História-Exercícios 178-185

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ESTUDANDO A exploração colonial da América portuguesa

para o vestibulAr
1 (Uel-PR) Analise a figura, leia o texto e responda à questão. b) devido à carência de mão de obra, os escravos eram
utilizados na exploração mineradora, na madeireira
A raiz do dilema e na pecuária, o que impediu o desenvolvimento da
Os biocombustíveis
ocombustíveis inibem a produção de alimentos nos Estados Unidos, produção de alimentos e a formação de um mercado
onde a produção de etanol já utiliza um terço da área plantada de milho.
No Brasil,
asil, apenas 1% da área agricultável é utilizado para produzir o
interno nacional.
combustível
ustível de cana-de-açucar. c) a transferência da Corte portuguesa para o Rio de
Janeiro representou um aumento no consumo de pro-
total do Brasil
Área total dutos alimentícios, causando um colapso na economia
ilhões de
850 milhões
e
es
hectares de subsistência do Reino Unido de Brasil e Portugal.
d) quando a exportação de açúcar se encontrava em
Terras aráveis
355 milhões
h de
hões uma fase ascendente, os esforços se canalizavam ao
hectaress
máximo para a sua produção, diminuindo o cultivo
plantada
Área plantada
20,2% dod total de terras de outros produtos alimentícios.
heectares)
aráveis (72 milhões de hectares)
e) em meados do século XVIII, o desenvolvimento da
d plantação
Área de l t ã de cana
para o etanol No Brasil, são produzidos
indústria têxtil na Inglaterra estimulou a produção
1% do total de terras aráv
veis
aráveis 7.500 litros de etanol por pernambucana de algodão destinada à exportação,
ilhões de
(3,6 milhões d hectares)) hectare plantado de cana
o que resultou na redução da área de plantio de pro-

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.


dutos alimentares.
Área ttotal
otal dos
d Estados Unidos*
800 milhões
ilhões de
d hectares
2 (Uel-PR) Leia o texto a seguir.
Terrass aráve
aráveis
eis Um dos primeiros atos dos marinheiros portugueses
lhões de
270 milhões d
es
hectares que, a 22 de abril de 1500, alcançaram a costa sobre-
carregada de florestas do continente sul-americano nos
Área planta
pplantada
ada 17 graus de latitude sul foi derrubar uma árvore. Do
64,8% do tota al de terras
total
aráveiss (175 milhões
m de tronco desse sacrifício ao machado de aço, confecciona-
es)
hectares)
Nos Estados Unidos,
ram uma cruz rústica – para eles, o símbolo da salvação
Área da plan
plantação
ntação de milho
para o etanol, 3,7% do total de te
terras
rras
são produzidos da humanidade. (...) Presas à cruz de madeira estavam
3.000 litros de etanol
aráveis (10 milhões
ilhões de hectares) por hectare as insígnias e divisas do rei, um sinal inequívoco da
plantado de milho
* Excluindo o Alasca identidade entre os objetivos e a autoridade do Estado e
da Igreja. (...) os portugueses tropeçaram em um meio
continente, movidos por cobiça e virtude (...). A Mata
A opinião pública tem sido informada de que o Atlântica os deixava impassíveis ou atônitos.
surto da fome está ligado à escassez de produtos
agrícolas, que decorre das más colheitas provocadas DEAN, W. A ferro e fogo.
São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 59-60.
pelo aquecimento global e pelas alterações climáti-
cas, do aumento de consumo de cereais na Índia e
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pro-
na China, do aumento dos custos dos transportes e
cesso histórico de produção no Brasil, é correto afirmar:
da crescente reserva de terras para a produção dos
agrocombustíveis. a) A biodiversidade da Mata Atlântica, por ser pobre em
Todas essas causas têm contribuído para o proble- relação à quantidade de plantas e animais, foi, desde
ma, mas não são suficientes para explicá-lo. Esses a colonização, explorada no processo histórico de
aumentos especulativos, tais como os preços do pe- cultivo de lavouras de clima temperado.
tróleo, resultam de o capital financeiro ter começado b) Os exploradores portugueses, usando de técnicas mo-
a investir fortemente nos mercados internacionais de dernas de agricultura tropical praticadas na metrópo-
produtos agrícolas depois da crise do investimento le, retiraram de nossas florestas uma imensa riqueza
no setor imobiliário. que amparou a Companhia das Índias Orientais.
SANTOS, B. S. Transnacionais de alimentos lucram c) O sinal inequívoco da identidade entre os objetivos
com aumento da fome. Carta Maior, Economia, e a autoridade do Estado e da Igreja, marcado pelas
7 maio 2008. (Adaptado.)
insígnias e divisas do rei forjadas na cruz, tornou-se
expressão da ideologia republicana.
Um dos problemas que a população brasileira enfrentou d) Os mananciais que abasteciam a cidade de São Paulo
no período colonial foi a constante escassez de alimen- foram progressivamente substituídos pelo aquífero
tos. Isso ocorria, entre outros fatores, porque: Guarani, devido à intensa devastação da Mata Atlântica.
a) a partir de meados do século XIX, o aumento dos pre- e) Os colonizadores portugueses, ao explorar e des-
ços do café no mercado internacional provocou uma crever as terras brasileiras, contribuíram para a com-
expansão do cultivo desse grão no Brasil, levando a preensão dos costumes de seus habitantes e do co-
uma queda na produção de itens de subsistência. nhecimento da biodiversidade.

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3 (Fuvest-sP) O estabelecimento dos franceses na baía Com base na análise do texto e nos conhecimentos so-
de Guanabara, em 1555, é um entre outros episódios bre a relação público-privada na história do Brasil, pode-
que ilustram as relações entre a França e as terras ame- -se afirmar:
ricanas pertencentes à Coroa lusitana, durante os três (01) A máquina administrativa do poder público no Brasil
primeiros séculos da colonização. Colonial, rigidamente organizada a partir da metró-
a) Explique o que levou os franceses a se estabelecer pole, controlava cargos e funções públicas, manten-
pela primeira vez nessas terras. do sob controle a sociedade que então se formava.
(02) O poder privado, no Período Colonial, esteve re-
Desde a chegada de espanhóis e portugueses às presentado pelas sesmarias, enquanto o poder
terras americanas, a França sempre mostrou público, a partir da segunda metade do século
XVIII, esteve representado pelas Capitanias Gerais
interesse em participar dessa expansão colonial, e Capitanias Subalternas.
(04) As câmaras dos “homens bons” expressavam o entre-

A exploração colonial da América portuguesa


porém teve suas intenções frustradas pelo Tratado laçamento entre os interesses privados e o poder pú-
de Tordesilhas, que garantiu aos países ibéricos o blico no Brasil Colonial, fenômeno que, com algumas
modificações, transferiu-se para o Brasil Monárquico.
monopólio de exploração daqueles territórios. (08) As oligarquias estaduais, na República Velha, a partir
do controle do poder econômico e da posse de pro-
Naquele momento, a França vivia um processo de
priedades, garantiam a dominação do poder político,
centralização política fortemente marcado pelos fundamentada no sistema eleitoral do voto aberto.
(16) A consolidação do poder do Estado Novo depen-
conflitos religiosos entre católicos e huguenotes. deu, entre outros fatores, do apoio de empresários
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industriais paulistas, estabelecendo uma relação de


Estes estavam interessados na expansão comercial e
dependência entre o poder econômico e o Estado.
na conquista de novas terras, que poderiam servir (32) A Constituição de 1988, representativa da redemo-
cratização brasileira pós-governos militares, garan-
também de refúgio para que professassem sua religião. tiu cotas de participação do alto empresariado do
Sudeste em órgãos do Governo Federal.
b) Cite e caracterize outra tentativa francesa de ocupa- (64) As câmaras municipais da atualidade, à semelhan-
ção na América Portuguesa. ça daquelas da época colonial, não assumem fun-
Outra incursão francesa ao território português ções legislativas, limitando-se a executar as deci-
sões emanadas do Executivo Estadual.
na América ocorreu entre 1612 e 1615 no litoral do Soma: 02 1 04 1 08 1 16 5 30
5 (UFsCar-sP) Leia atentamente o texto e responda à
atual Maranhão, onde um grupo de franceses
questão.
católicos fundou o Forte de São Luís. O governo Cobravam o pedágio da ponte de madeira que ligava
Recife a Santo Antônio, o que, sem contar os outros tri-
francês era controlado pelo cardeal Richelieu, de butos, deu a ganhar àqueles, que tinham levado o em-
preendimento com o fim de utilidade pública, cem ve-
tendência absolutista, que garantia apoio àqueles
zes mais que o seu custo. Os arrendatários que haviam
que buscassem expandir domínios coloniais, desde combinado a construção fizeram-se pagar em Recife, na
Cidade Maurícia, exigindo impostos tão excessivos pelo
que possuíssem vínculos políticos e religiosos com direito de passagem da ponte para os homens, cavalos,
carros e mercadorias, que um homem a cavalo e seu
o Estado. escravo chegavam a pagar trinta soldos.
BARO, Roulox; MOREAU, Pierre. Século XVII. (Adaptado.)
4 (UFBa) Leia o texto e responda à questão.
É correto afirmar que o texto:
O poder político na colônia estava descentralizado, a) apresenta o crescimento das cidades ligadas à pro-
situado nas unidades produtoras que iam surgindo. dução do açúcar, que foi incentivado pela adminis-
Toda a máquina governamental – muito precária, tração portuguesa colonial no Brasil.
por sinal – aqui implantada visava aos interesses da
classe proprietária de terras e de escravos, a classe b) fala que melhoramentos urbanos construídos pelos
dominante colonial. Essa classe estava voltada para holandeses no Nordeste não tinham como finalidade
as suas fazendas, que muitas vezes se estendiam por o bem público.
mais de um município – a divisão político-adminis- c) sugere que, apesar dos impostos, a população colo-
trativa das capitanias. Seu poder e prestígio apare- nial considerava os investimentos urbanos portugue-
ciam nas câmaras dos “homens bons”, isto é, donos ses nas cidades uma importante benfeitoria pública.
de terras, milícia, clero. O mundo da cruz, que im- d) ressalta o fato de que os investimentos urbanos coloniais
punha com a espada sua civilização. eram pequenos diante da riqueza econômica rural.
ALENCAR, F.; RAMALHO, L. C.; RIBEIRO, M. V. T. e) valoriza a presença dos europeus no processo de
História da sociedade brasileira. 13. ed. rev. e atual. implantação da civilização urbana nas terras colo-
Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1996. niais brasileiras.

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6 (Fuvest-sP) Com relação ao período colonial, tanto na 8 (Uem-PR) Sobre o período inicial da colonização do
América portuguesa quanto na América espanhola, Brasil, na primeira metade do século XVI, assinale a(s)
considere as seguintes afirmações: alternativa(s) correta(s).
1. A mão de obra escrava africana, empregada nas ativi- (01) Com a nomeação de Tomé de Sousa, primeiro gover-
dades econômicas, era a predominante. nador-geral do Brasil, as capitanias hereditárias fo-
2. As Coroas controlavam as economias por intermédio ram, de imediato, extintas. Tendo perdido suas terras,
de monopólios e privilégios. os capitães donatários retornaram a Portugal.
3. Os nascidos nas Américas não sofriam restrições para (02) As feitorias foram os primeiros estabelecimentos
ascender nas administrações civis e religiosas. instalados pelos portugueses no litoral brasileiro
4. A alta hierarquia da Igreja católica mantinha fortes e tinham por finalidade armazenar mercadorias,
laços políticos com as Coroas. armas e ferramentas e servir de abrigo.
5. As rebeliões manifestavam as insatisfações políticas (04) Os degredados, isto é, criminosos de alta periculo-
de diferentes grupos sociais. sidade condenados pela justiça de Portugal, cons-
Das afirmações acima, são verdadeiras apenas: tituíram o principal núcleo dos primeiros povoado-
res do Brasil.
a) 1, 2 e 3. d) 2, 4 e 5.
(08) O escambo, isto é, a troca de produtos sem a uti-
b) 1, 3 e 4. e) 3, 4 e 5.
lização de moeda, possibilitou aos portugueses a
c) 2, 3 e 5. utilização da mão de obra indígena na exploração
do pau-brasil.
7 (Uel-PR) Leia atentamente o texto do século XVIII.
(16) O comércio de pau-brasil foi a atividade econômica
É reparo singular dos que contemplam as cousas na- diretamente responsável pelo povoamento portu-
turais ver que as que são de maior proveito ao gênero guês no território brasileiro.

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humano não se reduzem à perfeição sem passarem Soma: 02 1 08 5 10
primeiro por notáveis apertos (...) o vemos na fábri-
ca de açúcar, o qual, desde o primeiro instante de se 9 (UFPe, adaptada) A expansão marítima colonial eu-
plantar, até chegar às mesas e passar entre os dentes a ropeia provocou disputas econômicas e políticas en-
sepultar-se no estômago dos que o comem, leva uma tre nações daquele continente. Entre essas disputas,
vida cheia de tais e tantos martírios que os que inven- destaca-se a luta entre Portugal e Holanda, que (julgar
taram os tiranos lhes não ganham vantagem. (...) E, como verdadeiro ou falso):
ainda assim, sempre doce e vencedor de amarguras,
vai dar gosto ao paladar dos seus inimigos nos ban- ( F ) resultou na ocupação, sem dificuldades, pelos ho-
quetes, saúde nas mezinhas aos enfermos e grandes landeses, de territórios de várias regiões do Brasil,
lucros aos senhores de engenho e aos lavradores que durante todo o século XVII.
o perseguiram e aos mercadores que o compraram ( F ) apesar de tudo, não provocou ruptura nas relações
e o levaram degredado nos portos e muito maiores diplomáticas entre essas duas nações.
emolumentos à Fazenda Real nas alfândegas. ( F ) fez os holandeses limitarem suas ações militares às
ANTONIL, A. J. Cultura e opulência do Brasil. capitanias de Pernambuco e da Bahia.
São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1982. p. 143-145. ( F ) resultou em êxito na primeira ocupação militar dos
holandeses na Bahia, onde conseguiram grandes
Considere as afirmativas a seguir:
lucros.
i. O texto descreve o empreendimento colonial nas ( V ) provocou prejuízos aos portugueses, com os ata-
Américas, destacando os maus-tratos pelos quais
ques dos holandeses ao Brasil, devido à disputa
passam os trabalhadores no cultivo do açúcar, em
pelo mercado do açúcar.
especial no Brasil e nas Antilhas.
ii. É possível caracterizar a produção açucareira como
um dos primeiros empreendimentos fabris no Brasil,
10 (UFRJ) As Câmaras Municipais da América portuguesa
dada a complexidade do processo que vai do plan- do século XVII tinham a responsabilidade de, juntamente
tio da cana até o produto final. com os Oficiais da monarquia, zelar pelo bem comum da
população. Para o exercício de tais funções, a Câmara pos-
iii. A prosa colonial, na pena de Antonil, pode ser carac-
suía certas atribuições econômicas, políticas e jurídicas.
terizada como barroca na medida em que se interes-
sa pelos lucros do empreendimento econômico, no Indique duas prerrogativas das Câmaras Municipais
caso do comércio do açúcar. coloniais.
iV. O fetichismo da mercadoria ocupa o primeiro plano
do discurso, revelando a mentalidade mercantil do Prerrogativas das Câmaras Municipais coloniais:
autor, que se interessa pela produção e comerciali-
participar da administração da Justiça; inspecionar o
zação do açúcar.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, abastecimento de gêneros; supervisionar os terrenos e
assinale a alternativa que contém todas as afirmativas
corretas. vias públicas; negociar junto à monarquia os interesses
a) I e II d) I, III e IV da região; em alguns conselhos, administrar tributos
b) I e III e) II, III e IV
especificamente locais e municipais.
c) II e IV

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11 (UFC-Ce) Ao contrário da América espanhola, a América 14 (Unicamp-sP)
portuguesa não apresentou, no princípio, abundância
de metais preciosos. Na falta de riqueza mineral, foi o
açúcar que, em termos econômicos, tornou viáveis os Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha
primeiros passos da colonização. Sobre o contexto da narrou os primeiros contatos entre os indígenas e os
portugueses no Brasil: “Quando eles vieram, o capi-
produção de açúcar nos engenhos coloniais portugue-
tão estava com um colar de ouro muito grande ao
ses, no século XVI, assinale a alternativa correta.
pescoço. Um deles fitou o colar do Capitão, e come-
a) A existência de um solo ideal para o cultivo da cana- çou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e
-de-açúcar fez que as capitanias situadas nas atuais depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que
regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil experi- havia ouro na terra. Outro viu umas contas de rosá-
mentassem um maior desenvolvimento. rio, brancas, e acenava para a terra e novamente para
b) A organização da produção açucareira no Brasil es- as contas e para o colar do Capitão, como se disses-
se que dariam ouro por aquilo. Isto nós tomávamos
tava voltada para o atendimento da crescente e ren-

A exploração colonial da América portuguesa


nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele
tável demanda do mercado europeu, não atendida
queria dizer que levaria as contas e o colar, isto nós
pelos engenhos da colônia portuguesa dos Açores.
não queríamos entender, porque não havíamos de
c) A autoridade do senhor de engenho se restringia aos dar-lhe!”.
limites de sua propriedade, estando, fora dela, subme-
tida às leis e normas da Coroa portuguesa, defendidas ARROYO, Leonardo. A carta de Pero Vaz de Caminha.
São Paulo/Rio de Janeiro: Melhoramentos/INL, 1971.
na colônia por um forte aparato militar e judiciário.
p. 72-74. (Adaptado.)
d) Os senhores de engenho, em comparação com os
barões do café, tratavam seus escravos com menos
violência, pois estes eram tidos como mercadorias de Esse trecho da carta de Caminha nos permite concluir
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alto valor e de difícil reposição. que o contato entre as culturas indígena e europeia foi:
e) O alto valor do açúcar no mercado internacional pro- a) favorecido pelo interesse que ambas as partes de-
moveu um grande acúmulo de riqueza na colônia, que monstravam em realizar transações comerciais: os
logo superou, em volume, a economia da metrópole. indígenas se integrariam ao sistema de colonização,
abastecendo as feitorias, voltadas ao comércio do
12 (UFmG) Considerando-se as reduções, ou missões, je- pau-brasil, e se miscigenando com os colonizadores.
suítico-guaranis fundadas no início do século XVII, na
América do Sul, é incorreto afirmar que: b) guiado pelo interesse dos descobridores em explo-
rar a nova terra, principalmente por meio da extra-
a) entraram em conflito com os encomenderos da
ção de riquezas, interesse que se colocava acima da
América Espanhola e com os bandeirantes, que pe-
compreensão da cultura dos indígenas, que seria
netravam na região com o objetivo de aprisionar e
quase dizimada junto com essa população.
escravizar os indígenas.
b) resistiram às pressões das Coroas espanhola e por- c) facilitado pela docilidade dos indígenas, que se as-
tuguesa e continuaram a existir até o fim do período sociaram aos descobridores na exploração da nova
colonial, tendo sido destruídas por ocasião dos movi- terra, viabilizando um sistema colonial cuja base era
mentos de independência. a escravização dos povos nativos, o que levaria à
destruição da sua cultura.
c) se estabeleceram na região platina, em áreas fron-
teiriças dos Impérios espanhol e português, que cor- d) marcado pela necessidade dos colonizadores de ob-
respondem, atualmente, a territórios do Paraguai, do ter matéria-prima para suas indústrias e ampliar o
nordeste da Argentina e do sul do Brasil. mercado consumidor para sua produção industrial,
d) tinham por objetivo a cristianização dos índios gua- o que levou à busca por colônias e à integração cul-
ranis, que foram concentrados em comunidades al- tural das populações nativas.
deãs, administradas pelos jesuítas, sob rígida organi-
zação e disciplina de trabalho. 15 (UFC-Ce) Por aproximadamente três séculos, as relações
de produção escravistas predominaram no Brasil, em
13 (UFRGs-Rs) Considere as seguintes afirmações, referen- especial nas áreas de plantation e de mineração. Sobre
tes à presença francesa no Brasil Colonial. esse sistema escravista, é correto afirmar que:
i. A França Antártica foi fundada em meados do sécu- a) impediu as negociações entre escravos e senhores,
lo XVI, provocando a ocupação da região da baía de daí o grande número de fugas.
Guanabara pelos portugueses.
b) favoreceu ao longo dos anos a acumulação de capital
ii. A França Equinocial foi estabelecida na capitania de
em razão do tráfico negreiro.
Pernambuco no princípio do século XVII.
iii. Navios franceses ocuparam militarmente a cidade c) possibilitou a cristianização dos escravos, fazendo
do Rio de Janeiro no início do século XVIII. desaparecer as culturas africanas.
Quais estão corretas? d) foi combatido por inúmeras revoltas escravas, como
a) Apenas I d) Apenas II e III a dos Malês e a do Contestado.
b) Apenas II e) I, II e III e) foi alimentado pelo fluxo contínuo de mão de obra
c) Apenas I e III africana até o momento de sua extinção, em 1822.

181
16 (Fuvest-sP) Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia Marque agora a única alternativa correta sobre a atua-
com o governador-geral Tomé de Sousa, em 1549, e ção da Igreja no Brasil durante o período colonial.
em pouco tempo se espalharam por outras regiões da a) Apesar dos grandes conflitos religiosos ocorridos
colônia, permanecendo até sua expulsão, pelo governo na Europa nos séculos XVI e XVII, entre protestan-
de Portugal, em 1759. Sobre as ações dos jesuítas nesse tes e católicos, no Brasil a regra era a tolerância re-
período, é correto afirmar que: ligiosa, pois houve uma grande liberdade de atua-
a) criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo ção para judeus, protestantes e adeptos de outros
desenvolvimento do barroco mineiro. cultos religiosos.
b) defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo b) A Igreja foi responsável pela criação das primeiras
reconhecimento dos direitos civis dos nativos. universidades no Brasil, com destaque para as de São
c) foram responsáveis pela educação dos filhos dos co- Paulo e de Salvador, ainda no século XVIII.
lonos, por meio da criação de colégios secundários e c) Praticamente toda a vida cultural no Brasil estava
escolas de “ler e escrever”. sob responsabilidade ou em conexão com a Igreja
d) causaram constantes atritos com os colonos por de- católica. Em função disso, grande parte do patrimô-
fenderem, esses religiosos, a preservação das cultu- nio artístico, cultural e histórico brasileiro tem uma
ras indígenas. inegável conexão com a religião.
e) formularam acordos políticos e diplomáticos que d) Grandes músicos e pintores brasileiros estiveram a
garantiram a incorporação da região amazônica ao serviço da Igreja católica no período colonial, como
domínio português. é o caso de Carlos Gomes, Victor Meirelles e Pedro
Américo, grandes expoentes da produção cultural e
artística brasileira, patrocinados pela Igreja para estu-
17 (Unesp) Entre as formas de resistência negra à escravidão, dar na Itália.

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durante o período colonial brasileiro, podemos citar:
e) O monopólio jesuíta na educação e a defesa dos ín-
a) a organização de quilombos, nos quais, sob supervi-
dios causaram grande admiração e respeito entre os
são de autoridades brancas, os negros podiam viver
colonos portugueses no Brasil. Também o governo
livremente.
português apreciava o trabalho dos jesuítas na sua
b) as sabotagens realizadas nas plantações de café, com colônia americana.
a introdução de pragas oriundas da África.
c) a preservação de crenças e rituais religiosos de origem 19 (Fuvest-sP)
africana, que eram condenados pela Igreja católica.
d) as revoltas e fugas em massa dos engenhos, seguidas É assim extremamente simples a estrutura social da
de embarques clandestinos em navios que rumavam colônia no primeiro século e meio de colonização.
para a África. Reduz-se em suma a duas classes: de um lado os
proprietários rurais, a classe abastada dos senhores
e) a adoção da fé católica pelos negros, que lhes pro- de engenho e fazenda; doutro, a massa da população
porcionava imediata alforria concedida pela Igreja. espúria dos trabalhadores do campo, escravos e semi-
livres. Da simplicidade da infraestrutura econômica
18 (PUC-PR) Leia o texto a seguir e depois responda à – a terra, única força produtiva, absorvida pela gran-
questão. de exploração agrícola – deriva a da estrutura social:
a reduzida classe de proprietários e a grande massa,
Em todos os seus esforços para assegurar as fron- explorada e oprimida. Há naturalmente no seio desta
teiras do Brasil, os portugueses foram imensamente massa gradações, que assinalamos. Mas elas não são,
ajudados pelos jesuítas. Essa agressiva ordem reli- contudo, bastante profundas para se caracterizarem
giosa estabeleceu redes de missões em muitas partes em situações radicalmente distintas.
do Brasil, particularmente no vale amazônico, utili-
PRADO JR., Caio. Evolução política do Brasil. 20. ed.
zando vastos suprimentos de mão de obra indígena São Paulo: Brasiliense. p. 28-29, 1993 [1942].
para trabalhar nos ranchos e vinhas por eles dirigi-
dos. Assim fazendo, ajudaram a “pacificar” (leia-se Nesse trecho, o autor observa que, na sociedade colonial:
subjugar) os povos indígenas locais e a estabelecer a
a) só havia duas classes conhecidas, e que nada é sabido so-
religião cristã. Eles também desempenharam um im-
portante papel como agentes culturais, pois foram os bre indivíduos que porventura fizessem parte de outras.
linguistas jesuítas, por exemplo, que estabeleceram b) havia muitas classes diferentes, mas só duas estavam
uma forma padrão de tupi, a principal língua nativa. diretamente ligadas a critérios econômicos.
Ainda no fim do século XVII, essa língua franca era c) todos os membros das classes existentes queriam se
mais amplamente falada do que o próprio português, transformar em proprietários rurais, exceto os peque-
e sua padronização finalmente facilitou a dissemina- nos trabalhadores livres, semilivres ou escravos.
ção da língua portuguesa.
d) diversas classes radicalmente distintas umas das ou-
SKIDMORE, Thomas. Uma história do Brasil. São Paulo: tras compunham um cenário complexo, marcado por
Paz e Terra, 1998. p. 26.
conflitos sociais.
Com base no exposto, percebemos a grande importân- e) a população se organizava em duas classes, cujas
cia da Igreja católica como aliada dos portugueses na gradações internas não alteravam a simplicidade da
tarefa de colonização do Brasil. estrutura social.

182
20 (UePG-PR) A sociedade colonial brasileira apresenta b) Mencione dois fatores que levaram à invasão de
características bastante particulares. A respeito desse Pernambuco pelos holandeses no século XVII.
tema, assinale o que for correto.
Vários fatores poderiam ser mencionados, como a
(01) Uma das principais marcas foi a diferenciação so-
cial: no topo estavam os colonizadores brancos, ausência de um herdeiro para o trono português,
detentores de plenos poderes políticos e econô-
micos, enquanto na base estavam, principalmente, após a morte de D. Sebastião no norte da África, o
os escravos de origem africana.
que levou à União Ibérica, reunindo Portugal e
(02) Nela prevalecia o patriarcalismo. Cuidar do lar e
dos filhos eram as funções essenciais reservadas Espanha sob um só governo; ao mesmo tempo, a
às mulheres.
Holanda se tornava independente do império
(04) É possível afirmar que a sociedade que se formou
durante a mineração (século XVIII) era marcada por

A exploração colonial da América portuguesa


espanhol, criando uma rivalidade que impedia o
uma mobilidade social maior do que a sociedade
do Nordeste açucareiro (século XVI). comércio com as antigas colônias portuguesas;
(08) A miscigenação se constituiu em uma das carac- nesse comércio, os holandeses tinham grande
terísticas mais evidentes da sociedade colonial
brasileira. interesse no açúcar produzido no Nordeste; além
(16) Durante todo o período colonial, as revoltas pro- disso, visavam ao tráfico de escravos.
movidas por escravos negros foram constantes.
Isso demonstra a insatisfação dos africanos pela
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

condição social que ocupavam no Brasil.


Soma: 01 1 02 1 04 1 08 1 16 5 31
21 (Unicamp-sP)
Uma análise das lutas suscitadas pela ocupação holan-
desa no Brasil pode ajudar a desconstruir ideias feitas.
Uma tese tradicional diz respeito ao reforço da iden-
tidade brasileira durante as lutas com os holandeses:
a luta pela expulsão dos holandeses seria obra muito
mais dos brasileiros e negros do que dos portugue-
ses. Já a tese que critica essa associação entre a ex-
periência da dominação holandesa e a gênese de um
sentimento nativista insiste nas divisões – no âmbito
da economia açucareira – entre senhores de engenho 22 (UFRGs-Rs) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as
excluídos ou favorecidos pela ocupação holandesa. afirmações abaixo, referentes ao período das invasões
CURTO, Diogo Ramada. Cultura imperial e projetos holandesas no Nordeste brasileiro.
coloniais (séculos XV a XVIII). Campinas: Editora da Unicamp,
2009. p. 278. (Adaptado.)
( V ) A motivação principal das invasões batavas ao
Brasil está relacionada à conjuntura da União
a) Identifique no texto duas interpretações divergen- Ibérica, que fez com que os adversários da Espanha
tes a respeito da luta contra a dominação holandesa se tornassem hostis a Portugal.
no Brasil. ( F ) O ataque às regiões produtoras de açúcar, inicial-
mente na Bahia e depois em Pernambuco, foi reali-
As duas interpretações apresentadas no texto são: zado pela Companhia das Índias Orientais.
uma, considerada tradicional, associa a luta contra ( V ) Em função do desenvolvimento urbano e de uma
política conciliadora entre luso-brasileiros e bata-
os holandeses a um feito dos colonos brasileiros e vos, o governo de Nassau é considerado a “idade
de ouro” do domínio holandês na América.
negros, e não do colonizador português, o que
( V ) A chamada Restauração Pernambucana foi uma
serviria para reforçar a identidade nacional; a outra, consequência do processo de endividamento dos
lavradores de cana luso-brasileiros com o governo
que critica essa primeira, nega a existência de um holandês.
sentimento nativista entre os brasileiros que A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é:
lutaram contra os holandeses, e explica essa luta
a) V – F – V – V.
pela inserção dos senhores de engenho na b) V – F – F – V.
c) F – V – V – F.
economia açucareira, na qual eles se sentiam
d) F – F – V – V.
excluídos ou favorecidos pela ocupação holandesa.
e) V – V – F – F.

183
ESTUDANDO A exploração colonial da América portuguesa

para o enem
1 (enem) 2 (enem)
H2 H1
H4 Chegança Dali avistamos homens que andavam pela praia,
obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas
Sou Pataxó, mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o me-
Sou Xavante e Carriri, nor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e
Ianomâmi, sou Tupi nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto.
Guarani, sou Carajá. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos
Sou Pancaruru, neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos
Carijó, Tupinajé, seus são corredios.
Sou Potiguar, sou Caeté, CAMINHA, P. V. Carta. Em: RIBEIRO, D. et al. Viagem
Ful-ni-ô, Tupinambá. pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das
Letras, 1997. (Adaptado.)
Eu atraquei num porto muito seguro,
Céu azul, paz e ar puro... O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha,
Botei as pernas pro ar. documento fundamental para a formação da identidade
brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro
Logo sonhei que estava no paraíso,
contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas,

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.


Onde nem era preciso dormir para sonhar.
esse trecho da carta revela a:
Mas de repente me acordei com a surpresa: a) preocupação em garantir a integridade do coloni-
Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar. zador diante da resistência dos índios à ocupação
Da grande-nau, da terra.
Um branco de barba escura, b) postura etnocêntrica do europeu diante das caracte-
Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar. rísticas físicas e práticas culturais do indígena.
E assustado dei um pulo da rede, c) orientação da política da Coroa portuguesa quanto à
Pressenti a fome, a sede, utilização dos nativos como mão de obra para colo-
Eu pensei: “vão me acabar”. nizar a nova terra.
Levantei-me de borduna já na mão. d) oposição de interesses entre portugueses e índios,
Aí, senti no coração, que dificultava o trabalho catequético e exigia am-
O Brasil vai começar. plos recursos para a defesa da posse da nova terra.
NÓBREGA, A.; FREIRE, W. e) abundância da terra descoberta, o que possibilitou a
Pernambuco falando para o mundo, 1998. sua incorporação aos interesses mercantis portugue-
ses, por meio da exploração econômica dos índios.
A letra da canção apresenta um tema recorrente na
história da colonização brasileira, as relações de poder 3 (enem) Gregório de Matos definiu, no século XVII, o
entre portugueses e povos nativos, e representa uma H4 amor e a sensualidade carnal.
crítica à ideia presente no chamado mito: H15
O Amor é finalmente um embaraço de pernas,
a) da democracia racial, originado das relações cordiais
união de barrigas, um breve tremor de artérias.
estabelecidas entre portugueses e nativos no perío-
do anterior ao início da colonização brasileira. Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um
rebuliço de ancas, quem diz outra coisa é besta.
b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como
os povos nativos se associaram economicamente VAINFAS, R. Brasil de todos os pecados. Em: Revista de
aos portugueses, participando dos negócios colo- História, Rio de Janeiro, ano 1, n. 1, nov. 2003.
niais açucareiros.
c) do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com Vilhena descreveu ao seu amigo Filopono, no século
que os nativos brasileiros aceitaram as regras im- XVIII, a sensualidade nas ruas de Salvador.
postas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso
da colonização. Causa essencial de muitas moléstias nesta cidade
d) da natural miscigenação, resultante da forma como é a desordenada paixão sensual que atropela e re-
a metrópole incentivou a união entre colonos, laxa o rigor da Justiça, as leis divinas, eclesiásticas,
ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento civis e criminais. Logo que anoutece, entulham as
ruas libidinosos, vadios e ociosos de um e outro
da colônia.
sexo. Vagam pelas ruas e, sem pejo, fazem gala da
e) do encontro, que identifica a colonização portuguesa sua torpeza.
como pacífica em função das relações de troca esta-
belecidas nos primeiros contatos entre portugueses VILHENA, L. S. A Bahia no século XVIII. Salvador: Itapuã,
1969. v. 1. (Coleção Baiana.) (Adaptado.)
e nativos.

184
A sensualidade foi assunto recorrente no Brasil colonial. 5 (enem)
Opiniões se dividiam quando o tema afrontava direta- H11

RepRodução – pinacoteca do estado de são


paulo, são paulo/doação coleção BRasiliana –
Fundação estudaR, 2007
mente os “bons costumes”. Nesse contexto, contribuía
para explicar essas divergências:
a) a existência de associações religiosas que defendiam
a pureza sexual da população branca.
b) a associação da sensualidade às parcelas mais abas-
tadas da sociedade.
c) o posicionamento liberal da sociedade oitocentista, que
reivindicava mudanças de comportamento na sociedade.
d) a política pública higienista, que atrelava a sexualida-
de a grupos socialmente marginais.
e) a busca do controle do corpo por meio de discurso ambí-

A exploração colonial da América portuguesa


guo que associava sexo, prazer, libertinagem e pecado. SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil:
cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo:
4 (enem) Distantes uma da outra quase cem anos, as duas Companhia das Letras, 1997. v. 1.
H4 telas seguintes, que integram o patrimônio cultural brasi-
A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escra-
leiro, valorizam a cena da primeira missa no Brasil, relata-
vos urbanos no início do século XIX. Lembrando que as
da na carta de Pero Vaz de Caminha. Enquanto a primeira
atividades desempenhadas por esses trabalhadores eram
retrata fielmente a carta, a segunda − ao excluir a nature-
diversas, os escravos de aluguel representados na pintura:
za e os índios − critica a narrativa do escrivão da frota de
Cabral. Além disso, na segunda, não se vê a cruz fincada a) vendiam a produção da lavoura cafeeira para os mo-
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

no altar. radores das cidades.


b) trabalhavam nas casas de seus senhores e acompa-
RepRodução – museu nacional de Belas aRtes,
Rio de janeiRo

nhavam as donzelas na rua.


c) realizavam trabalhos temporários em troca de paga-
mento para os seus senhores.
d) eram autônomos, sendo contratados por outros se-
nhores para realizar atividades comerciais.
e) aguardavam a sua própria venda após desembarcar
no porto.

6 (enem)
H5
Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-se
A primeira missa no Brasil, 1860, de Victor Meirelles. Dispo- desde as Missões e o rio da Prata, ao sul, até o Nor-
nível em: <www.moderna.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2008. deste, com algumas ocorrências ainda mal conhecidas
no sul da Amazônia. A leste, ocupavam toda a faixa
coleção paRticulaR, Rio de janeiRo/
joão cândido poRtinaRi/aceRvo
pRojeto poRtinaRi

litorânea, desde o Rio Grande do Sul até o Maranhão.


A oeste, aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e nas
terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis
do Pantanal e marcam sua presença discretamente nos
cerrados do Brasil central. De fato, ocuparam, de pre-
ferência, as regiões de floresta tropical e subtropical.
PROUS, A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2005.

A primeira missa no Brasil, 1948, de Cândido Portinari. Os povos indígenas citados possuíam tradições cultu-
Disponível em: <www.casadeportinari.com.br>.
Acesso em: 3 nov. 2008. rais específicas que os distinguiam de outras sociedades
indígenas e dos colonizadores europeus. Entre as tradi-
Ao comparar os quadros, e levando-se em consideração ções Tupi-guarani, destacava-se:
a explicação dada, observa-se que: a) a organização em aldeias politicamente independen-
a) a influência da religião católica na catequização do tes, dirigidas por um chefe, eleito pelos indivíduos
povo nativo é objeto das duas telas. mais velhos da tribo.
b) a ausência dos índios na segunda tela significa que b) a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter se-
Portinari quis enaltecer o feito dos portugueses. missedentário de sua organização social.
c) ambas, apesar de diferentes, retratam um mesmo mo- c) a conquista de terras mediante operações militares, o
mento e apresentam a mesma visão do fato histórico. que permitiu seu domínio sobre vasto território.
d) a segunda tela, ao diminuir o destaque da cruz, nega a im- d) o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da
portância da religião no processo dos descobrimentos. agricultura para investir na criação de animais.
e) a tela de Victor Meirelles contribuiu para uma visão ro- e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados
mantizada dos primeiros dias dos portugueses no Brasil. em outras sociedades indígenas.

185

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