Finanças Públicas
Finanças Públicas
Finanças Públicas
-Abrangência: as finanças púb abrangem em especial 3 objetos → receita púb, despesa púb e dívida púb, além do
orçamento púb. Abarca decisões governamentais que influencia a atividade econômica (política econômica).
Receita pública → representa os ingressos de recursos que entrarão para os cofres públicos, servindo para
financiar as atividades estatais;
Despesa pública → representa a aplicação desses recursos, ou seja, de que forma o Governo gastará os
recursos arrecadados, obtidos junto a sociedade, quando estiver executando suas ações;
Dívida pública → representa os compromissos assumidos pelo Governo no passado, perante a sociedade, e
que deverão ser de alguma forma financiados pela obtenção de novos recursos no futuro;
Orçamento público → que vai permitir ao Governo controlar seus fluxos de receita e de despesa, com
impactos sobre o montante da dívida pública.
-Objetivos:
No âmbito econômico: corrigir as falhas de mercado, atingindo objetivos específicos como melhorar a oferta
de bens púb, estimular a concorrência da oferta, estimular atividades que tragam benefícios sociais, etc.
No âmbito jurídico: art. 170 da CF(A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tem, por fim, assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social).
-Metas: metas relacionadas à política monetária, definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Comitê
de Política Monetária (COPOM), como a definição da taxa SELIC e as metas de relacionadas à política fiscal no
âmbito do Poder Executivo, bem como as metas relacionadas à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) apresentadas no
Relatório de Gestão Fiscal (RGF) e ao Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO).
-Função Distributiva: Conseguir ajustamentos na distribuição da renda e da riqueza. Ações de caráter redistributivo
efetuadas por meio de medidas de transferência que o Estado executa em favor dos segmentos menos favorecidos na
sociedade. Reduzir desigualdades. Ex: programa bolsa família, tributação progressiva.
-Função Reguladora → regular as ações do estado (direta ou indireta). Foi agregada adicionalmente, derivada da
função alocativa. Neutralização dos fatores que podem levar ao desequilíbrio de um sistema econômico, servindo,
assim, para manter ou restabelecer o funcionamento do sistema econômico de modo equilibrado.
-Existe a necessidade de atuação econômica do setor púb pois a existência do sistema de mercado, empresas e
consumidores, não conseguem cumprir adequadamente algumas tarefas e funções que visam ao bem-estar de toda
uma população. A intervenção do Estado tem por objetivos:
Eficiência → corrigir falhas de mercado; concorrência imperfeita; externalidades negativas; ineficiência na
oferta de certos bens.
Equidade → promover a justiça social e evitar desigualdades; redistribuição do rendimento.
Estabilidade → evitar desequilíbrios como a inflação, a recessão econômica, o desemprego, desequilíbrios
regionais, convulsões sociais.
-Política Econômica: é a atuação do governo sobre a capacidade produtiva e despesas planejadas, com o objetivo de
permitir que a economia opere a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e uma distribuição justa de renda.
Política fiscal → tributação e gasto púb (orçamento).
Política monetária → taxa de juros, oferta de moeda, etc.
Política regulatória → estimular concorrência, corrigir falhas de mercado, etc.
POLÍTICAS REGULATÓRIAS:
-São responsáveis pela normatização das políticas púb distributivas e redistributivas e incidem de forma diferente em
cada segmento social. O Estado atua como regulador em áreas econômicas sensíveis como:
Regulação para promover a concorrência;
Regulação corretiva em setores competitivos que apresentem disfunção conjuntural na formação do
mercado;
Regulação para estimular a concorrência em setores estruturalmente não competitivos ou com problemas
conjunturais de mercado;
Regulação social para assegurar prestações mínimas.
*A Regulação Estatal da Atividade Econômica visa a promover o interesse púb para obter a eficiência econômica
produtiva, distributiva e alocativa com minimização de custos, aumento da produtividade, socialização de efeitos
positivos, compartilhamento de eficiências e aumento da utilidade para produtores e consumidores.
POLÍTICA FISCAL:
-Política de planejamento e administração do orçamento do Estado. Serve para decidir o quanto e como o Estado vai
se arrecadar e o quanto e como vai gastar.
Todos os instrumentos que o governo dispõe para arrecadação de tributos e o controle de suas despesas. É a
denominação dada à política de tributação (receitas) e de gastos (despesas) que um governo adota em
determinado momento.
São variações no orçamento público com o objetivo de modificar seus agregados, tais como a receita/despesa
pública e o investimento.
Decisões e ações relacionadas aos gastos e à arrecadação do governo, no intuito de modificar no nível de
produto da economia. É um instrumento útil para o combate ao processo inflacionário.
*A política fiscal apresenta maior eficácia quando o objetivo é uma melhoria na distribuição de renda, tanto na
taxação às rendas mais altas como pelo aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos.
-Para combater o déficit público, uma política fiscal pode optar pela redução das despesas e/ou aumento de receitas
pela majoração de impostos. A politica fiscal tem capacidade de interferir na economia sob diferentes formas.
-Política fiscal contracionista: quando o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de inflação, as medidas
fiscais normalmente utilizadas são a diminuição de gastos púb e/ou o aumento da carga tributária (o que inibe o
consumo). Visa diminuir os gastos da coletividade. As medidas de contração de gastos púb afeta de forma direta
negativamente o consumo, o aumento da carga tributária indiretamente também reduz os níveis de consumo.
-Política fiscal expansionista: usada se o objetivo for um maior crescimento e emprego, os instrumentos fiscais são
iguais, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada. Ao ampliar seus gastos, o governo está aumentando
a demanda, por consequência estimulando a estrutura produtiva a elevar sua oferta. Aumento dos gastos
governamentais e/ou redução da tributação.
-Função estabilizadora do sistema tributário: é composta pela influência da Política Fiscal e de seus respectivos
estabilizadores automáticos. Estabilizador automático é qualquer ação do sistema econômico que tende a reduzir
mecanicamente as forças de recessão e/ou da expansão da demanda, sem que sejam necessárias medidas
discricionárias de política econômica. Capacidade dos impostos e políticas fiscais de ajudar a economia.
-Equivalência Ricardiana: os consumidores antecipam que o aumento da dívida resultará em impostos futuros mais
altos para pagar a dívida, e, portanto, eles ajustam seu comportamento de consumo para compensar o aumento da
dívida pública. Em outras palavras, os consumidores percebem a dívida do governo cono um imposto fututro e
ajustam seu comportamento econômico hoje para compensar esses impostos futuros.
POLÍTICA MONETÁRIA:
-Conjunto de medidas que objetivam modificar a quantidade de moeda na economia, assim como outras variáveis que
nela exercem influência. É a atuação do governo (na verdade em conjunto com o Banco Central) sobre a quantidade
de moeda (meios de pagamento em geral) e de títulos públicos. Regulação da quantidade de (oferta) de moeda em
circulação da economia para alterar nível de produto/renda e preços. Objetivos:
Monetarista → estabilidade do nível de preços. Keynesiana → regulação do nível de emprego.
ENDIVIDAMENTO PÚBLICO:
-Déficit Público: situação em que o valor total das despesas públicas é maior que valor total das receitas públicas,
gerando aumento da dívida pública.
-Resultado (superavit ou deficit) primário: diferença entre receitas e despesas, excluindo os pagamentos de juros
sobre a dívida pública. É o resultado das contas públicas que inclui o Tesouro Nacional, Previdência Social e
BACEN., além de constituir o melhor método de avaliação do impacto da política fiscal. O deficit primário (também
chamado de deficit fiscal) ocorre quando os gastos do governo superam a arrecadação de tributos no período
considerado.
-Resultado (superavit ou deficit) nominal: representa a diferença entre as receitas de despesas públicas, inclui os
pagamentos de juros. São TODOS os gastos e receitas do governo.
Resultado nominal +: governo arrecadou mais do que gastou, incluindo o pagamento dos juros da dívida.
Resultado nominal -: governo gastou mais do que arrecadou, incluindo o pagamento dos juros da dívida
É também chamado de Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP), já que corresponde à
quantidade de empréstimos a que o setor público precisa recorrer.
-Resultado (superavit ou deficit) operacional: deflacionamento dos valores monetários das variáveis orçamentárias
e financeiras, bem como pelo cálculo dos juros por meio da taxa de juros real esperada para um determinado período.
O deficit operacional é, muitas vezes, considerado a medida mais adequada dos resultados do governo.
Foca em eliminar o efeito inflacionário, retirando assim a correção monetária sobre o serviço da dívida.
-Necessidade de financiamento do setor público – NFSP: representa a necessidade do setor público em se financiar
por meio de dívida. É chamada de deficit nominal ou resultado nominal, e corresponde à variação nominal dos saldos
da dívida interna líquida, mais os fluxos externos efetivos, convertidos para reais pela taxa média de câmbio de
compra. Quanto o Governo precisa captar de recursos para cobri sue déficit.
-Dívida púb mobiliária do governo federal (DPMF): total dos títulos públicos federais fora do BACEN. Títulos
púb emitidos pelo governo e negociados no mercado financeiro.
-Dívida púb mobiliária do governo federal interna (DPMFi): total dos títulos públicos federais fora do BACEN
em poder do público. Negociados dentro do território nacional em moeda nacional.
-Dívida mobiliária dos governos estaduais e municipais: total dos títulos emitidos pelos tesouros desses entes da
Federação.
-Dívida externa bruta: montante total de obrigações financeiras de um país com credores estrangeiros.
-Dívida externa líquida: dívida Externa Bruta menos as aplicações em moeda estrangeira.
-Curva de Laffer: gráfico que demonstra que uma tributação exagerada acaba por ser ineficaz em termos de receita
fiscal. Pode ser explicada por motivos como:
Em uma situação de taxas de imposto progressivas (como o IR), a partir de certa altura, os trabalhadores
preferem não aumentar o seu nível de atividade profissional e ficar numa taxa de imposto mais baixa;
Um aumento exagerado das taxas de imposto sobre a despesa poderá desestimular o consumo e o
investimento, levando à redução da receita fiscal em lugar do seu aumento;
Quanto maior for a carga fiscal, maior é o incentivo às práticas de fuga e evasões fiscais.
*A curva de Laffer (ou curva reversa) ocorre em virtude de 2 efeitos contrários:
1. Efeito-Substituição: conforme diminui a renda líquida do
indivíduo em virtude da tributação, o trabalhador decide
trabalhar menos horas e aumentar as horas de lazer. Afeta
negativamente a oferta de trabalho.
2. Efeito-Renda: conforme diminui a renda líquida do
indivíduo em virtude da tributação, o trabalhador decide
trabalhar + horas para aumentar a renda líquida. Afeta
positivamente a oferta de trabalho.
*A curva de Laffer mostra a evolução da arrecadação real do governo em função da alíquota. Possui a forma de U
invertido, ou seja, cresce, atinge um máximo e, depois, decresce com aumentos sucessivos da alíquota.
-Interferência da Tributação na Economia: ocorre pelo fato de o sistema tributário não ser neutro, fato que gera um
custo de eficiência (excesso de gravame), que corresponde à diferença entre o custo econômico (perda total do bem-
estar) e o montante arrecadado pelo governo. Os tributos podem interferir de 3 maneiras:
Tornando o mercado ineficiente: na escolha dos bens a serem consumidos ou produzidos;
Na escolha do momento para consumo ou produção; e Na escolha entre trabalho e lazer.
-Impostos progressivos → são aqueles cuja alíquota se eleva à medida que o valor de referência aumenta. Ex: IR.
-Impostos regressivos → são aqueles cuja alíquota diminui à medida que o valor de referência aumenta.
-Imposto proporcional → aquele em que os contribuintes com altas rendas e aqueles com rendas menores pagam a
mesma fração de sua renda, ou seja, pagam na mesma proporção da sua renda.
-Imposto sobre consumo: em cascata x sobre o valor adicionado: se aplica sobre bens selecionados consumidos
dentro de um país. Pode ser recolhido do produtor, do fabricante, do atacadista, do importador ou no ponto de venda
final ao consumidor. Podem ser de 2 tipos: impostos de consumo específicos (aplicados por quantidade) e impostos de
consumo ad valorem (porcentagem do valor do produto).
Imposto sobre o consumo chamado de “em cascata”: incide sobre todas as etapas de fabricação de um
produto, de modo cumulativo. Em contraste, temos os chamados impostos monofásicos, que não geram
efeito cascata, normalmente incidindo apenas sobre o consumo final.
Imposto sobre valor adicionado: incide sobre o valor adicionado em cada etapa do processo de produção ou
distribuição de bens e serviços. Geralmente, o imposto é repassado para o consumidor final, mas é recolhido
em várias etapas da cadeia de produção. Ex: ICMS.
-Imposto Real x Imposto Pessoal: imposto pessoal leva em consideração a qualidade individual do contribuinte, sua
capacidade contributiva, enquanto o imposto real leva em consideração apenas a matéria tributável, com total
abstração das condições individuais de cada contribuinte.
-A EC 132/2023, que instituiu a Reforma Tributária trouxe um forte impacto no Federalismo Fiscal brasileiro:
Inovou ao agregar a sustentabilidade ambiental e a defesa do meio ambiente, com menção expressa à
redução das emissões de carbono;
Reforçou princípios da tributação: simplicidade, transparência, justiça tributária e cooperação.
Gradual extinção dos tributos repartíveis (IPI e ICMS), novas regras foram estabelecidas.
IBS – Imposto sobre Bens e Serviços: que é distribuído aos estados e ao DF, 25% devem ser distribuídos aos
municípios de acordo com critérios baseados na proporção da população, em indicadores de aprendizagem e
equidade, em indicadores de preservação ambiental e em partes iguais para todos os municípios.
10% do IBS devem ser destinados aos estados e ao DF, proporcionalmente ao valor das respectivas
exportações de produtos industrializados. Desse valor, 25% devem ser distribuídos aos municípios.
Foi criado o “conselhão”(comitê gestor do IBS), que terá representação paritária entre E/DF e municípios.
Também foi criado o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, cujo foco é reduzir as desigualdades
regionais, mediante a entrega de recursos da União aos estados e DF.
RECEITA PÚBLICA:
-Sentido amplo: (também chamada de ingresso público), abrange todos os ingressos financeiros ao patrimônio
público, ou seja, o fluxo de recebimentos auferidos pelo Estado, sem restrições. São todas as entradas de bens/direitos
a qualquer título, em determinado prazo, que o Estado utiliza para financiar seus gastos, podendo ou não se incorporar
ao seu patrimônio, independentemente de ter contrapartida no passivo. Representam entradas compensatórias.
-Sentido estrito: conjunto de ingressos financeiros, com fontes e fatos geradores próprios e permanentes, oriundos da
ação e de atributos inerentes à instituição, e que, integrando o patrimônio na qualidade de elemento novo, lhe produz
acréscimos, sem, contudo, gerar obrigações, reservas ou reivindicações de terceiros. São apenas as receitas
orçamentárias. Representam disponibilidades de recursos.
-Estágios/fases da receita:
1. Previsão: (ou planejamento) estimativa de arrecadação da receita, constante da LOA. Estimativa das receitas que o
governo espera arrecadar durante um determinado período, geralmente um ano fiscal. Isso é feito com base em
projeções econômicas, análise de tendências passadas e outros fatores relevantes.
2. Lançamento: procedimento adm onde se verifica a procedência do crédito, quem e quando se deve pagar (inscrição
do débito). São 3 modalidades de lançamento tributário:
Lançamento por declaração ou misto: o lançamento é efetuado pela Adm com a colaboração do próprio
contribuinte ou de uma 3ª pessoa obrigada por lei a prestar informações. Ex: ITR.
Lançamento por homologação ou autolançamento : o lançamento é homologado pelo próprio contribuinte e
posteriormente é efetuado pelo contribuinte. Ex: IR, ISS, ICMS, IPI, II, IE.
Lançamento de ofício ou direito : o lançamento é efetuado unilateralmente pela Adm sem a intervenção do
contribuinte. Ex: IPTU, IPVA.
3. Arrecadação: se dá no momento em que o contribuinte paga ao agente arrecadador, o valor do seu débito, ou seja, é
a entrega dos recursos devidos ao Tesouro, realizada pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou
bancos autorizados pelo Ente Público. (Entrega do recurso ao agente ou banco)
4. Recolhimento → momento que o agente arrecadador repassa o produto arrecadado ao Tesouro Nacional, Estadual
ou Municipal, ou seja, é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela
administração e pelo controle da arrecadação e programação financeira. (Crédito na conta)
CLASSIFICAÇÕES DAS RECEITAS PÚBLICAS:
-De acordo com a Lei nº 4320/1964:
Correntes: aquelas que se esgotam dentro do período anual, normalmente alterando o patrimônio líquido da
Entidade. São destinadas a cobrir despesas orçamentárias que visam à manutenção das atividades
governamentais. Ex: tributárias, patrimoniais, industriais, etc.
De Capital: não alteram o patrimônio Líquido do Estado, como os produtos de empréstimo contraídos pelo
Estado a longo prazo. Compreendem, assim, a constituição de dívidas, a conversão em espécie de bens e
direitos, dentre outros. Ex:alienação de bens, operações de crédito, amortização de empréstimos concedidos).
-Quanto à repercussão/afetação patrimonial: (p/ fins contábeis, quanto ao impacto na situação patrimonial líquida)
Efetiva: aumentam a situação líquida patrimonial do Estado sem contrapartida no passivo. Ex: receita
tributária, receita patrimonial, receita corrente.
Não efetiva: entradas/alterações compensatórias. Não alteram a situação líquida patrimonial. Ex: receitas de
capital (salvo recebimento de capital), cobrança de dívida ativa, alienação de bens, operações de crédito.
-Quanto ao poder de tributar: as receitas são classificadas de acordo com o poder de tributar que compete a cada
ente, considerando e distribuindo as receitas obtidas como pertencentes aos respectivos entes.
-Por categoria econômica: tem por objetivo identificar/diferenciar as receitas de caráter continuado:
Correntes: receitas das quais não resulta contraprestação financeira, em qualquer momento, por parte do
Estado. Ex de receitas Correntes: tributária, patrimonial, industrial e diversas e, ainda as provenientes de
recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito púb ou priv, destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas Correntes.
De Capital: provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da
conversão em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito púb ou priv
destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento
Corrente. Em regra, têm como contrapartida um aumento do passivo ou diminuição do ativo, não afetando a
situação líquida do patrimônio. A exceção é a transferência de capital destinada a atender despesas de capital.
-Classificação por Fontes (ou por destinação de recursos): vem atender a necessidade de classificar a receita
conforme a destinação legal dos recursos arrecadados.
Destinação vinculada: processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às
finalidades específicas estabelecidas pela norma. Ingressos de recursos em decorrência de convênios ou de
contratos de empréstimos e de financiamentos.
Destinação não vinculada (ou livre): processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos,
para atender a quaisquer finalidades, desde que dentro do âmbito das competências de atuação do órgão ou
entidade.
Observações:
*Essa classificação consiste em um código de quatro dígitos. O 1º dígito representa o grupo de fonte, enquanto o 2º, o 3º e o 4º
representam a especificação da fonte.
*Para a receita pública, a classificação por fontes se dá na etapa de previsão da receita, enquanto para a despesa pública, a
classificação por fontes se dá na etapa de empenho da despesa.
*Desvinculação de Receitas da União – DRU: Desvinculação de 30% dos Recursos da União arrecadados a título de taxas,
contribuições econômicas e contribuições sociais (exceto as contribuições sociais do empregador e a do trabalhador para os Regimes
de Previdência Social Geral e Próprio do Servidor Público, bem como a contribuição social do salário educação).
-Classificação por natureza da receita (categorias): demonstram o fato gerador que originou o ingresso dos
recursos aos cofres públicos, podendo ser considerada a menor célula de informação em termos de orçamento público
no que diz respeitos às receitas públicas, de modo a permitir as necessárias vinculações. A associação é efetuada por
meio de um código numérico de 8 dígitos, cujas posições ordinais passam a ter o seguinte significado:
C O E DDDD T
Categoria Econômica Origem Espécie Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita Tipo
Categoria Econômica (1º dígito): obedece ao critério econômico, sendo utilizado para mensurar o impacto
das decisões do Governo na economia nacional. É codificado da seguinte forma:
1. Receitas correntes. 7. Receitas correntes intraorçamentárias.
2. Receitas de capital. 8. Receitas de capital intraorçamentárias.
*Receitas intraorçamentárias são receitas oriundas de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da
Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera de governo.
Origem (2º dígito): subdivisão das categorias econômicas para identificar a origem das receitas quando estas
ingressam no patrimônio púb, informando a procedência dos recursos púb.
Receitas Correntes
1 – RECEITA de IMPOSTOS, TAXAS E Apenas os tributos na conceituação da legislação tributária: impostos, taxas e contrib. de melhoria. Receita
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA * privativa da U, E, DF e M, entidades revestidas do poder de tributar.
Engloba as do tipo social (contribuições previdenciárias, salário-educação) e econômico (cotas de
2 – RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
contribuições sobre exportações).
Se origina da exploração econômica do patrimônio púb. Ingresso proveniente de rendimentos sobre
3 – RECEITA PATRIMONIAL investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros
rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.
Decorre da exploração econômica de atividades agropecuárias, além do beneficiamento de produtos
4 – RECEITA AGROPECUÁRIA
agropecuários em níveis não considerados industriais.
Derivada de atividades industriais: de transformação, de construção e de serviços industriais de utilidade
5 – RECEITA INDUSTRIAL
púb.
Decorre de atividades como: comércio, transporte, comunicação, serv. hospitalares, armazenagem, serv.
6 – RECEITA DE SERVIÇOS
educacionais, culturais, recreativos, recebimento de juros associados aos empréstimos concedidos.
Recursos financeiros recebidos de pessoas jurídicas ou físicas e que serão aplicados no atendimento de
7 – TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
Despesas Correntes.
9 – OUTRAS RECEITAS CORRENTES Diversas outras receitas não enquadradas nas classificações anteriores.
*Modificado recentemente, mas a Lei n. 4.320/1964 ainda utiliza o Termo “Receitas Tributárias”.
*O superavit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes não constituirá item de receita
orçamentária.
Receitas de Capital
1 – OPERAÇÕES DE Envolvem captação de recursos para atender desequilíbrios orçamentários ou financiar empreendimentos púb. É por meio
CRÉDITO dela que são cobertos os déficits orçamentários que ensejam a formação da Dívida Púb.
2 – ALIENAÇÃO DE BENS Resultado obtido com a alienação de bens patrimoniais móveis ou imóveis: ações, títulos, prédios públicos, privatizações etc.
3 – AMORTIZAÇÃO DE
Recebimento do principal do dinheiro que emprestou anteriormente
EMPRÉSTIMOS
4 – TRANSFERÊNCIAS DE
Têm como critério básico de classificação a destinação; devem ser aplicadas em Despesas de Capital.
CAPITAL
9 – OUTRAS RECEITAS DE Envolvem as Receitas de Capital não classificáveis nas outras origens anteriores, como a indenização que a Petrobras para
CAPITAL aos Estados e Municípios pela extração de petróleo, xisto e gás.
Espécie (3º dígito): vinculada à origem, é composta por títulos que permitem qualificar com maior detalhe o
fato gerador dos ingressos de tais receitas. Ex: Contribuições as suas espécies: “Contribuições Sociais”,
“Contribuições Econômicas” e “Contribuições para Entidades Privadas de Serviço Social”, etc.
Desdobramentos – identifica – peculiaridades da receita (4º ao 7º dígito): desdobramentos com a finalidade
de identificar peculiaridades de cada receita, caso seja necessário, podendo ou não ser utilizados conforme a
necessidade de especificação do recurso.
Tipo (8º dígito): serve para identificar o modo de arrecadação a que se refere aquela natureza.
-Fundos especiais:
Natureza contábil: são evidenciados em registros contábeis onde as disponibilidades financeiras são
destinadas a atender saques efetuados diretamente contra o caixa do Tesouro Nacional.
Natureza financeira: são constituídos por meio da movimentação de recursos de caixa do Tesouro Nacional
para depósitos em estabelecimentos oficiais de crédito, de acordo com o cronograma aprovado, para atender
aos saques previstos em programação específica.
DÍVIDA ATIVA:
-São valores que a Fazenda Pública tem para receber de terceiros, sejam eles de natureza tributária ou não. É
composta pelos créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, e que não foram
recebidos nas datas pactuadas. A dívida ativa compreende, além do valor principal, atualização monetária, juros,
multa e demais encargos previstos.
-Dívida ativa tributária: refere-se a tributos, seus adicionais e multas decorrentes do seu não pagamento.
A inscrição do crédito tributário em dívida ativa ocorre pelo inadimplemento da obrigação tributária nascida
com o fato gerador.
Crédito tributário não suspenso, não extinto ou não excluído, poderá ser inscrito em dívida ativa.
Elementos/condições cumulativos para inscrição da Dívida Ativa de natureza tributária: o crédito tem que ter
natureza tributária; e deve ter ocorrido inadimplemento por parte do devedor, em virtude de descumprimento
da obrigação no prazo fixado para pagamento; e deve ser feita a inscrição do crédito em registro próprio e
somente após apurada sua liquidez e certeza.
A inscrição na Dívida ativa é um ato adm vinculado, e o assentamento do débito é feito em registro próprio.
-Dívida ativa não tributária: representa os créditos a que faz jus a Fazenda Pública que não são oriundos de tributos,
tais como os originários de foros, laudêmios, aluguéis, preços públicos, indenizações, dentre outros. São decorrentes
de uma relação jurídica que não tem fundo tributário.
DESPESA PÚBLICA:
-Representa o conjunto de dispêndios do Estado, ou de outra pessoa de Direito Púb.
Finalidades → funcionamento dos serviços públicos e de atendimento às necessidades coletivas;
Aplica certa quantia dentro de uma autorização legislativa, buscando a manutenção das atividades do ente
estatal ou para a conservação ou construção de bens públicos.
Devem ser autorizadas pelo Legislativo, compondo o orçamento, com exceção das extraorçamentárias.
-Enfoque orçamentário e patrimonial: abordagens diferentes para entender e gerenciar a despesa pública.
No Direito Financeiro devemos usar o regime misto, onde receitas são contabilizadas pelo regime de caixa
(arrecadadas – entradas efetivas de dinheiro) e regime de competência para as despesas (empenhadas –
comprometimento do recurso no orçamento).
No enfoque orçamentário a despesa é reconhecida quando é autorizada no orçamento, independentemente de
ter sido efetivamente paga ou não. O registro contábil ocorre quando a despesa é comprometida. As despesas
são registradas no momento em que são planejadas e autorizadas, proporcionando uma visão mais voltada
para o controle orçamentário e a gestão dos gastos públicos.
No enforque patrimonial a despesa é reconhecida quando ocorre o consumo de um recurso ou a prestação de
um serviço púb, independentemente de ter sido prevista no orçamento ou não. O registro contábil ocorre
quando a despesa é incorrida. Considera não apenas o orçamento, mas também os efeitos sobre os ativos e
passivos do governo.
2. Fixação da despesa: adoção de medidas em direção a uma situação idealizada, tendo em vista os recursos
disponíveis e observando as diretrizes e prioridades traçadas pelo governo. A criação/expansão da despesa requer
adequação orçamentária e compatibilidade com a LDO e o PPA.
O processo da fixação da despesa orçamentária é concluído com a autorização dada pelo poder legislativo
por meio da LOA, ressalvadas as eventuais aberturas de créditos adicionais.
3. Descentralização de créditos orçamentários: movimentação de créditos orçamentários para que outras unidades
administrativas possam executar a despesa orçamentária.
5. Processo de Licitação: procedimento administrativo formal para contratação de serviços ou aquisição de produtos
pelos entes da Administração Pública direta ou indireta.
-Execução da despesa:
1. Empenho: 1º estágio da execução da despesa. É ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição.
Gera apenas obrigação orçamentária. É uma autorização da autoridade para realização da despesa. Não cria
obrigação jurídica de pagar, mas destaca das dotações orçamentárias à satisfação da despesa.
Nos casos de despesas relativas a contratos ou convênios de vigência plurianual, deve-se as empenhar em
cada exercício financeiro a parte a ser executada no referido exercício.
Modalidades de empenho:
→Empenho ordinário: para acudir despesas normais com montante previamente conhecido e cujo
pagamento deva ocorrer de uma só vez.
→Empenho global: despesas com montante previamente conhecido, mas cujo pagamento seja parcelado,
como nos casos das despesas com aluguéis, prestação de serviços, salários etc.
→Empenho por estimativa: despesas cujo valor não se possa determinar previamente, como nos casos de
contas de água, luz, telefone, etc. São gastos que ocorrem regularmente, mas cujos valores oscilam bastante.
Anulação de um empenho: pode ser anulado ao longo do exercício, seja parcial ou totalmente. Ao final de
cada exercício, o empenho deve ser totalmente anulado caso ainda não tenha sido liquidado, exceto para
aqueles que se enquadrarem nas condições previstas para inscrição em Restos a Pagar.
*Os valores correspondentes à anulação do empenho revertem ao programa de trabalho, tornando-os novamente
disponíveis para empenho.
Características do empenho: o empenho serve para reservar parte dos créditos disponíveis. Em caso de
urgência, admite-se que o ato de empenho seja contemporâneo à realização da despesa, podendo ser
dispensada a nota de empenho, mas nunca o empenho.
*Nota de Empenho (NE) é a materialização do empenho, sendo elaborada no SIAFI quando da União (uma NE para
cada empenho), serve para registrar as operações que geram o comprometimento de despesa, seu reforço ou anulação,
indicando nome do credor, especificação e valor da despesa, e dedução do valor do saldo da dotação própria.
Existem situações em que o valor do empenho original não é suficiente, sendo necessário uma espécie de
“empenho de reforço” para complementar o valor original inicial.
“Empenho de anulação” é aquele empenho emitido posteriormente e que se destina à anulação parcial ou
total dos empenhos originais ou, eventualmente, dos empenhos de reforço, que são chamados de empenho
excedente (anulação parcial) e empenho incorreto ou de objeto não cumprido (anulação total).
2. Liquidação: 2º estágio da execução despesa e é caracterizada pela entrega dos bens e serviços contratados.
Verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e docs comprobatórios do respectivo crédito.
Serve para verificar a correção da execução do contrato pelo fornecedor, para apurar:
→ a origem e o objeto do que se deve pagar;
→ a importância exata a pagar;
→ a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
Realizada no SIAFI, por meio da Nota de Lançamento – NL, nos casos de despesas federais.
É nessa fase que é cobrada a prestação dos serviços ou a entrega dos bens, ou, ainda, a realização da obra,
evitando, dessa forma, o pagamento sem o implemento de condição.
“Em liquidação”: conforme a doutrina, é a fase entre o empenho e a liquidação propriamente dita.
3. Pagamento: 3º e último estágio. Despacho exarado por autoridade, determinando que a despesa seja paga.
Em regra, o pagamento deve ser realizado via ordem bancária, precedida da autorização do titular da
Unidade Gestora ou seu preposto.
Em termos de União, é realizado via SIAFI, mediante ordem bancária correspondente à respectiva dívida
líquida. Equivale à assinatura do gestor público determinando o pagamento.
CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS PÚB ORÇAMENTÁRIAS: *Somente as despesas orçamentárias tem classificação.
-Quanto à forma de ingresso:
Despesas orçamentárias: aquelas que precisam estar previstas na LOA ou créditos adicionais e que financiam
o funcionamento dos serv púb. Depende de autorização legislativa. Deve seguir o regime da competência.
Despesas extraorçamentárias: aquelas que não constam na LOA ou nas leis de Créditos Adicionais, tendo em
vista o seu caráter transitório, ou seja, a sua realização não se vincula à execução do orçamento. São, na
verdade, restituição ou à entrega de valores arrecadados sob o título de receitas extraorçamentárias.
-Institucional/departamental: reflete a estrutura de alocação dos créditos orçamentários e está estruturada em dois
níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. Sua principal utilidade é permitir a identificação da
instituição responsável pela execução e prestação de contas do programa ou ação governamental.
Unidade orçamentária: agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão/repartição a que serão
consignadas dotações próprias. As dotações são consignadas às UO, responsáveis pela realização das ações.
Órgãos orçamentários: correspondem a agrupamentos de unidades orçamentárias.
Observações:
*As Unidades Orçamentárias podem corresponder a uma estrutura administrativa, como Tribunais, Ministérios etc., bem como podem se
constituir apenas em uma classificação para agrupar despesas afins, tais como “Encargos Financeiros”, “Reserva de Contingência” etc.
* Além das subdivisões de cada Órgão, são também Unidades Orçamentárias os chamados órgãos autônomos, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
* Código de classificação → 5 dígitos = os dois primeiros identificam o Órgão e os três últimos, a Unidade Orçamentária.
-Classificação por Estrutura Programática: toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a
realização dos objetivos estratégicos definidos para o período do PPA.
Programação qualitativa: o programa de trabalho define qualitativamente a programação orçamentária e deve
responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar.
Programação quantitativa: compreende a programação física e financeira. A programação física define
quanto se pretende desenvolver do produto, corresponde à quantidade de produto a ser ofertado por ação. Já
a programação financeira define o que adquirir e com quais recursos, por meio da natureza da despesa.
*Código de 6 dígitos → com 6 dígitos (sem os desdobramentos dos subelementos que são facultativos). Com 8
dígitos (completo, com os subelementos).
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
Categoria Econômica Grupo de natureza da despesa Modalidades de aplicação Elementos de despesa Subelemento
RESTOS A PAGAR:
-São todas as despesas regularmente empenhadas, do exercício atual ou anterior, mas não pagas até 31/12 do
exercício financeiro vigente. Somente despesas já empenhadas; as que já foram emitidas nota de empenho não pagas.
Classificações:
Processados: no momento da inscrição a despesa estava empenhada e liquidada.
Não processados em liquidação: no momento da inscrição a despesa empenhada estava em processo de
liquidação e sua inscrição está condicionada a indicação pelo ordenador de despesa da Unidade Gestora.
Não processados a pagar: no momento da inscrição a despesa empenhada não estava liquidada e sua
inscrição está condicionada a indicação pelo ordenador de despesa da Unidade Gestora.
-Dívida Flutuante: é composta por passivos financeiros exigíveis em até 12 meses e que não necessitam de
autorização orçamentária para que sejam pagas. Já foram autorizadas anteriormente pelo Legislativo faltando apenas
a etapa do pagamento, ou ainda são relativas a dispêndios extraorçamentários que naturalmente dispensam tal
autorização. Integram a dívida flutuante:
Restos a pagar, excluídos os serviços da dívida; Depósitos;
Serviços da dívida a pagar; Débitos de tesouraria.
-Dívida Fundada: (ou dívida consolidada), são os passivos financeiros que tenha exigibilidade superior a 12 meses e
que necessitem de autorização do Legislativo para seu pagamento, destacando-se que já devem ter ocorrido os
respectivos empenho e liquidação.
SUPRIMENTO DE FUNDOS:
-A autoridade competente pode autorizar a realização da despesa por meio de suprimento de fundos (Regime de
Adiantamentos), quando essa não puder ser realizada pelo processo normal da execução orçamentária.
-É uma exceção. O suprimento de fundos não pode ser usado para despesas com caráter repetitivo que são
tipicamente previsíveis, sendo aplicável apenas os casos de despesas expressamente definidas em lei.
-Consiste na entrega de numerário a um servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria à despesa a
realizar, que não possa se subordinar ao processo orçamentário normal.
-Prestação de contas: o servidor tem 30 dias para prestar contas, todavia, se a importância do suprimento for
aplicada até o encerramento do exercício financeiro (31/12), a despesa deverá ser comprovada até 15/01 seguinte. Se
deixar de prestar contas no prazo, deverá ser procedida a tomada de contas especial, sem prejuízo das providências
adm para apuração das responsabilidades e imposição das penalidades cabíveis.
ABRANGÊNCIA:
-União + Estados/DF + Municípios: Poder Executivo, Legislativo (+ TC) e Judiciário + MP.
-Adm direta + fundos e fundações + autarquias + empresas estatais dependentes.
CONCEITOS IMPORTANTES:
-Empresa estatal dependente: empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para:
Pagamento de despesa c/ pessoal; Custeio em geral;
Despesas de capital (excluídos aqueles provenientes de aumento da participação acionária).
-Receita Corrente Líquida: receitas tributárias + de contribuições + patrimoniais + industriais + agropecuárias + de
serviços + transferências correntes + outras receitas correntes, deduzidos:
Contribuições dos servidores ao RPPS + compensações financeiras entre os sistemas previdenciários.
União: transferências constitucionais ou legais da seguridade/PIS/PASEP;
Estados: transferências constitucionais aos municípios;
DF/Amapá/Roraima: recursos recebidos da União.
*A RCL é apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos 11 meses anteriores, excluídas as duplicidades.
CUMPRIMENTO DE METAS:
-Ao final de maio, setembro, fevereiro: o Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de
cada quadrimestre.
-90 dias após o encerramento de cada semestre, o BACEN apresentará a avaliação do cumprimento de objetivos e
metas das políticas monetária, creditícia e cambial.
-Limites:
Despesa total com pessoal: apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos 11 meses
anteriores, segundo o regime de competência, independentemente de empenho. Será observada a
remuneração bruta do servidor, sem qualquer dedução ou retenção, ressalvado o “abate-teto”.
Ente Limite (% da RCL)
União 50%
Estados 60%
Municípios 60%
Limites por esfera:
União Estados Municípios
-Executivo: 40,9% -Executivo: 49%
-Executivo: 54%
-Legislativo (+TCU): 2,5% -Legislativo (+TCE): 3%
-Legislativo (+TCM): 6%
-Judiciário: 6% -Judiciário: 6%
-MPU: 0,6% -MPE: 2%
-Despesa com pessoal → na verificação do atendimento dos limites, não serão computadas as despesas:
De indenização por demissão; Relativas a incentivos à demissão voluntária;
Derivadas da convocação extraordinária do congresso em caso de urgência ou interesse público relevante;
Decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração;
Com pessoal, do DF, do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União;
Com inativos e pensionistas (ainda que pagas por intermédio de unidade gestora única ou fundo) quanto à
parcela custeada por recursos provenientes:
→ da arrecadação de contribuições dos segurados;
→ da compensação financeira entre os regimes;
→ de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuaria do regime de previdência.
*Na verificação do atendimento dos limites, é vedada a dedução da parcela custeada com recursos aportados.
-Controle:
Limites de alerta = 90% do limite. Os TCs vão alertar o poder/órgão (verificam o cálculo). Não há
sanções/vedações.
Limite prudencial = 95% do limite. O poder/órgão incorre em vedações:
→criação de cargo/emprego/função. → alteração na carreira com aumento da despesa.
→provimento/contratação de pessoal (salvo reposição de aposentados/falecidos na educação, saúde e
segurança).
→contratação de horas extras, salvo exceções legais.
→concessão de aumento, reajuste, etc., salvo por sentença judicial, determinação legal/contratual.
Limite ultrapassado => 100% do limite. O poder/órgão incorre nas vedações do limite prudencial + deve
eliminar o excesso em 2 quadrimestres (pelo menos 1/3 no 1º quadrimestre). Providências:
→ Redução de >20% das despesas com cargo em comissão/função de confiança.
→ Exoneração de servidores não estáveis.
→ Exoneração de servidores estáveis. O servidor terá indenização de 1 mês de remuneração por 1 ano de
trabalho, o cargo será extinto, vedada criação de outro semelhante por 4 anos.
*Não reduzida no prazo, o poder/órgão não poderá: receber transferências voluntárias, ressalvadas educação, saúde e
assistência; obter garantia direta/indireta de outro ente; contratar op. de crédito, ressalvadas para pagamento da dívida
mobiliária + visem a redução das despesas com pessoal.
TRANSPARÊNCIA:
-Instrumentos:
PPA, LDO, LOA. Prestações de contas parecer prévio.
Relatório resumido de execução orçamentária relatório de gestão fiscal.
Versões simplificadas desses documentos.
RELATÓRIOS:
Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) Relatório de Gestão Fiscal (RGF)
-Pelo Poder Executivo. Pelos titulares de poderes e órgãos.
-Publicados até 30 dias após o encerramento de cada bimestre.*
-Publicados até 30 dias após o encerramento de cada quadrimestre. *
Municípios c/ ate 50 mil habitantes podem optar pela divulgação
Municípios c/ ate 50 mil habitantes podem optar pela divulgação semestral do RGF.
semestral dos demonstrativos do RREO.
-Comparativo c/ os limites da LRF: despesa total com pessoal, dívidas
-Balanço orçamentário + Demonstrativos de execução de receitas e
consolidadas/mobiliária, concessões de garantias, op. de créditos (inclusive por ARO). Só
despesas.
no RGF do Executivo.
-Apuração/evolução da RCL + receitas e despesas previdenciárias +
+ no último quadrimestre: disponibilidades em caixa em 31/12; inscrição dos restos a
resultado nominal/primário + despesas c/ juros + restos a pagar
pagar; cumprimento das exigências relativas às op. de crédito por ARO.
*Descumprimento dos prazos impede que o ente receba transferências e contrate op. de crédito, exceto para
refinanciamento da dívida imobiliária.
GESTÃO FISCAL:
-Requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal → instituição, previsão, efetiva arrecadação de todos os
tributos de competência constitucional do ente. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que
não observe isso no que se refere a impostos.
REGRA DE OURO: É vedada a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de
capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados
pelo poder legislativo por maioria absoluta. Segundo a LRF → as op. de crédito por ARO não serão computadas p/
efeito da regra de outro, desde que liquidada, com juros e outros encargos até 10/12.
RECEITA PÚBLICA:
-Previsão: obedecerá normas técnicas e legais, considerando os efeitos:
Das alterações na legislação; Do crescimento econômico;
Da variação do índice de preços; De outros fatores relevantes.
-A reestimativa de receita pelo Legislativo só será admitida se comprovado erro/omissão de ordem técnica ou legal.
RENÚNCIA DE RECEITAS:
-Anistia + remissão + subsídio + crédito presumido + isenção não geral + alteração de alíquotas/base de cálculo que
implique redução discriminada de tributos + outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
-Requisitos:
Ter estimativa do impacto orçamentário fin no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos 2 seguintes;
Atender ao disposto na LDO;
Atender a pelo menos uma → demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa da LOA + não
afetará as metas do anexo de metas fiscais da LDO;
Medidas de compensação por aumento da receita. (elevação de alíquota + ampliação da base de cálculo +
majoração ou criação de tributo/contribuição).
GESTÃO PATRIMONIAL:
-Disponibilidades de caixa: as disponibilidades de caixa de previdência social (geral e próprio) ficam depositadas
em contas separadas.
Ente Depósito
União Banco Central
Estados, DF e Municípios Instituições financeiras oficiais.
-Alienação de bens e direitos: é vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens/direitos p/ o
financiamento de despesas correntes. Salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social.
-Desapropriação de imóvel urbano: é nulo de pleno direito a desapropriação sem → prévia e justa indenização em
dinheiro ou seu prévio depósito judicial.
-Conservação do patrimônio público: a LOA e leis de créditos adicionais só incluirão novos projetos após atendidos
os em andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio, nos termos da LDO.
-Empresas controladas pelo Poder Público: empresa controlada pelo Poder Público que firmar contrato de gestão,
em que se estabeleça objetivos e metas de desempenho, disporá de autonomia orçamentária, gerencial e financeira.
TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS:
-Entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente, a título de:
Auxílio;
Cooperação; Que não decorra de determinação constitucional, legal ou ao SUS.
Assistência financeira.
-Exigências:
Aquelas da LDO. Existência de dotação específica.
Não ser p/ pagamento de despesas c/ pessoal.
-As sanções de suspensão das transferências voluntárias não se aplicam àquelas destinadas a educação, saúde e
assistência social.
DÍVIDA PÚBLICA:
-Dívida fundada (consolidada): compromissos de exigibilidade > 12 meses e que dependam de autorização
legislativa para amortização ou resgate.
Para a LRF: montante total apurado sem duplicidades, das obrigações do ente da federação, assumidas em
virtude de leis/contratos/convênios/tratados e de op. de crédito, p/ amortização em prazo >12 meses.
Inclui também: Op. de crédito em prazo < a 12 meses cujas receitas tenha constado do orçamento; e
precatórios judiciais não pagam na execução do orçamento em que incluídos. Emissão de títulos de
responsabilidade do BACEN (para a União).
-Dívida Flutuante:
Restos a pagar, excluídos os serv. da dívida; Serviços da dívida a pagar; Depósitos;
Débitos em tesouraria (op. de crédito por ARO), papel-moeda ou moeda fiduciária.
OPERAÇÕES DE CRÉDITO:
-Regras gerais:
Prévia/expressa autorização na LOA, em créditos adicionais ou em lei específica.
Inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação.
Observância dos limites e condições fixados pelo Senado. Atendimento à regra de ouro.
Autorização específica do Senado, no caso de crédito externo. Atendimento da LRF.
-É vedado às entidades da adm indireta conceder garantias (inclusive suas subsidiárias e controladas), salvo:
Instituição financeira a empresa nacional;
Empresa controlada a subsidiária (ou prestação de contragarantia).
BANCO CENTRAL:
-Está sujeito às vedações relacionadas às operações de crédito entre os entes.
-Não emitirá títulos da dívida pública, nem concederá garantias.
-É vedado ao tesouro nacional adquirir títulos da dívida pública federal da carteira do BACEN, salvo para reduzir a
dívida mobiliária.
CALAMIDADE PÚBLICA:
-A LC 173/2020 trouxe novas disposições acerca do estado de Calamidade pública e suas consequências para as
finanças públicas.
-Essas dispensas aplicam-se exclusivamente:
Às unidades da Federação atingidas e enquanto perdurar o referido estado de calamidade;
Aos atos de gestão orçamentária e financeira necessários ao atendimento de despesas relacionadas ao
cumprimento do decreto legislativo;
-Não são afastadas as disposições relativas a transparência, controle e fiscalização.
-Dispensas: na ocorrência de Calamidade pública, serão dispensados os limites, condições e demais restrições
aplicáveis à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios, bem como sua verificação, para:
Contratação e aditamento de op. de crédito; Contratação entre entes da Federação; e
Concessão de garantias; Recebimento de transferências voluntárias.
-No caso de aditamento de operações de crédito garantidas pela União, a garantia será mantida, não sendo necessária
a alteração dos contratos de garantia e de contragarantia vigentes.