Império Do Brasil

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Império do Brasil

(Redirecionado de Brasil Império)


O Império do Brasil[3] (denominado pela
historiografia também como Brasil Império, Brasil Império do Brasil
Imperial ou Brasil Monárquico) foi um Estado que →
existiu no século XIX e que compreendia, ← 1822 – 1889

aproximadamente, até 1825, o território que forma o
Brasil (sem o Acre) e o Uruguai atuais. Seu governo era
uma monarquia constitucional parlamentar
representativa, com a ascensão ao trono de dois
imperadores, Pedro I e seu filho, Pedro II. De uma
colônia do Reino de Portugal, o Brasil tornou-se a sede
do Império Português em 1808, quando o então Bandeira Brasão Imperial
Príncipe Regente de Portugal, João VI, reagiu à invasão
Lema nacional
napoleônica de Portugal estabelecendo a si mesmo e Independência ou Morte!
seu governo no Rio de Janeiro. João VI, em
decorrência da Revolução do Porto, retornou a Hino nacional
Hino da Independência do Brasil (1822–
Portugal em 1821, deixando seu filho e herdeiro, Pedro,
1889)
para governar o Reino do Brasil como regente. Em 7 de
4:12
setembro de 1822, Pedro proclamou a independência
do Brasil e foi aclamado em 12 de outubro do mesmo
ano como Pedro I, primeiro imperador do Brasil, fato
que antecedeu uma guerra contra Portugal, que
reconheceu a independência em 1825, com a assinatura
do Tratado do Rio de Janeiro.[4] O novo país era vasto,
etnicamente diverso, porém pouco povoado.

Ao contrário das repúblicas vizinhas hispano-


americanas, o Brasil adquiriu estabilidade política,
crescimento econômico,[5] liberdade de expressão
garantida pela constituição, e respeito pelos direitos de
seus súditos, embora com restrições a escravos, sendo
estes reconhecidos como propriedades e não como
cidadãos. O parlamento bicameral do império era eleito
de forma relativamente democrática para a época,
assim como as legislaturas provinciais e locais. Devido
Mapa diacrônico do Império do Brasil,
a isso, surgiu uma longa divergência ideológica entre incluindo a Província Cisplatina.
Pedro I e uma considerável porção do parlamento Continente América do Sul
sobre o papel do monarca no governo. Além disso, a
Capital Rio de Janeiro
malsucedida Guerra da Cisplatina contra as Províncias 22° 54' S 43° 14' O (htt
Unidas do Rio da Prata em 1828 levou à secessão da p://tools.wmflabs.org/
província da Cisplatina (atual Uruguai). Em 1826, geohack/geohack.ph
p?pagename=Imp%C
apesar de seu papel na independência do Brasil, Pedro 3%A9rio_do_Brasil&p
arams=22_54_0_S_4
I tornou-se rei de Portugal (Pedro IV), abdicando 3_14_0_W_type:coun
try())
imediatamente em favor de sua filha mais velha, Maria
II. Dois anos depois, o trono foi usurpado pelo irmão Língua oficial Português
mais novo de Pedro I, Miguel. Incapaz de lidar Religião Católica romana[a]
simultaneamente com os problemas do Brasil e de
Portugal, Pedro I abdicou ao trono brasileiro em 7 de Governo Monarquia
constitucional
abril de 1831 e partiu imediatamente para a Europa parlamentarista[b]
para restituir o trono português à sua filha. Imperador
• 1822–1831 Pedro I
O sucessor de Pedro I no Brasil foi seu filho de apenas • 1840–1889 Pedro II
cinco anos, Pedro II. Sendo ele ainda menor de idade, Presidente do
foi instalada uma regência. O vazio de poder resultante Conselho de
Ministros
da falta de um monarca ativo como árbitro decisivo das • 1847 Visconde de
questões políticas levou a uma série de guerras civis Caravelas (primeiro)
regionais entre facções locais. Tendo herdado um • 1889 Visconde de Ouro
império no limiar da desintegração, Pedro II, quando Preto (último)
aclamado imperador, conseguiu pacificar e estabilizar o Legislatura Assembleia Geral[c]
país, que viria a tornar-se uma potência emergente • Câmara alta Senado[d]
internacional. Sob o reinado de Pedro II, o Brasil foi • Câmara baixa Câmara dos
vitorioso em três conflitos internacionais (a Guerra do Deputados[d]
Prata, a Guerra do Uruguai e a Guerra do Paraguai) e o Período Revoluções do
império prevaleceu em vários outros conflitos e histórico Atlântico
Era Romântica
disputas internacionais e crises internas. Junto à Realismo/Naturalismo
prosperidade e ao desenvolvimento surgiu um fluxo de Parnasianismo
imigração europeia, incluindo protestantes e judeus, Belle Époque
• 9 de janeiro de
embora o Brasil tenha continuado maciçamente 1822 Dia do Fico
católico. A escravidão, fortemente difundida, foi • 7 de setembro
de 1822 Independência do Brasil
restringida por sucessivas reformas até sua abolição em
1888. As artes visuais, a literatura e o teatro afloraram • 12 de outubro
de 1822 Primeiro reinado
neste período. Embora muito influenciados por estilos
• 7 de abril de Abdicação de Pedro I e
europeus que variavam do neoclassicismo ao 1831 início do período
romantismo, cada conceito era adaptado para criar regencial
uma cultura genuinamente brasileira. • 23 de julho de
1840 Segundo reinado
• 13 de maio de Abolição da
Após um reinado de 58 anos, em 15 de novembro de 1888 Escravatura
1889, Pedro II foi deposto por um repentino golpe de • 15 de
novembro de Proclamação da
Estado liderado por uma facção de militares República
positivistas e civis cujo propósito era a formação de 1889

uma república presidencialista, dando início a Primeira Área


República Brasileira.[6]
• 1889 8 337 218 km2
População
• 1823[1] est. 4 000 000
História [1]
• 1854 est. 7 000 700
• 1872[1] est. 9 930 478
• 1889 est. 14 333 915
Independência e primeiros anos Dens. pop. 1,7/km²
O território que viria a ser conhecido como o Brasil foi Moeda Real
reivindicado por Portugal em 22 de abril de 1500,
a.↑ Art. 5º: A Religião Católica Apostólica
quando o navegador Pedro Álvares Cabral
Romana continuará a ser a religião do Império.
desembarcou em seu litoral.[7] Uma colonização Todas as outras religiões serão permitidas com
permanente seguiu- seu culto doméstico, ou particular, em casas
para isso destinadas, sem forma alguma exterior
se e, de 1532 aos
de templo.[2]
300 anos seguintes, b.↑ Art. 2º: O seu território é dividido em
os portugueses Províncias na forma em que atualmente se
expandiram acha, as quais poderão ser subdivididas, como
pedir o bem do Estado.[2]
lentamente seus
c.↑ Art. 13: O Poder Legislativo é delegado à
domínios para Assembleia Geral, com a sanção do
oeste até chegarem Imperador.[2]
a quase todas as d.↑ Art. 14: A Assembleia Geral compõe-se de
duas câmaras: Câmara de Deputados e Câmara
fronteiras do Brasil
de Senadores ou Senado.[2]
moderno.[8]
Províncias do Império do Brasil em
1822
O Rei João III cria o cargo de governador-geral, através do
Regimento de 17 de dezembro de 1548. O território da América
Portuguesa passa então a ter uma administração unificada, se
tornando no Estado do Brasil.[9]

Em 1661, o norte do território da América Portuguesa se


autonomiza do Estado do Brasil e se constitui como o Estado
do Maranhão, com seu próprio governo e capital na cidade de
São Luís.[10]

Em 1808, o exército do imperador francês Napoleão Bonaparte


invadiu Portugal, levando a família real portuguesa — a Casa de
Bragança, um ramo de mil anos da dinastia capetiana — a se
transferir para o Brasil, preservando a independência
portuguesa. Eles restabeleceram-se na cidade brasileira do Rio
de Janeiro, que se tornou a sede oficial do Império
Português.[11]
Pedro I em pintura de Simplício de
Sá, c. 1830 Em 1815, o príncipe
português João (mais tarde,
rei João VI), atuando como
regente, criou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, o
que elevou o Brasil de estado a reino. Ele subiu ao trono
português no ano seguinte, após a morte de sua mãe, Maria I.
Regressou a Portugal em abril de 1821, deixando para trás seu
Na parte superior, a atual Praça XV,
filho e herdeiro, o príncipe Pedro, para governar o Brasil como
do lado esquerdo o Paço Imperial
seu regente.[12][13] O governo português imediatamente (sede do governo Colonial, Real e
procurou revogar a autonomia política que ao Brasil havia sido Imperial) ao fundo o Convento e
concedida desde 1808. [14][15] A ameaça de perderem seu Igreja do Carmo (onde Pedro I e
limitado controle sobre assuntos locais inflamou uma oposição Pedro II foram coroados) e o
generalizada entre os brasileiros. José Bonifácio de Andrada e Chafariz do Mestre Valentim, na
frente. Na parte inferior um
Silva, juntamente com outros líderes brasileiros, convenceram
panorama da cidade com destaque
Pedro a declarar a independência do Brasil do domínio de
o Corcovado. De Jean-Baptiste
Portugal em 7 de setembro de 1822.[16][17] Em 12 de outubro, o Debret, em 1830
príncipe foi aclamado Pedro I, o primeiro imperador do recém-
criado Império do Brasil, uma monarquia constitucional.[18][19]
A escolha do termo "Imperador" e não de "Rei" deu-se para representar a separação com a
monarquia portuguesa, mostrando que ele era Imperador por aclamação e não por direito
sucessório português com título de Rei.[20] A declaração de independência foi combatida em todo o
Brasil por unidades militares armadas leais ao governo português. A guerra de independência que
se seguiu foi travada em todo o país, com batalhas nas regiões norte, nordeste e sul. Os últimos
soldados portugueses renderam-se em março de 1824[21][22] e a independência foi reconhecida por
Portugal em agosto de 1825.[4]

Exército do Império do Brasil ataca as forças


confederadas no Recife, em 1824, no contexto da
Confederação do Equador A antiga Casa de Câmara e Cadeia
(Cadeia Velha), atual Palácio
Tiradentes, onde ocorreu a
Pedro I enfrentou uma série de crises durante o seu reinado. Assembleia Constituinte do Brasil
Em 1824, ocorreu a Confederação do Equador, principal reação de 1823. E a primeira sede da
contra a tendência monarquista e a política centralizadora do Câmara dos Deputados
seu governo. O centro irradiador e a liderança da revolta
couberam à província de Pernambuco, pois esta esperava que a
primeira constituição do império seria do tipo federalista, e daria autonomia para as províncias
resolverem suas questões. A repressão ao movimento foi severa: Pernambuco acabou perdendo
grande parte do seu território (a antiga Comarca do Rio de São Francisco), e vários líderes da
rebelião, como Frei Caneca, foram enforcados ou fuzilados.[23] Já a rebelião separatista na
província Cisplatina, no início de 1825, e a tentativa posterior das Províncias Unidas do Rio da
Prata (que mais tarde se iriam tornar a Argentina) de anexá-la levaram o império à Guerra da
Cisplatina: "uma longa, inglória e, finalmente, inútil guerra no sul".[24] Em março de 1826, João VI
morreu e Pedro I herdou a coroa portuguesa, tendo brevemente se tornado o rei Pedro IV de
Portugal, antes de abdicar em favor de sua filha mais velha, que se tornou a rainha Maria II.[25] A
situação piorou em 1828 quando a guerra no sul terminou com perda da Cisplatina pelo Brasil, que
viria a tornar-se a república independente do Uruguai.[26] No mesmo ano, em Lisboa, o trono de
Maria II foi usurpado pelo príncipe Miguel, o irmão de Pedro I.[27]

Outras dificuldades surgiram quando o parlamento do império,


a Assembleia Geral, foi inaugurado em 1826. Pedro I,
juntamente com uma percentagem significativa da legislatura,
defendeu um sistema judiciário independente, um legislativo
eleito pelo povo e um governo que seria liderado pelo
imperador que deteria amplos poderes executivos e
prerrogativas.[28] Outros no Parlamento defenderam uma
estrutura semelhante, apenas com um papel menos influente
Paço de São Cristóvão, atual Museu
para o monarca e com o poder legislativo sendo dominante na Nacional, na Quinta da Boa Vista.
política e na governança.[29] A luta sobre se o governo seria Foi residência da família de João VI
dominado pelo imperador ou pelo parlamento foi travada em e da Família Imperial Brasileira. Em
debates entre 1826 e 1831 no estabelecimento da estrutura 1862
governamental e política do império.[24] Ao não conseguir lidar
com problemas tanto no Brasil quanto em Portugal simultaneamente, o imperador abdicou em
nome de seu filho, Pedro II, em 7 de abril de 1831 e imediatamente embarcou para a Europa para
restaurar sua filha ao seu trono.[30]

Regência
Após a saída precipitada de Pedro I, o Brasil ficou com um menino de cinco anos de idade como
chefe de Estado. Sem precedentes a seguir, o império foi confrontado com a perspectiva de um
período de mais de doze anos sem um executivo forte, visto que, nos termos da Constituição de
1824, Pedro II não iria atingir a maioridade e começar a exercer a autoridade como o imperador
até 2 de dezembro de 1843, quando chegaria aos dezoito anos.[31] A regência foi eleita para
governar o país nesse período. A regência tinha apenas alguns dos poderes exercidos por um
imperador e era completamente subordinada à Assembleia Geral, que não podia preencher o vácuo
deixado no cargo mais alto do governo brasileiro.[32]

Paralisada, a regência mostrou-se incapaz de


resolver disputas e rivalidades entre facções
políticas nacionais e locais. Acreditando que a
concessão de maior autonomia política aos
governos provinciais e locais iria sufocar a crescente
dissidência, a Assembleia Geral aprovou uma
Mosteiro da Luz em São Paulo, 1835 emenda constitucional em 1834, o chamado Ato
Adicional. Em vez de acabar com o caos, esses
novos poderes somente alimentaram ambições e
rivalidades regionais. A violência então explodiu em todo o país.[33] Partidos locais concorriam
com uma renovada ferocidade para dominar os governos provinciais e municipais, visto que
qualquer partido que dominava as províncias também ganhava o controle sobre o sistema eleitoral
e político. Esses partidos que perderam as eleições se rebelaram e tentaram assumir o poder pela
força, o que resultou em várias rebeliões.[34] A Revolta do Ano da Fumaça e a Revolta de Carrancas
em Minas Gerais, a Cabanagem no Grão-Pará, a Balaiada no Maranhão, a Revolta dos Malês e
Sabinada na Bahia e a Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul, foram alguns dos conflitos
deflagrados neste período.[35]

Os políticos que haviam subido ao poder durante a década de 1830 haviam até então se
familiarizado com as dificuldades e as armadilhas do poder. Segundo o historiador Roderick J.
Barman, por volta de 1840 "eles haviam perdido toda a fé na sua capacidade de governar o país por
conta própria. Eles aceitaram Pedro II como uma figura de autoridade, cuja presença era
indispensável para a sobrevivência do país".[36] Alguns desses políticos (que formariam o Partido
Conservador em 1840) acreditavam que uma figura neutra era necessária, que poderia estar acima
de facções políticas e de interesses mesquinhos para enfrentar o descontentamento e disputas
moderadas.[37] Eles imaginaram um imperador que seria mais dependente do legislador do que o
monarca constitucional imaginado por Pedro I, mas com mais poderes do que tinha sido defendido
no início da regência por seus rivais (que mais tarde formaram o Partido Liberal).[38] Os liberais,
no entanto, conseguiram passar uma iniciativa para antecipar a maioridade de Pedro II de 18 para
14 anos. O imperador foi declarado apto para governar em julho de 1840.[39]

Consolidação
Para atingir os seus objetivos, os liberais tinham-se aliado a um
grupo de funcionários de alto escalão do palácio e a políticos
notáveis: a "facção dos cortesãos". Os cortesãos faziam parte do
círculo íntimo do imperador e tinham grande influência sobre
ele,[40] o que lhes permitiu a nomeação de sucessivos gabinetes
liberais-cortesãos. Seu domínio, no entanto, foi de curta
duração. Por volta de 1846, Pedro II tinha amadurecido
fisicamente e mentalmente. Como não era mais um jovem
inseguro de 14 anos de idade, influenciado por fofocas,
sugestões de lotes secretos e outras táticas de manipulação,[41] O Paço Imperial, a sede do governo
suas fraquezas desbotaram e sua força de caráter veio à imperial brasileiro, em 1840
tona. [41] Ele arquitetou com sucesso o fim da influência dos
cortesãos, removendo-os de seu círculo íntimo sem causar
qualquer perturbação pública.[42] Ele também rejeitou os liberais, que se haviam revelado
ineficazes enquanto estavam no cargo, e exortou os conservadores a formar um governo em
1848.[43]

As habilidades do imperador e do gabinete conservador recém-nomeado foram testadas durante


três crises entre 1848 e 1852.[44] A primeira foi um confronto sobre a importação ilegal de
escravos. Importar escravos tinha sido proibido em 1826, como parte de um tratado com o Reino
Unido,[43] mas o tráfico continuou inabalável. No entanto, a aprovação pelo governo britânico da
Lei Aberdeen de 1845 autorizou que os navios de guerra britânicos abordassem navios brasileiros e
prendessem quem fosse flagrado envolvido no comércio de escravos.[45] Enquanto o Brasil lutava
com este problema, a Revolução Praieira, um conflito entre facções políticas regionais na província
de Pernambuco (e aquela em que partidários liberais e cortesãos estiveram envolvidos) irrompeu
em 6 de novembro de 1848, mas foi suprimida em março de 1849. Foi a última rebelião a ocorrer
durante a monarquia e seu fim marcou o início de um período de 40 anos de paz interna no Brasil.
A Lei Eusébio de Queirós foi promulgada em 4 de setembro de 1850 dando ampla autoridade ao
governo para combater o comércio ilegal de escravos. Com esta nova ferramenta, o Brasil procurou
eliminar a importação de escravos e em 1852 a primeira crise acabou quando a Grã-Bretanha
aceitou que o comércio havia sido suprimido.[46]

A terceira crise foi um conflito com a Confederação Argentina sobre ascendência sobre territórios
adjacentes ao Rio da Prata e pela navegação gratuita na hidrovia.[47] Desde a década de 1830, o
ditador argentino Juan Manuel de Rosas apoiava rebeliões no Uruguai e no Brasil. O império foi
incapaz de enfrentar a ameaça representada por Rosas até 1850,[47] quando uma aliança forjada
entre Brasil, Uruguai e desafetos argentinos,[47] levou à Guerra do Prata e a posterior deposição do
governante argentino em fevereiro de 1852.[48][49] A passagem bem sucedida do império por estas
crises melhorou consideravelmente a estabilidade e o prestígio da nação e o Brasil emergiu como
uma potência hemisférica.[50] No plano internacional, os europeus vieram para ver o país
incorporando os ideais liberais familiares, como a liberdade de imprensa e o respeito
constitucional das liberdades públicas. Sua monarquia parlamentar representativa também
contrastou com a mistura de ditaduras e instabilidade política endêmica nas outras nações da
América do Sul durante este período.[51]
 
Panorama do Recife, capital da província de Pernambuco (nordeste brasileiro), em 1855, cinco anos após o fim da
Revolução Praieira

Crescimento
No início da década de 1850, o Brasil gozava de estabilidade
interna e prosperidade econômica.[52] A infraestrutura do país
foi sendo desenvolvida, com o progresso na construção das
estradas de ferro, do telégrafo elétrico e de linhas de navios a
vapor que uniam o Brasil em uma entidade nacional coesa.[52]
Depois de cinco anos de mandato, o gabinete conservador foi
dissolvido em setembro de 1853. Honório Hermeto Carneiro
Leão, o Marquês de Paraná, líder do Partido Conservador, foi
A locomotiva Pequenina na
convocado para formar um novo gabinete.[53] O imperador província da Bahia (nordeste
Pedro II quis aplicar um plano ambicioso, que se tornou brasileiro), c. 1859
conhecido como "a Conciliação",[54] que visava reforçar o papel
do parlamento na resolução de disputas políticas do
país.[53][55]

O Marques de Paraná convidou vários liberais para se juntar às


fileiras conservadoras e chegou a designar alguns como
ministros. O novo gabinete, embora altamente bem sucedido,
foi atormentado desde o início pela forte oposição dos
membros ultraconservadores do Partido Conservador, que
Porto do Recife, 1865
repudiaram os novos recrutas liberais. Eles acreditavam que o
gabinete havia se tornado uma máquina política infestada com
liberais convertidos que não eram genuinamente parte dos ideais do partido e estavam
interessados ​principalmente na obtenção de cargos públicos.[56] Apesar dessa desconfiança,
Paraná mostrou resistência em retirar as ameaças e superar os obstáculos e contratempos.[57][58]
No entanto, em setembro de 1856, no auge de sua carreira, ele morreu de forma inesperada,
embora o seu gabinete tenha sobrevivido até maio de 1857.[59]

O Partido Conservador tinha sido dividido ao meio: de um lado estavam os ultraconservadores e


do outro os conservadores moderados que apoiaram a Conciliação.[60] Os ultraconservadores eram
liderados por Joaquim Rodrigues Torres, o Visconde de Itaboraí, Eusébio de Queirós e Paulino
Soares de Sousa, o 1º Visconde de Uruguai — todos os ex- ministros no gabinete de 1848-1853.
Esses estadistas mais velhos haviam tomado o controle do Partido Conservador após a morte do
Marquês de Paraná. Depois de 1857, nenhum dos gabinetes sobreviveu por muito tempo, todos
rapidamente entrando em colapso devido à falta de uma maioria na Câmara dos Deputados.[61]
Os membros restantes do Partido Liberal, que definhavam desde a sua queda em 1848 e a
desastrosa Revolução Praieira em 1849, aproveitaram o que parecia ser iminente implosão do
Partido Conservador para voltar à política nacional com força renovada. Eles entregaram um
poderoso golpe para o governo, quando conseguiram ganhar vários assentos na Câmara dos
Deputados em 1860.[62] Quando muitos conservadores moderados desertaram para se unir aos
liberais para formar um novo partido político, a Liga Progressista,[63] continuar no poder se tornou
insustentável para os conservadores devido à falta de uma maioria governista viável no
parlamento. Eles se demitiram e, em maio de 1862, Pedro II nomeou um gabinete progressista.[64]
O período desde 1853 tinha sido de paz e prosperidade para o Brasil: '"O sistema político
funcionou sem problemas, liberdades civis foram mantidas. A partida tinha sido feita na
introdução no Brasil das linhas da estrada de ferro, do telégrafo e do vapor. O país não era mais
conturbado pelas disputas e conflitos que se acumulou durante seus primeiros 30 anos".[65]

Guerra do Paraguai
Este período de calma chegou ao fim quando o cônsul britânico
no Rio de Janeiro quase provocou uma guerra entre o Reino
Unido e o Brasil. Ele enviou um ultimato contendo exigências
abusivas decorrentes de dois incidentes menores no final de
1861 e no início de 1862.[66] O governo brasileiro se recusou a
ceder e o cônsul emitiu ordens para navios de guerra britânicos
capturar navios mercantes brasileiros como indenização.[67] O
Artilharia brasileira em posição Brasil se preparou para um conflito iminente[68][69] e as
durante a Guerra do Paraguai, 1866 defesas costeiras receberam permissão para atirar contra
qualquer navio de guerra britânico que tentasse capturar
navios mercantes brasileiros.[70] O governo brasileiro, em
seguida, cortou relações diplomáticas com o Reino Unido em
junho de 1863.[71]

Como a guerra com o Império Britânico se aproximava, o Brasil


teve de voltar sua atenção para as suas fronteiras do sul. Outra
guerra civil começou no Uruguai e colocou seus partidos
políticos uns contra os outros.[72] O conflito interno levou ao
assassinato de brasileiros e ao saque de suas propriedades
Soldados brasileiros ajoelhados
uruguaias.[73] O gabinete progressista do Brasil decidiu intervir
antes de uma procissão religiosa
durante a Guerra do Paraguai, 1868 e despachou o exército, que invadiu o Uruguai em dezembro de
1864, começando a breve Guerra do Uruguai.[74] O ditador do
vizinho Paraguai, Francisco Solano López, aproveitou-se da
situação do Uruguai no final de 1864 para tentar estabelecer o seu país como uma potência
regional. Em novembro daquele ano, ele ordenou que um navio a vapor civil brasileiro fosse
apreendido (desencadeando na Guerra do Paraguai) e, em seguida, invadiu o Brasil.[75][76]

O que parecia no início ser uma breve e simples intervenção militar levou a uma guerra em grande
escala no sudeste da América do Sul. No entanto, a possibilidade de um conflito em duas frentes
(com a Grã-Bretanha e com o Paraguai) desapareceu quando, em setembro de 1865, o governo
britânico enviou um emissário que pediu desculpas publicamente pela crise entre os
impérios.[77][78] A invasão paraguaia em 1864 levou a um conflito muito maior do que o esperado e
a fé na capacidade do gabinete progressista de lidar com a guerra desapareceu.[79] Além disso,
desde o seu início, a Liga Progressista foi assolada por um conflito interno entre as facções
formadas por antigos conservadores moderados e por ex-liberais.[79][80]

O gabinete renunciou e o imperador nomeou o envelhecido Visconde de Itaboraí para chefiar um


novo governo em julho de 1868, marcando o retorno dos conservadores ao poder.[81] Isto
impulsionou ambas as alas progressistas para deixar de lado suas diferenças, levando-os a
rebatizar seu partido para Partido Liberal. Uma terceira, menor e mais radical ala progressista
declarou-se republicana em 1870, um mau sinal para a monarquia.[82] No entanto, o "ministério
formado pelo visconde de Itaboraí era um corpo muito mais capaz do que o gabinete
substituído"[81] e o conflito com o Paraguai terminou março 1870 com a vitória total do Brasil e de
seus aliados.[83] Mais de 50 mil soldados brasileiros morreram[84] e os custos da guerra foram
onze vezes superiores ao orçamento anual do governo.[85] No entanto, o país era tão próspero que
o governo foi capaz de superar a dívida da guerra em apenas dez anos.[86][87] O conflito também
foi um estímulo para a produção nacional e o crescimento econômico.[88]

Apogeu
A vitória diplomática sobre o Império Britânico e a vitória
militar sobre o Uruguai em 1865, seguida da conclusão bem
sucedida da guerra com o Paraguai em 1870, marcou o início
da "era de ouro" do Império do Brasil.[89] A economia
brasileira cresceu rapidamente; outros projetos de
modernização de estradas de ferro e transportes foram
iniciados; a imigração floresceu.[90] O império ficou conhecido
internacionalmente como uma nação moderna e progressista,
perdendo apenas para os Estados Unidos na América, era uma
economia politicamente estável, com um bom investimento
potencial.[89]

Em março de 1871, Pedro II nomeou o conservador José


Paranhos, o Visconde do Rio Branco, como chefe de um
gabinete, cujo principal objetivo era o de aprovar uma lei para
libertar imediatamente todas as crianças nascidas de
escravas.[91] O controverso projeto de lei foi apresentado na Fala do Trono (Pedro II na Abertura
Câmara dos Deputados em maio e enfrentou "uma oposição da Assembléia Geral), pintura de
determinada, que comandou o apoio de cerca de um terço dos Pedro Américo, 1872
deputados e que procurou organizar a opinião pública contra a
medida".[92] O projeto de lei foi finalmente promulgado em
setembro e ficou conhecido como Lei do Ventre Livre.[92] O sucesso de Rio Branco, no entanto,
prejudicou seriamente a estabilidade política do império a longo prazo. A lei "dividiu os
conservadores ao meio, uma facção do partido apoiou as reformas do gabinete de Rio Branco,
enquanto a segunda — conhecida como a escravocratas — foram implacáveis em sua oposição",
formando uma nova geração de ultraconservadores.[93]

A Lei do Ventre Livre e o apoio de Pedro II à legislação resultou na perda de lealdade incondicional
dos ultraconservadores à monarquia.[93] O Partido Conservador tinha experimentado divisões
sérias antes durante a década de 1850, quando o total apoio do imperador para a política de
Conciliação deu origem aos progressistas. No entanto, os ultraconservadores, liderados por
Eusébio, Uruguai e Itaboraí, adversários da Conciliação na
década de 1850, acreditavam que o imperador era
indispensável para o funcionamento do sistema político: ele era
visto como um árbitro final e imparcial para os impasses
políticos.[94] Por outro lado, esta nova geração de
ultraconservadores não tinha experimentado a regência e os
primeiros anos do reinado de Pedro II, quando perigos
externos e internos ameaçaram a própria existência do
império; eles só conheceram a prosperidade, a paz e uma
administração estável.[36] Para eles — e para as classes
dominantes em geral — a presença de um monarca neutro que
pudesse resolver as disputas políticas não era mais importante.
Além disso, desde que Pedro II tomou claramente um lado Um grande grupo de escravos
reunidos em uma fazenda na
político sobre a questão da escravidão, ele tinha comprometido
província de Minas Gerais (sudeste
sua posição como um árbitro neutro. Os novos políticos brasileiro), 1876
ultraconservadores não viram nenhuma razão para defender o
cargo imperial.[95]

Declínio
As deficiências da monarquia levaram muitos anos para se tornarem aparentes. O Brasil continuou
a prosperar durante os anos 1880, com a economia e a sociedade se desenvolvendo rapidamente,
incluindo o primeiro impulso organizado pelos direitos das mulheres.[96][97] Por outro lado, cartas
escritas por Pedro II revelam um homem envelhecido e cansado do mundo, cada vez mais alienado
de eventos atuais e em perspectiva pessimista.[98] Ele permaneceu meticuloso em suas funções
formais como imperador, embora muitas vezes sem entusiasmo, mas ele já não intervinha
ativamente para manter a estabilidade no país.[99] Sua crescente "indiferença ao destino do
regime"[100] e sua inação em proteger o sistema imperial quando ele foi ameaçado levaram
historiadores atribuírem a "principal, talvez única, responsabilidade" pela dissolução da
monarquia ao próprio imperador.[101]

A falta de um herdeiro que pudesse viabilizar e proporcionar um novo rumo para o país também
ameaçou as perspectivas de longo prazo da monarquia brasileira. O herdeiro do imperador era sua
filha mais velha, Isabel, que não tinha interesse e nem expectativa de tornar-se uma monarca.[102]
A Constituição permitia a sucessão feminina ao trono, mas o Brasil ainda era uma sociedade muito
tradicional, dominada por homens e a visão predominante era de que apenas um monarca
masculino seria capaz de executar a funções de chefe de Estado.[103] Pedro II,[104] as classes
dominantes[105] e o estamento político consideraram um sucessor do sexo feminino como
impróprio e Pedro II acreditava que a morte de seus dois filhos e a falta de um herdeiro do sexo
masculino eram um sinal de que o império estava destinado a ser suplantado.[104]

Um imperador cansado que não se importava mais com o trono, um herdeiro que não tinha
nenhum desejo de assumir a coroa e uma classe dirigente cada vez mais descontente e que não
condizia com o papel Imperial em assuntos nacionais: todos esses fatores pressagiaram a desgraça
iminente da monarquia brasileira. Os meios para alcançar a queda do sistema imperial logo
aparecem dentro das fileiras do Exército. O republicanismo nunca tinha florescido no Brasil fora
de certos círculos elitistas.[106][107] e tinha pouco apoio nas províncias[108] A combinação de
crescimento dos ideais republicanos e positivistas entre oficiais do exército, no entanto, começou a
se tornar em séria ameaça à monarquia. Estes oficiais eram a favor de uma ditadura republicana,
que eles acreditavam que seria superior à monarquia democrática liberal.[109][110] Começando com
pequenos atos de insubordinação no início da década de 1880, o descontentamento no exército
cresceu em escopo e audácia durante a década, já que o imperador estava desinteressado e os
políticos eram incapazes de restabelecer a autoridade do governo sobre os militares.[111]

Queda
O país gozava de um considerável prestígio internacional
durante os últimos anos do império[112] e tornou-se uma
potência emergente no cenário internacional. Enquanto Pedro
II recebia tratamento médico na Europa, o parlamento aprovou
e a princesa Isabel assinou em 13 de maio 1888, a Lei Áurea,
que aboliu completamente a escravidão no Brasil.[113] Previsões
de perturbações econômicas e de trabalho causadas pela
abolição da escravatura provaram-se infundadas.[114] No
entanto, o fim da escravidão foi o golpe final para qualquer
Momentos após a assinatura da Lei
crença restante na neutralidade da coroa e isso resultou em Áurea, a princesa Isabel saudava
uma mudança explícita do apoio ao republicanismo pelos uma grande multidão nas ruas
ultraconservadores,[115] que eram apoiados por ricos e
poderosos fazendeiros de café que tinham grande poder
político, econômico e social no país.[116]

Para evitar uma reação republicana, o governo explorou o crédito prontamente disponível para o
Brasil, resultado de sua prosperidade, para alimentar ainda mais o desenvolvimento. O governo
estendeu enormes empréstimos a taxas de juros favoráveis ​aos fazendeiros, títulos generosamente
concedidos e honras menores de favores com figuras políticas influentes que se tornaram
descontentes.[117] O governo também indiretamente começou a resolver o problema dos militares
recalcitrantes pela revitalização da moribunda Guarda Nacional, até então uma entidade que
existiu na maior parte apenas no papel.[118]

As medidas tomadas pelo governo alarmaram os republicanos civis e os positivistas nas Forças
Armadas. Os republicanos perceberam que elas minariam o apoio para seus próprios objetivos e
foram encorajados a outra ação.[110] A reorganização da Guarda Nacional foi iniciada pelo gabinete
em agosto de 1889 e a criação de uma força militar rival fez com que os dissidentes entre os oficiais
considerassem medidas desesperadas.[119] Para ambos os grupos, os republicanos e os militares,
tornou-se um caso de "agora ou nunca".[120] Apesar de não haver o desejo entre a maioria dos
brasileiros de mudar forma de governo do país,[121] os republicanos começaram a pressionar os
oficiais do exército para derrubarem a monarquia.[122]

Eles aplicaram um golpe de Estado e instituíram a república em 15 de novembro 1889.[123] A


historiadora Lídia Besouchet observou que "raramente uma revolução foi tão pequena",[124] pois as
poucas pessoas que presenciaram o ocorrido não se deram conta de que era uma revolta.[125][126]
Durante o golpe Pedro II não demonstrou nenhuma emoção, como se não se preocupasse com o
resultado.[127] Ele rejeitou todas as sugestões apresentadas pelos políticos e líderes militares de
sufocar a rebelião.[128] O imperador e sua família foram enviados para o exílio em 17 de
novembro.[129] Embora não tenha havido uma reação monarquista significativa após a queda do
império, a que houve foi completamente reprimida[130] e nem Pedro II, nem sua filha apoiaram
uma restauração.[131] Apesar de não estar ciente dos planos de um golpe de Estado, uma vez que
ocorreram à luz da aceitação passiva do imperador, a classe política apoiou o fim da monarquia em
favor de uma república. Eles não sabiam que o objetivo dos líderes do golpe era a criação de uma
república ditatorial, em vez de uma república presidencial ou parlamentar.[132]

Sociedade

Demografia
Desde a segunda metade do século XVIII,
quando o Brasil ainda era uma colônia, o
governo tentou obter dados sobre a população.
No entanto, poucas capitanias (mais tarde
chamadas de províncias) coletaram as
informações solicitadas.[133] Depois da
independência, o governo instituiu uma
comissão de estatísticas em um decreto de 1829
com um mandato para realizar um censo
Brasileiros do século XIX. 1ª linha: brasileiros brancos. nacional.[133] A comissão foi um fracasso e foi
2ª linha: brasileiros pardos (da esquerda para a direita: dissolvida em 1834. Nos anos seguintes, os
duas mulheres mulatas, duas mulheres cafuzas e uma governos provinciais foram incumbidos de
garota e um homem caboclo). 3ª linha: três brasileiros
coletar as informações do censo, mas os seus
índios de diferentes tribos seguidos por afro-brasileiros
de diversas etnias
relatórios de censo eram muitas vezes
incompletos ou não eram submetidos a toda a
população.[133] Em 1851, outra tentativa de
realizar um censo nacional falhou quando tumultos eclodiram. Este foi o resultado da crença
errônea entre os brasileiros de ascendência mestiça de que a pesquisa fosse um subterfúgio
destinado a escravizar qualquer um que tivesse sangue africano.[134]

O primeiro censo nacional verdadeiro com cobertura exaustiva e ampla no território nacional foi
realizado em 1872. O pequeno número de pessoas e o pequeno número de cidades relatados pelo
censo revelam o enorme território do Brasil ainda pouco povoado. A pesquisa estimou a população
brasileira em total de 9 930 478 habitantes.[134] As estimativas feitas pelo governo em décadas
anteriores mostravam 4 milhões de habitantes em 1823 e 7,7 milhões de pessoas em 1854.[134] A
população era distribuída em 20 províncias, no Município Neutro (onde a capital imperial era
compreendida) e em 641 municípios.[134]

Entre a população livre, 23,4% dos homens e 13,4% das mulheres foram considerados
alfabetizados.[135] Os homens representavam 52% (5 123 869) da população total.[135] Os dados
populacionais por faixa etária mostraram que 24,6% da população eram de crianças menores de 10
anos de idade; 21,1% eram adolescentes e jovens entre 11 e 20 anos; 32,9% eram adultos entre 21 e
40 anos; 8,4% tinham entre 41 e 50 anos; 12,8% tinham entre 51 e 70 anos; e, por último, apenas
3,4% tinham mais de 71 anos de idade.[135] Os moradores das regiões nordeste e sudeste
combinados compunham 87,2% da população do país.[136] O segundo censo nacional foi realizado
em 1890, quando a república brasileira tinha apenas alguns meses de idade. Seus resultados
mostraram que a população havia crescido para 14 333 915 habitantes desde o primeiro censo
demográfico.[137]
Em 1872 o peso da população rural era enorme quando comparado ao da urbana. A população das
capitais do Império representava 10,41% da população total, ou seja, 1 083 039 pessoas. Para
completar o quadro, 48% da população urbana concentrava-se apenas no Rio de Janeiro, Salvador
e Recife.[138]

Municípios mais populosos em 1872

Grupos étnicos
Quatro grupos étnicos eram reconhecidos no Brasil imperial:
branco, preto, pardo e indígena.[137] O termo pardo é uma
designação usada para brasileiros multirraciais que ainda é
usada oficialmente,[140][141] embora alguns estudiosos prefiram
o termo mestiço, e é uma categoria ampla que inclui caboclos
(descendentes de brancos e índios), mulatos (descendentes de
brancos e negros) e cafuzos (descendentes de negros e
índios).[142]

Os caboclos formavam a maioria da população nas regiões


Norte, Nordeste e Centro-Oeste.[143][135][144] A grande parte da
população mulata habitava a costa leste da região nordeste, da Grupos étnicos predominantes no
Bahia à Paraíba,[145][146], mas também estavam presentes no Brasil: roxo—caboclos; marrom—
norte do Maranhão, [147][148] sul de Minas Gerais, [149] leste do brancos; verde—mulatos; branco—
[145][149] indígenas. Nota: 80% da população
Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Os cafuzos
formavam o menor e mais difícil de distinguir dos subgrupos vivia no litoral[136]
de mestiços, uma vez que os descendentes dos caboclos e
mulatos do sertão do nordeste também eram classificados nessa categoria. Estes grupos ainda
podem ser encontrados nessas mesmas áreas atualmente.[143]

Grupos étnicos no Brasil (1872 e 1890)

Anos Brancos Pardos Pretos Indígenas Total


1872 38,1% 38,3% 19,7% 3,9% 100%

1890 44,0% 32,4% 14,6% 9% 100%

Os brasileiros brancos eram descendentes dos colonizadores portugueses originais. A partir dos
anos 1870 este grupo étnico também passou a incluir outros imigrantes europeus: principalmente
italianos, espanhóis e alemães. Embora os brancos pudessem ser encontrados em todo o país, eles
eram o grupo majoritário na região sul e na província de São Paulo.[135] Os brancos também
compunham uma parcela significativa (40%) da população das províncias do nordeste do Ceará,
Paraíba e Rio Grande do Norte.[135] Os negros brasileiros eram de ascendência da África
subsaariana e habitavam as mesmas áreas que os mulatos. A maioria da população das províncias
do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco (as quatro
últimas com os menores percentuais de brancos em todo o país, menos de 30% em cada) era
composta por negros ou pardos.[135] Os indígenas, os povos nativos do Brasil, eram encontrados
principalmente no Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas.[135]
Por causa da existência de comunidades raciais e culturais distintas, o Brasil se desenvolveu no
século XIX como uma nação multiétnica. No entanto, esse dado é problemático, visto que não há
nenhuma informação demográfica disponível para os anos anteriores a 1872. O primeiro censo
nacional oficial foi elaborado pelo governo neste ano e mostrava que, dos 9 930 479 habitantes,
38,1% eram brancos, 38,3% pardos, 19,7% negros e 3,9% indígenas.[137] O segundo censo nacional
oficial, em 1890, revelou que, de uma população de 14 333 915, 44% eram brancos, 32,4% pardos,
14,6% negros e 9% índios.[137]

Imigração europeia
Antes de 1808, os portugueses eram o único povo europeu que
tinha se consolidado no Brasil em números significativos.
Embora britânicos, alemães, italianos e espanhóis já tivessem
imigrado para o Brasil, vieram em grupos muito pequenos e
não tiveram um impacto significativo sobre a cultura da colônia
portuguesa do Brasil.[150] A situação mudou a partir de 1808,
quando João VI começou a incentivar a imigração vinda de
países europeus fora de Portugal.[150][151]

O primeiro a chegar em números foram os suíços, dos quais


cerca de dois mil estabeleceram-se na província do Rio de
Janeiro durante 1818.[152] Eles foram seguidos por alemães e
irlandeses, que imigraram para o Brasil na década de 1820. Os
colonos alemães se deslocaram principalmente para as
províncias do sul do país, onde o clima era mais parecido com o
Imigrantes alemães e
de sua terra natal.[153] Na década de 1830, devido à
luxemburgueses na colônia Santa instabilidade da Regência, a imigração europeia diminuiu, só se
Leopoldina na província do Espírito recuperando após Pedro II ter tomado as rédeas do governo e o
Santo (região sudeste), 1875 país, entrado num período de paz, estabilidade e
prosperidade.[154] Os agricultores no sudeste, enriquecidos
com a lucrativa exportação do café, criaram o "sistema de
parceria" (uma forma de servidão) para atrair imigrantes. O esquema durou até o fim da década de
1850, quando entrou em colapso e foi abandonado. A falha originava grandes dívidas incorridas
pelos colonos europeus, a fim de subsidiar viagens e despesas correntes, o que fazia deles escravos
virtuais de seus empregadores.[155] A imigração sofreu outro declínio durante a Guerra do
Paraguai, que ocorreu entre 1864 e 1870.[156]

O número de imigrantes aumentou durante a década de 1870, o que veio a ser chamado de "grande
imigração". Até aquele momento, cerca de 10 mil europeus chegavam ao Brasil anualmente, mas,
depois de 1872, os números aumentaram dramaticamente.[157] O Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) estima que 500 mil europeus emigraram para o Brasil entre os anos de 1808 e
1883.[158] Entre 1884 e 1893, o número de colonos europeus que chegaram ao Brasil chegou a
883 668.[158] O número de europeus que imigraram continuou a aumentar nas décadas seguintes,
com 862,1 mil entre 1894 e 1903; e 1 006 617 imigrantes entre 1904 e 1913.[158]

De 1872 até 1879, as nacionalidades que formavam a maior parte dos novos colonos eram
compostas por portugueses (31,2%), italianos (25,8%), alemães (8,1%) e espanhóis (1,9%).[157] Na
década de 1880, os italianos superam os portugueses (de 61,8% para 23,3%, respectivamente), e os
espanhóis superam os alemães (6,7% para 4,2%, respectivamente).[157] Outros grupos menores
também chegaram, inclusive russos, poloneses e húngaros.[159] Uma vez que quase todos os
imigrantes europeus se estabeleceram em áreas do sudeste e do sul do império, a distribuição
étnica, já desigual perante a imigração em massa, tornou-se ainda mais divergente entre as
regiões.[160] Para uma nação que tinha uma população pequena e dispersa (4 000 000 em 1823 e
14 333 915 em 1890), a imigração de mais de 1,38 milhão de europeus teve um enorme efeito sobre
a composição étnica e cultural do país. Em 1872, o ano do primeiro censo nacional confiável, os
brasileiros brancos representavam pouco mais de um terço (38,1%) da população total; em 1890
tinham aumentado para um pouco menos de metade (44,0%) de todos os brasileiros.[137]

Escravidão
Em 1823, um ano após a independência, os escravos
representavam 29% da população do Brasil, um número que
caiu durante toda a existência do império: de 24% em 1854,
para 15,2% em 1872 e, finalmente, para menos de 5% em 1887
— no ano posterior (1888) a escravidão foi totalmente
abolida.[161] Os escravos eram na sua maioria homens adultos
do sudoeste da África[162] de diferentes etnias, religiões e
línguas, que se identificavam principalmente com o seu próprio
país de origem do que com uma etnia africana
compartilhada.[163] Alguns dos escravos trazidos para as Uma família brasileira e suas
Américas haviam sido capturados enquanto lutavam em escravas domésticas, c. 1860
guerras entre tribos e que, em seguida, foram vendidos para
traficantes de escravos.[164][165]

Enquanto os escravos eram geralmente negros ou mulatos


houve registro de casos de escravidão branca — o produto de
gerações de relações sexuais inter étnicas entre os proprietários
e suas escravas mulatas (embora isto fosse muito raro e não
fosse aprovado socialmente).[166] Os escravos brancos e seus
descendentes eram normalmente encontrados em regiões
dedicadas à produção de produtos para exportação para
Escravos (incluindo seus filhos)
mercados estrangeiros.[167] Em escala muito menor, brancos
reunidos em uma fazenda de café
eram escravizados desde o período colonial.[168] A escravização no Brasil, c. 1885 (Marc Ferrez)
de brancos era mal vista pela sociedade, gerando comoção e
reações da opinião pública.[169] Acreditava-se que o trabalho
escravo era destinado apenas aos negros.[170] Quando tais casos eram trazidos ao conhecimento do
público, era comum a realização de campanhas de arrecadação de fundos para libertar escravos
brancos.[169]

Os canaviais na costa leste da região nordeste durante os séculos XVI e XVII eram locais típicos de
atividades econômicas dependentes de mão de obra escrava.[171] No norte da província do
Maranhão, o trabalho escravo era usado na produção de algodão e arroz durante o século
XVIII.[172] Neste período, os escravos também foram explorados na província de Minas Gerais,
onde havia a extração de ouro.[173] A escravidão também era comum no Rio de Janeiro e em São
Paulo durante o século XIX, principalmente para o cultivo do café, que se tornou vital para a
economia nacional.[174]
A maior parte dos escravos trabalhavam como operários de plantação.[175] Relativamente poucos
brasileiros possuíam escravos e maior parte das pequenas e médias fazendas empregavam
trabalhadores livres.[176] Os escravos podiam ser encontrados espalhados por toda a sociedade em
outras funções: alguns foram usados como empregados domésticos, agricultores, mineiros,
prostitutas, jardineiros e em muitos outros papéis.[177] Muitos escravos emancipados passaram a
adquirir escravos e houve até mesmo casos de escravos que tinham seus próprios escravos.[178][179]
Mesmo os mais severos proprietários de escravos aderiram a uma longa prática de vendê-los
juntamente com suas famílias, tomando cuidado para não separá-los.[180]

A prevalência da escravidão não era geograficamente uniforme em todo o Brasil. Em 1864, apenas
cinco províncias (Rio de Janeiro com 23%, Bahia com 18%, Pernambuco com 15%, Minas Gerais
com 14% e São Paulo com 5%) tinham 75% dos escravos do país, que à época perfaziam um total de
1 milhão e 715 mil indivíduos segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).[181]
Entre as demais 15 províncias, se destacava o Maranhão com 4% da população escrava
brasileira.[181] Por volta de 1870, cinco províncias (Rio de Janeiro com 30%, Bahia com 15%, Minas
Gerais com 14%, São Paulo com 7% e Rio Grande do Sul também com 7%) tinham 73% do total da
população escrava do país segundo Ronaldo Vainfas em seu livro Dicionário do Brasil
Imperial.[175] Estes eram seguidos por Pernambuco (com 6%) e Alagoas (com 4%). Entre as
restantes 13 províncias nenhuma chegava a ter individualmente até 3% do total de escravos.[182] E
já em 1887, ano anterior à Abolição da Escravatura, as cinco províncias com maior população
escrava (Minas Gerais com 26%, Rio de Janeiro com 23%, São Paulo com 15%, Bahia com 11% e
Pernambuco com 6%) detinham 81% dos escravos do Império do Brasil, de um total de 723 419
indivíduos segundo o IBGE.[181]

Os escravos que foram libertos imediatamente se tornaram cidadãos com todos os direitos civis
garantidos. A única exceção era que, até 1881, os escravos libertos foram impedidos de votar nas
eleições, embora seus filhos e descendentes pudessem participar do processo eleitoral.[175]

Nobreza
A nobreza brasileira difere marcadamente de suas contrapartes na Europa: títulos nobiliárquicos
não eram hereditários, sendo a única exceção os membros da família imperial;[183] e aqueles que
tinham recebido um título de nobreza não eram considerados como pertencentes a uma classe
social separada e não receberam nenhum apanágio, estipêndio ou emolumento.[183] No entanto,
muitas classes, tradições e regulamentos no sistema de nobreza do Brasil Imperial foram
cooptados diretamente da aristocracia portuguesa.[184][185] Durante o reinado de Pedro I, não
havia requisitos claros para alguém ser enobrecido. Durante o reinado de Pedro II (exceto o
período da Regência, durante o qual o regente não poderia conceder títulos ou homenagens[186]), a
nobreza evoluiu para uma meritocracia,[184] com títulos concedidos em reconhecimento do
excelente serviço de um indivíduo para com o Estado brasileiro ou para o bem comum. O fato de
alguém ter sido agraciado com um título nobiliárquico ou uma honraria, no sistema de nobreza do
Brasil Imperial, não significa necessariamente "o reconhecimento de ascendência ilustre", embora
muitas vezes tenha ocorrido isso.[187][188]

Era o direito do imperador, como chefe do Poder Executivo, conceder títulos e honrarias.[184] Os
títulos de nobreza eram, em ordem crescente: fidalgo, barão, visconde, conde, marquês e
duque.[184] Além da posição na hierarquia de nobreza, havia outras distinções entre as fileiras:
condes, marqueses e duques eram, inerentemente, "Grandes do
Império"; enquanto os títulos de barões e viscondes poderiam
ser agraciados "com grandeza" ou sem grandeza.[184] Todas as
posições oficiais da nobreza brasileira tinham o tratamento de
"Sua Excelência".[184][189]

Entre 1822 e 1889, 986 pessoas se tornaram nobres.[190]


Apenas três se tornaram duques: Augusto de Beauharnais, 2º
Duque de Leuchtenberg (como Duque de Santa Cruz, cunhado
de Pedro I), Dona Isabel Maria de Alcântara Brasileira (como
Duquesa de Goiás, filha ilegítima de Pedro I) e, finalmente,
Luís Alves de Lima e Silva (como Duque de Caxias, herói da
Guerra do Paraguai).[191] Os outros títulos concedidos foram os
seguintes: 47 marqueses, 51 condes, 146 viscondes "com
grandeza", 89 viscondes sem grandeza, 135 barões "com
Aclamação da princesa Isabel, em grandeza" e 740 barões sem grandeza, resultando em um total
1887. Em certas cerimônias oficiais de 1 211 títulos nobiliárquicos.[192] Havia menos nobres do que
os participantes eram obrigados a títulos de nobreza porque muitos foram elevados mais de uma
usar vestimentas da corte vez durante a sua vida, como o Duque de Caxias, que foi feito
pela primeira vez barão, depois conde, em seguida marquês e,
finalmente, foi elevado a duque.[186] Os títulos da nobreza
brasileira não se limitavam aos brasileiros do sexo masculino: o almirante Thomas Cochrane, 10.º
Conde de Dundonald, um escocês, foi feito Marquês do Maranhão pelo seu papel na Guerra de
Independência do Brasil;[193] e 29 mulheres foram agraciadas com títulos nobiliárquicos em seu
próprio direito.[194] Além de não ter restrições em relação ao gênero, nenhuma distinção racial era
feita para se conferir o título de nobre. Caboclos,[195] mulatos,[196] negros[197] e até mesmo
índios[197] foram enobrecidos.

A pequena nobreza, que não tinha títulos, era composta por


famílias antigas que haviam se distinguido desde o período
colonial e formavam a chamada nobreza da terra; e pela
nobreza de toga ou nobreza civil, composta por aqueles que
exerciam os chamados cargos ou funções nobilitantes, como os
oficiais-mores da Corte e da Casa Imperial, magistrados e
legisladores, membros do Conselho de Estado, oficiais da
Guarda Nacional, mais os possuidores de grau universitário de
bacharel ou doutor, advogados, comerciantes de grosso trato e
todos os que tinham direito ao tratamento de Francisco Paulo de Almeida (1826-
Senhoria.[200][201][202][203] Também eram nobres os membros 1901), primeiro e único Barão de
das ordens imperiais. Havia seis delas: Imperial Ordem de Guaraciaba, título que lhe foi
Nosso Senhor Jesus Cristo, Imperial Ordem de São Bento de concedido pela Princesa Isabel.[198]
Avis, Imperial Ordem de Sant'Iago da Espada, Imperial Ordem Brasileiro e negro, possuiu uma das
maiores fortunas do Império,
do Cruzeiro, Imperial Ordem de Pedro Primeiro e Imperial
chegando a ser proprietário de
Ordem da Rosa.[185] As três primeiras tinham graus de honra,
aproximadamente mil
além de grão-mestre (reservado apenas para o imperador): escravos[198][199]
cavaleiro e comandante. As três últimas, no entanto, tinham diferentes níveis: a Imperial Ordem
do Cruzeiro com quatro, a Imperial Ordem da Rosa com seis e a Imperial Ordem de Pedro
Primeiro com três.[185]

Religião
O artigo 5º da constituição declarou o catolicismo como a
religião do Estado.[204] No entanto, o clero era insuficiente,
indisciplinado e pouco educado,[205][206] o que levou a uma
perda geral de respeito pela Igreja Católica.[205] Durante o
reinado de Pedro II, o governo imperial embarcou um
programa de reformas destinado a corrigir essas
deficiências.[205] Como o catolicismo era a religião oficial, o
imperador exercia um grande controle sobre assuntos da
Igreja[205] e pagava os salários clericais, nomeava os párocos e
bispos, ratificava bulas pontifícias e supervisionava seminários.
[205][207] No prosseguimento da reforma, o governo selecionou

bispos cuja aptidão moral, postura em relação a educação e


apoio à reforma encontrava seus interesses.[205][206] No
entanto, conforme homens mais capazes começaram a chegar
aos cargos clericais, o ressentimento do controle do governo
sobre a Igreja aumentou.[205][206] Os clérigos católicos
aproximaram-se do Papa e de suas doutrinas. Isso resultou na Três frades brasileiros em 1875

"questão religiosa", uma série de confrontos durante a década


de 1870 entre o clero e o governo, já que o primeiro queria uma relação mais direta com Roma,
enquanto o segundo procurava manter a sua supervisão dos assuntos da Igreja.[208]

A constituição permitia que os seguidores de outras religiões não católicas praticassem suas
crenças religiosas, embora apenas em privado. Era proibida a construção de edifícios religiosos não
católicos.[209] Desde o início, estas restrições eram ignoradas por cidadãos e autoridades. Em
Belém, a capital da província do Pará, a primeira sinagoga foi construída em 1824.[209] Os judeus
migraram para o Brasil logo após a sua independência e e estabeleceram-se principalmente nas
províncias do nordeste, como Bahia e Pernambuco, e nas províncias do norte, como Amazonas e
Pará.[209] Outros grupos judaicos vieram da região da Alsácia-Lorena e da Rússia.[210] Por volta de
1880, havia várias comunidades judaicas e sinagogas espalhadas por todo o Brasil.[211]

Os protestantes foram outro grupo que começou a estabelecer-se no Brasil no início do século XIX.
Os primeiros protestantes eram ingleses e uma igreja anglicana foi inaugurada no Rio de Janeiro
em 1820. Outros foram se estabelecendo posteriormente nas províncias de São Paulo, Pernambuco
e Bahia.[212] Estes foram seguidos por luteranos alemães e suíços que se estabeleceram nas regiões
sul e sudoeste e construíram seus próprios centros de culto.[212] Após a Guerra de Secessão nos
Estados Unidos em 1860, imigrantes do sul dos Estados Unidos que tentavam escapar da
Reconstrução, estabeleceram-se em São Paulo. Várias igrejas norte-americanas patrocinaram
atividades missionárias, incluindo batistas, luteranos, congregacionais e metodistas.[213]

Entre os escravos africanos, o catolicismo era a religião da maioria. A maior parte dos escravos veio
originalmente das partes do meio-oeste e do sudoeste da costa africana. Por mais de quatro
séculos, essa região tinha sido alvo de atividades missionárias cristãs.[214] Alguns africanos e seus
descendentes, no entanto, sustentaram elementos das tradições religiosas politeístas, fundindo-os
com os do catolicismo. Isso resultou na criação de credos sincréticos, como o candomblé.[215] O
islamismo também era praticado entre uma pequena minoria de escravos africanos, apesar de ter
sido duramente reprimido até ser completamente extinto no final do século XIX.[216] Até o início
do século XIX, os índios, na maioria dos leste do Brasil, haviam sido assimilados ou dizimados.
Algumas tribos resistiram à assimilação e fugiram mais para oeste, onde eram capazes de manter
as suas diversas crenças politeístas ou se restringiam a aldeamentos (reservas), onde
eventualmente eram convertidos ao catolicismo.[217]

Governo e política

Parlamento
O Artigo 2º da constituição brasileira de 1824 define os papéis
do imperador e da Assembleia Geral (ou Parlamento), que em
1824 era composta por 50 senadores e 102 deputados gerais
como representantes da nação. A constituição dotou a
Assembleia com a competência e a autoridade para criar
legislação e moderar os poderes executivo e judiciário como
"delegações da nação", sendo a separação dos poderes prevista
como o fornecimento de apoio à Constituição e aos direitos
Senado Brasileiro, em 1888, nela consagrados.[218]
durante a votação da Lei Áurea,
enquanto uma grande multidão As prerrogativas e autoridade concedida ao legislativo dentro
assistia nos fundos da constituição significava que ele poderia e deveria
desempenhar um papel importante e indispensável para o
funcionamento do governo — que não era apenas uma
instituição fantoche. Somente a Assembleia Geral podia decretar, revogar, interpretar e suspender
leis nos termos do artigo 13 da constituição. O legislativo também ocupava o poder de orçamento e
era obrigado a autorizar anualmente gastos e impostos. Só ele aprovava e exercia a supervisão de
empréstimos e dívidas do governo. Outras responsabilidades confiadas à assembleia incluíam
definir o tamanho das forças militares, a criação de cargos dentro do governo, o acompanhamento
do bem-estar nacional e a garantia de que o governo estava a ser executado em conformidade com
a constituição. Esta última disposição permitiu uma ampla autoridade para a legislatura examinar
e debater a política do governo e conduta.[219]

Em matéria de política externa, a constituição (artigo 102) exigia que a Assembleia Geral fosse
consultada sobre declarações de guerra, tratados e a condução das relações internacionais. Um
determinado legislador poderia explorar essas disposições constitucionais para bloquear ou limitar
as decisões, nomeações de influência e força de reconsideração das políticas do governo.[220]

Durante suas sessões anuais de quatro meses, a assembleia realizava debates públicos, que eram
amplamente divulgados e formavam um fórum nacional para a expressão de preocupações do
público de todas as partes do país. Era frequentemente um local para expressar queixas e oposição
às políticas. Os legisladores gozavam de imunidade contra processos no exercício das suas funções.
Apenas suas próprias câmaras dentro da assembleia poderiam ordenar a prisão de um membro
durante o seu mandato. "Com qualquer responsabilidade real para a condução real das coisas, os
legisladores eram livres para propor reformas radicais, defenderem soluções ideais e denunciarem
a conduta comprometedora por parte do governo".[220]

Imperador e Conselho de Ministros


O imperador era o chefe do poder moderador e
do executivo (sendo auxiliado pelo Conselho de
Estado e pelo Conselho de Ministros,
respectivamente), tinha a palavra final e
mantinha o controle sobre o governo
nacional.[218] Ele era encarregado de garantir a
independência e a estabilidade nacional. A
constituição (artigo 101) deu-lhe muito poucos
caminhos para impor a sua vontade sobre a
Assembleia Geral. Seu principal recurso era o
direito de dissolver ou prorrogar as sessões
legislativas. No Senado, a autoridade de um
O imperador Pedro II rodeado por proeminentes
imperador de nomear os senadores não lhe
figuras políticas nacionais, c.1875
dava necessariamente influência, portanto, os
senadores eram livres da pressão do governo.
Nessas ocasiões, quando a Câmara dos Deputados era dissolvida, novas eleições eram
obrigatoriamente e imediatamente realizadas e a nova câmara era eleita. "Este poder era eficaz
quando realizado em reserva como uma ameaça. Ele não poderia ser empregado repetidamente,
nem seu trabalho usado a favor do imperador".[220]

Durante o reinado de Pedro I a Câmara dos Deputados nunca foi dissolvida e as sessões legislativas
nunca foram estendidas ou adiadas.[221] Sob o governo de Pedro II, a Câmara dos Deputados era
dissolvida apenas quando a pedido do Presidente do Conselho de Ministros (ou primeiro-
ministro). Houve onze dissoluções durante o reinado de Pedro II e, destas, dez ocorreram após
consulta ao Conselho de Estado, o que foi além do que era exigido pela Constituição.[222] Existia
um equilíbrio constitucional de poder existente entre a Assembleia Geral e o poder executivo sob o
comando do imperador. O legislativo não pode governar sozinho e o monarca não pode forçar a
sua vontade sobre a assembleia. O sistema funcionou bem apenas quando Assembleia e o
imperador atuavam em um espírito de cooperação pelo bem nacional.[220]

Um novo elemento foi adicionado quando o cargo de Presidente do Conselho de Ministros foi
criado oficialmente em 1847, embora tenha existido na prática desde 1843. O presidente do
Conselho tinha que lidar com a sua posição tanto no seu partido quanto perante o imperador e
estes podiam às vezes entrar em conflito. Joaquim Nabuco, o líder abolicionista e historiador do
século XIX, disse que o "Presidente do Conselho no Brasil não era o chanceler russo, criatura do
soberano, nem o primeiro-ministro britânico, feito apenas pela confiança dos [Câmara dos]
Comuns: a delegação da Coroa era para ele tão necessária e importante quanto a delegação da
câmara, e para exercer com segurança as suas funções, ele tinha que dominar o capricho, as
oscilações e as ambições do Parlamento, bem como preservar sempre inalterável a boa vontade do
imperador".[223]

Governo provincial
Quando promulgada em 1824, a Constituição Imperial
criou o Conselho Geral de Província, o legislador das
províncias.[224] Este conselho era composto por 21 ou
13 membros eleitos, dependendo do tamanho da
população da província.[225] Todas as "resoluções"
(leis) criadas pelos conselhos precisavam da
aprovação da Assembleia Geral, sem direito de
Belém, uma cidade média e a capital da recurso.[225] Os Conselhos Provinciais também não
província do Grão-Pará (norte brasileiro), tinham autoridade para aumentar as receitas e os seus
1889 orçamentos eram debatidos e ratificados pela
Assembleia Geral.[225] As províncias não tinham
autonomia e eram inteiramente subordinadas ao
governo nacional.[224]

Com a emenda constitucional de 1834, conhecida


como Ato Adicional, os Conselhos Gerais de
Salvador, uma grande cidade e a capital da Províncias foram suplantados pelas Assembleias
província da Bahia (nordeste brasileiro), 1870
Legislativas Provinciais. As novas Assembleias
gozavam de uma autonomia muito maior em relação
ao governo nacional.[226] A Assembleia Provincial era
composta por 36, 28 ou 20 deputados eleitos, número
que dependia do tamanho da população da
província.[227] A eleição de deputados provinciais
seguia o mesmo procedimento usado para eleger
Rio de Janeiro, uma metrópole e a capital deputados gerais para a Câmara dos Deputados.[227]
imperial, 1889 (região sudeste). Todas as
províncias tinham grande autonomia em As responsabilidades da Assembleia Provincial
relação ao governo nacional incluíam definir orçamentos e cobrar os impostos
necessários para financiar as provinciais e os
municípios, proporcionar o ensino primário e secundário (o ensino superior era de
responsabilidade do governo nacional), de fiscalizar e controlar os gastos provinciais e municipais
e prever a aplicação da lei e a manter as forças policiais. As Assembleias também controlavam a
criação e extinção de salários para cargos nos serviços públicos estaduais e municipais. A
nomeação, suspensão e demissão de funcionários públicos era reservada para o presidente
(governador) da província, mas como e em que circunstâncias ele poderia exercer estas
prerrogativas era algo delineado pela Assembleia. A expropriação da propriedade privada (com a
devida compensação monetária) por interesses provinciais ou municipais também era um direito
da Assembleia.[228] Em suma, a Assembleia Provincial podia decretar qualquer tipo de lei sem a
ratificação do parlamento brasileiro, desde que tais leis locais não violassem ou invadissem a
constituição. No entanto, as províncias não eram autorizadas a legislar nas áreas do direito penal,
leis processuais penais, direitos e obrigações civis, forças armadas, orçamento nacional ou questões
relacionadas com os interesses da nação, como as relações internacionais.[229]

Os presidentes das províncias eram nomeados pelo governo nacional e eram, em teoria, acusados
de governar a província. Na prática, porém, o seu poder era intangível, e variava de província para
província baseado em um grau relativo de influência pessoal e de caráter pessoal de cada
presidente. Como o governo nacional queria garantir que eles fossem leais, os presidentes eram, na
maioria dos casos, enviados para a província em que não tinham laços políticos, familiares ou de
outros tipos.[230] Para impedi-los de desenvolver quaisquer interesses ou apoios locais fortes, os
presidentes eram limitados a um mandato de apenas alguns meses no cargo.[230] Como o
presidente geralmente passava grande parte do tempo longe da província, muitas vezes viajando
para a sua província natal ou para a capital imperial, o governador de facto era o vice-presidente,
que era escolhido pela Assembleia Provincial e normalmente era um político local.[231] Com pouco
poder de minar a autonomia provincial, o presidente era um agente do governo central, com pouca
função além da de transmitir os seus interesses com os chefes políticos provinciais. Os presidentes
poderiam ser usados pelo governo central para influenciar ou até mesmo fraudar eleições, apesar
de ser eficaz, o presidente tinha que confiar nos políticos provinciais e locais que pertenciam ao seu
próprio partido político. Essa interdependência criou uma relação complexa, que era baseada na
trocas de favores, interesses privados, metas partidárias, negociações e outras manobras
políticas.[232]

Governo local
A Câmara Municipal (conselho municipal) era o órgão de
governo nas cidades e já existia no Brasil desde o início do
período colonial, no século XVI. A câmara era composta por
vereadores e o número deles dependia do tamanho da
cidade.[233] Ao contrário do Conselho Geral Provincial, a
Constituição deu aos conselhos municipais grande autonomia.
No entanto, quando as Assembleias Provinciais substituíram o
Conselho Geral Provincial em 1834, muitos dos poderes das
Mapa do Rio de Janeiro, então
câmaras municipais (como a definição dos orçamentos capital do Império. Arquivo Nacional
municipais, a fiscalização das despesas, a criação de postos de
trabalho e a nomeação de funcionários públicos) foram
transferidos para o governo provincial. Além disso, todas as leis promulgadas pelo conselho da
cidade passaram a precisar da ratificação da Assembleia Provincial, mas não do Parlamento.[234]
Enquanto o Ato Adicional concedeu maior autonomia para as províncias do governo central, ele
também transferiu a autonomia dos municípios para os governos provinciais.[235] Não havia o
cargo de prefeito e as cidades eram governadas por um conselho municipal e seu presidente era o
vereador que tinha ganhado a maioria dos votos durante as eleições.[236]

Eleições
Até 1881, o voto era obrigatório[237] e as eleições ocorriam em duas etapas. Na primeira fase os
votantes escolhiam eleitores que, em seguida, elegiam os deputados e senadores. O imperador iria
escolher um novo senador (membro do Senado, a câmara alta da Assembleia Geral) a partir de
uma lista de três candidatos que receberiam o maior número de votos. Os eleitores também
escolhiam os deputados provinciais (membros das assembleias provinciais) e vereadores
(membros dos conselhos municipais), sem o envolvimento imperial em uma seleção final.[238]
Todos os homens com mais de 25 anos com uma renda anual de pelo menos 100 mil réis (o
equivalente em 1824 a 98 dólares,[239] o que em 1870 era equivalente a R$ 1 400 de 2016[240])
eram elegíveis para votar na primeira fase. A idade mínima para votar foi reduzida para 21, para
homens casados. Para se tornar um eleitor era necessário ter uma renda anual de pelo menos 200
mil réis.[238]

O sistema brasileiro era relativamente democrático, por um período durante o qual as eleições
indiretas eram comuns nas democracias. A exigência de renda era muito maior no Reino Unido,
mesmo após as reformas de 1832.[241] No momento os únicos países que não exigiam um nível
mínimo de renda como uma qualificação para a votação eram
França e Suíça, onde o sufrágio universal só foi introduzido em
1848.[242][243] É provável que nenhum país europeu na época
tivesse uma legislação tão liberal como a do Brasil.[241] A
exigência de renda era baixa o suficiente para que qualquer
cidadão do sexo masculino empregado pudesse se qualificar
para votar.[239][243] Por exemplo, o funcionário público com
menor salário em 1876 era o zelador, que ganhava 600 mil réis
por ano.[241]
Uma família muito pobre de
A maioria dos votantes brasileiros tinham um rendimento caboclos na província do Ceará
(nordeste brasileiro), 1880. Na
baixo.[244][245] Por exemplo, em 1876 na cidade de Formiga, na
prática, qualquer cidadão
província de Minas Gerais, os pobres constituíam 70% do empregado do sexo masculino
eleitorado. Em Irajá, na província do Rio de Janeiro, os pobres podia votar. Assim como a maior
eram 87% do eleitorado.[246] Os ex-escravos não podiam votar, parte dos eleitores de baixa renda
mas seus filhos e netos sim,[242] assim como os analfabetos[247]
(o que poucos países permitiam).[244] Em 1872, 10,8% da
população brasileira votou no primeiro turno[245] (13% da
população não escrava, também é importante ressaltar a
diferença entre "votantes" e "eleitores", a representação política
além dos níveis locais no Império era baixa já que os eleitores
correspondiam a pouco mais de 1% da população[248]).[249] Em
comparação, a participação eleitoral no Reino Unido em 1870
foi de 7% da população total; na Itália foi de 2%; em Portugal
9%; e nos Países Baixos de 2,5%.[242] Em 1832, o ano da Brancos e afrodescendentes
reforma eleitoral britânica, cerca de 3% dos britânicos votaram. reunidos na província do Rio de
Novas reformas em 1867 e 1884 expandiram a participação Janeiro (sudeste brasileiro), c. 1888.
eleitoral no Reino Unido para 15%.[250] Embora o número de As eleições no Brasil durante o
século XIX eram muito
votantes fosse alto, o número de eleitores nem tanto, os
democráticas para a época, mas
eleitores representavam entre 1,5% e 2% até o final do Império.
eram importunadas por fraudes
O corpo eleitoral era tão reduzido que havia casos de deputados
eleitos com um pouco mais de uma centena de votos.[251][252]

Embora fraudes eleitorais fossem comuns, elas não eram ignoradas pelo imperador, por políticos
ou por observadores da época. O problema foi considerado uma questão importante e tentativas
foram feitas para corrigir abusos,[238][247] sendo que legislações (como as reformas eleitorais de
1855, 1875 e 1881) foram promulgadas repetidamente para combater as fraudes.[253] As reformas
de 1881 trouxeram mudanças significativas: elas eliminaram o sistema eleitoral de dois estágios,
introduzido a votação direta e facultativa,[254] e permitiu os votos dos ex-escravos e não católicos
emancipados.[245] Por outro lado,os cidadãos analfabetos já não podiam mais votar.[245] A
participação nas eleições caiu de 13% para apenas 0,8% em 1886.[245] Em 1889, cerca de 15% da
população brasileira sabia ler e escrever, aliado ao fato de que 80% da população masculina agora
era excluída do direito do voto, a exclusão dos analfabetos explica muito a queda dos votantes.[255]

Embora o número de votantes seja alto, isso não significava uma ampla representação da
população,[248] o corpo eleitoral ainda era pequeno, correspondendo a entre 1,5% e 2% pelo
período. As reformas que visavam eliminar fraudes eleitorais e garantir representação da oposição
foram implementadas em 1842, 1855 e 1860, todas falharam. Nenhuma dessas atacavam a raiz do
problema: o monopólio de terras por uma minoria que a maioria da população dependia, a
marginalização de grandes segmentos da população de setores produtivos da economia, e a falta de
instituições que poderiam garantir independência dos eleitores não foram capazes de permitir uma
representação mais ampla da população.[256] As eleições eram controladas pelos chefes locais que,
mediante o sistema de clientela e "patronagem", podiam carrear votos para seus candidatos
favoritos.[251] Apenas pequena parte da população urbana teria noção aproximada da natureza e do
funcionamento das novas instituições. Os votantes eram convocados às eleições pelos patrões,
autoridades do governo, pelos juízes de paz, pelos delegados de polícia, pelos comandantes da
Guarda Nacional. A luta política era intensa e violenta. O que estava em jogo não era o exercício de
um direito de cidadão, mas o domínio político local. O chefe político local não podia perder as
eleições. A derrota significava desprestígio e perda de controle de cargos públicos. Uma figura
importante era o capanga eleitoral. Os capangas cuidavam da parte mais truculenta do processo.
Eram pessoas violentas a soldo dos chefes locais. Cabia-lhes proteger os partidários e, sobretudo,
ameaçar e amedrontar os adversários, se possível evitando que comparecessem à eleição. Não raro
entravam em choque com capangas adversários, provocando os "rolos" eleitorais de que está cheia
a história do período. Mesmo no Rio de Janeiro, maior cidade do país, a ação dos capangas,
frequentemente capoeiras, era comum. Nos dias de eleição, bandos armados saíam pelas ruas
amedrontando os incautos cidadãos. Pode-se compreender que, nessas circunstâncias, muitos
votantes não ousassem comparecer, com receio de sofrer humilhações. Votar era perigoso. Mas
não acabavam aí as malandragens eleitorais. Em caso de não haver comparecimento de votantes, a
eleição se fazia assim mesmo. A ata era redigida como se tudo tivesse acontecido normalmente.
Eram as chamadas eleições feitas "a bico de pena", isto é, apenas com a caneta. Em geral, eram as
que a davam a aparência de maior regularidade, pois constava na ata que tudo se passara sem
violência e absolutamente de acordo com as leis.[251][255][256]

Forças armadas
Nos termos dos artigos 102 e 148 da constituição, as Forças
Armadas do Brasil estavam subordinadas ao imperador como
seu comandante-em-chefe.[257] Ele era auxiliado pelos
Ministros da Guerra e da Marinha nos assuntos sobre o
Exército e a Armada (Marinha) — embora, na prática, o
presidente do Conselho de Ministros normalmente exercesse a
fiscalização dos dois ramos das forças armadas. Os ministros
Oficiais do exército brasileiro em
da Guerra e da Marinha eram, com poucas exceções,
1886
civis.[258][259]

Os militares brasileiros eram organizados em moldes


semelhantes aos das forças armadas britânicas e norte-
americanas da época, em que um pequeno exército permanente
poderia aumentar rapidamente a sua força durante as
emergências com uma milícia de reserva (no Brasil, a Guarda
Nacional).[260] A partir de 1830, o efetivo do Exército em
tempos de paz oscilava de 15 a 20 mil homens. O sistema de
recrutamento forçado, apelidado de “tributo de sangue”, não
O encouraçado brasileiro Riachuelo, conseguia captar muitos recrutas.[261][262] A primeira linha de
1885 defesa do Brasil invocava uma marinha grande e poderosa para
proteger o país contra um ataque estrangeiro. Por uma questão
política, os militares deviam ser completamente obedientes ao
controle governamental e civil para as forças armadas
permanecerem na participação de decisões políticas.[260]

Os militares eram autorizados a se candidatarem ou servirem


um cargo político, permanecendo na ativa. No entanto, eles não
representavam o Exército ou a Armada, em vez disso era
esperado que servissem aos interesses da cidade ou da
província que os elegiam.[258] Pedro I escolheu nove oficiais
Estaleiro na cidade do Rio de militares para senadores e nomeou cinco (de quatorze) para o
Janeiro, c. 1862 Conselho de Estado. Durante o período regencial, dois foram
nomeados para o senado e nenhum para o Conselho de
Ministros (esta instituição estava dormente durante a regência.
Pedro II escolheu quatro militares como senadores durante a década de 1840, dois em 1850 e
outros três durante os anos restantes de seu reinado. Ele também nomeou sete oficiais para o
Conselho de Ministros durante os anos 1840 e 1850, e outros três depois.[263]

As Forças Armadas brasileiras foram criadas logo após a Independência. Elas foram originalmente
compostas por oficiais e soldados que permaneceram leais ao governo, no Rio de Janeiro, durante
a guerra de secessão de Portugal. As forças armadas foram cruciais para os bem-sucedidos
resultados dos conflitos internacionais enfrentados pelo império, a começar da Independência
(1822-1824), seguida pela Guerra da Cisplatina (1825-1828), Guerra do Prata (1851-1852), Guerra
do Uruguai (1864-1865) e, finalmente, a Guerra do Paraguai (1864-1870). Elas também
desempenharam um importante papel na repressão de rebeliões, começando com a Confederação
do Equador (1824), sob o governo de Pedro I, seguido pelos levantes durante início do reinado de
Pedro II, como a Guerra dos Farrapos (1835-1845), Cabanagem (1835-1840), Balaiada (1838-
1841), entre outros.[264]

A armada era constantemente modernizada com os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos


de guerra naval. Adotou a navegação a vapor na década de 1830, a armadura de ferro na década de
1860 e os torpedos na década de 1880. Em 1889, o Império Brasileiro tinha a quinta ou sexta
marinha mais poderosa do mundo[265] e os navios de guerra mais poderosos do hemisfério
ocidental.[266] O exército, apesar de seu corpo de oficiais altamente experiente e aguerrido, foi
atormentado durante tempos de paz por unidades que eram mal pagas, inadequadamente
equipadas, mal treinadas e mal cobriam todo o vasto território do império.[267]

A dissensão resultante da inadequada atenção do governo para as necessidades do exército foi


contida sob a geração de oficiais que tinham começado suas carreiras durante a década de 1820.
Esses oficiais eram leais à monarquia, acreditavam que o militar devia estar sob o controle civil e
abominavam o caudilhismo (as ditaduras latino-americanos) contra o qual haviam lutado. Mas no
início dos anos 1880, esta geração (incluindo os comandantes, como o Duque de Caxias, o Conde
de Porto Alegre e o Marquês de Erval) tinha morrido, aposentaram-se ou já não exerciam comando
direto.[109][268]

A insatisfação tornou-se mais evidente durante a década de 1880 e alguns oficiais começaram a
exibir insubordinação aberta. O imperador e os políticos não fizeram nada para melhorar a
estrutura dos militares nem para atender as suas demandas.[269] A disseminação da ideologia
positivista entre os jovens oficiais trouxe outras complicações, visto que o positivismo se opunha à
monarquia sob a crença de que uma república ditatorial traria melhorias.[110] Uma coligação entre
uma facção rebelde do exército e o campo positivista foi formada e conduziu diretamente ao golpe
republicano em 15 de novembro 1889.[270] Os batalhões e regimentos, mesmo cheios de soldados
leais ao império, compartilhavam os ideais da velha geração de líderes e tentaram restaurar a
monarquia. As tentativas de uma restauração provaram-se inúteis e partidários do império foram
executados, presos ou forçados a se aposentar.[271]

Relações internacionais
Após a independência do domínio português, o foco imediato
da política externa do Brasil era ganhar reconhecimento
internacional generalizado. A primeira nação a reconhecer a
soberania do Brasil foram os Estados Unidos, em maio de
1825.[272] Outras nações posteriormente estabeleceram
relações diplomáticas com o país recém-criado.[273] Portugal
reconheceu a separação em agosto de 1825.[274] O governo
brasileiro, posteriormente, tornou uma prioridade estabelecer
suas fronteiras internacionais por meio de acordos com seus
vizinhos. A tarefa de proteger as fronteiras reconhecidas foi
complicada pelo fato de que, entre 1777 e 1801, Portugal e
Espanha tinham anulado os seus tratados anteriores definindo
as fronteiras entre os seus impérios coloniais no continente
americano.[275] No entanto, o império foi capaz de assinar Em 1889, a maior parte das
fronteiras do Brasil haviam sido
vários tratados bilaterais com os países vizinhos, como o
estabelecidas por tratados
Uruguai (em 1851), Peru (em 1851 e 1874), República de Nova internacionais, com algumas áreas
Granada (a atual Colômbia, em 1853), Venezuela (em 1859), contestadas. A questão das regiões
Bolívia (em 1867) e Paraguai (em 1872).[276][277] Em 1889, a contestadas foi posteriormente
maioria de suas fronteiras estavam firmemente estabelecidas. resolvida pacificamente em favor
As demais questões — inclusive a compra da região do Acre do das pretensões do Brasil. A exceção
foi a fronteira com a Argentina
governo boliviano, o que daria ao Brasil sua configuração
próxima à província brasileira de
territorial atual[278] — só foram finalmente resolvidas depois
Santa Catarina, no qual metade da
que o país se tornou uma república.[279] área foi dividida amigavelmente
entre os dos países. O atual estado
Uma série de conflitos ocorreu entre o império e seus vizinhos. do Acre, originalmente parte da
O Brasil não teve conflitos sérios com os seus vizinhos do norte Bolívia, foi comprado pelo Brasil em
e oeste, devido à quase impenetrável e escassamente povoada 1903 e não era reivindicado durante
floresta amazônica. a era imperial

"O Brasil é, ao lado de nós mesmos, a grande potência no


continente americano", afirmou James Watson Webb, o ministro dos Estados Unidos para o Brasil,
em 1867.[280] A ascensão do império foi logo notada em 1844 por John C. Calhoun, o então
Secretário de Estado dos Estados Unidos: "Ao lado dos Estados Unidos, o Brasil é o mais rico, o
maior e mais firmemente estabelecido de todos os poderes americanos".[281] No início dos anos
1870,[89] a reputação internacional do Império do Brasil havia melhorado consideravelmente e
manteve-se bem vista internacionalmente até o seu fim, em 1889.[112] Christopher Columbus
Andrews, um diplomata norte-americano na capital brasileira na década de 1880, recordou mais
tarde o Brasil como um "império importante" em suas memórias.[282] Em 1871, o Brasil foi
convidado a arbitrar uma disputa entre os Estados Unidos e o Reino Unido, que se tornou
conhecido como "Reclamações do Alabama". Em 1880, o império atuou como árbitro entre os
Estados Unidos e a França sobre os danos causados ​aos cidadãos norte-americanos durante a
intervenção francesa no México. Em 1884, o Brasil foi chamado para arbitrar o Chile e vários
outros países (França, Itália, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Áustria-Hungria e Suíça) sobre os
danos decorrentes da Guerra do Pacífico.[283]

O governo brasileiro finalmente se sentiu confiante o suficiente para negociar um acordo comercial
com os Estados Unidos em 1889, o primeiro a ser realizada com qualquer nação desde o desastroso
e explorador tratado comercial com o Reino Unido feito em 1826 (e cancelado em 1844). O
historiador norte-americano Steven C. Topik disse que a "busca [de Pedro II] por um tratado
comercial com os Estados Unidos foi parte de uma estratégia mais grandiosa para aumentar a
soberania e a autonomia nacional." Ao contrário das circunstâncias do pacto anterior, o império
estava em uma posição forte para insistir em termos comerciais favoráveis, sendo que negociações
ocorreram durante uma época de prosperidade nacional brasileira e de prestígio internacional.[284]

Economia
Entre 1870 e 1890, o PIB per capita brasileiro cresceu
aproximadamente 0,21% ao ano. No mesmo período, a
Argentina crescia 2,51% ao ano, e o México 1,68% ao ano.[285]
Tendo como base valores em dólares de 1990, foi calculado que
o PIB per capita brasileiro, em 1820, no fim do domínio
português, era de US$ 646 dólares (comparado a US$ 759
dólares para o México, US$ 1 245 dólares para doze países da
Europa Ocidental e US$ 1 257 dólares para os Estados Unidos).
Uma fazenda na província de São
Portanto, em 1820, ainda não havia um grande hiato salarial Paulo, em 1880
entre o Brasil e esses países. Já para o ano de 1890, pouco após
o fim do Império, o Brasil tinha um PIB per capita de US$ 794
dólares, comparado a US$ 1 011 dólares para o México, US$ 2
152 dólares para a Argentina, US$ 3 392 dólares para os
Estados Unidos e US$ 4 009 dólares para o Reino Unido. Esses
dados indicam que o crescimento da economia brasileira,
durante o Império, foi muito mais lento, aumentando, assim, o
abismo salarial dos brasileiros em comparação a moradores de
outras nações americanas e de países da Europa Ocidental.[286]
Em 1820, o Brasil tinha o 18º maior PIB per capita do mundo,
dentre 48 países sobre os quais há dados. Em 1870, o Brasil
Uma fábrica brasileira, em 1880
havia despencado para a 42º posição, dentre 67 países sobre os
quais há dados.[285]

Estimativas sugerem que, entre 1822 e 1913, o crescimento aproximado do PIB per capita
brasileiro foi de somente 0,4% ao ano.[287] A explicação para o baixo crescimento do produto per
capita no Brasil, antes de 1900, indubitavelmente, se coloca sobre as condições do setor agrícola
doméstico, que empregava uma grande porção da mão de obra do país. Primeiramente, havia
homens livres vivendo dentro ou próximo das áreas de exportação, mas o acesso dessas pessoas à
posse de terras foi limitado pela política de terras do país. A produtividade dos trabalhadores livres
brasileiros, nas ocupações em que estavam contratados, foi provavelmente afetada pelo seu baixo
nível educacional. Em adição, parte da mão de obra da agricultura doméstica estava envolvida na
agricultura de terras abundantes do interior do país, relativamente longe das áreas de exportações.
Durante os primeiros 3/4 do século, não há razões para acreditar que o crescimento do produto
per capita no setor agrícola era, no melhor, mais do que extremamente modesto.[287]
O péssimo crescimento das condições na agricultura doméstica desacelerou o ritmo do
desenvolvimento econômico, por empregar grande parte do país nesse setor e, indiretamente, por
privar o setor industrial de um grande mercado interno. Ferrovias poderiam ter melhorado essa
situação, por diminuir o custo de transporte existente. Isso iria prover uma condição necessária,
por ligar parte da agricultura doméstica ao restante da economia, permitindo, assim, uma
mudança da agricultura de subsistência para uma produção orientada para o mercado, seja na
agricultura familiar ou na agricultura em larga escala. Baixos custos de transporte iriam fornecer
produtores, com estímulo da demanda do mercado e com incentivo a novos produtos serem
produzidos para o mercado e bens de consumo. Porém, a produção de ferrovias em larga escala
começou muito tarde no Brasil. Por exemplo, em 1900, a extensão da malha ferroviária dos
Estados Unidos era quase 20 vezes maior que a brasileira. Em 1914, depois de um grande aumento
depois de 1900, o Brasil tinha somente 26 300 quilômetros de ferrovia, uma quantidade que os
Estados Unidos já tinham ultrapassado na década de 1850. Mais ainda, a maioria das ferrovias em
construção eram limitadas às áreas de exportação agrícola, e não serviam para áreas mais distantes
do setor agrícola doméstico.[288]

Uma das principais causas do subdesenvolvimento brasileiro também é uma instituição que
dominava o mercado de trabalho brasileiro: escravidão. A presença de escravos retardou o
desenvolvimento brasileiro, por fazer os latifundiários manter seus retornos ao aumentar a oferta
de trabalho, em vez de enfatizar a formação de capital e o progresso tecnológico. A escravidão
também retardou o crescimento econômico de um grande mercado consumidor interno, necessário
para um desenvolvimento industrial em larga escala.[252] O preço da mão de obra livre era bem
maior do que o custo de manter escravos e isso explica o motivo pelo qual escravos eram usados
em preferência ao trabalho livre, nas maiores atividades do Brasil, durante a maior parte do século.
A disponibilidade de mão de obra escrava também colocou um teto nos salários que os
empregadores estavam dispostos a oferecer pelo trabalho livre e, como consequência, os
trabalhadores livres não eram comumente usados em atividades com um alto produto marginal,
durante a primeira metade do século. A partir de 1870, a mão de obra livre começa a aumentar
substancialmente no Brasil, porém uma baixa taxa de progresso tecnológico e um baixo nível de
tecnologia são claramente relacionados a um pífio capital humano.[288]

As matrículas escolares estavam muito longe de alcançar os países desenvolvidos: em 1857,


somente 1% da população brasileira estava matriculada em escolas primárias. Em contraste, em
1850, as porcentagens para os países desenvolvidos eram: Nova Inglaterra, 26%; Estados Unidos
(excluindo escravos), 22%; Prússia, 16%; Grã-Bretanha, 14%; França, 10%. Em 1857, só 7% da
população brasileira, entre 7 e 11 anos de idade, estava matriculada em escolas primárias; em 1878,
10%; já no final do Império, 14%.[288] Segundo o censo de 1872, 82,3% dos brasileiros com mais de
5 anos de idade eram analfabetos, índice que não melhorou quase duas décadas depois (o censo de
1890 contabilizou 82,6% de analfabetos no Brasil).[289] Em comparação, na Argentina, a taxa de
analfabetismo despencou de 78,2%, em 1869, para 54,4%, em 1895.[290] Nos Estados Unidos, o
analfabetismo foi reduzido de 20%, em 1870, para 13,3%, em 1890.[291] Durante todo o Império, o
analfabetismo foi generalizado em todas as regiões brasileiras, atingindo não apenas a população
mais pobre, porquanto muitos dos mais ricos proprietários rurais também não sabiam ler e
escrever. Esse baixo nível educacional atrapalhou o desenvolvimento social e econômico do
Brasil.[292][289]

O comércio internacional do Brasil atingiu um valor total de Rs 79.000:000$000 entre 1834 e


1839. Este continuou a aumentar a cada ano até chegar a Rs 472.000:000$000 entre 1886 e 1887:
uma taxa de crescimento anual de 3,88% desde 1839.[293] O valor absoluto das exportações do
império em 1850 foi o maior na América Latina e o triplo do da Argentina, que ficou em quarto
lugar. O Brasil iria manter a sua alta posição em exportações e crescimento econômico geral até o
fim da monarquia.[294] A expansão da economia brasileira, especialmente depois de 1850, podia
ser comparada a dos Estados Unidos e de nações europeias.[295] A receita fiscal nacional totalizou
Rs 11.795:000$000 em 1831 e subiu para Rs 160.840:000$000 em 1889. Por 1858, as receitas
fiscais nacionais eram classificadas como a oitava maior do mundo.[296] O império era, apesar de
seu progresso, um país onde a riqueza era distribuída de forma muito desigual.[297] No entanto,
para fins de comparação, de acordo com o historiador Steven C. Topik, nos Estados Unidos "em
1890, 80 por cento da população vivia na margem da subsistência, enquanto 20 por cento
controlavam quase toda a riqueza."[298]

À medida que novas tecnologias surgiram e com o aumento da produtividade interna, as


exportações aumentaram consideravelmente. Isso tornou possível alcançar equilíbrio na balança
comercial. Durante os anos 1820, o açúcar constituía cerca de 30% do total das exportações,
enquanto o algodão constituído de 21%, o café 18% e couros e peles 14%. Vinte anos depois, o café
alcançaria 42%, o açúcar 27%, couros e peles 9% e o algodão 8% do total das exportações do
império. Isto não significa uma redução na produção de qualquer um desses itens e, na verdade,
ocorreu o oposto. O crescimento ocorreu em todos os setores, alguns mais do que outros. No
período entre 1820 e 1840, Fausto diz que "as exportações brasileiras dobraram em volume e
triplicaram em valor nominal", enquanto a valorização denominada em libras esterlinas aumentou
em mais de 40%.[299] O Brasil não foi o único país onde a agricultura desempenhou um papel
importante nas exportações. Por volta de 1890, nos Estados Unidos, até então o país mais rico das
Américas, os produtos agrícolas representaram 80% de todas as exportações.[300]

Na década de 1820, o Brasil exportou 11 mil toneladas de cacau e em 1880 esta tinha aumentado
para 73,5 mil toneladas.[301] Entre 1821 e 1825, 41 174 toneladas de açúcar foram exportadas, valor
que subiu para 238 074 toneladas entre 1881 e 1885.[302] Até 1850, produção de borracha era
insignificante, mas entre 1881 e 1890, tinha alcançado o terceiro lugar entre as exportações
brasileiras.[303] Entre 1827 e 1830 as exportações desse produto foi cerca de 81 toneladas,
atingindo 1 632 toneladas em 1852. Em 1900 o país estava exportando 24 301 452 toneladas de
borracha.[301] O Brasil também exportou cerca de 3 377 000 toneladas de café entre 1821 e 1860,
enquanto entre 1861 e 1889 esta quantia chegou a 6,804 milhões de toneladas.[304] As inovações
tecnológicas também contribuíram para o crescimento das exportações,[299] em especial a adoção
da navegação a vapor e de ferrovias permitido o transporte mais rápido e conveniente de carga
agrícolas.[305]

Moeda
A unidade de moeda da fundação do império até o ano de 1942 era o real (a sua forma plural era
réis e é reais em português moderno), e era derivado do original real português. Era geralmente
chamado de mil-réis e escrito como um $000. Havia os contos de réis (1:000$000) — ou um
milhão de réis.[306] Um conto de réis era representado pelo símbolo Rs, escrito antes do valor e por
um sinal de cifrão que era escrito antes de quaisquer quantidades inferiores de 1 000 réis. Assim,
350 réis era escrito como "Rs 350"; 1712 réis como "Rs 1$712" e 1 020 800 réis era escrito como
"Rs 1:020$800." Para milhões, um período era usado como um separador entre milhões, bilhões,
trilhões, etc (por exemplo, 1 bilhão de réis era escrito como "Rs
1.000:000$000"). Os dois pontos funcionavam para separar
milhares de milhares e o sinal $ era inserido entre milhares e
centenas (999 ou menos).[307]

500 réis ou Rs 500


Desenvolvimento
Um desenvolvimento
econômico de larga escala
ocorreu durante este período
no país, antecipando avanços
similares em países 500 réis ou Rs 500 (verso)
europeus. [308][309] Em 1850,
havia cinquenta fábricas com
Ferrovia em Petrópolis, 1885. O um capital total de Rs
advento dos trens tornou o
7.000:000$000. No final do
transporte de cargas menos
período imperial, em 1889, o
oneroso e rápido, o que diminuiu 200 000 réis ou Rs 200$000 ou
consideravelmente os custos de Brasil tinha 636 fábricas, o
200 mil-réis
produção que representa uma taxa
anual de crescimento de
6,74% em relação ao número de 1850 e com um capital total de
cerca de Rs 401.630:600$000 (o que representa uma taxa de crescimento anual no valor de
10,94% entre 1850 e 1889).[310] O "campo ecoou com o som estridente das linhas de ferro que
estavam sendo colocadas como ferrovias, no ritmo de construção mais furioso do século XIX; na
verdade, a construção em 1880 foi a segunda maior em termos absolutos em toda a história do
Brasil. Na década, apenas oito países em todo o mundo construíram mais quilômetros de ferrovias
do que o Brasil".[112] A primeira linha férrea, com apenas 15 quilômetros de trilhos, foi inaugurada
no dia 30 de abril de 1854[311] em um momento em que muitos países europeus não tinham serviço
ferroviário.[308] Em 1868, havia 718 quilômetros de linhas ferroviárias[312] e até o final do império,
em 1889, essa rede chegou a 9 200 quilômetros de extensão, com outros 9 000 quilômetros em
construção,[313] tornando-se o país com "a maior rede ferroviária na América Latina".[112]

Fábricas foram construídas por todo o império em 1880, permitindo modernizar as cidades
brasileiras e "receber os benefícios do gás, da eletricidade, do saneamento, do telégrafo e das
empresas de bonde. O Brasil estava entrando no mundo moderno.".[112] O país foi o quinto no
mundo a instalar modernos esgotos urbanos, o terceiro a ter tratamento de esgoto[308] e um dos
pioneiros na instalação de um serviço de telefonia.[314] Além de melhorias anteriores na
infraestrutura, o império também foi o primeiro país da América do Sul adotar um sistema de
iluminação elétrica público (em 1883)[315] e o segunda das Américas (atrás apenas dos Estados
Unidos) a estabelecer uma linha telegráfica transatlântica, ligando-o diretamente com a Europa em
1874.[308] A primeira linha telegráfica nacional surgiu em 1852 no Rio de Janeiro. Em 1889, havia
18 925 quilômetros de linhas telegráficas ligando a capital do país às províncias brasileiras
distantes, como o Pará, e até mesmo ligando o império a outros países da América do Sul, como
Argentina e Uruguai.[316]

Cultura

Artes visuais
Segundo o historiador Ronald Raminelli, as "artes visuais
passaram por grandes inovações no império, em comparação
com o período colonial".[317] Com a independência em 1822, a
pintura, a escultura e a arquitetura foram influenciadas por
símbolos nacionais e da monarquia, já que ambos
ultrapassaram os temas religiosos em importância. O antigo
estilo barroco anteriormente dominante foi substituído pelo Independência ou Morte!, também
neoclassicismo.[317] Novos desenvolvimentos apareceram, conhecido como O Grito do Ipiranga
(1888), a obra mais reconhecida de
como o uso do ferro na arquitetura e o aparecimento da
Pedro Américo (1843-1905). Museu
litografia e da fotografia, o que revitalizou as artes visuais.[317]
Paulista

A criação da Academia Imperial de Belas Artes pelo governo


em 1820 desempenhou um papel fundamental na influência e
na expansão das artes visuais no Brasil, principalmente, ao
educar gerações de artistas, sensibilizar o público leigo e
dinamizar o mercado de arte, mas também por impor uma
orientação estilística e ideológica que servia aos interesses do
Estado.[318][319][320] As origens da Academia de Belas Artes
estão na fundação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios
em 1816, pelo português João VI. Seus membros — dos quais o
mais famoso foi Jean-Baptiste Debret — eram emigrantes
A primeira missa no Brasil (1861),
franceses que trabalhavam como pintores, escultores, músicos uma das obras mais celebradas de
e engenheiros.[321] O principal objetivo da escola era incentivar Victor Meirelles (1832-1903). Museu
a estética francesa e o estilo neoclássico para que substituíssem Nacional de Belas Artes
o estilo barroco predominante. [322] Atormentada pela falta de
recursos desde a sua criação, a escola foi mais tarde renomeada
"Academia de Belas Artes" em 1820 e, em 1824, recebeu o nome definitivo sob o império:
Academia Imperial das Belas Artes.[322]

Foi só depois da maioridade de Pedro II, em 1840, no entanto, que a Academia se tornou uma
potência, parte do grande esquema de fomentar uma cultura nacional e, consequentemente, unir
todos os brasileiros em um sentido comum de nacionalidade.[323] Pedro II iria patrocinar a cultura
brasileira através de diversas instituições públicas financiadas pelo governo (não restritas à
Academia de Belas Artes), tais como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB)[324] e
Academia Imperial de Música e Ópera Nacional.[325] Esse patrocínio estatal abriria o caminho não
apenas para as carreiras dos artistas, mas também para aqueles envolvidos em outros campos,
incluindo historiadores como Francisco Adolfo de Varnhagen,[326] e músicos, como o compositor
operístico Antônio Carlos Gomes.[327]
O projeto cultural do Império, nacionalista enquanto buscava valorizar elementos típicos das
tradições brasileiras, preocupava-se também em se inserir na tradição europeia, a fim de que o
Brasil pudesse ser reconhecido internacionalmente como uma nação civilizada. Não por acaso a
produção da Academia Imperial deu grande importância à pintura histórica, que assumiu cores
propagandísticas, instruindo a formação de um acervo visual da memória e da identidade
nacionais, legitimando a monarquia, "criando" um passado respeitável, afirmando a existência de
uma sociedade culta e progressista no presente e profetizando um futuro alvissareiro, mantendo
um constante diálogo com a ideologia do governo e do IHGB, e construindo um imaginário
simbólico de grande força, cuja influência perdura até os dias de hoje.[319][320][328][329][330]

Na década de 1840, o romantismo tinha largamente suplantado o neoclassicismo, não só na


pintura, mas também na escultura e na arquitetura.[318] A Academia não resumia seu papel em
simplesmente fornecer educação: prêmios, medalhas, bolsas de estudo em países estrangeiros,
fundos eram usados como incentivos culturais.[331] Alguns dos seus funcionários e alunos foram
alguns dos mais renomados artistas brasileiros, como Simplício Rodrigues de Sá, Félix Taunay,
Manuel de Araújo Porto-Alegre, Pedro Américo, Victor Meirelles, Rodolfo Amoedo, Almeida
Júnior, Rodolfo Bernardelli e João Zeferino da Costa.[331][332]

Na década de 1880, depois de ter sido considerado como o estilo oficial da Academia, o
romantismo diminuiu e outros estilos foram explorados por uma nova geração de artistas. Entre os
novos gêneros estavam a pintura de paisagem, cujos mais famosos expoentes eram Georg Grimm,
Giovanni Battista Castagneto, França Júnior e Antônio Parreiras.[333] Outro estilo que ganhou
popularidade nos campos da pintura e da arquitetura foi o ecletismo.[333]

Literatura e teatro
Nos primeiros anos após a independência, a literatura
brasileira era ainda fortemente influenciada pela literatura
portuguesa e seu predominante estilo neoclássico.[334] Em
1837, Gonçalves de Magalhães publicou o primeiro trabalho do
romantismo no Brasil, começando uma nova era no país.[335]
No ano seguinte, 1838, foi feito a primeira peça teatral
encenada por brasileiros e com um tema nacional, que marcou
o nascimento do teatro brasileiro. Até então, os temas eram
muitas vezes baseados em obras europeias, mesmo que não
fossem realizados por atores estrangeiros.[335] O romantismo
na época foi considerado como o estilo literário que melhor se
ajustava à literatura brasileira, o que poderia revelar sua
singularidade quando comparada à literatura estrangeira.[336]
Durante as décadas de 1830 e 1840, "uma rede de jornais,
revistas, editoras e gráficas surgiram junto com a abertura de
teatros em grandes cidades, o que poderia ser chamado,
Uma fotografia de c. 1858, mesmo para a estreiteza de seu alcance, uma cultura
mostrando três importantes nacional".[337]
romancistas brasileiros. Da
esquerda para a direita: Gonçalves O romantismo teve o seu apogeu entre o final dos anos 1850 e
Dias, Manuel de Araújo Porto-
início dos anos 1870, dividindo-se em vários ramos, incluindo o
Alegre e Gonçalves de Magalhães
indianismo e o sentimentalismo.[338] Por ser o estilo literário
mais influente no Brasil do século XIX, muitos dos mais
renomados escritores brasileiros eram expoentes do romantismo: Manuel de Araújo Porto-
Alegre,[339] Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães, José de Alencar, Bernardo Guimarães,
Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Joaquim Manuel de Macedo, Manuel
Antônio de Almeida e Alfredo d'Escragnolle Taunay.[340]

No teatro, o mais famoso romancista foi o dramaturgo Martins Pena,[340] embora outros, como
Joaquim Manuel de Macedo, também tenham alcançado a fama.[341] Embora o romantismo
brasileiro tenha encontrado seu lugar na literatura, não teve o mesmo sucesso no teatro, sendo que
a maioria das peças executadas ou eram tragédias neoclássicas, obras românticas de Portugal ou
traduções do italiano, francês ou espanhol.[341] Como em outras áreas, o teatro era patrocinado
pelo governo (após a abertura do Conservatório Dramático Brasileiro, em 1845), que tentava
ajudar companhias de teatro nacionais com ajuda financeira em troca de encenarem peças em
português.[341]

As primeiras reações ao romantismo surgiram na década de 1870, mas seria só na década seguinte
que novos estilos literários tomariam o seu lugar. O primeiro a aparecer foi o realismo, que tinha
entre os seus mais notáveis escritores nomes como Joaquim Maria Machado de Assis e Raul
Pompeia.[338] Os estilos mais recentes que coexistiram com o realismo, como o naturalismo e o
parnasianismo, eram ambos ligados à evolução do primeiro.[338] Entre os mais conhecidos
naturalistas estão Aluísio Azevedo e Adolfo Caminha.[342] Entre os principais parnasianos estão
Gonçalves Crespo, Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac.[340]

O teatro brasileiro foi influenciado pelo realismo em 1855, décadas antes do impacto do estilo
sobre a literatura e a poesia.[343] Entre os dramaturgos realistas mais famosos estão José de
Alencar, Quintino Bocaiuva, Joaquim Manuel de Macedo, Júlia Lopes de Almeida e Maria Angélica
Ribeiro.[343] Da década de 1850 até ao final do império, as peças brasileiras eram encenadas por
companhias nacionais e continuaram a ser apresentadas ao público ao lado de peças
estrangeiras.[344] As artes cênicas do Brasil Imperial também abrangiam a realização de duetos
musicais, danças, ginásticas e comédias.[344] Com menos prestígio, mas mais populares entre as
classes trabalhadoras eram os fantoches e os mágicos, assim como o circo, com suas companhias
itinerantes que incluíam acrobatas, animais treinados, ilusionistas e outros tipos de artistas.[345]

Ver também
Evolução territorial do Brasil
Imperatriz do Brasil
Lista de monarcas do Brasil
História do Brasil
História do Império do Brasil
Monarquismo no Brasil
Presidente do Conselho de Ministros (Brasil)
Príncipe do Brasil (Brasil)
Príncipe Imperial do Brasil
Símbolos do Brasil
Fraude eleitoral no Império do Brasil

Referências
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240. Para conversão de 1870 a 2016, utiliza-se primeiramente o índice de preços ao atacado de
1870 disponível em Catão (1992) (http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/viewFil
e/562/7910). para a conversão de 1913 para 1944 utiliza-se deflatores implícitos, disponíveis
em "Séries Históricas Brasileiras", depois utiliza-se a Calculadora do Cidadão para converter o
salário de 1944 até o atual (Usa-se como índice o IGP-DI (FGV)). Por insuficiência de dados, é
provável que os valores não reflitam exatamente a realidade.
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Ligações externas
Atas do Conselho de Estado do Império do Brasil (1822-1889) (http://www.senado.gov.br/sf/pu
blicacoes/anais/asp/AT_AtasDoConselhoDeEstado.asp)
Primeiro Reinado (http://www.brasilescola.com/historiab/primeiro-reinado.htm)
Segundo Reinado (http://www.brasilescola.com/historiab/segundo-reinado.htm)

Período da história do Brasil


Brasil Colônia Império do Brasil Brasil República
(1500 à 1822) (1822 à 1889) (1889 à atual)

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cujo título é «Empire of Brazil».

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