Livro de Anatomia e Fisiologia Pra Os Alunos Da 10 E11 Classe Do Colegio Bueia e Filhos (Salvo Automaticamente) (Salvo Automaticamente)

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2023-

2024
ANATOMIA E FISIOLOGIA
HUMANA

MANUAL PARA ESTUDANTES DE


CIENCIAS MEDICAS 10 e 11 classe
ELABORADO POR: MOISES
CASIMIRO ( RADIOLOGISTA E
ESTUDANTE DE ENFERMAGEM)

2023-2024
Introdução

A anatomia é um dos ramos das ciências biológicas que estuda a morfologia do corpo
humano, macro e microscopicamente. A palavra anatomia tem a origem grega e
significa “cortar em partes”, o termo dissecação (cortar, incisar) é aplicado no
estudo da anatomia com a utilização do cadáver humano. Sendo assim, a anatomia
localiza, situa, divide e denomina as partes de todos os órgãos do corpo humano,
enquanto que a fisiologia humana estuda as funções destas estruturas, e ambas devem
ser estudadas juntas para proporcionar melhor compreensão do funcionamento do corpo
humano em sua totalidade.

É importante ressaltar que o estudo da anatomia e da fisiologia envolve o conhecimento


em conjunto da citologia (estudo das células), da histologia (estudo dos tecidos
orgânicos) e da embriologia (estudo do desenvolvimento dos órgãos). Este
conhecimento é importante, pois o organismo humano é organizado por níveis.

A célula é a estrutura funcional básica da vida; é nela que ocorrem os processos


orgânicos vitais da vida, por exemplo, o metabolismo celular, responsável pelo
crescimento, reparo e replicação celular.

Os seres humanos são multicelulares e possuem trilhões de células, constituídas por


átomos, os, por sua vez, formam as moléculas, que se agrupam e formam as organelas.
Cada organela tem uma função específica no ambiente intracelular, são exemplos de
organelas as mitocôndrias, responsáveis pela respiração celular, dentre outras. As
células se agrupam de acordo com sua especialização e formam os tecidos. Existem
quatro tipos principais de tecidos no organismo humano, são eles: o tecido epitelial, o
conjuntivo, o nervoso e o muscular. Podemos citar como exemplo de tecido muscular o
coração, tecido muscular estriado cardíaco, também denominado miocárdio, que tem a
função de bombeamento do sangue para os vasos sanguíneos e estes para os tecidos. Os
tecidos, por sua vez, formam os órgãos, que se agrupam conforme suas funções e
formam um sistema, por exemplo, o estômago e os intestinos, os quais, juntos a outros
órgãos, formam o sistema digestório, que tem a função de nutrir o organismo. E, por
fim, o conjunto de sistemas formam o organismo humano.

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Figura | Organização do corpo humano

Para estudar o corpo humano, primeiramente, ele deve ser dividido em partes: cabeça,
pescoço, tronco e membros. A cabeça corresponde à extremidade superior do corpo e
está unida ao tronco pelo pescoço; a região posterior do pescoço é denominada nuca, e a
do tronco, dorso; o tronco compreende o tórax e o abdome com as respectivas cavidades
torácica e abdominal; a cavidade abdominal prolonga-se inferiormente na cavidade
pélvica; são 4 membros, sendo 2 superiores ou torácicos e 2 inferiores ou pélvicos, cada
membro apresenta uma raiz, pela qual está conectado ao tronco, e uma parte livre. Na
transição entre o braço e o antebraço, há o cotovelo; entre o antebraço e a mão, o punho;
entre a coxa e a perna, o joelho; e entre a perna e o pé, o tornozelo.

Figura | Divisão do corpo humano

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A divisão do corpo humano e o seu estudo anatômico, seja do corpo humano como um
todo ou em partes, deve sempre considerar a posição anatômica. Essa posição foi
adotada com o objetivo de facilitar a descrição anatômica e evitar erros de termos
durante a sua descrição, sendo assim, a posição anatômica adotada é: indivíduo em
posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), face voltada para a frente, olhar
dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com as
palmas voltadas para a frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés
dirigidas para a frente. Independentemente do posicionamento do corpo no momento do
estudo (decúbito dorsal, ventral ou lateral) as descrições anatômicas deverão ser
feitas considerando o indivíduo em posição anatômica.

Figura | Posição anatômica

Além do conhecimento da divisão anatômica regional do corpo humano, ainda no seu


estudo deve aplicar os chamados planos de delimitação, os quais tangenciam a
superfície do corpo humano. Para sua melhor compreensão, imagine o corpo humano
dentro de uma caixa retangular, conforme mostra a Figura 1.4. Você perceberá que a
caixa tem quatro planos verticais e dois horizontais que tangenciam a superfície do
corpo humano.

Figura | Planos de delimitação

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Quadro | Planos de delimitação

Planos verticais Descrição


Paralelamente ao abdome
Plano ventral ou anterior
(frente da caixa)
Paralelamente ao dorso (atrás
Plano dorsal ou posterior
da caixa)
Paralelamente de cada lado do
Planos laterais direto e esquerdo corpo (lado direito e lado
esquerdo da caixa)
Planos horizontais
Tangencia a cabeça (parte
Plano cefálico, cranial ou superior
superior da caixa)
Passa junto à planta dos pés
Plano podálico ou inferior
(parte inferior da caixa

Também existem os planos de secção, que têm como significado cortar. Em alguns
tipos de estudos e pesquisas em anatomia, é necessário realizar cortes na peça
anatômica, sendo os sentidos destes cortes denominados planos de seção. São
quatro planos de secção do corpo humano.
Quadro | Planos de secção

Planos de secção Descrição


Plano mediano Plano vertical que divide o corpo do indivíduo
em duas metades, aparentemente semelhantes
(direita e
esquerda).
Planos sagitais São aqueles planos de secção do corpo
feitos paralelamente ao plano mediano.
Plano frontal ou coronal São todas aquelas secções paralelas aos planos ventral
ou dorsal que dividem o corpo do indivíduo em
duas partes: uma anterior (ventral) e a outra posterior
(dorsal).

Plano transversal São todas aquelas secções paralelas aosplanos superior


ou inferior. Este plano de secção divide o corpo do
indivíduo em
duas partes: superior e inferior.

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Figura | Planos de secção

Também existem os eixos que atravessam o corpo em várias direções. São


eixos imaginários que unem os centros dos planos de delimitação opostos e
orientam os sentidos dos movimentos. Os principais eixos seguem três
direções ortogonais.

Quadro | Eixos do corpo humano


Eixos Descrição
Une o centro do plano superior ao centro do
Eixo longitudinal ou superoinferior ou plano inferior,exemplo: couro cabeludo e
crânio-podálico planta dos pés.

Une o centro do plano dorsal ao centro do


plano ventral, exemplo: umbigo e coluna
Eixo anteroposterior
vertebral.

Une o centro do plano lateral direito ao centro


do plano lateral esquerdo, exemplo: regiões
laterais direita e esquerda da parede
Eixo laterolateral
anterolateral do
abdome.

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Figura | Eixos do corpo humano

Embora o corpo apresente o mesmo padrão de construção, existem


diferençasconstitucionais entre as pessoas, dependendo do grau dessas diferenças
temos que considerar variação anatômica, anomalia e monstruosidade.

1-Variação anatômica: são pequenas diferenças morfológicas congênitas que


podem apresentar-se externamente ou em qualquer dos sistemas do organismo, as
quais não acarretam qualquer prejuízo ou distúrbio funcional para o indivíduo .

2-Anomalia: malformação, quando o desvio do padrão anatômico perturba a


função, acarretando prejuízos funcionais ao indivíduo.

3-Monstruosidade: deformação que altera profundamente a construção do


organismo. Muitas dessas deformidades são incompatíveis com a vida, por
exemplo: agenesia (não formação) do encéfalo.

Ainda existem fatores que interferem na variação anatômica, porém são


considerados fatores gerais e que estão relacionados com a idade, o gênero, a etnia
e o biótipo.

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UNIDADE II : SISTEMA OSTEO-MUSCULAR

O sistema osteo-muscular e formado por dois sistemas na qual se destaca o sistema


osseo e o sistema muscular que em combinacao com o sistena articular nos permitem a
movimentacao.

Em particular neste manual estudaremos este sistema separado comessando com o


sistema osseo.

O corpo humano possui 206 ossos, que se interligam por meio das articulações,
para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções. Quando
pensamos nos ossos e no esqueleto como um todo, com certeza, logo os associamos
com as funções de sustentação do corpo humano e com os movimentos, no entanto,
suas funções vão além disso. Portanto, os ossos apresentam funções tanto mecânicas
quanto biológicas.

Funções mecânicas:

Sustentação do corpo: o esqueleto proporciona sustentação para os


tecidosmoles do corpo humano, atuando, assim, como um arcabouço
estrutural. A coluna vertebral, por exemplo, forma a armação estrutural para
o tronco e o eixo central de sustentação do organismo.

Proteção de órgãos vitais: os ossos formam um sistema de proteção de


órgãos vitais em certas regiões do corpo, por exemplo, o crânio e a coluna
vertebral, que protegem o sistema nervoso central, e a caixa torácica, que
protege o coração e os pulmões.

Base mecânica para os movimentos: os ossos fornecem pontos de


fixação para os músculos, formando sistemas de alavancas juntamente das
articulações. Assim quando os músculos se contraem, tracionam os ossos e,
consequentemente, produz-se o movimento.

Funções biológicas:

Produção de células sanguíneas: a maioria dos ossos do corpo


humano aloja e protege a medula óssea, formadora das células
sanguíneas, dos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e brancos (leucócitos) e das
plaquetas, processo este denominado hematopoese.

Armazenamento de sais (homeostase mineral): os ossos atuam como um


reservatório de sais minerais, como cálcio, fósforo, magnésio e íons, os
quais contribuem para a resistência dos ossos e mantêm o equilíbrio
orgânico e a constante concentração destes nos líquidos corporais.

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Tipos de células, ossificação e substâncias ósseas

Assim como os demais tecidos do organismo, o tecido ósseo também é formado


por células, juntamente da matriz óssea. Existem três tipos de células ósseas, que
têm sua origem a partir das células osteoprogenitoras ou osteogênicas, que são
células-tronco não especializadas e derivadas do mesênquima. Observe o quadro a
seguir sobre os tipos celulares.

Quadro | Tipos celulares do tecido ósseo

Tipos Definição
Osteoblastos Células mais “jovens” que são responsáveis pela
produção da matriz óssea, além de iniciarem a
calciflcação.
Osteócitos São os osteoblastos na fase “adulta” ou forma
“madura”. Os osteócitos são responsáveis pela
manutenção da matriz óssea.
Osteoclastos São células responsáveis pela reabsorção da matriz
óssea (remodelação óssea), liberando enzimas
lisossômicas e ácidos que digerem proteínase
componentes minerais da matriz óssea. São
importantes nos processos de desenvolvimento,
manutenção e reparo ósseo.

Durante a fase embrionária e no período de toda a gestação, os ossos do


embrião/feto estão se desenvolvendo e, de acordo com a região dos
ossos, eles podem sofrer dois tipos de ossificação, a intramembranosa ou
a endocondral, sempre a partir de um tecido conjuntivo embrionário,
inicialmente composto de células mesenquimais.

1.Ossificação intramembranosa (intramembranácea): o osso se forma


diretamente no interior de membranas de tecido conjuntivo (no
mesênquima). É o processo formador dos ossos: frontal, parietal e de partes
do occipital, do temporal, do maxilar e da mandíbula. Contribui para o
crescimento dos ossos curtos e para o crescimento em espessura dos ossos
longos. A parte da membrana conjuntiva que não sofre ossificação passa a
constituir o endósteo e o periósteo.

2.Ossificação endocondral: o osso se forma no interior de uma peça de


cartilagem hialina (que teve origem a partir do mesênquima), de forma
parecida à do osso que se formará porém de tamanho menor. É responsável
pela formação dos ossos curtos e longos e pelo crescimento do osso em
comprimento.

Quanto à vascularização dos ossos, assim como os demais tecidos e órgãos


do corpo humano, os ossos necessitam de sangue para sua nutrição.
Recebem suprimento arterial proveniente das artérias nutriciais que estão no
periósteo. Além delas, as artérias epifisárias nutrem as extremidades dos
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ossos. A inervação dos ossos é feita pelos nervos periostais. Eles apresentam
fibras que transmitem a sensação de dor, acompanham os vasos sanguíneos e
inervam os ossos. O periósteo é sensível à lesão ou à tensão, o que explica a
dor aguda que as pessoas sentem nas fraturas ósseas.
Quando se observa uma peça óssea, nota-se que ela apresenta uma organização das
trabéculas ósseas diferentes conforme a região, isso acontece porque os ossos em sua
arquitetura apresentam dois tipos de substâncias: a compacta e a esponjosa. A
compacta apresenta as trabéculas ósseas mais aderidas umas às outras e é mais
resistente; situa-se principalmente na parte externa dos ossos. Já a substância
esponjosa apresenta suas trabéculas mais espaçadas e desorganizadas, resultando em
um aspecto de “esponja”, por isso, a denominação osso esponjoso. A sustância
esponjosa é mais elástica e se encontra principalmente nas extremidades dos ossos
longos e na parte interna dos ossos em geral.
O osso é revestido externamente, com exceção das partes articulares, por uma
membrana denominada periósteo, que tem uma parte osteogênica (produz
células ósseas), responsável pelo crescimento do osso em espessura e pelo
reparo tecidual nos casos de fratura (forma o calo ósseo). Já no interior do osso
existe a membrana que o reveste internamente no canal medular, denominada
endósteo, a qual também apresenta a função osteogênica e é responsável pelo
crescimento ósseo em espessura. As cavidades do osso esponjoso e o canal medular
da diáfise dos ossos longos são ocupados pela medula óssea
Figura | Estruturas do osso longo

Divisão do esqueleto humano e classificação dos ossos

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O esqueleto humano é dividido e classificado anatomicamente em duas partes:
esqueleto axial e esqueleto apendicular. Os ossos do crânio, da coluna vertebral e
do tórax constituem o esqueleto axial, enquanto os ossos dos membros superiores
e dos inferiores, constituem o esqueleto apendicular. As chamadas cinturas ou
cíngulos escapular e pélvico são responsáveis pela união entre as duas partes.

Figura | Divisão do esqueleto humano: axial e apendicular

EsqueletoAxial

Esqueleto Apendicular

Os ossos, além de serem classificados em axiais e apendiculares, também são


classificados de acordo com sua morfologia, conforme a seguir:

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Quadro | Classificação morfológica dos ossos

Tipos Definição Exemplo

Osso longo Comprimento maior que a Úmero

largura e a espessura e que tem


canal medular em seu interior.
Sua morfologia apresenta um
corpo (diáflse) e duas
extremidades (epíflses distal e
proximal). Esses ossos estão
situados nos membros superiores
e inferiores. Exemplos: úmero e
Fonte: Duarte (2009, p. 33).
fêmur.

Osso alongado Comprimento predomina sobre a Clavícula

largura e a espessura, porém não


apresenta canal medular.
Exemplos: costelas Fonte: Duarte (2009, p. 34).

e clavículas.

Osso laminar ou plano Comprimento e largura Escápula

predominam sobre a espessura.


Exemplos: ossos da calota
craniana, escápula e ossos do
quadril.

Fonte: Duarte (2009, p. 34).

Osso curto Comprimento, largura e Tarso

espessura se equivalem.
Exemplos: ossos do carpo e
tarso.

Fonte: Duarte (2009, p. 34).

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Osso irregular Apresentam forma Vértebra
diferente de qualquer flgura
geométrica conhecida.
Exemplos: vértebras da coluna
vertebral e mandíbula.

Fonte: Duarte (2009, p. 35).

Osso pneumático Apresenta cavidade interna Maxila


revestida de mucosa contendo
ar (seios da face). Exemplos:
frontal, maxila, etmoide e
esfenoide.

Fonte: Duarte (2009, p. 35).

Ossos sesamoides Pequenos ossos que se Patela


desenvolvem no interior de
tendões ou da cápsula
articular. Exemplo: patela.

Fonte: Duarte (2009, p. 35).

Principais ossos do corpo humano e observe os exemplos de morfologia dos


ossos.
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Figura | Principais ossos do corpo humano

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Anatomia e fisiologia do sistema muscular

Todos os movimentos realizados no corpo humano, sejam eles voluntários


ou involuntários, exigem a ação de grande número de músculos, que
podem ser de três tipos. Portanto, os músculos são classificados de acordo
com o tipo de células e de estrutura histológica que apresentam.
As células musculares são chamadas de miócitos, sua membrana, sarcolema,
e o citoplasma, sarcoplasma; elas são alongadas e possuem filamentos
citoplasmáticos que são responsáveis pela contração muscular.

Classificação e funções dos músculos

Os músculos estão situados por todas as partes do corpo humano e, por isso,
desempenham várias funções importantes ao organismo, tais como:
Locomoção: em conjunto aos sistemas ósseo e articular formam um
sistema de alavanca que possibilita os movimentos quando o músculo
contrai.

Peristaltismo: permite a propulsão dos alimentos ingeridos pelo tubo


digestivo.

Bombeamento sanguíneo do coração: a contração do músculo cardíaco é


responsável por ejetar o sangue das câmaras cardíacas para os vasos
sanguíneos.

O músculo pode ser classificado de acordo com o controle do Sistema


Nervoso e com o tipo de tecido histológico que apresenta. Sendo assim,
existem músculos de ação voluntária, que atuam conforme a vontade da
pessoa, como o ato de andar, e os de ação involuntária, aqueles que atuam
sem controle do indivíduo, como exemplo, os batimentos cardíacos.

Quanto à histologia, o músculo pode ser classificado em três tipos:

Músculo liso: a fibra muscular é fusiforme, com um único núcleo centralizado, não
apresenta estriações (por isso denominado liso) e está situado nas paredes dos
órgãos ocos e nos vasos sanguíneos. É responsável pela propulsão de materiais
pelos tubos do corpo e pela constrição dos vasos sanguíneos e sua ação é
involuntária.

Músculo estriado cardíaco: a fibra muscular é estriada e ramificada, apresenta um


ou dois núcleos centralizados e os discos intercalados, que fazem as junções entre
uma fibra e outra. Situado restritamente no coração e início dos vasos da base, é
responsável pelo bombeamento do sangue para os tecidos do corpo. Sua ação é
involuntária.
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Músculo estriado esquelético: fibra estriada cilíndrica e longa, apresenta diversos
núcleos periféricos. Situado sobre o esqueleto, proporciona a forma ao corpo e é
responsável pela locomoção do esqueleto. Sua ação é voluntária.

Figura | Tipos de tecidos musculares

Os músculos apresentam as propriedades de contratilidade, que é a capacidade de


se contrair e encurtar gerando movimentos, além da propriedade de elasticidade,
que é a capacidade de retornar ao seu tamanho normal após a contração.

O foco desta seção de estudos é o músculo estriado esquelético, pois os demais


serão estudados junto dos sistemas que os compõem. O músculo estriado
esquelético é responsável pelos movimentos dos segmentos corporais e isso só é
possível devido à presença de proteínas contráteis, sendo as principais a actina e a
miosina, que formam o sarcômero ou unidade funcional da fibra muscular, estas
proteínas interagem e geram a contração muscular.

O músculo estriado esquelético é formado por feixes de fibras


musculares e cada fibra, por sua vez, contém os sarcômeros, que são as
unidades funcionais da fibra muscular. Vamos entender sua constituição:
o sarcoplasma da célula muscular está cheio de minúsculos filamentos,
denominados miofibrilas, que se estendem por todo o comprimento da
fibra muscular. No interior destas miofibrilas existem filamentos
menores ainda, que participam diretamente do processo de contração.
Estes filamentos são de grosso calibre (miosina) e também de fino
(actina), os quais se sobrepõem. Estão dispostos em compartimentos na
fibra muscular e são denominados sarcômeros.

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Figura | Estrutura do sarcômero

Para de fato ocorrer a contração muscular, essas estruturas do sarcômero devem estar
íntegras, além de outras estruturas proteicas e citoplasmáticas, porém, ainda é
necessário o estímulo nervoso que se origina no córtex motor do cérebro. Esse estímulo
atinge a fibra muscular e inicia o processo de contração muscular.
Cada ponto de junção entre uma terminação nervosa motora e uma célula muscular
corresponde a uma sinapse, local denominado junção neuromuscular. Nessa junção,
onde estão os receptores da acetilcolina no sarcolema, é conhecida pelo nome de placa
motora. O impulso nervoso oriundo do córtex motor do cérebro (responsável pelos
movimentos corporais) propaga-se pelo neurônio e atinge a placa motora. A célula
muscular recebe o estímulo e gera uma corrente elétrica que se propaga pela célula
muscular e desencadeia o mecanismo de contração muscular.

Figura | Esquema da junção neuromuscular e placa motora

Placa

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O músculo estriado esquelético apresenta uma parte central, denominada ventre
muscular, e em suas extremidades estão os tendões ou aponeuroses que se fixam
nos ossos, na pele ou em outros órgãos.

Revestindo o músculo existe a fáscia muscular que se aprofunda entre as fibras


separando o músculo em feixes de fibras musculares, estas membranas possibilitam
o deslizamento entre as fibras musculares no momento do movimento e da
contração.

Os músculos estriados esqueléticos em sua maioria apresentam um ponto de


origem, onde se fixa no osso que permanece fixo durante o movimento, e
um ponto móvel denominado inserção, onde o músculo se fixa no osso que
se desloca durante o movimento.

Figura | Origem e inserção muscular

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Figura | Principais músculos do corpo humano

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Anatomia e fisiologia do sistema articular
A articulação consiste em conjunto de estruturas moles e rígidas que se unem para
formar o esqueleto humano. Sendo assim, elas mantêm os ossos unidos entre si,
proporcionam estabilidade e possibilitam que o organismo execute alguns
movimentos de maior ou menor amplitude. Artrologia é o estudo das articulações
e cinesiologia, o estudo dos movimentos do corpo humano.

Classificação das articulações

As articulações são classificadas de acordo com aspectos tanto estruturais, quanto


funcionais, ou seja, pelo tecido que as interpõe e pelos movimentos que geram.
Sendo assim, existem três tipos com base estrutural: fibrosas, cartilagíneas e
sinoviais, e funcionalmente também são classificadas em três tipos: sinartrose,
anfiartrose e diartrose. Vamos conhecer estes tipos de articulações!

Articulação fibrosa ou sinartrose: é classificada como fibrosa, pois não apresenta


cavidade articular, e os ossos são unidos por tecido conjuntivo denso (fibroso), que
não permite mobilidade alguma. Sinartrose devido à sua característica de não
apresentar movimentos, sendo imóvel, fixa. Existem três tipos de articulações
fibrosas no corpo humano: as suturas, as sindesmoses e as gonfoses.

Figura | Articulações fibrosas: a) suturas; b) sindesmoses; c) gonfose

a b. c

Articulação cartilagínea ou anfiartrose: é classificada como cartilagínea, pois apresenta


elementos que unem os ossos compostos de tecido cartilagíneo. Esse tecido apresenta
pouca mobilidade e, por isso, este tipo de articulação é funcionalmente classificada como
semimóvel e anfiartrose. Pode-se encontrar dois tipos de articulações cartilagíneas no
corpo humano: as sincondroses e as sínfises (DÂNGELO ; FATTINI, 1998).

Como exemplo de articulações do tipo sincondroses em que a união entre os


ossos ocorre por meio de cartilagem hialina, podemos citar as articulações entre as
dez primeiras costelas e as cartilagens costais da caixa torácica, elas são
responsáveis pela expansão da caixa torácica durante os movimentos
respiratórios, outro exemplo de sincondrose é a cartilagem epifisial que se localiza
entre a epífise e a diáfise dos ossos longos em fase de crescimento. E a do tipo
sínfise, em que a união entre os ossos se faz por meio de tecido fibrocartilaginoso,
é o que acontece na união entre os corpos das vértebras (articulações
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intervertebrais) e também na sínfise púbica. Nesses locais, o disco intervertebral
e o disco interpúbicode constituição fibrocartilaginosa se interpõem às vértebras e
aos ossos púbicos, respectivamente .

Figura | Articulações cartilagíneas: a) sincondrose; b) sínfise

COSTELAS VERDADEIRAS

COSTELASFALSAS

COSTELAS FLUTUANTES

Articulação sinovial ou diartroses: é classificada como sinovial, pois apresenta


cavidade articular entre os ossos, preenchida com líquido sinovial. Este tipo de
articulação apresenta grande amplitude de movimento e, por isso, é classificada
como diartrose. Esta característica de grande amplitude de movimento ocorre
porque a união entre os ossos é feita por meio da cápsula articular, mantendo um
espaço entre as superfícies ósseas articulares. Os movimentos que realizamos no dia
a dia, por exemplo, quando andamos, estamos usando as articulações do tipo
sinovial. Nesse tipo de articulação, os movimentos são delimitados apenas por
ligamentos, tendões, músculos e ossos adjacentes. Apresentam elementos
constantes e inconstantes: os constantes são aqueles que estão presentes em todas
as articulações do tipo sinovial, já os inconstantes estão presentes apenas em
algumas delas. Veja o quadro a seguir que descreve estes elementos.

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Quadro | Elementos constantes e inconstantes das articulações sinoviais

Elementos constants Definição


Superfícies de contato entre os ossos que
Superfície articular
formam a articulação.
Cartilagem hialina situada nas extremidades
Cartilagem articular
dos ossos que se articulam.
Membrana flbrosa externa (revestida
Cápsula articular internamente pela membrana sinovial),principal meio de união dos
ossos.
Tecido maleável que reveste internamente toda articulação,
Membrana synovial responsável pela produção
do líquido sinovial.
Filtrado do plasma que lubriflca e nutre a articulação, é secretado
Líquido synovial por células da
membrana sinovial.
Espaço entre os ossos que se articulam,
Cavidade articular
preenchido de líquido sinovial.

Elementos inconstantes Definição


Estrutura flbrocartilaginosa que tem como função ajustar a
congruência das
Discos articulares
superfícies articulares. Exemplo: articulação
temporomandibular.
Estruturas flbrocartilaginosas em forma demeia-lua. Atuam como
amortecedores de peso e permitem a estabilização da
Meniscos
articulação. Exemplo: articulação do joelho.

Estrutura em forma de anel que amplia uma das superfícies


articulares. Exemplo:na escápula da articulação do ombro e na
Lábio articular
articulação do quadril.

Estruturas ricas em flbras colágenas e


Ligamentos elásticas que ajudam na flxação dos ossosarticulados.

Bolsas que se assemelham à cápsula articular, preenchidas com


líquido semelhante ao sinovial e têm a função de reduzir ou evitar
Bursas sinoviais atrito entre estruturas
articulares e também entre tendões.

Fonte: elaborado pelo autor.

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Figura | Elementos constantes das articulações sinoviais

Figura | Elementos inconstantes das articulações sinoviais

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Quadro | Classificação morfológica das articulações sinoviais

Tipo Descrição Exemplo


Art. acromioclavicular
Superfícies de contato planas ou
ligeiramente planas. Elas permitem apenas
o movimento de deslizamento entre os
Plana
ossos.Exemplo: acromioclavicular.

Fonte: Duarte (2009).

Art. cotovelo

Também conhecida com dobradiça, a


forma das superfícies articulares
permite os movimentos de flexão e
Gínglimo extensão. Exemplo: cotovelo e entre as
falangesnos dedos.

Fonte: Duarte (2009).

Superfícies articulares cilíndricas Art. atlanto-axial


com forma de pivô que permitem a
rotação. Exemplo: articulação
radioulnar proximal,
Trocoide
pronação e supinação e atlanto-axial,
rotação.

Fonte: Duarte (2009).

Art. carpometacárpica

Superfícies articulares com a forma de sela


de montaria. Permitem os movimentos de
flexão e extensão, adução e abdução.
Exemplo: articulação
Selar
carpometacárpica, na base do 1º dedo
(polegar).

Fonte: Duarte (2009).

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Superfície articular Art. metacarpofalângica
ligeiramente côncava e outra
levemente convexa. Permite os
movimentos de flexão e extensão,
Condilar adução e abdução e circundução.
Exemplo: articulação entre o rádio e o
carpo (art.
radiocárpica ou punho).
Fonte: Duarte (2009).

Superfícies ósseas formadas por uma Art. quadril


cabeça esférica de um osso,
contrapondo-se a uma cavidade em
forma de taça do outro. Permitem os
movimentos de flexão e extensão,
Esferoide adução e abdução, rotação lateral
e medial, e circundução. Exemplo:
ombro (art.
escápulo-umeral) e quadril.

Fonte: Duarte (2009).

Figura| Movimentos das articulações sinoviais

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UNIDADE III- SISTEMA CIRCULATORIO
O sistema circulatório sanguíneo é responsável pelo transporte de sangue do coração
para todo o corpo e dos tecidos do corpo até o coração. No entanto, para que ocorra este
transporte para todo corpo.
o sistema circulatório esta composto por orgaos , tais como: o coração e os vasos
sanguíneos.

O sangue é um líquido de aspecto viscoso de cor vermelha,representando


aproximadamente 8% da massa do corpo de um adulto. Ou seja, corresponde a um
volume de cerca de 4 a 5 litros em mulheres adultas e de 5 a 6 litros em homens adultos.
É responsável pela circulação de células de defesa no organismo e pelo transporte de
oxigênio dos pulmões até os tecidos, de nutrientes do sistema digestório aos tecidos, de
resíduos provenientes das células até os órgãos responsáveis e por sua eliminação, e
pela circulação de hormônios por todo o corpo humano.

O sangue possui uma parte líquida, denominada plasma, e uma parte composta por
células variadas e fragmentos de células (plaquetas, leucócitos e hemácias).

As hemácias ou glóbulos vermelhos são as principais células do tecido sanguíneo,


conhecidas também como eritrócitos. No seu interior existe grande quantidade de
hemoglobina, que são responsáveis pela característica da cor vermelha e tem como
principal função transportar aos tecidos o oxigênio que está ligado às moléculas de ferro
existente na estrutura da hemoglobina.

Os leucócitos ou glóbulos brancos são células pertencentes ao sistema imune e


participam dos processos de defesa do organismo. São produzidos na medula óssea e
ficam circulando no sangue por dias, semanas, meses ou até anos no organismo. Sua
produção é contínua, e quando há alguma alteração na quantidade destas células,
observada em um exame de sangue, por exemplo, é sinal de que está ocorrendo algum
problema que possa ter alterado o funcionamento adequado do sistema imune.

As plaquetas são formadas por fragmentos celulares e promovem a coagulação do


sangue, auxiliando nos processos de reparo de lesões dos vasos sanguíneos. Elas
desencadeiam o mecanismo de proteção contra perda de sangue em ferimentos.

Todo o nosso corpo é irrigado por vasos sanguíneos que se ramificam e se espalham
pelo corpo, formando uma rede responsável por distribuir o sangue para todos os
tecidos. Os vasos sanguíneos variam em formato, sendo classificados em artérias,
arteríolas, veias, vênulas e capilares.

- Artérias: são os vasos sanguíneos que levam o sangue rico em oxigênio do coração aos
tecidos. Sua parede é grossa e é formada pelos tecidos epitelial, muscular e conjuntivo.
Esses tecidos permitem que as artérias transportem o sangue com determinada pressão,
a qual é importante para que o sangue seja impulsionado pelo corpo. Conforme as redes

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de vasos sanguíneos se afastam do coração em direção aos tecidos do corpo, as artérias
vão se ramificando e formando outros vasos, de menor tamanho, chamados arteríolas.

- Arteríolas: são vasos que transportam o sangue rico em oxigênio para os tecidos, mas
são menores que as artérias. Elas ramificam-se cada vez mais, conforme se afastam do
coração. Os vasos formados a partir dessa ramificação são cada vez menores. Ao chegar
aos tecidos, as arteríolas formam os capilares.

- Capilares: são vasos microscópicos espalhados por todo o corpo, alcançando


praticamente todas as células dos tecidos. Eles são responsáveis pela troca de gases e
nutrientes entre o sangue e os tecidos. Essa troca só é possível porque a parede dos
capilares possui uma estrutura permeável. Conforme os capilares passam pelos tecidos,
o sangue perde o oxigênio e recebe o gás carbônico. Em seguida, esse sangue pobre em
oxigênio passa para as vênulas.

-Vênulas: são pequenas veias que recebem o sangue pobre em oxigênio e rico em gás
carbônico proveniente dos capilares e o encaminha até as veias.

-Veias: são vasos sanguíneos que transportam o sangue rico em gás carbônico e pobre
em oxigênio dos tecidos para o coração. Possuem estrutura semelhante à das artérias,
porém, sua parede é mais delgada. Além disso, possuem válvulas que impedem o
retorno do sangue, contribuindo para direcionar o fluxo sanguíneo ao coração.

Figura | Vasos sanguíneos

O coração é o órgão responsável por bombear o sangue através dos vasos sanguíneos,
levando os nutrientes e o oxigênio aos tecidos do corpo. É um órgão muscular com
cavidades ocas internas e funciona como uma bomba contrátil-propulsora. O tecido
muscular que forma o coração é muscular estriado cardíaco, e constitui sua camada
média chamado miocárdio. Forrando internamente o miocárdio existe o endocárdio e
externamente o pericárdio. O coração localiza-se na cavidade torácica ao lado dos dois
pulmões e possui sua maior parte desviada para o lado esquerdo do tórax e

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internamente. Ele está dividido em quatro cavidades: duas superiores, os átrios e duas
inferiores, os ventrículos.

Figura | Situação do coração

Periocárdio seroso(lâmina
parietal)

Periocárdio fibroso

Quando o sangue chega ao coração, os átrios dilatam - processo denominado diástole.


Para que o sangue passe para os ventrículos, os átrios contraem (sístole atrial) e os
ventrículos dilatam (diástole ventricular). Assim, sístoles e diástoles alternam-se,
gerando os batimentos do coração e a circulação do sangue.

Para percorrer todo o corpo, o sangue passa duas vezes pelo coração realizando dois
percursos. O percurso mais curto é o da circulação pulmonar ou pequena circulação, em
que o sangue faz o trajeto coração-pulmão-coração. Nesse trajeto, o gás carbônico do
sangue passa para o pulmão, e parte do oxigênio inspirado passa para o sangue. O
percurso mais longo corresponde à circulação sistêmica ou grande circulação, em que o
sangue faz o trajeto coração-tecidos-coração. Nesse trajeto, o oxigênio que estava no
sangue passa para as células dos tecidos e esse sangue recebe gás carbônico produzido
nas células. O lado direito do coração recebe sangue pobre em oxigênio vindo do corpo
e o impulsiona para os pulmões. O lado esquerdo recebe o sangue rico em oxigênio
vindo dos pulmões e o bombeia para o corpo. A veia cava se abre no átrio direito,
trazendo o sangue carregado de gás carbônico e pobre em oxigênio, chamado de sangue
venoso. Esse sangue é então bombeado para o ventrículo direito, passando pela valva

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tricúspide e segue para a artéria pulmonar. A artéria pulmonar leva o sangue venoso até
o pulmão, onde ocorrerá a troca gasosa. Essa troca gasosa é denominada hematose.
Agora o sangue rico em oxigênio sai dos pulmões e retorna ao coração através das veias
pulmonares, chegando ao átrio esquerdo e em seguida é bombeado ao ventrículo
esquerdo passando pela valvulava bicúspide ou mitral. Do ventrículo esquerdo o sangue
arterial sai pela artéria aorta e segue para todas as partes do corpo.

Figura | Coração e suas câmaras

Na base do coração estão as artérias e veias de grande calibre, que levam sangue do
coração para os órgãos e trazem sangue dos órgãos para o coração, chamadas de vasos
da base. São eles: artéria aorta, tronco pulmonar, veia cava superior, veia cava inferior e
as veias pulmonares. A artéria aorta, a mais importante do corpo humano, emerge no
ventrículo esquerdo e carrega sangue arterial do coração para todo o organismo. Já o
tronco pulmonar emerge do ventrículo direito e carrega o sangue venoso do coração
para os pulmões. A veia cava superior traz o sangue venoso da parte superior do corpo,
e a veia cava inferior o sangue venoso da parte inferior do corpo - ambas desembocam
no átrio direito. No átrio esquerdo chegam as veias pulmonares, trazendo sangue arterial
dos pulmões.

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Figura | Vasos da base e válvulas do coração

O miocárdio é um músculo do coração que recebe sua irrigação sanguínea das artérias
coronária direita e esquerda, emergindo da aorta ascendente e irrigando todo o
miocárdio. O sangue venoso do tecido cardíaco é drenado pelas veias cardíacas que se
confluem para formar o seio coronário, que desemboca no átrio direito.

Figura | Artérias coronárias e seio coronário

Os movimentos de sístole e diástole do miocárdio, são controlados por um sistema


altamente especializado, conhecido como sistema excitocondutor ou sistema próprio do
coração. Esse sistema é formado por fibras musculares especializadas em conduzir
impulsos elétricos e, ao mesmo tempo, permite manter a frequência cardíaca entre 60 e
80 batimentos por minuto no indivíduo adulto. O sistema é formado por: nó sinoatrial
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(sinusal), agrupamento de fibras musculares especializadas situado próximo da veia
cava superior, conhecido como o marca-passo fisiológico do coração, pelos feixes
internodais, que fazem as conexões do nó sinoatrial com o nó atrioventricular, pelo nó
atrioventricular, agrupamento de fibras musculares especializadas situado na porção
inferior do septo interatrial, e pelo feixe atrioventricular, constituído por um cordão de
fibras musculares especializadas que se origina do nó atrioventricular e se dirige para o
septo interventricular, onde se divide em ramo direito e ramo esquerdo, que vão se
distribuir nos ventrículos.

Figura | Sistema excitocondutor

- Ciclo e débito cardíaco

O processo fisiológico denominado ciclo cardíaco está relacionado aos batimentos


cardíacos, porém, um único ciclo cardíaco apresenta todos os eventos associados a um
batimento cardíaco. Sendo assim, um ciclo cardíaco consiste em uma sístole e uma
diástole dos átrios mais uma sístole e uma diástole dos ventrículo.

O débito cardíaco (DC) é o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo (ou
ventrículo direito) na aorta (ou tronco pulmonar) a cada minuto. O débito cardíaco é
igual ao volume sistólico (VS), o volume de sangue ejetado pelo ventrículo a cada
contração, multiplicado pela frequência cardíaca (FC), a quantidade de batimentos
cardíacos por minuto.

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UNIDADE IV-SISTEMA RESPIRATORIO

O sistema respiratório tem a importante função de suprir oxigênio para todos


os tecidos do organismo, após a metabolização dessa molécula no interior celular,
acontece a remoção e eliminação do dióxido de carbono, também feitos pela respiração.
Portanto, inspiramos oxigênio da atmosfera e expiramos dióxido de carbono como
restos metabólicos do organismo.

O sangue é o veículo desses gases e é responsável por conduzi- los ao seu destino final.
O principal órgão do sistema respiratório é o pulmão, porém, para o oxigênio chegar até
ele, outros órgãos participam desse sistema. Ele é dividido anatomicamente em duas
partes, uma condutora e outra respiratória.

- Parte condutora: formada pelos órgãos tubulares que têm a função de conduzir o ar
inspirado até a parte respiratória, bem como os pulmões que devem direcionar o ar a ser
expirado com CO2 (dióxido de carbono) até a cavidade oral para então ser eliminado
para fora do organismo. A sequência dos órgãos condutores de oxigênio até os pulmões
é a seguinte: o ar inspirado entra no organismo pelo nariz e cavidade nasal, continua seu
percurso pela faringe, laringe, traqueia até chegar nos brônquios, que são subdivididos
em brônquios principais, lobares, segmentares e bronquíolos.

- Parte respiratória: formada pelos pulmões que, por sua vez, são constituídos pelos
ductos alveolares e alvéolos, sendo esses últimos estruturas nas quais realmente
acontece a hematose (troca gasosa).

Figura | Órgãos respiratórios

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o sistema respiratório esta composto pelos seguintes orgaos:

- Nariz: o nariz apresenta uma parte externa e uma interna. A externa se situa no plano
mediano, tem a forma de uma pirâmide de base inferior, apresenta dorso, ápice e raiz, além das
aberturas denominadas narinas. A cavidade nasal é a parte interna do nariz e possui as conchas
nasais, que são revestidas por mucosa ricamentevascularizada, os meatos que separam as conchas,
o septo nasal que divide as duas narinas e, por fim, as coanas, orifícios de comunicação com a
nasofaringe, marcam o limite posterior dascavidades nasais.

O nariz apresenta uma parte olfatória que têm as terminações nervosas responsáveis pelo
olfato, umidificação, aquecimento e purificação do ar.
Figura 3.8 | a) Anatomia do nariz externo; b) anatomia da cavidade nasal

Concha nasal
Seio frontal

Coana

Vestíbulo

Palato duro Palato mole Faringe

Existem também os seios paranasais, cavidades intraósseas revestidas de mucosa


respiratória situados em torno da cavidade nasal. Estes seios são formados por ossos
pneumáticos, contêm ar no seu interior e se comunicam com a cavidade nasal. São eles:
seio frontal, seio maxilar, seio esfenoidal e células etmoidais. O processo inflamatório
desses seios é denominado sinusite.

- Faringe: faringe é um tubo comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-


se com as cavidades nasais, a cavidade oral e a cavidade da laringe. O ar inspirado pelas
narinas ou pela boca passa obrigatoriamente pela faringe antes de atingir a laringe. A
faringe apresenta três partes: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe.

- Laringe: a laringe é um tubo cartilagíneo localizado entre a faringe e a traqueia. Além


da passagem do ar, também apresenta importante função na fonação. O esqueleto
cartilaginoso da laringe compreende as cartilagens epiglote, tireoide, cricoide,
aritinoides e corniculadas. A epiglote exerce a importante função de fechar a abertura da
laringe para evitar a entrada de alimentos no momento da deglutição. Se o alimento
passa para a laringe, ocorre a broncoaspiração e pode evoluir para broncopneumonia.

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Figura | Faringe e laringe cavidade interna

- Traqueia: tubo cartilagíneo que se estende da laringe até a sua divisão em dois
brônquios principais. É formada por 20 anéis traqueais de cartilagem hialina em forma
de letra C fechados posteriormente pelo músculo traqueal. Na bifurcação da traqueia,
encontra-se a “carina”, relevo em forma de quilha formado pelo último anel traqueal.
No pescoço e no tórax, a traqueia encontra-se anteriormente ao esôfago. Nas ocasiões
de obstrução grave das vias aéreas superiores (acima da traqueia) realiza-se a
traqueostomia, abertura por meio do bisturi no espaço entre o primeiro e segundo anéis
traqueais com o objetivo de estabelecer fluxo de ar.

- Brônquios: a traqueia se divide em brônquios, que são estruturas tubulares com anéis
de cartilagem hialina em suas paredes. Se comunicam superiormente com a traqueia e
inferiormente com os pulmões. Na extremidade inferior, a traqueia divide-se em dois
brônquios, o brônquio principal direito que penetra no pulmão direito, e o brônquio
principal esquerdo, destinado ao pulmão esquerdo. Cada brônquio principal divide-se
em unidades menores, os brônquios lobares, destinados aos lobos pulmonares. Os
brônquios lobares se subdividem em unidades menores, os brônquios segmentares,
destinados aos segmentos pulmonares. Os brônquios segmentares sofrem ainda
sucessivas divisões denominadas bronquíolos, antes de terminarem nos alvéolos. Estes
últimos são as estruturas funcionais do sistema respiratório e é nelas que ocorre a troca
gasosa. Todo este arranjo dá origem ao conjunto denominado árvore brônquica. .

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Figura 3.10 | Brônquios e bronquíolos

Pulmões: os pulmões são órgãos pares, possuem forma de pirâmide, sendo assim, têm
um ápice e uma base. Estão situados um de cada lado da coluna vertebral na cavidade
torácica e repousam sobre o diafragma. Eles são órgãos responsáveis pela hematose
(troca gasosa). Cada pulmão está dividido por fissuras em partes chamadas lobos. O
pulmão direito possui as fissuras horizontal e oblíqua, que o divide em três lobos
(superior, médio e inferior), e o pulmão esquerdo possui a fissura oblíqua entre os lobos
superior e inferior. Os alvéolos formam o tecido pulmonar.

Figura | Pulmões

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Pleura pulmonar: é uma membrana serosa que reveste internamente a parede do tórax
denominada pleura parietal, e a seguir se reflete para envolver os pulmões, denominada
pleura visceral. O espaço entre elas é a cavidade pleural a qual contém uma pequena
quantidade de líquido pleural que lubrifica as pleuras parietal e visceral, evitando o
atrito entre elas. Mecânica respiratória

O principal músculo da respiração é o diafragma que atua na inspiração, junto com ele,
também atuam os intercostais externos. Na expiração atuam os músculos abdominais e
os intercostais internos. Esses músculos agem sobre a caixa torácica elevando ou
abaixando-a, contribuindo assim com a ventilação pulmonar, especialmente durante a
respiração profunda.

A mecânica respiratória compreende o condicionamento do ar, os movimentos da caixa


torácica e a contração do músculo diafragma. O condicionamento do ar inspirado pelas
narinas, acontece dentro da cavidade nasal, onde ocorre também a filtração, o
aquecimento e o umedecimento do ar. A caixa torácica se movimenta durante a
respiração, realizando dois movimentos, um deles é denominado “alça de balde”, no
qual ocorre um aumento do diâmetro transverso do tórax devido à elevação das costelas
durante a inspiração. No movimento denominado “braço de bomba”, há um aumento do
diâmetro anteroposterior do tórax devido à elevação e à projeção anterior do esterno
durante a inspiração. Outro diâmetro que também aumenta durante a inspiração é o
diâmetro longitudinal do tórax, que ocorre devido à contração do diafragma em sentido
inferior. A contração da musculatura da parede do abdome empurra o diafragma para
cima, diminuindo assim todos os diâmetros do tórax durante a expiração.

Fisiologia respiratória

A respiração é o processo de troca gasosa no organismo e possui três fases: a ventilação


pulmonar, troca de ar entre o meio atmosférico e os alvéolos pulmonares, por meio da
inspiração e expiração; respiração externa, troca de gases entre alvéolos pulmonares e
sangue dos capilares pulmonares, na qual o sangue se torna rico em oxigênio e perde
dióxido de carbono, e respiração interna, troca de gases entre sangue dos capilares
sistêmico e as células do organismo. O sangue se torna pobre em oxigênio e rico em
dióxido de carbono, resultado da respiração celular.

A respiração normal é denominada eupneia, quando aumentada, taquipneia e quando


diminuída, bradpneia. Em repouso, um indivíduo saudável de estatura mediana, respira
em torno de 12 vezes por minuto e move a cada respiração (inspiração e expiração)
aproximadamente 500 ml de ar, tanto para dentro do organismo, quanto para fora. Esse
volume de ar é denominado volume corrente (VC). A ventilação minuto (VM) é o
volume total de ar no processo de respiração a cada minuto, frequência respiratória
multiplicada pelo volume corrente, igual a 6 litros por minuto.

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Quadro | Volumes e capacidades pulmonares (adultos jovens)

Volume Corrente (VC) Volume de ar que se movimenta no


ciclo respiratório normal em repouso.
Volume de Reserva Volume de ar que se movimenta na
Inspiratório (VRI) inspiração forçada (cerca de 45 a 50%
da capacidade pulmonar total).
Volume de Reserva Volume de ar que se movimenta na
Expiratório (VRE) expiração forçada (cerca de 15 a 20% da
capacidade pulmonar total).
Volume Residual (VR) Volume de ar que permanece nos
pulmões após uma expiração máxima
(cerca de 25 a 30% da capacidade
pulmonar total).
Capacidade Vital (CV) Volume de ar que se movimenta
ativamente (compreende três volumes
primários: VC, VRI, VRE e corresponde
cerca de 70 a 75% da capacidade
pulmonar total).
Capacidade Residual Volume de ar que permanece nos
Funcional (CRF) pulmões ao final de uma
expiração normal.
Capaci Volume máximo inspirado voluntariamente a
dade partir do final de umaexpiração espontânea
Inspirat (compreende o VC e o VRI e corresponde
ória cerca de 50 a55% da CPT e de 60 a 70% da
(CI) CV).
Capacidade Pulmonar Volume de ar nos pulmões após uma
inspiração máxima (soma dos Volumes
Corrente, de Reserva Inspiratório, de
Reserva Expiratório mais o

O controle nervoso dos músculos respiratórios é feito pelo centro respiratório que é
formado por agrupamentos neuronais situados no bulbo e na ponte do tronco encefálico.
Neurônios do centro respiratório do bulbo estimulam o diafragma e os intercostais
externos por meio dos nervos frênicos e intercostais, causando a contração desses
músculos e, consequentemente, ocorre a inspiração. Após alguns segundos se tornam
inativos e ocorre o relaxamento dos músculos e, em seguida, a expiração. O
agrupamento neuronal presente na ponte está ativo durante todo o ciclo da respiração,
ele interage com os neurônios do bulbo e interfere no ritmo da respiração, como na
realização de atividade física, ao dormir e ao falar, aumentando ou diminuindo a
frequência respiratória de acordo com a necessidade.

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UNIDADE V- SISTEMA DIGESTIVO

O sistema digestório trata-se de um tubo cujo trajeto se estende desde a cavidade oral
até o ânus. A parte supradiafragmática é formada pela cavidade oral, faringe e parte do
esôfago, e a parte infradiafragmática, formada pela parte inferior do esôfago, estômago,
intestinos delgado e grosso.

Além dos órgãos que formam o tubo digestivo, existem os que são conhecidos como
anexos do sistema digestório, são eles: língua, dentes, glândulas salivares, fígado,
vesícula biliar e pâncreas

O sistema digestório pode ser dividido anatomicamente em duas partes com base na
localização do diafragma e do músculo da respiração, a parte superior é denominada
supradiafragmática e a inferior infradiafragmática.

As funções do sistema digestório são:

- Ingestão: absorção do alimento na cavidade oral.

- Secreção: liberação de água, ácido, tampões e enzimas para o lúmen do canal


alimentar.

- Mistura e propulsão: agitação e movimento dos alimentos ao longo do canal alimentar.

- Digestão: fragmentação mecânica e química dos alimentos.

- Absorção: passagem dos produtos digeridos do canal alimentar para o sangue e linfa.

- Defecação: eliminação das fezes do canal alimentar.

Os dentes fragmentam os alimentos e a língua, além de fornecer o sabor (gustação),


auxiliam na mastigação e na deglutição. Os demais órgãos acessórios sintetizam,
armazenam e liberam secreções que auxiliam na digestão dos alimentos pelo tubo
digestivo.

- Cavidade oral: primeira parte do tubo digestivo em que se inicia o processo de quebra
dos alimentos, nela estão localizadas as glândulas salivares (parótida, submandibular e
sublingual) que secretam a saliva, importante para a mistura dos alimentos junto com a
ação dos dentes e musculatura da mastigação. Dessa forma, os alimentos são triturados
e moídos formando o bolo alimentar para em seguida ser deglutido.

- Faringe: órgão comum aos sistemas respiratório e digestório, recebe o bolo alimentar
da cavidade oral e o conduz ao esôfago.

- Esôfago: por meio das contrações peristálticas, transporta o bolo alimentar até o
estômago, ele possui o esfíncter esofágico que atua como uma válvula em sua parte
inferior, que restringe o fluxo alimentar impedindo o refluxo do alimento.

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- Estômago: recebe o bolo alimentar do esôfago. Age como um triturador misturando o
bolo com o suco gástrico, e inicia a digestão das proteínas; apresenta absorção limitada.

- Intestino delgado: após o alimento ser parcialmente digerido e misturado no estômago


ele segue para o intestino delgado que subdivide-se em três segmentos: duodeno, jejuno
e íleo. A maior parte da digestão ocorre no intestino delgado, principalmente no
duodeno e, por isso, ele apresenta grande superfície de absorção com pregas em toda
sua extensão assim como vilosidades.

- Intestino grosso: é subdividido em colo ascendente, colo transverso, colo descendente,


colo sigmoide, reto e ânus. Após aproximadamente 3 a 10 horas, o conteúdo deixa o
intestino delgado e entra no intestino grosso, que é responsável pela absorção de água,
determinando a consistência do bolo fecal. Constitui a parte final do tubo digestivo e
possui rica flora bacteriana.

Figura | Esquema dos órgãos do sistema digestório

Boca

Esôfago

Estômago
Fígado

Intestinos

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Os órgãos que constituem otubo digestivo são revestidos por células epiteliais que
produzem um muco responsável pelo deslizamento do bolo alimentar e a secreção de
enzimas que degradam as grandes moléculas, formando o chamado trato gastrintestinal.
Sua principal função consiste em preparar os alimentos para serem metabolizados pelas
células.

O mecanismo denominado deglutição é o ato de engolir alimentos, ação automática


comandada pelo sistema nervoso central, mais precisamente por centros nervosos do
tronco encefálico. Dessa forma, a deglutição possibilita o transporte do bolo alimentar
que estava na boca para o estômago, passando antes pela faringe e esôfago. Portanto, a
deglutição consiste em uma sequência reflexa de contrações musculares que propelem o
alimento desde a cavidade oral até o estômago.

A motilidade é o movimento do alimento transitando no tubo digestivo com o auxílio


das contrações peristálticas rítmicas que movem o alimento através do tubo
gastrintestinal.

A digestão compreende processos mecânicos e químicos, tem início na cavidade oral


com a mastigação, processo que degrada o alimento em partículas menores que são
misturadas pela saliva, transformando em bolo alimentar que é deglutido na sequência.

Após o alimento ser deglutido e passar pelo esôfago, ele chega ao estômago. Ele é
dividido em cárdia, onde desemboca o esôfago e ocorre a transição entre o esôfago e o
estômago, atua como válvula e impede o refluxo do alimento; fundo, região superior
que se projeta para o diafragma; corpo, sua maior parte; e piloro, parte final que se
comunica com o duodeno, local em que ocorre a liberação do alimento transformado em
quimo no intestino delgado.

O estômago armazena e mistura o alimento a enzimas digestivas, ele secreta um líquido


altamente ácido denominado suco gástrico rico em ácido clorídrico. A função dessa
secreção é quebrar os alimentos e ajudar a destruir boa parte das bactérias que foram
juntamente ingeridas.

O alimento, denominado quimo após chegar ao estômago, pode ali permanecer por 30
minutos a várias horas e se encontra parcialmente digerido. O processo de digestão
continua no intestino delgado, em sua primeira parte, denominada duodeno, o quimo é
neutralizado por secreções oriundas dos órgãos anexos, pâncreas, fígado e vesícula
biliar.

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Figura | Esquema dos órgãos do sistema digestório

No intestino delgado, o peristaltismo continua a propulsionar o alimento digerido por


toda sua extensão e, ao mesmo tempo, os nutrientes vão sendo absorvidos por células
presentes na mucosa intestinal em estruturas denominadas microvilosidades. Os
nutrientes absorvidos nelas são transferidos para a corrente sanguínea que se
encarregará de levá-los para todo o organismo.

Na transição entre o intestino delgado e o início do intestino grosso, existe um esfíncter


que atua como uma válvula, denominado ileocecal. Os resíduos não absorvidos pelo
intestino delgado passam para o intestino grosso, nele, o que resta do alimento perderá
água e endurecerá, formando o bolo fecal, que passará para a ampola retal por meio de
movimentos peristálticos, sendo então eliminado pelo ânus pelo processo de defecação.

A eliminação das fezes ocorre com a distensão do reto e relaxamento do esfíncter anal.
A contração dos músculos abdominais durante o esforço, facilita o esvaziamento do
intestino.

Processos químicos e secreções do sistema digestório

Na digestão, as moléculas grandes são degradadas em partes menores para serem


absorvidas pelo trato gastrintestinal. Essa degradação ocorre por meio de reações

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químicas realizadas pela ação das enzimas digestivas e por proteínas especializadas que
promovem a digestão. Essas enzimas diferem entre si pelo tipo de substrato que irão
digerir, pelos locais de atuação ao longo do tubo digestivo e pelas condições de acidez
ideais para seu funcionamento.

As secreções são substâncias químicas liberadas pelo sistema endócrino em interação


com o sistema digestório, com o objetivo de auxiliar no processo de digestão. Durante
processo, ocorrem tanto secreções exócrinas como endócrinas. A exócrina é aquela que
é liberada no próprio local, ou seja, é secretada pelo próprio órgão e exerce ação local, e
a endócrina é aquela secreção glandular que é lançada na corrente sanguínea, podendo
chegar até o órgão alvo, onde finalmente exercerá sua função.

Vamos entender onde ocorrem as secreções no sistema digestório! Iniciando na


cavidade oral, os dentes, juntamente da língua, preparam o alimento para a deglutição,
na língua estão presentes as papilas gustativas responsáveis por captar os diferentes
sabores como salgado, doce, amargo e azedo. Quando colocamos o alimento na boca,
ou sentimos o seu cheiro, ocorre o estímulo das glândulas salivares. Em seguida, a
saliva é imediatamente secretada, nela encontra-se a enzima denominada amilase salivar
ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase digere amido e polissacarídeos
e os sais neutralizam as substâncias ácidas, mantendo a cavidade oral com o pH
levemente ácido, facilitando a ação da amilase.

No estômago, o alimento se mistura ao suco gástrico que é rico em ácido clorídrico e


em enzimas digestivas chamadas pepsina.

Essas enzimas apresentam ação proteolítica e decompõem as proteínas dos alimentos. O


hormônio denominado gastrina é produzido durante a digestão sendo responsável por
estimular a produção do ácido clorídrico. A mucosa da parede interna do estômago
apresenta uma densa camada de muco que a protege da ação do ácido clorídrico, porém,
mesmo assim, suas células são danificadas e mortas e, consequentemente, a mucosa é
regenerada. O estômago produz em torno de três litros de suco gástrico diariamente, o
bolo alimentar, após ser misturado ao suco gástrico, se transforma em quimo, o qual é
liberado aos poucos para o intestino delgado.

No intestino delgado, são produzidos e liberados três hormônios importantes para a


digestão: secretina, colecistoquinina e enterogastrona. A secretina atua no pâncreas e
estimula a liberação de bicarbonato, a colecistoquinina estimula a liberação da bile pela
vesícula biliar e de enzimas pancreáticas. Já o hormônio enterogastrona inibe o
peristaltismo do estômago e, consequentemente, a secreção gástrica.

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O intestino delgado apresenta cerca de 6 a 7 metros de comprimento e a maior parte da
digestão ocorre nele, com predominância no duodeno, isso porque nele é secretado o
suco pancreático com suas enzimas digestivas, juntamente da bile, a qual é produzida no
fígado e armazenada na vesícula biliar. O suco pancreático realiza a hidrólise das
moléculas de carboidratos, das proteínas, das gorduras e de ácidos nucleicos, a bile tem
ação emulsificante sobre a gordura dos alimentos. Ainda no intestino delgado, ocorre a
secreção do suco entérico, rico em enzimas digestivas que auxiliam na hidrólise das
proteínas. Após a ação de todas estas enzimas, o quimo é transformado em quilo.

A absorção da maioria dos nutrientes ocorre na mucosa de toda a extensão do intestino


delgado e, na sequência, passam para a corrente sanguínea. O álcool etílico, a água e
alguns sais podem ser absorvidos já no estômago.

Após a digestão dos alimentos e absorção dos nutrientes, o resto do alimento que não é
utilizado pelo organismo, passa para o intestino grosso, onde ocorre a absorção da água
e seu endurecimento. Existem glândulas na mucosa do intestino grosso que secretam
muco, responsável por lubrificar as fezes, facilitando seu transporte e eliminação.

Ainda no intestino grosso, estão presentes bactérias que dissolvem os restos dos
alimentos e combatem às bactérias estranhas que geram doenças infecciosas do sistema
digestório. As fibras vegetais contribuem com a formação da massa fecal, pois não são
digeridas e nem absorvidas, elas tornam as fezes macias e fáceis de serem eliminadas. A
presença de fezes no reto causa sua distensão e estimula as terminações nervosas ali
presentes, que iniciam o processo de defecação.

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UNIDADE VI-APARELHO URINARIO E EXCRETOR

Os processos de excreção que acontecem no organismo fazem parte da homeostasia, e


eles controlam a concentração de substâncias nos sistemas do organismo e eliminam as
que são tóxicas. Por meio da excreção, o corpo elimina substâncias que estão em
excesso, como água e, em alguns casos, vitaminas. Além disso, são excretadas também
as substâncias produzidas durante processos de obtenção de energia celular, como o gás
carbônico e a digestão de proteínas.

Quando as proteínas são quebradas no interior das células, ocorre a formação de


excretas, como a ureia, a amônia e o ácido úrico, substâncias tóxicas que precisam ser
eliminadas.

Nos seres humanos, a excreção ocorre, principalmente, por meio da respiração e pela
eliminação de suor e urina. Portanto, na excreção, estão envolvidos diretamente os
sistemas respiratório, tegumentar e urinário.

O sistema urinário está associado ao sistema genital, constituindo o aparelho urogenital,


e está diretamente envolvido na formação, no armazenamento e na eliminação da urina.
É responsável por diversas funções do organismo, além de produzir e eliminar a urina.

As principais funções do sistema urinário são:

• Regulação do volume de sangue: os rins podem manter ou retirar água do sangue,


controlando o volume desse tecido no corpo. Quanto maior a quantidade de água
retirada, mais urina é produzida.

• Regulação da pressão sanguínea: os rins atuam nessa regulação controlando o volume


de sangue e regulando seu fluxo.

• Regulação da composição do sangue: controlando a quantidade de sódio, potássio,


cloro e fosfato presente no sangue.

• Participação na produção de hemácias: os rins produzem uma enzima que estimula a


produção de células vermelhas do sangue.

• Eliminação de substâncias tóxicas do organismo: como excesso de medicamentos e


toxinas do ambiente.

O sistema urinário é formado por dois rins, que filtram o sangue e produzem a urina;
dois ureteres, que transportam a urina até a bexiga; pela bexiga urinária, na qual a urina
permanece armazenada por algum tempo; e pela uretra, responsável por eliminar a urina
para fora do corpo.

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Figura | Órgãos do sistema urinário

Os rins são órgãos pares, que medem, aproximadamente, 10 centímetros e localizam-se


na região dorsal do abdome, um de cada lado da coluna vertebral, região denominada
retroperitoneal. São os verdadeiros órgãos ativos no trabalho de seleção das substâncias
de rejeição, pois eles filtram dejetos do sangue e os excretam com água na urina;
também atuam como glândulas, pois produzem e controlam hormônios que controlam a
pressão arterial.

Em um corte longitudinal do rim, pode-se observar uma zona cortical (mais externa), o
córtex renal, e uma zona medular (mais interna), a medula renal. Na zona cortical,
encontram-se os néfrons, as unidades funcionais dos rins, com função de microfiltros.
Na zona medular encontram-se as pirâmides renais, que se abrem nos cálices renais.
Estes, por sua vez, abrem-se na pelve renal, extremidade dilatada do ureter para onde
segue a urina produzida nos rins.

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Figura 4.2 | Estruturas internas do rim

No interior de cada rim, existe cerca de 1 milhão de néfrons, e neles encontram-se as


estruturas que filtram o sangue e formam a urina. Cada néfron está envolvido por uma
rede de capilares enovelados, denominados glomérulos, revestidos por uma cápsul
renal, a cápsula de Bowman. Dela segue um túbulo néfrico, que pode ser dividido em
três regiões distintas: túbulo contorcido proximal, alça de Henle e túbulo contorcido
distal, que desemboca no ducto coletor.

Figura | Néfrons

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Os ureteres são dois tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga urinária e têm,
aproximadamente, 25 cm de comprimento.

A bexiga urinária trata-se de um saco musculomembranoso que funciona como


reservatório temporário para a urina. O fluxo contínuo de urina que chega pelos ureteres
é transformado em micção. Na saída da bexiga, encontra-se o músculo esfíncter da
bexiga, o qual, no momento da micção, relaxa para a bexiga contrair e, assim, eliminar a
urina através da uretra. A capacidade média de armazenamento de urina da bexiga é de
700-800 ml, mas nas mulheres é menor por causa do espaço ocupado pelo útero
imediatamente acima da bexiga.

A uretra é o canal conectado à bexiga pelo qual a urina é eliminada. Ela difere entre os
dois sexos: no homem, é uma via comum para a micção e ejaculação e é maior; na
mulher, serve apenas à excreção da urina e é menor.

Figura | Uretra feminina e masculina

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A formação da urina resulta de três mecanismos que ocorrem nos néfrons: filtração
glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular. O sangue chega aos rins por meio das
artérias renais e chega aos glomérulos sob grande pressão. Então, a água e as moléculas
pequenas do plasma sanguíneo são filtradas para dentro da cápsula renal. O fluido que
se forma no seu interior contém sais diversos, como glicose, aminoácidos, ureia e outras
substâncias de baixo peso molecular. Essa composição é semelhante à do plasma
sanguíneo, com exclusão das proteínas. À medida que o fluido percorre os túbulos dos
néfrons, sofre um processo de reabsorção. Ocorre reabsorção ativa de sais, glicose e
aminoácidos e reabsorção passiva de água, que volta para a corrente sanguínea devido à
diferença de pressão osmótica. 90% de todo o filtrado é reabsorvido; 10% chegam ao
ducto coletor e desembocam nos cálices.

Finalmente, as células das paredes dos túbulos regulam o pH do sangue, retirando íons
hidrogênio (H+) e íons amônio (NH4+), eliminando-os na luz do túbulo. O fluido final
que sai dos rins é a urina. Cada litro de urina formado por dia resulta de cerca de 150
litros de plasma filtrados pelos néfrons. A cada 40 minutos, todo o sangue do corpo
passa pelos rins.

A urina de um indivíduo fisiologicamente normal é constituída por 95% de água e 5%


de solutos: ureia, cloreto de sódio, ácido úrico, creatinina, urobilina e ácido lático.
Forma-se continuamente e desce pelos ureteres até a bexiga urinária, onde fica retida até
ser eliminada pela uretra.

O volume e a composição da urina podem variar bastante conforme o tipo de


alimentação, a quantidade de líquido ingerido e a taxa de transpiração. A água é a
substância mais abundante na urina, pois apenas uma parte dela é reabsorvida, e esta
quantidade de reabsorção depende de vários fatores. Se o volume de água for muito alto,
como quando ingerimos muito líquido, menor quantidade de água será reabsorvida, e o
volume de urina formada será maior. Já quando ingerimos pouco líquido, maior
quantidade de água é reabsorvida, resultando na formação de menor quantidade de
urina.

Regulação homeostática da reabsorção e da secreção tubular

A reabsorção de sódio, cloreto, cálcio e água, assim como a secreção de potássio pelos
túbulos renais, são afetadas por cinco hormônios, sendo eles: angiotensina II,
aldosterona, antidiurético, paratireoideo e peptídio natriurético atrial.

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O sistema renina-angiotensina-aldosterona funciona da seguinte maneira: quando ocorre
a diminuição do volume sanguíneo e da pressão arterial, consequentemente as paredes
das arteríolas glomerulares também sofrem menor distensão, o que provoca a secreção
de renina no sangue pelas células justaglomerulares, e o mesmo acontece pela
estimulação simpática. A renina, a partir do angiotensinogênio sintetizado pelos
hepatócitos, retira um peptídio com 10 aminoácidos denominado angiotensina I; quando
retira mais dois deste aminoácido, a enzima conversora de angiotensina (ECA) converte
a angiotensina I em angiotensina II, sendo esta a forma ativa do hormônio.

A angiotensina II afeta o estado fisiológico dos rins de três maneiras: diminui a taxa de
filtração glomerular, provocando a vasoconstrição das arteríolas glomerulares aferentes;
aumenta a reabsorção de sódio, cloreto, cálcio e água no túbulo contorcido distal dos
néfrons, estimulando a ação dos contratransportadores de Na+-H+; e estimula a
liberação de aldosterona pelo córtex da glândula suprarrenal. O hormônio aldosterona
estimula as células dos ductos coletores a reabsorverem mais sódio e cloreto e a
secretarem mais potássio. Desta forma, mais água é reabsorvida, aumentando o volume
sanguíneo e a pressão arterial.

O hormônio antidiurético (HAD), também denominado vasopressina, é liberado pela


neuro-hipófise e regula a reabsorção facultativa de água, aumentando a permeabilidade
das células no final do túbulo contorcido distal e no ducto coletor.

O hormônio natriurético atrial é liberado pelo coração quando se tem o aumento do


volume de sangue. Uma de suas ações é a inibição da reabsorção de sódio e de água
pelo túbulo contorcido distal e ducto coletor, além de suprimir a secreção de aldosterona
e de HAD. Esses efeitos causam o aumento da diurese (urina) e, consequentemente,
diminuem o volume sanguíneo e da pressão arterial.

O paratormônio estimula as células presentes no início dos túbulos contorcidos distais a


reabsorver cálcio para o sangue, por isso é liberado pelas glândulas paratireoides
quando ocorre a diminuição de cálcio no sangue.

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UNIDADE VII-APARELHO REPRODUTOR MASCULINO E FEMININO

Na puberdade, ocorrem diversas transformações no corpo humano, as quais estão


relacionadas aos hormônios sexuais, os quais marcam este período de desenvolvimento
e amadurecimento. Nesta fase, homens e mulheres estão biologicamente prontos para a
reprodução.

Anatomia e fisiologia do sistema reprodutor feminino

O sistema genital feminino inclui grupos de órgãos internos, que estão localizados
dentro da cavidade pélvica, são eles: ovários, tubas uterinas, útero e vagina; e órgãos
externos: monte púbico lábios maiores e menores, clitóris, bulbo do vestíbulo e
glândulas vestibulares maiores. Também, incluem-se neste sistema as mamas, que
atuam na fase da gestação, produzindo o leite materno através das glândulas mamárias.

Figura | Estruturas anatômicas do sistema reprodutor feminino

• Ovários

São órgãos pares, que possuem de 3 a 4 centímetros de comprimento, situados um de


cada lado do útero, e neles são produzidos os gametas femininos, os óvulos. A formação
dos óvulos se inicia antes do nascimento, na fase embrionária, e continua seu
desenvolvimento na puberdade. Durante a fase reprodutiva da mulher, a cada período
de, aproximadamente, um mês (ciclo menstrual), ocorre a ovulação, processo

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dependente da ação de hormônios que preparam o útero para receber um possível
embrião após a fecundação pelo espermatozoide (gameta masculino).

Os hormônios envolvidos na reprodução são controlados e estimulados por hormônios


produzidos na hipófise. Estes estimulam os ovários a produzirem os hormônios
estrogênio e progesterona.

O estrogênio controla o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários da mulher,


como o aumento do volume das mamas, o crescimento de pelos púbicos e axilares e a
deposição de tecido adiposo nas coxas e nádegas. A progesterona é o hormônio do
corpo lúteo (estrutura ovariana responsável pela liberação do óvulo) e é indispensável
para a implantação do óvulo fecundado e para o desenvolvimento inicial do embrião.

• Tubas uterinas

São as vias condutoras de gametas. São tubos, cuja extremidade medial se abre por
meio do óstio uterino da tuba na cavidade uterina. Por elas passam os óvulos que foram
expelidos pelo ovário e seguem até a cavidade uterina. Também, os espermatozoides
percorrem as tubas em direção oposta, e a fecundação, geralmente, ocorre em seu
interior.

• Útero

É o órgão que abriga o embrião até o seu completo desenvolvimento e nascimento. Tem
o formato de uma pera invertida e apresenta quatro partes: fundo, corpo, istmo e cérvix.
O corpo se conecta em cada lado com as tubas uterinas, e o fundo fica logo acima do
corpo. Este é a principal parte e se estende até o istmo, região mais estreitada. O istmo é
curto e a ele segue-se o cérvix, também conhecido como colo do útero, que se projeta na
vagina e com ela se comunica pelo óstio do útero.

A posição do útero depende da idade, do estado de plenitude ou vacuidade da bexiga e


do reto e do estado da gestação, podendo, então, variar de forma, tamanho, posição e
estrutura. Na sua estrutura, apresenta três camadas: interna ou endométrio, que sofre
modificações com a fase do ciclo menstrual, uterino ou na gravidez; média ou
miométrio, formada por fibras musculares lisas que constitui a maior parte da parede
uterina; e camada externa ou perimétrio.

Mensalmente, o endométrio se prepara para receber o óvulo fecundado, que será o


futuro embrião. Para isso, ocorre um aumento de volume do endométrio com vasta
formação de redes capilares e demais modificações. Quando não ocorre a fecundação,
na ausência de embrião, a camada do endométrio sofre descamação, com hemorragia e,
consequentemente, eliminação sanguínea através da vagina, processo denominado
menstruação.

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Figura | Estruturas anatômicas: ovário, tuba uterina e útero

• Vagina

É o órgão de cópula feminino. Trata-se de um tubo em que as paredes, normalmente,


estão “colabadas”. Comunica-se superiormente com a cavidade uterina através do óstio
do útero e inferiormente abre-se no vestíbulo da vagina através do óstio da vagina. A
cavidade uterina e a vagina constituem, em conjunto, o canal do parto, através do qual o
feto passa no momento do nascimento e, mensalmente, também fornece passagem aos
produtos da menstruação. Nas mulheres que ainda não tiveram relações sexuais
(virgens), o óstio da vagina permanece fechado parcialmente pelo hímen, membrana de
tecido conjuntivo forrada interna e externamente.

• Estruturas eréteis

O clitóris e o bulbo do vestíbulo são formados por tecido erétil, capaz de dilatar-se
como resultado de ingurgitamento sanguíneo. O clitóris é o homólogo do pênis no
homem e, mais particularmente, sua glande é uma estrutura extremamente sensível e
relacionada à excitabilidade feminina. O bulbo do vestíbulo é formado por duas massas
pares de tecido erétil, não são visíveis na superfície porque es tão profundamente
situados, recobertos pelos músculos bulboesponjosos. Quando cheios de sangue, se
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dilatam e, desta forma, propiciam maior contato entre o pênis e o orifício da vagina. O
ingurgitamento sanguíneo das estruturas eréteis da mulher confere-lhe a sensação de
edema e peso na região pudenda.

• Glândulas anexas

As glândulas vestibulares maiores e menores são duas, situadas profundamente e nas


proximidades do vestíbulo da vagina, onde seus ductos se abrem. Durante a cópula
(coito), são comprimidas e secretam um muco, que serve para lubrificar a porção
inferior da vagina. As glândulas vestibulares menores, em número variável, têm seus
minúsculos ductos que se abrem no vestíbulo, entre os óstios da uretra e da vagina.

• Órgãos genitais externos

O conjunto é conhecido como vulva ou pudendo e compreende: monte púbico, lábios


maiores, lábios menores e clitóris. Monte púbico: elevação arredondada e mediana,
situada anteriormente à sínfise púbica. Após a puberdade, é recoberta por pelos e
consiste de tecido adiposo. Tem por função a proteção. Lábios maiores: são duas pregas
alongadas que se estendem do ânus, posteriormente, ao monte púbico, anteriormente,
onde se fundem no plano mediano em: comissura anterior (anteriormente) e comissura
posterior (posteriormente). Apresentam glândulas sebáceas e são cobertos de pelos em
sua face externa. A fenda situada entre eles é a rima do pudendo. O vestíbulo da vagina
é o espaço situado entre os lábios menores e contém, em sequência anteroposterior: o
clitóris, o óstio externo da uretra e o óstio da vagina. A abertura da vagina está
guarnecida por uma membrana: o hímen.

• Clitóris

É homologo ao pênis, constituído de tecido erétil capaz de aumentar de tamanho por


ingurgitamento com sangue. Encontra- se próximo à sínfise púbica. Sua terminação
livre apresenta uma pequena elevação arredondada, a glande do clitóris, constituída de
tecido erétil e altamente sensível.

Figura | Órgãos genitais feminino externos

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• Mamas

As mamas são anexas à pele, pois seu tecido é formado por glândulas cutâneas
modificadas que se especializam na produção de leite materno. As glândulas mamárias
são glândulas sudoríferas modificadas compostas de alvéolos mamários secretores e
ductos.

Elas se desenvolvem na puberdade e funcionam na lactação, possuem os lóbulos com os


alvéolos onde o leite é produzido, o qual é lançado nos ductos e armazenado nos seios
lactíferos e, em seguida, é ejetado para a papila mamária. A aréola é pigmentada e
circula a papila mamária.

As mamas situam-se anteriormente a músculos da região peitoral. Na sua arquitetura, a


mama é constituída de tecido glandular; de tecido conjuntivo, que predomina o tecido
adiposo; e de pele, dotada de glândulas sebáceas e sudoríparas, muito fina e na qual se
nota, por transparência, as veias superficiais.

Anatomia e fisiologia do sistema reprodutor masculino


Os gametas masculinos, os espermatozoides, são produzidos na fase da puberdade. Sua
formação ocorre nos testículos e é desencadeada pela ação combinada de vários
hormônios, sendo o principal a testosterona.

Figura | Órgãos do sistema reprodutor masculino

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•Gônadas (testículos)

Testículos são duas massas ovoides e lisas, situadas no escroto. São órgãos produtores
de espermatozoides e, a partir da puberdade, são produtores do hormônio testosterona,
responsável pelos caracteres sexuais secundários. O pênis e o escroto são órgãos
genitais externos visíveis na superfície do corpo.

• Vias condutoras dos gametas

São as vias percorridas pelos gametas masculinos desde o local onde são produzidos até
sua eliminação. São constituídos por túbulos e ductos do testículo, epidídimo, ducto
deferente, ducto ejaculatório e uretra.

Epidídimo, ducto deferente e ducto ejaculatório

São órgãos pares tubulares condutores de gametas. O epidídimo é a primeira parte das
vias condutoras, que se inicia nos testículos e termina na entrada do ducto deferente. Os
espermatozoides seguem, então, o trajeto desse ducto e são armazenados nele até o
momento da ejaculação, quando passam para o ducto deferente, o ducto ejaculatório e a
uretra, sendo eliminados para o exterior.

O ducto deferente é a continuação do canal do epidídimo, é um tubo fibromuscular com


cerca de 30 centímetros de comprimento. Inicia-se no epidídimo e termina unindo-se ao
ducto da vesícula seminal, para formar o ducto ejaculatório, o qual desemboca na
porção prostática da uretra.

• Uretra

É a última porção das vias espermáticas, tendo cerca de 20 centímetros de comprimento.


A uretra masculina é um canal comum tanto para a ejaculação como para a micção,
fazendo desta parte constituinte do sistema urinário. A uretra inicia-se no óstio interno
da uretra na bexiga e atravessa sucessivamente a próstata, o assoalho pélvico e o pênis,
terminando no óstio externo da uretra. Desta forma, distinguem-se as seguintes partes:
porção prostática (quando atravessa a próstata); porção membranosa (quando atravessa
o assoalho pélvico); e porção esponjosa (quando atravessa o corpo esponjoso do pênis).

Na porção esponjosa da uretra, abrem-se, de cada lado, os ductos das glândulas


bulbouretrais. Essas glândulas são duas formações pequenas e arredondadas, situadas de
cada lado nas proximidades da porção membranosa da uretra, que desembocam uma de
cada lado na porção esponjosa da uretra, secretando um líquido mucoso que lubrifica a
uretra e contribui para a neutralização da urina residual nela existente.

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• Pênis

O pênis, normalmente, é flácido, mas quando seus tecidos lacunares se enchem de


sangue, torna-se rígido, ao que chamamos de ereção. O pênis, formado pelos tecidos
eréteis (corpo cavernoso e esponjoso), é o órgão de cópula que penetrará nas vias
genitais feminina, possibilitando o lançamento dos espermatozoides. A glande é a parte
mais distal e proeminente do pênis. A pele que recobre o pênis forma uma prega de
dupla camada, o prepúcio, que cobre a glande em extensão variável.

• Glândulas anexas

As glândulas anexas, cujas secreções facilitarão a progressão dos espermatozoides nas


vias genitais, são: vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais. A próstata está
situada inferiormente à bexiga e é atravessada em toda a sua extensão pela porção
prostática da uretra. Sua secreção confere odor característico ao sêmen e é lançada
diretamente na porção prostática da uretra através de numerosos ductos prostáticos,
então ela se une à secreção da vesícula seminal para constituir o volume do líquido
seminal. O líquido seminal passa do ducto ejaculatório para a porção prostática da uretra
e segue adiante pelas outras porções da uretra até atingir o meio externo.

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UNIDADE VIII- SISTEMA NERVOSO

Todos os órgãos do nosso corpo reagem harmonicamente e de forma integrada diante


das condições que o organismo enfrenta. O sistema nervoso junto ao endócrino é
responsável pela manutenção da homeostasia, ele coordena as respostas aos estímulos
recebidos dos ambientes interno e externo. Essas respostas são elaboradas pelas células
nervosas que estão presentes em todo o corpo, formando feixes de fibras nervosas que
conduzem impulsos elétricos sempre que acionadas.

O Tecido Nervoso é constituído pelas células neuronais e gliais. Os neurônios são


considerados a unidade básica e fundamental do sistema nervoso, existe
aproximadamente cem milhões deles no organismo humano e suas funções são as de
receber, processar e enviar informações na forma de impulsos nervosos. O outro tipo
são as células da glia, também denominadas neuroglia, que se encontram nos espaços
existentes entre os neurônios e apresentam as funções de revestimento, sustentação,
modulação de atividade neuronal e de defesa, e são denominadas astrócitos,
olingodendrócitos, micróglia e ependimárias.

O neurônio é a principal célula do tecido nervoso e possui a capacidade de


excitabilidade elétrica, que é a capacidade de responder a um determinado estímulo e
convertê-lo em potencial de ação. A maioria dos neurônios é constituída por:

- Corpo Celular ou Pericário, onde está localizado o núcleo, o citoplasma e as organelas,


é o centro metabólico do neurônio, que tem como função sintetizar as proteínas
neuronais e realizar a maioria dos processos de degradação e renovação de constituintes
celulares. Do corpo celular partem prolongamentos denominados dendritos e axônios.

- Dendritos são ramificações que se estendem a partir do corpo celular, respondem a


estímulos específicos e conduzem impulsos nervosos em direção ao corpo celular.

- Axônio é um prolongamento longo e fino, possui membrana plasmática e citoplasma.


O axônio é capaz de gerar impulso nervoso e conduzi-lo até a terminação axônica, local
onde ocorre a comunicação com outros axônios ou células efetuadora.

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As fibras nervosas são formadas pelos axônios neuronais, têm a propriedade de
propagar impulsos nervosos rapidamente, por todo o seu comprimento, além de
transmiti-los à célula considerada alvo, este processo ocorre através de contatos
neuronais denominados sinapses. As sinapses ocorrem entre dois ou mais neurônios e
entre neurônio e órgão efetor, este último pode ser um músculo, órgão ou glândula. No
caso da célula efetora ser um músculo, o local da sinapse é chamado de placa motora.

O impulso nervoso é captado pelos dendritos do neurônio, atravessa o corpo celular e


segue pelo axônio, e este o envia para a célula seguinte. A terminação axônica é o
destino final do impulso na célula neuronal, a partir daí este impulso que chega como
sinal elétrico provoca a liberação de substâncias químicas denominadas
neurotransmissores, que são mensageiros químicos presentes no interior de vesículas
que estão localizadas na terminação axônica. Esses neurotransmissores permitem a
passagem do impulso nervoso pela fenda sináptica (espaço entre os neurônios) até
chegar no órgão efetor, gerando assim uma resposta, que pode ser a contração muscular,
por exemplo.

Os axônios neuronais são envolvidos por uma membrana chamada bainha de mielina, a
qual possui a função de isolamento elétrico, impedindo que as cargas elétricas presentes
na membrana dos axônios se dispersem. Dessa forma, existe a condução de impulso
nervoso nas fibras mielínicas, que apresentam a bainha de mielina, e nas fibras
amielínicas, que não apresentam bainha de mielina. Essa característica de fibras difere
na velocidade do impulso pelo axônio, sendo este maior nas mielínicas.

Figura | Sinapses

Os neurônios são eletricamente excitáveis, portanto, utilizam sinais elétricos para se


comunicarem um com o outro. Esses sinais podem ser o potencial de ação graduado,
que ocorre em comunicações em curtas distâncias, e o potencial de ação propriamente
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dito, que permite comunicação de grandes distâncias, denominado potencial de ação
neuronal ou impulso nervoso.

O potencial de ação depende da existência de um potencial de membrana de repouso e


de tipos específicos de canais iônicos na membrana. O fluxo de íons pela membrana
forma a corrente elétrica, e o que permite a passagem destes íons pela membrana são os
canais iônicos, sendo assim, eles controlam a concentração química da célula
(lembrando que os íons se deslocam de áreas de maior concentração para áreas de
menor concentração). O potencial de membrana do neurônio pode ser alterado à medida
que os íons se deslocam. Normalmente, a membrana plasmática possui muito mais
canais de vazamento de íon potássio (K+) do que para íon sódio (Na+), e os canais de
potássio são mais permeáveis que os de sódio, sendo assim, a permeabilidade da
membrana para K+ é maior que para o Na+.

O potencial de ação de repouso da membrana do neurônio varia entre - 40 e - 90, sendo


o mais comum - 70 mV (o sinal negativo indica que a parte interna da célula está mais
negativa que a externa).

O potencial de ação trata-se de uma sequência rápida de eventos que diminui e reverte o
potencial de membrana e posteriormente o leva novamente para seu estado de repouso.
Apresenta duas fases, despolarização e hiperpolarização:

-Despolarização: o potencial de membrana se torna menos negativo, atinge o zero, e


então se torna positivo.

-Repolarização: o potencial de membrana volta ao padrão de repouso de - 70 mV.

-Pós-hiperpolarização: potencial de ação fica temporariamente mais negativo que no


estado de repouso.

Canais dependentes de voltagem presentes na membrana plasmática dos axônios e


terminais axônicos se abrem no potencial de ação: primeiro os canais de Na+
dependentes se abrem e permitem a passagem destes íons para o interior da célula,
gerando a despolarização, em seguida, os canais de K+ dependentes se abrem
permitindo a saída deste íon, induzindo a fase de hiperpolarização.

Em condições fisiológicas, a frequência máxima de impulsos nervosos (potencial de


ação) nos axônios se situa entre 10 e 1.000 por segundo.

Existem dois tipos de sinapses: a elétrica e a química. Na sinapse elétrica, o potencial de


ação ou impulsos nervosos são conduzidos entre as membranas plasmáticas de
neurônios adjacentes, através das junções comunicantes, elas existem no encéfalo e nos
músculos cardíaco e liso, são mais rápidas que as químicas.

Na sinapse química, as membranas plasmáticas dos neurônios que se comunicam não se


tocam, embora estejam próximas. São separadas pelas fendas sinápticas (espaço de 20 a
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50 nm) e preenchidas por líquido intersticial. Os impulsos nervosos são então
conduzidos por neurotransmissores que são liberados pelo neurônio pré-sináptico,
substâncias químicas que se ligam a receptores na membrana plasmática do neurônio
pós-sináptico, que recebe os impulsos e gera um potencial de ação graduado.

O Sistema Nervoso Central (SNC) apresenta uma camada mais externa, como se fosse
um revestimento, denominada substância cinzenta, composta pelos corpos dos
neurônios e, mais internamente, tem a camada denominada substância branca, esta por
sua vez é constituída pelos axônios e terminações dos neurônios. No bulbo e na medula
espinal essa disposição se inverte, a substância branca se situa externamente enquanto a
cinzenta, internamente.

Já sabemos que o neurônio é a principal célula do sistema nervoso, sendo responsável


pela interação entre as células receptoras dos órgãos sensoriais e as efetoras. Dessa
forma, os neurônios são células especializadas que conduzem sinal elétrico através de
seus prolongamentos e são classificados de acordo com o sentido em que estes sinais o
percorrem. Portanto, são denominados eferentes ou sensitivos os que conduzem os
impulsos no sentido da periferia para o sistema nervoso central; e neurônios eferentes
ou motores os que conduzem impulsos no sentido do sistema nervoso central para a
periferia; e também existem os neurônios de conexão que transmitem impulsos entre si.

O sistema nervoso é classificado de várias formas, uma delas é aquela que o divide em:

-Sistema Nervoso Central (SNC): composto pelo encéfalo e medula espinal, estão
contidos e protegidos pelo esqueleto axial, crânio neural e canal vertebral.

-Sistema Nervoso Periférico (SNP): composto pelos nervos (axônios), receptores e


gânglios (formações de corpos de neurônios dispersos pelo corpo). Essas estruturas
estão localizadas fora do esqueleto axial. O SNP é responsável por transmitir
informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e deste para a
periferia, ou seja, para os órgãos efetores.

Outra forma de divisão do sistema nervoso é com base em sua função: somático ou de
vida de relação, atua nas relações que são percebidas por nossa consciência; e em
visceral ou vegetativo, atua de forma inconsciente, no controle e na percepção do meio
interno e das vísceras. Ambos, somático e visceral, possuem componentes aferentes
sensitivos e eferentes motores.

Figura | Esquema da organização do sistema nervoso

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O SNC é responsável por receber, analisar e integrar as informações, sendo o local em
que ocorre a tomada de decisão e o envio de respostas. O encéfalo é constituído pelo
telencéfalo, que corresponde aos hemisférios cerebrais, pelo diencéfalo (tálamo,
hipotálamo, epitálamo e subtálamo), pelo cerebelo e pelo tronco cefálico (que se divide
em bulbo, mesencéfalo e ponte).

Figura | Divisão do sistema nervoso central

- Telencéfalo: também denominado cérebro, é dividido em dois hemisférios cerebrais


bem desenvolvidos, são as sedes da memória, dos sentidos (córtex sensitivo) e dos
movimentos (córtex motor). Entre os hemisférios estão presentes os ventrículos
cerebrais (ventrículos laterais e terceiro ventrículo e ainda existe o quarto ventrículo,
localizado mais abaixo, no tronco encefálico), trata-se de reservatórios do líquido
cefalorraquidiano (líquor), substância líquida que participa da nutrição, proteção e
excreção do sistema nervoso.

Durante o desenvolvimento cerebral, no córtex ocorre a formação de diversos sulcos,


que permitem o seu desenvolvimento de forma compacta, para que caiba na calota
craniana. Dessa forma, o cérebro adulto possui apenas 1/3 de sua superfície “exposta", o
restante permanece entre os sulcos cerebrais.

O cérebro é o órgão que apresenta os centros nervosos responsáveis pela origem da


inteligência, da sensibilidade consciente, da mobilidade voluntária, além de muitas
outras funções, por este motivo, é considerado o centro nervoso mais importante de todo
o sistema. Coordena as ações voluntárias desenvolvidas pelo indivíduo, além de
comandar os atos inconscientes.

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Anatomicamente o cérebro se divide em duas partes ou hemisférios cerebrais, um
direito e outro esquerdo, e estes por sua vez se dividem em lobos, os quais apresentam
funções específicas, sendo os principais: frontal, parietal, temporal, occipital e da ínsula.

Lobo frontal Lobo TemporaL Lobo Parietal Lobo Occipital Lobo da Ínsula

Quadro | Lobos cerebrais e funções

Lobos Funções
LOBO FRONTAL Processamentos complexos: cognição, planejamento e
iniciação dos movimentos
voluntários.
LOBO PARIETAL Área de projeção e processamento
somestésico.
LOBO TEMPORAL Área de projeção e processamento auditivo.
LOBO OCCIPITAL Área de projeção e processamento visual.
ÍNSULA Encontra-se oculta sob os lobos frontais e
temporais, emoções e extinto de
sobrevivência.

-Diencéfalo (tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo): o tálamo é uma região formada por
substância cinzenta, localizado entre tronco encefálico e o cérebro, é considerado a estação
retransmissora de impulsos nervosos sensitivos para o córtex cerebral, onde eles devem ser
processados. Dessa forma, as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos
receptores do olfato, obrigatoriamente passam por ele antes de atingir o córtex cerebral. O
tálamo, junto de estruturas do sistema límbico (que regula as emoções), também está
relacionado com o comportamento emocional. O hipotálamo está relacionado principalmente
com o controle visceral e hormonal, portanto, da homeostasia do organismo. O epitálamo está
relacionado com o sistema endócrino no controle do ritmo circadiano e juntamente do sistema
límbico no controle comportamental. O subtálamo está relacionado ao controle dos movimentos
junto ao córtex motor e de outros núcleos motores.

O Sistema Límbico é constituído por um grupo de estruturas que inclui hipotálamo, tálamo,
amígdala, hipocampo, corpos mamilares e giro do cíngulo. Todas estas áreas são importantes
para o controle emocional. O hipocampo está relacionado também com a memória e o
aprendizado.

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-Cerebelo: localizado posteriormente ao cérebro, é o centro de controle dos movimentos
iniciados pelo córtex motor, portanto, possui conexões com o cérebro e com a medula espinal.
Apresenta dois hemisférios e ao contrário do cérebro, o hemisfério esquerdo está relacionado
com os movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto o direito, com os movimentos do lado
direito do corpo. A partir das informações do córtex motor sobre os movimentos a serem
realizados e de informações proprioceptivas de articulações, músculos, áreas de pressão do
corpo, aparelho vestibular e olhos, o cerebelo avalia o movimento que realmente será executado.
Após a comparação entre o desempenho e o que deve ser realizado, estímulos de correção são
enviados pelo cerebelo para o córtex, com o objetivo de que o movimento seja o ideal. Dessa
forma, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus
muscular.

-Tronco encefálico: é constituído pelo mesencéfalo, ponte e bulbo, encontra-se entre a medula
espinal e o diencéfalo, ventralmente ao cerebelo. É responsável por receber informações
sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; transmite informações da
medula espinal para regiões encefálicas específicas, e também em direção contrária, do encéfalo
para a medula espinal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do
corpo; lado direito do cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do corpo); regula a
atenção; recebem ou emitem fibras nervosas dos nervos cranianos, sendo que, dos 12 pares de
nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico. No bulbo estão os centros de controle
da respiração, do ritmo dos batimentos cardíacos e da pressão arterial.

-Medula espinal: assim denominada por estar dentro do canal espinal ou vertebral da coluna
vertebral, ela se estende somente até a primeira vértebra lombar, e na região lombossacral o
canal vertebral abriga a cauda equina. Nela encontram-se corpos neuronais motores e sensitivos
com seus respectivos axônios formando vias de fibras nervosas, as aferentes sensitivas, que
levam informações sensoriais da periferia até a região cortical no cérebro e as vias eferentes
motoras que trazem informações motoras elaboradas pelo córtex cerebral para os órgãos
efetuadores, por exemplo, o músculo.

Dessa forma, recebe impulsos sensoriais de receptores e envia impulsos motores a efetuadores
tanto somáticos quanto viscerais. Ela pode atuar em reflexos dependente ou independentemente
do encéfalo. Da medula emergem as raízes nervosas que vão formar os nervos responsáveis
pelos movimentos corporais.

Devido à importância do SNC, seus órgãos são protegidos tanto por estruturas esqueléticas
(caixa craniana protegendo o encéfalo e a coluna vertebral protegendo a medula) quanto por
membranas, denominadas meninges, são elas: dura-máter (a camada mais externa), aracnoide
(camada intermédia) e pia-máter (camada mais interna). Entre as meninges, aracnoide e pia-
máter, existe um espaço que é preenchido por um líquido, denominado líquido
cefalorraquidiano ou líquor, que participa do sistema de proteção do sistema nervoso,
absorvendo os impactos. Este líquido é renovado três vezes ao dia, a cada 8 horas .

Recordando, o sistema nervoso periférico é aquele que se situa fora do eixo do esqueleto axial.
É constituído pelos nervos, que são representantes dos axônios (fibras motoras e sensitivas); por
gânglios (aglomerado de corpos neuronais fora do SNC); por receptores eterminações nervosas.
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São as fibras nervosas dos nervos que fazem a conexão dos diversos tecidos do organismo e
com o sistema nervoso central. Os nervos são compostos pelos nervos espinais e cranianos.

Na extremidade das fibras sensitivas existe o receptor, responsável por captar os diferentes
tipos de sensibilidades. A extensão dessas fibras se comunica com um nervo motor, responsável
pelos movimentos. Portanto, o sistema nervoso periférico é constituído por fibras que fazem a
conexão entre o sistema nervoso central e o órgão efetor, no caso da transmissão de impulsos
sensitivos; ou ao efetor, quando o impulso é motor. Os nervos se dividem em dois grandes
grupos: 31 pares de nervos espinais, que têm a origem a partir das raízes nervosas da medula
espinal que vão inervar os músculos, órgãos e glândulas do tronco e membros, e 12 pares de
nervos cranianos, que emergem do encéfalo e inervam na sua maioria músculos e órgãos da
cabeça e pescoço .

Figura | Nervos cranianos e espinais

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Quadro | Nervos cranianos

Nervos Funções
Olfatório (I) Sensitivo especial: olfação.
Ótico (II) Sensitivo especial: visão.
Motor somático: movimento dos bulbosdos olhos e da pálpebra
superior.
Oculomotor (III)
Motor autônomo: acomodação da lente
para a visão e constrição da pupila.
Motor somático: movimento dos bulbosdos olhos.
Troclear (IV)
Misto:
Sensitivo: sensações táteis, álgicas e térmicas do escalpo, face e
cavidade oral(incluindo dentes e dois terços anterioresda língua).
Trigêmeo (V) Motor (branquial): mastigação e controle
da musculatura da orelha média.

Motor somático: movimento dos bulbosdos olhos.


Abducente (VI)
Misto:
Sensitivo: gustação nos dois terços anteriores da língua.
Sensações táteis, álgicas e térmicas da peledo meato acústico externo.
Motor (branquial): controle dos músculos da mímica facial e da
musculatura da orelhamédia.
Facial (VII)
Motor (autônomo): secreção de lágrimas e
saliva.

Vestibulococlear (VIII) Sensitivo especial: audição e equilíbrio.


Misto:
Sensitivo: gustação no terço posterior da língua; propriocepção de alguns
músculos mastigatórios e monitoramento da pressão artéria sanguínea e
dos níveis de oxigênio egás carbônico no sangue.
Motor (branquial): sensações táteis, álgicas e térmicas da pele da orelha
Glossofaríngeo (IX) externa e da faringe superior.
Motor (autônomo): auxilia na deglutição e
secreção da saliva.

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Sensitivo: gustação na epiglote; propriocepção dos músculos da
faringe e da laringe; monitoramento da pressão sanguínea e dos níveis
de oxigênio e gás carbônico no sangue; sensações táteis,
Motor (branquial): sensibilidade de
órgãos torácicos e abdominais.
Motor (autônomo): deglutição, vocalização e tosse; motilidade e
secreção de órgãos do sistema digestório; constrição das vias
respiratórias; diminuição da frequência
cardíaca.

Motor somático: fala, movimentos da línguae mastigação.


Hipoglosso (XII)

Os nervos espinais são constituídos de feixes de axônios que estão envolvidos por várias
camadas de tecido conjuntivo. Emergem de toda a extensão da medula espinal e são
responsáveis por conectar o SNC aos receptores sensitivos, aos músculos e às glândulas de todo
o corpo humano. São 31 pares de nervos espinais que são nomeados e numerados de acordo
com o nível que emergem da coluna vertebral.

Vamos entender como é formado o nervo espinal. Cada um deles é formado por uma raiz dorsal
motora e por uma ventral sensitiva. A raiz sensitiva com suas fibras adentra o gânglio sensitivo
e, após passar por ele, as raízes se unem e formam o nervo espinal, desta forma os nervos
espinais são mistos, ou seja, transmitem tanta informação sensitiva quanto motora.

Após a formação dos nervos, seus ramos anteriores, com exceção dos nervos torácicos de T2 a
T12, não encaminham diretamente aos seus respectivos órgãos efetores e, sim, formam redes
axônicas denominados plexos nervosos, estes se formam em ambos os lados da coluna
vertebral. Os principais plexos são: cervical, braquial, lombar, sacral e coccígeo. São
denominados de acordo com a região que vão inervar.

Sistema Nervoso Autônomo (SNA)

O sistema nervoso periférico (SNP) é dividido em três partes: sistema nervoso somático (SNS),
sistema nervoso autônomo (SNA) e sistema nervoso entérico (SNE). O SNS apresenta controle
sensitivo e motor, principalmente dos músculos estriados esqueléticos, de forma consciente. O
SNE controla o funcionamento do sistema digestório e antigamente era considerado parte do
SNA, sua ação é involuntária. O SNA apresenta neurônios sensitivos que captam informações
de receptores sensitivos autônomos, presentes em órgãos viscerais, e transmite para o SNC e
neurônios motores que conduzem respostas do SNC para estes órgãos viscerais, sendo assim,
sua ação é inconsciente e, portanto, involuntária.

A parte motora do SNA é dividida em simpática e parassimpática. Geralmente apresentam ações


opostas, porém existem poucas exceções em que acontece de o órgão receber tanto ramos do
simpático como do parassimpático.

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De maneira geral, o SNA controla as funções dos órgãos viscerais e das glândulas. Os dois
componentes, simpático e parassimpático, são estimulados por múltiplos centros encefálicos,
localizados, principalmente, no hipotálamo e no tronco cerebral.

As diferenças entre esses dois componentes são: distribuição anatômica das fibras nervosas,
efeitos estimulantes muitas vezes antagônicos e tipos de substâncias transmissoras
(neurotransmissores) em geral diferentes.

- Anatomia do sistema nervoso autônomo simpático

Os nervos periféricos simpáticos, juntamente dos nervos espinais, apresentam sua origem nos
seguimentos torácicos e nos dois primeiros segmentos lombares da medula espinal. Eles chegam
até as cadeias simpáticas, que estão situadas uma a cada lado da coluna vertebral, com seus
gânglios simpáticos. Após passar por esta cadeia, os nervos terminais simpáticos se distribuem
por todo o organismo.

As principais funções do sistema nervoso simpático são: controle das glândulas sudoríparas
equilibrando a sudorese; controle da vasoconstrição da pele e consequentemente da perda de
calor pelo corpo; controle da pressão arterial e da frequência cardíaca; inibição dos movimentos
gastrintestinais e das secreções de suas mucosas, e aumento do metabolismo celular do
organismo como um todo.

-Neurônios pré e pós-ganglionares do sistema simpático: são transmitidos sinais simpáticos para
a periferia a partir de dois neurônios, o primeiro está localizado na coluna lateral da substância
cinzenta da medula espinal, sua fibra pré-ganglionar passa para a cadeia simpática onde faz
sinapse com o segundo neurônio no gânglio simpático. A fibra do segundo neurônio, a pós-
ganglionar, segue até o órgão efetor.

-Anatomia do sistema nervoso autônomo parassimpático

O sistema nervoso parassimpático, por sua vez, se origina a partir de vários nervos cranianos e
de segmentos sacrais da medula espinal. Alguns exemplos de ação deste sistema são: as fibras
parassimpáticas no nervo oculomotor, que controlam o foco da visão dos olhos, além da
dilatação das pupilas; as fibras parassimpáticas nos nervos vago e glossofaríngeo controlam a
secreção da saliva, o ritmo da frequência cardíaca, a secreção gástrica e pancreática e muitas das
contrações da parte superior do tubo gastrintestinal; e as fibras parassimpáticas, de origem
sacral, controlam o esvaziamento da bexiga e do reto.

Todas as terminações parassimpáticas secretam o neurotransmissor acetilcolina e, por este


motivo, essas fibras são camadas colinérgicas.

-Neurônios pré e pós-ganglionares do sistema parassimpático: os corpos dos neurônios pré-


ganglionares ficam no tronco encefálico e na medula espinal sacral e suas fibras pré-
ganglionares seguem trajeto direto até o órgão efetor e fazem sinapse com o segundo neurônio,
que está localizado na parede do órgão, as fibras pós- ganglionares de pequeno comprimento
enfim penetram no órgão fazendo o controle Hipotálamo.

O hipotálamo faz parte do encéfalo, sendo importante no controle das "funções vegetativas" do
organismo, ou seja, conjunto das funções orgânicas internas que são subconscientes, incluindo a
maioria das funções do sistema nervoso autônomo.

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No hipotálamo existem muitos núcleos que exercem funções reguladoras tais como: regulação
da temperatura corporal, pelo controle da perda de calor pelo corpo, da sudorese, da intensidade
da produção de calor pelos tecidos, pela variação de vasoconstrição cutânea e pelo controle do
metabolismo celular; regulação do sistema cardiovascular, ritmo da frequência cardíaca e da
pressão arterial; regulação da água corporal, por meio do controle da sede e do mecanismo de
ingestão de água e pela secreção de hormônio antidiurético que atua sobre o rim, fazendo com
que retenha água; regulação da alimentação, através da excitação do centro da fome no
hipotálamo; controle da excitação e da raiva, na situação especial de ameaça à vida; controle da
secreção de hormônios secretados pelas glândulas endócrinas espalhadas pelo organismo;
controle de, pelo menos, metade de todas as funções metabólicas do corpo; sensação
somestésica como tato, pressão, calor, frio, dor e angulação das articulações e controle da
interpretação dos sinais sensoriais.

O tálamo também faz parte do encéfalo e é responsável por determinar o tipo de sensibilidade,
denominado modalidade sensorial, em que um indivíduo experimenta um dos tipos de
sensibilidade, tato, pressão, frio, calor ou dor. Quando essa informação sensitiva é transmitida
do tálamo ao córtex sensitivo, é nele que esta informação se torna consciente, sendo possível
determinar de qual ponto do corpo a informação sensitiva se origino.

É importante ressaltar que as informações sensitivas de dor desempenham papel fundamental na


proteção dos tecidos corporais contra qualquer lesão. Portanto, a própria lesão do tecido é que
estimula as terminações nervosas da dor. Quando estas são estimuladas, o sistema sensitivo da
dor gera respostas múltiplas, começando com os reflexos de defesa que são integrados na
medula espinal, e causam a retirada imediata do segmento corporal que sofreu os estímulos
dolorosos. A dor ainda provoca elevado nível de excitabilidade tanto no tronco encefálico
quanto no cérebro, o que gera reações do tipo gritar, correr ou lutar.

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UNIDADE IX-SISTEMA ENDOCRINO

Já o sistema endócrino apresenta uma resposta mais lenta, com resultado duradouro, e isto
acontece por meio da liberação de substâncias denominadas hormônios, os quais agem sobre o
órgão-alvo.

O sistema endócrino é formado por tecidos e glândulas que secretam produtos químicos
responsáveis por controlar grande parte das funções biológicas, denominados hormônios, os
quais agem em receptores específicos em tecidos-alvo. As glândulas endócrinas secretam esses
hormônios, que são conduzidos pela corrente sanguínea. Desta forma, essas glândulas, por meio
de seus hormônios, são responsáveis pelo crescimento, pelo funcionamento e pela regulação de
vários órgãos, por exemplo as características morfológicas masculinas e femininas, e também
podem influenciar no comportamento das pessoas. Portanto, os hormônios atuam na
manutenção da homeostasia do organismo, proporcionando excelente funcionamento. Também
existem as glândulas exócrinas, que são aquelas que secretam e liberam suas substâncias a partir
de um ducto que se abre diretamente no órgão- alvo, por exemplo as glândulas salivares.

Existem dois tipos de hormônios:

•Hormônios locais: têm efeitos locais específicos e atuam em locais restritos, como: secretina,
que é liberada pelo duodeno e causa a secreção do pâncreas, e colecistocinina, liberada no
intestino delgado e atua na vesícula biliar. Ambos os hormônios atuam somente no sistema
digestório.

•Hormônios gerais: a maioria destes hormônios é secretada por glândulas específicas. Eles são
transportados no sangue para todo o corpo, causando reações diferentes, como a epinefrina
(adrenalina), secretada pela suprarrenal em resposta à estimulação simpática, e a insulina,
secretada pelo pâncreas, onde atuam em praticamente todas as células do organismo. Os
hormônios gerais têm ação endócrina, caem na corrente sanguínea e atuam longe do local de
produção.

Embora a maioria dos órgãos possa exibir atividade endócrina, os órgãos endócrinos mais
estudados são: hipotálamo; hipófise; tireoide; paratireoides; glândulas suprarrenais ou adrenais;
gônadas (testículos e ovários); Ilhotas de Langerhans pancreáticas e glândulas mamárias.

Outros órgãos que também apresentam atividade endócrina são:

•Coração: produz o peptídeo atrial natriurético, que tem como função normalizar a volemia
sanguínea e a pressão arterial.

•Rins: produzem o calcitriol (vitamina D) e aumentam a absorção de cálcio pela via intestinal,
inibindo a excreção desse mineral pelos rins (urina).

•Fígado: produz a somatomedina (fator de crescimento tipo insulina) e estimula o crescimento


em inúmeros tecidos.

•Glândula pineal: produz melatonina, a qual tem como principal função regular o sono, ou seja,
em um ambiente escuro e calmo, os níveis de melatonina do organismo aumentam, resultando
em sono.

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•Pele: produz calciferol (vitamina D) e atua na absorção e deposição de cálcio no organismo,
prevenindo a osteoporose, raquitismo e osteomalácia. Ainda, auxilia a secreção de insulina pelo
pâncreas, modula as células de defesa e controla as contrações do músculo cardíaco e a pressão
arterial.

•Trato gastrintestinal: produz gastrina, colecistocinina, secretina, entre outros hormônios que
auxiliam no processo digestivo.

Figura| Principais glândulas do corpo

Classes gerais de hormônios

•Proteicos: a maioria dos hormônios pertence a esta classe e varia de tamanho, desde pequenos
peptídeos até pequenas proteínas. São hormônios secretados pela hipófise anterior e posterior,
pelo pâncreas (insulina e glucagon), pelas glândulas paratireoides (hormônio paratireoidianos),
entre outros.

•Esteroides: o colesterol é o precursor de todos os hormônios esteroides, sintetizados, em parte,


pelas células produtoras do hormônio, e a maioria, fornecida pelo plasma, secretada pelo córtex
adrenal (cortisol e androsterona), pelos ovários (estrogênio e progesterona), pelos testículos
(testosterona) e pela placenta (estrogênio e progesterona).

•Aminados: são as aminas, secretados pela tireoide (tiroxina e triiodotironina) e pela medula
adrenal (epinefrina e norepinefrina).

Mecanismos de ação dos hormônios na célula

O hormônio se liga aos receptores específicos na célula-alvo. Quando a célula não possui esses
receptores, o hormônio não é capaz de se ligar a ela e, consequentemente, não exercerá ação
sobre ela. As células que não têm receptores específicos para esses hormônios não respondem.
Assim, as glândulas endócrinas, por meio da secreção de seus hormônios, são responsáveis pelo

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crescimento, pelo desenvolvimento, pela reprodução e pela regulação de diversos órgãos, além
de controlar os processos metabólicos do organismo, como exemplo, as características
morfológicas masculinas e femininas e o comportamento dos indivíduos. Sendo assim, os
hormônios são os responsáveis pelo funcionamento eficaz do organismo.

As características das respostas da ação hormonal ocorrem adequadamente somente quando


acontece a combinação com as células-alvo específicas.

Principais glândulas endócrinas e hormônios do corpo humano

•Hipotálamo e hipófise

O hipotálamo, além de ser responsável pelo funcionamento dos órgãos, regula a liberação e a
inibição dos hormônios da hipófise (principal glândula do corpo humano) por meio dos
hormônios hipotalâmicos ou fatores liberadores ou inibidores da hipófise. Também, produz os
hormônios ocitocina e antidiurético (ADH), que são estocados na hipófise posteriormente. Desta
forma, o hipotálamo recebe informações do sistema nervoso e secreta hormônios que atuam
sobre a hipófise.

A hipófise, também conhecida como glândula pituitária, é uma pequena glândula que se localiza
na base do crânio e se comunica com o hipotálamo, com o qual guarda importantes relações
anatômicas e funcionais. A hipófise é dividida em lobo anterior (adeno-hipófise) e lobo
posterior (neuro-hipófise).

Figura | Hipotálamo e glândula hipófise

A hipófise anterior ou adeno-hipófise secreta os seguintes hormônios: hormônio


adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio tireoestimulante (TSH), hormônio de crescimento
(GH), hormônio folículo estimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), prolactina e hormônio
melanócito-

estimulante (MSH). Já a hipófise posterior ou neuro-hipófise secreta apenas dois hormônios, a


ocitocina e o antidiurético.
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Hormônios do lobo anterior da hipófise – adeno-hipófise

- Hormônio do crescimento – GH: conhecido também como GH (hormônio do crescimento),


hormônio somatotrófico e somatotrofina. O GH é secretado em intervalos de duas horas e suas
grandes flutuações diurnas dependem de uma série de fatores regulatórios. Um pico regular
noturno ocorre cerca de uma a duas horas após o início do sono profundo. A concentração
plasmática de GH em crianças que estão na fase de crescimento não é significantemente mais
elevada que em adultos. O hormônio liberador do hormônio do crescimento, produzido pelo
hipotálamo, é o fator hormonal que estimula a produção e liberação de GH pela hipófise. No
entanto, vários outros fatores são capazes de estimular esse processo. A somatostatina,
hormônio produzido no pâncreas, é o principal fator hormonal inibidor da produção de GH.
Dentre seus diversos efeitos, pode-se citar o crescimento dos ossos e das cartilagens.

- Prolactina: também conhecida como hormônio lactogênico, seu papel claramente estabelecido
é iniciar e manter a lactação e o desenvolvimento das mamas. A prolactina tem sua produção
regulada pelo hipotálamo. Outros fatores, como o sono profundo, o estresse, o exercício físico, a
amamentação e o estímulo táctil da mama também estimulam a liberação de prolactina, além
dos estrógenos.

- Hormônio adrenocorticotrófico ou corticotrofina: os neurônios hipotalâmicos estimulam a


secreção de hormônio adrenocorticotrófico pela adeno-hipófise. A produção de hormônio
adrenocorticotrófico e de endorfinas também pode ser estimulada pelo estresse e por exercícios
físicos. Por sua vez, essa produção é inibida pelo cortisol oriundo das glândulas adrenais. Sua
principal função é estimular a produção de cortisol pelo córtex renal da glândula suprarrenal.

- Hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH): as gonadotrofinas são hormônios


que atuam nas gônadas femininas (ovários) e masculinas (testículos), estimulando a produção de
estrógeno, progesterona e testosterona. As duas principais gonadotrofinas são o hormônio
folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). O FSH exerce seus efeitos nas
gônadas masculina e feminina. No homem, a sua ação é promover a gametogênese através da
produção de proteínas reguladoras, que se ligam à testosterona, mantendo um nível androgênico
necessário à espermatogênese. Na mulher, o FSH atua no crescimento do folículo ovariano,
induz o aumento da expressão de receptores para o LH e age induzindo proliferação celular e
produção de estrógenos a partir de andrógenos.

O LH atua no homem estimulando a produção de testosterona, além disso, esse hormônio é


responsável pelo aparecimento das características sexuais secundárias masculinas e pelo apetite
sexual tanto nos homens quanto nas mulheres. Nas mulheres, ele estimula a produção de
andrógenos e a ovulação. Tanto a produção de FSH como a de LH pela hipófise é estimulada
por um hormônio hipotalâmico, o hormônio liberador de gonadotrofinas.

-Hormônio estimulador da tireoide ou tireotrofina: tem sua produção estimulada pelo


hipotálamo e inibida pelos hormônios tireoidianos. Estimula várias funções nas células
tireoidianas, responsáveis pela produção dos hormônios tireoidianos T3 e T4.

- Glândula tireoide: a glândula tireoide mantém o metabolismo dos tecidos em nível funcional
adequado. O hormônio tireoidiano age estimulando o consumo de oxigênio das células do
organismo, ajuda a regular o metabolismo dos carboidratos e dos lipídeos, além de ser

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necessário para o crescimento e a maturação normal das células. A ausência da glândula tireoide
causa alguns prejuízos ao organismo, como lentidão física e mental, nanismo e déficit cognitivo
em crianças e menor resistência ao frio. Já o excesso de secreção dos hormônios tireoidianos
gera desgaste corporal, taquicardia, tremores, nervosismo e sudorese.

A função tireoidiana é regulada pelo hormônio tiroestimulante (TSH) da hipófise anterior. Os


principais hormônios secretados pela glândula tireoide são: tiroxina (T4), tri-iodotironina (T3) e
calcitonina. A calcitonina controla o nível de cálcio no sangue (retira do sangue e armazena nos
ossos).

- Glândulas paratireoides: são quatro glândulas muito pequenas, localizadas na face posterior da
tireoide. Seu hormônio é o paratormônio. Sua função é regular o nível de íons cálcio e fosfato
no plasma sanguíneo (retira o cálcio dos ossos e libera no sangue). A redução da taxa de cálcio
no plasma causa o estímulo das paratireoides, que liberam seu hormônio. O paratormônio age
sobre as células ósseas, aumentando o número de osteoclastos e, consequentemente, promove a
absorção da matriz óssea. Já a elevação do cálcio plasmático diminui a produção de
paratormônio. Além de elevar o cálcio sanguíneo, o paratormônio reduz a taxa de íon fosfato no
plasma. Esse efeito é consequência de um aumento da perda de fosfato na urina. O
paratormônio diminui a absorção de fosfato do filtrado glomerular pelos túbulos do néfron,
aumentando a eliminação de cálcio.

- Glândulas suprarrenais ou adrenais: são duas, situadas sobre cada rim, compostas por duas
camadas, a cortical ou córtex da adrenal e medular ou medula da adrenal, podendo as duas
camadas ser consideradas órgãos distintos.

Medula Adrenal: seus hormônios são adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina), os


quais agem no preparo do organismo para enfrentar situações de estresse.

Córtex Adrenal: seus hormônios são: cortisol, esteroides de ampla ação sobre o metabolismo
dos carboidratos e das proteínas; e aldosterona (mineralocorticoides), essenciais na manutenção
do equilíbrio de sódio e do volume do líquido extracelular. A regulação principal da secreção
adrenocortical é exercida pela hipófise, no entanto a secreção de mineralocorticoides também é
influenciada por outras substâncias, como a angiotensina II, formada na corrente sanguínea pela
ação da renina, enzima secretada pelo rim. A angiotensina II também exerce importante função
na manutenção dos níveis normais da pressão sanguínea (pressão arterial).

- Glândula pineal: situada entre os hemisférios cerebrais, na parte superior do tálamo, possui
uma forma oval. Secreta o hormônio denominado melatonina, que é sintetizado a partir da
serotonina (um neurotransmissor). Essa glândula é estimulada por meio da luminosidade do
ambiente externo. As informações adquiridas pelo estímulo atingem a glândula através dos
impulsos nervosos, que têm origem na retina dos olhos. Esses impulsos alcançam o hipotálamo
e são conduzidos à medula espinal. Nesta, são conduzidos, através das fibras nervosas
simpáticas, até o cérebro, e finalmente atingem a glândula pineal. Em resposta a esses estímulos
luminosos, a glândula reduz a secreção da melatonina. Dessa forma, a quantidade de estímulo
de luz regula a secreção hormonal, portanto o hormônio sempre atingirá a concentração máxima
durante o período de sono.

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Sendo assim, a melatonina regula o ritmo circadiano (ritmo dia/noite) e atua no controle de
eventos biológicos cíclicos, como o ciclo reprodutivo feminino (ciclo menstrual). Este
mecanismo em que a melatonina age neste ciclo ainda é pouco conhecido, porém o hormônio
parece estar envolvido no controle do início da puberdade. A melatonina pode apresentar papel
inibitório sobre o hipotálamo e impedir a produção de hormônio liberador de gonadotrofina. A
diminuição ou ausência da produção de melatonina implica no aumento de LH (hormônio
luteinizante) e FSH (hormônio folículo- estimulante), ambos hormônios gonadotróficos,
produzidos pela hipófise, que determinam a puberdade precoce – e recentemente a melatonina
também foi relacionada ao controle do desejo sexual.

-Pâncreas – Ilhotas de Langerhans: constituem a porção endócrina do pâncreas e se apresentam


na forma de aglomerados arredondados de células que estão imersos no tecido pancreático. Os
hormônios pancreáticos são secretados pelas Ilhotas de Langerhans do pâncreas e são eles: a
insulina e o glucagon, com importantes funções na regulação do metabolismo dos carboidratos,
das proteínas e das gorduras. A insulina causa o aumento e o depósito de glicose, ácidos graxos
e aminoácidos, e o glucagon age na mobilização da glicose, dos ácidos graxos, dos aminoácidos
e dos depósitos para a corrente sanguínea. Portanto, agem de forma antagônica em sua ação
final, e são, em muitas circunstâncias, secretados de modo contrário.

Hormônios do lobo posterior da hipófise - neuro-hipófise

- Hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina: ADH tem como principal ação o aumento da
concentração da urina por meio do aumento da permeabilidade da água pelos túbulos coletores
dos rins, o que permite a maior quantidade de reabsorção de água para a corrente sanguínea.
Quando apresenta altas concentrações de ADH no sangue, ocorre a constrição das arteríolas e o
aumento da pressão arterial. Essa resposta pode ser importante durante um episódio de grave
hemorragia. A velocidade de liberação do ADH é controlada pela concentração do plasma e do
volume sanguíneo.

- Ocitocina: sintetizada pelos neurônios hipotalâmicos, posteriormente é armazenada no lobo


posterior da hipófise, na neuro- hipófise. Estímulos táteis na região areolar da mama da mulher
ativam receptores ali presentes que ativam vias neurais somestésicas, as quais vão transmitir
estes sinais para o hipotálamo, gerando a secreção de ocitocina e a consequente liberação do
leite que estava armazenado nas glândulas mamárias da mama. A ocitocina promove a
contração de células que circundam os ácinos mamários e ocasionam a ejeção do leite. Com o
passar do tempo, o reflexo de secreção não é mais necessário; basta a mãe ter o estímulo da
visão do bebê ou da percepção de sons emitidos por ele para secretar ocitocina.

A estimulação da região genital também incentiva a liberação de ocitocina, tanto no ato sexual
como no momento do parto. Embora os homens também produzam ocitocina em resposta à
estimulação genital, o papel desse hormônio no sexo masculino é ainda desconhecido. Desta
forma, os efeitos fisiológicos da ocitocina são: estímulo da contração das células mioepiteliais
da mama com ejeção do leite e estímulo da contração da musculatura lisa uterina, com
importante papel no momento do trabalho de parto.

A secreção de ocitocina pode ser inibida e reduzida por algumas causas, como estresse
emocional; fatores psíquicos como o medo; ativação do sistema nervoso simpático; liberação de
adrenalina e noradrenalina; e, ainda, pela ingestão de álcool etílico.

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UNIDADE X- SISTEMA TEGUMENTAR

Conceito : e um conjunto de estruturas externas que formam o revestimento externo dos


seres vivos.Este revestimento e chamado de tegumento ou integumrnto e nos
vertebrados tabem e chamado de pele.

Constituicao: as estruturas que o sistema tegumentar compoe sao : celulas,tecido


conjuntivo, escamas,pelos ,penas ,chifres e entre outros.

Ja nos seres vertebrados possuem pele constituida por duas camadas que sao: a mais
superficial a epiderme formada por varias camadas de celulas de epitelio estratificadas
e a mais interna a derme formada principalmente por tecido conjutivo.

Funcoes:

Dentre as funcoes do sistema tegumentar destacamos

1.Protecao mecanica

2.Recepcao de estimulos externos

3.Regulacao da temperatura corporal

4.Respiracao

5.secrecao

6.Identificacao sexual

7.Favorece a sintese de vitamina D na maioria dos vertebrados terrestres.

Epiderme:e a camada mais superficial da pele ou seja aque mais esta em contacto com o
exterio, formado por tecido epitelial multiestratificado isto e formada por varias
camadas de celulas justapostas.

Anexos da Epiderme:

.Pelos

.Unhas

.Chifres

.Dentes

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A epiderme penetra na derme originando os pilosos, glandulas sebacias e glandulas
sudoriparas.na derme ainda encontramos o musculo eretor da pele ,fibras elasticas,fibras
colaginas e vasos sanguineos e nervos.

Camadas:

.Basal

.Espinhosa

.Cornea

.Transparente

Derme: encontra se imediatamente sob a Epiderme e um tecido conjuntivo que contem


cfibras proteica,vasos sanguineos e terminacoes nervosas, orgaos sensorias e
glandulares, as principais celulas da derme sao fibrioblastos responsaveis pela producao
de fibras e uma substancia amorfa na qual os elementos dermicos estao mergulhados.

Camadas:

.Papilar

.Reticular

Tecido subcutaneo:

Sob a pele a uma camada de tecido conjutivo frouxoo tecido subcutaneo rico em
celulas quem armazenam gorduras. A camada subcutanea denomina se hipoderme, atua
como reserva de energia e nos protege contra choques mecanicos e isolamento termico.

Unhas e Pelos : estes sao constituidas por celulas epidermicas queratinizadas, mortas e
compactadas. Na base da unha ou pelos existem celulas se multiplicando empurando as
celulas velhas para cima. Estas ao se acumular queratina morrem e se compactuam
originando unha ou pelos.Cada pelo esta ligado a um musculo eretor que lhe permite a
movimentacao e a uma ou mais glandula sebacia que permite sua lubrificacao.

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