Pesquisa 1
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Ao terminar o estudo básico, Hobbes ingressou, com apenas 15 anos, no ensino superior
da Universidade de Oxford. Nessa instituição, Hobbes conhece a Filosofia tomista
aristotélica, o que influenciou a sua ideia de conceber a sociedade como um mecanismo
formado por “átomos”, que são os indivíduos. Também conheceu e foi influenciado
pelas ideias de Maquiavel.
As teses aristotélicas sobre as ciências naturais foram bastante questionadas na época de
Hobbes por conta das novas descobertas de Galileu, e o próprio Hobbes não era um
grande admirador do filósofo grego antigo. Na infância e na adolescência de Hobbes, a
Inglaterra vivia sob o domínio da dinastia dos Tudors e, durante muito tempo, conviveu
com o medo da invasão espanhola.
Em 1651, no seu exílio na França, o filósofo escreve e publica o seu livro Leviatã, no
qual descreve a sua teoria contratualista e jusnaturalista e defende a monarquia como
regime político capaz de combater o estado de natureza humano. Ainda em 1651,
retorna à Inglaterra, tendo escrito e publicado De Corpore (O Corpo), em 1655, e De
Homine (O Homem), em 1658.
A partir de suas obras, a interpretação da época o considerou ateísta, o que lhe rendeu
polêmicas com o governo republicano e com a nova monarquia restaurada, em 1660,
liderada por Carlos II (seu ex-aluno). No fim de sua vida, Hobbes mantem-se próximo
do rei e do governo inglês. Ele faleceu em Witshire, na Inglaterra, no dia 4 de dezembro
de 1679, aos 91 anos de idade.
Além disso, o século XVII foi marcado por eventos como a Guerra dos Trinta Anos na
Europa, que tiveram um impacto significativo na política e na sociedade da época. Esses
acontecimentos moldaram o ambiente intelectual no qual Hobbes desenvolveu suas
ideias sobre o contrato social e a natureza do governo.
Revolução Inglesa
Hobbes foi um mecanicista, defendeu que a memória, as paixões e a imaginação seria
funções derivadas do arranjo mecânico humano, da mesma forma que o movimento de
qualquer mecanismo se segue do arranjo de suas partes. Assim, segundo Hobbes, as
operações materiais do sistema nervoso humano seriam responsáveis por explicar a
percepção e busca do desejo, o que explicaria a vontade humana e a mente como um
todo. De acordo com Hobbes, humanos são seres de matéria e movimento, obedecendo
às mesmas leis da natureza que os objetos físicos.
Partindo desta visão mecanicista, Hobbes procurou entender como seria a vida humana
sem a política, situação a qual chamou "estado de natureza".
Temos dois aspectos para apresentar como centrais na obra hobbesiana, sendo um do
campo da Filosofia teorética e outro da Filosofia prática. No campo teorético, Hobbes
era um empirista, defendendo que não há qualquer tipo de representação mental anterior
à experiência. Porém, a grande produção filosófica do pensador está ligada à Filosofia
prática, ou seja, à Filosofia política. Para Hobbes todo o conhecimento vem dos
sentidos, A paixão é mais forte que a vontade. Na moral e na política, essa teoria dá no
seguinte: os súditos do Estado são extremamente individualistas e só se reúnem em
comunidade porque esse é o melhor meio de sobreviver.
No campo político, o inglês defendeu: O estado de natureza humano como momento de
inaptidão natural para a vida social; A sociedade como uma composição complexa de
“átomos”, que são os indivíduos; O contrato social como formação da comunidade
humana que retira o homem de seu estado de natureza; A necessidade da monarquia
para estabelecer a ordem entre as pessoas.
A filosofia de Hobbes é materialista em essência. Primeiramente, busca refutar a
metafísica, ou seja, afirma que tudo tem existência material. Disso deriva sua visão
mecanicista, em que todos os fenômenos são explicados por força e movimento. Daí
que o sistema filosófico de Hobbes aplica esse fundamento não apenas para explicar a
ciência física, mas também a natureza humana e a política. O filósofo queria dar um fim
às controvérsias estéreis e intermináveis da Idade Média e criar um sistema de
pensamento sólido, tanto quanto às conclusões da nova ciência.
O modelo de conhecimento sólido de Hobbes vem sobretudo da geometria e da ciência.
Da primeira ele admira o método rigoroso de dedução de verdades a partir de princípios
básicos. Da segunda, o materialismo. Apesar de ser um admirador da ciência, Hobbes
não via com bons olhos o método indutivo proposto por Francis Bacon.
-“O homem é o lobo do homem’’ é uma ideia tornada célebre pelo filósofo
inglês Thomas Hobbes, que significa que o homem é o maior inimigo do próprio
homem.
Esta afirmação consiste em uma metáfora que indica que o homem é capaz de grandes
atrocidades e barbaridades contra elementos da sua própria espécie.
Segundo Hobbes, em um estado natural, o individualismo do ser humano o compele a
viver em guerra entre si.
Esta frase expressa o conflito entre os homens, indicando que de todas as ameaças que
um ser humano pode enfrentar, a maior delas é o confronto com outras pessoas.
Vemos que os maiores desafios que enfrentamos como espécie são criados por nós
próprios, porque vemos que para o ser humano é comum os mais fortes explorarem os
mais fracos, quando deveriam protegê-los.
Isso revela que o Homem é o predador do próprio Homem, sendo um vilão para ele
próprio.
As principais obras de Thomas Hobbes são:
De Cive: primeira parte de uma trilogia composta por livros que falam sobre a condição
humana em seu estado natural, por meio da liberdade, a religião e o governo. Um
mergulho nas profundezas da natureza humana. O autor, neste livro, explora a essência
do cidadão em sociedade. Com clareza e rigor intelectual, Hobbes analisa a origem do
poder político e os princípios que regem a vida em comunidade. De forma envolvente, a
obra nos faz refletir sobre a relação entre os cidadãos e o Estado, a importância da
obediência às leis e os limites do poder soberano. Suas ideias profundas e inovadoras
moldaram o pensamento político moderno e continuam influenciando o debate
acadêmico e social.
De Corpore:
Neste livro instigante, Hobbes investiga o conceito de contrato social e a natureza da
soberania. Ele argumenta que os indivíduos, em estado de natureza, são movidos pelo
interesse próprio e pela busca de poder, resultando em uma existência caótica e violenta.
Para escapar a isto, as pessoas estabelecem um contrato social, entregando alguns dos
seus direitos individuais a uma autoridade governamental em troca de segurança e
ordem.
De Homine: fala sobre as paixões humanas e sua inclinação natural que pode levar à
promoção da guerra. Hobbes explora aspectos filosóficos e científicos. O pensador
aborda questões relacionadas à natureza do corpo e do homem, fundamentando suas
ideias sobre o materialismo e a natureza mecânica da vida.
Essas obras contribuem para a compreensão abrangente do pensamento de Hobbes
sobre política, sociedade e ciência.
A obra mais conhecida de Hobbes é Leviatã, ou matéria forma e poder. Nela, Hobbes
escreve sua teoria política contratualista de maneira mais completa. Um fator
interessante que envolve a escrita desse livro é que Hobbes o escreveu e publicou em
inglês, ao contrário do que fez com seus outros livros e do que era feito na época,
quando era comum entre os intelectuais escrever seus livros em latim. O objetivo desse
feito era que a população inglesa, em meio à crise da monarquia, pudesse ler e entender
a necessidade da instituição monárquica na formação política da sociedade.
Thomas Hobbes (1588 – 1679) foi um dos teóricos mais radicais do absolutismo. Ele
defendeu a tese de que “o homem era o lobo do homem”, afirmando que os seres
humanos nasciam ruins e egoístas por natureza. Esse pessimismo perante a humanidade
levou o teórico inglês a propor um pacto político em que as pessoas conseguiriam
conquistar paz e felicidade. Esse pacto dizia que para a humanidade viver em harmonia,
ela deveria abdicar de seus direitos e os transferir a um soberano cujo papel era conter o
ímpeto do homem em seu estado de natureza. Dessa forma, Hobbes legitimou a
existência do poder real afirmando que era através dele que as pessoas não viveriam em
um cenário de caos e guerra.
O absolutismo é um sistema político que existiu na Europa, entre os séculos XVI e XIX,
que ficou caracterizado pela concentração do poder nas mãos dos monarcas. Em outras
palavras, os poderes dos monarcas em seus reinos eram absolutos. A queda desse
sistema só aconteceu graças à difusão dos ideais iluministas, que defendiam a limitação
do poder real.