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DIREITO E JUSTIÇA: A INEFICÁCIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO

BRASILEIRO NA PRÁTICA PELA OMISSÃO DE SEUS PRINCÍPIOS E VALORES

Vitória Ozelame de Campos1


Jean Mauro Menuzzi2

RESUMO: O texto ajuíza uma relação de causa da ineficácia do ordenamento jurídico


brasileiro na prática com a omissão de princípios e valores devidos dos responsáveis em
tornar a justiça mais ágil, tanto os cidadãos, como também, os operadores do direito das mais
variadas áreas. Para realização deste, utilizou-se o método dedutivo como método de
abordagem, o método monográfico como método de procedimento e a pesquisa indireta-
bibliográfico de perspectivas inovadoras e direito criminal contemporâneo como técnica de
pesquisa. Inicia-se com uma demonstração de um breve relato da evolução intelectual dos
pensadores a respeito do Direito e da Justiça. A análise da definição, importância e das
vantagens dos princípios e valores como colunas para edificação e desenvolvimento geral do
Direito e da Justiça. Conclui-se manifestar o real intuito dos operadores do direito e dos
cidadãos em comparação com as suas responsabilidades e deveres e, também, a utilização dos
direitos como forma de servir à vontade individual em vez da justiça comum. A possibilidade
de mudança e eficácia com a aplicação dos princípios e valores para o ordenamento jurídico
brasileiro depende que a Justiça esteja em primordial, pois é o Direito que serve a Justiça, não
ao contrário, o destino final é o justo, é o lugar onde se encontra a mudança tão necessária que
todos procuram.

PALAVRAS-CHAVE: Justiça; Direito; Princípios e Valores; Ineficácia; Vontade individual;

ABSTRACT: The text judges a cause relationship of the ineffectiveness of the Brazilian legal
system in practice with the omission of principles and values owed by those responsible in
making justice more agile, both citizens, as well as operators of the law of various areas. To
accomplish this, the deductive method was used as an approach method, the monographic
method as a procedure method and the indirect-bibliographic research of innovative
perspectives and contemporary criminal law as a research technique. It begins with a
demonstration of a brief account of the intellectual evolution of thinkers about Justice and
Law. The analysis of the definition, importance and advantages of principles and values as
pillars for the construction and general development of Law and Justice. It is concluded to
manifest the real intention of law operators and citizens in comparison with their
responsibilities and duties and, also, the use of rights as a way of serving the individual will
instead of common justice. It is concluded to manifest the real intention of law operators and
citizens in comparison with their responsibilities and duties and, also, the use of rights as a
way of serving the individual will instead of common justice. The possibility of change and
effectiveness with the application of principles and values to the Brazilian legal system
depends on Justice being paramount, since it is the Law that serves Justice, not the opposite,
the final destination is the fair, it is the place where lies the much-needed change that
everyone is looking for.

1
Estudante do 10° semestre de Direito na URI- Campus de Frederico Westphalen, RS.
2
Filósofo, Mestre e doutorando em Direito, professor universitário pela Universidade Regional Integrada do
Alto Uruguai e das Missões – Campus de Frederico Westphalen. Policial Civil/RS. E-mail: [email protected]
KEYWORDS: Justice; Law; Principles and Values; Ineffectiveness; Individual will;

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente texto tem por objeto evidenciar o direito e a justiça, enfatizando a omissão
dos princípios e valores, tanto pelos indivíduos que compõem a sociedade, quanto pelos que
atuam no direito, com a finalidade de refrear a ineficácia, na prática, do ordenamento jurídico
brasileiro.
O direito e a justiça são sempre assuntos frequentes na teoria e no discurso, entretanto,
na prática, com muita dificuldade demonstra resultados esperançosos. Apesar da doutrina e da
jurisprudência tratarem de temas importantes, avançando assim, em alguma mudança, o fato é
que sempre é afirmado que há grandes lacunas que precisam ser preenchidas.
A ciência e a tecnologia se desenvolvem rapidamente muito além do que se pode
imaginar, todavia há uma despreocupação em tornar o interior humano suscetível ao
aperfeiçoamento de suas condutas, tornando-o mais pessoal no meio jurídico. Isso se dá pelo
fato de que, cada vez mais, o direito se tornou um meio para se provar uma vontade individual
em vez de uma justiça ao bem comum. O indivíduo não quer o que é justo, mas sim o que é
favorável a ele, o que apenas o defenda, mesmo que para isso tenha que abrir mão de
preceitos que amparam sua vida em meio a sociedade.
No meio jurídico também não se diverge, a cada instante está mais difícil de entrar
neste meio, sendo preciso mais estudos e especializações. Entretanto, esta concorrência
crescente não é relacionada ao direito e sim, questões financeiras e aparências pessoais
daqueles que adentram e se envolvem em executar o direito em prol do povo. Se aqueles que
operam o direito não se preocupam em torná-lo mais eficaz, quem se importará?
É de extrema necessidade voltar ao início e analisar as características individuais do
ser humano, tanto o indivíduo que clama por direito e justiça, quanto aqueles que carregam a
responsabilidade e a promessa de tornar o direito e a justiça mais eficazes, que servem,
protegem e amparam o povo.
Nunca a problemática esteve apenas nas leis e doutrinas, mas sim, no âmago do ser
humano, nos seus princípios e valores, ou na falta deles. Sendo assim, o direito não deve ser o
objetivo final, ele é a ferramenta utilizada para que se alcance êxito na obtenção da justiça, é
ela que deve ser o alvo. O uso inadequado do direito, resulta em prejuízos para a justiça.
É de se pensar que, no Brasil, um país onde existe mais advogados que no mundo

2
inteiro, na prática, aparenta possuir muitas falhas de eficácia. Será que esta luta diária é
verdadeiramente em prol do direito e da justiça, ou estão apenas obstinados por pura
conveniência e glória?
Por isso, deve ser observado onde se pode encontrar uma solução para o que pouco
funciona, e sair do ciclo de insistência com o que vem trazendo poucos resultados. A começar
pelo direito, é por meio dele que se opera o justo, por ele que é jurado e empregado a justiça,
entretanto, analisando em um contexto geral, há diferenciações do que realmente deveria ser o
direito e como ele está sendo empregado.
A verdade é que, embora as leis sejam cada vez mais específicas, não é só nelas que
existem falhas, e também não é só por elas que se exerce direito e justiça. Há temas onde uma
base sólida pode ser a solução para que se alcance o justo, e essa base sólida se encontra nos
princípios e valores. São eles que orientam desde o começo para a tomada de decisões,
criação de leis e cedência da vontade individual pelo bem comum.
Os princípios e valores se encontram em uma longa luta travada faz um bom tempo, a
justificativa para isso se dá pelo trabalho de demonstrar sua relevância ou não para a
sociedade, nem que sejam demonstrados apenas em discursos e palestras. Se por um lado são
defendidos como necessários, como firmamentos e com grande conteúdo para o todo, por
outro são ressignificados e diminuídos para o singular, individual e independente para cada
pessoa. Apesar de esta luta ser acompanhada de perto, o objetivo não é, novamente, almejar
uma resposta teórica, e sim, analisar o longo caminho que percorrem e verificar se na prática
eles trazem mudança e melhoramento.
Deixando claro que, primeiramente, eles se divergem entre si, enquanto os princípios
são bases comuns construídas a partir das famílias, dando origem aos povos e culturas,
regendo assim, a humanidade. Os valores são preceitos e padrões estipulados que são
seguidos por indivíduos, classes e comunidades. Contudo, muito além de definições, não há
dúvidas que se faz realmente necessária suas análises, pois apesar de serem mal empregados e
divergentes, o envolvimento de fato existe na construção do ser humano e consequentemente
no direito e na justiça.
Logo, a pretensão é demonstrar a grande importância dos princípios e valores como
forma de solução para obter a justiça, tornando assim, o ordenamento jurídico, na prática,
realmente mais eficaz. Neste aspecto, se faz necessário compreender o indivíduo como
possuidor do poder de refrear a injustiça.
Neste sentido, a demonstração de um breve relato intelectual dos seguintes pensadores
a respeito do direito e da justiça se mostra relevante, criando assim, um parâmetro destes
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entendimentos. Tanto o que já foi considerado no passado, quanto o que está sendo
considerado no presente.
A partir disso, o artigo pretende analisar a definição, importância e as vantagens dos
princípios e valores, como colunas para edificação e desenvolvimento geral do direito e da
justiça. Assim, será possível ter a confirmação de que realmente a ineficácia é causada por
omissão humana e não intelectual.
Comprovando, portanto, que estes motivos vão muito além de considerar um processo
de crescimento gradativo, mas comprova um estagnado padrão de motivos que atrasam todo o
ciclo da efetividade da justiça. Sendo apontado por fim, a possibilidade de mudança e eficácia
com a aplicação dos princípios e valores para cada cidadão e para cada operador de direito,
realizando um trabalho íntegro e justo em sociedade.

1 DIREITO E JUSTIÇA

1.1 Direito

Na história se teve pensadores que já fizeram este mesmo questionamento, entre eles
Hans Kelsen, que por causa de eventos do século XX, se limitou a isolar o direito em uma
coisa, a norma. Como resultado, obteve a Teoria Pura do Direito, onde interpretava a norma
como soberana desvinculando qualquer questão jurídica, como ele mesmo chamava
“relativismos”, nisso era incluído a ética, a moral, os princípios, valores e até mesmo a justiça.
Sua afirmação era que se tornara necessário libertar-se destes elementos estranhos para chegar
a uma ciência do direito abstrata e geral.
Entretanto, comparando o pensamento de Kelsen com o direito que se faz necessário
no século XXI, o ato de impor a norma como ponto de partida com um juízo determinado de
que, a conduta está em conformidade com a norma unicamente e exclusivamente enrijecido,
torna-se difícil sua aplicação na prática, porque se dependesse só da norma para que o direito
fosse exercido e a justiça adquirida, bastava as leis que se possui, já se teria encontrado a
solução perfeita e os resultados esperados.
Porém, o que se tem como resultado, é uma forma de pensamento que leva a uma
sanção em grande escala para todos aqueles que praticarem má conduta não correspondente a
norma, e é esta a situação atual. Quando o solo não é tratado, simplesmente as plantas que
secam são arrancadas, quando as pessoas não são ensinadas sobre a importância e a
responsabilidade do direito, simplesmente são excluídas da sociedade se praticarem algo
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errado.
Por este entendimento, foi adquirido a longo prazo mais problemas e quantidade de
casos de conflito para resolver, e grande injustiça por delimitar o ser humano em apenas algo
rígido e metódico. Concluir o direito como algo racional e objetivo valorando apenas a norma,
não incluindo qualquer valor abstrato, de fato não representa o ser humano. Por si só os seres
humanos são complexos, por causa disso são chamados de seres humanos, e não seres exatos,
o entendimento sobre o direito deve ser amplamente enriquecido e modificado
semelhantemente a como são.
Foi com esse mesmo entendimento que Miguel Reale contestou a Teoria Pura do
Direito de Kelsen, sua rigidez lógica, formal e exclusiva da norma, e obteve a Teoria
Tridimensional Específica do Direito, onde complementou o direito não só com a norma, mas
acrescentou o fato e o valor, acabando com a restrição e dando lugar ao vasto conceito do
direito, do ser e do dever ser.
Sua constatação se resume em uma “dialética de implicação ou complementaridade”,
ou seja, na análise do ser e do dever ser, há uma implicação de tal forma que acabam se
complementando, obtendo uma relação de integração sistemática entre norma, fato e valor.
Assim sendo,
Reale insere o conceito de dialética na relação entre fato, valor e norma, a partir do
sentido da expressão 'mundo da vida' (Lebenswelt), que exprime o complexo de
noções, opiniões, regras, valores etc., ou seja, uma vida cultural em constante
acontecer, o lugar de nossas originárias formações de sentido. O direito está,
portanto, inserido nessa fervilhante experiência do mundo da vida. (OLIVEIRA;
TROTA, 2013, p. 113).

Portanto, enquanto Kelsen separa o ser do dever ser, e deduz que o direito só faz parte
do dever ser, Reale complementa o ser com o dever ser, e afirma que o direito está presente
nos dois, e ainda, segundo ele, existem duas vertentes da ideia do dever ser, uma moral/ética e
outra lógica. Kelsen apenas utilizou-se da vertente lógica, pois para ele, a moral, a ética e os
valores abriam amplo espaço.
É exatamente neste sentido que se faz necessário uma análise conjunta, acabando com
a separação e negação da presença do valor, e se por conta dele, a moral, a ética e os demais
princípios estiverem inclusos, devem ser considerados também. Afinal, o direito possui
características que partem e voltam do ser humano, sendo assim, deve abranger estes temas
também que partem e voltam do seu interior.
Contudo, uma imputação de um direito com uma norma rígida, coercitiva e coativa
não traz resultados satisfatórios, não há como conceber direito apartado dos valores da vida.

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Kelsen entendeu isso ao longo de sua busca, deixando em parte sua rigidez em prol de achar
um direito mais justo (REVISTA LITTERARIUS;2015.p.18). Reale por sua vez, também
entendeu que no direito se faz indispensável uma consciência de ordem de necessidade em
meio a sociedade. “Uma mãe não amamenta seu filho porque pode sofrer consequências
jurídicas coercitivas pela sua conduta, mas sim porque isso se dá numa ordem de necessidade
de alimentação de seu filho” (REALE, 1999).
É desta mentalidade que é preciso, uma consciência muito além de obrigação ou
penalidade, mas de responsabilidade em cumprir o que os indivíduos são encarregados, suprir
a necessidade do direito, possuindo constantemente em memória que, quanto mais se dispuser
a conhecer o direito e exercê-lo da mais justa forma, mais estará perto da tão sonhada eficácia
que se pensa obter.

1.2 Justiça

Todos clamam por justiça, é a palavra que sempre vem à tona quando relacionada com
o que se quer de melhor para o mundo: “um mundo mais justo”. Quando um acontecimento
passa pela televisão ela é chamada, quando ocorre um fato afirmam em momento de raiva que
ela não existe. Apesar de tudo, a esperança em tê-la nunca termina, nunca se cansam de
almeja-la, nunca desistem de alcançá-la um dia.
Mas afinal, onde está essa justiça que tanto precisam? Para muitos, ela está no meio
jurídico, no direito empregado nos órgãos públicos, porém é nestes mesmos locais que outros
afirmam que ela não reside mais, pois a demora em obtê-la torna sua existência nula.
Entretanto, a justiça não é algo que se utiliza como ferramenta, mas sim como meta a ser
alcançada, por isso, ela reside muito além de paredes. A justiça não se prende apenas a
decisões de doutores da lei, ela impera por si só no indivíduo, ela está em cada um dos
cidadãos e operadores do direito, todos devem executa-la, infelizmente o que é esperado são
que outros exerçam em vez de cada um realizá-la.
Platão, aquele que possui como referência sua obra “A República”, explorou
profundamente o tema da justiça. Trilhou um caminho sobre o papel da justiça na construção
de uma Polis, uma cidade, modificando suas definições de acordo com o passar do tempo.
Primeiramente em cunho racional, depois passou a analisar como virtude, tornando-se
posteriormente uma discussão denominada dialética, um conhecimento verdadeiro como
forma de superar a ignorância em se prender a injustiça. Em sua última fase, afirma uma
competição entre a justiça e injustiça, pois, “todas as coisas levam o bem e o mal”, os seres
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humanos e os sistemas estão propensos a corrupção e decadência por causa da injustiça (2007,
p.24).
Examinando sua constatação da justiça como uma virtude máxima, e estabelecendo
sua ideia de que todo o ser humano é capaz de descobrir dentro de si o que é a justiça, sendo
preciso apenas que sua vontade se submeta a conhece-la, é possível nomeá-la como o impulso
necessário para o ser humano realizar suas ações, ou seja, se a justiça realmente pode-se
configurar como uma virtude, ela está conectada nas características dos seres humanos. Logo,
assim como os indivíduos são propensos a decadência e corrupção, também são propensos à
excelência e à boa conduta, basta estarem dispostos a submeter a sua vontade em fazer com
que a justiça vença a competição com a injustiça.
Porém, há dois obstáculos que impedem essa escolha, Platão os identifica como as
aparências do mundo real que ocultam a verdadeira ideia do que é justo, e a força que tende a
sobrepor em nome da sobrevivência individual (2007,p.22). Pois, por ameaça o indivíduo se
apega as aparências e a força para manter-se vivo. Por causa do uso da força a justiça ideal
acaba sendo substituída pela justiça real, onde o interesse do mais forte prevalece. Na
atualidade o entendimento de força pode ser sinônimo de poder, aqueles que possuem maior
influência acabam transformando em vantagem para modificar a justiça de acordo com a sua
vontade.
Devido a esses obstáculos a justiça é adiada e se torna inacessível a sua utilidade ideal.
Por isso, sustenta-se uma carência de encontrar o núcleo da justiça superior ao interesse
individual, uma noção universal da justiça, um plano de relação social. E é nessa ideia de
ordem que Platão entende estar a justiça, que consiste em “cada um fazer o que lhe cabe”. O
indivíduo ajusta a sua vontade e força em prol da sua responsabilidade em realizar o que lhe
cabe e com isso obtém a justiça, não só para si, mas para toda a sociedade.
Entretanto, é de grande valia todos possuírem a noção de “agir bem” como elemento
para se esforçarem em suas funções. Essa noção se delimita em, ao governante conhecer a
ideia social da justiça, e ao cidadão a ideia de perfeição no seu desempenho dentro da
sociedade. Sem esses conhecimentos, em que parte, cada membro realizar sua tarefa em prol
do mesmo corpo, não há como obter harmonia conjunta. Portanto, “sem que cada um conheça
bem aquilo que deve fazer e sem que o governante conheça bem aquilo que corresponde ao
interesse de todos, não haverá ordem, nem haverá justiça” (2007,p. 29).
Tomás de Aquino, que também era teólogo, tratava de assuntos jurídicos de sua época,
e por isso teorizou sobre o direito e a justiça. Analisou com o mesmo olhar da justiça como
virtude, afirmando que ela ordena os atos humanos, instaurando assim, a igualdade (2007, p.
7
52).
Esse entendimento se resume em defender o direito como objeto da justiça, pois
diferente de outras virtudes no ser humano que visam melhorar individualmente, a justiça tem
como fim o aperfeiçoamento coletivo dos indivíduos, isto é, para o bem comum de todos.
Como resultado, essa igualdade adquirida não se amolda em parâmetros rígidos, mas se
adequa as necessidades de cada indivíduo.
Esse caráter justo, Aquino aponta ser o direito, o estabelecimento de uma igualdade
entre as partes. Ou seja,

Enquanto as demais virtudes aperfeiçoam o homem só no referente a si próprio, a


justiça tende a realizar uma certa igualdade entre os homens, que não se realiza
sempre da mesma maneira, uma vez que cada um deve receber apenas o que lhe
pertence.(PISSARRA; FABBRINI, 2007, p. 52)

Com isso em mente, não é preciso adentrar nem em matérias que se divergem, como
por exemplo, a moral e a ética, para perceber que há um processo do próprio ser humano que
se encontra estagnado. Pois possuindo a justiça como característica de quem se é, pode-se
concluir que a falha não está no sistema jurídico e sim em quem não estipula como deveria
exercê-la.
Muito além do processual, esse tema possuiu uma vertente interna nas raízes do
sujeito, que se tornou inoperante em realizar tarefas que caracterizam seu ser. Há grande
hipocrisia em afirmar a ausência ou ineficácia da justiça no meio social, sendo que a todo
momento ela está presente em sua condição. Ou seja, o próprio brasileiro afirma que deve ser
realizada a justiça, sendo que é ele mesmo que deve exercê-la.
Oportunidades são desperdiçadas com assuntos discordantes em busca de quem é o
culpado, em vez de ser determinado o que realmente soluciona. Não há como negar que o ser
humano está propenso a sempre julgar as ações alheias em vez de se autoavaliar em suas
omissões. Sua noção não pode se limitar a um único caminho inflexível, nem a vários
caminhos incertos, ela deve ser sábia em decidir qual próximo passo será próspero ser
tomado. Deve abranger sabiamente seus feitos em prol da eficácia da justiça na prática.
Infelizmente, a grande verdade, é que talvez não estejam dispostos a pagar o preço de
corrigir a si próprio em suas falhas, omissões e negligências em favor da justiça. Queixar-se é
uma ocupação mais fácil do que rever ações e posições em meio a sociedade, uma verdade
lamentável demais para aqueles que possuem como virtude a justiça.

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2 PRINCÍPIOS E VALORES

2.1 Princípios

Como já afirmado anteriormente, a execução do direito não está relacionado


restritamente as normas, regras e leis, mas se abrange permitindo outras aplicações como os
princípios.
Através do artigo de 4° da LINDB (Lei de Introdução ao Direito Brasileiro -Decreto-
lei 4.657/42) se tem um início de entendimento sobre a utilidade dos princípios ao direito.
Sendo assim, são empregados os “princípios gerais do direito”, quando os textos da lei são
omissos, entretanto muito além de auxiliar em lacunas quando estabelecidos corretamente, os
princípios desenvolvem um papel muito mais significante e plausível.
Partindo deste início, Ronald Dworkin destaca três significados de princípio,
conceituando como “fases”. Na primeira fase, “foi utilizada no Direito tendo em vista o
sentido da palavra na linguagem comum ou natural: como princípio significa origem, início,
foi utilizada para se referir às questões gerais de uma dada disciplina, aos temas que devem
ser apresentados a quem inicia seu estudo” (MARTINS, RICARDO MARCONDES, 2018).
Porém, este significado já não é mais utilizado como fundamento dos princípios por ser muito
abrangente e indeterminado.
A segunda fase se pôs afastar este “sentido comum ou natural e passou a ser
empregada em sentido técnico para identificar apenas as ideias chave, as vigas mestras, os
alicerces do sistema normativo” (MARTINS, RICARDO MARCONDES, 2018). Tornando-
se assim, os princípios “elementos estruturantes do sistema normativo”, ou seja, os princípios
foram nomeados parte do conjunto normativo, para formar uma base, instruindo e trazendo
como critério compreensão, racionalidade e coerência para as normas.
Já a terceira e última fase, Dworkin entende que, as regras tem o critério “do tudo ou
nada”, já os princípios são diferentes, não se submetem a isso e podem ou não serem
aplicados sem que isso corrompa sua vigência e validade. A partir deste pensamento Robert
Alexy aprofundou a compreensão de Ronald Dworkin, resumindo o entendimento a seguinte
conclusão: “as regras são determinações no âmbito das circunstâncias fáticas e jurídicas, os
princípios são mandados de optimização no âmbito das circunstâncias fáticas e jurídicas”
(MARTINS, RICARDO MARCONDES, 2018).
Logo, os princípios se encarregam de procurar a melhor maneira de realizar ou obter
um resultado, diferente das regras que se determinam primeiramente a cumprir os
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procedimentos adotados do que verificar se o resultado é feito da forma mais justa.
Contudo, esta mesma visão dos princípios deve ser relacionada ao direito, sendo eles
importantes meios para oferecer, na prática, um melhor desenvolvimento geral na execução
do direito em alcançar a justiça na medida do possível. Deixando de lado a noção relativa de
que, os princípios são só úteis isolados na vontade individual, ou aplicados sem nenhum
critério pelos agentes competentes na solução dos conflitos do ordenamento jurídico
brasileiro.

2.2 Valores

Para Miguel Reale, o valor é uma característica não quantificável, assim, não existe
um valor maior que outro, nem superior ao outro. Seu objetivo está em trazer um
aperfeiçoamento de como deve ser as coisas, todavia como consequência, traz também o
reflexo de uma civilização que se envolve em valores mutáveis de acordo com seu histórico-
cultural de sua época (MARTINS, ALEXANDRE MARQUES DA SILVA 2008, p.265).
Ele mostra que os valores são base do direito e visão, que se resumem em uma
realidade autônoma, logo, o ser e o valor são indispensáveis diante da realidade, e a
autonomia do valor é a linguagem do dever ser. Por isso, apesar do indivíduo ser e valer de
acordo com a realidade, há autonomia para melhorar e aperfeiçoar o seu dever ser.
Reale também expressa o valor em seis características: Bipolaridade, Implicação
Recíproca, Referibilidade, Prefelibilidade, Historicidade e a Realizabilidade (MARTINS,
ALEXANDRE MARQUES DA SILVA; 2008, p.265).
A bipolaridade, é quando há uma relação de sentido positivo e negativo em conflito,
por exemplo, bom e mau, o ordenamento jurídico se encontra na bipolaridade, uma vez que
para o lícito existe o ilícito. Na Implicação Recíproca, refere-se a uma interferência que o
valor possui em outros, há uma solidariedade entre os valores, um valor assegura outro, sendo
assim, por exemplo, se o valor da tolerância é garantido, o valor do respeito também sucede.
A terceira característica é a Referibilidade, o valor se torna uma referência para seguir,
um exemplo de como se portar. Já a Preferibilidade anuncia uma preferência, uma indicação
de um ideal. Deixando claro a grande relação do valor com a liberdade, onde o ser humano é
livre para escolher seguir ou não. A Historicidade por sua vez, demonstra que o valor sempre
está relacionado com o histórico-cultural, os valores são decorrentes de condutas com o que
era na história e cultura, afirmando outra grande relação do valor com a história também.
Por fim, a Realizabilidade, sendo a realização dos valores de acordo com o passar do
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tempo, influenciando outros humanos em seus atos, e como uma fragmentação desta, a
Inexauribilidade, onde o valor nunca é exaurido, nunca é esgotado, não se acaba após
empregado, sendo sua concretização infinita. Possuindo forte relação do valor com a
realidade, sendo assim, o valor sempre procura superar a realidade. Estas características são
envolvidas com a dialética de complementaridade já citada no conceito do direito, ou seja,
juntas caracterizam o valor como algo significativo contendo uma função para o ser humano,
de o ajudar no seu agir vindouro.
Portanto, a pessoa humana dispõe de um valor supremo, pois o indivíduo revelou ser
valorativo possuindo isso como motivo de conduta, seguindo de outros valores necessários,
sendo então: o verdadeiro, o belo, o útil, o santo e o bem. Não possuindo hierarquia entre si,
mas valem em razão suprema que é a pessoa humana. Apesar dos valores serem mutáveis
pelo tempo, sempre são utilizados como guias para cada ciclo cultural criado. Quer dizer, o
ser humano se conduz embasado por valores, procurando o significado da sua própria vida,
que resulta na sua existência em harmonia com a sociedade.
Com estes apontamentos, não há dúvidas que os valores são muito mais do que
escolhas de estilo de vida, estão profundamente estabelecidas no âmago do ser humano, e que
a sua tamanha importância reflete como fontes de melhoramento para o ser humano,
estipulando que, o ser e o dever ser são objetos constantemente de algum valor. Todavia, na
realidade não há sujeição ao valor, não se tem aceitação da presença de valores no direito,
nem em suas ações de justiça, sendo que são os próprios indivíduos que atuam em sua defesa
e desenvolvimento.
Em resumo, o ser humano possui valores em quem é e em quem deve ser, mas os
valores não o limitam, pelo contrário, dão autonomia de melhorar e aperfeiçoar suas atitudes.
Não importando o passar de tempo na época em que viva, o valor é supremo a tudo isso,
ajudando na forma de agir no presente e no futuro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise realizada, pode-se compreender que os princípios e valores são


grandes embasamentos no exercício do direito e da busca pela justiça, suas contribuições vão
além de um esteriótipo ínfimo de servir como complemento e auxílio para as normas do
ordenamento jurídico brasileiro. Os elementos analisados levaram à compreensão de Hans
Kelsen em definir o direito unicamente e exclusivamente em conformidade com a norma
supondo ser o suficiente. Porém, sua aplicação na prática exclui o fato de que, o direito
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exercido juntamente com as leis não soluciona as lacunas complexas, ou seja, não traz mais
agilidade e eficácia na resolução de conflitos.
O resultado no estudo foi de que, este entendimento trouxe sanções em grande escala
para os todos os que não correspondem a norma. Não tornando a resolução dos conflitos mais
positiva, e ocasionando outros problemas como, a superlotação em massa em presídios e a
exclusão total destes indivíduos da sociedade. Se não houver tratamento sobre a
responsabilidade pelo direito aos indivíduos, estes continuarão praticando delitos contra a
norma.
Em um sistema rígido e metódico, que não inclui nenhum princípio ou valor abstrato,
não traz melhoramento no convívio dos seres humanos, que por si só são complexos. Há uma
grande necessidade do direito ser ampliado semelhante a como os indivíduos são. Foi esta
percepção de Miguel Reale, que contestou Kelsen em sua Teoria Pura do Direito,
complementando o entendimento do direito além da norma, e acrescentando o fato e o valor.
Então, percebe-se ao longo do estudo, a análise trazida por Reale do ser e do dever ser.
Onde um complexo de noções é acrescentado ao direito como princípios, valores, opiniões
etc, estando o direito inserido nestas formações de sentido da expressão do mundo da vida
como Lebenswelt já havia afirmado. Não sendo separado o ser do dever ser como Kelsen fez,
mas unindo-os em uma análise conjunta dos dois, constatando que não há como conceber
direito apartado dos valores da vida e do que os indivíduos são constituídos.
Logo, Reale totalizou sua análise demonstrando que, uma mãe alimenta seu filho não
por medo de ser penalizada, mas sim por entender a importância de uma ordem de
necessidade da alimentação de seu filho. Tal como, os indivíduos não vão parar de praticar
delitos por medo de serem penalizados pela norma, mas devem receber a compreensão de
que, muito além de ser uma obrigação ou haver possível penalidade, há uma ordem de
necessidade de cumprir com sua responsabilidade com o direito.
No tocante da justiça, concluiu-se inicialmente que todos os indivíduos clamam por
um mundo mais justo, há procura pela sua presença, quanto indignação pela sua ausência.
Porém, qual é a definição desta justiça tão necessária? E onde ela se encontra?
Pode-se observar que Platão explorou profundamente este tema, pois trilhou um
caminho sobre o importante papel da justiça na construção da Polis, ou seja, da sociedade.
Logo, analisou a justiça tanto de maneira racional quanto dialética, resultando em um
entendimento de que há uma competição entre a justiça e a injustiça, onde as coisas são
levadas tal como ao bem ou ao mal.
Estabelecida esta compreensão, completou sua ideia afirmando que todo o ser humano
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é capaz de descobrir dentro de si o que é a justiça, sendo preciso apenas que sua vontade se
submeta a conhecê-la, constatando a justiça como uma virtude máxima. Portanto, se a justiça
realmente se configura como uma virtude, ela está conectada nas características dos seres
humanos. Sendo o impulso necessário para realizar suas ações e escolhas. Da mesma forma,
assim como os indivíduos são propensos a decadência e corrupção, também são propensos à
excelência e à boa conduta, basta estarem dispostos a submeter a sua vontade em fazer com
que a justiça vença a competição com a injustiça.
Entretanto, no estudo é visto que, Platão aponta dois obstáculos que impedem os
indivíduos de realizarem suas ações e escolhas desta forma. Pois, por ameaça o indivíduo se
apega as aparências e a força para manter-se vivo, onde o interesse do mais forte prevalece e a
força se torna sinônimo de poder. Sendo os de maior influência transformadores da justiça em
uma vantagem para si.
Devido a esses obstáculos a justiça é adiada e se torna inacessível a sua utilidade ideal.
Platão consuma seu entendimento sobre a justiça, afirmando a precisão de um núcleo superior
ao interesse individual, onde cada um faz o que lhe cabe fazer, o indivíduo ajusta a sua
vontade e força em prol da sua responsabilidade em obtém a justiça, não só para si, mas para
toda a sociedade.
O estudo trouxe ademais a percepção de Tomás de Aquino, seu entendimento sobre a
justiça demonstra que através dela os atos humanos resultam em igualdade. Apontando
também a justiça como uma virtude, mas enfatiza que diferente das outras virtudes no ser
humano que visam melhorar individualmente, a justiça tem como fim o aperfeiçoamento
coletivo, isto é, para o bem comum de todos. Todavia, não sendo moldada da mesma forma
sempre, mas se adequa as necessidades de cada indivíduo.
Sobre o estudo a respeito dos princípios, é observado que inicialmente eles são
empregados como auxiliadores nas lacunas de leis quando estas forem omissas. Todavia,
muito além de sua utilidade, examinando sua definição é demonstrado na melhor forma a sua
real importância. Ronald Dworkin definiu três significados para os princípios, não
comparando-os como sinônimos, mas evoluindo em cada fase o seu entendimento, chegando
o mais próximo de sua relevância.
Na primeira fase, os princípios significam origem ou início, os princípios são
empregados nas questões das disciplinas de determinados temas para apresentar estudos. Já a
segunda fase, Dworkin torna o significado mais preciso, onde os princípios se tornam
elementos de estrutura, como vigas e alicerces do sistema normativo. Com isso, se tornam
base sólida para que sejam construídos critérios com mais compreensão, racionalidade e
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coerência para as normas.
Na terceira fase, termina seu entendimento de que o significado dos princípios são
flexíveis, sendo seu método proveitoso, pois diferente das regras que possuem um padrão de
sim ou não, tudo ou nada, os princípios se divergem por não serem sujeitados a isso, sendo
possível que sejam manuseados sem corromper a vigência nem a sua validade. Logo, são
atemporais, sua importância se dá pelo fato de terem o efeito de otimizar, arranjando a melhor
maneira de realizar ou obter um resultado no âmbito das circunstâncias fáticas e jurídicas da
forma mais justa. Sendo assim, importantes meios para oferecer, na prática, um melhor
desenvolvimento geral na execução do direito.
O último assunto trazido pelo estudo são os valores, onde Miguel Reale afirma ser
uma característica não quantificável, não sendo um valor maior que outro, nem superior ao
outro. São base do direito e visão, resumindo-se em uma realidade autônoma, realidade por
ser indispensável o ser e o valor, e autônomo por haver autonomia para melhorar e aperfeiçoar
o dever ser.
As seis características dos valores apontadas: Bipolaridade, Implicação Recíproca,
Referibilidade, Prefelibilidade, Historicidade e a Realizabilidade. Demonstram que nos
valores há relação de sentido positivo e negativo, de lícito e ilícito, assim como no direito. Há
soridariedade entre os valores, um valor assegura outro, se tornando referência para se seguir.
Também há uma preferência por indicação de um ideal, deixando claro a grande relação do
valor com a liberdade, onde o ser humano é livre para escolher. Estando associado com o
histórico-cultural e a realização dos valores de acordo com o passar do tempo, influenciando
outros humanos em seus atos, onde o valor nunca se esgota após empregado, sendo sua
concretização infinita.
Assim o estudo expõe que os valores são muito mais do que escolhas de estilo de vida,
estão profundamente estabelecidas no âmago do ser humano, e que a sua tamanha importância
reflete como fontes de melhoramento para o ser humano, estipulando que, o ser e o dever ser
são objetos constantemente de algum valor. Todavia, para que isto ocorra é preciso sujeição e
aceitação dos valores ao direito e nas ações de justiça pelos que atuam em sua defesa e
desenvolvimento.
Muito além do sistema jurídico e processual, o indivíduo possuiu uma vertente interna
em suas raízes, onde tornou-se inoperante em realizar tarefas que caracterizam seu ser. Há
grande hipocrisia em afirmar ineficácia do ordenamento jurídico brasileiro, pois o próprio
indivíduo que afirma dever ser realizada a justiça, é o mesmo que deve exercê-la, visto que
está presente em sua condição.
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Não há como negar que o ser humano está propenso a sempre julgar as ações alheias
em vez de autoavaliar suas próprias ações. Sua noção deve abranger sabiamente seus feitos
em prol da eficácia na prática, deixando de lado a noção relativa de que, os princípios e os
valores são só úteis isolados na vontade individual, ou aplicados sem nenhum critério pelos
agentes competentes na solução dos conflitos.
Infelizmente, a grande verdade é que talvez não estejam dispostos a pagar o preço da
correção das falhas, omissões e negligências, uma verdade lamentável demais para aqueles
que possuem como virtude a justiça. Se faz necessário compreender o indivíduo como
possuidor do poder de refrear a injustiça, realizando a implementação dos princípios e valores
como forma de solucionar a ineficácia do ordenamento jurídico, tornando assim na prática,
realmente mais eficaz. Sem isso, a justiça é corrompida e o direito se torna apenas uma moeda
de troca no empreendimento das vontades individuais.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, Decreto-lei n° 4.657/1942. Lei Introdução às normas do Direito Brasileiro. Art.


4°. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm

MARTINS, Alexandre Marques da Silva. Os valores em Miguel Reale. Brasília: Revista de


Informação Legislativa, 2008.

MARTINS, Ricardo Marcondes. Teoria dos princípios e função jurisdicional. Curitiba:


Revista de Investigações Constitucionais, 2018.

OLIVEIRA, Clara Maria C. Brum de; TROTA, Wellington. A Crítica Realeana ao


Normativismo Lógico de Kelsen. Revista CEJ, Brasília, Ano XVII, n. 61, p. 108-114,
set/dez. 2013.

PISSARRA, Maria Constança Peres. FABBRINI, Ricardo Nascimento. Direito e Filosofia: A


noção de justiça na história da filosofia. São Paulo: Atlas, 2007.

REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

ROCHA, Indalécio Robson Paulo Pereira Alves da. GELAIN, Itamar Luís. Kelsen e Reale:
Reflexões sobre a teoria pura do direito e a tridimensionalidade específica. Revista
Litterarius, 2015.

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