Princípios Da Tecnologia Assistiva 2
Princípios Da Tecnologia Assistiva 2
Princípios Da Tecnologia Assistiva 2
Objetivo da Unidade:
📄 Material Teórico
📄 Material Complementar
📄 Referências
📄 Material Teórico
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Conceituação e Classificação
Para subsidiar a composição desta Unidade sobre Tecnologia Assistiva, muitos
documentos foram encontrados em revisão bibliográfica, o que denota alta produção
dos pesquisadores brasileiros nessa área. Inicio citando os documentos desenvolvidos
pelo Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), da Secretaria dos Direitos Humanos da
Presidência da República, que discorre sobre os marcos legais presentes em nosso
território quando falamos sobre Tecnologia Assistiva a partir do ano de 1996 aos dias
atuais. Estão disponíveis, também, as normas traduzidas pelos comitês de
desenvolvimento da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); além da
produção científica dos principais autores nacionais dentro dessa temática, bem como
uma produção específica dos Terapeutas Ocupacionais, que registram as ações
propostas e desenvolvidas na busca por evidências e uma prática mais eficiente e
resolutiva.
Como definição geral, temos que a Tecnologia Assistiva (TA) é qualquer produto, ou
No cenário da saúde do Brasil, ao tentarmos definir a TA, temos como área técnica, que
abrange o âmbito da interdisciplinaridade, produtos, recursos, metodologias,
estratégias, práticas e serviços com o objetivo de ganho funcional e melhor
desempenho nas atividades e a possibilidade de participar, mesmo apresentando
deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida. A autonomia, independência,
qualidade de vida e inclusão social compõem a conclusão do raciocínio clínico quanto
aos objetivos.
não estabelece uma linha de evidência clara sobre o que pode ser proposto ou prescrito.
Ao longo da história nacional, novas políticas públicas são propostas para auxiliar na
garantia de acesso à TA, como, por exemplo, o Plano Viver Sem Limite (Governo
Federal entre os anos de 2011 e 2014), com orçamento de 7,6 bilhões de reais para o
fomento de ações que abordassem os direitos das pessoas com deficiência, como, por
exemplo, os projetos de soluções ou tecnologias assistivas.
Uma hipótese é que esse processo seja decorrente da falta de organização dos serviços
quanto à competência dos profissionais, bem como de atenção às reais demandas dos
pacientes.
Um olhar sobre o contexto europeu de uso da TA aponta para uma visão profissional
ampliada e práticas igualmente mais abrangentes.
Propor uma solução para uma necessidade individual pode, por vezes, envolver uma
Solução Assistiva.
A TA torna possível a realização de uma ou várias atividades por uma pessoa com
deficiência, melhorando o seu desempenho funcional de acordo com sua hierarquia de
valores e significados em seu propósito de vida. Essa visão mais ampla considera não
somente os dispositivos que foram propositadamente desenvolvidos para as pessoas
com deficiência, mas também aqueles que são desenvolvidos para a população em
geral, a partir do Design Universal ou não, mas que, usados por uma pessoa com
deficiência para potencializar suas habilidades residuais, passam a ser consideradas
como um produto assistivo.
Produtos que são acessíveis para a população em geral (por exemplo, carros
automáticos), mas que para uma pessoa com determinada deficiência passam a ser
uma condição que viabiliza a realização de uma atividade de forma independente, nessa
situação, esse veículo automático ou produto com essas características passa a ser um
produto assistivo.
tema e, entre os pontos em comum, temos esse conceito e o produto a ser direcionado
ao paciente como pontos mais importantes. Como visto, a definição europeia traz os
serviços de TA intimamente ligados aos processos complementares interdisciplinares
para o sucesso do uso do produto.
de Tecnologia Assistiva.
Assim, uma classificação sobre TA foi constituída pela ADA (American with Disabilities
Act), como segue:
carros no Brasil.
Para uma organização ainda mais clara sobre o que envolve uma solução assistiva,
podemos citar:
Isso significa ir além das normas básicas de acessibilidade (ABNT 9050) e modificar e
adaptar o ambiente segundo às necessidades específicas daquele(s) usuário(s).
Esses três fatores são proporcionais entre si: se uma pessoa com deficiência
desenvolve uma atividade em um ambiente que não seja acessível, ela vai precisar de
mais produtos assistivos e mais ajuda individualizada; o contrário também é
verdadeiro.
Reflita
Discussão de Caso – Raciocínio Clínico
Uma criança com paralisia cerebral tem uma cadeira de rodas
motorizada com uma potência de motor “fraca” e com rodas
Ok, se a calçada fosse consertada, ela não teria mais esse problema.
Com certeza, mas cá entre nós: e todas as outras calçadas que existem
em nosso país? Estão elas em condições ideais para o uso de cadeira
de rodas?
O Brasil possui um fluxo próprio para concessão de Tecnologia Assistiva, mas ainda
não possui processos bem definidos e estruturados. Apenas na saúde, temos a
definição dos produtos concedidos pelo Ministério da Saúde, através da lista de
produtos assistivos do Sistema Único de Saúde, e uma rede de serviços credenciados
ao SUS que buscam realizar essa dispensação, mas os serviços que compõem esse
fluxo não possuem profissionais capacitados para uma prática de excelência em TA.
Um olhar sobre a doença representa uma das principais barreiras à potencialização dos
direitos e das competências das pessoas com deficiência no Brasil, em qualquer
sistema e nível de ensino, e também em outros contextos.
Já para a inclusão no esporte, não há uma lista de concessão, nem processos definidos
universalmente que componham os serviços públicos para a aquisição de produtos
assistivos, o que mostra ineficiência do setor de Assistência Social.
profissional envolvida em TA, para o que lhe é permitido realizar legalmente, cada
profissão possui normativas e resoluções para atuação de forma segura, mas é comum
vermos no Brasil profissionais que, por terem realizado um curso de pós-graduação
ou similar, ou por autodidatismo, considerarem-se aptos a atuarem em áreas
Na América do Norte, a criação de uma sociedade científica para regular a atuação das
diversas categorias profissionais que atuam em Tecnologia Assistiva é um exemplo de
sucesso de como lidar com estas questões relacionadas às competências profissionais
em Tecnologia Assistiva.
assistivos não garante que quem deles necessita, os use de forma que não lhes causem
nenhum malefício, ou que realmente otimizem as habilidades funcionais dos usuários.
Dessa forma, urge a necessidade de acompanhamento de profissionais especializados
nesse processo.
A Tecnologia Assistiva inclui uma ampla gama de produtos, que vão muito além
daqueles relacionados à saúde. As habilidades subjacentes às atividades humanas mais
fundamentais do autocuidado, recreação e produtividade através do emprego ou da
educação podem ser otimizadas com o uso adequado de produtos assistivos. O foco nas
profissionais de diversos setores que trabalham para o uso dos produtos assistivos
efetivamente. Estes serviços invocam a consideração de princípios éticos.
dentre outros). Tecnologia Assistiva Intangível (soft) são as áreas humanas de tomada
de decisão, estratégias, treinamento, formação de conceitos e prestação de serviços
incluída no atendimento serviços de tecnologia. Tecnologias Assistivas Intangíveis, as
quais sem a Tecnologia Assistiva Tangível são ineficazes, suaves, são muito mais
difíceis de obter, porque são altamente dependentes do conhecimento humano em vez
de objetos tangíveis. E aqui está um dos maiores problemas brasileiros: a carência de
recursos humanos especializados em Tecnologia Assistiva Intangível.
Tecnologia Assistiva também inclui serviço de Tecnologia Assistiva como qualquer
serviço que auxilia diretamente um indivíduo com deficiência na seleção, aquisição ou
uso de um dispositivo de TA. Alguns exemplos específicos de procedimentos desses
serviços que esclarecem ainda mais essa definição: (a) avaliação de necessidades e
habilidades para Tecnologia Assistiva; (b) apoio e orientação na aquisição dos
produtos; (c) seleção, projeto, reparo e fabricação de sistemas/soluções assistivas; (d)
serviços de coordenação com outras terapias; e (e) treinamento de indivíduos com
deficiência e profissionais de diversos setores que trabalham para o uso dos produtos
assistivos efetivamente. Estes serviços invocam a consideração de princípios éticos.
Nas referências utilizadas, foram citados cinco tipos de princípios éticos. Subjacente a
todo o desenvolvimento e aplicação de TA são os conceitos de beneficência,
de não causar danos aos outros diretamente ou por meio da prevenção de ações que
possam prejudicar os outros. Este conceito é fundamental para a prática assistencial.
escolha de produtos assistivos específicos para um dado indivíduo também deve ser
fiel ao princípio ético da autonomia, isto é, foco na liberdade de ação e escolha.
Finalmente, o princípio ético de justiça trata da questão da equidade individual,
interpessoal, contextos organizacionais e sociais.
Políticas públicas com base na justiça ignoram a diferença apenas até o ponto em que
resulta em desvio considerável da norma. Além disso, a diferença pode ser descontada
(justiça formal) ou reavaliada positivamente (justiça interativa). Os estigmas
associados aos produtos assistivos podem ser dissipados se a tecnologia se tornar
muito familiar (por exemplo, o uso de computadores laptop para comunicação
Leitura
ACESSE
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Assistive Technology and Occupational Performance
ACESSE
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📄 Referências
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AMERICANS WITH DISABILITIES ACT. What is the Americans with Disabilities Act (ADA)?
Disponível em: <https://adata.org/learn-about-ada>. Acesso em: 13/12/2023.
em: 13/12/2023.
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Sites Visitados
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