O Trabalho Do Centro POP

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A TRAJETÓRIA DO ATENDIMENTO À

POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA E


A IMPORTÂNCIA DO CENTRO POP

Joana Veida Sousa Gomes


Rayssa Miranda Gomes
Rosilene Marques Sobrinho de França

INTRODUÇÃO

A
pesar da existência de pessoas ocupando o espaço
das ruas ser um fenômeno que tem aumentado
expressivamente nos últimos anos, tem sido dada
pouca visibilidade sobre seus modos de viver e pensar, os motivos de
estarem ali, suas estratégias de sobrevivência, hábitos e carências,
além das dificuldades que enfrentam. Por população em situação
de rua, em consonância com a legislação vigente, compreende-
se como grupo populacional “heterogêneo, caracterizado por sua
condição de pobreza extrema, pela interrupção ou fragilidade dos
vínculos familiares e pela falta de moradia convencional regular.
São pessoas compelidas a habitar logradouros públicos (ruas,
praças, cemitérios, etc.), áreas degradadas (galpões e prédios

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SITUAÇÃO DE RUA E A IMPORTÂNCIA DO CENTRO POP
abandonados, ruínas, etc.) e, ocasionalmente, utilizar abrigos e
albergues para pernoitar” (BRASIL, 2009, p. 8).
Assim, a população em situação de rua compreende um
grupo heterogêneo de pessoas que utilizam o espaço público
como espaço de sobrevivência, tendo em comum a vivência de
situações de exclusão social, de preconceito e de discriminação,
além da dificuldade de acesso aos seus direitos sociais (BRASIL,
2009).
Historicamente invisibilizada pelo Estado e estigmatizada
pela sociedade, a população em situação de rua permaneceu a
margem da agenda do poder público no que se refere a políticas
públicas de inclusão social até a década de 1990, quando foram
realizadas as primeiras iniciativas de atendimento por parte de
algumas prefeituras municipais. Anteriormente, as ações estatais
voltadas a esse público tinham unicamente caráter de correção
e controle, com práticas higienistas e segregadoras, enquanto
as ações sociais apresentavam uma perspectiva caritativa e
assistencialista (Barbosa, 2018).
Ao observar o quanto essa população cresce e ocupa os
centros urbanos, questiona-se: Como essas políticas foram
construídas e ofertadas? Qual a ação do Centro Pop para esse
público? Assim, por meio de revisão de literatura, utilizando
autores de referência na área como Barbosa (2018), Honório
(2016), Santos (2017), Sicari e Zanella (2018), Teixeira, Salla e
Marinho (2016), além de estudo documental tendo como base
a Resolução nº 109, que dispõe sobre a Tipificação Nacional
de Serviços Socioassistenciais, as Orientações Técnicas para o
Centro Pop; o Decreto n° 7.053/2009, que instituiu a Política
Nacional para a População em Situação de Rua; e o Censo
SUAS 2019, buscaremos analisar a trajetória do atendimento
ofertado à população em situação de rua no Brasil, com ênfase no

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Rosilene Marques Sobrinho de França
trabalho realizado pelo Centro de Referência Especializado para
Atendimento da População em Situação de Rua (Centro Pop).
O artigo apresenta inicialmente a trajetória de
desenvolvimento da assistência social no país, com os primeiros
atendimentos e a emergência das políticas públicas voltadas a
essa população, para então apresentar alguns elementos para
pensar o trabalho no Centro Pop, assim como seu funcionamento,
diretrizes, objetivos e dificuldades enfrentadas pelos agentes
públicos e usuários.

A TRAJETÓRIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL E DO


ATENDIMENTO À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO
BRASIL

Historicamente, a linha de ação escolhida pelo Estado para


lidar com a população em situação de rua é marcada por repressão
e controle, sendo comum a utilização de práticas higienistas e de
segregação social.
Segundo Teixeira, Salla e Marinho (2016), já no Período
Colonial as chamadas Ordenações do Reino determinavam que
“aqueles que aqueles que não tinham senhores ou meios de ganhar
a vida, fossem presos e açoitados” (Teixeira; Salla; Marinho,
2016, p. 383). A mesma medida foi utilizada no Império, onde
era imposto o termo de bem viver a mendigos, vagabundos e
bêbados, que eram obrigados a assiná-lo e viver “decentemente”,
ordenamento de caráter corretivo, segundo os autores, uma vez
que previa o confinamento dos que rompiam com o referido
termo (Teixeira; Salla; Marinho, 2016, p. 384).
Outrossim, Teixeira, Salla e Marinho (2016, p. 385) apontam
que a “perseguição e repressão à vadiagem” era um dos meios
utilizados pelo Estado para controlar não somente bêbados,

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SITUAÇÃO DE RUA E A IMPORTÂNCIA DO CENTRO POP
prostitutas e mendigos, mas também as pessoas escravizadas.
Silva (2009 apud Barbosa, 2018), reitera que a preocupação
com o controle destes, sobretudo das pessoas negras no pós-
abolição, seguiu presente nos anos seguintes e foi expressa pelos
parlamentares que debateram os projetos de lei que culminaram
nas leis emancipacionistas, já nas décadas de 1870 e 1880.
De acordo com Barbosa (2018), a repressão aos considerados
vadios agravou-se com a abolição da escravatura e a Proclamação
da República, tendo em vista o significativo aumento do número
de pessoas que conseguiam a sua liberdade, e que ocupavam o
espaço das ruas em busca de trabalho. Teixeira, Salla e Marinho
(2016) relatam ter ocorrido nessa época uma forte mobilização
das elites que objetivava criar dispositivos para intensificar a
perseguição e a repressão à vadiagem:

Denunciar, perseguir e controlar a vadiagem, além de referir


à modulação de comportamentos das categorias sociais
alvo do controle social, também respondia ao conjunto de
transformações que o país atravessava, expresso na emergência
do trabalho livre, da nova ordem econômica e do processo de
urbanização (Teixeira; Salla; Marinho, 2016, p. 386).

Ademais, de acordo com Barbosa (2018), a perseguição aos


vadios intensificou-se durante a Era Vargas, o que resultou em
uma maior especialização do aparelho policial com a finalidade
de controlar essa população.
No século XIX, com as mudanças ocorridas no cenário
social, a exemplo da abolição da escravatura, da transição do
modo de produção agrário para o industrial e da chegada dos
imigrantes para substituir a mão de obra escravizada, foram
criadas as instituições filantrópicas chamadas de Casas de
Misericórdia. Cabe ressaltar que a primeira foi instalada ainda em
1543, durante o Período Colonial, quando a assistência era feita

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Rosilene Marques Sobrinho de França
através da coleta de esmolas que eram aplicadas em obras sociais
de misericórdia. É somente a partir de 1930 que a política social
foi sendo esboçada e incorporada na agenda pública, como uma
resposta às demandas decorrentes das contradições engendradas
na ordem societária do capital, bem como frente às lutas da classe
trabalhadora firmadas ao longo dos anos. Durante a Era Vargas,
a política social foi esboçada e a ação pública no campo social
foi ampliada com a criação do então Ministério do Trabalho,
Indústria e Comércio, com a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT) e os Institutos de Aposentadorias e Pensões (Nagashima,
2015 apud Honório, 2016).
Honório (2016) afirma que pouca coisa mudou na área
social, tendo em vista que a população em situação de rua
permaneceu vítima de preconceito e inviabilização pela maior
parte da sociedade, contudo, deve-se destacar a regulamentação
das entidades filantrópicas, que ficaram responsáveis por manter
as obras sociais por meio do repasse de recursos financeiros
oriundos da arrecadação de tributos. A autora ressalta que, com
isso, novamente o poder público isentou-se da responsabilidade
com os segmentos sociais historicamente subalternizados.
No que se refere à assistência social, Honório (2016) afirma
que esta se constitui em uma estratégia de enfrentamento dos
problemas que decorrem das desigualdades sociais produzidas a
partir das contradições do modo de produção capitalista.
A criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA) no
Brasil, em 1942, objetivou dar apoio aos soldados brasileiros e
seus familiares que estavam participando da 2ª Guerra Mundial,
contudo, as ações desenvolvidas tinham uma perspectiva pontual
e assistencialista.
Durante a década de 1960, especificamente no período
inicial da Ditadura Militar, Honório (2016) relata que a proteção

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SITUAÇÃO DE RUA E A IMPORTÂNCIA DO CENTRO POP
social teve significativos influxos com a ampliação de alguns
direitos previdenciários e a criação do Fundo de Assistência ao
Trabalhador Rural (FUNRURAL), cujo objetivo era atender os
trabalhadores do campo.
Entre os anos de 1970 e 1980, foram os religiosos os
primeiros grupos que ofereceram cuidado às pessoas vivendo em
situação de rua, pautados por práticas católicas e humanistas. Em
1990, a atenção para essa população tornou-se parte das ações
institucionais e interventivas do Estado, iniciando as parcerias
público-privadas (Sicari; Zanella, 2018).
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988,
a Assistência Social foi reconhecida como política pública,
juntamente das políticas de Saúde e Previdência Social. Assim, foi
reconhecida como direito do cidadão e dever do Estado, conforme
posto em dois artigos da Constituição. No texto constitucional,
enquanto o Artigo 203 garante a assistência social a quem dela
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade
social, o Artigo 204 estabelece de onde vem os recursos que a
custeiam e as diretrizes administrativas (BRASIL, 1988).
A regulamentação desses artigos foi realizada com a
homologação da Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993, a
Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Também se tem a
implementação de um novo modelo de gestão e de controle
social de forma descentralizada e participativa com a criação do
Conselho Nacional de Assistência Social Social (Honório, 2016).
Cabe ressaltar que esse avanço foi retardado pelo alinhamento
do Estado brasileiro ao projeto neoliberal, impondo à agenda
pública o perfil minimalista, de modo que a implementação da
política de assistência social continuou sob a responsabilidade
das organizações não-governamentais e o Estado brasileiro ficou
responsável por apenas alguns programas governamentais e a

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Rosilene Marques Sobrinho de França
implementação gradativa do Benefício de Prestação Continuada
(BPC).
O salto qualitativo na implementação da LOAS se deu por
meio da aprovação da Política Nacional de Assistência Social,
em 2004, que dispõe sobre o Sistema Único de Assistência Social
(SUAS), que organizou um quadro de programas, projetos,
serviços e benefícios, assegurando equipamentos públicos para o
atendimento aos públicos vulneráveis.
Como continuação desse processo, nos anos 2000 foram
restabelecidas, principalmente mediante as modificações
propostas na PNAS de 2004 e no SUAS de 2005, as diretrizes
que abrangeram especialmente os setores da sociedade brasileira
que eram tradicionalmente tidos como invisíveis ou excluídos nas
estatísticas – a população em situação de rua entre eles. Segundo
Pereira, é a partir disso que essa população se torna incluída em
serviços e programas de atendimento (BRASIL, 2011).
No que se refere à população em situação de rua, é possível
observar que os movimentos sociais em prol da causa de pessoas
em situação de rua existiram no Brasil em diferentes períodos,
porém, pelos limites do trabalho, iremos ressaltar os que se
intensificaram após as mortes de moradores de rua da região
central de São Paulo nas noites de 19 a 22 de agosto de 2004. A
principal pauta dessas manifestações era a adoção de uma Política
Nacional para Pessoas em Situação de Rua (BRASIL, 2011).
Baseando-se na organização e trajetória do Movimento
Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, foi realizado
o 4° Festival Lixo e Cidadania em setembro de 2005, contando
com a participação de pessoas em situação de rua do Brasil e
líderes desses movimentos. No referido festival, foi articulado
o Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), que
se constituiu como apartidário, caracterizando-se como uma

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SITUAÇÃO DE RUA E A IMPORTÂNCIA DO CENTRO POP
organização de pessoas em situação de rua, tendo o mesmo sido
formado no referido evento por grupos de pessoas em situação de
rua de São Paulo e Belo Horizonte, que expunham a situação de
invisibilidade destes segmentos sociais e exigiam do poder público
a garantia de seus direitos (BRASIL, 2011).
O movimento supramencionado tinha como base os
paradigmas da democracia, tendo em vista a valorização da
dimensão coletiva, a solidariedade, a ética e o trabalho, tendo
como bandeiras de luta o resgate da cidadania por meio do
exercício do direito ao trabalho, bem como de salários suficientes
para o atendimento às necessidades de alimentação, moradia,
saúde, dentre outros. Cabe destacar que representantes do
referido movimento foram inseridos em instâncias deliberativas,
como conferências e conselhos de assistência social, com uma
intensa correlação de forças junto às instâncias do poder público
(BRASIL, 2011).
Os paradigmas para a elaboração da Política Nacional para
a População em Situação de Rua foram objeto de debate no I
Encontro Nacional de População em Situação de Rua, realizado
pela Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), no ano de
2005, tendo como participantes representantes de municípios,
fóruns, entidades da população em situação de rua, Organizações
Não Governamentais (ONGs) e representante do Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), visando
analisar a realidade social desta parcela da população e articular
diretrizes, políticas e ações em âmbito nacional (BRASIL, 2011).
O principal resultado desse encontro foi a aprovação da
Lei Nº 11.258, de 30 de dezembro de 2005, que dispõe sobre a
organização da Assistência Social, acrescentando o serviço de
atendimento a pessoas que vivem em situação de rua e alterando

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a Lei nº 8.742/1993 ao criar programas específicos para esta
população (BRASIL, 2005).
Para dar concretude a essa conquista o governo federal
regulamentou a Lei nº 8.742, por meio de um decreto presidencial,
no dia 25 de outubro de 2006 que instituiu o GTI (Grupo
de Trabalho Interministerial). Coordenado pelo MDS, o GTI
buscava elaborar estudos e propostas de políticas públicas para
a inclusão social da população em situação de rua. Houve, ainda,
a articulação entre diferentes entidades da sociedade civil e níveis
do governo, além dos ministérios da Saúde, Educação, Trabalho
e Emprego, Cidades, Cultura e a Secretaria Nacional de Direitos
Humanos, representantes do MNPR, da Pastoral do Povo da Rua
e do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência
Social (CONGEMAS) (BRASIL, 2011).
Dando continuidade, o processo de elaboração do texto
da Política Nacional para População em Situação de Rua (PNPR)
inicia-se em 2007, sendo concluído após a realização de seminários
em diferentes cidades e consulta pública em âmbito nacional.
Publicada em dezembro de 2009, a política nacional pautou-se na
perspectiva de assegurar a integralidade das políticas públicas e o
acesso a direitos às pessoas em situação de rua (BRASIL, 2011).
Desse modo, a Política Nacional para População em
Situação de Rua (2009), instituída em 23 de dezembro, foi um
dos maiores marcos legais para a garantia ao acesso aos direitos
sociais às pessoas em situação de rua. Dentre os seus objetivos,
destaca-se, no artigo 7º, item I, a necessidade de “[...] assegurar o
acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que
integram as políticas públicas de saúde, educação, previdência,
assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer,
trabalho e renda” (BRASIL, 2009, p. 2). Além disso, o item XII
dispõe que essa política irá buscar “implementar centros de

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SITUAÇÃO DE RUA E A IMPORTÂNCIA DO CENTRO POP
referência especializados para atendimento da população em
situação de rua, no âmbito da proteção social especial do Sistema
Único de Assistência Social” (BRASIL, 2009, p. 3).
Cabe ressaltar que o Serviço Especializado para Pessoas em
Situação de Rua, que é ofertado pelos Centros Pop, já havia sido
regulamentado pela Resolução nº 109/2009, por meio da qual
o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) aprovou a
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, no artigo 1°,
item II, como um dos Serviços de Proteção Social Especial de Média
Complexidade (BRASIL, 2009). Nesses termos, os Centros Pop
foram formatados como uma unidade de referência da Proteção
Social Especial de Média Complexidade, de caráter municipal,
pública e estatal, onde são oferecidos o Serviço Especializado
para Pessoa em Situação de Rua e o Serviço Especializado em
Abordagem Social (Santos, 2017).
A implementação dos Centros Pop foi acontecendo de forma
progressiva nas principais capitais e centros urbanos brasileiros.
Nesse sentido, os municípios realizaram um diagnóstico, valendo-
se de pesquisas e levantamentos produzidos, para evidenciar
a necessidade do serviço, conforme às orientações do governo
federal:

Cabe ao órgão gestor local o planejamento e a implantação do


Centro POP, tanto no que se refere à definição de sua localização,
espaço físico e recursos humanos, quanto ao quantitativo
de unidades a serem implantadas na localidade. Para tanto,
deve considerar o reconhecimento do território, com suas
especificidades e características de ocupação. Nesse sentido,
a implantação da Unidade deve ser precedida da elaboração
de um diagnóstico socioterritorial que identifique as áreas de
maior concentração e trânsito dessa população, bem como sua
dinâmica de movimentação (BRASIL, 2011, p. 42-43).

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Destaque-se ainda que o Centro Pop deverá ser implantado
em locais com concentração de pessoas em situação de rua,
podendo também ser implantadas unidades em outras regiões, se
necessário, a fim de que haja uma articulação entre os serviços.
Caso o diagnóstico socioterritorial4 indique que a demanda é
muito pequena para justificar a implantação de uma unidade no
município, o atendimento a pessoas em situação de rua poderá
ser realizado pelo CREAS, que é a unidade de referência para a
oferta do Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua
e do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias
e Indivíduos (PAEFI), e poderá promover o acompanhamento
especializado a esse segmento, em articulação com o Serviço
Especializado em Abordagem Social e os Serviços de Acolhimento
(BRASIL, 2011).
De acordo com os dados do Censo SUAS 2019, há um
total de 228 unidades de Centros Pop no país. A região Sudeste
possui a maior quantidade de unidades (106), enquanto a região
Norte possui a menor (10). O Censo também mostra que, das
228 unidades, 48 têm imóvel compartilhado com outra unidade
administrativa.
Cabe salientar ainda que a “população de rua superou as 281
mil pessoas no Brasil em 2022. Isso representa um aumento de 38%
desde 2019, após a pandemia de covid-19. Essa é a conclusão de
um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)”
(Brum, 2023, s/p).

4 O diagnóstico socioterritorial referente a este público se apresenta como


um levantamento de dados e pesquisas sobre a população em situação
de rua mostrando o perfil do município e destes segmentos sociais (faixa
etária, sexo/gênero, raça/etnia, acesso a serviços, vínculos, dentre outros)
(BRASIL, 2011).

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SITUAÇÃO DE RUA E A IMPORTÂNCIA DO CENTRO POP
ALGUNS ELEMENTOS PARA PENSAR O TRABALHO
REALIZADO PELO CENTRO POP

O Centro Pop tem sido na atualidade um importante


equipamento público responsável pela oferta de serviços para a
população em situação de rua no contexto do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS). Embora cada unidade pública tenha
conformações diferentes para as ações realizadas no âmbito
dos serviços, utilizam parâmetros nacionais como referência.
Assim, neste item buscar-se-á apresentar os principais elementos
presentes nos seguintes documentos: a) Orientações Técnicas do
Centro de Referência Especializado para População em Situação
de Rua (Centro Pop); b) Resolução de n° 109/2009, do Conselho
Nacional de Assistência Social, que aprovou a Tipificação Nacional
de Serviços Socioassistenciais.
O principal serviço ofertado pelo Centro Pop é o Serviço
Especializado para Pessoas em Situação de Rua, voltado às pessoas
que usam a rua como espaço de moradia. Ele busca restaurar ou
construir os vínculos familiares enfraquecidos, garantir o alcance
da autonomia, incentivar a reinserção social e o acesso aos
direitos sociais (BRASIL, 2011). No âmbito do referido serviço são
realizadas as seguintes ações:

acolhida, escuta, estudo social, diagnóstico socioeconômico,


informação, comunicação e defesa de direitos, referência
e contrarreferência, orientação e suporte para acesso à
documentação pessoal, orientação e encaminhamentos para
a rede de serviços locais, articulação da rede de serviços
socioassistenciais, articulação com outros serviços de políticas
públicas setoriais, articulação interinstitucional com os demais
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos, mobilização de
família extensa ou ampliada, mobilização e fortalecimento
do convívio e de redes sociais de apoio, mobilização para o
exercício da cidadania, articulação com órgãos de capacitação
e preparação para o trabalho, estímulo ao convívio familiar,

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Rosilene Marques Sobrinho de França
grupal e social, e elaboração de relatórios e/ou prontuários
(BRASIL, 2009, p. 28).

O Serviço Especializado para Pessoas em Situação de


Rua compreende um conjunto de ações, visando atender as
demandas dos usuários. Nesse sentido, uma das dimensões do
trabalho realizado pelo serviço é a acolhida que pode ser realizada
em contatos iniciais ou em processo de acompanhamento e se
constitui em um dos momentos mais importantes na execução
do serviço, considerando que busca promover uma escuta
qualificada das demandas do usuário. A escuta qualificada
permite a equipe compreender a realidade social e as vivências do
usuário, contribuindo para a criação de vínculos entre os usuários,
a equipe de referência e as famílias, sendo o referido vínculo de
confiança essencial para garantir que os objetivos do serviço
sejam alcançados, sendo a entrevista individual ou familiar uma
das estratégias mais utilizadas (BRASIL, 2011).
Vale ressaltar, ainda, que o usuário é protagonista em
todas as ações, cabendo aos profissionais a utilização de
metodologias participativas e inclusivas (BRASIL, 2011). Outras
ações oferecidas pelo Serviço Especializado para Pessoas em
Situação de Rua compreendem alimentação, higiene pessoal e a
guarda de pertences, sendo o referido equipamento a referência
de endereço para o usuário (BRASIL, 2009). Os usuários também
recebem uma orientação pela equipe, que os encaminha para a
rede socioassistencial para a garantia dos seus direitos sociais, e
quando o usuário necessita, o serviço também oferece a emissão
de documentos. Como o serviço é concebido com caráter
intersetorial, as ações das equipes profissionais estão sempre
articuladas com outros setores, sejam estatais ou da sociedade
civil.

A TRAJETÓRIA DO ATENDIMENTO À POPULAÇÃO EM 251


SITUAÇÃO DE RUA E A IMPORTÂNCIA DO CENTRO POP
As atividades desenvolvidas visam assegurar a autonomia e
o bem-estar dos usuários (BRASIL, 2009). Algumas das técnicas
utilizadas incluem a já citada entrevista individual e/ou familiar,
orientação e atendimento individual e/ou familiar; orientação e
atendimento em grupo, oficinas e atividades coletivas de convívio e
socialização, orientação jurídico-social e estudo de caso (BRASIL,
2011).
Além disso, os profissionais do Centro Pop também realizam
o cadastro dos usuários no CadÚnico. Além de cadastrar, eles são
responsáveis por periodicamente o atualizarem, garantindo que
o usuário tenha acesso a programas complementares e a rede de
serviços, benefícios e programas de transferência de renda. Para
fins cadastrais, o próprio Centro Pop pode ser utilizado como
endereço para o usuário que não possuir endereço fixo (Santos,
2011).
Sobre esta atividade, segundo as informações do Censo
SUAS (2019, p. 17), do total de 218 unidades de Centros Pop no
país, 84 destes realizam essa ação, um não a realiza e o restante ou
encaminha o usuário a outro local/unidade para o cadastramento
ou é omisso no sistema de coleta de dados.
Outro serviço ofertado pelo Centro Pop e/ou pelo CREAS
é o Serviço Especializado em Abordagem Social, cujo principal
objetivo é realizar busca ativa, visando fazer a abordagem junto
a pessoas em situação de rua, com a identificação de situações
de violação de direitos, visando a realização de encaminhamento
para atendimento pelo Centro Pop, bem como pela rede de
serviços socioassistenciais, tendo em vista a garantia de direitos
(BRASIL, 2009). As principais atividades do trabalho social desse
serviço incluem:

proteção social pró-ativa, conhecimento do território,


informação, comunicação e defesa de direitos, escuta, orientação

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e encaminhamentos sobre/para a rede de serviços locais com
resolutividade, articulação da rede de serviços socioassistenciais,
articulação com os serviços de políticas públicas setoriais,
articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de
Garantia de Direitos, geoprocessamento e georreferenciamento
de informações, e elaboração de relatórios (BRASIL, 2009, p. 21).

São ações que têm por finalidade reduzir as violações dos


direitos socioassistenciais, seus agravamentos ou reincidência,
prover proteção social às famílias e indivíduo e contribuir para
o enfrentamento dos problemas vivenciados pelas pessoas em
situação de rua. Para tanto, o serviço se articula com diferentes
órgãos, realizando diversas ações, de natureza pública e não
governamental (BRASIL, 2009).
No que se refere à oferta do Serviço Especializado em
Abordagem Social no âmbito do Centro POP, o Censo SUAS de
2019 (BRASIL, 2019) indicou que de 228 unidades de Centro Pop,
199 delas ofertam de alguma forma o serviço (algumas possuem
equipe exclusiva para o serviço, enquanto outras não possuem e
outros centros utilizam o Serviço de Abordagem Social existente
no município). Sobre o restante, 28 unidades não ofereciam o
serviço e uma não respondeu o Censo.
Diante dos fatores supracitados, é evidente que os
atendimentos realizados nos Centros Pop têm uma orientação na
direção de organização e planejamento que podem possibilitar
à população em situação de rua o acesso aos direitos sociais.
Contudo, no atual contexto sociopolítico de avanço do projeto
neoliberal em que o país se encontra, o trabalho realizado
pelas equipes está comprometido. Os profissionais encontram
dificuldades diversas ao atender os usuários, especificamente no
que se refere às condições de trabalho.
Além disso, constantes cortes orçamentários vêm ocorrendo
desde 2015, especialmente nas áreas da assistência e educação. O

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SITUAÇÃO DE RUA E A IMPORTÂNCIA DO CENTRO POP
Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social
(CONGEMAS) expressou a sua preocupação com a assistência
social prestada a esta população, conforme o que foi dito pelos
presidentes em sua nota de manifestação:

Neste dramático cenário, gestores municipais serão obrigados


a reduzir atendimento e fechar equipamentos públicos,
especialmente os Centros de Referência de Assistência Social
— CRAS, presentes em todo o Brasil, os Centros de Referência
Especializados de Assistência Social — CREAS e os Centros
Especializados de Atendimento à População em Situação
de Rua — Centro Pop. Os cortes inviabilizam o atendimento
prestado à população mais pobre e com direitos violados.
Na prática significa deixar de realizar mais de 25 milhões de
atendimentos por ano às pessoas e às famílias em situação de
vulnerabilidade e risco social; reduzir atendimentos obrigatórios
e fiscalizados por órgãos de defesa de direitos, a exemplo dos
acolhimentos institucionais prestados à crianças e adolescentes
e demais públicos desta política que demandam proteção social
(CONGEMAS, 2020, p. 1).

Os Centros Pop possuem papel fundamental ao realizar


esses serviços, tendo em vista que seu público alvo é uma
população que sequer possui vínculos familiares (e se possui, são
muito fragilizados) e que se encontra no segmento populacional
mais exposto da sociedade, demandando um atendimento de
qualidade para garantir o seu acesso aos direitos sociais. As
equipes precisam atuar de forma cuidadosa, buscando oferecer
um tratamento humanizado e criar vínculos.
Por outro lado, isso torna-se difícil se observarmos a
diversidade de vínculos trabalhistas dos profissionais que atuam
no Centro POP. Os dados do Censo SUAS 2019 informam a
predominância das suas equipes de trabalho formadas por
cargos comissionados ou vínculos não permanentes. Assim, fica

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evidente que a atuação dos profissionais é prejudicada, pois não
conseguem atuar com autonomia e liberdade.
Considerando as particularidades que a população em
situação de rua apresenta, muitas vezes, uma escuta qualificada
e um acolhimento que busque compreender as suas necessidades,
estabelecendo uma relação de respeito, sem julgamentos ou
preconceitos, com o acesso a serviços e a articulação com as
políticas públicas pode impactar significativamente, favorecendo,
assim, a garantia de direitos, sendo essa relação um importante
meio para que o usuário tenha os incentivos e apoios necessários
para a construção de sua autonomia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A situação de rua está presente na realidade brasileira há


bastante tempo, no entanto, o desenvolvimento de políticas
públicas voltadas para o seu enfrentamento é recente, fruto das
lutas pela garantia dos direitos sociais, sendo a assistência social
de fundamental importância para sua consolidação.
Apesar dos avanços formais, na realidade concreta, é preciso
que as políticas voltadas para a população em situação de rua
sejam aperfeiçoadas e ampliadas, considerando que, diante do
projeto neoliberal, tem-se um processo de fragilização das ações,
com cortes orçamentários e a precarização da oferta de serviços.
Tendo como alguns de seus objetivos buscar restaurar ou
construir os vínculos familiares enfraquecidos, garantir o alcance
da autonomia e incentivar a reinserção social e o acesso aos
direitos sociais, os Centros Pop também buscam fortalecer as
ações continuadas e a articulação com a rede de serviço públicos.
De modo que é de fundamental importância a qualificação
das atividades desenvolvidas pelos Centros Pop bem como do

A TRAJETÓRIA DO ATENDIMENTO À POPULAÇÃO EM 255


SITUAÇÃO DE RUA E A IMPORTÂNCIA DO CENTRO POP
conjunto das ações da política de assistência social e das demais
políticas públicas, visando a garantia dos direitos sociais, bem
como o fortalecimento da democracia e defesa da cidadania.

REFERÊNCIAS

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