Lista de Exercícios 2 Respostas

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Teoria Microeconômica – 1° semestre de 2024

Prof. Dr. Fábio D. Waltenberg ([email protected])


Lista preparada em 2023 pelo tutor: Carlos Henrique de C.
Júnior ([email protected])

Lista de Exercícios II

1. Verifique que a ordenação lexicográfica é completa, transitiva, fortemente monótona, e


estritamente convexa.
Sejam as preferências ≿ uma ordenação lexicográfica.
Completude:
Para provar a completude, suponha que não tenhamos 𝑥 ≿ 𝑦. Então “𝑦1 ≥ 𝑥1 ” e “𝑥1 ≠ 𝑦1 ou
𝑦2 > 𝑥2 ”. Então ou “𝑦1 > 𝑥1 ” ou “𝑦1 ≥ 𝑥1 ” e “𝑦2 > 𝑥2 ”. Logo, 𝑦 ≿ 𝑥.

Transitividade:
Para provar a transitividade, suponha que 𝑥 ≿ 𝑦 e 𝑦 ≿ 𝑧. Então 𝑥1 ≥ 𝑦1 e 𝑦1 ≥ 𝑧1 . Assim, 𝑥1 ≥
𝑧1 .
Se 𝑥1 > 𝑧1 , então 𝑥 ≿ 𝑧.
Se 𝑥1 = 𝑧1 , então 𝑥1 = 𝑦1 = 𝑧1 . Assim, 𝑥2 ≥ 𝑦2 e 𝑦2 ≥ 𝑧2 . Então 𝑥2 ≥ 𝑧2 . E 𝑥 ≿ 𝑧.

Monotonicidade forte:
Para mostrar a monotonicidade forte, suponha que 𝑥 ≥ 𝑦 e 𝑦 ≠ 𝑥.
Isso implica que:
Ou 𝑥1 > 𝑦1 e 𝑥2 ≥ 𝑦2 ;
Ou 𝑥1 = 𝑦1 e 𝑥2 > 𝑦2 .
Em qualquer caso, 𝑥 ≻ 𝑦.

Convexidade estrita:
Para mostrar convexidade estrita, suponha que 𝑦 ≿ 𝑥, 𝑧 ≿ 𝑥, 𝑦 ≠ 𝑧, e 𝛼 ∈ (0,1).
Sem perda de generalidade, suponha que 𝑥 ≠ 𝑦. Por definição da ordenação lexicográfica, temos:
Ou “𝑦1 > 𝑥1”;
Ou “𝑦1 = 𝑥1 e 𝑦2 > 𝑥2 ”.
Por outro lado, já que 𝑧 ≿ 𝑥, temos:
Ou “𝑧1 > 𝑥1”;
Ou “𝑧1 = 𝑥1 e 𝑥2 ≥ 𝑦2 ”.
Nesse caso, temos:
Ou “𝛼𝑦1 + (1 − 𝛼)𝑧1 > 𝑥1”;
Ou “𝛼𝑦1 + (1 − 𝛼)𝑧1 > 𝑥1 e 𝛼𝑦2 + (1 − 𝛼)𝑧2 > 𝑥2 ”.
Assim, 𝛼𝑦 + (1 − 𝛼 )𝑧 ≻ 𝑥.

2. Suponha que em um mundo de dois bens, a função de utilidade do consumidor toma a forma
𝟏
𝝆 𝝆
𝒖(𝒙) = (𝜶𝟏 𝒙𝟏 + 𝜶𝟐 𝒙𝟐 )𝝆. Essa função de utilidade é conhecida como função de utilidade de
elasticidade de substituição constante (ou CES, em inglês).
a. Mostre que quando 𝝆 = 𝟏, as curvas de indiferença tornam-se lineares.
Para 𝜌 = 1, temos 𝑢(𝑥 ) = 𝛼1 𝑥1 + 𝛼2 𝑥2 . Assim, as curvas de indiferença são lineares.

b. Mostre que à medida que 𝝆 → 𝟎, essa função de utilidade vem a representar as


mesmas preferências que a função de utilidade Cobb-Douglas (generalizada) 𝒖(𝒙) =
𝜶 𝜶
𝒙𝟏 𝟏 𝒙𝟐 𝟐 .
Já que qualquer transformação monotônica de uma função de utilidade representa as

mesmas preferências, devemos considerar:

1 𝜌 𝜌
𝑢̃(𝑥 ) =𝑙𝑛 𝑙𝑛 𝑢(𝑥 ) = ( ) 𝑙𝑛 𝑙𝑛 (𝛼1 𝑥1 + 𝛼2 𝑥2 )
𝜌

Pela regra de L’Hôpital,

𝑙𝑖𝑚 𝑢̃(𝑥 )
𝜌→0

𝜌 𝜌
𝛼1 𝑥1 𝑙𝑛 𝑙𝑛 𝑥1 + 𝛼2 𝑥2 𝑙𝑛 𝑙𝑛 𝑥2
= 𝑙𝑖𝑚 𝜌 𝜌
𝜌→0 𝛼1 𝑥1 + 𝛼2 𝑥2

𝛼1 𝑙𝑛 𝑙𝑛 𝑥1 + 𝛼2 𝑙𝑛 𝑙𝑛 𝑥2
=
𝛼1 + 𝛼2

𝛼 𝛼
Já que ⅇ (𝛼1 +𝛼2 )𝑢̃(𝑥) = 𝑥1 1 𝑥2 2 , obtivemos a função de utilidade de Cobb-Douglas.

c. Mostre que à medida que 𝝆 → − ∞, as curvas de indiferença tornam-se “ângulos


retos”; ou seja, essa função de utilidade tem, no limite, as curvas de indiferença da
função de utilidade de Leontief 𝒖(𝒙𝟏 , 𝒙𝟐 ) = {𝒙𝟏 , 𝒙𝟐 } .
Suponha que 𝑥1 ≤ 𝑥2.

Queremos mostrar que:


1
𝜌 𝜌 𝜌
𝑥1 = 𝑙𝑖𝑚 (𝛼1 𝑥1 + 𝛼2 𝑥2 )
𝜌→−∞

𝜌 𝜌 𝜌
Suponha que 𝜌 < 0. Já que 𝑥1 ≥ 0 e 𝑥2 ≥ 0, temos 𝛼1 𝑥1 ≤ 𝛼1 𝑥1 + 𝛼2 𝑥2 .
1∕𝜌 𝜌 𝜌 1∕𝜌
Assim, 𝛼1 𝑥1 ≥ (𝛼1 𝑥1 + 𝛼2 𝑥2 ) .

Por outro lado, já que 𝑥1 ≤ 𝑥2,


𝜌 𝜌 𝜌 𝜌 𝜌
𝛼1 𝑥1 + 𝛼2 𝑥2 ≤ 𝛼1 𝑥1 + 𝛼2 𝑥1 = (𝛼1 + 𝛼2 )𝑥1
𝜌 𝜌 1∕𝜌
De modo que (𝛼1 𝑥1 + 𝛼2 𝑥2 ) ≥ (𝛼1 + 𝛼2 )1∕𝜌 𝑥1 .

𝜌 𝜌 1∕𝜌
Fazendo 𝜌 → −∞, obtemos 𝑙𝑖𝑚 (𝛼1 𝑥1 + 𝛼2 𝑥2 ) = 𝑥1 , já que:
𝜌→−∞

1 1
𝜌
𝑙𝑖𝑚 𝛼 𝑥1 = 𝑙𝑖𝑚 (𝛼1 + 𝛼2 )𝜌 𝑥1 = 𝑥1
𝜌→−∞ 1 𝜌→−∞

3. Considere mais uma vez a função de utilidade CES da questão acima e suponha que 𝛼1 =
𝛼2 = 1.
a. Derive a correspondência de demanda walrasiana e a função de utilidade indireta
para o caso da utilidade linear e o caso da utilidade de Leontief (ver questão acima).
Mostre que as funções de demanda walrasiana CES e a de utilidade indireta se
aproximam dessas últimas, à medida que 𝜌 se aproxima de 1 e −∞, respectivamente.
Para as curvas de indiferença lineares, temos que:

(𝑤 ∕ 𝑝1 , 0), 𝑠ⅇ 𝑝1 < 𝑝2
𝑥 𝑝, 𝑤 = { 0, 𝑤 ∕ 𝑝2 ),
( ) ( 𝑠ⅇ 𝑝1 > 𝑝2
{(𝑤 ∕ 𝑝1 )(𝜆, 1 − 𝜆): 𝜆 ∈ [0,1]}, 𝑠ⅇ 𝑝1 = 𝑝2

𝑣 (𝑝, 𝑤) = 𝑚𝑎𝑥 {𝑤 ∕ 𝑝1 , 𝑤 ∕ 𝑝2 }

Para as preferências de Leontief,

𝑥1 (𝑝, 𝑤) = (𝑤 ∕ (𝑝1 + 𝑝2 ))(1,1)


𝑣 (𝑝, 𝑤) = 𝑤 ∕ (𝑝1 + 𝑝2 )

Quanto ao argumento do limite com relação a 𝜌: primeiro considere o caso com 𝜌 < 1
𝜌
e 𝜌 → 1. Então 𝛿 = 𝜌−1 → −∞ à medida que 𝜌 → 1.

Caso 1: 𝒑𝟏 < 𝒑𝟐

𝑝 𝑝 𝛿
Já que 𝑝2 > 1, temos que (𝑝2 ) → 0.
1 1

𝑤∕𝑝1
Assim, 𝑙𝑖𝑚 𝑝1𝛿−1 𝑤 ∕ (𝑝1𝛿 + 𝑝2𝛿 ) = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑤 ∕ 𝑝1 .
𝛿→−∞ 𝛿→−∞ 1+(𝑝2 ∕𝑝1 )𝛿

𝑝1 𝑝 𝛿
Já que < 1, temos que ( 1 ) → ∞.
𝑝2 𝑝2

𝑤∕𝑝2
Assim, 𝑙𝑖𝑚 𝑝2𝛿−1 𝑤 ∕ (𝑝1𝛿 + 𝑝2𝛿 ) = 𝑙𝑖𝑚 =0
𝛿→−∞ 𝛿→−∞ 1+(𝑝1 ∕𝑝2 )𝛿

Nesse caso, as demandas walrasianas CES convergem para a demanda walrasiana das

curvas de indiferença lineares. Quanto às funções de utilidade indireta, mostramos no

item c) da questão anterior que (𝜌1 + 𝜌2 )1∕𝛿 → 𝑝1 para 𝑝1 ≤ 𝑝2 . Assim, as utilidades

indiretas CES convergem para a utilidade indireta das curvas de indiferença lineares.

Caso 2: 𝒑𝟏 > 𝒑𝟐

Use o mesmo argumento para o caso 1.

Caso 3: 𝒑𝟏 = 𝒑𝟐

Nesse caso:

(𝑤 ∕ (𝑝1𝛿 + 𝑝2𝛿 )) (𝑝1𝛿−1 , 𝑝2𝛿−1 ) = (𝑤 ∕ (𝑝1𝛿 + 𝑝1𝛿 )) (𝑝1𝛿−1 , 𝑝1𝛿−1 ) = (𝑤 ∕ 2𝑝1 )(1,1).

Essa cesta de consumo pertence ao conjunto das demandas walrasianas das curvas de

indiferença lineares quando 𝑝1 = 𝑝2 .


Quanto às funções de utilidade indiretas, mostramos no item c) da questão anterior

1∕𝛿
que (𝜌1𝛿 + 𝜌2𝛿 ) → 𝑝1 para 𝑝1 ≤ 𝑝2 .

𝜌
Vamos, em seguida, considerar o caso em que 𝜌 → −∞. Note que 𝛿 = 𝜌−1 → 1 à

medida que 𝜌 → 1. Então apenas faça 𝛿 = 1 nas funções de demanda walrasianas

CES e as funções de utilidade indireta. Então obtemos a função de demanda

walrasiana e a função de utilidade indireta das preferências de Leontief.

b. A elasticidade de substituição entre os bens 1 e 2 é definida como: 𝝃𝟏𝟐 (𝒑, 𝒘) =

𝝏[𝒙𝟏 (𝒑,𝒘)⁄𝒙𝟐 (𝒑,𝒘)] 𝒑𝟏 ⁄ 𝒑𝟐


⋅𝒙 . Mostre que para a função de utilidade CES,
𝝏[𝒑𝟏 ⁄𝒑𝟐 ] 𝟏 (𝒑,𝒘)⁄𝒙𝟐 (𝒑,𝒘)

𝝃𝟏𝟐 (𝒑, 𝒘) = 𝟏 ∕ (𝟏 − 𝝆), o que justifica o seu nome. Qual é a 𝝃𝟏𝟐 (𝒑, 𝒘) para as

funções de utilidade linear, Leontief e Cobb-Douglas?

Primeiro calculamos a função de demanda walrasiana:

Já que qualquer transformação monotônica da função de utilidade representa as

mesmas relações de preferência, podemos igualmente escolher:


𝜌 𝜌
𝑢̃(𝑥 ) = 𝜌𝑢(𝑥 )𝜌 = 𝜌(𝑥1 + 𝑥2 )

Pela condição de primeira ordem do PMU com 𝑢̃(⋅),

𝜌
𝑥(𝑝, 𝑤) = (𝑤 ∕ (𝑝1𝛿 + 𝑝2𝛿 )) (𝑝1𝛿−1 , 𝑝2𝛿−1 ), onde 𝛿 = ∈ (−∞, 1)
𝜌−1

Do cálculo das funções de demanda walrasianas, obtemos:

𝑥1 (𝑝, 𝑤) ∕ 𝑥2 (𝑝, 𝑤) = (𝑝1 ∕ 𝑝2 )𝛿−1

(𝑥1 (𝜌, 𝑤) ∕ 𝑥2 (𝑝, 𝑤)) ∕ (𝑝1 ∕ 𝑝2 ) = (𝑝1 ∕ 𝑝2 )𝛿−2

𝜕[𝑥1 (𝑝, 𝑤)⁄𝑥2 (𝑝, 𝑤)]


= (𝛿 − 1)(𝑝1 ∕ 𝑝2 )𝛿−2
𝜕[𝑝1 ⁄𝑝2 ]

1
Assim 𝜉12 (𝑝, 𝑤) = −(𝛿 − 1) = . Portanto, 𝜉12 (𝑝, 𝑤) = ∞ para a linear, 𝜉12 (𝑝, 𝑤) =
1−𝜌

0 para Leontief e 𝜉12 (𝑝, 𝑤) = 1 para a Cobb-Douglas.


4. Mostre que se as preferências ≿ foram quase-lineares com relação ao bem 1, as funções de

demanda hicksianas dos bens 𝟐, … , 𝑳 não dependem de 𝒖. Qual é a forma da função de

despesa nesse caso?

Sabemos que as preferências quase-lineares com relação ao bem 1 podem ser representadas por

uma função de utilidade da forma 𝑢(𝑥) = 𝑥1 + 𝑢̃(𝑥2 , … , 𝑥𝐿 ). Suponha que ⅇ1 = (1,0, … ,0) ∈ ℝ𝐿 .

Devemos provar que para cada 𝑝 ≫ 0 com 𝑝1 = 1, 𝑢 ∈ ℝ e 𝑥 ∈ (−∞, ∞) × ℝ𝐿−1


+ , se 𝑥 = ℎ (𝑝, 𝑢 ),

então 𝑥 + 𝛼ⅇ1 = ℎ(𝑝, 𝑢 + 𝛼 ).

Note, primeiro, que 𝑢(𝑥 + 𝛼ⅇ1 ) ≥ 𝑢 + 𝛼, isso é, 𝑥 + 𝛼ⅇ1 satisfaz a restrição do PMD para

(𝑝, 𝑢 + 𝛼 ). Faça 𝑦 ∈ ℝ𝐿+ e 𝑢(𝑦) ≥ 𝑢 + 𝛼. Então 𝑢(𝑦 − 𝛼ⅇ1 ) ≥ 𝑢. Portanto, 𝑝(𝑦 − 𝛼ⅇ1 ) ≥ 𝑝𝑥.

Logo, 𝑝 ⋅ 𝑦 ≥ 𝑝(𝑥 + 𝛼ⅇ1 ). O que leva a 𝑥 + 𝛼ⅇ1 = ℎ(𝑝, 𝑢 + 𝛼 ).

Assim, para cada 𝑙 ∈ (2, … , 𝐿), 𝑢 ∈ ℝ e 𝑢′ ∈ ℝ, ℎ𝑙 (𝑝, 𝑢) = ℎ𝑙 (𝑝, 𝑢′ ).

Isso é, as funções de demanda hicksianas para os bens 2, … , 𝐿 são independentes dos níveis de

utilidade. Assim, se definirmos ℎ̃(𝑝) = ℎ(𝑝, 0), então ℎ(𝑝, 𝑢) = ℎ̃(𝑝) + 𝑢ⅇ1

Já que ℎ(𝑝, 𝑢 + 𝛼 ) = ℎ(𝑝, 𝑢) + 𝛼ⅇ1, temos ⅇ(𝑝, 𝑢 + 𝛼 ) = ⅇ(𝑝, 𝑢) + 𝛼.

Portanto, se definirmos ⅇ̃ (𝑝) = ⅇ(𝑝, 0), então ⅇ(𝑝, 𝑢) = ⅇ̃ (𝑝) + 𝑢.

5. Suponha que 𝒖(⋅) é uma função de utilidade contínua representando uma relação de
preferência localmente não-saciada ≿ definida no conjunto de consumo 𝑿 = ℝ𝑳+ e o vetor de
preços é 𝒑 ≫ 𝟎. Mostre que:
a. Se 𝒙∗ é ótimo no PMU quando a riqueza é 𝒘 > 𝟎, então 𝒙∗ é ótimo no PMD quando o
nível de utilidade requerido é 𝒖(𝒙∗ ). Além disso, o nível de despesa minimizado nesse
PMD é exatamente 𝒘.
Suponha que 𝑥 ∗ não seja ótimo no PMD com o nível de utilidade requerido 𝑢(𝑥 ∗ ). Então
existe um 𝑥 ′ tal que 𝑢(𝑥 ′ ) ≥ 𝑢(𝑥 ∗ ) e 𝑝 ⋅ 𝑥 ′ < 𝑝 ⋅ 𝑥 ∗ ≤ 𝑤. Pela não saciedade local,
podemos encontrar um 𝑥 ′′ muito perto de 𝑥 ′ tal que 𝑢(𝑥 ′′ ) > 𝑢(𝑥 ′ ) e 𝑝 ⋅ 𝑥 ′′ < 𝑤. Mas isso
implica que 𝑥 ′′ ∈ 𝐵𝑝,𝑤 e 𝑢(𝑥 ′′ ) > 𝑢(𝑥 ∗ ), contradizendo o caráter ótimo de 𝑥 ∗ no PMU.
Nesse sentido, 𝑥 ∗ deve ser ótimo no PMD quando o nível de utilidade requerido for 𝑢(𝑥 ∗ ),
e o nível minimizado de despesa for, portanto, 𝑝 ⋅ 𝑥 ∗ = 𝑤.
b. Se 𝒙∗ é ótimo no PMD quando o nível de utilidade requerido é 𝒖 > 𝒖(𝟎), então 𝒙∗ é
ótimo no PMU quando a riqueza é 𝒑 ⋅ 𝒙∗ . Além disso, o nível de utilidade maximizado
nesse PMU é exatamente 𝒖.
Já que 𝑢 > 𝑢(0), devemos ter 𝑥 ∗ ≠ 0. Assim, 𝑝 ⋅ 𝑥 ∗ > 0. Suponha que 𝑥 ∗ não seja ótimo
no PMU quando a riqueza for 𝑝 ⋅ 𝑥 ∗ . Então existe um 𝑥 ′ tal que 𝑢(𝑥 ′ ) > 𝑢(𝑥 ∗ ) e 𝑝 ⋅ 𝑥 ′ ≤
𝑝 ⋅ 𝑥 ∗. Considere uma cesta 𝑥 ′′ = 𝛼𝑥 ′ onde 𝛼 ∈ (0,1) (𝑥 ′′ é uma versão “reduzida” de
𝑥 ′ ). Pela continuidade de 𝑢(⋅), se 𝛼 estiver perto o suficiente de 1, então teremos 𝑢(𝑥 ′′ ) >
𝑢(𝑥 ∗ ) e 𝑝𝑥 ′′ < 𝑝𝑥 ∗. Mas isso contradiz o caráter ótimo de 𝑥 ∗ no PMD. Assim, 𝑥 ∗ deve ser
ótimo no PMU quando a riqueza for 𝑝 ⋅ 𝑥 ∗ e o nível de utilidade maximizado for, portanto,
𝑢(𝑥 ∗ ).

𝟏∕𝟐 𝟏∕𝟐
6. Considere a função de utilidade 𝒖 = 𝟐𝒙𝟏 + 𝟒𝒙𝟐 .
a. Encontre as funções de demanda para os bens 1 e 2 de modo que dependam dos preços
e da riqueza.
𝑝2 𝑤 4𝑝1 𝑤
𝑥(𝑝1 , 𝑝2 , 𝑤) = ( 2, )
𝑝1 𝑝2 + 4𝑝1 4𝑝1 𝑝2 + 𝑝22
b. Encontre a função de demanda compensada 𝒉(⋅).
𝑝2 𝑢 2 𝑝1 𝑢 2
ℎ(𝑝1 , 𝑝2 , 𝑢) = ([ ] ,[ ] )
2(4𝑝1 + 𝑝2 ) 4𝑝1 + 𝑝2
c. Encontre a função de despesa, e verifique que 𝒉(𝒑, 𝒖) = 𝜵𝒑 ⅇ(𝒑, 𝒖).
𝑝1 𝑝2 𝑢2
ⅇ(𝑝1 , 𝑝2 , 𝑢) =
4(4𝑝1 + 𝑝2 )
É fácil mostrar que 𝛻𝑝 ⅇ(𝑝1 , 𝑝2 , 𝑢) = ℎ(𝑝1 , 𝑝2 , 𝑢)
d. Encontre a função de utilidade indireta e verifique a identidade de Roy.
𝑣 (𝑝1 , 𝑝2 , 𝑤) = 2(𝑤 ∕ 𝑝1 + 4𝑤 ∕ 𝑝2 )1∕2

Para verificar a identidade de Roy:


1⁄
𝜕𝑣(𝑝1 , 𝑝2 , 𝑤) ∕ 𝜕𝑝1 = (𝑤 ∕ 𝑝1 + 4𝑤 ∕ 𝑝2 )− 2 (−𝑤 ∕ 𝑝12 )

𝜕𝑣 (𝑝1 , 𝑝2 , 𝑤) ∕ 𝜕𝑝2 = (𝑤 ∕ 𝑝1 + 4𝑤 ∕ 𝑝2 )−1∕2 (−4𝑤 ∕ 𝑝22 )

𝜕𝑣(𝑝1 , 𝑝2 , 𝑤) ∕ 𝜕𝑤 = (𝑤 ∕ 𝑝1 + 4𝑤 ∕ 𝑝2 )−1∕2 (1 ∕ 𝑝1 + 4 ∕ 𝑝2 )

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