Sociologia
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https://comunicacidadao.wordpress.com/2010/06/10/fichamento-–-mundializacao-e-cultura-o
rtiz-renato/
https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-de-santa-maria/sociologia-da-
comunicacao/fichamento-de-mundializacao-e-cultura-renato-ortiz/11702157?origin=course-s
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Umberto eco
de um lado os que viam a cultura de massa como a anticultura que se contrapõe à cultura
num sentido aristocrático – sendo, portanto, um sinal de decadência; e de outro os que viam
nesse fenômeno o alargamento da área cultural com a circulação de uma arte e de uma
cultura popular consumidas por todas as camadas sociais.Uns recusam, outros aceitavam.
Confrontavam-se pessimistas e otimistas. O apocalíptico consolava o leitor porque o eleva
acima da banalidade média. Era super-homem, segundo Eco, porque estava acima da
massa e dela não fazia parte. O integrado, por sua vez, convidava o leitor à passividade ao
aceitar o consumo acrítico dos produtos da cultura de massa.
será que as análises desse fenômeno ainda refletem pólos dicotômicos? Os conceitos
“apocalípticos e integrados” foram esquecidos ou ainda ajudam a tipificar as análises sobre
o impacto das tecnologias da informação na sociedade contemporânea? Há uma nova
forma de reflexão sobre a comunicação em tempos de globalização que supere as análises
dualistas?
equilíbrio necessário para que não se caia nos extremos fatalistas ou apologistas. É preciso
ter em mente que estamos diante do desafio de dar forma conceitual sólida a um campo de
investigação em mudanças. Os desdobramentos do impacto das tecnologias da informação
e da comunicação na era da globalização são indefinidos e múltiplos, vários e complexos,
abrangentes e com implicações sobre todos os segmentos da vida política, social,
econômica e cultural. Para uma reflexão compreensiva é fundamental encarar esse
fenômeno contemporâneo como um processo histórico-social de uma outra natureza, que
pode ser explicado pelos seus nexos e relações, mas dentro de um novo paradigma no qual
o conhecimento tende a ser plural, multidimensional e não dualista. Enfim, as tecnologias
não salvam, mas não conduzem necessariamente ao inferno.
Castells
A ideia básica dessa teoria é que se você quiser entender os meios de comunicação e
seu impacto, deve analisá-los em relação aos tipos de ação e interação que eles tornam
possíveis e criam.
“O homem é um animal suspenso em teias de significado que ele mesmo teceu”. E, assim, as
mídias cumprem o papel de “rodas de fiar”, nas quais os seres humanos “fabricam suas teias de
significação para si mesmo” (p. 36), sempre socialmente contextualizadas. E, se a atividade
simbólica é uma característica penetrante da vida social, as instituições da mídia “se orientam
para a produção em larga escala e a difusão generalizada de formas simbólicas no espaço e no
tempo”
Outra atribuição dos meios é aquela em referência à sua capacidade de multiplicar, ou seja, de
reproduzir as formas simbólicas. Essa reprodutibilidade está na base da exploração comercial
dos meios de comunicação e garante a viabilidade comercial das organizações de mídia, por
meio do exercício de controle sobre a reprodutibilidade de uma obra.
não é o número de pessoas (audiência) que definiria o termo “massa”, mas sim a disponibilidade
do conteúdo simbólico, “a princípio para uma grande pluralidade de destinatários” (p. 50).
Tampouco, o autor concorda com a perspectiva crítica de que seria uma massa de destinatários
passivos e indiferenciados.
O autor aponta que o sentido de distância se tornou dependente de duas variáveis – tempo de
viagem e velocidade de comunicação. E é nos aspectos rotineiros e práticos que podemos
entender a natureza da atividade receptiva de um produto da mídia. O sentido que os indivíduos
lhe atribuem varia de acordo com a formação e a condição social, “de tal maneira que a mesma
mensagem pode ser entendida de várias maneiras em diferentes contextos” (p. 66). Essa
recepção se sobrepõe, se imbrica a outras atividades mais complexas e se relacionam com
outros aspectos da vida, numa velocidade cada vez mais acelerada.
Um indivíduo não precisa mais estar presente no mesmo âmbito espácio-temporal para que
possa ver um outro indivíduo ou para acompanhar uma ação ou acontecimento: uma ação ou
acontecimento pode fazer-se visível para outras pessoas através da gravação e transmissão
para os que não se encontram presentes fisicamente no lugar e no momento do ocorrido. O
campo da visão é ampliado espacialmente e pode também ser alargado tempo realmente: uma
pessoa pode testemunhar «ao vivo» eventos que acontecem em lugares distantes, isto é, no
momento em que ocorrem; uma pessoa pode ainda testemunhar eventos distantes ocorridos no
passado e que, graças à capacidade de preservação do meio, podem ser re-apresentados no
presente.
O significado não é estático, fixo, transparente, mas um fenômeno complexo, mutável, muito
dependente da estrutura que ele traz para sustentar o processo, “ao interpretar formas
simbólicas, os indivíduos as incorporam na própria compreensão que tem de si mesmo (...)
Apropriar-se de uma mensagem é apoderar-se de um conteúdo significativo e torna-lo próprio”
(p. 70).
Quanto mais esses materiais simbólicos são extraídos de fontes diversas, mais os indivíduos
experimentam o choque de valores como um conflito pessoal – isto é, como um conflito entre as
competitivas exigências que lhe são feitas ou entre os incompatíveis objetivos a que aspiram.
De qualquer maneira, os indivíduos são constantemente chamados a reconciliar, ou
simplesmente a manter em difícil equilíbrio, mensagens que conflitam umas com as outras ou
com valores e crenças enraizadas nas práticas rotineiras e na vida cotidiana. (THOMPSON,
2014: 229)