Introdução Ao Direito Civil
Introdução Ao Direito Civil
Introdução Ao Direito Civil
A realidade em torno do ser humano pode ser considerada sob três formas: o
mundo da natureza, o mundo dos valores e o mundo da cultura.
DIREITO X MORAL
Direito diz respeito às normas impostas pelo Estado que regem o comportamento humano,
dotadas de sanção e coerção. Enquanto a Moral se caracteriza por regras alicerçadas no
interior e consciente do ser, baseadas em princípios, costumes, tradições e educação de
um determinado grupo, orientando o que é correto e errado.
DIREITO SUBJETIVO: o poder da ordem jurídica que confere a alguém de agir e de exigir
de outrem determinado comportamento
DIREITO NATURAL: ideia abstrata do direito, ligada natureza racional e social do homem;
é universal, imutável e superior ao Estado; antecede o direito positivo.
DIREITO POSITIVO: é o direito formal, isto é, aquele que é legislado e estabelecido, que
está escrito e positivado; caráter mutável, variável, temporal, territorial e revogável.
A LINDB é a lei de introdução à lei, ou seja, é uma norma jurídica que visa regulamentar
outras normas contidas no ordenamento jurídico, composta de artigos nos quais aborda a
vigência da lei, a aplicação da norma jurídica no tempo e no espaço e as fontes do direito,
tendo como objetivo orientar a aplicação do código civil, diminuindo controvérsias que
foram surgindo desde a sua primeira edição. Sua função é reger as normas, indicando
como interpretá-las ou aplicá-las, determinando-lhe a vigência e a eficácia.
Art. 3º da LINDB - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
ORDENAMENTO JURÍDICO ESCRITO E POSITIVADO
A norma, em sua positividade, existe para ser aplicada. Nesse sentido, a lei é abstrata,
devido ao seu caráter genérico e impessoal, ela não é específica a casos concretos.
Entretanto, quando EXISTE uma norma específica ocorreu uma SUBSUNÇÃO, isto é, o
encaixe perfeito da norma ao caso concreto. Em contrapartida, quando NÃO EXISTE
norma a ser aplicada diante do caso concreto, é chamado de LACUNA DA LEI.
Integração normativa: Art. 4º - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. – O JUIZ
NÃO PODE SE FURTAR DA DECISÃO DE UM CONFLITO ALEGANDO LACUNA
DA LEI
Art. 5º LINDB: “NA APLICAÇÃO DA LEI, O JUIZ ATENDERÁ OS FINS SOCIAIS QUE ELA
SE DIRIGE E AS EXIGÊNCIAS DO BEM COMUM.”
FONTES DO DIREITO
FONTES ATUAIS = resultado do valor dado às fontes históricas, são os meios empregados
pelos juristas para conhecer e proferir o direito no caso concreto. Exemplo: leis, costume,
jurisprudências, doutrinas etc.
CARACTERÍSTICAS DA LEI
Tutelam relações de interesse geral, por isso, não podem ser alteradas pela vontade das
partes, nem mesmo pelo juiz, dado o risco de comprometer o corpo social. NÃO PODE
HAVER DISPOSIÇÕES CONTRÁRIAS.
a. Ordenativa: ordena um certo comportamento;
b. Restritiva: veda um certo comportamento.
INTENSIDADE DA NORMA
Emendas constitucionais = meio pelo qual a CF/88 é alterada, adicionando uma hipótese
anteriormente não prevista ou atualizando sua redação;
Resoluções: regula matérias que produzem efeitos internos nas casas do Congresso
Nacional.
NATUREZA DA NORMA
ALCANCE DA LEI
Geral = se dirige a todo indivíduo indistintamente e atinge todo o ordenamento jurídico. Ex.:
Código Civil, Código Penal, CPC, CPP e CF/88.
ESPÉCIES DE ANALOGIA
1 LEGIS = quando é possível recorrer a uma regra específica apta a incidir sobre a
hipótese;
2 JURIS = quando a solução precisa ser buscada no sistema como um todo, por não
haver nenhuma regra diretamente pertinente
OBS.: não aplicada interpretação extensiva no direito penal, a não ser quando for para
beneficiar o réu, e nem no direito civil em casos específicos, como renúncia e transação.
SUA COMPOSIÇÃO:
1 ELEMENTO EXTERNO OU MATERIAL: USO E PRÁTICA REITERADA DE UM
COMPORTAMENTO;
2 ELEMENTO INTERNO OU PSICOLÓGICO: CONVICÇÃO SOCIAL DE SUA
OBRIGATORIEDADE – OPINIÃO POPULAR.
SUAS ESPÉCIES:
1 SEGUNDUM LEGEM = É AQUELE COSTUME QUE ESTÁ PREVISTO NA LEI;
2 PRAETER LEGEM = É AQUELE COSTUME QUE SUPRE A LEI EM CASOS
OMISSOS, PREENCHE LACUNAS;
3 CONTRA LEGEM = É AQUELE COSTUME QUE SE FORMA EM SENTIDO
CONTRÁRIO AO DA LEI, DESUSO DA NORMA
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO 3ª OPÇÃO OBRIGATÓRIA NA HIERARQUIA DE
LACUNA DE LEI
EQUIDADE
A LINDB não prevê o uso da equidade como método de integração normativa. Entretanto,
o Art. 140 do CPC diz: “O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou
obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos
casos previstos em lei.” Ou seja, a equidade somente será aplicada em situações
excepcionais, permitidas por lei, pois se trata de um critério de interpretação das leis
existentes quando estas forem omissas a respeito de um caso concreto.
CONCEITO EQUIDADE: Disposição do órgão judicante para reconhecer, com
imparcialidade, o direito de cada um, isto é, é equiparar as partes em pé de igualdade,
deixá-las no mesmo patamar. Significa dar às pessoas o que elas precisam para que todos
tenham acesso às mesmas oportunidades.
Ex.: Art. 1.586 CC: “Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos
filhos, regular de maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação
deles para com os pais.”
CRITÉRIO: Deverá existir uma lacuna na lei que abra espaço para a criação de uma
norma pelo juiz, somente podendo ser utilizada em casos que a lei expressamente permite,
pois a própria norma já contém os “temperamentos” embasados na equidade natural,
mesmo que implícitos.
OBJETIVO: a equidade deve ser aplicada de forma que o fim social da norma e as
exigências para o bem-estar social sejam atendidos e garantidos.
STJ = o STJ proibiu que o juiz decida por equidade – salvo quando autorizado por lei -, isto
é, não haverá de substituir a aplicação do direito objetivo por seus critérios pessoas de
justiça, uma vez que a equidade lhe oferece um campo mais amplo de liberdade
argumentativa. Devido a isso, houve o veto, uma vez que não se trata de substituir as
normas do ordenamento jurídico por idiossincráticas opções subjetivas.
CÓDIGO CIVIL
Art. 2º CC/02 - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
NEM TODOS TEM A CAPACIDADE DE GERIR SEUS ATOS, POR ISSO SÃO
REPRESENTADOS
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar
futura meação.