Estudos de Poesia
Estudos de Poesia
Descrição
Propósito
Preparação
Objetivos
Módulo 1
Módulo 2
Módulo 3
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Introdução
Desde os tempos de escola, você deve ter experimentado a
leitura de poemas e, quem sabe, escrito alguns poemas como
atividade escolar ou como expressão de suas emoções, de seus
sentimentos e suas vivências.
Aedo
Aedo era um cantor, um rapsodo, que apresentava suas composições
acompanhado pela música da lira ou da cítara. O aedo era, portanto, um
poeta primitivo no mundo grego.
Safo cantando para Homero, 1824. Óleo sobre tela.
Marcel Detienne (1988) nos fala que os poetas cantavam sobre dois
assuntos:
Kydos Kleos
O que iluminava o A glória transmitida de
guerreiro na hora da close geração a geração pela
batalha. palavra poética.
O gênero lírico (genus liricum) foi definido como a palavra cantada pelo
poeta, como expressão da subjetividade.
Johann Gottfried von Herder, grande nome do movimento Sturm und Drang, Anton Graff, 1785.
Pés
O pé é a unidade elementar do ritmo e da melodia do verso de um poema.
Uma explicação para essa denominação está relacionada com o fato de a
marcação da subida e da descida do ritmo de um poema ser feita com a
mão e, principalmente, com o pé na antiguidade greco-latina.
Atenção!
A poesia conta, no Ocidente, com mais de dois mil anos de criação, que
envolvem baladas, canções, hinos, odes, sonetos e outras formas. É
muito difícil descobrir o que há de comum a essas composições para
chegarmos a um conceito global de gênero lírico.
A recordação;
O sentir e as sensações;
Ritmo da associação
Refere-se à estreita relação que se estabelece na lírica entre o ritmo da
música e da poesia. O uso de recursos como a rima e de figuras de
linguagem como a aliteração e a assonância, entre outras, realiza essa
associação.
Mikhail Bakhtin
O filósofo e teórico russo Mikhail Bakhtin (1895-1975) analisa na
história literária a alternância do monologismo e do dialogismo. Os
cânones estéticos tradicionais são monológicos; as obras de caráter
dialógico expressam a revolta contra a tradição estética conformada à
ideologia dominante, ou seja, as obras dialógicas não se conformam às
regras que definem um gênero ou estilo literário.
Monologismo
Remete à ideia de discurso único, um discurso uniforme e definitivo que
não revela outras vozes. Por exemplo, um romance monológico, nesse
sentido, seria aquele em que há uma única voz, a do próprio autor.
Dialogismo
Para Bakhtin, refere-se às relações entre os interlocutores na linguagem em
ação, entre os discursos, entre as diversas vozes sociais.
O verso
O verso se constitui como uma linha escrita, de sentido completo ou
fragmentário, que obedece a determinados preceitos rítmicos, fônicos
ou meramente gráficos, pelos quais se difere da prosa.
O metro
Unidade rítmica repetida ou combinada em um verso. O metro de um
verso é definido pelo número de sílabas que o compõem, consideradas
ou contadas somente até a última sílaba tônica. Na contagem das
sílabas métricas, o poeta pode fazer uso dos seguintes artifícios:
Elisão expand_more
Sinérese expand_more
Diérese expand_more
Uma sílaba
Monossílabo.
Duas sílabas
Dissílabo.
Três sílabas
Trissílabo.
Quatro sílabas
Tetrassílabo.
Cinco sílabas
Redondilha menor.
Seis sílabas
Heroico quebrado (menor).
Sete sílabas
Redondilha maior.
Oito sílabas
Octossílabo.
Nove sílabas
Eneassílabo.
Dez sílabas
Decassílabo { Sáfico / Heroico}.
Onze sílabas
Hendecassílabo.
Doze sílabas
Alexandrino (ou dodecassílabo).
Sáfico
Sáfico: O acento de intensidade ou as tônicas do verso caem na 4ª, 8ª e 10ª
sílabas.
Heroico
Heroico: O acento de intensidade ou as tônicas do verso caem na 6ª e 10ª
sílabas.
É importante prestar atenção quando os versos de uma estrofe são de
igual medida, ou seja, cada verso tem o mesmo número de sílabas
métricas, nesse caso temos a estrofe isométrica. Se a estrofe for
constituída por versos de diferentes medidas, ela será chamada de
estrofe heterométrica.
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Versos e metrificação
Entenda a seguir a classificação dos versos.
Encadeamento
É quando a frase de um verso ou mesmo uma palavra termina no verso
seguinte. Também chamado de cavalgamento e, pelos franceses,
denominado de enjambement.
Rima
É a concordância de sons, finais ou interiores, entre um verso e outro, ou
no interior do mesmo verso.
Emparelhadas (aabb);
Interpoladas (abba);
Mesmo verso
É o caso da rima entre “cheirosas” e “rosas” neste verso do poema O amor
tem vozes misteriosas, de Alphonsus de Guimaraens (1870-1921):
Exemplo:
1 – Rica
Desde um critério gramatical, quando a rima se estabelece entre
classes de palavras diferentes; desde um critério fônico, quando
os sons que se assemelham começam antes da vogal tônica.
2 – Pobre
Segundo o critério gramatical, quando a rima se estabelece na
mesma classe de palavras; conforme o critério fônico, quando os
sons são semelhantes a partir da vogal tônica.
1 - Rima rica
“escura” (adjetivo) e “formosura” (substantivo).
2 - Rima pobre
“dia” e “alegria” (ambos são substantivos).
1 - Aguda ou Masculina
Rima entre palavras oxítonas.
2 - Grave ou Feminina
Rima entre palavras paroxítonas.
Exemplo:
Estrofe do poema Poemeto irônico, de Manuel Bandeira (1886-
1968):
1 - Aguda ou Masculina
Rimas “A” (“paixão” e “vão”).
2 - Grave ou Feminina
Rimas “B” (“curiosidade” e “irrealidade”).
Esdrúxula expand_more
Exemplo:
Atenção!
Os versos que não rimam são chamados brancos ou soltos.
Cesura
Corte ou pausa na estrutura de certos versos, separando-lhes os
componentes métricos. A cesura ou pausa no interior do verso era
obrigatória na métrica tradicional. Geralmente, indica-se a cesura por
meio de duas barras verticais: //.
Dica
No verso de doze sílabas (alexandrino), muito valorizado entre poetas
clássicos e parnasianos, são comuns um acento e uma cesura na sexta
sílaba.
Exemplo
(BOCAGE, 1987)
Ritmo
A linguagem científica subentende o ritmo como uma apresentação
particular de processos motores, ou um movimento apresentado de
maneira regular.
Resumindo
De modo mais simples, o ritmo está relacionado com a alternância dos
sons mais fracos e mais fortes.
Ritmo binário
Veja um exemplo de ritmo binário, com um acento forte seguido de um
acento fraco, nestes versos de Fernando Pessoa (1888-1935):
boca
Questão 1
Questão 2
Leia os textos a seguir:
Texto 1
MARTIN, M. Como apreciar uma poesia. In: Blog Como Educar seus
Filhos. Consultado na internet em: 20 out. 2020.
Texto 2
A Alexandrino ou dodecassílabo
B Hendecassílabo
C Redondilha menor
Nas - lar- gas - mu - ta - ções - per - pé - tuas - extdou - ni - ver (so).
Nas - lar- gas - mu - ta - ÇÕES // per - pé - tuas - d ou - ni - ver (so).
Elegia
Surgiu na Grécia e, primitivamente, era um canto fúnebre. Mas os
próprios gregos passaram a usar a elegia não obrigatoriamente como
um canto triste, tornando-se também um canto que procurava promover
a reflexão sobre temas como a pátria, a guerra, a dor, o amor e a
amizade.
Ritual fúnebre grego antigo representado em terracota, Pintor Gela, final do século VI a.C.
Madrigal
Poema galante e geralmente de tema amoroso, mas também poderia
cantar o idílio pastoril (idealização dos elementos da natureza, da vida
campestre). Tem origem na Renascença italiana e foi bastante cultivado
durante o Arcadismo.
Arcadismo
O madrigal se insere no contexto lírico do Arcadismo por valorizar a
mitologia greco-romana; a musicalidade dada pelas rimas e pelo ritmo; a
natureza idealizada; o uso de vocábulos eruditos, entre outras
características.
Pastoral de outono. Óleo sobre tela, 1749.
Acróstico
Poema no qual as primeiras letras de cada verso formam na vertical
uma palavra (geralmente o nome da mulher amada).
Eclóga ou Êgloga
Poemas de natureza bucólica, com temas rústicos, quase sempre
dialogados e interpretados por pastores.
Epitalâmio
Poemas utilizados para celebrar as núpcias de um casal, sendo
caracterizados pelo tom solene de elogio. O epitalâmio se insere no
contexto dos cantos de casamentos, muito comuns entre os poetas
gregos arcaicos, sendo também chamado de himeneu.
Himeneu
Na mitologia grega é o deus do casamento e filho de Apolo. É provável que,
na Roma antiga, o termo himeneu fosse usado para designar os cantos de
casamentos compostos em metro lírico, enquanto epitalâmio designaria os
cantos nupciais de seis sílabas poéticas (hexâmetro).
Himeneu travestido assistindo à dança em honra a Príapo. Óleo sobre tela.
Epigrama
Significa literalmente “inscrição” e nos faz lembrar dos textos curtos em
um monumento, uma lápide ou mesmo uma moeda.
Ode
A palavra grega ode significa canto. É um poema alegre e entusiasmado.
Os gregos usavam esse estilo para cantar temáticas de amor, prazer e
bebidas (anacreônticas) ou para a exaltação dos vencedores dos jogos
desportivos (pindáricas). A ode era cantada junto ao som de cítara e
flauta.
Anacreônticas
As odes anacreônticas foram criadas pelo poeta lírico grego Anacreonte
(563 a.C. - 478 a.C.) e o adjetivo anacreôntico designa o cantar os prazeres
da vida, como o vinho e o amor.
Pindáricas
As odes pindáricas têm origem no poeta grego Píndaro (522 a.C. - 443 a.C.
aproximadamente), que compôs as Odes Triunfais, usadas para celebrar as
vitórias e os vencedores em jogos como os realizados em Olímpia. O poeta
português Cruz e Silva (1731-1799) chegou a compor as Odes Pindáricas e
Anacreônticas, obra em que procurou seguir o ritmo e os temas da poesia
pindárica.
Canto individual Canto em forma de
coral
Mais usado para close
expressar as temáticas Destinou-se mais à
pessoais e do amor. exaltação dos temas
ligados à religião e às
vitórias esportivas ou
da pátria.
Saiba mais
No Renascimento, a ode foi a primeira forma clássica a se opor às
cantigas trovadorescas. Atualmente se relaciona a um poema
personalístico, de tom elevado, sobre qualquer tema, podendo ter forma
livre (número variável e irregular de estrofes).
Soneto
O termo soneto vem do italiano sonetto, diminutivo de suono, que
significa som ou canção. A origem do soneto é popular e medieval, não
estando vinculada à poesia greco-romana antiga.
(PETRARCA, 2002)
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Formas e exemplos de
liricidade
Veja a seguir algumas formas de texto lírico.
Cantigas de amigo
As cantigas de amigo, por oposição às cantigas de amor, possuíam um
eu lírico feminino, embora o autor sempre fosse um homem. O enredo
representava uma mulher que falava se dirigindo a seu “amigo”
(namorado).
Veja nos versos a seguir, de Pero Meogo, a referência aos cervos (que
nas canções recorrentemente ouvem os lamentos da moça) quando o
eu lírico se dirige à natureza para indagar sobre seu amado e depois
uma possível tradução dos versos:
A liricidade no renascimento
O lirismo da época clássica da Era Moderna conheceu seu apogeu na
Renascença italiana. A Itália foi a primeira região da Europa a
desvincular-se do sistema feudal, graças às suas “repúblicas-
marítimas”, cujas administrações político-econômicas eram
semelhantes às antigas poleis da Grécia.
Poleis
Plural do grego polis (cidade).
Medida velha
A medida velha era a estrutura de poesia do palácio, com versos em
redondilha maior e menor, com uma estrofe de abertura contendo a ideia
central (mote) seguida de estrofes desenvolvendo essa ideia (chamadas de
glosa ou voltas).
Medida nova
A medida nova, resultado das inovações dos poetas do humanismo italiano,
usava o verso decassílabo. O soneto era uma das composições preferidas.
Intertextualidade
Compare o verso “alma minha gentil, que te partiste” deste soneto com o
verso inicial “A alma minha gentil que agora parte” do soneto de Petrarca
que vimos.
Antíteses
Oposições como alma/vida (alma/corpo em algumas edições);
repousa/viva/; céu/terra; cá/lá; assento etéreo/memória desta vida;
memória/esqueças.
Termos
Alguns termos semelhantes ou paralelos no sentido ou na forma são
usados, como recurso estilístico, para retomar termos da estrofe anterior,
ou seja, para ligar uma estrofe à outra. Por exemplo, no último verso da
primeira estrofe, a palavra “cá” permite ligar a estrofe à seguinte a partir da
ocorrência do “lá” no primeiro verso da segunda estrofe. Ainda temos: a
forma verbal “viste”, no final da segunda estrofe, liga a estrofe à seguinte
pela forma verbal “vires” no primeiro verso da terceira estrofe.
(CAMÕES, 1976)
A liricidade no barroco
O nome Barroco só recentemente passou a indicar a corrente artístico-
literária que predominou na Europa durante o século XVII; anteriormente,
as obras que consideramos barrocas se confundiam com a arte
renascentista.
(MATOS, 1992)
A liricidade no
neoclassicismo
O que chamamos de Neoclassicismo é uma evolução do estilo clássico
que atinge o seu maior esplendor na França do rei Luís XIV (1638-1715).
(BOCAGE, 1987)
A liricidade no romantismo
A partir do século XVIII, começa o declínio das teorias da arte como
imitação da realidade exterior ou de modelos preexistentes e se inicia o
triunfo da arte como criação. Surge a figura do poeta “inspirado”, do
“gênio”, aquele que simplesmente se deixa levar pela emoção,
exprimindo livremente o que se passa em seu coração, sem se
preocupar com normas rígidas de composição (D’ONOFRIO, 1997).
O pensamento romântico se
desdobra em duas direções, que
terminam se fundindo: a busca
desse princípio anterior que faz da
poesia o fundamento da linguagem
e, por conseguinte, da sociedade; e
a união desse princípio com a vida
histórica.
Ascese
Ascese, prática ou disciplina de renúncias aos prazeres, está também
relacionada com o ascetismo, uma filosofia ou estilo de vida caracterizado
pela abstenção de prazeres e de conforto por meio da disciplina e do
autocontrole, objetivando o desenvolvimento.
(SOARES, 1999)
A liricidade no modernismo
Foram diversas as escolas modernistas. Do “espetáculo” e da ousadia
das vanguardas europeias à Semana de Arte Moderna de 1922 no Brasil,
muitas tendências se desenvolveram e não são mensuráveis as
modificações estéticas que se deram a partir daí.
esse amanhecer
mais noite que a noite.
(DRUMMOND, 1973)
(LIMA, 1968)
Questão 1
Questão 2
A I e II.
B I e III.
C I e IV.
D II e III.
E II e IV.
O eu lírico
O autor que escreve convencionalmente não é o eu do poema; o eu que
aparece na poesia é o eu poemático ou eu lírico. Mas é claro que esse
“eu poemático”, quase sempre, tem muito do autor. Além disso, o leitor
muitas vezes se vê refletido no poema como se olhasse em um espelho.
É interessante analisarmos essa relação entre o poeta e o eu poemático,
assim como o jogo de espelho que se constitui na relação com o leitor,
em um poema de Fernando Pessoa, veja:
Autopsicografia expand_more
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
(PESSOA, 1999)
O poeta (autor) sente uma dor, a dor sentida, mas a dor que é expressa
pelo eu lírico é a dor fingida no poema, uma vez que a dor sentida só o
poeta mesmo a conhece. Por outro lado, os que leem, por se verem
refletidos na dor escrita no poema, também sentem algo a partir da dor
fingida. Contudo, há um paradoxo: a dor fingida pelo poeta é a dor que
ele deveras (realmente) sente.
Saiba mais
É interessante lembrar que Fernando Pessoa criava os seus eus
poemáticos e dava nome e biografia a eles; chegou a ter 127 e os
denominava conceitualmente de heterônimos.
Almeida Garrett
O poeta romântico português, no poema Ignoto Deo, expõe de maneira
dramatizada a experiência amorosa de um “eu” em diálogo consigo ou
com outrem, a personagem do conflito de amor.
Litografia sobre papel representando Almeida Garrett, político, poeta e dramaturgo português.
(SOARES, 1999)
Cesário Verde
Faremos referência agora a um poema pertencente ao poeta pré-
modernista. No poema O sentimento dum Ocidental, vemos Cesário
expressar-se por meio de um eu lírico que se aproxima muito da figura
do flâneur do poeta e teórico francês Charles Baudelaire (1821-1867).
(MACEDO, 1999)
As burguesinhas do Catolicismo
Resvalam pelo chão minado pelos
canos.
E lembram-me, ao chorar doente
dos pianos,
As freiras que os jejuns matavam de
histerismo.
(MACEDO, 1999)
A intoxicação religiosa das moças burguesas assemelha-se, na
percepção do flâneur, às suicidas freiras histéricas. A cidade traz,
mediante novas formas, a repressão do corpo feminino.
Convenções de leituras
poéticas
Antes de iniciarmos, reflita nessas quatro questões sobre a leitura:
O que é ler?
Um questionamento do texto?
(CASTRO, 1976)
Estruturalista
O Estruturalismo na Literatura corresponde a uma metodologia científica
aplicável ao estudo do texto literário a partir de princípios universais que
governam o uso da linguagem, isto é, a partir de todos os elementos que o
constituem e que estão relacionados entre si por um sistema único de
significação, a que se chama estrutura.
Pós-Estruturalismo
Movimento que critica o Estruturalismo cultural e literário a partir dos anos
1966 e 1967. Caracteriza-se pela crítica a um modelo de análise do texto
literário que seja universal, pois compreende que todos os textos literários
não correspondem a uma estrutura única, por isso mesmo não seria
pertinente um único modelo de análise do texto em face da diversidade
textual. Todo texto seria, de certo modo, o seu próprio modelo ou sua
própria estrutura.
Vejamos as diferenças:
Estruturalismo Pós-Estruturalismo
O foco do crítico ou A ênfase é dada aos
pesquisador é a obra close aspectos textuais.
literária.
Contexto de Contexto
natureza paradigmáticos
sintagmática
É dado pela cultura e
É interno ao texto e está relacionado ao
oferece o sentido no sentido para além do
texto, assim, a natureza texto, ou seja, à
sintagmática deve ser
close significação que vai
abstraída das relações além do texto e envolve
entre as várias unidades os saberes de um grupo
de sentido existentes social ou os valores do
em um texto. mundo exterior
(D’ONOFRIO, 2000).
Quanto ao Pós-Estruturalismo, a referência é o pensador e semiólogo
francês Roland Barthes (1915-1980) e seu livro O Prazer do Texto.
Rompendo com todas as convenções tradicionais de leitura, Barthes
nos propõe uma análise literária a partir do prazer. Sendo assim,
distingue texto de prazer (plaisir) de texto fruição ou gozo (jouissance).
Atenção!
Antes de vermos cada um desses aspectos, lembre-se de que na leitura
e na fruição do texto poético devemos também relacionar nossa
experiência de mundo com os conhecimentos que temos sobre a
Literatura ou, especificamente, o gênero lírico.
Exemplos:
Exemplos:
Acréscimos
Podem acontecer por meio de figuras, como:
Repetição expand_more
Digressão expand_more
Pleonasmo expand_more
Perífrase expand_more
Exemplo
“Mas se Deus é as árvores e as flores / E os montes e o luar e o sol, /
Para que lhe chamo Deus? / Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e
luar; / Porque, se ele se fez, para eu o ver, / Sol e luar e flores e árvores e
montes, / Se ele me aparece como sendo árvores e montes / E luar e sol
e flores, / É que quer que eu o conheça / Como árvores e montes e flores
e luar e sol.”
Supressão
Acontece pelo princípio da condensação, ou seja, com o uso de figuras
ou recursos estilísticos, como:
Elipse expand_more
Zeugma expand_more
Anacoluto expand_more
Reticências expand_more
Assíndeto expand_more
Topo
Termo originário do grego trópos, que significa giro ou direção, e que
designa as figuras de linguagem ou de retórica, pois elas se caracterizam
pela mudança de sentido ou linguagem conotativa.
Metáfora expand_more
Exemplos:
Metonímia expand_more
Exemplos:
Oxímoro expand_more
Exemplo:
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Leitura do texto poético
Veja a seguir alguns princípios e procedimentos relacionados com a
prática de leitura de poemas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Utilize (1) para Filologia, (2) para Estruturalismo e (3) para Pós-
Estruturalismo.
A 3–1–1–2
B 2–1–1–3
C 2–3–2–2
D 2–2–1–2
E 1–2–1–2
Parabéns! A alternativa A está correta.
Questão 2
A I e II.
B I e III.
C II e III.
D II e IV.
E III e IV.
Considerações finais
Vimos que, ao longo do tempo, o gênero lírico tem sido objeto de debate
nos estudos literários, havendo diversas abordagens conceituais no
campo da Teoria da Literatura. A partir da tradição das formas poéticas,
identificamos os elementos que compõem a estrutura dos poemas,
verificando a importância do verso, do metro, da rima e do ritmo nas
abordagens mais formais do texto poético.
headset
Podcast
Para encerrar, ouça um resumo dos principais pontos deste conteúdo.
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Referências
AZEVEDO FILHO, L. A. As cantigas de Pero Meogo. Rio de Janeiro:
Edições Gernasa, 1974.
GOLDSTEIN, N. Versos, sons e ritmos. 13. ed. São Paulo: Ática, 2000.
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