A Revolta Dos Brinquedos - Pernambuco de Oliveira
A Revolta Dos Brinquedos - Pernambuco de Oliveira
A Revolta Dos Brinquedos - Pernambuco de Oliveira
Sempre que vamos preparar um trabalho social, paramos para pensar: "O que vamos fazer dessa
vez?" O objetivo desse blog é reunir essas ideias, que nunca vêm quando precisamos. Aqui você
poderá encontrar dicas para artesanato, dinâmicas educativas, peças de teatro e experiências de
quem já participou de trabalho solidário. Colabore para que o nosso blog fique mais rico! Se tiver
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Script:
Menina: (cantando)
Dizem que sou uma menina sapeca
E que não gosto nem de boneca
O que eu queria mesmo era ligar a minha vitrola
Mas mamãe me diz: estude para a escola
Brinque com os brinquedos e tome seu remédio
Isso me dá um tremendo tédio
Muito furiosa pego meu ursinho
E atiro na parede ao invés de dar carinho
Rasgo a roupa do soldado
Deixo a boneca em retalhos
Pego a bruxinha pelo pé
E atiro no jardim o mais longe que puder
Da caixa do fantoche quebro a mola
Porque não posso ligar minha vitrola.
Mãe: Desliga essa vitrola e vai brincar quietinha! (fala e sai de cena)
Menina: (Olha com desprezo para os brinquedos) Era uma vez uma menina que tinha muitos
brinquedos (boceja) Um dia ela ...Ah! Que sono! Um dia ela...(a menina dorme)
(A caixa se abre e de lá sai o fantoche, olha para os lados desconfiado e lentamente começa a
andar. No meio do caminho, pisa em uma buzina e, com o susto, corre de novo até a caixa. Mais
uma vez repete a cena, com o cuidado de desviar da buzina – música da pantera-cor-de-rosa – vai
até a Boneca)
Boneca: Dormiu!
Soldado: Você tem certeza? Vê lá, heim? Não quero confusões. Já se esqueceram daquela noite?
Você deu o sinal antes da hora, e olha aqui o resultado! (mostra machucado na cabeça)
Soldado: Bobo não! Você tem sua caixa para se esconder! E eu?
Fantoche: Você, ué? Você não é herói? O que você faz com essa espingarda? (Boneca os separa)
Boneca: É herói, sim senhor! Ele tomou parte da célebre “Tomada das Pastilhas”.
Fantoche: Ora, Boneca, não seja boba! Pastilhas coisa nenhuma, era só uma, e foi a “Tomada da
Pastilha”.
Fantoche: Isso não interessa! A verdade é que já é tarde, nossa dona dormiu e estamos perdendo
tempo!
Ursinho: (se espreguiça fazendo muito barulho e os outros tapam sua boca) Que houve, heim?
Fantoche: Meu prezado amigo Urso, é chegado o nosso grande dia, aliás, noite!
Fantoche: Não digam mais nada, por favor, se não eu acabo batendo nesse urso!
Fantoche: Ursinho do meu coração, vê se me entende, está bem? A revolta dos brinquedos contra
as maldades de sua dona!
Soldado: Chega de conversa! Vamos ao que interessa! Antes de qualquer coisa, chamemos o
Boneco.
Boneca: Ah! É verdade, como somos bobos, ele é um boneco de corda, se não der corda, ele não
anda!
Soldado: É ... mas onde está a chave? Eu não vejo, vamos ter que procurar!
(Procuram a chave)
(O Soldado hesita, vai até a menina com medo mal disfarçado, pega a chave rapidamente e volta
fingindo heroísmo)
(Todos dão corda no Boneco. Barulho de corda, ela solta e desanda tudo.)
Fantoche: Xiii.... escapou a corda.
Boneca: Não deixe escapar outra vez, senão ela pode acordar!
Fantoche: Mas esse soldado me faz perder a paciência! (barulho e Ursinho cai no chão) Ursinho,
você não serve pra nada, heim?
Boneco: Vocês ficaram aí discutindo tanto que eu pensei que não iam me dar corda hoje! Qual é o
plano de ação?
Soldado: Lá vai o Ursinho de novo! Por que não ficou dormindo, heim?
Fantoche: Nossa, Ursinho, como você é inteligente! E brilhante.....e BURRO! Nós somos os
brinquedos dela!
Soldado: Eu comando o ataque, barriga pra dentro, peito pra fora, queixo levantado, como um
soldado! Batalhão, atenção! Ursinho! Boneco de corda! Fantoche! Boneca de louça! Bruxinha de
pano! Bruxinha de pano??? Batalhão atacar!
Boneco: De longe, né? Assim não chegaremos a lugar nenhum. Olha, acho melhor fazermos um
julgamento, com juiz e tudo.
Ursinho: Se ela não quiser... vocês amarram ela com a corda de pular.
Fantoche: Eu serei o advogado de acusação! Saibam que venho de uma família ilustre e estudada.
Meu bisavô era o brinquedo favorito do Sultão de Chá-Ditala.
Boneca: Acho que ele dá para advogado. Fala pelos cotovelos!(Fantoche faz cara de bravo) Só
precisamos agora de um juiz.
Fantoche: E pela vontade geral fica escolhido o Boneco de Corda como advogado de defesa!
Todos: Juiz é uma pessoa/ muito importante/ que manda no tribunal/ a todo instante!
Boneca: Pense no mal que ela nos fez! Ela é má e orgulhosa! Vamos julgá-la!
(Todos ficam preparando as coisas, entra uma mosca em cena, distrai o Ursinho que a segue. Ela
vai na direção da Menina, que lá está acordada.)
Ursinho: A Menina!
Ursinho: Ninguém!
Menina: Sua Bruxa, eu devia ter deixado você com os sapos e grilos no jardim!
Bruxinha: Tão cedo você não se libertará para voltar a fazer maldades! Você vai ser julgada!
Menina: Vocês são uns brinquedos muito bobos! Eu não devo satisfações a bruxas feias de
farrapos!
Bruxinha: Eu sei que sou uma Bruxa de pano sem importância. Mas tenho um coração melhor que
o seu! (Chora) Que mal fizemos nós, não somos sua distração quando volta do colégio?
Menina: Eram, agora vocês são uns brinquedos muito sem graça!
Fantoche: Um acusador nunca teve um caso mais fácil do que esse que me foi destinado! Nunca
houve uma dona tão ruim quanto a nossa!
Boneco: Protesto!
Todos: Não!
Menina: Sempre essa Bruxa intrometida! Você deveria estar lá na cozinha como pano de chão!
(Bruxinha chora)
Fantoche: Veja como é ruim! E maltrata a boneca, quebra o soldado e também a minha caixa já
quebrou...
Ursinho: Eu, sim! E se não andar direito vai preso pro quartel!
Boneco: O que é?
Menina: Vem cá, não tenha medo...não vê que estou amarrada e que somos amigos?
Menina: Mas era sem querer...a Bruxa sim que é sem graça e feia, foi presente da cozinheira e eu
com presentes caros como você, o que ia querer com ela? Aliás, você é meu brinquedo favorito! E
eu gosto tanto de você que iria te perdoar se você me soltasse...e nunca mais te quebraria...
Boneco: E os outros?
Boneco: Quase fui enganado por você! Você acha que eu trairia meus amigos? Venham todos.
(cochicha com todos)
Bruxinha: Não. Devemos continuar... que Lea é má nós já sabíamos, mas mesmo assim você ainda
deve ser o advogado de defesa.
Bruxinha: O pior que ela faz comigo/ não é dizer que eu sou feia e coisa assim/ o meu pior castigo/
é me jogar com os sapos e grilos no jardim... Tenho horror aos sapos coaxando e os grilos fazem
cri-cri e não me deixam dormir. E tem o orvalho... que são as lágrimas da noite triste caindo sobre
as rosas!
Fantoche: Calma, Ursinho...Ela também esquece os livros da escola e rasga todos, nem pensa que
tem um monte de crianças que nem tem escola pra estudar!
Todos: Oooh!
Fantoche: E ainda tem uma testemunha: Boneca! Mostra pra eles o que ela te fez!
Boneca: Estou ficando doida! (encabulada levanta a saia e mostra o short remendado) Apanhei
tanto que até a calcinha rasgou!
Todos: Coi-ta-di-nha!
Boneca: Imaginem uma boneca de luxo como eu com a roupa toda remendada!
Fantoche: Acho que já chega de provas! Vamos decidir o castigo! Sugiro levá-la para o jardim como
ela fazia com a Bruxinha!
Menina: (mostrando-se livre) Vamos ver quem vai arrastar quem para o jardim! (paga a Boneca)
Agora você vai apanhar tanto que vai ficar toda rasgada!
Bruxinha: Nela não! Bata em mim! Ma atire para sempre no jardim onde o sereno penetra até os
ossos nas noites frias! Eu sou uma bruxa de pano feita pela cozinheira. Não vim embrulhada em
papel de seda e fita prata, nem fui pedida em carta de Papai Noel. Você não gosta de mim, me
castigue por eles, porque são eles que te dão alegria quando você volta da escola, ou que te ouvem
quando você não tem com quem conversar. Eles nunca dizem não à você. Vingue-se de mim que
ninguém sentirá minha falta!(se encolhe e espera o castigo. Surge a Fada Razão).
Fada: De todo lugar e de lugar nenhum. Vim dizer para vocês ficarem em paz.
Ursinho: Não entendi o negócio do lugar nenhum. Mas quanto ao resto acho que a dona Razão tem
razão....
Todos: Prometemos.
Fada: E você, Bruxinha, venha. Vou te levar para o jardim, para você conhecer os sapos e grilos.
Fada: Não. Ficarão em silêncio para te ver passar e apreciarão a bondade de seu coração.
Menina: Venham, vou contar uma história....era uma vez uma Menina que tinha muitos brinquedos,
uma boneca...e um soldado... um Ursinho....(todos vão dormindo)
Fada: (fala baixinho para as crianças) Shiiiiiiu! Dizem que ela era uma menina sapeca/ que não
gostava de boneca/ mas agora aprendeu uma lição/ não bate nos brinquedos/ tem bom coração/
não esquece os livros da escola/ nem deixa de ouvir sua vitrola/ não é resmungona e nem furiosa/
e sua vida ficou mais gostosa.
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