Nas Trincheiras Da Lei - Tudo Que Você Precisa Saber para Não Ser Vítima de Falsas Denúncias - Sociedade Primitiva Podcast
Nas Trincheiras Da Lei - Tudo Que Você Precisa Saber para Não Ser Vítima de Falsas Denúncias - Sociedade Primitiva Podcast
Nas Trincheiras Da Lei - Tudo Que Você Precisa Saber para Não Ser Vítima de Falsas Denúncias - Sociedade Primitiva Podcast
Tudo que você precisa saber para não ser vítima de falsas acu-
sações de violência doméstica, estelionato judicial e o que
fazer caso aconteça.
PREFÁCIO
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Os relacionamentos são negócios. Não que esteja simpli-
fcando e racionalizando tudo, não é isso. Porém, você está colo-
cando sua segurança, seu patrimônio e sua liberdade em jogo.
Isso é um negócio que será frmado pelas duas partes, deve ser
encarado assim, e avaliado se compensa ou não. Se você entra
nesse negócio em desvantagem, não compensa e é um mau ne-
gócio.
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INTRODUÇÃO
8
Aqui, trataremos de preencher esse vazio, que não pode
ser tratado abertamente na internet.
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SUMÁRIO
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CAPÍTULO 1
BREVE INTRODUÇÃO AO DIREITO
1. O que é crime?
A lei prevê que, para que algo seja considerado crime, essa
conduta deve ser um fato típico, antijurídico e culpável. Isso signi-
fca que, para que haja um crime, é preciso haver um fato típico,
ou seja, uma conduta, seja ela ativa ou omissiva, é preciso que
essa conduta seja prevista em lei como antijurídica, ou seja, é pre-
ciso que a lei preveja que essa conduta é ilegal, e essa conduta
precisa ser culpável, ou seja, o agente não pode ser inimputável
(menores de idade ou defcientes intelectuais).
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Essa descrição é importante, principalmente quando fala-
mos em casos de violência doméstica e varas de família, pois nes-
ta área nem tudo é o que parece e nem tudo é o que está na lei.
https://portalbnmp.cnj.jus.br/#/pesquisa-peca
20
d) Se possível, esteja sempre acompanhado de um advo-
gado.
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Como pode ser visto, quando a vítima prestar depoimen-
to narrando a suposta violência, será questionada com perguntas
como “você se sente ameaçada?”, “o ofensor é usuário de dro-
gas?”, e, com base unicamente nas respostas destas perguntas,
que são feitas sem a presença do acusado, e sobre as quais ele
não tem o direito de se manifestar, é que o juiz vai determinar as
medidas protetivas.
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Entre o telefone para a polícia e a chegada da viatura, sua
ex-companheira avista Roberto, aguardando a polícia, dentro de
seu carro, no fnal da rua, afastado do seu antigo lar. Vendo seu
ex-companheiro ali, vai em direção a ele, e com batidas no vidro
do carro e gritos histéricos, começa ali uma discussão, provocada
pela própria vítima, que dura até a chegada da viatura.
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Sobre Roberto, interessante mencionar um fato tragicô-
mico. Sua defesa, quando instaurado o processo, requereu que
fosse anexada ao processo cópia da ligação feita por Roberto à
polícia, para demonstrar que este jamais violou as medidas prote-
tivas, e, para surpresa de todos, a ligação “não pode ser resgatada
por um problema no sistema”:
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E desta forma, Roberto acaba preso. Esse caso é perfeito
para ilustrar a importância de não permitir o mínimo risco quando
se trata de medidas protetivas. A maioria dos crimes que envol-
vem violência doméstica possuem penas que podem ser cumpri-
das no regime aberto, porém, com o descumprimento de uma
protetiva, vem a prisão preventiva, e todos os problemas ineren-
tes à ela.
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Art. 38-A.
Parágrafo único. As medidas protetivas de ur-
gência serão, após sua concessão, imediata-
mente registradas em banco de dados manti-
do e regulamentado pelo Conselho Nacional
de Justiça, garantido o acesso instantâneo do
Ministério Público, da Defensoria Pública e dos
órgãos de segurança pública e de assistência
social, com vistas à fscalização e à efetividade
das medidas protetivas.
¹ https://www.conjur.com.br/2008-mar-04/stj_leva_400_dias_julgar_habeas_
corpus
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com um peixe beta, daqueles comprados em pet shop.
33
Após ser preso, a defesa de Agenor faz o pedido de revo-
gação da prisão preventiva perante o juiz que a decretou (passo
obrigatório para um futuro recurso), e tem seu pedido negado,
quase um mês depois da sua prisão, sob a alegação que Agenor
poderia “voltar a ameaçar a vítima”, e diante deste cenário, a de-
fesa impetra recurso de habeas corpus, salientando a ilegalidade
da prisão decretada e pedindo sua liberdade.
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Como vemos, Agenor, se tivesse permanecido em liberda-
de durante o processo, jamais teria passado um dia na prisão...
Faz sentido manter alguém preso durante o processo, mas per-
mitir que ele recorra em liberdade? Pois é, e nesse interim, Age-
nor perdeu o emprego, e passou 4 meses de sua vida privado de
liberdade, por crimes que, em tese, não permitiram sua prisão, e
essa é a realidade da rotina forense...
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6. Das qualifcadoras em razão de gênero.
38
O mesmo acontece com o famigerado feminicídio, previs-
to no inciso VI do art. 121, que prevê que a pena por homicídio
será de doze a trinta anos quando a vítima for mulher, enquanto
que a pena será de seis a vinte anos, se for homem. Literalmente
a metade da pena, quando a vítima for um homem, mesmo que
este venha a morrer pelas mãos de sua esposa/companheira.
Então, por fm, o que você deve ser lembrar é que provas
se perdem no tempo, então, trate de produzi-las e mantê-las à
salvo caso precise usá-las. E, mais que isso, garanta que outras
pessoas possam ter acesso a elas caso você seja preso.
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CAPÍTULO 2
DO UNIVERSO MARIA DA PENHA E SEUS CRIMES
Em seu texto, se diz que esta lei nasce e entra vigor para
criar mecanismos de combate à violência contra a mulher, e, em
seu art. 5º, prevê o que é violência contra mulher:
¹ https://www.youtube.com/watch?v=SD1lEyXcWYo
49
como prova. Então, não são incomuns casos em que a própria ví-
tima causa lesões em si mesma, faz o exame de corpo de delito, e
o acusado acaba condenado por lesões que não causou. Quanto
as ameaças, é o mesmo caso, quando a vítima narrar ao delegado
que foi ameaçada, que sofreu chantagens ou coisa do tipo, e o
acusado não puder provar o contrário, via de regra será condena-
do.
3. O estelionato amoroso.
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52
Resumidamente, para que aconteça o estelionato amoroso
– e aqui é importante lembrar que, como não existe uma lei espe-
cífca para este crime, a interpretação pode variar de acordo com
o juiz ou tribunal – é preciso que haja a coação – ou seu simples
convencimento - da vítima em emprestar dinheiro, ou transferir
bens, quaisquer que sejam, para o acusado, e aqui temos um pro-
blema.
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Esta é uma situação clara onde a arbitrariedade do juiz que
irá julgar o processo é o que vai defnir o que é crime de fato ou
não. Pedir dinheiro emprestado para sua companheira é crime? E
se fosse para um amigo qualquer, seria crime também? E se você
tiver complicações fnanceiras e não conseguir pagar, é crime?
² https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/09/22/golpista-conhecido-
-como-gala-do-tinder-e-preso-em-operacao-conjunta-entre-policia-civil-e-mi-
nisterio-publico.ghtml
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PROBIDADE. SENTENÇA MANTIDA.
Sergio, certa vez, após ter discussão com sua esposa, dei-
xou o lar, e retornou alguns dias depois. Coisa corriqueira, do dia
a dia. Ocorre que sua esposa, assim que Sergio deixou a casa, se
dirigiu a delegacia da mulher, e narrou ao delegado de plantão
que teria sido estuprada por seu marido. Daí, se iniciou o inquéri-
to policial e o processo.
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Acontece que Sérgio nunca soube da existência dessa de-
núncia, até o dia que foi preso. Após esta briga, e após a denún-
cia, o casal permaneceu junto por mais três anos, sem maiores
problemas. O casal se mudou de onde morava logo após o episó-
dio, e a delegacia nunca mais conseguiu encontrar nenhum dos
dois para prosseguir com a investigação.
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Importante esclarecer que, no caso de Sérgio, a única pro-
va do suposto crime era o depoimento da vítima, sua esposa!
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Então, é importante esclarecer: a existência de matrimônio
ou namoro não é garantia de consentimento para relação sexual!
Se houver a comunicação, pela mulher, à polícia, de que houve a
conjunção carnal sem consentimento, será instaurado inquérito
policial, e provavelmente isso irá virar uma acusação de estupro,
que tem pena mínima de 6 anos (que será agravada pela Lei Ma-
ria da Penha) e é crime hediondo. Se for preso, irá dividir cela
com estupradores de verdade e outros tipos de presos que não
podem fcar com a população comum, o famoso “seguro”.
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Como se vê, não existe uma métrica prevista para confgu-
ração de perseguição, sendo que, como ocorre em outros tipos
penais, a interpretação casuística do juiz que irá analisar é o que
mais contará. Então, havendo a primeira resistência da outra parte
em receber mensagens, havendo o primeiro “não” em receber
mensagens ou qualquer outro tipo de contato, a partir daí poderá
se confgurar o crime em comento.
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O crime em comento prevê nada menos que OITO VER-
BOS diferentes. Como já vimos, para que exista crime, é neces-
sário que haja a previsão desta conduta (verbo) na lei. No artigo
147-B, temos nada menos que oito condutas diferentes previstas:
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Ouvida em ambas as fases da persecução penal, a vítima
discorreu sobre o contexto de violência doméstica por ela
vivenciado nos últimos dez anos, relatando que o acusado
constantemente a xingava e a acusava de tê-lo traído, ame-
açando-a de morte e chegando inclusive a agredi-la em al-
gumas poucas ocasiões. A respeito dos fatos aqui tratados,
disse que ele chegou em casa embriagado, como de costu-
me, e então a xingou e a ameaçou de morte, o que a deixou
aterrorizada e fez com que fugisse de casa e acionasse a
polícia, requerendo a fxação de medidas protetivas em seu
favor.
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fatos criminosos ou imorais, verdadeiros ou falsos), ridicula-
rização (escarnecimento, zombaria, que não passa de uma
forma de humilhação), limitação do direito de ir e vir (res-
trição da livre movimentação) ou qualquer outro meio que
cause prejuízo à saúde psicológica e autodeterminação. Por
esta última forma analógica estende-se o tipo a quaisquer
outras condutas que possam interferir na saúde psicológica
e no exercício de se decidir”.
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Então, como podemos ver na decisão acima, entendeu-se
que, como a vítima alegou que sofreu “humilhações” ao longo
de 15 anos de relacionamento, está confgurado o crime. Ago-
ra, como pode-se mensurar esse abalo psicológico? Se a relação
era tão prejudicial como narrou a vítima, será que seria possível
tolerar isso por 15 anos? Ou será que a situação não era maior
que um mero aborrecimento? Uma dinâmica comum de casais,
que divergem, discutem, brigam, e seguem a vida normalmente,
como pessoas normais?
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Muito embora referido laudo tenha sido
produzido de forma unilateral, certo é que
ele não pode ser desconsiderado e eviden-
cia, ainda que em sede de cognição sumá-
ria, a nocividade do convívio entre a agravante
e o agravado, permeada de agressividade ver-
bal (vide boletim de ocorrência págs. 74/76),
em nítido prejuízo à saúde física e mental da
agravante, bem como ao infante Joaquim,
que, com apenas dois anos de idade (pág. 45),
é expectador do confito travado entre seus
pais.”
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7. O crime de divulgação de pornografa, o “porn re-
venge”.
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Então, com base unicamente em depoimento da vítima e
em print’s de WhatsApp, que podem ter sido enviados por qual-
quer pessoa, Divanei é processado.
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as fotos, e, partir daí, a vítima escolhe quem será condenado!
Escolhendo qual dos agraciados com suas fotos é que vão ser
processados.
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A partir daí, o investigador/delegado que não sabem nem
por onde começar uma investigação como essa, irá enviar tudo
isso para o Ministério Público, que também não sabe investigar, e
tudo isso irá virar um processo criminal, contra um inocente.
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Nas cenas do julgamento que “vazaram”, segundo a nar-
rativa das próprias mulheres na internet, vemos trechos do inter-
rogatório da vítima, feito pelo advogado de defesa do acusado,
onde este questiona Mariana Ferrer sobre suas publicações na
internet, que davam destaque aos seus atributos físicos, e esses
questionamentos surgem tendo em vista que a casa noturna onde
supostamente se iniciou o ato criminoso era famosa por receber
garotas de programa “amadoras”, daquelas que estudam, fazem
faculdade, mas gostam de dinheiro fácil.
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Então, como vemos, esta lei tornou crime qualquer conduta
que “atente contra a dignidade da vítima em crimes de violência
doméstica”, sendo que tal regra vale para todos os participantes
da mesa, para os advogados, juiz, promotor... E isso nos traz uma
série de problemas sérios, legais e jurídicos, e que colocam mais
um obstáculo na defesa do homem e na busca por justiça.
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rações da vítima são essenciais na busca da verdade real,
princípio basilar da ciência criminal.
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E, na mesma decisão, o desembargador relator trás o con-
ceito de revitimização (é extremamente importe você entender
isso), fundamento utilizado para negar o pedido de depoimento
da vítima:
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culpabilizada por aqueles indivíduos e/ou grupos que de-
veriam constituir sua rede apoio – familiares, amigos, entre
outros.”
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Neste exemplo, tendo o crime supostamente ocorrido
dentro do lar, sem testemunhas, e havendo a impossibilidade da
vítima (aquela que acusa) ser questionada para esclarecer os fa-
tos, o acusado será condenado sem oportunidade de defesa e
sem provas! Tudo isso em nome da “dignidade da vítima”, e para
evitar a “revitimização”.
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E isso confere a qualquer mulher um poder muito grande,
o de acusar, sem provas, e não poder ser punida por isso. E, pior,
o de colocar qualquer inocente na cadeia.
87
CAPÍTULO 3
DOS CRIMES SEXUAIS
¹ https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2023/07/10/joao-de-deus-e-conde-
nado-a-quase-100-anos-por-crimes-sexuais.ghtml
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tes durante exames por exemplo, a situação fca clara, mas não é
sempre assim.
Essa é uma hipótese mais incomum, até por que não de-
vem existir muitos leitores desta obra que são massagistas tântri-
cos, mas esse crime é abrangente.
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“É alarmante, hodiernamente, o crescimento da prática de
atividades ilegais por meio da internet, com larga difusão
de fraudes e de crimes sexuais que se devem a facilidade
de acesso a diversos conteúdos digitais.
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virtual, e que, mesmo que a vítima tenha aceitado uma espécie de
prostituição, o crime estará confgurado.
2. A importunação sexual.
E isso nos faz voltar os olhos para a forma mais comum para
este tipo de crime, a conduta em uma balada.
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Vejamos, a própria vítima diz que não quis interromper
a abordagem do acusado e que o “assédio” sofrido, dentro de
uma casa noturna, foi o “passar de mãos” do acusado em suas
costas. Ora, não causa estranheza que, dentro de um ambiente
movimentado e cheio de pessoas, a vítima teve que esperar um
terceiro chegar para interromper a investida do acusado? Não so-
mente, não causa estranheza que a suposta vítima tenha mantido
conversa durante algum tempo com o acusado, em um ambiente
onde pessoas vão para se relacionar entre si, e, de repente, com
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um toque de mão em suas costas, a situação vira crime?
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Cabe a refexão: uma mulher que mantém conversa por
determinado tempo com um homem que já deixou claro suas in-
tenções, não permitiu tal conduta? Tal conduta não faz parte do
ferte, da sedução, comum à vida cotidiana? Por qual motivo uma
mulher manteria conversa com um homem que já deixou claro
que pretende ter contato físico com ela, se isso não é recíproco?
Por fm, vale lembrar que a interação entre ambos não pre-
cisa ser física, podendo ocorrer no ambiente virtual, como por
exemplo enviar fotos íntimas para uma mulher que não as solici-
tou, nesse caso, também temos o crime confgurado.
3. O assédio sexual.
4. Do aborto.
5. Da idade de consentimento.
6 . O estupro de vulnerável.
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Então, como podem imaginar, existe uma janela grande de
tempo e oportunidade para que a vítima faça uso de qualquer
substância, a maioria facilmente acessível, mesmo após ter tido
a conjunção carnal. E, no caso de medicamentos, é praticamen-
te impossível auferir precisamente quando foram consumidos,
antes, ou depois da conjunção carnal. E, quando tempos prova
de substâncias na corrente sanguínea, de conjunção carnal, e da
palavra da vítima, que como vimos, constitui prova, temos ai a
condenação. E aqui abrimos margem para que falsas acusações
sejam forjadas.
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Em verdade, sempre que houver a mínima alteração psí-
quica da vítima, seja por qualquer substância que for, inclusive
remédios controlados de uso contínuo, haverá uma situação de
risco, que pode ocasionar em crime, mesmo que tenha havido
consentimento. Então, evite qualquer interação com qualquer
pessoa que esteja alterada.
111
CAPÍTULO 4
OUTRAS QUESTÕES PROCESSUAIS
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No caso em concreto, nos termos em que ocorreram os fa-
tos, não tinha o requerido o direito de extrapolar os limites
do decoro, da sobriedade, do razoável e proferir palavras
ofensivas à requerente. Em que pese o requerido alegar
que o caso retratava caso de ofensas mútuas, não apre-
sentou prova nesse sentido, ou seja de que a requerente o
ofendia, ônus que lhe incumbia.
115
votação, que provavelmente será a favor de tal medida.
116
E aqui surgem alguns problemas. A obrigatoriedade de
notifcação, mesmo sem pedido ou autorização da vítima, gera
crime em caso de desobediência, o crime de prevaricação, e, por
isso, nenhum profssional da saúde, seja do setor público ou pri-
vado, irá se arriscar em não o fazer.
120
da mulher, sua hipossufciência ou vulnerabilidade, na
verdade, são os fundamentos que levaram o legislador
a conferir proteção especial à mulher e por isso têm-
-se como presumidos (AgRg no AREsp n. 1.439.546/RJ,
Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe
5/8/2019).
121
é pessoa do sexo masculino, o que afasta as disposições
específcas previstas na Lei 11.340/2006 - cuja incidên-
cia é restrita à violência praticada contra mulher -, notada-
mente a que dispensa a representação do ofendido para
que possa ser iniciada a persecução penal nos delitos de
lesão corporal.”
123
Art. 699-A. Nas ações de guarda, antes de ini-
ciada a audiência de mediação e conciliação
de que trata o art. 695 deste Código, o juiz
indagará às partes e ao Ministério Público se
há risco de violência doméstica ou familiar,
fxando o prazo de 5 (cinco) dias para a apre-
sentação de prova ou de indícios pertinentes.
124
A lei não exige a prática da violência, mas somente o seu
“risco”. Ora, como se mede o risco concreto da violência domés-
tica? Da mesma forma que é usada para determinar as medidas
protetivas? Se essa for a métrica, basta que a mãe diga que se
sente ameaçada! Novamente, a lei abre nova margem para arbi-
trariedades e para o uso abusivo da lei.
125
6. A defesa particular e a defensoria pública.
127
É isso mesmo, em um processo complexo, que envolve di-
versos tipos de provas, testemunhas, discussão de jurisprudência,
a defensora pública nomeada para defender o réu limita-se a di-
zer no processo “ele é inocente”, e só.
128
legal para atuação do defensor público neste sentido. Essa não
é a regra, e existem inúmero defensores públicos que realmente
prezam pelo bom trabalho, mas, vale a pena arriscar alguns anos
preso, contando com a sorte de ter um defensor aleatório?
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CAPÍTULO 5
INCERTEZAS E FUTURO
¹ https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/motorista-que-abandonou-mulher-
-na-rua-antes-de-estupro-pode-pegar-ate-5-anos-de-prisao/
131
lionato amoro não existe na lei, foi criado a partir de decisões iso-
ladas em diversas varas do país, até que se criou o entendimento
de que ele existe.
132
Durante o seu julgamento, como todos devem lembrar, sua
própria defesa vazou os vídeos da audiência, onde ela foi con-
frontada pelo advogado de defesa de André, como já narramos
aqui. Mas o que é interesse é demonstrar que o exame toxicológi-
co de Mariana constou negativo para toda e qualquer droga:
133
André acabou sendo absolvido das acusações, já que as
provas eram cristalinas, o que nem sempre garante a absolvição,
mas foi o resultado desta vez. Porém, mesmo absolvido, teve sua
vida destruída, antes mesmo do fm do processo.
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O mesmo já aconteceu antes, com a famigerada Maria
da Penha, aquela que acusou seu então marido, Marco Antônio
Heredia, de agredi-la e atirar nela, causando sua paralisia, o que
aparentemente se mostrou mentira, décadas depois, quando a
vida de Marco já havia sido completamente destruída e a lei que
deu origem a isso tudo já havia sido publicada.4 Novamente, o
trabalho midiático e a atuação da militância feminista agiram em
conjunto para que essa narrativa fosse repetida tantas vezes que
todos passam a aceita-la como verdade.
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do, manteve relacionamento amoro consigo, e que toda relação
teria sido consensual.5
136
profssionais por sua atuação.
137
CAPÍTULO 6
EM MEMÓRIA DAS VERDADEIRAS VÍTIMAS
140
E, diante disso, muito provavelmente seus flhos irão cres-
cer ouvindo uma história mentirosa, de que seu pai foi um crimi-
noso, que agredia sua mãe, e que não suportou o mal que fez.
Nem sua memória será respeitada pelos seus flhos.
141
CAPÍTULO 7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
142
A única coisa que podemos fazer é nos preparar. E isso in-
clui diversos fatores, que vão desde inteligência emocional, pas-
sando por recursos fnanceiros, e, como fzemos nesta obra, co-
nhecimento prático da realidade.
Esteja preparado!
143