Introdução Ao Direito Tributário - Jusbrasil

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PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS · PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO · CRÉDITO TRIBUTÁRIO · DIREITO TRIBUTÁRIO · TRIBUTO

Introdução ao Direito tributário

jusbrasil.com.br
15 de Abril de 2024

Introdução ao Direito tributário


Resumo sobre Direito Tributário, Receita Pública e
Tributo.
Publicado por Rodrigo Gurgel há 4 anos

1) CONCEITO:

O Direito Tributário é a ramificação autônoma do direito, ramo


do Direito Público e Financeiro, que estuda a relação jurídica
entre o Estado e o Contribuinte nas relações tributárias.

O Direito Tributário busca efetivar a tributação aos olhos do Es-


tado Legal de Direito, devendo balancear a relação entre as par-
tes, protegendo o particular contra atos de império desproporci-
onal e tornar o tributo compatível com as necessidades do
Estado.

2) POLOS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA:

Polo Ativo: O Ente tributante, podendo ser a União, Es-


tado, Município e Distrito Federal. Não confundir a Pessoa
Jurídica de Direito Público com o Órgão responsável pelo
recolhimento do tributo.

Polo Passivo: O contribuinte ou o responsável direto ou


indireto pelo recolhimento do tributo, podendo ser Pessoa
Natural ou Pessoa Jurídica de Direito Privado. SAIBA
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Objeto: A obrigação de dar (Obrigação de cunho patrimo-
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nial), a obrigação de fazer (Declaração de impostos e reco-
lha indireta de tributos) e de não fazer (Manutenção de li-
vros contábeis)

Vínculo Jurídico: A norma jurídica que regula a relação


obrigacional entre os Polos Ativos e Passivos da relação
tributária.

3) DIREITO TRIBUTÁRIO E AS RECEITAS PÚBLICAS:

Toda entrada de verbas aos cofres públicos é denominado “in-


gresso”, porém nem todo ingresso tem caráter permanente.
Todo ingresso permanente ao erário é denominado “Receita
Pública”.

As receitas públicas podem ser classificadas em dois tipos:

1. Receita Extraordinária: São verbas cujo ingresso é feito


em situações de anormalidades e excepcionalidades, como
guerras e calamidades públicas. A receita extraordinária
tem caráter transitório.

2. Receita Ordinária: São verbas cujo ingresso é corriqueiro


e periódico ao exercício financeiro ordinário do Estado. Di-
vide-se em Receitas Derivadas e Originárias:

Receita Originária: São verbas oriundas do exercício econô-


mico direto do Estado, através das Empresas Públicas, Soci-
edade de economia mista e toda forma de exploração
econômica estatal.

Receita Derivada: São verbas pagas ao Estado pelo particu-


lar, de modo vinculado (Art. 5º, inc. II da CF/88), em de-
corrência do poder de império do Estado sobre o particular.
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4) TRIBUTO:
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Tributo é uma obrigação legal em moeda ou objeto cujo valor


possa ser exprimido em moeda, que não constitua sanção. O
Tributo tem como sujeito ativo uma pessoa política e por sujeito
passivo qualquer pessoa determinada em lei. A referida Norma
deverá ter sido elaborada pelo poder legislativo do ente tribu-
tante e deverá seguir a forma determinada pela Constituição.

1. Tributos em espécie:

Impostos

Taxa

Contribuição de melhoria

Contribuições Sociais

Empréstimos compulsórios

Especiais

5) FONTES DE DIREITO TRIBUTÁRIO:

1. Fontes Materiais: Também conhecida como “fato gera-


dor”, as fontes materiais são os atos da vida civil que ense-
jam a incidência de tributos.

2. Fontes Formais: São os atos normativos legais que insti-


tuem e regulam a tributação. Somente a lei é fonte formal
do direito tributário, excluindo-se jurisprudência, doutrina
e costumes.

Fontes Formais Primárias: São fontes que criam ou modifi-


cam o ordenamento jurídico. Ex.: Constituição Federal, Lei
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Fontes Formais Secundárias: São fontes que não modificam
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o ordenamento jurídico, apenas regulam a aplicação prática
do ordenamento. Ex.: Decretos, Instruções ministeriais, or-
dens de serviço e etc…

6) INSTRUMENTOS NORMATIVOS

1. Constituição Federal: Os principais tributos são previs-


tos na Constituição Federal. Apesar de nominalmente pre-
visto na CF/88, as previsões constitucionais necessitam de
Lei Complementar para regulamentá-los. Não cria nenhum
tributo, apenas estabelecendo a previsão legal e as compe-
tências para cada tributo a ser criado pelo Membro da
Federação.

2. Lei Complementar: São as espécies normativas que ins-


tituem e regulamentam os tributos previstos na Constitui-
ção Federal. O Código Tributário Nacional (CTN), apesar de
formalmente ser “Lei Ordinária”, foi recepcionado pela
Constituição com status de “Lei Complementar.

Por estar em hierarquia mais elevada, a Lei Complementar


pode legislar matéria própria de Lei Ordinária, porém o in-
verso não pode acontecer, sendo formalmente
inconstitucional.

Caberá a Lei Complementar dispor sobre conflitos de com-


petência (Art. 146, inc. I da CF/88), limitar o poder de tri-
butar (Art. 146, inc. II da CF/88) e estabelecer normais ge-
rais em matéria tributária.

1. Lei Ordinária: Tem competência residual, cabendo a Lei


Ordinária legislar sobre tudo que não seja matéria própria
de Lei Complementar, Decreto Legislativos e resoluções.

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2. Medida Provisória: Podem instituir ou modificar tribu-
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tos tributário
que não sejam de competência de Lei Complementar. A
Medida Provisória deverá ser aprovada no Legislativo e en-
trará em vigor apenas no exercício seguinte.

7) INSTRUMENTOS QUE REGULAMENTAM A LEI

1. Decreto Legislativo: No campo tributário o Decreto Le-


gislativo ratifica tratados e convenções internacionais refe-
rentes a matéria tributária e suspendem Decretos do exe-
cutivo e Resoluções que violem a Legislação.

2. Resolução: Espécie regulatória utilizada nas hipóteses de


competência privativas da Câmara dos Deputados, do Se-
nado Federal ou do Congresso Nacional. No campo tributá-
rio, cabe ao Senado Federal editar resoluções que estipulam
alíquotas mínimas e máximas para alguns tributos.

3. Decreto e Regulamento: De competência privativa do


Chefe do Executivo, é o instrumento utilizado para promo-
ver a fiel e efetiva execução da Lei. O Congresso Nacional
pode suspender sua eficácia através de Decreto Legislativo.

8) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO


TRIBUTÁRIO

1. Princípio da Legalidade Tributária (Art. 150, inc. I


da CF/88): Esse princípio prenuncia que somente a lei
pode criar, modificar e extinguir o tributo. Divide-se em
dois aspectos: Formal e material.

Sob o aspecto formal, o tributo só pode ser criado se estiver


inserido no ordenamento jurídico competente. Sob esse as-
pecto, avalia-se a competência e a obediência aos critérios
legais para criação ou modificação da norma.
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Sob o aspecto material, a Norma formal deve indicar o fato
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gerador do tributo, os elementos jurídicos e as alíquotas
legais.

OBS (1): O Art. 153, § 1º da CF/88 faculta ao Poder Execu-


tivo alterar as alíquotas sobre Imposto de Importação (II),
Imposto de Exportação (IE), Imposto de Produto Industria-
lizado (IPI) e Imposto sobre Operação Financeira (IOF).
Esse impostos são chamados “impostos regulatórios do co-
mércio exterior”. Ainda há obediência ao princípio da lega-
lidade, tendo em vista que as alíquotas mínimas e máximas
estão estabelecidas em lei.

OBS (2): O Art. 177, § 4º, inc. I, b da CF/88 faculta ao exe-


cutivo estabelecer, reduzir e zerar a CIDE sobre
combustíveis.

OBS (3): O Art. 155, inc. IV da CF/88 permite aos Estados


e ao Distrito Federal definir as alíquotas do ICMS monofá-
sico incidente sobre combustíveis.

OBS (4): O Art. 97, § 2º do CTN determina que não cons-


titui majoração tributária a atualização do valor monetário
da base de cálculo de bem tributado. Ex.: Atualização do
IPTU.

OBS (5): Seguindo o princípio da não surpresa, é precária


a criação e o estabelecimento de tributos através de Medida
Provisória.

2. Irretroatividade da Norma Tributária: O Art. inc. III


da CF/88 determina que só poderá incidir tributo sobre
fato gerador acontecido após a vigência da Norma que a
estabeleceu.
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3. O princípio da não-surpresa Tributária: Albergado
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Introdução ao Direito
pelotributário
princípio da irretroatividade, esse princípio determina
que o tributo sobre o fato gerador só incidirá a partir do
exercício fiscal seguinte a sua vigência. Esse princípio pro-
porciona ao contribuinte tempo hábil para se adaptar as
inovações impostas pela norma.

O Art. 195 da CF/88, indo além, estabelece que Contribui-


ções Sociais só poderão ser exigidas no exercício seguinte se
sua vigência se der até 90 dias antes de virar o ano-
calendário.

OBS (1): A exceção a esse princípio está elencado no Art.


148, inc. I da CF/88. Aos impostos extraordinários de
guerra, calamidade pública e empréstimos compulsórios
fica dispensado a aplicação desse tributo, em decorrência
da urgência de sua aplicação. Ficam dispensados, também,
a modificação de alíquotas dos tributos de regulação dos
impostos regulatórios do comércio exterior.

OBS (2): Os tributos do Art. 148, inc. I da CF/88 podem


ser estabelecidos através de Medida Provisória, que deverá
ser ratificada pelo Congresso Nacional.

OBS (3): A CF/88 manteve a obrigação da anuidade tribu-


tária (o tributo incidirá sobre fato gerador no ano-calendá-
rio após no mínimo um ano após a entrada em vigor da
Norma, ex: Norma entra em vigor em julho de 2020, com-
pletando um ano em julho de 2021 e incidindo apenas no
ano-calendário de 2022) apenas em tributos que versem so-
bre patrimônio e renda (IPVA, IRPF…)

4. Princípio da capacidade contributiva: O princípio da


capacidade contributiva, inserido no art. 145, § 1º da
Você tem acesso somenteestabelece
CF/88, às funcionalidades
que ogratuitas.
tributoAssine para uso ilimitado
será cobrado deverádeser co-
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brado na proporção da capacidade econômica do contri-
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Introdução ao Direito tributário


buinte, esta relacionado ao princípio da isonomia.

5. Princípio da pessoalidade dos impostos: O Art. 145, §


1º da CF/88 determina que o imposto devido, sempre que
possível, deverá ter caráter pessoal, devendo ser cobrado da
pessoa “Agente econômico”, sendo proporcional a sua capa-
cidade econômica, sendo este princípio relacionado ao prin-
cípio da capacidade contributiva.

6. Princípio da livre circulação de pessoas: O Art. 150


da CF/88 veda aos Entes Federados limitar o trafego de
pessoas, bens e serviços através de impostos e tributos.

7. Princípio da isonomia tributária: É vedado pelo Art.


150, inc. II da CF/88 o tratamento desigual dos contribuin-
tes que estejam em situação equivalente. Em razão disso,
sociedades de economia mista e empresas públicas não
possuem diferença tributária de empresas privadas que
atuem no mesmo ramo.

8. Princípio do não confisco: O Art. 150, inc. IV da CF/88


proíbe que tributos tenham alíquotas ou taxas altas o sufici-
ente para porém em risco a propriedade do bem ou fato ge-
rador sobre o qual o tributo incide.

9. Princípio da generalidade, progressividade, unifor-


midade sobre a renda: O Art. 153, § 2º da CF/88 deter-
mina que o Imposto de Renda deverá ser para todos os ci-
dadãos (geral), com alíquota progressiva quanto a faixa de
declaração do contribuinte e uniforme entre todos numa
mesma faixa.

10. Princípio da progressividade sobre a propriedade


urbana e rural: O Art. 153, § 4º e o Art. 156, § 1º da
CF/88 determinam que os Imposto sobre as propriedades
urbanas e rurais deveram ser para todos ter alíquota pro-
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Jurisprudência, gressiva
Modelos e quanto
Peças. ao valor das propriedades. 
11. Princípio da vedação de criação de impostos fede-
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Introdução ao Direito
rais tributário
novos cumulativos: É vedado a instituição de tribu-
tos novos que tenham o mesmo fato gerador de tributos
previstos na CF/88. Esse princípio busca coibir a bitributa-
ção (dois tributos sobre o mesmo fato gerador) e a institui-
ção de tributos cuja competência seja de lei complementar
através de lei ordinária.

12. Princípio da unidade político-econômica do territó-


rio nacional: Esse princípio busca coibir os privilégios e
distinções desnecessárias entre os entes políticos da Fede-
ração, evitando-se uma “guerra fiscal” entre os diferentes
entes e tratamento semelhante a seus tributados. Esse prin-
cípio é excepcionado por políticas de incentivos regionais
que buscam aplacar diferenças entre os Entes.

13. Princípio da uniformidade tributária: Em aplicação


específica do princípio da isonomia, é vedado a aplicação de
regimes tributários diferentes para empresas públicas, soci-
edade de economia mista e empresas privadas que atuem
numa mesma categoria. Esse princípio é excepcionado pelo
regime tributário adotado para as micro e pequenas
empresas.

14. Princípio da não-cumulatividade do IPI e ICMS: O


IPI e o ICMS não podem incidir sobre o mesmo fato gera-
dor. Tal princípio busca impedir o excesso de tributos pagos
por produtos nacionais, evitando que o mesmo pague no es-
tado que é produzido (IPI) e no Estado em que é comercia-
lizado (ICMS).

15. Princípio da seletividade do IPI e ICMS: Os Estados


devem escolher qual tipo de tributo ira incidir sobre o
produto.

9) SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL E ESPÉCIES


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TRIBUTÁRIAS
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O Sistema Tributário Nacional (STN) é o conjunto de princípios
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Introdução ao
e Direito
Normas tributário
unificadas. O STN esta regulado nos Art. 145 a 162 da
CF/88. O STN é guiado por dois pressupostos fundamentais:

Consolidação de tributos de mesma hipótese em figuras


unitárias.

Coexistência de 4 sistemas tributários autônomos: Federa,


Estadual, Municipal e do Distrito Federal.

1. Funções Tributárias:

- Função fiscal: O objetivo principal do tributo é arrecadar


recursos financeiros para financiar o Estado. Ex.: IRPF.

- Função Extrafiscal: A função principal do tributo é interfe-


rir no domínio econômico, regulando o mercado. Ex.: IPI.

- Função Parafiscal: Quando busca arrecadar fundos que


custeiam atividades impróprias do Estado. Ex.: taxa do
CREA e anuidade da OAB.

2. Espécies Tributárias:

Impostos: É o tributo obrigatório cobrado em decorrência


do fato gerador sem contrapartida individual e direta ao
contribuinte. O imposto é um tributo de função fiscal.

Taxas: Tem como fato gerador o exercício regular do poder


de polícia, ou a utilização de serviço público específico, divi-
sível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Contribuição por melhoria: Cobrada do indivíduo em fun-


ção da valorização de imóvel em consequência direta de
obra pública. Esse tributo tem dois limites (geral e indivi-
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dual): O valor cobrado não pode superar o valor total da
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Introdução ao Direito
obra tributário
(geral) e não pode ultrapassar o valor da valorização
(individual).

Empréstimo compulsório: Exclusivo da União, só pode ser


instituído em caso de guerras ou calamidades pública grave
que ocasione a necessidade de recolhimento de tributos rá-
pido. Caso seja cobrado um empréstimo compulsório, a
União tem a obrigação de devolver o valor em momento
posterior.

Contribuições especiais: Competência da União, são contri-


buições especiais de cunho social, domínio econômico e
etc…

10) CRÉDITO TRIBUTÁRIO

O crédito tributário é a quantificação matemática da obriga-


ção tributária legal. O efeito temporal do lançamento retro-
age até o momento do fato gerador, tendo seu efeito ex
tunc. O lançamento é Ato Administrativo vinculado.

1. Extinção do crédito tributário:

Pagamento (remição): Ocorre a extinção através do


adimplemento da obrigação tributária. O pagamento
pode ser realizado em qualquer momento após o lança-
mento, inclusive após a prescrição do mesmo (relem-
brar diferença de prescrição e decadência).

Ação de repetição do indébito: Processo cabível quando


alguma (s) Entidade (s) da Federação que cobram tri-
butos sobre o mesmo fato gerador ou cobra duas vezes
o mesmo tributo. Através da sentença procedente um
dos créditos tributários é extinto. Prescreve após 5
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(cinco) anos do recolhimento do tributo ou 2 (dois)
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Introdução ao Direito tributário


anos após decisão improcedente em processo adminis-
trativo tributário.

Remissão (Não confundir com remição): Ocorre


quando é aprovada lei que perdoa ou anistia o tributo.
A remissão deverá ser concedida pelo Ente Federado
credor e somente deverá ser realizada através de ato
normativo da mesma espécie ou superior que a Norma
que instituiu ou majorou o tributo.

Transação: Através de acordo legal a antiga obrigação


tributária poderá ser substituída por uma nova. Não
configura transação o parcelamento da dívida
tributária.

Compensação: Ocorre quando o crédito tributário é


pago compensando uma dívida que a própria Fazenda
Pública tenha com o contribuinte.

Prescrição: Ocorre quando o direito de exigir judicial-


mente o crédito tributário prescreve. O caput do Art.
174 do CTN determina a prescrição no prazo de 5
(cinco) anos após a constituição do Crédito Tributário.
As causas interruptivas estão definidas nos Inc. I a IV
do Art. 174 do CTN. Suspende-se a prescrição quando o
contribuinte declara moratória, ingressa com recurso
administrativo, tem concedida liminar favorável, depo-
sita o montante; também suspende-se no prazo de 180
(cento e oitenta) dias após a inscrição na Divida Ativa e
ainda quando o contribuinte não for encontrado para
citação ou não tiver bens que garantam a execução
(tempo indeterminado).

Decadência: Determinado pelo Art. 173 do CTN, decai


o direito da Fazenda Pública constituir o crédito tribu-
tárioàs5funcionalidades
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após oAssine
fato para
que uso
deuilimitado
surgimento
de a
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obrigação tributária. Não ocorre a suspensão ou inter-
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Introdução ao Direito tributário


rupção da decadência.

Confusão: Ocorre no momento em que o Fisco se torna


credor e devedor de si próprio. ex.: Pessoa Natural fa-
lece sem herdeiros.

Dação em pagamento: Ocorre quando o contribuinte


paga o tributo através da transferência da titularidade
de bem móvel ou imóvel para o Estado.

Desaparecimento sem sucessor: Ocorre quando a Pes-


soa Natural devedora desaparece sem deixar bens e
sucessores.

1. Exclusão do Crédito Tributário: É benefício fiscal


que dispensa a exigibilidade de determinado tributo,
evitando que se constitua o crédito tributário.

Incidência: O tributo recai sobre o fato gerador.

Não-incidência: O tributo não recai sobre o fato


gerador.

Imunidade Tributária: A Constituição Federal veda a


tributação sobre determinado fato ou pessoa.

Isenção: Dispensa do tributo incidente por força de lei.

11) VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

As normas gerais de vigência contidas na Lei de Introdução


às Normas Brasileiras aplicam-se ao Direito Tributário. Em
razão disso, se a própria norma não estabelecer prazo dife-
rente, a vigência padrão será após 45 (quarenta e cinco)
dias contados da publicação. Apesar de entrar em vigor
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nesse prazo, a aplicação da norma tributária será apenas no
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Introdução ao Direito tributário financeiro


exercício seguinte, respeitando-se o prazo
nonagenal.

1. Territoriedade: A lei tributária será aplicada em


toda extensão territorial do Ente Federado que a Legis-
lou, seja em razão da soberania (União), seja em razão
da autonomia (Estados, Municípios e DF).

Extraterritoriedade: Tributos de Estados podem in-


cidir ou deixar de incidir em fatos geradores relaciona-
dos a outros Estados, dependendo para tanto de acor-
dos entre si. O tributo nacional pode incidir sobre fatos
geradores relacionados com o exterior, seja em decor-
rência de domicílio nacional ou o próprio fato gerador
com origem no exterior.

1. Critérios de resolução para conflitos de normas


tributárias: Quando normas tributárias inversas con-
flitam entre si devera-se, devera-se resolver o conflito
através dos seguintes critérios:

Hierarquia: Independente dos demais critérios, a


Norma hierarquicamente superior sempre anula ou
revoga lei de hierarquia inferior.

Especialidade: Entre normas de hierarquia igual, a


aplicação da lei específica ao caso concreto sempre
prevalece sobre a norma geral. A Lei Especifica só re-
voga a Lei Geral em casos de absoluta
incompatibilidade.

Cronológico: Entre normas de igual hierarquia e espe-


cialidade, prevalece a normas mais nova.

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Jurisprudência, 12) IMUNIDADES
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O Art. 150, inc. IV da CF/88 instituiu as imunidades tribu-
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Introdução ao Direito tributário


tárias para alguns fatos e pessoas. A imunidade tributária
existe por decisão política dos constituintes, que entende-
ram pela existência de valores morais, éticos e sociais que
mereciam proteção contra qualquer tipo de perseguição. As
imunidades dividem-se em duas formas:

1. Recíprocas: Definida no Art. 150, inc. VI, alínea a da


CF/88, é vedada a tributação entre os membros da Fe-
deração. Sendo os Entes Federados autônomos entre
si, haveria a subjugação de um Ente ao outro caso hou-
vesse a permissão de tributações.

2. Genéricas: Definida no Art. 150, inc. VI, alíneas b, c,d


e e da CF/88, são elas:

b: Templos Religiosos

c: Partidos Políticos

d: Livros, jornais, periódicos e papeis destinados para


esses fins

e: Músicas, filmes, vídeos: Não inclui-se nessa modali-


dade a sua distribuição comercial.

13) ELISÃO X EVASÃO FISCAL

Elisão e evasão fiscal são duas formas do contribuinte dimi-


nuir ou zerar o tributo devido. Apesar de serem sinônimos
no dicionário, juridicamente a diferença resguarda-se na (i)
legalidade do ato.

1. Elisão Fiscal: No Elisão Fiscal o contribuinte, va-


lendo-se de leis, doutrina, jurisprudência e lacunas le-
gais,àsempreende
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tes da ocorrência do fato gerador. O Elisão Fiscal é le-
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Introdução ao Direito tributário


gal e é uma das principais ferramentas da gestão
tributária.

2. Evasão Fiscal: O contribuinte, utilizando-se de sub-


terfúgios ilegais empreende na diminuição do tributo
a ser pago. Divide-se em três tipos:

Sonegação: É caracterizada pela ocultação de valores,


diminuindo os valores declarados e pagos. Ex.: Quando
empresa vende produtos e recebe valores sem nota
fiscal.

Fraude: É caracterizado pela adulteração e falsificação


de documentos e valores. Ex.: Quando a empresa forja
notas fiscais em valores menores que os reais
praticados.

Simulação: Ocorre quando o contribuinte simula algo


buscando induzir a Fazenda Pública a erro. Pode ser
absoluta ou relativa. Ex.: Quando pai simula pensão
alimentícia a filho que viva sob o mesmo teto.

REFERÊNCIAS

AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 21


ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

Código Tributário Nacional. Lei de Execuções


Fiscais. REPES e RECAP. São Paulo: On line editora.
2011. (Biblioteca Jurídica).

NEVES, Gustavo Bregalda; LOYOLA, Kheyder. (orgs).


Vade Mecum esquematizado de doutrina. São
Paulo: Rideel, 2011.
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PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário
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Introdução ao Direito tributário


Completo. 6 ed. Revista, atual. Ampl. Porto Alegre:
Livraria do Advogado Editora, 2014.

SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário.


1 Ed. São Paulo:Saraiva, 2009.

……………………………………………………………………………………
……………………

APÊNDICE:

CF/88: Constituição Federal de 1988

CC: Código Civil

CTN: Código Tributário Nacional

Entes Federados: União, Estados, Municípios e Distrito


Federal.

Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/introducao-ao-direito-tributario/845208295

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Artigos • há 11 anos

Direito Tributário e seus conceitos gerais


INTRODUÇÃO O dia a dia das pessoas é regulamentado por normas e princípios
advindos da Constituição Federal , que define a organização administrativa
financeira e política do Estado concomitantemente…

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Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes
Notícias • há 15 anos
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS · PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO · CRÉDITO TRIBUTÁRIO · DIREITO TRIBUTÁRIO · TRIBUTO

Introdução ao Direito tributário


O que se entende por fontes do Direito Tributário? - Joice de
Souza Bezerra
As fontes do Direito Tributário são de onde emanam as normas que regerão este
ramo do direito como um todo. Podem ser divididas em fontes primárias e
secundárias. São fontes primárias a Constituição…

Romulo Goncalves
Artigos • há 6 anos

Repartições das Receitas Tributárias


As receitas obtidas através de tributos possuem previsão legal de repartição
entre seus entes, seguindo normas que visam dar autonomia aos entes menores
que a União Federal além de, também visar a…

Central Law
Artigos • há 5 anos

Tudo o que você precisa saber sobre responsabilidade


tributária
Em direito tributário, a responsabilidade tributária é daquele que, sem se revestir
na qualidade de contribuinte, possui o dever legal de recolher tributos em nome
deste. Assim, a obrigação é…

Leila Diniz
L
Artigos • há 9 anos

Competência Tributária
1. Introdução A competência tributária é a atribuição dada pela Constituição
Federal aos entes políticos do Estado (União, governos estaduais, Municípios e
Distrito Federal) da prerrogativa de…

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