Medicina Transfusional

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19/04/2024

TRANSFUSÃO
SANGUÍNEA...

M.V. Dra. Ludmila Rodrigues Moroz


Laboratório de Análises Clínicas
HOSPMEV
Universidade Federal da Bahia

Seleção de doadores caninos

• Acima de 25Kg.

• Manejo sanitário atualizado.

• Idade entre 1 a 8 anos.

• Não apresentar doenças aparentes


(estar saudável).

Seleção de doadores

• Exames hematológicos e
bioquímicos dentro dos
padrões de normalidade.

• VG>40

• Creatinina, ALT, FA, PT, Alb,


Glog

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COLHEITA DO SANGUE CANINO

• QUANTO PODE DOAR?

• Isso quer dizer que um cão de 25 quilos pode


doar entre 375 a 500 mL de sangue. Um de 27
pode doar de 405 a 540 mL.

COLHEITA DO SANGUE CANINO

• Numa bolsa para coleta de sangue humana,


utilizada para coleta de cães, há 63 mL de
anticoagulante, sendo o mínimo necessário para
não ocorrer possíveis intoxicações 300 mL de
sangue.

Cuidado com pacientes hepatopatas e nefropatas.

COLHEITA DO SANGUE CANINO

• Não há necessidade de sedação.

• Se necessário o butorfanol é uma boa opção (0,1


mg/Kg IV 10 -15 min antes da coleta).

• Acepromazina NÃO!.

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DOADORES RECORRENTES

• A melhor forma de convencer um proprietário a


deixar coletar sangue é explicar as vantagens do
animal receber o exame clínico e exames de graça.

• Mas a melhor forma de manter este proprietário


permitindo as coletas de forma rotineira é
mostrar que o animal não sente nenhuma alterações
relacionada à colheita.

PERFIL DO DOADOR FELINO

• Animais castrados e fêmeas nulíparas.

• Negativo para FIV, FelV, micoplasma, dirofilariose.

• Hemograma e bioquímicos dentro dos padrões de


normalidade, VG acima de 35%.

DOADOR FELINO
• Pesar mais de 4,5 Kg.

• Idade entre 1 e 8 anos.

• Manejo sanitário atualizado.

• Estar aparentemente saudável.

• Não ser estressado.

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Colheita de sangue
•Sistema aberto
- Temperatura ambiente: 4 horas após colheita
- Refrigerado: 24 horas

• “Scalp” 19 a 20G + seringas com anticoagulante


- 1 mL de CPDA1 ou CPD + 9 mL de sangue.
- Heparina: uso imediato.
- Gatos: 10 a 15% da volemia.

Obs.: volemia de gato é menor quando comparada


ao peso vivo de cão...

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DOADOR FELINO- Observações

• Diferente do cão normalmente


necessita-se sedar o doador. Observar
jejum e cuidado com vômitos.

• Escolher sedativos com baixo efeito


hipotensor.

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Quanto colher?
• Calcular volemia do animal.

• Volemia se calcula a partir de MASSA MAGRA!!!!!!!

• Massa magra = Peso X % de gordura

• Ex.: Cão com 32 Kg, com índice corporal 7-8 tem cerca
de 80% de massa magra, portanto:
• Massa magra = 32 X 0,8
• Massa magra = 25,6 Kg

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Quanto colher?

• Ideal colher entre 10 e 20% da volemia.

• Repor volume em fluidos em gatos.

• Acima de 15% deve-se avaliar a necessidade de repor


fluidos em cães.

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COLHEITA DE SANGUE
• Venopunção de jugular.

• Pode-se coletar em seringas com anticoagulante


(Heparina ou CPDA-1) e utilizar bolsas pediátricas.

• Filtro anti-coágulo!

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DOADOR
IDEAL

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Perfil - importância
• Saudáveis.

• Machos castrados e fêmeas nulíparas.

• Quarto de milha ou American Trotter (dar preferências à


mesmas raças e linhagens)

• Peso acima de 400 Kg.

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Exames
• Hemograma e análises bioquímicas renais e hepáticas

dos padrões de normalidade.


• VG>35%, PT>6g/dL.

• Vacinação e vermifugação atualizados.

• Negativos para AIE, mormo, piroplasmas e outros

agentes infecciosos transmissíveis pelo sangue.

• Dentição, cascos e pele normais.

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TIPAGEM
• Doador ideal deve ser negativo para Aa e Qa.

• Deve, também, não possuir anti-corpos contra esses


AEE.

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Colheita
• Venopunção de jugular, após limpeza e anti-sepsia.

• Não exceder 15 minutos de colheita.

• Homogeneização constante da bolsa.

• Dar preferência para bolsas de volume adequado para

animais de grande porte (4, 6, 8 ou 10 L).

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TRANSFUSÃO
SANGUÍNEA...

M.V. Dra. Ludmila Rodrigues Moroz


Laboratório de Análises Clínicas
HOSPMEV
Universidade Federal da Bahia

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QUANDO TRANSFUNDIR?
EXISTE UM MELHOR
MOMENTO?

M.V. Dra. Ludmila Rodrigues Moroz


Laboratório de Análises Clínicas
HOSPMEV
Universidade Federal da Bahia

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Definição

Forma mais simples de um


TRANSPLANTE

Corrigir temporariamente uma


deficiência ou disfunção,
até que a causa primária seja tratada

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Transfusão de sangue

Há benefícios,
O sangue é um tecido
líquido, portanto
mas os riscos
transfusões são
transplantes.
são altos.
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Princípios da Transfusão

A melhor transfusão é a que não foi


feita.

MAS se tiver de ser feita tem de ser


a MELHOR.

A hemoterapia tem de ser a mais


seletiva possível.

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Hemoterapia seletiva

O uso racional de cada


hemocomponente
permite oferecer ao
paciente somente o
necessário

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REPOSIÇÃO DE
ERITRÓCITOS
Quando e o que utilizar?

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Indicação
Anemias que coloquem a vida do paciente em risco.

Anemias que cursem com a redução de oxigênio na


periferia (hipóxia).

Exceções.

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Grau, evolução e adaptações


• Grau: leve, moderado ou severo.

• Evolução e adaptações.

• Reservas orgânicas para sustentar adaptações.

Há algo que possa interferir ainda mais com a oferta de


oxigênio?

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• Oxigenação tecidual- balanço entre a oferta e o


consumo de O2.

• Fatores que influenciam: exercício físico,


temperatura corporal, atividade metabólica,
frequência cardíaca e efeitos de fármacos
anestésicos.

• Oferta de oxigênio (DO2)- conteúdo arterial de


oxigênio e o débito cardíaco.

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• Oferta de oxigênio aos tecidos

DO2= CaO2 X DC X 10

• Conteúdo arterial de oxigênio

CaO2= (Hgb x 1,34) X sat AO2+(PaO2 X 0,0031)

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VG / Hgb

Viscosidade Contratilidade cardíaca


Frequência cardíaca
sanguínea

Resistência Débito cardíaco


vascular

Oferta de oxigênio aos tecidos


JAMNICI et al. Acute Normovolemic hemodilution: physiology, limitations, and clinical use. Journal of Cardiothoracic and
Vascular Anesthesia,Vol 17, No 6 (December), 2003: pp 747-754
MAHECIS, Tt; DÜNSER, Martin; MEIER, J. RBC Transfusion Triggers: Is There Anything New?. Transfus Med Hemother

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Adaptação

• Aumento de oferta de oxigênio.

• Aumento da extração pelos tecidos.

• Redução do consumo.

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Hemoglobina crítica?
• Quando a oferta de oxigênio depende da concentração
de hemoglobina.

• Qual a menor concentração de


hemoglobina possível sem haver
prejuízo para o PACIENTE?

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Gatilho?!?!?!?!?!?!

O estado geral e hemodinâmica


são soberanos.
• VG?

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Caso 1
• SRD, 12 anos, IRC (VG 20%, PT 10, Creat 8, Ureia 450).

• Internado para tratamento da uremia.

• VG cai para 14% durante terapia.

• Reticulócitos agregados: 85.000/dL.

40

Caso 2

• Persa, fêmea, 1 ano, apresenta hemorragia de

coto após 12 horas de OSH eletiva.

• Ht pré-OSH – 40%.

• Ht na admissão da emergência - 25 %.

• Ht no momento da anestesia – 14%.

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Caso 3
• SRD, 8 meses, queixa
clínica: inapetência e
prostração.
• Encaminhada para
emergência por
apresentar mucosas
perláceas.

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• E agora?

• O que fizemos?

• Como está o paciente?

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Fontes de sangue

Autólogo

Homólogo

Heterólogo

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Fontes de sangue

Autólogo

Homólogo

Heterólogo

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Jean-Baptiste Denys transfundindo


Richard Lower e Edmund King
sangue de ovelha – 1668
transfundindo sangue de cão para homem,
1666

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Sangue autólogo

– Reserva prévia (auto-doação).

– Hemodiluição normovolêmica aguda (HNA).

– Auto recuperação (“Cell-saver”)?

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Auto-doação PROGRAMADA

 Pode ser realizada em cães acima de 20 quilos (entre 20 e


25 quilos recomenda-se reposição volêmica). Gatos acima de
3 quilos (reposição sempre).

 Permite duas coletas com intervalo de 10-21 dias em cães,


ou 15-21 dias em gatos.
AVALIAR PACIENTE X PESO X CAUSA DA ANEMIA!

 Animal deve apresentar regeneração medular!!!!!!!!!

 VG?

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Hemodiluição normovolêmica
aguda

• Realizada antes da cirurgia.

• Retira-se um volume sanguíneo mantendo VG abaixo da


normalidade (anemia moderada).

• Reposição imediata de volume (normovolemia aguda).

JAMINICK et al. Acute Normovolemic Hemodilution: Physiology, Limitations, and Clinical Use. Journal
of Cardiothoracic and Vascular Anesthesia,Vol 17, No 6, 2003: pp 747-754

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“Cell saver”

• Sistema de recuperação de sangue durante


procedimento.

• Necessita de maquinário capaz de filtrar, centrifugar,


lavar e armazenar as hemácias.

• Mínimo de 300 mL de sangue drenado para gerar


processamento.

• Peso do paciente e custo!

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Sangue homólogo

– Doadores/estoques.

– Reações transfusionais.

– Quando começar?

– Piora do quadro.

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Alternativas farmacológicas

• Correção de hemorragias.

• Manutenção da volemia (hemodiluição permissiva?).

• Soluções sintéticas transportadoras de oxigênio?

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Exceção - Anemia e câncer


• O câncer é capaz de alterar a homeostasia
cursando com anemia.
• Pode ser causado por efeitos diretos tumorais
como por efeitos secundários.
• Anemia é a desordem hematológica mais
observada em linfoma canino, sendo
normocítica/normocrômica (96%).
• Também observada em cães com:
hemangiossarcoma, leucemia e mieloma
múltiplo.
MILLER, A.G. et al. Anemia is associated with decreased survival time in dogs with lymphoma. Journal of Veterinary Internal Medicine, v.23, p.116-122,
2009.
Capua et. Al, Linfoma canino: clínica, hematologia e tratamento com o protocolo de Madison-Wisconsin , Ciência Rural, Santa Maria, v.41, n.7, p.1245-
1251, jul, 2011

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Anemia e câncer

• Em humanos foi relacionado com


prognóstico negativo em: ca pulmonar, ca
cervicouterino, ca de cabeça e pescoço, ca
prostático, linfoma e mieloma.

• Em veterinária já foi relacionado com pior


prognóstico em linfoma.

MILLER, A.G. et al. Anemia is associated with decreased survival time in dogs with lymphoma. Journal of Veterinary Internal Medicine, v.23, p.116-122,
2009.
Capua et. Al, Linfoma canino: clínica, hematologia e tratamento com o protocolo de Madison-Wisconsin , Ciência Rural, Santa Maria, v.41, n.7, p.1245-
1251, jul, 2011

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Mais sangue, por


favor?

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Dúvidas- Quando usar?


Não há fórmula mágica.

• Índices
Anemias agudas: VG <20%, <15% em gatos.
Anemias crônicas: VG<15%,<10% em gatos.
• VG abaixo de 10%, Hg abaixo de 3 g/dL.

EXAME CLÍNICO!!!!

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SFT ou STE

• Expansão de volume concomitante com anemia?

• Principalmente em hemorragias agudas (Classe IV).

• Ou para repor fatores de coagulação, numa bolsa de

SFT.

CASO DE NÃO HAVER OUTRAS OPÇÕES.

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