Obtenção e Caracterização de Um Aço C-MN Laminado A Frio de Alta Resistência Multiconstituído
Obtenção e Caracterização de Um Aço C-MN Laminado A Frio de Alta Resistência Multiconstituído
Obtenção e Caracterização de Um Aço C-MN Laminado A Frio de Alta Resistência Multiconstituído
Eric Bartulici2
Marcelo Renato Magalhães3
4
Ronaldo Barbosa
Dagoberto Brandão Santos5
Resumo
1
41º Seminário de Laminação da ABM – Internacional. 23 a 25 de outubro de 2004 – Joinville – SC -
Brasil
2
Membro da ABM, mestrando em Engenharia Metalúrgica e de Minas –CPGEM-EE UFMG.
3
Estudante de Engenharia Metalúrgica da E.E. UFMG.
4,5
Membro da ABM, Professor Adjunto, Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da
UFMG.
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41° Seminário de Laminação - Processos e Produtos Laminados e Revestidos
INTRODUÇÃO
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
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C Mn Si P S Al N
0,08 1,91 0,04 0,018 0,006 0,035 0,005
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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De acordo com as expressões de (1) a (4), pode-se calcular para esse aço as
temperaturas Ac1, Ac3, Mi e Bi, sendo respectivamente, 701, 903, 447, 637ºC [7,8,9].
Ac1=723–10,7(%Mn)-16,9(%Ni)+29,1(%Si)+16,9(%Cr)+290(%As)+6,38(%W); (1)
l/2
Ac3=910-203(%C )-15,2(%Ni)+44,7(%Si)+104(%V)+31,5(%Mo)+13,1(%W); (2)
Mi =539-423(%C)-30,4(%Mn)-17,7(%Ni)-12,1(%Cr)-7,5(%Mo); (3)
Bi =830-270(%C)-90(%Mn)-37(%Ni)-70(%Cr)-83(%Mo). (4)
A escolha das temperaturas dos ciclos térmicos foi baseada nos dados
fornecidos pelas equações citadas acima, buscando três distintas temperaturas
intercríticas e tratamentos isotérmicos que permitissem a formação de constituintes
aciculares, ferrita, bainita e/ou MA (ou martensita).
Tabela 2 – Taxas de resfriamento obtidas a partir das curvas de resfriamento coletadas por
termopar de contato (adaptados ao centro das tiras do aço), considerando um valor médio
entre 0 e 10 s do resfriamento acelerado.
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41° Seminário de Laminação - Processos e Produtos Laminados e Revestidos
a) b)
c) d)
e) f)
Figura 2 – Curvas de Resfriamento obtidas em laboratório. Nas figuras b) e d) nota-se que a
vazão intermediária de gás He nas amostras B superou aquelas das amostras C, devido a
oscilações na pressão de saída do cilindro.
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Microdureza Vickers
7450 7460 7650 7660 8050 8060
A 177 149 171 143 178 175
B 174 219 179 231 174 184
C 170 175 174 230 175 172
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170 e 180 HV, exceto pela 7460-B que passou por Mi com elevada taxa de
resfriamento.
Quando se observa a relação entre a microdureza e a taxa de resfriamento,
vê-se que a formação de uma perlita incipiente ou esboroada, induz ao forte
decréscimo na microdureza, evidenciado nas amostras 7460-A e 7660-A, ambas
com baixa taxa de resfriamento e com TIT à 600 ºC.
Avaliando a relação da microdureza com as temperaturas TIC e TIT, nota-se
que o fato de se tratar isotermicamente o aço em questão em temperatura acima de
Mi, ou seja, no caso com TIT a 600 ºC, há uma grande dispersão nos resultados de
microdureza.
a) b)
c) d)
Figura 3- a) gráfico mostrando a relação entre a taxa de resfriamento aplicada e a fração de MA
gerada; b) gráfico mostrando a relação entre a fração de MA e a microdureza Vickers
associada; c) influência da taxa de resfriamento na microdureza; d) avaliação das
temperaturas de tratamento intercrítico e isotérmico na microdureza.
Nota-se que quanto TIT é de 500 ºC há uma menor dispersão nos valores de
microdureza, o que pode ser explicado pela queda na velocidade de difusão do
carbono nesta temperatura independente da TIC aplicada. A medida que se fornece
condições favoráveis à difusão de C, ou seja, temperaturas mais altas em tempos
maiores, o que ocorre quando a transição de temperaturas TIC e TIT é lenta,
favorece-se a formação de constituintes cuja formação é essencialmente por
difusão, como a perlita, por exemplo, o que explica a não formação de ferrita
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5 m
a) b) c)
d) e) f)
g) h) i)
Figura 4 – de a) a c) microscopia óptica. Aumento 1000X, ataque Le Pera : a) 7660-B; b) 7460-A;
c) 8050-A; Amostras de d) - f):MEV, 3000X, mesmas amostras de a) a c), respectivamente; g)
MEV, 3000X, 7660-C ; h)7660-A, evidenciando a formação de perlita ; i) 7450-C, 10.000X, detalhe
mostrando a formação de perlita esboroada.
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Conclusões
Referências bibliográficas
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