Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Instituto de Matemática, Estatística e Física - IMEF

Cálculo Vetorial

NOTAS DE AULA - CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL II (v. beta)

André Meneghetti
Cinthya Meneghetti (revisão)
(última atualização: 13 de Dezembro de 2016)
ii
Conteúdo
0 Funções reais 1

1 Funções vetoriais de uma variável real 4

1.1 Domínio, imagem e contradomínio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Cálculo de funções vetoriais de uma variável real . . . . . . . . . . . . . . 9
1.3 Interpretação geométrica da derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.4 Equação vetorial de uma reta em Rn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5 Retas tangentes a gráficos de funções vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.6 Comprimento de arco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.7 Parametrizações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.8 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

2 Derivadas parciais 37
2.1 Interpretação geométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.2 Calculando derivadas parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

3 Derivadas direcionais 41
3.1 Máximo e mínimo de derivadas direcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.2 Curvas e superfícies de nível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.3 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

4 Integrais de linha 60
4.1 Integrais de linha com relação a x e y . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4.2 Trabalho (W ) e Integrais de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.3 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

5 Campos vetoriais 75
5.1 Campos conservativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
5.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82

6 Escoamento e Fluxo 86
6.1 Escoamento sobre a curva C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
6.2 Fluxo sobre a curva C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

7 Densidade de Escoamento (Rotação) e Densidade Fluxo 93

7.1 Densidade de Escoamento (Rotação) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
7.2 Densidade de Fluxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
7.3 Densidade de Escoamento (Rotação) em R3 . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
7.4 Densidade de Fluxo em R3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

8 Teorema de Green 109

8.1 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112

iii
9 Superfícies 116
9.1 Exemplos de parametrização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
9.2 Área de superfícies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
9.3 Integrais de superfícies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
9.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130

10 Teorema de Gauss 133

10.1 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136

11 Teorema de Stokes 140

11.1 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144

iv
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Prof. André Meneghetti Funções reais

0 Funções reais
Uma função é uma regra que associa elementos de um conjunto A e elementos de um
conjunto B. Por definição, cada elemento de A deve ser associado a somente um elemento
de B. Quando falamos em funções reais, subentende-se que A ⊆ R e B = R.

Em geral usa-se a seguinte notação: f : I ⊆ R → R

I é um subconjunto de R e é o domínio da função f . Lembre que R é o contradomínio

que contém a imagem. Imagem é o conjunto formado por elementos do contradomínio
que possuem correspondência com os elementos do domínio.

Exemplo 0.0.1. f : R → R onde f (t) = t2 .

f(t)=t2

à domínio R
à contradomínio R
à imagem [0, ∞)
t

[ π π 
Exemplo 0.0.2. f : − + kπ, + kπ ⊆ R → R onde f (t) = tan(t).
2 2
k∈Z
f(t)=tan(t)

[ π π 
à domínio − + kπ, + kπ
2 2
t k∈Z
à contradomínio R
à imagem R

1
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Prof. André Meneghetti Funções reais

Exemplo 0.0.3. f : R → R onde f (t) = sen(t).

f(t)=sen(t)
à domínio R
à contradomínio R
t
à imagem [−1, 1]

1
Exemplo 0.0.4. f : R \ {−1, 1} ⊆ R → R onde f (t) = .
(t + 1)(t − 1)
1
f(t)=
(t+1)(t-1)

à domínio R \ {−1, 1}
t à contradomínio R
à imagem (−∞, −1] ∪ (0, ∞)

Exemplo 0.0.5. f : (0, ∞] ⊆ R → R onde f (t) = ln(t).

f(t)=ln(t)

à domínio (0, ∞)
à contradomínio R
t à imagem R

2
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Prof. André Meneghetti Funções reais

Exemplo 0.0.6. f : R → R onde f (t) = et .

f(t) = et

à domínio R
à contradomínio R
à imagem (0, ∞)
t

Observação 0.1. Nas funções reais o contradomínio é o conjunto R. A imagem da

função é um subconjunto do conjunto R que em alguns caso pode ser o próprio R.

3
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Prof. André Meneghetti Funções vetoriais

1 Funções vetoriais de uma variável real

Funções vetoriais reais de m variáveis são funções que possuem a forma f : U ⊆ Rm → Rn
onde m, n ∈ N.

De modo geral,

f (x1 , x2 , . . . , xm ) = (f1 (x1 , x2 , . . . , xm ), f2 (x1 , x2 , . . . , xm ), . . . , fn (x1 , x2 , . . . , xm ))

onde f1 , f2 , . . . , fn : U ⊆ Rn → R.

Vamos denominar de “função vetorial de uma variável real” uma função vetorial que
→
−
possui m = 1, ou seja, f : I ⊆ R → Rn
→
−
f (t) = (f1 (t), f2 (t), . . . , fn (t)) (1)
onde f1 , f2 , . . . fn são funções reais.

Além disso, iremos dar ênfase para os casos em que n = 2 e n = 3, pois nestes casos é
possível visualizar a imagem dessas funções.

1.1 Domínio, imagem e contradomínio

à Domínio de uma função vetorial de uma variável real.

Uma função vetorial de uma variável real é um vetor no qual cada componente é uma
função real. Cada componente possui um domínio. O domínio que será atribuido a
função vetorial deve ser a intersecção dos domínios das componentes.

Exemplo 1.1.1.  √
→
− →
− 
Considere a função f : I ⊆ R → R2 definida por f (t) = t2 , 1 − t2 .
Note que qualquer valor real pode ser atribuido a componente t2 ,√no entanto apenas
valores entre −1 e 1, inclusive, podem ser atribuidos a componente 1 − t2 . Portanto o
maior intervalo que contempla valores para ambas as componente é (−1, 1).
→
−
Portanto, esse é o domínio da função f .

à Contradomínio de uma função vetorial de uma variável real.

→
−
Seja f uma função vetorial de uma variável real, como definida em (1). Observe que
→
−
f : I ⊆ R → Rn . Isso significa que para cada valor atribuído a t a função associa um
vetor de n dimensões. Esses vetores necessitam de um espaço de n dimensões para serem
representados, ou seja, o contradomínio é o espaço Rn .

4
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Prof. André Meneghetti Funções vetoriais

à Imagem de uma função vetorial de uma variável real.

Com foi dito anteriormente, para cada valor atribuído a t a função associa um vetor de
n dimensões. Ao percorrer todos os possíveis valores de t que o domínio permite, tem-se
→
−
um conjunto de pontos (ou vetores) em Rn . Esse conjunto será a imagem da função f .
A imagem de uma função vetorial de uma variável real é sempre uma curva. Em parti-
cular, se o contradomínio for R, esta curva é plana.

→
− →
−
Exemplo 1.1.2. Seja f : R → R2 onde f (t) = (t, 2t).

à domínio: R
à contradomínio: R2
à imagem: é a reta {(t, 2t)|t ∈ R}

→
− →
−
Exemplo 1.1.3. Seja f : R → R2 onde f (t) = (t, sen(t)).

à domínio: R
à contradomínio: R2
à imagem: é a senoide {(t, sen(t))|t ∈ R}

5
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→
− →
−
Exemplo 1.1.4. Seja f : R → R2 onde f (t) = (sen(t), t).

à domínio: R
à contradomínio: R2
à imagem: é a senoide {(sen(t), t)|t ∈ R}

→
− →
−
Exemplo 1.1.5. Seja f : R → R3 onde f (t) = (t, t, t).

à domínio: R
à contradomínio: R3
à imagem: é a reta {(t, t, t)|t ∈ R}

6
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à domínio: R
à contradomínio: R2
Prof. André Meneghetti

−
→

7
−

à imagem: é círculo {(cos(t), sen(t))|t ∈ R}

→
Exemplo 1.1.6. Seja f : R → R2 onde f (t) = (cos(t), sen(t)).
Funções vetoriais
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→
− →
−
Exemplo 1.1.7. Seja f : R → R3 onde f (t) = (sen t, cos t, t).

à domínio: R
à contradomínio: R3
à imagem: é a hélice {(sen t, cos t, t)|t ∈ R}

Note que as duas primeiras coordenadas fazem o ponto girar, enquanto a terceira faz o
ponto subir gerando, então, a hélice. Ao multiplicar o argumento t por um escalar, temos
que a hélice gira mais rápido.

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1.2 Cálculo de funções vetoriais de uma variável real

→
−
Definição 1.1. Seja f definida em (1).

→
−
f (t) = (f1 (t), f2 (t), . . . , fn (t))
Definimos:

à Limite
 
→
−
lim f (t) = lim f1 (t), lim f2 (t), . . . , lim fn (t) (2)
t→t0 t→t0 t→t0 t→t0

à Derivada
 
d→ − d d d
f (t) = f1 (t), f2 (t), . . . , fn (t) (3)
dt dt dt dt

à Integral
Z 
→
−
Z Z Z
f (t)dt = f1 (t)dt, f2 (t)dt, . . . , fn (t) dt (4)

à Integral definida
b Z b b b 
→
−
Z Z Z
f (t)dt = f1 (t)dt, f2 (t)dt, . . . , fn (t) dt (5)
a a a a

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→
−  2

Exemplo 1.2.1. Seja f (t) = t2 , cos(3t), tet .
→
− d→ − →
−
Z
Determine lim f (t), f (t) e f (t)dt.
t→π dt
Resolução:
→
−  2
  2

lim f (t) = lim t2 , lim cos(3t), lim tet = π 2 , cos(3π), πeπ
t→π t→π t→π t→π

 
d→ − d 2 d d 2  2 2

f (t) = t , cos(3t), tet = 2t, −3 sen(3t), 2t2 et + et
dt dt dt dt

2
!
t3 sen(3t) et
Z 
→
− →
−
Z Z Z
t2
f (t)dt = t2 dt, cos(3t)dt, te dt = , , +C
3 3 2

Propriedades de limites
→
− →
−
Sejam f (t), →
−
g (t) funções vetoriais e α um escalar. Supondo que lim f (t) e lim →
−
g (t)
t→t0 t→t0
existam, as seguintes propriedades são válidas.
→
− →
−
i) lim (α f (t)) = α lim f (t);
t→t0 t→t0
→
− →
−
ii) lim ( f (t) + →
−
g (t)) = lim f (t) + lim →
−
g (t);
t→t0 t→t0 t→t0
→
− →
−
iii) lim ( f (t) · →
−
g (t)) = lim f (t) · lim →
−
g (t).
t→t0 t→t0 t→t0

Propriedades de derivadas e integrais

→
−
Sejam f (t), →
−
g (t) funções vetoriais e α um escalar. As seguintes propriedades são válidas.
d → − d→ −
i) (α f (t)) = α f (t);
dt dt
d →− d→ − d−
ii) ( f (t) + →
−
g (t)) = f (t) + → g (t);
dt dt dt
→
− →
−
Z Z
iii) (α f (t))dt = α f (t)dt;

→
− →
−
Z Z Z
iv) ( f (t) + →
−
g (t))dt = f (t)dt + →
−
g (t)dt;

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Pela maneira que definimos em (3) temos

 
d→ − d d d
f (t) = f1 (t), f2 (t), . . . , fn (t) .
dt dt dt dt
Usando a definição de derivada de funções reais, reecrevemos da seguinte maneira:

 
d→ − f1 (t + h) − f1 (t) f2 (t + h) − f2 (t) fn (t + h) − fn (t)
f (t) = lim , lim , . . . , lim
dt h→0 h h→0 h h→0 h

Aplicando propriedades de vetores e limites

d→ − (f1 (t + h) − f1 (t), f2 (t + h) − f2 (t), . . . , fn (t + h) − fn (t))

f (t) = lim
dt h→0 h
d→ − (f1 (t + h), f2 (t + h), . . . , fn (t + h)) − (f1 (t), f2 (t), . . . , fn (t))
f (t) = lim
dt h→0 h
→
− →
−
d→ − f (t + h) − f (t)
f (t) = lim (6)
dt h→0 h

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1.3 Interpretação geométrica da derivada

→
−
Seja f : I ⊆ R → R3 . Quando variamos t (variável independente) a imagem de
→
−
f (t) = (f1 (t), f2 (t), f3 (t)) é uma curva em R3 .

Considere t0 ∈ I fixo pense nos vetores f (t0 ) e f (t0 + h). O gráfico abaixo ilustra a
situação.

f(t0+h) - f(t0)

f(t0)

f(t0+h)

t0 t
curva C

domínio

→
− →
−
Nesse gráfico também é ilustrado o vetor diferença entre f (t0 + h) e f (t0 ), ou sim-
→
− →
−
plesmente o vetor f (t0 + h) − f (t0 ). É bastante intuitivo que quando h → 0 o vetor
→
− →
−
f (t0 + h) − f (t0 ) tende a ficar tangente a curva C.
→
− →
−
Observe que o módulo do vetor f (t0 + h) − f (t0 ) tende a zero, no entanto a derivada
→
− →
−
→
−0 f (t0 + h) − f (t0 )
f (t0 ) = lim é um vetor paralelo e seu módulo em geral é difernte
h→0 h
de zero.

f(' t0) = lim f(t0+h) - f(t0)

h 0 h
f(t0+h) - f(t0)
h 0
f(t0)
f(t0)
f(t0+h)

curva C curva C

Ou seja, o vetor derivada

→
− →
−
→
−0 f (t0 + h) − f (t0 )
f (t0 ) = lim
h→0 h
→
− →
−
é tangente a curva C (que é a imagem de f ) em f (t0 ).

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→
− →
−
Exemplo 1.3.1. Seja f : R → R2 , definido por f (t) = (3 cos(t), sen(t)).
→
− →
−
f (t) = (3 cos(t), sen(t)) =⇒ f 0 (t) = (−3 sen(t), cos(t)).

Quando t = 0
→
− →
−
à f (0) = (3, 0) e f 0 (0) = (0, 1).

5π
Quando t = 4
√ √ ! √ √ !
→
−0 5π
   
→
− 5π 2 2 2 2
à f = −3 ,− e f = 3 , .
4 2 2 4 2 2

y(t)=sen(t)

f(' 0 )
f( 0 )
f(5p
4) x(t)=cos(t)

f(' 5p
4)

à Vetor posição
A ideia agora é inserir o contexto de equação vetorial da reta. Antes disso é preciso que
fique claro a relação que existe entre pontos e vetores. “O vetor diz onde o ponto está.”

→
− →
−
Exemplo 1.3.2. Seja f : R → R2 a função definida por f (t) = (t, 3). Para cada valor
t determina-se um par (t, 3) que pode ser entendido como um ponto ou um vetor posição.
→
−
A união de todos os pontos (t, 3) ∈ R2 onde t ∈ R forma um gráfico (imagem de f ), que
neste caso é uma reta.
y(t)=3

f(1)=(1,3) 3

f(2)=(2,3) 2

1
f(3)=(3,3)

f(4)=(4,3) 1 2 3 4 5 x(t)=t

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1.4 Equação vetorial de uma reta em Rn

Para determinar a equação vetorial de uma reta em Rn , é preciso duas informações:

i) um ponto em Rn onde a reta passa, ou equivalentemente, um vetor posição inicial

−
→
P0 ;

ii) a direção da reta, ou seja, conhecer um vetor →

−
v ∈ Rn que seja paralelo a reta.
−
→
Com estas informações, basta que a partir do vetor posição inicial P0 percorra-se na
direção do vetor →
−
v . Chamando a reta de →
−
r , esse equação pode ser obtida da seguinte
maneira:

→
− −
→
r (t) = P0 + t→
−
v (7)

n
espaço R
v

P0
r(t) = P0 + t v

14
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−
→
Exemplo 1.4.1. Determine a reta →
−
r (t) que passa pelo ponto P0 = (1, 2) e é paralela
ao vetor →
−
v = (1, 1).

Conforme a equação (7)

→
− −
→
r (t) = P0 + t→
−
v

→
−
r (t) = (1, 2) + t(1, 1).
Outra maneira de apresentar a solução:

→
−
r (t) = (1 + t, 2 + t).

y(t)
2
espaço R

r(t) = (1,2)+ t (1,1)

1 x(t)

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−
→
Exemplo 1.4.2. Determine a reta →
−
r (t) que passa pelo ponto P0 = (1, 1, 1) e é paralela
ao vetor →
−
v = (0, 21 , 0).

Conforme a equação (7)

→
− −
→
r (t) = P0 + t→
−
v

→
− 1
r (t) = (1, 1, 1) + t(0, , 0).
2
Outra maneira de apresentar a solução:

→
− t
r (t) = (1, 1 + , 1).
2

z(t) 3
espaço R

1
r(t) = (1,1,1)+ t (0, 1 ,0)
2

1 y(t)

x(t)

16
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1.5 Retas tangentes a gráficos de funções vetoriais

→
−
Dado uma função f : I ⊆ R → Rn , como em (1)
→
−
f (t) = (f1 (t), f2 (t), . . . , fn (t))
−
→
sabemos que o seu gráfico é uma curva no espaço Rn . Se P0 é um ponto sobre a curva,
→
− −
→ →
−
digamos f (t0 ) = P0 , então como vimos em (1.3) o vetor → −v = f 0 (t0 ) é um vetor tangente
→
−
a curva no ponto f (t0 ).
→
−
Assim, se quisermos determinar a equação da reta →−
r (t) tangente ao gráfico de f (t), no
→ →
− −
ponto P0 = f (t0 ) basta aplicarmos a fórmula (7)

→
− −
→
r (t) = P0 + t→
−
v

→
− →
− →
−
r (t) = f (t0 ) + t f 0 (t0 ) (8)

O gráfico abaixo ilustra a situação (em R3 ).

f(t)=( f 1 (t), f2 (t), f3(t) )

z(t)=f3(t)
equação vetorial da reta tangente

' 0)
f(t ' 0)
r(t) = f(t0 ) + tf(t
f(t0 )

y(t)=f2(t)

x(t)=f1(t)

17
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→
− →
−
Exemplo 1.5.1. Seja f : R → R2 definida por f (t) = (t, t2 ). Determine a equação da
→
−
reta →
−
r (t) que é tangente ao gráfico de f (t) que passa pelo ponto (2, 4).

y(t)=t2

equação vetorial da reta tangente

'
f(2) '
r(t) = f(2) + tf(2)

f(2)

x(t)=t

Equações:
→
−
Note que o ponto (2, 4) é obtido quando escolhemos t = 2, isso é, f (2) = (2, 22 ) =
−
→
(2, 4) = P0 . Logo,

→
− −
→
r (t) = P0 + t→
−
v =⇒

→
− →
− →
−
r (t) = f (2) + t f 0 (2).
→
−
Para determinar f 0 (2) primeiro determinamos f 0 (t), que é dado por
→
−0
f (t) = (t, t2 )0 = (1, 2t).
→
−
Portanto, f 0 (2) = (1, 2(2)) = (1, 4) e consequentemente

→
−
r (t) = (2, 4) + t(1, 4).

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→
− →
−
Exemplo 1.5.2. Seja f : R → R2 definida por f (t) = (cos(t), sen(t)). Determine a
→
− →
−
equação da reta →
−
r (t) que é tangente ao gráfico de f (t) que passa pelo ponto f ( π2 ).

y(t)=sen(t)
equação vetorial da reta tangente
p
f(' 2 ) r(t) = f(p ) + t f(' p )
2 2

f(p2 )

x(t)=cos(t)

Queremos determinar

→
− −
→
r (t) = P0 + t→
−
v =⇒

→
− →
− π  →
− π 
r (t) = f + tf 0 .
2 2
→
− π π   π  −
→
Note que o ponto f ) = (cos , sen = (0, 1) = P0 . Além disso, para deter-
→
− 2 2 2
minar f 0 π2 primeiro determinamos f 0 (t), que é dado por

→
−0
f (t) = (cos(t), sen(t))0 = (− sen(t), cos(t)).
→
−
Portanto, f 0 π
= (− sen( π2 ), cos( π2 )) = (−1, 0) e consequentemente


2

→
−
r (t) = (0, 1) + t(−1, 0).

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→
−
Exemplo 1.5.3. Seja f : [0, ∞) ⊂ R → R2 definida por
→
−
f ( f ) = (t cos(t), t sen(t)). Determine a equação vetorial da reta →
−
r (t) que é tangente ao
→
− 7π


gráfico da imagem de f (t) no ponto 0, − 2 .

y(t)=t sin(t)

equação vetorial da reta tangente

r(t) = f( 7p )+ t f(' 7p )
2 2

x(t)= t cos(t)

f( 72p )

f(' 72p )

Note que o ponto (0, − 7π 7π

2 ) é obtido quando escolhemos t = 2 , isso é,
        
→
− 7π 7π 7π 7π 7π 7π −
→
f = cos , sen = 0, − = P0 .
2 2 2 2 2 2
Logo,
   
→
− −
→ →
−
7π →
− 0 7π
r (t) = P0 + t→
−
v =⇒ →
−
r (t) = f +tf .
2 2
→
− →
−
Para determinar f 0 7π primeiro determinamos f 0 (t), que é dado por


2
→
−0
f (t) = (t cos(t), t sen(t))0 = (−t sen(t) + cos(t), t cos(t) + sen(t)).
Portanto,
          
→
−0 7π 7π 7π 7π 7π 7π 7π
f = − sen + cos , cos + sen
2 2 2 2 2 2 2
   
→
− 0 7π 7π
f = , −1
2 2
e consequentemente    
→
− 7π 7π
r (t) = 0, − +t , −1 .
2 2

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→
− →
−
Exemplo 1.5.4. Seja f : [0, ∞) ⊂ R → R3 definida por f (t) = (cos(t), sen(t), t).
→
−
Determine a equação vetorial da reta →
−
r (t) que é tangente ao gráfico da imagem de f (t)
no ponto (1, 0, 4π).

z(t)=t

equação vetorial da reta tangente

r(t) = + t

f(4p) f'(4p)
y(t)=sin(t)

x(t)= cos(t)

Note que o ponto (1, 0, 4π) é obtido quando escolhemos t = 4π, isso é,
→
−
f (4π) = (cos (4π) , sen (4π) , 4π) = (1, 0, 4π) .
Logo,

→
− −
→ →
− →
−
r (t) = P0 + t→
−
v =⇒ →−
r (t) = f (4π) + t f 0 (4π) .
→
− →
−
Para determinar f 0 (4π) primeiro determinamos f 0 (t), que é dado por
→
−0
f (t) = (cos(t), sen(t), t)0 = (− sen(t), cos(t), 1).
Portanto,
→
−0
f (4π) = (− sen (4π) , cos (4π) , 1) = (0, 1, 1)
e consequentemente
→
−
r (t) = (1, 0, 4π) + t(0, 1, 1).

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1.6 Comprimento de arco

→
− →
−
Considere a parametrização f : [0, 6π] → R3 definida por f (t) = (cos(t), sen(t), t).
Como determinar o comprimento do arco que gera a hélice?
z(t)=t

Qual o comprimento desta hélice?

y(t)=sen(t)

x(t)= cos(t)

Antes de apresentar a fórmula que calcula esse comprimento de arco vamos dar uma ideia
de como a formula surge.

Ideia:

Para ficar mais fácil de entender, vamos pensar no caso em que

→
−
f : [a, b] ⊂ R → R2
definida por
→
−
f (t) = (x(t), y(t)) .
Considere t0 ∈ [a, b] e t0 < t < b. Definimos:

s : [a, b] → R no qual se t∗ ∈ [a, b] então s(t∗ ) é o comprimento de arco que começa em

→
−
f (a) e vai até f (t∗ ).
Além disso, definimos:

i) ∆t = t − t0

ii) ∆x(t) = x(t) − x(t0 )

iii) ∆y(t) = y(t) − y(t0 )

iv) ∆s(t) = s(t) − s(t0 )

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Observe a figura:

f(b)=(x(b),y(b))
f(t) s(t)-s(t )
0

y(t)
imagem
y(t )
0

f(a)=(x(a),y(a))
domínio
a t
0 t b x(t ) x(t)
0

Vamos tentar calcular o segmento de arco ∆s(t) = s(t) − s(t0 ). Pense que t0 está fixo.
Observe se t está próximo a t0 , então

∆s(t)2 ≈ ∆x(t)2 + ∆y(t)2

Além disso, dividindo ambos os lados por ∆t2
 2  2  2
∆s(t) ∆x(t) ∆y(t)
≈ + =⇒
∆t ∆t ∆t
s 2  2
∆x(t) ∆y(t)
∆s(t) ≈ + ∆t (9)
∆t ∆t
Portanto já sabemos aproximar cada arco ∆s(t). Assim, ao chamar de L o comprimento
total do arco, temos que

cada segmento

2 D y(t) 2
D x(t)
+ Dt
Dt Dt

s
5 5 2  2
X X ∆x(t) ∆y(t)
L= ∆s(t) ≈ + ∆t
∆t ∆t

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Para melhorar a aproximação aumentamos o número de partições, por exemplo,

cada segmento
...

2 D y(t) 2
D x(t)
+ Dt
Dt Dt

s
20 20 2  2
X X ∆x(t) ∆y(t)
L≈ ∆s(t) ≈ + ∆t
∆t ∆t
é uma aproximação melhor.

à Aplicado limite

Usando a teoria de integrais, aumentamos as partições (n −→ ∞) e, consequentemente,

obtemos a igualdade.
s
n
∆x(t) 2 ∆y(t) 2
X   
L = lim + ∆t.
n−→∞ ∆t ∆t
Além disso, teremos variações infinitesimais e soma infinita de variações infinitesimais.
A notação apropriada, neste caso, decorre da definição de integrais:
s 2 2
Z b 
dx(t) dy(t)
L= + dt (10)
a dt dt

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à Generalização
→
−
Se f : [a, b] → Rn a ideia de construção é a mesma. No entanto, como teremos uma curva
em Rn calcula-se ∆s(t) usando a noção de distância entre dois pontos. Prosseguindo de
→
−
forma análoga teremos que se f (t) = (x1 (t), x2 (t), . . . , xn (t)) então
s 2 2 2
Z b  
dx1 (t) dx2 (t) dxn (t)
L= + + ··· + dt (11)
a dt dt dt

Se observarmos que
→
− →
− →
−
k f 0 (t)k2 = f 0 (t) · f 0 (t) =⇒
   
→
− dx1 (t) dx2 (t) dxn (t) dx1 (t) dx2 (t) dxn (t)
k f 0 (t)k2 = , ,..., · , ,...,
dt dt dt dt dt dt

dx1 (t) 2 dx2 (t) 2 dxn (t) 2

     
→
−0 2
k f (t)k = + + ··· +
dt dt dt
s
dx1 (t) 2 dx2 (t) 2 dxn (t) 2
    
→
−
k f 0 (t)k = + + ··· +
dt dt dt
então podemos reescrever (11)
s 
Z b  2  2  2
dx1 (t) dx2 (t) dxn (t) 
L=  + + ··· + dt
a dt dt dt

na forma

b
→
−
Z
L= k f 0 (t)kdt. (12)
a

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Exemplo 1.6.1. Determine o comprimento de arco da hélice gerada por

→
−
f (t) = (cos(t), t, sen(t))
para t ∈ [0, 5π].

Resolução:

Aplicando a fómula (12)

b
→
−
Z
L= k f 0 (t)kdt
a
s 2  2  2
Z 5π 
d d d
L= cos(t) + t + sen(t) dt
0 dt dt dt
Z 5π q
L= (− sen(t))2 + (1)2 + (cos(t))2 dt
0
Z 5π √ √ √
L= 2dt = 2(5π − 0) = 5π 2.
0
→
− →
− √
Note que o comprimento do segmento de hélice de f (0) até f (t) é s = 2t. Podemos
reparametrizar a curva da forma:
    
→
− s s s
f (s) = cos √ , √ , sen √ ,
2 2 2
de modo que
→
−
k f 0 (s)k = 1 ∀ s ∈ R.
Quando isso acontece, dizemos que a curva f está parametrizada por comprimento de
arco (veremos isso na seção 1.7).

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Exemplo 1.6.2. Mostre que um circulo de raio r possui perímetro 2πr.

Resolução:

Observe que
→
−
f (t) = (r cos(t), r sen(t))
para t ∈ [0, 2π] é uma possível parametrização para o círculo. Então seu comprimento
de arco, por (12), é
b
→
−
Z
L= k f 0 (t)kdt
a
s 2  2
Z 2π
d d
L= r cos(t) + r sen(t) dt
0 dt dt
Z 2π q
L= (−r sen(t))2 + (r cos(t))2 dt
0
Z 2π p
L= r2 (sen(t)2 + cos(t)2 )dt
0
Z 2π
L= rdt = r(2π − 0)
0

L = 2πr

27
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1.7 Parametrizações
Dada uma curva C, uma parametrização de C é uma função vetorial de uma variável
real tal que a imagem desta função coincide com a curva.

Para exemplificar, suponhamos que a curva C seja uma circunferência de raio 1 e centro
(0, 0).

y(t)=sen(t)

f(t)=(cos(t),sen(t))

imagem

x(t)=cos(t)

→
−
Vimos que a imagem da função f : [0, 2π] ⊂ R → R2 por
→
−
f (t) = (cos(t), sen(t))
→
−
coincide com C. Logo f é uma parametrização da curva C.

Observação 1.1. Qualquer função →−g a (t) = (cos(at), sen(at)) com t ∈ [0, 2π
a ] e para
todo a ∈ R\{0} também é parametrização da curva C.

Observação 1.2. Uma curva possui infinitas parametrizações.

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→
−
Sejam f (t) = (cos(t), sen(t)) e →
−
g (t) = (cos(2t), sen(2t)).

π
Ao variar t entre 0 e 2 obtemos:

f(t)=(cos(t),sen(t)) g(t)=(cos(2t),sen(2t))

imagem imagem

1 1

p
0 2 t
domínio

Observe que foi percorrido no domínio uma distância de π2 . A curva gerada pela imagem
→
−
de f também possui esse comprimento, mas a imagem de → −g é maior, mais precisamente
de comprimento π.

à Parametrização pelo comprimento de arco

→
−
Seja C uma curva no espaço Rn e f : I ⊆ R → Rn uma parametrização de C (Isso é,
→
− →
−
Im f = C). Se ao variar uma distância d no domínio a função f gerar uma curva de
→
−
comprimento d na imagem, então dizemos que f é uma parametrização por compri-
mento de arco da curva C.

comprimento "d"
f

comprimento "d" imagem

domínio

29
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1.8 Exercícios
◦ Exercício 1. Determine o domínio das seguintes funções vetoriais reais.
→
−
a) f (t) = (cosh(t), −3);
→
− √
5t + 25, t2 ;


b) f (t) =
→
− √

c) f (t) = cos(πt), − ln(t), t − 2 ;
→
−  2

d) f (t) = 2e−t , t2 , ln(1 − t) ;

→
− 
1

e) f (t) = ln(−t), (t+1)(t−1) .

◦ Exercício 2. Calcule o limite das seguintes funções vetoriais de uma variável real.
→
− →
− 2
−1

a) lim f (t), onde f (t) = tt−1 t−1
, cos(t−1) ;
t→1

→
− →
−  
b) lim f (t), onde f (t) = cos(t)
t ,e
πt ;
t→0
→
− →
− √

c) lim f (t), onde f (t) = cos(πt) sen(πt), − ln(2t + 1), t − 2 ;
t→2+

→
− →
− 
t t2  2 
d) lim f (t), onde f (t) = 1 + 1t , 1+t2 , ln
t
1+t2
;
t→∞

→
− →
−  7

e) lim f (t), onde f (t) = ln(−t), et8 .
t→−e

◦ Exercício 3. Calcule a derivada das seguintes funções vetoriais de uma variável real.
→
−
a) f (t) = cos(t2 ), ln(t) ;

→
− √ 
b) f (t) = t3 + 2, t2 eπt ;
→
− √

c) f (t) = cos(πt) sen(πt), − ln(2t + 1), t − 2 ;
→
−  2

d) f (t) = 2e−t , t2 , ln(1 − t) ;

→
−  7t

e) f (t) = ln(−t), t2e−1 .

30
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◦ Exercício 4. Calcule a integral das seguintes funções vetoriais de uma variável real.
→
−
a) f (t) = t2 et , ln(t) ;

→
−  √ 
b) f (t) = 1t , t3 ;
→
−
c) f (t) = cos(πt) sen(πt), ln(sen(t)) cotan(t), 3t2 ;

→
−  2
1

d) f (t) = tet , −t+2 , cos2 (t) ;
→
−
e) f (t) = ln(t), t2 + 3, cos(t), e8t .

◦ Exercício 5. Em cada item, faça o esboço do gráfico que representa a imagem da

→
−
função f . Indique o sentido crescente da curva. Considere apenas t ≥ 0.
→
−
a) f (t) = (cos(t), 4 sen(t))
→
−
b) f (t) = (cos(t) + 3, 4 sen(t) + 2)
→
−
c) f (t) = et sen(t), et cos(t)

→
−
d) f (t) = (5 cos(t), t, sen(t))
→
−
e) f (t) = (0, cos(t), sen(t))
→
−
f) f (t) = (0, 2, sen(t))
→
−
g) f (t) = (5, t, 2)
→
−
h) f (t) = (1, 5, 5 − t)

◦ Exercício 6. Encontre a equação vetorial da reta que é tangente ao gráfico da imagem

→
− →
−
da função f que passa pelo ponto f (t0 ).
→
− 3π
a) f (t) = (sen(t), cos(t)) e t0 = 4 ;
→
−
b) f (t) = (t cos(t), t sen(t)) e t0 = 5π
4 ;
→
− √
c) f (t) = (t, t, t2 − 4t) e t0 = 2 2;
→
−
d) f (t) = (0, cos(t), sen(2t)) e t0 = 2π;

31
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→
−
◦ Exercício 7. Encontre o comprimento de arco gerado pela da imagem da função f
no intervalo [a, b].
→
−
a) f (t) = (e2t sen(t), e2t cos(t)), [a, b] = [0, π];
→
−
b) f (t) = (cosh(t), t), [a, b] = [−2, 2];
→
−
c) f (t) = (2t, 5t − 1, 3t), [a, b] = [0, 8];
→
−
d) f (t) = (2 cos(t) + 2 sen(t), −2 cos(t) + 2 sen(t)), [a, b] = [0, π2 ];
→
−
e) f (t) = (t3 , t2 ), [a, b] = [1, 3];
→
− −
→
◦ Exercício 8. Seja f (t) = (sen(2t), cos(t)) para t ∈ (0, 2π). O ponto P0 = (1, √12 ) per-
→
−
tence a ao gráfico de f (t). Determine uma equação paramétrica da reta que é tangente
→
−
ao gráfico de f (t) e passa pelo ponto P0 .
1.0

0.5

-1.0 -0.5 0.5 1.0

-0.5

-1.0

→
−
◦ Exercício 9. Seja f (t) = (5 cos(t) + t, t) para t ∈ (0, 8π). Determine a equação
→
− →
−
paramétrica da reta que é tangente ao gráfico de f (t) e passa pelo ponto f (4π).
25

20

15

10

5 10 15 20 25 30

32
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→
−
◦ Exercício 10. Seja f (t) = (10 cos(t), 10 sen(t), t) para t ∈ (0, 10π). Determine a
→
− →
−
equação da reta que é tangente ao gráfico de f (t) e passa pelo ponto f ( 7π
2 ).

30

20

10

-10

-5

0
0
5
-10
-5
0
5 10
10

→
−
◦ Exercício 11. Seja f (t) = (10t cos(t), 10t sen(t), 10t) para t ∈ (0, 10π). Determine a
→
− →
−
equação paramétrica da reta que é tangente ao gráfico de f (t) e passa pelo ponto f ( 7π
2 ).

300

200

100
200

0
0
200

0
-200

-200

◦ Exercício 12. Mostre que o comprimento de arco da hélice circular

→
−
f (t) = (a cos(t), a sen(t), ct) , t ∈ [0, t0 ]
√
é dado por t0 a2 + c2 .

33
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RESPOSTAS

Exercício 1
S
a) R c) [2, ∞) e) (−∞, −1) (−1, 0)
b) [−5, ∞) d) (−∞, 1)

Exercício 2

a) (2, 0) c) (0, − ln(5), 0) e) (1, e−1 )

b) @ d) (e, 1, 0)

Exercício 3
   
2 1 4t 1
a) −2t sen(t ), d) − t2 , 2t,
t e t−1
3t2
 
1 e7t (7t2 − 2t − 7)
 
b) √ , eπt t(πt + 2) e) ,
2 t3 + 2 t (t2 − 1)2
 
2 1
c) π cos(2πt), − , √
2t + 1 2 t − 2

Exercício 4

→− 2
!
a) et (t2 − 2t + 2), t(−1 + ln(t)) + C et t + cos(t) sen(t)
d) , − ln(2 − t), +
! 2 2
2t5/2 →
− →
−
b) ln(t), +C C
5

cos(2πt) (ln(sen(t)))2 3 t3 + 9t e8t

   
→
− →
−
c) − , ,t + C e) t(ln(t) − 1), , sen(t), +C
4π 2 3 8

34
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Exercício 5

z(t)= sen(t)
y(t)=4 sen(t)

imagem imagem

x(t)=cos(t) y(t)=cos(t)

a) e) x(t)=0

z(t)= sen(t)
y(t)=4 sen(t)+2

imagem imagem

y(t)=2
x(t)=cos(t)+3
b) f) x(t)=0

y(t)=etsen(t)
z(t)= 2

2
imagem

x(t)=et cos(t) y(t)=t

imagem 5

c) g) x(t)=5

z(t)= sen(t)
imagem

x(t)=5 cos(t)
y(t)=t
d)

35
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Exercício 6
   
1 1 1 1
a) √ , − √ t + −√ , −√
2 2 2 2
   
1 5π 1 5π 5π 5π
b) − √ + √ , − √ − √ , t + − √ , − √
2 4 2 2 4 2 4 2 4 2
 √   √ √ √ 
c) 1, 1, −4 + 4 2 t + 2 2, 2 2, 8 − 8 2

d) (0, 0, 2) t + (0, 1, 0)

Exercício 7
√ π √
a) 5e senh(π) d) 2π
b) 2 senh(2)
√ 1
√ √

c) 8 38 e) 27 −13 13 + 85 85
 
1
Exercício 8 →
−
r (t) = 1, √ + t (0, −1)
2  
→
− 1 1
Exercício 9 r (t) = (5 + 4π, 4π) + t √ , √
  2 2
→
− 7π
Exercício 10 r (t) = 0, −10, + t (10, 0, 1)
2
→
−
Exercício 11 r (t) = (0, −35π, 35π) + t (35π, −10, 10)

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2 Derivadas parciais

Seja f : R2 → R. Por definição, as derivadas parciais são:

∂f f (x + h, y) − f (x, y)
(x, y) = lim (13)
∂x h→0 h
(derivada parcial com relação a x)

∂f f (x, y + h) − f (x, y)
(x, y) = lim (14)
∂y h→0 h

(derivada parcial com relação a y)

Se f : R3 → R:

∂f f (x + h, y, z) − f (x, y, z)
(x, y, z) = lim (15)
∂x h→0 h
(derivada parcial com relação a x)

∂f f (x, y + h, z) − f (x, y, z)
(x, y, z) = lim (16)
∂y h→0 h

(derivada parcial com relação a y)

∂f f (x, y, z + h) − f (x, y, z)
(x, y, z) = lim (17)
∂z h→0 h
(derivada parcial com relação a z)

2.1 Interpretação geométrica

Seja f : R2 → R. Se (x0 , y0 ) é um ponto do domínino (R2 ), como fazemos para analisar
a variação instantânea em f (x0 , y0 )? É preciso observar que a resposta dependerá da
direção e sentido que estamos estudando.

No caso das derivadas parciais analisamos as variações da função nas direções dos eixos
coordenados “x” e “y”.

Para exemplificar, considere a função f (x, y) = y 2 − x2 . Geometricamente as derivadas

parciais no ponto (1, 2), isso é, fx (1, 2) e fy (1, 2) podem ser vistas no gráfico.

37
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f(x,y) = y2-x2

Observe a reta paralela ao eixo y que passa pelo ponto (1, 0). Os pontos dessa reta apli-
cados na função f (x, y) geram uma curva sobre a superfície que está em azul (também
pode ser vista imaginando a intersecção da superfície com um plano paralelo ao plano
f y passando pelo ponto (1, 0)).

Crescendo na direção e sentido apontada pelo vetor na base (que é a mesma do eixo y)
a curva vai crescendo e quando passa pelo ponto (1, 2) a função f (x, y) cresce. Isso é,
dado 0 < ξ << 1,

f (1, 2 − ξ) < f (1, 2) < f (1, 2 + ξ).

Isso significa que a variação da função f (x, y) quando passa pelo ponto (1, 2) na direção
e sentido do eixo y é crescente. Em outras palavras, a derivada de f (x, y) com relação a
variável y no ponto (1, 2) deve ser positiva. De fato:

fy (x, y) = 2y =⇒ fy (1, 2) = 4 > 0.

Da mesma forma, observe a reta paralela ao eixo x que passa pelo ponto (0, 2). A função
f (x, y) aplicada nos pontos desta reta formam a curva em vermelho. Partindo do ponto
(0, 2) e andando na mesma direção e sentido do eixo x a curva em vermelho decresce.
Quando passa pelo ponto (1, 2) temos que

f (1, 2 − ξ) > f (1, 2) > f (1, 2 + ξ).

Isso significa que a partir do (0, 2) andando na mesma direção e sentido do eixo x ao passar
pelo ponto (1, 2) a função f (x, y) decresce. Logo, a variação foi negativa e, portanto,
esperamos que fx (1, 2) seja negativa. De fato:

fx (x, y) = −2x =⇒ fx (1, 2) = −2 < 0.

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2.2 Calculando derivadas parciais

Na prática, quando se calcula uma derivada parcial com relação a uma variável específica,
as demais se comportam como se fossem constantes.
Para exemplificar, seja f (x, y) = x2 y 2 . Aplicando a definição de derivada parcial com
relação a variável x, temos:

∂f ∂(x2 y 2 ) (x + h)2 y 2 − x2 y 2 (x + h)2 − x2

= = lim = y 2 lim
∂x ∂x h→0 h h→0 h

∂f x2 + 2xh + h2 − x2
= y 2 lim = y 2 lim (2x + h) = 2xy 2 .
∂x h→0 h h→0

Observe que ao considerar y uma constante e aplicar as regras de derivação já conhecidas

obtemos

∂f ∂(x2 y 2 )
= = 2xy 2 .
∂x ∂x

A seguir alguns exemplos de derivadas parciais.

Exemplo 2.2.1. Seja f (x, y) = sen(2x + 5y) + 3xy. Calcule as derivadas parciais com
relação a x e y.

Resolução:
∂f
= 2 cos(2x + 5y) + 3y;
∂x
∂f
= 5 cos(2x + 5y) + 3x.
∂y

Exemplo 2.2.2. Seja f (x, y) = ln(x2 − y 3 ). Calcule as derivadas parciais com relação a
x e y.

Resolução:
∂f 2x
= 2 ;
∂x x − y3
∂f 3y
=− 2 .
∂y x − y3

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∂f
∂f
∂f

∂x
∂x
∂x
Resolução:

= yz + y + z;

= xy + x + y.
relação a x, y e z.

= yz + xy + z;
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40
Funções vetoriais

Exemplo 2.2.3. Seja f (x, y, z) = xyz + xy + xz + yz. Calcule as derivadas parciais com
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3 Derivadas direcionais
Assim como as derivadas parciais, a derivada direcional mede a variação da função em
um determinado ponto com relação a uma direção e um sentido. Se considerarmos
f : R2 → R e (x0 , y0 ) ∈ R2 um ponto do seu domínio, como faremos para determinar a
variação da função f (x, y) aplicada no ponto (x0 , y0 ) na direção e sentido de um certo
vetor →
−
v = (v1 , v2 ) ∈ R2 ? Observe que no caso das derivadas parciais com relação a x e
y a pergunta é a mesma, só que teremos → −v = (1, 0) para a derivada parcial com relação
→
−
a x e v = (0, 1) para a derivada parcial com relação a y.

A ideia é parametrizar uma reta por comprimento de arco em R2 de modo que esta reta,
que chamaremos de → −r (t), passe pelo ponto (x0 , y0 ) e seja paralela ao vetor →
−
v = (v1 , v2 ).
Um fez feito isso, observe que r : R → R e f : R → R. A composição f ◦ →
→
− 2 2 −r (t) =
→
− →
−
f ( r (t)) é uma curva sobre a superfície. Podemos pensar que “a sombra de f ( r (t)) é a
reta →−r (t)”.

Observe também que f ◦ →

−
r : R → R, logo a sua derivada analisa a variação da função
em cada instante t.

Escolhendo a parametrização da reta →

−
r (t) como sendo

→
− (v1 , v2 )
r (t) = (x0 , y0 ) + t
k(v1 , v2 )k
d →
teremos que → −r (0) = (x0 , y0 ) e que, consequentemente, f (−
r (t)) é a variação da
dt → t=0
função f (x, y) no ponto (x0 , y0 ) na direção e sentido do vetor −v = (v1 , v2 ).

Definição 3.1. A informação “variação da função f (x, y) no ponto (x0 , y0 ) na direção e

sentido do vetor →
−
v = (v1 , v2 )”de agora em diante será representada por uma das seguintes
notações:

∂f
D(v1 ,v2 ) f (x0 , y0 ), D−
v f (x0 , y0 ),
→ (x0 , y0 ), f−
v (x0 , y0 ).
→
∂→
−
v

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ILUSTRAÇÃO

ponto (x0, y0, f(x0,y0))

v1 t v2 t
( x0 +
(v1,v2)
, y0
+ (v ,v ) , f(r(t)) (
1 2
cada ponto da superficie
é da forma (x, y, f(x,y))

reta
r(t)=(x0,y0) + t (v1,v2)
(v1,v2)

y0
x0
0 t

ponto (x0,y0) vetor unitário

(v1,v2)
(v1,v2)

42
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Efetuando os cálculos

d → d
f (−
r (t)) = f (x(t), y(t)) =
dt t=0 dt t=0
 
∂f d ∂f d
(x(t), y(t)) x(t) + (x(t), y(t)) y(t) =
∂x dt ∂y dt t=0

∂f ∂f
(x(0), y(0))x0 (0) + (x(0), y(0))y 0 (0) =
∂x ∂y
 
∂f ∂f
(x(0), y(0)) · x0 (0), y 0 (0) .


(x(0), y(0)),
∂x ∂y
Assim,

d → →
−
f (− = ∇f (x0 , y0 ) · x0 (0), y 0 (0)


r (t))
dt t=0
(v1 , v2 )
Observe que →
−
r 0 (0) = (x0 (0), y 0 (0)) e →
−
r 0 (0) = .
k(v1 , v2 )k
Portanto,

∂f →
− (v1 , v2 )
(x0 , y0 ) = ∇f (x0 , y0 ) · . (18)
∂v k(v1 , v2 )k
Usamos a função Gradiente para calcular a derivada direcional, onde Gradiente é definido
a seguir:

Definição 3.2.

Se f : R2 → R, definimos o Gradiente da função f (x, y) no ponto (x0 , y0 ) por

 
→
− ∂f ∂f
∇f (x0 , y0 ) = (x0 , y0 ), (x0 , y0 ) .
∂x ∂y

Se f : R3 → R, definimos o Gradiente da função f (x, y, z) no ponto (x0 , y0 , z0 ) por

 
→
− ∂f ∂f ∂f
∇f (x0 , y0 , z0 ) = (x0 , y0 , z0 ), (x0 , y0 , z0 ), (x0 , y0 , z0 ) .
∂x ∂y ∂z

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∂f
Exemplo 3.0.1. Do exemplo (2.1), determine (1, 2) se v = (3, 4).
∂→
−
v
Resolução:

Se v = (3, 4).

→
− (3, 4)
f(3,4) (1, 2) = ∇f (1, 2) ·
k(3, 4)k
→
−
No qual ∇f (x, y) = (−2x, 2y), consequentemente
→
−
∇f (1, 2) = (−2, 4).
Além disso, p
k(3, 4)k = 32 + 42 = 5.
Portanto,
 
∂f 3 4 6 16 10
(1, 2) = (−2, 4) · , =− + =
∂→
−
v 5 5 5 5 5
∂f
(1, 2) = 2.
∂→
−
v

44
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3.1 Máximo e mínimo de derivadas direcionais

Vimos que para calcular a variação da função f (x, y) em um ponto (x0 , y0 ) na direção e
sentido de um vetor →
−
v = (v1 , v2 ) fazemos

∂f →
− (v1 , v2 )
→
− (x0 , y0 ) = ∇f (x0 , y0 ) · .
∂v k(v1 , v2 )k
Observe ao mudar o vetor →−v = (v1 , v2 ) ∈ R2 o valor da derivada pode ser alterado.
Então é pertinente perguntar: em qual direção e sentido a derivada parcial ∂∂f −
→v
(x0 , y0 )
∂f
ainge seu máximo? E em qual direção e sentido ∂ − →v
(x0 , y0 ) atinge seu mínimo?

Pela definição de produto escalar

∂f →
− (v1 , v2 ) →
− k(v1 , v2 )k
→
− (x0 , y0 ) = ∇f (x0 , y0 ) · = k ∇f (x0 , y0 )k cos(α)
∂v k(v1 , v2 )k k(v1 , v2 )k

∂f →
−
(x0 , y0 ) = k ∇f (x0 , y0 )k cos(α) (19)
∂→
−
v
→
− (v1 , v2 )
no qual α é o ângulo entre os vetores ∇f (x0 , y0 ) e .
k(v1 , v2 )k

f(x,y)

45
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Como −1 ≤ cos(α) ≤ 1 fica fácil de ver para qualquer direção →

−
v = (v1 , v2 )
→
− →
−
−k ∇f (x0 , y0 )k ≤ fv (x0 , y0 ) ≤ k ∇f (x0 , y0 )k.
Além disso, cos(α) = 1 quando α = 0. Isso significa que ∂∂f −
→
v
(x0 , y0 ) atinge seu máximo
quando o vetor → −v faz um ângulo de 0 radianos com o vetor gradiente. Podemos dizer
→
−
que ∂∂f
−
→v
(x0 , y0 ) atinge seu máximo quando v = ∇f (x0 , y0 ). Analogamente ∂∂f −
→
v
(x0 , y0 )
atinge seu mínimo quando cos(α) = −1 que acontece quando α = π radianos. Ou seja,
→
−
∂f
∂−→
v
(x0 , y0 ) atinge seu mínimo quando → −
v = − ∇f (x0 , y0 ).
Observe que pela definição

∂f →
− →
−
v
→
− (x 0 , y0 ) = ∇f (x 0 , y0 ) · →
− .
∂v kvk
→
−
Se →
−
v = ∇f (x0 , y0 ),
→
− →
−
∂f →
− ∇f (x0 , y0 ) k ∇f (x0 , y0 )k2 →
−
(x0 , y0 ) = ∇f (x0 , y0 ) · → = → = k ∇f (x0 , y0 )k.
∂→
−
v −
k ∇f (x0 , y0 )k
−
k ∇f (x0 , y0 )k
∂f →
−
(x0 , y0 ) = k ∇f (x0 , y0 )k (20)
∂→
−
v
(MÁXIMO DA DERIVADA DIRECIONAL)

→
−
Se v = − ∇f (x0 , y0 ),

→
− →
−
∂f →
− − ∇f (x0 , y0 ) −k ∇f (x0 , y0 )k2 →
−
→
− (x0 , y0 ) = ∇f (x0 , y0 ) · →− = →− = −k ∇f (x0 , y0 )k.
∂v k ∇f (x0 , y0 )k k ∇f (x0 , y0 )k

∂f →
−
→
− (x0 , y0 ) = −k ∇f (x0 , y0 )k (21)
∂v
(MÍNIMO DA DERIVADA DIRECIONAL)

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Exemplo 3.1.1. Do exemplo (2.1), determine:

a) direção e sentido do vetor v tal que f (1, 2) possui variação máxima;

b) determine qual é a variação do item anterior;

c) direção e sentido do vetor v tal que f (1, 2) possui variação mínima;

d) determine qual é a variação do item anterior.

Resolução:

→
−
a) v = ∇f (1, 2) = (−2, 4);
∂f →
− p √
b) →
− (1, 2) = k ∇f (1, 2)k = (−2)2 + 42 = 20;
∂v
→
−
c) v = − ∇f (1, 2) = (2, −4);
∂f →
− p √
d) →
− (1, 2) = −k ∇f (1, 2)k = − (−2)2 + 42 = − 20.
∂v

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3.2 Curvas e superfícies de nível

Definição 3.3. Considere uma função f : R2 → R. Definimos como curva de nível de
índice k da função f (x, y) o conjunto formado pelos pontos (x, y) (pares ordenados) tais
que f (x, y) = k.

Usaremos a representação

Ck : f (x, y) = k.

Exemplo 3.2.1. Para exemplificar, seja f : R2 → R a função f (x, y) = x2 + y 2 . No

gráfico tridimensional x × y × f (x, y) pense que f (x, y) é a altura relacionada ao ponto
(x, y) através da relação x2 + y 2 . Nesse contexto, uma curva de nível é o conjunto de
ponto, pares ordenado (x, y), que possuem mesma altura. O conjunto de pontos que
possuem altura k formam uma curva e a essa curva daremos o nome de curva de nível
k e usaremos o símbolo Ck para representá-la. Ou seja:

Ck : k = x 2 + y 2 .

A seguir são mostradas três das infinitas curvas de níveis da função f (x, y) = x2 + y 2 .

Curvas de níveis desenhadas no plano.

f(x,y)=x2+y2
C4: 4=x2+y2

C1: 1=x2+y2
y
C9: 9=x2+y2

x
y

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Exemplo 3.2.2. Seja f : R2 → R a função f (x, y) = y 2 − x2 .

Ck : k = x 2 + y 2 .

A seguir são mostradas sete das infinitas curvas de níveis da função f (x, y) = y 2 − x2 .

f(x,y)=y2-x2
y C3

C2
C1
C-1
C-2
C-3

y x

Algumas curvas de níveis desenhadas no plano.

Observe que para C0 : 0 = y 2 − x2 temos duas retas. Para k > 0 ou k < 0 temos que
Ck : k = y 2 − x2 são hipérboles.

Analogamente definimos superfície de nível.

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Definição 3.4. Considere uma função f : R3 → R. Definimos como superfície de

nível de índice k da função f (x, y, z) o conjunto formado pelos pontos (x, y, z) (ternas
ordenados) tais que f (x, y, z) = k.

Usaremos a representação

Ck : f (x, y, z) = k.

Exemplo 3.2.3. Seja f : R3 → R a função f (x, y) = x2 + y 2 + z 2 .

Ck : k = x 2 + y 2 + z 2 .

As superfícies de nível de índice k desta função são esferas de raio k. A seguir é ilustrado
o caso geral k = x2 + y 2 + z 2 .

k
y

Agora, três destas superfícies de nível. Observe que são esferas concêntricas com centro
na origem.

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Exemplo 3.2.4. Com o mesmo raciocínio, a função C(x, y, z) = x2 + y 2 − z 2 possui

superfícies de nível C0 =cone (ilustrada na Figura abaixo), C1 =hiperbolóide de uma folha
e C−1 =hiperbolóide de duas folhas.

As superfícies de nível da função h(x, y, z) = y 2 − x2 − z são selas.

E as superfícies de nível de p(x, y, z) = x2 + y 2 + z são parabolóides

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Propriedade: Seja f : R2 → R. Considere uma curva de nível de índice k, ou seja,

f (x, y) = k. Essa curva de nível é um conjunto de pontos em R2 que satisfazem essa equa-
ção. Se (x0 , y0 ) é um ponto em R2 tal que pertence a curva de nível (isto é, f (x0 , y0 ) = k),
→
−
então o vetor gardiente ∇f (x0 , y0 ) que também está em R2 é ortogonal a curva de nível
f (x, y) = k no ponto (x0 , y0 ).

f(x0,y0)
curva f(x,y)=k
(x0,y0)

curvas de níveis

De fato:

Seja seja →
−
r (t) = (x(t), y(t)), t ∈ I ∪ R uma parametrização para a curva f (x, y) = k.
Então para todo t ∈ I

f (→
−
r (t)) = f ((x(t), y(t))) = k.
Derivando como relação a t e, consequentemente, usando a regra da cadeia obtemos

f ((x(t), y(t))) = k =⇒

fx ((x(t), y(t)))x0 (t) + fy ((x(t), y(t)))y 0 (t) = 0 =⇒

(fx ((x(t), y(t))), fy ((x(t), y(t)))) · x0 (t), y 0 (t) = 0 =⇒

→
−
∇f (x(t), y(t)) · →
−
r 0 (t) = 0 (22)
Lembre que →−r 0 (t) = (x0 (t), y 0 (t)) é o vetor tangente a curva →
−
r (t) = (x(t), y(t)) para
cada t ∈ I. Pela igualdade (22) concluímos que o vetor gradiente é ortogonal as curvas
de nível.

Observação 3.1. Observe que, analogamente, a mesma justificatica vale para funções
f : Rn → R.

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Exemplo 3.2.5. Para uma função f : R2 → R definida por f (x, y) = x2 + y 2 . Essa

função definine um parabolóide e suas curvas de níveis são circulos de centro na origem.
Vetores ortonormais a essas curvas de níveis podem ser obtidos pela expressão
→
−
∇f (x, y)
n(x, y, z) = →
−
k ∇f (x, y)k
(x, y)
n(x, y, z) = p .
x2 + y 2
Algumas curvas de níveis desse paraboloide podem ser vistos juntamente com vetores
ortonormais na figura abaixo.

O gráfico do parabolóide f (x, y) que dá origem as curvas de níveis acima tem a seguinte
forma.

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Exemplo 3.2.6. Considere a função h : R3 → R definida por h(x, y, z) = x2 +y 2 +z 2 −1.

A superfície de nível de índice zero é a esfera unitária de centro na origem.

h(x, y, z) = 0 =⇒ x2 + y 2 + z 2 = 1.
Vetores ortonormais a superfície dessa esfera podem ser obtidos pela expressão
→
−
∇h(x, y, z)
n(x, y, z) = →
−
k ∇h(x, y, z)k
(x, y, z)
n(x, y, z) = p .
x2 + y 2 + z 2
A esfera unitária, assim como alguns de seus vetores ortonormais, podem ser visualizados.

É importante que fique claro que essa figura é apenas uma das infinitas superfícies de
níveis da função h(x, y, x). As outras supurfícies de níveis também serão esferas, mas com
raios diferentes. Já a função h(x, y, z) não pode ser representada graficamente, uma vez
que é uma função f : R3 → R. Note que seria necessário três dimensões para descrever
apenas o domínio e mais uma dimensão para o contradomínio.

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3.3 Exercícios

◦ Exercício 13. Determine o Gradiente de f (x, y):

a) f (x, y) = 4x − 8y
p 
b) f (x, y) = ln x2 + y 2

c) f (x, y) = e−3y cos(4x)

◦ Exercício 14. Determine o Gradiente de f (x, y) no ponto indicado:

3 →
−
a) f (x, y) = x2 + xy ; P = (−1, −1)
→
−
b) f (x, y) = y ln (x + y) ; P = (−3, 4)

◦ Exercício 15. Determine fu (x, y) no ponto e na direção indicados:

→
− →
−
a) f (x, y) = (1 + xy)3/2 ; P = (3, 1); u = ( √12 , √12 )
→
− →
−
b) f (x, y) = ln 1 + x2 + y ; u = ( √−1 , √−3


P = (0, 0); 10 10
)
→
− →
−
c) f (x, y) = 4x3 y 2 ; P = (2, 1); u = (4, −3)
→
− →
−
d) f (x, y) = y 2 ln (x) ; P = (1, 4); u = (−3, 3)
y
→
− →
−
e) f (x, y) = arctan x ; P = (−2, 2); u = (−1, −1)

→
−
◦ Exercício 16. Esboce a curva de nível de f (x, y) que passa por P e desenhe o vetor
→
−
gradiente em P .
→
−
a) f (x, y) = 4x − 2y + 3; P = (1, 2)
→
−
b) f (x, y) = x2 + 4y 2 ; P = (−2, 0)

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◦ Exercício 17. Determine o vetor unitário na direção do qual f (x, y) cresce mais
→
− →
−
rapidamente em P e determine a taxa de variação de f (x, y) em P nesta direção.
→
−
a) f (x, y) = 4x3 y 2 ; P = (−1, 1)
p →
−
b) f (x, y) = x2 + y 2 ; P = (4, −3)

◦ Exercício 18. Determine o vetor unitário na direção do qual f (x, y) decresce mais
→
− →
−
rapidamente em P e determine a taxa de variação de f (x, y) em P nesta direção.
→
−
a) f (x, y) = 20 − x2 − y 2 ; P = (−1, −3)
→
−
b) f (x, y) = cos(3x − y); P = (π/6, π/4)

x →
−
◦ Exercício 19. Determine a derivada direcional de f (x, y) = em P = (1, 0) na
x+y
direção e no sentido do vetor →
−
u = (−1, −1).

√ →
−
◦ Exercício 20. Determine a derivada direcional de f (x, y) = xyey em P = (1, 1) na
direção e no sentido do vetor →
−
u = (0, −1).

→
−
◦ Exercício 21. Determine o vetor unitário → −
u que é normal em P = (1, −2) à curva
→
−
de nível de f (x, y) = 4x2 y que passa por P .

◦ Exercício →
− 3 −4


→
− 4 3

22. Suponha que fu (1, 2) = −5 e fv (1, 2) = 10, onde u = 5, 5 e
v = 5 , 5 . Determine:

a) fx (1, 2)

b) fy (1, 2)

c) A derivada direcional de f (x, y) em (1, 2) na direção e sentido do vetor (−1, −2) .

→
−
◦ Exercício 23. Dado que ∇ f (4, −5) = (2, −1) determine a derivada direcional de f
no ponto (4, −5) na direção e sentido do vetor →
−
u = (5, 2).

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◦ Exercício 24. Considere a função f (x, y) = 3x2 − y 2 . Determine todos os pontos nos
→
−
quais k∇ f (x, y)k = 6.

◦ Exercício 25. Uma partícula move-se ao longo de uma tragetória C dadas pelas
d
equações x(t) = t e y(t) = −t2 . Se f (x, y) = x2 + y 2 , determine ds f (x(s), y(s)) ao longo
de C no instante em que a partícula está no ponto (2, −4).

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RESPOSTAS

Exercício 13
 
x y c) −4e−3y sin(4x), −3e−3y cos(4x)


a) (4, −8) b) , 2
x + y x + y2
2 2

Exercício 14

a) (−36, −12) b) (4, 4)

Exercício 15
√ √ √ √
a) 6 2 b) −3/ 10 c) 0 d) −8 2 e) 2/4

Exercício 16
y y
(1,2)
vetor (4,-2) vetor (-4,0) 1

x x
2
curva de nível 4=x2+4y2
b)
curva de nível y=2x
a)

Exercício 17
→
− √
a) →
−
 
u = √313 , √−2
13
, k∇ f (−1, 1)k = 4 13
→
−
b) →
− 4 −3


u = 5, 5 , k∇ f (4, −3)k = 1

Exercício 18
→
− √
a) →
−
 
u = √−110
, −3
√
10
, −k∇ f (−1, −3)k = −2 10

→
− √
b) →
−
 
−1
√3 , √
u = 10 10
, −k∇ f (π/6, π/4)k = − 5

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a) 5
Exercício
Exercício
Exercício
Exercício

22


Exercício 24 Todos
√

20 −3e/2

Exercício 23 8/ 29
21 ± √−4
17
19 −1/ 2

Exercício 25 36/ 17.

Prof. André Meneghetti

√1
17


b) 10

59
2 2
√ os pontos sobre a elipse 9x + y = 9.
√
c) −5 5
Funções vetoriais
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4 Integrais de linha
Para definir integrais de linha usaremos uma noção geométrica. Lembre da teoria do
cálculo integral que, se supormos que f (x) é não nulo no intervalo [a, b], então a uma
Z b
integral f (x)dx representa a área entre o eixo x e a função f (x) no intervalo [a, b].
a

f(x)

a b x

Se a função for qualquer (não necessáriamente não negativa) então essa integral repre-
senta a área líquida. (Lembra qual o motivo?)

Uma integral de linha pode ser entendida como uma situação análoga a essa. Imagine
que temos uma função f : R2 → R e que no domínio existe uma curva que chamaremos
de curva C. Se descrevermos a função f (x, y) em um sistema tridimensional no qual o
plano xy é usado para representar o domínio e o eixo z usado para representar a imagem,
isso é, a função f (x, y), então nessas condições teremos uma superfície. A curva C faz
parte do domínio, logo está imersa no plano xy. Se olharmos a imagem apenas dessa
curva pela função f (x, y) teremos uma nova curva sobre a superfície da imagem total de
f (x, y).

A área entre as curvas, que chamaremos de A, será determinada através de uma integral
de linha.

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A construção é análoga aquela vista em integrais de funções de uma variável real. A

ideia básica é aproximar essa área entre as curvas por retângulos. Para isso precisamos
parametrizar a curva C. Isso é, precisamos determinar funções x, y : R → R tais que
r : R → R2 definida por → −
r (t) = (x(t), y(t)) descreva a curva C para alguma variação de
t, suponhamos t ∈ [a, b].

Agora devemos fazer uma partição na curva e essa partição dependerá da partição feita
no intervalo [a, b]. A ideia é a mesma vista anteriormente, quando falamos sobre com-
primento de arco. Se isto não estiver claro nesse momento é preciso que seja feita uma
nova leitura sobre o assunto. Seção (1.6).

y ponto (x(t*),y(t*)) é algum

ponto r(b) ponto nessa partição

Δt
t Δs(t)
a b

ponto r(a)

domínio da parametrização x
r(t)=(x(t),y(t))

Uma vez definidas a parametrização da curva C dada por → −

r (t) = (x(t), y(t)) e uma
partição no seu domínio [a, b] automaticamente teremos uma partição sobre a curva C.
Cada pedaço da partição tem comprimento ∆s(t).

Observação 4.1. Entenda que ∆s(ti+1 ) = s(ti+1 ) − s(ti ) no qual s(ti ) é o comprimento
do arco iniciado em r(0) até o ponto r(ti ). Ao omitir os índices estamos tentando reduzir
a quantidade de informações não excenciais para intuição geométrica do problema.

Para cada partição ∆s(t) escolheremos um ponto, par ordenado, que chamaremos (x(t∗ ), y(t∗ )).
Para cada ∆s(t) e cada (x(t∗ ), y(t∗ )) associado calculemos f (x(t∗ ), y(t∗ )). Faremos uma
espécie de “base” vezes “altura”, isso é, ∆s(t) multiplicado pela altura nos fornece apro-
ximadamente uma seção da área que queremos determinar.
É intuitivo que
n
X
A≈ f (x(t∗ ), y(t∗ ))∆s(t)

no qual n é o número de partições.

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A figura a seguir ilustra a situação (n = 2 e n = 7, respectivamente).

Como visto anteriormente (9), a expressão ∆s(t) pode ser obtida da seguinte forma,
s
∆x(t) 2 ∆y(t) 2
  
∆s(t) = + ∆t
∆t ∆t
logo,
s
n 2  2
X
∗ ∗ ∆x(t) ∆y(t)
A≈ f (x(t ), y(t )) + ∆t.
∆t ∆t
Aplicando limite em n teremos a igualdade
s
n
∆x(t) 2 ∆y(t) 2
X   
∗ ∗
A = lim f (x(t ), y(t )) + ∆t.
n→∞ ∆t ∆t
Além disso, usando nossos já adquiridos conceitos de elementos infinitesimais
Z b q
A= f (x(t), y(t)) (x0 (t))2 + (y 0 (t))2 dt.
a
Para dizer que Zestamos integrando a função f (x, y) apenas sobre a curva C podemos
usar a notação f (x, y)ds. Assim, temos
C

Z Z b q
f (x, y)ds = f (x(t), y(t)) (x0 (t))2 + (y 0 (t))2 dt (23)
C a

(INTEGRAL DE LINHA)

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q
Observação 4.2. Lembrando que k→
−
r 0 (t)k = (x0 (t))2 + (y 0 (t))2 dt podemos escrever
Z Z b
f (x, y)ds = f (x(t), y(t))k→
−
r 0 (t)kdt
C a

Resumindo,

f(x,y)

r(t)=(x(t),y(t))

y
a b t
x
R R b
curva C
A= f(x,y)ds = f(x(t),y(t))||r'(t)||dt
C a

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Exemplo 4.0.1. Sejam f : R2 → R definida por f (x, y) = x2 + y 2 (parabolóide circular)

e r : [0, 2π) ⊂ R → R2 definido por →
−
r (t)
Z = (cos(t), sen(t)) (parametrização do círculo
unitário no plano). Calcule a integral f (x, y)ds no qual C é o círculo definido por
C
→
−
r (t).

Resolução:

Geometricamente temos a seguinte situação:

f(x,y)=x2+y2

y
0 2p t

r(t)=(cos(t),sen(t)) x

Neste caso a integral de linha pode ser entendida como o cálculo da área lateral do
cilindro formado pela curva C e a curva f (C).

De fato:
Z Z 2π
p
Z 2π
2 2 2 2
(x + y )ds = cos (t) + sen (t) (− sen(t))2 + (cos(t))2 dt = dt = 2π.
C 0 0

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4.1 Integrais de linha com relação a x e y

Usando a mesma notação da seção anterior, definimos
Z n
X ∆x(t)
f (x, y)dx = lim f (x(t∗ ), y(t∗ )) ∆t.
C n→∞ ∆t
Z n
X ∆y(t)
f (x, y)dy = lim f (x(t∗ ), y(t∗ )) ∆t.
C n→∞ ∆t
Consequentemente
Z Z b
f (x, y)dx = f (x(t), y(t))x0 (t)dt (24)
C a

(INTEGRAL DE LINHA COM RELAÇÃO A “x”)

Z Z b
f (x, y)dy = f (x(t), y(t))y 0 (t)dt (25)
C a

(INTEGRAL DE LINHA COM RELAÇÃO A “y”)

Exemplo 4.1.1. A curva C é a seção do círculo unitário definido no primeiro quadrante,

que admite a parametrização →
−
r (t) = (cos(t), sen(t)) para t ∈ [0, π2 ). Calcule:
Z
a) (x2 + y 2 )dx;
C
Z
b) 2xydy.
C

Resolução:

Para o item (a)

Z Z π Z π π
2 2 2
2 2 2 2


x + y dx = cos (t) + sen (t) (− sen(t))dt = − sen(t)dt = cos(t) = −1.
C 0 0 0

Para o item (b)

Z Z π Z π π
2 2 2 2 2
2xydy = 2 cos(t) sen(t)(cos(t))dt = 2 cos2 (t) sen(t)dt = − cos3 (t) = .
C 0 0 3 0 3

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Novas notações

Quando trabalhamos com integrais de linha com relação a x e y é comum usarmos a

seguinte notação:
Z Z Z
f (x, y)dx + g(x, y)dy = f (x, y)dx + g(x, y)dy.
C C C

Z
Ou seja, o símbobo f (x, y)dx + g(x, y)dy é na verdade a soma de duas integrais.
C

Observe que podemos reescrever essa soma de integrais como sendo

Z Z
f (x, y)dx + g(x, y)dy = (f (x, y), g(x, y)) · (dx, dy) .
C C

Se →
−
r (t) = (x(t), y(t)) é uma parametrização para a curva C, então d→
−
r = (dx, dy). Note
ainda que (f (x, y), g(x, y)) pode ser entendida como um campo de vetores, ou seja, uma
→
−
função de R2 em R2 . Chamando essa função (ou campo de vetores) de F (x, y), isso é,
→
−
F (x, y) = (f (x, y), g(x, y)) temos que

→
−
Z Z
F (x, y) · d→
−
r = (f (x, y), g(x, y)) · (dx, dy) .
C C

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4.2 Trabalho (W ) e Integrais de linha

Uma força aplicada em um corpo realiza um trabalho quando produz um deslocamento
no corpo. Trabalho é a medida da energia que é transferida para um corpo, em razão da
aplicação da força sobre o corpo ao longo de um deslocamento.

Utilizaremos a letra W para expressar trabalho. A unidade de trabalho no SI é o Joule

(J).

Força paralela ao deslocamento

Quando a força é paralela ao deslocamento retilíneo, isso é, o vetor deslocamento e a
força formam ângulo zero entre si, calculamos o trabalho fazendo W = |F |d.

F W=|F|d

deslocamento da partícula

Força não-paralela ao deslocamento retilíneo

Quando a força não é paralela ao deslocamento retilíneo, mas é constante o trabalho
é calculado usando a componente do vetor força que é paralelo ao deslocamento. Se o
ângulo entre o vetor força e deslocamento é θ, então W = |F | cos(θ)d.

F
W=|F| cos(q) d

Esse vetor possui tamanho |F| cos(q) deslocamento da partícula

Força variável e caminho curvilíneo

→
− →
−
Imagine que agora a função força varia no espaço, isso é, F : R2 → R2 por F (x, y) =
(f (x, y), g(x, y)). Além disso imagine que o deslocamento da partícula é curvilíneo. Como
determinar o trabalho exercido sobre a partícula durante seu movimento?

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F
F
F
F
y F

F
F
Parametrização do deslocamento
C: r(t)=(x(t),y(t))

F
F
F

x
F
zoom F
F r'(t)
vetor obtido fazendo
F ||r'(t)||
F
F
F

Pequena variação da curva, cujo

tamanho é Ds

Seja C a curva por onde a partícula se move e seja → −r : [ti , tf ] ⊂ R → R2 definida

→
−
por r (t) = (x(t), y(t)) a parametrização do deslocamento da partícula sobre a curva C.
Considere também que em cada ponto sobre a curva a força determinada pelo campo
→
−
F (x, y) = (f (x, y), g(x, y)) varia.

Para determinar o trabalho façamos uma partição sobre a curva C. Para isso definimos
uma partição em [ti , tf ]. Essa partição através da função →
−
r define uma partição sobre a
→
−
curva C. Para cada elemento ∆s = ∆s(t) da curva, a força F é praticamente constante e
a curvatura é quase zero. Assim cada elemento ∆s(t) pode ser considerado um segmento
de reta.
→
−
A componente F (x(t), y(t)) tangente (mas praticamente sobre) a curva pode ser obtida
→
−r 0 (t) →
− →
−r 0 (t)
por →− . Se θ é o ângulo entre F (x(t), y(t)) e a componente tangente →
− ,
k r 0 (t)k k r 0 (t)k
então no k-ésimo elemento da curva o trabalho é, aproximadamente,
→
−
Wk ≈ k F (x(t∗ ), y(t∗ ))k cos(θ)∆s(t).

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Como

→
− →
−r 0 (t∗ ) →
− k→
−r 0 (t∗ )k
F (x(t∗ ), y(t∗ )) · →
− = k F (x(t ∗
), y(t∗
))k →
− cos(θ)
k r 0 (t∗ )k k r 0 (t∗ )k
então

→
− →
−r 0 (t∗ )
Wk ≈ F (x(t∗ ), y(t∗ )) · →
− ∆s(t)
k r 0 (t∗ )k
no qual o ponto (x(t∗ ), y(t∗ )) é um ponto qualquer em ∆s(t).

Assim, naturalmente o trabalho sobre a curva inteira será aproximadamente

k
X →
− →
−r 0 (t∗)
W ≈ F (x(t∗ ), y(t∗ )) · →
− ∆s(t)
k r 0 (t∗)k
Aplicando limite nas partições
Z tf
→
− →
−r 0 (t)
W = F (x(t), y(t)) · →
− ds(t).
ti k r 0 (t)k
Lembrando que ds(t) = k→
−
r 0 (t)kdt, segue que
Z tf
→
− →
−r 0 (t) →
W = F (x(t), y(t)) · → k−r0
(t)kdt

k −
r 0(t)k

ti  
Z tf
→
−
W = F (x(t), y(t)) · →
−r 0 (t)dt
ti

→
−
Z
W = F (x, y) · d→
−
r (26)
C

→
−
Exemplo 4.2.1. Determine o trabalho realizado por uma força F (x(t), y(t)) = (x, y)
ao longo da curva →
−
r (t) = (cos(t), sen(t)) de t = 0 à t = π.

Resolução:

Como x(t) = cos(t) e y(t) = sen(t),

Z π
→
−
Z
W = →
−
F (x, y) · d r = (cos(t), sen(t))(− sen(t), cos(t))dt = 0.
C 0
Observe que o trabalho depende da componente tangencial do campo. Como esta com-
ponente é normal a curva, o trabalho é zero.

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4.3 Exercícios
◦ Exercício 26. Calcule as seguintes integrais.
Z
a) (x2 + y 2 )ds C : (x(t), y(t)) = (cos(t), sen(t)) t ∈ [− π2 , π2 ]
C
Z
b) (y + 2)ds C : (x(t), y(t)) = (1 − t, 1) t ∈ [0, 1]
C
Z
1
C : (x(t), y(t)) = t, 32 t3/2


c) ds t ∈ [0, 3]
C 1+x
Z
(3x2 yz)ds C : (x(t), y(t), z(t)) = t, t2 , 23 t3


d) t ∈ [0, 1]
C
Z
e) (x + 2y)dx + (x − y)dy C : (x(t), y(t)) = (2 cos(t), 4 sen(t)) t ∈ [0, π4 ]
C
Z
f) −ydx + xdy C : y 2 = 3x de (3, 3) para (0, 0)
C
Z
g) (x2 + y 2 )dx − xdy C : x2 + y 2 = 1 no sentido anti-horário de (1, 0) para (0, 1)
C
Z
C : (x(t), y(t), z(t)) = et , e3t , e−t


h) yzdx − xzdy + xydz t ∈ [0, 1]
C

◦ Exercício 27. Seja C a curva parametrizada pela equação

C : (x(t), y(t)) = 2t, 3t2

t ∈ [0, 1].
Calcule as seguintes integrais de linha com relação a x e com relação a y:
Z Z
a) (x − y)dx b) (x − y)dy
C C

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→
− →
−
Z
◦ Exercício 28. Calcule a integral F (x, y) · d→
−
r no qual F (x, y) = (y, −x) e C é a
curva

y y

(0,1) (0,1)

(1,0) x (1,0) x
a) b)
→
−
Z Z Z
Lembre que F (x, y) · d→
−
r = (y, −x) · (dx, dy) = ydx − xdy
C

→
− →
−
Z
◦ Exercício 29. Calcule a integral F (x, y, z) · d→
−
r no qual F (x, y, z) = (x2 z, −yx2 , 3)
e C é a curva

(0,0,1)

(0,1,0)
y

(1,0,0)

x
→
−
Z Z Z
Lembre que F (x, y, z) · d→
−
r = 2 2
(x z, −yx , 3) · (dx, dy, dz) = x2 zdx − yx2 dy + 3dz.
C

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→
−
Z
◦ Exercício 30. Calcule a integral F (x, y) · d→
−
r ao longo da curva C nos quais temos
C
→
−
F (x, y) = (3x + 2y, 2x − y) e a curva C é indicada nos itens a seguir.

→
−
Z Z Z
Lembre que →
−
F (x, y)·d r = (3x + 2y, 2x − y)·(dx, dy) = (3x+2y)dx+(2x−y)dy.
C C C

a) O segmento de reta de (0, 0) para (1, 1). Use (x(t), y(t)) = (t, t) onde t ∈ [0, 1].

b) O arco parabólico y = x2 de (0, 0) para (1, 1). Use (x(t), y(t)) = (t, t2 ) onde t ∈ [0, 1].

c) A curva y = sen( πx πt
2 ) de (0, 0) para (1, 1). Use (x(t), y(t)) = (t, sen( 2 )) onde t ∈ [0, 1].

d) A curva y = x3 de (0, 0) para (1, 1). Use (x(t), y(t)) = (t, t3 ) onde t ∈ [0, 1].

y
(1,1)
y=sen(pi x/2)

y=x

y=x2 y=x3

x
(0,0)

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→
−
Z
◦ Exercício 31. Determine F (x, y) · d→
−
r , no qual:
C

→
−
a) F (x, y) = xy, x2 C : x = y 2 de (0, 0) para (1, 1)

→
−
C : (x(t), y(t), z(t)) = t, t2 , t3


b) F (x, y, z) = (xy, yz, xz) t ∈ [0, 1]
 
→
− 1 4
c) F (x, y) = ,
x2 + y 2 x2 + y 2

(0,4) C

x
(4,0)

◦ Exercício 32. Use integral de linha para determinar a área da superfície que se es-
tende para cima da parábola y = x2 para x ∈ [0, 2] do plano xy ao plano z = 3x.

Para parametrizar
Z a curva C (que é a parábola) use: (x(t), y(t)) = (t, t2 ) para t ∈ (0, 2).
Então calcule 3xds.
C

→
−
◦ Exercício 33. Suponha que uma partícula se move através do campo de força F (x, y) =
(xy, x − y) do ponto (0, 0) para o ponto (1, 0), ao longo da curva C : (x(t), y(t)) =
(t, λt(1 − t)) t ∈ [0, 1]. Para qual valor de λ o trabalho realizado pelo campo de força
será igual a 1? Z
Obs: Trabalho (W ) é calculado fazendo W = F · d→
−
r.
C

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RESPOSTAS

Exercício 26

a) π e) 1 − π

b) 3 f) 3
π
c) 2 g) −1 − 4
13
d) 20 h) 1 − e3

Exercício 27

a) 0 b) − 21

Exercício 28

a) −1 b) −2
5
Exercício 29 2

Exercício 30

a) 3 c) 3

b) 3 d) 3

Exercício 31
3 3
a) 5 c) 4
27
b) 28
√
17 17−1
Exercício 32 4

Exercício 33 λ = −12

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5 Campos vetoriais
Campos de vetores são funções definidas de Rn (domínio) em Rn (contradomínio) no
qual associamos cada ponto do domínio a um vetor que é definido pela regra da função.

A seguir campos F : R2 → R2 com suas respectivas regras.

0 →
−
F (x, y) = (2x, −y)

-1

-1 0 1

0 →
−
F (x, y) = (x, y)

-1

-1 0 1

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-1
0
1
-1
0
1
-1
0
1

-1
-1
-1
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0
0
0

1
1
1

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−
−
−

→
→
→

F (x, y) = (1, 0)
F (x, y) = (y, −x)
F (x, y) = (−x, −y)
Funções vetoriais
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-1
0
1
-1
0
1
-1
0
1

-1
-1
-1
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0
0
0

1
1
1

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−
−
−

→
→
→
F (x, y) = (x, 0)

F (x, y) = (y, −x)

F (x, y) = (x − y, y − x)
Funções vetoriais
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A seguir campos F : R3 → R3 com suas respectivas regras.

F (x, y, z) = (x, y, z)

F (x, y, z) = (y, −x, 0)

F (x, y, z) = (2x, −2y, 0)

Observação 5.1. Campos vetoriais geralmente são utilizados na física para indicar, por
exemplo, a velocidade e a direção de um fluido se movendo pelo espaço, ou o comprimento
e direção de alguma força, tal como a força magnética ou gravitacional, com seus valores
de ponto em ponto.

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5.1 Campos conservativos

→
− →
−
Definição 5.1. Seja F : R2 → R2 um campo de vetores, digamos F (x, y) = (f (x, y), g(x, y)).
→
−
Dizemos que F é um campo conservativo se existe uma função φ : R2 → R tal que

→
− →
−
∇φ(x, y) = F (x, y).

Dizemos que φ é uma função potencial de F .

Teorema 5.1. (Teorema Fundamental das integrais de trabalho)

→
−
Sejam F : R2 → R2 uma campo vetorial conservativo, φ : R2 → R uma função potencial
de F e C uma curva em R2 suave por partes que liga os pontos (xi , yi ) e (xf , yf ). Então

→
− →
−
Z Z
F (x, y) · d→
−
r = ∇φ(x, y) · d→
−
r = φ(xf , yf ) − φ(xi , yi ). (27)
C C

Observação 5.2. Note que o teorema afirma que quando o campo é conservativo a
integral depende apenas dos pontos extremos da curva C. A tragetória de C não modifica
o valor da integral. Esse resultado é, sem dúvida, surpreendente.

→
−
Exemplo 5.1.1. Verifique
Z que o campo F (x, y) = (x, y) é conservativo. Logo após,
calcule a integral (x, y) · d→
−
r no qual C é uma curva suave por partes que liga os
C
pontos (0, 0) à (1, 1), nessa ordem.

Resolução:
→
−
Se F (x, y) = (x, y) for um campo conservativo, deve existir uma função escalar φ(x, y)
→
−
tal que ∇φ(x, y) = (x, y). Ou seja,

φx (x, y) = x
φy (x, y) = y
Da primeira equação obtemos que

x2
Z Z
φx (x, y) = x =⇒ φx (x, y)dx = xdx =⇒ φ(x, y) = + C(y).
2
Derivando com relação a variável y, temos que φy (x, y) = C 0 (y). Agora substituindo esse
resultado na segunda equação do sistema acima

y2
φy (x, y) = y =⇒ C 0 (y) = y =⇒ C(y) = +C
2

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x2 y2
Portanto temos que para qualquer número real C a função φ(x, y) = + +C é
→
− →
− 2 2
função potencial do campo F . Logo, F é de fato um campo conservativo.

Agora para calcular a integral solicitada, consideremos a função potencial

x2 y 2
φ(x, y) = + . Dai, segundo o teorema (5.1)
2 2
 2
y 2 (1,1)

→
−
Z Z
→
− →
− (1,1) x
(x, y) · d r = ∇φ(x, y) · d r = φ(x, y) = +
C C (0,0) 2 2 (0,0)

12 12 02 02
Z    
(x, y) · d→
−
r = + − + = 1.
C 2 2 2 2

Observação 5.3. Fica como exercício ao leitor, determinar uma curva C que seja suave
por partes, que ligue os pontos (0, 0) e (1, 1) assim como Zuma parametrização para esta
curva. Feito isso calcule diretamente a integral de linha (x, y) · d→
−
r . Verifique que o
C
resultado encontrado será 1.

Algumas sugestões:

y
(1,1)
y=sen(pi x/2)

y=x

y=x2 y=x3

x
(0,0)

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Prova:
Vamos agora dar a ideia da prova do teorema (5.1)
Consideremos então que r : [ti , tf ] ⊂ R → R2 dado por −
→
r (t) = (x(t), y(t)) é uma parametrização para a
curva C, conforme ilustrado na seguinte figura.

y Campo conservativo
Parametrização F(x,y)
r(t)=(x(t),y(t))

(xf,yf)=(x(tf),y(tf))

(xi,yi)=(x(ti),y(ti))

ti tf t
x
−
→
Como φ(x, y) é uma função potencial do campo F (x, y)

−
→ −
→
Z Z Z Z
F (x, y) · d−
→
r = ∇φ(x, y) · d−
→
r = (φx (x, y), φy (x, y)) · (dx, dy) = φx (x, y)dx + φy (x, y)dy.
C C C C

Usando as definições (24) e (25) temos

tf
−
→
Z Z Z
dx(t) dy(t)
F (x, y) · d−
→
r = φx (x, y)dx + φy (x, y)dy = φx (x(t), y(t)) dt + φy (x(t), y(t)) dt =
C C ti dt dt
Z tf   Z tf
dx(t) dy(t) d
φx (x(t), y(t)) + φy (x(t), y(t)) dt = φ(x(t), y(t))dt.
ti dt dt ti dt
| {z }
d φ(x(t),y(t))
dt

Observe que φ(x(t), y(t)) = φ(− →r (t)) = φ ◦ r(t). A função composta φ ◦ r é uma função real, isso é,
φ ◦ r : [ti , tf ] ⊂ R → R. Pelo teorema fundamental do cálculo temos que

tf
−
→
Z Z
d tf
F (x, y) · d−
→
r = φ(x(t), y(t))dt = φ(x(t), y(t)) = φ(x(tf ), y(tf )) − φ(x(ti ), y(ti )) =⇒
C ti dt ti

−
→
Z
F (x, y) · d−
→
r = φ(xf , yf ) − φ(xi , yi ).
C

81
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5.2 Exercícios
→
−
◦ Exercício 34. Relacione o campo vetorial F (x, y) com os gráficos abaixo.
→
−
a) F (x, y) = (x, 0)
→
−
b) F (x, y) = (sen(x), 1)
→
−
c) F (x, y) = (1, 1)
!
→
− x y
d) F (x, y) = p ,p
x2 + y 2 x2 + y 2

3 3

2 2

1 1

0 0

-1 -1

-2 -2

-3 -3

i) -3 -2 -1 0 1 2 3 iii) -3 -2 -1 0 1 2 3

3 3

2 2

1 1

0 0

-1 -1

-2 -2

-3 -3

ii) -3 -2 -1 0 1 2 3 iv) -3 -2 -1 0 1 2 3

◦ Exercício 35. Esboce o campo vetorial desenhando alguns vetores representativos que
não se interceptem.
→
−
a) F (x, y) = (2, −1)
→
−
b) F (x, y) = (y, −x)

82
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→
−
◦ Exercício 36. Sejam φ : R3 → R e F : R3 → R3 . Dizemos que φ(x, y) é função
→
− →
− →
−
potencial de F (x, y) se ∇φ(x, y) = F (x, y).

→
−
Verifique se φ(x, y) é uma função potencial de F (x, y).
 
→
− y x
a) φ(x, y) = arctan(xy) e F (x, y) = ,
1 + x2 y 2 1 + x2 y 2
→
−
b) φ(x, y, z) = 3x2 − 3y 2 + 4z 2 e F (x, y) = (2x, −6y, 8z)

→
−
Seja F (x, y, z) = (f (x, y, z), g(x, y, z), h(x, y, z)) um campo vetorial. Por definição, te-
mos:

 
→
− → − ∂ ∂ ∂ ∂f ∂g ∂h
∇ · F (x, y, z) = , , · (f, g, h) = (x, y, z) + (x, y, z) + (x, y, z),
∂x ∂y ∂z (x,y,z) ∂x ∂y ∂z

→
− → −
∇ × F (x, y, z) = i j k
∂ ∂ ∂ .
∂x ∂y ∂z
f g h
→
− → − →
− → −
◦ Exercício 37. Calcule ∇ · F (x, y, z) e ∇ × F (x, y, z) em cada item.
→
−
a) F (x, y, z) = x2 , −2, yz

→
−
b) F (x, y, z) = 7y 3 z 2 , −8x2 z 5 , −3xy 4


!
→
− x y z
c) F (x, y, z) = p ,p ,p
x2 + y 2 + z 2 x2 + y 2 + z 2 x2 + y 2 + z 2

→
− →− →
− 
◦ Exercício 38. Calcule o ∇ · F (x, y, z) × G (x, y, z) , onde:
→
−
F (x, y, z) = (2x, 1, 4),
→
−
G (x, y, z) = (x, y, −z).

→
− →
− → −  →
−
◦ Exercício 39. Calcule ∇· ∇ × F (x, y, z) no qual F (x, y, z) = (sen(x), cos(x − y), z).

→
− →− → −  →
−
◦ Exercício 40. Calcule ∇ × ∇ × F (x, y, z) no qual F (x, y, z) = (0, xy, xyz).

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◦ Exercício 41. Sejam k ∈ R e φ : R3 → R, F : R3 → R3 , G : R3 → R3 funções suaves.

Prove que são verdadeiras as seguintes identidades:
→
−  → −  →
− → − 
a) ∇ · k F (x, y, z) = k ∇ · F (x, y, z)

→
− →− →
−  →− → − →
− → −
b) ∇ · F (x, y, z) + G (x, y, z) = ∇ · F (x, y, z) + ∇ · G (x, y, z)

→
−  →−  →
− → − 
c) ∇ × k F (x, y, z) = k ∇ × F (x, y, z)

− →
→ − →
−  →− → − →
− → −
d) ∇ × F (x, y, z) + G (x, y, z) = ∇ × F (x, y, z) + ∇ × G (x, y, z)

→
−  →
−  →
− → − →
− →
−
e) ∇ · φ(x, y, z) F (x, y, z) = φ(x, y, z) ∇ · F (x, y, z) + ∇φ(x, y, z) · F (x, y, z)

→
−  →
−  →
− → − →
− →
−
f) ∇ × φ(x, y, z) F (x, y, z) = φ(x, y, z) ∇ × F (x, y, z) + ∇φ(x, y, z) × F (x, y, z)

→
− →− → − 
g) ∇ · ∇ × F (x, y, z) = 0

→
− →− 
h) ∇ × ∇φ(x, y, z) = (0, 0, 0)

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RESPOSTAS

Exercício 34

a) iii b) iv c) i d) ii

Exercício 35

3 3

2 2

1 1

0 0

-1 -1

-2 -2

-3 -3

a) -3 -2 -1 0 1 2 3 b) -3 -2 -1 0 1 2 3

Exercício 37
→
− → − →
− → −
a) ∇ · F (x, y, z) = 2x + y e ∇ × F (x, y, z) = (z, 0, 0)
→
− →
− →
− →−
b) ∇· F (x, y, z) = 0 e ∇ × F (x, y, z) = 40x2 z 4 − 12xy 3 , 14y 3 z + 3y 4 , −16xz 5 − 21y 2 z 2

→
− → − 2 →
− → −
c) ∇ · F (x, y, z) = p e ∇ × F (x, y, z) = (0, 0, 0)
2 2
x +y +z 2

Exercício 38 0

Exercício 39 0

Exercício 40 (1 + y, x, 0)

85
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6 Escoamento e Fluxo
Os grandes resultados que esperamos entender nesse texto são:

à Teorema de Green

à Teorema de Gauss

à Teorema de Stokes

Os resultados acima citados podem ser considerados, no mínimo, surpreendentes. No

entanto, quando não inseridos em algum contexto podem parecer sem sentido. Por esse
motivo, vamos inserir em nosso texto algumas definições da física e consequentemente
atingiremos alguns resultados nos quais os teoremas acima estão envolvidos. Acredita-
mos que isso ajurá na compreenção do conteúdo.

Definições da Física
→
− →
−
Seja F : R2 → R2 , definido por F (x, y) = (f (x, y), g(x, y)), um campo vetorial que
representa a velocidade de um fluído em deslocamento. Seja C uma curva no plano que
admite a parametrização definida por →−
r : [ti , tf ] ⊂ R → R2 no qual →
−
r (t) = (x(t), y(t)).

r(tf)
y

Campo vetorial F(x,y)

r(ti)
Curva C: r(t)=(x(t),y(t))
x

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→
−
A curva C está imersa em F .

r(tf)

r(ti)

Em cada ponto sobre a curva existe uma força atuando. A força em cada ponto da curva
pode ser representada por um vetor e esse vetor reescrito como a soma das componentes
→
− → − →
− −
tangencial ( F · T ) e normal ( F · →
n ), conforme ilustra a figura abaixo:

r(tf)
F .T

T F(x,y)

r(ti) n F .n

Importante! Como integrais são somas infinitesimais, entedemos que o Escoamento

sobre a curva C é a soma das forças tangenciais sobre a curva, enquanto que o Fluxo
sobre a curva C é a soma das forças ortogonais sobre a curva.

6.1 Escoamento sobre a curva C

Imagine uma partição sobre a curva C:

∆s1 , ∆s2 , · · · , ∆sN .

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Supondo que as partes dessa partição são pequenas o suficiente, podemos considerar que
→
− →
−
não existe variação do campo F em uma partição ∆sk , isto é, F é constante em cada
intervalo ∆sk .
→
− →−
Agora pense na quantidade F · T (velocidade/campo tangente a curva) multiplicado por
∆sk .

Definimos o escoamento sobre a curva é a soma de todas essas parcelas e aplicando o

limite na partição:
N
X →
− → −
Escoamento ≈ F · T ∆sn ;
n=1

N
X →
− → −
Escoamento = lim F · T ∆sn .
N →∞
n=1

Portanto,

→
− → −
Z
Escoamento = F · T ds (28)
C

Para efetuar o cálculo é necessário usar a parametrização da curva C que é a função →

−
r.
→
− →
− →
− 0
r (t)
A função vetorial T é dada por T (t) = → e ds = k→ −r 0 (t)kdt.
k−r 0 (t)k
Portanto,
Z
→
− → −
Z tf
→
− →
−r 0 (t) →
F · T ds = F (x(t), y(t)) · → k−r0
(t)kdt =

k−r 0(t)k

C ti  

Z tf Z tf  
d d
F (x(t), y(t)) · →
−
r 0 (t)dt = (f (x(t), y(t)), g(x(t), y(t))) · x(t), y(t) dt =
ti ti dt dt
Z tf Z
d d
f (x(t), y(t)) x(t)dt + g(x(t), y(t)) y(t)dt = f (x, y)dx + g(x, y)dy.
ti dt dt C

Então,

→
− → −
Z Z
F · T ds = f (x, y)dx + g(x, y)dy. (29)
C C

(ESCOAMENTO)

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6.2 Fluxo sobre a curva C

→
−
Vamos considerar agora a parcela normal da força F que atua sobre a curva C. Pense
→
− −
na quantidade F · →
n (velocidade/campo normal a curva) multiplicado por ∆sk .

Definimos o fluxo sobre a curva como a soma de todas essas parcelas e aplicando o limite
na partição:
N
→
− →
F ·−
X
Fluxo ≈ n ∆sn ;
n=1

N
X
→
− →
−
Fluxo = lim n · T ∆sn .
N →∞
n=1

Portanto,

→
− →
Z
Fluxo = F ·−
n ds (30)
C

Para efetuar o cáculo, novamente temos que usar a parametrização da curva, ou seja, a
→
−
função →
−r . Considerando que a curva C está no plano x × y e que k = (0, 0, 1)

89
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− →
→ − →
−r 0 (t) →
−
→
−
n = T × k = → × k
−
|| r 0 (t)||
→
− →− → −
1 i j k
→
−
n = →− x0 y 0 0
|| r 0 (t)||
0 0 1
Ou seja,

→
− (y 0 , −x0 )
n = → .
||−
r 0 (t)||
Substituindo

→
− → tf
(y 0 (t), −x0 (t)) →
Z Z
−
F · n ds = (f (x(t), y(t)), g(x(t), y(t))) · ||−
r 0 (t)||dt
C ti ||→
−
r 0 (t)||
tf tf
→
− →
Z Z Z
F ·−
n ds = f (x(t), y(t))y 0 (t)dt − g(x(t), y(t))x0 (t)dt.
C ti ti

Então,

→
− →
Z Z
F ·−
n ds = f (x, y)dy − g(x, y)dx. (31)
C C
(FLUXO)

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→
−
Exemplo 6.2.1. Calcule o fluxo e o escoamento do campo F (x, y) = (x2 + y 2 , 2xy) ao
longo da curva C que é a seção do círculo unitário definido no primeiro quadrante, que
admite a parametrização →
−r (t) = (cos(t), sen(t)) para t ∈ [0, π2 ).

Resolução:

Para o escoamento:
→
− → −
Z Z Z
1
f · T ds = f (x, y)dx + g(x, y)dy = − .
C C C 3
Para o fluxo:
→
− →
Z Z Z
5
f ·−
n ds = f (x, y)dy − g(x, y)dx = .
C C C 3

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→
−
Exemplo 6.2.2. Calcule o fluxo e o escoamento do campo F (x, y) = (−y, x) ao longo
da curva C, que admite a parametrização →
− 2
r (t) = ( (3−t)
3 , 3 − t para t ∈ [0, 3].

Resolução:

Para o escoamento:
→
− → −
Z Z Z
f · T ds = f (x, y)dx + g(x, y)dy = 3.
C C C
Para o fluxo:

→
− →
Z Z Z
f ·−
n ds = f (x, y)dy − g(x, y)dx = 9.
C C C

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7 Densidade de Escoamento (Rotação) e Densidade Fluxo

Pelos conceitos definidos nas seções anteriores observamos que o conceito de Escoamento
está ligado a forças tangentes enquanto que Fluxo está ligado a forças normais.

7.1 Densidade de Escoamento (Rotação)

Quando falamos em Densidade de Escoamento (Rotação) também temos uma relação com
→
−
“forças tangentes” ou “forças de rotação”. Imagine um campo de vetores F : R2 → R2
e (x0 , y0 ) ∈ R2 . Considere C uma curva fechada, simples em R2 que contém em seu
interior o ponto (x0 , y0 ). Seja σ o interior de C.

Suponha que o campo de vetores representa a velocidade de um fluído em movimento e

que o escoamento sobre a curva C não é nulo. Tal como a figura acima.

Ao deixar um pequeno objeto em cima do ponto (x0 , y0 ) e interior a C é de se esperar

que esse objeto gire. É claro que para girar também é necessário analisar o interior de
C. Na verdade é isso que a Densidade de Escoamento faz.

O cáculo da Densidade de Escoamento (Rotação) em um ponto (x0 , y0 ) é definido da

seguinte forma: escolha uma curva fechada que inclua o ponto. Calcule o escoamento
sobre essa curva e depois divida pela área limitada pela curva. Depois escolha as curvas e,
consequentemente, as áreas, cada vez menores. O limite será a Densidade de Escoamento
(Rotação).

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Utilizando linguagem matemática, essa definição pode ser escrita da seguinte maneira:

→
− → −
I
1
Densidade de Escoamento=Rotação = lim F · T ds.
σ→0 A(σ) C

Supondo que esse limite existe, o cálculo pode ser feito de várias formas. Uma delas é
escolher de forma apropriada a curva σ. A seguir, vamos determinar esse limite e, para
isso, vamos escolher uma geometria adequada para a curva.

Utilizando uma geometria retangular para σ

→
− →
−
Considere um campo de vetores F : R2 → R2 dado por F (x, y) = (f (x, y), g(x, y)). Com
o intuito de calcular a Densidade de Escoamento num certo ponto (x0 , y0 ) escolhemos
uma curva c delimitando uma região σ retangular de arestas ∆x e ∆y e que contém esse
ponto em seu centro. A figura abaixo ilustra a situação:

Obs: Por definição, consideramos que o sentido de rotação positivo é o sentido anti-
horário.

94
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Geometricamente temos que

→
− → −
I
1 Escoamento sobre C
F · T ds = .
σ C Área ∆x∆y
O elemento de área escolhido é retangular e extremamente pequeno. Podemos que con-
siderar que sobre cada aresta não há variação do campo.

O cálculo do Escoamento pode ser obtido da seguinte maneira:

→
− ∆x →
− ∆x
F (x0 + , y0 ) · (0, 1)∆y + F (x0 − , y0 ) · (0, −1)∆y+
2 2
→
− ∆y →
− ∆y
F (x0 , y0 ) · (−1, 0)∆x + F (x0 , y0 − ) · (1, 0)∆x =
2 2

   
∆x ∆x ∆y ∆y
g(x0 + , y0 ) − g(x0 − , y0 ) ∆y + −f (x0 , y0 + ) + f (x0 , y0 − ) ∆x =
2 2 2 2

" ! !#
∆x ∆x ∆y ∆y
g(x0 + 2 , y0 )− g(x0 − 2 , y0 ) f (x0 , y0 + 2 ) − f (x0 , y0 − 2 )
− ∆x∆y
∆x ∆y

Para obter a Densidade de Escoamento no ponto (x0 , y0 ) devemos calcular

Escoamento sobre C
lim
∆x,∆y→0 Área ∆x∆y
isso é,
   
g(x0 + ∆x ,y0 )−g(x0 − ∆x ,y0 ) f (x0 ,y0 + ∆y )−f (x0 ,y0 − ∆y )
2
∆x
2
− 2
∆y
2
∆x∆y



lim =
∆x,∆y→0 ∆x∆y




" ! !#
∆x ∆x ∆y ∆y
g(x0 + 2 , y0 )− g(x0 − 2 , y0 ) f (x0 , y0 + 2 ) − f (x0 , y0 − 2 )
lim − =
∆x,∆y→0 ∆x ∆y

∂g ∂f
(x0 , y0 ) − (x0 , y0 ).
∂x ∂y
Observe que
→
− → − →
− ∂g ∂f
∇ × F (x0 , y0 ) · k = (x0 , y0 ) − (x0 , y0 ).
∂x ∂y

95
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→
− → −
− →

96
∇×F · k =
∂g
−

(DENSIDADE DE ESCOAMENTO)
∂f
∂x ∂y
Por fim, a Densidade de Escoamento relativo ao ponto (x, y) é dado por

(32)
Funções vetoriais
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7.2 Densidade de Fluxo

A “Densidade de Fluxo”, assim como o fluxo, está associado a forças normais.

Podemos pensar que a Densidade de Fluxo irá contabilizar se em um dado ponto (x0 , y0 )
há fluxo entrando, saindo ou simplesmente não há fluxo. A ideia é analisar uma região
(área se for em R2 ou volume se for em R3 ) que engloba o ponto. Verificar a quantidade
de fluxo que entra pela superfície menos a que sai, depois dividir esse resultado pelo área
(ou volume) do elemento.

Por definição

→
− →
I
1
Densidade de Fluxo = lim F ·−
n ds.
σ→0 σ σ
Supondo que o limite existe, vamos escolher de forma adequada a curva C: uma geo-
metria retangular, como fizemos anteriormente. Essa escolha facilita o cálculo da integral.

Nesse caso,

→
− →
I
1 Fluxo sobre C
F ·−
n ds = .
σ C Área ∆x∆y

97
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Utilizando uma geometria retangular para σ.

Obs: Por definição considera-se fluxo positivo o que sai do elemento de volume e, conse-
quentemente, negativo aquele que entra.

O cálculo do Fluxo pode ser obtido da seguinte maneira:

→
− ∆x →
− ∆x
F (x0 + , y0 ) · (1, 0)∆y + F (x0 − , y0 ) · (−1, 0)∆y+
2 2
→
− ∆y →
− ∆y
F (x0 , y0 + ) · (0, 1)∆x + F (x0 , y0 − ) · (0, −1)∆x =
2 2

   
∆x ∆x ∆y ∆y
f (x0 + , y0 ) − f (x0 − , y0 ) ∆y + g(x0 , y0 + ) − g(x0 , y0 − ) ∆x =
2 2 2 2

" ! !#
∆x ∆x ∆y ∆y
f (x0 + 2 , y0 )− f (x0 − 2 , y0 ) g(x0 , y0 + 2 ) − g(x0 , y0 − 2 )
+ ∆x∆y
∆y ∆x

Substituindo em

Fluxo sobre C
lim ,
∆x,∆y→0 ∆x∆y

   
f (x0 + ∆x ,y0 )−f (x0 − ∆x ,y0 ) g(x0 ,y0 + ∆y )−g(x0 ,y0 − ∆y )
2
∆y
2
+ 2
∆x
2
∆x∆y



lim =
∆x,∆y→0 ∆x∆y




" ! !#
∆x ∆x ∆y ∆y
f (x0 + 2 , y0 )− f (x0 − 2 , y0 ) g(x0 , y0 + 2 ) − g(x0 , y0 − 2 )
lim + =
∆x,∆y→0 ∆y ∆x

98
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∂f ∂g
(x0 , y0 ) + (x0 , y0 ).
∂x ∂y
Observe que
→
− → − ∂f ∂g
∇ · F (x0 , y0 ) = (x0 , y0 ) + (x0 , y0 ).
∂x ∂y
Ou seja, a Densidade de Fluxo relativa ao ponto (x, y) é dada por

→
− →
− ∂f ∂g
∇·F = + (33)
∂x ∂y
(DENSIDADE DE FLUXO)

99
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7.3 Densidade de Escoamento (Rotação) em R3

→
− →
−
Seja F : R3 → R3 um campo de vetores definido por F (x, y, z) = (f (x, y, z), g(x, y, z), h(x, y, z)).
Dado um ponto (x, y, z) ∈ R3 como determinar a densidade de rotação neste ponto?

Antes disso: o que é Densidade de Rotação em R3 ?

Para entender a “Densidade de Rotação” imagine um objeto da seguinte forma:

Agora imagine esse objeto com a origem presa no ponto (x, y, z) e imerso no campo
→
− →
−
de vetores F . Você também pode imaginar que o campo de vetores F representa a
velocidade do vento em cada ponto do espaço.

Em qual sentido/direção esse objeto vai girar? O cálculo da Densidade de Rotação irá
nos dar essa resposta.

100
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Para determinar a Densidade de Rotação total, vamos calcular a Densidade de Rotação

paralela aos planos x × y, x × z e y × z. Como estamos trabalhando com coordenadas
Cartesianas, mais uma vez vamos usar uma geometria retangular.

Lembre que em R2 observamos que a intensidade de rotação está associada a um vetor

ortogonal. O mesmo se dará em R3 . A intensidade de rotação será, localmente, orto-
gonal a um vetor. Esse vetor pode ser decomposto nos planos coordenados e calculados
separadamente.

Ou seja, vamos determinar a “intensidade de giro” paralelo aos x × y, x × z e y × z. Uma

vez determinada, conseguiremos obter a “intensidade de giro” total.

Lembre que em R2

Escoamento sobre a curva

Densidade de Rotação = lim .
Área→0 Área que é delimitada pela curva

101
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Calculando o Escoamento (Rotação) sobre as curvas.

Curva paralela ao plano y × z

 
→
− ∆y →
− ∆y
F (x, y + , z) · (0, 0, 1)∆z + F (x, y − , z) · (0, 0, −1)∆z +
2 2
 
→
− ∆z →
− ∆z
F (x, y, z + ) · (0, −1, 0)∆x + F (x, y, z − ) · (0, 1, 0)∆y =
2 2

   
∆y ∆y ∆z ∆z
h(x, y + , z) − h(x, y − , z) ∆z + −g(x, y, z + ) + g(x, y, z − ) ∆y =
2 2 2 2

" ! !#
∆y ∆y ∆z ∆z
h(x, y + − h(x, y −
2 , z) 2 , z) g(x, y, z + − g(x, y, z −
2 ) 2 )
− ∆y∆z
∆y ∆z

Área delimitada pela curva:

Área = ∆y∆z.
Densidade de Rotação na curva paralela ao plano y × z
   
h(x,y+ ∆y ,z)−h(x,y− ∆y ,z) g(x,y,z+ ∆z )−g(x,y,z− ∆z )
2
∆y
2
− 2
∆z
2
∆y∆z

lim =
∆y∆z→0 ∆y∆z


" ! !#
∆y ∆y ∆z ∆z
h(x, y + − h(x, y −
2 , z) 2 , z) g(x, y, z + − g(x, y, z −
2 ) 2 )
lim −
∆y∆z→0 ∆y ∆z

∂h ∂g
− .
∂y ∂z

∂g →
 −
O vetor ∂h ∂y − ∂z i é ortogonal ao plano yz e seu módulo (tamanho) corresponde a
intensidade de rotação neste plano.

102
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Curva paralela ao plano x × z

 
→
− ∆x →
− ∆x
F (x + , y, z) · (0, 0, −1)∆z + F (x − , y, z) · (0, 0, 1)∆z +
2 2
 
→
− ∆z →
− ∆z
F (x, y, z + ) · (1, 0, 0)∆x + F (x, y, z − ) · (−1, 0, 0)∆x =
2 2

   
∆x ∆x ∆z ∆z
−h(x + , y, z)∆z + h(x − , y, z)∆z + f (x, y, z + )∆x − f (x, y, z − )∆x =
2 2 2 2

"
#
∆z ∆z ∆x ∆x


f (x, y, z + − f (x, y, z −
2 ) 2 ) h(x + − h(x −
2 , y, z) 2 , y, z)
− ∆x∆z
∆z ∆x

Área delimitada pela curva:

Área = ∆x∆z.
Densidade de Rotação na curva paralela ao plano x × z
 
(f (x,y,z+ ∆z )−f (x,y,z− ∆z
2 )
) (h(x+ ∆x ,y,z)−h(x− ∆x ,y,z))
2
∆z − 2
∆x
2
∆x∆z



lim =
∆x∆y→0 ∆x∆z
 

"
#
∆z ∆z ∆x ∆x


f (x, y, z + − f (x, y, z −
2 ) 2 ) h(x + − h(x −
2 , y, z) 2 , y, z)
lim = −
∆x∆y→0 ∆z ∆x

∂f ∂h
− .
∂z ∂x

∂h →
 −
O vetor ∂f ∂z − ∂x j é ortogonal ao plano xz e seu módulo (tamanho) corresponde a
intensidade de rotação neste plano.

103
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Curva paralela ao plano x × y

 
→
− ∆y →
− ∆y
F (x, y + , z) · (−1, 0, 0)∆x + F (x, y − , z) · (1, 0, 0)∆x +
2 2
 
→
− ∆x →
− ∆x
F (x + , y, z) · (0, 1, 0)∆y + F (x − , y, z) · (0, −1, 0)∆y =
2 2

   
∆y ∆y ∆x ∆x
−f (x, y + , z) + f (x, y − , z) ∆x + g(x + , y, z) − g(x − , y, z) ∆y =
2 2 2 2

" ! !#
∆x ∆x ∆y ∆y
g(x + − g(x −
2 , y, z) 2 , y, z) f (x, y + 2 , z) − f (x, y − 2 , z)
− ∆x∆y
∆x ∆y

Área delimitada pela curva:

Área = ∆x∆y.
Densidade de Rotação na curva paralela ao plano x × y
   
g(x+ ∆x ,y,z)−g(x− ∆x ,y,z) f (x,y+ ∆y ,z)−f (x,y− ∆y ,z)
2
∆x
2
− 2
∆y
2
∆x∆y



lim =
∆x∆y→0 ∆x∆y
  

" ! !#
∆x ∆x ∆y ∆y
g(x + − g(x −
2 , y, z) 2 , y, z) f (x, y + − f (x, y −
2 , z) 2 , z)
lim − =
∆x∆y→0 ∆x ∆y

∂g ∂f
− .
∂x ∂y

 →
−
∂g
O vetor ∂x − ∂f
∂y k é ortogonal ao plano xy e seu módulo (tamanho) corresponde a
intensidade de rotação neste plano.

104
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Somando as “Intensidades de Rotação”

     
∂h ∂g → − ∂f ∂h → − ∂g ∂f → −
Observe que − i + − j + − k pode ser obtido pela
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
→
− → −
expressão ∇ × F .
Isso é,
     
→
− → − ∂h ∂g → − ∂f ∂h → − ∂g ∂f →−
∇×F = − i + − j + − k.
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y

→
− →
−
A Densidade de Rotação é ortogonal ao vetor ∇ × F e sua intensidade é dada pelo
módulo desse vetor.

Por fim, definimos:

s 2  2  2
→
− → − ∂h ∂g ∂f ∂h ∂g ∂f
|| ∇ × F || = − + − + − (34)
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y

(DENSIDADE DE ROTAÇÃO)

7.4 Densidade de Fluxo em R3

→
−
Seja F : R3 → R3 um campo de vetores. Seja V um elemento de volume que contém o
ponto (x, y, z) e seja σ a superfície deste elemento de volume (V ).

105
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fluxo sobre a superfície(σ)

O cálculo da Densidade de Fluxo é lim .
V →0 volume(V )
Escrito em linguagem matemática, temos que

→
− →
ZZ
1
Densidade de Fluxo = lim F ·−
n dS.
V →0 V σ
Resolver essa integral e esse limite pode ser um caminho árduo. A saída aqui é escolher
de forma adequada a geometria do elemento de volume e assim calcular a integral de
superfície de maneira menos complicada. Na verdade vamos proceder de forma análoga
ao caso R2 , já estudado na seção anterior.

Fixemos um ponto em (x, y, z) ∈ R3 e consideremos um elemento de volume reto-

retângulo (um “quase cubo”) de arestas ∆x, ∆y e ∆z. Suponha que o ponto (x, y, z)
está no centro deste elemento de volume.

106
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Calculando o fluxo sobre a superfície do elemento de volume (reto-retângulo).

Faces paralelas ao plano y × z

→
− ∆x →
− ∆x
F (x + , y, z) · (1, 0, 0)∆y∆z + F (x − , y, z) · (−1, 0, 0)∆y∆z =
2 2
∆x ∆x
f (x + , y, z)∆y∆z − f (x − , y, z)∆y∆z =
2 2
∆x ∆x
f (x + − f (x −
2 , y, z) 2 , y, z)
∆x∆y∆z.
∆x
Faces paralelas ao plano x × z

→
− ∆y →
− ∆y
F (x, y + , z) · (0, 1, 0)∆x∆z + F (x, y − , z) · (0, −1, 0)∆x∆z =
2 2
∆y ∆y
g(x, y + , z)∆x∆z − g(x, y − , z)∆x∆z =
2 2
∆y ∆y
g(x, y + 2 , z)− g(x, y − 2 , z)
∆x∆y∆z.
∆y
Faces paralelas ao plano x × y

→
− ∆z →
− ∆z
F (x, y, z + ) · (0, 0, 1)∆x∆y + F (x, y, z − ) · (0, 0, −1)∆x∆y =
2 2
∆z ∆z
h(x, y, z + )∆x∆y − h(x, y, z − )∆x∆y =
2 2
∆z
h(x, y, z + − h(x, y, z − ∆z
2 ) 2 )
∆x∆y∆z.
∆z
Calculando o valor do elemento de volume (reto-retângulo).

V = ∆x∆y∆z.

Substituindo na definição de Densidade de Fluxo

→
− →
ZZ
1 fluxo sobre a superfície(σ)
lim F ·−
n dS = lim =
V →0 V σ V →0 volume(V )

107
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f (x+ ∆x ,y,z)−f (x− ∆x ,y,z) g(x,y+ ∆y ,z)−g(x,y− ∆y ,z) h(x,y,z+ ∆z )−f (x,y,z− ∆z ) 
2
∆x
2
+ 2
∆y
2
+ 2
∆z
2
∆x∆y∆z
 
lim 
V →0 ∆x∆y∆z
 
 
f (x+ ∆x ,y,z)−f (x− ∆x ,y,z) g(x,y+ ∆y ,z)−g(x,y− ∆y ,z) h(x,y,z+ ∆z )−f (x,y,z− ∆z )
lim 2
∆x
2
+ 2
∆y
2
+ 2
∆z
2
.
V →0

Observe que

→
− →
− ∂f ∂g ∂h
∇·F = + + .
∂x ∂y ∂z

logo, a Densidade de Fluxo no ponto (x, y, z) é dado por

→
− →
− ∂f ∂g ∂h
∇·F = + + (35)
∂x ∂y ∂z
(DENSIDADE DE FLUXO)

108
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8 Teorema de Green
Seja C uma curva simples fechada em R2 , delimitando uma região σ, imerso em um
→
−
campo vetorial F (f, g).

Para calcular o Rotacional em cada ponto interior a curva σ escolhemos uma curva
pequena que contém o ponto e após fazemos o limite, conforme a definição. Imagine a
seguinte partição:

Cada quadrado é uma curva e todas essas curvas estão orientadas no sentido anti-horário.
Note que arestas adjacentes de quadrados diferentes possuem sentidos opostos.
Então teremos integrais iguais sobre essas arestas, a exceção do sentido de integração.
Isso fará com que as integrais se cancelem. Assim sendo, sobra apenas o contorno da
região, ou seja, a curva C.

OZvalor da soma de todos os Rotacionais do interior da curva pode ser obtido por
→
− → − → −
Z
( ∇ × F ) · k dA. Por outro lado, como acabamos de observar, sabemos que o interior
σ
se anula restando apenas o Escoamento sobre a curva. Isso pode ser calculado por
→
− → −
I
F · T ds. Isso é,
C
→
− → − →
− → − → −
I ZZ
F · T ds = ( ∇ × F ) · k dA. (36)
C σ

Isso significa que o valor relacionado ao Escoamento que ocorre sobre a curva σ é igual
a soma do Rotacional dos pontos interiores a curva. O que é bastante intuitivo.
Ao calcular o Divergente em cada ponto no interior também haverá cancelamento nas
arestas adjacentes das partições.

109
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Assim, a soma de todos os divergentes interiores a região deve ser igual ao Fluxo sobre
a curva C. Ou seja,

→
− → →
− → −
I ZZ
F ·−
n ds = ∇ · F dA (37)
C σ

Obs: Vimos que:

→
− → −
Z Z
F · T ds = f dx + gdy ! (Escoamento sobre a curva C)
C C

→
− →
Z Z
F ·−
n ds = f dy − gdx ! (Fluxo sobre a curva C)
C C

→ − →
− → − ∂g ∂f
∇×F · k = − ! (Densidade de Escoamento - pontual)
∂x ∂y

→
− →
− ∂f ∂g
∇·F = + ! (Densidade de Fluxo - pontual)
∂x ∂y
Portanto,

equação (36) pode ser reescrita na forma

I ZZ
∂g ∂f
f dx + gdy = − dA
C σ ∂x ∂y
e equação (37) pode ser reescrita na forma
I ZZ
∂f ∂g
f dy − gdx = + dA.
C σ ∂x ∂y

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Teorema 8.1. (Teorema de Green)

→
− →
−
Sejam F : R2 → R2 um campo de vetores tal que F (x, y) = (f (x, y), g(x, y)) cujo as
componentes possuem derivadas parciais e C uma curva simples, suave e fechada na qual
R é a região interna a essa curva. Então,
I ZZ
∂g ∂f
f (x, y)dx + g(x, y)dy = − dA.
C R ∂x ∂y

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8.1 Exercícios
I
◦ Exercício 42. Calcule (y 2 )dx + (x2 )dy, no qual C é o quadrado de vértices (0, 0),
C
(1, 0), (1, 1), (0, 1) orientado no sentido anti-horário.

◦ Exercício 43. Use o teorema de Green para calcular as seguintes integrais.

y

I
a)
C
(3xy)dx + (2xy)dy
R
1

-2 4 x
y

I (pi/2, pi/2)

b) (x cos(y))dx + (−y sen(x))dy

C
R
x
y
x²+y²=4
I
c)
C
(x2 − y)dx + (x)dy
R x

I
xy
d) ln(1 + y)dx − dy
1+y
R
C

2 x

(1,1)
y2x
I
e) arctan(y)dx + − dy
C 1 + y2
R
x

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(1,1)
y=x1/2
I
2 2
f) (x y)dx + (y + xy )dy
C
R y=x²

→
− →
−
◦ Exercício 44. Seja F um campo de força (campo vetorial) definido por F (x, y) =
x2
xy, + xy . Uma partícula que inicialmente está no ponto (5, 0) percorre o semi-
2
círculo superior x2 + y 2 = 25 e retorna ao seu ponto de partida ao longo do eixo x.
Calcule o trabalho realizado pelo campo de força sobre esta partícula.

I
◦ Exercício 45. Calcule a integral ydx−xdy, no qual C é o cardióide r = a(1+cos(θ))
C
com θ ∈ [0, 2π].

→
−
◦ Exercício 46. Seja F : R2 → R2 um campo de vetores. Mostre que se C é uma curva
→
−
fechada de interior R e T (x, y) é o vetor tangente unitário a cada ponto da curva C,
então

→
− → − → →
− → − → −
I ZZ
−
F · Tdr = ( ∇ × F ) · k dA.
C R

→
−
◦ Exercício 47. Seja F : R2 → R2 um campo de vetores. Mostre que se C é uma curva
fechada de interior R e →
−
n (x, y) é o vetor perpendicular unitário a cada ponto da curva
C, então

→
− → →
− → −
I ZZ
− →
−
F · nd r = ∇ · F dA.
C R

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→
−
◦ Exercício 48. Seja F (x, y) = ( y1 , 0) e C o quadrado de vértices (1, 1), (2, 1), (2, 2), (1, 2).

y campo F(x,y)=(1/y,0)
2.0

1.5
2

1.0
R
1

0.5

0.0
1 0.5 1.0 2 1.5 2.0
x

Calcule:
→
− → −
I
a) O escoamento F · T ds;
C

→
− →
I
b) o fluxo F ·−
n ds.
C

Sugestão: Calcule as integrais diretamente, logo após calcule novamente usando o teorema
de Green, como nos exercícios (46) e (47). Verifique que o teorema funciona neste
exercício.

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a)

b) 0
f) 0
b) 0
a) 0

2
1
c) 8π

e) −1
d) −4

Exercício 48
Exercício 43
Exercício 42 0

3
Exercício 44 − 50
Exercício 45 −3πa2
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115
RESPOSTAS
Funções vetoriais
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9 Superfícies
O objetivo dessa seção é dar uma ideia de como se obtém parametrizações para uma
superfície e, uma vez obtida, como obter o valor da sua área. A subseção seguinte mostra
exemplos de parametrizações.

9.1 Exemplos de parametrização

Exemplo 9.1.1.

à Considere a função vetorial →

−
r : R2 → R3 definida por →
−
r (u, v) = (v, cos(u), sen(u)).

Quando v é fixo a variação de u gera círculos unitários paralelos ao plano y × z. Para

gerar um círculo completo basta u variar entre 0 e 2π. Isso acontece para qualquer valor
de v. Observe que neste caso v determina a localização do círculo sobre o eixo x.

Então, se considerarmos u ∈ [0, 2π] e v ∈ [0, 5] teremos um cilíndro concêntrico ao eixo

x de diâmetro 2 e altura 5.

Com a restrição de domínio → −

r : ([0, 2π] × [0, 5]) ⊂ R2 → R3 a função vetorial definida
→
−
por r (u, v) = (v, cos(u), sen(u)) é uma parametrização de um cilindro.

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Exemplo 9.1.2.

à Analisaremos agora a função vetorial →

−
r : ([0, 2π] × [0, 2]) ⊂ R2 → R3 definida por
→
− 2
r (u, v) = (v cos(u), v sen(u), v ).

Quando v é fixo a variação de u, que é de 0 à 2π, gera círculos de raio v paralelos ao

plano x × y. A altura desses círculos com relação ao plano x × y é v 2 . Como a variação
de v está restrita de 0 à 2 então nota-se que haverá uma sequência de círculos crescentes
nesse intervalo.

Agora fixando u = 0 temos que →

−
r (0, v) = (v, 0, v 2 ). Observe que o gráfico dessa curva é
uma parábola sobre o plano x × z. Ao fixar u 6= 0 teremos também uma parábola, mas
agora rotacionadas.

Essa função define uma parametrização para um parabolóide.

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Exemplo 9.1.3.

à Vejamos agora a função vetorial → −

r : ([0, 2π] × [0, 1]) ⊂ R2 → R3 definida por
→
−
r (u, v) = (v cos(u), v, v sen(u)).

Seguindo o raciocínio já utilizado anteriormente, seja v fixo. A variação de u que

novamente é de 0 à 2π gera círculos de raio v paralelos ao plano x × z. A altura desses
círculos com relação ao plano x × z é v.

Como a variação de v está restrita de 0 à 1 então nota-se que haverá uma sequência de
círculos crescentes nesse intervalo.

Agora fixando u = 0 temos que → −

r (0, v) = (v, v, 0). Observe que o gráfico dessa curva
é uma reta sobre o plano x × y. Ao fixar u 6= 0 teremos também uma reta, mas agora
rotacionada.

Essa função define uma parametrização para um cone.

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Exemplo 9.1.4.

à Vejamos agora a função vetorial →

−
r : ([0, 2π] × [0.5, 2]) ⊂ R2 → R3 definida por
→
− 1 1


r (u, v) = v cos(u), v sen(u), v .

1
Fixe v. A variação de u de 0 à 2π gera círculos de raio v paralelos ao plano x × y. A
altura desse círculo com relação ao plano x × y é v.

Como a variação de v está restrita de 0.5 à 2 então nota-se que haverá uma sequência
de círculos de raios decrescentes nesse intervalo.

Agora fixando u = 0 temos que →

−r (0, v) = ( v1 , 0, v). Observe que o gráfico dessa curva
é um ramo de hipérbole o plano x × z. Ao fixar u 6= 0 teremos também um ramo de
hipérbole, porém rotacionado.

Essa função define uma parametrização para a superfície ilustrada abaixo, que é uma
superfície obtida pela rotação de um ramo de hipérbole.

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Exemplo 9.1.5.

à Entre as superfícies clássicas, não poderia faltar a esfera.

Vejamos então a função vetorial → −
r : ([0, 2π] × [0, π]) ⊂ R2 → R3 definida por
→
−
r (u, v) = (sen(v) cos(u), sen(v) sen(u), cos(v)).

Essa função vetorial é uma parametrização para a esfera unitária. É importante tentar
visualizar essa parametrização.

Vamos iniciar como nos exemplos anteriores, fixando a variável v. A variação de u de 0

à 2π gera círculos de raio sen(v) paralelos ao plano x × y e esses círculos possuem altura
cos(v) com relação ao plano x × y.

Quando v = 0, temos um cículo de raio 0 e altura 1. Variando v no intervalo (0, π2 ),

conforme v cresce o raio do círculo aumenta e sua altura diminui. Quando v = π2 temos
um círculo de raio 1 e altura 0. Agora, enquanto v cresce entre π2 e π o raio do círculo
começa a diminuir e a altura do círculo também diminui. Quando v = π o círculo
novamente terá raio 0, mas agora altura −1.

Para garantir que essa superfície é de fato um círculo, podemos verificar que a distância
entre qualquer ponto sobre a superfície e a origem do sistema é exatamente igual a 1.

Verifique que dado (u, v) ∈ [0, 2π] × [0, π] vale a igualdade |→

−
r (u, v) − (0, 0, 0)| = 1.

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Exemplo 9.1.6.

à Seja →−r : ([0, π] × [0, π2 ]) ⊂ R2 → R3 definida por

→
−
r (u, v) = (sen(v) cos(u), sen(v) sen(u), cos(v)).

Essa função vetorial é uma parametrização para a seguinte seção esferica.

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9.2 Área de superfícies

Considere uma função vetorial → −r : R ⊆ R2 → R3 . A função vetorial → −r possui duas
variáveis independentes que são u e v e três variáveis dependentes que são x(u, v), y(u, v)
e z(u, v).

→
−
r (u, v) = (x(u, v), y(u, v), z(u, v)) .
Fixemos um ponto do domínio R, digamos (u0 , v0 ). A função vetorial irá associar esse
ponto ao ponto (x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 ), z(u0 , v0 )) que está no espaço R3 .

Ao fazer isso com todos os ponto do domínio R, um conjunto de pontos no espaço R3

será formado. Esse conjunto de pontos em R3 define uma superfície a qual chamaremos
de superfície σ.

Localize o ponto →−
r (u0 , v0 ) no espaço. Imagine apenas uma das variáveis independentes
fixa e a outra com pequenas variações. POr exemplo, considere u0 fixo e v tendo peque-
nas variações. Logo após pense ao contrário, agora v0 fixo e u varia.

Em cada uma dessas duas situações, a imagem de → −

r deve ser uma curva no espaço R3 .
→
−
Essas duas curvas tem o ponto r (u0 , v0 ) em comum, logo devem se cruzar.

A figura abaixo ilustra a situação.

122
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Para determinar a área de uma superfície usaremos a noção de limite. A ideia é pensar
numa partição sobre a superfície, ou seja, subdividir a superfície em pequenos pedaços.
Para isso, criamos uma partição sobre o domínio R e essa partição, através da função
vetorial →
−
r , gera uma patição sobre a superfície σ.

A figura abaixo ilustra a situação.

Queremos encontrar uma expressão que determina o valor aproximado da área de cada
uma das partições e depois somar todas.

Observe que é possível aproximar cada partição por uma seção planar, ou seja, fazer uma
aproximação linear da partição.

Quanto menor for a partição melhor será a aproximação.

Mas como obter essas aproximações?

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Suponha que o ponto →−r (u0 , v0 ) seja um vértice da partição ∆Sk . Suponha ainda que
duas arestas de ∆Sk sejam determinadas por variações das curvas → −
r (u, v0 ) e →
−
r (u0 , v)
nos quais

* “Aresta u” é a variação de →
−
r (u, v0 ) de →
−
r (u0 , v0 ) até →
−
r (u0 + ∆uk , v0 );

* “Aresta v” é a variação de →
−
r (u0 , v) de →
−
r (u0 , v0 ) até →
−
r (u, v0 + ∆vk ).

Considerando ∆uk e ∆vk extremamente pequenos é razoável estimar que

“Aresta u” ≈ →
−
r (u0 + ∆uk , v0 ) − →
−
r (u0 , v0 )
“Aresta v” ≈ →
− →
−
r (u , v + ∆v ) − r (u , v )
0 0 k 0 0

Além disso, como

∂→
−
r →
−
r (u0 + ∆u, v0 ) − →
−
r (u0 , v0 )
(u0 , v0 ) = lim
∂u ∆uk →0 ∆uk

∂→
−
r →
−
r (u0 , v0 + ∆v) − →
−
r (u0 , v0 )
(u0 , v0 ) = lim
∂v ∆vk →0 ∆vk
então
∂→
−
r →
−
r (u0 + ∆uk , v0 ) − →
−
r (u0 , v0 )
(u0 , v0 ) ≈
∂u ∆uk

∂→
−
r →
−
r (u0 , v0 + ∆vk ) − →
−
r (u0 , v0 )
(u0 , v0 ) ≈
∂v ∆vk
o que implica que
 →
∂−

→
− r
r (u0 + ∆uk , v0 ) − →
−
r (u0 , v0 ) ≈ (u0 , v0 ) ∆uk
∂u
 →
∂−

→
− r
r (u0 , v0 + ∆vk ) − →
−
r (u0 , v0 ) ≈ (u0 , v0 ) ∆vk
∂v

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Ou seja, temos que

 →
∂−

r
“Aresta u” ≈ (u0 , v0 ) ∆uk
∂u
 →
∂−

r
“Aresta v” ≈ (u0 , v0 ) ∆vk
∂v

A área ∆Pk do paralelogramo formado pelas arestas “Aresta u” e “Aresta v” pode ser
obtido através do produto vetorial

∆Pk = k“Aresta u” × “Aresta v”k

portanto,
 →
∂−
 →
∂−
 
r r
∆Pk ≈ (u0 , v0 ) ∆uk × (u0 , v0 ) ∆vk .
∂u ∂v
Como ∆Pk ≈ ∆Sk , concluímos que
 →
∂−
  →
∂−

r r
∆Sk ≈ (u0 , v0 ) × (u0 , v0 ) ∆uk ∆vk .
∂u ∂v
Renomeando (u0 , v0 ) para (u, v)

∂→
−
r ∂→
−
r
∆Sk ≈ × ∆uk ∆vk .
∂u ∂v

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O valor S que representa a área da superfície pode ser obtido aproximadamente pela
soma de todos ∆Sk .

∂→
− ∂→
−
N N
X X r r
S≈ ∆Sk ≈ × ∆uk ∆vk
∂u ∂v
k=1 k=1

onde N é o número de partições que a superfície foi subdividida.

Aplicando limite em N , obtemos

∂→
− ∂→
−
N
X r r
S = lim × ∆uk ∆vk
N →∞ ∂u ∂v
k=1

que pode ser reescrita na forma integral por

∂→− ∂→
−
ZZ
r r
S= × dA.
R ∂u ∂v

Exemplo 9.2.1. Calcule a área lateral do Cilindro →

−
r = (3 cos(u), 3 sen(u), v), u ∈ [0, 2π]
e v ∈ [0, 7].

Resolução: Sabendo que

∂→
− ∂→
−
ZZ
r r
S= × dA.
R ∂u ∂v
onde temos
∂→−
r
(u, v) = (−3 sen(u), 3 cos(u), 0),
∂u
∂→−
r
(u, v) = (0, 0, 1),
∂v
∂−
→
r ∂−
→
r
∂u × ∂v = (3 cos(u), 3 sen(u), 0),

∂−
→
r ∂−
→
r
∂u × ∂v =3

e, além disso, a região R é tal que u ∈ [0, 2π] e v ∈ [0, 7]. Portanto,

∂→
− ∂→
−
ZZ Z 2π Z 7
r r
S= × dA = 3dvdu = 42π u.a.
R ∂u ∂v 0 0

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9.3 Integrais de superfícies

Seja σ uma superfície em R3 e f : σ → R. Definimos

∂→
− ∂→
−
ZZ ZZ
r r
f (x, y, z)dS = f (x(u, v), y(u, v), z(u, v)) × dA (38)
σ R ∂u ∂v
A maneira de resolver essas integrais é semelhante
ZZ aquela vista na seção anterior. Vimos
que para calcular uma integral da forma dS é necessário determinar uma parame-
σ ZZ
trização para região σ. Uma integral de superfície f (x, y, z)dS admite resolução de
σ
forma análoga. Encontramos uma parametrização para a superfície σ e utilizamos essa
parametrição na função f (x, y, z) também. Os exemplos a seguir ajudam a compreender
esse método de resolução.

ZZ
Exemplo 9.3.1. Calcule x2 dS, onde σ é a superfície da esfera unitária.
σ

Resolução:

A superfície da esfera unitária pode ser parametrizada pela função vetorial

→
−
r (u, v) = (sen(v) cos(u), sen(v) sen(u), cos(v))
com u ∈ [0, 2π) e v ∈ [0, π].

Portanto,

∂→
− ∂→
−
ZZ ZZ
2 r r
x dS = (sen(v) cos(u))2 × dA
σ R ∂u ∂v
onde

∂→
−
r
= (− sen(v) sen(u), sen(v) cos(u), 0);
∂u

∂→
−
r
= (cos(v) cos(u), cos(v) sen(u), − sen(v)).
∂v

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∂→
−
r ∂→
−
r
Calculando × :
∂u ∂v
→
− →
− →
−
i j k
∂→
−
r ∂→
−
r
× = − sen(v) sen(u) sen(v) cos(u) 0
∂u ∂v
cos(v) cos(u) cos(v) sen(u) − sen(v)
∂→
−
r ∂→
−
r
× = (− sen2 (v) cos(u), − sen2 (v) sen(u), cos(v) sen(v))
∂u ∂v

∂→
−
r ∂→
−
r p
× = (− sen2 (v) cos(u))2 + (− sen2 (v) sen(u))2 + (cos(v) sen(v))2
∂u ∂v

∂→
−
r ∂→
−
r
× = | sen(v)|.
∂u ∂v
Como v ∈ [0, π] então | sen(v)| = sen(v).

Logo,

ZZ ZZ Z 2π Z π
2 2
x dS = (sen(v) cos(u)) sen(v)dA = (sen(v) cos(u))2 sen(v)dvdu =
σ R 0 0

Z 2π  Z π 
2 2
cos (u)du sen (v) sen(v)dv =
0 0
Z 2π  Z π 
1 + cos(2u) 2 4
(1 − cos (v)) sen(v)dv = · · · = π.
0 2 0 3

128
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Exemplo 9.3.2. Seja σ a seção de plano determinada no primeiro ZZ octante pela equação
x + y = 1 onde z ∈ [0, 1]. Se f (x, y, z) = x − y − z, calcule f (x, y, z)dS.
σ

Resolução:

A superfície pode ser parametrizada pela função vetorial →

−
r (u, v) = (u, 1 − u, v)
com u ∈ [0, 1] e v ∈ [0, 1]. Obs: R = [0, 1] × [0, 1].

Portanto,

∂→
− ∂→
−
ZZ ZZ
r r
x − y − zdS = ((u) − (1 − u) − (v)) × dA
σ R ∂u ∂v

∂→
− ∂→
−
ZZ ZZ
r r
x − y − zdS = (2u − v − 1) × dA
σ R ∂u ∂v
onde

∂→
−
r
= (1, −1, 0);
∂u

∂→
−
r
= (0, 0, 1).
∂v
∂→
−
r ∂→
−
r
Calculando × :
∂u ∂v
→
− →
− →
−
i j k
∂→
−
r ∂→
−
r
× = 1 −1 0 = (−1, −1, 0)
∂u ∂v
0 0 1
√
∂→
−
r ∂→
−
r 2
× = .
∂u ∂v 2
Logo,

√
∂→
− ∂→
−
ZZ ZZ Z 1Z 1
r r 2
f (x, y, z)dS = (2u − v − 1) × dA = (2u − v − 1) dudv.
σ R ∂u ∂v 0 0 2
ZZ √
2
f (x, y, z)dS = − .
σ 2

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9.4 Exercícios
◦ Exercício 49. z
Usando integrais de superfícies, calcule a área do cilindro. 7

Use a parametrização

→
−
r (u, v) = (3 cos(u), 3 sen(u), v) 3
y
x
no qual u ∈ [0, 2π] e v ∈ [0, 7]. (x2+y2)=1
0< z <1

◦ Exercício 50. z
Usando integrais de superfícies, calcule a área do cone. 4
Use a parametrização

→
−
r (u, v) = (v cos(u), v sen(u), v)
1 y
x
no qual u ∈ [0, 2π] e v ∈ [0, 4]. z=(x2+y2)1/2

◦ Exercício 51.
Usando integrais de superfícies, calcule a área do parabo- z
4
loide.
Use a parametrização

→
−
r (u, v) = v cos(u), v sen(u), v 2


y
2
x
z=(x2+y2)
no qual u ∈ [0, 2π] e v ∈ [0, 2].

◦ Exercício 52.
Usando integrais de superfícies, calcule a área da esfera de
raio R. z
Use a parametrização
R
→
− y
r (u, v) = (R sen(v) cos(u), R sen(v) sen(u), R cos(v))
x
no qual u ∈ [0, 2π] e v ∈ [0, π].

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◦ Exercício 53.
Usando integrais de superfícies, calcule a área hachurada da
esfera de raio R. Suponha que α = π6 e R = 3. z
R
Use a parametrização

→
−
r (u, v) = (R sen(v) cos(u), R sen(v) sen(u), R cos(v))
y
x
no qual u ∈ [0, 2π] e v ∈ [ 2π 4π
6 , 6 ].

◦ Exercício 54.
Usando integrais de superfícies, calcule a área do toro de
raios R e r, no qual r << R. z
Use a parametrização

y
→
−
r (u, v) = ((R + r cos(v)) cos(u), (R + r cos(v)) sen(u), r sen(v))

no qual u ∈ [0, 2π] e v ∈ [0, 2π].

ZZ
◦ Exercício 55. Calcule a integral de superfície f (x, y, z)dS
σ
p
a) f (x, y, z) = z 2 , no qual σ é a porção do cone z = x2 + y 2 entre os planos z = 1 e
z = 2;
b) f (x, y, z) = x2 y, no qual σ é a porção do cilindro x2 + z 2 = 1 entre os planos y = 0,
y = 1 e acima do plano xy;
c) f (x, y, z) = x − y − z, no qual σ é a porção do plano x + y = 1 no primeiro octante
entre z = 0 e z = 1;
d) f (x, y, z) = x + y + z, no qual σ é a superfície do cubo definido por x ∈ [0, 1], y ∈ [0, 1]
e z ∈ [0, 1].

ZZ
◦ Exercício 56. Calcule a integral de superfície f (x, y, z)dS na superfície σ repre-
σ
sentada pela função vetorial →
−
r (u, v).
a) f (x, y, z) = xyz,
no qual → −r (u, v) = (u cos(v), u sen(v), 3u) para u ∈ [1, 2] e v ∈ [0, π/2];
1
b) f (x, y, z) = p ,
1 + 4x2 + 4y 2
no qual → −r (u, v) = u cos(v), u sen(v), u2 para u ∈ [0, sen(v)] e v ∈ [0, π].

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RESPOSTAS

Exercício 49 42π
√
Exercício 50 16 2π
√
(17 17 − 1)π
Exercício 51
6
Exercício 52 4πR2

Exercício 53 18π

Exercício 54 4π 2 rR = (2π)(2πR)

Exercício 55
15
√ π
√
2
a) 2 π 2 b) 4 c) − 2
d) 9

Exercício 56

a) √93 b) π
10 4

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10 Teorema de Gauss
→
−
Seja F um campo de vetores em R3 .

Sejam G um sólido em R3 cujo a superfície (fechada) chamaremos de σ. O sólido G está

→
−
imerso no campo F .

→
− →−
Em um ponto interior a G a Densidade de Fluxo pode ser obtida por ∇ · F . Para
→
− → −
uma região volumétrica dV que contém esse ponto o Fluxo é ∇ · F dV . Isso porque
consideramos que nesse elemento de volume todos os pontos possuem a mesma Densidade

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de Fluxo. Fazendo infinitas subdivisões de elementos de volumes em G e somando todas

elas temos que o Fluxo em G é

→
− → −
ZZZ
∇ · F dV.
G
Por outro lado, pense no seguinte: se os elementos de volume forem em formato “cúbicos
”, dois elementos de volumes adjacentes possuem uma face em comum. Nessa face o
→
−
fluxo de um elemento anulará a do outro. Note que sobre a face comum o campo F é
o mesmo, no entanto ao comparar as normais das faces adjacentes de dois elementos de
volume vemos que essas normais terão mesma direção mas sentidos opostos.

Sendo assim o interior se anula e sobra apenas o Fluxo na superfície σ.

→
−
O campo que atua sobre a superfície é F , mas sabemos que por definição o Fluxo é
→
−
apenas a componente ortogonal de F com relação a superfície σ. Sendo assim, o valor a
→
− →
ser considerado é F · −n , onde →
−
n é o vetor ortogonal e unitário a superfície (que aponta
para fora da superfície).

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→
− −
Em uma pequena região dS da superfície que contém esse ponto o Fluxo é F · → n dS.
Subdividindo a superfície σ em infinitos pedaços e somando o Fluxo em todos eles temos

→
− →
ZZ
F ·−n dS.
σ
Acabamos de verificar duas maneiras distintas de calcular o mesmo Fluxo sobre a super-
fície fechada G. É evidente que essas quantidades devem ser iguais.

Este é o Teorema de Gauss.

→
− → →
− → −
ZZ ZZZ
F ·−
n dS = ∇ · F dv (39)
σ G

(TEOREMA DE GAUSS)

Importante! O Teorema de Gauss também é conhecido como TEOREMA DA DIVER-

→
− → − →
−
GÊNCIA, pois ∇ · F = div F .

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10.1 Exercícios
◦ Exercício 57. Verifique o Teorema da Gauss calculando a integral de superfície e a
integral tripla.
→
−
a) F (x, y, z) = (x, y, z), onde σ é a superfície do cubo limitado pelos planos x = 0,
x = 1, y = 0, y = 1, z = 0 e z = 1.
→
−
b) F (x, y, z) = (2x, −y, z 2 ), onde σ é a superfície gerada pelo parabolóide z = x2 + y 2
coroado pelo disco x2 + y 2 ≤ 1 no plano z = 1.

→
− →
ZZ
◦ Exercício 58. Use o Teorema da Divergência para determinar F ·−n dS, onde
σ
→
−
F (x, y, z) = x2 + y, z 2 , ey − z e σ é a superfície do sólido retangular limitado pelos

planos coordenados e pelos planos x = 3, y = 1 e z = 2;

→
− →
ZZ
◦ Exercício 59. Use o Teorema da Divergência para determinar F ·−n dS, onde
σ
→
−
F (x, y, z) = (x − z, y − x, z − y) e σ é a superfície do sólido cilíndrico limitado por
x2 + y 2 = a2 , z = 0 e z = 1;

→
− →
ZZ
◦ Exercício 60. Use o Teorema da Divergência para determinar F ·−n dS, onde
σ
→
−
F (x, y, z) = x3 , y 3 , z 3 e σ é a superfície do sólido cilíndrico limitado por x2 + y 2 = 4,

z = 0 e z = 3;

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→
− →
ZZ
◦ Exercício 61. Use o Teorema da Divergência para determinar F ·−n dS, onde
σ
→
−
F (x, y, z) = x3 − ey , y 3 + sin(z), z 3 − xy e σ é a superfície do sólido limitado por


p
z = 4 − x2 − y 2 e o plano xy.
Sugestão: Use coordenadas esféricas;

→
− →
ZZ
◦ Exercício 62. Use o Teorema da Divergência para determinar F ·−
n dS, onde
σ
→
− p
F (x, y, z) = x2 , y 2 , z 2 e σ é a superfície do sólido cônico limitado por z = x2 + y 2 e

z = 1.

→
− →
ZZ
◦ Exercício 63. Use o Teorema da Divergência para determinar F ·− n dS, onde
σ
→
−
F (x, y, z) = x3 , x2 y, xy e σ é a superfície do sólido limitado por z = 4 − x2 , y + z = 5,

z = 0 e y = 0.

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◦ Exercício 64. Prove que se →

−r (x, y, z) = (x, y, z) e σ for uma superfície de um sólido
G orientado por vetores normais unitários para fora, então
ZZ
1 →
−
vol(G) = r ·→−
n dS
3 σ
onde vol(G) é o volume de G.

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Exercício
Exercício
Exercício
Exercício
Exercício
Exercício
Exercício
58

63 π2
59 12

35
62 192

64 4608
5 π
60 3πa2
61 180π
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RESPOSTAS
Funções vetoriais
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11 Teorema de Stokes
Seja σ uma superfície aberta, suave, cujo a fronteira será chamada de ∂σ.

→
−
Imagine que essa superfície está imersa em um campo de vetores F .

Como estudamos anteriormente, para calcular o Rotacional (Densidade de Rotação) de

→
− →
− →
−
um ponto no espaço R3 imerso em uma campo F fazemos ∇ × F . O módulo deste
vetor nos dá a Densidade de Rotação. Agora se este ponto estiver sobre a superfície σ
e queremos determinar a Densidade de Rotação deste ponto sobre a superfície, devemos
computar apenas a intensidade ortogonal deste vetor com relação a superfície. Então,
→
− → − −
sendo →
−n o vetor unitário ortogonal a superfície σ o valor ( ∇ × F )· →
n resulta na Densidade
de Rotação que existe sobre a superfície num dado ponto.

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Seja S a área da superfície σ e dS uma região infinitesimal. Como dS é muito pequeno,

consideramos que qualquer ponto em dS possui a mesma Densidade de Rotação, logo a
→
− → − −
Densidade de Rotação sobre a pequena região de superfície dS é dado por ( ∇ × F )· →
n dS.

Agora, se σ for dividida em infinitas regiões dS, ao somar todas as Densidades de Rotação
teremos

→
− → − −
ZZ
(∇ × F ) · →n dS.
σ
Por outro lado, podemos usar a definição para determinar a Densiade de Rotação sobre
a superfície.

A ideia é calcular o Escoamento sobre as arestas de cada partição. Se uma aresta tem
→
− →−
comprimento ds então F · T ds é o valor do Escoamento sobre a aresta.

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→
−
Observação: O vetor T é o vetor unitário tangente a curva. A orientação em cada
partição deve obedecer a regra da mão direira, no qual o vetor resultante deve apontar
para fora da superfície.

Observação 2: É claro que a expressão “aponta para fora” depende de como é feita a
superfície. Mas vamos nos concentrar em uma superfície como a do esboço para tentar
compreender o significado do Teorema de Stokes.

Duas partições adjacentes possuem uma aresta em comum. O cálculo sobre a aresta em
comum acontecerá em ambas as partições, mas o sentido será contrário.

Portanto, ao somar todas as partições as arestas interior a σ serão canceladas entre si

restando apenas as arestas na fronteira ∂σ.

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Ou seja, o Escoamento sobre a superfície σ será

→
− → →
− → −
I I
F d− r = F · T ds.
∂σ ∂σ
Assim temos duas maneiras de calcular o mesmo escoamento sobre a superfície σ. Essa
identidade é o Teorema de Stokes.

→
− → →
− → − →
− → − −
I I ZZ
F d−
r = F · T ds = (∇ × F ) · →
n dS (40)
∂σ ∂σ σ

(TEOREMA DE STOKES)

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11.1 Exercícios

→
− → →
−
I
◦ Exercício 65. Use o Teorema de Stokes para determinar F ·d−r , onde F (x, y, z) =
C
z 2 , 2x, −y 3 e C é o círculo x2 + y 2 = 1 no plano xy com orientação anti-horária olhando

o eixo z positivo de cima para baixo.

→
− → →
−
I
◦ Exercício 66. Use o Teorema de Stokes para determinar F ·d−
r , onde F (x, y, z) =
C
(3z, 4x, 2y) e C é a fronteira do parabolóide.
z=4-x2-y2

y
x

→
− → →
−
I
◦ Exercício 67. Use o Teorema de Stokes para determinar F ·d−r , onde F (x, y, z) =
C
xy, x2 , z 2 e C é a intersecção do parabolóide z = x2 +y 2 e o plano z = y com orientação

anti-horária olhando o eixo z positivo de cima para baixo.

→
− → →
−
I
◦ Exercício 68. Use o Teorema de Stokes para determinar F ·d−
r , onde F (x, y, z) =
C
(x − y, y − z, z − x) e C é o círculo x2 + y 2 = a2 no plano xy com orientação anti-horária
olhando o eixo z positivo de cima para baixo.

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Exercício
Exercício
Exercício
Exercício

68
67
66
65

0
2π

πa2
16π
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145
RESPOSTAS
Funções vetoriais