Finanças Públicas

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FINANÇAS PÚBLICAS

FUNDAMENTOS DAS FINANÇAS PÚBLICAS


-Finanças Púb → tem por objeto conhecer como o dinheiro circula nas “mãos” do Estado, como ele arrecada e gasta
seus recursos de acordo com a leis orçamentárias e correlatas. Ramo do estudo econômico em que se situa o Governo,
responsável pela aplicação de políticas que visem ao contínuo aumento do bem-estar da população. Aborda aspectos
de tributação e aplicação dos recursos púb para o custeio dos serv. púb e para o atendimento das necessidades sociais.

-Abrangência: as finanças púb abrangem em especial 3 objetos → receita púb, despesa púb e dívida púb, além do
orçamento púb. Abarca decisões governamentais que influencia a atividade econômica (política econômica).
 Receita pública → representa os ingressos de recursos que entrarão para os cofres públicos, servindo para
financiar as atividades estatais;
 Despesa pública → representa a aplicação desses recursos, ou seja, de que forma o Governo gastará os
recursos arrecadados, obtidos junto a sociedade, quando estiver executando suas ações;
 Dívida pública → representa os compromissos assumidos pelo Governo no passado, perante a sociedade, e
que deverão ser de alguma forma financiados pela obtenção de novos recursos no futuro;
 Orçamento público → que vai permitir ao Governo controlar seus fluxos de receita e de despesa, com
impactos sobre o montante da dívida pública.

-Objetivos:
 No âmbito econômico: corrigir as falhas de mercado, atingindo objetivos específicos como melhorar a oferta
de bens púb, estimular a concorrência da oferta, estimular atividades que tragam benefícios sociais, etc.
 No âmbito jurídico: art. 170 da CF(A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tem, por fim, assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social).

-Metas: metas relacionadas à política monetária, definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Comitê
de Política Monetária (COPOM), como a definição da taxa SELIC e as metas de relacionadas à política fiscal no
âmbito do Poder Executivo, bem como as metas relacionadas à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) apresentadas no
Relatório de Gestão Fiscal (RGF) e ao Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO).

OBJETIVOS DA POLÍTICA ORÇAMENTÁRIA:


-Função Alocativa: Assegurar ajustamentos na alocação de recursos. Ações empreendidas no fornecimento de bens e
serv. não disponibilizados pela economia de mercado. O setor púb atua onde a iniciativa priv sozinha não consegue ou
não tem interesse de atuar. Pode ser utilizada para corrigir falhas de mercado.

-Função Distributiva: Conseguir ajustamentos na distribuição da renda e da riqueza. Ações de caráter redistributivo
efetuadas por meio de medidas de transferência que o Estado executa em favor dos segmentos menos favorecidos na
sociedade. Reduzir desigualdades. Ex: programa bolsa família, tributação progressiva.

-Função Estabilizadora: Garantir a estabilização econômica. Ações de intervenção na economia no intuito de


contribuir para seu melhor funcionamento. Ex: intervenções voltadas à redução da inflação, ações destinadas ao
combate do desemprego em determinado setor, redução de IPI, aumento da taxa de juros.

-Função Reguladora → regular as ações do estado (direta ou indireta). Foi agregada adicionalmente, derivada da
função alocativa. Neutralização dos fatores que podem levar ao desequilíbrio de um sistema econômico, servindo,
assim, para manter ou restabelecer o funcionamento do sistema econômico de modo equilibrado.

-Existe a necessidade de atuação econômica do setor púb pois a existência do sistema de mercado, empresas e
consumidores, não conseguem cumprir adequadamente algumas tarefas e funções que visam ao bem-estar de toda
uma população. A intervenção do Estado tem por objetivos:
 Eficiência → corrigir falhas de mercado; concorrência imperfeita; externalidades negativas; ineficiência na
oferta de certos bens.
 Equidade → promover a justiça social e evitar desigualdades; redistribuição do rendimento.
 Estabilidade → evitar desequilíbrios como a inflação, a recessão econômica, o desemprego, desequilíbrios
regionais, convulsões sociais.

-Política Econômica: é a atuação do governo sobre a capacidade produtiva e despesas planejadas, com o objetivo de
permitir que a economia opere a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e uma distribuição justa de renda.
 Política fiscal → tributação e gasto púb (orçamento).
 Política monetária → taxa de juros, oferta de moeda, etc.
 Política regulatória → estimular concorrência, corrigir falhas de mercado, etc.

POLÍTICAS REGULATÓRIAS:
-São responsáveis pela normatização das políticas púb distributivas e redistributivas e incidem de forma diferente em
cada segmento social. O Estado atua como regulador em áreas econômicas sensíveis como:
 Regulação para promover a concorrência;
 Regulação corretiva em setores competitivos que apresentem disfunção conjuntural na formação do
mercado;
 Regulação para estimular a concorrência em setores estruturalmente não competitivos ou com problemas
conjunturais de mercado;
 Regulação social para assegurar prestações mínimas.
*A Regulação Estatal da Atividade Econômica visa a promover o interesse púb para obter a eficiência econômica
produtiva, distributiva e alocativa com minimização de custos, aumento da produtividade, socialização de efeitos
positivos, compartilhamento de eficiências e aumento da utilidade para produtores e consumidores.

-A regulação da atividade econômica atua por meio de mecanismos tais como:


 Regulação de preço → por meio do controle de preços e tarifas;
 Regulação da produção → por meio do controle de quantidades ofertadas;
 Regulação de entrada → com restrições às entradas e à saída de empresas do mercado;
 Regulação da qualidade → com a definição dos padrões de qualidade e desempenho.

POLÍTICAS ECONÔMICAS ANTICÍCLICAS:


-Conjunto de ações do governo para impedir/minimizar os choques econômicos externos, crises econômicas,
financeiras, choque do petróleo, etc., problemas que afetam a economia provocando recessão econômica.
 Gasto púb e política monetária → principais instrumentos do governo para se contrapor à crise.
 Funciona como uma espécie de amortecedor do ciclo econômico.

POLÍTICA FISCAL:
-Política de planejamento e administração do orçamento do Estado. Serve para decidir o quanto e como o Estado vai
se arrecadar e o quanto e como vai gastar.
 Todos os instrumentos que o governo dispõe para arrecadação de tributos e o controle de suas despesas. É a
denominação dada à política de tributação (receitas) e de gastos (despesas) que um governo adota em
determinado momento.
 São variações no orçamento público com o objetivo de modificar seus agregados, tais como a receita/despesa
pública e o investimento.
 Decisões e ações relacionadas aos gastos e à arrecadação do governo, no intuito de modificar no nível de
produto da economia. É um instrumento útil para o combate ao processo inflacionário.
*A política fiscal apresenta maior eficácia quando o objetivo é uma melhoria na distribuição de renda, tanto na
taxação às rendas mais altas como pelo aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos.

-Para combater o déficit público, uma política fiscal pode optar pela redução das despesas e/ou aumento de receitas
pela majoração de impostos. A politica fiscal tem capacidade de interferir na economia sob diferentes formas.

-Política fiscal contracionista: quando o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de inflação, as medidas
fiscais normalmente utilizadas são a diminuição de gastos púb e/ou o aumento da carga tributária (o que inibe o
consumo). Visa diminuir os gastos da coletividade. As medidas de contração de gastos púb afeta de forma direta
negativamente o consumo, o aumento da carga tributária indiretamente também reduz os níveis de consumo.

-Política fiscal expansionista: usada se o objetivo for um maior crescimento e emprego, os instrumentos fiscais são
iguais, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada. Ao ampliar seus gastos, o governo está aumentando
a demanda, por consequência estimulando a estrutura produtiva a elevar sua oferta. Aumento dos gastos
governamentais e/ou redução da tributação.

-Função estabilizadora do sistema tributário: é composta pela influência da Política Fiscal e de seus respectivos
estabilizadores automáticos. Estabilizador automático é qualquer ação do sistema econômico que tende a reduzir
mecanicamente as forças de recessão e/ou da expansão da demanda, sem que sejam necessárias medidas
discricionárias de política econômica. Capacidade dos impostos e políticas fiscais de ajudar a economia.

-Equivalência Ricardiana: os consumidores antecipam que o aumento da dívida resultará em impostos futuros mais
altos para pagar a dívida, e, portanto, eles ajustam seu comportamento de consumo para compensar o aumento da
dívida pública. Em outras palavras, os consumidores percebem a dívida do governo cono um imposto fututro e
ajustam seu comportamento econômico hoje para compensar esses impostos futuros.

POLÍTICA MONETÁRIA:
-Conjunto de medidas que objetivam modificar a quantidade de moeda na economia, assim como outras variáveis que
nela exercem influência. É a atuação do governo (na verdade em conjunto com o Banco Central) sobre a quantidade
de moeda (meios de pagamento em geral) e de títulos públicos. Regulação da quantidade de (oferta) de moeda em
circulação da economia para alterar nível de produto/renda e preços. Objetivos:
 Monetarista → estabilidade do nível de preços.  Keynesiana → regulação do nível de emprego.

-Principais instrumentos de Política Monetária:


 Reservas/encaixes (depósitos) compulsórios:
→ Reservas: o BACEN exige que os bancos recolham diariamente uma parte dos depósitos à vista efetuados
por seus clientes para o BACEN. As Reservas Compulsórias não rendem juros e, por isso, são consideradas
como um imposto sobre depósitos à vista dos bancos.
→ Depósitos compulsórios: mecanismo que representa o recolhimento de parte dos recursos capitados pelos
bancos para o BACEN, diminuindo o poder de multiplicação da moeda bancária.
 Política de redesconto: redesconto é o nome dado para os empréstimos que o BACEN concede aos bancos.
Essa política o tem um impacto sobre a base monetária e na oferta da moeda, porque afeta o volume de
empréstimos que o banco central concede aos bancos.
 Op. de mercado aberto (títulos púb): compras e vendas de títulos do governo pelo BACEN! Instrumento +
importante de p. monetária e o fator que determina os movimentos da base monetária e a oferta da moeda.

ENDIVIDAMENTO PÚBLICO:
-Déficit Público: situação em que o valor total das despesas públicas é maior que valor total das receitas públicas,
gerando aumento da dívida pública.

-Metodologias de apuração de deficit público:


 O método chamado de “abaixo da linha” é aquele que calcula o resultado fiscal por meio da variação da
dívida, sendo usado pelo BACEN. Ótica do financiamento; é + precisa.
 O Tesouro Nacional usa o método “acima da linha” para calcular o resultado fiscal, computando
individualmente as diferentes rubricas de receitas e despesas do setor público. Óticas das receitas e despesas.

-Resultado (superavit ou deficit) primário: diferença entre receitas e despesas, excluindo os pagamentos de juros
sobre a dívida pública. É o resultado das contas públicas que inclui o Tesouro Nacional, Previdência Social e
BACEN., além de constituir o melhor método de avaliação do impacto da política fiscal. O deficit primário (também
chamado de deficit fiscal) ocorre quando os gastos do governo superam a arrecadação de tributos no período
considerado.

-Resultado (superavit ou deficit) nominal: representa a diferença entre as receitas de despesas públicas, inclui os
pagamentos de juros. São TODOS os gastos e receitas do governo.
 Resultado nominal +: governo arrecadou mais do que gastou, incluindo o pagamento dos juros da dívida.
 Resultado nominal -: governo gastou mais do que arrecadou, incluindo o pagamento dos juros da dívida
 É também chamado de Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP), já que corresponde à
quantidade de empréstimos a que o setor público precisa recorrer.

-Resultado (superavit ou deficit) operacional: deflacionamento dos valores monetários das variáveis orçamentárias
e financeiras, bem como pelo cálculo dos juros por meio da taxa de juros real esperada para um determinado período.
 O deficit operacional é, muitas vezes, considerado a medida mais adequada dos resultados do governo.
 Foca em eliminar o efeito inflacionário, retirando assim a correção monetária sobre o serviço da dívida.

FINANCIAMENTO DO DEFICIT PÚBLICO: (são 2 fontes de recursos)


1. Emissão de moeda: criação de moeda pelo BACEN para financiar dívida do Tesouro Nacional.
 Vantagem: não gera deficits futuros e não ter que elevar a taxa de juros.
 Desvantagem: gera pressão inflacionária, em face da colocação de moeda em quantidade superior à
necessidade da economia.
 Essa receita que o governo passa a obter com a emissão de moeda é chamada de receita de senhoriagem.
2. Venda de títulos da dívida púb (crédito púb): a colocação de títulos da dívida púb possibilita ao governo trocar
título, ativo financeiro não monetário, por moeda que está em circulação para financiar seu deficit.
 Vantagem: venda de títulos públicos evita a ocorrência de pressões inflacionárias uma vez que não necessita
recorrer à emissão de moeda.
 Desvantagem: a colocação de títulos públicos à disposição no mercado implica oferecer taxas de juros
atrativas, com impacto no total do endividamento e no custo do seu financiamento.
*O financiamento do deficit público traz como consequência econômica a redução da poupança destinada ao
financiamento do investimento e, por conseguinte, a redução do crescimento econômico.

-Necessidade de financiamento do setor público – NFSP: representa a necessidade do setor público em se financiar
por meio de dívida. É chamada de deficit nominal ou resultado nominal, e corresponde à variação nominal dos saldos
da dívida interna líquida, mais os fluxos externos efetivos, convertidos para reais pela taxa média de câmbio de
compra. Quanto o Governo precisa captar de recursos para cobri sue déficit.

CONCEITOS DE DÍVIDA PÚBLICA DO BRASIL:


-Dívida púb bruta: montante total dos compromissos financeiros do governo, incluindo a dpivida interna e externa.
-Dívida púb líquida → dívida púb bruta subtraída das reservas internacionais do país.

-Dívida púb mobiliária do governo federal (DPMF): total dos títulos públicos federais fora do BACEN. Títulos
púb emitidos pelo governo e negociados no mercado financeiro.
-Dívida púb mobiliária do governo federal interna (DPMFi): total dos títulos públicos federais fora do BACEN
em poder do público. Negociados dentro do território nacional em moeda nacional.
-Dívida mobiliária dos governos estaduais e municipais: total dos títulos emitidos pelos tesouros desses entes da
Federação.

-Dívida externa bruta: montante total de obrigações financeiras de um país com credores estrangeiros.
-Dívida externa líquida: dívida Externa Bruta menos as aplicações em moeda estrangeira.

TRIBUTAÇÃO E FEDERALISMO FISCAL:


-A tributação compreende:
 Impostos indiretos: incidem obre as transações econômicas de bens e serviços. Ex: ICMS, IPI.
 Impostos diretos: incidem sobre o patrimônio e a renda das pessoas (físicas/jurídicas). Ex: IR, IPTU, IPVA.
 Contribuições à previdência social: saão omputadas tanto a parte do empregador quanto a do empregado.
 Outras receitas de governo: por exemplo, taxas e multas diversas.

-Princípios e classificações dos tributos:


 P. da Produtividade: o volume de arrecadação do tributo deve ser maior do que os custos de sua obtenção.
 P. da Neutralidade: o tributo não deve provocar mudança nos preços relativos da economia, deve manter
inalterada a alocação dos recursos. Um imposto é considerado neutro à medida que modifica os preços da
economia na mesma proporção.
 P. da Equidade: o tributo deve onerar o contribuinte segundo suas posses e de acordo com os benefícios que
cada um recebe pela disponibilidade dos serviços públicos. A equidade pode ser horizontal, como a isonomia
aplicada a agentes econômicos de mesma renda, ou vertical, em que temos uma tributação distinta para
agentes com rendas diferentes, sendo uma forma de exercício da função distributiva.
 P. da Capacidade de contribuição (de pagamento): cada contribuinte deve pagar segundo seus ganhos e sua
propriedade. Expressa o caráter progressivo do imposto. Ex: Imposto de Renda e o IPTU.
 P. da Simplicidade: o governo deve adotar um sistema tributário de fácil assimilação e gestão, tanto por sua
parte quanto por parte da sociedade.
 P. da Derivação: a tributação deve incidir no local da origem do fato gerador do tributo, gerando maior
simplicidade na tributação.
 P. do Benefício: vincula o valor do tributo ao benefício ofertado pelo governo, estando relacionado ao
financiamento de serviços disponibilizados pelo Estado via exercício de sua função alocativa.
 P. da Generalidade: deve incidir sobre as rendas e os proventos de qualquer pessoa. O IR deve incidir e ser
cobrado, tanto quanto possível, de todas as pessoas, mas respeitando o princípio da capacidade contributiva.

-Curva de Laffer: gráfico que demonstra que uma tributação exagerada acaba por ser ineficaz em termos de receita
fiscal. Pode ser explicada por motivos como:
 Em uma situação de taxas de imposto progressivas (como o IR), a partir de certa altura, os trabalhadores
preferem não aumentar o seu nível de atividade profissional e ficar numa taxa de imposto mais baixa;
 Um aumento exagerado das taxas de imposto sobre a despesa poderá desestimular o consumo e o
investimento, levando à redução da receita fiscal em lugar do seu aumento;
 Quanto maior for a carga fiscal, maior é o incentivo às práticas de fuga e evasões fiscais.
*A curva de Laffer (ou curva reversa) ocorre em virtude de 2 efeitos contrários:
1. Efeito-Substituição: conforme diminui a renda líquida do
indivíduo em virtude da tributação, o trabalhador decide
trabalhar menos horas e aumentar as horas de lazer. Afeta
negativamente a oferta de trabalho.
2. Efeito-Renda: conforme diminui a renda líquida do
indivíduo em virtude da tributação, o trabalhador decide
trabalhar + horas para aumentar a renda líquida. Afeta
positivamente a oferta de trabalho.

*A curva de Laffer mostra a evolução da arrecadação real do governo em função da alíquota. Possui a forma de U
invertido, ou seja, cresce, atinge um máximo e, depois, decresce com aumentos sucessivos da alíquota.

-Peso Morto da Tributação x Ótimo de Pareto:


 O “peso morto” da tributação está relacionado ao custo social dos tributos. Quanto maior a tributação, em
regra, maior o peso morto, ou seja, a produção perdida. É uma forma de ineficiência econômica.
 O efeito disso é a queda no mercado como um todo. O peso morto da tributação está caracterizado quando o
ganho gerado para um agente econômico é menor que a perda causada na economia.

-Natureza fiscal x Extrafiscal da tributação:


 Um tributo de natureza fiscal é usado apenas para arrecadar, esse foco em arrecadar se dá tanto para tributos
vinculados ou não vinculados.
 O tributo de natureza extrafiscal ocorre quando o Estado não visa apenas a arrecadação, mas também a
intervenção na sociedade e na economia.
 O tributo parafiscal é aquele cujo o objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividade que, em
princípio, não integra funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades específicas.
 O subsídio, chamado de imposto negativo, é quando o governo desembolsa valores com o objetivo de
aumentar a produção e causar a queda do preço do bem/serviço para o consumidor.

-Ônus da tributação, elasticidades e regra de Ramsey:


 O ônus da tributação normalmente é repartido entre consumidores e produtores em proporções que variam a
depender de suas respectivas elasticidades. A regra é que o lado menos elástico é onerado em maior grau pela
tributação, enquanto o lado mais elástico é menos onerado com a tributação.
 Regra de Ramsey: sugere que impostos devem ser proporcionais à elasticidade da oferta e demanda dos
bens: + elásticos, menos impostos; menos elásticos, + impostos, para minimizar distorções econômicas.

-Carga tributária e sua evolução no Brasil:


 Carga Fiscal ou Carga Tributária Bruta: relação entre a totalidade de tributos pagos pela sociedade e o PIB.
 Carga Tributária Líquida: relação entre a carga tributária bruta, menos as transferências correntes às famílias
e os subsídios, e o PIB.
 Carga Tributária Efetiva: carga tributária recolhida aos cofres públicos.
 Carga fiscal: é considerada progressiva quando o resultado, após cobrança dos tributos, gera uma melhor
distribuição de renda na sociedade. Ela melhora, desconcentra, distribui renda.
 Carga fiscal regressiva: é aquela que, após a tributação, provoca uma maior concentração de renda na
sociedade. Piora, concentra a renda.
 Carga fiscal neutra/proporcional: não altera a distribuição de renda da sociedade. A carga fiscal é chamada de
ótima quando o sistema tributário é equitativo e neutro, isto é, obedece aos princípios da neutralidade e da
equidade, o que, na prática, é quase impossível.

-Interferência da Tributação na Economia: ocorre pelo fato de o sistema tributário não ser neutro, fato que gera um
custo de eficiência (excesso de gravame), que corresponde à diferença entre o custo econômico (perda total do bem-
estar) e o montante arrecadado pelo governo. Os tributos podem interferir de 3 maneiras:
 Tornando o mercado ineficiente: na escolha dos bens a serem consumidos ou produzidos;
 Na escolha do momento para consumo ou produção; e  Na escolha entre trabalho e lazer.

-Efeitos do crescimento e da inflação na carga fiscal:


 Com o crescimento econômico, ocorre uma elevação da renda dos indivíduos, e uma parcela maior da renda
será tributada pelas maiores alíquotas do imposto sobre a renda. O crescimento da economia pode ter
diversos efeitos dependendo da forma desse crescimento.
 Efeitos da inflação: “efeito tabela”, efeito da inflação na distribuição da carga fiscal. É a distorção na
distribuição da carga fiscal causada por diferenças entre as variações na renda dos indivíduos e no reajuste
das tabelas de tributação do imposto de renda.
 Imposto inflacionário: desvalorização contínua dos recursos em poder dos contribuintes (que não estão
aplicados em nenhum investimento). Tem caráter altamente regressivo. Acaba sendo uma tributação indireta
e não pode ter sua “alíquota” aumentada indiscriminadamente.
 Receita de seigniorage: ou receita de senhoria, é o lucro do governo decorrente do monopólio da emissão de
moeda. É necessária, pois, com a inflação e o consequente aumento generalizado de preços, torna-se
necessário aumentar o volume de dinheiro no mercado, o que é feito através da emissão de moeda.
 Efeito Tanzi: a perda real do valor da arrecadação tributária em virtude da inflação quando ocorre inflação no
interregno entre a ocorrência do fato gerador do tributo e o seu recolhimento aos cofres governamentais.

CLASSIFICAÇÕES E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS TRIBUTOS:


-Impostos diretos: são tributos que incidem sobre a pessoa do contribuinte, e não sobre os bens ou serviços
consumidos. Ex: IR, cuja incidência ocorre diretamente sobre a remuneração do contribuinte.
-Impostos indiretos: tributos que incidem sobre os bens/serviços consumidos pelo contribuinte. Ex: ICMS, ISS, IPI.

-Impostos progressivos → são aqueles cuja alíquota se eleva à medida que o valor de referência aumenta. Ex: IR.
-Impostos regressivos → são aqueles cuja alíquota diminui à medida que o valor de referência aumenta.
-Imposto proporcional → aquele em que os contribuintes com altas rendas e aqueles com rendas menores pagam a
mesma fração de sua renda, ou seja, pagam na mesma proporção da sua renda.

-Imposto sobre consumo: em cascata x sobre o valor adicionado: se aplica sobre bens selecionados consumidos
dentro de um país. Pode ser recolhido do produtor, do fabricante, do atacadista, do importador ou no ponto de venda
final ao consumidor. Podem ser de 2 tipos: impostos de consumo específicos (aplicados por quantidade) e impostos de
consumo ad valorem (porcentagem do valor do produto).
 Imposto sobre o consumo chamado de “em cascata”: incide sobre todas as etapas de fabricação de um
produto, de modo cumulativo. Em contraste, temos os chamados impostos monofásicos, que não geram
efeito cascata, normalmente incidindo apenas sobre o consumo final.
 Imposto sobre valor adicionado: incide sobre o valor adicionado em cada etapa do processo de produção ou
distribuição de bens e serviços. Geralmente, o imposto é repassado para o consumidor final, mas é recolhido
em várias etapas da cadeia de produção. Ex: ICMS.

-Imposto Real x Imposto Pessoal: imposto pessoal leva em consideração a qualidade individual do contribuinte, sua
capacidade contributiva, enquanto o imposto real leva em consideração apenas a matéria tributável, com total
abstração das condições individuais de cada contribuinte.

-Tributo do tipo Excise Tax x Tributo Lump Sum:


 Excise tax: aplicação de uma sobretaxa tributária acrescentada ao preço de cada unidade de um produto.
Normalmente são aplicados sobre bens supérfluos e/ou nocivos à saúde, como cigarros.
 Lump sum é um imposto fixo per capita, correspondendo a um valor fixo que não depende da quantidade
produzida ou vendida. É uma taxa fixa que não varia com o nível de renda ou consumo de um indivíduo. É
cobrado independentemente da situação financeira ou das decisões de consumo da pessoa.

FEDERALISMO FISCAL NO BRASIL:


-Relacionado à nossa estrutura tributária. Pacto Federativo é um acordo firmado entre a União e os estados federados
no qual estão estabelecidas as funções, os direitos e os deveres dos entes, especialmente a repartição das receitas e das
responsabilidades entre os entes. Centralizou o poder na capital federal e distribuiu os recursos arrecadados de
maneira questionada, gerando guerras fiscais entre os estados. Os estados são obrigados a reduzir arrecadação para
atrair empresas, em contraste com a majoração frequente dos tributos.

-A EC 132/2023, que instituiu a Reforma Tributária trouxe um forte impacto no Federalismo Fiscal brasileiro:
 Inovou ao agregar a sustentabilidade ambiental e a defesa do meio ambiente, com menção expressa à
redução das emissões de carbono;
 Reforçou princípios da tributação: simplicidade, transparência, justiça tributária e cooperação.
 Gradual extinção dos tributos repartíveis (IPI e ICMS), novas regras foram estabelecidas.
 IBS – Imposto sobre Bens e Serviços: que é distribuído aos estados e ao DF, 25% devem ser distribuídos aos
municípios de acordo com critérios baseados na proporção da população, em indicadores de aprendizagem e
equidade, em indicadores de preservação ambiental e em partes iguais para todos os municípios.
 10% do IBS devem ser destinados aos estados e ao DF, proporcionalmente ao valor das respectivas
exportações de produtos industrializados. Desse valor, 25% devem ser distribuídos aos municípios.
 Foi criado o “conselhão”(comitê gestor do IBS), que terá representação paritária entre E/DF e municípios.
 Também foi criado o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, cujo foco é reduzir as desigualdades
regionais, mediante a entrega de recursos da União aos estados e DF.

-Correntes teóricas sobre o federalismo fiscal:


 Normativa: é a favor do governo local, o que implica o estabelecimento de um sistema de arrecadações
próprias e partilhadas. O foco é distribuir racionalmente, entre os entes, as competências tributárias e as
responsabilidades no tocante à provisão de bens púb.
 Flypaper effect: sistema estruturado na arrecadação centralizada de tributos, com posterior redistribuição
mediante transferências do governo nacional, podendo ocasionar gastos excessivos.
 Market preserving federalism: enfatiza a autonomia dos governos subnacionais para definir políticas fiscais e
econômicas, visando manter a competição entre jurisdições e promover eficiência nos mercados.
 Charles Tiebout: sugere que os indivíduos podem escolher a jurisdição que melhor atenda às suas
preferências de serv púb e impostos, promovendo eficiência por meio da competição entre governos locais.
 Teoria de OATES: enfoca a alocação eficiente de recursos entre níveis de governo, considerando a
descentralização fiscal e a provisão de bens públicos ótimos em diferentes jurisdições.

RECEITA PÚBLICA:
-Sentido amplo: (também chamada de ingresso público), abrange todos os ingressos financeiros ao patrimônio
público, ou seja, o fluxo de recebimentos auferidos pelo Estado, sem restrições. São todas as entradas de bens/direitos
a qualquer título, em determinado prazo, que o Estado utiliza para financiar seus gastos, podendo ou não se incorporar
ao seu patrimônio, independentemente de ter contrapartida no passivo. Representam entradas compensatórias.

-Sentido estrito: conjunto de ingressos financeiros, com fontes e fatos geradores próprios e permanentes, oriundos da
ação e de atributos inerentes à instituição, e que, integrando o patrimônio na qualidade de elemento novo, lhe produz
acréscimos, sem, contudo, gerar obrigações, reservas ou reivindicações de terceiros. São apenas as receitas
orçamentárias. Representam disponibilidades de recursos.

ETAPAS E ESTÁGIOS DA RECEITA:


-A gestão da receita orçamentária pode ser dividida em três diferentes etapas:
1. Planejamento: engloba a previsão de arrecadação da receita orçamentária integrante da LOA, usando as
metodologias de projeção usualmente adotadas, de acordo com as orientações da LRF.
2. Execução: tem como estágios da execução da receita orçamentária o lançamento, a arrecadação e o
recolhimento.
3. Controle e avaliação: compreende a fiscalização realizada pela Administração, pelos órgãos de controle e
pela sociedade. Engloba a avaliação do desempenho da arrecadação, combate à sonegação, ações de
recuperação de crédito e demais medidas para incremento de receitas.

-Estágios/fases da receita:
1. Previsão: (ou planejamento) estimativa de arrecadação da receita, constante da LOA. Estimativa das receitas que o
governo espera arrecadar durante um determinado período, geralmente um ano fiscal. Isso é feito com base em
projeções econômicas, análise de tendências passadas e outros fatores relevantes.

2. Lançamento: procedimento adm onde se verifica a procedência do crédito, quem e quando se deve pagar (inscrição
do débito). São 3 modalidades de lançamento tributário:
 Lançamento por declaração ou misto: o lançamento é efetuado pela Adm com a colaboração do próprio
contribuinte ou de uma 3ª pessoa obrigada por lei a prestar informações. Ex: ITR.
 Lançamento por homologação ou autolançamento : o lançamento é homologado pelo próprio contribuinte e
posteriormente é efetuado pelo contribuinte. Ex: IR, ISS, ICMS, IPI, II, IE.
 Lançamento de ofício ou direito : o lançamento é efetuado unilateralmente pela Adm sem a intervenção do
contribuinte. Ex: IPTU, IPVA.

3. Arrecadação: se dá no momento em que o contribuinte paga ao agente arrecadador, o valor do seu débito, ou seja, é
a entrega dos recursos devidos ao Tesouro, realizada pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou
bancos autorizados pelo Ente Público. (Entrega do recurso ao agente ou banco)
4. Recolhimento → momento que o agente arrecadador repassa o produto arrecadado ao Tesouro Nacional, Estadual
ou Municipal, ou seja, é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela
administração e pelo controle da arrecadação e programação financeira. (Crédito na conta)
CLASSIFICAÇÕES DAS RECEITAS PÚBLICAS:
-De acordo com a Lei nº 4320/1964:
 Correntes: aquelas que se esgotam dentro do período anual, normalmente alterando o patrimônio líquido da
Entidade. São destinadas a cobrir despesas orçamentárias que visam à manutenção das atividades
governamentais. Ex: tributárias, patrimoniais, industriais, etc.
 De Capital: não alteram o patrimônio Líquido do Estado, como os produtos de empréstimo contraídos pelo
Estado a longo prazo. Compreendem, assim, a constituição de dívidas, a conversão em espécie de bens e
direitos, dentre outros. Ex:alienação de bens, operações de crédito, amortização de empréstimos concedidos).

-Quanto à forma de ingresso:


 Orçamentárias: aquelas que podem (não necessariamente estão) ser previstas na LOA e que constituem fonte
de recursos para fazer frente as despesas orçamentárias. Pertencem ao Estado e transitam pelo patrimônio do
Poder Púb. É registrada pelo regime de caixa. Ex: receitas correntes e receitas de capital.
 Extraorçamentárias: recursos financeiros de caráter temporário, do qual o Estado é mero agente depositário.
Sua devolução não se sujeita a autorização legislativa, portanto, não integram a LOA. Sua realização não se
vincula à execução do orçamento, nem se constitui em renda do Estado.
*As operações de crédito em geral são receitas orçamentárias, com exceção das operações de crédito por ARO–
Antecipação da Receita Orçamentária que são receitas extraorçamentárias.

-Quanto à coercitividade ou procedência: (classificação doutrinária, não prevista em norma)


 Originária: têm origem no próprio patrimônio púb. O Estado é o produtor de bens/serviços, praticando
atividades típicas do setor priv. O Estado coloca parte do seu patrimônio à disposição de PF ou PJ, que
poderão se beneficiar de bens/serviços, mediante pagamento de um preço estipulado. Natureza bilateral.
 Derivada: obtidas do patrimônio particular, por meio de atividade coercitiva do Estado sobre os particulares.
São chamadas também de não patrimoniais. São unilaterais.
 Transferida: decorrente da transferência de recursos entre os entes da Federação. Têm base constitucional ou
legal, ou podem ainda decorrer de mera liberalidade do ente (voluntárias).

-Quanto à repercussão/afetação patrimonial: (p/ fins contábeis, quanto ao impacto na situação patrimonial líquida)
 Efetiva: aumentam a situação líquida patrimonial do Estado sem contrapartida no passivo. Ex: receita
tributária, receita patrimonial, receita corrente.
 Não efetiva: entradas/alterações compensatórias. Não alteram a situação líquida patrimonial. Ex: receitas de
capital (salvo recebimento de capital), cobrança de dívida ativa, alienação de bens, operações de crédito.

-Quanto à regularidade: (classificação apenas doutrinária)


 Ordinárias: possuem certa regularidade na sua arrecadação, sendo normatizadas pela CF ou por leis, como as
receitas com arrecadação de impostos, as transferências recebidas do Fundo de Participação dos Estados, etc.
 Extraordinárias: são as que representam ingressos acidentais, transitórios e, às vezes, até de caráter
excepcional, como os impostos por motivo de guerra, heranças etc.

-Quanto à forma de sua realização:


 Próprias: quando seu ingresso é promovido pela própria entidade, diretamente, ou por meio de agentes
arrecadadores autorizados. Ex: tributos, os aluguéis, os rendimentos de aplicações financeiras.
 De transferências: aquelas em que a arrecadação se processa por meio de outras entidades, em virtude de
dispositivos constitucionais ou legais, ou mediante acordos ou convênios. Ex: valores recebidos como cota-
parte de Tributos Federais aos Estados e Municípios.
 De financiamentos: decorrentes de operações de crédito realizadas com destinação específica, vinculadas à
comprovação da aplicação dos recursos. Ex: valores recebidos a título de financiamentos para implantação
de parques industriais, para aquisição de bens de consumo duráveis, etc.

-Quanto ao poder de tributar: as receitas são classificadas de acordo com o poder de tributar que compete a cada
ente, considerando e distribuindo as receitas obtidas como pertencentes aos respectivos entes.

-Por categoria econômica: tem por objetivo identificar/diferenciar as receitas de caráter continuado:
 Correntes: receitas das quais não resulta contraprestação financeira, em qualquer momento, por parte do
Estado. Ex de receitas Correntes: tributária, patrimonial, industrial e diversas e, ainda as provenientes de
recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito púb ou priv, destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas Correntes.
 De Capital: provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da
conversão em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito púb ou priv
destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento
Corrente. Em regra, têm como contrapartida um aumento do passivo ou diminuição do ativo, não afetando a
situação líquida do patrimônio. A exceção é a transferência de capital destinada a atender despesas de capital.

-Classificação por Fontes (ou por destinação de recursos): vem atender a necessidade de classificar a receita
conforme a destinação legal dos recursos arrecadados.
 Destinação vinculada: processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às
finalidades específicas estabelecidas pela norma. Ingressos de recursos em decorrência de convênios ou de
contratos de empréstimos e de financiamentos.
 Destinação não vinculada (ou livre): processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos,
para atender a quaisquer finalidades, desde que dentro do âmbito das competências de atuação do órgão ou
entidade.
Observações:
*Essa classificação consiste em um código de quatro dígitos. O 1º dígito representa o grupo de fonte, enquanto o 2º, o 3º e o 4º
representam a especificação da fonte.
*Para a receita pública, a classificação por fontes se dá na etapa de previsão da receita, enquanto para a despesa pública, a
classificação por fontes se dá na etapa de empenho da despesa.
*Desvinculação de Receitas da União – DRU: Desvinculação de 30% dos Recursos da União arrecadados a título de taxas,
contribuições econômicas e contribuições sociais (exceto as contribuições sociais do empregador e a do trabalhador para os Regimes
de Previdência Social Geral e Próprio do Servidor Público, bem como a contribuição social do salário educação).

-Classificação por natureza da receita (categorias): demonstram o fato gerador que originou o ingresso dos
recursos aos cofres públicos, podendo ser considerada a menor célula de informação em termos de orçamento público
no que diz respeitos às receitas públicas, de modo a permitir as necessárias vinculações. A associação é efetuada por
meio de um código numérico de 8 dígitos, cujas posições ordinais passam a ter o seguinte significado:
C O E DDDD T
Categoria Econômica Origem Espécie Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita Tipo
 Categoria Econômica (1º dígito): obedece ao critério econômico, sendo utilizado para mensurar o impacto
das decisões do Governo na economia nacional. É codificado da seguinte forma:
1. Receitas correntes. 7. Receitas correntes intraorçamentárias.
2. Receitas de capital. 8. Receitas de capital intraorçamentárias.
*Receitas intraorçamentárias são receitas oriundas de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da
Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera de governo.

 Origem (2º dígito): subdivisão das categorias econômicas para identificar a origem das receitas quando estas
ingressam no patrimônio púb, informando a procedência dos recursos púb.
Receitas Correntes
1 – RECEITA de IMPOSTOS, TAXAS E Apenas os tributos na conceituação da legislação tributária: impostos, taxas e contrib. de melhoria. Receita
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA * privativa da U, E, DF e M, entidades revestidas do poder de tributar.
Engloba as do tipo social (contribuições previdenciárias, salário-educação) e econômico (cotas de
2 – RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
contribuições sobre exportações).
Se origina da exploração econômica do patrimônio púb. Ingresso proveniente de rendimentos sobre
3 – RECEITA PATRIMONIAL investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros
rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.
Decorre da exploração econômica de atividades agropecuárias, além do beneficiamento de produtos
4 – RECEITA AGROPECUÁRIA
agropecuários em níveis não considerados industriais.
Derivada de atividades industriais: de transformação, de construção e de serviços industriais de utilidade
5 – RECEITA INDUSTRIAL
púb.
Decorre de atividades como: comércio, transporte, comunicação, serv. hospitalares, armazenagem, serv.
6 – RECEITA DE SERVIÇOS
educacionais, culturais, recreativos, recebimento de juros associados aos empréstimos concedidos.
Recursos financeiros recebidos de pessoas jurídicas ou físicas e que serão aplicados no atendimento de
7 – TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
Despesas Correntes.
9 – OUTRAS RECEITAS CORRENTES Diversas outras receitas não enquadradas nas classificações anteriores.
*Modificado recentemente, mas a Lei n. 4.320/1964 ainda utiliza o Termo “Receitas Tributárias”.
*O superavit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes não constituirá item de receita
orçamentária.

Receitas de Capital
1 – OPERAÇÕES DE Envolvem captação de recursos para atender desequilíbrios orçamentários ou financiar empreendimentos púb. É por meio
CRÉDITO dela que são cobertos os déficits orçamentários que ensejam a formação da Dívida Púb.
2 – ALIENAÇÃO DE BENS Resultado obtido com a alienação de bens patrimoniais móveis ou imóveis: ações, títulos, prédios públicos, privatizações etc.
3 – AMORTIZAÇÃO DE
Recebimento do principal do dinheiro que emprestou anteriormente
EMPRÉSTIMOS
4 – TRANSFERÊNCIAS DE
Têm como critério básico de classificação a destinação; devem ser aplicadas em Despesas de Capital.
CAPITAL
9 – OUTRAS RECEITAS DE Envolvem as Receitas de Capital não classificáveis nas outras origens anteriores, como a indenização que a Petrobras para
CAPITAL aos Estados e Municípios pela extração de petróleo, xisto e gás.

 Espécie (3º dígito): vinculada à origem, é composta por títulos que permitem qualificar com maior detalhe o
fato gerador dos ingressos de tais receitas. Ex: Contribuições as suas espécies: “Contribuições Sociais”,
“Contribuições Econômicas” e “Contribuições para Entidades Privadas de Serviço Social”, etc.
 Desdobramentos – identifica – peculiaridades da receita (4º ao 7º dígito): desdobramentos com a finalidade
de identificar peculiaridades de cada receita, caso seja necessário, podendo ou não ser utilizados conforme a
necessidade de especificação do recurso.
 Tipo (8º dígito): serve para identificar o modo de arrecadação a que se refere aquela natureza.

-Por identificador de resultado primário:


 Primárias: quando seu valor é computado na apuração do resultado (superávit ou déficit). Receitas correntes
que advêm dos tributos, das contribuições sociais, das concessões, dos dividendos recebidos pela União, da
cota-parte das compensações financeiras, etc.
 Não primária: quando não é considerada nesse cálculo.

-Em função do grau de interesse público:


 Preços quase privados: interesse privado predomina e a atividade financeira do Estado se deve quase
exclusivamente ao interesse privado, sendo o interesse público meramente acidental. Nesse tipo de atividade,
o Estado atua na prática sem sua soberania, relacionando-se com o particular contratualmente.
 Preços públicos: (tarifas). Quando o Estado pratica preço público, existe interesse púb, ainda que de forma
secundária, o que leva o Estado a exercer a atividade em regime de monopólio.
 Taxas: interesse público prevalece sobre o interesse privado. A relação é de natureza obrigatória, e não
contratual ou facultativa. O interesse privado é individual e mensurável para cada indivíduo.
 Contribuições de melhoria: o interesse púb é bem superior ao interesse privado. O Estado exerce sua
atividade e, incidentalmente, gera uma vantagem para determinada classe ou categoria de indivíduos.
 Impostos de contribuições: os impostos são cobrados pelo Estado pelo exercício de uma atividade na qual se
visa a realização de um interesse exclusivamente público. Caso o particular tenha alguma vantagem, esta
será meramente acidental e a sua natureza é obrigatória.

-Quanto à esfera orçamentária:


 Receitas do orçamento fiscal: receitas arrecadadas pelos Poderes da União, seus órgãos, entidades fundos e
fundações, inclusive pelas empresas estatais dependentes excluídas as receitas vinculadas à Seguridade
Social e as receitas das Empresas Estatais não dependentes que compõe o Orçamento de Investimento.
 Receitas do orçamento da seguridade social: receitas de todos os órgãos, entidades, fundos e fundações
vinculados à Seguridade Social (áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência Social); e as receitas cuja
classificação orçamentária caracterizem-nas como originárias da prestação de serv. de saúde, independente
das entidades a que pertençam.
 Receitas do orçamento de investimento das empresas estatais: recursos das empresas estatais não
dependentes em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

-Receitas públicas fiscais e extrafiscais:


 Natureza fiscal: usado apenas para arrecadar, ou seja, esse foco em arrecadar se dá tanto para tributos
vinculados ou não vinculados.
 Natureza extrafiscal: quando o Estado não visa apenas à arrecadação, mas também intervir na sociedade e na
economia.
 Tributo parafiscal: arrecadação de recursos para o custeio de atividade que, em princípio, não integra funções
próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades específicas, a exemplo dos sindicatos, OAB,
SESI, SESC, contribuições cobradas de servidores públicos para custeio de sistemas de previdência etc.

-Fundos especiais:
 Natureza contábil: são evidenciados em registros contábeis onde as disponibilidades financeiras são
destinadas a atender saques efetuados diretamente contra o caixa do Tesouro Nacional.
 Natureza financeira: são constituídos por meio da movimentação de recursos de caixa do Tesouro Nacional
para depósitos em estabelecimentos oficiais de crédito, de acordo com o cronograma aprovado, para atender
aos saques previstos em programação específica.

DÍVIDA ATIVA:
-São valores que a Fazenda Pública tem para receber de terceiros, sejam eles de natureza tributária ou não. É
composta pelos créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, e que não foram
recebidos nas datas pactuadas. A dívida ativa compreende, além do valor principal, atualização monetária, juros,
multa e demais encargos previstos.

-Dívida ativa tributária: refere-se a tributos, seus adicionais e multas decorrentes do seu não pagamento.
 A inscrição do crédito tributário em dívida ativa ocorre pelo inadimplemento da obrigação tributária nascida
com o fato gerador.
 Crédito tributário não suspenso, não extinto ou não excluído, poderá ser inscrito em dívida ativa.
 Elementos/condições cumulativos para inscrição da Dívida Ativa de natureza tributária: o crédito tem que ter
natureza tributária; e deve ter ocorrido inadimplemento por parte do devedor, em virtude de descumprimento
da obrigação no prazo fixado para pagamento; e deve ser feita a inscrição do crédito em registro próprio e
somente após apurada sua liquidez e certeza.
 A inscrição na Dívida ativa é um ato adm vinculado, e o assentamento do débito é feito em registro próprio.

-Dívida ativa não tributária: representa os créditos a que faz jus a Fazenda Pública que não são oriundos de tributos,
tais como os originários de foros, laudêmios, aluguéis, preços públicos, indenizações, dentre outros. São decorrentes
de uma relação jurídica que não tem fundo tributário.

DESPESA PÚBLICA:
-Representa o conjunto de dispêndios do Estado, ou de outra pessoa de Direito Púb.
 Finalidades → funcionamento dos serviços públicos e de atendimento às necessidades coletivas;
 Aplica certa quantia dentro de uma autorização legislativa, buscando a manutenção das atividades do ente
estatal ou para a conservação ou construção de bens públicos.
 Devem ser autorizadas pelo Legislativo, compondo o orçamento, com exceção das extraorçamentárias.

-Despesas Orçamentárias x Despesas Extraorçamentárias x Despesas Intraorçamentárias:


 Orçamentária: toda transação que depende de autorização legislativa (LOA e créditos adicionais), na forma
de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.
 Extraorçamentária: não consta na LOA, compreendendo determinadas saídas de numerários decorrentes de
depósitos, pagamentos de restos a pagar, resgate de operações de crédito por antecipação de receita e
recursos transitórios. Não se caracteriza como despesa pública, não são destinadas às necessidades púb.
 Intraorçamentária: mera “arrumação” de contas dentro do próprio orçamento do ente, sem alterar o total da
despesa pública.

-Enfoque orçamentário e patrimonial: abordagens diferentes para entender e gerenciar a despesa pública.
 No Direito Financeiro devemos usar o regime misto, onde receitas são contabilizadas pelo regime de caixa
(arrecadadas – entradas efetivas de dinheiro) e regime de competência para as despesas (empenhadas –
comprometimento do recurso no orçamento).
 No enfoque orçamentário a despesa é reconhecida quando é autorizada no orçamento, independentemente de
ter sido efetivamente paga ou não. O registro contábil ocorre quando a despesa é comprometida. As despesas
são registradas no momento em que são planejadas e autorizadas, proporcionando uma visão mais voltada
para o controle orçamentário e a gestão dos gastos públicos.
 No enforque patrimonial a despesa é reconhecida quando ocorre o consumo de um recurso ou a prestação de
um serviço púb, independentemente de ter sido prevista no orçamento ou não. O registro contábil ocorre
quando a despesa é incorrida. Considera não apenas o orçamento, mas também os efeitos sobre os ativos e
passivos do governo.

ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA:


-Doutrina x Lei:
Doutrina (Planejamento ou pré-empenho) Lei (execução)
-Fixação da despesa -Empenho
-Descentralização dos créditos -Liquidação
-Programação orçamentária e financeira -Pagamento
-Licitação e contratação
-Doutrina:
1. Planejamento: fixação (ou programação da despesa orçamentária), a descentralização e movimentação de créditos,
a programação orçamentária e financeira e o processo de licitação com a formalização do contrato. A legislação não
permite a troca de ordem entre os estágios, com exceção apenas para o estágio da programação e apenas para aquelas
as despesas realizadas via abertura de créditos extraordinários.

2. Fixação da despesa: adoção de medidas em direção a uma situação idealizada, tendo em vista os recursos
disponíveis e observando as diretrizes e prioridades traçadas pelo governo. A criação/expansão da despesa requer
adequação orçamentária e compatibilidade com a LDO e o PPA.
 O processo da fixação da despesa orçamentária é concluído com a autorização dada pelo poder legislativo
por meio da LOA, ressalvadas as eventuais aberturas de créditos adicionais.

3. Descentralização de créditos orçamentários: movimentação de créditos orçamentários para que outras unidades
administrativas possam executar a despesa orçamentária.

4. Programação orçamentária e financeira: compatibilização do fluxo de pagamentos ao fluxo de recebimentos, de


modo a ajustar a execução da despesa fixada às disponibilidades de caixa do ente.

5. Processo de Licitação: procedimento administrativo formal para contratação de serviços ou aquisição de produtos
pelos entes da Administração Pública direta ou indireta.

6. Formalização do contrato: findo o processo de licitação e selecionado o vencedor, firma-se um contrato


administrativo que também é objeto de estudo do Direito Administrativo.

-Execução da despesa:
1. Empenho: 1º estágio da execução da despesa. É ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição.
 Gera apenas obrigação orçamentária. É uma autorização da autoridade para realização da despesa. Não cria
obrigação jurídica de pagar, mas destaca das dotações orçamentárias à satisfação da despesa.
 Nos casos de despesas relativas a contratos ou convênios de vigência plurianual, deve-se as empenhar em
cada exercício financeiro a parte a ser executada no referido exercício.
 Modalidades de empenho:
→Empenho ordinário: para acudir despesas normais com montante previamente conhecido e cujo
pagamento deva ocorrer de uma só vez.
→Empenho global: despesas com montante previamente conhecido, mas cujo pagamento seja parcelado,
como nos casos das despesas com aluguéis, prestação de serviços, salários etc.
→Empenho por estimativa: despesas cujo valor não se possa determinar previamente, como nos casos de
contas de água, luz, telefone, etc. São gastos que ocorrem regularmente, mas cujos valores oscilam bastante.
 Anulação de um empenho: pode ser anulado ao longo do exercício, seja parcial ou totalmente. Ao final de
cada exercício, o empenho deve ser totalmente anulado caso ainda não tenha sido liquidado, exceto para
aqueles que se enquadrarem nas condições previstas para inscrição em Restos a Pagar.
*Os valores correspondentes à anulação do empenho revertem ao programa de trabalho, tornando-os novamente
disponíveis para empenho.
 Características do empenho: o empenho serve para reservar parte dos créditos disponíveis. Em caso de
urgência, admite-se que o ato de empenho seja contemporâneo à realização da despesa, podendo ser
dispensada a nota de empenho, mas nunca o empenho.
*Nota de Empenho (NE) é a materialização do empenho, sendo elaborada no SIAFI quando da União (uma NE para
cada empenho), serve para registrar as operações que geram o comprometimento de despesa, seu reforço ou anulação,
indicando nome do credor, especificação e valor da despesa, e dedução do valor do saldo da dotação própria.
 Existem situações em que o valor do empenho original não é suficiente, sendo necessário uma espécie de
“empenho de reforço” para complementar o valor original inicial.
 “Empenho de anulação” é aquele empenho emitido posteriormente e que se destina à anulação parcial ou
total dos empenhos originais ou, eventualmente, dos empenhos de reforço, que são chamados de empenho
excedente (anulação parcial) e empenho incorreto ou de objeto não cumprido (anulação total).

2. Liquidação: 2º estágio da execução despesa e é caracterizada pela entrega dos bens e serviços contratados.
Verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e docs comprobatórios do respectivo crédito.
 Serve para verificar a correção da execução do contrato pelo fornecedor, para apurar:
→ a origem e o objeto do que se deve pagar;
→ a importância exata a pagar;
→ a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
 Realizada no SIAFI, por meio da Nota de Lançamento – NL, nos casos de despesas federais.
 É nessa fase que é cobrada a prestação dos serviços ou a entrega dos bens, ou, ainda, a realização da obra,
evitando, dessa forma, o pagamento sem o implemento de condição.
 “Em liquidação”: conforme a doutrina, é a fase entre o empenho e a liquidação propriamente dita.

3. Pagamento: 3º e último estágio. Despacho exarado por autoridade, determinando que a despesa seja paga.
 Em regra, o pagamento deve ser realizado via ordem bancária, precedida da autorização do titular da
Unidade Gestora ou seu preposto.
 Em termos de União, é realizado via SIAFI, mediante ordem bancária correspondente à respectiva dívida
líquida. Equivale à assinatura do gestor público determinando o pagamento.

CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS PÚB ORÇAMENTÁRIAS: *Somente as despesas orçamentárias tem classificação.
-Quanto à forma de ingresso:
 Despesas orçamentárias: aquelas que precisam estar previstas na LOA ou créditos adicionais e que financiam
o funcionamento dos serv púb. Depende de autorização legislativa. Deve seguir o regime da competência.
 Despesas extraorçamentárias: aquelas que não constam na LOA ou nas leis de Créditos Adicionais, tendo em
vista o seu caráter transitório, ou seja, a sua realização não se vincula à execução do orçamento. São, na
verdade, restituição ou à entrega de valores arrecadados sob o título de receitas extraorçamentárias.

-Quanto à efetividade/afetação patrimonial:


 Efetiva: aquela que, no momento de sua realização, reduz a situação líquida patrimonial da entidade.
Constitui fato contábil modificativo diminutivo. Geralmente é despesa corrente.
 Não-efetiva: aquela que, no momento da sua realização, não reduz a situação líquida patrimonial e constitui
fato contábil permutativo. Despesa por mutação/mudança patrimonial. Geralmente é uma despesa de capital.

-Institucional/departamental: reflete a estrutura de alocação dos créditos orçamentários e está estruturada em dois
níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. Sua principal utilidade é permitir a identificação da
instituição responsável pela execução e prestação de contas do programa ou ação governamental.
 Unidade orçamentária: agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão/repartição a que serão
consignadas dotações próprias. As dotações são consignadas às UO, responsáveis pela realização das ações.
 Órgãos orçamentários: correspondem a agrupamentos de unidades orçamentárias.
Observações:
*As Unidades Orçamentárias podem corresponder a uma estrutura administrativa, como Tribunais, Ministérios etc., bem como podem se
constituir apenas em uma classificação para agrupar despesas afins, tais como “Encargos Financeiros”, “Reserva de Contingência” etc.
* Além das subdivisões de cada Órgão, são também Unidades Orçamentárias os chamados órgãos autônomos, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
* Código de classificação → 5 dígitos = os dois primeiros identificam o Órgão e os três últimos, a Unidade Orçamentária.

-Classificação Funcional: segrega as dotações orçamentárias em funções e subfunções, buscando responder


basicamente à indagação “em que área” de ação governamental a despesa será realizada.
 É uma classificação qualitativa. Elemento de ligação dos gastos púb nas 3 esferas de governo, sendo
utilizada, no orçamento da União, no orçamento dos Estados e dos Municípios.
 O objetivo é que as funções representem as ações desenvolvidas pelo Governo, seja direta ou indiretamente,
aglutinadas em grupos maiores, de acordo com os objetivos nacionais.
 Representação → 5 dígitos. Os dois primeiros referem-se à função, enquanto os três últimos dígitos
representam a subfunção, que podem ser traduzidos como agregadores das diversas áreas de atuação do setor
público, nas esferas legislativa, executiva e judiciária.

-Classificação por Estrutura Programática: toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a
realização dos objetivos estratégicos definidos para o período do PPA.
 Programação qualitativa: o programa de trabalho define qualitativamente a programação orçamentária e deve
responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar.
 Programação quantitativa: compreende a programação física e financeira. A programação física define
quanto se pretende desenvolver do produto, corresponde à quantidade de produto a ser ofertado por ação. Já
a programação financeira define o que adquirir e com quais recursos, por meio da natureza da despesa.

-Quanto à natureza da despesa (por categorias):


 Econômica: divide as despesas em correntes (não contribuem diretamente para a formação/aquisição de um
bem de capital) e de capital (que contribuem diretamente para a formação/aquisição de um bem de capital).
 Por grupo de despesa: é obrigatória para todos os entes da federação e tem por finalidade a obtenção de
informações macroeconômicas sobre os efeitos dos gastos do setor público na economia e o controle
gerencial do gasto. Agrupa elementos de despesa de mesma característica.
 Por modalidade de aplicação: aplicação direta ou por transferência (evita dupla contagem).
 Pelo elemento de despesa: identifica os objetos do gasto (“o que será adquirido?”). Não sai na LOA.
 Subelemento: desdobramento facultativo.

*Código de 6 dígitos → com 6 dígitos (sem os desdobramentos dos subelementos que são facultativos). Com 8
dígitos (completo, com os subelementos).
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
Categoria Econômica Grupo de natureza da despesa Modalidades de aplicação Elementos de despesa Subelemento

RESTOS A PAGAR:
-São todas as despesas regularmente empenhadas, do exercício atual ou anterior, mas não pagas até 31/12 do
exercício financeiro vigente. Somente despesas já empenhadas; as que já foram emitidas nota de empenho não pagas.
Classificações:
 Processados: no momento da inscrição a despesa estava empenhada e liquidada.
 Não processados em liquidação: no momento da inscrição a despesa empenhada estava em processo de
liquidação e sua inscrição está condicionada a indicação pelo ordenador de despesa da Unidade Gestora.
 Não processados a pagar: no momento da inscrição a despesa empenhada não estava liquidada e sua
inscrição está condicionada a indicação pelo ordenador de despesa da Unidade Gestora.

DESPESA DE EXERCÍCIOS ANTERIORES – DEA:


-São despesas cujos fatos geradores ocorreram em exercícios anteriores aquele em que deva ocorrer o pagamento. São
despesas cujas obrigações se referem a anos anteriores, mas que não foram empenhadas, ou tiveram seus empenhos
cancelados, seja indevidamente ou por falta de saldo financeiro para sua inscrição em restos a pagar.

DÍVIDA PASSIVA FLUTUANTE E FUNDADA:


-A Dívida Pública, de acordo com o prazo de vencimento, deve ser registrada no Passivo Financeiro Circulante a
chamada dívida flutuante, e no Passivo Financeiro de Longo Prazo, a chamada dívida fundada.

-Dívida Flutuante: é composta por passivos financeiros exigíveis em até 12 meses e que não necessitam de
autorização orçamentária para que sejam pagas. Já foram autorizadas anteriormente pelo Legislativo faltando apenas
a etapa do pagamento, ou ainda são relativas a dispêndios extraorçamentários que naturalmente dispensam tal
autorização. Integram a dívida flutuante:
 Restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;  Depósitos;
 Serviços da dívida a pagar;  Débitos de tesouraria.

-Dívida Fundada: (ou dívida consolidada), são os passivos financeiros que tenha exigibilidade superior a 12 meses e
que necessitem de autorização do Legislativo para seu pagamento, destacando-se que já devem ter ocorrido os
respectivos empenho e liquidação.

SUPRIMENTO DE FUNDOS:
-A autoridade competente pode autorizar a realização da despesa por meio de suprimento de fundos (Regime de
Adiantamentos), quando essa não puder ser realizada pelo processo normal da execução orçamentária.
-É uma exceção. O suprimento de fundos não pode ser usado para despesas com caráter repetitivo que são
tipicamente previsíveis, sendo aplicável apenas os casos de despesas expressamente definidas em lei.
-Consiste na entrega de numerário a um servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria à despesa a
realizar, que não possa se subordinar ao processo orçamentário normal.

-Tipos: casos passíveis de utilização


 Atender despesas eventuais, inclusive viagens e serv. especiais, que exijam pronto pagamento em espécie;
 Quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme regulamento e constar do ato de concessão;
 Atender despesas de pequeno vulto, aquelas cujo valor não ultrapasse aos limites da legislação.

-Restrições à concessão – não pode ser concedido suprimento:


 Destinado a cobrir despesas de locomoção de servidor em viagem quando esse houver recebido diárias.
 A quem não seja servidor.  A servidor responsável por 2 suprimentos.
 A servidor que tenha a seu cargo a guarda/utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na
repartição outro servidor.
 A servidor responsável por suprimento que não tenha prestado contas de sua aplicação no prazo previsto;
 A servidor declarado em alcance ou que esteja respondendo a inquérito administrativo.
*Exceto as despesas sigilosas, as despesas realizadas por meio do suprimento de fundos devem necessariamente ser
urgentes, eventuais e não podem se sujeitar ao processo normal por causarem prejuízo ao ente púb.

-Prestação de contas: o servidor tem 30 dias para prestar contas, todavia, se a importância do suprimento for
aplicada até o encerramento do exercício financeiro (31/12), a despesa deverá ser comprovada até 15/01 seguinte. Se
deixar de prestar contas no prazo, deverá ser procedida a tomada de contas especial, sem prejuízo das providências
adm para apuração das responsabilidades e imposição das penalidades cabíveis.

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL:


-Estabelece normas de finanças púb voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Não preenche a lacuna da Lei
nº 4.320/1964, nem a revoga. Promover:
 Ação planejada (instrumentos de planejamento e orçamento + relatórios);
 Ação transparente (publicidade + ampla prestação de contas).
-Prevenir riscos + corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas púb.
-Promover cumprimento de metas de resultado entre receitas e despesa + obediência a limites e condições em relação:
 Renúncia de receitas;  Concessão de garantia e inscrições de restos a pagar.
 Despesa c/ pessoal e da seguridade social;  Dívida consolidada/mobiliária + op. de crédito (inclusive por ARO);

ABRANGÊNCIA:
-União + Estados/DF + Municípios: Poder Executivo, Legislativo (+ TC) e Judiciário + MP.
-Adm direta + fundos e fundações + autarquias + empresas estatais dependentes.

CONCEITOS IMPORTANTES:
-Empresa estatal dependente: empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para:
 Pagamento de despesa c/ pessoal;  Custeio em geral;
 Despesas de capital (excluídos aqueles provenientes de aumento da participação acionária).
-Receita Corrente Líquida: receitas tributárias + de contribuições + patrimoniais + industriais + agropecuárias + de
serviços + transferências correntes + outras receitas correntes, deduzidos:
 Contribuições dos servidores ao RPPS + compensações financeiras entre os sistemas previdenciários.
 União: transferências constitucionais ou legais da seguridade/PIS/PASEP;
 Estados: transferências constitucionais aos municípios;
 DF/Amapá/Roraima: recursos recebidos da União.
*A RCL é apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos 11 meses anteriores, excluídas as duplicidades.

PLANO PLURIANUAL NA LRF: instrumento de + alta hierarquia.

LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA LRF:


-A L.R.F. aumentou o rol de funções da LDO, que também deverá dispor sobre:
 Equilíbrio entre receitas e despesas;  Critérios/formas de limitação de empenho;
 Controle de custos e avaliação dos resultados dos programas financiados c/ recursos orçamentários;
 Demais condições/exigências p/ transferências de recursos a entidades públicas/privadas;
 Criação de 2 anexos à LDO:

Anexo de Metas Fiscais Anexo de Riscos Fiscais


Estabelece metas anuais (em valores correntes e constantes) de: Avalia os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as
-Receitas, despesas, resultados nominal e primário, e montante da contas públicas + Informa providências a serem tomadas caso se
dívida púb para o exercício a que se referem + para os 2 seguintes. concretizarem.

LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL NA LRF:


-A LOA será compatível com PPA, LDO e LRF. Conterá:
 Em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos c/ os objetivos e metas do
anexo de metas fiscais da LDO.
 Demonstrativo regionalizado do efeito das isenções, anistias, remissões, subsídios, benefícios e medidas de
compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado sobre as
receitas e despesas.
 Reserva de contingência: forma de utilização e montante serão definidos na LDO (definido com base na
RCL); destinada ao atendimento de passivos contingentes + riscos/eventos fiscais imprevisíveis.
-A mensagem que encaminhar a LDO da União, apresentará em anexo específico: os objetivos das políticas
monetária, creditícia e cambial + parâmetros e projeções p/ seus principais agregados e variáveis + metas de inflação
p/ o exercício subsequente.
-Publicação da LOA: até 30 dias após a publicação da LOA, o Executivo estabelecerá → Programação financeira e
Cronograma de execução mensal de desempenho. Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão
utilizados exclusivamente p/ atender o objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso do ingresso.

CUMPRIMENTO DE METAS:
-Ao final de maio, setembro, fevereiro: o Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de
cada quadrimestre.
-90 dias após o encerramento de cada semestre, o BACEN apresentará a avaliação do cumprimento de objetivos e
metas das políticas monetária, creditícia e cambial.

LIMITAÇÃO DE EMPENHO E MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA:


-Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas
de resultado primário ou nominal do anexo de metas fiscais:
 Os Poderes e o MP promoverão, nos 30 dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação
financeira, segundo critérios da LDO. O Poder Executivo não é autorizado a limitar os demais poderes/MP.
 Medida tomada pelo ente também p/ reconduzir a dívida ao limite.
Observações:
-Não serão objeto de limitação as despesas:
*Que constituem obrigação constitucional ou legal do ente (inclusive as destinadas ao pagamento do serviço da dívida);
*As relativas à inovação e ao desenvolvimento científico e tecnológico custeadas por fundo criado para tal finalidade.
*As ressalvadas pela LDO.
-O restabelecimento da receita prevista recompõe as dotações limitadas proporcionalmente às reduções efetivadas (ainda que parcial).

DESPESA COM PESSOAL:


-Total de gastos do ente com ativos, inativos e pensionistas. Inclui terceirizados para a substituição de
servido/empregado = “outras despesas com pessoal”.
-Relativos a: mandatos eletivos, cargos (civis, militares e de membros do poder), funções e empregos.
-Quaisquer espécies remuneratórias: vencimentos e vantagens (fixas e variáveis) + subsídios; proventos (de
aposentadoria, reformas e pensões); adicionais, gratificações, horas extras, e vantagens pessoais; encargos sociais e
contribuições recolhidas pelo ente à previdência.
*Não inclui despesas de natureza indenizatória.

-Limites:
 Despesa total com pessoal: apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos 11 meses
anteriores, segundo o regime de competência, independentemente de empenho. Será observada a
remuneração bruta do servidor, sem qualquer dedução ou retenção, ressalvado o “abate-teto”.
Ente Limite (% da RCL)
União 50%
Estados 60%
Municípios 60%
 Limites por esfera:
União Estados Municípios
-Executivo: 40,9% -Executivo: 49%
-Executivo: 54%
-Legislativo (+TCU): 2,5% -Legislativo (+TCE): 3%
-Legislativo (+TCM): 6%
-Judiciário: 6% -Judiciário: 6%
-MPU: 0,6% -MPE: 2%

-Despesa com pessoal → na verificação do atendimento dos limites, não serão computadas as despesas:
 De indenização por demissão;  Relativas a incentivos à demissão voluntária;
 Derivadas da convocação extraordinária do congresso em caso de urgência ou interesse público relevante;
 Decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração;
 Com pessoal, do DF, do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União;
 Com inativos e pensionistas (ainda que pagas por intermédio de unidade gestora única ou fundo) quanto à
parcela custeada por recursos provenientes:
→ da arrecadação de contribuições dos segurados;
→ da compensação financeira entre os regimes;
→ de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuaria do regime de previdência.
*Na verificação do atendimento dos limites, é vedada a dedução da parcela custeada com recursos aportados.

-Controle:
 Limites de alerta = 90% do limite. Os TCs vão alertar o poder/órgão (verificam o cálculo). Não há
sanções/vedações.
 Limite prudencial = 95% do limite. O poder/órgão incorre em vedações:
→criação de cargo/emprego/função. → alteração na carreira com aumento da despesa.
→provimento/contratação de pessoal (salvo reposição de aposentados/falecidos na educação, saúde e
segurança).
→contratação de horas extras, salvo exceções legais.
→concessão de aumento, reajuste, etc., salvo por sentença judicial, determinação legal/contratual.
 Limite ultrapassado => 100% do limite. O poder/órgão incorre nas vedações do limite prudencial + deve
eliminar o excesso em 2 quadrimestres (pelo menos 1/3 no 1º quadrimestre). Providências:
→ Redução de >20% das despesas com cargo em comissão/função de confiança.
→ Exoneração de servidores não estáveis.
→ Exoneração de servidores estáveis. O servidor terá indenização de 1 mês de remuneração por 1 ano de
trabalho, o cargo será extinto, vedada criação de outro semelhante por 4 anos.
*Não reduzida no prazo, o poder/órgão não poderá: receber transferências voluntárias, ressalvadas educação, saúde e
assistência; obter garantia direta/indireta de outro ente; contratar op. de crédito, ressalvadas para pagamento da dívida
mobiliária + visem a redução das despesas com pessoal.

-Exceções aos prazos para redução:


Aplicação imediata Despesa com pessoal > limite no 1º quadrimestre do último ano do mandato.
Suspensão Calamidade púb (reconhecida pelo Legislativo). Não se aplica ao estado de defesa/sítio.
Duplicação Crescimento real baixo/negativo do PIB por ≥ 4 trimestres.
Em caso de queda se receita real > 10% em municípios (quadrimestre correspondente ao exercício anterior) devido
Não se aplicam a diminuições em transferências e receitas recebidas do fundo de participação do fundo de participação dos
municípios, royalties e participações especiais.

NOVAS VEDAÇÕES (LC 173/2020):


-É nula de pleno direito a aprovação/edição/sanção de norma legal (ou ato que resulte aumento da despesa com
pessoal) contendo plano de alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor público, e a nomeação de
aprovados em concurso público, quando resultar em aumento da despesa com pessoal:
 Nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo; ou
 Que preveja parcelas a serem implementadas em períodos após o final do mandato do titular do Executivo.
*Também alcança o período de recondução ou reeleição para o cargo de titular do Poder ou órgão autônomo.
*Só será possível o aumento escalonado se todas as parcelas do escalonamento ocorrerem dentro do mesmo mandato.
São considerados atos de “nomeação ou provimento”:
-Concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração.
-Criação de cargos, empregos e funções.
-Alteração de estrutura de carreiras;
-Admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público.

DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL:


-Nenhum benefício/serviço da seguridade social poderá ser criado/majorado/estendido sem a indicação da fonte de
custeio total. É dispensada a compensação por aumento permanente de receita e redução permanente de despesa se o
aumento da despesa decorrer de:
 Concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação.
 Expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados.
 Reajustamento do valor do benefício ou serviço a fim de preservar seu valor real.

DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO (DOCC):


-Despesa corrente derivada de lei/MP/ato normativo que e fixem p/ o ente a obrigação legal de sua execução por um
período superior a dois exercícios. Ex: aumento da remuneração dos servidores.

-Exigências p/ criação/aumento de DOCC:


 Estimativas do impacto orçamentário e financeiro no exercício em que entra em vigor + nos 2 subsequentes.
 Demonstração da origem dos recursos.
 Comprovação de que não afetará as metas de resultados fiscais da LDO (com premissas e metodologia de
cálculo + exame de compatibilidade com PPA e LDO.
 Compensação de seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, pelo aumento permanente de receita e
redução permanente de despesa.

TRANSPARÊNCIA:
-Instrumentos:
 PPA, LDO, LOA.  Prestações de contas parecer prévio.
 Relatório resumido de execução orçamentária relatório de gestão fiscal.
 Versões simplificadas desses documentos.

-Será assegurada mediante:


 Incentivo à participação popular e audiências públicas.
 Liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade em tempo real.
 Adoção de sistema integrado de administração financeira e controle.

CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS:


-Pelo Poder Executivo (do exercício anterior) até dia 30 de julho. É nacional e por esfera.
* O descumprimento dos prazos impede que o ente → receba
transferências voluntárias e contrate op. de crédito (exceto para
pagamento da dívida imobiliária).

*A partir de 2022, todos os envios serão feitos na mesma data.

FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL:


-Pelo Poder legislativo, c/ auxilio dos tribunais de contas + sistema de controle interno de cada poder e do Ministério
Público. Devem ser consideradas as normas de padronização metodológicas editadas pelo conselho de gestão fiscal.

-Fiscalizarão o cumprimento da LRF c/ ênfase no que se refere a:


 Atingimento das metas da LDO.
 Limites e condições para: realização de op. de crédito e inscrição de restos a pagar.
 Medidas adotadas para o retorno total da despesa com pessoal ao limite.
 Recondução das dívidas consolidadas e mobiliária aos limites.
 Destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos.
 Cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.

RELATÓRIOS:
Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) Relatório de Gestão Fiscal (RGF)
-Pelo Poder Executivo. Pelos titulares de poderes e órgãos.
-Publicados até 30 dias após o encerramento de cada bimestre.*
-Publicados até 30 dias após o encerramento de cada quadrimestre. *
Municípios c/ ate 50 mil habitantes podem optar pela divulgação
Municípios c/ ate 50 mil habitantes podem optar pela divulgação semestral do RGF.
semestral dos demonstrativos do RREO.
-Comparativo c/ os limites da LRF: despesa total com pessoal, dívidas
-Balanço orçamentário + Demonstrativos de execução de receitas e
consolidadas/mobiliária, concessões de garantias, op. de créditos (inclusive por ARO). Só
despesas.
no RGF do Executivo.
-Apuração/evolução da RCL + receitas e despesas previdenciárias +
+ no último quadrimestre: disponibilidades em caixa em 31/12; inscrição dos restos a
resultado nominal/primário + despesas c/ juros + restos a pagar
pagar; cumprimento das exigências relativas às op. de crédito por ARO.
*Descumprimento dos prazos impede que o ente receba transferências e contrate op. de crédito, exceto para
refinanciamento da dívida imobiliária.

GESTÃO FISCAL:
-Requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal → instituição, previsão, efetiva arrecadação de todos os
tributos de competência constitucional do ente. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que
não observe isso no que se refere a impostos.

REGRA DE OURO: É vedada a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de
capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados
pelo poder legislativo por maioria absoluta. Segundo a LRF → as op. de crédito por ARO não serão computadas p/
efeito da regra de outro, desde que liquidada, com juros e outros encargos até 10/12.
RECEITA PÚBLICA:
-Previsão: obedecerá normas técnicas e legais, considerando os efeitos:
 Das alterações na legislação;  Do crescimento econômico;
 Da variação do índice de preços;  De outros fatores relevantes.
-A reestimativa de receita pelo Legislativo só será admitida se comprovado erro/omissão de ordem técnica ou legal.

RENÚNCIA DE RECEITAS:
-Anistia + remissão + subsídio + crédito presumido + isenção não geral + alteração de alíquotas/base de cálculo que
implique redução discriminada de tributos + outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

-Requisitos:
 Ter estimativa do impacto orçamentário fin no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos 2 seguintes;
 Atender ao disposto na LDO;
 Atender a pelo menos uma → demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa da LOA + não
afetará as metas do anexo de metas fiscais da LDO;
 Medidas de compensação por aumento da receita. (elevação de alíquota + ampliação da base de cálculo +
majoração ou criação de tributo/contribuição).

GESTÃO PATRIMONIAL:
-Disponibilidades de caixa: as disponibilidades de caixa de previdência social (geral e próprio) ficam depositadas
em contas separadas.
Ente Depósito
União Banco Central
Estados, DF e Municípios Instituições financeiras oficiais.

-Alienação de bens e direitos: é vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens/direitos p/ o
financiamento de despesas correntes. Salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social.

-Desapropriação de imóvel urbano: é nulo de pleno direito a desapropriação sem → prévia e justa indenização em
dinheiro ou seu prévio depósito judicial.
-Conservação do patrimônio público: a LOA e leis de créditos adicionais só incluirão novos projetos após atendidos
os em andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio, nos termos da LDO.

-Empresas controladas pelo Poder Público: empresa controlada pelo Poder Público que firmar contrato de gestão,
em que se estabeleça objetivos e metas de desempenho, disporá de autonomia orçamentária, gerencial e financeira.

TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS:
-Entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente, a título de:
 Auxílio;
 Cooperação; Que não decorra de determinação constitucional, legal ou ao SUS.
 Assistência financeira.

-Exigências:
 Aquelas da LDO.  Existência de dotação específica.
 Não ser p/ pagamento de despesas c/ pessoal.

-Comprovação pelo beneficiário de:


 Que está em dia c/ pagamentos devidos ao ente transferidor + prestações de contas.
 Cumprimento dos limites → em educação e saúde + Das dívidas consolidadas e mobiliária.
 Operações de crédito, inclusive por ARO.  De despesa total c/ pessoal.
 De inscrição de restos a pagar.  Previsão orçamentária de contrapartida.

-As sanções de suspensão das transferências voluntárias não se aplicam àquelas destinadas a educação, saúde e
assistência social.

DESTINAÇÕES DE RECURSOS AO SETOR PRIVADO:


-Devem:
 Ser autorizadas por lei específica.  Estar previstas no orçamento ou em créditos
 Atender às condições da LDO. adicionais.
-Inclui:
 Empréstimos;  Financiamentos e refinanciamentos (inclusive as prorrogações);
 Aplica-se, também, a: Adm Direta (exceto no exercício de suas atribuições precípuas) + instituições
financeiras + BACEN.
-Na concessão de crédito a pessoa física ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, encargos
financeiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos em lei ou aos custos de captação.
-Salvo mediante lei específica, não podem ser usados recursos públicos p/ socorrer instituições do sistema financeiro
nacional, ainda que mediante concessão de empréstimos de recuperação/financiamento para mudança de controle
acionário.

DÍVIDA PÚBLICA:
-Dívida fundada (consolidada): compromissos de exigibilidade > 12 meses e que dependam de autorização
legislativa para amortização ou resgate.
 Para a LRF: montante total apurado sem duplicidades, das obrigações do ente da federação, assumidas em
virtude de leis/contratos/convênios/tratados e de op. de crédito, p/ amortização em prazo >12 meses.
 Inclui também: Op. de crédito em prazo < a 12 meses cujas receitas tenha constado do orçamento; e
precatórios judiciais não pagam na execução do orçamento em que incluídos. Emissão de títulos de
responsabilidade do BACEN (para a União).
-Dívida Flutuante:
 Restos a pagar, excluídos os serv. da dívida;  Serviços da dívida a pagar;  Depósitos;
 Débitos em tesouraria (op. de crédito por ARO), papel-moeda ou moeda fiduciária.

-Limites: (em relação à RCL)


Objeto União Estados/DF Municípios
Dívida consolidada Não há. 200% 120%
Contratações de op. de crédito 60% 16% 16%
Concessão de garantias 60% 22% 22%
Pagamento dos serviços da dívida Não há. 11,5% 11,5%
Contratação por op. por ARO. Não há. 7% 7%
-Recondução ao limite: deve ser feita em até 3 quadrimestres, reduzindo o excedente em pelo menos 25% no
primeiro. Sanções (enquanto perdurar o excesso):
 Proibido realizar op. de crédito, inclusive por ARO, (ressalvadas as para pagamento de dívidas mobiliárias);
 Deve obter resultado primário necessário à recondução, promovendo, entre outros, limitação de empenho.
 Não reduzida no prazo, o ente não poderá receber transferências voluntárias.

-Exceções aos prazos para recondução:


Aplicação imediata Dívida > limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato.
Suspensão Calamidade púb (reconhecida pelo Legislativo). Não se aplica ao estado de defesa/sítio.
Duplicação Crescimento real baixo/negativo do PIB por ≥ 4 trimestres.
Ampliação (em até 4 quadrimestres) Em casos de mudanças drásticas das políticas monetária/cambial.

OPERAÇÕES DE CRÉDITO:
-Regras gerais:
 Prévia/expressa autorização na LOA, em créditos adicionais ou em lei específica.
 Inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação.
 Observância dos limites e condições fixados pelo Senado.  Atendimento à regra de ouro.
 Autorização específica do Senado, no caso de crédito externo.  Atendimento da LRF.

-Operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO):


 Para atender a insuficiência de caixa.
 A LOA pode autorizar o executivo a realizá-las.
 Atende às exigências das demais operações de crédito:
→ a partir do 10º dia do exercício (10/JAN). Deve ser liquidada até 10/dez.
→ não será autorizada se cobrados outros encargos que não a taxa de juros.
 Proibida: enquanto houver ARO anterior não integralmente resgatada e no último ano de mandato do chefe
do executivo.
 Se liquidadas no prazo, não são computadas para efeito da regra de ouro.
VEDAÇÕES:
-O BACEN não emitirá títulos da dívida pública. É proibida a operação de crédito entre: Instituição financeira
estatal e ente que a controla (como beneficiário do empréstimo). Pode adquirir no mercado:
 Títulos da dívida púb p/ atender a investimentos de seus clientes.
 Títulos da dívida da união p/ aplicação de recursos próprios.
-É vedada a op. de crédito entre entes da federação, ressalvadas op. entre instituição financeira estatal e outro ente,
desde que não seja p/ financiar despesas correntes ou refinanciar dívidas c/ a própria instituição.

-Equiparam-se a op. de crédito e estão vedados:


 Antecipação de tributo/contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;
 Recebimentos de valores de empresas estatais, ressalvados lucros/dividendos;
 Assunção de obrigação sem autorização orçamentária com fornecedores para pagamento a posteriori de
bens/ serviços;
 Assunção de compromisso/confissão de dívida com fornecedores mediante emissão, aceite ou aval de título
de crédito. Não se aplica a empresa estatal dependente.

GARANTIA E CONTRAGARANTIA NA LRF:


-Condições para o fornecimento de garantia pelos entes:
 Oferecimento de contragarantia; (valor igual ou superior ao da garantia)
 Adimplência do ente requisitante frente o garantidor e seus controlados.
-Não é exigida contragarantia de órgão/entidades do próprio ente. A contragarantia pode consistir na vinculação de
receitas tributárias, c/ outorga ao garantidor do poder de reter transferências constitucionais. É nula a garantia
concedida acima dos limites fixados pelo Senado.

-É vedado às entidades da adm indireta conceder garantias (inclusive suas subsidiárias e controladas), salvo:
 Instituição financeira a empresa nacional;
 Empresa controlada a subsidiária (ou prestação de contragarantia).

BANCO CENTRAL:
-Está sujeito às vedações relacionadas às operações de crédito entre os entes.
-Não emitirá títulos da dívida pública, nem concederá garantias.
-É vedado ao tesouro nacional adquirir títulos da dívida pública federal da carteira do BACEN, salvo para reduzir a
dívida mobiliária.

RESTOS A PAGAR NA LRF:


-Despesas empenhadas, mas não pagas.
-É vedado ao titular de poder/órgão, nos últimos 2 quadrimestres de seu mandato, contratar obrigação de despesa que:
 Não possa ser cumprida integralmente no exercício; ou
 Com parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem suficiente disponibilidade de caixa.

CALAMIDADE PÚBLICA:
-A LC 173/2020 trouxe novas disposições acerca do estado de Calamidade pública e suas consequências para as
finanças públicas.
-Essas dispensas aplicam-se exclusivamente:
 Às unidades da Federação atingidas e enquanto perdurar o referido estado de calamidade;
 Aos atos de gestão orçamentária e financeira necessários ao atendimento de despesas relacionadas ao
cumprimento do decreto legislativo;
-Não são afastadas as disposições relativas a transparência, controle e fiscalização.

-Dispensas: na ocorrência de Calamidade pública, serão dispensados os limites, condições e demais restrições
aplicáveis à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios, bem como sua verificação, para:
 Contratação e aditamento de op. de crédito;  Contratação entre entes da Federação; e
 Concessão de garantias;  Recebimento de transferências voluntárias.
-No caso de aditamento de operações de crédito garantidas pela União, a garantia será mantida, não sendo necessária
a alteração dos contratos de garantia e de contragarantia vigentes.

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