Pesquisa 1

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 7

Thomas Hobbes nasceu em 5 de abril de 1588, em Westport.

O pensador inglês era filho


de um pastor anglicano, que acabou deixando a sua cidade e a sua família (que ficou aos
cuidados do tio de Thomas Hobbes) após um desentendimento. Hobbes recebeu
educação formal, tendo estudado em uma escola anglicana e, mais tarde, em um colégio
particular.

Ao terminar o estudo básico, Hobbes ingressou, com apenas 15 anos, no ensino superior
da Universidade de Oxford. Nessa instituição, Hobbes conhece a Filosofia tomista
aristotélica, o que influenciou a sua ideia de conceber a sociedade como um mecanismo
formado por “átomos”, que são os indivíduos. Também conheceu e foi influenciado
pelas ideias de Maquiavel.
As teses aristotélicas sobre as ciências naturais foram bastante questionadas na época de
Hobbes por conta das novas descobertas de Galileu, e o próprio Hobbes não era um
grande admirador do filósofo grego antigo. Na infância e na adolescência de Hobbes, a
Inglaterra vivia sob o domínio da dinastia dos Tudors e, durante muito tempo, conviveu
com o medo da invasão espanhola.

As ideias defensoras do absolutismo foram originadas, provavelmente, a partir do medo


que o filósofo inglês vivenciou quando jovem, aliado às revoltas burguesas e
camponesas que instauraram um clima de tensão política na Inglaterra.

Ao se formar em Oxford, Hobbes tornou-se preceptor de William Cavendish, o Duque


de Devonshire. Entre 1608 e 1610, o preceptor viaja com seu aluno para a França e para
a Itália. Em 1621, trabalha como assistente do também filósofo inglês Francis Bacon e,
em 1628, torna-se preceptor do filho de Sir Gervase Clifton, outro nobre inglês. Em
nova viagem à França, Hobbes estuda e aprofunda-se nas teorias matemáticas de
Euclides.

Na década de 1630, o filósofo torna-se preceptor de outro filho da família Cavendish e,


em viagem acompanhando o seu novo aluno, conhece pessoalmente Descartes e Galileu
Galilei. Em 1634, na Inglaterra, o filósofo escreve e distribui o primeiro livro de sua
trilogia filosófica: De Cive.

O livro, traduzido como O Cidadão, era uma defesa da monarquia às vésperas da


Revolução Inglesa de 1642. Sua defesa do absolutismo o condenou ao exílio após o
êxito da Revolução, que instaurou, mais tarde, a República de Cromwell. Em 1646,
torna-se professor do Príncipe Carlos, que vivia exilado com a família na França.

Em 1651, no seu exílio na França, o filósofo escreve e publica o seu livro Leviatã, no
qual descreve a sua teoria contratualista e jusnaturalista e defende a monarquia como
regime político capaz de combater o estado de natureza humano. Ainda em 1651,
retorna à Inglaterra, tendo escrito e publicado De Corpore (O Corpo), em 1655, e De
Homine (O Homem), em 1658.

A partir de suas obras, a interpretação da época o considerou ateísta, o que lhe rendeu
polêmicas com o governo republicano e com a nova monarquia restaurada, em 1660,
liderada por Carlos II (seu ex-aluno). No fim de sua vida, Hobbes mantem-se próximo
do rei e do governo inglês. Ele faleceu em Witshire, na Inglaterra, no dia 4 de dezembro
de 1679, aos 91 anos de idade.

Hobbes vivenciou grande parte do longo processo da Revolução Inglesa (1640-1689),


quando o povo inglês lutou contra o absolutismo da dinastia Stuart. Fervoroso defensor
da Monarquia, escreveu seu primeiro tratado sobre o regime, Elementos da Lei Natural,
em 1640, e foi obrigado a se refugiar em Paris. Ele viveu durante a transição do
Renascimento para a era moderna e teve problemas políticos e sociais importantes. A
Inglaterra estava passando por mudanças importantes, como a Reforma Protestante e o
poder monárquico.

Além disso, o século XVII foi marcado por eventos como a Guerra dos Trinta Anos na
Europa, que tiveram um impacto significativo na política e na sociedade da época. Esses
acontecimentos moldaram o ambiente intelectual no qual Hobbes desenvolveu suas
ideias sobre o contrato social e a natureza do governo.

Revolução Inglesa
Hobbes foi um mecanicista, defendeu que a memória, as paixões e a imaginação seria
funções derivadas do arranjo mecânico humano, da mesma forma que o movimento de
qualquer mecanismo se segue do arranjo de suas partes. Assim, segundo Hobbes, as
operações materiais do sistema nervoso humano seriam responsáveis por explicar a
percepção e busca do desejo, o que explicaria a vontade humana e a mente como um
todo. De acordo com Hobbes, humanos são seres de matéria e movimento, obedecendo
às mesmas leis da natureza que os objetos físicos.
Partindo desta visão mecanicista, Hobbes procurou entender como seria a vida humana
sem a política, situação a qual chamou "estado de natureza".

Temos dois aspectos para apresentar como centrais na obra hobbesiana, sendo um do
campo da Filosofia teorética e outro da Filosofia prática. No campo teorético, Hobbes
era um empirista, defendendo que não há qualquer tipo de representação mental anterior
à experiência. Porém, a grande produção filosófica do pensador está ligada à Filosofia
prática, ou seja, à Filosofia política. Para Hobbes todo o conhecimento vem dos
sentidos, A paixão é mais forte que a vontade. Na moral e na política, essa teoria dá no
seguinte: os súditos do Estado são extremamente individualistas e só se reúnem em
comunidade porque esse é o melhor meio de sobreviver.
No campo político, o inglês defendeu: O estado de natureza humano como momento de
inaptidão natural para a vida social; A sociedade como uma composição complexa de
“átomos”, que são os indivíduos; O contrato social como formação da comunidade
humana que retira o homem de seu estado de natureza; A necessidade da monarquia
para estabelecer a ordem entre as pessoas.
A filosofia de Hobbes é materialista em essência. Primeiramente, busca refutar a
metafísica, ou seja, afirma que tudo tem existência material. Disso deriva sua visão
mecanicista, em que todos os fenômenos são explicados por força e movimento. Daí
que o sistema filosófico de Hobbes aplica esse fundamento não apenas para explicar a
ciência física, mas também a natureza humana e a política. O filósofo queria dar um fim
às controvérsias estéreis e intermináveis da Idade Média e criar um sistema de
pensamento sólido, tanto quanto às conclusões da nova ciência.
O modelo de conhecimento sólido de Hobbes vem sobretudo da geometria e da ciência.
Da primeira ele admira o método rigoroso de dedução de verdades a partir de princípios
básicos. Da segunda, o materialismo. Apesar de ser um admirador da ciência, Hobbes
não via com bons olhos o método indutivo proposto por Francis Bacon.

-“O homem é o lobo do homem’’ é uma ideia tornada célebre pelo filósofo
inglês Thomas Hobbes, que significa que o homem é o maior inimigo do próprio
homem.
Esta afirmação consiste em uma metáfora que indica que o homem é capaz de grandes
atrocidades e barbaridades contra elementos da sua própria espécie.
Segundo Hobbes, em um estado natural, o individualismo do ser humano o compele a
viver em guerra entre si.
Esta frase expressa o conflito entre os homens, indicando que de todas as ameaças que
um ser humano pode enfrentar, a maior delas é o confronto com outras pessoas.
Vemos que os maiores desafios que enfrentamos como espécie são criados por nós
próprios, porque vemos que para o ser humano é comum os mais fortes explorarem os
mais fracos, quando deveriam protegê-los.
Isso revela que o Homem é o predador do próprio Homem, sendo um vilão para ele
próprio.
As principais obras de Thomas Hobbes são:

De Cive: primeira parte de uma trilogia composta por livros que falam sobre a condição
humana em seu estado natural, por meio da liberdade, a religião e o governo. Um
mergulho nas profundezas da natureza humana. O autor, neste livro, explora a essência
do cidadão em sociedade. Com clareza e rigor intelectual, Hobbes analisa a origem do
poder político e os princípios que regem a vida em comunidade. De forma envolvente, a
obra nos faz refletir sobre a relação entre os cidadãos e o Estado, a importância da
obediência às leis e os limites do poder soberano. Suas ideias profundas e inovadoras
moldaram o pensamento político moderno e continuam influenciando o debate
acadêmico e social.

De Corpore:
Neste livro instigante, Hobbes investiga o conceito de contrato social e a natureza da
soberania. Ele argumenta que os indivíduos, em estado de natureza, são movidos pelo
interesse próprio e pela busca de poder, resultando em uma existência caótica e violenta.
Para escapar a isto, as pessoas estabelecem um contrato social, entregando alguns dos
seus direitos individuais a uma autoridade governamental em troca de segurança e
ordem.

As ideias de Hobbes sobre o poder absoluto do soberano e a necessidade de uma


autoridade central forte tiveram uma influência profunda no pensamento político e no
desenvolvimento dos Estados modernos. "De Corpore" continua a ser uma pedra
angular no estudo da filosofia política e continua a ser debatido e analisado por
estudiosos e pensadores em todo o mundo."

De Homine: fala sobre as paixões humanas e sua inclinação natural que pode levar à
promoção da guerra. Hobbes explora aspectos filosóficos e científicos. O pensador
aborda questões relacionadas à natureza do corpo e do homem, fundamentando suas
ideias sobre o materialismo e a natureza mecânica da vida.
Essas obras contribuem para a compreensão abrangente do pensamento de Hobbes
sobre política, sociedade e ciência.
A obra mais conhecida de Hobbes é Leviatã, ou matéria forma e poder. Nela, Hobbes
escreve sua teoria política contratualista de maneira mais completa. Um fator
interessante que envolve a escrita desse livro é que Hobbes o escreveu e publicou em
inglês, ao contrário do que fez com seus outros livros e do que era feito na época,
quando era comum entre os intelectuais escrever seus livros em latim. O objetivo desse
feito era que a população inglesa, em meio à crise da monarquia, pudesse ler e entender
a necessidade da instituição monárquica na formação política da sociedade.

O leviatã é um monstro marinho descrito no antigo testamento, que tem como


caraterística o seu tamanho e sua força imensos, e a ideia de que ele protege as criaturas
marinhas menores e mais frágeis. O Estado, para Hobbes, sob sua forma monárquica,
seria um leviatã que protegeria os seres humanos, criaturas frágeis, da própria maldade
humana.

Thomas Hobbes (1588 – 1679) foi um dos teóricos mais radicais do absolutismo. Ele
defendeu a tese de que “o homem era o lobo do homem”, afirmando que os seres
humanos nasciam ruins e egoístas por natureza. Esse pessimismo perante a humanidade
levou o teórico inglês a propor um pacto político em que as pessoas conseguiriam
conquistar paz e felicidade. Esse pacto dizia que para a humanidade viver em harmonia,
ela deveria abdicar de seus direitos e os transferir a um soberano cujo papel era conter o
ímpeto do homem em seu estado de natureza. Dessa forma, Hobbes legitimou a
existência do poder real afirmando que era através dele que as pessoas não viveriam em
um cenário de caos e guerra.

O absolutismo é um sistema político que existiu na Europa, entre os séculos XVI e XIX,
que ficou caracterizado pela concentração do poder nas mãos dos monarcas. Em outras
palavras, os poderes dos monarcas em seus reinos eram absolutos. A queda desse
sistema só aconteceu graças à difusão dos ideais iluministas, que defendiam a limitação
do poder real.

Esse sistema se consolidou no processo de construção dos Estados nacionais modernos


e aconteceu em paralelo ao enriquecimento da burguesia. No campo da economia, as
práticas dos reinos absolutistas ficaram conhecidas como mercantilismo, tendo como
objetivo final o acúmulo de riquezas para promover o enriquecimento do reino.

Você também pode gostar