DISSERTAÇÃO UFC INCLUSÃO PACAJUS 2019 - Dis - Fedjunior
DISSERTAÇÃO UFC INCLUSÃO PACAJUS 2019 - Dis - Fedjunior
DISSERTAÇÃO UFC INCLUSÃO PACAJUS 2019 - Dis - Fedjunior
FORTALEZA
2019
FRANCISCO EUGÊNIO DANTAS JÚNIOR
FORTALEZA
2019
FRANCISCO EUGÊNIO DANTAS JÚNIOR
Data da aprovação:___/___/_____.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dr. Márcio de Souza Porto (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_____________________________________________
Prof.ª Dr.ª Vanda Magalhães Leitão
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_____________________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria Madalena da Silva
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)
Dedico este trabalho a todas as pessoas que
contribuem para uma escola inclusiva que
respeite as diferenças.
AGRADECIMENTOS
One of the major challenges concerning the current educational system is inclusive education.
This means that in many poor countries, millions of children and adolescents have never been
to a classroom. Nonetheless, we observe that the number of ideas and policies concerning
inclusive education has been increasing as a means to overcome this problem. However, a
quick research over this theme reveals crucial doubts about its practices and the policies
necessary to put them at work. The goal of this study is to analyze the process of inclusive
education at the CEJA Maria Joélia de Carvalho Silva, in the town of Pacajus-CE, from the
perspective of its subjects who are the actual participants of the process. As for the theoretical
foundation, we searched for authors who investigate the inclusion as well as documents that
serve as a base to the inclusive education in Brazil. In order to carry out this research, we have
adopted a qualitative research method, as for its objectives it is considered descriptive and for
the technical procedures: the bibliographic research, documental research, field research, case
study as well as the phenomenological method. For the field research we have administered
an individual questionnaire to the members of the school management and the teachers of
regular and multimedia classes. The analyses indicate that the conception and practices of
either teachers and school management carry inclusive conceptions since they point to the
necessity of both collaboration and articulation of those actors to consolidate the process of
school inclusion. Although the teachers who work in the Educational Support Services can
master the topic of inclusion, the regular teachers as well as the other professionals must be
properly trained in inclusion. Another issue raised was that of accessibility, for it is important
to reformulate the practices that ensure completely the right to learn for everyone. Thus, we
consider that the joint action of those involved is the thread to consolidate inclusive practices
at the school.
Tabela 1 – Distribuição dos docentes e gestores do CEJA Maria Joélia de Carvalho Silva,
segundo variáveis demográficas ............................................................................. 86
Tabela 2 – Proporção de professores segundo titulação ........................................................... 87
Tabela 3 – Distribuição dos docentes e gestores do (CEJA) Maria Joélia de Carvalho Silva,
de acordo com as variáveis ocupacionais ............................................................... 87
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13
2 POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ASPECTOS
CONCEITUAIS ................................................................................................................... 17
2.1 Avanços e desafios das políticas públicas para as pessoas com necessidades
especiais ............................................................................................................................. 29
2.2 Tensões e contradições na política pública de inclusão ................................................. 31
2.3 Discussões sobre as práticas inclusivas nos eixos da organização sociopolítica.......... 33
2.4 Atores envolvidos com a política de inclusão ................................................................. 38
2.5 Políticas públicas: aplicação de recursos e funções ....................................................... 39
3 MARCOS DA TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL .............. 44
3.1 A Educação de Jovens e Adultos numa perspectiva de inclusão educacional ............ 70
4 DELINEAMENTO DO PERCURSO METODOLÓGICO ............................................ 80
4.1 Abordagem e método........................................................................................................ 81
4.2 Cenário do Estudo ............................................................................................................ 81
4.3 Caracterização dos Sujeitos da pesquisa ........................................................................ 86
4.4 Instrumentos de coleta de dados ..................................................................................... 87
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................................... 91
5.1 Resultados e discussões com base em categorias ........................................................... 91
5.2 Percepção dos sujeitos sobre escola inclusiva, o processo de inclusão e o papel do
professor e do gestor ........................................................................................................ 91
5.3 Compreensão sobre as práticas de professores e profissionais da gestão numa
perspectiva colaborativa ................................................................................................ 101
5.4 Visão dos professores e dos gestores com relação à acessibilidade em suas várias
dimensões ........................................................................................................................ 113
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 122
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 127
APÊNDICE A — QUESTIONÁRIO .................................................................................. 145
APÊNDICE B — TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ....... 149
13
1 INTRODUÇÃO
Easton (1953 apud SANTOS, 2016) define políticas públicas como a alocação
autoritária de valores para a sociedade. Já para Kaplan e Laswell (1979 apud SANTOS,
2016), política pública é compreendida como programa de metas, valores e práticas. Para
Friedrichh (1963 apud SANTOS, 2016), é essencial para o conceito de política pública que
haja uma meta, objetivo ou propósito.
Terra (2016, p. 74) coloca que “políticas públicas consistem em ações tomadas
pelo Estado que têm como objetivo atender aos diversos setores da sociedade civil”. A autora
ainda continua: “essas políticas são muitas vezes feitas juntamente e com o apoio de
Organizações Não Governamentais (ONGs) ou de empresas privadas”.
Tais definições explicitam uma diferença específica entre ações do governo e
programa global de ação para um objetivo determinado. A questão maior, porém, é insistir
que as ações governamentais precisam ter objetivos para serem rotuladas de políticas
públicas. Numa reflexão de senso comum, assumimos que se o governo escolhe fazer alguma
coisa, é preciso ter metas e objetivos. Apesar de Dye (1984 apud SOUZA, 2018, p. 15)
“sintetizar a definição de política pública como o que o governo escolhe fazer ou não fazer”,
raramente se questiona os motivos dessas decisões. Assim, um estudo sobre políticas públicas
deve considerar o estudo das omissões, dos silêncios e das lacunas.
Alguns fatores em tais reflexões são incontornáveis, principalmente o fato de que
os governos são formados por grupos de interesses que tomam decisões e elaboram as
políticas públicas, a partir de diversos modelos e definições, para que se entendam seus
efeitos e ações. Mais ainda, a política pública permite distinguir o que o governo pretende
fazer daquilo que realmente faz. A política pública envolve vários atores e níveis de decisão,
embora seja materializada através dos governos, e não se restringe a meros participantes
formais, uma vez que os informais não devem ser desconsiderados. A política pública nunca
se limita à legislação e às normas, é uma ação intencional, com objetivos a serem alcançados,
embora tenha resultados ou não em curto prazo, é pensada para ter uma longa duração.
Outro ponto importante a salientar é, segundo Terra (2016, p. 74), que:
Os responsáveis legais por elaborar e aplicar as políticas públicas são aqueles que
detêm o poder público; no entanto, estes podem aceitar propostas de movimentos
sociais e organizações da sociedade civil, e também fechar parcerias com empresas,
sindicatos, entidades profissionais ou organizações não governamentais (ONGs)
para colocar as medidas em prática.
Por fim, em síntese, de acordo com esse conceito, as políticas públicas são ações
20
Segundo Ferreira (2006 apud BORGES et al., 2013, p. 420), “a década de 1990
trouxe um conjunto amplo de reformas estruturais e educacionais, inspiradas e encaminhadas
por organismos internacionais e caracterizadas pelo discurso da Educação para Todos.
[…] concentra-se na busca pelo acesso a quatro utopias básicas: autonomia de renda
(capacidade do indivíduo de suprir as necessidades vitais, culturais e sociais),
desenvolvimento humano (condição dos indivíduos em sociedade de desenvolverem
suas capacidades intelectuais e biológicas de forma a atingir o maior grau de
capacidade humana possível), equidade (garantia de igualdade de direitos e
oportunidades respeitando a diversidade humana) e qualidade de vida (a
democratização dos acessos ás condições de preservação do homem, da natureza e
do meio ambiente e a redução da degradação ambiental). […] Entendendo o caráter
multidimensional do conceito de inclusão social [a] definição de inclusão, [é
concebida como] o processo estabelecido dentro de uma sociedade mais ampla que
busca satisfazer necessidades relacionadas à qualidade de vida, desenvolvimento
humano, autonomia de renda e equidade de oportunidades e direitos para os
indivíduos de grupos sociais que em alguma etapa da sua vida se encontram em
situação de desvantagem com relação a outros membros da sociedade.
[…] a inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, pois não atinge
apenas alunos com deficiência e os que apresentam dificuldades de aprender, mas
todos os demais, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. Na
perspectiva inclusiva, suprime-se a subdivisão dos sistemas escolares em
modalidades de ensino especial e de ensino regular. […] As escolas atendem às
diferenças sem discriminar, sem trabalhar à parte com alguns alunos, sem
estabelecer regras específicas para se planejar, para aprender, para avaliar
(currículos, atividades, avaliação da aprendizagem para alunos com deficiência e
com necessidades educacionais especiais).
A escola especial não foi criada com o objetivo de segregar as pessoas com
deficiência, mas para oferecer a elas a oportunidade de ensino que o sistema escolar
lhes negava. A institucionalização da deficiência significou a oferta de ensino ás
pessoas com deficiência em locais especializados. A desinstitucionalização foi o
processo de transferência gradual dessas pessoas das instituições especializadas para
as escolas regulares.
A partir dessa necessidade, criou-se o modelo social de deficiência, que tem por
característica principal apontar as barreiras existentes na sociedade que impedem o
desenvolvimento das pessoas com deficiência e a sua inserção social. Em termos de
educação, a inclusão se tornou necessária na medida em que a sociedade moderna
vem levando cada vez mais em conta a participação das pessoas com deficiência nos
seus diversos segmentos.
Ainda segundo a autora, “[há] dois segmentos de excluídos: o dos alunos com
deficiência, a maioria dos quais sequer está na escola, e os alunos considerados deficientes
circunstanciais, por serem tratados como doentes e por não receberem as respostas educativas
de que necessitam”.
Além da exclusão formal que há pouco comentamos, segundo Fávero (2009, p.
16):
Mantoan (2006, p. 19) corrobora essa ideia quando defende que: “[…] a inclusão
implica uma mudança de perspectiva educacional, porque não atinge apenas os alunos com
deficiência e os que apresentam dificuldade de aprender, mas todos os demais”.
Ainda segundo a autora, “a maior parte de nossos alunos é constituída pelos que
não conseguem acompanhar seus colegas de turma, os indisciplinados, os filhos de pobre, os
filhos de negro e outros”. (MANTOAN, 2006, p. 25).
E há ainda aqueles, como Mittler (2003, p. 34), para os quais: “A inclusão é
26
baseada em um sistema de valores que faz com que todos se sintam bem-vindos e celebra a
diversidade tendo como base o gênero, a nacionalidade, a raça, a linguagem de origem, o
background social, o nível de aquisição educacional ou da deficiência”.
Dando prosseguimento à sua concepção, continua o autor: “a exclusão social
começa muito cedo […] tem raízes na pobreza, moradia inadequada, doença crônica e
desemprego […] e nos obstáculos adicionais como gênero, raça, religião e deficiência”
(MITTLER, 2003, p. 34).
Outra causa de exclusão no contexto internacional se refere ao fato da ociosidade.
Segundo Mittler (2003, p. 103), “o número de crianças excluídas por se ausentarem das aulas
é uma questão discutível, porque é fácil definir a ausência sem autorização”.
Ainda segundo o autor, “a exclusão formal é apenas uma das formas de exclusão,
outras podem ser refletidas nas políticas que separam as crianças pelo insucesso escolar, além
da criação de categorias de alunos desmotivados, taxadas de difíceis” (MITTLER, 2003, p.
137).
A partir dessas considerações, vislumbra-se que as questões relacionadas à
inclusão versus exclusão têm em seu cerne questões complexas que envolvem reestruturação
do sistema educacional inclusivo no que diz respeito às concepções, princípios e diretrizes,
cumprimento das políticas públicas de educação inclusiva, remoção de barreiras físicas e
atitudinais para a participação e aprendizagem de todos, com foco na capacidade e
oportunidades educativas, no sentido de que cada uma tem a capacidade de aprender ao invés
de o foco estar na deficiência, pois a deficiência em si não representa um obstáculo para a
aprendizagem e o desenvolvimento, pois os obstáculos são antes decorrentes das relações
sociais que do fator físico/biológico em si.
Diante do exposto, a inclusão deve ter como foco a aprendizagem de todos, sem
que ninguém seja excluído do processo educacional em decorrência de fatores de ordem
socioeconômica, gênero, religião, dificuldade de aprendizagem, distúrbios de aprendizagem,
necessidades especiais, gravidez, por deficiência ou indisciplina.
No Reino Unido […] o termo escola compreensiva […] foi estabelecido como uma
reação ao sistema que alocava crianças em escolas de tipos diferentes em sua
capacidade, reforçando as desigualdades baseadas nas classes sociais existentes.
[este movimento] na Inglaterra […] nos Estados Unidos [e] em Portugal, têm como
premissa o desejo de criar um tipo único de escola para todos capaz de servir uma
comunidade socialmente diversificada. Na Noruega […] embora a forte ênfase na
educação para comunidades locais facilitasse o aumento de estudantes matriculados
em instituições especiais segregadas, esta ênfase não foi seguida de um movimento
igualmente forte de reforma da escola regular para aceitar e valorizar a diferença.
Em outros países, houve destaque para a assimilação daqueles estudantes percebidos
como diferentes dentro da homogeneidade da normalidade, em vez da transformação
pela diversidade.
É preciso que sejam dadas condições para que as pessoas tenham como exigir por
elas mesmas os direitos como pessoa com necessidade especial ou não. Nesta perspectiva, o
grande desafio é garantir a equidade a partir das necessidades particulares de cada um.
Segundo Mantoan (2006, p. 1):
Nesse sentido, para que se concretize uma escola para todos, faz-se necessário
entender os mecanismos que contribuem para a exclusão escolar decorrentes de fatores de
ordem social e econômica, de políticas públicas, e aqueles intrínsecos à vida do aluno, no
sentido de pressionar os responsáveis pela proposição de políticas públicas e sociais para que
se possa oferecer o suporte necessário aos processos de ensino, aprendizagem e apoio
educacional que corroborem para um modelo de educação inclusiva e de qualidade para
todos.
Esse processo pode ser iniciado numa escola verdadeiramente inclusiva, integrando
a todos, sem exclusões, onde cada aluno é reconhecido em sua individualidade, onde
os sistemas e as escolas precisam transforma-se, onde a ressignificação do papel de
escola envolve atitudes políticas e pedagógicas.
2.1 Avanços e desafios das políticas públicas para as pessoas com necessidades especiais
Nesta perspectiva, desde a década de 90, o Governo Federal tem implantado e/ou
fomentando um conjunto de ações nas várias áreas dos serviços públicos como parte
do que tem sido denominada “política de inclusão social”. [Desta forma] essas ações
30
Ainda segundo o autor, “[…] tais categorias na análise das políticas de educação
especial no Brasil, estas são pensadas em contexto de amplo acesso dos estudantes com
deficiência ao ensino regular, produzindo efeitos na organização escolar e demandando
posicionamentos das redes de ensino” (GARCIA, 2016, p. 09).
Assim, é inegável a presença de análises restritas da realidade da inclusão,
propostas por agentes externos ao processo, que se baseiam somente em métodos
quantitativos para mensurar os fatores que influenciam a eficiência e eficácia da política para
tomada de decisões.
33
[…] uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional, que, por sua
vez, abala a identidade dos professores e faz com que seja ressignificada a
identidade do aluno. O aluno da escola inclusiva é outro sujeito, que não tem uma
identidade fixada em modelos ideais, permanentes, essenciais.
1
O Programa Escola Acessível, da Secretaria de Educação Especial, busca adequar o espaço físico das escolas
estaduais e municipais, a fim de promover acessibilidade nas redes públicas de ensino. As escolas interessadas
em participar devem apresentar suas demandas de acessibilidade no Plano de Desenvolvimento da Escola
(PDE Escola). Em 2009, serão priorizadas 27 mil escolas. Entre 2007 e 2008, foram atendidas 2.543 escolas.
Os recursos serão repassados por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) à unidade executora.
36
[…] não estamos caminhando decisivamente em direção a inclusão, seja por falta de
políticas públicas apontadas para esses novos rumos, seja por outras razões menos
abrangentes, mas relevantes, como pressões corporativas, ignorância dos pais,
37
Ainda segundo a referida autora, “na base de tudo está o princípio democrático da
educação para todos, que só se evidencia nos sistemas educacionais que se especializam em
todos os alunos, e não apenas em alguns deles – os com deficiência” (MANTOAN, 2006, p.
40).
Essa política reposiciona o papel da escola no sentido de contrapor valores
baseados em conceitos de homogeneidade e normalidade, garantindo que todos usufruam da
aprendizagem e da participação.
Com relação à organização das turmas no ensino inclusivo, as pessoas com
necessidades especiais estão matriculadas na escola regular, onde a unidade escolar se prepara
para receber os alunos de forma a atender as suas necessidades, onde os alunos com e/ou sem
necessidades especiais interagem, participam e aprendem juntos.
É preciso também contar com a interface do professor do AEE no sentido de
garantir um conjunto de atividades e de recursos de acessibilidade e pedagógicos que
complementem ou suplementem a formação do estudante, tendo em vista a sua aprendizagem
e autonomia.
É sabido que as políticas públicas e as iniciativas para implantação da educação
inclusiva são inúmeras, requisitando mudanças no sistema escolar como um todo, partindo da
premissa de que os alunos são diferentes e têm ritmo de aprendizagem diferente, oferecendo
serviços e apoio educativos de acordo com a necessidade especial do educando.
Com relação à organização das práticas inclusivas, a educação inclusiva se baseia
no direito de todos de serem acolhidos em suas diferenças, sugerindo mudanças na gestão e na
formação de professores para o AEE e dos demais profissionais para a inclusão.
Nessa perspectiva, devem ser observados aspectos quanto à convivência de alunos
com ou sem necessidades especiais no que diz respeito ao olhar do outro nessa relação,
conscientizando-o de que os alunos devem aprender juntos, sem nenhuma forma de
discriminação.
Outro fator importante nessa construção é a filosofia de escola que compreenda as
singularidades do aluno no processo de aprender. É necessário “[…] reconhecer a igualdade
de aprender como ponto de partida e as diferenças no aprendizado como processo e ponto de
chegada” (MANTOAN, 2006, p. 20).
38
Portanto, nessa relação entre políticas públicas e seus diversos atores, é preciso
que haja uma sintonia entre os que controlam os recursos e operam no processo de efetivação
das políticas definidas e a presença do monitoramento e controle social, tendo em vista a
efetivação de direitos a favor dos beneficiários.
Nesta perspectiva, os ativistas dos direitos das pessoas com deficiência e os
beneficiados pela educação inclusiva, sujeitos muitas vezes excluídos historicamente do
sistema regular de ensino em razão de sua deficiência, precisam ser reconhecidos e se
reconhecer nesse processo.
Segundo Rodrigues (2011, p. 50): “[…] para que o programa e a política saiam do
papel, é preciso interpretar o ambiente para planejar/organizar ações, decidir sobre os
benefícios/serviços que se pretende implementar, e de onde serão extraídos os recursos para
sua implementação”.
Corroborando o disposto, Schmidt (2014 apud OLIVEIRA; SPLENGER, 2012, p.
137) afirma:
[Se tivermos] uma sociedade permeada de preconceitos, onde a partir de uma lógica
segregadora exclui os que não se adaptam ao seu sistema manipulador, por
conseguinte também podemos ter uma escola que exclui e segrega, ou seja, que
promove a barbárie no contexto educacional [pois] A barbárie se materializa nas
escolas quando os responsáveis pela transformação educacional vivenciam uma
educação que não é emancipatória, de forma que não vislumbram um ensino
humanizado, ou seja, de e para todos. (ANDRADE, 2016, p. 19).
Segundo Silva (2014, p. 25), “apesar disso, sabemos que essas mudanças estão
intimamente ligadas aos períodos históricos correspondentes, pois foram produtos de políticas
públicas baseadas nas visões e concepções em tais momentos”.
Nesta perspectiva, ao final do século XIX e início do século XX foram fundadas,
ainda, o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento a pessoas com
deficiência mental; em 1954, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), e em
1945 o primeiro atendimento educacional especializado em pessoas com Superdotação na
sociedade Pestalozzi, ambas sob o domínio da visão organicista2 sobre a deficiência.
Segundo Barreto e Barreto (2014, p. 15):
A educação especial no Brasil, apesar de ter ido além da visão organicista e ter
introduzido o olhar psicológico e psicopedagógico na educação da criança
deficiente, não se afastou do caráter de institucionalização na educação dessas
crianças. Com o objetivo de proporcionar um ensino mais adequado e especializado,
contribuiu para a exclusão dos “diferentes” das salas de aula das escolas regulares.
Além disso, houve um critério de generalização da deficiência intelectual que passou
a englobar qualquer comportamento que não correspondesse aos padrões sociais e
escolares da época.
2
Concebe a deficiência como sinônimo de doença (VERARDI, 2012, p. 06).
45
Na década de 60, um artigo da Lei 4024/61 sugeria que a educação dos sujeitos
considerados deficientes fosse enquadrada no sistema geral de educação, com a
finalidade de integrá-los à comunidade. Na década seguinte, a Lei 5692/71 previa
tratamento especial para os alunos que apresentavam deficiências físicas e mentais e
superdotados, também em um único artigo.
Esse dispositivo legal veio sofrer modificação pela LDB nº 5.692/1971, ao definir
que o público-alvo da educação especial deveria receber tratamento especial, cujo
entendimento tinha como fundamento encaminhá-los para classes e escolas especiais
(BRASIL, 1971).
46
Desde a década de 1970, o Brasil vem passando por modificações nas suas leis e
incentivando as práticas de educação inclusiva. Essas mudanças incluem a
atualização dos documentos oficiais que estabelecem as diretrizes para a
implementação da educação inclusiva e o objetivo de se disseminar a ideia de que a
educação inclusiva é um direito e uma prática benéfica, tanto para os alunos com
deficiência quanto para os sem. Essas alterações contribuíram para uma maior
preocupação em relação à reformulação e à implantação das práticas relativas a essa
modalidade de ensino. (SILVA, 2017, p. 01).
do ensino ministrado na rede regular para todos os alunos. Mas na LDB (em seus
artigos 58 e seguintes) consta que a substituição do ensino regular pelo ensino
especial é possível.
A Constituição Federal Brasileira (BRASIL, 1988) tem seu foco numa perspectiva
generalista, apesar de as necessidades de uma deficiência não serem as mesmas das outras, o
que torna o grupo mais disperso pela ótica do Estado.
Nesta conjuntura, o Brasil vivencia uma etapa de efervescência dos movimentos
sociais que demandam usufruto de direitos conquistados, mas, nem sempre, respeitados
(FRANÇA; PAGLIUCA; BAPTISTA, 2008, p. 113).
Ainda no âmbito Federal, a Lei nº 7.853/1989 passou a atribuir ao Ministério
Público a defesa dos interesses da “Pessoa Portadora de Deficiência” (BRASIL, 1989). Para
Barreto e Barreto (2014, p. 17):
[...] a Lei nº 7.853/89 passa a atribuir ao Ministério Público à defesa dos interesses
da “Pessoa Portadora de Deficiência”. Essa lei, além de tratar de matérias sobre a
melhoria na qualidade de vida dos deficientes, como saúde, educação e trabalho,
criminaliza a conduta de discriminar o “portador de deficiência”. Regulamenta
também a questão da acessibilidade nas edificações de acesso ao público
(BARRETO; BARRETO, 2014, p. 17).
3
A Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em 1990 na Tailândia, contou com o patrocínio do
Banco Mundial, da UNESCO, do Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF, e do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD –, tendo como objetivo oferecer diretrizes à redefinição das
50
políticas públicas dos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) no âmbito da Educação na
última década. Deste evento mundial, resultaram posições consensuais, principalmente dos nove países com
maior taxa de analfabetismo e maior contingente populacional do mundo: o ‘E9’, isto é, os nove países que
assinaram a Declaração de Nova Délhi, que são: Indonésia, China, Bangladesh, Brasil, Egito, México, Nigéria,
Paquistão e Índia” (MOCELIN, 2011, p. 5).
4
Como passo inicial para uma nova visão de educação para pessoas com deficiência, em 1994 foi promovida
pelo governo da Espanha, em parceria com a UNESCO, a Conferência Mundial sobre Necessidades
Educacionais Especiais, que acabou resultando em um dos documentos mais importantes para a promoção da
Educação Inclusiva em todo o mundo, intitulada a ‘Declaração de Salamanca’, que vai nortear caminhos e
atitudes para se desenvolver uma educação de qualidade para todos os indivíduos” (SANTOS; SANTOS, 2012,
p. 5).
51
aprendizagem dessas pessoas, tendo como proposta fundamental focar o ensino nas
possibilidades do aluno em aprender através da educação de qualidade numa perspectiva de
igualdade de oportunidades de aprendizagem para todos, onde a escola deve trabalhar em
parceria com outros setores da sociedade que contribuem para complementar as atividades
desenvolvidas na escola.
Reforça o caráter educacional, ao afirmar que cada pessoa – criança, jovem ou
adulto – deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para
satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. Essas necessidades compreendem tanto
os instrumentos essenciais para a aprendizagem (como a leitura e a escrita, a expressão oral, o
cálculo, a solução de problemas) quanto os conteúdos básicos da aprendizagem (como
conhecimentos, habilidades, valores e atitudes) necessários para que os seres humanos possam
sobreviver, desenvolver plenamente suas potencialidades, viver e trabalhar com dignidade,
participar plenamente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida, tomar decisões
fundamentadas e continuar aprendendo. A amplitude das necessidades básicas de
aprendizagem e a maneira de satisfazê-las variam segundo cada país e cada cultura, e,
inevitavelmente, mudam com o decorrer do tempo.
Por fim, segundo Bedaque (2001, p.64), “embora o documento ressalte o quanto
as pessoas com deficiência têm o direito de participar do sistema educacional geral, ele trata
muito mais da necessidade de a escola oferecer acesso, permanência para todos os alunos,
principalmente das camadas pobres da população”. “Apesar do aparente progresso havido
visando chamar a atenção para as possibilidades de um sistema educacional inclusivo para
todas as crianças, especificamente incluindo crianças com deficiências, isto só aconteceria na
Declaração de Salamanca”. (AINSCOW, 2006 apud FÁVERO, 2009, p. 18).
A partir do ano de 1994, com a Declaração de Salamanca, que dispõe sobre
princípios, políticas e práticas na área das necessidades educacionais especiais, o governo
brasileiro, através do Decreto nº 3.298/1999, que regulamenta a Lei nº 7.853/1989, que dispõe
sobre a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as
normas de proteção e dá outras providências (BRASIL, 1989; 1999).
A Declaração de Salamanca estabelece como princípio a ampliação da inclusão de
alunos com deficiência nas escolas regulares, proclamando que (1994, p. 1):
• toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade
de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem,
• toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de
aprendizagem que são únicas,
52
As mudanças no pensar, sentir e fazer a educação para todos não depende apenas de
alguns, mas das respostas apresentadas pela escola, através da oferta da educação de
qualidade, articuladas com políticas públicas de distribuição de recursos financeiros,
programas de saúde, nutrição, bem-estar familiar, trabalho, emprego, ciência e
tecnologia, transportes, desporto e lazer (CARVALHO, 1997, p. 79).
53
Proclama que aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso
à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança,
capaz de satisfazer a tais necessidades (DECLARAÇÃO…, 1994).
Conforme Alves e Duarte (2011, p. 210):
Com relação aos princípios e às normas que regem a educação brasileira, nossa
referência é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/1996. Porém, a partir de
sua promulgação, houve a inversão na ordem de responsabilidades dos atores contemplados
na lei, conforme o próprio artigo do disposto legal: “Art. 2º: A educação, dever da família e
do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem
por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996, p. 01). Suprime um direito ao
princípio constitucional de que a educação é um direito de todos.
Ao discutir a intencionalidade da medida, a referida Lei da Educação inverte o
preceito da Constituição Federal de 1998, Art. 205, que é “A educação, direito de todos e
dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988, p. 66).
O conteúdo do Art. 205 da Constituição Federal fica comprometido com a Lei nº
9.394/1996, que ao regulamentar tais dispositivos constitucionais, referentes ao dever com a
educação, inverte a responsabilidade do Estado, colocando a família em primeiro lugar.
Assim, fica claro o propósito de desobrigar o Estado (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS
TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO, 1997, p. 29).
A referida lei preconiza, em seu art. 59, que os sistemas de ensino devem
assegurar aos estudantes currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender
às suas necessidades. Assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental em virtude de suas deficiências, e intensifica
a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. Também
define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço
nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (BRASIL, 1996, p. 8) e “[…]
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (BRASIL, 1996, p.
37).
Segundo Saviani (2016, p. 217-218):
A LDB 9394/96 estabelece que a oferta da educação especial deva ser feita
preferencialmente na rede de ensino regular, complementada por serviços
especializados, prevendo também recursos destinados aos alunos que não puderam
ser inseridos nesta modalidade de ensino, assim como garantir a oferta da educação
especial desde ensino infantil, dentro de uma proposta pedagógica focada nas
especificidades do educando, atuando também na formação do professor e no
desenvolvimento pleno do educando. […] Apesar do caráter impreciso quanto à
56
Mesmo diante dos avanços produzidos pela LDB 9.394/96 ao fazer referência ao
direito de todos frequentarem a sala comum, recua ao permitir que o apoio especializado
ocorra num espaço apartado da escola.
Diante do exposto, a inclusão é um desafio para os sistemas educacionais em
modificar o sistema escolar como um todo, com o intuito de oferecer educação de qualidade
para todos, porém, a partir do entendimento de inclusão numa perspectiva relacional que não
se encerra apenas no processo de escolarização, Mittler (2003, p. 42) ressalta que: “sabemos
que investir na educação constitui o único meio mais efetivo de elevar os padrões de vida e de
saúde de uma nação”.
Portanto, a inclusão como educação para todos parte do pressuposto que todos
sejam incluídos em suas especificidades independentemente de idade, classe social ou gênero.
Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/1989, ao dispor
sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a
educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de
ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial ao ensino regular
(BRASIL, 1989; 1999).
Nessa perspectiva,
[...] a Convenção da Guatemala […] afirma que as pessoas com deficiência têm os
mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas,
definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou
exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas
liberdades fundamentais (BRASIL, 2008a, p. 4).
Entre as décadas de 1970 e 1990, as opções para os alunos com deficiência eram a
escola especial filantrópica ou a classe especial nas escolas públicas. Ambas não
eram garantia de escolarização, pois ainda imperava a cultura de institucionalização
ou da integração. Nesses espaços, “os alunos deficientes” recebiam uma abordagem
de socialização, autocuidado e, em algumas situações, uma alfabetização para
situações de funcionalidade. Podiam “aprender” um ofício, mas sem a intenção de
ingresso no mercado de trabalho formal. O objetivo instrucional se limitava a
atividades passíveis de repetição, centrado em um modelo de treinamento.
Todas as crianças, jovens e adultos, em sua condição de seres humanos, têm direito
de beneficiar-se de uma educação que satisfaça as suas necessidades básicas de
aprendizagem, na acepção mais nobre e mais plena do termo, uma educação que
signifique aprender e assimilar conhecimentos, aprender a fazer, a conviver e a ser.
Uma educação orientada a explorar os talentos e capacidades de cada pessoa e
desenvolver a personalidade do educando, com o objetivo de que melhore sua vida e
transforme a sociedade (MARCO DE DAKAR5 UNESCO, 2000, p. 08).
4
Na reunião de Dakar (2000), na qual foi avaliada a década mundial da proposta de educação para todos,
conclui-se que, apesar dos avanços alcançados em muitos países, signatários dos documentos de Jomtien
(1990), ainda há mais de um milhão de crianças sem acesso à educação primária e 880 milhões de adultos
analfabetos […]. Se não avançarmos rapidamente na concretização da educação para todos, não se logrará
atingir os objetivos de redução da pobreza, adotados no plano nacional e internacional, e se acentuarão ainda
mais a desigualdade entre países e dentro de uma mesma sociedade (marco de ação de Dakar, p. 08).
58
5
A Convenção da Guatemala, promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956 de 08 de outubro de 2001,
Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas
Portadoras de Deficiência, tem como objetivo prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as
pessoas portadoras de deficiência e propiciar sua plena integração à sociedade, conforme o artigo II, além de
afirmar que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as
demais pessoas, repercutindo-se, dessa forma, na educação, pois exige-se uma reinterpretação da educação
especial, compreendida no contexto da diferenciação, adotado para promover as barreiras que impedem o
acesso à escolarização (MIRANDOLA, 2010, p. 22-23).
59
Recursos Multifuncionais, sendo 36.385 SRMs do tipo I e 1.416 SRMs do Tipo II, atendendo
aproximadamente a 5.019 municípios brasileiros. Das 37.801 SRMs, 4.345 se encontram na
Região Norte, 12.563 na Região Nordeste, 3.678 na região Centro-Oeste, 9.257 na região
Sudeste e 7.958 na Região Sul, conforme dados do Painel de Controle do MEC7.
A sala de recurso multifuncional do tipo II contém todos os materiais da sala do
tipo I, acrescidas de recursos de acessibilidade específicos para alunos com deficiência visual.
(BRASIL, 2010a, p. 12).
Em 2007, seguindo os movimentos em favor da inclusão das pessoas com
necessidades especiais, Silva (2017, p. 15) afirma:
6
Podem ser acessados em: http://painel.mec.gov.br/painel/detalhamentoIndicador
61
Nosso país já avançou muito em medidas para a educação inclusiva, [pois] tem
investido em acessibilidade para cada tipo de deficiência, no ambiente físico, na
comunicação e na informação, nos transportes e em políticas de ação afirmativa e de
superação da pobreza. (BRASIL, 2007, p. 07).
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdades de condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2007, p. 16).
Do ponto de vista legal, o Brasil está na vanguarda […] no que concerne a educação
inclusiva. […], porém uma nova luta começa no sentido de concretizar no cotidiano
da escola o que já temos garantido por lei. […], pois no Brasil uma parte importante
de crianças ainda não frequenta, o sistema público de ensino.
Apesar dos avanços, […] boa parte das crianças e dos adolescentes excluídos da
escola tem algum tipo de deficiência. No entanto, não existem estatísticas que
permitam mensurar a quantidade de crianças com deficiência que ainda permanecem
fora da escola no Brasil, apesar dos esforços realizados por diferentes setores do
poder público e da sociedade civil para promover a inclusão.
O maior obstáculo para a mudança está dentro de nós mesmos, seja nas nossas
atitudes, seja nos nossos medos. A nossa tendência é a de superestimar as
dificuldades que podem enfrentar as pessoas com deficiência, assim como temer os
desapontamentos que eles podem experimentar se ‘falharem’.
[…] esses organismos multilaterais, como Banco Mundial, FMI e outros, não apenas
formulam condições para empréstimos, como também atuam paralelamente ao
Estado como implementadores de reformas educacionais. Dentre essas reformas,
destaca-se a prioridade dos investimentos na Educação Básica, visando uma
formação estritamente para o mercado de trabalho, em que não há interesse que a
70
escola forme sujeitos críticos e reflexivos que estejam aptos a produzir ciência e
conhecimento.
Na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208, surge, pela primeira vez, a EJA
como direito de todos propondo ‘ensino fundamental obrigatório e gratuito,
assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso
na idade própria’. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo
37, reafirma a Constituição Federal, indo além da Educação Básica: ‘A educação de
jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de
estudos no ensino fundamental e médio na idade própria’.
71
educativo ao longo de toda a vida é um direito social inalienável da pessoa humana e dos
grupos sócio-culturais (sic)”. (BRASIL, 2008, p. 347).
A partir da publicação do referido plano, o público-alvo da educação de jovens e
adultos nos ensinos fundamental e médio passa a ser visto como grupo prioritário à oferta da
educação básica por toda a vida, reafirmando o que preceituou a Declaração de Hamburgo
quando, de maneira implícita, menciona a importância da conexão entre a educação inclusiva
e a EJA.
8
É importante ressaltar que a referida Secretaria foi extinta pelo atual Governo. A extinção da SECAD por meio
do Decreto nº 9.465, de 2 de janeiro de 2019, se constitui como um retrocesso no campo dos direitos
educacionais e mostra-se como uma medida que vai na contramão do reconhecimento da diversidade, da
promoção da equidade e do fortalecimento da inclusão no processo educativo (SOUZA, 2019, p. 01).
73
15.193 jovens deixaram o ensino médio da rede pública no período diurno e 41.879
no período noturno, estas informações remetem a considerar novamente o fator
trabalho como interferente direto na evasão escolar, uma vez que o público noturno
dos colégios de ensino médio corresponde prioritariamente a jovens trabalhadores.
9
Criado em 2005, tem por objetivo atender à demanda de acesso de jovens e adultos à educação profissional e
tecnológica de forma articulada com a elevação da escolaridade (BRASIL, 2008). Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/proeja/perguntas-frequentes.
74
[...] a oferta da educação para àqueles que estão fora dessa faixa etária do ensino
obrigatório é realizada na modalidade de EJA com o atendimento educacional
especializado para alunos com deficiência, devendo os sistemas de ensino organizar
proposta pedagógica condizente com os grupos etários e seus interesses. (BRASIL,
2009, p. 91).
[...] garantir o direito que todos os alunos façam parte de um espaço escolar sem
qualquer restrição, promovendo a equidade e a valorização das diferenças,
favorecendo a aprendizagem de todos os discentes, [ofertando] o AEE –
Atendimento Educacional Especializado complementa e/ou suplementa a formação
do aluno com vistas à autonomia e independência na escola ou fora dela.
Por este prisma, como escola que se intitula inclusiva, visa desenvolver ações,
estratégias e metas educacionais que contribuam para o processo de ensino e aprendizagem
dos alunos com deficiência, de modo que usufruam da chamada escola comum para aprender,
construir, crescer e conviver. (PPP, 2013, p. 03). Desta forma, segundo Cozendey, Costa e
Pessanha (2013, p. 09), “o indivíduo com necessidade educacional especial é capaz de
aprender, necessitando de estratégias diferenciadas que favoreçam sua aprendizagem”.
Diante disso, a preocupação central na perspectiva da Educação inclusiva é a
interface da educação especial na educação de Jovens e Adultos. Segundo Cabral, Bianchini e
Gonçalves (2018, p. 13):
77
Outro ponto crucial a ser discutido pela instituição é a importância dos recursos e
serviços que contribuam para inclusão de alunos com necessidades especiais na EJA, ou para
aqueles já estejam inclusos na EJA, mas que necessitem de um Atendimento Educacional
Especializado. Segundo Santos (2016, p. 24), “A inserção desses alunos poderia ser mais
bem-sucedida se fossem contemplados recursos como: atendimento psicológico,
acompanhamento da equipe técnico–pedagógica, professores de áreas, professores auxiliares e
capacitação para professores da EJA”.
Segundo Gusmão (2000, apud ESTOSTEGUY, 2018, p. 117), “os alunos têm
diferentes origens e histórias de vida, portanto, não podemos negar essas diferenças que os
tornam seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos”.
O objetivo deste capítulo é apresentar a metodologia adotada para o
desenvolvimento deste estudo, com a atenção para o histórico e o contexto do lócus de estudo,
as técnicas para pesquisa de campo, a população estudada (amostra), os instrumentos de
coleta de dados, a leitura, análise e interpretação de dados e aspectos éticos e legais da
pesquisa.
81
10
Dados extraídos pela secretaria escolar através do Sistema Integrado de Gestão Escolar (SIGEESCOLA).
Disponível em: http://sige.seduc.ce.gov.br/. Acesso em: 20 out. 2019.
83
Os aspectos econômicos indicam que a renda PIB per capita em 2015 foi de
13.643 reais, enquanto o Produto Interno Bruto alcançou 938.848 mil reais, e o PIB por setor
(em %) econômico mostra os seguintes indicadores: Agropecuária (4,68), Indústria (32,04) e
Serviços (63,29). (IPECE, 2017, p.14).
No que diz respeito ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que leva em
conta a longevidade, o tempo médio de escolaridade e a renda per capita, o município possui
IDH de 0,659, classificado como médio considerando Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDH-M). (PNUD, 2010, p. 84).
Em 2010, no município de Pacajus, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílio (PNAD), a força de trabalho era composta por uma população de 18 anos ou mais
de idade, representada da seguinte forma: população economicamente ativa ocupada (66,6%);
população economicamente ativa desocupada (9,7%); e população economicamente inativa
(23,7%).11. Segundo a RAIS, o emprego formal por faixa etária em Pacajus em 2016 mostra a
predominância da população entre 30 e 39 anos. (IPECE, 2017, p. 11).
Neste contexto, a escola tem a função social de assegurar a escolarização dos
sujeitos, que, historicamente, foram excluídos do direito à educação e que buscam sua
inserção e/ou reinserção no mercado de trabalho. Esse pensamento está em consonância com
“O Parecer CEB 11/2000, que traz em seu corpo três funções atribuídas a EJA no Brasil: a
função reparadora, a função equalizadora e a função qualificadora”. (ALVES; CORTEZ,
2010, p. 05).
Neste sentido, sua perspectiva de futuro se fundamenta na oferta de um espaço
educativo que promova a convivência e participação coletiva em consonância com os anseios
da comunidade, valorizando uma gestão democrática e participativa que utiliza o
planejamento e avaliação dos processos educativos, fundamentados na competência, no
compromisso e na união de todos os que fazem a escola.
Como espaço de investigação da referida escola, foram eleitos os espaços da
Gestão escolar, da Sala de Recursos Multifuncionais (SRMF) e do Sistema de Ensino
Semipresencial (modular), que oferece a modalidade semipresencial de educação supletiva
para o Ensino Fundamental e Médio.
11
Fonte: http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/pacajus_ce.
86
Tabela 1 – Distribuição dos docentes e gestores do CEJA Maria Joélia de Carvalho Silva,
segundo variáveis demográficas
Variáveis Sujeitos
Sexo N %
Masculino 4 50
Feminino 4 50
Faixa de idade
34 a 46 anos 6 75
53 a 64 anos 2 25
Idade Média dos Sujeitos
Homens e Mulheres 44,5
Fonte: Dados da pesquisa.
*N: Número de participantes.
Desta forma, a amostra pesquisada foi formada por 04 sujeitos (50%) do sexo
feminino e 04 (50%) do sexo masculino, perfazendo um total de 08 sujeitos, dos quais 06
possuíam idade entre 34 e 46 anos e 02 entre 53 e 64 anos. A média de idade dos sujeitos era
de 44,25 anos, conforme tabela a seguir:
87
Tabela 3 – Distribuição dos docentes e gestores do (CEJA) Maria Joélia de Carvalho Silva, de
acordo com as variáveis ocupacionais
Variáveis Sujeitos
Tempo de trabalho na docência N %
11 a 15 5 62,5
16 a 20 1 12,5
21 ou mais 2 25
Experiência com inclusão S Ñ S (%) Ñ (%)
Homem 4 - 50 -
Mulher 3 1 37,5 12,5
Fonte: Dados da pesquisa.
*N: Número de participantes
* S: Sim
* Ñ: Não
Com relação ao tempo de serviço no magistério, a maior parte dos professores têm
entre 11 e 15 anos de atuação profissional no exercício da docência. Deste tempo, 87,5% diz
ter experiência com inclusão na escola e 12,5% dizem não terem tido experiência.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.2 Percepção dos sujeitos sobre escola inclusiva, o processo de inclusão e o papel do
professor e do gestor
Para tornar esta análise mais completa, será transcrita abaixo a fala dos sujeitos
para cada uma das categorias de análise.
92
posicionam da seguinte forma: “A fim de que a escola se torne de fato, para todos, são
necessárias transformações nas concepções de ensino que resultem em ações que privilegiem
atenção à diferença e à diversidade”.
Desta forma, é preciso que o professor reconheça que a escola inclusiva é para
todos e que ela deve atender às reais necessidades de cada educando, pois estes têm percursos
de vida, aprendizagem, motivações e especificidades diferentes.
barreiras, sem preconceitos, sem discriminação. É preferível acreditar que se trata de uma
realidade em construção, ou um caminho a percorrer”.
A reflexão do professor D menciona a questão da inclusão na escola na
perspectiva dos recursos e dos serviços. Desta forma, a compreensão de inclusão escolar nessa
visão compreende esse processo como “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos para atender às suas necessidades [dos educandos com necessidades
especiais assegurados pelos sistemas de ensino]”. (BRASIL, 1996, p. 19).
Por fim, a partir da fala dos sujeitos das práticas educativas inclusivas, o processo
de inclusão se constitui como um grande desafio para a escola regular, porém de
perfeitamente efetivado a partir das discussões com todos os segmentos para sua
consolidação. Isso envolve a responsabilidade de contemplar a todos em suas necessidades,
principalmente aqueles excluídos do processo educacional em razão de suas deficiências ou
dificuldades de aprendizagem.
99
Com relação aos seus papéis de sujeitos da inclusão escolar, o professor B ressalta
a importância do atendimento individual do aluno na sala regular, por se tratar de modalidade
semipresencial, com relação ao processo de escolarização, permitindo também, através desse
contato mais próximo e individualizado, que o professor perceba a necessidade do aluno de
atividade complementar ou suplementar ao processo de escolarização que será ofertada na
sala de Recursos Funcionais, onde acontece o Atendimento Educacional Especializado
(AEE).
Este pensamento do professor está em consonância com a importância que é
dispensada ao AEE enquanto recurso que corrobora o processo de inclusão.
Com relação à opinião dos gestores, o gestor E, como sujeito proativo no processo
de inclusão, pensa na importância da gestão do ensino mediado por seus colaboradores, no
sentido da perspectiva de promoção da aprendizagem, criando meios para que essa proposta
de consolide. No caso do gestor F, seu fazer inclusivo se resume ao apoio pedagógico à
professora do AEE, no suporte e na elaboração de relatórios. Já para gestor G, sua atuação é
no aconselhamento, no trabalho ao respeito às singularidades, na aceitação e respeito às
diferenças e na promoção da igualdade.
No ideário do gestor H, a participação nesse processo passa pelo
acompanhamento dos atendimentos, do cuidado com o espaço escolar e com fomento de
ações de educação na perspectiva inclusiva. O atendimento mencionado pelo gestor se refere
aos atendimentos do sistema modular da EJA, onde os alunos estão inclusos no processo de
101
Com relação ao fazer pedagógico, a partir de sua formação, para atuar no AEE, na
opinião dos professores A, B e C, os profissionais precisam de conhecimentos gerais para o
exercício da docência e de conhecimentos específicos na área. Este entendimento corrobora o
que dispõe a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
em suas Diretrizes.
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação,
inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e
conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no
atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caráter interativo e
interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos,
nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade
das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes
domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. Esta
formação deve contemplar conhecimentos de gestão de sistema educacional
inclusivo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos em parceria com outras
106
Assim, o Gestor E responde que a atuação do profissional que atende no AEE está
atrelada a uma sólida formação pedagógica somada à formação específica. É importante
destacar também a importância da constante necessidade de formação para dar conta das
demandas que surgem no cotidiano escolar. É importante salientar que esta formação deve ser
ampla, e não restrita a determinados espaços e métodos únicos para todos, “[pois] a formação
do professor de AEE vai além dos muros das SRM, não focado apenas nas técnicas”.
(REPOLI, 2014, p. 132).
O Gestor F acredita que a formação ideal para este profissional atuar neste espaço
é psicopedagogia.
[...] por professores que [tem] formação inicial que os habilite para o exercício da
docência e formação especifica para a educação especial, inicial ou continuada, para
atuar com cada tipo de deficiência. [...] A educação especial na perspectiva da
educação inclusiva implica numa transformação da formação de professores, que
necessitam se adequar a novos conhecimentos que são próprios do atendimento
educacional especializado (MACHADO, 2010 apud SILVA; VELANGA, 2015, p.
03).
[...] analisou-se que o principal entrave da articulação entre a sala comum e o AEE
para a construção de práticas pedagógicas inclusivas é a falta de diálogo, justificada
principalmente pela escassez de tempo e pela falta de apoio da gestão escolar e de
conhecimento. Além disso, a falta de compreensão dos professores regulares sobre o
trabalho a ser desenvolvido pelo professor de AEE e um plano de atendimento que
contemple o apoio ao professor, com observações em sala de aulas e momentos de
trocas para sugestões, tem dificultado a construção de práticas pedagógicas
inclusivas.
[...] correr atrás de um diagnóstico que confirme que o aluno possa ter alguma
deficiência, principalmente para assegurar direitos, não pode ser a única providência
a ser tomada pela escola. Não se pode considerar imprescindível a apresentação de
laudo médico uma vez que o AEE se caracteriza por atendimento pedagógico, e não
clínico. Assim, exigir diagnóstico do estudante para declará-lo público-alvo da
educação especial e, desse modo, garantir-lhe o atendimento de suas especificidades
educacionais, é impor barreiras ao seu acesso aos sistemas de ensino, ‘configurando-
se em discriminação e cerceamento de direito’.
Desta forma, havendo diagnóstico ou não, é preciso ir além das deficiências, isto
é, “Estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à
disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias
que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares” (BRASIL, 2008, p. 04).
A opinião do Professor D está em consonância com o disposto anteriormente ao
salientar que o professor do AEE é o responsável pela identificação, utilização e produção de
recursos acessíveis, mantendo diálogo com os outros professores.
Percebe-se que esta relação não deveria ser baseada numa via de mão única, com
uma única porta de entrada. O reconhecimento das necessidades deveria partir do professor do
AEE para o professor do ensino comum ou vice-versa, pois se trata de questões pedagógicas
que, depois de identificadas, podem sugerir a intervenção de outros profissionais.
Corroborando o que foi dito anteriormente acerca dessa interação, o professor C
afirma que essa interação só acontece quando o professor da sala comum relata as
dificuldades e busca auxílio no AEE.
Para o gestor H, quando necessário, atuam de forma colaborativa, planejando
ações conjuntas, como ações de intervenção, atividades e participação em eventos. Para o
gestor G, os professores trabalham de forma complementar. Para a professora A, também há
presença do desenvolvimento de atividades colaborativas entre os profissionais de acordo com
113
5.4 Visão dos professores e dos gestores com relação à acessibilidade em suas várias
dimensões
Com relação à acessibilidade numa perspectiva ampla que não se resume apenas à
dimensão física, isto é, arquitetônica, os professores opinaram da seguinte forma:
O professor A menciona que a escola promove a acessibilidade metodológica, ao
promover no âmbito escolar práticas pedagógicas adaptadas de acordo com as especificidades
dos alunos.
Na opinião do professor B, a escola precisa remover as barreiras arquitetônicas,
para que os alunos com dificuldade de locomoção tenham acesso a todos os espaços da
escola. O professor ainda constata no ambiente escolar a presença de acessibilidade nas
formas de comunicação, corroborando o pensamento do professor A, pois dentro de uma
perspectiva democrática a escola deve estar acessível à comunidade escolar, que procura por
um atendimento diferenciado ao aluno especial.
No olhar do professor C, a escola investe na acessibilidade arquitetônica e na
remoção de barreiras programáticas que permitem a apropriação de documentos legais da
educação. O professor D também cita a acessibilidade programática ao afirmar que o Projeto
Político Pedagógico (PPP) contempla a questão da diversidade.
114
questões atitudinais, mesmo assim pontua sobre o respeito às diferenças. Conforme afirma o
gestor H, é preciso crescer nas questões que envolvem a questão atitudinal. O gestor F afirma
que a dimensão comunicacional na instituição é efetiva.
A dimensão metodológica aparece na fala do professor H, ao analisar o seu
contexto escolar.
Com relação à apropriação dos documentos que regem a educação, apenas o
professor C abordou esta dimensão ao assegurar que estes ideais estão contemplados nos
documentos da instituição, como o PPP e o regimento escolar.
O professor A falou da perspectiva da acessibilidade numa perspectiva mais geral,
não se reportando às dimensões numa perspectiva mais específica.
Por fim, o gestor G se limitou a responder somente à pergunta, não justificando
sua resposta com base na realidade vivenciada. Portanto, não se mostrou convicto acerca de
suas percepções com relação à acessibilidade numa perspectiva ampla.
A tarefa da gestão para uma educação inclusiva é árdua, mas é tempo de mudanças
de valores e de atitudes, [...], pois pressupõe o desenvolvimento de uma nova cultura
de gestão educacional e, neste caso, é o sistema escolar que deve se ajustar para
satisfazer às necessidades de todos os educandos (SANTOS, 2011, p. 13-14).
liderança entre seus colaboradores para promover mudanças na cultura organizacional em prol
da inclusão.
uma gestão democrática. Para os gestores H e E, gestão democrática e inclusão são elementos
indissociáveis.
avaliação diagnóstica dos estudantes pela equipe escolar que apresentam necessidades
especiais, porém alguns desses alunos recusam algum tipo de ajuda, ou seja, um apoio
oferecido pela escola.
Para o Gestor F, os alunos com necessidades especiais da EJA frequentam o AEE,
onde recebem apoio especializado e são atendidos no fluxo regular de ensino na modalidade
semipresencial, quando estiverem preparados para serem incluídos no ensino comum.
O gestor G sinaliza para o referido acolhimento do aluno especial no AEE,
proporcionando-lhe a condição total para inserção no atendimento do fluxo regular de ensino
juntamente com os alunos ditos normais, através de um trabalho de acompanhamento desse
aluno até a sua plena adaptação.
Para o Gestor H, esse processo ocorre por meio de atendimento individualizado
no AEE e no atendimento regular de ensino de acordo com suas especificidades apresentadas
pelo educando.
Sassaki (2004 apud VASCONCELOS, 2014, p. 935) acredita que “o conceito de
acessibilidade deve ser incorporado aos conteúdos programáticos ou curriculares de todos os
cursos formais e não-formais existentes no Brasil”.
Portanto, ao considerar a aplicabilidade das seis dimensões de Sassaki no
contexto, um dos sujeitos mencionou nas respostas de seu questionário que a escadaria, apesar
da presença de corrimão, dificulta o acesso dos alunos com mobilidade reduzida ao 1º andar
do prédio. As demais dimensões foram contempladas pelos sujeitos de maneira positiva.
Segundo Glat, Pletsch e Fontes (2007, p. 01):
Para tornar-se inclusiva, a escola precisa formar seus professores e equipe de gestão,
bem como rever as formas de interação vigentes entre todos os segmentos que a
compõem e que nela interferem. Isto implica em avaliar e re-desenhar sua estrutura,
organização, projeto político-pedagógico, recursos didáticos, práticas avaliativas,
metodologias e estratégias de ensino.
de suas práticas no sentido de garantir a todos o direto de aprender e se desenvolver juntos aos
seus pares sem nenhuma barreira imposta à plena participação de alunos inclusos na EJA e na
Educação Especial.
Ao fazer de forma sistemática o cruzamento de dados, os professores A, B e D
comungaram do conceito de acolhimento numa perspectiva igualitária. Porém, ao analisar a
continuidade do discurso do professor A, quando fala sobre o acolhimento do aluno com
deficiência em salas comuns, mostra um entendimento ancorado nos preceitos da
normalidade. O que coaduna com o conceito de normalização que foi definido pela política
Nacional de Educação Especial (1994) como:
Conclui-se, fazendo uma síntese das falas dos sujeitos das práticas educativas, que
para garantir um contexto escolar inclusivo, faz-se necessário contemplar nesse lócus a
acessibilidade em todas as suas dimensões.
122
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
comum a ter uma formação especializada, assim como o professor do AEE, ele necessita de
noções básicas ou práticas para não errar no atendimento a esse aluno.
Estes resultados nos levam ao seguinte questionamento: A escola em questão
reconhece as conquistas, mas também as necessidades de mudança que deverão ser realizadas
no cotidiano escolar para que possa cumprir sua missão de incluir todos os alunos de maneira
a proporcionar-lhes a possibilidade de desenvolver todas as suas potencialidades?
Esses questionamentos nos remetem à seguinte reflexão: Em que medida as ações
da escola estão contribuindo para construir e modificar o espaço escolar em prol do acesso, da
permanência, do êxito e do desenvolvimento integral dos alunos com deficiência e com
lacunas em sua formação, provenientes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), a usufruírem
e participarem de todos os espaços da escola, tendo acesso aos equipamentos, recursos
pedagógicos e de apoio, sugerindo rupturas no cotidiano escolar?
Os resultados mostram que, para a concretização desta proposta no âmbito
escolar, é preciso transformar práticas excludentes em práticas inclusivas, desconstruindo um
modelo tradicional, muitas vezes enraizado nas práxis pedagógicas ou nos modelos de gestão
organizacional rígidos, buscando em sua proposta pedagógica meios para considerar cada
pessoa como ser único e que necessita da resposta da escola para suas necessidades, em busca
de construir relações que eliminem as barreiras que possam impedir o desenvolvimento pleno
de qualquer pessoa. Nesta perspectiva, a escola pesquisada deve mudar como um todo, para
demonstrar que pode acolher e realizar um trabalho consistente de inclusão, rompendo com o
pensamento convencional de uniformidade das propostas de trabalho comuns em muitas
escolas, para inaugurar um pensamento sistêmico.
O Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) Maria Joélia de Carvalho
Silva vem promovendo mudanças que buscam romper com o modelo de integração, para
trabalhar numa perspectiva inclusiva, buscando adequar as suas atividades às necessidades
específicas do público-alvo da educação especial, dos alunos com dificuldades de
aprendizagem e distúrbios de aprendizagem, estabelecendo estratégias facilitadoras para o
sucesso acadêmico desses alunos, tendo em vista também sua autonomia na vida em
sociedade.
Nesse sentido, promover uma escola aberta a todos requer o comprometimento da
comunidade escolar para realizar as mudanças necessárias que contribuam para tornar a
escola acessível sem barreiras em seus diversos espaços, nas relações interpessoais e de
convivência, nos documentos, nas metodologias, nos recursos e serviços.
124
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145
APÊNDICE A — QUESTIONÁRIO
1. Dados de Identificação
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Idade: ___ anos
Instituição ao qual está vinculado (a):_______________________________________
Nível de Instrução: ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( ) Especialização ( ) Mestrado ( )
Doutorado
Formação acadêmica: ____________________
Tempo de docência/serviço: ___ anos
Cargo: __________________________________
Função:__________________________________
Você tem ou já teve alguma experiência com inclusão na escola?______
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.2- Como você percebe o processo de inclusão na escola? E no CEJA de Pacajus?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.3 - Qual o seu papel no processo de inclusão?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.4 - Quais as diferenças do Trabalho do AEE do trabalho desenvolvido pelo professor de sala
de aula comum?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.5 - Que tipo de formação você considera necessária para atuação nas Salas de Recursos
Multifuncionais?
147
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.6 - Você considera importante o trabalho desenvolvido no AEE na perspectiva da inclusão
escolar?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.7- Os professores das salas regulares e de AEE trabalham numa perspectiva colaborativa
visando desenvolver um trabalho em conjunto? De que forma?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.8- A escola promove a acessibilidade nas dimensões arquitetônicas, comunicacionais,
atitudinais, programáticas, metodológicas e instrumentais?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
148
__________________________________ __________________________________
Assinatura do Participante Assinatura do Responsável pela pesquisa
Data: __/__/____