2013 Dis Efoliveira
2013 Dis Efoliveira
2013 Dis Efoliveira
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
FORTALEZA
2013
i
FORTALEZA
2013
ii
CDD 621.3
iii
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof. Demercil de Souza Oliveira Júnior, Dr. (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
__________________________________________________
Prof. Fernando Luiz Marcelo Antunes, PhD
Universidade Federal do Ceará (UFC)
___________________________________________________
Prof. Sérgio Daher, Dr.-Ing.
Universidade Federal do Ceará (UFC)
___________________________________________________
Samuel Vasconcelos Araújo, Dr.-Ing. (Coorientador)
Universidade de Kassel (UK)
___________________________________________________
Prof. Yales Rômulo de Novaes, Dr. (Externo)
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
iv
A Deus,
Aos meus pais, Façanha e Adália,
Eu dedico este trabalho.
v
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Quando um conversor opera com uma larga diferença entre os níveis de tensão de entrada e
de saída, normalmente é possível identificar uma redução significante no seu desempenho. A
razão disto é o aumento da quantidade de energia processada, que primeiramente precisa ser
armazenada em um elemento passivo (indutor), antes de ser entregue à carga. É possível dizer
que quão maior for a quantidade dessa energia “indireta”, menor será a eficiência do sistema.
Tal situação é especialmente crítica para inversores e retificadores com correção de fator de
potência (PFC), visto que a razão cíclica dos interruptores abrange praticamente todos os
possíveis valores. Em casos em que a diferença entre o valor de pico da tensão CA e o valor
médio da tensão CC é grande, o índice de modulação é desviado consideravelmente de 1 e,
consequentemente, maiores perdas são esperadas. Para lidar com tal situação, é proposto um
retificador com característica abaixadora e elevadora utilizando uma função chamada de
bypass. Esta função permite que o retificador escolha entre os dois barramentos o que melhor
se adapta ao nível de saída desejado em função do ponto de operação da tensão senoidal de
entrada, maximizando a eficiência. Algumas das vantagens esperadas com a utilização da
função bypass são: redução das perdas totais por meio da operação parcial com estágio único;
maior número de níveis de tensão, reduzindo a corrente de modo comum e o volume do filtro
de entrada, além de resultar em menores esforços de tensão sobre os semicondutores; e,
finalmente, redução de perdas adicionais e no tamanho do sistema, visto que o conversor Buck
de saída é projetado para apenas uma fração da potência total. Em adição, são apresentadas
possíveis configurações de conversores de potência para o carregamento de baterias de
veículos elétricos. Topologias de retificadores trifásicos com PFC com corrente de entrada
senoidal e tensão de saída controlada são analisadas e propostas, e suas funcionalidades e
características básicas descritas brevemente. Fórmulas analíticas para o cálculo dos esforços
de tensão e corrente sobre os semicondutores de potência são fornecidas. A fim de avaliar
comparativamente o desempenho das topologias selecionadas, fatores adimensionais de
referência são definidos com base nos esforços elétricos sobre os semicondutores e no volume
dos indutores. As características do sistema proposto, incluindo princípio de operação,
estratégia de modulação, equações de dimensionamento e cálculos de perdas e eficiência, são
descritas em detalhes. Finalmente, a viabilidade do conceito de bypass é demonstrada por
meio de resultados experimentais obtidos a partir de um protótipo de 22 kW.
ABSTRACT
When operating with large differences between input and output voltage levels, it is normally
possible to identify a significant reduction on the performance of practically all topologies in
regard of conversion efficiency. Reason for this is the increasing amount of processed energy
that needs to be firstly stored in a passive element (inductor) before reaching the load. It is
therefore possible to say that the higher the amount of such “indirect” energy is; the lower
will be the converter efficiency. Such situation is especially critical when considering the
operation of inverters or controlled rectifiers with power factor correction (PFC) because the
converter sweeps practically all the possible values of duty cycle. In the case the difference
between peak AC value and DC value is large; the modulation index will strongly deviate
from 1. Consequently, even higher amount of losses are expected. In order to deal with the
above referred drawbacks, it is proposed a 5-level three-phase PFC rectifier with an
innovative approach, named bypass concept. This function allows the converter to switch
between one of the available DC-links that best matches the required output levels depending
on the operating point of the sinus wave, thus maximizing the efficiency. Furthermore, the
referred bypass function enables direct access to the required lower voltage level by the load,
reducing significantly the amount of losses. The 5-level operation allows the voltage steps to
be lower than those found in three and two-level topologies, from where lower harmonic
contents, reduction of common mode current and EMI are observed. Finally, the output DC-
DC converters are designed for only a fraction of the nominal power, having a rather reduced
impact on additional losses and also on the converter size. In addition, possible power
electronics configurations for charging of EVs are presented. Suitable three-phase PFC
rectifier topologies with sinusoidal input currents and controlled output voltage are analyzed
and proposed, and their functionality and basic characteristics briefly described. Analytical
formulas for calculating the current stresses on the power semiconductors are provided, and in
order to evaluate comparatively the performance of selected topologies, dimensionless
benchmark factors are derived concerning the semiconductor stresses and the volume of the
main inductive components. The characteristics of the proposed system, including the
principle of operation, modulation strategy, dimensioning equations and calculated losses and
efficiency, are described in detail. Finally, the feasibility of the bypass concept is
demonstrated by means of experimental results obtained from a 22 kW hardware prototype.
Keywords: Three-phase PFC rectifier. Bypass function. Benchmark factors. Electric vehicle
battery charging.
x
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Topologia básica e principais formas de onda do retificador híbrido ............ 4
Figura 1.2 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador híbrido ....................... 4
Figura 1.3 – Topologia básica do retificador Vienna ......................................................... 5
Figura 1.4 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador Vienna ....................... 6
Figura 1.5 – Estrutura básica do retificador Vienna com três interruptores ....................... 6
Figura 1.6 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador Vienna com três
interruptores ................................................................................................... 7
Figura 1.7 – Estrutura básica do retificador em ponte ........................................................ 8
Figura 1.8 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador em ponte .................... 8
Figura 1.9 – Topologia básica e principais formas de onda do retificador Swiss .............. 9
Figura 1.10 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador Swiss........................ 10
Figura 1.11 – Estrutura básica do retificador tipo Buck de seis interruptores .................... 11
Figura 1.12 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador tipo Buck de seis
interruptores ................................................................................................. 11
Figura 1.13 – Comportamento do fluxo de potência para o conversor Boost .................... 13
Figura 1.14 – Estrutura básica do retificador Vienna com bypass ..................................... 14
Figura 1.15 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador Vienna com
bypass ........................................................................................................... 15
Figura 1.16 – Estrutura básica do retificador em ponte completa com bypass .................. 16
Figura 1.17 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador em ponte com
bypass ........................................................................................................... 17
Figura 1.18 – Estruturas básicas do conversor Buck unipolar e bipolar ............................ 18
Figura 1.19 – Esforços elétricos nos semicondutores do conversor Buck ......................... 18
Figura 1.20 – Estruturas básicas do conversor série ressonante meia ponte e ponte
completa ....................................................................................................... 19
Figura 1.21 – Fatores de perdas por condução ................................................................... 25
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
µo [ H / m] Permeabilidade do vácuo
ES [J ] Energia de comutação
kavg [−] Fator de ajuste de perdas devido à corrente media com relação à
corrente eficaz
k Davg [−] Fator de ajuste de perdas devido à corrente media no diodo com
relação ao interruptor
k Drms [−] Fator de ajuste de perdas devido à corrente eficaz no diodo com
relação ao interruptor
k NF [−] Fator de normalização da frequência de comutação
k sw [−] Fator de ajuste de perdas por comutação com relação às perdas por
condução
Ku [−] Fator de utilização para projeto de indutores
L [H ] Indutância
Pi [W ] Potência de entrada
Po [W ] Potência de saída
RDS (on ) [Ω] Resistência de estado ligado entre dreno e fonte (MOSFET)
TS [s ] Período de comutação
Vi [V ] Tensão de entrada
Wi [J ] Energia na entrada
Wo [J ] Energia na saída
xxiii
SUMÁRIO
Agradecimentos ............................................................................................................................... v
Resumo ......................................................................................................................................... vii
Abstract ...........................................................................................................................................ix
Lista de figuras ...............................................................................................................................xi
Lista de tabelas .............................................................................................................................. xv
Lista de abreviaturas e siglas ...................................................................................................... xvii
Lista de símbolos ..........................................................................................................................xix
Introdução geral ............................................................................................................................... 1
1 Avaliação comparativa de retificadores trifásicos ativos ........................................................ 3
1.1 Introdução ......................................................................................................................... 3
1.2 Retificadores do tipo Boost ............................................................................................... 3
1.2.1 Retificador híbrido de injeção de 3° harmônica de corrente ..................................... 3
1.2.2 Retificador Vienna..................................................................................................... 5
1.2.3 Retificador Vienna com três interruptores ................................................................ 6
1.2.4 Retificador em ponte completa totalmente controlado .............................................. 7
1.3 Retificadores tipo Buck ..................................................................................................... 9
1.3.1 Retificador Swiss ....................................................................................................... 9
1.3.2 Retificador tipo Buck de seis interruptores .............................................................. 10
1.4 Topologias com função Bypass ...................................................................................... 12
1.4.1 Retificador Vienna com função bypass ................................................................... 13
1.4.2 Retificador em ponte completa com função bypass ................................................ 16
1.5 Conversor Buck bipolar e unipolar ................................................................................. 17
1.6 Conversores série ressonantes......................................................................................... 19
1.6.1 Faixas de operação dos retificadores ....................................................................... 20
1.7 Fatores de Benchmark ..................................................................................................... 21
1.7.1 Introdução ................................................................................................................ 21
1.7.2 Fatores de perdas nos semicondutores..................................................................... 21
1.7.3 Fator de densidade de potência dos indutores ......................................................... 23
1.7.4 Definição e quantificação dos coeficientes ............................................................. 23
1.7.5 Avaliação comparativa utilizando os fatores de benchmark ................................... 25
1.7.5.1 Fatores de perdas por condução ....................................................................... 25
1.7.5.2 Fator de perda por comutação .......................................................................... 26
xxiv
INTRODUÇÃO GERAL
promissor à vista, com grandes oportunidades de lucro. Uma futura aplicação seria a
utilização de veículos elétricos para armazenamento de energia advinda de fontes renováveis
intermitentes, tais como eólica e solar. Este conceito pode ser aplicado tanto em geração de
larga escala, bem como em pequenas gerações descentralizadas, por exemplo, em casa. Em
um futuro próximo, isto pode vir a se tornar uma aplicação de destaque na transição global
para a emergente economia de energia sustentável.
Os principais requisitos para conversores de potência para carregamento de
bateria de veículos totalmente elétricos (EV) ou híbridos (HEV) são dados pela alta densidade
de potência dos sistemas e dispositivos e alta eficiência, robustez e confiabilidade dos
dispositivos e sistemas. Em particular, para carregadores on-board: tamanho e peso, entrada
universal, flexibilidade de operação mono ou trifásica e conceitos de segurança inerentes
desempenham um papel fundamental (LORENZ, 2011). Requisitos como alta confiabilidade
e eficiência, baixo custo e, finalmente, compacidade oferecem sérios desafios em face as
exigências inerentes da aplicação. Entre estas, pode-se mencionar em primeiro lugar a ampla
faixa de tensão, tanto do lado da rede como do da bateria, que afetam significativamente o
tamanho e o desempenho do sistema. Apesar de as normas atuais não exigirem isolamento
entre rede e bateria, por razões de segurança, é de comum senso o desenvolvimento de
carregadores on-board com um transformador isolador, o que leva a um aumento no tamanho
e nas perdas. O objetivo principal deste projeto é, portanto, enfrentar tais desafios por meio de
um inovador conceito aplicado a conversores de potência, sendo, ao final, construído um
protótipo de demonstração de um carregador de baterias trifásico, altamente eficiente e
compacto, com capacidade de carga rápida (22 kW) e com uma ampla faixa de tensão de
saída.
3
1.1 Introdução
D1 D2 D3 L1 D7
S7
ia S1
S2
S3 iy
Y C
S4
S5
S6
D4 D5 D6 S8
L2 D8
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
a) Estrutura básica do retificador híbrido de injeção de 3° harmônica de corrente. b) Formas de onda das
tensões de fase UaN, UbN e UcN, da corrente de fase ia e da corrente injetada iY.
Vdc
L=
4 ⋅ ∆I L ⋅ f S (1-1)
2 ⋅ Pi
I Lipk = (1-2)
3 ⋅ Vi
5
1 3 3
I Lrms = I Lipk ⋅ + (1-3)
2 8π
Conhecido na literatura como Vienna Rectifier, esta topologia apresenta três níveis
de tensão para a formação da corrente de entrada. Isto significa que o indutor é submetido a
menores degraus de tensão, diminuindo assim a ondulação na corrente e, consequentemente,
permitindo a redução da indutância e do volume total. Além disso, os interruptores comutam
com apenas metade da tensão do barramento CC, resultando também em menores níveis de
EMI conduzidos (FRIEDLI; KOLAR, 2011).
D1 D2 D3
C1
L S1
S2
S3
S4
S5
S6
D4 D5 D6
C2
2 ⋅ Pi
I Lipk = (1-5)
3 ⋅ Vi
I Lipk
I Lrms = (1-6)
2
Também conhecido por 3-Switch Vienna Rectifier (Figura 1.5), este circuito
apresenta as mesmas características que o retificador Vienna mostrado acima, porém com a
vantagem de apresentar apenas três interruptores de alta frequência. Por outro lado, um maior
número de semicondutores está no caminho da corrente, provocando assim maiores perdas
por condução (KOLAR; ZACH, 1994).
D1 D7 D13
C1
D3 D5 D9 D11 D15 D17
S1 S2 S3
Figura 1.6 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador Vienna com três interruptores
M
I Davg = I Lipk ⋅
4 1 M
I Davg = I Lipk ⋅ −
I Drms = I Lipk ⋅ M ⋅
2 π 4
3π 1 2
V I Drms = I Lipk ⋅ −M ⋅
VD max = dc 4 3π
2 Vdc
VD max =
1 2
I Davg = I Lipk ⋅
π
2 M
1 I Savg = I Lipk ⋅ −
I Drms = I Lipk ⋅ π 2
2
1 4
VD max =
Vdc I Srms = I Lipk ⋅ −M ⋅
2 2 3π
Vdc
Índice de Modulação: VS max =
2
Vi ⋅ 2 ⋅ 2
M=
Vdc
Fonte: Elaborada pelo autor.
S5 S3 S1
L
S6 S4 S2
Para o caso de barramento simples, a tensão mínima na saída é dada pelo pico da
tensão de linha ou 𝑉𝑜 > √6𝑉𝑖 . Quando o barramento é seccionado em dois (split) e conectado
ao neutro da rede, a mínima tensão na saída passa a ser o dobro do pico da tensão de fase,
𝑉𝑜 > 2√2𝑉𝑖 . Os esforços elétricos nos semicondutores do circuito com conexão do neutro ao
ponto médio são mostrados na Figura 1.8.
Vdc
L=
4 ⋅ ∆I L ⋅ f S (1-7)
2 ⋅ Pi
I Lipk = (1-8)
3 ⋅ Vi
9
I Lipk
I Lrms = (1-9)
2
Rearranjando o conversor Boost por um conversor Buck na Figura 1.1 a), resulta
em um circuito mostrado na Figura 1.9 a) denominado como Swiss Rectifier (SOEIRO;
FRIEDLI; KOLAR, 2012). Assim como para o sistema tipo Boost, a injeção de corrente na
fase com o menor valor absoluto instantâneo de tensão é realizada através dos interruptores
bidirecionais de baixa frequência.
S7 L
D1 D2 D3
D7
ia S1
S2
S3 iY
Y C
S4
S5
S6
D4 D5 D6 D8
S8
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
a) Estrutura básica do retificador Swiss. b) Formas de onda das tensões de fase UaN, UbN e UcN, da corrente
de fase ia e da corrente injetada IY.
Kolar e Friedli (2012, p. 2603) relatam que os retificadores trifásicos do tipo Buck
são apropriados para carregadores de alta potência, visto que uma conexão direta à bateria é
possível. Comparados aos sistemas do tipo Boost, as topologias do tipo Buck apresentam uma
faixa de tensão de saída mais ampla, mantendo a capacidade de operar com alto fator de
potência e de limitar a corrente dinâmica. Um protótipo de alta eficiência e densidade de
potência, operando com fator de potência quase unitário, já foi desenvolvido (SOEIRO;
FRIEDLI; KOLAR, 2012).
3√2
A faixa de tensão de saída é dada por 𝑉𝑜 < 𝑉𝑖 . Os esforços de corrente e de
2
2 ⋅ Pi
I ipk = (1-10)
3 ⋅ Vi
O valor mínimo de indutância necessário para obter-se um máximo valor de
ondulação de corrente de ∆I L é dado por:
2 Vo ⋅ (1 − M )
L= (1-11)
3 ∆I L ⋅ f S
As correntes de pico e eficaz nos indutores são definidas por:
Po
I Lrms = (1-12)
Vo
∆I L
I Lpk = I Lrms + (1-13)
2
D1 D3 D5
S1 S3 S5
D7 C1
S2 S4 S6
D2 D4 D6
Figura 1.12 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador tipo Buck de seis interruptores
1
I Davg = I ipk ⋅
3⋅ M
I 3
I Drms = ipk ⋅ 1
M 3 I Savg = I ipk ⋅
VD max = Vi ⋅ 6 3⋅ M
I 3
I Srms = ipk ⋅
M 3
3 2
Índice de Modulação: VS max = Vi ⋅
2
Vo ⋅ 2
M=
Vi ⋅ 3
Fonte: Elaborada pelo autor.
Da mesma forma que para o retificador Swiss, o pico da corrente de entrada após
o filtro é definida por:
2 ⋅ Pi
I ipk = (1-14)
3 ⋅ Vi
O valor mínimo de indutância necessário para obter-se um máximo valor de
ondulação de corrente de ∆I L é dado por:
2 Vo ⋅ (1 − M )
L= (1-15)
3 ∆I L ⋅ f S
12
retificadores do tipo Buck apresentados são limitados à operação trifásica, tendo em vista que
não é possível suprir uma carga com potência constante sem o uso de capacitores, devido ao
fluxo de potência senoidal intrínseco à operação monofásica. Portanto, estas topologias não
são elegíveis à aplicação proposta e serão estudadas apenas a título de comparação.
Quando um conversor opera com uma larga diferença entre os níveis de tensão de
entrada e de saída, normalmente é possível identificar uma redução significante no seu
desempenho. A razão disto é o aumento da quantidade de energia processada que,
primeiramente, precisa ser armazenada em um elemento passivo (indutor), antes de ser
entregue à carga. É possível dizer que quão maior for a quantidade dessa energia “indireta”,
menor será a eficiência do sistema. No outro extremo, em caso de similaridade nas duas
tensões, praticamente toda a energia é entregue diretamente, resultando em máxima
eficiência. Tomando o conversor Boost como exemplo, pode-se notar que a totalidade da
energia é entregue diretamente quando a razão cíclica é nula, ou seja, as tensões de entrada e
saída têm o mesmo valor. À medida que estas tensões se distanciam, mais energia é entregue
indiretamente, reduzindo assim a eficiência do sistema (Figura 1.13).
Tal situação é especialmente crítica para inversores e retificadores com PFC, visto
que a razão cíclica dos interruptores abrange praticamente todos os possíveis valores. Em
casos em que a diferença entre o valor de pico da tensão CA e o valor médio da tensão CC é
grande, o índice de modulação é desviado consideravelmente de 1 e, consequentemente,
maiores perdas são esperadas.
Para lidar com tal situação, a operação de um retificador contendo dois
barramentos distintos tendo diferentes níveis de tensão é idealizada. Dependendo do ponto de
operação da tensão senoidal de entrada, o retificador escolherá entre os dois barramentos o
que melhor se adapta ao nível de saída desejado, maximizando a eficiência.
13
VIN VOUT
Fonte: KDEE.
Também podendo ser nomeado como 5-level three-phase PFC rectifier Vienna-
based with bypass function, esta é a topologia proposta neste trabalho. Composto de um
14
C1 D13
S7 S9 S11
L1 C3
S1
S2
L2
S3
S4
L3
S5
S6
D8 D10 D12 C4
C2 D14
S8 S10 S12
D2 D4 D6
L5
S14
Vo max
L=
8 ⋅ ∆I L ⋅ f S (1-19)
2 ⋅ Pi
I Lipk = (1-20)
3 ⋅ Vi
15
I Lipk
I Lrms = (1-21)
2
Figura 1.15 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador Vienna com bypass
Vdc ⋅ [4 ⋅ cos(a ) − M I ⋅ (sin(2a ) − 2a )] − 2 ⋅ Vipk ⋅ (π − 2a + sin(2a )) + Vo ⋅ [M I (sin(2a ) − 2a )]
I SDavg = I Lipk ⋅
4π ⋅ (Vdc − Vo )
Vdc ⋅ [3 ⋅ sin(2a ) + 3π + M I ⋅ (8 + cos(3a ) − 9 ⋅ cos(a ) − 6a )] − Vo ⋅ M I ⋅ (8 + cos(3a ) − 9 ⋅ cos(a ) ) + 2 ⋅ Vipk ⋅ (cos(3a ) − 9 ⋅ cos(a ) )
I SDrms = I Lipk ⋅
12π ⋅ (Vdc − Vo )
V −V V +V
VS max = dc o min VD max = dc o max
2 2
Vipk ⋅ (π − 2a + sin(2a )) − 2 ⋅ Vo ⋅ cos(a)
I Davg = I Lipk ⋅
2π ⋅ (Vdc − Vo )
V
2 ⋅ Vipk ⋅ (9 ⋅ cos(a) − cos(3a )) − 3 ⋅ Vo ⋅ (sin( 2a) + π − 2a ) arcsin o if Vo
≤ Vipk
I Drms = I Lipk ⋅ 2 ⋅V
12π ⋅ (Vdc − Vo ) a= ipk 2
π
VD max = Vdc otherwise
2
2
a Índice de Modulação Vienna:
8 ⋅ sin + M I ⋅ (sin (2a ) − 2a ) 2 ⋅ Vipk
I SDavg = I Lipk ⋅ 2 MI =
4π Vo
3 ⋅ 6a − 3 ⋅ sin (2a ) + M I ⋅ (9 ⋅ cos(a ) − cos(3a) − 8) Índice de Modulação Buck:
I SDrms = I Lipk ⋅ Vo
6 π M buck =
Vdc
Vo max
VSD max =
2
3 1 Vipk 2 3π sin( 4a )
⋅ 2 ⋅
2
⋅ − 3a + 2 sin( 2a ) − −
= I Lipk ⋅ Vo ⋅ (M buck − 1)
π 2 2 4
I Lorms (1-22)
− V 2 ⋅ a − sin( 2a ) − π − V ⋅ V ⋅ 3 cos(a ) − cos(3a )
o ipk o
2 4 4 3
16
2 2 ⋅ Vi − M buck ⋅ Vdc ∆I Lo
I Lopk = I Lipk ⋅ Vdc⋅ ⋅ +
M buck ⋅ Vdc ⋅ (1 − M buck )
2 (1-23)
2
S13
D1 D3 D5
C1
S7 L4
S9
S11
S1 S3 S5 C2 D7
L1
L2
L3
S2 S4 S6 C3 D8
S8 L5
S10
S12
C4
D2 D4 D6
S14
A inclusão dos blocos de bypass no circuito da Figura 1.7 faz com que este passe
de dois para quatro níveis de tensão. O princípio de operação é basicamente o mesmo do
circuito anterior, onde o ligamento e desligamento dos interruptores de bypass dependem do
nível de tensão na saída.
Os esforços elétricos em cada semicondutor do circuito são mostrados na Figura
1.17. Uma vez que os esforços no conversor Buck são os mesmos no retificador Vienna com
bypass, estes foram ocultados.
Assim como anteriormente, o valor mínimo de indutância necessário para obter-se
um máximo valor de ondulação de corrente de ∆I L também depende da faixa de trabalho da
17
tensão de saída. A indutância é dada pelo maior valor entre as equações (1-24) e (1-25).
Vdc
Assim, a menor indutância ocorre para Vo = .
3
Vdc − Vo min
L=
8 ⋅ ∆I L ⋅ f S (1-24)
Vo max
L=
4 ⋅ ∆I L ⋅ f S (1-25)
2 ⋅ Pi
I Lpk = (1-26)
3 ⋅ Vi
I Lpk
I Lrms = (1-27)
2
Figura 1.17 – Esforços elétricos nos semicondutores do retificador em ponte com bypass
Vi ⋅ 2 ⋅ (π − 2a + sin (2a )) − Vo ⋅ 2 ⋅ cos( a ) M I ⋅ sin (2a ) − 4 ⋅ cos(a ) − 2 ⋅ M I ⋅ a + 4
I Davg = I Lipk ⋅ I Davg = I Lipk ⋅
2π ⋅ (Vdc − Vo ) 8π
M I ⋅ (9 ⋅ cos(a ) − cos(3a ) − 8) − 3 ⋅ sin( 2a ) + 6a
Vo ⋅ 3 ⋅ (sin( 2a ) + π − 2a ) − Vi ⋅ 2 ⋅ (18 ⋅ cos(a ) − 2 ⋅ cos(3a )) I Drms = I Lipk ⋅
I Drms = I Lipk ⋅ 24π
12π ⋅ (Vo − Vdc ) V − Vo min
VD max = dc
Vdc − Vo min 2
VD max =
2
2 ⋅ Vipk
4 ⋅ cos(a ) − M I ⋅ (sin( 2a ) − 2a ) + 4 MI =
I Davg = I Lipk ⋅ Vo
8π
M I ⋅ (8 + cos(3a ) − 9 ⋅ cos(a ) ) + 3 ⋅ sin (2a ) + 6 ⋅ (π − a )
I Drms = I Lipk ⋅
24π
VD max = Vo max
a
2
a
2
Vdc ⋅ 8 ⋅ sin − 2 ⋅ M I ⋅ a + M I ⋅ sin (2a ) − 8 + Vi ⋅ 2 ⋅ (4π − 8a + 4 ⋅ sin (2a )) + Vo ⋅ 8 ⋅ sin + 2 ⋅ M I ⋅ a − M I ⋅ sin (2a )
2 2
I Savg = I Lipk ⋅
8π ⋅ (Vo − Vdc )
V ⋅ [3 ⋅ sin(2a ) + 6(π − a ) + M I ⋅ (cos(3a ) − 9 ⋅ cos(a ) + 8)] + Vo ⋅ [M I ⋅ (9 ⋅ cos(a ) − cos(3a ) − 8) − 6a + 3 ⋅ sin (2a )] + Vi ⋅ 2 ⋅ 4 ⋅ (cos(3a ) − 9 ⋅ cos(a ) )
I Srms = I Lipk ⋅ dc
24π ⋅ (Vdc − Vo )
Vdc − Vo min
VS max =
2
Fonte: Elaborada pelo autor.
conversor Buck são mostradas na Figura 1.18: a) unipolar, ideal para retificadores com
barramento simples, e b) bipolar, ideal para o balanceamento da tensão nos capacitores do
barramento duplo.
S1 L1
D1 C1
D1 C1
D2 C2
L2
S2
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
A versão unipolar apresenta menores perdas por condução que a versão bipolar,
contudo, maiores perdas por comutação, equilibrando a quantidade de perdas totais ao final. O
rendimento destas topologias caracteriza-se por crescer com o aumento da tensão de saída,
podendo ser bastante elevado para tensões de saída mais próximas da tensão de entrada. Os
esforços elétricos nos semicondutores do conversor Buck bipolar e unipolar são mostrados na
Figura 1.19.
⋅ (1 − M )
Po
I Davg =
Vdc ⋅ M
Po
I Drms = ⋅ 1− M
Vdc Vdc ⋅ M
VS max = VS max = Vdc
2 Índice de Modulação:
VD max = Vdc
Vdc Vo
VD max = M=
2 Vdc
Vdc ⋅ D ⋅ (1 − D )
L=
∆I L ⋅ f S (1-28)
As normas atuais não exigem isolamento entre rede e bateria. No entanto, devido
a razões de segurança, é de comum senso o desenvolvimento de carregadores on-board com
um transformador isolador (ZELTNER, 2011). O uso de transformadores é o método mais
comum de isolamento. Embora o transformador isolado em alta frequência tenha volume
reduzido em comparação ao de baixa frequência, altas correntes e amplas faixas de tensão
levam a um projeto volumoso e a perdas adicionais.
Como primeira solução proposta para o isolamento, é apresentado um conversor
ressonante com isolamento capacitivo (Figura 1.20). Como vantagem, pode-se citar que os
capacitores ressonantes são compactos, têm isolamento eficaz e eficiência extremamente alta
possível (> 99%). Aspectos de segurança já são tratados em projetos existentes de capacitores
para aplicações de potência e podem ser adaptados para a aplicação proposta. Como
desvantagem, é esperada corrente pulsada de alta frequência no lado da bateria sem medidas
adicionais.
Figura 1.20 – Estruturas básicas do conversor série ressonante meia ponte e ponte completa
C1 S1 D1 D3 S1 S3 D1 D3
L1 C3 L1 C1
C5 C3
L2 C4 L2 C2
C2 S2 D2 D4 S2 S4 D2 D4
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
A principal diferença entre os dois circuitos mostrados na Figura 1.20 acima está
no ganho de tensão. O ganho de tensão para o circuito ressonante meia ponte (Figura 1.20 a))
20
Vo 1 V
é dado por = , enquanto para o circuito ponte completa (Figura 1.20 b)), por o = 1 .
Vi 2 Vi
Estes conversores foram apresentados apenas com o objetivo de mostrar uma
possível solução eficiente para a isolação do sistema, porém o projeto destes não está
enquadrado neste trabalho, bem como uma análise profunda sobre a aplicabilidade e a
capacidade de isolação em circuitos voltados para o carregamento de baterias.
Tabela 1.1 – Faixa de tensão no barramento CC para possíveis configurações dos capacitores e das fases.
Número Tipo do barramento CC Tensão de saída Nível de tensão
de fases (VLL = 400 / VN = 230)
Retificador híbrido de injeção de 3° harmônica de corrente
3 Simples 𝑉𝑑𝑐 > 𝑉𝐿𝐿 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 566
3 Duplo (neutro não conectado) 𝑉𝑑𝑐 > 𝑉𝐿𝐿 ∙ √3 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 980
2 Simples (interruptores de injeção bloqueados) 𝑉𝑑𝑐 > 𝑉𝐿𝐿 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 566
1 Simples (interruptores de injeção bloqueados) 𝑉𝑑𝑐 > 𝑉𝑁 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 325
Retificador em ponte completa totalmente controlado
3 Simples 𝑉𝑑𝑐 > 𝑉𝐿𝐿 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 566
3 Duplo (neutro conectado) 𝑉𝑑𝑐 > 2 ∙ 𝑉𝑁 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 650
2 Simples 𝑉𝑑𝑐 > 𝑉𝐿𝐿 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 566
2 Duplo (neutro conectado) 𝑉𝑑𝑐 > 2 ∙ 𝑉𝑁 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 650
1 Simples (2 braços) 𝑉𝑑𝑐 > 𝑉𝑁 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 325
1 Duplo (neutro conectado) (1 braço) 𝑉𝑑𝑐 > 2 ∙ 𝑉𝑁 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 650
Retificadores Vienna convencional e com três interruptores
3 Duplo (neutro não conectado) 𝑉𝑑𝑐 > 𝑉𝐿𝐿 ∙ √3 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 980
3 Duplo (neutro conectado) 𝑉𝑑𝑐 > 2 ∙ 𝑉𝑁 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 650
2 Duplo (neutro não conectado) 𝑉𝑑𝑐 > 𝑉𝐿𝐿 ∙ √3 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 980
2 Duplo (neutro conectado) 𝑉𝑑𝑐 > 2 ∙ 𝑉𝑁 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 650
1 Duplo (neutro não conectado) 𝑉𝑑𝑐 > 𝑉𝑁 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 325
(2 braços com o mesmo sinal)
1 Duplo (neutro conectado) (1 braço) 𝑉𝑑𝑐 > 2 ∙ 𝑉𝑁 ∙ √2 𝑉𝑑𝑐 > 650
Retificador Swiss
3 Simples √3 𝑉𝑑𝑐 < 490
𝑉𝑑𝑐 < ∙ 𝑉𝐿𝐿 ∙ √2
2
Retificador tipo Buck com seis interruptores
3 Simples √3 𝑉𝑑𝑐 < 490
𝑉𝑑𝑐 < ∙ 𝑉𝐿𝐿 ∙ √2
2
Fonte: Elaborada pelo autor.
21
1.7.1 Introdução
representada por I i . Os fatores adimensionais para os valores médio e eficaz dos esforços de
corrente em torno do referido dispositivo são mostrados, respectivamente, nas equações
seguintes:
IF
ξi = (1-31)
Ii
~
~ I
ξi = F (1-32)
Ii
na folha de dados como uma função da corrente I S para um determinado nível de tensão,
pode ser normalizado com relação à potência de entrada Pi como mostrado na equação
22
VˆS
εˆi = (1-36)
Vi
A soma de cada um desses fatores de corrente, associados adequadamente com os
fatores de tensão para os n dispositivos em um dado circuito, resulta em fatores adimensionais
que podem ser utilizados como uma referência neutra das diferentes topologias.
Ξi = ∑ ξ i
n
(1-37)
~ ~
Ξ*i = ∑ ξ i 2 ⋅ εˆiβ
(1-38)
n
Com relação à avaliação dos elementos passivos, a análise aqui será limitada aos
indutores, uma vez que eles são tipicamente os componentes mais volumosos. O produto da
~
indutância L , do valor de pico IˆL e do valor eficaz I L da corrente no indutor pode prover um
indicador para o tamanho e volume do elemento magnético (MOHAN; UNDELAND;
ROBBINS, 2003). Apesar de o volume não ser exatamente proporcional ao produto das áreas
(WAFFLER; PREINDL; KOLAR, 2009), isto pode servir bem como uma figura de mérito. O
fator que expressa a densidade de potência de um indutor pode ser definido como a seguir:
Pi
ρL = ~
L ⋅ Iˆ ⋅ I
L L
(1-40)
é dado por:
Ξi = ∑ ξ Si + k Davg ⋅ ∑ ξ Di
n n
(1-41)
24
~ ~ ~
Ξ*i = ∑ ξ Si2 ⋅ εˆiβ S + k Drms ⋅ ∑ ξ Di2 ⋅ εˆiβ D
(1-42)
n n
~*
O fator Ξi representa as perdas geradas pela corrente média, enquanto o fator Ξ i
,
as perdas pelo quadrado da corrente eficaz. Porém, essas duas grandezas
adimensionais resultam entre si em escalas diferentes da realidade e, por fim,
acabam não contendo informações tão úteis para a comparação dos circuitos. Com
o objetivo de unir esses dois fatores e ter uma informação mais completa das
perdas totais por condução, outro coeficiente foi definido e nomeado kavg . Dessa
forma, o novo valor que quantifica as perdas totais por condução é expresso por:
~
Ξ*i + k avg ⋅ Ξi (1-45)
4 4
2 2
200 300 400 500 600 700 200 300 400 500 600 700
Tensão de saída (V) Tensão de saída (V)
a) b)
30 30
B6 + Buck B6 + Buck
Fator de perdas devido a corrente eficaz
12 12
6 6
200 300 400 500 600 700 200 300 400 500 600 700
c) d)
26
40 40
B6 + Buck B6 + Buck
Vienna + Buck B6 com Bypass
16 16
8 8
200 300 400 500 600 700 200 300 400 500 600 700
e) f)
Fonte: Elaborada pelo autor.
a) e b) Fator de perdas por condução devido à corrente média ( k avg ⋅ Ξi ) ; c) e d) Fator de perdas por
~ ~
condução devido à corrente eficaz (Ξ*i ) ; e) e f) Fator de perdas por condução totais (Ξ*i + k avg ⋅ Ξi ) .
Vo I Lipk ⋅ (1 − cos(a ) )
Retificador em ponte completa VS = 2 IS =
π
com função bypass
(interruptores internos e de bypass) (V − V )
= dc o
I ⋅ cos(a )
VSbyp I Sbyp = Lipk
2 π
Vipk ⋅ 3 ⋅ (sin(2a ) − 2a + π ) − Vo ⋅ 6 ⋅ cos(a )
Conversor Buck associado à Vdc IS = I Lipk ⋅
função bypass
VS = 2π ⋅ Vdc ⋅ M buck ⋅ (1 − M buck )
2
*Valor médio do contorno da curva
Fonte: Elaborada pelo autor.
15 15
B6 + Buck B6 + Buck
Vienna + Buck B6 com Bypass
6 6
3 3
200 300 400 500 600 700 200 300 400 500 600 700
Tensão de saída (V) Tensão de saída (V)
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
~
Figura 1.23 – Fator de perdas totais (Ξ*i + k avg ⋅ Ξi + k sw ⋅ Π *Si )
50 50
B6 + Buck B6 + Buck
Vienna + Buck B6 com Bypass
40 3-S Vienna + Buck 40 Vienna + Buck
3° Harmônica + Buck Vienna com Bypass
Fator de perdas totais
Swiss
30 6-S Buck 30
20 20
10 10
200 300 400 500 600 700 200 300 400 500 600 700
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
28
2 2
1 1
200 300 400 500 600 700 200 300 400 500 600 700
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
A partir dos resultados obtidos com os fatores de perdas totais dos circuitos e com
os fatores de densidade de potência dos indutores, já se pode ter uma ideia do desempenho das
diferentes topologias analisadas. Porém, para uma melhor compreensão dos resultados, faz-se
necessária a normalização dos fatores para a obtenção de dois novos conceitos: fator de área
de chip necessária e um novo fator de densidade de potência dos indutores operando em uma
nova frequência de comutação. A utilidade desses novos fatores está no peso que cada um
desses conceitos (custo x volume) tem para a tomada da decisão sobre a topologia a ser
utilizada, uma vez que os principais custos de um módulo estão relacionados com a área de
chip. A tecnologia de empacotamento e as ligações contabilizam apenas 20% do custo total de
um módulo (SCHWEIZER et al., 2010). Esta análise será feita somente para os retificadores
ponte completa e Vienna com e sem função bypass, pois apresentaram os resultados mais
satisfatórios, cumprindo os requisitos do projeto.
para cada topologia de modo que a temperatura da junção de cada elemento atinja um valor
médio de Tj = 125 °C. A área de chip para elementos com perdas reduzidas será diminuída,
enquanto que para elementos com elevadas perdas, será aumentada. A avaliação comparativa
revela que a área de semicondutor pode ser consideravelmente reduzida para topologias
multiníveis, visto que as perdas são divididas por mais componentes. Surpreendentemente, a
área total de chip requerida é menor em topologias de 3 níveis para frequências de comutação
acima de 10 kHz, sendo reduzida à metade para um frequência de 32 kHz. Portanto, a redução
da área de semicondutor pode diminuir bastante os custos de um módulo multinível.
Com o objetivo de fazer uma comparação inicial e adimensional da área de chip
necessária, a frequência de comutação de cada topologia será multiplicada por um fator de
normalização k NF que torne todos os fatores de perdas por comutação iguais, ou seja, com o
mesmo valor. Como o retificador em ponte apresentou o maior resultado do fator de perdas
por comutação, os circuitos remanescentes serão normalizados a partir dele.
Π *Si ( circuito )
k NF ( circuito ) = (1-47)
Π *Si ( B 6 )
B6 + Buck
B6 com Bypass
Vienna + Buck
8 Vienna com Bypass
18
12
−3
ρL ≈ f 4 (1-52)
1.8 Conclusão
2.1 Introdução
L4
D1 D3 D5 S13
Função S7 S9 S11
Bypass C1 D19
D7 D9 D11 S1...S6
L1 C3
L2
L3
D13...D18 C4
D8 D10 D12
C2 D20
S8 S10 S12
D2 D4 D6 S14
L5
PFC + PFC +
Buck PFC Buck PFC
Figura 2.3 – Etapa positiva de acumulação (modo I) Figura 2.4 – Etapa positiva de transferência (modo I)
Vdc+ Vdc+
D1 Vo+ D1 Vo+
S7 S7
C1 C3 C1 C3
D7 S1 D7 S1
L1 L1
D14 D14
Van Van
Figura 2.5 – Etapa positiva de acumulação (modo II) Figura 2.6 – Etapa positiva de transferência (modo II)
Vdc+ Vdc+
D1 Vo+ D1 Vo+
S7 S7
C1 C3 C1 C3
D7 S1 D7 S1
L1 L1
D14 D14
Van Van
2.3.3 Modulação
portadoras mais externas são responsáveis pela modulação dos interruptores bypass, enquanto
as mais internas, pelos interruptores bidirecionais. No caso do uso de valores absolutos para o
cálculo das variáveis de controle, pode-se optar pelo uso de apenas duas portadoras, sendo
que os interruptores responsáveis pelos ciclos positivos e negativos serão comutados com
mesmo sinal de gatilho. Foi adotada no projeto esta configuração com apenas duas portadoras.
A Figura 2.7 b) mostra o esquema utilizado. Vale ressaltar que a referência de corrente de
entrada permanece senoidal sem conteúdo harmônico e que a forma de onda da tensão de
controle mostrada na Figura 2.7 a) ocorre naturalmente devido à comutação entre os modos de
operação do sistema.
a)
VgS7
VgS8
−
+
Iref
+
−
|x| PID
Ia + VgS1-2
|x|
−
b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
a) Exemplo de modulação PD com 4 portadoras e b) esquema da configuração com 2 portadoras adotado no
projeto.
Wi = Wo (2-1)
Dessa forma:
Vo
Vi (t ) ⋅ I i (t ) ⋅ TS = ⋅ I i (t ) ⋅ (1 − DI (ωt )) ⋅ TS (2-2)
2
Reagrupando (1-31), encontra-se (2-3).
Vi (t ) 2 ⋅ Vipk ⋅ sin(ωt )
DI (ωt ) = 1 − =1−
Vo Vo (2-3)
2
Já no modo II, a energia cedida pela entrada é dividida entre a saída e o
barramento CC em quantidades que dependem do ponto de operação da função bypass, que
varia de acordo com a tensão da bateria, portanto:
Wi = Wo + Wdc (2-4)
Assim:
Vo V
Vi (t ) ⋅ I i (t ) ⋅ TS = ⋅ I i (t ) ⋅ DII (ωt ) ⋅ TS + dc ⋅ I i (t ) ⋅ (1 − DII (ωt )) ⋅ TS (2-5)
2 2
Reagrupando (2-5), encontra-se (2-6).
Vdc
Vi (t ) −
DII (ωt ) = 2 = 1 − 2 ⋅ Vipk ⋅ sin(ωt ) − Vo
(2-6)
Vo Vdc
− Vdc − Vo
2 2
A Figura 2.8 mostra o comportamento das razões cíclicas nos interruptores do
bypass (S1-S6) e nos interruptores bidirecionais (S7 – S12). Quanto maior o nível de tensão na
saída, maior é a quantidade de energia que flui diretamente através do bypass à bateria.
V
arcsin o se Vo ≤ Vipk
2 ⋅V 2
a= ipk (2-7)
π
se não
2
0 se a < t < π − a
DI (ωt ) = 2 ⋅ Vipk
1− ⋅ sin(ωt ) se não (2-8)
Vo
2 ⋅ Vipk ⋅ sin(ωt ) − Vo
1− se a < t < π − a
DII (ωt ) = Vdc − Vo (2-9)
1 se não
38
1 1
Ciclo de trabalho
Ciclo de trabalho
0.5 0.5
Figura 2.9 – Principais formas de onda do retificador Vienna com função bypass
Vipk = Vi ⋅ 2 (2-10)
Pi ⋅ 2
I Lipk = (2-11)
3 ⋅ Vi
39
V
arcsin o se Vo ≤ Vipk
2 ⋅V 2
a= ipk (2-12)
π
se não
2
Os ciclos de trabalho são dados por (2-14) e (2-15) para os modos de operação I e
II, respectivamente:
2 ⋅ Vipk
MI = (2-13)
Vo
2 ⋅ Vipk ⋅ sin(ωt ) − Vo
DII (ωt ) = 1 −
Vdc − Vo (2-15)
A máxima tensão reversa sobre os diodos D1-6 é dada pela tensão do barramento
CC, definida por (2-21).
VD1 max = Vdc (2-21)
2 2
⋅ I Lipk ⋅ sin(ωt ) ⋅ (1 − DI (ωt ) ) ⋅ dωt
2π ∫a
I D1avg = (2-22)
I D1avg =
[
I Lipk ⋅ Vipk ⋅ (π − 2a + sin (2a )) − 2 ⋅ Vo ⋅ cos(a ) ]
2π ⋅ (Vdc − Vo ) (2-23)
π
a
2
2
I S 7 avg = ⋅ ∫ I Lipk ⋅ sin(ωt ) ⋅ (1 − DI (ωt ) ) ⋅ dωt + ∫ I Lipk ⋅ sin(ωt ) ⋅ DII (ωt ) ⋅ dωt
2π 0 (2-28)
a
Substituindo as equações (2-14) e (2-15) em (2-28), o valor médio é igual a:
Vdc ⋅ [4 ⋅ cos(a ) − M I ⋅ (sin( 2a ) − 2a )] − 2 ⋅ Vipk ⋅ (π − 2a + sin (2a ))
+
4π ⋅ (Vdc − Vo )
= I Lipk ⋅
+ Vo ⋅ [M I (sin( 2a ) − 2a )]
I S 7 avg (2-29)
4π ⋅ (Vdc − Vo )
V
Vipk ⋅ sin(ωt ) − o ⋅ DII (ωt )
2
se a < ωt < π − a
∆I Li (ωt ) = f S ⋅ L1 (2-32)
Vipk ⋅ sin(ωt ) ⋅ DI (ωt )
se não
f S ⋅ L1
Figura 2.10 – Ondulação na corrente do indutor CA de entrada
5
Vo = 460
Vo = 590
4 Vo = 720
Ondulacao de corrente [A]
Ângulo [rad]
Fonte: Elaborada pelo autor.
42
O pior caso ocorre para tensão mínima de saída e pico da corrente de entrada
π
ωt = e é definido por:
2
V
I Lipk ⋅ 1 − o min
C1 = Vdc (2-36)
∆VC1 ⋅ f S
Sendo Ma, Mb e Mc as razões cíclicas das correntes conduzidas para a saída pelos
interruptores e diodos bypass dadas por:
DII (ωt ) se a ≤ ωt < π − a
M a (ωt ) =
DI (ωt ) se não
2π 2π
DII ωt − se a ≤ ωt − <π −a
M b (ωt ) = 3 3
2π
DI ωt − se não (2-37)
3
2π 2π
DII ωt + se a ≤ ωt + <π −a
M c (ωt ) = 3 3
2π
DI ωt + se não
3
43
I C1 = 2 ⋅
3 2 2
[
⋅ I Lo (ωt ) ⋅ T1 (ωt ) + (I a (ωt ) − I Lo (ωt )) ⋅ T2 (ωt ) + I a (ωt ) ⋅ T3 (ωt ) ⋅ dt
2π ∫a
2 2
] (2-39)
Como a potência entregue a cada lado (positivo e negativo) da saída varia com o
tempo e a corrente na bateria deve ser idealmente constante, a troca de energia no capacitor de
saída ocorre com o triplo da frequência da rede.
Como anteriormente explicado, o capacitor pode ser definido pela variação da
tensão causada pela injeção ou extração de corrente durante um determinado período de
tempo como:
I C _ sto ⋅ ∆t
C= (2-40)
∆VC
Para o capacitor de saída, a corrente média que é injetada ocorre durante o
π 2π
intervalo ≤ ωt ≤ da senóide fundamental da tensão de fase da entrada e é definida em
3 3
(2-41).
2π
3 Po Po
I a (ωt ) + I Lo (ωt ) − ⋅ M a (ωt ) + I Lo (ωt ) − ⋅ (1 − M a (ωt )) ⋅ dωt
6
I C 3 _ sto =
2π
⋅ ∫ (2-41)
π Vo Vo
3
L4
D1 D3 D5 S13
Função S7 S9 S11
Bypass C1 D19
D7 D9 D11 S1...S6
L1 C3
L2
L3
D13...D18 C4
D8 D10 D12
C2 D20
S8 S10 S12
D2 D4 D6 S14
L5
2.5.1 Modulação
Figura 2.12 – Principais formas de onda do conversor Buck bipolar associado à função bypass
A potência instantânea por fase que flui da entrada para o barramento CC é dada
por:
Vo
Pdc (ωt ) = Vipk ⋅ I Lipk ⋅ sin(ωt ) 2 − ⋅ I Lipk ⋅ sin(ωt ) ⋅ DII (ωt ) (2-45)
2
Considerando que as tensões do barramento CC e da saída são constantes e que
toda a potência que flui para o barramento é convertida para a saída, tem-se:
46
Vo V
⋅ I Lo (ωt ) = Vipk ⋅ I Lipk ⋅ sin(ωt ) 2 − o ⋅ I Lipk ⋅ sin(ωt ) ⋅ DII (ωt ) (2-47)
2 2
Logo, a corrente no indutor de saída do Buck segue a mesma forma da curva da
potência:
Vipk ⋅ I Lipk ⋅ sin(ωt ) 2
I Lo (ωt ) = − I Lipk ⋅ sin(ωt ) ⋅ DII (ωt )
Vo (2-48)
2
3 2
2π ∫a
I S 13avg = 2⋅ ⋅ I Lo (ωt ) ⋅ M buck ⋅ dωt (2-50)
I S13avg =
[
3 ⋅ I Lipk ⋅ M buck ⋅ 2 ⋅ Vo ⋅ cos(a ) + Vipk ⋅ (2a − sin( 2a ) − π )]
2π ⋅ Vo ⋅ (M buck − 1) (2-51)
3 2
⋅ (I Lo (ωt ) ) ⋅ M buck ⋅ dωt
2π ∫a
I S 13rms = 2 ⋅
2
(2-52)
Assim:
A máxima tensão reversa sobre o diodo D19 é dada pela metade da tensão do
barramento CC, definida por (2-54).
47
Vdc
VD19 max = (2-54)
2
Aplicando-se a definição de valor médio, a corrente em D19 é expressa por:
π
3 2
⋅ I Lo (ωt ) ⋅ (1 − M buck ) ⋅ dωt
2π ∫a
I D19 avg = 2 ⋅ (2-55)
I D19 avg =
[
3 ⋅ I Lipk ⋅ Vipk ⋅ (sin( 2a ) − 2a + π ) − 2 ⋅ Vo ⋅ cos(a ) ]
2π ⋅ Vo (2-56)
3 2
= 2⋅ ⋅ ∫ (I Lo (ωt ) ) ⋅ (1 − M buck ) ⋅ dωt
2
I D19 rms (2-57)
2π a
3 1 Vipk 2 3π sin( 4a )
⋅ 2 ⋅ ⋅ − 3a + 2 ⋅ sin( 2a ) − −
π Vo ⋅ (1 − M buck ) 2 2 4
I D19 rms = I Lipk ⋅ (2-58)
− V 2 ⋅ a − sin( 2a ) − π − V ⋅ V ⋅ 3 ⋅ cos(a ) − cos(3a )
ipk o
2
o
2 4 4
A Figura 2.13 mostra a forma de onda da corrente no indutor Buck para vários
níveis de tensão na saída, como expresso em (2-60).
40
20
Ângulo [rad]
Fonte: Elaborada pelo autor.
48
3 2
I Lorms = 2 ⋅ ⋅ ∫ I Lo (ωt ) 2 dωt (2-61)
2π a
3 1 Vipk 2 3π sin( 4a )
⋅ ⋅
2
⋅ − 3a + 2 ⋅ sin( 2a ) − −
π Vo ⋅ (M buck − 1) 2 2
2
4
I Lorms = I Lipk ⋅ (2-62)
− V 2 ⋅ a − sin( 2a ) − π − V ⋅ V ⋅ 3 ⋅ cos(a ) − cos(3a )
o ipk o
2 4 4 2
O valor da corrente de pico é apresentado e desenvolvido nas equações (2-63) e
(2-64), respectivamente, como:
π ∆I
I Lopk = I Lo + Lo (2-63)
2 2
2 2 ⋅ Vi − M buck ⋅ Vdc ∆I Lo
I Lopk = I Lipk ⋅ Vdc⋅ ⋅ +
⋅
buck dc
M V
2
⋅ (1 − M )
buck
2 (2-64)
2.6 Conclusão
3.1 Introdução
L4
D1 D3 D5 S13
Função S7 S9 S11
Bypass C1 D19
D7 D9 D11 S1...S6
L1 C3
L2
L3
D13...D18 C4
D8 D10 D12
C2 D20
S8 S10 S12
D2 D4 D6 S14
L5
VCEo = 0,99 V .
Assim, as potências dissipadas na condução dos interruptores são dadas por:
Para maior exatidão do cálculo das perdas durante a comutação, foram utilizadas
curvas aproximadas das energias de ligamento e desligamento em função da corrente de
coletor/dreno medidas experimentalmente em laboratório por meio de circuitos de teste
desenvolvidos pelo KDEE. O teste é conhecido como medição de duplo pulso e determina a
área de interseção entre as curvas de tensão e corrente de comutação. A vantagem dos
resultados obtidos neste teste com relação às curvas de energia comumente presentes nas
folhas de dados dos interruptores é que os testes são realizados de acordo com os parâmetros e
configurações do circuito a ser estudado. Como por exemplo, são mantidas as configurações
dos drivers de acionamento e a temperatura de junção na qual o interruptor irá operar. Além
disso, podem ser adotados diodos com característica de recuperação reversa nula, o que
aproxima os resultados da realidade. Um exemplo de circuito para esta função é ilustrado em
uma nota de aplicação da Fairchild (UM, 2002).
400 400
300 300
200 200
100 100
Eon Eon
Eoff Eoff
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
a) b)
Fonte: KDEE.
a) MOSFET @ VDS _ amostra = 300 V e b) IGBT @ VCE _ amostra = 300 V .
52
[ ]
a
⋅ ∫ Eon (I S 1sw (t )) + Eoff (I S 1sw (t )) dt ⋅
1 VS 1sw
PS 1sw = ⋅ fS
π 0
Vamostra (3-3)
Vo
Onde I S 1sw (t ) = I Lipk ⋅ sin (ωt ) é a corrente se chaveamento, VS 1sw = é a tensão de
2
chaveamento e Vamostra = 300 V é a tensão na qual as curvas de energia de comutação foram
amostradas experimentalmente.
A Figura 3.3 mostra as curvas das perdas por condução, por comutação e totais
para cada interruptor bidirecional. Pode-se observar o melhor desempenho geral do IGBT
com relação ao MOSFET SiC. Vale ressaltar que este comportamento das perdas se deve às
características particulares da topologia.
10
Tabela 3.4 – Esforços elétricos nos diodos em antiparalelo com os interruptores bidirecionais
Tensão máxima VD13max 360 V Vo = 720 V
Corrente média máxima ID13avg 4,2 A Vo = 720 V
Corrente eficaz máxima ID13rms 10,9 A Vo = 720 V
Corrente de pico ID13pk 45,1 A
Fonte: Elaborada pelo autor.
53
Perdas [W]
4
A partir das equações (2-21), (2-23) e (2-25) e das especificações da Tabela 3.1,
os esforços máximos de tensão e corrente dos diodos D1-6 e o nível de tensão de saída
correspondente ao pior caso são mostrados na Tabela 3.6.
9
Perdas [W]
Com base nas especificações do retificador e nas equações (1-28), (1-31) e (1-33),
os esforços máximos de tensão e corrente dos interruptores S7-12 e o nível de tensão de saída
correspondente ao pior caso são mostrados na Tabela 3.8.
56
Baseado nos esforços elétricos, é possível realizar a escolha dos interruptores dos
blocos de bypass do retificador. Com o objetivo de comparar o desempenho de dois tipos
diferentes de tecnologias para esta função, novamente foram selecionados um IGBT e um
MOSFET SiC. As especificações destes semicondutores são mostradas na Tabela 3.9.
I R I
2
PS 7 cond _ IGBT = 2 ⋅ VCEo ⋅ S 7 avg + on ⋅ S 7 rms (3-9)
2 2 2
E as perdas por comutação são determinadas de acordo com a equação (3-10).
π
[ ]
2
⋅ ∫ Eon (I S 7 sw (t )) + Eoff (I S 7 sw (t )) dt ⋅
2 VS 7 sw
PS 7 sw = ⋅ fS (3-10)
π a
Vamostra
Vdc − Vo
VS 7 sw = (3-12)
2
A Figura 3.6 mostra as curvas das perdas por condução, por comutação e totais
para cada conjunto de interruptores bypass. Pode-se observar o melhor desempenho geral do
MOSFET SiC com relação ao IGBT. Vale destacar que o comportamento das perdas segue a
curva de corrente no interruptor. A corrente cresce até a tensão de saída atingir o dobro do
pico da tensão de fase de entrada, contudo, a partir deste valor, a corrente passa a decrescer
com o aumento da tensão de saída.
15
Perdas [W]
10
coletor-emissor inicial VFo = 0,81 V . A potência dissipada na condução do diodo é dada por:
A perda por comutação para cada diodo bypass é determinada com base na carga
capacitiva total Qc de acordo com a equação abaixo.
a
PD 7 sw = Qc ⋅ f S ⋅ VD 7 sw ⋅ (3-14)
π
As tensões de chaveamento para cada modo de operação são definidas como:
Vo
VD 7 sw = (3-15)
2
A Figura 3.7 mostra as curvas das perdas por condução, por comutação e totais
para cada diodo do bloco bypass.
20
15
Perdas [W]
10
5
Perdas por condução
Perdas por comutação
Perdas totais
Li ⋅ I Lipk
N Li = ⋅10 4 = 46 (3-17)
Ae ⋅ Bmax
µo ⋅ N Li 2 ⋅ Ae
l gLi = ⋅10 −4 = 0,96 mm (3-18)
2 ⋅ Li
Com o objetivo de reduzir as perdas no cobre, o enrolamento foi
sobredimensionado adotando um cabo (litz) contendo 420 fios isolados com diâmetro de 0,2
mm (AWG 32) em paralelo e com área total aproximada de 17,3 mm2.
60
ρ cu ⋅ le ⋅ N Li
PcuLi = ⋅ I Lirms = 10,24 W
2
(3-23)
AcuLi
A perda total em cada indutor de entrada é dada pela soma das perdas no núcleo e
no cobre, logo:
PLi = PcoreLi + PcuLi (3-24)
Para efeito de comparação, mantendo o mesmo indutor, a soma das perdas nos
três indutores de entrada para os retificadores Vienna e Vienna com função bypass é mostrada
na Figura 3.8.
61
30
20
10
Retificador Vienna com bypass
Retificador Vienna
Como as correntes eficazes de entrada são iguais nos dois casos, a singela
diferença nas perdas se deve exclusivamente às perdas no núcleo. Mais especificamente, à
diferença do comportamento das ondulações de corrente (Figura 2.10) e, consequentemente,
da variação da densidade de fluxo magnético.
Com base nas equações (2-42) e (2-43) e assumindo uma ondulação na tensão de
Vo max
saída máxima ∆VC 3 = 20% ⋅ , os valores de capacitância, da corrente eficaz e da tensão
2
máxima nos capacitores do barramento CC são mostrados na Tabela 3.16.
1.6
Perdas nos capacitores de sa
1.2
0.8
ída
0.4
L4
D1 D3 D5 S13
Função S7 S9 S11
Bypass C1 D19
D7 D9 D11 S1...S6
L1 C3
L2
L3
D13...D18 C4
D8 D10 D12
C2 D20
S8 S10 S12
D2 D4 D6 S14
L5
PS 13 sw =
2 2
2π a
[ ]
⋅ ∫ Eon (I S 13 sw (t )) + Eoff (I S 13 sw (t )) dt ⋅ S 13 sw ⋅ f S
V
Vamostra (3-29)
3
Onde, a corrente e a tensão de chaveamento são dadas por:
I Lo (t )
I S 13 sw (t ) = (3-30)
2
Vdc
VS 13 sw = (3-31)
2
A tensão na qual as curvas de energia de comutação foram amostradas
experimentalmente é Vamostra = 300 V .
A Figura 3.12 mostra as curvas das perdas por condução, por comutação e totais
para cada conjunto de interruptores do Buck. Pode-se observar o melhor desempenho geral do
MOSFET SiC com relação ao IGBT. Pode-se perceber que com o aumento da tensão de saída,
menos corrente flui pelo conversor Buck, diminuindo assim as perdas.
66
Perdas [W]
20
10
A especificação dos diodos do Buck é realizada com base nos esforços elétricos
obtidos. Os diodos escolhidos apresentam tecnologia Silicon Carbide Schottky e suas
especificações são apresentadas na Tabela 3.22.
coletor-emissor inicial VFo = 0,89 V . Uma vez que são associados dois diodos em paralelo, a
potência dissipada na condução do diodo do Buck é dada por:
67
A perda por comutação para cada diodo bypass é determinada com base na carga
capacitiva total Qc de acordo com a equação abaixo.
π
−a
PD19 sw = 2 ⋅ Qc ⋅ VD19 sw ⋅ f S ⋅ 2 (3-33)
π
Vo
Onde, VD19 sw = é a tensão de chaveamento do diodo do Buck.
2
A Figura 3.13 mostra as curvas das perdas por condução, por comutação e totais
para a associação de diodos do Buck.
8
Perdas [W]
Li ⋅ I Lirms ⋅ I Lipk
Ae ⋅ Aw = ⋅ 104
K w ⋅ J max ⋅ Bmax (3-34)
Li ⋅ I Lipk
N Li = ⋅10 4 = 42 (3-35)
Ae ⋅ Bmax
µo ⋅ N Li 2 ⋅ Ae
l gLi = ⋅10 −4 = 4,65 mm (3-36)
2 ⋅ Li
Com o objetivo de reduzir as perdas no cobre, o enrolamento foi
sobredimensionado adotando um cabo (litz) retangular contendo 550 fios isolados com
diâmetro de 0,2 mm (AWG 32) em paralelo e com área total de aproximada 22,0 mm2.
O fator de utilização encontrado é dado por (3-37) e comprova a viabilidade da
execução.
Alitz
Ku = = 0,55 (3-37)
Aw
A Tabela 3.24 apresenta o resumo para a montagem dos indutores de entrada.
ρ cu ⋅ le ⋅ N Lo
PcuLo _ max = ⋅ I Lorms = 7,333 W
2
(3-41)
AcuLo
A perda total em cada indutor da saída é dada pela soma das perdas no núcleo e no
cobre, logo:
PLo = PcoreLo + PcuLo (3-42)
Para efeito de comparação, mantendo o mesmo indutor, a soma das perdas nos
dois indutores de saída para os conversores Buck e Buck associado à função bypass é
mostrada na Figura 3.14. Apesar da ondulação de corrente se manter a mesma para os dois
casos, o comportamento das perdas no núcleo varia de forma diferente com a tensão de saída.
Porém, a maior diferença se deve às perdas no cobre dos indutores, visto que o conversor
Buck associado à função bypass é projetado para apenas uma fração da potência nominal do
sistema. Enquanto que para o outro caso, toda energia da entrada é processada pelo conversor
Buck na saída.
70
24
16
Temperatura na juncao
125 125
S1-6 (IGBT)
S1-6 (MOSFET)
100 D13-18 100
D1-6
D7-12 S13-14 (IGBT)
S7-12 (IGBT) S13-14 (MOSFET)
S7-12 (MOSFET) D19-20
125 °C 125 °C
75 75
20 40 60 80 100 20 40 60 80 100
a) b)
Fonte: elaborada pelo autor.
Ptotal = 6 ⋅ PS1 _ IGBT + PD13 + PD1 + PS 7 _ MOSFET + PD 7 + PLi + 2 ⋅ (PS13 _ MOSFET + PD19 + PLo )
1
(3-44)
2
A Figura 3.16 mostra as curvas de perdas totais como função da tensão de saída
dos sistemas convencional e com função bypass.
Figura 3.16 – Perdas totais nos sistemas convencional e com função bypass
600
Sistema com bypass
Sistema convencional
540
Perda total [W]
480
420
360
300
460 512 564 616 668 720
Figura 3.17 – Eficiência teórica dos sistemas convencional e com função bypass
100
99
Eficiencia [%]
98
97
96
Sistema com bypass
Sistema convencional
95
460 512 564 616 668 720
3.6 Conclusão
apresentou menores perdas. Vale ressaltar que, devido à complexidade dos caminhos de
comutação, o uso de interruptores de carbeto de silício pode não ser recomendado. Além
disso, foram realizados os cálculos térmicos para cada um destes componentes, mostrando
certa folga na temperatura máxima de operação. Em adição, os cálculos de projeto físico e de
perdas dos indutores são apresentados em detalhes. A escolha do material dos núcleos foi
baseada na potência dissipada por estes ao desempenhar as funções de filtro de entrada e de
saída, submetidos a diferentes grandezas de corrente e ondulação. Finalmente, foi
comprovado o melhor desempenho do sistema proposto com relação à versão clássica a partir
da análise de eficiência teórica.
74
4.1 Introdução
L4
D1 D3 D5 S13
S7 S9 S11
C1 D19
D7 D9 D11 S1...S6
L1 C3
L2
L3
D13...D18 C4
D8 D10 D12
C2 D20
S8 S10 S12
D2 D4 D6 S14
L5
a)
b)
76
c)
Fonte: Elaborada pelo autor.
VgS7
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
Vdc+ Van
Vo+
VLa
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
Ia Ib Ic
Van
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
78
Vdc+
Vo+
VS7
Van
a) b)
Vdc+
VS1 Vo+
Van
c) d)
Fonte: Elaborada pelo autor.
As Figuras 4.7 – 4.9 foram obtidas por simulação, uma vez que os dispositivos
semicondutores ficaram inacessíveis para medição de corrente. A Figura 4.7 mostra o
comportamento da tensão e da corrente nos semicondutores que compõem o caminho de
bypass.
a)
79
b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
Corrente e tensão no a) interruptor bypass e no b) diodo bypass.
De acordo com as curvas obtidas por simulação, pode-se notar que o interruptor
bypass comuta com uma tensão bem reduzida dada pela diferença entre as tensões positivas
no barramento CC e na saída. Já no diodo, a tensão na qual a corrente é comutada é igual à
tensão positiva de saída no modo de operação I e nula no modo II. Já na Figura 4.8, obtida
através de simulação, percebe-se que a tensão de comutação do interruptor bidirecional é
igual à tensão positiva de saída.
Vdc+
Van
Io ILo+
a) b)
Fonte: Elaborada pelo autor.
99
Eficiencia (%)
98
97
96
95
280 300 320 340 360 380 400 420 440 460
4.4 Conclusão
CONCLUSÃO GERAL
REFERÊNCIAS
BASCOPÉ, G. T.; BARBI, I. Single-Phase High Power Factor Variable Output Voltage
Rectifier, Using the Buck+Boost Converter: Control Aspects, Design and Experimentation.
In: THE FIFTH BRAZILIAN POWER ELECTRONICS CONFERENCE (COBEP'99), 1999,
p. 143-148.
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33TH IEEE INDUSTRIAL INTERNATIONAL TELECOMMUNICATIONS ENERGY
CONFERENCE INTELEC ‘11, Out. 2011, p. 1-27.
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frequency regulation in the PJM system. Research partnership: University of Delaware, Pepco
Holdings Inc, PJM Interconnect and Green Mountain College, nov. 2008.
KOLAR, J. W.; FRIEDLI, T. Three-phase high power factor mains interface concepts for
electric vehicle battery charging systems. In: APPLIED POWER ELECTRONICS
CONFERENCE AND EXPOSITION (APEC), 2012, 27th annual IEEE, fev. 2012, p. 2603-
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KOLAR, J. W.; ZACH, F. C. A novel three-phase three-switch three-level PWM rectifier. In:
PROC. 28TH POWER CONVERSION CONFERENCE (PCIM '94), Jun. 1994, p. 125-138.
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source inverters linked with DC to DC Boost converters for fuel cell generation systems. In:
PROC. EUR. CONF. POWER ELECTRON. APPL. (EPE), Dresden, Sep. 2005, p. 10.
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usage of 2-level and 3-level voltage source converter topologies. In: PROC. IEEE 36TH
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SOEIRO, T. B.; FRIEDLI, T.; KOLAR, J. W. Swiss rectifier – a novel three-phase Buck-type
PFC topology for electric vehicle battery charging. In APPLIED POWER ELECTRONICS
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STUPAR, A.; FRIEDLI, T.; MINIBOECK, J.; SCHWEIZER, M.; KOLAR, J. W. Towards a
99% efficient three-phase Buck-type PFC rectifier for 400 Vdc distribution systems. In:
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UM, K. J. Application Note 9020: IGBT Basic II. Fairchild Semiconductor, rev. A, apr. 2002.
ZELTNER, S. Actual and advanced converter technologies for on-board chargers. Fraunhofer
Institute of Integrated Systems and Device Technology (IISB), Power Electronic Systems
Division, In: ECPE WORKSHOP POWER ELECTRONICS FOR CHARGING ELECTRIC
VEHICLES, Valencia, mar. 2011.