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Caderno de Prova Residência Médica - Medicina Tropical: Questão

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CADERNO DE PROVA

RESIDÊNCIA MÉDICA – MEDICINA TROPICAL

QUESTÃO Comente a fisiopatologia da malária grave por P. falciparum.

Resposta esperada:

1 A maioria dos casos de malária grave e de óbitos é causada pelo P. falciparum, apesar de
existirem relatos cada vez mais frequentes de infecções graves pelo Plasmodium vivax. As
infecções pelo P. falciparum se associam a maior parasitemias . O P. falciparum é a única espécie
que claramente produz alterações na microcirculação, concorrendo assim para o surgimento
de uma doença mais grave. Após a invasão das hemácias pelo protozoário acontecem,
progressivamente, mudanças na membrana celular, com alteração das propriedades de
transporte, exposição de antígenos de superfície e inserção de proteínas derivadas do
microrganismo. As hemácias infectadas pelo agente apresentam protrusões eletrodensas em
sua superfície, o que facilita a aderência dessas às células endoteliais de vênulas e pós-capilares
e capilares de diversos órgãos, como cérebro, pulmões e rins, além da presença de adesinas do
Plasmodium – como os knobs –, propiciando a maior gravidade da doença, através do fenômeno
conhecido por citoaderência.
CADERNO DE PROVA
RESIDÊNCIA MÉDICA – MEDICINA TROPICAL

QUESTÃO Descreva a definição de síndrome inflamatória da reconstituição imune no contexto da infecção pelo HIV
e os aspectos diagnósticos principais.

Resposta esperada:

2 O diagnóstico da síndrome inflamatória da reconstituição imune é clínico e deve ser


considerado quando sinais ou sintomas inflamatórios ocorrem entre quatro a oito semanas
após o início da TARV, na reintrodução de um esquema interrompido ou na modificação para
um esquema mais eficaz após a falha virológica. Observa-se, em geral, aumento na contagem
de LT-CD4+ e redução na CV-HIV, o que demonstra a efetividade do tratamento.

• Piora de doença reconhecida ou surgimento de nova manifestação após início da TARV.

• Contagem de LT-CD4+ <100 céls/mm³ antes do início ou modificação do esquema.

• Relação temporal entre o início da TARV e o aparecimento das manifestações inflamatórias


(geralmente dentro de quatro a oito semanas do início da TARV).

• Presença de resposta imune, virológica ou ambas após início da TARV.

• Exclusão de falha ao tratamento, reação adversa ou superinfecção.

2
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QUESTÃO Descreva a classificação clínica da esquistossomose com as características centrais das diferentes formas.

Resposta esperada:

3 • Forma aguda : Após três a sete semanas de exposição, caracterizada por febre, anorexia, dor
abdominal e cefaléia, o paciente pode apresentar, em menor freqüência, diarréia, náuseas,
vômitos, tosse seca. Durante o exame físico, pode-se detectar a hepatoesplenomegalia,

• Esquistossomose crônica: A doença começa a se cronificar a partir dos seis meses após a
infecção, podendo evoluir por muitos anos. Aparecem os sinais e sintomas de evolução da
patologia no acometimento de vários órgãos, com níveis extremos de gravidade. As
manifestações clínicas variam, a depender da localização do parasito e da intensidade da carga
parasitária, podendo apresentar as formas intestinal, hepatointestinal, hepatoesplênica e até
neurológica.

o Forma intestinal

o Hepatointestinal

o Hepatoesplênica

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RESIDÊNCIA MÉDICA – MEDICINA TROPICAL

QUESTÃO Descreva os métodos empregados no diagnóstico da leishmaniose visceral.

Resposta esperada:

4 • As infecções inaparentes ou assintomáticas são aquelas em que não há evidência de


manifestações clínicas. O diagnóstico é feito através da coleta de sangue para exames
sorológicos (imunofluorescência indireta/IFI ou enzyme linked immmunosorbent assay/ ELISA),
ou através da intradermorreação de Montenegro reativa. Os títulos de anticorpos em geral são
baixos e podem permanecer positivos por um longo período. Vale a pena lembrar que os
pacientes que apresentam cura clínica ou aqueles com leishmaniose tegumentar (formas
cutânea e mucosa) podem apresentar reatividade nos exames sorológicos e na
intradermorreação de Montenegro.

• Exames das formas sintomáticas ou aparentes:

o Exames laboratoriais inespecíficos : hemograma, VHS e eletroforese de proteínas

o Os exames sorológicos, Imunofluorescência Indireta (IFI) e Ensaio Imunoenzimático (ELISA)1


são invariavelmente reativos e a Intradermorreação de Montenegro (IDRM) negativa. O aspirado
de medula óssea e do baço geralmente mostram presença de formas amastigotas do parasita.
Na forma oligossintomática, a punção aspirativa de medula óssea pode ou não mostrar a
presença da Leishmania, não sendo, a princípio, indicada a sua realização; a IDRM pode estar
positiva e a sorologia é, invariavelmente, reagente.

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RESIDÊNCIA MÉDICA – MEDICINA TROPICAL

QUESTÃO Compare as duas principais formas da paracoccidioidomicose-doença quanto as características


epidemiológicas e clínicas.

Resposta esperada:

5 Forma aguda/subaguda (forma juvenil) A forma aguda/subaguda da PCM é responsável por 5-


25% dos casos, podendo ser mais frequente em algumas regiões endêmicas e quase nunca
observada em outras. No Brasil, é mais comumente observada nos seguintes estados:
Maranhão, Minas Gerais, Pará, Goiás e São Paulo. Sua incidência parece estar diminuindo em
algumas áreas endêmicas. Predomina em crianças e adolescentes e adultos jovens, podendo
eventualmente acometer adultos com mais de 30 (até os 40) anos de idade. A distribuição por
gênero é praticamente igual, particularmente entre crianças. Esta forma clínica mostra uma
evolução rápida, com ampla disseminação do fungo a múltiplos órgãos e sistemas. Em geral, os
pacientes são diagnosticados poucas semanas após o início dos sintomas. A maioria deles
demonstra envolvimento do sistema fagocítico- -mononuclear, destacando-se a presença de
linfadenomegalia localizada ou generalizada, que pode, na evolução, apresentar supuração,
fistulização e hepatoesplenomegalia, além de manifestações digestivas, lesões cutâneas (ou de
mucosas), envolvimento osteoarticular e, raramente, comprometimento pulmonar. Febre,
perda de peso, anorexia e emagrecimento acompanham com frequência o quadro clínico.
Linfadenomegalias intra-abdominais podem coalescer, produzindo massas tumorais que
exercem compressão em vários órgãos, tais como colédoco e alças intestinais. Forma crônica
(do adulto) Esta forma clínica é responsável pela maioria dos casos de PCM, com prevalência de
74 a 96%. Apresenta-se em geral em adultos com 30 a 60 anos de idade e predomina no sexo
masculino – razão de masculinidade igual a 22:1. A doença instala-se de forma mais lenta, com
duração da sintomatologia acima de quatro a seis meses e, por vezes, acima de um ano. Em
alguns casos, a instalação é silenciosa e a doença é flagrada por exame solicitado para fins
trabalhistas ou check-up. O comprometimento pulmonar está presente em 90% dos pacientes.
Além dos pulmões, mucosa das vias aerodigestivas superiores e pele são os sítios mais
acometidos pela PCM . Quanto à gravidade, a forma crônica pode ser classificada em leve,
moderada e grave.

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CADERNO DE PROVA
RESIDÊNCIA MÉDICA – MEDICINA TROPICAL

QUESTÃO Descreva o processo de diagnóstico das infecções pelo SARS-Cov-2.

Resposta esperada:

6 • DIAGNÓSTICO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO: casos de paciente com a associação dos sinais e


sintomas supracitados ou SRAG MAIS histórico de contato próximo ou domiciliar, nos últimos
14 dias antes do aparecimento dos sintomas, com caso confirmado laboratorialmente para
COVID-19 e para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica.

• DIAGNÓSTICO CLÍNICO-IMAGEM:

• caso de sintomas respiratório mais febre ou SRAG ou óbito por SRAG que não foi possível
confirmar ou descartar por critério laboratorial E que apresente alterações tomográficas.

• DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - Caso o paciente apresente os sintomas respiratórios mais


febre ou SRAG. O profissional de saúde poderá solicitar os seguintes exames laboratoriais: De
biologia molecular, (RT-PCR em tempo real) que diagnostica tanto a COVID-19, a Influenza ou a
presença de Vírus Sincicial Respiratório (VSR) normalmente até o oitavo dia de início de
sintomas. Imunológico, que detecta, ou não, a presença de anticorpos em amostras coletadas
a partir do oitavo dia de início dos sintomas. Sendo eles: Ensaio imunoenzimático (Enzyme-
Linked Immunosorbent Assay - ELISA); Imunocromatografia (teste rápido) para detecção de
anticorpos; Imunoensaio por Eletroquimioluminescência (ECLIA). Pesquisa de antígenos:
resultado reagente para SARS-CoV-2 pelo método de Imunocromatografia para detecção de
antígeno.

QUESTÃO Descreva os esquemas antirretrovirais recomendados em indivíduos com a coinfecção tuberculose/HIV.

Resposta esperada:

7 • Coinfecção TB-HIV(d) sem critérios de gravidade o Tenofovir + lamivudina + Efavirenz

• Coinfecção TB-HIV com um ou mais dos critérios de gravidade abaixo (LT-CD4+ <100 céls/mm³;
Presença de outra infecção oportunista; Necessidade de internação hospitalar; doença grave;
Tuberculose disseminada

o Tenofovir + lamivudina + Raltegravir

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CADERNO DE PROVA
RESIDÊNCIA MÉDICA – MEDICINA TROPICAL

QUESTÃO No diagnóstico da dengue, quais os períodos clínicos mais adequados para a máxima eficiência
diagnóstica com testes baseados na detecção, respectivamente, de: anticorpos IgM e IgG, antígenos e
ácidos nucléicos?

8 Resposta esperada:

• Testes virológicos ou de antígenos apresentam maior sensibilidade nos primeiros 5 dias. A


pesquisa do antígeno NS1 pode ser positiva até 8 dias.

• Os testes sorológicos começam a serem detectados após o 6° dia de doença

QUESTÃO Descreva as formas clínicas, suas características principais e tratamento, da toxoplasmose em pacientes
imunocompetentes.

Resposta esperada:

9 • Forma ganglionar aguda: doença febril com adenopatias e comum hepatoesplenomegalia.


Contudo, trata-se de infecção pleomorfa, podendo causar, em indivíduos imunodeprimidos,
encefalite, mielite, miocardite, pneumonia intersticial e outros comprometimentos

• Toxoplasmose ocular : Coriorretinite

• Na gestação: geralmente assintomática

• Congênita: assintomática, doença leve ou variado espectro de malformações

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QUESTÃO Descreva o quadro clínico e métodos empregados no diagnóstico da meningite por Mycobacterium
tuberculosis.

Resposta esperada:

10 • Quadro clínico: o Cefaleia

o Apatia ou irritabilidade

o Perda de apetite

o Náuseas ou vômitos

o Confusão mental

o Crises confulsivas

o Febre o Estrabismo

o Alterações de fala

• Diagnóstico complementar o Exames de imagem: CT ou RNM do encéfalo; radiografia de tórax


o Analise do líquido cefalorraquidiano o PCR no LCR o Pesquisa e BAAR e cultura no LCR

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