Vieira, Rui Rosado (2017) - Campo Maior - A Revolução Patriótica de 1808
Vieira, Rui Rosado (2017) - Campo Maior - A Revolução Patriótica de 1808
Vieira, Rui Rosado (2017) - Campo Maior - A Revolução Patriótica de 1808
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Campo Maior:
A Revolução Patriótica de 1808
e a Repressão Política de 1824-1834
RESUMO
O texto que segue procura divulgar um conjunto de acontecimentos
reveladores da capacidade de aproximacáo, para a defesa de interesses comuns,
entre gentes da vila de Campo Maior e da cidade de Badajoz, bem como de
práticas cívicas, por parte da populacáo campomaiorense, próprias dos
principais centros urbanos portugueses.
PALAVRAS CHAVE: Galluzo, Moreno, Cesário, Junta de Governo, Campo Maior,
Badajoz, espanhóis, franceses.
RESUMEN
El texto que sigue busca divulgar un conjunto de acontecimientos revela-
dores de la capacidad de aproximación, para la defensa de intereses comunes,
entre gentes de la villa de Campo Maior y de la ciudad de Badajoz, así como de
prácticas cívicas por parte de la población campomaiorense, propias de las
principales ciudades portuguesas.
PALABRAS CLAVE: Galluzo, Moreno, Cesário, Junta de Gobierno, Campo Maior,
Badajoz, españoles, franceses.
Revista de Estudios Extremeños, 2017, Tomo LXXIII, N.º III I.S.S.N.: 0210-2854
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I. NOTA PREAMBULAR
Os primeiros decénios do Séc. XIX foram, em Portugal, tempo de conflitos
bélicos e de alterações políticas e sociais significativas. De confronto entre as
novas ideias provenientes da Revolução Francesa, em que o poder de governar
provinha do povo, e o multissecular poder absoluto dos reis, ungidos por
vontade de Deus.
Não foi sem resistência que as novas formas de governação se afirmaram
no nosso país.
A primeira invasão francesa em 1807, com apoio do exército espanhol, a
fuga do Príncipe Regente para o Brasil, e as revoluções patrióticas em vilas e
cidades a partir de Junho de 1808, constituem os primeiros episódios de uma
época de violentos enfrentamentos fratricidas, entre absolutistas e liberais,
com curtos períodos de paz de permeio, que conduzirão à implantação do libe-
ralismo em Portugal 1834.
As revoluções constituem, por regra, momentos privilegiados para o
estudo da evolução das sociedades. As movimentações ocorridas em Campo
Maior no Verão de 1808, ainda que a escala microcósmica e de curta duração,
são pela sua singularidade e dinamismo merecedoras de ser narradas.
É da insurreição contra a presença de tropas francesas em solo português
e do original governo formado naquela vila alentejana, que nos propomos
discorrer nas páginas seguintes, bem como da incomum violência política
registada na vila alentejana entre 1824 e 1834.
Para tal apoiámo-nos na bibliografia coeva que pudemos reunir, em espe-
cial na “Memória Histórica” sobre o referido levantamento patriótico e sequente
Governo da Junta Revolucionária, editada em 1813, assim como na “Relação
Abreviada dos factos mais recomendáveis da Revolução de Campo Maior”,
editada em 1808, ambas da autoria de alguém -o campomaiorense, Frei João
Mariano de Nª. Srª do Carmo Fonseca- que por ter participado diretamente
naquelas movimentações, se constituiu testemunha privilegiada, mas suscetível
de parcialidade.
Com o objetivo de melhorarmos o conhecimento sobre o tema, procurámos
confrontar o contido no trabalho de Fr. João Mariano com o que, sobre o
mesmo assunto, refere José Acúrsio das Neves, na sua “História Geral da Invasão
dos Franceses em Portugal”, editada em 1811.
Para o período de 1824-1834, utilizámos, sobretudo, a obra do historiador
campomaiorense, coevo dos acontecimentos, João Dubraz, “Recordações dos
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1
VICENTE, António Pedro: Anunciando as Invasões Francesas, Imprensa Nacional
Casa da Moeda, Fevereiro 2013, pp. 167-227.
2
TEIXEIRA BOTELHO: “O Cêrco de Campo Maior em 1811”, Revista Militar n.º 2, de
1911, p. 83.
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seu exército, que um pouco por todo o país se encarregavam de mostrar que as
palavras de Junot não se compaginavam com a realidade. Extorsões, pilhagens,
e violências de todo o tipo por parte dos soldados franceses, vão corroer a já
difícil relação entre a tropa invasora e a população e conduzir, em breve, à
eclosão de focos de rebelião, primeiro em Lisboa e Porto, e posteriormente em
outros centros populacionais do país.
Em Espanha, com quem Napoleão se aliara para conquistar e posterior-
mente partilhar Portugal, a presença de militares franceses, pela arrogância e
violações praticadas sob as populações locais, gera um clima hostil que se
transformará em insurreição patriótica contra a tropa estrangeira.
A repressão violenta, ordenada pelo comando francês em Madrid, de
uma revolta que eclodiu naquela cidade em 2 de Maio de 1808, contra a presença
de tropas de Napoleão, conduz a numerosas deserções de elementos do exército
espanhol que colaboravam com Junot na ocupação de Portugal e ao regresso a
Espanha de parte das unidades militares do país vizinho. Pouco depois surgem
levantamentos populares que se propagam a todo o território espanhol.
Insurreições que rapidamente levam à formação de governos locais autónomos
-Juntas de Governo Provisória- em diferentes regiões de Espanha. Fenómeno
que, como por contágio, poucas semanas depois, se irá repetir em algumas
vilas e cidades de Portugal, em particular nas povoações mais próximas da raia
com Espanha.
3
FREI JOÃO MARIANO DE NOSSA S. DO CARMO FONSECA: Memória Histórica da
Junta de Campo Maior ou História da Revolução desta Leal e Valorosa Villa, Editor:
António José Torres de Carvalho, Elvas, 1912, p. 162
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4
FREI JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, p. 52 e ss.
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5
ACÚRCIO DAS NEVES, J. : História Geral das Invasões dos Franceses em Portugal,
Tomo III, Cap. XXVII, pp. 347-348.
6
FREI MARIANO: Idem, Nota 3, p. 300 e ss.
7
ACÚRCIO DAS NEVES: Idem, Tomo III, Cap. XXVII, p. 345.
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8
FREI JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, pp. 50 e ss.
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da campanha pelo seu companheiro Xara que desde Albuquerque lhes viera
servindo de guia”. O percurso que não ligava diretamente Badajoz a Campo
Maior, mas era o que se encontrava mais escondido das vistas das tropas de
Napoleão, instaladas na muito próxima Praça de Elvas.
“Com efeito, na madrugada do dia 2 de Julho, a tropa (espanhola)
chegou à Porta de S. Pedro, e o seu comandante D. Nicolau Moreno de
Monroi, depois que esta lhe foi aberta (por intervenção de Moacho)
despachou um oficial seu para se ir entender com o Juiz de Fora sobre o
alojamento e obter permissão de fazer dentro da Vila certas diligências
secretas de que vinha incumbido pelo seu General (Galluzo), de quem,
para esse fim, tinha recebido instruções”9.
9
Idem, Nota 3, pp. 56-57.
10
Idem, Nota 3, p. 58.
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11
ACÚRSIO DAS NEVES, J.: Idem, Tomo III, p. 348.
12
FR. JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, pp. 123-125.
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13
ACÚRSIO DAS NEVES, J.: Idem, Tomo III, pp. 351-353.
14
FREI JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, pp..60-62.
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15
Idem, Nota 3, pp. 66-67.
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pretensões, que conseguiram, sublevando não só esta Praça, mas com este
exemplo se vai sublevando toda esta Província do Alentejo e esperamos se
subleve todo o reino (…), e é neste congresso que em nome do Príncipe Regen-
te nosso senhor, nomeamos Capitães eletivos aos beneméritos patrícios nossos,
Francisco Cesário Rodrigues Moacho e Luís José Xara, com o seu competente
soldo, cujo se dará desde logo a este último, pela sua pobreza, e àquele, quando
o Estado possa, ou se acabe a guerra (…).”
Mais tarde, por portaria de 24 de Junho de 1811, pelos serviços prestados
no Verão de 1808 e no cerco da Praça de Campo Maior em 1811, Moacho e Xara
voltaram a ser agraciados. O primeiro com a “patente de Major graduado de
milícias (…) um baldio no termo de Arronches (…) e o hábito de Santiago da
Espada, com uma tença de 12$000 réis”. O segundo com “a patente de capitão
de ordenanças, com soldo de capitão de milícias e um baldio no termo de
Ouguela”. Pelo mesmo diploma régio foram atribuídas “terras a José Carvalho
de Morais e a Joaquim José Pinto, vogais da Junta de Governo em 180816.
16
ACÚRSIO DAS NEVES, J.: Idem, Tomo III, Cap. XXVII, pp. 354-359; e DUBRAZ, J.:
“Recordações dos últimos quarenta anos”, 2ª. Edição, Lisboa, 1869, p. 188.
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Conquistada a liberdade havia que instituir uma Junta formada por gente
que concitasse a anuência da população.
Em 7 de Julho de 1808 o Governador Moreno convocou um grupo de seis
notáveis com a finalidade de proceder à constituição da Junta, que seguindo o
modelo da de Badajoz, ficou composta por 13 elementos. Sendo dois por cada
grupo social e incluindo nesse número o presidente, distribuindo-se do seguinte
modo. Presidente: D. Nicolau Moreno de Monroi, Governador da Praça de
Campo Maior e Comandante Geral das Armas Espanholas. Magistratura: José
Joaquim Carneiro de Carvalho, Juiz de Fora e Dr. João Baptista Mexia Foito.
Militares: Coronel Diogo Pereira da Gama e Tenente-Coronel André José de
Vasconcellos Azevedo e Silva. Eclesiásticos: José Inácio Rebello Soares, Prior
da Igreja de S. João e Fr. João Mariano de Nossa Senhora do Carmo Fonseca,
Leitor da Sagrada Teologia. Nobreza: D. José Carvajal Pizarro e Obando e Diogo
Cardoso de Almeida Valle Mexia. Estado médio (lavradores): José Carvalho de
Morais e Manuel Francisco Pereira. Povo: António Rodrigues Dentes, alvanéu
e José Joaquim Pinto, barbeiro. Nomearam-se dois secretários, um para o expe-
diente ordinário e outro para os negócios e correspondência de Espanha17.
Como a reunião fora demorada adiou-se para o dia seguinte, 8 de Julho,
em assembleia a realizar na sala das sessões do Município, onde na presença
do “Senado da Câmara e Procuradores da Nobreza e Povo”, se procederia à
aprovação e investidura dos membros da Junta de Governo Provisional a
estabelecer em Campo Maior.
Assim aconteceu, e ali, nas Casas da Câmara,” (…) Todos unidos
fortemente concordaram, em nome do mesmo povo, que ela (Junta de Governo)
era muito interessante e necessária à felicidade pública, ao bem da Pátria, honra
da religião e serviço do Príncipe Regente de Portugal (então no Brasil) e como
tal foi aprovada e autorizada.”
Feitos os juramentos obrigaram-se “todos e cada um (…) a defender a
Religião Católica, os direitos, privilégios, independência da Nação Portuguesa,
obediência e fidelidade ao seu legítimo Soberano e senhor D. João, Príncipe
Regente de Portugal, assim como respeitar os direitos da Nação Espanhola,
reconhecendo por Soberano das Espanhas, o Senhor D. Fernando VII (…)
formando uma estreita aliança para defesa comum.”
17
FR. JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, pp. 66 e ss.
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18
Idem, Nota 3, p. 77.
19
Idem, Nota 3, p. 106.
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dinada à do Governo. Uma das suas principais funções era evitar que surgissem
ambiguidades quanto à graduação, soldos e responsabilidades a atribuir aos
oficiais que se apresentavam para servir nas novas unidades em formação, para
o qual foi redigido regulamento apropriado.
Para a direção da Junta Militar foram escolhidos quatro oficiais do exército
e um elemento civil. Presidente: Coronel Diogo Pereira da Gama. Vogais: D. José
Carvajal Pisarro e Obando; Tenente-Coronel André José de Vasconcellos
Azevedo e Silva; Tenente - Coronel Francisco Xavier Torres; e Major António
Tavares Magessi.
As sessões da Junta Militar tinham lugar nas casas do Vogal André
Azevedo e Silva, todos os dias úteis a partir das seis da tarde20.
Com o decorrer do tempo, a Junta de Governo via-se, cada vez mais,
incapaz de acudir à totalidade dos negócios públicos da Praça.
Como um dos sectores da governação que exigia mais tempo e atenção
dizia respeito à necessidade de vigiar os gastos e obter rendimentos para en-
frentar a elevada despesa pública, foi instituída a Junta de Finanças, em 9 de
Agosto de 1808. Tendo em vista o cumprimento dos seus fins, foi elaborado um
regimento, tornado público, onde se definiam as funções, poderes e obrigações
dos membros que haviam de gerir a dita instituição.
Para tal foram designados sete indivíduos. Presidente: Dr. José Joaquim
Carneiro de Carvalho, Juiz de Fora. Vogais: Reverendo Dr. João Baptista de
Aguiar; Reverendo Beneficiado José Coelho Pereira; Jorge Manuel Galvão de
Morais Sarmento; Diogo Lopes Bernardo; Capitão João Nunes Ferreira; e
Mateus José.
As suas sessões “eram celebradas das 9 horas em diante, em uma das
salas das casas da Câmara”, todos os dias, exceto domingos e dias festivos21.
Restava ainda criar um departamento que cuidasse da difícil tarefa de
manter a ordem pública, face à elevada densidade populacional e à heteroge-
neidade das gentes instaladas intramuros. Para tal foi redigido documento de-
clarando, como prioritário, vigiar os amotinados, combater os afrancesados ou
“os que dissessem mal do Governo do Príncipe Regente”, controlar a entrada
de estranhos na vila e intercetar “as cartas que fossem para Elvas e Forte de
20
Idem, Nota 3, pp.101-103.
21
Idem, Nota 3, pp.168-171.
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22
Idem, Nota 3, pp 175-176; ACÚRSIO DAS NEVES, J.: Tomo IV, Cap. XXXIV, p. 100.
23
FR. JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, pp. 98-106
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24
Idem, Nota 3, pp. 10 e ss.
25
Idem, Nota 3, pp. 113 e ss.
26
Idem, Nota 3, p. 139
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27
Idem, Nota 3, pp.147 e ss.
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28
JOÃO MARIANO DE N. SENHORA DO CARMO FONSECA: “Relação Abreviada dos
factos mais recomendáveis da Revolução de Campo Maior em 1808, dada à luz por
Francisco Cesário Rodrigues Moacho, Regia Oficina Tipográfica de Lisboa, Maio 1813”,
Biblioteca Nacional, Monografia Geral, 14905115P, pp. 79-86.
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29
FR. JOÃO MARIANO: Memória Histórica da Junta de Campo Maior, Obra citada,
Nota 3, pp 211 e 271
30
MELÉNDEZ TEODORO, Álvaro: “La Guerra de la Independencia en Extremadura,
Operaciones Militares en el año1808”, Actas de las Jornadas de História de las Vegas
Altas, Medelin-Dom Benito, Sociedad Extremeña de História, 2009, pp. 5-9.
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31
FR. JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, p. 83; e Carlos J. RODRIGUES CASILHAS: “El
Marquês de Monsalud, durante 1812: un hombre crucial…”, Associación Cultural Coloquios
Historicos de Extremadura.
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32
FR. JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, pp. 208 e ss.
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nunca satisfeita, com base no argumento que a sua captura, ainda que em
território português, fora efetuada por militares do exército espanhol33.
Situação pouco cómoda para os governantes das Juntas de ambos os
lados da raia, e certamente constrangedora para o seu protagonista – “o Doutor
Corregedor, Juiz de Fora (de Campo Maior) José Joaquim Carneiro de Carvalho”
– aconteceu nos primeiros dias de Agosto de 1808. Eleito pouco antes pelos
membros da Junta campomaiorense para a representar como “deputado resi-
dente perante a Suprema Junta (…) da Província da Extremadura”, em Badajoz,
o Dr. Carneiro de Carvalho compareceu na sede de Governo desta cidade para
assumir tal função.
Ali foi recebido pelo Marquês de Monsalud, que então substituíra o
General Galluzo na presidência da Junta Estremenha, a quem exibiu as credenciais
e comunicou a missão de que vinha incumbido. Este informou que “a residência
da sua Deputação dependia do consenso geral dos membros daquele Governo
(de Badajoz), que procederia a consulta e do resultado lhe seria dado
conhecimento”.
Pouco tempo depois foi-lhe comunicado “que àquela Junta repugnava
de convir com a de Campo Maior na residência da sua Deputação, por serem as
coisas de honra mui melindrosa e se temer de as expor a alguma quebra, podendo
dizer-se dos Espanhóis, que eles tinham violado a mutua independência,
admitindo entre os Membros do seu Governo um Representante de outro que,
posto que de Povo Amigo, contudo era de diferente Reino”.
O Juiz de Fora ainda alegou que havia erro de interpretação no contido na
credencial subscrita pelos governantes campomaiorenses, uma vez que não se
encontrava “mandado para ter lugar entre os Membros daquele Governo como
Vogal Representante de Campo Maior, mas sim para residir naquela cidade com
o encargo (…) “ de facilitar e tornar mais rápidos os contatos entre as duas
Juntas. Face a tal argumentação foi-lhe dito que era livre de “permanecer ou de
se retirar” da cidade.
Apercebendo-se da fragilidade da situação, o Dr. Carneiro de Carvalho
decidiu regressar a Campo Maior, abandonando a pretensão de exercer o ofício
para que fora escolhido pelos membros da Junta de Campo Maior34.
33
Idem, Nota 3, pp. 249 e ss.
34
Idem, Nota 3, pp. 163 e ss.
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35
Idem, Nota 3, p. 123
36
Idem, Nota 3, pp. 171 e ss.
37
Idem, Nota 3, p. 165
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38
Almacém Patriótico, Nº. IV, citado por MELÉNDEZ TEODORO, Álvaro: La Guerra
de la Independência en la prensa de la época (Julho-Setembro 1808), Congresso
Internacional Guerra da Independência en Extremadura, p.484
39
Diário de Badajoz, Nº27, de 13 de Julho de 1808 e Gazeta de Madrid, Nº 118, de 30 de
Agosto de 1808.
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40
ACÚRSIO DAS NEVES, J.: Tomo IV, Cap. XXXVIII, p.153-155 e FR. JOÃO MARIANO:
Idem, pp. 78-82.
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O Bispo de Elvas respondeu, por carta do dia seguinte, que não podia
aceitar o cargo que lhe ofereciam, porque a sua presença naquela cidade protegia
os seus habitantes da hostilidade dos soldados de Napoleão. Acrescentando
que, “quanto à apreensão e sequestro das rendas episcopais “podia a Junta de
Campo Maior dispor delas”.
Entre os membros da governação campomaiorense, encontravam-se dois
sacerdotes que, por “respeito devido aos pastores da Igreja”, pediram para não
subscrever a correspondência dirigida ao Bispo. A pretensão foi recusada pe-
los restantes elementos da Junta e os prelados “ameaçados de prisão por
refratários às leis do Estado”41.
No Alentejo, em finais de Julho o número de terras sublevadas contra os
franceses, entre as quais Évora, era motivo de preocupação para Junot. Para
combater a situação chamou, ao seu quartel-general instalado no Palácio Quintela
em Lisboa, Loison, o famoso “Maneta”, assim apodado por ter perdido o braço
esquerdo num acidente de caça. Loison, que se destacara por ser um dos generais
mais experimentado e violento da tropa invasora, recebeu a missão urgente de
se dirigir com os seus homens à capital alentejana e ali impor obediência a
Napoleão.
Conhecedor das intenções de Junot, o General Francisco Paula Leite,
comandante do exército antifrancês do Alentejo, ordenou, por ofício de 26 de
Julho, aos governantes das terras rebeladas da região, que reunissem forças
para irem em auxílio de Évora.
A Junta campomaiorense, perante a dificuldade de cumprir tal
convocatória, uma vez que, se enviasse tropa portuguesa para Évora, a Vila,
onde permaneceriam só os militares espanhóis, ficaria desguarnecida face a
eventual ataque dos destacamentos franceses instalados na muito próxima
Praça de Elvas, não respondeu de pronto ao solicitado.
A decisão, por difícil, obrigou a reunião extraordinária da Junta de Campo
Maior que, impotente, decidiu pedir conselho e auxílio à Junta de Badajoz, para
cuja missão enviou àquela cidade uma deputação.
41
FR. JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, pp.230 e ss.
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42
Idem, Nota 3, pp. 141-146.
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43
Idem, Nota 3, pp.160-163, e 96.
44
Idem, Nota 3, pp. 254-256.
45
Arquivo Distrital de Portalegre, Livros Notariais de Campo Maior, Maço 216, Livro 51,
fls.10.
Revista de Estudios Extremeños, 2017, Tomo LXXIII, N.º III I.S.S.N.: 0210-2854
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46
FR. JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, pp. 108 e ss.
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E A REPRESSÃO POLÍTICA DE 1824-1834
47
ACÚRSIO DAS NEVES, J.: História Geral das Invasões dos Franceses. Tomo IV,
Cap. XXXIV, pp. 100-101.
48
FR. JOÃO MARIANO: Idem, Nota 3, pp.177-178.
Revista de Estudios Extremeños, 2017, Tomo LXXIII, N.º III I.S.S.N.: 0210-2854
2720 RUI ROSADO VIEIRA
49
Idem Nota 3, pp. 181-182.
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CAMPO MAIOR: A REVOLUÇÃO PATRIÓTICA DE 1808 2721
E A REPRESSÃO POLÍTICA DE 1824-1834
50
Idem Nota 3, pp. 249 e ss.
Revista de Estudios Extremeños, 2017, Tomo LXXIII, N.º III I.S.S.N.: 0210-2854
2722 RUI ROSADO VIEIRA
51
Idem Nota 3, pp. 285 e ss.
52
Idem Nota 3, pp. 66-72.
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CAMPO MAIOR: A REVOLUÇÃO PATRIÓTICA DE 1808 2723
E A REPRESSÃO POLÍTICA DE 1824-1834
53
Arquivo Distrital de Portalegre, Livro dos Índices Notariais de Campo Maior e Ouguela
(1692-1897).
54
Arquivo Distrital de Portalegre, Livros Paroquiais de Campo Maior, Freguesia de S. João
Baptista, Óbitos de Maria do Mar Linxe e de Catarina Obrien, de 2.Nov. e 29.Nov.1809,
respetivamente.
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55
Arquivo Distrital de Portalegre, Idem, Óbitos, de 13 Maio.1810, fls. 50vº; Idem,
Casamentos, 31 Agosto 1804, fls.10.
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E A REPRESSÃO POLÍTICA DE 1824-1834
56
“Relação Abreviada dos factos mais recomendáveis da Revolução…, em 1808, Idem,
Nota 28.
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57
Arquivo Histórico Militar, Div/1/16/050/089.
58
Arquivo Distrital de Portalegre, Livros Notariais de Campo Maior, Maço 213, Livro 14,
fls.60
59
“A Sentinela da Fronteira” (jornal de Elvas), Nº.18, de 14 de Maio de 1881, p. 21.
60
DUBRAZ, J.: Obra citada, p. 48.
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E A REPRESSÃO POLÍTICA DE 1824-1834
“Há muito que existia em Campo Maior huma facção inimiga do Governo
de Sua Magestade, (D. João VI) da qual” faziam parte, entre outros, o Padre
João Mariano da Fonseca Moraes, dois outros sacerdotes, um oficial do exército,
e um empregado no Assento da Praça.
Logo que a notícia do golpe de militar de Lisboa foi comunicada a Campo
Maior, a tropa e as autoridades concelhias prestaram obediência a D. Miguel.
Houve luminárias, música e “Te Deum (na Matriz): subiu ao Púlpito o Padre
Mariano e aí (pregou) que devia correr sangue dos Portugueses (…), como
outrora já correra com o dos Judeus; que assim era preciso, e ia acontecer, pela
promessa que o senhor infante (D. Miguel) tinha feito de não embainhar a
espada, em quanto não desse cabo dos Pedreiros livres (liberais)”.
Fruto da intolerância fomentada por Fr. João Mariano, foi organizada
“uma lista de quarenta e quatro Cidadãos para serem presos e remetidos a
Lisboa”. Ações que não se concretizaram porque, na capital, os autores do
golpe de estado foram derrotados e o infante D. Miguel remetido para o exílio
em Áustria61.
Em Campo Maior, ainda que dominada pelos seguidores de D. Miguel
entre os anos 1824-1834, residia gente contrária ao absolutismo, dos quais
alguns tinham participado na revolução patriótica de 1808 e no sequente Governo
da Junta e, muito provavelmente, se encontravam na lista de suspeitos de
serem partidários do liberalismo, em Maio de 1824.
Entretanto, o Rei D. João VI falecia em 1826, sendo a regência do reino
entregue a uma sua filha. D. Miguel, vindo do exílio em Áustria, regressa a
Portugal em 28 de Fevereiro de 1828. Ainda no mesmo ano, após movimentações
palacianas, é aclamado rei absoluto.
A partir de então, em clima de arbitrariedades de toda a ordem, reinicia-se
a perseguição aos liberais em Portugal, fenómeno que se repercutirá severa-
mente sobre as gentes de Campo Maior.
Prova disso encontramo-la em um processo judicial do ano 1829, contra
vinte e seis campomaiorenses indiciados de serem partidárias da Constituição
de 1822, a mais progressista até então aprovada em Portugal. Entre os acusa-
dos estavam quatro padres e outros tantos oficiais do exército. Os dezoito
restantes eram homens ligados ao negócio dos produtos agrícolas predomi-
61
Polícia Secreta dos Últimos Anos do Reinado do Senhor D. João VI, Lisboa, Ano 1835,
pp. 80-85.
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62
Arquivo da Torre do Tombo, Processos Políticos do Governo de D. Miguel, Maço 20,
Procº. 24, Fls. 34.
63
Arquivo da Torre do Tombo, Processos Políticos do Governo de D. Miguel, Idem, fls.8.
Revista de Estudios Extremeños, 2017, Tomo LXXIII, N.º III I.S.S.N.: 0210-2854
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E A REPRESSÃO POLÍTICA DE 1824-1834
64
JOÃO BATISTA DA SILVA LOPES: “História do Cativeiro dos Presos de Estado na
Torre de S. Julião da Barra de Lisboa,” Publicações Europa-América, pp. 167 e 297.
65
SOUSA E COSTA: “Grandes Dramas Judiciários” Editorial Primeiro de Janeiro, Porto,
p. 68.
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66
JOÃO BATISTA DA SILVA LOPES: Obra citada, pp. 31 e 42; J. Acúrsio das Neves, Obra
citada, Tomo V, Cap. LXIX, p. 296.
67
Arquivo Distrital de Portalegre, Livros Notariais de Campo Maior, Maço 153,
Procº. 4090.
68
DUBRAZ, J.: Obra citada, pp. 205-209.
Revista de Estudios Extremeños, 2017, Tomo LXXIII, N.º III I.S.S.N.: 0210-2854
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E A REPRESSÃO POLÍTICA DE 1824-1834
69
Idem, p. 41.
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70
Idem, p. 45.
71
Idem, p. 39.
72
VIEIRA, Rui Rosado: “A Capitulação de Unidades do Exército Miguelista em 1834, em
Campo Maior”, Callipole, Revista de Cultura Nº. 12, 2004, Camara Municipal de Vila
Viçosa, pp. 81-93.
Revista de Estudios Extremeños, 2017, Tomo LXXIII, N.º III I.S.S.N.: 0210-2854
CAMPO MAIOR: A REVOLUÇÃO PATRIÓTICA DE 1808 2733
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IX. CONCLUSÕES
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2734 RUI ROSADO VIEIRA
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CAMPO MAIOR: A REVOLUÇÃO PATRIÓTICA DE 1808 2735
E A REPRESSÃO POLÍTICA DE 1824-1834
DOCUMENTOS ANEXOS
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2736 RUI ROSADO VIEIRA
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