4 - Indicadores Da Qualidade Ambiental

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INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

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INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
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ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver


um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Adriana Penna


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 02
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL

Classificação de Indicadores Ambientais ________________________ 17

Tipos de Indicadores Ambientais ________________________________ 18

CAPÍTULO 03
ÍNDICE DE INSALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA)

Estruturação do Indicador de Salubridade Ambiental ___________ 22


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CAPÍTULO 04
ÍNDICE DE QUALIDADE DE ATERRO DE RESÍDUOS (IQAR OU IQR)

CAPÍTULO 05
INDICADORES PARA QUALIDADE DO SOLO (IQS)

Indicadores Físicos _____________________________________________ 30

Indicadores Químicos ___________________________________________ 31

Bioindicadores Edáficos _________________________________________ 32

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CAPÍTULO 06
INDICADORES DE QUALIDADE DO AR

CAPÍTULO 07
MODELO DE QUALIDADE AMBIENTAL ADOTADO POR MINAS GERAIS

CAPÍTULO 08
INDICADORES ESPECÍFICOS

Plantas Bioindicadoras ________________________________________ 49

Geoindicadores _________________________________________________ 50

Os Peixes como Indicadores de Qualidade das Águas _____________ 58

CAPÍTULO 09
MECANISMOS DE CONTROLE DE QUALIDADE

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Referências ____________________________________________________ 64

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INTRODUÇÃO
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Terra, água e ar, bens da natureza, são indispensáveis à vida,


contudo, foram transformados em mercadorias. De todos eles, talvez aque-
le pelo qual ainda não pagamos diretamente seja o ar, mas este como os
demais sofrem com as constantes e crescentes interferências do homem.
Interferências estas que fazem parte do processo de globalização que des-
de os fins do século XX “bate a nossa porta” insistentemente.
Não podemos negar que a globalização trouxe consigo bene-
fícios para grande parte da humanidade (mas não para toda ela), com
o desenvolvimento científico, tecnológico, etc., entretanto, também po-
demos perceber que ela manipula, monopoliza e até mesmo escraviza
pessoas e países menos desenvolvidos justamente por estes não terem
poderio econômico e financeiro para enfrentar e ser consumidores ávi-
dos como os demais.
Desemprego e desigualdade social, favelização, marginalidade,
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falta de saneamento básico são alguns dos problemas impostos pela glo-
balização. Por outro lado, a preocupação com questões ligadas ao meio
ambiente que podemos traduzir na busca por diminuição na emissão de
poluentes na atmosfera, o uso racional e o desenvolvimento baseado na
sustentabilidade são alguns dos benefícios que vieram com a globalização.
Mas, por que estamos falando de globalização quando a apos-
tila objetiva estudar os indicadores de qualidade ambiental? Justamente
porque os indicadores surgiram da necessidade de fornecer um retrato
da situação da sustentabilidade, de maneira simples, principalmente se
entendermos que uma boa qualidade ambiental associa parâmetros fí-
sicos, químicos, biológicos, sociais, políticos, econômicos e culturais, os
quais permitem o desenvolvimento harmonioso, pleno e digno de vida
(SILVA, 2002).
Estudos de Braga e Freitas (2002) apontam que foi no final
da década de 1980 o surgimento de propostas de construção de in-
dicadores ambientais e de sustentabilidade. Tais propostas possuem
em comum o objetivo de fornecer subsídios à formulação de políticas
nacionais e acordos internacionais, bem como à tomada de decisão
por atores públicos e privados. Também buscam descrever a interação
entre a atividade antrópica e o meio ambiente e conferir ao conceito de
sustentabilidade maior concretude e funcionalidade.
Existem muitos indicadores e muitos trabalhos realizados com
o intuito de analisar, avaliar e controlar a qualidade do ar. Além daqueles
que estudaremos, deixamos vários estudos nas referências para apro-
fundamento.
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmi-

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ca tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões
da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos
de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e
objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro
que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, in-
cluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto,
de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não
serão expressas opiniões pessoais.
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, en-
contram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas,
mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ven-
tura venham a surgir ao longo dos estudos.

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INDICADORES DE QUALIDADE
AMBIENTAL
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O vocábulo indicador é proveniente do Latim indicare, cujo sig-


nificado é destacar, mostrar, anunciar, tornar público, estimar. Assim, os
indicadores nos transmitem informações que nos esclarece uma série
de fenômenos que não são imediatamente observáveis (MERICO, 1997
apud RUFINO, 2002).
A definição de indicadores ambientais tem como objetivo com-
por um método para a avaliação de desempenho da política pública
de meio ambiente. Os Indicadores constituem-se em instrumentos de
avaliação, que devem ser adequados às realidades ambiental e socioe-
conômica da região a ser avaliada (FEAM, 2011).
O mesmo documento acima completa que o desenvolvimento
de método de avaliação de política pública consiste em buscar objetivar
um julgamento de valor para um conjunto de ações governamentais, vi-
1212
sando informar a sociedade e subsidiar os tomadores de decisão. Con-
tudo, é importante lembrar que todo método de avaliação é tão somente
um instrumento que sinaliza caminhos, em direção a rumos que devem
ser estabelecidos com o apoio e inclusão de mecanismos participativos
e democráticos.
Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas (United
Nations Environment Programme) – UNEP – os indicadores podem se
transformar em uma importante ferramenta para tornar acessível a in-
formação científica e técnica para os diferentes grupos de usuários. A
função dos indicadores é resumir a grande quantidade de dados, tor-
nando acessível o seu entendimento.
Os índices são instrumentos que medem cada indicador, atribuin-
do-lhe valores numéricos, ou são resultados da combinação de várias va-
riáveis ou parâmetros em um só valor, assumindo um peso relativo a cada
componente do índice. Eles permitem observar e acompanhar a situação
do meio ambiente, o impacto e as consequências dos processos de desen-
volvimento sobre os recursos naturais, as funções ecológicas e as inter-re-
lações entre os diferentes fatores do desenvolvimento (MONTEIRO, 2006).
A agregação de indicadores para a formação dos índices exige,
geralmente, que diferentes medidas sejam transformadas em uma esca-
la. A transformação em escala comum é acompanhada pelo desenvolvi-
mento de um esquema que tenta expressar a distribuição diferencial de
cada um dos dados, conforme critérios específicos de decisão. Entre os
critérios de padronização ou uniformização de indicadores, podem ser
mencionadas as funções lineares (contínuas ou segmentadas), funções
não lineares (contínuas ou segmentadas) e o método de normalização.

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Este último é muito empregado por órgãos ambientais, sendo empregado
na confecção, por exemplo, do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
das Nações Unidas. A padronização tem por finalidade expressar os indi-
cadores em unidades comparáveis entre si (GUIMARÃES, 2009).
Bossel (1999 apud CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010)
enfatiza a importância de indicadores, quando afirma que para saber
se uma rota de desenvolvimento está na direção da sustentabilidade, é
necessária a aplicação de indicadores apropriados.
O indicador permite obter informações sobre uma dada realida-
de (MITCHELL, 1996 apud CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010).
Assim, é possível sintetizar um conjunto complexo de informação que
servirão como um instrumento de gestão.
Cunha (2003) afirma que os indicadores despontam como instru-
mentos que analisam e acompanham os processos de desenvolvimento,
além disso, servem de subsídios para a formulação de políticas públicas
e monitoram a execução dessas. Assim, os indicadores de sustentabilida-
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de mostram-se capazes de mensurar a tendência à sustentabilidade em
inúmeras dimensões, apresentada por determinado processo, objeto ou
lugar, observando as escalas espaciais e temporais dos acontecimentos.
Bouni (1996 apud) ressalta que não há a possibilidade de de-
terminar a sustentabilidade de um sistema considerando apenas um
indicador ou indicadores que se referem a apenas um aspecto do sis-
tema. Ou seja, a sustentabilidade é determinada por um conjunto de
fatores (social, ambiental e econômico) que devem ser contemplados.
Assim, ao avaliar a sustentabilidade, é preciso analisar o conjunto
de indicadores. O ideal é que todas as relações (direta ou indiretas) entre
os aspectos econômico, social e ambiental sejam consideradas. Portanto,
para mensurar a sustentabilidade, é fundamental a integração entre inúme-
ras informações advindas de uma pluralidade de áreas de conhecimento.
Para sua efetiva utilização, os indicadores devem possuir:
• características representativas e científicas;
• ser quantificáveis,
• ser simples e de fácil interpretação e divulgação;
• apresentar tendências ao longo do tempo e indicar com ante-
cedência o surgimento das irreversíveis;
• ser sensíveis a mudanças no ambiente ou na economia;
• ser referente a dados já existentes ou coletados a custos ra-
zoáveis e possibilitar atualizações a intervalos regulares de tempo;
• ser baseados em dados confiáveis e possuir um parâmetro
com que possam ser comparados (GILBERT, FEENSTRA, 1999 apud
CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010).
Os indicadores são usados pelos planejadores como instru-
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mentos que permitem a avaliação de uma situação e sua possível evo-


lução. Para cada um dos elementos de um fenômeno em particular é
preciso identificar os critérios relevantes em sua avaliação, em relação
ao seu peso no conjunto e, principalmente, a inter-relação entre um
conjunto de indicadores.
Quando se tratar da gestão urbana, três pontos importantes
devem ser considerados na escolha de indicadores:
(1) identificação do plano estratégico proposto e, por conse-
guinte, os objetivos maiores a serem alcançados;
(2) seleção de indicadores relevantes, válidos e objetivos; e,
(3) obtenção, manutenção e atualização viáveis, econômica e
operacionalmente.
Com o desenvolvimento de indicadores que objetivam avaliar a
sustentabilidade de um sistema, aumenta a possibilidade de se avançar
efetivamente em direção a mudanças consistentes, com o intuito de
solucionar os inúmeros problemas ambientais e sociais levantados. Po-
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rém, isso será possível se a preocupação com o planeta, em toda sua
complexidade, for efetiva (CORRÊA; GALHARTE; OLIVEIRA, 2010).
Falamos em indicadores de uma maneira geral, agora vamos
voltar as considerações para os indicadores mais específicos ao meio
ambiente.
Estudos de Rocha (2008) mostram que o monitoramento das
condições do meio ambiente, sistema natural que envolve um emara-
nhado de outros complexos sistemas, surgiu como desafio para os ato-
res da sociedade civil e gestores públicos e privados no sentido de ga-
rantir as necessidades da geração atual sem comprometer a habilidade
de que as futuras gerações possam prover as suas.
Para se ter uma ideia ou visão da realidade em que se encon-
tra um determinado sistema, uma das alternativas viáveis e práticas é
a mensuração dos níveis de qualidade e quantidade dos seus compo-
nentes. Para a implementação do conhecimento do nível de qualidade
em que se encontra um dado ambiente natural, os índices e indicadores
mostram-se como ferramentas eficazes, no sentido de tornar os dados
técnicos mais facilmente utilizáveis e assimiláveis.
Segundo Ramos (1996) e Marn (1995), citado por Ramos
(1997), é necessária a associação dos seguintes conceitos a indicado-
res e índices para um melhor entendimento:
(i) parâmetro – corresponde a uma grandeza que pode ser me-
dida com precisão ou avaliada qualitativamente, e que considera rele-
vante para a avaliação dos sistemas ambientais;
(ii) indicador – parâmetros selecionados e considerados isolada-
mente ou combinados entre si, sendo de especial pertinência para refletir

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determinadas condições ambientais (normalmente são utilizados como
pré-tratamento, isto é, são efetuados tratamentos aos dados originais,
tais como médias aritméticas simples, percentis, medianas, entre outros);
(iii) subíndice – constitui uma forma intermédia de agregação
entre indicadores e índices;
(iv) índice – corresponde a um nível superior de agregação, no
qual, após aplicado um método de agregação aos indicadores e/ou aos
subíndices é obtido um valor final; os métodos de agregação podem
ser aritméticos (e.g. linear, geométrico, mínimo, máximo, aditivo) ou
heurísticos (e.g. regras de decisão); os algoritmos heurísticos são nor-
malmente preferidos para aplicações de difícil quantificação, enquanto
os restantes algoritmos são vocacionados para parâmetros facilmente
quantificáveis e comparáveis com padrões.
Ainda segundo Ramos (1997), os indicadores e os índices são
projetados para simplificar a informação sobre fenômenos complexos
de modo a melhorar a comunicação. Podem ser aplicados em uma série
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de situações problemas como:
a) atribuição de recursos;
b) classificação de locais;
c) cumprimento de normas legais;
d) análise de tendências;
e) informação ao público;
f) investigação científica (RAMOS, 1997).
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Eco-
nômico (OCDE) apresenta quatro grandes grupos de aplicações de in-
dicadores:
(i) avaliação do funcionamento dos sistemas ambientais;
(ii) integração das preocupações ambientais nas políticas se-
toriais;
(iii) contabilidade ambiental;
(iv) relato do estado do ambiente (ROCHA, 2008).
Segundo Oliveira (2003), os indicadores medem aspectos qua-
litativos e/ou quantitativos relativos ao meio ambiente, à estrutura, aos
processos e aos resultados, podendo ser uma taxa ou coeficiente, um
índice, um número absoluto ou um fato.
- Taxa/coeficiente é o número de vezes que um evento ocorreu
dividido pelo número de vezes que ele poderia ter ocorrido, multiplicado
por uma base e definido no tempo e no espaço.
- Índice é a razão entre dois números ou a razão entre deter-
minados valores.
Indicador e índice são termos empregados na maioria das ve-
zes, como sinônimos e em outras vezes com significados distintos, se-
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guindo a tendência atual.


Bollmann (2001 apud ROCHA, 2008) separa em três fases o
desenvolvimento histórico dos indicadores ambientais:
• a primeira, marcada pela departamentalização do conheci-
mento – [...] os indicadores ambientais basearam-se quase que exclu-
sivamente em variáveis que, na realidade, consistiam em medidas de
grandezas físicas, químicas ou biológicas consideradas importantes
para descrever o objeto (indicadores primários);
• em segunda fase, estruturas de agregação de variáveis (so-
matório, produtório, operadores máximo e mínimo, médias aritméticas,
geométricas, harmônicas, etc.) foram utilizadas não apenas para aglu-
tinar informação de mesma natureza, mas já estabelecendo algumas
metodologias para congregar variáveis de diferentes espécies (indica-
dores secundários). [...];
• uma terceira fase pode ser caracterizada nessa abordagem,
não pela estruturação de indicadores inovadores, mas pela forma de
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análise dos resultados. Ao contrário das fases anteriores, em que se
tem a produção de índices numéricos que permitem uma interpretação
unidimensional (considerando apenas um aspecto da realidade), como
representantes dessa fase se enquadram os indicadores multinível, que
permitem uma apreciação multidimensional dos resultados.
A ação de medir reverte-se em uma ferramenta indispensável
para se colocar em prática políticas norteadoras do desenvolvimento
humano, vindo a ajudar na percepção dos tomadores de decisão e cida-
dãos quanto aos aspectos analisados no planejamento dos investimen-
tos a serem realizados com base no estado atual do ambiente em que
se pretende atuar (BOLLMANN, 2001 apud ROCHA, 2008).
Os indicadores sociais e ambientais analisados dentro de uma
ótica que os inter-relacionam, permitem uma nova reflexão entre o homem
e a natureza mediante a avaliação da qualidade socioambiental, (SANTOS
et al., 2005). Esta afirmação reforça a ideia da qualidade ambiental como
fruto da interação do homem com seus aspectos econômicos e sociocultu-
rais e o ambiente em que vive e que pode ser mensurada através de uma
ferramenta indicativa do nível em que se encontra (ROCHA 2008).

CLASSIFICAÇÃO DE INDICADORES AMBIENTAIS

A seleção de variáveis ambientais e a síntese e integração de tais


variáveis para auxiliar na quantificação do impacto de uma ação, tem sido
um dos principais problemas para o processo da avaliação ambiental. A
flexibilidade auxilia na compreensão dos critérios adotados para a seleção

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das variáveis ambientais que serão utilizadas como indicadores, bem como
o grau de dependência e influência entre estes parâmetros. Os elementos
ambientais apresentam inúmeras inter-relações, por esse motivo deve-se
tratar o problema partindo do uso de indicadores individuais, depois agre-
gá-los permitindo sua comparação e interação para avaliar o nível de inte-
ração no conjunto (GIRALDO, 1999 apud RUFINO, 2002).
O Instituto de Recursos Internacionais (WRI) propõe para a es-
colha dos indicadores a divisão em três tipos:
a) os que analisam a oferta ambiental – permitem detectar a
existência de recursos;
b) os que analisam a sensibilidade ou vulnerabilidade ambien-
tal – acusam os processos de degradação ambiental;
c) os que analisam a produção – estabelecem os problemas de
rendimento quando são analisados os processos naturais com base em
recursos naturais.
Devido às singularidades de cada região, as características ecos-
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sistêmicas e antrópicas são diferentes, não se pode falar em indicadores
universais. Considerando-se as características dos indicadores, pode-se
estabelecer uma ordem hierárquica, dividindo-os em níveis distintos:
• indicadores de terceiro nível – consideram-se como subcom-
ponentes do sistema ambiental. São macroindicadores, os abióticos,
bióticos e socioeconômicos;
• indicadores de segundo nível – estabelecem padrões de im-
portância na área estudada e agrupam indicadores específicos de pri-
meiro nível, sendo conhecidos como os diferentes meios de cada um
dos subcomponentes. São indicadores de segundo nível, o meio geoló-
gico, meio geomorfológico, meio climático, meio edáfico, meio hidrológi-
co, vegetação, fauna, meio social, meio econômico, meio cultural, meio
demográfico, meio paisagístico;
• indicadores de primeiro nível ou específicos – trata-se de in-
dicadores quantificáveis, que se caracterizam por determinar padrões
especiais e funcionais dos ecossistemas, definindo unidades ecológicas
e de paisagem. Estes indicadores devem ser submetidos a análise de
influência-dependência, a fim de identificar quais são os mais importan-
tes e quais são os mais vulneráveis dentro do ecossistema.
Os indicadores podem ser classificados, também de acordo
com o uso que o homem faz do meio natural. Assim, têm-se:
• indicadores fontes – meio como fonte de bens e serviços. Ex.: re-
servas de bosques, reservas de água, taxa de extração, reservas minerais;
• indicadores sumidouros – meio como local de descarga de
contaminantes. Ex.: emissão de contaminantes, quantidade de resíduos
sólidos, eutrofização, carga de DBO;
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• indicadores de suporte ou de acolhida – meio como local


onde se realizam as atividades minerais, agropecuárias e industriais.
Ex.: capacidade de renovação, uso potencial do solo, biodiversidade.

TIPOS DE INDICADORES AMBIENTAIS

De acordo com Giraldo (1999 apud RUFINO, 2002), o sistema


para se fazer a classificação dos indicadores, baseia-se na informação
de que um indicador é uma única característica ou uma manipulação
matemática de diversas variáveis ambientais. Assim, podem-se citar os
seguintes tipos de indicadores ambientais:
• indicadores geológicos e geomorfológicos – chamados de
geoindicadores, são definidos como magnitudes e tendências dos pro-
cessos geológicos e fenômenos que acontecem num intervalo de tempo
de um século, ou menos, na superfície terrestre, sujeitos a variações
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de importância para compreender as rápidas mudanças ambientais. Os
geoindicadores avaliam a influência dos processos geológicos sobre o
homem e vice-versa. Podem ser classificados em geoindicadores geo-
lógicos, geomorfológicos, geotécnicos e hidrogeológicos;
• indicadores físico-químicos – são utilizados para avaliar as
condições físico-químicas da água, podendo ser utilizadas para algu-
mas medições do solo e do ar. Pode-se citar: DBO, DQO, matéria or-
gânica, temperatura cor, turbidez, sólidos totais, metais, condutividade,
salinidade, pH, oxigênio dissolvido, entre outros;
• indicadores hídricos – esses indicadores são variáveis abióticas
que indicam um processo ou estado do ecossistema aquático, caracteri-
zando-o através de variáveis físico-químicas e suas variações espaço-tem-
porais. Podem ser de correntes, níveo da água, oxigênio, temperatura, pro-
fundidade, uso do recurso hídrico, qualidade do rio tratamento de dejetos;
• indicadores climáticos – indicam variações das condições at-
mosféricas no que diz respeito à composição e presença de determina-
das substâncias contaminantes, além de incluir, também, as variáveis
do tipo meteorológicas. Estão incluídos a precipitação, temperatura,
umidade relativa, ventos, evapotranspiração, balanço hídrico, classifi-
cação climática, emissões atmosféricas, qualidade do ar, variações no
nível de ruídos, emissões de CO2, SOx e NOx;
• bioindicadores – trata-se de variáveis biológicas, ecológicas,
espécies, ou populações que ao darem respostas às mudanças de um
gradiente físico-químico, mostram um grau de tolerância, ou então, em
condições de resistência, stress ou morte. Um organismo indicador é
escolhido por sua sensibilidade ou tolerância a várias classes de conta-

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minantes ou a seus efeitos. Podem ser citados os bentos , fitoplancton,
macrófitas aquáticas, peixes, macroinvertebrados litorâneos, biodiversi-
dade, biomassa, espécies raras, espécies endêmicas, espécies em pe-
rigo de extinção, indicadores de desmatamento, usos do recurso fauna,
áreas protegidas, entre outros;
• indicadores bacteriológicos – indicam a presença ou a ausência
de microrganismos patogênicos. Podem ser os coliformes fecais, colifor-
mes totais, streptococos fecais, mesófilos aeróbios, mesófilos anaeróbios;
• indicadores edafológicos – indicam as condições ambientais
dos solos. Pode-se citar aptidão de uso, classificação agroedafológica,
características físico-químicas, cobertura vegetal, superfícies afetadas
por qualidade, erosão, uso de fertilizantes;
• indicadores paisagísticos – indicam o aspecto estético e cul-
tural de um determinado local. Citam-se contrastes cromáticos, vista
panorâmica, ângulo de incidência visual;
• indicadores sociais – indicam o nível de desenvolvimento de uma
19
determinada região. Podem ser citados os núcleos populacionais urbanos
e rurais, educação, saúde, moradia, serviços básicos, atividades agrícolas,
pecuárias, minerais, organizações comunitárias, sítios arqueológicos, po-
pulação, crescimento econômico, entre outros (RUFINO, 2002).
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ÍNDICE DE INSALUBRIDADE
AMBIENTAL (ISA)

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Ao longo da história, o aumento das concentrações urbanas re-
flete a busca pela melhoria qualitativa nas condições de vida da popula-
ção. Dentre os aspectos relacionados à qualidade de vida, um dos mais
importantes é o da preservação da saúde humana. Assim, a salubridade
ambiental urbana permite integrar fatores intervenientes na qualidade
de vida e do meio ambiente numa visão holística (BATISTA, 2005).
A construção de instrumentos para mensurar temas como o
de salubridade ambiental, tem levado à utilização de sistemas de indi-
cadores ambientais, visto que sua aplicação tem promovido a melhoria
da qualidade de vida em dimensão social e ambiental (BATISTA, 2005).
Peres e Mendiondo (2004) relatam que o planejamento ambiental
permite definir cenários e indicadores que contribuam para uma avaliação
constante do nível de sustentabilidade do processo socioeconômico, com o
objetivo de subsidiar a implantação de políticas ambientais públicas.
2121
Segundo Piza (2000), a Câmara Técnica de Planejamento, ins-
tituída pela Deliberação n° 04/97, do Conselho Estadual de Saneamento
— CONESAN – São Paulo, com o objetivo de elaborar o Relatório de Salu-
bridade Ambiental e de propor diretrizes para aplicação de recursos, criou
o Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) para facilitar as suas ações.
Este Indicador, em conjunto com as informações complemen-
tares dos Comitês de Bacias Hidrográficas, em especial das Câmaras
Técnicas de Saneamento e Planejamento, permitirá a identificação das
demandas para melhoria dos serviços de abastecimento de água, cole-
ta e tratamento de esgotos e coleta e disposição final do lixo urbano; a
elaboração de programas corretivos e preventivos de controle de veto-
res; e, a formulação de uma política de investimentos compatível com a
capacidade de cada município e de pagamento dos usuários.
A medida que se vençam etapas na quantidade e qualidade
dos serviços, devem ser incorporadas novas variáveis e novos padrões
a serem atingidos, mantendo o setor aquecido, propiciando uma segu-
rança de seus usuários.
O Indicador deve ser lido como uma bateria de exames de la-
boratório em que a interpretação do resultado é mais importante do que
o seu valor numérico, e em muitos casos serão necessários exames
complementares para se ter o diagnóstico final de cada município, bem
como a indicação dos “tratamentos terapêuticos” recomendados.
Calmon, Neumann e Aguiar (2008) utilizaram o ISA, que con-
templa indicadores de abastecimento de água, esgotamento sanitário,
limpeza pública, drenagem urbana, controle de vetores, recursos hídri-
cos e a situação socioeconômica para um loteamento numa área de
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preservação ambiental, justificando ser primordial para a avaliação da


salubridade ambiental dessa região, visto que condições sanitárias ade-
quadas são necessárias para fornecer segurança, higiene e saúde à
população, além de minimizar impactos negativos ao meio ambiente,
especialmente em áreas protegidas.

ESTRUTURAÇÃO DO INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL

De acordo com o Manual Básico do ISA (PIZA, 2000), este é


calculado pela média ponderada de indicadores específicos e relacio-
nados, direta ou indiretamente, com a salubridade ambiental, através da
seguinte fórmula:

22
O Quadro abaixo apresenta os componentes, subindicadores e a
finalidade da utilização de cada um dos indicadores que compõem o ISA.

Componentes, Subindicadores e Finalidade do ISA

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

23
Fonte: Piza (1999, p. 497).

No cálculo do IAB (Indicador de Abastecimento de Água), por


exemplo, são utilizados os subindicadores ICA (Indicador de Abasteci-
mento de Água), IQA (Indicador da Qualidade da Água Distribuída), ISA
(Indicador de Saturação do Sistema Produtor); e assim sucessivamente
(CALMON; NEUMANN; AGUIAR, 2008).
O Manual Básico do ISA não estabelece um critério de cálculo
específico do IQB (Indicador Qualidade da Água Bruta). Sugere apenas
uma pontuação baseada na utilização de poços para abastecimento de
água, segundo sua necessidade de tratamento. Portanto, para pontu-
ação desse indicador, pode-se adotar o método utilizado por Batista
(2005), baseado na Resolução CONAMA Nº 357/2005.
A questão da pontuação referente a cada indicador foi alvo de
várias discussões realizadas nas reuniões da Câmara Técnica de Pla-
nejamento do CONESAN/SP. Como resultado, pode-se concluir que os
valores obtidos pelos indicadores são pontuados em uma escala cuja
variação seja de 0 (zero) a 100 (cem).
Caso os indicadores apresentem questões que envolvam risco
para algum morador, a pontuação não será realizada de acordo com
uma escala variável de valores, mas sim através do seguinte critério:
não há risco de vida (100 pontos), há risco de vida (zero ponto).

Critérios e Pontuações para Classificação de Águas de Mananciais


INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Batista (2005).

Assim, o ISA será calculado pela média ponderada dos indicado-


res propostos, abrangendo as diferentes variáveis e subindicadores que o
compõem. Será possível também reunir e apresentar sinteticamente a situ-
ação de salubridade ambiental de cada município por meio de um valor nu-
mérico. Por meio do resultado obtido será possível comparar, de um modo
equitativo, todos os municípios do Estado de São Paulo (PIZA, 2000).

24
ÍNDICE DE QUALIDADE DE ATERRO
DE RESÍDUOS (IQAR OU IQR)

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


O Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos – IQAR – é um
instrumento criado pelo Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Do-
miciliares do Estado de São Paulo e, conforme expresso no Manual de
Gerenciamento Integrado, IPT / CEMPRE (2000), é apenas exemplifica-
tivo, o que permite alterações (GUIMARÃES, 2009).
É composto por quarenta e uma variáveis, sendo essas divi-
didas em três macro conjuntos: características do local, infraestrutura
implantada e condições operacionais. É plotado em um formulário, que,
quando preenchido, permite alcançar uma nota que enquadra as ins-
talações de destinação final de resíduos urbanos em três condições:
inadequadas, controladas ou adequadas. Desta maneira, permite esta-
belecer um critério único de avaliação em todo o estado.
A classificação atingida pelo IQAR padroniza as avaliações das
condições ambientais das instalações, o que o torna um importante ins-
2525
trumento de decisão para a continuidade de operação ou o fechamento
de um local de disposição de lixo.
Auxilia, ainda, no estabelecimento de medidas corretivas, vi-
sando à evolução da área para galgar uma avaliação satisfatória e a
licença de operação. Em São Paulo, tornou-se um instrumento bem su-
cedido por contar com apoio jurídico do Termo de Ajuste de Conduta –
TAC – estabelecendo um comprometimento entre municípios e estado
(MONTEIRO, 2006).
Ainda de acordo com o mesmo autor, este trabalho é realizado
desde 1997, permitindo comparar e aferir as ações de controle implemen-
tadas pela instituição, fornecendo subsídios para os programas desenvolvi-
dos. Os itens e subitens do IQAR estão relacionados da seguinte maneira:
O item I, ou o macro conjunto referente às Características do
Local, conta com os seguintes subitens:
a. capacidade de suporte do solo; proximidade de núcleos ha-
bitacionais;
b. proximidade de corpos d’água; profundidade do lençol freático;
c. permeabilidade do solo;
d. disponibilidade de material para recobrimento;
e. qualidade do material para recobrimento;
f. condições do sistema viário, trânsito, acesso;
g. isolamento visual da vizinhança;
h. legalidade da localização.
O item II, macro conjunto da Infraestrutura Implantada, con-
templa os seguintes subitens:
a. cercamento da área; portaria/guarita;
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

b. impermeabilidade da base do aterro;


c. drenagem de chorume;
d. drenagem de águas pluviais definitiva;
e. drenagem de águas pluviais provisória;
f. trator de esteiras ou compatível; outros equipamentos;
g. sistema de tratamento do chorume;
h. acesso à frente de trabalho;
i. vigilantes;
j. sistema de drenagem de gases;
k. controle do recebimento de cargas;
l. monitorização de águas subterrâneas;
m. atendimento a estipulações de projeto.
O terceiro item, referente às condições operacionais, se com-
põe dos subitens:
a. aspecto geral; ocorrência de lixo descoberto;
b. recobrimento do lixo;
26
c. presença de urubus, gaivotas;
d. presença de moscas em grande quantidade;
e. presença de catadores;
f. criação de animais (bois, etc.);
g. descarga de resíduos do serviço de saúde;
h. descarga de resíduos industriais;
i. funcionamento da drenagem pluvial definitiva;
j. funcionamento da drenagem pluvial provisória;
k. funcionamento da drenagem do chorume;
l. funcionamento do sistema de tratamento do chorume;
m. funcionamento do sistema de monitoramento das águas
subterrâneas;
n. eficiência da equipe de vigilância;
o. manutenção dos acessos internos (GUIMARÃES 2009).
Diversos estudos foram realizados sobre a qualidade ambien-
tal em aterros sanitários, entre eles cita-se:
Barros Júnior et al. (2004) realizaram um diagnóstico sobre a
disposição final dos resíduos sólidos urbanos na cidade de Maringá, no
estado do Paraná, concluindo a necessidade urgente de uma manipula-
ção adequada para a disposição final dos resíduos urbanos da cidade,
a qual foi observada pela avaliação qualitativa dos impactos ambientais,
causados pela disposição final inadequada e confirmada por meio do
Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos – IQAR (2,85).
Guizard et al. (2006) realizaram um diagnóstico ambiental no
aterro sanitário na cidade de Limeira/SP, com o objetivo de verificar o
desempenho da implantação de medidas de controle para melhoria da

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


qualidade ambiental. Os IQARs foram 7,6; 7,4; 8,5; 6,8; 7,8; 7,9; 9,0 para
os respectivos anos 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003, sendo
considerado adequado e controlado na classificação da CETESB.
Rowe Júnior (2007) realizou o diagnóstico ambiental do aterro
sanitário do município de Cascavel – PR, com objetivo de obter da-
dos referentes à contaminação, proveniente da disposição dos resíduos
sólidos urbanos, monitorando o fluxo de contaminantes originados do
aterro sanitário, com base num diagnóstico conjugado utilizando-se de
análise de solo (feitas por meio de perfurações localizadas ao longo da
área do aterro), qualidade do percolado, e monitoramento do lençol fre-
ático. Os resultados demonstraram os locais em que o percolado teve
influência na qualidade do solo e maiores níveis de variação no pH do
solo nas áreas próximas ao aterro e menores variações nas áreas pró-
ximas ao sistema de monitoramento. Quanto às águas subterrâneas, o
sistema de monitoramento do aterro estava possivelmente comprometi-
do devido à contaminação por águas superficiais.
27
Com relação a trabalhos de poluição/contaminação de águas
subterrânea e superficial provenientes de aterro sanitário segundo Si-
sinno & Moreira (1996 apud SANTOS 2008), os resultados encontrados
no aterro controlado do Morro do Céu no município de Niterói no Estado
do Rio de Janeiro, apresentaram que a qualidade das águas superficiais
e subterrâneas é ruim, destacando-se a presença de coliformes nas
amostras analisadas, além da evidência – nas águas superficiais – de
grande carga de compostos orgânicos expressos pelos valores de DQO
e DBO5,20 e das concentrações de Fe, Mn, Ni e Zn acima dos limites
permissíveis pela legislação ambiental.
Nas águas do córrego Mata-Paca na área de influência do ater-
ro controlado do Morro do Céu as concentrações de Fe e Mn dissolvidos,
Ni (ambas coletas) e Zn (segunda coleta) observadas, encontram-se
acima daquelas recomendadas como valores máximos permissíveis,
que estabelece a classificação das águas de acordo com seus usos
preponderantes (SISINNO; MOREIRA, 1996 apud SANTOS, 2008).
As águas subterrâneas do aterro controlado do Morro do Céu
estão em desacordo com os padrões de potabilidade estabelecidos pela
Portaria nº 36 do Ministério da Saúde, vigente no período do estudo,
uma vez que todas as amostras analisadas mostravam-se contamina-
das com organismos do grupo coliforme. Esta contaminação, entretan-
to, não pode ser atribuída exclusivamente à ação do chorume, uma vez
que foi constatada também a possibilidade de influência de águas de
infiltração (SISINNO; MOREIRA, 1996 apud SANTOS 2008).
Os estudos apresentados acima mostram a importância dos in-
dicadores para atestar a qualidade dos aterros, mantê-los, modificá-los
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

ou até mesmo proceder ao seu fechamento.

28
INDICADORES PARA QUALIDADE
DO SOLO (IQS)

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


Estudos de Cordeiro et al (2004) nos alertam que o uso inade-
quado e intensivo de áreas exploradas pelas atividades antrópicas, tem
proporcionado um declínio importante da fertilidade natural dos solos.
Os sistemas naturais modificados pela ação humana dão ori-
gem a áreas alteradas, podendo ter sua capacidade melhorada, conser-
vada ou diminuída, em relação ao sistema. Quando essa alteração se
associa a processos que ocasionam a perda da capacidade produtiva
do agrossistema, diz-se que as áreas estão degradadas.
Silva et al (2011) citando Zalamena (2008) elenca como prin-
cipais responsáveis pela degradação das terras, as práticas agrope-
cuárias inadequadas, como o pastoreio intensivo, sistema de culturas
anuais e o desmatamento. A utilização e tráfego de máquinas agrícolas
também alteram substancialmente a estrutura dos solos, com modifica-
ções nas condições que determinam o ambiente de crescimento radicu-
2929
lar. A degradação se acentua após a remoção da vegetação nativa, em
consequência da remoção de nutrientes e da matéria orgânica sem a
devida reposição, levando, em algum momento, à inviabilidade da pro-
dução agrícola, o que caracteriza um avançado estágio de degradação.
Para medirmos as condições do solo e entendermos como um
processo, uma reação ou um comportamento o modifica, para na se-
quência agirmos, ou seja, responder às atividades antrópicas, temos
os indicadores da qualidade do solo (IQS). Estes podem ser físicos,
químicos ou edáficos.
Como dizem Araújo, Goedert e Lacerda (2007, p. 1099), os
impactos ambientais podem ser avaliados através do estabelecimento
de índices de qualidade do solo, quando biomas são incorporados ao
processo produtivo, de maneira extensiva ou intensiva. Assim, pode-se
ter um importante instrumento no controle, fiscalização e monitoramen-
to de áreas destinadas à proteção ambiental. Estabelecer um indicador
simples e confiável para a avaliação dos atributos do solo é um dos
desafios atuais das pesquisas. Portanto, esta qualidade pode ser quan-
tificada através de alguns de suas características como as propriedades
físicas, químicas e biológicas, que permitam o monitoramento das mu-
danças no estado de qualidade do solo, a médio e longo prazo.

INDICADORES FÍSICOS

O monitoramento da qualidade do solo pelos indicadores físicos


é importante para manutenção e para avaliação de sua sustentabilidade.
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Vários atributos do solo foram estudados para avaliação de sua quali-


dade em relação à erosão hídrica, entre eles, a quantidade de matéria
orgânica, a densidade do solo, sua porosidade, resistência à penetração
e permeabilidade do solo à água, em diferentes sistemas de manejo de
solo na região dos cerrados. Beutler (2000), estudando um solo latossolo
vermelho distrófico típico verificou que a densidade do solo apresentou
implicações diretas sobre a porosidade e infiltração de água no solo. Os
valores de densidade do solo, naquele experimento, variaram de 0,83 a
1,19 Mg/m3 para o cerrado nativo e plantio direto, respectivamente.
A densidade do solo é calculada pela relação entre a massa
do solo seco e o volume total, sendo afetada pela cobertura vegetal,
teor de matéria orgânica, uso e manejo do solo (CORSINE; FERRAU-
DO,1999; SILVA et al., 2000 apud SILVA et al., 2011).
A densidade aparente ‘Da’ pode ser calculada a partir da ex-
pressão abaixo, conforme Embrapa (1997):
Da=massa de solo seco (g)/volume de solo seco (cm³) ou
30
Da=massa de solo seco (Mg)/volume de solo seco (m³)
Densidade com valor entre 1,27 e 1,57 Mg/m3 é restritiva ao
crescimento radicular e à infiltração de água no solo, conforme Alvaren-
ga e Davide (1999 apud SILVA et al., 2011); Corsine e Ferraudo (1999
apud SILVA et al., 2011). Entretanto, o limite crítico para densidade é de
1,40 Mg/m3 que aumenta com a diminuição do teor de argila do solo,
como pesquisou Arshad et al (1996 apud SILVA et al., 2011).
Zalamena (2008 apud SILVA et al., 2011), trabalhando em áre-
as de Argissolos Vermelhos, Nitossolos, Argissolos, Cambissolos e Ne-
ossolos, verificou que a porosidade total (Pt) se comportou da mesma
maneira que os valores da macroporosidade do solo e inversamente
proporcional a densidade do solo (Ds), sendo influenciada significativa-
mente pelos diferentes sistemas de manejo, nas duas profundidades e
nos três locais avaliados, com os maiores valores sendo encontrados
nas áreas de mata nativa.
Araújo, Goedert e Lacerda (2007) definiram porosidade como
sendo a proporção do volume do solo que não é ocupada por partículas
sólidas e esse espaço poroso é por onde a água e o ar fluem.

INDICADORES QUÍMICOS

O modelo agroquímico adotado em larga escala no contexto de


desenvolvimento agrícola no cerrado brasileiro, por exemplo, como base
para implantação de monoculturas e extensas pastagens, tem por base
a aplicação de adubos, corretivos e outras práticas de manejo para a

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


obtenção de produções economicamente viáveis. Esta adubação e corre-
ção trazem alterações químicas na camada superficial do solo, geralmen-
te com intensidade proporcional ao emprego de máquinas nos sistemas.
Esta intensidade de mecanização, aplicada nas áreas sob o
cerrado, atua promovendo alterações na estrutura do solo, interferindo
nos mecanismos responsáveis pelo transporte de nutrientes e por con-
sequência, em sua disponibilidade (ALVARENGA e DAVIDE, 1999 apud
SILVA et al., 2011). Segundo o mesmos autores, vários elementos quí-
micos podem ser úteis como indicadores da qualidade do solo, como as
determinações de pH, Alumínio, Cálcio, Magnésio, Potássio, Enxofre,
Carbono orgânico, boro e Manganês, de várias áreas estudadas
Segundo Reichert et al. (2003 apud SILVA et al., 2011) outro
indicador importante na determinação da qualidade do solo é a ma-
téria orgânica (MO), porque mantém relação com várias propriedades
físicas, químicas e biológicas. A MO é considerada como um eficiente
indicador para determinar a qualidade do solo modificada por sistemas
31
de manejo. Além da influência do manejo de culturas e preparo do solo,
a MO é influenciada pela adição de fertilizantes químicos e materiais or-
gânicos, que atuam melhorando os processos biológicos de decompo-
sição e mineralização da matéria orgânica do solo (LEITE et al., 2003).
Para Bayer e Mielniczuk (1997), na formação de agregados do
solo, a MO é de fundamental importância, pois estabiliza os agregados
formados pela aproximação das partículas minerais. Por este motivo, sis-
temas agrícolas que menos revolvem o solo e adicionam mais resíduos
podem deter a degradação da qualidade estrutural de solos cultivados
e também promover a recuperação daqueles que já foram degradados.

BIOINDICADORES EDÁFICOS

Baretta (2007 apud SILVA et al., 2011), pesquisando os atri-


butos edáficos como indicadores da qualidade ambiental, com Arau-
cária angustifolia, verificou que o estudo dos indicadores biológicos da
qualidade do solo é importante para entender os processos ecológicos
envolvidos naqueles sistemas, posto que a fauna edáfica atua na de-
composição e mineralização da matéria orgânica e nos atributos físicos,
químicos e biológicos do solo.
Em seu trabalho, o autor estudou vários organismos edáficos
utilizados como bioindicadores, entre os quais algumas espécies de co-
lêmbolos, cupins (Isóptera), tatuzinhos (Isopoda), aranhas (Arachnida),
centopéias (Chilopoda), piolhos-de-cobra (Diplopoda), minhocas (Oligo-
chaeta), moluscos (Mollusca) e algumas formigas (Hymenoptera), entre
outros, com menor frequência. Nos ecossistemas, as minhocas têm sido
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

consideradas como excelentes bioindicadores de distúrbios no ambiente.


Conforme Andrade (2000), as partes das plantas caem no solo
e são decompostas em seguida pelas comunidades edáficas, como
Isópoda, Diplópoda, Oligachaeta e Isóptera. Esta fauna edáfica se ali-
menta dos detritos, de modo direto, atuando em sua fragmentação e na
mineralização dos compostos mais simples. Os microartrópodes, em
geral, têm nos microrganismos sua fonte de carbono e regulam as po-
pulações microbianas. Diferentemente, Araneae, Opilionida, Chilopoda
e Pseudoscorpionida atuam como predadores sobre os saprófagos e
micrófagos, exercendo desta maneira o controle populacional destes
invertebrados. A decomposição é o resultado da sinergia das atividades
entre os animais e microrganismos.
Abaixo temos um esquema didático dos fatores e causas que
determinam a sustentabilidade do solo.

32
Fatores e causas que determinam a sustentabilidade do solo

Fonte: LAL (1999 apud SILVA et al., 2011, p. 07)

As ações antrópicas, como o manejo e uso do solo, promovem


alterações na densidade do solo, em sua porosidade e na infiltração de
água. O tráfego de máquinas agrícolas provoca a compactação do solo,
com diminuição da porosidade e degradação de sua estrutura. Como

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


consequência das práticas agropecuárias ocorre redução da biodiversi-
dade da fauna edáfica.
Assim, a avaliação e o monitoramento dos impactos ambien-
tais podem ser realizados através do estabelecimento de indicadores
físicos, químicos ou biológicos da qualidade do solo.
Novas pesquisas deverão surgir para o estudo das interações
entre os atributos do solo anteriormente citados, tornando possível o es-
tabelecimento de um conjunto de indicadores da sustentabilidade para
o uso e recuperação de solos degradados, haja vista a complexidade
intrínseca dos ecossistemas naturais.
Mudanças no modelo de agronegócio se fazem necessárias
para a preservação dos solos. Neste sentido, várias perspectivas se
abrem para a agricultura sustentável, como a possibilidade de adoção
de manejos conservacionistas, incluindo o cultivo mínimo, o plantio di-
reto, os sistemas agroflorestais e o reflorestamento.
Alternativas à adubação química como o uso frequente e inten-
33
sivo de diferentes tipos de adubos orgânicos e de biofertilizantes, asso-
ciados à rotação de culturas, adubação verde, cultivos de cobertura e a
eliminação do uso de agrotóxicos, podem contribuir para a sustentabili-
dade dos sistemas agrícolas. Porém, é preciso ter em mente que ape-
nas a substituição de agroquímicos por adubos orgânicos manejados de
modo incorreto pode não ser a solução, podendo inclusive contaminar
o solo e limitar o desenvolvimento e funcionamento dos ciclos naturais.
É importante levar em conta as ações químico-biológicas com-
binadas, resultantes dos processos ativos do solo, que se intercalam
entre as atividades antrópicas e o crescimento das plantas.
Além disso, é necessário considerar que o manejo da agricultura
envolve a interação social, integrada a sistemas econômicos. Portanto,
qualquer enfoque fundamentado simplesmente na tecnologia ou na alte-
ração do manejo da agricultura pode resultar no aparecimento de novas
relações sociais, de um novo tipo de relação entre homens e o meio am-
biente, alterando, em diferentes intensidades, a autonomia e capacidade
de exercer a cidadania (CAPORAL et al., 2009 apud SILVA et al., 2011).
Neste contexto, a agricultura deverá ser norteada pela agroe-
cologia que possui fundamentos científicos e metodológicos para pro-
mover a sustentabilidade dos sistemas agrícolas e também por ter uma
base epistemológica que reconhece a interdependência existente entre
o sistema social e o sistema ecológico, ou seja, a cultura antrópica em
evolução com o ambiente natural (SILVA et al., 2011).
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

34
INDICADORES DE QUALIDADE
DO AR

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONA-
MA) nº 03/90 considerando o previsto na Resolução CONAMA nº 05/89,
que instituiu o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar “PRO-
NAR”, estabeleceu os padrões de qualidade do ar, como as concentrações
de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a
segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora
e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral (Art. 1º).
Estes padrões são baseados em estudos científicos dos efei-
tos produzidos por poluentes específicos e foram fixados em níveis de
forma a propiciar uma margem de segurança adequada. Os padrões
nacionais foram estabelecidos pelo IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente – e aprovados pelo CONAMA – Conselho Nacional de Meio
Ambiente, por meio da Resolução CONAMA nº 03/90.
Dessa forma, foram estabelecidas quatro categorias que clas-
3535
sificam a qualidade do ar, em função das quantidades e concentrações
dos níveis de poluentes atmosféricos encontrados em determinadas
áreas. Assim, o ar foi classificado como:
I - impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;
II - inconveniente ao bem-estar público;
III - danoso aos materiais, à fauna e flora;
IV - prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às
atividades normais da comunidade.
O enquadramento dessas categorias é definido pelo limite má-
ximo para a concentração de um poluente na atmosfera, com o objetivo
de garantir a proteção da saúde e do meio ambiente. Os parâmetros
regulamentados são os seguintes: partículas totais em suspensão, fu-
maça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono,
ozônio e dióxido de nitrogênio (Cetesb 2013)
A Resolução CONAMA nº 03/90 estabeleceu dois tipos de pa-
drões de qualidade do ar: os primários e os secundários. São padrões
primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que, ul-
trapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser enten-
didos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes
atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo. São
padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes
atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o
bem-estar da população, assim, mais restritivo, preveem o mínimo dano
à fauna e à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem
ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes,
constituindo-se em meta de longo prazo.
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

O estabelecimento de padrões secundários objetiva a criação de


políticas de prevenção da degradação da qualidade do ar. Devem ser apli-
cados às áreas de preservação e não se aplicam, pelo menos em curto
prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem ser aplicados os padrões
primários. A mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabe-
lecida a classificação das áreas, os padrões aplicáveis serão os primários.
A determinação sistemática da qualidade do ar se dá pela me-
dição dos Indicadores da Qualidade do Ar:
• partículas totais em suspensão (PTS), fumaça e partículas inalá-
veis – estes Indicadores representam materiais sólidos e líquidos em sus-
pensão na atmosfera, como poeira, pó e fuligem. O tamanho das partículas
é o critério utilizado para a classificação destes materiais. Partículas mais
grossas ficam retidas no nariz e na garganta, provocando incômodo e irri-
tação, além de facilitar que doenças como gripe se instalem no organismo.
Poeiras mais finas podem causar danos ao aparelho respiratório e carre-
gar outros poluentes “de carona” para os alvéolos pulmonares, provocando
36
efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer;
• dióxido de enxofre - SO2 – a emissão de dióxido de enxofre
está principalmente relacionada com o uso de combustíveis de origem
fóssil, contendo enxofre, tanto em veículos quanto em instalações in-
dustriais. Por ser um gás altamente solúvel nas mucosas do trato aéreo
superior, pode provocar irritação e aumento na produção de muco, des-
conforto na respiração e o agravamento de problemas respiratórios e
cardiovasculares. Outro efeito relacionado ao SO2 refere-se ao fato de
ser um dos poluentes precursores da chuva ácida, efeito global de polui-
ção atmosférica, responsável pela deterioração de diversos materiais,
acidificação de corpos d'água e destruição de florestas;
• monóxido de carbono - CO – a emissão de monóxido de car-
bono está relacionada diretamente com o processo de combustão tanto
em fontes móveis, motores à gasolina, diesel ou álcool, quanto de fon-
tes fixas industriais. Esse gás é classificado como um asfixiante sistê-
mico, pois é uma substância que prejudica a oxigenação dos tecidos.
Os efeitos da exposição dos seres humanos ao CO estão associados
à diminuição da capacidade de transporte de oxigênio na combinação
com hemoglobina do sangue. Uma vez que a afinidade da hemoglobina
com CO é 210 vezes maior que com o oxigênio, a carboxihemoglobina
formada no sangue pode trazer graves consequências como confusão
mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cere-
brais e, em casos extremos, morte aos seres humanos;
• Ozônio - O3 – o ozônio é um gás composto por três áto-
mos de oxigênio, invisível, com cheiro marcante e altamente reativo.
Quando presente nas altas camadas da atmosfera (estratosfera) nos

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


protege dos raios ultravioletas do sol. Quando formado próximo ao solo
(troposfera) comporta-se como poluente tóxico. É o principal represen-
tante do grupo de poluentes designados genericamente por oxidantes
fotoquímicos, sendo formado pela reação dos hidrocarbonetos e óxidos
de nitrogênio presentes no ar, sob ação da radiação solar. Pode causar
irritação dos olhos e redução da capacidade pulmonar, agravar doenças
respiratórias, diminuir a resistência contra infecções e ser responsável
por disfunções pulmonares, como a asma. O ozônio interfere na fotos-
síntese e causa danos às obras de arte e estruturas metálicas;
• dióxido de nitrogênio - NO2 – é formado pela reação do óxi-
do de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera. Pode
provocar irritação da mucosa do nariz, manifestada através de coriza,
e danos severos aos pulmões, semelhantes aos provocados pelo enfi-
sema pulmonar. Além dos efeitos diretos à saúde, o NO2 também está
relacionado à formação do ozônio e da chuva ácida.

37
MODELO DE QUALIDADE AMBIENTAL
ADOTADO POR MINAS GERAIS
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Como vimos, a definição de indicadores ambientais tem como


objetivo compor um método para a avaliação de desempenho da políti-
ca pública de meio ambiente. Os Indicadores constituem-se em instru-
mentos de avaliação, que devem ser adequados às realidades ambien-
tal e socioeconômica da região a ser avaliada.
O desenvolvimento de método de avaliação de política públi-
ca consiste em buscar um julgamento de valor para um conjunto de
ações governamentais, visando informar a sociedade e subsidiar os to-
madores de decisão. Contudo, é importante lembrar que todo método
de avaliação é tão somente um instrumento que sinaliza caminhos, em
direção a rumos que devem ser estabelecidos com o apoio e inclusão
de mecanismos participativos e democráticos.
O presente método foi desenvolvido para a realidade de países
em desenvolvimento e aplicado ao Estado de Minas Gerais. O marco
3838
referencial para o método desenvolvido contemplou os principais as-
pectos e impactos ambientais observados em Minas Gerais, que foram
analisados segundo o método Pressão/Estado/Resposta, validado por
experiências nacionais e internacionais.
Os indicadores identificados foram agregados em seis temas – Ar,
Água, Solo, Biodiversidade, Institucional e Socioeconomia – e submetidos
a um processo de escolha e priorização por meio do método Delphi, painel
de especialistas, levantando opiniões de 150 especialistas e tomadores de
decisão na política pública de meio ambiente, em âmbito nacional.
Esse processo, além de reduzir a subjetividade implícita ao
tema, permitiu a definição e atribuição de pesos aos indicadores, em
função das prioridades a eles conferidas, para fundamentar a composi-
ção de um índice ambiental, mantendo a agregação segundo os temas
previamente definidos.
O modelo foi testado no Estado de Minas Gerais, para o pe-
ríodo de 1977 a 2003, sendo aplicado anualmente a partir de 2004.
Os resultados encontrados no estudo de caso e anos subsequentes,
indicam que ele é satisfatório, coerente e de fácil aplicação, permitindo
a identificação de pontos críticos decorrentes da implementação da po-
lítica de meio ambiente.
Verifica-se que os sistemas água e biodiversidade representam
mais de 50% do índice, confirmando a sua importância estratégica na
implementação da política pública de meio ambiente em Minas Gerais,
que detém as maiores reservas de água no Brasil, fora da bacia ama-
zônica. Por outro lado, a priorização da dimensão ambiental, propria-
mente dita, pode ser observada pela representação dos sistemas Ar,

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


Água, Solo e Biodiversidade, com valores superiores a 80% do índice.
O modelo também prioriza os indicadores de qualidade ambiental evi-
denciando avaliações de efetividade, e não apenas eficiência e eficácia,
para as políticas implementadas.
Sugerimos a leitura do documento completo para analisarem
os resultados obtidos pelo Estado de Minas Gerais. Ele se encontra
disponível na internet: http://www.semad.mg.gov.br/images/stories/indi-
cadores/2009/indicadores-ambientais-2009-publicado-junho-2011.pdf

1) Ar

1.1) Ar-1 Partículas Inaláveis – PM10 -

As partículas inaláveis, também denominadas de PM10, são


39
partículas de diâmetro inferior a 10 mícrons, que penetram no aparelho
respiratório, podendo atingir os brônquios e os alvéolos pulmonares e
causar alergias, asma, irritação crônica das mucosas, bronquite, enfi-
sema pulmonar e pneumoconiose, definida como o acúmulo de pó nos
pulmões e as reações do tecido pulmonar à presença deste pó.
O indicador AR-1 é calculado, anualmente, pela porcentagem do
número de amostras em atendimento ao padrão de 50 µg/m³ de ar, em
relação ao número total de amostras para o parâmetro PM10. A metodo-
logia adotada para o Estado considera a qualidade do ar Boa quando as
concentrações médias, durante um período de 24 horas, não ultrapas-
sam o padrão estabelecido para a média anual, que é de 50 µg/m³ de ar.

1.2) Índice Ar

O Índice Ar é composto apenas pelo indicador AR-1, pondera-


do pelo coeficiente 0,131, valor do peso relativo desse indicador. Assim,
tem-se IAR = 0,131 AR-1, sendo:
AR-1 = % medições com valores < 50 µg/m³, para PM10
AR-1 = % medições com valores < 80 µg/m³, para PTS.
AR-1 = % medições com valores < 10 µg/m2/30 dias, para PS.

2) Água

2.1) AG-1 Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO


INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

A DBO é definida como a quantidade de oxigênio consumida na


oxidação biológica de matéria orgânica presente nas águas, constituindo-
-se no parâmetro mais utilizado para medir a poluição de origem orgânica.
A matéria orgânica ocorre naturalmente nas águas, em nível
reduzido, em razão da decomposição de folhas, fezes e animais mortos
de origem silvestre. O aumento da concentração de matéria orgânica
nas águas é provocado principalmente por despejos de esgotos de na-
tureza orgânica de origem doméstica ou industrial
O indicador AG-1 é calculado pela porcentagem do número
de amostras de DBO em atendimento aos padrões estabelecidos pela
Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08, em função da
classe do trecho do curso de água amostrado, em relação ao número
total de amostras, ponderado pelo coeficiente 0,047. Para o período até
2004, a referência adotada foi a Resolução CONAMA n° 20/86, enquan-
to que de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 357/05 e em
40
2008 a Resolução Conjunta COPAM / CERH nº 01/2008.

2.2) AG-3 Coliformes Termotolerantes

As bactérias do grupo coliformes são ainda consideradas os


principais indicadores de contaminação fecal, tendo grande importância
para relacionar qualidade de água com a saúde da população. Este
indicador é de grande significado para as políticas públicas de saúde,
uma vez que no país ainda é muito relevante a incidência de doenças
de veiculação hídrica, transmitidas pela via feco-oral.
O indicador AG-3 é calculado pela porcentagem do número de
amostras de Coliformes termotolerantes em atendimento aos padrões es-
tabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08,
em função da classe do trecho do curso de água amostrado, em relação ao
número total de amostras, ponderado pelo coeficiente 0,06. O parâmetro
coliformes fecais pode ser substituído por Escherichia coli, conforme pre-
visto na Resolução CONAMA 357/05 de 18 de março de 2005.

2.3) AG-4 Oxigênio Dissolvido – OD

O oxigênio encontrado dissolvido nas águas provém natural-


mente de processos cinéticos de transferências gasosas e fotossintéti-
cas, sendo fundamental para a sobrevivência das comunidades aquá-
ticas aeróbicas, que necessitam do oxigênio para seus mecanismos de
respiração. O teor de oxigênio dissolvido nas águas varia em função da

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


temperatura da água e da pressão atmosférica – diretamente proporcio-
nal à pressão e inversamente à temperatura.
O indicador AG-4 é calculado pela porcentagem do número de
amostras de Oxigênio dissolvido em atendimento aos padrões estabe-
lecidos pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 1/08,
em função da classe do trecho do curso de água amostrado, em relação
ao número total de amostras, ponderado pelo coeficiente 0,0047. Para
o período até 2004, a referência adotada foi a Resolução CONAMA n°
20/86, de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 357/05 e em
2008 a Resolução Conjunta COPAM / CERH nº 01/2008.

2.4) AG-5 Toxidez Alta

O índice de contaminação por toxidez, considerado no Índice


de Qualidade das Águas – IQA desenvolvido pela agência ambiental
41
norte americana (EPA) e adaptado pelo CETEC, considera as seguintes
substâncias: amônia, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cianetos, cobre,
cromo hexavalente, fenóis, mercúrio, nitritos, nitratos e zinco. A violação
do padrão de uma única substância que compõe o índice é o suficiente
para se verificar a desconformidade.
A metodologia para a conceituação do nível de toxidez se dá a
partir dos seguintes critérios:
• alta toxidez – valores superiores a duas vezes o padrão de
referência;
• média toxidez – valores entre 1,5 a 2 vezes o padrão de re-
ferência;
• baixa toxidez – valores entre 1,2 a 1,5 vezes o padrão de
referência;
• nenhuma – até 1,2 vezes o valor do padrão de referência.
O indicador AG-5 é calculado pela porcentagem do número de
amostras de índice de contaminação por toxidez alta, em atendimento
aos padrões estabelecidos pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/
CERH nº 1/08, em função da classe do trecho do curso de água amostra-
do, em relação ao número total de amostras, ponderado pelo coeficiente
0,047. Para o período até 2004, a referência adotada foi a Resolução CO-
NAMA n° 20/86, de 2005 a 2007 foi adotada a Resolução CONAMA 357/05
e em 2008 a Resolução Conjunta COPAM/CERH nº 01/2008.

2.5) AG-12 Porcentagem de População com Esgotos Tratados ou


Dispostos Adequadamente
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Um dos aspectos mais importantes da poluição das águas, em


países em desenvolvimento, está relacionado com o lançamento de es-
gotos domésticos “in natura” nos corpos de água, sem nenhum tipo de
tratamento, representando elevado potencial de transmissão de doen-
ças de veiculação hídrica.
O indicador AG-12 é calculado, anualmente, pela porcentagem
da população urbana com tratamento de esgoto em relação à popu-
lação urbana total, devendo ser ponderado pelo coeficiente 0,081. O
padrão de referência é 100% de população urbana com tratamento.
O Índice Água é composto pelos indicadores AG-1, AG-3, AG-
4, AG-5 e AG-12, ponderados pelos respectivos pesos, sendo calcula-
do, anualmente pela expressão: IÁGUA = 0,047 (AG-1 + AG-4 + AG-5)
+ 0,060 AG-3 + 0,081 AG-12, sendo:
• AG-1 = % medições com valores < padrão da classe;
• AG-3 = % medições com valores < padrão da classe;
42
• AG-4 = % medições com valores > padrão da classe;
• AG-5 = % medições com valores < duas vezes os padrões da
classe;
• AG-12 = % de população urbana com esgoto tratado.

3) Solo

3.1 SL-2 Porcentagem de População com Disposição adequada de


Lixo

Os resíduos sólidos urbanos, comumente denominados lixo,


lançados indiscriminadamente no solo, constituem-se também em um
dos maiores problemas ambientais nos países em desenvolvimento. Os
depósitos a céu aberto – lixões – são focos de proliferação de vetores
como moscas, baratas e ratos, que podem transmitir doenças como
amebíases, diarréias, helmintoses, febre tifoide e paratifoide, peste bu-
bônica e leptospirose, além de provocar poluição do solo e das águas.
O cálculo deste indicador é realizado apenas para a população
urbana, a exemplo do cálculo para tratamento de esgotos, e o padrão
de desempenho estabelecido é de 100% para a disposição adequada
dos resíduos sólidos urbanos.
O indicador SL-2 é calculado, anualmente, pela porcentagem
da população urbana com disposição adequada de lixo em relação à
população urbana total, ponderado pelo coeficiente 0,1291, valor do
peso relativo desse indicador.

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


3.2) SL- 5 Quilograma de Agrotóxico/Hectare de Área Cultivada

Os agrotóxicos são substâncias químicas, herbicidas, insetici-


das, fungicidas, acaricidas, nematicidas, bactericidas, vermífugos, hor-
mônios e adubos químicos, usados na lavoura, pecuária e mesmo no
ambiente doméstico. A utilização de agrotóxicos teve início na década
de 1920 para proteger a agricultura contra as pragas que atacavam as
plantações, mas foi após a segunda guerra mundial que sua utilização
teve grande expansão. No Brasil, a sua utilização tornou-se mais inten-
sa a partir da década de 1960.
Na ausência de padrões ou referências bibliográficas para de-
finição de padrão de desempenho, considerou–se a taxa de 1,5 kg de
produto/ha como uma meta de referência desejada, levando-se em con-
ta as menores taxas de aplicação de agrotóxico no mundo.
43
O indicador SL-5 é calculado pela razão entre a quantidade de
agrotóxico comercializado, pela área cultivada no Estado de Minas Ge-
rais. Os agrotóxicos comercializados na forma líquida foram convertidos
em quilos, tomado como base uma densidade média de 1,2. Este valor
foi disponibilizado pela ANDEF – Associação Nacional de Defesa Vegetal.
Os dados referentes à área cultivada são obtidos através do
IBGE, somando-se os valores referentes à área plantada das lavouras
permanentes e temporárias em todo o Estado. Tendo em vista o cro-
nograma de disponibilização dos dados pelo IBGE, a partir do ano de
2004, o indicador foi calculado utilizando-se os valores de área plantada
do ano anterior ao ano calculado, ou seja, para o ano de 2005 foram
utilizados os valores referentes ao ano de 2004.
Os dados referentes à venda de agrotóxicos no Estado até o ano
de 2006 foram obtidos através do Sindicato Nacional da Indústria de Pro-
dutos para Defesa Agrícola – SINDAG. Para o cálculo do indicador foram
considerados os valores referentes à quantidade de produto comercial ven-
dida no Estado. A partir do ano de 2007, foram considerados os dados
referentes à comercialização de princípio ativo para o cálculo do indicador.

3.3) Índice Solo

O Índice Solo é composto pelos indicadores SL-2 e SL-5, pon-


derados pelos respectivos pesos, sendo calculado, anualmente, pela
expressão: ISOLO = 0,129 SL-2 + 0,059 SL-5, sendo:
• SL-2 = % de população urbana com disposição adequada de
lixo;
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

• SL-5 = Quilograma de agrotóxico / hectare cultivado.

4) Biodiversidade

4.1 BD-1 Porcentagem de Área com Vegetação Nativa em Relação


à Área Total

Os dados referentes às áreas remanescentes com vegetação


nativa são fornecidos pelo IEF, proveniente do monitoramento da cober-
tura vegetal do Estado, via satélite, com fotointerpretação. Este trabalho
foi iniciado na década de 1990, com a publicação dos primeiros resulta-
dos para o ano de 1994.
Após longa interrupção, os trabalhos foram retomados, apre-
sentando dados relativos a partir de 2003. O indicador é obtido pelo
44
quociente entre o somatório das áreas com vegetação nativa e a área
total do Estado.
Os valores da cobertura vegetal nativa do Estado são atualiza-
dos a cada dois anos.
A meta de referência para o estabelecimento de padrão de de-
sempenho para este indicador foi de 70%, considerando que o método
para o levantamento dos dados não dispõe de avaliação qualitativa.
Dessa forma, são computadas áreas em regeneração e, também, em
estado de degradação.
O indicador BD-1 é calculado, anualmente, pela porcentagem
de área com cobertura vegetal nativa em relação à área total da região
avaliada, no caso o Estado de Minas Gerais, ponderado pelo coeficiente
0,093, valor do peso relativo desse indicador.

4.2) BD-2 Porcentagem de Áreas Preservadas em Relação à Área


Total

Foram consideradas áreas preservadas as unidades de conser-


vação de proteção integral – Parques, Reservas, Monumentos Naturais,
Refúgios da Vida Silvestre e Estações Ecológicas –, que são criadas por
lei, com áreas adquiridas pelo poder público, destinadas à proteção da
biodiversidade, com usos disciplinados pela Lei Nacional de Unidades
de Conservação – SNUC – e as Reservas Particulares do Patrimônio
Natural – RPPN, que são áreas privadas, gravadas em cartório, com os
mesmos objetivos, não podendo ser utilizadas para outras finalidades.

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


O padrão de desempenho adotado é o de 10% da área total da
região avaliada, no caso, o Estado de Minas Gerais, critério sugerido
durante o Congresso Mundial de Parques em 1982.
O indicador é calculado anualmente pela expressão BD-2 =
X/10, obtida pela linearização dos pontos (10; 1) e (0; 0), sendo X o valor
em % de áreas protegidas em relação à área total. O indicador deve ser
ponderado pelo coeficiente 0,077, valor do peso relativo desse indicador.

4.3) BD-6 Porcentagem de Área Desmatada em Relação à Área Total

Os desmatamentos no Estado de Minas Gerais são controla-


dos pelo IEF, segundo autorizações emitidas, a partir da análise das de-
mandas e de vistorias de campo, que são registradas em sistema pró-
prio. A essas áreas foram somadas as áreas de desmatamentos ilegais,
registradas por autos de infração pelo IEF. O padrão de desempenho
45
adotado foi o de desmatamento zero.
O indicador é calculado anualmente pela expressão BD-6 =
(1 – X), obtida pela linearização dos pontos (0; 1) e (1; 0), sendo X o
valor em % de áreas desmatadas em relação à área total do Estado. O
indicador deve ser ponderado pelo coeficiente 0,055.

4.4) Índice Biodiversidade

O Índice Biodiversidade é composto pelos indicadores BD-1,


BD-2 e BD-6, ponderados pelos respectivos pesos, sendo calculado,
anualmente, pela expressão: IBIOD = 0,093 BD-1 + 0,077 BD-2 + 0,055
BD-6, sendo:
• BD-1 = % cobertura vegetal nativa no Estado no ano;
• BD-2 = % áreas protegidas no Estado no ano ;
• BD-6 = % de área desmatada em relação à área total do Estado.

5) Institucional

5.1) IT-1 Porcentagem de Recursos Públicos para Meio Ambiente


em Relação ao Total Executado

Este indicador é obtido, anualmente, pelo quociente entre os


recursos destinados aos órgãos responsáveis pela execução da política
pública de meio ambiente e o total de recursos destinados ao poder
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

executivo. Os dados são relativos ao orçamento executado, portanto


realizado, e não previsto. O padrão de desempenho adotado foi a refe-
rência canadense com o valor de 2%.
O indicador é calculado anualmente pela expressão IT-1 = (0,5
X), obtida pela linearização dos pontos (2; 1) e (0; 0), sendo X o valor
em % do orçamento executado para meio ambiente em relação ao or-
çamento total executado do poder executivo. O indicador deve ser pon-
derado pelo coeficiente 0,079, valor do peso relativo desse indicador.

5.2) Índice Institucional

O Índice Institucional é composto apenas pelo indicador IT-1,


devendo ser ponderado pelo coeficiente 0,079, valor do peso relativo
desse indicador. Assim, tem-se IINST = 0,079 IT-1, sendo:
IT-1 = % do orçamento executado para meio ambiente em rela-
46
ção ao total executado para o poder executivo, no ano.

6) Socioeconomia

6.1) SE-4 Mortalidade Infantil

A taxa de mortalidade infantil é um indicador largamente utiliza-


do no mundo inteiro, obtido a partir da razão entre o número de óbitos
de crianças menores de um ano de vida e o número de nascidos vivos
em um mesmo ano civil, utilizando-se a base de 1.000 nascidos vivos
para expressá-lo.
O padrão de desempenho utilizado para a mortalidade infantil foi o
de três óbitos para cada 1.000 nascidos vivos, índice verificado em países
como Holanda, Suécia e Cingapura, considerados lideranças mundiais.
O indicador é calculado anualmente pela expressão SE-4 = (100 –
X)/97, obtida pela linearização dos pontos (3; 1) e (100; 0), sendo X o valor
em número de óbitos por cada 1.000 nascidos vivos. O indicador deve ser
ponderado pelo coeficiente 0,095, valor do peso relativo desse indicador.
Para os anos de 2006 e 2007, utilizou-se para o cálculo os
valores referentes ao ano de 2005, tendo em vista a indisponibilidade
de dados mais atuais e para o ano de 2008 foram utilizados valores re-
ferentes 2006. Para o ano de 2009 foram utilizados os valores de 2008.
IDPA - Índice de Desempenho de Política Pública de Meio Am-
biente – IDPA
O Índice para a avaliação do desempenho da política públi-

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


ca de meio ambiente é calculado pelo somatório dos índices Ar, Água,
Solo, Biodiversidade, Institucional e Socioeconômica, dado pela seguin-
te expressão: IDPA = IAR + IÁGUA + ISOLO + IBIOD + IINST + ISOCE.
Para a classificação do IDPA são propostos os níveis constan-
tes na tabela abaixo:

Fonte: FEAM-MG (2008).


47
INDICADORES ESPECÍFICOS
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Bioindicadores são espécies animais ou vegetais que indicam


precocemente a existências de modificações biológicas ou abióticas de
um ambiente. São organismos que ajudam a detectar alterações am-
bientais antes que essas se agravem.
Dentre as vantagens do biomonitoramento podemos citar:
• avaliar riscos impostos por poluentes em ecossistemas;
• detectar níveis crônicos ou agudos de contaminação do ar;
• integrar fatores endógenos da planta que possam influenciar
a resposta à poluição;
• integrar fatores externos demonstrando efeitos sinérgicos e
aditivos;
• ampliação da área monitorada (baixo custo/vegetação).
Ressaltemos que não é capaz de substituir os métodos analí-
4848
ticos, mas sim complementá-los, ajudando numa análise de risco am-
biental (FURLAN, 2008).

PLANTAS BIOINDICADORAS

Segundo Pedroso (2007), na literatura, as alterações causadas


pelos poluentes atmosféricos nas plantas mais citadas são:
- o aumento ou a diminuição na produção de algumas enzimas
(ANTONIELLI et al. 1997, PASQUALINI et al., 2003);
- alterações genéticas (GUIMARÃES et al. 2000, KLUMPP et
al., 2006);
- alterações quantitativas e qualitativas de metabólitos;
- aumento na concentração de hormônios vegetais relaciona-
dos ao estresse (DJAK & ORMOND, 1982);
- aumento ou diminuição da respiração;
- distúrbios na fotossíntese (HEATH 1994, PÄÄKKÖNEN et al.
1998, KOLB & MATYSSEK 2001, GEROSA et al., 2003); e,
- alterações na abertura e no fechamento estomático (SCHAUB
et al., 2005).
Consequentemente, essas alterações levam à sintomas como
clorose e necrose em tecidos e órgãos, que podem evoluir, levando o
indivíduo à morte (MANNING & FEDER 1980, LARCHER, 2000).
Em decorrência dessas alterações, organismos ou comuni-
dades de organismos que reagem de forma previsível e quantificável
a perturbações ambientais, por meio de alterações nas suas funções

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


vitais ou composição química, podem ser usados para avaliação da ex-
tensão das mudanças em seu ambiente, são denominados organismos
bioindicadores (ARNDT & SCHWEIZER, 1991).
De Temmerman et al (2004) classificaram as plantas bioindica-
doras em quatro grandes grupos:
a) bioindicadoras – plantas que apresentam sintomas visíveis
como necroses, cloroses e distúrbios fisiológicos, tais como redução no
crescimento, redução no número e diâmetro das flores;
b) biosensoras – plantas que reagem aos efeitos dos poluentes
aéreos com efeitos não visíveis, apresentando alterações moleculares,
celulares, fisiológicas e bioquímicas;
c) bioacumuladoras – plantas que também não apresentam
sintomas visíveis, e são menos sensíveis aos poluentes aéreos, porém
acumulam partículas de poeira e gases dentro dos seus tecidos;
d) biointegradoras – aquelas que indicam o impacto da polui-
ção por intermédio do aparecimento, desaparecimento ou mudança na
49
densidade da população ou até de comunidades.
As plantas bioindicadoras são utilizadas em programas de bio-
monitoramento, que é o método que faz uso da vida para identificar e/
ou caracterizar mudanças ambientais induzidas pela ação humana (AR-
NDT & SCHWEIZER, 1991).
Existem inúmeros programas de biomonitoramento no mundo,
destacando-se o Programa de Biomonitoramento do Ozônio realizado
pelo USDA – Forest Service's/Forest Inventory and Analysis (FIA) que
monitora o impacto do ozônio troposférico em áreas florestais.
No Brasil ainda não existem programas de biomonitoramento
nesses níveis, porém existem grupos de pesquisa que empregam plantas
bioindicadoras. Dentre eles destacam-se estudos com plantas bioindica-
doras já consagradas ou com espécies nativas com tal potencial, visan-
do, sob diferentes enfoques, avaliar o efeito da poluição atmosférica em
algumas localidades do país, como Salvador (LIMA et al., 2000, KLUMPP
et al. 2003), São Paulo (DOMINGOS et al., 1998; BATALHA et al., 1999;
FERREIRA et al., 2000; GUIMARÃES et al., 2000; ALVES et al., 2001;
DOMINGOS et al., 2002; MORAES et al., 2002; ALVES et al., 2003; AL-
VES, 1995), Viçosa (PRADO-FILHO, 1993; CHAVES et al., 2002; SILVA
et al., 2005; SILVA et al., 2005b) e Curitiba (ALVES, 2001; BUJOKAS,
2001, MARANHO, et al. 2006). (Todos citados por PEDROSO, 2007).

GEOINDICADORES

Segundo a OCDE (1993), define-se indicador como um parâ-


INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

metro ou um valor derivado de parâmetros que fornece informações ou


descrições sintéticas a respeito de um fenômeno ou estado de uma área,
com sua significância estendendo-se além daquela associada ao valor.
Segundo o Instituto Nacional de Ecologia (1987 apud RUFINO,
2002), a ideia dos indicadores ambientais surgiu em 1987, no Canadá e na
Holanda. Nesse mesmo ano, a United Nations Educational, Scientific and
Cultural Organization (UNESCO) apresentou uma proposta de inclusão
dos diversos indicadores já existentes na gestão ambiental. Em 1989, a
OECD, numa postura semelhante à da UNESCO, propôs o uso de indica-
dores ambientais nas tomadas de decisões sociais e econômicas em fun-
ção da crescente preocupação com as questões ambientais e da necessi-
dade de muitos países e setores econômicos de buscar o desenvolvimento
sustentável. Nesse período, a definição de indicadores ambientais já era
semelhante à empregada pela Environmental Protection Agency (EPA),
como sendo um valor numérico derivado de medições da pressão, estado
ou condição ambiental, ecológica ou saúde humana, em um domínio geo-
50
gráfico específico, cuja tendência representa a evolução do meio ambiente.
Conforme a definição, estes visam representar a evolução do
meio ambiente, mas para a obtenção dessas informações, é necessária
a aquisição de indicadores específicos que representem os componen-
tes do meio. O agrupamento dessas informações permite determinar o
estado ambiental.
Tais ações impulsionaram o desenvolvimento de vários indica-
dores.
Os geoindicadores surgiram da necessidade verificada de aper-
feiçoar os indicadores do meio físico, que representavam apenas os pro-
cessos de superfície e eram tratados isoladamente, levando a Interna-
tional Union of Geological Sciences (IUGS) a estabelecer, em 1992, por
meio da Commission on Geological Sciences for Environmental Planning
(COGEOENVIRONMENT), o desenvolvimento de indicadores geológi-
cos que permitissem identificar, rapidamente, mudanças no meio am-
biente, resultando, em 1996, na compilação de uma lista de checagem,
disponibilizada na internet, com o formato padrão de quais indicadores
apropriados podem ser selecionados, modificados e solicitados. A “inicia-
tiva geoindicador” é um esforço para a divulgação dos geoindicadores no
meio científico cujo site hospeda a lista de checagem (BOLMANN, 2001).
Os geoindicadores são medidas (magnitudes, frequências, ta-
xas e tendências) de processos geológicos e fenômenos que ocorrem
na/ou próximo da superfície terrestre e estão sujeitos a mudanças, que
são significativas para o entendimento das alterações ambientais num
período de cem anos ou menos. São medidas de alta resolução em
curto prazo, dominantemente mudanças não biológicas em ambientes

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


geológicos, que podem causar perturbações irreversíveis ao ecossis-
tema numa escala ou outra. Estão incluídas tanto alterações rápidas
(eventos catastróficos) como processos mais lentos, que são geralmen-
te evidentes na escala de vida humana (BERGER & IAMS, 1996 apud
HIRAI; AUGUSTO FILHO, 2005).
Apesar da importância de alguns processos mais lentos, como
a tectônica das placas, as subsidências de bacias, a formação de mi-
nerais carbonáticos e a diagênese, eles são excluídos (BERGER, 1997
apud HIRAI; AUGUSTO FILHO, 2005).
Os geoindicadores, assim como as tecnologias empregadas
em sua parametrização, não são novos, pois se baseiam em procedi-
mentos e métodos de monitoramento padrões.
A novidade consiste na tentativa de agrupá-los dentro de uma
estrutura conceitual comum e enfatizar aos não geólogos sua utiliza-
ção na avaliação ambiental (BERGER, 2002 apud HIRAI; AUGUSTO
FILHO, 2005).
51
Apesar de o conceito acima ser novo, o termo geoindicador já
era e continua sendo utilizado pela geoquímica na definição dos parâ-
metros usados na investigação de áreas inacessíveis (GIGGENBACH,
1983; FRONDINI et al., 2004 apud HIRAI; AUGUSTO FILHO, 2005).
Deve-se observar ainda que alguns dos geoindicadores já são
utilizados em outras ciências, como de qualidade de águas superficiais
e subterrâneas e de fluxos das águas superficiais.
Na tabela a seguir são apresentados os 27 geoindicadores pro-
postos até o momento. Eles estão ordenados em função de sua rele-
vância para a dinâmica ambiental brasileira.

Geoindicadores e graus de influência dos fatores naturais e antrópicos.


INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

1 - fortemente influenciado
52
2 - pode ser influenciado
3 - sem influência significativa
Fonte: Hirai e Augusto Filho (2005 Modificado de Simões, 1997).

No Quadro seguinte é apresentada uma síntese da descrição


dos principais geoindicadores e os autores dos trabalhos que fizeram o
seu uso e que não estão inclusos em Berger & Iams (op. cit.) e no site
da “iniciativa geoindicador” (HIRAI; AUGUSTO FILHO, 2005).

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

53
Descrição resumida dos principais geoindicadores propostos.
Modificado de http://www.lgt.lt/geoin/
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

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INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS
A ausência de informações confiáveis sobre o estado do am-
biente tem sido um entrave para o perfeito planejamento das políticas
ambientais, bem como de sua avaliação. O desenvolvimento de indicado-
res ambientais veio a permitir informações de caráter técnico e científico.
Neimanis & Kerr (1996, p. 369 apud TAVARES; CRUZ; LOLLO,
2007) definem indicadores ambientais como sendo parâmetros que re-
presentam ou resumem aspectos do estado do ambiente, e a relação
entre as atividades humanas e os recursos naturais.
A International Union of Geological Sciences estabeleceu, em
1992, na Comissão de Ciências Geológicas para Planejamento Ambien-
tal (COGEOENVIRONMENT) um grupo de pesquisa para desenvolver
indicadores geológicos, presidido por A. R. Berger.
A partir desse trabalho veio a introdução do conceito de geoin-
dicadores, em 1996, com a publicação do livro Geoindicators: Assessing
Rapid Environmental Changes in Earth Systems editado por Antony R.
Berger e William J. Iams.
Para Berger (1996, p. 5-6 apud TAVARES; CRUZ; LOLLO,
2007), geoindicadores são medidas de superfície ou próximo da su-
perfície de fenômenos e processos geológicos que variam significativa-
mente no período de 100 anos ou menos e que proveem informações
para avaliações ambientais.
Segundo Tavares; Cruz e Lollo (2007), os 27 indicadores do
primeiro quadro foram propostos por Berger (1997). Eles descrevem
eventos catastróficos ou graduais e colaboram na determinação do que
está acontecendo no ambiente, fornecendo indicativos do que a admi-
nistração pode fazer para combater esses processos.
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

No quadro abaixo temos esses mesmos indicadores, com o


acréscimo das mudanças ambientais.

56
Fonte: Berger (1997 apud TAVARES; CRUZ; LOLLO, 2007).

Essa lista de geoindicadores tem o propósito de facilitar o mo-


nitoramento dos processos geológicos e parâmetros que possam ser
importantes para a sustentabilidade ambiental dos ecossistemas e a
ocupação humana.
Os geoindicadores baseiam-se em conceitos e procedimentos
padrão, podendo ser usados para evidenciar mudanças em ambientes

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


fluviais, costeiros, desérticos, montanhosos, de geleiras, e outras áreas.
Têm o objetivo de auxiliar no início das pesquisas, podendo, em muitos
casos, necessitar da integração de vários desses ao mesmo tempo.
Esta listagem inicial deverá ser revisada e aperfeiçoada sempre que se
achar necessário, com o intuito de atender às expectativas geradas e às
novas necessidades que venham surgir.
Berger (1997 apud TAVARES; CRUZ; LOLLO, 2007) ainda
acrescenta que o conceito de geoindicadores reúne ferramentas normati-
vas em geomorfologia, hidrologia, geoquímica, geofísica, sedimentologia,
e outras áreas em um formato útil a profissionais ambientais e adminis-
tradores, convencendo da importância de processos geológicos rápidos
e determinando a condição de paisagens e ecossistemas; avaliando im-
pactos ambientais, monitorando ecossistemas, e inspecionando o desen-
volvimento de atividades como mineração, silvicultura e construção. Os
geoindicadores devem contribuir na resposta a quatro questões básicas:
• O que está acontecendo no ambiente? (condições e tendências);
57
• Por que está acontecendo? (causas, humanas e/ou naturais);
• Por que é importante? (efeitos ecológicos, econômicos e na
saúde);
• O que se pode fazer acerca disso? (implicações no planeja-
mento e nas políticas).
O reconhecimento e caracterização dos eventos responsáveis
pelas mudanças na paisagem e nos processos naturais que podem re-
sultar em degradação ambiental dependem do ambiente em estudo.
Sendo assim, os geoindicadores a serem utilizados variam de caso a
caso não só em função do interesse específico do estudo em desen-
volvimento, mas também em função das características do ambiente
avaliado e da dinâmica de seus processos.
Pelos motivos expostos, é natural se esperar que para cada
ambiente analisado existam componentes mais sensíveis à degradação
em função de sua exposição aos desequilíbrios ocorridos. Também é
esperado que a forma de retratar tal degradação (geoindicador proposto
ou escolhido) seja definida com base nas características do ambiente,
como se verá a seguir.
Estes ambientes podem ser agrupados nos seguintes: ambien-
te fluvial, águas subterrâneas, ambientes litorâneos, ambiente glacial e
periglacial, áreas montanhosas, ambiente árido, áreas urbanas, reser-
vatórios e mineração.
O conceito de geoindicadores é recente e suas aplicações se
encontram em fase de maturação de suas reais potencialidades, de-
monstrando grande potencial para aplicação na gestão ambiental de
áreas frágeis e/ou de forte dinâmica ambiental, por permitir a melhor
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

aproximação de cenários ambientais futuros.


A avaliação de mudanças ambientais em áreas urbanas com o
uso de geoindicadores, no entanto, deve considerar as seguintes res-
trições: pela definição, geoindicadores são designados primeiramente
para medir mudanças geológicas; a completa e correta avaliação das
mudanças podem empregar considerações que englobem o ambiente
urbano e a interação entre ambientes, os quais não devem ser tratados
como sistemas fechados; o objetivo básico do uso de geoindicadores é
preservar (se possível, melhorar) a qualidade do ambiente.

OS PEIXES COMO INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS

A qualidade dos ambientes aquáticos, sejam eles fluviais ou


marinhos tem sido foco de atenção e preocupação devido à degrada-
ção sofrida decorrente de um conjunto de fatores como lançamento de
58
efluentes, esgotos, resíduos de indústrias petroquímicas e outras, além
da ocupação/urbanização desordenada.
Barroso (1989) sugere que os peixes sejam excelentes indica-
dores de qualidade da água, ocupando o mais alto nível trófico da ca-
deia alimentar aquática com relação a outros grupos, representam uma
resultante das condições das formas biológicas inferiores, funcionando
como indicadores da qualidade total dos corpos d’água.
O sedimento constitui um compartimento importante na avalia-
ção da intensidade e formas de impactos a que os ecossistemas aquá-
ticos estão ou estiveram submetidos, uma vez que realizam constantes
trocas de nutrientes e outra substância poluente ou não, com a coluna
d’água (Forstner, 1989 apud SANTOS, 2007), sendo o depósito final
destes constituintes e, dependendo dos processos de interação química
que ali ocorrem, podem ser responsáveis por sua maior ou menor dis-
ponibilidade para a coluna d’água.
O fato dos sedimentos superficiais marinhos serem reconhe-
cidos como maior reservatório de substâncias tóxicas nesse ambiente,
levou ao desenvolvimento dos métodos de avaliação da sua qualida-
de. Estes métodos são necessários para mostrar o significado ecoló-
gico dos níveis de contaminação e o grau de biodisponibilidade dos
poluentes, funcionando como instrumentos importantes para a proteção
e conservação dos ecossistemas e da saúde pública, o monitoramento
desses sedimentos (ADAMS et al, 1992 apud SANTOS, 2007).
As abordagens utilizadas na avaliação da contaminação de
sedimentos marinhos são as análises químicas. Estas consistem sim-
plesmente em listagens das substâncias, sendo usadas para qualificar

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


e quantificar a contaminação do sedimento.
Subtil (2005) estudou a utilização da concentração de ‘P’ total e
matéria orgânica servindo como um parâmetro para a estimativa do impac-
to causado ao meio ambiente, já que o P-total é considerado um macronu-
trientes com menor abundância no ambiente marinho e qualquer mudança
na sua concentração, pode ocasionar alterações na cadeia trófica.
No entanto, a abordagem química pode não ser a melhor para
estimar ou prever os riscos ambientais advindos de poluentes, principal-
mente se utilizada de forma isolada: certos contaminantes podem não ser
detectados pelas técnicas de análise, e, além disso, não se tem informação
a respeito dos efeitos adversos sobre os organismos (Plesha et al., 1988).
Os sedimentos do manguezal possuem de três a quatro vezes
mais matéria orgânica que o sedimento continental, sendo que a ma-
téria orgânica é mais reativa no sedimento de manguezal. O fluxo de
nutrientes na camada de sedimentos superficiais depende da tempera-
tura, da proporção de deposição orgânica, da composição da matéria
59
orgânica integrando a superfície e a subssuperficie de mineralização,
denitrificação, das trocas inorgânicas (KENNISH, 1997). Este fluxo ten-
de a ser maior na região tropical, principalmente devido à alta produtivi-
dade primaria e à deposição orgânica das médias latitudes.
O sedimento representa uma importante fonte de nutrientes para
a coluna d’água, especialmente no verão (KENNISH, 1997). O uso de fós-
foro na agricultura causa uma eutrofização nos corpos d’água devido ma-
nejo não adequado. O fósforo está presente na biota em grande variedade
de compostos orgânicos. É um elemento estrutural do material celular.
Na forma de fosfato não participa das reações de oxi-redução
como o C, N e S. Devido à baixa concentração no ambiente e a de-
manda específica, é um importante elemento na produtividade primária
tanto terrestre como aquática (BOLIN, 1983).
Existe um crescente interesse de utilização de comunidade
biótica na avaliação de qualidade de recursos marinhos. Lima-Junior
(2001) desenvolveu o Índice de Integridade Estuarina para a Baia de
Sepetiba para a avaliação de qualidade da água. Este índice permite a
utilização de vários atributos da comunidade de peixes e a associação
destes dados pode refletir a qualidade do habitat em questão.
Teoricamente, o espectro de qualidade de água é capaz de
abranger situações onde as maiorias das espécies esperadas ocorram,
incluindo as intolerantes e com estrutura trófica balanceada, até situa-
ções onde poucas ou nenhumas espécies de peixes ocorrem, ou casos
intermediários onde a ictiofauna é composta de espécies tolerantes com
estrutura trófica alterada (KARR, 1981). Estes aspectos são posterior-
mente traduzidos em notas: alta, média ou baixa qualidade de habitat,
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

sintetizando os resultados e tornando-os de fácil entendimento para o


público geral. As pontuações que fornecem a base principal para os crité-
rios de classificação devem ser estabelecidas baseando-se em habitats
de referências não perturbados ou nos melhores valores obtidos em cada
métrica para o habitat em questão (KARR & DUDLEY, 1981). Espera na
teoria uma diminuição na abundância de indivíduos à medida que declina
a qualidade de habitat, sendo, entretanto a biomassa mais afetada que
o número de indivíduos, o que foi proposto por Magurran (1998). Esses
fenômenos poderiam ser decorrentes de uma diminuição na fecundidade
e no tamanho do organismo como efeito estressor (GRAY, 1989). A rique-
za e a diversidade de espécies deveriam também diminuir, ao passo que
a dominância de algumas poucas espécies aumentaria com a queda de
qualidade de habitat (RAPPORT et al., 1985). As características tróficas
também seriam afetadas, com diminuição de espécies piscivoras e inver-
tivoras (especialista), e aumentando das espécies onívoras (generalistas)
de acordo com a diminuição da qualidade de habitat (KARR, 1981).
60
A ictiofauna é particularmente útil como indicadora de alterações
ambientais por uma série de razões. Em primeiro lugar, a sua variada
tolerância a fatores físicos, químicos e biológicos faz com que muitas
espécies possam indicar, por sua presença ou por seu desaparecimento,
eventuais alterações ambientais induzidas por atividades humanas. As
mudanças nas características deste habitat podem influenciar a compo-
sição dos peixes entre os diferentes microhabitats, que exerce forte influ-
ência sobre abundância de algumas espécies em nível de microhabitats
(HILLMAN et al., 1997). Entretanto, a presença de poluentes e demais
fontes de impactos provenientes de atividades antrópicas proporcionam
a redução do número de espécies e o aumento da densidade de espécies
resistente às variações ambientais (REASH & BERRA, 1987).
A revisão de literatura acima, Santos (2007) utilizou para em-
basar teoricamente estudos/pesquisa que realizou na Baia de Sepetiba/
RJ onde buscou relacionar a comunidade de peixes e sedimento super-
ficial como indicadores de processos antropogênicas em praias com 3
graus de exposição para desenvolver programas de manejo integrado
de sistemas costeiros.
Karr (1991 apud SANTOS, 2007) comenta que esta estratégia
de monitoramento pode rapidamente ser a baixo custo e servir como
abordagem exploratória da qualidade do habitat em questão. Assim,
foram realizadas adicionalmente análises de nutrientes no sedimento,
visando exemplificar uma estratégia de monitoramento integrada, en-
tre a comunidade de peixes e as análises químicas do sedimento. A
escolha das análises de nutrientes como instrumento exploratório em
complemento a comunidade de peixes, deve-se ao fato dos nutrientes

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


do sedimento ser um dos agentes com menor custo no seu diagnóstico
e voltado para área de abrangência da engenharia florestal.
A adaptação dos indicadores de qualidade ambiental pode ser
útil para a tomada de decisões a respeito da preservação do meio e
integrar apropriadamente uma grande quantidade de informações para
um processo de tomadas decisões, por isso o uso de indicadores bioló-
gicos pode ser tornar ferramenta importantes (BLANKENSTEYN, 2006).

61
MECANISMOS DE CONTROLE DE
QUALIDADE
INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

O controle ambiental se dá por meio da implementação de


programas e ações que reduzem o impacto negativo sobre os meios
físicos (água, solo e ar), biológicos (fauna e flora) e socioeconômico,
melhorando a qualidade de vida. Uma relação de programas e projetos
específicos pode ser vista abaixo:
1. Relatório Perspectivas do Meio Ambiente Mundial (Global
Environment OutLook) – GEO;
2. Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição So-
nora – SILÊNCIO;
3. Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Auto-
motores – PROCONVE;
4. Projeto Mineração e Meio Ambiente;
5. Programa Nacional do Gerenciamento Costeiro;
6262
6. Projeto de Gerenciamento e Avaliação de Substâncias Quí-
micas;
7. Programa de Gerenciamento de Resíduos Perigosos;
8. Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incên-
dios Florestais - PROARCO ;
9. Programa de Recursos Hídricos;
10. Programa Boas Práticas de Laboratórios – BPL;
11. Preservativo de Madeira;
12. Programa Agentes Ambientais Voluntários.
Enfim, a verdade que temos visto é que o crescimento popula-
cional amplia a pressão sobre os sistemas naturais e pode promover a
rápida degradação da qualidade de vida da população, bem como com-
prometer o desenvolvimento socioeconômico da cidade. Isso se amplia
quando tal crescimento se mostra sem o devido planejamento.
Concordamos com Riceto, Silva e Guimarães (2010) quando
concluem que a humanidade deve passar a enxergar sua relação com o
meio natural e urbano como uma relação ecossistêmica e de reciprocida-
de. Em caso de degradação ambiental, seja ela em maior ou menor grau,
essa degradação acaba se estendendo também sobre o ser humano.
Um dos modos de evitar que cheguemos a problemas mais
sérios, uma vez que a dinâmica do ser humano (aqui entendidos cresci-
mento, desenvolvimento, satisfação de necessidades) só tende a cres-
cer, é monitorar o ambiente utilizando os indicadores apresentados ao
longo da apostila, pesquisar novos e aprimorar os já existentes para
oferecer qualidade de vida para as presentes e futuras gerações.

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

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