Quem Não Se Comunica

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Quem não se comunica, se trumbica!

Quando um casal se conhece, não para de conversar! O assunto parece que


não acaba nunca! Os dois contam tudo o que lhes acontecem. Falam de
passado, presente e futuro. Falam de sonhos, desejos e preferências. Mas
depois de algum tempo, vão perdendo o ritmo e deixam a comunicação
esfriar! Saiba o que fazer para não cair nessa armadilha! - por Rosana Braga

Sábio Chacrinha! Sua célebre assertiva merece ser repetida,


especialmente quando o assunto é relacionamento! Afinal, não
há amor à primeira vista ou atração fatal que resista a um
casal que não consegue conversar , que não consegue falar
sobre si, seus desejos e planos.

Outro dia, li num jornal de grande circulação que a Madonna


havia terminado seu relacionamento de cerca de um ano com
o modelo brasileiro Jesus por falta de assunto. E fiquei
pensando sobre o que acontece com tantos casais que, depois
de algum tempo juntos, parecem que já não sabem o que dizer,
como dizer ou talvez até por que dizer qualquer coisa um ao
outro.

Partindo do princípio de que amor é sinônimo de intimidade


e cumplicidade, creio que seja praticamente condição sine qua
non que o casal troque confidências, confie um no outro a
ponto de lhe contar o que aconteceu de interessante no dia,
entre outros detalhes para que o laço de afeto se fortaleça e se
sustente...Porém, para que essa comunicação exista, é preciso
disponibilidade de ambos.
O casal precisa querer manter um vínculo que é muito mais
sutil e, não raro, mais forte que aquele que se consegue
dividindo a mesma cama, a mesma mesa e o mesmo teto. Isso
porque costumamos entrar no “piloto automático” e
simplesmente deixar a vida rolar, dia após dia, sem nos darmos
conta das escolhas que fazemos a cada palavra proferida, a
cada olhar e até mesmo do silêncio que se instala
sorrateiramente...

Acreditamos, ingenuamente, que o fato de dormirmos e


acordarmos juntos todos os dias já é suficiente para garantir o
relacionamento. E assim, milhares de casais vão levando a
relação por 20, 30, 50 anos. Mas a que preço? À custa de
quanto vazio, quanta tristeza, quanta mágoa?

Até os casais que se entendem muito bem sexualmente podem


ter problemas na hora em que começam a conversar.

Diante dos temas mais banais, terminam discutindo,


discordando um do outro por questões tolas, e isso nada mais é
que a revelação indireta de que algo está mal resolvido entre eles. Algo
não foi dito, não foi conversado, certamente.

O fato é o seguinte: em qualquer relacionamento, mas


principalmente no amoroso, comunicação é essencial!
Acredite! Quem não se comunica, se trumbica de verdade!
Não tem saída! Não há paliativos! É preciso investir no
diálogo. E se a grande questão for “como?”, vou tentar
ajudar...
Comunicação pode ser resumida de um modo muito simples,
para que se comece a entender como é que a coisa funciona:
um fala e o outro, nesse momento, precisa realmente
escutar. Escutar com interesse, escutar com atenção, escutar
com o coração aberto! E não escutar como a maioria de nós
escuta, ou seja, já pensando no que vai responder, totalmente
interessado em ter razão, em derrubar o argumento do outro,
em provar que ele está errado!

Assim, minha gente, não há comunicação que dê resultado!


Não há relacionamento que seja harmonioso! Não há
conversa que acabe em conciliação e satisfação. Por mais que
um pareça estar com a razão e o outro, equivocado, o final
dessa dinâmica é sempre ruim. Porque a sensação que fica é
de que conversar não adianta nada. De que nunca se consegue
chegar a um consenso e falar, em última instância, é pura perda
de tempo!

E assim, alimentando essa crença desastrosa, os casais vão se


falando cada vez menos, se ouvindo cada vez menos e se
sentindo cada vez mais sozinhos, mais
descasados(*desnamorados*). O que antes era uma comunhão,
uma parceria e uma troca, agora virou silêncio, saudade e
solidão!
Se você quer mudar o rumo dessa história, sugiro que comece
a ouvir. É, eu sei que você vai dizer que é o outro quem não
te escuta, não te dá atenção e nunca está interessado no que
você tem a dizer. Talvez seja mesmo, mas isso não importa
agora! Se você realmente deseja recuperar a motivação desse
amor, disponha-se a ouvir com todo o seu ser! Pare tudo e
arrisque: “eu gostaria de saber, de verdade, como você gostaria
que eu agisse, o que gostaria que eu fizesse para que
você se sinta mais feliz?”. E ouça a resposta! Demore ela o
quanto demorar, doa o quanto doer, escute a resposta!

Certamente, virão críticas, acusações, ressentimentos


passados, sujeiras serão retiradas debaixo do tapete e você
sentirá vontade de se defender inúmeras vezes. Mas não faça
isso! Agora não é o momento! Agora é hora de ouvir
atentamente tudo o que o outro tem a dizer. Esteja interessado
realmente em saber o que você tem feito, dia após dia, que o
tem magoado tão profundamente. E, mais do que isso, esteja
realmente disposto a fazer diferente, pelo bem dessa relação,
pelo bem do amor! Fácil? Com certeza, não! Mas é a sua única
chance, caso queira fugir das velhas e conhecidas soluções-
relâmpago, isto é, o que a maioria das pessoas fazem: ou
fingem que nada está acontecendo e vão empurrando a relação
com a barriga, conformando-se anos a fio de que casamento é
assim mesmo. Ou trocam de parceiro, separam-se e se casam
de novo, numa ilusão insana de que desta vez vai dar certo!

Pode até ser que dê, mas se der, eu posso apostar todas as
minhas fichas de que, desta vez, houve diálogo e a
comunicação foi soberana! Caso contrário, sinto em lhe
informar: vai se trumbicar de novo!!!

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