Bioacústico
Bioacústico
IMAGEM DO GRÁFICO
Introdução a bioacústica
A bioacústica estuda o funcionamento do sistema auditivo dos mamíferos e dos humanos, ou
seja, é a analise e a percepção de sensações auditivas cuja origem são os estímulos sonoros
Ondas mecânicas produzidas por uma fonte que possuem frequências audíveis para o ser
humano – variam entre 20 Hz e 20 000 Hz
As ondas sonoras classificam-se em:
INFRASSOM
Ondas Mecânicas em que a frequência é inferior a 20 Hz. Essa frequência não pode ser
ouvida pelo ser humano, no entanto, existem alguns animais que emitem e ouvem sons
nessas frequências, como o elefante, o cachorro e o morcego.
Ultrassom
São ondas mecânicas que possuem frequência superior a 20 000 Hz. Nesse caso, o som
também não pode ser ouvido pelo ser humano.
O ultrassom é muito utilizado para exames clínicos, em navios, etc.
Nota: A frequência de uma onda periódica qualquer é o número de oscilações que ocorrem
por unidade de tempo, em um ponto por onde ela passa. A frequência da onda é igual à
frequência daquilo que a gerou, ou seja, de sua fonte. Assim, se uma fonte vibra a 50 Hz, o
som emitido por ela terá também 50 Hz e, consequentemente, o nosso tímpano vibrará a 50
HzA bioacústica é uma ciência multi-disciplinar que combina a biologia e a acústica.
Geralmente refere-se à investigação da produção sonora.
– Ondas
Ondas são um tipo de perturbação ou distúrbio transmitido através do vácuo ou de um meio
material (sólido, liquido ou gasoso) que carregam alguma forma de energia.
Existe uma variedade muito grande de ondas, por exemplo, ondas do mar, ondas numa
corda, numa mola, ondas sonoras, ondas eletromagnéticas. Essas ondas podem diferir em
muitos aspectos, mas todas têm uma mesma característica: transportam energia de um
ponto a outro. Cada tipo de onda pode ser caracterizado pela oscilação e uma ou mais
variáveis físicas que se propagam através do espaço.
Um tipo especial de ondas são as eletromagnéticas. Nelas, as variáveis físicas que oscilam
são os vetores campo elétrico e campo magnético. Os olhos são receptores especiais que
detectam as ondas eletromagnéticas com comprimentos de ondas entre 4000 e 7000 Å.
Veremos mais detalhes sobre as ondas eletromagnéticas nas aulas futuras.
Nas ondas sonoras a variável física que sofre oscilação é a pressão (ou densidade do meio).
Os ouvidos constituem receptores especiais de ondas sonoras com freqüências de 20 a 20000
Hz.
Tipos de ondas
As ondas podem ser do tipo mecânicas (se propagam apenas em um meio material) e não-
mecânicas (não necessitam de um meio material para se propagar).
As ondas sonoras, ondas numa corda, ondas na água são exemplos de ondas mecânicas que
se
propagam em meios deformáveis ou elásticos. Durante a propagação de ondas mecânicas, as
partículas que constituem o meio vibram somente ao redor de suas posições de equilíbrio,
sem no entanto se deslocar como um todo juntamente com a onda. Ondas eletromagnéticas,
como ondas de rádio ou a luz visível, são ondas do tipo não-mecânica pois podem se
propagar até mesmo no vácuo. Em geral chamamos o comprimento da onda pela letra grega
lambda (λ). O comprimento de onda é a distancia entre dois máximos (crista) ou dois
mínimos (vale) da onda, ou ainda, a distancia mínima em que a forma da onda se repete.
Analisando a relação entre a direção da perturbação e a da propagação, as ondas ainda
podem ser divididas em transversais (perturbação é perpendicular a direção de propagação
da onda) e longitudinais (direção da perturbação é a mesma da propagação da onda). As
ondas sonoras são do tipo longitudinais e as eletromagnéticas são do tipo transversais.
Dependendo da duração da perturbação provocada no meio, pode-se produzir um pulso ou
onda única, ou trem (ou pacote) de ondas e uma sucessão contínua de ondas.
PARTE A – Capítulo 3
Ondas, som e introdução a bioacústica.
Biofísica – Ondas, som e introdução a bioacústica – Prof. Dr. Sergio Pilling 1
As ondas ainda podem ser progressivas (cada partícula do meio vibra com a mesma
amplitude) ou estacionarias (todos os pontos do meio oscilam com a mesma freqüência mas
a amplitude é uma função da posição do ponto.). As ondas sonoras produzidas na fala são do
tipo progressivas enquanto as originadas no interior de uma flauta são estacionárias.
Imagens:
Principio da superposição
O que ocorre quando duas ou mais ondas se cruzam numa mesma região do espaço? A
resposta para essa questão é dada pelo principio da superposição segundo o qual a
perturbação resultante devido ao cruzamento das ondas é a soma algébricas das perturbações
de cada onda individual. Esse principio é valido pra todos os tipos de ondas.
O efeito combinado de duas ou mais ondas num dado ponto do espaço é chamado, de forma
geral, de interferência. Esse é um fenômeno característico e exclusivo do movimento
ondulatório. A interferência pode ser construtiva (soma-se as amplitudes individuais) ou
destrutiva (subtrai-se as amplitudes individuais).
Imagens:
PROPRIEDADES DO SOM
O som é resultado de um movimento vibratório (periódico) de um corpo que se propaga em
diferentes velocidades, através de meios de diferentes densidades, em forma de ondas de
vibração das moléculas do meio. As propriedades básicas de um som são: sua freqüência, sua
intensidade e sua duração.
• Freqüência: A freqüência é expressa em ciclos por segundo, ou
Hertz (Hz). A frequência de um som está inversamente relacio- nada com o seu comprimento
de onda. Ou seja, um som de alta freqüência possui um comprimento de onda pequeno, com
um elevado número de ciclos por segundo. Enquanto que, um som de baixa freqüência possui
um comprimento de onda grande, com um pequeno número de ciclos por segundo.
• Intensidade: A intensidade relaciona-se à amplitude da onda sonora. Um som tem pequena
intensidade ou baixo volume quando a amplitude da onda é pequena, e o som tem grande in-
tensidade ou alto volume quando a amplitude da onda é gran- de. Ou seja, amplificar um som
é aumentar sua amplitude de vibração (a energia) das moléculas, sem alterar a sua freqüên-
cia.
• Duração: A duração de um som é uma característica temporal da onda sonora, ou seja, o
tempo de duração do som.
PROPAGAÇÃO DO SOM
O som pode se propagar em meios de diferentes densidades, e com diferentes velocidades
(por exemplo: 340m/s no ar; 1435m/s na água e de 4000 a 5000m/s na rocha). Durante a sua
propa- gação o som pode sofrer algumas alterações, dentre elas desta- cam–se, segundo
Owings e Morton (1998); Mathevon et al. (2004):
RECEPÇÃO DO SOM
O som é recebido no ouvido dos vertebrados, onde é processa- do em duas etapas bem
distintas. A primeira, onde a recepção é mecânica: o tímpano responde como uma membrana
de microfo- ne, por uma deformação, que é transmitida e eventualmente am- pliada pelos
ossículos do ouvido médio. Assim sendo, a linfa que banha a cóclea vai oscilar conforme as
variações de pressão sono- ra recebidas pelo tímpano (Vielliard, 2000; Podos e Nowicki, 2000).
A segunda etapa é a transformação destas oscilações em im- pulsos nervosos, e estes por sua
vez, encaminhados para o cére- bro. No entanto, o cérebro não recebe informações gradativas
e discriminadas sobre cada parâmetro físico que define o som (fre- qüência, amplitude e
duração). O que o cérebro recebe é uma codi- ficação que corresponde a um intervalo de
valores integrando es- ses parâmetros. Assim, é necessário para o receptor aprender a de-
codificar esses impulsos nervosos (Brenowitz e Kroodsma, 1996; Vielliard, 2000; Podos e
Nowicki, 2000).