
periodicamente auditada para verificar se o mesmo 77. (IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT -
continua em vigor dentro dos padrões estabelecidos. Analista de Tecnologia da Informação - Analista de
C) utiliza o conceito de benchmarking, comparando a Sistemas). O gerenciamento de projetos é uma competên-
organização analisada com outras que são referência cia estratégica para organizações. Permite a união dos re-
internacional no quesito qualidade. sultados dos projetos com os objetivos do negócio. Para
D) consiste em uma premiação à organização e a seus os grupos de processos do gerenciamento de projetos, as-
principais gestores, renovada a cada biênio, e que re- sinale a alternativa correta.
presenta um importante diferencial para o reconheci-
A) Levantamento de riscos
mento da excelência alcançada.
B) Controle de qualidade
E) confere um “selo de qualidade” aos produtos e servi-
C) Levantamento de processos
ços produzidos ou prestados pela organização, a par-
D) Monitoramento e controle
tir de uma amostragem estatística realizada em cará-
ter permanente.
78. (IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT -
Analista de Tecnologia da Informação - Analista de
75. (FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico
Sistemas). O saber em gerenciamento de projetos é com-
Judiciário - Área Administrativa). Considere que deter-
posto por diversas áreas de conhecimento. Sobre algumas
minada entidade pretenda adotar uma abordagem de ges-
áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos, as-
tão por projetos, valendo-se de metodologias e ferramen-
sinale a alternativa incorreta.
tas consagradas para tal escopo. Nesse contexto, poderá
utilizar A) Gerenciamento de Versões
B) Gerenciamento de Custos
A) o método Downsizing, que propõe a redução das eta-
C) Gerenciamento de Qualidade
pas de execução de um projeto e a concentração em
D) Gerenciamento de Risco
um núcleo estratégico especialmente constituído
para evitar pulverização de atribuições.
79. (FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário -
B) a técnica PERT (Program Evaluation and Review
Área Administrativa – Administração). Determinada
Technique), focada na escolha de projetos estratégi-
instituição pública vem enfrentando dificuldades na ges-
cos da instituição, classificando-os de acordo com
tão, gerando desperdício e insatisfação aos seus clientes.
uma matriz de relevância.
Decidiu, então, adotar a Gestão por Processos que
C) o COBIT (Controle de Objetivos para a Informação
e Tecnologia Relacionadas), método de treinamento A) desenvolve nos empregados que realizam atividades
e capacitação da alta liderança, conferindo a certifi- constantes nos processos mapeados a visão ou pen-
cação de “gestor master”. samento sistêmico.
D) a Curva ABC, que classifica os projetos de acordo B) favorece o trabalho por especialidade, pois o foco é
com uma ponderação de importância, tempo de du- funcional.
ração e riscos de execução, com vistas à adoção de C) tem como foco o cliente interno e usa a tecnologia da
medidas preventivas e corretivas. informação para gerar um downsizing, eliminando
E) o método do caminho crítico (Critical Path Method – burocracias desnecessárias.
CPM), diretamente relacionado com o planejamento D) conta com 4 tipos de processos: os primários (ou de
do tempo de duração do projeto, monitorando as ati- negócio); os administrativos; os de suporte; os geren-
vidades que não podem sofrer atrasos sob pena de ciais.
comprometer o prazo de execução. E) utiliza o organograma como uma ferramenta para de-
monstrar o mapeamento dos processos e com isso
76. (FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - As- permitir a visualização de melhorias.
sistente de Gestão Pública). No que concerne à gestão
por projetos, o primeiro ponto a se ter em mente é que nem 80. (FCC - 2017 - TRE-SP - Analista Judiciário -
toda a atividade desempenhada por uma organização ca- Área Judiciária). Segundo o Gespública (2011), a gestão
racteriza-se como um projeto. Nesse contexto, constitui de processos é um mecanismo utilizado para identificar,
requisito fundamental para a caracterização de uma ativi- representar, minimizar riscos e implementar processos de
dade como projeto a negócios, dentro e entre organizações. O modelo preconi-
zado pela Society for Design and Process Science –
A) materialidade, eis que todo o projeto deve produzir
SDPS, considera, como etapas do ciclo do processo:
um resultado financeiro imediato
B) intangibilidade, ligada ao seu caráter de difícil men- A) mapeamento, desenho, execução e monitoramento.
suração. B) desenho, implementação, monitoramento e otimiza-
C) temporalidade, eis que todo o projeto possui início e ção.
fim determinados. C) identificação, conceituação, execução e refinamento.
D) especialidade, demandando a condução por especia- D) modelagem, simulação, emulação e encenação.
listas externos à organização. E) mapeamento, modelagem, implementação e monito-
E) excepcionalidade, o que afasta a possibilidade de ramento.
execução concomitante de mais de um projeto.
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Conhecimentos Específicos
81. (IBFC - 2020 - EBSERH - Analista Adminis- 84. (CEFET-MG - 2023 - CEFET-MG - Assistente
trativo – Administração). Sobre gestão de processos: em Administração). Com base na Política Nacional de
técnicas de mapeamento, análise e melhoria de processos, Desenvolvimento de Pessoas de que dispõe o Decreto nº
assinale a alternativa incorreta. 9.991/2019, marque (V) para as verdadeiras ou (F) para as
falsas.
A) "Brainwriting" é uma técnica desenvolvida em 1930
por Alex F. Osborn que busca, a partir da criatividade ( ) A participação em ação de desenvolvimento de pes-
de um grupo, a geração de ideias para um determi- soas que implicar despesas com diárias e passagens
nado fim somente poderá ser realizada se o custo total for su-
B) A "matriz BÁSICO" possui muitas semelhanças com perior ao custo de participação em evento com obje-
a "matriz GUT", porém essa técnica demanda um tivo similar na própria localidade de exercício.
maior aprofundamento em detalhes para refinar aná- ( ) O afastamento para participação em ações de desen-
lise da priorização das soluções e atividades, com volvimento pode ser parcelado em, no máximo, seis
atribuição de notas de cada item períodos e o menor período não poderá ser inferior a
C) O mapeamento é utilizado para entender melhor as quinze dias.
operações de um setor, para no futuro melhorá-las ( ) O Plano de Desenvolvimento de Pessoas (PDP), bem
D) Gargalos são entraves no processo que causam acú- como seu relatório anual de execução, são instru-
mulo de atividades e geram atrasos mentos da Política Nacional de Desenvolvimento de
E) Melhoria de processos, ou otimização de processos, Pessoas.
consiste na análise do processo como se encontra
³agora´ para se encontrar ineficiências e atividades A sequência correta é
que podem ser realizadas de uma forma melhor
A) V, V, V.
B) V, V, F.
82. (IBFC - 2021 - IBGE - Supervisor de Pesquisas
C) V, F, F.
– Gestão). A Administração por Processos contribuiu para
D) F, F, V.
o desenvolvimento de instrumentos administrativos bem
E) F, F, F.
estruturados e foram rapidamente assimilados pelas orga-
nizações. Sobre as principais contribuições da Adminis-
85. (UFERSA - 2021 - UFERSA - Administrador -
tração por Processos, analise as afirmativas abaixo:
Grupo I). Em 2019, o Poder Executivo publicou o De-
I. Plena estruturação e consolidação otimizada do pro- creto nº 9.991/2019, de 22 de agosto de 2019, dispondo
cesso decisório nas organizações. sobre a nova Política Nacional de Desenvolvimento de
II. Efetiva busca da eficácia organizacional. Pessoas da Administração Pública Federal direta, autár-
III. Consolidação do modelo japonês de Administração. quica e fundacional. Com base nesse dispositivo, é COR-
RETO afirmar que:
Assinale a alternativa correta.
A) As unidades de gestão de riscos das instituições rea-
A) As afirmativas I, II e III estão corretas lizarão a gestão de riscos das ações de desenvolvi-
B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas mento previstas.
C) Apenas a afirmativa I está correta B) A licença para capacitação poderá ser parcelada em,
D) Apenas a afirmativa II está correta no máximo, seis períodos, e o menor período não po-
E) Apenas a afirmativa III está correta derá ser inferior a dez dias.
C) Cada órgão e entidade integrante do SIPEC elaborará
83. (FCC - 2022 - TRT - 5ª Região (BA) - Analista de forma bienal o respectivo PDP, que vigorará nos
Judiciário - Serviço Social). O Plano de Desenvolvi- exercícios seguintes, a partir do levantamento das ne-
mento de Pessoas, previsto na Política Nacional de De- cessidades de desenvolvimento relacionadas à con-
senvolvimento de Pessoas está alinhado aos princípios da secução dos objetivos institucionais.
economicidade e da eficiência, devendo oferecer ações de D) Considera-se diagnóstico de competências a identifi-
desenvolvimento aos servidores públicos federais. Esta cação do conjunto de conhecimentos, habilidades e
política estabelece regras sobre condutas necessários ao exercício do cargo ou da
função.
A) licença prêmio ao servidor.
B) aposentadoria por incapacidade. 86. (IF-SC - 2017 - IF-SC – Psicólogo). São objeti-
vos do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Ser-
C) aposentadoria por tempo de serviço. vidor Público Federal - SIASS de acordo com o Decreto
D) concessão de licenças e afastamento. N° 6.833, de 29 de abril de 2009
E) acúmulo de funções. Assinale a alternativa CORRETA:
A) Avaliar programas nas áreas de assistência à saúde,
perícia oficial, promoção, prevenção e acompanha-
mento da saúde dos servidores da administração fe-
deral direta, autárquica e fundacional, de acordo com
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Conhecimentos Específicos
as melhores práticas de saúde vigente acordada pela 89. (GRUPO APCON/2023). Tendo como base a
equipe de saúde. Portaria nº 8.678/2021 SEGES/ME, qual dos seguintes as-
B) Coordenar e integrar ações e programas nas áreas de pectos NÃO é considerado uma diretriz da governança
assistência à saúde, perícia oficial, promoção, pre- nas contratações públicas?
venção e acompanhamento da saúde dos servidores
A) Promoção do desenvolvimento nacional sustentável
da administração federal direta, autárquica e funda-
alinhado à Estratégia Federal de Desenvolvimento.
cional, de acordo com as melhores práticas em saúde
B) Estímulo à inovação tecnológica através de parcerias
vigente acordada pela equipe de saúde.
estratégicas com entidades privadas.
C) Avaliar programas nas áreas de assistência à saúde,
C) Fomento à transparência processual em todas as eta-
perícia oficial, promoção, prevenção e acompanha-
pas da contratação.
mento da saúde dos servidores da administração fe-
D) Padronização e centralização de procedimentos,
deral direta, autárquica e fundacional, de acordo com
quando apropriado.
a política de atenção à saúde e segurança do trabalho
E) Desburocratização e incentivo à participação social.
do servidor público federal, estabelecida pelo Go-
verno.
90. (GRUPO APCON/2023). Consoante determina
D) Coordenar e integrar ações e programas nas áreas de
a Portaria nº 8.678/2021 SEGES/ME, qual dos seguintes
assistência à saúde, perícia oficial, promoção, pre-
objetivos NÃO é explicitamente mencionado nas contra-
venção e acompanhamento da saúde dos servidores
tações públicas?
da administração federal direta, autárquica e funda-
cional, de acordo com a política de atenção à saúde e A) Seleção da proposta mais vantajosa para a Adminis-
segurança do trabalho do servidor público federal, tração Pública.
estabelecida pelo Governo. B) Garantia de tratamento isonômico entre todos os li-
E) Avaliar e acompanhar as ações e programas nas áreas citantes.
de assistência à saúde, perícia oficial, promoção, pre- C) Prevenção de contratações com sobrepreço ou preços
venção e acompanhamento da saúde dos servidores inexequíveis.
da administração federal direta, autárquica e funda- D) Redução da carga tributária para empresas partici-
cional, de acordo com as melhores práticas de saúde pantes.
vigente acordada pela equipe de saúde. E) Incentivo ao desenvolvimento nacional sustentável.
87. (COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Médico - 91. (GRUPO APCON/2023). Em relação às diretri-
Clínica Médica). A força de trabalho que compõe o Sub- zes da governança nas contratações públicas, segundo a
sistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Portaria nº 8.678/2021 SEGES/ME, qual das seguintes
- SIASS, é formada por: afirmações é INCORRETA?
A) servidores federais, exclusivamente. A) Fomento à competitividade nos certames, dimi-
nuindo barreiras de entrada a fornecedores em poten-
B) servidores públicos em cada unidade da federação,
cial.
devidamente autorizados na forma da lei.
B) Priorização de contratações que visam exclusiva-
C) servidores municipais, estaduais ou federais concur- mente à economia financeira imediata.
sados e submetidos a seleção interna. C) Promoção de um ambiente negocial íntegro e confi-
ável.
D) servidores públicos da própria unidade de saúde e/ou
D) Aprimoramento da interação com o mercado forne-
pessoal terceirizado com contrato temporário.
cedor para promover inovação.
E) representante da unidade, do Ministério da Saúde e E) Transparência processual nas etapas de contratação.
do Ministério da Previdência Social.
92. (GRUPO APCON/2023). Consoante determina
a Portaria nº 8.678/2021 SEGES/ME, qual dos seguintes
88. (UFES - 2014 - UFES - Assistente Social). O não é considerado um instrumento de governança nas con-
Decreto nº 6.833, de 29 de abril de 2009, institui tratações públicas?
A) o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Ser-
A) Diretrizes para a gestão dos contratos.
vidor Público Federal (SIASS) e o Comitê Gestor de
B) Política de gestão de riscos e controle preventivo.
Atenção à Saúde do Servidor.
C) Auditorias regulares das contratações públicas.
B) o Programa Nacional de Assistência Estudantil D) Gestão por competências.
(PNAES). E) Plano de Contratações Anual.
C) o Fundo Nacional de Assistência Estudantil. 93. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 -
D) o Sistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor UFJF - Técnico em Contabilidade). De acordo com a
Público Federal (SIASS). Manual de Fiscalização de Contratos, elaborado pela Ad-
vocacia Geral da União, a função de acompanhar e fisca-
E) o Plano Nacional de Educação Superior. lizar os aspectos administrativos do contrato, observando
o disposto no Anexo VIII-B da IN SEGES/MP nº 05/2017,
com o auxílio das listas de verificação, é do
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Conhecimentos Específicos
A) fiscal técnico. III. A partir de determinados limites de valores, estabe-
B) gestor do contrato. lecidos por normativos legais, os órgãos e entidades
C) diretor de Tecnologia da Informação. participantes do SISP somente poderão realizar a
D) fiscal administrativo. contratação de bens ou serviços de tecnologia da in-
E) ordenador de despesas. formação e comunicação após a aprovação do órgão
Central do SISP.
94. (CEPS-UFPA - 2023 - UFPA – Administrador).
Determinado órgão público está planejando as contrata- Quais estão corretas?
ções que irá realizar por meio da terceirização de serviços
A) Apenas II.
para a execução de suas atividades. Para estar em confor-
B) Apenas III.
midade com as permissões e as vedações contidas na Ins-
C) Apenas I e II.
trução Normativa nº 05 de 2017, esse órgão poderá
D) Apenas II e III.
A) considerar os trabalhadores da contratada como co- E) I, II e III.
laboradores eventuais do próprio órgão, especial-
mente para efeito de concessão de diárias e passa- 97. (INSTITUTO CONSULPLAN - 2023 - Câ-
gens. mara de Tremembé - SP - Oficial Legislativo – Com-
B) conceder aos trabalhadores da contratada direitos tí- pras). Para ser considerado como inservível, ele deverá
picos de servidores públicos, tais como recesso, ser classificado como:
ponto facultativo, dentre outros..
I – ocioso – bem móvel que se encontra em perfeitas
C) direcionar a contratação de pessoas para trabalhar
condições de uso, mas não é aproveitado;
nas empresas contratadas, de modo a tornar as ativi-
II – recuperável – bem móvel que não se encontra em
dades mais eficientes.
condições de uso e cujo custo da recuperação seja de
D) contratar, mediante terceirização, as atividades dos
até cinquenta por cento do seu valor de mercado ou
cargos extintos ou em extinção, tais como os elenca-
cuja análise de custo e benefício demonstre ser justi-
dos na legislação pertinente.
ficável a sua recuperação;
E) se vincular às disposições contidas em Acordos,
III – antieconômico – bem móvel cuja manutenção seja
Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que
onerosa ou cujo rendimento seja precário, em virtude
tratem de pagamento de participação dos trabalhado-
de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsole-
res nos lucros ou resultados da empresa contratada.
tismo; ou,
IV– irrecuperável – bem móvel que não pode ser utili-
95. (IDECAN - 2014 - CNEN - Analista de Tecno-
zado para o fim a que se destina devido à perda de
logia da Informação/ Governança e Gestão). “O Sis-
suas características ou em razão de ser o seu custo de
tema de Administração dos Recursos de Tecnologia da In-
recuperação mais de cinquenta por cento do seu valor
formação (SISP), de acordo com o art. 3º do Decreto nº
de mercado ou de a análise do seu custo e benefício
7.579/2011, tem como integrantes diversos órgãos, como
demonstrar ser injustificável a sua recuperação.
o(a) ______________________, que é representado(a)
por seus titulares, as unidades de administração dos recur- (BRASIL, Decreto nº 9.373/2018, Art. 3º.)
sos de tecnologia da informação dos Ministérios e dos ór-
gãos da Presidência da República.” Assinale a alternativa É correto afirmar que poderão ser reaproveitados por
que completa corretamente a afirmativa anterior meio de transferência interna (dentro do órgão) ou externa
(entre órgãos) os bens classificados como
A) órgão central
B) órgão setorial A) ociosos e recuperáveis.
C) órgão seccional B) irrecuperáveis e ociosos.
D) órgão correlato C) recuperáveis e antieconômicos.
E) comissão de coordenação D) antieconômicos e irrecuperáveis.
96. (FUNDATEC - 2018 - SPGG - RS - Analista de 98. (CEPS-UFPA - 2023 - UFPA - Assistente em
Planejamento, Orçamento e Gestão). Considere as se- Administração). Em um cenário de ampla transformação
guintes afirmações a respeito do Sistema de Administra- digital no setor público, impulsionado pelo Decreto
ção dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP), do 10.332/2020, que trata da Estratégia de Governo Digital,
Poder Executivo Federal, regulado pelo Decreto nº os órgãos e entidades da administração pública federal
7.579/2011: têm adotado iniciativas para modernizar seus serviços e
promover uma melhor experiência para os usuários. A pla-
I. O órgão Central do SISP é a Secretaria de Desenvol- taforma SouGov surgiu como parte dessas ações de mo-
vimento Tecnológico e Inovação (SETEC), do Mi- dernização, alinhando-se ao Decreto 10.332/2020. O Sou-
nistério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu- Gov, plataforma inovadora do poder Executivo Federal,
nicações. desempenha um papel fundamental ao oferecer serviços
II. É facultado ao Banco do Estado do Rio Grande do digitais de forma eficiente, simples e com qualidade.
Sul (Banrisul) e à Companhia de Processamento de Além da plataforma, outras ações compõem a Estratégia
Dados do Rio Grande do Sul (PROCERGS) partici- de Governo Digital.
parem do SISP.
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Conhecimentos Específicos
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
das ações do Decreto n° 10.332/2020. da despesa.
D) Exclusividade: estabelece que cabe ao Poder Público
A) Elaborar um Plano de Transformação Digital, inclu-
fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei ex-
indo algumas ações como: transformação digital de
pressamente autorizar, ou seja, subordina-se aos di-
serviços, unificação de canais digitais, interoperabi-
tames da lei.
lidade de sistemas e a segurança e privacidade.
E) Unidade: determina existência de orçamento único
B) Desenvolver um Plano Diretor de Tecnologia da In-
para cada um dos entes federados, com a finalidade
formação e Comunicação, que é o instrumento de ali-
de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro
nhamento entre os planos de TIC e as estratégias or-
da mesma pessoa política.
ganizacionais.
C) Produzir um Plano de Dados Abertos, que é um do-
101. (FGV - 2023 - TJ-RN - Analista Judiciário -
cumento estratégico para o órgão, pois o acesso à in-
Administrativa – Contabilidade). Os princípios orça-
formação pública é um compromisso com a transpa-
mentários são premissas a serem observadas na elabora-
rência e permite o aprimoramento da gestão.
ção e na execução da lei orçamentária. Sua aplicação é
D) Aderir compulsoriamente à Rede Nacional de Go-
dinâmica e pode adquirir novas abordagens em decorrên-
verno Digital, para a promoção do intercâmbio de in-
cia de inovações legislativas, a exemplo da Lei de Res-
formações relacionadas à Estratégia de Governo Di-
ponsabilidade Fiscal, que trouxe mecanismos para asse-
gital.
gurar a responsabilidade na gestão fiscal.
E) Instituir internamente um Comitê de Governança Di-
gital para deliberar sobre os assuntos relativos às Um desses mecanismos pressupõe uma ação que
ações de governo digital e ao uso de recursos de tec- pode ser associada ao princípio orçamentário do(a):
nologia da informação e comunicação.
A) especificação;
B) exclusividade;
99. (UFES - 2023 - UFES - Assistente em Adminis-
C) não vinculação;
tração). O Decreto nº 11.072, de 17 de maio de 2022, dis-
D) planejamento;
põe sobre o Programa de Gestão e Desempenho (PGD). A
E) precedência.
respeito da modalidade de teletrabalho, prevista nesse De-
creto, é CORRETO o que se afirma em:
102. (INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN - As-
A) O participante da modalidade de teletrabalho, sistente Técnico Forense – Administração). Os princí-
quando excluído do PGD, deverá retornar, de imedi- pios orçamentários são
ato, à atividade presencial no órgão ou na entidade
A) premissas que devem ser observadas nos estágios das
de exercício.
despesas públicas.
B) A modalidade de teletrabalho ocorrerá em regime de
B) proposições orientadoras que balizam o empenho, a
execução parcial, inadmitindo-se outra forma.
liquidação e o pagamento.
C) Na hipótese de revogação do PGD, o órgão ou a en-
C) instituições de estabilidade e consistência da prática
tidade poderá requerer do servidor em modalidade de
orçamentária.
teletrabalho, com antecedência mínima de sessenta
D) regras fundamentais que funcionam como norteado-
dias, o retorno à atividade presencial.
ras da prática orçamentária.
D) Além dos requisitos gerais para a adesão à modali-
E) categorias absolutas e históricas das modificações da
dade, o teletrabalho com o agente público residindo
prática orçamentária.
no exterior somente será admitido para servidores
públicos federais efetivos que tenham concluído o
103. (FCC - 2022 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Téc-
estágio probatório.
nico Judiciário - Área Administrativa). A respeito dos
E) A modalidade de teletrabalho terá a estrutura neces-
princípios aplicáveis ao Orçamento Público,
sária, física e tecnológica, providenciada e custeada
pela Administração. A) o Plano Plurianual constitui uma exceção ao princí-
pio da anualidade, eis que contempla créditos orça-
100. (FGV - 2023 - AL-MA - Técnico de Gestão mentários com vigência para dois exercícios, prorro-
Administrativa - Contador - Finanças Públicas). Assi- gável por igual período.
nale a opção que indica corretamente o princípio orça- B) a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é expressão
mentário e sua respectiva explicação. do princípio da unicidade, eis que editada conjunta-
mente com a Lei Orçamentária Anual (LOA), inte-
A) Orçamento Bruto: determina que o orçamento de
grando-a como anexo obrigatório.
cada ente deverá conter todas as suas receitas e des-
C) em observância ao princípio da especificação, são
pesas.
vedadas dotações genéricas ou globais, o que não
B) Legalidade: estabelece que todas as receitas e despe-
afasta a previsão na Lei Orçamentária de reserva de
sas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais,
contingência, consistente em um percentual sobre a
vedadas quaisquer deduções.
receita corrente líquida.
C) Universalidade: estabelece que a Lei Orçamentária
Anual, com algumas ressalvas, não deverá contar
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Conhecimentos Específicos
D) o princípio do equilíbrio veda a possibilidade de en- D) análise técnica; elaboração e revisão; aprovação; au-
cerramento da execução anual com déficit orçamen- torização; execução e avaliação.
tário ou financeiro, obrigando, em tal situação, a E) elaboração e acompanhamento; autorização e revi-
abertura de créditos extraordinários. são executiva; execução; controle e avaliação.
E) o princípio da anualidade impede que as despesas
empenhadas e liquidadas em um exercício sejam pa- 108. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
gas em exercício subsequente na forma de restos a Novo Hamburgo - RS - Guarda Municipal). Nos pro-
pagar, os quais devem ser cancelados até o primeiro cessos administrativos, serão observados, entre outros, os
quadrimestre do exercício subsequente. critérios de:
A) atuação conforme a lei e o Direito; observância das
104. (FAURGS - 2022 - SES-RS - Administrador -
formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
Edital nº 15). No que se refere ao orçamento público, o
administrados.
princípio que visa a evitar múltiplos orçamentos dentro de
B) cobrança de despesas processuais; impulsão, so-
cada nível federativo é o denominado princípio
mente quando provocado, do processo administra-
A) da unidade. tivo, sem prejuízo da atuação dos interessados.
B) do equilíbrio. C) divulgação oficial dos atos administrativos, sem res-
C) da precedência. salvas; impessoalidade administrativa quando cons-
D) da exclusividade. tatada conveniência.
E) da universalidade. D) atuação quando e conforme conveniência adminis-
trativa; celeridade e objetividade.
105. (ESAF - 2010 - CVM - Analista - Planeja- E) interpretação da norma administrativa da forma que
mento e Execução Financeira - prova 2). Sobre o tema melhor garanta o atendimento do fim público a que
“execução orçamentária do Governo Federal por meio do se dirige, podendo aplicar de forma retroativa de
SIAFI”, temos que as seguintes afirmações são corretas, nova interpretação.
exceto:
109. (INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de
A) as despesas só podem ser empenhadas de acordo com
Novo Hamburgo - RS - Guarda Municipal). Qual é a
o cronograma de desembolso da Unidade Orçamen-
lei que regula o processo administrativo no âmbito da Ad-
tária, devidamente aprovado.
ministração Pública Federal?
B) a descentralização de créditos, externa ou interna,
deve ser realizada por meio de Nota de Movimenta- A) Lei n° 7.784/88.
ção de Crédito - NC. B) Lei n°8.974/89.
C) a abertura de créditos adicionais apresenta conse- C) Lei n°9.784/99.
quências em duas programações:financeira e orça- D) Lei n°9.503/97.
mentária. E) Lei n°9.605/99.
D) a movimentação de créditos independe da existência
de saldos bancários ou recursos financeiros. 110. (FEPESE - 2023 - Prefeitura de Balneário
E) a formalização do empenho será precedida da criação Camboriú - SC - Arquivologista - 7S4). A Lei nº 8.159,
de uma Lista de Itens, por meio de transação especí- de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política naci-
fica. onal de arquivos públicos e privados, traz em seu artigo 3º
o conceito de gestão de documentos, como sendo o “con-
106. (FGV - 2021 - IMBEL - Analista Especiali- junto de procedimentos e operações técnicas referentes à
zado - Analista de Orçamento). Assinale a opção que in- produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de
dica a existência de restos a pagar processados nas de- documentos em fase corrente e intermediária, visando sua
monstrações de uma entidade pública. eliminação ou recolhimento para guarda permanente”. A
gestão de documentos é realizada a partir de etapas con-
A) A despesa foi empenhada e cancelada.
secutivas.
B) A despesa foi liquidada, mas não paga.
C) A despesa foi paga, mas não realizada Assinale a alternativa que se refere corretamente a
D) A despesa foi orçada, mas não empenhada. essas etapas.
E) A despesa foi empenhada, mas não liquidada.
A) Produção documental, utilização e conservação dos
documentos, destinação dos documentos.
107. (VUNESP - 2020 - EBSERH - Analista Admi-
B) Transferência de documentos, utilização de docu-
nistrativo – Administração). As etapas que melhor cor-
mentos, eliminação de documentos.
respondem à sequência do denominado ciclo orçamentá-
C) Classificação de documentos, registro de documen-
rio são
tos, armazenamento de documentos.
A) elaboração; apreciação legislativa; execução e acom- D) Criação de documentos, digitalização de documen-
panhamento; controle e avaliação. tos, microfilmagem de documentos.
B) preparação; análise e encaminhamento; autorização E) Identificação documental, triagem e higienização
e execução; avaliação e controle. dos documentos, eliminação de documentos.
C) diagnóstico; encaminhamento e apreciação; delibe-
ração; execução e controle; reavaliação.
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Conhecimentos Específicos
111. (COSEAC - 2023 - UFF - Assistente em Ad- 114. (COSEAC - 2019 - UFF - Assistente em Ad-
ministração). De acordo com a Lei nº 8.159/91, que trata ministração). De acordo com o Decreto 8.539/15, que
da Política nacional de Arquivos públicos e privados, são dispõe sobre o uso do meio eletrônico para a realização do
considerados documentos inalienáveis e imprescritíveis processo administrativo no âmbito dos órgãos e das enti-
aqueles: dades da administração pública federal direta, autárquica
e fundacional, “a unidade de registro de informações, in-
A) identificados como intermediários.
dependentemente do formato, do suporte ou da natureza”,
B) identificados como correntes.
é a definição de:
C) de valor permanente.
D) de valor sentimental. A) memória
E) sem valor. B) documento
C) HD
112. (UFPR - 2023 - IF-PR - Assistente em Admi- D) drive
nistração). Com base no que diz a Lei n.º 8.159/1991 (que E) pen drive.
dispõe sobre a Política Nacional de Arquivos Públicos e
Privados), é correto afirmar: 115. (FAURGS - 2022 - SES-RS - Analista de Po-
líticas Públicas - Edital nº 15). Processo Administrativo
A) Arquivos privados podem ser identificados como de
Eletrônico, segundo o artigo 2º do Decreto nº 8.539/2015,
interesse público e social, desde que sejam conside-
é
rados como conjuntos de fontes relevantes para a his-
tória e desenvolvimento científico nacional. A) aquele em que os atos processuais são digitais desde
B) Os documentos públicos são identificados como cor- a sua origem.
rentes, transitórios e contingentes. B) aquele em que os atos processuais são registrados e
C) Gerenciamento de arquivos é o conjunto de procedi- disponibilizados em meio eletrônico.
mentos e operações técnicas referentes a produção, C) aquele feito com segurança, transparência e econo-
tramitação, uso, avaliação e arquivamento de docu- micidade.
mentos públicos. D) aquele que amplia a sustentabilidade ambiental com
D) São considerados contingentes o conjunto de docu- o uso de tecnologia da informação e comunicação.
mentos de valor histórico, probatório e informativo E) aquele que assegura a eficiência, a eficácia e a efeti-
que devem ser definitivamente preservados. vidade da ação governamental.
E) A eliminação de documentos produzidos por institui-
ções públicas federais será realizada mediante auto- 116. (CS-UFG - 2017 - UFG – Arquivista). O De-
rização expressa do Conselho Nacional de Justiça, na creto n° 8.539, de 8 de outubro de 2015, em seu artigo 15,
sua específica esfera de competência. dispõe que deverão ser associados elementos descritivos
aos documentos digitais que integram processos eletrôni-
113. (COPEVE-UFAL - 2023 - IF-AL - Assistente cos, a saber:
em Administração). Com base na Lei nº 8.159, de 8 de
A) formato de registro, presunção de autenticidade, mo-
janeiro de 1991, e suas respectivas atualizações, dadas as
delo digital, descrição e intraoperabilidade.
afirmativas referentes aos documentos produzidos ou re-
B) produção, classificação, avaliação, descrição e difu-
cebidos por um Instituto Federal,
são.
I. As decisões do Conselho Superior que foram forma- C) identificação, indexação, presunção de autentici-
lizadas em Resoluções são consideradas arquivos dade, preservação e interoperabilidade.
privados. D) modelagem, indexação, confiabilidade, conservação
II. O histórico de um aluno formado no ano de 2000 é e descrição.
considerado um documento permanente.
III. Os documentos digitalizados produzirão os mesmos 117. (IADES - 2017 - PM-DF - Oficial Capelão Ca-
efeitos legais dos documentos originais, quando ob- tólico). De acordo com a Lei nº 12.527/2011, qual autori-
servadas as orientações e diretrizes do Conselho Na- dade pode classificar uma informação como ultrassecreta?
cional de Arquivos (Conarq).
A) Presidente da Funasa.
B) Presidente do Ibama.
Verifica-se que está(ão) correta(s)
C) Diretor Geral da Polícia Federal.
A) I, apenas. D) Presidente da Caixa Econômica Federal.
B) III, apenas. E) Chefe de missão diplomática permanente no exterior.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas. 118. (IADES - 2017 - PM-DF - Oficial Capelão Ca-
E) I, II e III. tólico). A Lei de Acesso à Informação dispõe que, caso
não seja possível conceder acesso imediato à informação
requerida, o órgão ou a entidade que recebeu o pedido tem
um prazo para disponibilizá-la, indicar as razões de recusa
do pedido ou comunicar que não possui a informação.
Qual é o limite desse prazo?
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Conhecimentos Específicos
A) 5 dias úteis.
B) 10 dias úteis.
C) Não superior a 10 dias.
D) Não superior a 20 dias.
E) Não superior a 30 dias.
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Conhecimentos Específicos
RASCUNHO RASCUNHO
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