Apostila 06

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 15

Campo Magnético

Núcleo de Educação a Distância


www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ

Reitor
Arody Cordeiro Herdy

Pró-Reitor de Administração Acadêmica Pró-Reitora de Ensino de Graduação


Carlos de Oliveira Varella Virginia Genelhu de Abreu Francischetti

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Pró-Reitora de Pós-Graduação Lato Sensu e Extensão


Emilio Antonio Francischetti Nara Pires

Produção: Fábrica de Soluções Unigranrio Desenvolvimento do material: Giselle Faur

Copyright © 2018, Unigranrio


Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico,
mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Sumário
Campo Magnético
Objetivo ............................................................................................ 04
Introdução ......................................................................................... 05
1. Definição de Campo Magnético .............................................. 06
2. Linhas de Campo Magnético .................................................. 10
Síntese ............................................................................................. 14
Referências ........................................................................................ 15
Objetivo
Construir o conceito de campo magnético.

4 Física III
Introdução
Nosso objetivo, agora, é investigar as situações que envolvem a
geração de campo magnético. O magnetismo está diretamente relacionado
à eletricidade: se uma carga elétrica tem associado ao espaço ao seu redor
o campo elétrico, ela estará rodeada também por um campo magnético se
estiver em movimento. Nas situações a seguir, vamos colocar em prática os
conceitos sobre o campo magnético, sua definição, efeitos e representação.
Vamos lá?

Física III 5
1. Definição de Campo Magnético
Sabemos, hoje, que os efeitos elétricos e os efeitos magnéticos
estão diretamente relacionados. Entretanto, na antiguidade, eletricidade e
magnetismo se desenvolveram de forma independente, e só em 1820 essas duas
áreas foram ligadas, dando origem ao eletromagnetismo. O magnetismo já
era conhecido desde Tales, de Mileto, na Grécia que conhecia o efeito atrativo
do âmbar sobre pedaços de outros materiais. Havia, ainda, conhecimento
sobre o magnetismo na China (PESSOA JR., 2010) com a utilização da
bússola por volta de 220 a.C.

Saiba Mais
As bússolas não digitais são instrumentos constituídos por um ímã em
forma de agulha. Com origem na China, elas foram um dos primeiros
equipamentos utilizados para localização e navegação, abrindo
possibilidades para exploração de um novo mundo. Leia mais sobre a
invenção da Bússola. Leia mais

Entre os nomes que marcaram a história, trazemos William Gilbert


(1540-1603), um médico famoso de Londres que estudou a existência do
campo magnético terrestre e as propriedades dos ímãs, publicando o tratado
“De Magnete”, com informações sobre magnetismo e eletricidade. A obra
de Gilbert é considerada uma das primeiras tentativas de teorizar sobre a
eletricidade e o magnetismo.

Ao longo da história da ciência, vários estudos deram continuidade ao


desenvolvimento da eletricidade e do magnetismo, como o estudo de objetos
carregados que eletricamente se repeliam ou atraíam, o estudo dos tipos de
materiais condutores e isolantes, a invenção da garrafa de Leyden que poderia
acumular consideráveis quantidades de carga, a construção da balança de
torção por Charles Augustin de Coulomb (1735-1806), entre outros.

Foi então que, em 1820, Hans Christian Oersted (1777-1825) observou


um fenômeno fundamental para a união da eletricidade com o magnetismo. O
físico dinamarquês percebeu, ao realizar suas experiências, que uma corrente

6 Física III
elétrica, ao passar por um fio condutor, desviava uma agulha magnética e
que esse desvio era perpendicular ao fio. Quando a passagem da corrente era
interrompida, a agulha voltava à sua posição original. Diante desse fenômeno,
Oersted compreendeu que a corrente elétrica havia estabelecido um campo
magnético no espaço ao seu redor, desviando a agulha magnética.

Figura 1: Experimento com a agulha magnética. Fonte: Wikimedia.

Chegamos ao ponto fundamental, responsável pela posterior


unificação da eletricidade com o magnetismo – o eletromagnetismo, ou seja,
carga elétrica em movimento gera, na região do espaço próximo a ela, um
campo magnético.

Se já sabíamos que cargas elétricas geram campo elétrico, agora


sabemos que cargas elétricas em movimento geram campo magnético. Mas
é somente assim que podemos perceber a presença do campo magnético? E
os ímãs?
Os ímãs são corpos dotados de propriedades magnéticas que geram
campo magnético ao seu redor e podem ser classificados como naturais ou
artificiais. Os ímãs naturais são encontrados na natureza e recebem o nome
de magnetita. Já os artificiais são produzidos por ligas metálicas ou materiais
cerâmicos que adquirem propriedades magnéticas ao serem submetidas a
processos de imantação. Dependendo da constituição do ímã artificial, ele
pode manter a propriedade magnética por algum tempo, no caso dos ímãs
permanentes, ou perdê-la logo depois o fim da imantação, ímã temporal. Os
ímãs naturais são também ímãs permanentes. Há ainda os eletroímãs que são
dispositivos constituídos normalmente por um núcleo de ferro envolvido por

Física III 7
uma bobina, que quando é atravessada por uma corrente elétrica, um campo
magnético é gerado. A figura abaixo ilustra a estrutura de um eletroímã
quando um prego, enrolado por um fio condutor, é imantado devido ao
campo magnético gerado pela corrente elétrica que o atravessa. Após esse
processo, o eletroímã é capaz de atrair os materiais, como apresentado. Assim,
ao fazer passar uma corrente elétrica pelo fio, o prego adquire propriedades
magnéticas e passa a se comportar temporariamente como um ímã, atraindo
outros corpos.

Figura 2: A estrutura de um eletroímã. Fonte: Dreamstime.

Saiba Mais
O processo de imantação significa magnetizar um material que, de forma natural, não possui
as características de um ímã, ou seja, após o processo, os ímãs elementares se alinham de
maneira organizada.
Vamos analisar os principais processos de imantação:
▪▪ Indução magnética: Nesse processo, um material é imantado ao ser aproximado de um
ímã e ficar exposto ao seu campo magnético;
▪▪ Atrito: Ocorre quando um material neutro é atritado com um ímã;
Corrente elétrica: O terceiro processo envolve um condutor enrolado em uma barra de ferro e
percorrido por uma corrente elétrica. Nessa situação, a barra de ferro se torna um eletroímã,
já que a imantação aconteceu por meio de uma corrente elétrica.

8 Física III
A capacidade de atrair objetos metálicos e a existência dos polos
magnéticos classificados como norte e sul são as principais propriedades
dos ímãs. Abaixo, há um ímã e a representação dos seus polos: N – norte
e S – sul.

Figura 3: Polos Norte e Sul. Fonte: Dreamstime.

Além dessas propriedades, há a inseparabilidade dos polos magnéticos,


ou seja, todos os ímãs possuem polo norte e polo sul, mesmo que ele seja
quebrado, novos polos se formarão.

Ao aproximarmos os polos magnéticos iguais de dois ímãs, temos a


repulsão magnética. Se aproximarmos os polos diferentes, temos a atração.
Veja a Figura 4:

Atração Repulsão
Figura 4: Atração e Repulsão. Fonte: Dreamstime.

Física III 9
Mas o que são essas linhas? Vamos entender agora como é representado
o campo magnético.

2. Linhas de Campo Magnético


Para representarmos o campo magnético no espaço ao redor do
ímã, usamos um vetor chamado vetor indução magnética ou vetor campo
magnético representado pela letra B. A unidade do módulo do vetor B no SI
(Sistema Internacional de unidades) é o tesla (T) em homenagem ao cientista
Nikola Tesla (1856-1943).

Mas como representar o campo magnético na região ao redor do


ímã? Denominamos linhas de indução toda linha que é tangente ao vetor
campo magnético em cada ponto do espaço e é orientada no seu sentido. Essa
definição é a mesma da definição de linha de força do campo elétrico.

Figura 5: Campo magnético. Fonte: Dreamstime.

As linhas de campo na figura são uma ilustração do campo magnético


para um ímã em forma de barra. Por convenção, as linhas de campo “saem”
do polo norte e “chegam” no polo sul. De forma análoga ao campo elétrico,
podemos dizer que a direção da tangente a uma linha de campo magnético
em qualquer ponto dá a direção do campo nesse ponto. Além disso, o módulo

10 Física III
de B é dado pelo espaçamento entre as linhas de campo, ou seja, quanto mais
próximas as linhas de campo magnético, mais intenso será o módulo dele.

Importante
Diferentemente das linhas de campo elétrico que só saem da carga positiva e só chegam na
carga negativa, não existem linhas que só saem ou só chegam no ímã. Isso acontece porque,
apesar de existirem o que chamamos monopolos elétricos (carga positiva ou carga negativa),
não existem monopolos magnéticos, isto é, não existem cargas magnéticas. Assim, essas
linhas que representam o campo magnético são fechadas.

Como já sabemos que a carga em movimento em um fio condutor,


na forma de corrente elétrica, produz campo magnético na região ao redor
desse condutor, vamos analisar suas linhas de campo. Vamos trabalhar, por
enquanto, a configuração do campo gerado por um fio condutor retilíneo.

Figura 6: Linhas de campo. Fonte: Wikimedia.

Observe a Figura 7, que apresenta um fio condutor retilíneo percorrido


pela corrente I. A passagem de corrente gera campo magnético cujas linhas
de campo são circunferências concêntricas ao fio dispostas em um plano
perpendicular ao eixo do fio condutor. O sentido de B é obtido com a “regra
da mão direita”, ou seja, a mão direita envolve o condutor e o polegar aponta

Física III 11
no sentido da corrente. Os demais dedos, ao envolver o fio, indicam o sentido
do vetor campo magnético B. Lembrando que a direção da tangente a uma
linha de campo magnético em qualquer ponto dá a direção do campo nesse
ponto, observe na figura abaixo a representação do vetor campo magnético
em um ponto:

Figura 7: Vetor campo magnético em um ponto. Fonte: Wikimedia.

Saiba Mais
No geomagnetismo, estudos são realizados para medidas de variações
do campo magnético terrestre. Leia mas sobre o assunto com o
texto indicado.
Leia mais

Por fim, não podemos esquecer que a Terra é um grande ímã e seu
campo magnético é análogo ao de um ímã em forma de barra. O campo
magnético terrestre, produzido no interior do planeta, pode ser identificado
por uma bússola que aponta, de forma aproximada, na direção norte-sul.
Vale ressaltar que a bússola não aponta exatamente para os polos geográficos
da Terra, uma vez que os eixos magnético e geográfico estão defasados um
do outro.

12 Física III
Polo Polo Norte
Magnético Geográfico
Norte

Polo
Polo Sul
Magnético
Geográfico
Sul

Figura 8: O campo magnético terrestre. Fonte: Dreamstime.

Vários são os fenômenos que não podem ser explicados por apenas
uma disciplina, tornando-se necessário o diálogo entre mais de uma área de
conhecimento e pesquisa e indicando a importância de uma perspectiva mais
interdisciplinar sobre o que conhecemos.

Física III 13
Síntese
Nesta unidade, vimos que cargas elétricas em movimento geram, na
região do espaço próximo a elas, um campo magnético e que os ímãs são
corpos com propriedades magnéticas que também geram campo ao seu redor
e podem ser classificados como naturais ou artificiais. Analisamos ainda o
comportamento dos eletroímãs que são dispositivos constituídos por um
núcleo de ferro envolvido por uma bobina, gerando um campo magnético
quando a bobina é atravessada por uma corrente elétrica.

Sobre as propriedades do ímã, estudamos a capacidade de atrair objetos


metálicos e a existência dos polos magnéticos classificados como norte e sul.
Ao aproximarmos os polos magnéticos iguais de dois ímãs, temos a repulsão
magnética. Se aproximarmos os polos diferentes, temos a atração.

Apresentamos o campo magnético que é representado por um vetor


chamado vetor indução magnética cuja unidade no SI é o tesla (T).

Por fim, analisamos a representação do campo magnético, feita por


linhas de campo que, por convenção, “saem” do polo norte e “chegam”
no polo sul.

14 Física III
Referências
GEOMAGNETISMO. Divisão de Geofísica Espacial – DGE Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais. Disponível em: <http://www.dge.inpe.br/
geoma/>. Acesso em: 11 set. 2018.

HERNÁNDEZ, B. A invenção da bússola. National Geographic


Portugal. Disponível em: <https://nationalgeographic.sapo.pt/historia/
actualidade/1831-a-invencao-da-bussola>. Acesso em: 11 set. 2018.

HEWITT, P. Física conceitual. 12 ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.

PESSOA JR., O. Modelo causal dos primórdios da ciência do magnetismo.


Scientiae Studia, São Paulo, v. 8, n. 2, p.195-212, 2010.

Física III 15

Você também pode gostar