Defesa Final
Defesa Final
Defesa Final
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Luanda, 2024
DECLARAÇÃO DOS AUTORES
O CANDIDATO
___________________________________________________________
O CANDIDATO
___________________________________________________________
O ORIENTADOR
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III
DEDICATÓRIA
(Dionísio Banda)
(João Lucas)
IV
AGRADECIMENTOS
Gostaria de aproveitar este momento para expressar minha profunda gratidão a todas
as pessoas que estiveram ao meu lado durante esta jornada acadêmica. Sem o apoio delas, não
teria sido possível alcançar este marco em minha vida.
Primeiramente, sou grato a Deus por me conceder saúde e força para superar os
desafios que surgiram em meu caminho. Sua orientação e amparo foram essenciais para
minha jornada.
Gostaria de fazer uma menção especial ao meu magnífico irmão, Nelson Augusto. Sua
atenção constante e educação exemplar foram verdadeiros impulsionadores para que eu
chegasse até esta licenciatura. Seu apoio moldou quem sou hoje.
À minha cunhada, Cecília António, expresso minha profunda gratidão pelo suporte
incansável que me proporcionou ao longo de toda a minha formação. Sua dedicação fez uma
diferença notável.
Agradeço também à minha querida colega Abiúd Garcia, tornando-se uma mãe que me
ofereceu sua atenção e valiosos conselhos ao longo desta caminhada. Suas palavras foram
como um farol que me guiou.
Uma palavra especial de agradecimento vai para minha amiga Almira Eduardo. Sua
crença em mim e seu apoio constante foram verdadeiramente motivadores em momentos de
dúvida.
Não posso deixar de mencionar meus colegas e amigos em geral. Seu carinho,
incentivo e paciência foram fundamentais para superar os desafios acadêmicos. Cada palavra
de encorajamento foi um combustível para minha determinação.
(Dionísio Banda)
OBRIGADO!
V
A Deus todo-poderoso pela terrina de bênção que me tem dado
Aos meus irmãos, Paulo Parentes, Bruno Parentes, Adelcio Leal e Selson Paim.
A minha querida tia Marisa Parentes pelo apoio imensurável e carinho inseparável
A minha cunhada Joelma Garcia pela participação directa e suporte ao longo da
trajectória académica
A minha excelentíssima professora Catiana pelo amor, ensinamentos e força que
serviram de grande impulso para a minha formação académica
A minha ilustre colega Abiud Garcia pelos conselhos, dedicação constante e apoios
gratificantes.
Aos familiares, colegas e amigos pelo contributo caloroso que prestaram.
Ao meu querido pai, Rafael Justino G. Dos S. Lucas, por ter acreditado e apoiado
quando mais precisei.
Ao meu excelentíssimo tutor, Dr. Belmiro Sacunduinga pelo grande trabalho
desempenhado e prestado com muito zelo e rigor.
OBRIGADO!
VI
EPÍGRAFE
Nelson Mandela
VII
RESUMO
Os direitos fundamentais possuem um inegável conteúdo ético (aspecto material). Eles são os
valores básicos para uma vida digna em sociedade. Neste contexto, eles estão intrinsecamente
ligados à ideia de dignidade da pessoa humana e de limitação do poder. Afinal, em um
ambiente de opressão não há espaço para vida digna. A dignidade humana é, portanto, a base
axiológica desses direitos. Além do conteúdo ético os direitos fundamentais também possuem
um conteúdo normativo (aspecto formal). Relativamente ao problema da pesquisa, pretende-
se saber “Quais são os direitos e garantias fundamentais do arguido consagrados no
ordenamento jurídico angolano, dentro da esfera processualista penal? ” E para isso, elaborou-
se o seguinte objectivo geral: Compreender o quadro jurídico da protecção dos direitos e
garantias fundamentais do arguido no processo penal angolano; e como específicos: Definir
direitos e garantias fundamentais; Explicar a evolução histórica dos direitos fundamentais em
Angola; Identificar os direitos e garantias concedidos ao arguido no processo penal angolano.
A Garantia Judiciária do arguido é um princípio fundamental que protege os direitos e a
dignidade das pessoas acusadas de crimes, assegurando que elas sejam tratadas justamente no
sistema de justiça penal. Relativamente aos direitos, Constituem direitos processuais do
arguido os constantes no art.º 67.º do CPPA.
VIII
ABSTRACT
Fundamental rights have an undeniable ethical content (material aspect). They are the basic
values for a dignified life in society. In this context, they are intrinsically linked to the idea of
human dignity and the limitation of power. After all, in an environment of oppression there is
no space for a dignified life. Human dignity is, therefore, the axiological basis of these rights.
In addition to the ethical content, fundamental rights also have a normative content (formal
aspect). Regarding the research problem, the aim is to know “What are the fundamental rights
and guarantees of the defendant enshrined in the Angolan legal system, within the criminal
procedural sphere? ” And to this end, the following general objective was developed:
Understanding the legal framework for the protection of the defendant's fundamental rights
and guarantees in Angolan criminal proceedings; and as specific: Define fundamental rights
and guarantees; Explain the historical evolution of fundamental rights in Angola; Identify the
rights and guarantees granted to the defendant in Angolan criminal proceedings. The
Defendant's Judicial Guarantee is a fundamental principle that protects the rights and dignity
of people accused of crimes, ensuring that they are treated fairly in the criminal justice
system. Regarding rights, the defendant's procedural rights are those set out in article 67 of
the CPPA.
IX
LISTA DE ABREVIATURAS
ARTS Artigos
PÁG Página
PÁGS Páginas
ALS Alíneas
SS Seguintes
CFR Conforme
EX Exemplo
TC Tribunal Constitucional
MP Ministério Público
X
ÍNDICE GERAL
DEDICATÓRIA................................................................................................................IV
AGRADECIMENTOS.......................................................................................................V
EPÍGRAFE.......................................................................................................................VII
RESUMO.........................................................................................................................VIII
ABSTRACT.......................................................................................................................IX
LISTA DE ABREVIATURAS...........................................................................................X
INTRODUÇÃO...................................................................................................................1
CONCLUSÃO...................................................................................................................32
SUGESTÕES.....................................................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................34
INTRODUÇÃO
A pesquisa que se leva a cabo tem o propósito de estudar os direitos fundamentais do
arguido no processo penal angolano. Importa referir a importância do tema, visto que em toda
sociedade de direito e democrática os direitos fundamentais são a primeira linha de defesa às
ameaças dirigidas ao cidadão.
PROBLEMA DE PESQUISA
OBJECTIVOS
GERAL
Compreender o quadro jurídico da protecção dos direitos fundamentais do arguido no
processo penal angolano
ESPECÍFICOS
Definir os direitos fundamentais;
Explicar a evolução histórica dos direitos fundamentais em Angola;
Identificar os direitos concedidos ao arguido no processo penal angolano.
JUSTIFICATIVA
Nos últimos anos, tem sido observado um cenário de mudanças significativas nos
sistemas jurídicos em várias partes do mundo. Em particular, o sistema jurídico angolano tem
passado por transformações substanciais, especialmente no que diz respeito aos regulamentos
penais e à introdução do juiz de garantias. Essas mudanças têm o potencial não apenas de
1
influenciar a maneira como os processos penais são conduzidos, mas também de impactar
directamente os direitos e garantias fundamentais dos arguidos envolvidos nesses processos.
ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
ESTRUTURA DO TRABALHO
2
abordagem histórica relativa aos direitos fundamentais. O segundo, abordará sobre questões
que tem que ver com a protecção dos direitos fundamentais do arguido enquanto sujeito
passivo da relação jurídico- processual.
3
CAPÍTULO I ⸺ ASPECTOS GERAIS SOBRE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS
FUNDAMENTO HISTÓRICO SOBRE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS
3
1.1. Origem dos Direitos Fundamentais
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Geral das Nações Unidas em 1948 e delineou uma ampla gama de direitos
fundamentais que todos os seres humanos devem desfrutar;
e) Tratados Internacionais e Convenções: Além da Declaração Universal, diversos
tratados e convenções internacionais foram estabelecidos para proteger e promover os
direitos humanos, como o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais;
f) Constituições Nacionais: Muitos países incorporaram direitos fundamentais em suas
constituições nacionais. Esses documentos estabelecem as bases para a proteção dos
direitos dos cidadãos dentro de um determinado país.
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Esta dupla noção, pois os dois sentidos podem ou devem não coincidir, pretende-se
susceptível de permitir o estudo de diversos sistemas jurídicos, sem escamotear a atinência
das concepções de direitos fundamentais com as ideias de Direitos, os regimes políticos e as
ideologias.
(...) Não custa aprender o conceito formal de direitos fundamentais. Não custa
aprendê-lo, à face do sentido formal de Constituição e, porque não se afigura
justificado desprender a priori qualquer norma da Constituição formal da Constituição
material, visto que essa norma, mesmo quando aparentemente sem relevância
constitucional, é parte de um todo, é possível da interpretação que possa ou deva
fazer-se na perspectiva do sistema e, se recebe o influxo de outros princípios e regras,
também conta para o sentido sistemático que recai sobre outros princípios e regras.
Deve ter-se por direito fundamental toda a posição jurídica subjectiva das pessoas
enquanto consagrada na lei Fundamental.
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Nesta senda, revela-se ser necessárop conceituar Constituição formal e constituição
material. Numa primeira aproximação conceitual, pode-se definir a constituição em sentido
material como o conjunto de princípios jurídicos que constituem os fundamentos da
comunidade política. Tratar-se-á de referenciar os preceitos e os princípios jurídicos com
valor substancial para a compreensão estrutural de um Estado, independentemente do aspecto
formal que estes venham a assumir.
1.2 Positivação
Os direitos fundamentais são estudados enquanto direitos jurídico-positivamente
vigentes numa ordem constitucional. A positivação de direitos fundamentais significa a
incorporação na ordem jurídica positiva dos direitos considerados naturais e inalienáveis do
individuo. Não basta uma qualquer positivação. É necessário assinalar-lhes a dimensão de
fundamentais colocados no lugar cimeiro das fontes do direito, as normas constitucionais
(Canotilho, s.d. p. 377).
Sem esta positivação jurídica os direitos do homem são esperanças, aspirações, ideias,
impulsos, ou, até, por vezes, mera retórica política, mas não direitos protegidos sob a forma
de norma (regras e princípios) de direito constitucional.
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A positivação constitucional não significa que os direitos fundamentais deixem de ser
elementos constitutivos de legitimidade constitucional, e, por conseguinte, elementos legitima
fundamentais da própria ordem jurídico-constitucional positiva, nem que a simples
positivação jurídico-constitucional os torne, só por si, realidades jurídicas efectivas (ex.
catalogo de direitos fundamentais em constituições meramente semânticas).
1.3 Constitucionalização
A constitucionalização dos direitos fundamentais significa a sua positivação, a sua
incorporação na ordem jurídica positiva dos direitos considerados naturais e inalienáveis
do individuo. Essa positivação dos direitos fundamentais torna-os direitos protegidos sob
a forma de normas (regras e princípios) do direito constitucional (Araújo, 2018, p. 111-
112).
O direito subjectivo pode definir-se como o poder jurídico (reconhecido pela ordem
jurídica a uma pessoa) de livremente exigir ou pretender de outrem um comportamento
positivo (acção) ou negativo (omissão) ou de por um acto livre de vontade, só de per si ou
integrado por um acto de urna autoridade pública, produzir determinados efeitos jurídicos que
inevitavelmente se impõem a outra pessoa – contraparte ou adversário (Pinto, 2005, p.178).
8
princípio constitucional supremo, presenta-se como fundamento da sociedade e do Estado,
isto é, como norma jusfundamental e como direito jusfundamental. Numa palavra como
compromisso fundamental do Estado.
Por isso, e para isso, os direitos fundamentais devem ser compreendidos, interpretados
e aplicados como normas jurídicas vinculativas e não como trechos osternatórios ao jeito das
grandes declarações de direitos (Canotilho, s.d. p. 378).
1.4 Fundamentalização
A inserção dos direitos fundamentais na Constituição faz com que eles sejam
analisados em várias dimensões, sejam elas formais ou materiais. Formalmente, essa
fundamentalidade constitucional tem as seguintes consequências:
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b. Como normas constitucionais encontram-se submetidas aos procedimentos agravados
de revisão
c. Como normas incorporadoras de direitos fundamentais da própria revisão;
d. Como normas dotadas de vinculatividade imediata dos poderes públicos constituem
parâmetros materiais de escolhas, decisões, ações e controlo, dos órgãos legislativos,
administrativos e jurisdicionais (Canotilho, s.d. p. 355).
De acordo com o Professor Araújo (2018, p.112), aos direitos fundamentais são
apontadas as seguintes características:
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constante redefinição e recriação, o que, por sua vez, determina o surgimento de novas
espécies de necessidades do ser humano. Daí falar em diversas dimensões de projeção da
tutela do Homem, o que só vem corroborar a ideia de que não há um rol eterno e imutável de
direitos inerentes à qualidade de ser humano, mas sim, ao contrário, apenas um permanente e
incessante repensar dos Direito.
(…) é preciso anotar que os autores têm preferido falar em gerações, querendo
significar gerações sucessivas de direitos humanos. A ideia de “gerações”, contudo, é
equívoca, na medida em que dela se deduz que uma geração se substitui, naturalmente,
à outra, e assim sucessivamente, o que não ocorre, contudo, com as “gerações” ou
“dimensões” dos direitos humanos. Daí a razão da preferência pelo termo “dimensão.
Contudo, é preciso insistir, desde logo, que os direitos não se encaixarão em apenas
uma das dimensões, nem será possível estabelecer uma linha divisória estrita e precisa entre
categorias individuais de direitos e categorias sociais ou de exercício colectivo.
São direitos de primeira dimensão aqueles surgidos com o Estado Liberal do século
XVIII. Foi a primeira categoria de direitos humanos surgida, e que engloba, atualmente, os
chamados direitos individuais e direitos políticos. Neste primeiro conjunto de direitos
encontram-se a protecção contra a privação arbitrária da liberdade, a inviolabilidade do
domicílio, a liberdade e segredo de correspondência.
11
No fundamental, os direitos de primeira dimensão são aqueles que compreendem as
chamadas “liberdades clássicas”. Direitos individuais, civis e políticos, seus exemplos
clássicos, são pois, direitos negativos que implicam a abstenção do Estado em relação a actos
que interfiram na esfera de liberdade dos indivíduos (Provedoria de Jusiça, 2022, p.13).
12
(cuidados de saúde privados, seguros privados, ensino privado). A função de prestação dos
direitos fundamentais anda associada a três núcleos problemáticos dos direitos socias,
económicos e culturais:
b) Ao problema dos direitos sociais derivados que se reconduz ao direito de exigir uma
actuação legislativa concretizadora das normas constitucionais sociais (sob pena de
omissão inconstitucional) e no direito de exigir e obter a participação igual nas
prestações criadas pelo legislador (ex: prestações médicas e hospitalares existentes);
13
1.12 Função de não Discriminação
Uma das funções dos direitos fundamentais ultimamente mais acentuados pela
doutrina é a que se pode chamar função de não discriminação. A partir do princípio da
igualdade e dos direitos de igualdade específicos consagrados na constituição, a doutrina
deriva esta função primária e básica dos direitos fundamentais: assegurar que o Estado trate os
seus cidadãos como cidadãos fundamentalmente iguais. Esta função de não discriminação
abrange todos os direitos.
Tanto se aplica aos direitos, liberdades e garantias pessoais (ex: não discriminação em
virtude de religião), como aos direitos de participação política (ex: direito de acesso aos
cargos públicos) como ainda aos direitos dos trabalhadores (ex: direito ao emprego e
formação profissional). Alarga-se de igual modo, aos direitos a prestações (prestações de
saúde, habitação) (Canotilho, s.d, p. 409-410).
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CAPÍTULO II — GARANTIAS FUNDAMENTAIS DO ARGUIDO NO PROCESSO
PENAL ANGOLANO
Assume a qualidade de arguido num processo penal, todo aquele sobre quem recai
forte suspeita de que tenha praticado um crime suficientemente comprovado. (n.º1 do art.º
63.º do Código do Processo Penal Angolano). Porém, assume imediata e automaticamente a
posição de processual de arguido a pessoa contra quem foi deduzida acusação ou requerida a
instrução contraditória. A qualidade de arguido mantém-se durante todo o decurso do
processo AA.VV, (2022)
Isto significa que não basta a existência de uma forte suspeita. Terá de existir um
crime suficientemente comprovado. Desde logo, se constata que a definição de arguido se
manteve incólume no CPPA. O código do processo penal de 1929 refere-se ao sujeito passivo
da relação processual ora como arguido, ora como réu de forma quase indiscriminada.
A utilização destes termos nem sempre obedece a critérios objectivos, muito embora a
designação de arguido tenha estado frequentemente reservada à fase da instrução preparatória
até ao despacho de pronúncia, enquanto a de réu dizia respeito à fase judicial, isto é, depois do
despacho de pronúncia (Sambo, 2022, p. 273).
O novo código de processo penal no seu artigo 63.º estabelece que assume a qualidade
de arguido em processo penal todo aquele sobre quem recai forte suspeita de que tenha
praticado um crime suficientemente comprovado. Por outro lado, assume imediatamente a
posição processual de arguido a pessoa contra quem foi deduzida acusação ou requerida a
instrução contraditória (n.º 2 do art.º 63 do CPPA.).
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Assume ainda a posição processual de arguido quem, como tal, for constituído nos
termos dos artigos 64.º e 65.º do mesmo código, isto é, como pressuposto para aplicação de
alguma medida de coação ou de garantia patrimonial e ainda de forma oficiosa ou a
requerimento, etc.
Logo que, em instrução preparatória, aberta contra pessoa determinada, esta prestar
declarações perante o Ministério Público ou Órgão de Polícia Criminal;
Quando tenha de ser aplicada a alguém uma medida de coação de garantia
patrimonial;
Em caso de detenção de qualquer pessoa nos termos do artigo 250.º e seguintes (como
o acto de privação precário);
Sempre que seja levantado um auto de notícia e que se considere como agente de um
crime determinada pessoa, o auto lhe tiver sido comunicado e a notícia não seja
manifestamente infundida;
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Se em qualquer acto de inquisição ou de declarações de pessoa que não é arguido
surgir fundada suspeita de que ela cometeu um crime, a entidade que preside o acto deve
suspendê-lo de imediato e proceder à comunicação da constituição de arguido e à indicação
dos seus direitos e deveres (n.º 2 do art.º 64.º).
Por outro lado, a pessoa que se der conta de que é objecto de suspeita de ter cometido
um crime e de que estão a ser efetuadas diligencias destinadas a imputar-lhe tem o direito de
requerer e exigir a sua constituição como arguido e de, nessa posição processual, passar a ser
ouvida (Sambo, 2022, p. 275).
17
Quanto à possibilidade de comunicação oral de constituição de arguido, impõe-se uma
breve consideração. O que será verdadeiramente oral é a comunicação e não a constituição.
Dito de outro modo, a constituição de arguido, como tal, deve ser feita por meio de despacho
escrito do Magistrado competente, porem como o processo nessa fase é secreto e a pessoa
visada precisa de saber sobre a sua condição processual, até mesmo para despoletar o
complexo de direitos e deveres que a lei lhe confere e consequentemente começar a montar a
sua defesa, determina a lei que tal constituição lhe deve ser comunicada, quer por escrito quer
por via oral. No entanto, é preciso estar atento aos riscos que se corre com uma comunicação
que seja estritamente oral, porque se futuramente o arguido alegar que não lhe foi comunicada
tal qualidade e na impossibilidade de meios documentados para provar o contrário, inutiliza-
se todo processo, se tiver em conta o disposto no n.º 4 do artigo 64.º do CPP. Por isso,
acautela-se que, sempre que possível, deverá haver nos autos uma notificação de constituição
de arguido, devidamente assinada pelo próprio arguido.
Ainda nos termos do código, concretamente nos termos do artigo 64.º é obrigatória a
constituição de arguido, logo que em instrução preparatória a pessoa vida preste declarações
perante Magistrado do Ministério publico ou Órgão de Policia criminal, quando tenha deve
ser aplicada a alguém medida de coação ou de garantia patrimonial. Havendo detenção de
qualquer pessoa ou sempre que, levantado auto de notícia em que se considere como agente
de um crime determinada pessoa, o auto lhe tiver sido comunicado e a notícia não tiver sido
infundada.
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porque elas implicam sempre restrições ou privação da liberdade e um sacrifício patrimonial
só justificado no âmbito dos pressupostos das medidas de garantia patrimonial. Assim, não se
justifica que as mesmas possam ser aplicadas ao pacato cidadão mesmo que sobre ele recaiam
suspeitas, resultantes de indícios de que possivelmente tenha perpetrado um ilícito penal,
senão for antes constituído arguido.
Alias, o n.º 2 do artigo 229.º do CPP determina que a aplicação das medidas de coação
pessoal depende da prévia constituição de arguido da pessoa a quem foram aplicadas e com
excepção do termo de identidade e residência, exigem ainda a existência de fortes indícios da
prática de um crime punível com pena de prisão superior no seu limite máximo a um ano.
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Uma nota deve ser dada ao disposto no n.º 4 do citado artigo 63.º, segundo o qual a
qualidade de arguido matem-se durante todo o decurso do processo. Porem, a configuração
dessa norma pode originar uma ma interpretação. Ora, a mesma não quer dizer que uma vez
constituído arguido, tal situação não possa ser alterada antes do processo conhecer o seu fim.
O arguido pode não ser acusado e quando acusado pode não ser pronunciado, em
qualquer dessas situações, a pessoa antes arguida deixará de o ser, embora o processo possa
continuar contra outro arguido ou outros arguidos (Inácio, 2022, p. 42).
Entretanto, como aliás já frisado, o arguido nem sempre ocupou no processo penal a
posição que ocupa hoje na generalidade dos ordenamentos jurídicos dos Estados modernos,
posição essa que é a de verdadeiro sujeito processual no sentido de ser dono e senhor de
direitos e deveres processuais autónomos, com a possibilidade de influenciar a decisão do
tribunal, com a actividade que desenvolve no processo, assumindo agora a posição de parte
processual, posição que partilha com o representante do Ministério Público, não assume um
verdadeiro papel de parte, no processo penal, que mais não são do que interesses da
colectividade, e dos princípios que norteiam a sua atividade, nomeadamente, a legalidade e a
objetividade, este papel é sim reservado ao arguido que defende um verdadeiro interesse em
provar a sua inocência ou em não ver provada a sua culpabilidade (Inácio, 2022, p. 28-29).
O arguido pode constituir advogado em qualquer altura do processo. Nos casos em que
o arguido constituir mais de que um advogado para o defender, as notificações são feitas
àquele que, em primeiro lugar, tiver sido indicado no acto da constituição.
Nos casos em que a lei determinar que a assistência do arguido por advogado é
obrigatória (art.71.º).
20
Na fase de instrução preparatória não pode nunca ser nomeado defensor do arguido
agente ou funcionário do organismo onde corre o processo e se realiza o acto. (art. 69.º).
A constituição de arguido é, ela mesma, uma garantia dada aquele que vê dirigir-se
contra si um processo penal. É devidamente formalizada no discurso da tramitação
processual, quando seja caso de constituição obrigatória de arguido por força do disposto nos
artigos 64.º do CPP (Antunes, 2022, p. 33).
Pretende-se agora saber se será esta a posição reservada também ao suspeito, visto que
a fronteira conceptual entre as duas figuras jurídicas é ténue, levando vezes em conta, a que se
confundam um e outro, tanto na opinião pública, como para alguns operadores de justiça
criminal, essencialmente aqueles que actuam na fase preliminar (instrução) do processo.
O suspeito, nos termos do artigo 65.º do CPP são todos aqueles que se procura na
instrução averiguar dos fundamentos da suspeita de ter cometido uma infração, mas não sendo
essa suspeita ainda forte, nas condições exigidas pelo artigo 63.º do mesmo diploma legal.
Nesta conformidade, infere-se que a diferença entre o suspeito e o arguido está nos
indícios ou suspeita da perpetração de um ilícito. Assim, se esses indícios ou suspeitas forem
fortes, representando uma probidade quase segura de que determinada pessoa cometeu um
crime, então pode-se constituir o respectivo agente na condição de arguido, caso tais suspeitas
sejam ainda inconclusivas ou fracas o agente manter-se-á na condição de simples suspeito.
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Porem, esta não parece que seja a diferença fulcral entre ambas as figuras. Observa-se
o n.º 2 do artigo 65.º do CPP que permite ao simples suspeito requerer que passe a ser tratado,
no processo, como verdadeiro arguido, sempre que verifique que na instrução preparatória
estão a ser efetuadas diligências destinadas a imputar-lhe o crime. Assim, o requerente,
suspeito, considera-se constituído arguido desde a data do despacho a deferir o requerimento
ou daquela em que for ouvido como arguido.
Chegados a este ponto, prevalece a questão de saber qual será a verdadeira diferença
entre o arguido e o suspeito, que inferencialmente demonstrará também a posição deste último
no processo penal. Na óptica da doutrina maioritária do processo penal, a diferença é
meramente formal, ou seja, a diferença vai residir na constituição formal da qualidade de
arguido ou não. Portanto, a diferença esta no acto formal de constituição. Nestes termos
havendo uma investigação dirigida contra determinada pessoa enquanto não for constituído
formalmente como arguido, que como já viu-se poderá ser inclusive a seu pedido, este será
um mero suspeito.
A existência de fortes suspeitas não nos parece que tenha fundamento para ser a
diferença entre ambas as figuras jurídicas, na medida em que, mesmo não havendo tais
suspeitas, a pessoa contra quem a investigação é dirigida pode, para acautelar determinados
interesses processuais, requer que seja constituindo arguido e a autoridade judiciaria que
esteja a dirigir o acto não pode negar o tal pedido sob pena de irregularidade processual ou dar
lugar a nulidade de todo o processo, salvo se não houver nenhum indício que justifique tal
constituição.
22
Será reu o arguido a partir do momento em que o juízo de suspeita que sobre ele recaía
se transformou em juízo de probabilidade, confirmado pelo juiz, ou seja, a partir da
pronúncia.
Por força do referido princípio, ao longo de todo processo o arguido deve ser tratado
como um inocente e nunca reduzido à mero objecto processual, sendo-lhe assegurado o
direito ao contraditório e o direito de participar activamente no processo oferecendo provas ou
informações que atestam a sua inocência, através de seu defensor ou pessoalmente.
Lembrando que desde a detenção até a fase de julgamento ocorre um lapso temporal
de tempo, ao arguido é sujeito a medidas que muitas vezes resultam violações. Lembrando
que é tarefa do Estado julgar, os processos penais modernos comportam limites resultantes da
obrigatoriedade de se respeitar a dignidade da pessoa humana e por sua vez proteger o arguido
durante toda a tramitação processual (www.julaw.co.ao).
Esse princípio tem várias implicações importantes para o sistema de justiça penal:
23
a) Ônus da prova: É responsabilidade do sistema de justiça provar a culpa do arguido e
não o contrário. Isso significa que a acusação deve apresentar evidências suficientes
para convencer o tribunal de que o arguido é culpado além de qualquer dúvida
razoável.
b) Preservação dos direitos do arguido: A Garantia Judiciária assegura que o arguido
tenha direitos fundamentais, como o direito a um julgamento justo, o direito de ser
informado sobre as acusações contra si, o direito de estar presente no julgamento, o
direito de ser defendido por um advogado e o direito de permanecer em silêncio.
c) Proibição de julgamentos midiáticos: A presunção de inocência ajuda a evitar que a
opinião pública e a mídia influenciem negativamente o processo judicial. Até que a
culpa seja comprovada legalmente, o arguido não deve ser tratado como culpado
perante a sociedade.
d) Prisão preventiva: A presunção de inocência também afeta a prisão preventiva. Ela
impede que um arguido seja mantido sob custódia antes do julgamento, a menos que
haja uma razão substancial para acreditar que a liberdade do arguido representaria um
perigo claro e iminente para a sociedade ou que há um risco significativo de fuga.
e) Apelações e recursos: A Garantia Judiciária garante que o arguido tenha o direito de
recorrer da decisão do tribunal, caso seja considerado culpado. Isso permite que a
pessoa condenada tenha a oportunidade de buscar revisão judicial e reexame do caso.
Ex.: direito de acesso aos tribunais para defesa dos direitos, princípios do nullum
crimen sine lege e nulla poena sine crime, direito de habeas corpus.
Ciente que o Estado cumpre construir os mecanismos que garantem a liberdade dos
cidadãos, o programa do Estado angolano para a justiça, elegeu a Constituição como
objectivos fundamentais a segurança dos cidadãos, a prevenção e repressão do crime e a
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recuperação do delinquente como forma de defesa social, tal entendimento se depreende do
preceituado no artigo 1º da Constituição da República de Angola.
Não é menos verdade afirmar neste trabalho que, a luz do ordenamento jurídico
angolano as garantias são verdadeiros meios de defesa para quem está na posição de arguido.
É claro e impressivo que ninguém hoje admitiria discutir em tribunal os seus direitos
sem a garantia de um juiz legal, independente.
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garante da legalidade em termos de direitos fundamentais dos cidadãos, durante a fase de
instrução preparatória no processo penal (Henriques, 2021, p. 71).
Esse princípio perdura até os dias atuais como um dos institutos de defesa mais
relevantes em favor do acusado em processos penais. De acordo com o artigo 67.º, n.º 2 da
CRA, "Todo cidadão é presumido inocente até que a sentença de condenação seja definitiva".
26
O n.º 2 do artigo 67.º dispõe que se presume inocente todo cidadão até ao trânsito em
julgado da sentença de condenação.
Este principio tem especial relevância no domínio das medidas de coação que não
deverão ser aplicadas, senão nos estritos limites das necessidades processuais e compaginadas
com as exigências cautelares do caso concreto. O desvio na aplicação das medidas cautelares,
nomeadamente, como antecipação da pena, é incompatível com o princípio da presunção de
inocência.
O individuo deve presumir-se inocente até decisão transitada em julgado. Basta que
seja evocada a presunção de inocência para que seja reservado ao arguido tratamento igual ao
conferido aos restantes participantes processuais. São, por isso, absolutamente inadmissíveis
quaisquer considerações ou insinuações que representam uma antecipação do juízo de culpa.
Grande parte das vezes não se mostra necessário evocar o princípio da presunção de
inocência, bastará fazer recurso às normas éticas e de mera cortesia. A presunção de inocência
não exige que o arguido seja tratado por excelência, mas como senhor e pelo seu nome
próprio que constitui o tratamento habitual na nossa sociedade.
O arguido só se presume inocente porque existe fundada suspeita de que seja culpado.
Por haver indícios de responsabilidade é que lhe são concedidos direitos de defesa para ele
poder ilidir.
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para além destes direitos e deveres, existem outros igualmente importantes para o regime
jurídico do arguido em processo penal.
O arguido tem o direito de estar presente nos actos processuais que directamente lhe
digam respeito, nomeadamente no debate instrutório e na audiência de julgamento. (art.º
379.º, 342.º e 343 do CPPA). Salvo as excepções admitidas por lei, o arguido tem o direito de
estar presente nos actos processuais que directamente lhe disserem respeito. (art.º 67.º do
CPPA).
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Na instrução preparatória, nos termos dos artigos 169.º, 171.º, 172.º, 165.º, 166.º, al. a) no n.º
2 do artigo 312.º, al. c) do n.º 1 do artigo 313.º e artigo 446.º.
O arguido deve ser informado, pelas autoridades judiciárias ou pelo Órgão de Polícia
Criminal perante quem seja obrigado a comparecer, dos direitos que a lei lhe concede.
O n.º 2 do artigo 390.º, n.º 3 do artigo 64.º, n.º 3 do artigo 166.º, n.º 2 do artigo 170.º e
al. b) do n.º 2 do artigo 84.º
O arguido tem direito a não responder às perguntas que lhe forem formuladas, quer
sobre os factos que lhe forem imputados quer sobre o conteúdo das declarações que acerca
deles prestar. O n.º 3 do artigo 390.º e n.º 3 do artigo 166.º do CPPA.
O arguido deve ser informado que goza do direito ao silêncio antes do interrogatório,
com a explicação que se mostre necessária (Reale, 2001).
O silêncio do arguido não pode ser interpretado como presunção de culpa. Por
desconhecer-se as razões que conduzem à opção pelo silêncio, não pode o arguido ser
prejudicado por esta razão, mantendo-se a presunção de inocência. A lei não estabelece
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punição para o arguido que fale à verdade. Não se trata de um direito de mentir, mas
simplesmente a não punição da mentira.
O arguido tem o direito de escolher defensor ou pedir ao magistrado competente que lho
nomeie. Este direito está consagrado na constituição (n.º 3 do art.º 67.º da CRA e alíneas
e) e f) do artigo 67.º do CPPA).
O arguido tem o direito a escolher defensor e a ser por ele assistido em todos os actos
do processo, especificando a lei os casos e as fases em que a assistência por advogado é
obrigatória. O arguido tem o direito de escolher defensor que o acompanhe nas diligências
policiais e judiciais (al. d) do art.º 67.º, 63.º da CRA e art.º 67.º 71.º do CPPA.
É uma garantia de defesa com dupla função, visto que por um lado têm uma função de
assegurar ao arguido o direito de ser assistido por uma defesa de sua livre escolha no curso do
processo, por outro lado, impõe que essa assistência seja obrigatória em certos casos e por sua
vez, seja definida pelo próprio legislador (Miranda & Medeiros 2010).
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A al. g) do art.º 67.º do CPPA faz menção à intervenção do arguido unicamente na
instrução preparatória e contraditória, mas ele também tem direito de intervir na audiência de
julgamento, onde a sua presença e consequente interrogatório são, em princípio, obrigatórios.
O arguido tem direito a imputar, mediante reclamação ou recurso, nos termos da lei, as
decisões que lhe forem desfavoráveis (al. h) do artigo 67.º
À luz do artigo 460.º do CPPA, é permitido recorrer de todas as decisões judicias que
não forem excluídas por lei.
O estatuto do arguido integra também deveres processuais. Nos termos do artigo 68.º
do CPPA, os deveres processuais são os seguintes:
h) Responder com verdade sobre a sua Identidade: Responder com verdade sobre a
sua Identidade" em um processo penal significa que, quando questionado durante o
processo judicial, a pessoa está obrigada a fornecer informações precisas e verdadeiras
sobre sua identificação pessoal. Isso inclui fornecer nome completo, endereço, data de
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nascimento e outros detalhes relevantes que ajudem a estabelecer sua identidade de
forma clara e inequívoca.
CONCLUSÃO
A protecção dos direitos e garantias fundamentais do arguido no processo penal
angolano desempenha um papel crucial na promoção da justiça, equidade e Estado de direito
no sistema de justiça criminal do país. Ao longo das últimas décadas, houve um
reconhecimento global da importância de assegurar que mesmo aqueles acusados de crimes
tenham seus direitos respeitados e garantidos durante todo o processo legal.
No contexto angolano, a proteção dos direitos do arguido é essencial para garantir que
o sistema de justiça seja justo, transparente e respeitador dos princípios democráticos. Isso
inclui o direito a um julgamento justo, o direito a ser informado sobre a natureza das
acusações, o direito a um advogado de defesa competente e independente, o direito a
permanecer em silêncio, o direito a não ser submetido a tortura ou tratamento cruel, entre
outros.
Através da proteção desses direitos e garantias, o processo penal angolano pode evitar
condenações injustas, assegurar a integridade das provas e contribuir para a construção de
uma sociedade mais justa e confiante no sistema de justiça. Além disso, a conformidade com
padrões internacionais de proteção dos direitos humanos também pode fortalecer a imagem de
Angola perante a comunidade internacional.
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Portanto, é essencial que Angola continue a investir em formação jurídica e em
infraestrutura judiciária, além de promover a conscientização sobre a importância da proteção
dos direitos do arguido. Isso envolve a colaboração entre órgãos judiciais, advogados,
defensores dos direitos humanos e outras partes interessadas para garantir que os direitos do
arguido sejam respeitados em todos os momentos.
SUGESTÕES
Por tanto, para reforçar a proteção dos direitos fundamentais do arguido no processo
penal angolano, sugere-se o seguinte:
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A criação de programas televisivos, palestras e cursos gratuítos informando e
ensinando às pessoas quais são os direitos e garantias do arguido, combatendo
desse jeito a ignorância que a nível cultural jurídico existente em Angola;
Outrossim, Rubricas nas Rádios para falar de direitos e garantias fundamentais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Antunes, M. (2022), Direito Processual Penal (4ª ed.), Editora, Almedina, Coimbra;
Henriques, Paulo (2021), o Juiz de Garantias em Angola (1ª ed.), Editora, Where Angola;
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Inácio, F. (2022). Estatuto Jurídico-Processual do Arguido, (1ª ed.), Editora, Alameda da
Universidade, Lisboa;
Ramos, V. A. G. (2011). Direito Processual Penal Noções Fundamentais (6ª ed.), Editora,
U.A.N, Luanda;
Sambo, J. (2022). Manual de Direito Processual Penal Angolano (1ª ed.), Editora,
Luanda;
Satula, B. (2016), Juris Penal e Processo Penal (1ª ed.), Editora, Universidade Católica
Pinto, C. (2005). Teoria Geral do Direito Civil (4ª ed.), Editora, Coimbra;
Capez, F. (2010). Curso de Direito Penal: Parte Geral (15ª ed), Editora, Saraiva;
Nucci, G. (2020). Manual de Processo Penal e Execução Penal (17 ª ed), Editora Forense;
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Vilela, A. (2000). Considerações acerca da presunção de inocência em direito processual
penal, Coimbra Editora;
AA.VV. (2022) Manual do Processo Penal Angolano. Lisboa: Camões, I.P. – Projeto de
Apoio à Consolidação do Estado de Direito (PACED) - PALOP/TL.
LEGISLAÇÕES
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