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DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS


DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

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Núcleo de Educação a Distância
DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Gildenor Silva Fonseca

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
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rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de


ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professoras: Ludmila Albuquerque Douettes Araújo


Nathalia Ellen Silva Bezerra
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade analisará os aspectos gerais e específicos da do-
cumentoscopia. Assim, ao longo dessa unidade, aprenderemos quais
são os cuidados necessários que se precisam ter com os documentos
questionados, bem como quais são os instrumentos e equipamentos
utilizados com uma maior regularidade no âmbito da documentoscopia.
No segundo capítulo, aprenderemos mais acerca de uma das áreas
da documentoscopia que é denominada como grafoscopia, por isso, os
nossos estudos serão concentrados, principalmente, nas leis do gra-
fismo, nos exames grafoscópicos e nos aspectos gerais da escrita. Já
no último capítulo, a atenção do nosso estudo estará direcionada para
os aspectos mais específicos e essenciais para o funcionamento da
documentoscopia, serão abordados o estudo do papel, as caracterís-
ticas dos documentos que fazem uso dos elementos de segurança, a
datação de documentos entre outros estudos. Essa é uma disciplina de
suma importância, já que o espaço conferido à documentoscopia no
meio prático está em ascensão, além disso, essa é uma área que pode
trazer relevantes contribuições para o meio social, econômico e jurídico.
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Documentos, Documentoscopia, Fraude, Grafoscopia, Segurança.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
DOCUMENTOSCOPIA E GRAFOSCOPIA: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

Documentos: Definição, Importância e Características Gerais ___ 12

Aspectos Introdutórios acerca da Documentoscopia ___________ 17

Documentos Questionados ____________________________________ 21

Equipamentos e Instrumentos _________________________________ 25

Recapitulando _________________________________________________ 27

CAPÍTULO 02
GRAFOSCOPIA: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS

Aspectos Introdutórios acerca da Escrita _______________________ 30

Aspectos Introdutórios da Grafoscopia _________________________ 32


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Leis do Grafismo ______________________________________________ 34

Perícia Grafotécnica ___________________________________________ 35

Fraudes Documentais _________________________________________ 37

Padrões Gráficos ______________________________________________ 42

Recapitulando _________________________________________________ 44

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CAPÍTULO 03
DOCUMENTOSCOPIA: ASPECTOS GERAIS E CARACTERÍSTICAS

O Estudo e as Funcionalidades do Papel _________________________ 48

Estudo do Papel-Moeda ________________________________________ 51

Elementos de Segurança ______________________________________ 52

Aspectos Gerais da Datilografia ________________________________ 55

Alterações Físicas dos Documentos ____________________________ 58

Autenticidade do Documento __________________________________ 58

Selos ___________________________________________________________ 60

Datação de Documentos e de Tintas ___________________________ 61

Recapitulando _________________________________________________ 62

Fechando a Unidade __________________________________________ 65

Referências _____________________________________________________ 68
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Os documentos são instrumentos de suma importância para que
as informações sejam acompanhadas, propagadas e confirmadas, tais ins-
trumentos podem ser utilizados em diversos ambientes e apresentam obje-
tivos específicos relativos ao meio em que estão inseridos. Os documentos
para uma empresa são relevantes para fornecer força ao mercado com-
petitivo, já que, para o âmbito jurídico, funcionam como um tipo de prova.
A importância dos documentos é tanta que se torna imprescin-
dível que os seres humanos os tenham, quando se fala em documentos
pessoais, por exemplo, já que são considerados como um direito do ser
humano, tendo em vista que todo cidadão deve possuir os documentos
necessários para que o cadastramento obrigatório seja efetuado e para
que o indivíduo seja visto como cidadão pertencente a uma sociedade.
Por exemplo, no Brasil, apenas é possível ter acesso aos serviços públi-
cos, como o SUS e as redes de ensino, desde que haja a apresentação
de documentos de identificação, como CPF e RG, entre outros.
As legislações presentes no ordenamento jurídico apresen-
tam alguns conceitos daquilo que pode ser entendido como documento
havendo algumas alterações a depender do ramo jurídico que esteja
fazendo menção aos documentos, pois, do ponto de vista cível é um,
enquanto a perspectiva penal é outra. No Brasil, a falsificação de docu-
mentos é considerada um crime tipificado pelo Código Penal Brasileiro.
Muitas são as informações que podem ser obtidas a partir da
análise dos documentos, por isso justifica-se a existência da documen-
toscopia, ciência incumbida por estudar e analisar os documentos com
a intenção de verificar se eles são autênticos ou falsos. Salienta-se ain-
da que os documentos, no geral, podem ser entendidos como qualquer
registro que se faz de um conhecimento ou de um fato, por isso que a
análise de sua autenticidade é imprescindível para que esses fatos se-
jam vistos como verdadeiros ou falsos, válidos ou inválidos.
Nesse sentido, ao longo do capítulo 1, abordaremos os as-
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pectos introdutórios acerca da documentoscopia e da grafoscopia, por


exemplo, aspectos acerca dos documentos, documentos questionados
e dos equipamentos e instrumentos relevantes a eles. Já no segundo
capítulo, serão discutidos e apresentados aspectos mais específicos
acerca da grafoscopia, na medida em que o terceiro e último capítulo
cumprirá com objetivo semelhante, mas terá como foco a documentos-
copia e suas principais características.

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DOCUMENTOSCOPIA E GRAFOSCOPIA:
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Documento: conceito
polissêmico

DOCUMENTOS: DEFINIÇÃO, IMPORTÂNCIA E CARACTERÍSTICAS


GERAIS
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Ainda que a conceituação de documentação possa ser fácil


sob uma percepção superficial, definir o que é um documento - quando
essa pergunta é feita - não é uma tarefa fácil, já que esse termo pode
assumir diversas funções a depender do meio e da situação em que
esteja inserido, por isso, para que essa definição seja apresentada, é
necessário que muitas vertentes e variáveis sejam consideradas no mo-
mento em que o conceito é fixado.
Segundo Silva (2018), a palavra documento, etimologicamen-
te, deriva de docere que significa “mostrar, indicar, ensinar ou fazer co-
nhecer outras coisas”.
De maneira geral, os documentos são incumbidos por reprodu-
12
zir acontecimentos, situações e circunstâncias e podem ser representados
por diversas tipologias, como cartas e diplomas e são comumente escritos.
Uma das grandes utilidades atribuída aos documentos envolve a compro-
vação de algo, por isso podem ser utilizados como prova no meio judicial.
O Código de Processo Civil de 2015 apresenta uma seção
destinada às provas documentais, na qual são estabelecidas normas,
regras e dispositivos que regulam a aplicação da prova documental pe-
rante o Direito Civil brasileiro e os processos presentes nesse âmbito.
Os documentos que podem ser usados como prova não são os
únicos tipos e nem sua funcionalidade exclusividade, assim, existem ain-
da os documentos de identificação, que são emitidos pelo Estado e são
usados com a intenção de permitir e tornar mais fácil a identificação dos
cidadãos, a partir disso, torna-se possível que os indivíduos passem a ter
acesso aos serviços estatais, como estarem aptos a se inscreverem e
participarem de concursos públicos, por exemplo. Nesse sentido, a prova
documental é algo que representa um fato e que se destina a fixá-lo de
maneira permanente, seja em sentido restrito e técnico que supõe o con-
teúdo intelectual como elemento essencial para um documento.
Sob o ponto de vista da área do Direito, os documentos podem
ser compreendidos como qualquer título que seja utilizado no auxílio da
conclusão dos processos, ou seja, é com base nos documentos, sendo
esses vistos como um tipo de prova, que os juízes irão tomar as suas
decisões e fundamentá-las. Docs. = TESTEMUNHO
Os seres humanos estão em constante evolução e com eles os
interesses e as necessidades dos indivíduos, dessa forma, os utensí-
lios, as normas, os objetos, os acessórios, dentre outros também pas-
sam por modificações para que se adequem às novas necessidades da
humanidade. Um dos grandes avanços da modernidade está atrelado
ao uso da tecnologia e a sua presença no cotidiano de grande parte da
população, seja de forma direta e/ou indireta.
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Desta feita, os documentos passaram a ser vistos sob uma nova


perspectiva, pois, desde a sua criação, eram manifestados em papel ou
qualquer outro meio físico. Na atualidade, ainda que os documentos em
papel continuem sendo válidos e utilizados com frequência, não se fazem
presentes apenas nesse meio, mas também de forma digital.
A informática trouxe grandes evoluções para a humanidade,
tanto para as suas tarefas pessoais, quanto àquelas ligadas ao meio
profissional e acadêmico, desta feita, grandes são as facilidades e as
praticidades proporcionadas pela informática em geral, no que se refere
à documentação, os documentos se tornam arquivos digitais que es-
tão suscetíveis de serem visualizados ou partilhados em computadores,
smartphones, tabletes, entre tantos outros meios eletrônicos usados no
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dia a dia. Os documentos digitais podem ser textos, imagens, sons, ani-
mações, vídeos, dentre outros.
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça aprecia em suas
decisões a presença dos documentos eletrônicos, principalmente, nas
questões mais atuais e que envolvam um maior número de transações
mercantis da internet, também são inseridos como eletrônicos os docu-
mentos magnéticos, como pode ser visto na decisão a seguir:

CIVIL. CONTA-CORRENTE. SAQUE INDEVIDO. CARTÃO MAGNÉTICO.


SENHA. INDENIZAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA. 1- O uso do cartão magnético
com sua respectiva senha é exclusivo do correntista e, portanto, eventuais
saques irregulares na conta somente geram responsabilidade para o Banco
se provado ter agido com negligência, imperícia ou imprudência na entrega do
numerário. 2 – Recurso especial conhecido e provido para julgar improcedente
o pedido inicial. (STJ -REsp: 602680 BA 2003/0195817-1, Relator: Ministro
FERNANDO GONÇALVES, Data de Julgamento: 21/10/2004, T4- QUARTA
TURMA, Data de Publicação: DJ 16.11.2004, p. 298 RJP vol. 1 p. 117).

Ainda que a era da informatização já tenha proporcionado vá-


rios avanços para a vida e para as atividades, trabalhos e relacionamen-
tos humanos, os documentos físicos ainda são usados com frequência,
dessa forma, estima-se que a sociedade ainda levará um tempo sig-
nificativo para atingir o estágio em que todas as pessoas irão dispor
dos equipamentos informatizados, por isso ainda há um longo tempo e
muitas modificações a serem inseridas para que todos os documentos
físicos sejam convertidos para o meio on-line e digital. Assim, a impor-
tância atribuída aos documentos físicos deve continuar sendo mantida,
bem como o desenvolvimento de práticas e de ferramentas que visem
assegurar e testar sua veracidade e autenticidade.
Os documentos também possuem aplicação no meio empre-
sarial, assim, podem ser entendidos como os papéis utilizados nas em-
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presas, como aqueles que envolvem os cadastros de pessoa jurídica,


alvará de funcionamento, livros de contabilidade, guia de arrecadação
de impostos, entre outros. Salienta-se ainda que esses documentos não
são iguais em todas as nações, em outras palavras, é preciso que exista
uma adequação das normas vigentes no país e as necessidades pre-
sentes no setor econômico e empresarial.
Dessa forma, os documentos também são entendidos como
elementos informativos incumbidos por guardar, armazenar e transmitir
documentos históricos, por isso englobam em si importantes elementos
culturais, locais e costumeiros que remetem ao passado e explicam o
presente. Constata-se que os documentos podem ser empregados para
um conjunto diverso de possibilidades, mas em todos os casos pode ser
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resumido a um registro de informações, que pode ser físico e/ou digital.
O termo documento, comumente, surge associado ou rela-
cionado a palavras como documentação e documentologia, mas, em
conformidade com Silva, Brito e Ortega (2016), há diferenças, ainda
que não tão bem definidas, entre os três termos em questão. Para as
autoras, “documento pode ser definido como um objeto que suporta a
informação, que serve para comunicar e que é durável (a comunicação
pode, assim, ser repetida)”, (Silva, Brito e Ortega, 2016, p. 241). Quan-
do essa definição é adotada como correta, é importante que se tenha
em mente que os documentos não estarão restritos às formas escritas
e serão dotadas de um caráter mais amplo e geral, já que todo objeto é
capaz de transmitir informações.
Já a documentação pode ser compreendida como a técnica ou
o conjunto de técnicas a partir do qual são feitas coletas, classificações e
explorações de documentos. Em outras palavras, a documentação é uma
atividade que irá envolver a análise dos documentos, mas, para que essa
técnica seja empregada, é necessário que ocorra a explicação de sua na-
tureza, bem como as motivações que influenciaram a realização da docu-
mentação em questão. Por sua vez, o termo documentologia é utilizado
para se referir ao domínio do conhecimento ou da disciplina de ensino, ou
seja, é o termo científico destinado ao estudo dos documentos.
Tendo em vista a diversidade, tanto de definições quanto de
funcionalidades referentes aos documentos, é normal que sejam fixa-
das classificações para eles, sendo que, para tanto, serão utilizados de
padrões e de estratégias que estabeleçam a melhor maneira de divisão
para os documentos em questão.
A classificação dos documentos é importante para que a orga-
nização das informações seja efetuada por assuntos e localização, seja
no meio físico e/ou no meio digital. É importante ainda salientar que as
empresas podem definir suas próprias regras e padrões individuais no
momento de organizar os documentos presentes em seu meio, sendo
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essa uma prática que irá facilitar o acesso às informações empresariais


trazendo benefícios.

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Figura 1 – Padrões para Classificação dos Documentos

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

O critério relativo à espécie é uma classificação do tipo de do-


cumento baseado na origem das informações e nas finalidades relativas
ao uso deles. Nesse sentido, uma “ata de reunião” é utilizada para regis-
trar as decisões e os acordos destinados ao planejamento estratégico,
a definição dos prazos e responsabilidades referentes a eles. Assim,
os documentos serão separados por espécie, por exemplo, por atas,
laudos, petições, ordem, requisições e assim por diante.
Já a classificação que faz uso dos gêneros e dos formatos dos
documentos irá considerar aspectos como o fato de serem impressos ou
digitais, assim, essa classificação envolve questões como os textos, as
gravações em áudio, os vídeos, os gráficos e as planilhas, por exemplo.
Por sua vez, a classificação que se baseia no assunto dos do-
cumentos irá também do tipo do documento, bem como do conteúdo
presente nele, assim, é necessário que se conheça acerca das restri-
ções e da presença de informações sigilosas relativas aos documentos
em pauta. Desta feita, quando o documento for sigiloso, é imprescin-
dível que um aviso indicando restrições quanto a seu acesso estejam
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presentes, pois isso irá indicar o local em que será melhor armazenado.
A relevância atribuída aos documentos também pode ser uti-
lizada para sua classificação para tanto são levados em consideração
o estágio de produção e a frequência de uso perante a execução dos
processos administrativos, assim os documentos de maior importância
precisam estar sinalizados, sendo que essa sinalização pode ser feita
com o uso de lembretes ou pastas diferenciadas.
Os tipos de documentos também irão variar a depender do am-
biente em que serão utilizados e a finalidade relativa a elas, assim, no
meio empresarial, são comuns o uso dos documentos administrativos
como nota fiscal, fatura, duplicatas, recibo, fiança, aval, entre outros.
Quando se refere aos documentos oficiais, alguns exemplos são memo-
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rando, memorando-circular, ofício e despacho, sendo eles capazes de
gerar efeitos a nível de ordem jurídica na comprovação de fatos.

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ACERCA DA DOCUMENTOSCOPIA

A documentoscopia pode ser compreendida como uma ciência


forense responsável por estudar e analisar os documentos com a inten-
ção de apurar informações acerca da sua autenticidade ou falsidade,
valendo lembrar que o documento envolve qualquer tipo de registro ou
de conhecimento.
A especialização em documentoscopia vem sendo cada vez
mais procurada, já que, a partir disso, a educação dos peritos criminais
pode ser complementada na área pericial, assim, essa profissionaliza-
ção envolve uma reciclagem do profissional e uma ampliação de suas
capacidades, já que esse é um campo que ainda não é disseminado em
grande parte dos cursos acadêmicos, tanto no que se refere à gradua-
ção, quanto em termos de pós-graduação.
A documentoscopia, segundo Pereira e Ferreira (2017), é uma
subárea da criminalística, na qual se busca a elucidação da verdade e o
desvendamento das fraudes que tenham como objeto os documentos,
independentemente de sua natureza.
Entre os principais objetivos da especialização em documentos-
copia está a ampliação e o fortalecimento dos conhecimentos relativos
à ciência forense, tendo em vista o aperfeiçoamento e o aprofundamen-
to das competências profissionais relativas à perícia documentoscópi-
ca, envolvendo as ferramentas, abordagens e metodologias relativas
ao campo em questão. Nesse sentido, o profissional que opta por essa
especialização se torna apto para atuar tanto no âmbito judicial, quando
nas condições que envolvem a atuação do assistente técnico.
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O curso de especialização em documentoscopia vem ganhan-


do cada vez mais espaço, contudo, com a constante falta de tempo na
vida dos profissionais e com o advento e as consequências geradas
pela pandemia do Covid-19, os cursos a distância, no meio on-line e
digital, forneceram uma maior facilidade na formação remota dos profis-
sionais, sendo esse um título considerado um diferencial para os peritos
que desejam investir na área de Perícia Judicial.
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O perito na área de documentoscopia pode ser chamado a ní-
vel judicial com a intenção de esclarecer um conjunto de questionamen-
tos, sendo a maior parte deles relacionados à análise de autenticidade
dos documentos, ao estudo da escrita manual e das assinaturas, às
análises e às detecções direcionadas para as alterações presentes nos
documentos diversos.
Além disso, entre os procedimentos realizados nesse campo,
observa-se a possibilidade que sejam divididos em categorias, que en-
volvem a análise do papel-moeda e das moedas metálicas; grafotecnia;
exame de tintas; mecanografia; examinação da veracidade dos selos;
verificação do padrão de formatação, alinhamento, padrão de fonte e a
identificação no período das chancelas.
A atuação dos peritos em documentoscopia é fundamental
para que as fraudes sejam desvendadas, pois aqueles que atuam nes-
sa área se tornam cada vez mais profissionais nas fraudes que realizam
e driblam até mesmo os elementos de segurança que estão incorpora-
dos nos documentos.
É fato que os elementos que visam inibir e impedir a atuação
dos falsários são importantes na proteção dos documentos e auxiliam
os peritos em documentoscopia, mas não podem ser entendidos como
responsáveis por esgotar todas as formas e possibilidades de fraude,
por isso a atuação do perito em questão se torna essencial, já que será
ele efetuará o exame dos traços, das químicas e de outros aspectos que
podem indicar a presença de falsificações.
Desta feita, o perito em documentoscopia precisa prestar aten-
ção em questões como o tipo de papel utilizado, a tinta, os selos, os
manuscritos e as marcas de carimbo. Os peritos que atuam nessa área
desenvolvem seu trabalho tanto de forma manual, como fazendo uso de
utensílios, ferramentas e equipamentos de qualidade direcionados para
o campo da documentoscopia como um todo, também buscarão des-
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cobrir se os fatos produzidos foram de fato desenvolvidos pelo órgão,


empresa ou entidade responsável.
Além disso, os peritos irão levar em consideração os aspectos
que constituem os documentos em questão, por exemplo, o suporte,
as tintas e os manuscritos, mas sem deixar de lado a avaliação dos
sistemas gráficos empregados na produção do documento em questão.
O trabalho do perito não pode ser reduzido puramente à comparação
entre documentos e nem a de um especialista em escrita, já que, apesar
de envolver essas funções, vai muito além delas.
O perito em documentoscopia precisa ser um profissional ha-
bilidoso e capaz de efetuar as mais diversas análises, para isso, além
de ser um perito em documentoscopia, é necessário que o profissional
18
tenha conhecimento sobre diversos aspectos do objeto do trabalho, as-
sim, as ciências forenses, apesar de ser uma temática ampla, ainda é
restrita quanto a certos temas, todavia o perito precisa ter em mente que
as suas habilidades precisam ser ainda maiores, também ter aspectos
que vão além da perícia criminal.
A documentoscopia é um campo multidisciplinar, portanto en-
globa as mais diversas áreas do conhecimento humano, por exemplo,
elementos químicos, eletrônicos, artes gráficas, história, gramática, di-
reito, grafoscopia, dentre tantas outras. O perito precisar ser habilidoso,
conhecedor de várias temáticas e capaz de desenvolver a capacidade de
se ater e interpretar detalhes da maneira correta, tendo em vista questões
relativas a pensamentos estratégicos e raciocínios baseados na lógica.
A importância da documentoscopia envolve a necessária ve-
rificação acerca da veracidade e das autenticidades dos documentos,
principalmente, nos dias atuais com a quantidade de crimes e fraudes
que envolvem os mais diversos tipos de documentos. Assim, a docu-
mentoscopia é uma ciência direcionada para o combate e para a pre-
venção das fraudes, bem como para a validação das identidades e da
implementação das estratégias antifraude.
Um exemplo dessa situação envolve os bancos, espaço em que
diversas ferramentas são empregadas com a intenção de diminuir as
fraudes tanto nos documentos emitidos quanto nas contas digitais, assim,
a maior preocupação das instituições bancárias perante a modernização
dos acessos e das tecnologias adequadas envolve a garantia das auten-
ticidades para que um maior nível de segurança seja alcançado.

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O Brasil é um país que apresenta um alto índice de roubo de


identidade e falsificação de documentos, envolvendo tanto aqueles em
formato físico quanto os digitais. Na era em que o mundo on-line vem
passando por expansão e as compras digitais estão cada vez mais fre-
quentes, os roubos e fraudes presentes no ambiente virtual também
vem se multiplicando. Um exemplo recente e real faz menção aos gol-
pes que estão sendo aplicados por meio do Whatsapp, assim, para que
você fique atualizado sobre o tema e visualize uma situação em que
a documentoscopia pode ser utilizada na prática, leia a matéria sobre
segurança virtual, denominada como Golpe do Whatsapp boleto falso
e fraude bancária: conheça os crimes digitais mais comuns, vinculada
19
no link a seguir: https://www.nsctotal.com.br/noticias/golpe-do-whatsa-
pp-boleto-falso-e-fraude-bancaria-conheca-os-crimes-digitais-mais-co-
muns. Acesso em: 10 de fev. 2021.

A documentoscopia é um campo de caráter forense, por isso, a


sua conceituação está relacionada a termos presentes nas legislações
e na doutrina jurídica do Brasil. Desta feita, a Lei Federal nº 12.527 de
18 de novembro de 2011, responsável pela regulação do acesso às
informações, no artigo 4º, inciso II, define documento como a “unidade
de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato”,
na medida em que a autenticidade tem seu conceito esclarecido pelo
inciso VII do mesmo artigo, “qualidade da informação não modificada,
inclusive quanto à origem, ao trânsito e ao destino”.
Considerando a já discutida abrangência das tipologias dos
documentos, sabe-se que eles podem envolver questões textuais, pes-
soais, audiovisuais, digital/eletrônico e oficiais. Assim, o conceito de do-
cumento presente tanto na Lei nº 12.527/2011 quanto no Código de Pro-
cesso Civil apresenta uma definição mais ampla desse termo, contudo
essa não é a mesma visão apresentada pelo âmbito penal do Brasil,
sendo esse fato algo comum em razão da diferença das naturezas jurí-
dicas presentes nos dois campos.
O Código de Processo Penal ao abordar a temática dos docu-
mentos apresenta um conceito mais restritivo, conforme o artigo 232, os
documentos são “quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos
ou particulares”.

Figura 2 – Conceito de Documento para o CPP


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Fonte: Elaborado pela autora (2021).


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Diante desse conceito, Nucci enxerga a necessidade em sua
doutrina de esclarecer alguns termos presentes no dispositivo em ques-
tão, assim escrito pode ser entendido como o material que contenha
palavras ou ideais representadas através de sinais, todavia não é qual-
quer conteúdo que terá um caráter documental, sendo necessário que a
informação contida no escrito em questão seja relevante juridicamente.
No que se refere ao instrumento, esse pode ser entendido, ain-
da em conformidade com Nucci (2013), como um documento pré-cons-
tituído e utilizado para a formação de provas, recibos e procurações. Já
o papel é utilizado como um termo residual, dessa maneira, pode ser
compreendido como o material em que há a manifestação de pensa-
mentos, ideais ou fatos diversos referentes à escrita, envolvendo, por-
tanto, as fotografias, imagens registradas em papel.

DOCUMENTOS QUESTIONADOS

A depender do material e do tipo de documento que esteja sen-


do analisado, é normal que ele passe por degradações, porém esse
é um cenário que não é desejado, tanto como prova presente em um
processo que em várias situações pode se prolongar por anos e a de-
gradação pode interferir na comprovação dos fatos. Até mesmo nas si-
tuações que não envolve processos judiciais, ainda é necessário que os
documentos sejam devidamente preservados, principalmente, quando
as informações neles contidas são de suma relevância e depende de
sua existência para que seja ratificado, como é o caso da escritura de
uma casa, que precisa existir durante anos e, por isso, deve ser devida-
mente guardado para que, em situações de necessidades, os donos do
imóvel possam fazer uso do referido documento.
Segundo Justino, Oliveira e Freitas (2006), no Brasil, os do-
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cumentos oficiais, como o papel-moeda, passam por diversos tipos de


falsificações e adulterações destinados para finalidades ilícitas, sendo
que muitos documentos podem ser utilizados como provas documen-
tais, como apresentado anteriormente.
Os estudos acerca da documentoscopia, entre os seus obje-
tivos, também demonstram preocupação com a proteção e a preser-
vação dos documentos, já que visa abordar as questões relativas aos
documentos, dando maior destaque para os documentos que são ques-
tionados por algum motivo.
Nem sempre os documentos que passarão pela análise dos pe-
ritos em documentoscopia estão em perfeito estado, assim, é normal que
esses profissionais enfrentem dificuldades quando o assunto é conserva-
21
ção desses documentos, ou seja, a degradação que atinge os documen-
tos pode afetar, dificultar e até mesmo impossibilitar que os procedimen-
tos e as ações dos quais os documentos são objetos sejam executados.
A fragilidade dos documentos é um fator que dificulta a execução
da documentoscopia, principalmente, quando os objetos são considerados
como de alto risco de degradação, aspecto que torna complicado o ma-
nuseio e a manipulação frequente e direta dos documentos, sejam esses
questionados ou não, conforme Justino, Oliveira e Freitas (2006).
A degradação que atinge os documentos questionados perten-
ce a fontes distintas, sendo essas apresentadas na figura 3 e explicados
a seguir.

Figura 3 - Fontes de Degradação dos Documentos Questionados

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

A primeira fonte de degradação que pode atingir os documen-


tos questionados é a natural, já que os documentos podem se degradar
a depender do tempo e do envelhecimento natural dos documentos em
questão. Por exemplo, os documentos em papel podem se degradar
por uma diversidade de motivos como aquelas infiltração e manchas de
tinta, mofo, fungos, acidentes que envolvam água e fogo, entre outros.
A segunda fonte de degradação de documentos questionados
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que podem ser destacados é o armazenamento, sendo que esse decorre


da maneira incorreta que o documento foi guardado. Os principais tipos
de exemplos quanto ao armazenamento incorreto envolvem questões de
umidade e da variação da temperatura do local em que o documento
esteja armazenado, assim, um documento em papel não pode ser arma-
zenado em um armário que seja acometido por mofo e/ou grande quanti-
dade de umidade, pois esses são fatores que afetam a sua preservação.
Da mesma maneira que existe a degradação promovida por
causas naturais, existem também aquelas que são provocadas pela ação
do homem, sendo essa denominada como fonte intencional, hipótese em
que a degradação é proposital e tem como objetivo encobrir as informa-
ções ou dificultar o processo de análise dos documentos em questão. Em
22
grande parte dos casos, a degradação intencional pode ser associada a
um ato ilícito, mas isso não pode ser entendido como uma regra, já que a
degradação intencional também pode ser solicitada e autorizada por via
judicial, nesses casos está vinculada a análise destrutiva do documento.
Uma outra forma de fonte de degradação dos documentos
questionados está o manuseio, já que existe a maneira adequada e
inadequada de fazer o manuseio dos documentos, principalmente, da-
queles considerados raros, frágeis e de risco. Esse é um tipo de degra-
dação bem comum nos autos de um processo, já que esse passa nas
mãos de várias pessoas e por diversas vezes até que se chegue na
conclusão e no julgamento do caso. Além disso, o manuseio também
pode acarretar outros danos, como as manchas provenientes do con-
sumo de água e/ou outras bebidas, assim como aqueles que decorrem
da sujeira e gordura. Até mesmo o uso de instrumentos, clipes, gram-
peadores, colas, carimbos, anotações e rubricas, por exemplo, pode ser
considerado como danoso para o documento de certo modo.
Por fim, a última fonte de degradação dos documentos qualifi-
cados a ser destacado na presente apostila corresponde à degradação
promovida pelos métodos de reprodução fotostática de imagens dos do-
cumentos questionados, sendo que esse atinge com maiores frequên-
cias os apensos nos autos com carimbos de autenticação, conforme
Justino, Oliveira e Freitas (2006). Esse tipo de degradação é capaz de
produzir altas consequências para que o entendimento e a análise dos
documentos sejam efetuados.
Além das fontes de degradação, Justino, Oliveira e Freitas (2006)
também enfatizam a importância dos níveis de interferência que a degra-
NÍVEIS
DE
dação pode proporcionar tanto à análise quanto ao reconhecimento dos
INTER-
FERÊN-
documentos questionados, sendo esses divididos em baixo, médio e alto.
CIA
DA
O nível de interferência baixo é aquele que não interfere nas atividades de
DEGRA-
DAÇÃO análise e de reconhecimento do documento que está sendo analisado, já o
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nível médio, como o próprio nome indica, é aquele que interfere ou causa
impossibilidades de maneira parcial para a análise e para o reconhecimen-
to do documento que está sendo questionado, já o terceiro nível é o alto, no
qual as interferências promovidas para a análise e para o reconhecimento
do documento questionado são tão grandes que os impossibilitam.
A documentoscopia é a análise dos documentos, sendo que,
para tanto, faz uso de uma série de técnicas e apresenta subcategorias
que permite que essa análise seja efetuada da maneira correta e espe-
rada, dessa forma, a análise dos documentos questionados por poder
estar vinculada a diversos aspectos do documento também pode fazer
uso de várias técnicas relacionadas à documentoscopia, sendo as prin-
cipais a análise grafotécnica, a datagem de tinta, a análise da mídia, do
23
formato e da estrutura do documento, assim como a análise tipográfica.
A análise de documentos distintos ocorre de maneira diferente,
já que a compreensão deles deve se dar da maneira mais adequada
às características dos documentos que estão analisados, dessa forma,
a análise e o processamento de documentos digitais e imagens irão
envolver o objetivo e o alcance das capacidades humanas de interpre-
tação, já a análise dos documentos manuscritos levarão em conta as
várias características atreladas a eles.
Os ensinamentos de Justino, Oliveira e Freitas (2006) ainda
destacam que o sistema de análise dos documentos questionados pode
ser esquematizado a partir de uma ordem representada na figura a se-
guir (figura 4).

Figura 4 – Sistema de Análise dos Documentos Questionados

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

A primeira etapa correspondente ao Sistema de Análise dos


Documentos Questionados, é a aquisição de imagem, na qual o docu-
mento questionado é adquirido por meio de equipamentos capazes de
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gerar a sua imagem, alguns exemplos são os scanners, as máquinas


fotográficas, a câmera de vídeo, entre outros. Como nesse ponto está
se falando de imagens, é necessário que certos aspectos acerca de sua
qualidade sejam destacados, por exemplo, a saturação da imagem, a
escala de cores e de cinza, o contraste, a resolução etc.
Já o pré-processamento, correspondente à segunda etapa, en-
volve os estilos dos documentos, como o tipo de papel e a caneta que foi
utilizada para sua produção. Esse é um aspecto que denota, mais uma vez,
o quão importante é que o perito em documentoscopia tenha conhecimen-
to acerca do documento e do contexto em que ele esteja inserido para que
possa desenvolver método de aplicações automáticas e semiautomáticas.
A terceira etapa é denominada como segmentação que con-
24
siste na localização automática do objeto que está sendo analisado.
Algumas problemáticas ocorrem nessa etapa que dificultam a sua con-
cretização: a falta de padrão nos documentos e a dificuldade de suces-
so na etapa pré-processamento da relação referente à correção e às
inclinações dos documentos, bem como a eliminação dos objetos que
são vistos como indesejáveis ou como sem necessidade.
Por sua vez, a extração de primitivas, quarta etapa, envolve o
reconhecimento dos padrões e dos objetos manuscritos presentes nos
documentos, por isso essas características são associadas à represen-
tação e à discriminação das diferentes formas encontradas.
A última etapa é referente à interpretação, sendo essa a que de-
pende mais da inteligência e das habilidades do perito em documentos-
copia, principalmente, no que se refere ao reconhecimento e à verificação
dos elementos presentes em um documento escrito. É nesse campo que
se verifica os interesses dos pesquisadores em estudar as assinaturas,
tanto para que ocorra o reconhecimento das palavras, quanto à verifica-
ção dos dígitos manuscritos. Uma grande dificuldade atrelada a essa eta-
pa envolve as diferentes caligrafias e o fato de que nem todas são com-
preensíveis graficamente o que pode gerar danos ao documento e ao
entendimento do perito que está efetuada sua análise e sua verificação.

EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

O estudo relativo à documentoscopia não é simples e, por isso,


exige dedicação e esforços das pessoas que desejam seguir essa área,
sendo também uma profissão relevante para que crimes e fraudes se-
jam relevados fazendo com que irregularidades e ilegalidades sejam
corrigidas e/ou evitadas.
Assim como em outras áreas, a documentoscopia e as espé-
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cies que derivam desse campo fazem uso de instrumentos e equipa-


mentos que visam facilitar o trabalho desempenhado pelo perito em
documentoscopia, bem como assegura uma maior segurança às aná-
lises efetuadas por esses profissionais. Nesse sentido, são utilizados
equipamentos como lupas manuais, luzes especiais, microscópios, en-
tre outros para que a qualidade do exame seja garantida e assegurada.
As tecnologias também são responsáveis por auxiliar e até
mesmo implementar novos equipamentos e instrumentos que podem
ser utilizadas nas análises e verificações dos documentos. Assim, equi-
pamentos como máquinas fotográficas digitais cada vez mais modernas
e com resoluções maiores a cada novo lançamento vêm facilitando e
aumentando a credibilidade e a qualidade das análises da documen-
25
toscopia, sendo esse caso semelhante atribuído à implementação dos
scanners e impressoras, por exemplo.
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26
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1 – INÉDITA
Leia o trecho e responda:
É uma ciência forense responsável por estudar e analisar os do-
cumentos com a intenção de apurar informações acerca da sua
autenticidade ou falsidade.
O trecho refere-se a qual ciência?
a) Criminalística.
b) Perícia Criminal.
c) Medicina Legal.
d) Documentoscopia.

QUESTÃO 2 – INÉDITA
Para a classificação dos documentos, utilizam padrões, sendo es-
ses apresentados abaixo, exceto:
a) Espécie.
b) Relevância.
c) Papel.
d) Assunto.

QUESTÃO 3 – INÉDITA
A ciência Documentoscopia é multidisciplinar englobando diver-
sas áreas de atuação. Assinale a alternativa que apresenta uma
área multidisciplinar dessa ciência:
a) Grafoscopia.
b) Administração.
c) Medicina Legal.
d) Engenharia de Produção. DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 4 – INÉDITA
De acordo com o Código de Processo Penal, podemos classificar
documentos, como:
a) Somente aqueles emitidos em papel-moeda.
b) Somente passaportes e registro geral.
c) Apenas a CNH.
d) Quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.

QUESTÃO 5 – INÉDITA
Assinale a alternativa que não apresenta uma fonte de degradação
dos documentos questionados:
a) Natural.
27
b) Armazenamento.
c) Manuseio.
d) Emissão.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A documentoscopia é uma subárea pertencente à criminalística, sendo
responsável por elucidar a verdade e desvendar as fraudes que são
praticadas nos documentos das mais diversas naturezas. Considerando
a realidade do Brasil, discorra acerca da importância da documentosco-
pia e esclareça o conceito de documento sob o ponto de vista criminal.

TREINO INÉDITO
O fato dos documentos existirem não garantem que irão existir por
tempo indefinido, já que as degradações podem afetá-los de diver-
sas maneiras. Assim, quanto às fontes de degradação que atingem
os documentos questionados, assinalem a alternativa correta.
a) A fonte natural é aquela que a degradação decorre de forma incorreta
de armazenamento dos documentos.
b) A fonte intencional é aquela em que a degradação decorre do manu-
seio inadequado e frequente dos autos, sendo que esse não é proposital.
c) A fonte denominada como manuseio é a degradação que decorre de
forma proposital, tendo como intenção encobrir informações.
d) A fonte de armazenamento é a degradação que decorre do armaze-
namento errado dos documentos.
e) Os métodos de reprodução fotostática é a degradação que decorre
ao longo do tempo ou do envelhecimento natural do documento.

NA MÍDIA
MAIOR VAZAMENTO DE DADOS NO PAÍS PODE PREJUDICAR NÃO
SÓ PESSOAS, MAS TAMBÉM EMPRESAS
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Um enorme vazamento de dados que expôs o CPF de mais de 220


milhões de brasileiros veio à tona neste começo de 2021. Este é, sem
dúvida, o mais crítico dos últimos anos.
Não é a primeira vez que se tem notícia de vazamentos de dados pes-
soais na internet. Desta vez, estão expostos diversos dados de cida-
dãos, desde o nome completo até as fotos dos rostos vinculados com
CPFs, passando por endereço completo, telefone, e-mail, salário, infor-
mações de FGTS e Bolsa Família, entre outras...
Fonte: Computer World
Data: 29 de jan. de 2021
Leia a notícia na íntegra: https://computerworld.com.br/seguranca/
maior-vazamento-de-dados-no-pais-pode-prejudicar-nao-so-pessoas-
28
-mas-tambem-empresas/ Acesso em: 04 de mar. 2021.

NA PRÁTICA
A documentoscopia é essencial para que a análise dos documentos seja
feita da forma correta, sendo que a prova pericial é de suma relevância
para o âmbito jurídico. Como observado na jurisprudência a seguir:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ARGUIÇÃO DE FALSIDADE DOS DO-
CUMENTOS APRESENTADOS. DECISÃO AGRAVADA QUE DETER-
MINOU A REALIZAÇÃO DE PERÍCIA NA ÁREA DE GRAFOSCOPIA
E DOCUMENTOSCOPIA. DESNECESSIDADE. JUNTADA DA RA-
DIOGRAFIA DOS CONTRATOS DE PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA.
DOCUMENTOS IDÔNEOS E SUFICIENTES PARA FORNECEREM
TODAS AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS À SOLUÇÃO DA LIDE.
PRECEDENTES. DECISÃO REFORMADA. RECURSO DE AGRAVO
DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO (TJPR – 6ª C. Cível –
0052462-15.202028.16.0000 – Curitiba – Rel.: Desembargador Ramon
de Medeiros Nogueira – J. 15.03.2021).
Link: https://tj-pr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1183531402/efeito-sus-
pensivo-es-524621520208160000-pr-0052462-1520208160000-acor-
dao Acesso em: 30 de mar. 2021.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: O Homem que Copiava (Columbia Pictures do
Brasil, 2003).
Filme sobre o assunto: Beltracchi – A arte da falsificação (2013).
Acesse os links: artigo denominado como Documentoscopia disponí-
vel em: https://riuma.uma.es/xmlui/handle/10630/9428 Acesso em: 04
de mar. 2021. E o artigo aspectos científicos, técnicos e jurídicos, de
Erick Simões Camara e Silva e Samuel Feurhamel (org.). Campinas:
Millennium. Editora, 2013, 734, pp. https://periodicos.pf.gov.br/index.
php/RBCP/article/viewFile/175/205 Acesso em: 04 de mar. 2021.
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29
GRAFOSCOPIA: CONCEITOS E
CARACTERÍSTICAS

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ACERCA DA ESCRITA


DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

O surgimento da escrita foi fundamental para facilitar a comuni-


cação entre os seres humanos, pois, até então, a comunicação, princi-
palmente aquela realizada a longa distância, era demorada e dependia
de mensageiros, navios e cavalos para que a notícia que se desejava
transmitir fosse passada e esse contato só podia ser realizado de cara
a cara. Assim, o surgimento da escrita foi responsável por instaurar e
inaugurar uma nova fase da comunicação.
A escrita começou a se fazer presente nos mais diversos lu-
gares do mundo e tornou-se instrumento fundamental para o fortaleci-
mento da memória humana, já que registros contendo fatos históricos,
políticos, econômicos, sociais, entre outros passaram a ser feitos com
30
uma maior facilidade e as informações foram sendo passadas de gera-
ção para geração. Nesse sentido, a comunicação direta deixa de ser a
única possível para se tornar mais uma possibilidade, já que, por meio
da escrita, existem maneiras de a comunicação ocorrer indiretamente.
O ato de escrever também fortaleceu a determinação das leis,
sendo que essas fixavam normas com base nos costumes e na cultura da
época e da região, assim, o fato das normas serem escritas, em grande
parte dos casos, atribui uma maior segurança jurídica às leis em questão.
Ainda que o cenário atual tenha passado por diversas e cons-
tantes evoluções quando comparadas o presente com o momento do
surgimento da escrita, verifica-se que a escrita continua tendo papel de
fundamental importância, pois torna possível e mais fácil o acesso à in-
formação por um número significativo de pessoas, sendo esse fenômeno
ainda mais intensificado com o surgimento e os avanços da imprensa.
Outro aspecto importante para a consolidação da escrita foi o sur-
gimento da instituição escola e da alfabetização, sendo que, a partir disso,
o acesso à comunicação e à escrita atingiram o nível da larga escala.
É fato que a comunicação escrita e a comunicação oral possuem
diferenças na forma com que são expressas, por isso aspectos distintos
devem ser observados quando cada uma delas for colocada em prática.
Na modalidade escrita, é necessário que a informação seja mais explícita
e completa para que o sentido da informação que se deseja passar não
seja alterado e a interpretação daquele que está recebendo a mensagem
não fuja do desejado e do esperado pelo interlocutor, pois danos nessa
compreensão poderá gerar outros problemas, como a falta de compreen-
são da informação e embates e discussões baseados nesse fato.
A escrita não está alheia à época em que se encontra inserida e
ao ambiente que está sendo proferida, dessa forma, pode ser marcada
pela formalidade ou pela informalidade. Por exemplo, o tipo de escrita
presente em processo judicial é marcado pela formalidade e até mesmo
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por termos que denotam o juridiquês, já em uma conversa desenvolvi-


da no WhatsApp se vê diversas marcas da informalidade, abrangendo
abreviações e até erros na gramática e na acentuação.
O fato da escrita ser estabelecida em várias partes do mundo tam-
bém faz com que características intrínsencas aos fatores históricos e cultu-
rais dessas áreas impacte na escrita de alguma forma, assim, foram cria-
das diversas formas de escrever em todos os cantos do mundo, por isso,
existem vários sistemas de escrita nas mais diversas regiões e países.
No Brasil, o sistema de escrita adotado para escrever a língua
portuguesa é o alfabeto, sendo formado por vogais e consoantes que agru-
pados formam palavras, ainda que seja o sistema mais utilizado, o alfabeto
não é o único, existem outros sistemas de escrita que merecem destaque,
31
por exemplo, o abjad, abuguida, silabário e o semântico-fonético.
A escrita está em constante processo de evolução, já que por meio
dela são refletidos a maneira por meio da qual a sociedade vive, tendo em
vista seus hábitos, tecnologias e as peculiaridades atreladas, em razão dis-
so que algumas palavras e expressões que eram utilizadas deixaram de
existir ou foram colocadas em desuso ou ainda passaram por abreviações
e simplificações, por exemplo, o “vosmicê” que foi substituído pelo “você”.

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA GRAFOSCOPIA

A grafoscopia, que também pode ser denominada como gra-


fística, grafotécnica ou grafotecnia, sendo essa a área pertencente à
documentoscopia responsável por estudar o grafismo ou as escritas,
buscando desvendar se essas são falsas ou verdadeiras, bem como
a quem pertence à autoria de determinada grafia. O estudo da grafia
é detalhada e precisa ser feito com cautela, já que é preciso captar as
características que individualizam a escrita.
É importante ainda salientar que, por mais que existam autores
que tratem a grafoscopia, a grafística, a grafotécnica ou a grafotécni-
ca como elementos que se assemelham e que podem até mesmo ser
encarados como sinônimos, também existem autores que apresentam
distinções, e é nesse sentido que Amorim (2019) apresenta que:

Dois conceitos que são distintos e não devem ser confundidos:


Grafoscopia: Relacionada à criminalística, sendo uma das Ciências Foren-
ses, oferece provas da veracidade de autoria; estudo que visa identificar uma
grafia por meio de uma comparação da letra.
Grafotécnica: Conjunto de recursos técnicos para a identificação da escrita.
Grafologia: Utiliza os escritos para descobrir a psicologia humana (AMORIM,
2019, s.p.).
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Um exemplo prático acerca da importância da grafoscopia e


até mesmo de um ponto de vista errôneo relacionado comumente a
essa área é visto de forma mais recorrente em instituições bancárias,
principalmente, quando é necessário que documentos sejam compara-
dos e a atendente exige que a assinatura seja idêntica à presente na
identidade, porém a grafia é algo tão individual e único que nem a mes-
ma pessoa consegue assinar de maneira igual em todos os momen-
tos, por isso que, ao se reconhecer firma em cartório, é preciso que o
indivíduo assine diversas vezes para que um espectro acerca da grafia
dessa pessoa seja criado e as chances de falsificação seja dirimidas no
momento da autenticação e/ou reconhecimento de firma.
32
A grafoscopia pode ser compreendida como o exame por meio do
qual ocorre o reconhecimento de uma grafia, tendo como base a compara-
ção entre as letras, por sua vez o termo grafotécnia pode ser conceituado
como o conjunto dos recursos técnicos necessários para que a escrita seja
estudada, ainda pode ser visto como a técnica de grafar ou de escrever.
Em outras palavras, a grafoscopia é a ciência incumbida por
estudar os grafismos, abordando a escrita como uma marca pessoal,
assim, através das comparações, é possível que se efetue o reconhe-
cimento acerca de dada grafia, porém não é qualquer comparação que
pode acarretar a essa conclusão, mas sim uma análise detalhada da es-
crita e das letras. Essa comparação torna possível que uma assinatura
seja enquadrada como autêntica ou como falsificada.
Nesse sentido, ainda é valido e importante que a definição de outros
termos que apresentam importância para a grafoscopia sejam esclarecidos.
Assim, o documento gráfico será aquele suporte dotado de registro gráfico,
já a escrita é o registro gráfico que contém os elementos técnicos mínimos
direcionados para sua origem. No que se refere aos objetos utilizados nas
perícias grafoscópicas, são representados por suportes, registros gráficos e
instrumentos que produzem o documento gráfico em si.
Não é qualquer pessoa que pode se considerar grafotécnico,
já que essa é uma função que exige um nível elevado de conhecimento
técnico-científico, além disso, o profissional dessa área precisa estar
passando por constantes atualizações, pois as fraudes e os crimes que
envolvem a grafotecnia se tornaram mais elaborados e utilizam cada
vez mais um número maior de mecanismos de fraudes, por isso o gra-
fotécnico precisa estar ciente das novas fraudes e adequar as suas ha-
bilidades aos cenários modernos.
Até mesmo o profissional especializado na grafotecnia precisa
seguir as técnicas e as leis referentes a essa área. Além disso é preci-
so que esse profissional também tenha habilidades para desvendar e
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entender quem foi o responsável por elaborar o documento ou por ter o


assinado, tendo em vista o momento em que esse foi criado e os recur-
sos relativos a ele.
É fato que não é qualquer pessoa que pode se tornar um perito
em grafotécnica, mas isso não implica dizer que apenas os indivíduos
formados em direito podem exercer essa função, já que essa é uma
especialização que pode estar vinculada às artes gráficas, ao âmbito
jurídico, à grafoscopia, à química, à eletrônica, à história, à gramática,
dentre a tantas outras normas.
Nesse sentido, as perícias grafoscópicas possui como uma
de suas características o estabelecimento do vínculo com várias áreas
de especialização, em razão de multidisciplinariedade que constituem
33
os documentos gráficos que precisam passar por algum tipo de inspe-
ção. Salienta-se ainda que o especialista em grafoscopia pode ainda
escolher profissionais de outras áreas para auxiliá-lo durante o exame
da escrita, sendo que esses assessores podem pertencer a áreas, por
exemplo, químicos, físicos, engenheiros gráficos, dentre vários outros.

LEIS DO GRAFISMO

A grafotécnica apoia grande parte dos seus saberes e normas


nas leis do grafismo, que são criadas, em sua maioria, por Solnage
Pellat, que estabelece quatro leis principais do grafismo apoiadas no
fato de que a escrita é um atributo individual e inconfundível. As leis es-
tabelecidas por Pellat não se restringem a um idioma específico, sendo
válidas para todos os tipos de idiomas e alfabetos, sendo esse o prin-
cípio geral associado às mencionadas leis que serão apresentadas no
quadro abaixo e explicadas a seguir.

Quadro 1 – Leis do Grafismo


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Fonte: Baseado em Caperlingo (2018).

A primeira lei do grafismo é a responsável por determinar que o


gesto gráfico é influenciado diretamente pelo cérebro, por isso sua forma
não pode ser modificada pelo órgão escritor, tendo em vista que o gesto
gráfico possui origem na mente, por isso manterá as suas características,
independentemente da parte do corpo que a pessoa usa para escrever,
pois, quando o organismo funciona da maneira adequada, o cérebro irá
comandar a ação que será direcionada para os músculos que irão de-
sempenhar os movimentos necessários para que a escrita aconteça.
34
Por sua vez, a segunda lei do grafismo é aquela em que o ato de
escrever é compreendido como um comando, determinado por instintos
naturais do escritor e que, por isso, impossibilitam que ele preste atenção
nos mínimos detalhes que o levam a escrever daquela maneira, essa lei é
vinculada à noção de automatismo gráfico, segundo Camperlingo (2018).
A terceira lei da escrita demonstra mais uma vez o caráter da
naturalidade associada à escrita, sendo esse um fator fundamental para
que a análise acerca da veracidade da escrita possa ser feita. Infeliz-
mente até mesmo os traços verdadeiros de uma assinatura podem ten-
tar ser copiados, porém, para que a assinatura fique bastante seme-
lhante o fraudador, precisará fazer uso de técnicas que irão forçá-lo a
adequar sua forma de escrever a de uma outra pessoa, o que torna a
assinatura imprecisa, forçosa e sem naturalidade, já que não irá conter
os traços individuais atrelados ao autor da escrita.
Por fim, a última lei do grafismo é incumbida por fazer referên-
cia entre a escrita e as circunstâncias que o autor se encontra no mo-
mento da assinatura, assim, traços mais simples são utilizados quando
o indivíduo se encontra em situações que sente que a sua escrita pode
ser limitada de alguma forma, um exemplo é quando não há o suporte
adequado para que a assinatura seja feita, a pressa causada por algum
motivo externo, a posição do punho do escritor, entre outras. Nesses
casos, será aplicada a “lei do mínimo esforço” por meio da qual serão
utilizadas simplificações, abreviaturas, letras de forma e/ou esquemas
que busquem abreviar a grafia de alguma maneira.
Tanto o princípio geral quanto as quatro leis do grafismo servem
de base para a atuação do especialista em grafoscopia, já que, por meio
dos ensinamentos contidos nesses dispositivos, aspectos norteadores
para o exame de verificação de autenticidade e/ou para a determinação da
autoria gráfica poderão ser gerados. Nesse sentido, mais uma vez desta-
ca-se o quanto a documentoscopia pode ser vista e compreendida como
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um instrumento valioso no momento da produção da prova material, princi-


palmente, aquela que precisa e pode ser aplicada aos processos jurídicos.

PERÍCIA GRAFOTÉCNICA

O primeiro ponto relevante para que a perícia grafotécnica ocorra


é o reconhecimento de que o grafismo é individual e inconfundível, sendo
esse o princípio fundamental, ou seja, aspecto que precisa ser seguido
em todos os trabalhos e análises gráficas, tendo em vista que a escrita
é entendida como um gesto gráfico psicossomático, ou seja, é individual
por ser produzido pelo escritor e esse é um comportamento vinculado à
35
expressão muscular que é uma manifestação do sistema nervoso central,
segundo Mendes (2010). Além disso, também é fundamental para o exa-
me grafotécnico que a qualidade do traçado e os elementos tidos como
objetivos da escrita sejam analisados e compreendidos, sendo que esses
são divididos em ordem geral e natureza genética.

Figura 5 – Perícia Grafotécnica

Fonte: Baseado em Domingues e Telles (2019).

O traçado, segundo Domingues e Telles, é entendido como um


conjunto de trações que juntos formam uma escrita, assim, para que
sejam formados, são resultantes de forças verticais e laterais. Os auto-
res enfatizam que a força vertical ocorre por meio de uma pressão do
instrumento escrevente, na medida em que a força lateral depende da
velocidade do movimento no suporte. Em resumo, o traçado consiste
no registro do movimento que é formado por meio do lançamento gráfi-
co, que só poderá ser avaliado com base em seus aspectos, tendo em
vista o fato de serem marcados pela espontaneidade, manifestado de
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maneira natural, apresentado espessura variável ao longo da escrita, ou


pela artificialidade, que apresenta tremulações, morosidades, pausas e
paradas anormais do instrumento e ainda indecisão.
Como dito anteriormente, os objetivos da escrita são divididos
em dois tipos de elementos, sendo esses os elementos de ordem geral
e os de natureza genética. Primeiramente, é importante destacar que
os elementos de ordem geral do grafismo se subdividem em subjetivos
e objetivos, sendo que estes podem ser medidos, analisados e ilustra-
dos, alguns exemplos de elementos objetivos são o calibre, a inclinação
axial, os espaçamentos e alinhamentos gráficos, dentre outros, ainda
que esses elementos sejam considerados como não identificadores,
são capazes de revelar os hábitos inconscientes do escritor, já que o
36
indivíduo que resolve praticar fraudes não consegue reproduzir essas
inconsciências. Já os elementos subjetivos, por outro lado, não podem
ser demonstrados de forma concreta, ainda que possam ser sentidos e
compreendidos pelo examinador, alguns exemplos de elementos subje-
tivos são o ritmo da escrita, a velocidade, a habilidade do punho, dentre
outros (MENDES, 2010).
Os elementos de natureza genética não podem ser ignorados
durante a perícia grafotécnica, já que são de importância elevada para a
análise da escrita na formação da conclusão pericial e na descoberta de-
termina-se se a escrita é autêntica ou falsa. Os referidos elementos são
formados por aspectos dinâmicos da escrita, em outras palavras, envolvem
a construção do traço, o registro de elementos específicos de cada punho e
a relação com a visão de que os punhos possuem características gráficas
que são produzidos pelos impulsos do cérebro. Assim, Domingues e Telles
ainda enfatizam que o perito em grafotécnica deve presta atenção em fa-
tores como a formação dos pontos, os remates dos traços, as construções
das letras maiúsculas e minúsculas, as ligações entre as letras, as presen-
ças e as ausências dos pontos e traços, entre outros aspectos.

FRAUDES DOCUMENTAIS

Fraude, segundo o dicionário Michaelis, pode ser definida


como um ato de má-fé que tem como finalidade fraudar ou ludibriar
alguém, também é definido como uma mentira ardilosa, podendo estar
relacionada à entrada ilegal de produtos estrangeiros no país ou como
o ato de falsificar documentos. A fraude é tipificada como crime pelo Có-
digo Penal Brasileira, no qual há um capítulo específico para que sejam
abordados os dispositivos acerca do estelionato e das demais fraudes,
já no artigo 347 do mencionado código é apresentado aquilo que pode
ser entendido como fraude processual, que pode se relacionar e/ou en-
DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

globar à fraude de documentos:

Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou adminis-


trativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro
o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo pe-
nal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro (BRASIL, 1940).

Ainda no que se refere à fraude documental, Gomide (2000)


afirma que essas irão ocorrem durante ou após o processo de escrita e
são classificadas em conformidade com o procedimento que for utiliza-
37
do pelo falsário.
O Código Penal brasileiro também aborda a falsificação como
um crime, sendo que o núcleo falsificar é vinculado à ideia de fabricação
do documento de natureza pública, englobando a sua alteração como
uma modalidade de falsificação que também está prevista no mencio-
nado texto legal.
O Código Penal aborda a falsificação dos documentos nos ar-
tigos 297 e 298, sendo que o primeiro dispositivo aborda a falsificação
de documento público, à medida em que o segundo dispõe acerca das
possibilidades que envolvem a falsificação dos documentos particulares,
tendo em vista que as duas hipóteses são consideradas como crimes.

Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:


I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou
de Município;
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autorida-
de, ou sinal público de tabelião:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de
outrem ou em proveito próprio ou alheio.
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou
quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entida-
des da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte (BRASIL, 1940).

No que se refere às disposições presentes no artigo 298, ou


seja, as determinações relativas à tipificação de documento particular,
verifica-se que esse crime ocorrerá quando houver a falsificação de do-
cumento particular no todo ou em sua parte. A Lei nº 12.737/ de 2012
DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

introduziu parágrafo único nesse artigo determinando que as falsificações


referentes a cartões de crédito e/ou débito também serão enquadradas
como falsificação de documento particular, sendo esse um acréscimo in-
teressante e relevante, tendo em vista o grande número de pessoas que
faz uso desses cartões e a quantidade de falsificações relativas a eles.
Todavia, esses não são os dois únicos artigos do código a abor-
dar a falsificação, já que no artigo 299 aborda a falsificação ideológica
envolvendo documento particular ou público, o artigo 300 dispõe sobre
o falso reconhecimento de firma ou letra, na medida em que o artigo
301 determina as punições para as pessoas que elaboram certidões ou
atestados ideologicamente falsos, englobando ainda em seus parágra-
fos a falsidade material de atestado ou certidão, já o artigo 302 aborda
38
a falsidade de atestado médico e os três artigos seguintes tratam da
reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica, do uso de docu-
mento falso e da supressão de documento, respectivamente. Salienta-
-se ainda que o capítulo IV dispõe acerca de outros tipos de falsidades
que podem ou não estar relacionadas aos documentos.
Domingues e Telles apresentam em seu trabalho as classifica-
ções relativas à fraude documental divididas com base no procedimento
utilizado pelo falsário, sendo destacadas a seguir aquelas consideradas
como mais importantes e recorrentes, dando destaques às suas princi-
pais características, representadas na figura 6.
A primeira é denominada como falsificação sem imitação que
ocorrerá nas hipóteses em que a vítima perde ou tem furtada/roubado
seus documentos, por exemplo, quando um indivíduo perde um talão de
cheques, que não está assinado, o falsário terá acesso apenas ao che-
que, mas não terá uma assinatura para imitar, assim, se desejar utilizar o
cheque em questão, irá escrever o nome do documento com a sua própria
letra, sendo essa a razão por essa falsificação ser denominada como sem
imitação. Há uma grande facilidade na identificação desse tipo de falsifica-
ção, pois basta que uma comparação entre as assinaturas seja realizada.

Figura 6 – Tipos de Fraude Documental

DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Já a falsificação de memória é aquela em que o falsário memo-


riza a escrita ou a assinatura da pessoa a quem deseja fraudar, visando
39
à reprodução dos padrões gráficos no momento em que a falsificação
está sendo realizada.
Ainda que a memória humana seja capaz de armazenar uma
quantidade significativa de fatos e eventos, não é capaz de assimilar todos
os detalhes relativos à individualidade da escrita pertencente a uma pes-
soa, dessa forma só serão assimilados os aspectos gerais do grafismos, ou
seja, aqueles gestos considerados como mais aparente que englobam as
letras iniciais e os traços ornamentais que envolvem a assinatura, mas não
captam e nem transmite na falsificação o conjunto das características es-
pecificas, detalhadas e particulares da escrita/assinatura de uma pessoa,
assim, a falsificação engloba apenas uma parte da mencionada escrita.
Nesse sentido, ao serem comparadas a falsificação de memó-
ria com a escrita/assinatura original verificam-se divergências no pa-
drão, principalmente, no que se refere às características genéticas per-
tencentes da escrita. Quanto melhor a imitação, mais difícil será para
evidenciar as fraudes e as imitações.
Uma outra fraude que precisa ser destacada é aquela denomi-
nada como imitação servil, sendo essa entendida como a falsificação
realizada com o modelo à vista e à disposição, dessa forma, o trabalho
do falsário poderá ser aperfeiçoado, já que é possível que faça pausas
durante a cópia do falsário do indivíduo, assim, poderá corrigir e pausar
sempre que entender como necessário olhar para o modelo novamente,
essa prática resulta em paradas no traçado, aspecto que pode e deve
ser captado por um perito em grafotécnica competente.
No que se refere à análise da imitação servil, há uma dificulda-
de na identificação desse tipo de fraude, já que o falsário irá se esforçar
bastante para tornar a fraude cada vez mais parecida com a original po-
dendo fazer retoques, assim, o perito grafotécnico precisa ser bastante
competente e capaz de identificar os antagonismos gráficos.
Por sua vez, as falsificações exercitadas assim como a imita-
DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

ção servil ocorre com o modelo à vista, porém não se confunde com a
anterior já que a falsificação só irá se materializar na prática depois que
o fraudador treinar de forma exaustiva para que, posteriormente, possa
fazer a falsificação sem depender do modelo e de maneira automática.
Diante do esforço prestado por aquele que está realizando a fraude,
verifica-se a presença de um aspecto formal que seja compatível ao
modelo, sem existir a presença dos traços morosos e da pressão ex-
cessiva da caneta. A fraude poderá ser vista com uma maior facilidade a
partir da realização da perícia grafoscópica através da discrepância nos
elementos genéticos, já que as diferenças entre a fraude e o modelo
serão frequentes e vistas com base nas suas principais características.
Outra forma de efetuar a fraude de documentos é por meio dos
40
decalques que possuem características bem peculiares a sua natureza
e que podem ser efetuadas de maneira direta ou indireta. Esse tipo de
fraude também apresenta certas semelhanças quando comparadas às
fraudes servis, já que se nota a presença de similaridades formal com o
modelo, mas nota-se a presença de divergências significativas quanto
aos elementos de natureza genética.
Salienta-se ainda que no decalque direto a fraude será efetua-
da por meio da transparência direta no papel, assim, nesses casos não
se vê a presença de esboços prévios, já no decalque indireto a fraude
será realizada, como o próprio nome indica, indiretamente, ou seja, fará
uso de elemento como o papel-carbono que transfere a assinatura pre-
sente no documento para o instrumento falsificado.
As falhas presentes na efetuação dos decalques se materializam
por meio de falhas associadas ao traçado lento, a tremulações, as para-
das práticas pelo fraudador ao elaborar o instrumento falsificado, dentre
outros. Além disso, esse é um método que chama bastante a atenção
das pessoas que objetivam ou desejam colocar esse crime em prática,
pois, mesmo que se prove a falsificação, há grandes dificuldades ou até
mesmo uma impossibilidade em se definir a autoria do crime em questão.
Chama-se ainda atenção para a falsificação por recorte que é
efetuada a partir da montagem de textos com as letras que são retiradas
de um manuscrito autêntico. Essa fraude não é realizada de maneira
isolada das demais, tendo em vista que, após a etapa da montagem das
letras, será feito um decalque direto para que o documento falso seja
criado de forma definitiva. Desta feita, os documentos que sofrem esse
tipo de falsificação serão marcados pela presença de grafia trêmula,
indecisões, paradas anormais e exageradas, retoques, desigualdades
na caligrafia, entre outras.
Já a falsificação denominada como ideológica ocorre com uma
menor frequência quando comparada às anteriores e, para que essa
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seja praticada, é necessário que o falsário faça uso da ingenuidade da


vítima para que o documento seja fraudado, assim, alguns exemplos
são os cheques assinados em branco ou os papéis também assinados
em branco. Esse é um caso que está mais vinculado a uma fraude in-
telectual do que a uma fraude documental, por isso existe uma grande
dificuldade na descoberta desse tipo de crime.

A pandemia do Covid-19 responsável por acarretar milhares de


41
mortes e contaminados vem sendo alvo de falsificação na fase de sua
vacinação, assim, para entender melhor essa situação na prática, leia
a notícia a seguir “Influencer de RR vacinada 6 dias após ser nomeada
secretária pede exoneração e é investigada por falsidade ideológica.
Link: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2021/02/12/in-
fluencer-de-rr-vacinada-6-dias-apos-ser-nomeada-secretaria-pede-
-exoneracao-e-e-investigada-por-falsidade-ideologica.ghtml. Acesso
em: 04 de mar. 2021.

Por fim, também se considera como fraude documental a assi-


natura à mão guiada, sendo que essa tipologia se diferencia de todas as
demais fraudes apresentadas anteriormente e pode ser realizada com a
presença ou ausência da má-fé. Ocorre quando a vítima possui impos-
sibilidade na escrita, mas mesmo assim é forçado, compelido e guiado
a praticá-la, em razão disso, estará presente um traçado marcado por
conflitos gráficos envolvendo a mão que guia e a mão guiada.

PADRÕES GRÁFICOS

A falsificação dos documentos pode ocorrer tanto nos processos


de origem cível, quanto nos penais, sendo que, em ambos, a coleta dos
padrões gráficos é de grande importância para que a análise grafoscó-
pica seja realizada, pois é por meio do estabelecimento desses padrões
que uma maior segurança jurídica e uma maior consistência direcionado
para as tomadas de decisão serão obtidas, pois, a partir dos elementos
e critérios presentes no mencionado padrão, o perito irá ter maiores pos-
sibilidades e oportunidades de elaborar um laudo coerente e completo.

Figura 7 – Características dos Padrões Gráficos


DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


42
Segundo Cornely (1989), a autenticidade como uma das ca-
racterísticas relativa aos padrões gráficos, sendo entendido como au-
têntico o documento que é produzido pela própria pessoa qualificada
para isso e para sua execução, não restando dúvidas quanto a sua ge-
nuinidade. Já a adequabilidade faz menção à noção do que adequado,
por isso o documento passa por ajustes para que os questionamentos
sobre ele sejam dirimidos.
A contemporaneidade, por sua vez, relaciona-se ao fato de que
o padrão não é permanente, ou seja, passa por modificações e precisa
ser trocado, reformulado e atualizado a cada quatro anos, aproximada-
mente, essa é uma modificação válida, já que, com o tempo, as pessoas
podem alterar alguns costumes e/ou adotar certos maneirismos gráficos.
A última característica atribuída aos padrões gráficos é a quan-
tidade, isso implica dizer que os mencionados padrões são numerosos
e variados, tendo em vista que permitem ao perito uma verificação das
alterações espontâneas que podem ser sofridas com base nos hábitos
do escritor, em conformidade com os ensinamentos de Cornely (1989).
Além das características atribuídas aos padrões gráficos, é im-
portante ter em mente que outros fatores devem ser observados para que
esses padrões sejam estabelecidos e formados de maneira válida e te-
nha aplicabilidade relevante, assim, para que a perícia grafoscópica ocor-
ra, é preciso que o exame seja feito com base nos documentos originais.

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43
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1 – INÉDITA
Leia o trecho e assinale a alternativa correta.
É um conjunto de recursos técnicos para a identificação da escrita.
a) Grafoscopia.
b) Grafotécnica.
c) Grafologia.
d) Documentoscopia.

QUESTÃO 2 – INÉDITA
Leia o trecho e assinale a alternativa correta.
É a utilização dos escritos para descobrir a psicologia humana:
a) Grafoscopia.
b) Grafotécnica.
c) Grafologia.
d) Documentoscopia.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-DF Prova: Escri-
vão de Polícia - Curso de Formação
Em relação à colheita de material para exame gráfico, julgue o item
subsequente.
Independentemente do modo de redação da peça questionada, o
material gráfico dos suspeitos deve sempre ser registrado em es-
crita cursiva, a fim de possibilitar a melhor identificação dos pa-
drões de traços em posterior perícia grafoscópica.
( ) Certo
( ) Errado
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QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Órgão: IGP-RS Prova: Perito Crimi-
nal - Biomedicina/ Farmácia/ Biologia
Espectroscopia Raman vem sendo utilizada na Criminalística em
vários países e em Instituições como FBI e Polícia Israelense, com
diversas aplicações potenciais em toxicologia (entorpecentes, to-
xicantes, medicamentos), identificação de gemas, pigmentos, fal-
sificações de documentos, incluindo cédulas, grafoscopia, obras
de arte, identificação da natureza de amostras biológicas em local
de crime, comparação de microvestígios de colisões em acidentes
veiculares, entre outras aplicações. Essa metodologia tem como
principais vantagens a rapidez, sensibilidade e o fato de não uti-
44
lizar reagentes e ser não destrutiva. Assinale a alternativa correta
sobre a Espectroscopia Raman.
a) O espalhamento Stokes ocorre quando o fóton incide na molécula em
um estado vibracional fundamental e é espalhado com energia maior
que a do incidente.
b) O número de eventos de espalhamento Stokes é maior que o número
de eventos anti-Stokes, devido à maior população de estados vibracio-
nais excitados.
c) A espectroscopia Raman utiliza radiação laser monocromática como
fonte de excitação para as amostras e será espalhada na mesma fre-
quência da radiação incidente.
d) Para uma vibração molecular ser ativa no Raman, deve haver uma
mudança de momento no dipolo induzido pela radiação incidente, resul-
tando em uma mudança de polarizabilidade da molécula.
e) O espalhamento elástico Raman pode resultar tanto em um fóton de
maior energia quanto em um fóton de menor energia à excitação dos
modos vibracionais.

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova:
Profissional de Nível Universitário Jr - Gestão da Informação
Segundo Lorenzo Parodi, “o advento da Lei 11.419/2006, que insti-
tuiu o processo eletrônico nos tribunais brasileiros, e, mais ainda,
a difusão universal dos sistemas informáticos como meios de ges-
tão, escritura e comunicação resultaram numa explosão de docu-
mentos em formato digital, utilizados como provas em processos
tanto cíveis quanto penais”.
(Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-jun-07/lorenzo-pa-
rodi-validade-prova-documental-formato-digital).
Considerando sua obra “Falsificação de documentos em proces-
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sos eletrônicos” (2018), assinale a alternativa correta.


a) Um tipo de documento é o chamado digitalizado, ou seja, originado
por um computador ou outro sistema eletrônico, sem nunca ter sido im-
presso ou transferido em papel (como fotografia digital, um documento
transformado em pdf ou um logotipo criado em salvo em jpg).
b) Um tipo de documento digital é o dito misto, com parte digitalizada e
parte nato-digital.
c) Um tipo de documento digital é o dito nato-digital, ou seja, convertido
para um formato digital a partir de um formato físico (normalmente, em
suporte cartáceo) por meio de escaneamento ou fotografia digital.
d) Documentos digitais podem ser classificados como possuidores de
grafismo manual, como notas fiscais automatizadas, extratos bancários,
45
e-mails, sujeitos a aplicação de técnicas grafoscópicas.
e) Algumas impressoras laser monocromáticas possuem um sistema de
codificação oculta chamado “esteganografia de impressoras” e impri-
mem um código indetectável a olho nu, representando data e hora da
impressão e o código serial da impressora utilizada na impressão.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A fraude e a falsificação documental são dois crimes previstos no Có-
digo Penal brasileiro em diversas modalidades, assim, a falsificação
documental consiste na fabricação do documento de natureza pública,
englobando a sua alteração como uma modalidade de falsificação que
também está prevista no mencionado texto legal. Desta feita, explique o
tipo de fraude documental denominada como “falsificação de memória.

TREINO INÉDITO
A falsificação dos documentos pode ocorrer tanto nos processos
de origem cível, quanto nos penais, sendo que em ambos a coleta
dos padrões gráficos é de grande importância para que a análise
grafoscópica seja realizada, pois é por meio do estabelecimento
desses padrões que uma maior segurança jurídica e uma maior
consistência direcionado para as tomadas de decisão serão obti-
das. Assinale a alternativa que corresponde às autenticidades rela-
tivas aos padrões gerais.
a) A contemporaneidade se relaciona ao fato de que o padrão não é
permanente, ou seja, passa por modificações e precisa ser trocado, re-
formulado e atualizado a cada quatro anos.
b) É autêntico o documento que é produzido pela própria pessoa qua-
lificada para isso e para sua execução, não restando dúvidas quanto a
sua genuinidade.
c) A adequabilidade se refere à noção do que adequado, por isso o
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documento passa por ajustes para que os questionamentos sobre ele


sejam dirimidos.
d) Já a quantidade implica dizer que os mencionados padrões são nu-
merosos e variados.
e) A autenticidade faz menção ao que é adequado e, para tanto, é ne-
cessário que ajustes sejam feitos.

NA MÍDIA
GRAFOSCOPIA: COMO A TÉCNICA APOIA PERITOS GRAFOTÉC-
NICOS?
O indicador do Serasa Experian mostrou que, no ano de 2017, houve uma
tentativa de fraude a cada 16 segundos, totalizando 1,96 milhões de atos.
46
O índice é o maior em três anos e, além disso, apresenta alta de 8,2%
quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Para os especia-
listas, o aumento nas tentativas é proveniente de um mercado aquecido,
trazendo retorno nas vendas e facilitando fechamentos de contratos...
Fonte: Terra.
Data: 16 de jul. de 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.terra.com.br/noticias/dino/grafos-
copia-como-a-tecnica-apoia-peritos-grafotecnicos,8332df139d6e0a-
4d80916526cc8d5231q8fzmexa.html Acesso em: 04 de mar. 2021.

NA PRÁTICA
APELAÇÃO CRIMINAL – USO DE DOCUMENTO FALSO – ABSOLVI-
ÇÃO – EXAME GRAFOSCÓPICO – COMPROVADA AUTORIA E MA-
TERIALIDADE – DOSIMETRIA – REDUÇÃO DAS PENAS – PARCIAL
PROVIMENTO.
I. Inviável o pedido de absolvição quando a materialidade e a autoria do uso
de documento falso estão comprovadas em laudo de exame grafoscópico.
II. Excluído o aumento baseado nas circunstâncias em razão de ofensa
aos patrimônios de duas vítimas. O crime tem como ofendido o Estado.
Não obstante, mantido o acréscimo pelas consequências porque houve
prejuízo à terceiros de boa-fé, no caso, as duas pessoas que sofreram
os infortúnios mencionados na sentença.
III. A fixação da razão da pena de multa superior à mínima deve ser
fundamentada.
IV. Recurso parcialmente provido para redimensionar as penas.
(TJ-DF 20120110388106 0011280-76.2012.8.07.0001, Relator: SAN-
DRA DE SANTIS MENDES DE FARIAS MELLO, Data de Julgamento:
02/06/2016, 1ª turma criminal, data de publicação: publicado no DJE:
15/06/2016. Pág.: 101/21). DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: Os falsários (2007)
Livro: Falsificação de documentos em processos eletrônicos (2018).
Acesse os links: no artigo denominado como O que é gra-
foscopia? https://ricardocaires.jusbrasil.com.br/arti-
gos/240048439/o-que-e-grafoscopia#:~:text=A%20grafosco-
pia%2C%20conhecida%20tamb%C3%A9m%20pelas,das%20
caracter%C3%ADsticas%20que%20os%20individualizam Acesso em:
04 de mar. 2021. E no artigo denominado como Você sabe o que á
grafoscopia? https://jus.com.br/artigos/75641/voce-sabe-o-que-e-gra-
foscopia Acesso em: 04 de mar. 2021.

47
DOCUMENTOSCOPIA: ASPECTOS
GERAIS E CARACTERÍSTICAS

O ESTUDO E AS FUNCIONALIDADES DO PAPEL


DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

O papel é um utensílio que possui diversas funcionalidades


para os seres humanos, assim, o seu surgimento foi responsável por
proporcionar mudanças amplas e significativas para a história da huma-
nidade, envolvendo até mesmo a maneira com que essa é armazenada
para momentos futuros.
Os primeiros registros da pré-história foram feitos por meio de
desenhos e sinais feitos nas pedras e nas cavernas, foram a maneira
inicial da história ser passada para novas gerações e retratar a cultura e
os hábitos da sociedade existente até então. Já na Antiguidade, alguns
avanços foram vistos, assim, os egípcios desenvolveram forma de usar
junco na criação dos papiros, eles eram ensopados com água e sova-
48
dos até que se obtivesse o formato de pergaminho, que era dotado de
uma espessura semelhante ao tecido.

Figura 8 – Papiro

Fonte: Freepik. 2016.

O papiro já se aproximava da ideia que se tem do papel, contudo


o papel como conhecemos na atualidade surgiu na China, a partir das mis-
turas entre as cascas de árvores e trapos de tecidos, que depois de molha-
dos eram batidos até que virassem uma pasta, em seguida essa pasta era
colocada em peneiras para que o excesso de água fosse retirado e, após a
etapa da secagem, a folha de papel surgia e podia ser utilizada.
Ainda que de maneira menos usual, o algodão e o linho ainda
são utilizados na elaboração e na fabricação de papéis que tenham
uma maior resistência e que precisem ter uma maior durabilidade, por
DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

exemplo, a emissão de cédulas para papel-moeda.


As técnicas de formação do papel passaram por evoluções nos
últimos séculos, assim, a intervenção de outros povos também proporcio-
nou influências para a produção do papel, tornando esse processo mais
rápido e menos custoso. Nesse sentido, os árabes assimilaram as técnicas
dos chineses e as tornaram conhecidas pela península ibérica, mas o pa-
pel só passou a ser conhecido pela Europa por volta dos séculos XIII e XIV.
A utilização dos papéis se tornou ainda mais difundida na Idade
Média, período em que os manuscritos eram comuns e elaborados até
mesmo de forma artesanal, tendo como intenção conservar e propor-
cionar os registros da história da humanidade. Os avanços da imprensa
também tornaram possível que as informações fossem disseminadas
49
com uma maior facilidade, acessibilidade e velocidade. Já na Revolu-
ção Industrial mais mudanças atingiram o uso e a produção dos papéis,
pois passaram a ser usados com uma frequência ainda maior e pelas
mais diversas camadas da população.
No cenário atual, o maior dos papéis é composto pelo tronco das
árvores, não envolvendo as partes menores, como ramos e folhas, já que
essas não são aproveitadas, ainda que folhas e galhos possam ser utili-
zados no processo de alguma maneira. No Brasil, grande parte do papel
é produzido com eucalipto, planta que possui um rápido crescimento e
que atinge até 30 metros no período de 7 anos. Os papéis são formados
pelos fiapos advindos das plantas, que são denominados como fibras.
As fibras são o principal componente para a fabricação do papel
que pode ser composto por fibras de algodão, caracterizadas pela nobre-
za, durabilidade e pelo seu comprimento, ou por fibras de madeira que
são curtas, advindas dos caules da árvore e que podem ser tratadas de
forma química com a intenção de terem a sua durabilidade prolongada.
No mundo atual, são diversos os tipos de papel, assim, a partir
da tipologia em questão, poderão ser vistos e observados aspectos como
o peso e a espessura do papel, entre outras coisas. O principal ponto dife-
renciador dos tipos de papel se refere à estrutura porosa que as formam,
já que, a partir disso, diferentes características podem ser observadas.
Alguns dos principais e mais utilizados tipos de papel são: 1) os
cartões perfurados comumente utilizados como cartões para a computa-
ção dos dados; 2) papel branco, esse tipo de papel é normalmente utilizado
em escritórios, manuscritos, impressos, cadernos usados sem envolver a
capa; 3) kraft que são os papéis utilizados em sacos de cimento ou em pa-
pel de pão; 4) o papel jornal, como o próprio nome indica, é o tipo de papel
usado nos jornais; 5) a cartolina que é muito utilizada em trabalhos escola-
res; 6) o papel ondulado que é usado nas caixas de papelão ondulado; 7)
as revistas; 8) misto que é o papel utilizado nos escritórios, gráficas, lojas
DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

comerciais e até mesmo nas residências; 9) tipografias.


Ainda no que se refere ao estudo do papel, é imprescindível
que alguns conceitos sejam esclarecidos, já que são usados de maneira
regular quando os papéis são objeto de estudo e de discussão, seja a
nível de especialistas na área ou até mesmo de homens médios.
Em primeiro lugar, a colagem é entendida como a resistência
do papel referente à penetração de líquidos, sendo que, para esse tipo
de tratamento, é adicionado ao papel resina ou cera que seja repelente
a líquidos. Por sua vez, a umidade aborda a quantidade de água que
está contida no papel, a avaliação deve ser feita quando o papel estiver
em seu estado natural, não levando em consideração questões como
os agregados de águas casuais ou voluntários, é importante enfatizar
50
que todos os papéis envolvem certos graus de umidade.
Outro fator digno de destaque faz menção à gramatura do papel,
ou seja, o peso em gramas medido por metro quadrado de uma folha de
papel, sendo essa apresentada em g/m², assim, a gramatura é a espe-
cificação mais relevante para o papel, já que sua comercialização e sua
fixação do seu valor levarão em consideração o peso do papel e isso
ocorre pois a gramatura promove influências para os custos. Assim, um
papel é mais caro ou mais barato a depender da gramatura que o papel
apresente. A espessura do papel não deve ser confundida com sua gra-
matura, dessa forma a espessura é entendida como a distância presente
entre uma face a outra da folha do papel, assim, os tipos de papéis tam-
bém apresentam espessura distinta a depender das composições fibro-
sas, dos conteúdos das cargas e dos tratamentos aplicados, entre outros.

ESTUDO DO PAPEL-MOEDA

Papel-moeda pode ser entendido como o dinheiro ou a moeda


oficial de um país que é emitido por uma autoridade oficial competente
relativa a uma nação, assim, o valor impresso no papel em questão será
emitido pelo Banco Central sob autorização do governo e a depender
da distribuição efetuada pelos demais bancos da rede oficial de crédito
nacional. Assim, o papel em que o real é emitido é um papel-moeda.

Figura 9 – Papel-Moeda e Real

DOCUMENTOSCOPIA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Freepik (2020).

Para compreender a importância e o surgimento do papel-moeda


no Brasil, é primeiro necessário que se tenha conhecimento acerca dos
aspectos básicos que rodeiam a economia no Brasil e seu funcionamento
51
em nossa nação. Desde o período colonial, são observadas a realização
de transações comerciais, tendo essas sido iniciadas a partir do escambo
e, posteriormente, pelo uso de moeda cunhadas em ouro e prata.
Inicialmente, a presença de atividades que não eram entendidas
como dotadas de amplas complexidades não exigiram que as atividades
comerciais fossem mantidas, mas com o avanço da economia, novas
necessidades passaram a existir, o que acarretou em uma quantidade de
moedas em circulação inferior ao que até então era tido como necessário.
Posteriormente, a chegada da Família Real nas terras brasileiras ficou
ainda mais evidente a necessidade de reforma, desta feita, a emissão do
papel-moeda passou a precisar ser proporcional ao lastro oferecido pela
quantidade do ouro que está presente nos cofres públicos.
Desde esse período, as questões relativas à inflação já eram
responsáveis por afetar o papel-moeda, assim, quando D. João VI saiu
do poder, uma grande crise econômica foi instaurada no Brasil, assim,
o papel-moeda até então em vigor passou por uma grande desvaloriza-
ção que teve como resultado a promoção de diversas revoltas influen-
ciadas pelas dificuldades advindas da crise econômica.
O papel-moeda nem sempre foi impresso no formato que co-
nhecemos, mas, inicialmente, era fabricado no molde de “cartas”, que
eram preenchidas em próprio punho, mas a dificuldade relativa ao ma-
nuseio e as falsificações da moeda fizeram com que modificações fos-
sem implementadas para que pudessem passar a ser utilizadas em es-
cala cada vez maior e mais efetiva.
Atualmente, verifica-se que o papel-moeda já conta com a
utilização de várias ferramentas e utilidades que tornem mais difícil a
falsificação do real, contudo, como aprendemos anteriormente, esses
instrumentos nem sempre são suficientes para refrear as falsificações,
por isso a atuação da documentoscopia não pode ser deixada de lado e
precisa continuar recebendo destaque e a devida relevância.
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ELEMENTOS DE SEGURANÇA

Os elementos de segurança possuem como objetivo principal evi-


tar que a falsificação ocorra, dessa maneira são incorporados aos docu-
mentos para que seu valor e sua autenticidade sejam protegidos e assegu-
rados, assim, tais elementos podem ser empregados sobre passaportes,
carteiras de identidade, carteira de motoristas, bilhetes de loteria, cheques,
papel-moeda, certidões de nascimento e de óbito, diplomas, entre outros.
É comum que os elementos de segurança sejam vinculados
de forma mais pública aos documentos que possuem um valor monetá-
52
rio ou legal que é inerente ao documento, em conformidade com Lima
(2013). Um exemplo disso são as marcas d’água presentes nas cédulas
de real brasileiras, assim, aquelas que não tiverem esse elemento serão
consideradas falsas, assim, os responsáveis por esse crime devem ser
devidamente punidos e cédulas falsas retiradas de circulação.
Assim, quanto maior o valor e a importância do documento,
maior também será a necessidade de que eles apresentem elementos
de segurança cada vez mais efetivos e sofisticados para que uma maior
dificuldade de reprodução seja atrelada ao documento em questão. A
função do documento também faz parte do processo de escolha do ele-
mento de segurança que deve ser empregado, serve para a frequência
com o que documento é utilizado e a maneira por meio da qual ocorre
seu armazenamento e sua expectativa de vida útil, todavia esses não
são os elementos tidos como exclusivos para essa determinação, mas
apenas exemplos que devem motivar a sua escolha.
Em conformidade com a ABNT NBR 15368:2006, os elemen-
tos de segurança podem ser divididos em três classificações baseadas
nas técnicas utilizadas para o seu reconhecimento.

Figura 10 – Classificação dos Elementos de Segurança

Fonte: Elaborado pela autora (2021).


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Os elementos de segurança de primeiro nível são aqueles de se-


gurança aberta, ou seja, os que exigem que apenas uma análise visual e
tátil seja efetuada, diante disso necessita de uma simples verificação que
pode ser feita até mesmo pelo público leigo. Já os elementos de segundo
nível, também denominados como os de segurança semiaberta, só pode-
rão ser identificadas por pessoas que tenham acesso ao certo treinamento
e fazendo uso de equipamentos simples. O terceiro e também último nível
são conhecidos como de segurança fechada, sendo aqueles dependem de
um treinamento mais específico e do uso de equipamentos de laboratório
mais elaborados para que as falsificações sejam identificadas.
Dessa forma, os elementos de segurança podem ser inseridos
53
no documento tanto no decorrer do processo de confecção da peça,
quanto na etapa relativa ao seu suporte, assim, os mencionados ele-
mentos atribuem aos documentos especificidades que tornam mais di-
fícil a sua reprodução. Com base no apresentado, destacam-se alguns
elementos de segurança que podem ser inseridos no suporte.
O primeiro exemplo são as marcas d’água ou filigrana que con-
sistem em imagens inseridas entre as camadas da massa de papel ou
que varie a densidade da composição da imagem, o mencionado re-
curso só é visível quando está contra a luz, já que consistem em uma
variação de translucidez. Outro elemento de segurança relevante é o
fio de segurança composto por um fio de poliéster inserido no papel no
momento da fabricação, também podem envolver elementos como mi-
crotextos ou holografias. Um terceiro exemplo é denominado como file-
tes coloridos e luminescentes em que as fibras coloridas estão inseridas
na massa do papel e apresenta uma coloração bem definida e dotadas
de uma certa visibilidade quando colocadas em luz branca. Por fim, um
último exemplo a ser mencionado é o papel reativo, os quais tem na sua
composição a presença de partículas de substâncias que reagem qui-
micamente com outras definidas em momento anterior, geralmente, são
utilizadas em papéis de segurança, por exemplo, no dólar americano.
Também, é importante destacar alguns exemplos de elemen-
tos de segurança que podem ser aplicados ao papel. Em primeiro lugar,
estão os desenhos artísticos que são comumente usados nas impres-
sões de segurança e podem ser representados por figuras humanas,
animais, vegetais, cenas, brasões, dentre outros. Não é qualquer de-
senho que pode ser enquadrado como artístico, já que é necessária
uma certa complexidade para que esse tipo de enquadramento seja
feito, quanto mais importante for o documento, mais complexo será o
desenho artístico escolhido para que sua autenticidade seja garantida.
As rosáceas são figuras que apresentam aspectos florais e que
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são criadas com base em contornos geométricos vinculados a compu-


tadores e softwares de uso específico e sofisticados. Já os desenhos
geométricos são compostos, como o próprio nome indica, por uma re-
produção de elementos simples envolvendo linhas retas, curvas, polígo-
nos e que podem ser criados à mão ou até mesmo por computadores,
resultando em um padrão complexo de difícil de reprodução.
Já o fundo numismático é aquele construído a partir de linhas
que simulam imagens tridimensionais, envolvendo mudanças calcu-
ladas de angulação que são responsáveis por dificultar que cópias e
falsificações do documento em questão sejam realizadas. Um outro
exemplo de elemento de segurança são os microtextos que envolve
a produção de formas baseadas em letras ou números passíveis de
54
serem visualizados após ampliações, esse é um elemento utilizado nos
números presentes nas cédulas dos diversos valores de real presente
no Brasil. Outro elemento que também se faz presente nas cédulas do
real presente no Brasil é a imagem latente, conhecida popularmente
como a imagem fantasma, ou seja, aquelas imagens que são formadas
a partir de tarjas ou retículas e que são difíceis de serem identificadas
em um primeiro momento, sendo necessário atenção e que o documen-
to se encontre na posição que torne essa visualização possível.
Os exemplos de elementos de segurança apresentados são
apenas os principais, tendo em vista que seus tipos e suas funciona-
lidades são diversas e podem ser empregados de várias maneiras a
depender do tipo de documento e do que se deseja proteger.

ASPECTOS GERAIS DA DATILOGRAFIA

A máquina de escrever, também conhecida como máquina


datilográfica ou máquina de datilografia, é um instrumento mecânico,
eletromecânico ou eletrônico com teclas que, quando pressionadas, ge-
ram a impressão de caracteres em um documento que, em regra, são
impressas em um papel.

Figura 11 – Máquina de Escrever

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Fonte: Freepik (2019).

O método de impressão irá varia a depender da máquina de


escrever que é escolhida para que a impressão no papel seja realizada.
Ainda que na atualidade a máquina de escrever não seja utilizada com a
mesma regularidade que era na época de seu surgimento, a sua impor-
tância ainda é reconhecida até os dias atuais, principalmente, quando
55
se remota à época em que os computadores, tablets e notebooks não
existiam e nem eram acessíveis ao público em geral.
A máquina de escrever e a sua utilização é marcada por fases
distintas que demarcam a evolução da trajetória dessas ferramentas
que foi responsável por revolucionar a sociedade nos diversos seg-
mentos que façam uso da escrita, que, até, então se manifestava,
principalmente, de forma manual.
A fase inicial das máquinas de datilografias foi marcada pelo
impulso fornecido à comunicação e à inserção das mulheres nesse mer-
cado, a partir desse momento, também passaram a ser mais incentiva-
dos a criatividade e o trabalho árduo. Já na primeira metade do século
XX, houve a introdução das máquinas de escrever portáteis e elétricas,
o que proporcionou facilidades para aqueles que faziam uso desses
equipamentos, demonstrando a sofisticação e a evolução dessas má-
quinas que passaram a ser mais rápidas, silenciosas e práticas.
O uso das máquinas de escrever se tornou ainda mais relevante
a partir da expansão do setor comercial e dos serviços, tendo em vista as
questões e os movimentos relativos às repartições públicas, aos bancos
e aos escritórios como um todo, assim, houve o aumento da necessidade
de que tais instrumentos se tornassem ainda mais rápidos e proporcio-
nassem uma uniformidade em sua escrita, tornando possível que con-
tribuições fossem geradas para o desenvolvimento econômico e social.
No Brasil, a utilização das máquinas de datilografia só passou
a ser disseminadas a partir de 1941, momento em que as mencionadas
máquinas ocuparam de forma marcante a indústria de metalúrgica. A par-
tir segunda metade do século XX, a utilização das máquinas de escrever
se tornaram cada vez mais rara, já que, nesse período, houve a substi-
tuição desses equipamentos pelo computador, que possuía a capacidade
de efetuar o mesmo trabalho com uma maior eficiência e celeridade.
Considerando as evoluções proporcionadas pela troca das má-
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quinas de escrever pelos computadores, está a distinção entre os concei-


tos relativos à datilografia e à digitação. A primeira diferença a ser men-
cionada faz menção à maneira que se utilizam as máquinas em questão,
já que, na máquina datilográfica, o indivíduo deve manter a mão levanta-
da e usar os braços, assim como o peso das mãos para ajudar a apertar
as teclas que são mais rígidas do que as presentes em computadores e
notebooks, assim, as pessoas que fazem uso dessas máquinas desem-
penham um maior esforço e exigem mais de sua capacidade muscular.
Já a digitação é marcada pela facilidade e pela simplicidade, dessa
forma, as teclas são mais macias e justas do que as presentes na máquina
de escrever, por isso, o digitador não precisa fazer o uso da força para que a
digitação ocorra, assim, o punho pode ser mantido sobre a mesa e os braços
56
podem ficar parados em uma posição confortável. Os movimentos utilizados
durante a digitação são precisos e marcados pela repetição, pois fazem uso
de um grupo menor de músculos, todavia os tendões e ligamentos ficam
mais carregados, por isso que doenças associadas a essas partes do corpo
se tornam cada vez mais comuns, por exemplo, as lesões por esforço repe-
titivo, também conhecidas pela sua sigla LER.
Uma outra distinção verifica-se quando são comparadas à da-
tilografia e à digitação se refere ao fluxo de trabalho, assim, a máquina
de escrever faz com que o datilógrafo faça diversas pausas curtas o que
gera a quebra no ritmo da digitação e impede que a repetição ocorra
da maneira que se espera, as pausas são geradas por características
atreladas ao próprio funcionamento da máquina e fazem menção ao re-
tornar o carro da máquina, à troca do papel ou à efetuação de correções
com base no uso de corretivos.
Nos computadores, o cenário é distinto, já que as pausas men-
cionadas no parágrafo anterior deixaram de existir, já que não há neces-
sidade de troca constante de papel ou o retorno da máquina de escre-
ver, assim, mais uma vez, verifica-se que os esforços que precisam ser
feitos pelo digitador são mínimos quando comparados com os desem-
penhados pelos datilógrafos, pois a digitação pode ser efetuada sem
a necessidade de alteração na posição e com base no uso do teclado
e do mouse, bem como a utilização de teclas e comandos para que o
documento seja salvo, impresso ou compartilhado com outros usuários.
Em razão do conforto que digitar causa, ainda que tenha efei-
tos colaterais e gere danos à saúde do digitador, quando é efetuada por
longo período de tempo, a digitação pode ser desempenhada por um
longo período de tempo sem que cansaço exacerbados sejam sentidos,
na medida em que o datilógrafo consegue produzir menos em um maior
tempo, o que torna mais uma vez claro quanto à substituição da dati-
lografia pela digitação foi capaz de proporcionar facilidades e avanços
para aqueles que dependem e fazem uso dos instrumentos em questão.
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Mesmo que a digitação seja altamente difundida na atualidade


e no mundo todo, isso não quer dizer que a maior parte das pessoas
realize essa atividade de forma correta, já que são poucas as pessoas
que aprendem a digitação e suas técnicas relativas, assim, na maior
parte dos casos, quem digita o faz mais por intuição do que por apli-
cação dos métodos adequados, por isso que os dedos nem sempre
pressionam as teclas certas, o que pode tornar a tarefa um pouco mais
enfadonha, ainda que automática.

57
ALTERAÇÕES FÍSICAS DOS DOCUMENTOS

A documentoscopia visa identificar a autenticidade dos docu-


mentos e/ou especificar a autoria relativa aos documentos em questão,
para tanto, é necessário que haja a identificação demonstrando se os
documentos em análise passaram por alguma modificação ou alteração
que os tornem falsos.
Existem quatro tipos de alterações documentais que podem
ser efetuadas, a primeira é a rasura, em seguida há os acréscimos e os
outros dois são os recortes ou reagentes químicos, respectivamente. A
alteração desses instrumentos ocorre, já que são mais suscetíveis tanto
na sua exposição a fraudes documentais, quanto nas mudanças que
são infringidas sobre esses documentos com a intenção de macular as
finalidades e aprimorar as divergências.
As rasuras são aquelas realizadas através do atrito que envolve
a superfície do papel ou suporte. Em outras palavras, a rasura pode ser
compreendida como o risco ou raspagem feita na parte escrita de um
documento, sendo usada com a intenção de tornar inválidas ou ilegíveis
as palavras contidas no espaço em que a rasura é feita, também é usada
com a intenção de substituir uma letra, termo ou palavra por outras. Já a
alteração faz menção ao acrescimento de procedimentos de aditamento
de traços, letras, algarismos, palavra ou conjunto de palavras.
Por sua vez, as alterações documentais que ocorrem em razão
dos recortes fazem uso de retalhos de papéis colados ou aplicados,
fazendo com que os dados ou aspectos nos documentos passem a ser
outros, um exemplo seria um atestado que não está assinado pelo mé-
dico e uma receita antiga também pelo médico em questão, a fraude
com recorte seria a retirada da assinatura presente na receita médica
para que fosse colada no atestado. Outro tipo de alteração de documen-
to é aquele que ocorre por meio de reagentes químicos, sendo realizada
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por meio da aplicação de produtos que tornam possível que parte da


escrita seja apagada e alteração seja efetuada.

AUTENTICIDADE DE DOCUMENTO

O registro de autenticidade tem como objetivo principal com-


provar que o documento é autêntico, ou seja, envolve a comprovação
de que o documento que está sendo analisado não passou por alte-
rações e mantém as suas configurações originais. Quando se fala na
comprovação e no registro da autenticidade do documento esse proces-
so ser encarado como algo simples e fácil de ser efetuado, todavia uma
58
grande importância e atenção deve ser destinada a essa ferramenta
tida como essencial para que a segurança dos documentos seja obser-
vada, preservada e garantida.
Nesse contexto, uma série de motivos podem ser utilizada
como justificativa para que o registro da autenticidade seja feito.
O primeiro motivo envolve as garantias contra as modificações,
tendo em vista que o registro de autenticidade de documento faz com
o documento original seja certificado sem sofrer nenhum tipo de altera-
ção, assim, há a preservação do seu estado e de suas características
principais. O registro de documentos torna possível que as fraudes se-
jam mais facilmente descobertas, pois mantém intacta a versão oficial
do documento fazendo com que fiquem seguros. O registro da auten-
ticidade também apresenta relevância e aplicação no contexto digital,
porém há uma dificuldade maior na aplicação dessas técnicas.
O segundo motivo que enfatiza a relevância para que o registro
de autenticidade ocorra se apoia na proteção dos direitos autorais e na
propriedade intelectual, já que é um instrumento comumente utilizado por
músicas, escritores e artistas no geral para que as suas obras fiquem pro-
tegidas, dificultando a contestação relativa à autoria de suas produções.
Nesse sentido, cabe esclarecer o que são as obras intelec-
tuais, em conformidade com a Lei nº 9.610, de 29 de fevereiro de 1998,
podem ser entendidas como “as criações do espírito, expressas por
qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível,
conhecido ou que se invente no futuro” podendo ser enquadradas como
exemplos desse tipo de obra os textos literários, científicos e/ou artís-
ticos, as conferências, as obras audiovisuais, sonorizadas, cinemato-
gráficas, as obras fotográficas, desenhos, pinturas, gravuras, dentre
tantos outros. Salienta-se ainda que, em conformidade com as normas
presentes no ordenamento jurídico brasileiro, não obriga o registro aos
artistas, já que o direito autoral surge em conjunto com a obra, mas, nos
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casos em que há o registro das autenticidades, nas hipóteses de casos


e/ou complicações judiciais, a comprovação do direito de quem efetuou
o registro se torna mais simples.
A forma mais comum de se fazer um registro de autenticidade é
procurar o cartório com as cópias autenticadas de um documento origi-
nal, sendo esse um processo que não tem custos elevados e é marcado
pela praticidade. Esse processo também torna possível que terceiros ve-
rifiquem a autenticidade do documento que está sendo analisado, sendo
esse um procedimento considerado como simples, tendo em vista que é
possível consultar a sua autenticidade por meio da internet.

59
SELOS

Os selos são instrumentos utilizados com a intenção de forne-


cer uma maior segurança aos documentos, por isso é importante saber
se os documentos são verdadeiros e autênticos para que sejam válidos.
O primeiro ponto envolve, justamente, o critério da validade, que poderá
ser verificada quando uma terceira pessoa faz a entrega do documento,
já que quando a retirada no cartório é feita de maneira direta pela pes-
soa que irá usufruí-lo a averiguação será dispensada.
Considerando as facilidades proporcionadas pelo avanço da
internet nos últimos anos, também se tornou possível que a verificação
da autenticidade do documento fosse consultada por meio on-line o que
torna o processo ainda mais fácil e rápido, assim, é necessário que o
interessado tenha o documento em mãos, em seguida, acesse o portal
extrajudicial, selecione o tipo de documento, o número e aperte em con-
sulta. Depois desses passos, o site indicará se o selo consultado é au-
têntico ou se há algum problema ou alerta relativo ao selo em questão.
O selo digital é formado por 23 dígitos alfanuméricos que são
gerados pelo Sistema de Gerenciamento dos Cartórios Extrajudiciais,
assim, esses códigos são vinculados aos atos praticados nos cartórios
extrajudiciais. O objetivo principal do uso desses selos se relaciona ao
fornecimento de uma maior efetividade para a fiscalização das ativida-
des dos Cartórios Extrajudiciais, assim, é responsável por proporcionar
maior segurança e gerenciamento nas transações efetuadas.
O selo digital não é responsável por substituir o documento origi-
nal, dessa forma, a função é dar uma maior segurança tanto ao documento
em si, quanto aos negócios que dependem desse documento em questão.
As práticas que envolvem a consulta dos selos e a autenticida-
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de dos documentos tornam as negociações que usufruem desses ob-


jetos mais segura, sendo essa uma preocupação cada vez mais recor-
rente, já que o número de fraudes e crimes que envolvem a falsificação
é crescente, bem como as técnicas empregadas para que esses crimes
ocorram se dão de forma cada vez mais profissional, o que impossibilita
que pessoas dotadas de pouco conhecimento na área consigam iden-
tificar a falsificação, por isso os instrumentos que chequem a validade
dos selos e dos documentos são de extrema relevância e devem estar
em constante aperfeiçoamento para que as necessidades da realidade
em que estão inseridos sejam devidamente absorvidas.

60
DATAÇÃO DE DOCUMENTOS E DE TINTAS

A documentoscopia objetiva verificar a veracidade de um do-


cumento, assim, existem várias ferramentas e elementos que são utili-
zados com essa finalidade para que a falsidade documental possa ser
comprovada ou afastada. Nesse sentido, a datação de documentos tem
como base as informações que estão contidas no suporte ou no conteú-
do do documento, tendo como base os marcadores temporais. Alguns
exemplos envolvem as características do papel, os métodos de impres-
são que são empregados, as tintas de traços manuscritos e a ortografia.
Outra datação que merece ganhar uma certa relevância pe-
rante a análise do exame documentoscopia tem como fundamento os
processos físico-químicos que tem início no momento em que a tinta
está sendo depositada no suporte, assim, a degradação dos colorantes,
a evaporação dos solventes e a migração/difusão que atinge as fibras
do papel também são critério importante no momento do exame, já que
podem ser estabelecidas relações entre os processos físico-químicos e
os parâmetros passíveis de mensuração.
Ferreira (2017), enfatiza ainda que há dois tipos de datação: a
absoluta e a relativa. A absoluta será aquela em que ocorre a estima-
ção da idade da tinta, sem que se efetue qualquer tipo de comparação
com os padrões existentes. Por sua vez, a datação relativa é aquela em
que duas tintas presentes em um mesmo documento foram colocadas no
mesmo em momentos diferentes. Não é correto afirmar que uma dessas
datações é mais ou menos valiosa que a outra, porém, quando a datação
relativa é utilizada, em regra, a datação absoluta pode ser dispensada.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2010 Banca: FUNIVERSA Órgão: SECTEC-GO Prova: Papilos-
copista Policial
A afirmativa da identidade de um datilograma é feita em função da
presença de um certo número de pontos característicos. No Brasil,
foi adotada a marcação de pontos característicos coincidentes no
confronto de dois datilogramas de, no mínimo:
a) Quinze pontos.
b) Treze pontos.
c) Doze pontos.
d) Onze pontos.
e) Catorze pontos.

QUESTÃO 2
Ano: 2008 Banca: FDRH Órgão: IGP-RS Prova: Papiloscopista Policial
Na fórmula datiloscópica, encontram-se assinalados os símbolos
A/A. Eles representam datilogramas com:
a) Deltas à direita do observador.
b) Deltas à esquerda do observador.
c) Deltas à direita e à esquerda do observador.
d) Ausência de deltas.
e) Cicatriz.

QUESTÃO 3
Ano: 2013 Banca: UEPA Órgão: PC-PA Prova: Papiloscopista Policial
Define-se um Verticilo como:
a) O datilograma com um delta à direita do observador, tendo pelo me-
nos uma linha livre e curva à frente.
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b) O datilograma com um delta à esquerda do observador, tendo pelo


menos uma linha livre e curva à frente de cada delta.
c) O datilograma com um delta à direita e outro à esquerda do obser-
vador, tendo pelo menos uma linha livre e curva à frente de cada delta.
d) O datilograma com um delta no centro da imagem, tendo pelo menos
uma linha livre e curva partindo da esquerda do observador.
e) O datilograma com três deltas um a direita, outro à esquerda e o ter-
ceiro na borda superior da impressão tendo pelo menos uma linha livre
à frente de cada delta.

QUESTÃO 4
Ano: 2013 Banca: UEPA Órgão: PC-PA Prova: Papiloscopista Policial
62
Define-se uma Presilha interna como:
a) O datilograma com um delta à esquerda do observador, apresentan-
do linhas que, partindo da esquerda, curvam-se e voltam ou tendem a
voltar ao lado de origem, com ou sem laçadas.
b) O datilograma com um delta à esquerda do observador, apresen-
tando linhas que, partindo da direita, curvam-se e voltam ou tendem a
voltar ao lado de origem, com ou sem laçadas.
c) O datilograma com um delta no centro da impressão, apresentando
linhas que, partindo da esquerda, curvam-se e voltam ou tendem a vol-
tar ao lado de origem, com ou sem laçadas.
d) O datilograma sem um delta, apresentando linhas que, partindo da
esquerda, curvam- se e voltam ou tendem a voltar ao lado de origem,
com ou sem laçadas.
e) O datilograma com um delta à direita do observador, apresentando li-
nhas que, partindo da esquerda, curvam-se e voltam ou tendem a voltar
ao lado de origem, com ou sem laçadas.

QUESTÃO 5
Ano: 2010 Banca: FUNIVERSA Órgão: SECTEC-GO Prova: Auxiliar
de Autopsia - Curso de Formação Profissional
Delta é:
a) O datilograma constituído de linhas mais ou menos paralelas.
b) O ponto que existe no centro da impressão digital.
c) O ponto de encontro de três sistemas de linhas.
d) Um dos tipos de impressão digital.
e) O datilograma que apresenta um arco à esquerda do observador.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Em conformidade com a ABNT NBR 15368:2006, os elementos de
segurança podem ser divididos em três classificações baseadas nas
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técnicas utilizadas para o seu reconhecimento. Tendo como base esse


enunciado apresente, quais são essas três classificações e especifique
as características relativas a cada uma delas.

TREINO INÉDITO
Os elementos de segurança podem ser inseridos no documento
tanto no decorrer do processo de confecção da peça, quanto na
etapa relativa a seu suporte, assim, os mencionados elementos
atribuem aos documentos especificidades que tornam mais difícil
a sua reprodução. Assinale a única alternativa que não contém um
elemento de segurança presente no suporte:
a) Marca d’água.
63
b) Papel reativo.
c) Filete colorido.
d) Fio de segurança.
e) Rosácea.

NA MÍDIA
AS FRAUDES DE IDENTIFICAÇÃO DIGITAL MAIS UTILIZADAS NO
BRASIL
Em posse de um documento falso ou montado, um fraudador pode abrir
contas em bancos, contratar empréstimos pessoais, solicitar cartões de
crédito, entre outras ações...
Fonte: Infor Channel
Data: 22 de jan. de 2021
Leia a notícia na íntegra: https://inforchannel.com.br/as-fraudes-de-identi-
ficacao-digital-mais-utilizadas-no-brasil/ Acesso em: 04 de mar. 2021.

NA PRÁTICA
O selo digital é capaz de proporcionar uma maior segurança para os docu-
mentos, sendo que a sua ausência pode gerar prejuízos e questionamen-
tos para o documento em questão, como visto na jurisprudência seguir.
PREVIDENCIÁRIO. RETIFICA DA DATA DE INÍCIO DE BENEFÍCIO.
COMPROVAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. OBRIGATORIEDADE DE
APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTO COM SELE DIGITAL DE FISCA-
LIZAÇÃO NOTARIAL. NÃO CABIMENTO. EXIGÊNCIA DA CORREGE-
DORIA DE JUSTIÇA QUE PASSOU A VIGORAR EM DATA POSTE-
RIOR AO DOCUMENTO APRESENTADO. HONORÁRIOS. CEJUR-DP.
VALOR SIMBÓLICO. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA.
Link: https://trf-2.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/932948556/
128854420114029999-rj-0012885-4420114029999 Acesso em: 30 de
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mar. 2021.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: A Datilógrafa (2012);
Documentário sobre o assunto: Máquina de um tempo (2015);
Acesse os links: O livro Falsificação de documentos em processos eletrôni-
cos: como detectar e comprovar através de documentoscopia em docu-
mentos digitais e outras técnicas, disponível em: https://books.google.com.
br/books?hl=pt-BR&lr=&id=4wBgDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PR16&dq=-
documentoscopia&ots=rCOdoTlueA&sig=Cf5oALfxmseACXeihzqMT-
jYQLGo Acesso em: 04 de mar. 2021.
64
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O Brasil é um dos países que possui maior índice de fraudes e falsifica-


ções, por isso a documentoscopia e suas técnicas atreladas se tornam tão
importantes, já que visa decifrar e até mesmo impedir que fraudes e ilega-
lidades, que tenham como objeto os documentos, ocorram. Ainda que já
existam métodos e ferramentas que inibam tais práticas, a atuação do peri-
to em documentoscopia não pode ser descartada, já que grande parte das
atividades dessa área depende das habilidades do referido profissional.
A documentoscopia é regulada por legislações presentes no ordena-
mento jurídico brasileiro, tendo como base o conceito de documento. Os
documentos podem ser usados como prova tanto no âmbito cível, quan-
to no penal, por isso apresenta conceito que se adeque a ambas as
áreas. Nesse sentido, para o direito penal, é importante ter em mente o
conceito apresentado no artigo 232 do Código de Processo Penal, que
determina que documento é qualquer escrito, instrumentos ou papéis,
públicos ou particulares.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D
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65
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A falsificação de memória é aquela em que o falsário memoriza a escrita


ou a assinatura da pessoa a quem deseja fraudar, visando à reprodução
dos padrões gráficos no momento em que a falsificação está sendo reali-
zada. Ainda que a memória humana seja capaz de armazenar uma quan-
tidade significativa de fatos e eventos, não é capaz de assimilar todos os
detalhes relativos à individualidade da escrita pertencente a uma pessoa,
dessa forma, só serão assimilados os aspectos gerais do grafismos, ou
seja, aqueles gestos considerados como mais aparente que englobam as
letras iniciais e os traços ornamentais que envolvem a assinatura, mas não
captam e nem transmitem na falsificação o conjunto das características es-
pecificas, detalhadas e particulares da escrita/assinatura de uma pessoa,
assim, a falsificação engloba apenas uma parte da mencionada escrita.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C
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66
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os elementos de segurança de primeiro nível são aqueles de segurança


aberta, ou seja, os que exigem que apenas uma análise visual e tátil seja
efetuada, diante disso, necessita de uma simples verificação que pode
ser feita até mesmo pelo público leigo. Já os elementos de segundo nível,
também denominados como os de segurança semiaberta, só poderão
ser identificadas por pessoas que tenham acesso ao certo treinamento e
fazendo uso de equipamentos simples. O terceiro e também último nível
são conhecidos como de segurança fechada, sendo aqueles dependem
de um treinamento mais específico e do uso de equipamentos de labora-
tório mais elaborados para que as falsificações sejam identificadas.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E

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37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de
11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005,
e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras provi-
dências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
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