ESTACA BRITA-José Valter Alves
ESTACA BRITA-José Valter Alves
ESTACA BRITA-José Valter Alves
CAMPUS VIII
CENTRO DE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E SAÚDE
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ARARUNA – PB
2015
JOSÉ VALTER ALVES
ARARUNA – PB
2015
Ao Senhor Deus Supremo e àqueles que acreditam na
minha pessoa, DEDICO.
AGRADECIMENTOS
The compaction piles consists of granular materials they are employed in soil improvement in
order to increase the soil carrying capacity and reduce or eliminate excessive settlements of the
foundations, which allows the option for shallow foundations and reduces the costs of the
foundation. One is about one technique very used in the Brazilian northeast region, mainly in
the littoral band. Those stakes may be constituted of: sand and brita; cement and sand; cement,
sand and brita. The size of the stakes ranges from 3.5 to 5.0 meters. The method of execution
of such stakes is similar to execution model of the type Franki stakes. It consists of the dynamic
cravação of a metallic covering pipe with a dry bushing in deep its through successive blows of
pylon on the same one. A certain firm has developed a soil improvement project through the
compaction stakes for the use of shallow foundations by shoe on construction of a building,
where had been necessary 346 stakes consist of cement and sand. The objective of this work
consists of the verification of the viability technique and economic in if to use the superficial
foundations based on sandy soils treated with compression technique for granular stakes in
replacement of deep stakes foundation when there is no this treatment. Thus, the geotechnical
design will be made of deep foundation piles for calculating load capacity by the method
developed exclusively for cutting adopted, method Antunes and Cabral (1996). For effect of
the sizing, it was decided to adopt the continuous flight auger type piles with variable diameter
of 40 cm and 50 obeying a pre-established as the load intensity of the pillar criteria. For the
analysis of the economic viability it will be done a survey the costs of the two solutions.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 11
1.1 Considerações gerais e justificativa do trabalho ....................................................... 11
2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 132
2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 12
2.2 Objetivo Específico ....................................................................................................... 12
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 13
3.1 Conceito de fundação ................................................................................................... 13
3.1.1 Fundações superficiais ........................................................................................... 13
3.1.2 Fundações profundas ............................................................................................. 14
3.1.2.1 Capacidade de carga de um elemento de fundação por estaca........................15
3.1.2.1.1 Método Aoki – Velloso (1975).................................................................16
3.1.2.1.2 Método Décourt – Quaresma (1978)........................................................18
3.1.2.1.3 Método Teixeira (1996)............................................................................19
3.1.2.1.4 Método de Antunes & Cabral (1996).......................................................20
3.1.2.2 Carga admissível, Padm ....................................................................................21
3.1.3 Escolha do tipo de fundação .................................................................................. 22
3.2 Técnicas de melhoramento de solo .............................................................................. 23
3.2.1 Estacas de compactação ......................................................................................... 23
3.2.1.1 Estacas de areia e brita.....................................................................................23
3.2.1.2 Estacas de cimento e areia................................................................................24
3.2.1.3 Estacas de cimento, areia e brita......................................................................24
3.2.1.4 Especificações de projeto..................................................................................25
3.2.1.5 Procedimento de execução das estacas.............................................................29
4 METODOLOGIA................................................................................................................ 31
5 ESTUDO DE CASO: EDIFÍCIO MODELO .................................................................... 32
5.1 Descrição e localização do empreendimento .............................................................. 32
5.2 Sondagens à percussão ................................................................................................. 33
5.3 Projeto de estacas de compactação ............................................................................. 40
5.4 Dimensionamento geotécnico das fundações profundas por estacas ....................... 41
6 LEVANTAMENTO DE CUSTOS DAS FUNDAÇÕES .................................................. 44
6.1 Solução em sapatas ....................................................................................................... 44
6.2 Solução em estacas ........................................................................................................ 45
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 46
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 47
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 48
ANEXOS..................................................................................................................................50
11
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Há diferentes formas de agrupar os vários tipos de fundação. Uma delas leva em conta
a profundidade da ponta ou base do elemento estrutural de fundação, o que dá origem
a dois grandes grupos: as fundações rasas ou superficiais, como as fundações por
sapatas, e as fundações profundas, como as fundações por estacas ou tubulões.
𝑅 = 𝑅𝐿 + 𝑅𝑃 (1)
Em que:
𝑅𝐿 = 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙;
𝑅𝑃 = 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎.
𝑅𝐿 = 𝑈∑(𝑟𝐿 ∆𝐿 ) (2)
𝑅𝑃 = 𝑟𝑃 𝐴𝑃 (3)
Existem três formas para determinação (ou previsão) da capacidade de carga de uma
fundação profunda por estaca. A primeira baseia-se em fórmulas teóricas subdivididas para as
estacas em solos argilosos e as estacas em solos arenosos. O modelo baseado nas formulações
teóricas é pouco aplicado para previsão da capacidade de carga para fundações profundas, sendo
mais aplicado em fundações superficiais. A segunda é baseada nos métodos semi-empíricos1.
Já a última consiste na realização de provas de cargas realizadas in loco, a qual é onerosa e
demorada, porém apresenta resultados satisfatórios.
1
Quando são usadas correlações com ensaios in situ, isto é, a experiência dos seus autores com base em estudos
estatísticos e que podem ser aplicados com propriedade.
16
𝑞𝑐
𝑟𝑃 = (4)
𝐹1
𝑓𝑠
𝑟𝐿 = (5)
𝐹2
Onde, 𝐹1 e 𝐹2 são fatores de correção de acordo com o método de execução e tipo de estaca, e o
cone do CPT.
No entanto, como se sabe na realidade brasileira, o ensaio mais empregado é o SPT,
havendo assim, uma necessidade de se fazer uma substituição do valor da resistência de ponta
do cone pela correlação com o índice de resistência à penetração (𝑁𝑆𝑃𝑇 ), como demonstram
Cintra e Aoki (2010) através da Equação 6:
𝑞𝑐 = 𝐾𝑁𝑆𝑃𝑇 (6)
𝑓𝑠
𝛼= (7)
𝑞𝑐
17
Assim,
𝐾𝑁𝑃
𝑟𝑃 = (9)
𝐹1
𝛼𝐾𝑁𝐿
𝑟𝐿 = (10)
𝐹2
Sendo:
𝑁𝑃 = í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑛𝑎 𝑐𝑜𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎;
𝑁𝐿 = í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑛𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∆𝐿 .
𝑛
𝐾𝑁𝑃 𝑈
𝑅= 𝐴𝑃 + ∑(𝛼𝐾𝑁𝐿 ∆𝐿 ) (11)
𝐹1 𝐹2
1
que é a formulação semi-empírica para determinar a capacidade de carga de uma fundação por
estaca proposta por Aoki e Velloso (1975).
18
Esses autores propõem que a estimativa da tensão de atrito lateral (𝑟𝐿 ) seja feita levando
em consideração o valor médio do índice de resistência à penetração do SPT ao longo do fuste,
isto é, 𝑁𝐿 , conforme tabela, da qual são autores, independentemente do tipo de solo.
Para isso, adotam os limites 𝑁𝐿 ≥ 3 𝑒 𝑁𝐿 ≤ 15 para o cálculo do índice de resistência à
penetração do SPT ao longo do fuste desconsiderando os valores que serão utilizados na
avaliação de resistência de ponta. A tensão de atrito lateral (em kPa) é dada por:
𝑁
𝑟𝐿 = 10 ( 3𝐿 + 1) (12)
𝑟𝑃 = 𝐶𝑁𝑃 (13)
Sendo 𝑁𝑃 o valor médio do índice de resistência a penetração na ponta ou base da estaca, obtido
a partir de três valores: o correspondente ao nível da ponta ou base, o imediatamente anterior e
o imediatamente posterior, e 𝐶, o coeficiente característico do solo. Os valores de 𝐶 são obtidos
na Tabela 3 a seguir.
Dessa forma, a formulação para a capacidade de carga desse método resulta em:
𝑁
𝑅 = 𝛼𝐶𝑁𝑃 𝐴𝑃 + 𝛽10 ( 3𝐿 + 1) 𝑈𝐿 (14)
Onde:
𝑁𝑃 = valor médio do índice de resistência à penetração medido no intervalo de 4 diâmetros
acima da ponta da estaca e 1 diâmetro abaixo;
𝑁𝐿 = valor médio do índice de resistência à penetração ao longo do fuste da estaca.
20
O método para previsão da capacidade de carga proposto pelos autores foi desenvolvido
exclusivamente para as estacas hélice contínua. O método parte dos resultados do ensaio SPT
e das informações que foram obtidas através provas de carga estáticas, comparando-se aos dois
métodos semiempíricos tradicionais, Aoki-Velloso (1975) e Décourt-Quaresma (1978).
A capacidade de carga de estacas hélice contínua através desse método é estimada pela
seguinte expressão:
𝑅 = 𝑈 ∑(𝛽′1 𝑁)∆𝐿 + (𝛽′2 𝑁𝑏) 𝐴𝑏 (16)
É definida como a máxima tensão que o conjunto solo-estaca, isto é, o maciço terroso
mais o elemento de fundação, pode suportar dividida por um fator de segurança. Isto é,
𝑅
𝑃𝑎𝑑𝑚 = (17)
𝐹𝑆
𝑃𝑒
𝑃𝑎𝑑𝑚 ≤ { 𝑅 𝑅 (18)
=
𝐹𝑆 2
Onde:
𝑃𝑒 é a carga estrutural da estaca ou carga de catálogo;
𝑅 é a capacidade de carga do conjunto solo-estaca.
Dessa forma, deve-se adotar o menor dos valores obtidos para segurança do sistema.
No caso de estacas escavadas, o método de Décourt-Quaresma adota o seguinte
procedimento:
𝑃𝑒
𝑃𝑎𝑑𝑚 ≤ {𝑅𝑃 𝑅𝐿 (19)
+
4 1,3
Topografia da área: é importante tomar posse dos dados sobre taludes e encostas no
terreno, além dos dados sobre erosões, ocorrência de solos moles na superfície,
necessidade de efetuar cortes e aterros e estudos sobre a presença de obstáculos como
aterros com lixo ou matacões;
Características do maciço de solo: deve-se observar a variabilidade das camadas e a
profundidade de cada uma delas, atentando-se para a existência de camadas resistentes
ou adensáveis, bem como a compressibilidade, resistência e a posição do nível d’água;
São estacas de areia e brita instaladas no solo por processos dinâmicos com o objetivo
de densificá-lo e diminuir os recalques da fundação. São também conhecidas como estacas de
areia ou estacas granulares (SOARES, 2002).
São dois os métodos executivos das estacas de compactação, os quais são o de vibro-
substituição e o de vibro-deslocamento. O primeiro é mais empregado em países desenvolvidos,
o segundo é mais usual em países subdesenvolvidos (emergentes). Na realidade brasileira,
prevalece a técnica de vibro-deslocamento empregada nas execuções de melhoria do solo.
Dessa forma, o presente trabalho, seguindo a maior parte da literatura nacional, seguirá essa
metodologia executiva.
De acordo com Soares e Soares (2006), as estacas de compactação mais usuais são
adotadas conforme o material constituinte. Sendo elas:
Para esses autores, elas são usadas quando se deseja obter apenas a densificação do solo
arenoso. Pressupõe-se que a sapata aplicará uma carga distribuída sobre a areia e inclusive sobre
as estacas de areia + brita, ou seja, a estaca não deverá trabalhar como uma estaca convencional,
24
não deverá receber carga concentrada, a sua função será apenas de compactar. São adequadas
nos casos de areia com boa granulometria, sem muitos finos e o engenheiro geotécnico, através
de sua experiência, percebe previamente que a compactação obterá bons resultados.
Para este tipo de estaca, o traço adotado é de quatro volumes de areia: um volume de
brita. As especificações desses materiais devem seguir o que recomenda os autores, onde o
agregado miúdo (areia) não deve ser fina e deve possuir a mesma granulometria da usada na
confecção de concreto. Com relação ao agregado graúdo (brita), pode-se adotar a brita 38 ou
50.
1 15
: ;
𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎
1 20
: ;
𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎
1 25
: .
𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎
Verifica-se que, quanto menor o espaçamento entre as estacas, maior será a capacidade
de carga do terreno após a compactação.
A próxima etapa de projeto é dada pela determinação do comprimento (H) da estaca.
Isto é, com a 𝜎𝑎𝑑𝑚 especificada e com as características da estaca definidas, o comprimento é
estimado pela sondagem SPT. O ideal para Soares e Soares (2006) é que a ponta da estaca
repouse sobre uma areia com SPT entre 15/30 e 20/30.
Comumente, o comprimento da estaca varia entre 3,5 ≤ H ≤ 5,0 m. Para essas
profundidades, o melhoramento torna-se uma alternativa bastante vantajosa, principalmente no
aspecto de custos financeiros. Para profundidades maiores (8,0 a 10,0 m), a mão de obra
encarece significativamente, sendo preferível optar-se por fundações profundas convencionais
(SOARES E SOARES, 2006).
Feitas as etapas anteriores, o prosseguimento do projeto se dá pelo dimensionamento
das bases das sapatas de acordo com a equação geral da flexão composta (Equação 20), a qual
engloba qualquer pilar com sua respectiva seção transversal.
𝑁 𝑀𝑥 𝑀𝑦
σ= ± ± (20)
𝐴 𝑊𝑥 𝑊𝑦
Em que:
σ = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑛ã𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑎 𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑝ó𝑠 − 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑎çã𝑜.
𝑁 = 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑖𝑠;
𝐴 = Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎;
𝑀𝑦 = 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑒 𝑦 𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 𝑎 𝑥;
𝑀𝑥 = 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑒 𝑥 𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 𝑎 𝑦;
𝑊𝑥 𝑒 𝑊𝑦 = 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎;
A malha das estacas para edificações com 12 < nº pavimentos ≤ 20 deve exceder a área
da sapata, formando no mínimo um anel de confinamento. A Figura 2 ilustra esse anel.
Por outro lado, nos casos em que as estacas são executadas em cimento e areia ou em
cimento, areia e brita, é sugerido que a distribuição das estacas devam ser iniciadas de dentro
para fora da sapata da fundação. Com isso, é evitado que alguma estaca fique parcialmente
dentro e fora da sapata, procurando-se obter uma maior quantidade de estacas dentro da sapata
obedecendo uma simetria entre as mesmas. Nos casos em que as edificações são de até 15
pavimentos, a malha das estacas é restrita à área da sapata. A disposição das estacas é igual à
da Figura 1.
Já para as edificações com 15 < nº pavimentos ≤ 20, a malha das estacas é excedida à
área da sapata com a formação de um anel de confinamento, no mínimo. A disposição é similar
à da Figura 2.
Por fim, para as edificações com mais de 20 pavimentos, a distribuição das estacas que
levam cimento em sua constituição é análoga à distribuição de estacas que são produzidas com
areia e brita.
Uma outra etapa de extrema importância e que não deve ser omitida nos projetos de
estacas de compactação se refere a análise dos recalques. Realizadas todas as etapas anteriores,
é realizado um estudo dos recalques previstos. Soares e Soares (2006) elenca os itens a serem
seguidos para a análise dos recalques:
29
um estudo de propagação das tensões deve ser feito, utilizando-se dos diversos métodos
convencionais existentes. Faz-se necessário conhecer os valores das tensões que chegam
nas diversas profundidades do subsolo, oriundos das tensões aplicadas pelas sapatas,
sobre o solo;
elegem-se as diversas camadas, as quais sofrerão influência das fundações diretas;
cada camada deverá ter o seu recalque previsto determinado, considerando-se recalques
imediatos nos solos arenosos e recalques por adensamento nas argilas compressíveis;
o módulo de deformação (𝐸’) pode ser obtido através de tabelas ou de correlações
diversas;
os recalques dos primeiros 5 metros da camada de areia na qual as sapatas estão assentes,
são praticamente desprezíveis, visto que a compactação eleva significativamente o valor
do módulo de deformação da área compactada;
no recalque total de cada sapata, deve estar computado também o recalque provocado
pela influência das sapatas vizinhas;
determinam-se os recalques diferenciais;
determinam-se as distorções angulares. Os valores aceitos para as distorções angulares,
devem obedecer ao limite: distorção angular = 1/300.
de tampão, consiste numa mistura de areia e brita com adição ou não de cimento. No caso da
presença de cimento na mistura, forma-se então um concreto do tipo “seco”. Passos (2005)
recomenda que a bucha (tampão) deverá ter seu volume definido pelo executor tomando-se por
base uma altura de bucha seca equivalente a uma vez e meia o diâmetro do tubo. Enquanto
Soares e Soares (2006) recomenda que a bucha preencha uma coluna de aproximadamente 1,0
metro no interior do tubo.
Sendo assim, inicia-se a execução pelo posicionamento vertical do tubo sobre o eixo da
estaca com a colocação da bucha no seu interior. O prosseguimento se dá pela prisão do tubo
junto a torre do bate-estacas através de cabos de aço quando se atinge a profundidade prevista
de cravação, onde a bucha é expulsa conforme as batidas do martelo. Dessa forma, a mistura
dos materiais constituintes da estaca é introduzida no tubo para posterior compactação por meio
da queda livre de um martelo (pilão) com peso e altura especificados. À medida que o material
é introduzido e compactado, o tubo é levantado e retirado, até alcançar a superfície do terreno,
formando assim, o fuste da estaca. Após a conclusão dessas etapas, obtém-se uma densificação
máxima. Para Gusmão Filho (1998) essa densificação é alcançada devido aos seguintes efeitos:
ao deslocamento de material do terreno igual ao volume da estaca, a introdução de material
adicional compactado no terreno, e efeitos de vibração decorrentes do processo executivo.
Segundo Soares e Soares (2006), esses processos produzem uma reorganização em solos
granulares, obtendo-se menores índices de vazios e consequentemente atingindo melhores
índices de compacidade. A Figura 4 ilustra o processo de execução das estacas granulares.
4 METODOLOGIA
O bairro, além de possuir uma boa infra-estrutura, apresenta uma densa verticalização,
shoppings e uma boa área comercial, o que tem atraído cada vez mais os investidores para novos
33
De acordo com Moh et al (1981 apud Soares, 2002) o SPT é o meio mais conveniente
para se avaliar as condições de compactação de solos arenosos in situ. Em projetos de
melhoramento de solos com estacas de compactação, esse ensaio é utilizado antes e após a
melhoria do solo para fins comparativos. A Figura 11 mostra a variação do índice de resistência
a penetração antes e depois do melhoramento do solo.
𝑅 = 𝑅𝐿 + 𝑅𝑃 (1)
↓
𝑅 = 𝑈 ∑(𝛽′1 𝑁)∆𝐿 + (𝛽′2 𝑁𝑏) 𝐴𝑏
Onde:
𝑅 = 𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çã𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎;
𝑁 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑜 í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑆𝑃𝑇 𝑎𝑜 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑠𝑡𝑒;
𝑈 = á𝑟𝑒𝑎 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑠𝑡𝑒;
2
Estaca de concreto moldada "in loco", executada por meio de perfuração de um trado contínuo e injeção de
concreto através da haste central do trado simultaneamente a sua retirada do terreno (ENGEOBASE, 2013).
42
𝐿 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎;
𝐶 = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑎𝑐𝑡𝑒𝑟í𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜;
𝑁𝑏 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑝𝑟ó𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑜𝑢 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎;
𝐴𝑏 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎.
𝛽′1 𝑒 𝛽′2 = 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑒𝑚𝑝í𝑟𝑖𝑐𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑚 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜.
𝑁 = 14
𝑈 = 𝜋𝐷 = 1,256 𝑚
𝑁𝑏 = 20
𝜋𝐷2
𝐴𝑏 = = 0,126 𝑚²
4
𝑃𝑒 = 75 𝑡𝑓
𝑃𝑎𝑑𝑚 ≤{𝑅 138,2 𝑡𝑓
= = 69,1 𝑡𝑓
𝐹𝑆 2
Logo,
𝑃𝑎𝑑𝑚 = 69,1 𝑡𝑓
𝑃𝑒 = 125 𝑡𝑓
𝑃𝑎𝑑𝑚 ≤ { 𝑅 188,4 𝑡𝑓
= = 94,2 𝑡𝑓
𝐹𝑆 2
𝑃𝑎𝑑𝑚 = 94,2 𝑡𝑓
43
Para determinar o número de estacas para cada pilar, realizou-se uma verificação a partir
das cargas dos pilares expressas no Quadro 1. Optou-se majorar a carga de cada pilar em 10%
em virtude do peso da estaca. O número de estacas é definido segundo a formulação:
1,1𝑥𝐹𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
𝑁𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎𝑠 = (21)
𝑃𝑎𝑑𝑚
De posse das cargas dos pilares e da carga admissível calculada, a quantidade de estacas
obtidas está expressa na Tabela 12.
Os dados coletados para esta solução foram consultados junto ao Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI (maio, 2015). Os dados são
apresentados nas Tabelas 13 e 14. O preço adotado para o concreto estrutural usinado inclui
lançamento e adensamento.
O valor levantado junto a uma empresa do ramo para a execução da estaca hélice
contínua de 40 cm de diâmetro foi de R$ 28,00/metro. Para as estacas com 50 cm de diâmetros,
fez-se uma proporção do preço em relação a outra estaca. Os demais dados foram consultados
junto ao Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI
(maio, 2015). Adotou-se o concreto estrutural usinado, incluindo-se o lançamento e
adensamento. As Tabelas 15 e 16 mostram os custos envolvidos para a solução em estacas do
tipo hélice contínua. Os blocos de coroamento foram incluídos nessa composição.
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALONSO, Urbano Rodriguez. Exercícios de fundações. 2. ed. – São Paulo: Editora Blucher,
2010.
CINTRA, José Carlos A., AOKI, Nelson. Fundações por estacas – projeto geotécnico. São
Paulo: Editora Oficina de Textos, 2010.
CINTRA, José Carlos A., AOKI, Nelson, ALBIERO, José Henrique. Fundações diretas:
projeto geotécnico. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2011.
MOH, Z. C. et al. Compactacion sand piles for soil improvement. In: TENTH
INTERNATIONAL CONFERENCE ON SOIL MECHANICS AND FOUNDATION
ENGINEERING, Stockholm, Sweden, vol. 3, 1981, pp.749-7752.
MITCHELL, J. K. In-place treatment of foundation soils. Journal of the soil Mechanics and
Foundations Division, ASCE, vol. 96, n. SM1, p. 73-110, jan, 1970.
ANEXOS