Abdi - Fórum 2023
Abdi - Fórum 2023
Abdi - Fórum 2023
O
ABDIB Fórum 2023, realizado no dia 12 de abril, Acesse o vídeo
foi o maior e mais representativo encontro do painel na
da infraestrutura e das indústrias de base já íntegra através
realizado no Brasil. Com a presença de mais de 800 do QR Code
pessoas ligadas ao setor, reunidas no Centro de ao lado
Eventos Brasil 21, em Brasília, autoridades dos três
poderes, empresários e especialistas na área avaliaram
a situação e as necessidades dos diferentes segmentos da infraestrutura, tendo como
base a Agenda de Propostas elaborada pela ABDIB e entregue aos principais candidatos à
presidência da República em 2022
O encontro, que coincidiu com a marca dos cem dias do novo governo, foi aberto pelo
presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e
pelo presidente do Conselho de Administração da ABDIB,
André Clark. O evento contou, também, com a participação
do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, do
“
Infraestrutura
ministro presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno é coisa de
Dantas, e de cinco ministros do atual governo.
Estado e o
Também estiveram presentes o presidente do Senado em Estado somos
Exercício, Veneziano Vital do Rego, o deputado federal Arnaldo
Jardim, diversos secretários de governo, presidentes de todos nós.”
cinco Agências Reguladoras e representantes nas principais
instituições estruturadoras e financiadoras de projetos de André Clark,
Presidente do Conselho
infraestrutura que atuam no mercado brasileiro. de Administração da ABDIB
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Um dos pontos que permearam as discussões nos oito painéis em que se dividiu o evento
foi a necessidade de se adotarem medidas que possibilitem o planejamento de longo
prazo dos investimentos em infraestrutura no bojo de uma política de desenvolvimento
voltada para a reindustrialização do país e para a transição energética. Em seu discurso de
abertura, o presidente do Conselho de Administração da ABDIB André Clark afirmou que
“infraestrutura é questão de Estado, sendo Estado com E maiúsculo” — e a elaboração
de uma política para o setor envolve a participação do governo, dos empresários, da
sociedade civil e dos especialistas representados no Fórum.
Alckmin defende a
neoindustrialização
O presidente em exercício Geraldo
Alckmin — que ocupava o posto
durante a viagem do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva à China, no mês
de abril — defendeu a ampliação das
parcerias internacionais do Brasil e
o incremento do comércio com os
países da América Latina. “É preciso
começar pelos vizinhos”, afirmou.
Alckmin também destacou o esforço
da diplomacia brasileira no sentido
de ampliar a presença internacional
de produtos nacionais e citou como
exemplo a recente retirada das placas
de aço com liga de carbono da lista
antidumping dos Estados Unidos —
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medidas que reforcem pilares importantes na política
nacional. A reforma tributária e a ancoragem fiscal DESTAQUES DAS
são dois desses pilares. Para Alckmin, as reformas em AÇÕES DO
curso simplificarão o sistema tributário ao unir cinco GOVERNO FEDERAL
impostos sobre o consumo em apenas um tributo.
Essa medida ajudará a reduzir o chamado custo-Brasil e Reforma tributária
estimular exportação. A ancoragem fiscal, que permitirá
Ancoragem fiscal
investimentos em infraestrutura sem descuidar das
metas do controle de gastos, deverá gerar um novo ciclo Diversificação das
de desenvolvimento. formas de amparar o crédito,
em especial, com Fundos
A lógica, segundo ele, é conter as despesas públicas nos garantidores
momentos de forte crescimento econômico e garantir
Redução do custo Brasil
um piso de investimentos em caso de desaceleração.
De acordo com o presidente em exercício, a garantia Estimulo à competitividade
do Estado aos investimentos privados em infraestrutura Inovação pelo PADIS
precisa levar em conta três variáveis: os juros, os - Programa de Apoio
impostos e o câmbio. Para ele, o câmbio vive um ao Desenvolvimento
momento favorável. A situação tributária deverá Tecnológico da Indústria de
melhorar no bojo das reformas em curso. Os juros, por semicondutores e energia
sua vez, deverão melhorar, com a redução gradual da renovável
taxa Selic — proporcionando a ampliação da oferta de Recriação do Ministério
crédito aos investidores. Isso, segundo ele, possibilitará da Indústria, Comércio e
não a reindustrialização, mas a neoindustrialização do Serviços
Brasil — dentro de uma perspectiva que leve em conta
projetos industriais mais modernos e sustentáveis.
FOTO: GERALDO LIMA
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DIRETRIZES DOS TRÊS PODERES PARA O
DESENVOLVIMENTO DA INFRAESTRUTURA E
INDÚSTRIA DE BASE
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TRÊS PODERES ATUANTES PELO DESENVOLVIMENTO E INDEPENDENTES ENTRE SI
O painel “Diretrizes dos Três Poderes para o e buscar consenso em políticas públicas para o
desenvolvimento da infraestrutura e indústria de desenvolvimento a longo prazo. As falas foram
base”, mediado por Cristiano Noronha, da Arko divididas em duas questões-guia. A pergunta inicial
Advice, contou com a participação de quatro conduzida por Noronha para os painelistas foi “Qual
painelistas, entre eles o Ministro da Casa Civil, Rui o papel de cada um dos Poderes da República na
Costa, e do Ministro do Supremo Tribunal Federal, construção de um ambiente institucional equilibrado,
Gilmar Mendes. Os convidados enfatizaram a que permita o desenvolvimento da infraestrutura e
importância de acelerar investimentos no país das indústrias de base no Brasil?”
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FOTO: GERALDO LIMA
Um convite importante
Quero deixar o convite para os interessados apresentarem projetos de
PMIS (Procedimento de Manifestação de Interesse Social) e queremos
celeridade, podemos economizar tempo recepcionando projetos
de PMIS para que tornemos estes em projetos públicos e licitações
e para que não fique só no poder público a responsabilidade de
elaboração dos projetos.
Um otimismo
Por determinação do presidente Lula, nós vamos ser céleres na
retomada dos investimentos neste país, inclusive obras e rodovias
paradas. Lançamos o aplicativo mãos à obra para os municípios
atualizarem o status de cerca de 16 mil obras paralisadas no país
para que os custos sejam atualizados e a obra concluída. Quatro mil
quilômetros de rodovias concedidas estão sem atingir as metas e
vamos rever a situação com as agências.
Reforma tributária
É bom ouvir do presidente Lula e do governo federal que o Executivo vai participar da reforma
tributária. Evidentemente passará por um amplo debate, mas é desta forma, de maneira ampla,
arejada, distensionada. Assim vamos construir uma proposta que não apenas simplifique, mas
diminua esta carga, que é escorchante, vivida pelo setor produtivo nacional.
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FOTO: GERALDO LIMA
OTIMISMO PREDOMINANTE
As falas dos participantes no painel sobre as diretri- indicação otimista de construção conjunta das legisla-
zes dos Três Poderes trouxeram como consenso o ções reformistas para impulsionar o desenvolvimento
otimismo em relação a dar celeridade às políticas do país no curto, médio e longo prazos. De parte do
públicas que permitam a retomada dos investimentos Judiciário, houve ênfase para o ambiente favorável
em infraestrutura no país para aumentar a participa- em relação ao ambiente de estabilidade institucional
ção do setor no PIB outra vez. Há direcionamento do e fiscalização entre os Três Poderes com participação
Executivo para priorizar retomada de obras parali- do judiciário sempre que se fizer necessário. Cristia-
sadas, elaboração de novos projetos de licitação e no Noronha encerrou o painel agradecendo e enfati-
ampliação de formas e modelagens de parcerias zando a importância da presença dos representantes
público-privadas. Do Legislativo houve também a dos Três Poderes no evento da ABDIB.
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SEGURANÇA JURÍDICA NA INFRAESTRUTURA
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA as regras devidamente pactuadas. Para tanto
é preciso fortalecer os órgãos reguladores e
Por Venilton Tadini, presidente-executivo da ABDIB
de fiscalização. Para Tadini, é preciso conter
O presidente-executivo, Venilton Tadini, “tentativas de alterar as responsabilidades da
abriu a fala de contextualização sobre o tema Agência Nacional de Águas e a Emenda de
enfatizando os problemas em relação ao autoria do deputado Danilo Fortes (União/CE) que
ambiente de negócios, especialmente quanto pretende esvaziar as atribuições das agências
à falta de segurança jurídica, enfrentados pelas reguladoras”.
concessões de infraestrutura. O desrespeito a
contratos, a regulação com brechas legais e as A ABDIB considera fundamental o fortalecimento
decisões inesperadas do Judiciário estão entre as da segurança jurídica, para que o país possa
maiores preocupações dos investidores do setor garantir a expansão dos projetos de concessão na
de infraestrutura. infraestrutura econômica e social. Um ambiente
de negócios com mais segurança jurídica
Para Tadini, ter segurança jurídica não será mais evidente quanto mais clara e menos
significa que não haverá conflitos, incidentes, discricionária for a regulação, mais eficientes e
imprevistos ou intercorrências ao longo da independentes forem as agências reguladoras
execução contratual de 20 ou 30 anos, mas e mais célere e rápida forem as resoluções dos
que a solução será conduzida de acordo com conflitos.
FOTO: GERALDO LIMA
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ao lado
O presidente do TCU, Bruno Dantas, falo sobre os desafios para ampliar a segurança jurídica.
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O DESAFIO DE COMBATER O APAGÃO DAS CANETAS E AVANÇAR NOS
MECANISMOS DE GARANTIA
O moderador Roberto Penna, diretor-jurídico da da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, explicou que
CCR, fez a condução das falas dos painelistas com o governo federal está trabalhando mecanismos
um direcionamento para o debate sobre o desejado de garantias para melhorar a segurança na
equilíbrio econômico-financeiro dos contratos e os contrapartida, em especial, em relação a PPPs de
aspectos legais e regulatórios, diante do desafio de infraestrutura social.
aumentar a confiança dos investidores no Brasil.
Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da A Constituição Federal e a Lei das Estatais (Lei
União, órgão responsável pela fiscalização contábil, no 13.303/2016) estabelecem que as empresas
financeira, orçamentária e patrimonial da União, públicas e sociedades de economia mista estão
enfatizou a necessidade de ampliar a atuação do submetidas à fiscalização dos órgãos de controle,
Tribunal na elaboração dos projetos para reduzir mas a fiscalização não pode implicar interferência na
as brechas contratuais, e para isto foi criada a gestão dessas estatais, nem ingerência no exercício
secretaria de controle externo de prevenção de de suas competências ou na definição de políticas
conflitos e solução consensual. públicas. Francisco da Costa e Silva da, Bocater,
Camargo, Costa e Silva, Rodrigues Advogados
A insegurança jurídica para contratos de PPPs Associados, entende que essa interferência existe
com contraprestação pública federal requer um e preocupa e que a iniciativa do TCU de criar a
debate atento, mas mais ainda para os contratos no secretaria de solução consensual é “fantástica”,
âmbito dos Estados e municípios. Nesta direção, o porém requer cautela, pois diante de alta demanda
secretário de Reformas Econômicas do Ministério poderá haver um gargalo e travar as decisões.
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FOTO: GERALDO LIMA
Lei de Licitação
O TCU decidiu sobre os prazos previstos nas leis de licitações e
contratos e estabeleceu a regra de direito intertemporal, a forma
como se faz a transição entre a lei antiga e a nova. Decidimos que no
período de adaptação, se os procedimentos tiverem iniciado até 31
de março, a lei antiga poderá ser considerada até 31 de dezembro.
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FOTO: GILMAR FÉLIX
BOCATER.COM.BR
INFRAESTRUTURA E REINDUSTRIALIZAÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA origem no hidrogênio verde, etanol, eólica e solar.
Por Venilton Tadini, presidente-executivo da ABDIB
O Brasil tem executado políticas econômicas que
Venilton Tadini foi enfático ao reafirmar a favorecem as exportações de produtos primários
necessidade de “estabelecer as prioridades para em detrimento das de produtos de maior valor
a retomada de crescimento do país”, destacando agregado, mas o Brasil precisa aproveitar as
o respeito às condicionantes internacionais, a oportunidades que surgirão na esteira dos
transição energética para a economia verde maiores movimentos de desglobalização que
e o processo de desglobalização das cadeias vem ocorrendo em decorrência da Covid-19
produtivas. Para Tadini, é preciso alicerçar o e da guerra Rússia-Ucrânia e focar na sua
desenvolvimento em três pilares estruturantes reindustrialização. Isso não significa reforçar
e disruptivos: investimento em infraestrutura, estruturas protecionistas, mas, em políticas
reindustrialização e melhoria da distribuição horizontais (tributação, juros, câmbio, educação,
de renda para o desenvolvimento sustentável. infraestrutura etc.) e verticais de apoio à
Tadini considera necessárias as políticas públicas inovação e ao desenvolvimento tecnológico
de ação indutora demonstrando prioridade na para segmentos específicos da indústria. “Para
redução de dependência internacional com o foco sairmos da armadilha de país de renda média,
na transição energética rumo à economia de baixo precisaremos integrar o país à cadeia produtiva
carbono, com a produção de energia limpa com mundial da indústria”.
FOTO: GERALDO LIMA
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ao lado
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PROPOSTAS PARA O AVANÇO DA INFRAESTRUTURA
12 DE ABRIL DE 2023 14
FOTO: GERALDO LIMA
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FOTO: GERALDO LIMA
O primeiro ponto que gostaria de colocar é que a transição
energética é uma jornada que o mundo precisa percorrer para
conseguir superar os desafios climáticos. E pegando um pouquinho
do que já foi falado, a reindustrialização tem um papel fundamental
para apoiar esta jornada com novos produtos, novos processos
produtivos e novas indústrias. Além de criar uma contribuição do
ponto de vista ambiental, mas com externalidades positivas no
campo econômico e social.
O etanol é um patrimônio nacional, mas o mundo está indo em outra direção, como a
eletromobilidade. Precisamos pensar em uma indústria exportadora para o mundo. É importante
políticas de desenvolvimento nacionais, mas também inserir a indústria automotiva nacional nas
rotas tecnológicas globais como a eletromobilidade.
A indústria 4.0 é importante para o aumento da produtividade. Um exemplo: entre 2018 e 2019 uma
fábrica de fios da WEG foi habilitada com sensores, internet das coisas, informação na nuvem, e
outras tecnologias, depois de quatro anos de projeto tivemos um retorno de R $21 milhões, sendo
que o investimento foi de R $4 milhões.
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TRANSPORTE E LOGÍSTICA Acesse o vídeo
do painel na
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O
painel Transporte e Logística em função da ao lado
amplitude e complexidade foi dividido em
duas etapas para permitir aos painelistas o
direcionamento do debate. O mediador André De Angelo, Diretor-País Brasil da Acciona,
conduziu o debate sobre a matriz de transportes brasileira destacando de início uma das
questões mais caras ao setor: a elevada concentração no modal rodoviário. Apesar da
dependência rodoviária, apenas 12,3% da nossa malha é pavimentada e os níveis de
qualidade são baixos. De Angelo foi direto sobre a causa deste cenário: a redução dos
investimentos públicos em infraestrutura de transporte e logística. Os dados da última
pesquisa Confederação Nacional dos Transportes apontam a insatisfação dos motoristas.
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SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS
PARA UM PLANETA MELHOR
Na ACCIONA, oferecemos soluções sustentáveis para
responder aos principais desafios globais. O nosso foco
está nas pessoas e no planeta, e projetamos infraestruturas
regenerativas para alcançar o seu bem-estar e conservação.
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de PPP. O Brasil no ano passado chegou a 90 milhões de FOTO: GERALDO LIMA
França enfatizou que, para ele, o modelo que está proposto e em vigor hoje é o correto,
pois tem a autoridade pública no comando dos portos, mas as prestações de serviços são
concessionadas. “Não há hoje no Brasil nenhum dos portos públicos que seja deficitário,
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transformar
\ INVESTIR EM
MOBILIDADE
HUMANA É
O CAMINHO
DOS BRASILEIROS.
Investir em mobilidade humana é acreditar
no Favela 3D, um projeto que vai transformar
as comunidades do Brasil em lugares dignos,
digitais e desenvolvidos.
E VC,
COMO
VC VAI? - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Veja como
a Gerando Falcões
e a CCR estão mudando
a vida dos moradores
da Favela Marte.
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FOTO: GERALDO LIMA
todos são superavitários. Então não há porto deficitário e seria
muito importante que os portos pudessem voltar a fazer as
suas tarefas e ao mesmo tempo competir com os privados
que agora tem total liberdade”.
Ainda na pauta dos portos, o ministro França afirmou que as hidrovias são prioridade no
governo porque o país precisa delas funcionando, não só internamente, mas também para
outros países. “Só pra ter uma noção da prioridade do Presidente Lula, havia no orçamento
deste ano R$ 4 milhões de reais para a hidrovia e, na alteração da PEC passou para R$ 400
milhões de reais”, inclusive para permitir abrir os portos para transporte de passageiros.
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FOTO: GERALDO LIMA
transição, o orçamento proposto para esse ano seria de R$6
bilhões, pela imposição que o teto de gastos provocou. Como
foi visto, a situação da malha pavimentada federal encontra-se
em péssimas condições. E graças à PEC da transição, foram
alocados R$1.8 bilhão para manutenção e conservação das
rodovias federais depauperadas. Para o orçamento total de
infraestrutura foram contemplados esse ano, cerca de R$20
bilhões que é praticamente a soma dos quatro anos anteriores.
“Eu acho que nós encontramos um novo caminho que é o novo arcabouço fiscal,
precisamos também fazer uma reforma tributária, mas só a sinalização do arcabouço, sem
a aprovação ainda no Congresso Nacional, já derrubou o dólar”, pontuou o ministro.
No mesmo tema, Rafael Vitale Rodrigues, Diretor Geral da ANTT, focou a fala na pauta da
relicitação. Segundo Rodrigues, na agência existe um entendimento de que a relicitação é
algo para gerar uma nova solução. Mas é preciso considerar os pontos de atenção, como a
dificuldade de avançar e diminuição da velocidade de andamento dos projetos.
“Nós temos trabalhado na ANTT para dentro da curva de aprendizagem que hoje nós já
temos em quatro relicitações, e que a gente possa acelerar cada etapa e frustrar menos os
usuários, frustrar menos o Governo, frustrar menos as empresas
FOTO: GERALDO LIMA que estão envolvidas nesse processo e possamos avançar para
uma nova fase o quanto antes”, concluiu.
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Acesse o vídeo
INFRAESTRUTURA E do painel na
DESENVOLVIMENTO SOCIAL íntegra através
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ao lado
O
painel Infraestruturada e Desenvolvimento Social,
mediado por Ramon Ferreira, Strategy Senior
Manager e Head de Concessões e PPPs da Accenture, iniciou com a apresentação
dos painelistas convidados para falar sobre os setores responsáveis por proporcionar o bem-
estar e as condições básicas para a melhoria da qualidade de vida da população.
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FOTO: GILMAR FÉLIX
“Nós temos o compromisso, enquanto governo, de trabalhar
sim com o setor privado nessa área da infraestrutura. Já há
um casamento muito importante, por exemplo, na área de
habitação e destaco também essa área da educação onde, na
prática, há várias modelagens com o setor privado” Wellington
Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social.
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Na sequência, Manoel Renato, secretário Adjunto de FOTO: GILMAR FÉLIX
Por isso, para este governo, o secretário anunciou uma “fábrica de projetos”, da Caixa
Econômica Federal, alicerçado num fundo de estruturação de projetos, que é alimentado
com recursos do programa de parceria de investimentos para atender com capilaridade
a todo território nacional. As áreas prioritárias são:
educação: com foco em educação infantil, creches, unidades socioeducativas que é uma
competência do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.
habitação: foco na locação social, que é uma demanda do Ministério das Cidades, para
potencializar o componente de locação social do programa habitacional.
iluminação pública: “talvez seja o caso de maior sucesso, nós temos hoje quarenta e oito
projetos entre concluídos e projetos em estruturação”.
resíduo sólido urbano: construção de modelos de manejo dos solos urbanos, que estão testados
em dois consórcios públicos que é uma inovação importante.
penitenciária: apoio para dois Estados, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, trazendo Minas
Gerais como um exemplo de sucesso.
12 DE ABRIL DE 2023 28
FOTO: GILMAR FÉLIX
O secretário afirmou que os PPIs são meio, que atende aos
reclames das políticas setoriais. “Então, não há nenhuma área
que não possa ser revista e que não possa ser incluída, Essa é
a mensagem mais importante”, concluiu.
12 DE ABRIL DE 2023 29
sociais. Citou como exemplo hipotético um hospital que atenda pelo SUS, um modelo
que exige hospitais de porta aberta, ou seja, não se pode negar o atendimento. “Então, a
questão é: como regular a demanda do ponto de vista contratual? É algo que não está sob
o controle do privado, né? Então, o contrato tem que olhar para o sistema de saúde como
um todo, desde a atenção primária à saúde”, afirmou.
Para fechar as falas dos painelistas, o tema foi direcionado para o apoio da Caixa
Econômica Federal às políticas de governo na voz de Cristiano Boaventura de Medeiros,
Superintendente Nacional de Produtos Judiciários e Governo da CAIXA.
CAIXA Para Medeiros, “o
Brasil precisa crescer muito em infraestrutura, mas nos últimos anos encolheu e tem uma
relevância muito grande quando se fala em investimento público, o governo federal é o
principal player mas precisa dos bancos públicos como a Caixa e o Banco do Brasil, e os
subnacionais”, afirma.
Medeiros considera que a Caixa tem tentado pulverizar o crédito, pois há alguns anos o
ticket médio era muito maior nas operações, em torno de R $50 milhões, porque tinha foco
em grandes projetos e não atendia os pequenos municípios. O banco criou um curso para
preparar os municípios, o que já apresentou resultados e, em 2022, assinou 500 contratos
com ticket médio de R $17 milhões.
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TRANSIÇÃO ENERGÉTICA: Acesse o vídeo
do painel na
RUMO À ECONOMIA VERDE íntegra através
do QR Code
A
ao lado
mediadora do painel Transição Energética,
Solange Ribeiro, vice-presidente da Neoenergia,
abriu o debate da tarde enfatizando a vantagem
competitiva do Brasil quando a pauta é a transição energética. Entre os convidados estavam
investidores, reguladores, financiadores e os fabricantes da cadeia energética. Solange
afirmou que o tamanho do desafio e a velocidade exigida para
FOTO: GILMAR FÉLIX
as soluções têm de ser construídas com parcerias.
Para abarcar a amplitude do tema, o painel Transição Energética contou com nove debatedores.
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Transição energética como vantagem competitiva para o
Brasil
Na sequência, Solange iniciou a dinâmica de perguntas e respostas com os convidados,
chamando para a conversa o Secretário de Planejamento e Transição Energética do
Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral.
Barral
FOTO: GILMAR FÉLIX
Thiago entende o Brasil como uma liderança reconhecida
internacionalmente em transição energética ao mesmo
tempo que o país também tem uma indústria de óleo e
gás pujante, por isso pensar a segurança energética torna-
se fundamental. O secretário entende que a indústria de
óleo e gás deve alavancar, acelerar a inovação, fazer a
migração de expertise, investimentos na descarbonização
e combinar isso com um histórico muito consistente de
desenvolvimento de fontes renováveis como recurso
extremamente competitivo.
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FOTO: GILMAR FÉLIX
compulsórios para compra de energia renovável.”
“Mas hoje já há uma compreensão muito mais viva que é a da importância de a segurança
energética vir à frente da transição energética. Falta de energia não é transição.” Rodolfo
Saboia, diretor da ANP.
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Subsídio à energia renovável: “não há mais nenhuma
necessidade”
FOTO: GILMAR FÉLIX
Na sequência, o Wilson Ferreira, presidente da Eletrobras,
Eletrobras
fez uma argumentação contra o subsídio do governo a
investimentos na cadeia de energia renováveis. Ele disse
que “o subsídio existe para a gente começar coisas, para
investir bem”. Com subsídios, avançou a geração de energia
solar e eólica, por exemplo. O problema para o governo
é que “o subsídio que vocês conhecem é uma coisa que
começa e, infelizmente, a gente não consegue se livrar
dele”.
“Eu penso que não é colocado com essa clareza, mas nós precisamos ter clareza que
não há mais necessidade de subsídio nem pra solar, nem pra eólica, quer dizer, eles têm
subsídios aí na na tarifa de fio, etc Tudo isso tem que acabar, para que as fontes de energia
possam ter a forma correta da sua precificação.” Wilson Ferreira, presidente da Eletrobras
Para Ferreira, o subsídio é uma palavra a ser olhada com muito cuidado porque acaba
gerando opções equivocadas, não as melhores soluções, ou seja, “nós inventamos aqui
mais uma jabuticaba brasileira: a possibilidade que o
FOTO: GILMAR FÉLIX
subsídio beneficie não aquele que precisa, mas exatamente
aquele que não precisa”. Ferreira entende que o caso da
energia renovável é um deles e não há mais nenhuma
necessidade de subsídio.
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indicativo de “acabar com todo o esforço que fez com o PROINFRA para montar uma
indústria e a gente vai acabar desmontando”. Neste sentido, o diretor da ENGIE afirma que
vê a caça ao subsídio como um movimento importante para cortar os benefícios que já não
são mais devidos e não são mais necessários.
FOTO: GILMAR FÉLIX
Assista ao filme
Como investidor de ponta em alto potencial no setor, o executivo José osé Roberto de Paiva,
Presidente da Hitachi Energy no Brasil,
Brasil falou sobre as revoluções da indústria 4.0 na forma
de gerar, transmitir e distribuir a energia elétrica. O monitoramento, algoritmos sofisticados
e a geração de dados têm a possibilidade de prevenir falhas e predizer erros. Um exemplo
citado é uma nova técnica de monitoramento via satélite para a influência das árvores nas
linhas de transmissão para mitigar os efeitos danosos para a transmissão. A tecnologia
ainda não está disponível no Brasil, mas ele acredita que entrará no portfólio rapidamente.
12 DE ABRIL DE 2023 36
Promovendo um futuro
de energia sustentável
Gerenciando a complexidade da energia
e permitindo uma vida inteligente por meio
da digitalização.
hitachienergy.com
SANEAMENTO BÁSICO E Acesse o vídeo
do painel na
RESÍDUOS SÓLIDOS íntegra através
do QR Code
N
ao lado
a abertura do painel, o mediador Gesner Oliveira,
sócio da G.O Associados,
Associados destacou o atraso
histórico que o país registra no saneamento.
Existe um triste diagnóstico de que em 2020 cerca de 16% da população brasileira não tinha
acesso à água potável e 45% não eram servidos de esgotamento sanitário. Desde que foi
aprovado o novo marco do saneamento básico e foram estabelecidas as principais metas
para universalizar a prestação dos serviços no setor, a realidade começou a mudar.
12 DE ABRIL DE 2023 38
FOTO: GERALDO LIMA
foi uma novidade trazida pela lei de 2020. Então todo esse
movimento de regionalização induzido pela lei de 2020 vem
nesse espírito de ampliar o acesso aos serviços, dando
mais autonomia para cumprir as metas de universalização.
“Então eu fico realmente muito satisfeita de que, após esses meses de discussões
intensas, a conclusão a que se chega é que a ANA deve permanecer com o seu papel de
editar as normas de referência para o setor e fortalecer a política pública que é conduzida
pelo Ministério das Cidades.“, afirmou.
12 DE ABRIL DE 2023 39
FOTO: GERALDO LIMA
Na sequência, Rogério de Paula Tavares, diretor na
AEGEA Saneamento,
Saneamento reforçou a necessidade de unir
esforços para alcançar o objetivo de universalização do
saneamento. Segundo Tavares, a AEGEA opera uma série
de contratos de esgotamento sanitário em PPPs e está
assinando contrato no Ceará, com a companhia estadual.
“Nós entendemos isso como bastante positivo. Quer
dizer, o modelo, a modelagem de PPP, ela é, ela pode
efetivamente contribuir na direção da universalização.”,
afirmou. Tavares afirmou que a orientação da União
como garantia para que os municípios e Estados possam
desenvolver a regionalização é necessária porque torna-se
um instrumento válido, tem de apoiar todos os modelos,
Diretor da AEGEA
considerando a realidade de cada Estado e de cada
companhia estadual para construir soluções.
Rogério de Paula
Tavares
Na sequência, a pauta foi direcionada para a discussão
sobre tratamento de resíduos sólidos com a fala
12 DE ABRIL DE 2023 40
FOTO: GERALDO LIMA
de Carlos Villa, Presidente do Conselho da Solví
Participações para quem não é justo os municípios
seguirem pagando a conta de um serviço que não tem
sustentabilidade financeira e provocou “Vocês acham
justos nós pagarmos para termos água, tratamento de
esgoto, energia, internet, gás, telefone e não pagarmos
para coletar e tratar os nossos resíduos?”, perguntou.
Vila foi assertivo no posicionamento comparativo, já
que para ele coletar e tratar resíduos sólidos é um
serviço como o da energia, do gás e da telefonia. Para
ele a taxa terá de ser cobrada do usuário “não tem
sentido em uma cidade como São Paulo, a prefeitura
Presidente do Conselho da
está subsidiando as pessoas que têm renda suficiente
Solví Participações
para estar pagando por esse serviço. Quem pode pagar,
tem de pagar. Eu diria que este é o grande desafio”.
Carlos Villa
12 DE ABRIL DE 2023 41
FOTO: GERALDO LIMA
energia, transformar em algo útil para a
sociedade”, afirmou.
O
painel de encerramento do Fórum ABDIB foi
contextualizado pelo Presidente-Executivo da ABDIB, Venilton Tadini, que pontuou
a necessidade de definir uma estratégia de desenvolvimento que considere os
movimentos internacionais, transição energética, economia verde e da reestruturação das
cadeias globais de valor. Para tanto, Tadini destaca que é preciso planejamento de médio e
longo prazo, e cita, como exemplo, a iniciativa da elaboração do Plano Integrado de Longo
Prazo da Infraestrutura (PILPI), que representa um avanço, mas ainda é necessário muito
aperfeiçoamento para a integração dos projetos e definição de prioridades.
Tadini enalteceu a recente divulgação de diretrizes para o novo PAC da Infraestrutura pelo
governo federal, que procura estabelecer estratégias de desenvolvimento via indução do
Estado na articulação dos investimentos. “Agora vem a fase mais difícil, que é a definição de
prioridades para os projetos dentro de uma lógica de desenvolvimento articulada, pretendida,
ou seja, o planejamento de médio e longo prazo”.
O planejamento a médio e longo prazo deve ainda estar atento às diretrizes de ESG, segundo
Tadini. Além de aspectos financeiros, os projetos devem considerar impactos ambientais,
sociais e de governança visando um projeto de Brasil mais sustentável com foco na
economia verde e no bem-estar da população. Os projetos para submeter a financiamentos
hoje em órgãos internacionais e no próprio BNDES trazem estes elementos muito fortes.
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nacionais”. O objetivo é encontrar convergências de onde o
Brasil quer chegar no cenário macroeconômico nacional e
internacional.
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Segundo Barbosa, o Brasil não vai convergir para um país de
renda média muito rapidamente porque a questão envolve
várias frentes e o equilíbrio fiscal. “E sem o equilíbrio fiscal,
o voo é curto”. Mas, para o diretor do BNDES, envolve
também a recuperação da capacidade de planejamento
com diálogo para dar conta de um país continental, onde
cada Estado é uma realidade diferente, e é preciso ouvir as
empresas e os governos.
A questão das garantias para os investidores também foi abordada por Barbosa no
painel. O diretor trouxe duas abordagens: uma que está sendo tratada pelo Ministério da
Fazenda para dar segurança para investimentos nos entes subnacionais e atrelar garantias
dadas pelo governo federal às PPPs e “com isso elimina uma fonte de incerteza”. A
segunda abordagem mencionada é mais micro, projeto a projeto, para entender quais
projetos podem ter uma receita associada que possa dar segurança de contrapartida ao
investimento na prestação de serviço.
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Doyle concordou com Leany e Barbosa, em fala anterior,
sobre a necessidade de priorização de projetos e eficiência
dos resultados. Mas, Doyle entende que ainda mais
relevante é o apoio para a preparação de projetos, para
garantir iniciativas ambientalmente sustentáveis, fiscalmente
responsáveis e que promovam uma alocação eficiente
dos riscos. A ideia é que “os projetos possam e devam ser
jogos de ganha-ganha entre os serviços para a população,
os investidores e os governos. Então nós do BID temos
trabalhado bastante para ajudar nossos diversos parceiros
através de uma série de iniciativas”, pontuou.
Representante do BID
Doyle afirmou que o BID está trabalhando em 26 projetos no Brasil
para investimento privado, como o trem intercidades São Morgan Doyle
Paulo-Campinas e um complexo hospitalar em Florianópolis.
Os dois exemplos foram citados para exemplificar as melhores práticas de gestão de risco,
social e ambiental. E reforçou que o BID tem preparo para ajudar os parceiros através de
iniciativas que apontam na direção de contribuir com o Sistema Nacional de Investimento
Público para consolidar ferramentas para elaboração, para classificação de monitoramento
de padrões de sustentabilidade dos projetos.”Estamos comprometidos em aumentar e
melhorar a qualidade dos serviços para os cidadãos. Isso porque entendo que a parceria
com os senhores presentes aqui nesse painel e também com os atores privados que estão
aqui nessa sala é o que vai de fato garantir serviços de qualidade lá na ponta”
O mediador Jorge Santana, Presidente da BMG Seguros, ainda conduziu uma rodada
de perguntas para os painelistas antes de encaminhar o encerramento, enfatizando
o otimismo predominante nas mensagens ouvidas no evento. Para Santana, “a gente
construiu e tem hoje um arcabouço regulatório nas diversas áreas bastante sólido, muito
melhor do que tínhamos antigamente e temos projetos maravilhosos”, afirmou. Para
Santana, se o setor resolver o problema do investimento, controle, gestão, é possível haver
um salto grande para potencializar o investimento e o crescimento da infraestrutura no
país. “O desafio que eu percebo, é colocar tudo isso junto”, apontou Santana como um
desafio conjunto para ser encaminhado.
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