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MTM 1022

Equações Diferenciais B

Aula 2
Resolução de Problemas de Valor Inicial

Exemplo 1: y − y − 2 y = 0, y (0) = 1, y(0) = 0.


Tomando as transformadas de Laplace dos termos da equação, temos
L( y) − L( y) − 2 L( y ) = 0, Da aula anterior:
s 2 L( y ) − sy (0) − y(0) − [ sL( y ) − y (0)] − 2 L( y ) = 0, L( f ) = sL( f ) − f (0).
( s 2 − s − 2) L( y ) + (1 − s ) y (0) − y (0) = 0, L( f ) = s 2 L( f ) − sf (0) − f (0).
( s 2 − s − 2)Y ( s ) + (1 − s ) y (0) − y (0) = 0.
Substituindo y (0) e y(0), pelas condições iniciais, obtemos
s −1
( s 2 − s − 2)Y ( s ) + (1 − s ) = 0  Y ( s) =
s2 − s − 2
s −1
Y (s) = é a transformada da solução y(t) do problema de valor inicial.
s −s−2
2

Para determinar a função y(t) devemos encontrar a função cuja transformada de Laplace
seja Y(s).
Y ( s )  L−1{Y ( s )} = y (t ) solução do P.V.I.
Escrevendo Y(s) em frações parciais, temos
s −1 A B A( s + 1) + B ( s − 2)
Y (s) = 2 = + = ,
s − s − 2 s − 2 s +1 ( s − 2)( s + 1)
s − 1 = A( s + 1) + B( s − 2),
 A + B = 1,  A = 1/ 3,
s − 1 = ( A + B) s + ( A − 2 B)   
 A − 2 B = −1 B = 2 / 3
1/ 3 2 / 3
Assim, Y ( s ) = + .
s − 2 s +1
1/ 3 1 2t 2/3
Observamos que é a transformada de Laplace de e e que éa
s−2 3 s + 1
2
transformada de e − t .
3
 1 2t 2 − t  1 2t 2 − t
Portanto, Y ( s ) = L  e + e  , de modo que y (t ) = e + e .
3 3  3 3
De modo geral, resolvemos o seguinte P.V.I. da mesma forma
ay + by + cy = f (t ), y (0) = y0 , y(0) = y0 .
L(ay + by + cy ) = L( f (t )),
aL( y) + bL( y) + cL( y ) = L( f (t )),
a[ s 2Y ( s ) − sy (0) − y(0)] + b[ sY ( s ) − y (0)] + cY ( s ) = F ( s ),
(as 2 + bs + c)Y ( s ) − (as + b) y0 − ay0 = F ( s ),

(as + b) y0 + ay0 F (s) transformada de Laplace da solução y(t)


Y ( s) = + 2 .
as + bs + c
2
as + bs + c

Assim, y (t ) = L−1 (Y ( s )).


A vantagem do método das transformadas de Laplace está no fato de que tanto
problemas homogêneos como não homogêneos são resolvidos da mesma forma e a
solução é obtida diretamente. A dificuldade do cálculo da transformada inversa L−1 (Y )
pode ser amenizada com uma tabela das transformadas de Laplace de funções
elementares.
Frações parciais
P ( x) função racional própria (grau do numerador menor que o do denominador)
Q( x) cujo denominador é um polinômio de grau n.

1. Se Q(x) pode ser fatorado em fatores lineares distintos x − r1 , x − r2 , , x − rn ,


então existem n constantes A1 , A2 , , An tais que
P( x) A1 A2 An
= + + + . (*)
Q( x) x − r1 x − r2 x − rn

Exemplo: 6 x 2 + 14 x − 20 A1 A2 A3
= + +
x3 − 4 x x x+2 x−2
pois x 3 − 4 x = x( x 2 − 4) = x( x + 2)( x − 2).
2. Se um fator linear x − r ocorre com multiplicidade m, então o correspondente termo
A
na decomposição (*) deve ser substituído por um da forma
x−r
B1 B2 Bm
+ + + .
x − r (x − r) 2
(x − r) m

Exemplo: 3 x 3
− 4 x 2
− 3 x + 2 3 x 3
− 4 x 2
− 3 x + 2 B1 B2 A1 A2
= = + + + .
x −x
4 2
x ( x + 1)( x − 1)
2
x x 2
x +1 x −1
3. Um fator quadrático x + bx + c de multiplicidade 1 dá origem a um único termo
2

Ax + B
.
x + bx + c
2

Exemplo: 2 x 3
+ x 2
+ 2 x − 1 2 x 3
+ x 2
+ 2x −1 A B Cx + D
= = + + .
x −1
4
( x − 1)( x + 1)
2 2
x +1 x −1 x +1
2

4. Se o fator quadrático ocorre com multiplicidade m então origina uma soma da forma
A1 x + B1 A2 x + B2 Am x + Bm
+ 2 + + 2 .
x + bx + c ( x + bx + c)
2 2
( x + bx + c) m
Exemplo 2: y + y = sen 2t , y (0) = 2, y(0) = 1.

L( y) + L( y ) = L( sen 2t ),
2
s 2 L( y ) − sy (0) − y(0) + L( y ) = ,
2 +s
2 2

2 2
( s + 1)Y ( s ) − 2 s − 1 = 2 2 , ( s + 1)Y ( s) = 2 s + 1 + 2 2 ,
2 2

2 +s 2 +s
2s 1 2
Y ( s) = 2 + 2 + .
s + 1 s + 1 (4 + s )( s + 1)
2 2

2s 1
= L (2 cos t ) e = L( sen t ).
s +1
2
s +1
2
2 As + B Cs + D ( As + B )( s 2 + 1) + (Cs + D )(4 + s 2 )
= + 2 = =
(4 + s )( s + 1) 4 + s
2 2 2
s +1 (4 + s )( s + 1)
2 2

( A + C ) s 3 + ( B + D) s 2 + ( A + 4C ) s + B + 4 D
=
(4 + s 2 )( s 2 + 1)
A + C = 0 B+D =0 A+C = 0
B + D = 0 B + 4D = 2
 A + 4C = 0
  −3D = −2
 A + 4C = 0 −3C = 0
 B + 4 D = 2 2 2 C = 0, A = 0.
D= , B=−
3 3
−2 2
2
= 3 + 3 = − 1 2 + 2 1 = L  − 1 sen 2t  + L  2 sen 
   t .
(4 + s 2 )( s 2 + 1) 4 + s 2 s 2 + 1 3 4 + s2 3 s2 +1  3  3 
1 2
Portanto, y (t ) = 2 cos t + sen t − sen 2t + sen t ,
3 3
5 1
y (t ) = 2 cos t + sen t − sen 2t.
3 3
Exemplo 3: y − 3 y + 2 y = e3t , y (0) = 1, y(0) = 0.

L( y) − 3L( y) + 2 L( y ) = L(e3t ),


1
s 2Y ( s ) − sy (0) − y(0) − 3[ sY ( s ) − y (0)] + 2Y ( s ) = ,
1
s −3
( s − 3s + 2)Y ( s ) − s + 3 =
2
,
s −3
1 s −3 s 2 − 6 s + 10
Y (s) = + =
( s − 3)( s − 2)( s − 1) ( s − 2)( s − 1) ( s − 3)( s − 2)( s − 1)
s 2 − 6 s + 10 A B C A( s 2 − 3s + 2) + B ( s 2 − 4s + 3) + C ( s 2 − 5s + 6)
= + + =
( s − 3)( s − 2)( s − 1) s − 3 s − 2 s − 1 ( s − 3)( s − 2)( s − 1)

A + B + C =1
 A=
1 5
, B = −2, C = .
−3 A − 4 B − 5C = −6 
2 2
2 A + 3B + 6C = 10

1 1 1 5 1 −1 1 3t 5 t
Y ( s) = −2 +  L (Y ( s )) = y (t ) = e − 2 e 2t
+ e.
2 s −3 s − 2 2 s −1 2 2
Propriedade
d
4. Se L( f ) = F ( s ) então L(t  f (t )) = − F ( s ).
ds
+

 f (t )dt
− st
Por definição F ( s) = e
0
+ + +
 − st
Por outro lado,
d
ds  f (t )dt =
e − st
 s
( e ) f (t )dt =  −t  e − st f (t )dt
0 0 0
+
= −  e − st t  f (t )  dt = − L ( t  f (t ) ) .
0

Exemplo: Obter a transformada de Laplace de t  e .


t

1 d  1 
Como L(e ) = t
, então L(t  e ) = − 
t
=
s −1 ds  s − 1 
d −1 −2 1
− ( s − 1) = −(−1)( s − 1) = .
ds ( s − 1) 2

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