Editora Ferreira Administração Financeira e Orçamentária e Contabilidade Pública FCC 2 Ed 2010

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Denis Rocha

Coleção Provas Comentadas

Administração Financeira e
Orçamentária e Contabilidade
Pública FCC
2a edição

© ;Editora Ferreira

Rio de Janeiro
2010
Copyright © Editora Ferreira Ltda., 2008-2010

1. ed. 2008; 2. ed. 2010

Capa
Bruno Barrozo Ludano

Diagramação
Thaís Xavier Ferreira

Revisão
Taynée Mendes

CIP-BRASIL, CATALOGAÇÃO NA FONTE


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

R572a
2.ed.

Rocha, Denis Moura de Oliveira, 1977-


Administração financeira e orçamentária e contabilidade pública FCC / Denis Moura de Oliveira Rocha. -
2.ed. - Rio de Janeiro : Ed. Ferreira, 2010.
256p. (Provas comentadas / da FCC)

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7842-158-8

1. Finanças públicas - Brasil - Problemas, questões, exercícios. 2. Contabilidade pública - Brasil - Proble­
mas, questões, exercícios. 3. Orçamento - Brasii - Problemas, questões, exercidos. 4. Serviço público - Brasil
- Concursos. I. Fundação Carlos Chagas, il. Título, lil. Série.
10-3737. CDD: 336.01281
CDU: 336.13(81)
29.07.1 06.08.10 020694

Editora Ferreira
[email protected] .br
www.editoraferreira.com.br

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - É proibida a reprodução total ou


pardal, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor
(Lei n° 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

Depósito legai na Biblioteca Nadonal conforme Decreto n° 1.825,


de 20 de dezembro de 1907.

Impresso no BrasiVPrinted in Brazil


Prefácio à 2a edição

Nesta segunda edição, foram providenciadas alterações nos comentários


de muitas questões da primeira edição, adaptando-as às Normas Brasileiras de
Contabilidade Aplicada ao Setor Público (NBCASP), e aos novos Manuais de
Contabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional. Além disso, foram acrescen­
tadas questões de provas recentes da FCC.
No final do livro adicionamos também uma tabela de assuntos por questão.
O autor

V
Sumário

Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010......................1


Prova 2 - Agente de Defensoria/Administrador/DPE-SP/2010..........................39
Prova 3 - Analista do Ministério Público/Contabilidade/MPE-SE/2009....... 45
Prova 4 - Inspetor de Controle Externo/TCE-MG/2007...................................65
Prova 5 - Analista Judiciário/Área Administrativa/
Contabilidade/TRF da 2a Região/2007............................................... 81
Prova 6 - Analista Judiciáriõ/Contadoria/TRF da 3o Região/2007................. 99
Prova 7 - Auditor/TCE-AM/2007..................................................................... 127
Prova 8 - Auditor/TCE-CE/2007...................................................................... 137
Prova 9 - Auditor/TCM-CE/2007......................................................................145
Prova 1 0 - Analista Judiciário/Área Administrativa/
Contabilidade/TRE-PB/2007.......................................................... 163
Prova 11 - Analista Judiciário/Área Administrativa/TRE-MS/2007............. 185
Prova 12 - Analista/Área Controle Intemo/MPU/2007................................. 191
Prova 13 - Analista Judiciário/Área Administrativa/
TRF da Io região/2006..................................................................... 197
Prova 14 - Auditor/TCE-MG/2005................................................................... 207
Prova 15 - Analista de Controle Externo/TCE-MA/2005............................... 215
Prova 16 - Agente da Fiscalização Financeira/TCE-SP/2005.......................... 233
Tabela de Assuntos por Q uestão .........................................................................245
Bibliografia ......................................................................................................... 247

Vil
Prova 1

Analista Judiciário/Área Contabilidade


/TRE-AM/2010

26. No governo federal, a assinatura de convênio com um governo muni­


cipal para construção de rede de abastecimento de água no município
gera lançamentos contábeis APENAS:
a) no sistema de compensação.
b) no sistema orçamentário.
c) no sistema financeiro.
d) no sistema patrimonial.
e) nos sistemas de compensação e orçamentário.

Assunto: Sistema contábil público


Sistema de compensação é composto pelos lançamentos de atos pratica­
dos pela administração pública que não afetam de imediato ao patrimônio, mas
que poderão vir a afetá-lo em outro momento. Temos como exemplos destes
atos: avais» acordos, ajustes, cauções, fianças, garantias, contratos, convênios.
Desta forma, estas contas servem apenas como controle de atos da administra­
ção pública e não são fatos que modificam o patrimônio da entidade pública. O
sistema de compensação é regulamentado pela contabilidade pública brasileira,
pela Lei n° 4.320/64. As contas de compensação ficam alocadas após o ativo e o
passivo nos seguintes grupos:
1.9. Ativo Compensado; e
2.9. Passivo Compensado.

WHÊSÊÊÊmmmmÊÊmm
Exemplos:

• Contratos de serviços. • Direitos e obrigações contratadas.


• Diversos responsáveis em apura­ • Contrapartidas de valores em po­
ção. der de terceiros e valores nominais.
• Realização de receitas orçamentá­ • Previsão de receitas.
rias. • Realização de despesas.
• Dotação da despesa orçamentária.

1
Coleção Provas Comentadas da FCC

Conforme as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao Setor Públi­


co (NBCASP), o sistema contábil público estrutura-se nos seguintes subsistemas:
a) Subsistema de Informações Orçamentárias - registra, processa e evi­
dencia os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentá­
ria, tais como:
i. Orçamento;
ii. programação e execução orçamentária;
iii. alterações orçamentárias; e
iv. resultado orçamentário.
b) Subsistema de Informações Patrimoniais - registra, processa e eviden­
cia os fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações do pa­
trimônio público, subsidiando a administração com informações tais como:
i. Alterações nos elementos patrimoniais;
ii. resultado econômico; e
iii. resultado nominal.
c) Subsistema de Custos - registra, processa e evidencia os custos da ges­
tão dos recursos e do patrimônio públicos, subsidiando a administração com
informações tais como:
i. Custos dos programas, dos projetos e das atividades desenvolvidas;
ii. bom uso dos recursos públicos; e
iii. custos das unidades contábeis.
d) Subsistema de Compensação - registra, processa e evidencia os atos de
gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade
do setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle, subsi­
diando a administração com informações tais como:
i. Alterações potenciais nos elementos patrimoniais; e
ii. acordos, garantias e responsabilidades.
Os subsistemas contábeis devem ser integrados entre si e a outros subsis­
temas de informações de modo a subsidiar a administração pública sobre:
a) o desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão;
b) a avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas de tra­
balho com relação à economicidade, à eficiência, a eficácia e à efetividade;
c) a avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento; e
d) a avaliação dos riscos e das contingências.
O conhecimento do conceito do sistema contábil e de seus subsistemas,
apesar de essencialmente teórico, facilita o pleno entendimento da estrutura e
do funcionamento do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público.
Portanto, a assinatura de convênio com um governo municipal para cons­
trução de rede de abastecimento de água no município gera lançamentos contá­

Denis Rocha 2
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

beis APENAS no sistema de compensação. Se a questão se referisse às NBCASP,


o correto seria subsistema de compensação e não sistema.

27. O recebimento de um bem móvel em doação gera lançamento contábil,


no sistema:

a) orçamentário, de débito em receita arrecadada e crédito em receita


prevista.
b) financeiro, de débito em aplicações financeiras e crédito em receita
orçamentária.
c) patrimonial, de débito em bem móvel e crédito em mutações patri­
m oniais ativas.
d) patrimonial, de débito em bem móvel e crédito em variações ativas
independentes da execução orçamentária.
e) financeiro, de débito em valores mobiliários e de crédito em varia­
ções ativas independentes da execução orçamentária.

Assunto: Contabilização de operações típicas


Trata-se de uma variação patrimonial aumentativa independente da exe­
cução orçamentária — são fatos que resultam em aumento do patrimônio lí­
quido, que ocorrem independentemente da execução orçamentária. Exemplo:
incorporação de bens (doações recebidas).
Os registros contábeis referentes à incorporação e à desincorporação de
bens móveis no patrimônio público sem envolver recursos financeiros são feitos
apenas no sistema patrimonial.
1- Registro da baixa de bens móveis por doação
D - Decréscimos Patrimoniais
C - Bens Móveis
2™Registro do Recebimento de bens móveis por doação
D - Bens Móveis
C - Acréscimos Patrimoniais
3 - Registro da saída de Material de Consumo do Almoxarifado
D - Decréscimos Patrimoniais
C - Almoxarifado Material de Consumo

28. Pela análise do Balanço Patrimonial, observou-se que uma entidade pú­
blica apresentava, em m ilhões de reais, Ativo Real Líquido de 200,00 e
Ativo Permanente de 800*00 (o que representava 2/3 da soma do Ati­
vo Real). Sabendo-se que o quodente de situação financeira era de 1,6,

3 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

pode-se afirm ar que o Passivo Permanente da entidade era, em milhões


de reais,

a) 250,00.
b) 750,00.
c) 800,00.
d) 950,00.
e) 1.075,00.

Assunto: Balanços Públicos


* Se Ativo Permanente = 800,00 (2/3 da soma do Ativo Real), logo AR.(2/3)
= 800,00.
. Se AR.(2/3) = 800,00, logo AR - (3 x 800,00) / 2 = R$ 1.200,00.

Ativo Financeiro (AF) Passivo Financeiro (PF)


Ativo Permanente (AP) = 800,00 Passivo Permanente (PP) = ?
Ativo Real (AR - AF + AP) = 1.200,00 Passivo Real (PR = PF + PP)
Saldo Patrimonial Saldo Patrimonial
Passivo Real Descoberto (PRD = PR Ativo Real Líquido (ARL = AR > PR)
> AR) = 200,00
Ativo Compensado (AC) Passivo Compensado (PC)
Ativo total (AR + PRD + AC) Passivo total (PR + ARL + PC)

* Se AR = 1.200,00 e AP = 800,00, logo AF = 400,00.


• Se AF - 400,00 e o quociente de situação financeira era de 1,6, logo (AF/
PF) = 1,6.
. Se (AF/PF) = 1,6 e AF = 400,00, logo PF = (400,00 /1,6) = 250,00.
. Se AR = 1.200,00 e ARL = 200,00, logo PR = 1.000,00 (1.200,00 - 200,00).
. Se PF = 250,00 e PR = 1.000,00 e PR = PF + PP, logo PP = 750,00.
Observações importantes:
A Portaria STN n° 751, de 16 de dezembro de 2009 institui de forma fa­
cultativa a partir de 2010 e obrigatoriamente em 2012 para a União, Estados e
Distrito Federal e 2013 para os Municípios novos modelos de balanços públicos.
Entre eles estão o Balanço Patrimonial.
Conforme “Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, 2a edi­
ção, volume V”, Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público, o Ba­
lanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, qualitativa e quan-

Denis Rocha 4
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabílidade/TRE-AM/2010

titativamente, a situação patrimonial da entidade pública, por meio de contas


representativas do patrimônio público, além das contas de compensação, con­
forme as seguintes definições:
a) Ativo - são recursos controlados pela entidade como resultado de even­
tos passados e dos quais se espera que resultem para a entidade benefícios eco­
nômicos futuros ou potencial de serviços.
b) Passivo - sao obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos
passados, cujos pagamentos se esperam que resultem para a entidade saídas de
recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços.
c) Patrimônio Líquido - é o valor residual dos ativos da entidade depois de
deduzidos todos seus passivos.
d) Contas de Compensação - compreende os atos que possam vir a afetar
o patrimônio.
No Patrimônio Líquido deve ser evidenciado o resultado do período se-
gregado dos resultados acumulados de períodos anteriores, além de outros itens.
A classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em
“circulante” e “não circulante”, com base em seus atributos de conversibilidade
e exigibilidade.
Os ativos devem ser classificados como circulantes quando satisfizerem a
um dos seguintes critérios:
a) estarem disponíveis para realização imediata;
b) tiverem a expectativa de realização até o término do exercício seguinte.
Os demais ativos devem ser classificados como não circulantes.
Os passivos devem ser classificados como circulantes quando satisfizerem
um dos seguintes critérios:
a) corresponderem a valores exigíveis até o final do exercício seguinte;
b) corresponderem a valores de terceiros ou retenções em nome deles,
quando a entidade do setor público for a fiel depositária, independentemente do
prazo de exigibilidade.
Os demais passivos devem ser classificados como não circulantes.
* As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de grau
de conversibilidade;
• as contas do passivo, em ordem decrescente de grau de exigibilidade.
A Lei n° 4.320/64, artigo 105, confere viés orçamentário ao Balanço Patri­
monial, já que separa o Ativo e o Passivo em dois grandes grupos em função da
dependência ou não de autorização orçamentária para realização dos itens que
o compõem:

5 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:


I - 0 Ativo Financeiro;
I I - O Ativo Permanente;
III - O Passivo Financeiro;
I V - O Passivo Permanente;
V - 0 Saldo Patrimonial;
VI - As Contas de Compensação.
§ 1°0 Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis indepen­
dentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.
§2° O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobi­
lização ou alienação dependa de autorização legislativa.
§ 3o O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros paga­
mento independa de autorização orçamentária.
§ 4o O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que
dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.
§ 5oNas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações
e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou
indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.
Pode-se dizer que o Balanço Patrimonial é estático, pois apresenta a posi­
ção patrimonial em determinado momento, funcionando como uma “fotogra­
fia” do patrimônio da entidade para aquele momento.
O Balanço Patrimonial será elaborado utilizando-se as classes 1 (ativo) e
2 (passivo e patrimônio líquido) do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público,
além da classe 8 (controles credores) para o quadro referente às compensações.
Os ativos e passivos financeiros e permanentes e o saldo patrimonial se­
rão apresentados pelos seus valores totais, podendo ser detalhados.
No quadro referente às compensações, deverão ser incluídos os atos po­
tenciais do ativo e do passivo que possam, imediata ou indiretamente, vir a
afetar o patrimônio, como por exemplo, direitos e obrigações conveniadas ou
contratadas; responsabilidade por valores, títulos e bens de terceiros; garantias
e contragarantias de valores recebidas e concedidas; e outros atos potenciais do
ativo e do passivo.

Denis Rocha 6
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

Nova Estrutura do Balanço Patrimonial:


BA LA N Ç O PA TRIM O N IAL

ATIVO PA SSIVO
ESPECIFICAÇÃO EXERCiCÍO ATUAL EXERClCIO ANTERÍOR ESPECiRCAÇJLO EXERCÍCIO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR
ATWO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
CAÍXA OSRíGAÇÔES OE CURTO PRAZO
APAGAR
REALIZÁVEL OE CURTO PRA20 CONTAS A PAGAR
ESTOQUES
1 VARIAÇÕES PATWMONtAJS
WM5SUT1VAS PAGAS
% ANTECIPADAMENTE

ATTVO NÂO CIRCULANTE PASSIVO NÂO CIRCULANTE


OBRIGAÇÕES A PAGAR OE
REAUZÁVEL A LQf^GO PRAZO LONGO PRAZO
INVESTIMENTO PROVISÕES DE LONGO PRAZO
$
EM08SU2A00 RESULTADO DIFERIDO
SNTANGÈV&L
TOTAL DO PASSIVO

p a t r im ô n io l íq u id o
e s p e c ir c a ç Ao EXERCtoO ATUAL EXERCiCÍO ANTERIOR
PATRlMÔNíO SOCIAL
RESERVAS de CAPITAL
a ju s te s DE a vauação
patrim onial
RESERVAS DE LUCROS
RESULTADOS acum ulados
AÇÕES/COTAS m TESOURARIA

TO TAL OO PATRIMÔNIO
■i LÍQUIDO

k TOTAL TOTAL

eSP€C3RCAÇAO EXERCÍCIO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR ESPECIFICACAO EXERClCIO ATUAL f EXERCÍCIO ANTERIOR
| ATÍVO FtNANCÊÍRO PASSíVO FINANCEIRO
ATIVO PERMANENTE
SALDO PATfflMONÍAÍl
PASSCVO PSRMAKENTE ........... 1
ESPÊCÍFICAÇAO EXERCÍCIO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR ESPHCIFICAÇAO EXERCÍCIO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR
SALDO DOS ATOS SALDOS DOS ATOS
POTENClAíS DO ATIVO POTENCIAIS OO PASSWO
TOTAL TOTAL

29. Considere os fatos, a seguir, referentes ao exercício financeiro de XI de


um determinado governo municipal:
• Lançamento da previsão da receita e da fixação da despesa refe­
rente à aprovação do orçamento com base na Lei Orçamentária
Anual, no valor de R$ 4.000.000,00.
« Arrecadação da receita: tributária R$ 1.200.000,00; de serviços R$
300.000.00; patrimonial R$ 150.000,00; transferências correntes R$
2.300.000.00; alienação de bens móveis R$ 200.000,00.
• Empenho de despesas com: pessoal R$ 2.200.000,00; serviços de terceiros
R$ 245.000,00; material de consumo R$ 365.000,00; aquisição de imó­
veis R$ 800.000,00; juros e encargos da divida fundada R$ 260.000,00.
• Liquidação de despesas com: pessoal R$ 2.200.000,00; serviços de terceiros
R$ 200.000,00; material de consumo R$ 365.000,00; aquisição de imóveis
R$ 700.000,00; juros e encargos da dívida fundada R$ 260.000,00.

AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

• Pagamento de despesas com: pessoal R$ 2.000.000,00; serviços de tercei­


ros R$ 180.000,00; material de consumo R$ 350.000,00; aquisição de imó­
veis R$ 700.000,00,* juros e encargos da divida fundada R$ 260.000,00.
• Pagamento de restos a pagar no valor de R$ 100.000,00.
Com base nessas informações, é correto afirmar que, em XI,
a) o resultado de previsão orçamentária foi superavitário.
b) o excesso de arrecadação de receita foi R$ 560.000,00.
c) a economia orçamentária foi R$ 275.000,00.
d) a variação liquida positiva nas disponibilidades foi R$ 660.000,00.
e) o resultado de execução orçamentária foi R$ 280.000,00.

Assunto: Balanços Públicos


Modelo do Balanço Orçamentário:

Balanço Orçamentário
Receita Despesa
Título Prev. Exec. Difer. Título Fixação Exec. Difer.
Receitas Despesas
Correntes 3550.000.00 Correntes 3.070.000.00
Receita Pessoal 2.200.000.00
Tributária 1.200.000.00 Serv. de Terc. 245.000.00
Receita de Material de
Serviços 300.000.00 Consumo 365.000.00
Receita Juros e encargos
Patrimonial 150.000.00 da Dívida 260.000.00
Transferência
Correntes 2.300.000,00
Receitas de Despesas de
Capital 200.000,00 Capital 800.000,00
Operações de
Crédito Aquis. de
Alienação de Imóveis 800.000,00
Bens 200.000,00

Outras
Receitas de
Capitais
Subtotal 4.000.000,00 4.150.000,00 150.000.00 Subtotal 4.000.000,00 3.870.000,00 {130.000,00)

Vamos analisar cada alternativa:


a) Incorreta, pois na verdade não existe resultado da previsão orçamen­
tária. A previsão deve ser sempre em equilíbrio» que no caso foi de R$
4.000.000,00.
b) Incorreta, pois o excesso de arrecadação foi de R$ 150.000,00
(4.150.000,00 - 4.000.000,00).

Denis Rocha
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabíiidade/TRE-AM/2010

c) Incorreta, pois a economia orçamentária foi de R$ 130.000,00


(3.870.000,00 - 4.000.000,00).
d) Incorreta, pois a variação líquida positiva nas disponibilidades foi de
R$ 460.000,00.
Total de Receitas - 4.150.000,00
(-) Pagamentos = 3.590.000,00
Pessoal= R$ 2.000.000,00;
Serviços de terceiros = R$ 180.000,00;
Material de consumo = R$ 350.000,00;
Aquisição de imóveis = R$ 800.000,00;
Juros e encargos da dívida fundada = R$ 260.000,00.
(-) Pagamento de Restos a Pagar = R$ 100.000,00
(-) Variação líquida positiva nas disponibilidades = R$ 460.000,00
e) Correta, pois o resultado de execução orçamentária foi R$ 280.000,00
(4.150.000,00 - 3.870.000,00)
Agora vamos às novidades conceituais do Balanço Orçamentário. Sugiro
a leitura do texto abaixo, pois com certeza esse assunto será muito cobrado nas
próximas provas.
Conforme o volume V do M anual de Contabilidade Aplicada ao Setor
PúblicOy o Balanço Orçamentário, em sua estrutura, deve evidenciar as receitas
e as despesas orçamentárias por categoria econômica, confrontar o orçamento
inicial e as suas alterações com a execução, demonstrar o resultado orçamentá­
rio e discriminar:
a) as receitas por fonte (espécie); e
b) as despesas por grupo de natureza.
O Balanço Orçamentário apresentará as receitas detalhadas por categoria
econômica, origem e espécie, especificando a previsão inicial, a previsão atualiza­
da para o exercício, a receita realizada e o saldo a realizar. Demonstrará também
as despesas por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discrimi­
nando a dotação inicial, a dotação atualizada para o exercício, as despesas empe­
nhadas, as despesas liquidadas, o crédito pago e o saldo da dotação.
A identificação das receitas e despesas intraorçamentárias, quando neces­
sária, deverá ser apresentada em notas explicativas.
Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária e de outras
dívidas deverão constar, destacadamente, nas receitas de operações de crédito
internas e externas e, nesse mesmo nível de agregação, nas despesas com amor­
tização da dívida de refinanciamento.
No nível de detalhamento em que são apresentadas no modelo (3o nível -
Espécie), as receitas deverão ser informadas pelos valores líquidos das respectivas

9 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

deduções, tais como restituições, descontos, retificações, deduções para o Fundeb,


e repartições de receita entre os entes da Federação, quando registradas como de­
dução, conforme orientação do Manual de Procedimentos Orçamentários.
Em função da utilização do superávit financeiro de exercícios anteriores
para abertura de créditos adicionais, apurado no Balanço Patrimonial do exer­
cício anterior ao de referência, o Balanço Orçamentário demonstrará uma situa­
ção de desequilíbrio entre a receita prevista e a despesa autorizada. Essa situação
também pode ser causada pela reabertura de créditos adicionais, especificamente
os créditos especiais e extraordinários que tiveram o ato de autorização promul­
gado nos últimos quatro meses do ano anterior, caso em que esses créditos serão
reabertos nos limites de seus saldos e incorporados ao orçamento do exercício
financeiro em referência.
Esse desequilíbrio ocorre porque o superávit financeiro de exercícios
anteriores, quando utilizado como fonte de recursos para abertura de crédi­
tos adicionais, não pode ser demonstrado como parte da receita orçamentária
do Balanço Orçamentário que integra o cálculo do resultado orçamentário. O
superávit financeiro não é receita do exercício de referência, pois já o foi em
exercício anterior, mas constitui disponibilidade para utilização no exercício
de referência. Por outro lado, as despesas executadas à conta do superávit fi­
nanceiro são despesas do exercício de referência, por força legal, visto que não
foram empenhadas no exercício anterior. Esse desequilíbrio também ocorre
pela reabertura de créditos adicionais porque aumentam a despesa fixada sem
necessidade de nova arrecadação. Tanto o superávit financeiro utilizado quanto
a reabertura de créditos adicionais estão detalhados no campo Saldo de Exercí­
cios Anteriores, do novo Balanço Orçamentário.
Dessa forma, no momento inicial da execução orçamentária, tem-se o equi­
líbrio entre receita prevista e despesa fixada e constata-se que toda despesa a ser
executada está amparada por uma receita prevista a ser arrecadada no exercício.
No entanto, iniciada a execução do orçamento, quando há superávit fi­
nanceiro de exercícios anteriores, tem-se um recurso disponível para abertura
de créditos para as despesas não fixadas ou não totalmente contempladas pela
Lei Orçamentária.
Dessa forma, o equilíbrio entre receita prevista e despesa fixada no Balanço
Orçamentário pode ser verificado (sem influenciar o seu resultado) somando-se
os valores da linha Total (item V) e da linha Saldo de Exercícios Anteriores, cons­

Denis Rocha 10
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabílidade/TRE-AM/2010

tantes da coluna Previsão Atualizada, e confrontando-se esse montante com o


total da coluna Dotação Atualizada (item X).
Recomenda-se a utilização de notas explicativas para esclarecimentos a
respeito da utilização do superávit financeiro e de reaberturas de créditos espe­
ciais e extraordinários, bem como suas influências no resultado orçamentário,
de forma a possibilitar a correta interpretação das informações.
Nova estrutura:

ü l ü l i l l l i W l t l
Receitas
Correntes
tributária 1.200.000,00
serviços 300.000.00
patrimonial 150.000.00
Transferências
Correntes
Receitas de Capital 2.300.000,00
Alienação de
Bens Móveis

200.000.00
Subtotal das
Receitas (I) 4.000.000,00 4.000.000,00
Refinamento {11}
Subtotal com
Refinamento
(IH) = (I+II)
Déficit (IV)

1 I Í 1 É I
Saldos de Exercidos
Anteriores {Utilizado
para Créditos Adi­
cionais)
Superávit
Financeiro
Reabertura
de Créditos
j adicionais

11 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Despesas :Saldoda .
v.- Despesas. -• Dotação - : ‘-Dotação Despesas Despesas-:
^empenhadas:: vv.Dotação7'-:
Orçamentárias" Inicial (d) -■atualizada (e)\ líquidas (g) -'pagas(h)
.• CO (í) = (e- 0
Despesas
correntes
pessoal 2.200.000,00 2.200.000,00 2.000.000,00
serviços de
terceiros 245.000.00 200.000,00 180.000,00
material de
consumo 365.000.00 365.000.00 350.000.00
juros e encar­
gos da dívida
fundada 260.000.00 260.000.00 260.000.00
Despesas de
Capital
aquisição de
imóveis 800.000,00 700.000,00 700.000,00

Subtotal das
Despesas (VI) 4.000.000,00 4.000.000,00 3.870.000,00 3.725.000,00 3.490.000,00 130.000,00
Amortização
da Dívida /
Refinamento
(VII)
Subtotal com
refinamento
{III) = (VI+VU)
Superávit (IX)
..TQtai:(X) =':••• i
•<yn+ix)-W'':;: t n g i m ü ü i ü ISIS í « l S |i

30. Considere os fatos, a seguir, de uma determinada entidade pública refe­


rente ao exercício financeiro de XX:
• Lançamento da previsão da receita e da fixação da despesa confor­
me Lei Orçamentária Anual, no valor de R$ 900.000,00.
« Abertura de créditos especiais, com base no superávit financeiro
do período anterior, no valor de R$ 30.000,00.
• Arrecadação de tributos no valor de R$ 775.000,00.
• Recebimento de créditos tributários inscritos em dívida ativa no
valor de R$ 25.000,00.
• Operações de Crédito para compra de bens móveis no valor de R$
110.000 ,00 .
• Venda de um terreno pelo valor de custo registrado contabilmente
por R$ 40.000,00.
• Recebimentos referentes à prestação de serviços realizada por en­
tidade da administração indireta, no valor de R$ 60.000,00.

Denis Rocha 12
Prova 1 - Analista Judiciário/ÁreaContabiiidade/TRE-AM/2010

• Empenho, liquidação e pagamento de despesas com: pessoal R$


400.000.00. aquisição de móveis R$ 415.000,00; aquisição de mate­
rial de consumo R$ 30.000,00; amortização da dívida fundada R$
50.000.00.
• Empenho e liquidação de despesas com juros e encargos da divida
fundada no valor de R$ 20.000,00.
• Recebimento de cauções no valor de R$ 30.000,00.
• Pagamento de restos a pagar no valor de R$ 400.000,00.
• Baixa de bem móvel destruído por sinistro no valor de R$
100.000.00.
« Inscrição de tributos em Dívida Ativa no valor de R$ 50.000,00.
• Variação cambial da Dívida Fundada Externa no valor de R$
15.000,00 (redução).
• Reconhecimento de tributos recolhidos indevidamente no valor
de R$ 10.000,00, cujo despacho de autorização ocorreu em XI.

Com base nessas informações, é correto afirmar que os valores das re­
ceitas orçamentárias e extraorçamentárias no Balanço Financeiro fo­
ram, respectivamente, em reais, de
a) 1*000.000,00 e 40.000,00.
b) 1.010.000,00 e 50.000,00.
c) 1.000.000,00 e 60.000,00.
d) 1.010.000,00 e 80.000,00.
e) 890.000,00 e 60.000,00.

Assunto: Balanços Públicos

(+) Prest. de serviços = R$ 60.000,00 (+) Recebimento de cauções no valor


(+) Arree, de tributos - R$ 775.000,00 de R$ 30.000,00
(+) Rec. C. Trib. Insc. dív. ativa -
R$ 25.000,00 (+) Restituição da receita a Pagar.
(+) Op. Créd. (bens móveis) = R$ 10.000,00 (Reconhecimento de tribu­
R$ 110.000,00 tos recolhidos indevidamente, cujo des­
(+) Venda de um terreno = R$ 40.000*00 pacho de autorização ocorreu em XI.)
(-) Reconhecimento de tributos recolhi­ (+) Inscrição de Restos a Pagar =
dos indevidamente, cujo despacho de au­ R$ 20.000,00
torização ocorreu em XI = (R$ 10.000,00)
3bfàí^R $ 1:000.000,00 ^ ■ - ' ' Total = R$''60;Ó00,00f''r'1 ..

13 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Observações:
I. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extraorça-
mentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária. Portan­
to, o item: “Empenho e liquidação de despesas com juros e encargos da
dívida fundada no valor de R$ 20.000,00” não teve pagamento, logo será
um Restos a Pagar do exercício, assim, uma receita extraorçamentária.
II. Restituições e Retificações de Receitas Orçamentárias:
Depois de reconhecidas as receitas orçamentárias, podem ocorrer fatos
supervenientes que ensejem a necessidade de restituições ou retificações, de­
vendo-se registrá-los como dedução da receita orçam entária, possibilitando
maior transparência das informações relativas à receita bruta e líquida.
O processo de restituição consiste na devolução total ou parcial de recei­
tas orçamentárias que foram recolhidas a maior ou indevidamente, as quais,
em observância aos princípios constitucionais da capacidade contributiva e da
vedação ao confisco, devem ser devolvidas.
Quando o Estado avança no patrimônio do contribuinte em valor superior
ao permitido em lei, não há necessidade de autorização orçamentária para sua de­
volução. Desse modo, na União, a restituição é tratada como dedução de receita.
Se fosse registrada como despesa orçamentária, a receita corrente líquida
ficaria com um montante maior que o real, pois não seria deduzido o efeito des­
sa arrecadação imprópria.
Com o objetivo de proceder a uma padronização contábil e dar maior trans­
parência ao processo de restituição de receitas, a legislação federal assim estabelece:
1. Lei n° 4.862/65 que altera a legislação do imposto de renda e adota
diversas medidas de ordem fiscal e fazendária:
Art. 18. A restituição de qualquer receita da União, descontada ou recolhida a
maior será efetuada mediante anulação da respectiva receita, pela autoridade
incumbida de promover a cobrança originária, a qual, em despacho expresso,
reconhecerá o direito creditório contra a Fazenda Nacional e autorizará a en­
trega da importância considerada indevida.
u
§ 4o Para os efeitos deste artigo, o regime contábil fiscal da receita será o de
gestão qualquer que seja o ano da respectiva cobrança.
§ 5° A restituição de rendas extintas será efetuada com os recursos das dota­
ções consignadas no Orçamento da Despesa da União, desde que não exista
receita a anular.
2. Decreto-lei n° 1.755/79:
Art. 5oA restituição de receitas federais e o ressarcimento em espécie, a título
de incentivo ou benefício fiscal, dedutiveis da arrecadação, mediante anula­

Denis Rocha 14
Prova 1 - Analista Judiciário/ÁreaContabiiidade/TRE-AM/2010

ção de receita, serão efetuados através de documento próprio a ser instituído


pelo Ministério da Fazenda.
3. Decreto n° 93.872/86:
A r t 14. A restituição de receitas orçamentárias, descontadas ou recolhidas a
maior, e o ressarcimento em espécie a título de incentivo ou benefício fiscal,
dedutíveis da arrecadação, qualquer que tenha sido o ano da respectiva co­
brança, serão efetuados como anulação de receita, mediante expresso reco­
nhecimento do direito creditório contra a Fazenda Nacional, pela autoridade
competente, a qual, observado o limite de saques específicos estabelecido na
programaçãofinanceira de desembolso, autorizará a entrega da respectiva im­
portância em documento próprio.
Parágrafo único. A restituição de rendas extintas será efetuada com os recur­
sos das dotações consignadas na Lei de Orçamento ou em crédito adicional,
desde que não exista receita a anular.

Conclusão:
• Recomenda-se que a restituição de receitas orçamentárias recebidas
em qualquer exercício seja feita por dedução da respectiva natureza de
receita orçamentária.
• Para as rendas extintas, deve ser utilizado o mecanismo de dedução até
o montante de receita a anular. O valor que ultrapassar o saldo da re­
ceita a anular deve ser registrado como despesa. Entende-se por rendas
extintas aquelas cujo fato gerador da receita não representa mais situa­
ção que gere arrecadações para o ente.

Importante:
Seguem as receitas extraorçamentárias mais cobradas nas provas:
L Valores em poder de agentes financeiros e outras entidades.
2. Salários não reclamados.
3. Consignações e outras retenções não pagas ou recolhidas no período
ou cauções recebidas.
4. Valores recebidos de bens de ausentes.
5. Valores registrados em depósitos de diversas origens.
6. Inscrições de Restos a Pagar e do serviço da dívida a pagar.
7. Superávit do Orçamento Corrente.
8. ARO.
9. As emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ati­
vo e passivo financeiros.
10. Os depósitos judiciais oriundos do contencioso fiscal.

15 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Classificações da Dívida Ativa:

v^D M da
• Mutação Passiva. ♦ Variação passiva — • Variação ativa — in­
independente da exe­ dependente da execu­
cução orçamentária. ção orçamentária.
• Insubsistência passi­ • Superveniência ativa
va (redução de ativo). (aumento do ativo).
Curiosidades que podem ser cobradas nas próximas provas:
No caso de devolução de saldos de convênios, contratos e congêneres»
como proceder?
• Se a restituição ocorrer no mesmo exercício em que foram recebidas
transferências do convênio, contrato ou congênere, deve-se contabilizar
como dedução de receita até o limite de valor das transferências recebi­
das no exercício.
• Se o valor da restituição ultrapassar o valor das transferências recebidas
no exercício, o montante que ultrapassar esse valor deve ser registrado
como despesa orçamentária.
• Se a restituição for feita em exercício em que não houve transferência
do respectivo convênio/contrato, deve ser contabilizada como despe­
sa orçamentária.
i^^pntapm zgçao^j
Convênio 1 R$ 100,00 no ano 1 R$ 20,00 no ano 1 Dedução de receita,
no valor de R$ 20,00
Convênio 2 R$ 60,00 no ano 1
R$ 40,00 no ano 2 R$ 30,00 no ano 2 Dedução de receita,
no valor de R$ 30,00
Convênio 3 R$ 60,00 no ano 1
R$ 40,00 no ano 2 R$ 50,00 no ano 2 Dedução de recei­
ta no valor de R$
40,00 e contabiliza­
ção como despesa
orçamentária no
valor de R$ 10,00.
Convênio 4 R$ 100,00 no ano 1
R$ 0,00 no ano 2 R$ 30,00 Despesa orçamen­
tária no valor de R$
30,00

Denís Rocha 16
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

• Se alguma questão mencionar que foi executada uma compra de bens


mediante recursos de convênios, é porque se exige lançamentos nos
quatro sistemas de contas (orçamentário, financeiro, patrimonial e de
compensação).
Outras curiosidades que podem ser cobradas:
• Os Municípios devem registrar a receita com a transferência de recursos da
União para o Programa “Fome Zero” na conta 1761.04.00 — Transferências
de Convênios da União Destinadas aos Programas de Combate à Fome.
• A Lei n° 10.832, de 29 de dezembro de 2003, determina a transferência
pela União dos recursos do salário-educação diretamente para os Mu­
nicípios sem a figura dos Estados como intermediadores. Assim, os re­
cursos do salário-educação devem ser registrados na rubrica 1721.35.01
— Transferências do Salário-Educação, que é destinada ao registro do
valor total dos recursos de transferências da União para os Estados, Dis­
trito Federal e Municípios, a título de salário-educação.

31. Observe o Balanço Orçamentário (em milhões de reais) de uma deter­


minada entidade pública:
Receitas Despesas
Títulos Prevista Executada Diferença Título Fixada Executada Diferença.
Receitas Correntes 1200 1400 240 Créd. orçamentários
e Suplementares 1520 1500 -2 0
Receitas de Capital 240 288 40
Créd. Especiais 60 20 -4 0
Créd. Extraordinário 20 20 0
Soma 1440 1728 288 Soma 1600 1540 -6 0
Déficit 160 -1 6 0 Déficit 188 188
Total 1600 1728 128 Total 1600 1728 128

Sabe-se que houve abertura de créditos suplementares no valor de R$ 80,00


(milhões)» cujo recurso de cobertura foi o superávit financeiro do exercício
anterior e que todas as despesas empenhadas foram pagas. Com base nos
dados de previsão e execução orçamentária, é possível afirmar que o:
a) quociente de execução da receita foi 1,2.
b) quociente de cobertura dos créditos adicionais foi 1,6.
c) aumento na situação financeira líquida foi R$ 88,00 (milhões).
d) quociente de equilíbrio orçamentário foi 0,9.
e) valor das receitas arrecadadas é igual ao das despesas empenhadas.

17 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Balanços Públicos


a) Quociente de Execução da Receita:
Receita
- . Executada
— _ 1.728 _
—-------- j
Receita Prevista 1.440
b) Quociente de Cobertura dos Créditos Adicionais:
Excesso de Arrecadação 288
— —---------- - r ------- = -----------= 2,40
Créditos Adicionais Abertos 120
O grande problema desta alternativa é o candidato se equivocar e calcular
o quociente como: 128/80 - 1,6. Acontece que 128,00 não é o excesso de arreca­
dação e sim o valor calculado considerando o déficit no lado da receita. O exces­
so de arrecadação é 288 (1728 - 1440). Já o valor de 80,00 refere-se à abertura de
créditos suplementares, a este valor devem ser somados os 20,00 dos especiais e
os 20,00 dos extraordinários. Portanto, 80 + 20 + 20 = 120.
“Esse quociente deve demonstrar quanto o Excesso de Arrecadação re­
presenta de cobertura para os Créditos Adicionais Abertos, e o resultado con­
siderado normal será 1 ou maior do que 1. Caso seja menor do que 1, há que
se verificar se foram feitas as demonstrações mensais da receita arrecadada, de
acordo com o a r t 29 da Lei n° 4.320/64, para servir de base para a abertura de
créditos adicionais que se utilizam de excesso de arrecadação, e qual o motivo
que deu causa ao quociente negativo” (KOHAMA, 2000, p.147).
c) Situação financeira líquida:
Ativo financeiro - passivo financeiro = 80 milhões. Dados da questão: “Sa­
be-se que houve abertura de créditos suplementares no valor de R$ 80,00 (mi­
lhões), cujo recurso de cobertura foi o superávit financeiro do exercício anterior”
Cuidado para não confundir com:
Quociente da Situação Financeira:
Ativo Financeiro
Passivo Financeiro
d) Quociente de equilíbrio orçamentário:
Despesa fixada 1.600
-------------------------= ------------- = i,ii
Receita Prevista 1.440
e) Receitas arrecadadas - R$ 1.728,00
Despesas empenhadas = R$ 1.540,00

Denis Rocha 18
Prova 1 -Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

32. Sobre o processo de planejamento e orçamento e de execução orçamen­


tária, considere:
I. A Lei Orçamentária Anual discriminará as receitas e despesas pe­
los seus totais, vedadas quaisquer deduções, com exceção daquelas
referentes às transferências intergovernamentais.
II. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e priori­
dades da administração pública federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subsequente.
III. A realização de operações de créditos que excedam o montante
das despesas de capital é vedada, ressalvadas as autorizadas me­
diante créditos especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta.
IV. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão uti­
lizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação,
ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I, H e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) n, III e IV.
e) III e IV.

Assunto: Orçamento Público no Brasil


I. Segundo a Lei n° 4.320/67, arL 6o, “Todas as receitas e despesas constarão
da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções”.
II. Conforme CF/88, a r t 165, § 2o, “a lei de diretrizes orçamentárias
compreenderá as metas e prioridades da administração pública fede­
ral, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro sub­
sequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento”
Observação: Lei de Diretrizes Orçamentárias, que tem objeto determina­
do e destinatários certos, assim sem generalidade abstrata, é lei de efeitos con­
cretos, que não está sujeita à fiscalização jurisdicional no controle concentrado.
IIL Conforme CF/88, arL 167, III, “são vedadas a realização de operações de
créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as

19 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalida­


de precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”
IV. Verdadeiro. A Lei de Responsabilidade Fiscal, ao determinar que as
receitas vinculadas serão utilizadas exclusivamente para atender o ob­
jeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso, intensificou o sistema de vinculações orçamentá­
rias. A teor do parágrafo único, do artigo 8o, da sufragada Lei, “litteris”:
A rt 8o.
U
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados afinalidade especifica serão
utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que
em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

33. Considere os dados abaixo, extraídos do Balanço Patrimonial de 31/12/


XI da Prefeitura WZ:
R$ (mil)
Almoxarifado........................................................ .......................1.000,00
Aplicações Financeiras................................................................... 3.000,00
Ativo Real Líquido................................................................ ......10.890,00
Bancos Conta Movimento.............................................................. 2.950,00
Bens Imóveis................ ............... ................................................... 5.000,00
Bens Móveis.............. ........... .................................. ....................................... ....... 3.6
Consignações................................................................................................. ....... ........
Depósitos de Diversas Origens - Caução........................................400,00
DívidaAtiva...................................... .............. ...............................4.900,00
Dívida Fundada Externa.................................................................2.310,00
Dívida Fundada Interna................................................. .............................. ....... 1.
Restituições a Pagar...................................................... ........ ........ ...300,00
Restos a Pagar não Processados................. ................................... 1.000,00
RestosaPagarProcessados.................... ................ ......... ............. 2.000,00
Serviço da Dívida a Pagar............................................................................. ....... 1.
De acordo com a Lei n° 4.320/64, o valor de superávit financeiro que
poderá ser utilizado como recurso de cobertura para a abertura de cré­
ditos suplementares e especiais em X2 é, em milhares de reais,

a) 150,00.
b) 450,00.
c) 1.150,00.
d) 1.450,00.
e) 10.890,00.

Denis Rocha 20
Prova 7 - Analista judiciário/ÁreaContabilidade/TRE-AM/2010

Assunto: Créditos Adicionais


Conforme a Lei n° 4.320/64, art. 43, o superávit financeiro apurado em
balanço patrimonial do exercício anterior considera recursos para abertura de
créditos adicionais.
Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo fi­
nanceiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos
adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.

Ativo Financeiro (AF) Passivo Financeiro (PF)


Aplic. Financeiras =...............3.000,00 Consignações = ................. 910,00
Bancos Conta Movimento ~... 2.950,00 Dep. de Div. Origens Caução =...400,00
Restituições a Pagar =.............300,00
Restos a Pagar não Proc. =.....1.000,00
Restos a Pagar Processados =..2.000,00
Serviço da Dívida a Pagar =....1.190,00
Total 5.950,00 Total = 5.800,00

Superávit = (AF) - (PF) = 150,00

34. Quando uma prefeitura apura o valor do Imposto sobre a Propriedade


Predial e Territorial Urbano e emite o documento para pagamento pelo
contribuinte ocorre o estágio de:
a) lançamento de uma receita extraorçamentária.
b) lançamento de uma receita tributária.
c) arrecadação de uma receita tributária.
d) lançamento de uma receita patrimonial.
e) previsão de uma receita tributária.

Assunto: Receita Pública


Segundo o Código Tributário Nacional, art. 142, lançamento é “o pro­
cedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante
do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplica­
ção da penalidade cabível.” Tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se
proceder ao registro contábil do direito da fazenda pública em contrapartida a
uma variação patrimonial aumentativa.

21 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Algumas etapas da receita:

Reconhecimento da receita orçamentária:


O reconhecimento da receita orçamentária ocorre no momento da arre­
cadação, conforme art. 35 da Lei n° 4.320/64 e decorre do enfoque orçamentário
dessa lei, tendo por objetivo evitar que a execução das despesas orçamentárias
ultrapasse a arrecadação efetiva.
Relacionamento do regime orçamentário com o regime patrimonial:
A contabilidade aplicada ao setor público mantém um processo de registro
apto para sustentar o dispositivo legal do regime da receita orçamentária, de for­
ma que atenda a todas as demandas de informações da execução orçamentária.
Na área pública, conforme estabelece a Lei n° 4.320/64, o regime orça­
mentário reconhece a despesa no exercício financeiro da emissão do empenho
e a receita pela arrecadação.
Art. 35. Pertencem ao exercíciofinanceiro:
I - a s receitas nele arrecadadas;
II - as despesas nele legalmente empenhadas.
O art. 35 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime patrimonial,
pois a contabilidade é tratada em título específico da citada lei, no qual se de­
termina que as variações patrimoniais devam ser evidenciadas, sejam elas inde­
pendentes ou resultantes da execução orçamentária.
Título I X - D a Contabilidade
U
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados deforma a permitirem
o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da compo­
sição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o le­

Denis Rocha 22
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

vantamento âos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados


econômicos efinanceiros.
u
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orça­
mentária, financeira, patrimonial e industrial.
U
Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os re­
sultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes
dessa execução e as superveniências e insubsisiêndas ativas e passivas, consti­
tuirão elementos da conta patrimonial.
u
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alte­
rações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução
orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.
Observa-se que, além do registro dos fatos ligados à execução orçamentária,
exige-se a evidenciação dos fatos ligados à administração financeira e patrimo­
nial, de maneira que os fatos modificativos sejam levados à conta de resultado e
que as informações contábeis permitam o conhecimento da composição patrimo­
nial e dos resultados econômicos e financeiros de determinado exercício.
A contabilidade deve evidenciar, tempestivamente, os fatos ligados à ad­
ministração orçamentária, financeira e patrimonial, gerando informações que
permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econô­
micos e financeiros.
Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no patrimônio, deve
haver o registro da variação patrimonial aumentativa, independentemente da
execução orçamentária, em função do fato gerador, observando-se os princípios
da competência e da oportunidade.
O reconhecimento da variação patrimonial aumentativa apresenta como
principal dificuldade a determinação do momento de ocorrência do fato gerador.
No âmbito da atividade tributária, pode-se utilizar o momento do lança­
mento como referência para o reconhecimento da variação patrimonial aumen­
tativa, pois nesse estágio da execução da receita orçamentária é que:
• verifica-se a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente;
• determina-se a matéria tributável;
• calcula-se o montante do tributo devido; e
• identifica-se o sujeito passivo.

23 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Ocorrido o fato gerador, pode-se proceder ao registro contábil do direito a


receber em contrapartida de variação patrimonial aumentativa o que representa
o registro da variação patrimonial aumentativa por competência.
Por exemplo, a legislação que regulamenta o Imposto sobre a Propriedade
Predial e Territorial Urbana (IPTU) estabelece, de modo geral, que o fato gera­
dor deste tributo ocorrerá no dia Io de janeiro de cada ano. Assim, será registra­
da a receita do IPTU neste momento da etapa do lançamento crédito tributário.

35. De acordo com a Lei n° 4.320/64, as receitas correntes são constituí­


das, entre outras, pelas Receitas de Contribuições. Um item classificado
como Receita de Contribuição é aquele oriundo de:
a) contribuição de melhoria.
b) multas e juros de mora da contribuição do salário-educação.
c) contribuição social para o financiamento da seguridade social - COFINS.
d) fundo de participação dos municípios - FPM.
e) restituições de convênios.

Assunto: Receita Pública


Para o direito tributário a contribuição social para o financiamento da seguri-
dades social — COFINS — é considerada tributo, entretanto, para a Lei n° 4.320/64
a contribuição social deve ser classificada apenas como receita de contribuição.
Classificação conforme Manuais da STN:
1000.00.00 Receitas Correntes: Registra o valor total da arrecadação das
receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de
serviços, as transferências correntes e outras receitas correntes.
1100.00.00 Receita Tributária: Registra o valor total da arrecadação da
receita tributária (impostos, taxas e contribuições de melhoria).
1200.00.00 Receitas de Contribuições: Registra o valor total da arreca­
dação de receita de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de
intervenção nas respectivas áreas. Os Estados, o Distrito Federal e os Municí­
pios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio,
em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social.
1210.00.00 Contribuições Sociais: Registra o valor total da arrecadação
com contribuições sociais constituídas por ordem social e profissional.
1300.00.00 Receita Patrimonial: Registra o valor total da arrecadação da
receita patrimonial referente ao resultado financeiro da fruição do patrimônio,
seja decorrente de bens imobiliários ou mobiliários, seja de participação societária.

Denis Rocha 24
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

1310.00.00 Receitas Imobiliárias: Provenientes da utilização, por tercei­


ros, de bens imóveis pertencentes ao setor público.
1400.00.00 Receita Agropecuária: Registra o valor total da arrecadação
da receita de produção vegetal, animal e derivados e outros. Receitas decorren­
tes das seguintes atividades ou explorações agropecuárias:
a) agricultura (cultivo do solo), inclusive hortaliças e flores;
b) pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pe­
queno porte);
c) atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agro­
pecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos
(excetuam-se as usinas de açúcar, fábricas de polpa, de madeira, ser­
rarias e unidades industriais com produção licenciada, que são classi­
ficadas como industriais).
1500.00.00 Receita Industriai: Registra o valor total da arrecadação da
receita da indústria de extração mineral, de transformação, de construção e ou­
tros, provenientes das atividades industriais definidas como tais pela Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
1600.00.00 Receita de Serviços: Registra o valor total da arrecadação da
receita originária da prestação de serviços, tais como: atividades comerciais, fi­
nanceiras, de transporte, de comunicação, de saúde, de armazenagem, serviços
científicos e tecnológicos, de metrologia, agropecuários, etc.
1700.00.00 Transferências Correntes: Registra o valor dos recursos re­
cebidos de outras pessoas de direito público ou privado, independentemente de
contraprestação direta de bens e serviços.
1900.00.00 Outras Receitas Correntes: Registra o valor total da arreca­
dação de outras receitas correntes, tais como: multas, juros, restituições, indeni­
zações, receita da dívida ativa, aplicações financeiras e outras.

36. Em relação às despesas orçamentárias, considere:


I. Á nota de empenho indicará o nome do credor, a especificação e
a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da
dotação própria.
II. O regime de adiantamento é aplicável para as despesas que não
possam subordinar-se ao processo normal de aplicação e, por isso,
o empenho prévio é dispensado.
III. A liquidação da despesa consiste no despacho exarado por autori­
dade competente determinando que a despesa seja paga.

25 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

IV. Os Restos a Pagar são despesas empenhadas, mas não pagas até o dia
31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I e II.
b) I, II e IV.
c) I e IV.
d) II e IV.
e) III e IV.

Assunto: Despesa Pública


I. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente
que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de
implemento de condição. Para cada empenho será extraído um docu­
mento denominado “nota de empenho”, que indicará o nome do cre­
dor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução
desta do saldo da dotação própria.
II. O regime de adiantamento corresponde às despesas expressamente
definidas em lei e consiste na entrega de dinheiro a servidor. Esta en­
trega deverá ser sempre precedida de empenho em dotação própria,
para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao pro­
cesso normal de aplicação.
III. Conforme dispõe o art. 63 da Lei n° 4.320/64, a liquidação consiste na
verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos
e documentos comprobatórios do respectivo crédito e tem por objeti­
vo apurar:
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido
pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respec­
tivo crédito.
$ 1° Essa verificação tem por fim apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
I I - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
As despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por base:
§ 2° A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados
terá por base:
I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

Denis Rocha 26
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

II - a nota de empenho;
III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
IV. No final do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e não pa­
gas serão inscritas em restos a pagar e constituirão a dívida flutuante.
Podem-se distinguir dois tipos de restos a pagar: os processados e os
não processados.
Os Restos a Pagar processados são aqueles em que a despesa orçamentá­
ria percorreu os estágios de empenho e liquidação, restando pendente apenas o
estágio do pagamento.
Os Restos a Pagar processados não podem ser cancelados, tendo em vista
que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer e a admi­
nistração não poderá deixar de cumprir com a obrigação de pagar sob pena de
estar descumprindo o princípio da moralidade que rege a Administração Pú­
blica, previsto no art. 37 da Constituição Federal, abaixo transcrito. O cancela­
mento caracteriza, inclusive, forma de enriquecimento ilícito, conforme Parecer
n° 401/2000 da Procuradoria-geral da Fazenda Nacional.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos prin­
cípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte: (grifo nosso)
Serão inscritas em Restos a Pagar as despesas liquidadas e não pagas no
exercício financeiro, ou seja, aquelas em que o serviço, obra ou material contrata­
do tenha sido prestado ou entregue e aceito pelo contratante. Também serão ins­
critas as despesas não liquidadas quando o serviço ou material contratado tenha
sido prestado ou entregue e que se encontre, em 31 de dezembro de cada exercício
financeiro, em fase de verificação do direito adquirido pelo credor ou quando o
prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor estiver vigente.
Observando-se o Princípio da Anualidade Orçamentária, as parcelas dos
contratos e convênios somente deverão ser empenhadas e contabilizadas no
exercício financeiro se a execução for realizada até 31 de dezembro ou se o prazo
para cumprimento da obrigação assumida pelo credor estiver vigente.
As parcelas remanescentes deverão ser registradas nas contas de compen­
sação e incluídas na previsão orçamentária para o exercício financeiro em que
estiver prevista a competência da despesa.
A inscrição de despesa em restos a pagar não processados é procedida
após a depuração das despesas pela anulação de empenhos, no exercício finan­
ceiro de sua emissão, ou seja, verificam-se quais despesas devem ser inscritas
em Restos a Pagar, anulam-se as demais e inscrevem-se os Restos a Pagar não
processados do exercício.

27 A FO e Contabilidade Pública
Coleção Provas Comentadas da FCC

No momento do pagamento de Restos a Pagar referente à despesa empe­


nhada pelo valor estimado, verifica-se se existe diferença entre o valor da despesa
inscrita e o valor real a ser pago; se existir diferença, procede-se da seguinte forma:
• Se o valor real a ser pago for superior ao valor inscrito, a diferença deve­
rá ser empenhada a conta de despesas de exercícios anteriores.
• Se o valor real for inferior ao valor inscrito, o saldo existente deverá ser
cancelado.
A inscrição de Restos a Pagar deve observar aos limites e condições de
modo a prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das con­
tas públicas, Conforme estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A LRF determina ainda, em seu art. 42, que qualquer despesa empenhada
nos últimos oito meses do mandato deve ser totalmente paga no exercício, aca­
bando por vetar sua inscrição ou parte dela em Restos a Pagar, a não ser que haja
suficiente disponibilidade de caixa para viabilizar seu correspondente pagamento.
Observa-se que, embora a Lei de Responsabilidade Fiscal não aborde o
mérito do que pode ou não ser inscrito em Restos a Pagar, veda contrair obri­
gação no último ano do mandato do governante sem que exista a respectiva
cobertura financeira, eliminando desta forma as heranças fiscais, conforme dis­
posto no seu art. 42:
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos
dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem
pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
para este efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão conside­
rados os encargos e despesas compromissadas apagar até ofinal do exercício.
Portanto, é necessário que a inscrição de despesas orçamentárias em Res­
tos a Pagar observe a disponibilidade de caixa e a legislação pertinente.

37. Uma despesa de capital relacionada à divida fundada é aquela oriunda:


a) dos juros sobre a dívida por contrato.
b) dos deságios da dívida mobiliária.
c) dos encargos sobre operações de crédito por antecipação da receita.
d) da devolução dos depósitos caução.
e) da correção monetária da divida contratual resgatada.

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Prova 1 - Anaiista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

Assunto: Despesa Pública

Primeiramente vamos conceituar os tipos de dívidas.


Dívida flutuante:
O artigo 92 da Lei n° 4.320/64 trata da dívida flutuante.
A rt 92. A dívida flutuante compreende:
I. os restos apagar, excluídos os serviços da dívida;
II. os serviços da dívida a pagar (parcelas de amortização e de juros da dívida
fundada);
III. os depósitos (consignações ou cauções e garantias recebidas em função de
execução de obra pública, por exemplo);
IV. os débitos de tesouraria (ARO — operações de crédito por antecipação de
receita destinadas a cobrir insuficiências de caixa ou tesouraria).
Dívida Fundada:
0 artigo 98 da Lei n° 4.320/64 trata da dívida fundada.
Art. 98. A dívidafundada compreende os compromissos de exigibilidade supe­
rior a 12 (doze) meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário
ou a financiamento de obras e serviços públicos.
A Lei n° 4.320/64 estabelece, ainda, que a dívida fundada será escriturada
com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momen­
to, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortiza­
ção e juros.
Grupos/exemplos de combinações com os elementos:
1 - Pessoal e Encargos Sociais
01 - Aposentadorias e Reformas
03 - Pensões
04 - Contratação por Tempo Determinado
05 - Outros Benefícios Previdenciários
11 - Vencimentos e Vantagens Fixas — Pessoal Civil
13 - Obrigações Patronais
16 - Outras Despesas Variáveis — Pessoal Civil
17 - Outras Despesas Variáveis — Pessoal Militar
2 - Juros e Encargos da Dívida
21 - Jjiros sobre a Dívida por Contrato
22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato
23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária
24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária

29 A FO e Contabilidade Pública
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3 - Outras Despesas Correntes


30 - Material de Consumo
32 - Material de Distribuição Gratuita
33 - Passagens e Despesas com Locomoção
35 - Serviços de Consultoria
36 - Outros Serviços de Terceiros — Pessoa Física
37 ~ Locação de Mão de Obra
38 - Arrendamento Mercantil
39 - Outros Serviços de Terceiros — Pessoa Jurídica
4 - Investimentos
30 - Material de Consumo
33 - Passagens e Despesas com Locomoção
51 - Obras e Instalações
52 - Equipamentos e Material Permanente
61 - Aquisição de Imóveis
5 - Inversões Financeiras
61 - Aquisição de Imóveis
63 - Aquisição de Títulos de Crédito
64 - Aquis. Títulos Repr. Capitai já Integralizado
6 - Amortização da Dívida
71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado
72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado
73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada
Especificações que podem causar dúvidas:
73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada: Des­
pesas orçamentárias decorrentes da atualização do valor do principal da
dívida contratual, interna e externa, efetivamente amortizado.
74 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada: Despe­
sas orçamentárias decorrentes da atualização do valor nominal do título
da dívida pública mobiliária, efetivamente amortizado.
75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação
de Receita: Despesas orçamentárias com correção monetária da dívida de­
corrente de operação de crédito por antecipação de receita.
76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado: Despesas orçamen­
tárias com o refinanciamento do principal da dívida pública mobiliária,
interna e externa, inclusive correção monetária ou cambial, com recursos
provenientes da emissão de novos títulos da dívida pública mobiliária.
77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado: Despesas orça­
mentárias com o refinanciamento do principal da dívida pública contra­
tual, interna e externa, inclusive correção monetária ou cambial, com re­
cursos provenientes da emissão de títulos da dívida pública mobiliária.

Denis Rocha 30
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimo­


nial da União e das entidades da administração direta e indireta será exer­
cida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema
de controle interno de cada Poder. Em relação a este assunto, considere:
I. Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da Re­
pública, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em ses­
senta dias a contar de seu recebimento.
II. Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congê­
neres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município.
III. Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade.
IV. Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União.
V. Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, compete ao controle ex­
terno o que se afirma APENAS em:
a) I e II.
b) I* II e III.
c) I, II e V.
d) II, IV e V.
e) III, IV e V.

Assunto: Tipos de controle e normas aplicáveis


I. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com
o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete, entre ou­
tras coisas, apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente
da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
sessenta dias a contar de seu recebimento. Atenção, pois neste caso
não é julgar as contas prestadas, e sim apreciar.
II. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com
o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete também
fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo ca­
pital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos
do tratado constitutivo e fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos
repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros ins­
trumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município.

31 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

III. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido


com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete tam ­
bém assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade.
IV. Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União é uma finalidade do sistema de
controle interno e não competência do controle externo.
V. Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União é
também uma finalidade do sistema de controle interno e não compe­
tência do controle externo.
• Artigos da CF/88 que devem ser memorizados:
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Mu­
nicipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Po­
der Executivo Municipal na forma da lei.
§ 1° O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos
Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribu­
nais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2o O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois
terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3° As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à
disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4oÉ vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
u
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patri­
monial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e
pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com
0 auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
1 - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar
de seu recebimento;

Denis Rocha 32
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

II-julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,


bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas asfunda­
ções e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Públicofederal, e as contas
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pesso­
al, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as funda­
ções instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para
cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentado­
rias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem
afundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de na­
tureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e
demais entidades referidas no inciso II;
V -fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital
social a União participe, deforma direta ou indireta, nos termos do tratado
constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União me­
diante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado,
ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qual­
quer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fisca­
lização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre
resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregu­
laridade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras
cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências neces­
sárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a
decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
X I - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apu­
rados.
u
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execu­
ção dos programas de governo e dos orçamentos da União;

33 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiên­


cia, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades
da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1°. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qual­
quer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas
da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2°. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legí­
tima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante
o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam~se, no que couber, à or­
ganização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do
Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de
Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.

39. No início do mês de novembro de X9, a secretaria de educação do muni­


cípio RKW não possuía cartuchos para impressora jato de tinta em es­
toque. Durante o referido mês, ocorreram as seguintes movimentações:

Preço Preço
Data Movimentação Quantidade
Unitário Total
10/11 Compra 200 80,00 16.000,00
©

15/11 Baixa
o

20/11 Compra 300 90,00 27.000,00


26/11 Baixa 160
Considerando somente estas movimentações e de acordo com a Lei n°
4.320/64, o valor do estoque final de cartuchos no mês de novembro de
X9 era, em reais,
a) 22.750,00.
b) 21.640,00.
c) 21.600,00.
d) 21.000,00.
e) 20.600,00.

Denis Rocha 34
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

Assunto: Avaliação dos Elementos Patrimoniais


As avaliações dos elementos patrimoniais na contabilidade Pública estão
contidas no artigo 106 da Lei n° 4.320/64. Deve-se ter atenção em relação aos
bens de almoxarifado, pois é comum ser cobrado nas provas que a sua avaliação
é dada pelos métodos PEPS e UEPS da contabilidade empresarial, o que não
condiz com a realidade. Os bens de almoxarifado na contabilidade pública são
avaliados pelo preço médio ponderado das compras.

VatordeaquLsíçãÒi
§ IÍIS llÉ 'o u v a lo r d e ^ g i

•B.ens.pa;almq*aqfado
Pondera.qo:;,;.'
das compras í<^

Entradas Saídas Saldo Final


Preço Preço Preço Preço Preço Preço
Quant. Quant Quant
Unit Total Unit. Total Unit. Total
200 80,00 16.000,00 200 80,00 16.000,00
100 80,00 8.000,00 100 80,00 8.000,00
300 90,00 27.000,00 400 87,50 35.000,00
160 87,50 14.000,00 240 87,50 21.000,00

40. O Relatório de Gestão Fiscal é um dos instrumentos de transparência


da administração previstos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Sobre o relatório é correto afirmar que:
a) será emitido ao final de cada trimestre pelo Chefe do Poder Executivo.
b) será publicado até 60 (sessenta) dias após o encerramento do perío­
do a que corresponder, inclusive por meio eletrônico.
c) contém demonstrativo das disponibilidades em caixa em todo relatório.

35 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

d) é facultativo para municípios com população de até 100.000 (cem


mil) habitantes.
e) contém comparativo entre o montante de concessão de garantias e
os lim ites determinados pela LRF.

Assunto: le i de Responsabilidade Fiscal


O Relatório de Gestão Fiscal é de apresentação obrigatória por todos os
poderes e respectivos órgãos. Deverá ser publicado até 30 dias após o final de
cada quadrimestre e conterá:
• As informações necessárias à verificação da conformidade, com os li­
mites de que trata a LRF, das despesas com pessoal, das dívidas conso­
lidada e mobiliária, da concessão de garantias, das operações de crédito
e das despesas com juros.
• O elenco de medidas adotadas com vistas à adequação das variáveis fis­
cais aos seus respectivos limites, tratando-se do último quadrimestre,
demonstração do montante das disponibilidades ao final do exercício
financeiro e das despesas inscritas em Restos a Pagar.
No último quadrimestre, deverá ser demonstrado o montante das disponi­
bilidades de caixa em trinta e um de dezembro e das despesas inscritas em Restos
a Pagar, distinguindo-as era liquidadas e não liquidadas, além das despesas não
inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados.
Observações:
1. A elaboração e a publicação do RREO (Relatório Resumido de Execu­
ção Orçamentária) é bimestral e do RGF, quadrimestral.
2. O RREO é obrigação do Poder Executivo e o RGF é de todos os Pode­
res e órgãos.
3. O RREO abrange todos os Poderes e o Ministério Público e será ela­
borado pelo Executivo.
O Relatório de Gestão Fiscal conterá demonstrativos comparativos co
os limites de que trata a LRF, dos seguintes montantes:
1. a despesa total com pessoal, evidenciando as despesas com ativos,
inativos e pensionistas;
2. dívida consolidada;
3. concessão de garantias e contragarantias;
4. operações de crédito;
5. demonstrativo dos limites;
6. além disso, o referido relatório indicará as medidas corretivas adota­
das ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites.

Denis Rocha 36
Prova 1 - Analista Judiciário/Área Contabilidade/TRE-AM/2010

No último quadrimestre, o relatório deverá conter, também, os seguintes


demonstrativos:
I. Do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro.
II. Da inscrição em Restos a Pagar das despesas liquidadas, das empe­
nhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponi­
bilidade de caixa e das não inscritas por falta de disponibilidade de
caixa e cujos empenhos foram cancelados.
III. Do cumprimento do disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal, no
que se refere à liquidação da operação de crédito por antecipação de
receita, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de de­
zembro de cada ano, além do atendimento à proibição de contratar
tais operações no último ano de mandato do presidente, governador
ou prefeito municipal.
IV. Da despesa com serviços de terceiros.

37 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Gabarito:
26. A
27. D
28. B
29. E
30. C
31. A
32. D
33. A
34. B
35. C
36. C
37. E
38. B
39. D
40. E

Denis Rocha
Prova 2

Agente de Defensoria/Administrador/
DPE-SP/2010

66. As receitas públicas podem ser classificadas, com base na Lei n° 4.320/64,
de acordo com a fonte de que provêm, em receitas:
a) correntes e de capital.
b) regulares e extraordinárias.
c) legais e ilegais.
d) brutas e líquidas.
e) permanentes e temporárias.

Assunto: Receita Pública


Classificação das receitas quanto a Categoria Econômica:
1. Receitas Correntes: as receitas tributárias, de contribuições, patrimo­
nial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as prove­
nientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificá­
veis em Despesas Correntes.
2. Receitas de Capital: são as provenientes da realização de recursos fi­
nanceiros oriundos de constituição de dívidas (endividamento); da
conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de ou­
tras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender des­
pesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
Orçamento Corrente.

68. A contratação de serviços terceirizados por órgão da administração pú­


blica NÃO será contabilizada como despesas com pessoal pela Lei de
Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n° 101/2000) quando:
a) incluírem apenas serviços complementares às atividades-fim do ór­
gão, desde que estas não possuam correspondentes efetivos na es­
trutura de cargos e salários.

39
Coleção Provas Comentadas da FCC

b) os valores gastos não superarem os lim ites de 5% para a União, e de


6%ypara Estados e Municípios, da respectiva receita corrente líquida.
c) incluírem serviços de baixa qualificação como limpeza, transportes e
segurança, excetuados os cargos de gerência dos respectivos serviços.
d) estiverem dentro dos lim ites de gasto com pessoal de 50% para a
União, e de 60%, para Estados e M unicípios, respectiva receita cor­
rente líquida.
e) referirem-se a serviços complementares às atividades-fim do órgão,
mesmo que estas possuam correspondentes efetivos na estrutura de
cargos e salários.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal


As atividades meio são os serviços complementares às atividades-fim do
órgão. Portanto, quando esta atividade (área meio) não possui correspondentes
efetivos a estrutura de cargos e salários, não serão contabilizada como despesas
com pessoal. Conforme LDO de 2009 da União, não se consideram como substi­
tuição de servidores e empregados públicos os contratos de serviços de terceiros
relativos a atividades que, simultaneamente sejam acessórias, instrumentais ou
complementares às atribuições legais do órgão ou entidade; não sejam inerentes
a categorias funcionais abrangidas pelo quadro de pessoal do órgão ou entidade,
salvo expressa disposição legal em contrário, ou sejam relativas a cargo ou catego­
ria extintos, total ou parcialmente e não caracterizem relação direta de emprego.
Para os efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, entende-se como despe­
sa total com pessoal:
• o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos
e os pensionistas,
• relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, mili­
tares e de membros de Poder;
• espécies remuneratórias, tais como:
♦ vencimentos e vantagens, fixas e variáveis,
♦ subsídios,
♦ proventos da aposentadoria,
♦ reformas e pensões,
♦ adicionais,
♦ gratificações,
♦ horas extras,
♦ vantagens pessoais de qualquer natureza,
♦ encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades
de previdência.

Denis Rocha 40
Prova 2 - Agente de Defensoria/Administrador/DPE-SP/2010

LRF:
Art. 18. § I o Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se
referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabiliza­
dos como “Outras Despesas de Pessoal”
Lei n° 11.768/2008 que estabelece as diretrizes orçamentárias da União
para 2009:
Art. 77. Para fins de apuração da despesa com pessoal prevista no art. 18 da
Lei Complementar n° 101, de 2000, deverão ser incluídas as despesas relativas
à contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público, nos termos da Lei no 8.745, de
1993, bem como as despesas com serviços de terceiros quando caracterizarem
substituição de servidores e empregados públicos, observado o disposto no pa­
rágrafo único do art. 89 desta Lei.
Art. 89. O disposto no § I o do art. 18 da Lei Complementar n° 101, de 2000,
aplica-se exclusivamente para fins de cálculo do limite da despesa total com
pessoal independentemente da legalidade ou validade dos contratos.
Parágrafo único. Não se considera como substituição de servidores e empre­
gados públicos, para efeito do caput deste artigo, os contratos de serviços de
terceiros relativos a atividades que, simultaneamente:
I - sejam acessórias, instrumentais ou complementares às atribuições legais
do órgão ou entidade, na forma prevista em regulamento;
II ~ não sejam inerentes a categorias funcionais abrangidas pelo quadro de
pessoal do órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em contrário, ou
sejam relativas a cargo ou categoria extintos, total ou parcialmente;
III - não caracterizem relação direta de emprego.
Para saber mais:
Despesas com Pessoal:
A despesa total com pessoal é apurada somando-se a realizada no mês em
referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de
competência.
Os limites da despesa total com pessoal são (em percentual da receita cor­
rente líquida):
. União: 50%;
• Estados: 60%;
• Municípios: 60%.

41 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Na verificação desses limites não serão computadas as despesas:


• de indenização por demissão de servidores ou empregados;
• relativas a incentivos à demissão voluntária;
• derivadas da convocação extraordinária do Congresso Nacional;
• decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior
ao da apuração;
• com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima,
custeadas com. recursos transferidos pela União;
• com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas
por recursos provenientes:
♦ da arrecadação de contribuições dos segurados;
♦ da compensação financeira entre diferentes sistemas de previdência;
♦ demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal
finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ati­
vos, bem como seu superávit financeiro.
Além desses limites, a LRF estabelece como eles devem ser divididos den­
tro de cada esfera governamental:
• na esfera federal:
♦ 2,5% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;
♦ 6% para o Judiciário;
♦ 40,9% para o Executivo;
♦ 0,6% para o Ministério Público da União;
♦ na esfera estadual:
♦ 3% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;
♦ 6% para o Judiciário;
♦ 49% para o Executivo;
♦ 2% para o Ministério Público dos Estados;
• na esfera municipal:
♦ 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município,
quando houver;
♦ 54% para o Executivo.
A LRF trata ainda do controle da despesa total com pessoal, estabelecendo
que é nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal
e não apresente estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em
que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes e a declaração do ordenador
da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a
lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei
de diretrizes orçamentárias e que não atenda às regras para criação de despesa

Denis Rocha 42
Prova 2 - Agente de Defensoria/Administrador/DPE-SP/2010

obrigatória de caráter continuado ou ainda, que não atenda ao limite legal de


comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.
Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa
com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato
do titular do respectivo Poder ou órgão.
A verificação do cumprimento dos limites da despesa cora pessoal será
realizada ao final de cada quadrimestre e se a despesa total cora pessoal exceder
a 95% do limite são vedados ao Poder ou órgão que houver incorrido no excesso:
• concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remune­
ração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de
determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão da remunera­
ção em data-base;
• criação de cargo, emprego ou função;
• alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
• provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a
qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou
falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;
• contratação de hora extra, salvo no caso de convocação extraordiná­
ria do Congresso Nacional e as situações previstas na lei de diretrizes
orçamentárias.
Se a despesa total com pessoal ultrapassar os limites definidos na LRF,
sem prejuízo das medidas previstas acima, o percentual excedente terá de ser
eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no
primeiro, adotando-se, entre outras, as providências:
• redução das despesas com cargos em comissão e de confiança em pelo
menos 20%;
• exoneração de servidores não estáveis.
Caso não se alcance a redução da despesa no prazo estabelecido, e en­
quanto perdurar o excesso, o ente não poderá:
• receber transferências voluntárias;
• obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
• contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinan­
ciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas
com pessoal.
Estas restrições aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal
exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato.

43 A FO e Contabilidade Pública
Coleção Provas Comentadas da FCC ■

Gabarito:
66. A
68. A

Denis Rocha 44
Prova 3

Analista do Ministério Público/


Contabilidade/MPE-SE/2009

51. Quanto à natureza, a Receita Pública é classificada como:

a) corrente e de capital.
b) orçamentária e extraorçamentária.
c) ordinária e extraordinária.
d) originária e patrimonial.
e) financeira e patrimonial.

Assunto: Receitas Públicas


Conforme doutrina contábil, a receita pública é classificada como:
1. Quanto ao sentido:
1.1 Amplo (Lato) - é toda entrada de recursos que, a qualquer título,
adentra os cofres públicos. Exemplos: fianças, cauções, ARO, receitas
tributárias, etc.
1.2 Restrito - é toda entrada de recursos que se incorporam ao patrimô­
nio público sem compromisso de devolução posterior. Exemplos: re­
ceitas tributárias, patrimonial, alienação de bens, etc.
2. Quanto à competência do ente da Federação:
Podem ser Federal/Estadual e Municipal.
3. Quanto à regularidade ou periodicidade:
3.1 Ordinárias - são aquelas arrecadadas regularmente em cada período
financeiro. Exemplo: impostos.
3.2 Extraordinárias - decorrentes de situações excepcionais, como calami­
dade pública, guerra, doações, etc. Exemplo: empréstimos compulsórios.
4. Quanto à Natureza:
4.1 Orçamentária - é a receita que decorre da Lei Orçamentária.
4.2 Extraorçamentária - compreende os ingressos financeiros ou créditos
de terceiros que não integram o orçamento público.

45
Coleção Provas Comentadas da FCC

5. Quanto à Categoria Econômica:


5.1 Receitas Correntes - são as receitas tributárias» de contribuições, pa­
trimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as
provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas clas­
sificáveis em Despesas Correntes.
5.2 Receitas de Capital ~ são as provenientes da realização de recursos
financeiros oriundos de constituição de dívidas (endividamento); da
conversão, em espécie, de bens e direitos; dos recursos recebidos de
outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender des­
pesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
Orçamento Corrente.
6. Quanto à Afetação Patrimonial:
6.1 Receitas efetivas - são aquelas que contribuem para o aumento do sal­
do patrimonial. Exemplos: as receitas correntes (exceto o recebimento
da dívida ativa) e a receita de capital decorrente do recebimento de
transferências de capital.
6.2 Receitas por mutações - são aquelas que nada acrescem ao patrimônio
público, pois são simples entradas compensatórias. Exemplos: todas as
receitas de capital (exceto as transferências de capital) e ainda a receita
corrente resultante do recebimento da dívida ativa.
7. Quanto à Coercitividade:
7.1 Originárias - são oriundas da exploração do patrimônio do Estado. O
Estado participa de atividades privadas, através de cobranças de preço
ou tarifas.
7.2 Derivadas - são aquelas obtidas pelo Estado através do seu poder de
autoridade. Exemplos: tributos e multas.

52. Quanto à regularidade, a receita pública arrecadada permanentemente


pelo tesouro do estado classifica-se como:
a) derivada.
b) orçamentária.
c) ordinária.
d) corrente.
e) originária.

Denis Rocha 46
Prova 3 ~ Analista do Ministério Público/Contabilidade/MPE-SE/2009

Assunto: Receita Pública


Classificação da Receita quanto à regularidade ou periodicidade:
• Ordinárias - são aquelas arrecadadas regularmente em cada período
financeiro. Exemplo: impostos.
• Extraordinárias - decorrentes de situações excepcionais, como calami­
dade pública, guerra, doações, etc. Exemplo: empréstimos compulsórios.

53. A receita pública obtida pelo Estado, resultante do seu poder de tribu­
tar o patrimônio da coletividade, segundo a classificação doutrinária,
denomina-se:
a) derivada.
b) ordinária.
c) originária.
d) patrimonial.
e) industrial.

Assunto: Receita Pública


Receitas classificadas quanto à coercitividade:
* Originárias - são oriundas da exploração do patrimônio do Estado. O
Estado participa de atividades privadas através de cobranças de preço
ou tarifas.
* Derivadas ~ são aquelas obtidas pelo Estado através do seu poder de
autoridade. Exemplos: tributos e multas.

54. São receitas patrimoniais:


a) extração mineral, dividendos e contribuição de melhoria.
b) aluguel, amortização de empréstimo e foros.
c) laudêmios, alienação de bens e taxas.
d) dividendos, operações de crédito e impostos.
e) laudêmios, dividendos e participações.

Assunto: Receita Pública


Receita patrimonial é o ingresso proveniente de rendimentos sobre inves­
timentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações
de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.

47 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Exemplos de receitas patrimoniais:


1300.00.00 Receita Patrimonial - Registra o valor total da arrecadação da
receita patrimonial referente ao resultado financeiro da fruição do patrimônio,
seja decorrente de bens imobiliários ou mobiliários, seja de participação societária.
1310.00.00 Receitas Imobiliárias - Provenientes da utilização, por ter­
ceiros, de bens imóveis pertencentes ao setor público.
1311.00.00 Aluguéis - Registra o valor total das receitas arrecadadas
provenientes do pagamento de aluguéis pela utilização de próprios do
poder público.
1312.00.00 Arrendamentos - Registra o valor total da receita com o con­
trato pelo qual o poder público cede a terceiros, por certo tempo e preço,
o uso e gozo de determinada área.
1313.00.00 Foros - Registra o valor total da arrecadação com a quantia
ou pensão paga pela pessoa que recebe por enfiteuse o domínio útil de
um imóvel.
1314.00.00 Laudêmios - Registra o valor total da arrecadação com pen­
são ou prêmio que o foreiro paga, quando há alienação do respectivo
prédio por parte da pessoa que recebe por enfiteuse o domínio do imó­
vel, exceto nos casos de sucessão hereditária.
1315.00.00 Taxa de Ocupação de Imóveis - Registra o valor total da ar­
recadação de taxa de ocupação de imóveis devida por seus ocupantes.
1320.00.00 Receitas de Valores Mobiliários - Registra o valor total da
arrecadação de receitas decorrentes de valores mobiliários.
1321.00.00 Juros de Títulos de Renda - Registra o valor total da receita
com juros de título de renda, provenientes de aplicações no mercado
financeiro. Inclui o resultado das aplicações em títulos públicos.
1322.00.00 Dividendos - Registra o valor total da receita de lucros líquidos
pela participação em sociedades mercantis correspondentes a cada uma
das ações formadoras do seu capital. Receitas atribuídas às esferas de go­
verno provenientes de resultados nas empresas, públicas ou não, regidas
pela regulamentação observada pelas sociedades anônimas. Inclui-se nes­
ta rubrica o valor recebido a título de Juros sobre o Capital Próprio — JCP.
1323.00.00 Participações - Registra o valor total da arrecadação prove­
niente de resultados em empresas nas quais as esferas de governo tenham
participação, inclusive a remuneração de debêntures participativas.
1330.00.00 Receita de Concessões e Permissões - Registra o valor total
da arrecadação de receitas originadas da concessão ou permissão ao particular
do direito de exploração de serviços públicos, os quais estão sujeitos ao controle,
fiscalização e regulação do poder público.

Denis Rocha 48
Prova 3 - Analista do Ministério Público/Contabilidade/MPE-SE/2009

1340.00.00 Compensações Financeiras - Registra o valor total da ar­


recadação de receita de contribuições econômicas de recursos resultantes da
exploração de petróleo bruto, xisto betuminoso e gás, de recursos hídricos e de
recursos minerais.

55. O procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato


gerador da obrigação correspondente, determ inar a m atéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e,
sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível, corresponde ao
estágio da receita pública denominado
a) recolhimento.
b) arrecadação.
c) previsão.
d) lançamento.
e) fixação.

Assunto: Receitas Públicas


Etapas da receita orçamentária:
1 - planejamento;
2 - execução;
2.1 - lançamento;
2.2 - arrecadação;
2.3 - recolhimento;
3 - controle e avaliação.
A Lei n° 4.320/64 estabelece como estágios da execução da receita orça­
mentária o lançamento, a arrecadação e o recolhimento.
Lançamento: Segundo o Código Tributário Nacional, art. 142, lançamen­
to é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato ge­
rador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor
a aplicação da penalidade cabível. Tendo ocorrido o fato gerador, há condições
de se proceder ao registro contábil do direito da Fazenda Pública em contrapar­
tida a uma variação ativa, em contas do sistema patrimonial, o que representa o
registro da receita por competência.
Algumas receitas não percorrem o estágio do lançamento, conforme se
depreende da Lei n° 4.320/64:
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras ren­
das com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

49 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Arrecadação: É a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores,


aos agentes arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos de­
vidos ao Tesouro.
Recolhimento: É a transferência dos valores arrecadados à conta espe­
cífica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e
programação financeira, observando-se o Princípio da Unidade de Caixa, re­
presentado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente.

56. A receita instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que de­
corra valorização imobiliária» tendo como lim ite total a despesa reali­
zada e como lim ite individual o acréscimo de valor que da obra resultar
para cada imóvel beneficiado, será classificada como:
a) receita de serviços.
b) taxa.
c) contribuição social.
d) contribuição de intervenção no dom ínio econômico.
e) contribuição de melhoria.

Assunto: Receitas Públicas


Trata-se de uma receita corrente tributária.
1130.00.00 Contribuição de Melhoria - Registra o valor total da arreca­
dação com contribuições de melhoria decorrentes de obras públicas. De com­
petência da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições. É arrecadada dos proprietários de imóveis beneficiados
por obras públicas, e terá como limite total a despesa realizada.

57. O superávit do orçamento corrente é um exemplo de receita:


a) financeira.
b) de capital.
c) patrimonial.
d) extraorçamentária.
e) intraorçamentária.

Denis Rocha 50
Prova 3 - Analista do Ministério Púbiico/Contabiiidade/MPE-SE/2009

Assunto: Receitas Públicas

Receita Corrente Receita de Capital


• Receita Tributária: * Operações de Créditos;
♦ Impostos, taxas, contribuição de * Alienações de Bens;
melhoria; * Amortização de Empréstimos;
• Receitas de Contribuição: * Transferência de Capital;
♦ Econômicas e sociais; * Superávit do Orçamento Corrente -
• Receita Patrimonial: é o resultado do balanceamento dos
♦ Receitas de valores mobiliários - totais das receitas e despesas corren­
dividendos; tes, NÃO constitui receita orçamen­
• Receita Agropecuária; tária e sim extraorçamentária.
• Receita Industrial;
• Receita de Serviços;
• Transferências Correntes.
Memorização: Receita Corrente = “TRIBUTACONPAIS”.
Receita de Capital = “OPERAALIAMOR”.

58. Considere as afirmativas a seguir.


I. Recolhimento é a entrega, realizada pelos contribuintes ou deve­
dores, aos agentes ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos
devidos ao Tesouro.
II. Arrecadação é a transferência dos valores arrecadados à conta es­
pecífica do Tesouro, responsável pela administração e controle da
arrecadação e programação financeira.
III. Planejamento compreende a previsão de arrecadação da receita or­
çamentária constante da Lei Orçamentária Anual (LOA), resultan­
te de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as
disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) III.
b)I.
c) I e III.
d) II.
e) H e III.

51 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Receitas Públicas


I. Na realidade trata do estágio da arrecadação e não do recolhimento.
II. Trata do estágio do recolhimento.
III. Trata das etapas da receita orçamentária. São elas: planejamento, exe­
cução e controle e avaliação.
Planejamento: Compreende a previsão de arrecadação da receita orça­
mentária constante da Lei Orçamentária Anual (LOA), resultante de metodolo­
gias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições constantes na
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Execução: Refere-se aos estágios da execução da receita orçamentária: o
lançamento, a arrecadação e o recolhimento.
Controle e avaliação: Esta fase compreende a fiscalização realizada pela
própria administração, pelos órgãos de controle e pela sociedade. O controle do
desempenho da arrecadação deve ser realizado em consonância com a previsão
da receita, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das
receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instân­
cias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento
das receitas tributárias e de contribuições.

59. São exemplos de receitas correntes:


a) transferências correntes, de serviços e alienação de estoques.
b) alienação de bens, patrimonial e imobiliária.
c) industrial, de serviços e contribuições.
d) impostos, taxas e operações de crédito.
e) de serviços, amortização de empréstimos e taxas.

Assunto: Receita Pública


Receita Corrente
• Receita Tributária:
♦ Impostos, taxas, contribuição de melhoria;
• Receitas de Contribuição:
♦ Econômicas e sociais;
• Receita Patrimonial:
♦ Receitas de valores mobiliários - dividendos;
• Receita Agropecuária;
• Receita Industrial;
• Receita de Serviços;
• Transferências Correntes.
Memorização: “TRIBUTACONPAIS”.

Denis Rocha 52
Prova 3 - Analista do Ministério Púbiico/Contabiiidade/MPE-SE/2009

60. As categorias econômicas da receita orçamentária classificam-se em:

a) Financeiras e Patrimoniais.
b) Correntes e de Investimento.
c) Tributárias e de Capital.
d) Correntes e de Capital.
e) Patrimoniais e de Resultado.

Assunto: Receitas Públicas


Classificação quanto à categoria econômica:
1. Receitas Correntes - as receitas tributárias, de contribuições, patrimo­
nial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as prove­
nientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificá­
veis em despesas correntes.
2. Receitas de Capital - são as provenientes da realização de recursos
financeiros oriundos de constituição de dívidas (endividamento); da
conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de ou­
tras pessoas de direito público ou privado destinados a atender des­
pesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
orçamento corrente.

61. A receita resultante da produção estatal no campo vegetal e na produção


animal denomina-se:
a) ambiental.
b) serviço.
c) agropecuária.
d) patrimonial.
e) florestal.

Assunto: Receitas Públicas


1400.00.00 Receita Agropecuária: registra o valor total da arrecadação da
receita de produção vegetal, animal e derivados e outros. Receitas decorrentes
das seguintes atividades ou explorações agropecuárias:
a) agricultura (cultivo do solo), inclusive hortaliças e flores;
b) pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de animais de peque­
no porte);

53 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

c) atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários


em instalações existentes nos próprios estabelecimentos (excetuam-se as
usinas de açúcar, fábricas de polpa, de madeira, serrarias e unidades indus­
triais com produção licenciada, que são classificadas como industriais).
Cuidado para não confundir:
1300.00.00 Receita Patrimonial
1330.00.00 Receita de Concessões e Permissões
1332.00.00 Receita de Concessões e Permissões - Exploração de Recursos
Naturais
1332.04.00 Receita de Concessão Florestal - Registra o valor da arrecada­
ção de receita decorrente de atividades de exploração e gestão de direitos de uso
de florestas públicas, recursos floresteis, produtos e serviços delas decorrentes,
para produção sustentável, exercidas mediante contratos de concessão, a parti­
culares que estejam em condições de atender às exigências do respectivo edital
de licitação e que demonstrem capacidade para seu desempenho, por sua conta
e risco e prazo determinado.

62. A operação de crédito por antecipação de receita deverá ser registrada


como
a) transações orçamentárias.
b) transações extraorçamentárias.
c) receita de capitai.
d) receita patrim onial
e) receita corrente.

Assunto: Receitas Públicas


São exemplos de receitas extraorçamentárias:
1. Valores em poder de agentes financeiros e outras entidades;
2. Salários não reclamados;
3. Consignações e outras retenções não pagas ou recolhidas no período
ou cauções recebidas;
4. Valores recebidos de bens de ausentes;
5. Valores registrados em depósitos de diversas origens;
6. Inscrições de Restos a Pagar e do serviço da dívida a pagar;
7. Superávit do Orçamento Corrente;
8. ARO (operação de crédito por antecipação de receita);
9. As emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ati­
vo e passivo financeiros;
10. Os depósitos judiciais oriundos do contencioso fiscal.

Denis Rocha 54
Prova 3 - Analista do Ministério Público/Contabilidade/MPE-SE/2009

63. Considere as afirmativas a seguir.


I. Despesas de custeio são dotações destinadas à manutenção de ser­
viços anteriormente criados, inclusive para atender obras de adap­
tação em bens imóveis.
II. Transferências correntes são dotações destinadas à inversões financei­
ras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar.
III. Despesas correntes são aquelas realizadas para o funcionamen­
to dos serviços públicos prestados pela própria administração ou
transferidos para outras pessoas físicas ou jurídicas.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b)I.
c) I e II.
d) I e III.
e) II.

Assunto: Despesas Públicas


São despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços ante­
riormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e
adaptação de bens imóveis.
São Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não cor­
responda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribui­
ções e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de
direito público ou privado.
Segundo a lei 4.320/64 as despesas correntes são:
. Despesas de Custeio
• Transferências Correntes
Segundo a portaria 163/2001:
* Pessoal e Encargos Sociais
* Juros e Encargos da Dívida
• Outras Despesas Correntes
Grupo de natureza da despesa
É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características
quanto ao objeto de gasto, conforme discriminado a seguir:

55 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Grupo de natureza da despesa


A Z Pessoal e Encargos Sociais
:>'2-; Juros e Encargos da Dívida
MM Outras Despesas Correntes
®tt Investimentos
BS Inversões Financeiras
Amortização da Dívida
3f§ Reserva do RPPS
Reserva de Contingência

Despesas Orçamentárias Correntes


Classiücam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, di­
retamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital
Em geral, a Despesa Orçamentária Corrente coincide com a Despesa
Orçamentária Efetiva. Entretanto, há despesa corrente não efetiva como, por
exemplo, a despesa com a aquisição de materiais para estoque e a despesa com
adiantamento são despesas correntes que representam um fato permutativo.

64. De acordo com a doutrina majoritária, são estágios da despesa orça­


mentária:
a) previsão, lançamento, empenho e pagamento.
b) fixação, reserva, empenho e liquidação.
c) previsão, empenho, fixação e pagamento.
d) fixação, liquidação, pagamento e cancelamento.
e) fixação, empenho, liquidação e pagamento.

Assunto: Despesa Pública


Etapas da despesa orçamentária
1 - planejamento
2 - execução
2.1 - empenho
2.2 - liquidação
2.3 - pagamento
3 - controle e avaliação
A doutrina majoritária estabelece como estágios da despesa orçamentária
a fixação, empenho, liquidação e pagamento.

Denis Rocha 56
Prova 3 - Analista do Ministério Público/Contabilidade/MPE-SE/2009

Vamos aprender agora o que são estes estágios da despesa conforme ma­
nual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público da STN.
1. Empenho: Empenho, segundo o artigo 58 da Lei n° 4.320/1964, é o ato
emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pa­
gamento pendente ou não de implemento de condição. Consiste na reserva de
dotação orçamentária para um fim específico.
O empenho será formalizado mediante a emissão de um documento de­
nominado “Nota de Empenho”, do qual deve constar o nome do credor, a es­
pecificação do credor e a importância da despesa, bem como os demais dados
necessários ao controle da execução orçamentária.
Embora o artigo 61 da Lei n° 4.320/1964 estabeleça a obrigatoriedade do
nome do credor no documento Nota de Empenho, em alguns casos, como na
Folha de Pagamento, torna-se impraticável a emissão de um empenho para cada
credor, tendo em vista o número excessivo de credores (servidores).
Ressalta-se que o artigo 60 da Lei n° 4.320/1964 veda a realização da des­
pesa sem prévio empenho. Entretanto, o § Io do referido artigo estabelece que,
em casos especiais, pode ser dispensada a emissão do documento “nota de em­
penho”. Ou seja, o empenho, propriamente dito, é indispensável.
Quando o valor empenhado for insuficiente para atender à despesa a ser
realizada, o empenho poderá ser reforçado. Caso o valor do empenho exceda
o montante da despesa realizada, o empenho deverá ser anulado parcialmente.
Será anulado totalmente quando o objeto do contrato não tiver sido cumprido,
ou ainda, no caso de ter sido emitido incorretamente.
Os empenhos podem ser classificados em:
I. Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e
previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez;
II. Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo mon­
tante não se pode determinar previamente, tais como serviços de for­
necimento de água e energia elétrica, aquisição de combustíveis e lu­
brificantes e outros; e
III. Global: é o tipo de empenho utilizado para despesas contratuais ou
outras de valor determinado, sujeitas a parcelamento, como, por
exemplo, os compromissos decorrentes de aluguéis.
É recomendável constar no instrumento contratual o número da nota de
empenho, visto que representa a garantia ao credor de que existe crédito orça­
mentário disponível e suficiente para atender a despesa objeto do contrato. Nos
casos em que o instrumento de contrato é facultativo, a Lei n° 8.666/1993 admi­
te a possibilidade de substituí-lo pela nota de empenho de despesa, hipótese em
que o empenho representa o próprio contrato.

57 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

2. Liquidação: Conforme dispõe o artigo 63 da Lei n° 4.320/1964, a liquida­


ção consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títu­
los e documentos comprobatórios do respectivo crédito e tem por objetivo apurar:
I. A origera e o objeto do que se deve pagar;
II. A importância exata a pagar; e
III. A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.
As despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por base:
- O contrato, ajuste ou acordo respectivo;
- A nota de empenho; e
- Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva dos
serviços.
3. Pagamento: O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor
por meio de cheque nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta, e
só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa.
A Lei n° 4.320/1964, em seu artigo 64, define ordem de pagamento como
sendo o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a des­
pesa liquidada seja paga.
A ordem de pagamento só pode ser exarada em documentos processados
pelos serviços de contabilidade.

65. Para despesas cujo montante é previamente conhecido e cujo pagamen­


to será efetuado em uma única parcela, será emitido um empenho
a) diário.
b) ordinário.
c) global.
d) estimativo.
e) mensal.

Assunto: Despesa Pública


Empenho Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as despesas de va­
lor fixo e previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez.

66. Considere as afirmativas a seguir.


I. Modalidade de Aplicação tem como objetivo demonstrar a agre­
gação de elementos da despesa que apresentam a mesma caracte­
rística quanto ao objeto de gasto.

Denis Rocha 58
Prova 3 - Analista do Ministério Público/Contabilidade/MPE-SE/2009

II. Elemento de despesa tem por finalidade indicar se os recursos são


aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mes­
ma esfera de governo ou por outro ente da federação.
III. Liquidação é o estágio da despesa que consiste na verificação do
direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e docu­
mentos comprobatórios do respectivo crédito.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III.
b) I.
c) I e ll.
d) II.
e) I le lI I .

Assunto: Despesa Pública


ITEM I: Assunto aborda a Estrutura da Natureza da Despesa Orçamentária.
O item refere-se ao grupo de natureza da despesa que é um agregador de
elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto.
L Estrutura da Natureza da Despesa Orçamentária
1.1 Categoria Econômica
1.2 Grupo de Natureza da Despesa
1.3 Modalidade de Aplicação
1.4 Elemento de Despesa
1.5 Desdobramento Facultativo do Elemento da Despesa
A modalidade de aplicação tem por finalidade indicar se os recursos são
aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de
Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades, e obje­
tiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos
transferidos ou descentralizados. Também indica se tais recursos são aplicados
mediante transferência para entidades privadas sem fins lucrativos, outras ins­
tituições ou ao exterior.
Observa-se que o termo “transferências”, utilizado nos artigos 16 e 21 da Lei
n° 4.320/1964 compreende as subvenções, auxílios e contribuições que atualmen­
te são identificados em nível de elementos na classificação econômica da despesa.
Não se confundem com as transferências que têm por finalidade indicar se os
recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma
esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades e
que são registradas na modalidade de aplicação constante da atual codificação.

59 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

ITEM II: Este item refere-se à modalidade. O Elemento de Despesa tem


por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vanta­
gens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados
sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e
material permanente, auxílios, amortização e outros que a administração pú­
blica utiliza para a consecução de seus fins, conforme códigos definidos no Ma­
nual da Despesa Nacional.
ITEM III: Os estágios da despesa orçamentária pública na forma prevista
na Lei n° 4.320/1964 são: empenho, liquidação e pagamento.
Empenho: Empenho, segundo o artigo 58 da Lei n° 4.320/1964, é o ato
emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pa­
gamento pendente ou não de implemento de condição. Consiste na reserva de
dotação orçamentária para um fim específico.
Liquidação: Conforme dispõe o artigo 63 da Lei n° 4.320/1964, a liquidação
consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos
e documentos comprobatórios do respectivo crédito e tem por objetivo apurar:
1) A origem e o objeto do que se deve pagar;
2) A importância exata a pagar; e
3) A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.
Pagamento: O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por
meio de cheque nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta, e só
pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa.
A Lei n° 4.320/1964, em seu artigo 64, define ordem de pagamento como
sendo o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a des­
pesa liquidada seja paga. A ordem de pagamento só pode ser exarada em docu­
mentos processados pelos serviços de contabilidade.

67. De acordo com a sua natureza» os Restos a Pagar podem ser classificados
como

a) ordinários e extraordinários.
b) orçamentários e extraorçamentários.
c) processados e não processados.
d) correntes e de capital.
e) ativos e passivos.

Assunto: Restos a Pagar


Os Restos a Pagar podem ser processados (liquidados e não pagos) e não
processados (apenas empenhados e não pagos).

Denis Rocha 60
Prova 3 - Analista do Ministério Público/Contabílidade/MPE-SE/2009

68. A cobertura dos déíicits de manutenção das empresas públicas> de natu­


reza autárquica ou não, far-se-á mediante
a) investimentos.
b) contribuições.
c) subvenções sociais.
d) auxílios.
e) subvenções econômicas.

Assunto: Subvenções
As subvenções são transferências correntes, pois têm como objetivo aten­
der a despesas de operações das beneficiadas.
Objetivo da subvenção Entidade beneficiada Tipo de subvenção
Caráter assistencial ou Instituição pública ou Subvenções Sociais
cultural» sem finalidade. privada
Caráter industrial, Empresas públicas ou Subvenções Econômicas
comercial, agrícola ou privadas
pastoril (com lucro).
Lei 4.320/64:
Art. 12. [...]
§ 3aConsideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências des­
tinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-
se como:
I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de
caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
II ~subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou priva­
das de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril
Das Transferências Correntes
Das Subvenções Sociais
Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidadesfinanceiras a con­
cessão de subvenções sociais visará a prestação de serviços essenciais de assis­
tência social, médica e educacional, sempre que a suplementação de recursos
de origem privada aplicados a êsses objetivos, revelar-se mais econômica.
Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com
base em unidades de serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos
interessados obedecidos os padrões mínimos de eficiência previamente fixados.
Art. 17. Somente à instituição cujas condições defuncionamento forem julgadas
satisfatórias pelos órgãos oficiais defiscalização serão concedidas subvenções.

61 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Das Subvenções Econômicas


Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das empresas públicas, de na­
tureza autárquica ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas expres­
samente incluídas nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado,
do Município ou do Distrito Federal.
Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas•
a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os
preços de revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros materiais;
b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de deter­
minados gêneros ou materiais.
Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer
título, a empresa de fins lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja
concessão tenha sido expressamente autorizada em lei especial

69. Conforme artigo 43 da lei no 4.320/64, a abertura dos créditos suple­


mentares e especiais depende da existência de
a) recursos disponíveis para suportar a despesa.
b) dotação específica na Lei orçamentária.
c) autorização do Executivo.
d) autorização Legislativa.
e) recursos extraorçamentários disponíveis.

Assunto: Créditos Adicionais


Conforme a Lei 4.320/64, A abertura dos créditos suplementares e espe­
ciais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será
precedida de exposição justificativa.
Consideram-se recursos:
I. o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício
anterior;
II. os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias
ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;
III. o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridica­
mente possibilite ao poder executivo realizá-las.
IV. os provenientes de excesso de arrecadação;

Denis Rocha 62
Prova 3 - Analista do Ministério Público/Contabilidade/MPE-SE/2009

70. É uma despesa extraorçamentária o pagamento de


a) juros da dívida.
b) pessoal.
c) contribuição patronal ao RPPS.
d) devolução de caução.
e) serviços de terceiros.

Assunto: Despesa Pública


Constituem despesas extraorçamentárias os pagamentos que não de­
pendem de autorização legislativa, ou seja, não integram o orçamento público.
Resumem-se a devolução de valores arrecadados sob título de receitas extraor­
çamentárias.

63 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Gabarito:
51 - B
52- C
53 - A
54 - E
55 - D
56- E
57 - B
58- A
59 - C
60- D
61 - C
62 - B
63- D
64-E
65 - B
66 - A
67- C
68 - E
69- A
70 - D

Denis Rocha
Prova 4

Inspetor de Controle Externo/TCE-MG/2007

44. São princípios orçamentários, os princípios da


a) universalidade, unidade, anualidade, transparência e publicidade.
b) legalidade, impessoalidade, isonomia, publicidade e irretroatividade.
c) anterioridade, irretroatividade, legalidade, isonomia e imunidade.
d) legalidade, isonomia, procedimento formal, sigilo, vinculação ao
edital e julgamento objetivo.
e) anualidade, anterioridade, transparência, isonomia, legalidade e ir­
retroatividade.

Assunto: Princípios Orçamentários.


São princípios orçamentários (PO):
1 - anualidade
2 - unidade
3 - universalidade
4 - orçamento bruto
5 - equilíbrio
SUBSTANCIAIS 6 - exclusividade
7 - legalidade
8 - programação
9 - proibição do estorno de
verbas

1 - especificação
2 - publicidade/transparência
P.O. 3 - clareza
4 - procedência

ESPECÍFICOS 1 - não vinculado da receita


2 - unidade de tesouraria
(RECEITAS)

Vamos comentar cada principio. É também importante conhecer as exce­


ções de cada um, pois são muito cobradas nas provas.

65
Coleção Provas Comentadas da FCC

1 - Legalidade: está prevista na CF em dois artigos:


Art. 5°, II - Ninguém será obrigado afazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei;
Art. 167,1, II - São vedados: o início de programas ou projetos não incluídos
na lei orçamentária anual, bem como a realização de despesas ou assunção
de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais.
Observação: O fato de determinada despesa estar prevista na lei orça­
mentária não obriga, necessariamente, que seja efetivada. O orçamento é uma
autorização formal. A exceção a este princípio está no art. 167, § 3o, da CF/88 -
abertura de Créditos Extraordinários por meio de Medida provisória (União) e
decreto (Estados, DF, Municípios).
2 - Universalidade: este princípio dispõe que o orçamento deve conter
todas as receitas e todas as despesas. São exceções a este princípio:
a) Receitas e despesas operacionais das empresas públicas e sociedades de
economia mistas, consideradas estatais independentes.
b) As receitas extraorçamentárias do art. 3o da Lei 4.320/64:
b.l - ARO - operações de crédito por antecipação de receita;
b.2 - as emissões de papel-moeda;
b.3 - outras entradas compensatórias no ativo e no passivo financeiro, tais
como cauções, depósitos, consignações.
3 - Orçamento bruto: no orçamento não pode haver a previsão apenas dos
valores líquidos. São vedadas quaisquer deduções.
4 - Unidade ou totalidade: É a totalidade e harmonia. Os três suborça-
mentos devem ser inclusos na lei orçamentária anual. Na visão clássica
é entendido apenas como um documento único. O princípio da uni­
dade ou totalidade não foi abolido pela carta magna, apesar da LOA
abranger três orçamentos. O orçamento, inclusive, até admiti a exis­
tência de orçamentos setoriais, entretanto, devem ser consolidados em
um único documento que permita a visão geral.
5 - Unidade de tesouraria ou unidade de caixa: o recolhimento de todas
as receitas será feito em estrita observância ao princípio de unidade
de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas
especiais (art. 56 da Lei 4.320/64). Por isso a classificação da receita
orçamentária é restrita quanto à categoria econômica e à despesa orça­
mentária especificada em quatro níveis de classificação.
6 - Anualidade ou periodicidade: relacionada com um período de 12 mes-
ses. No Brasil, esse período coincide com o ano civil. São exceções a
este princípio:

Denis Rocha 66
Prova 4 - Inspetor de Controle Extemo/TCE-MG/2007

a) Créditos especiais e extraordinários com vigência plurianual. São os


reabertos conforme art. 167, § 2o, da CF: “Os créditos especiais e extra­
ordinários terão vigência no exercício financeiro em que foram auto­
rizados, salvo se o ato de autorização for promulgado (cuidado, não é
publicado) nos últimos quatro messes daquele exercício, caso em que,
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento
do exercício financeiro subsequente”
7 - Exclusividade: o orçamento não conterá dispositivo estranho à previsão
da receita e à fixação da despesa, ou seja, trata, exclusivamente, de matérias
de natureza orçamentária. Com isso, o orçamento não poderá criar car­
gos públicos, tributos, não poderá aumentar alíquotas de impostos, nem
mesmo fixar a remuneração de servidores. São exceções a este princípio:
a) Constituição Federal, art. 165, § 8o - autorização para abertura de cré­
ditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que
por antecipação de receita, nos termos da lei.
b) Lei 4.320/64, art.7°,I, II.
Art. 7o. A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:
I. Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as
disposições do artigo 43;
II. Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por
antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.

Observação: A LRF, art. 38, altera, em parte, esse dispositivo, pois exige
que tais operações só se realizem a partir de dez de janeiro de cada ano e obriga
a sua quitação total até dez de dezembro do mês exercício. Veda também a con­
tratação de ARO no último ano de mandato do chefe do Executivo.
8 - Especificação ou Especialização ou Discriminação: o orçamento não
consignará dotações globais para atender as despesas. Deverá ser ela­
borado, no mínimo, por elementos (desdobramentos das despesas com
pessoal, material, obras etc). Neste princípio, temos como conseqüên­
cia a exigência de especificar, na LOA, as receitas e as despesas, segun­
do a categoria econômica, as fontes, as funções e os programas. São
exceções a este princípio:
a) Reservas de Contingência (dotações globais para atender passivos con­
tingentes e outras despesas imprevistas).
b) Programas especiais de trabalho (art. 20, parágrafo único, da Lei
4.320/64).
9 - Não afetação da receita ou Não vinculação da receita: O legislador
não poderá vincular receitas públicas a determinadas despesas, fundos
ou órgãos. Muito cuidado: esta vinculação é referente apenas aos im­

67 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

postos! e não a todo tipo de tributo (taxas, contribuição de melhoria,


contribuições sócias e empréstimos compulsórios.).
Exemplo de uma decisão do STF:
É inconstitucional a lei que cria programa de incentivo às atividades es­
portivas mediante concessão de benefício fiscal às pessoas jurídicas, contribuin­
tes do IPVA, que patrocinem, façam doações e investimentos em favor de atletas
ou pessoas jurídicas.
O ato normativo atacado a faculta vinculação de receita de impostos, ve­
dada pelo artigo 167, inciso IV, da CB/88. Irrelevante se a destinação ocorre
antes ou depois da entrada da receita nos cofres públicos.
É comum nas provas confundirem os candidatos chamando este princí­
pio de vinculação. Cuidado! O nome do princípio é não afetação da receita.
São exceções a este princípio:
a) Transferências tributárias constitucionais. Não são as transferências
Voluntárias. Art. 157 a 159 da CF. Exemplo: (Fundo de Participação
dos Estados).
b) Aplicação de percentuais da receita de impostos na Manutenção e de­
senvolvimento do Ensino. (18% - União e 25% - Estados e Municípios,
no mínimo).
c) Aplicação de percentuais da receita de impostos nas ações e nos servi­
ços públicos de saúde.
d) Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação da re­
ceita. (ARO). Isto quer dizer que, se o ente federativo necessitar contra­
tar, a ARO poderá oferecer como garantia percentuais de seus impos­
tos futuros.
e) Vinculação de impostos estaduais e municipais para prestação de ga­
rantia à União, assim como para pagamento de débitos para com esta
(a União).
f) Vinculação de impostos para realização de atividades da administra­
ção tributária (EC 42 - Reforma Tributária de 2003.).
g) Vinculação de Impostos a fundos especiais criados por meio de Emen­
da à Constituição Federal Exemplo: Fundo de Combate e Erradicação
da Pobreza.
Atenção:
Fundo especial - criado por lei ordinária - não pode haver vinculação.
Fundo especial criado por emenda constitucional - pode haver vinculação.
h) Vinculação de até 0,5% da receita tributária líquida para o Programa
de Apoio à Inclusão e Promoção Social, sendo vedada a aplicação des­

Denis Rocha 68
Prova 4 - Inspetor de Controle Extemo/TCE-MG/2007

tes recursos no pagamento de despesas de pessoal e encargos sociais,


serviços da dívida e quaisquer outra despesas correntes não vinculadas
diretamente aos investimentos ou ações apoiados pelo governo. (EC
42 - Reforma Tributária de 2003).
i) Vinculação de até 0,5% da receita tributária líquida dos Estados e do
Distrito Federal a Fundos Destinados ao Financiamento de Programas
Culturais, sendo vedada a aplicação destes recursos no pagamento de
despesas de pessoal e encargos sociais, serviços da dívida e quaisquer
outras despesas correntes não vinculadas diretamente aos investimentos
ou ações apoiados pelo governo. (EC 42 - Reforma Tributária de 2003).
10 - Proibição do estorno de verbas: este princípio está inserido na CF,
art. 167.
Art. 167. São vedados:
VI. a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa;
VIII. a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orça­
mentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit
de empresas, fundações efundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5o.

11 ~ Equilíbrio: estabelece a igualdade entre a previsão da receita e a fixa­


ção da despesa, em cada exercício financeiro.
12 ~ Programação: o orçamento deve relacionar os programas de trabalho
do Governo, enfatizando as metas e os objetivos a serem alcançados.
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na CF
serão elaborados em consonância com o plano plurianual (PPA).
Portaria MPOG n° 42/99 - O programa é o módulo integrador entre o
PPA e a LOA.
13 - Publicidade: o conteúdo orçamentário deve ser divulgado com trans­
parência.
14 - Clareza: o orçamento público deve ser apresentado em linguagem
clara.
15 - Precedência: a aprovação do orçamento deve ocorrer antes do exercí­
cio financeiro a que se refere. São exceções a este princípio os créditos
adicionais.

45. Sobre os créditos adicionais, é correto afirmar:

a) O ato que abrir crédito adicional não precisa indicar a classificação


da despesa e a importância correspondente.

69 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

b) A abertura dos créditos suplementares e especiais é autorizada por


decreto executivo.
c) Os créditos suplementares são os destinados a despesas para as quais
não haja dotação orçamentária especifica.
d) Os créditos extraordinários são os destinados a reforço de dotação
orçamentária.
e) Os créditos suplementares terão vigência adstrita ao exercício finan­
ceiro em que forem abertos.

Assunto: Créditos Adicionais.


Para melhor compreensão sobre créditos adicionais, vamos fazer uma
analogia. Imagine que você fará uma viagem de férias com seu namorado(a).
Você estima gastar R$ 500,00 com passagens, restaurantes e diversão. Digamos
que, no 3o dia do passeio, você percebe que os R$ 500,00 iniciais não serão su­
ficientes para o final das férias, havendo necessidade de um reforço financeiro.
Assim, você pega o telefone e pede mais R$ 100,00 aos seus pais e continua a
viagem sem maiores problemas. Isto é o que chamamos de créditos adicionais
suplementares, ou seja, um reforço de dotação orçamentária já existente.
Agora imagine que vocês descobrem que nas suas férias há a possibili­
dade de comprar as suas alianças de noivado, algo não contemplado no seu
orçamento inicial, mas de fundamental importância para vocês dois. Você liga
novamente para os seus pais e solicita mais R$ 150,00. Isto é o que chamamos
de créditos adicionais especiais, cuja finalidade é atender a programas, projeto,
atividade, operações especiais não contemplados no orçamento.
Por último, imagine que houve uma grande chuva na cidade onde vocês
estão e, consequentemente, ura acidente no seu carro, o que faz com que você
necessite de um adicional financeiro. Aí estão os créditos adicionais extraordi­
nários, que servem para atender a despesas imprevisíveis e urgentes.
Dessa forma, são créditos adicionais as autorizações de despesa não compu­
tadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Os créditos adicionais
classificam-se em suplementares (os destinados a reforço de dotação orçamentá­
ria), especiais (os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamen­
tária específica) e extraordinários (destinados a despesas urgentes e imprevistas,
como, por exemplo, guerra, comoção interna ou calamidade pública).
Atenção : Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei
e abertos por decreto executivo. A abertura dos créditos suplementares e espe­
ciais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será
precedida de justificativa.
Para facilitar a compreensão, reveja nossos comentários à questão 91 da
Prova 3.
Denis Rocha 70
Prova 4 - inspetor de Controle Externo/TCE-MG/2007

47. A iei que contém as metas e prioridades da administração pública fede­


ral, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subse­
quente, orienta a elaboração da lei orçamentária anual, dispõe sobre as
alterações na legislação tributária e estabelece política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento denomina-se
a) plano plurianual.
b) lei orçamentária anual.
c) lei de diretrizes orçamentárias.
d) orçamento fiscal.
e) orçamento de investimentos das empresas estatais.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.

As questões de concurso sobre AFO e Contabilidade Pública são, essen­


cialmente, transcrições literais da Lei e da CF, mas com alguns macetes é possí­
vel memorizar conceitos importantes.
Nossa Constituição Federal estabelece um capítulo para orçamentos, em
que estão inseridos o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orça­
mentos anuais.
As provas de concursos cobram, via de regra, as características de cada
um. Normalmente, as bancas tentam confundir os candidatos colocando os
conceitos trocados. Para facilitar seu entendimento de uma vez por todas e evi­
tar que você erre uma questão deste tipo, memorize o seguinte esquema:
PPA é DOM (diretrizes, objetivos e metas).
LDO é MP (metas e prioridades).
LOA é FIS (orçamento fiscal, de investimentos e da seguridade).
Assim, a lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regio­
nalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos progra­
mas de duração continuada.
Já a Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exer­
cício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
No caso da lei orçamentária anual, esta compreenderá o orçamento fiscal
referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da adminis­
tração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público; o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou

71 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

indiretamente, detenha a maioria do capital social» com direito a voto, e o orça­


mento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vin­
culados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações
instituídos e mantidos pelo Poder Público.

48. Ê INCORRETO afirmar que a dívida fundada


a) deve ser paga pelo Estado-membro, sob pena de intervenção federal,
caso a suspensão do pagamento for por dois anos consecutivos, sem
motivo de força maior.
b) compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze me­
ses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou finan­
ceiro de obras e serviços públicos.
c) ou consolidada compreende, também, as operações de crédito reali­
zadas em prazo inferior a doze meses, cujas receitas tenham consta­
do do orçamento.
d) é integrada também pelos títulos da dívida pública emitidos pelo
Banco Central do Brasil a partir de 5 de maio de 2002.
e) ou consolidada é o montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude
de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de opera­
ções de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


A Dívida Fundada compreende os compromissos de exigibilidade supe­
rior a 12 meses, contraídos para atender ao desequilíbrio orçamentário ou fi­
nanceiro de obras e serviços públicos. Ela será escriturada com individuação
e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos
empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.
A Lei de Responsabilidade Fiscal conceitua a dívida fundada como o
montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente
da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e
da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a 12
meses. Muita atenção neste ponto! A Lei 4.320/64 informa que a Dívida Fun­
dada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, já a
lei de Responsabilidade Fiscal informa que também integram a Dívida Pública
Consolidada as operações de crédito de prazo inferior a 12 meses, cujas receitas
tenham constado do orçamento.

Denis Rocha 72
Prova 4 - inspetorde Controle Externo/TCE-MG/2007

A alternativa falsa é a letra D, porque, a partir de 05.05.2002, dois anos após


a publicação da LRF, o art. 34 desta lei estabeleceu que o Bacen não poderá mais
emitir títulos da Dívida Pública, sendo a competência para a emissão desses títu­
los apenas do Ministério da Fazenda, através da Secretaria do Tesouro Nacional.
A dúvida maior está na aparente discordância do art. 34 com a previsão
contida no art. 29, § 2°: “Será incluída na dívida pública consolidada da União
a relativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil”.
A discordância é apenas aparente, se passarmos a entender que o objetivo
do art. 29 é estabelecer os conceitos de dívida consolidada ou fundada e de Dívi­
da Pública Mobiliária e do que as integram. Logo, no momento da promulgação
da LRF, ela regulamentou a composição da dívida mobiliária federal que, em
sua maior parte, era composta por títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, mas
também pelo Banco Central.
Objetivando maior controle mediante avaliação prévia dos gastos e do
efeito da política monetária sobre o volume do endividamento da União, ficou
estabelecido que após o transcurso de dois anos de vigência da LRF, o Bacen não
poderia mais emitir os referidos títulos.
Portanto, a regra que vale é essa: o Bacen não pode emitir títulos da dívida
pública desde 05.05.2002, logo, qualquer questão em que conste a emissão de
títulos após essa data está errada.
Títulos de responsabilidade do Bacen induída na Dívida Pública Consolidada
A partir de 05/05/2002, o Bacen já não pode emitir títulos da Dívida Pública.

49. A despesa pública é processada na seguinte ordem:

a) ordem de pagamento, empenho, pagamento e liquidação.


b) empenho, liquidação, ordem de pagamento e pagamento.
c) liquidação, empenho, pagamento e ordem de pagamento.
d) ordem de pagamento, liquidação, pagamento e empenho.
e) pagamento, liquidação, empenho e ordem de pagamento.

Assunto: Despesa Pública.


São estágios da despesa de acordo com a Lei 4.320/64 o empenho, a liqui­
dação e o pagamento. Já a doutrina acrescenta o estágio da Fixação.
O estágio de Fixação refere-se à estimativa, pelo Poder Público, do quanto
irá ser alocado em cada dotação, visando o atendimento das necessidades coletivas.
O empenho é o ato emanado de poder competente para visando criar
para o Estado uma obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de

73 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

condição que será cumprido com a entrega do material, a medição da obra ou a


prestação dos serviços.
No estágio da liquidação ocorre a verificação do direito adquirido pelo
credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios. Ou seja, averi-
guam-se a origem e o objeto da obrigação de pagamento, a importância exata a
pagar e a quem se deve pagar para extinguir a obrigação.
O pagamento é o último estágio no processamento da despesa pública,
sendo efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituída, por es­
tabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de
adiantamento ou suprimento de fundos.

50. Em relação à competência para legislar sobre matéria financeira, consi­


dere:
I. A lei complementar disporá sobre o exercício financeiro, a vigên­
cia, o prazo, a elaboração e a organização das leis orçamentárias
(PPA, LDO e LOA).
II. Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamento são ma­
térias que podem ser veiculadas por meio de medidas provisórias.
III. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar con-
correntemente sobre direito financeiro.
Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
Assunto: Orçamento Público no Brasil.
I. Conforme a Constituição Federal, art. 165, § 9o, “Cabe à lei comple­
mentar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a ela­
boração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orça­
mentárias e da iei orçamentária anual; estabelecer normas de gestão
financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como
condições para a instituição e funcionamento de fundos”.
II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá
adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. Entretanto, é vedada a edição de me­
didas provisórias sobre matérias referentes a planos pluriànuais, dire­

Denis Rocha 74
Prova 4 - Inspetor de Controie Externo/TCE-MG/2007

trizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,


ressalva apenas para abertura de crédito extraordinário.
III. Conforme a Constituição Federal, art. 24, “Compete à União, aos
Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito
tributário, financeiro, econômico e orçamento”.

66. A contabilização orçam entária no momento do empenho é fato que in ­


dica o regime
a) de caixa da receita.
b) de competência da despesa.
c) misto das entradas compensatórias.
d) de caixa da despesa.
e) de competência da receita.
Assunto: Regime Contábil.
O orçamento no Brasil adotou o regime misto, ou seja, caixa para a receita
e competência para a despesa.
Observação: Muitas provas de concursos e até mesmo a doutrina ao tratar
sobre o regime de contabilidade pública no Brasil conceitua este regime como
misto, ou seja, caixa para as receitas e competência para as despesas. Entretan­
to, conforme Manuais da Secretaria do Tesouro Nacional, a Resolução CFC n°
750/1993 e pelo Apêndice II, aprovado pela Resolução CFC n° 1.111/2007, este
regime refere-se apenas ao regime orçamentário e não o da contabilidade.
Neste sentido, é muito comum encontrar na doutrina contábil desatuali­
zada a interpretação do artigo 35 da Lei n° 4.320/1964, de que na área pública
o regime contábil é um regime misto, ou seja, regime de competência para a
despesa e de caixa para a receita:
Lei 4.320/64
“Art. 35. Pertencem ao exercíciofinanceiro:
I - a s receitas nele arrecadadas;
II ~ as despesas nele legalmente empenhadas”
Contudo, conforme Manuais da STN, a Contabilidade Aplicada ao Se­
tor Público, assim como qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos
princípios fundamentais de contabilidade. Dessa forma, aplica-se o princípio da
competência em sua integralidade, ou seja, tanto na receita quanto na despesa.
Na verdade, o artigo 35 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime
contábil, pois a contabilidade é tratada em título específico, no qual determina-

75 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

se que as variações patrimoniais devem ser evidenciadas, sejam elas indepen­


dentes ou resultantes da execução orçamentária.
Título IX - Da Contabilidade
(...)
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados deforma a permitirem
o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da compo­
sição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o le­
vantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados
econômicos efinanceiros.
(...)
A rt 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orça­
mentária, financeira, patrimonial e industrial.
(...)
Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial que abrangem os re­
sultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes
dessa execução e as superveniências e insubsistências ativas e passivas, consti­
tuirão elementos da conta patrimonial.
(...)
A rt 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alte­
rações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução
orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.
Observa-se que, além do registro dos fatos ligados à execução orçamentá­
ria, exige-se a evidenciação dos fatos ligados à administração financeira e patri­
monial, exigindo que os fatos modificativos sejam levados à conta de resultado
e que as informações contábeis permitam o conhecimento da composição pa­
trimonial e dos resultados econômicos e financeiros de determinado exercício.
A contabilidade deve evidenciar, tempestivamente, os fatos ligados à ad­
ministração orçamentária, financeira e patrimonial, gerando informações que
permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econô­
micos e financeiros.
Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no Patrimônio, deve ha­
ver o registro da receita em função do fato gerador, observando-se os Princípios
da Competência e da Oportunidade.
Instruções: Para responder às questões de números 67 e 68, considere os
seguintes números de execução orçamentária e financeira do ano de 2006:
Despesa empenhada em 2006................... . R$ 12.000,00
Despesa liquidada em 2006 ............................... R$ 9.500,00
Despesa paga em 2006........................................R$ 8.000,00

Denis Rocha 76
Prova 4 - inspetor de Controle Externo/TCE-MG/2007

67. Findo o exercício de 2006, o montante de Restos a Pagar Processados é,


em reais,
a) 1.500,00.
b) 3.500,00.
c) 4.000,00.
d) 8.000,00.
e) 13.500,00.

Assunto: Restos a Pagar.


Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas,
até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas.
As processadas são as liquidadas e as não processadas são as não liquidadas.
Dessa forma, como os Restos a Pagar Processados são as não pagas e liqui­
dadas, basta subtrair as despesas liquidadas das despesas pagas.
Despesa liquidada em 2006.............................. R$ 9.500,00
(-) Despesa paga em 2006...............................(R$ 8.000,00)
(=) Restos a Pagar Processados..........................R$ 1.500,00

68. Findo o exercício de 2006, o montante de Restos a Pagar não processa­


dos é> em reais,
a) 13.500,00.
b) 9.500,00.
c) 4.000,00.
d) 3.500,00.
e) 2.500,00.

Assunto: Restos a Pagar.


Despesa empenhada em 2006........................R$ 12.000,00
(-) Despesa paga em 2006.............................. (R$ 8.000,00)
(=) Restos a Pagar............................................... R$ 4.000,00
Restos a Pagar (RAP) = RAP processados + RAP não processados.
RAP = 1.500 + RAP não processados.
RAP não processados = 4.000,00 - 1.500,00 = 2.500,00

77 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

69. Os Restos a Pagar do exercício são computados na receita extraorça-


mentária para

a) ajustar o balanço patrimonial.


b) compensar sua inclusão na ativo compensado.
c) equilibrar o resultado independentemente da execução orçamentária.
d) compensar sua inclusão na despesa orçamentária.
e) evitar uma insubsistência passiva.

Assunto: Restos a Pagar.


Os Restos a Pagar constituem compromissos financeiros exigíveis que
compõem a dívida flutuante e são conceituados como despesas empenhadas,
mas não pagas, até o dia 31 de dezembro de cada exercício financeiro. A Ins­
crição em Restos a Pagar decorre da observância do regime de competência
para as despesas. Portanto, as despesas empenhadas, não pagas até o dia 31 de
dezembro, não canceladas pelo processo de análise e depuração e que atendam
os requisitos previstos em legislação específica, devem ser inscritas em Restos a
Pagar, pois se referem a encargos incorridos no próprio exercício.
Art. 103, Lei 4.320/64. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a des­
pesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de nature­
za extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do
exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serao computados na receita
extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.

70. Considere os seguintes números:


Déficit financeiro de 2005 ............................. R$ 12.000,00
Superávit de execução orçamentária de 2006 .....R$ 700,00
Cancelamento de Restos a Pagar em 2 0 0 6 .... .. R$ 1.000,00

O resultado financeiro (patrimônio financeiro) apurado em 2006 é


a) déficit financeiro de R$ 11.700,00.
b) déficit financeiro de R$ 11.000,00.
c) déficit financeiro de R$ 10.300,00.
a) déficit financeiro de R$ 1.700,00.
e) superávit financeiro de R$ 700,00.

Denis Rocha 78
Prova 4 - Inspetor de Controle Externo/TCE-MG/2007

Assunto: Balanços Públicos.


Déficit financeiro de 2005................................ ..... . R$ 12.000,00
(-) Superávit de execução orçamentária de 2006..........(R$ 700,00)
(~) Cancelamento de Restos a Pagar em 2006........... (R$ 1.000,00)
(=) Déficit financeiro.................................................... R$ 10.300,00

79 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Gabarito

44. A
45. E
47. C
48. D
49. B
50. D
66. B
67. A
68. E
69. D
70. C

Denis Rocha
Prova 5

Analista judiciário/Área Administrativa/


Contabilidade/TRF da 2a Região/2007

42. Mediante confissão de dívida, o Governo do Estado realizou parcela­


mento, em 120 meses, de débitos relativos ao PASEP. Esse ato financeiro
foi contabilizado
a) no passivo permanente.
b) no passivo financeiro.
c) no passivo compensado.
d) como mutação patrimonial passiva.
e) como fato independente da execução orçamentária - variação ativa.

Assunto: Dívida Pública.


O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outras cujo
pagamento independe de autorização orçamentária. O Passivo Permanente
compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependem de autorização legis­
lativa para amortização ou resgate. No caso de parcelamento de débitos, há ato
dependente de autorização.
Permanente <--------------------► Depende de autorização
Financeiro -----------------------Independe de autorização

43. Restos a Pagar


a) provêm do regime de caixa da despesa, integrando a dívida flutuante.
b) advêm do regime de competência da despesa, compondo a dívida
fundada.
c) subdividem-se em liquidados e processados.
d) decorrem do regime de competência da despesa, compondo a dívida
flutuante.
e) são despesas liquidadas e pagas no mesmo exercício de competência.

81
Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Restos a Pagar.


Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas,
até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas (liquidadas) das não
processadas (não liquidadas).
Os Restos a Pagar provêm do regime de competência da despesa, com­
pondo a dívida flutuante conforme art. 92 da Lei 4.320/64. Detalhe importante
para as exceções aos regimes de caixa e de competência:
Art. 92 da Lei 4.320/64. A dívida flutuante compreende:
I. os Restos a Pagar, excluídos os serviços da dívida;
II. os serviços da dívida a pagar;
III. os depósitos;
IV. os débitos de tesouraria.

44. A lei orçamentária


a) não abrange entidades da Administração Indireta.
b) pode autorizar abertura de créditos suplementares até determinado
lim ite percentual ou monetário.
c) pode autorizar ilim itada abertura de créditos suplementares.
d) admite emendas baseadas no corte de despesas de pessoal.
e) não precisa, necessariamente, sujeitar-se ao princípio da anualidade.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


A) A lei orçamentária abrange entidades da Administração Indireta.
É bom salientar que, conforme NBC T 16 - Normas Brasileiras de
Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, o seu campo de aplicação
abrange todas as entidades do setor público.
As entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar as nor­
mas e as técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, conside­
rando-se o seguinte escopo:
(a) integralmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e os
conselhos profissionais;
(b) parcialmente, as demais entidades do setor público, para garantir pro­
cedimentos suficientes de prestação de contas e instrumentalização
do controle social.
A Lei Orçamentária abrange, na União a Administração Direta (Poder
Executivo: Presidência da República e suas Secretarias, Ministérios Civis e Mili­
tares; Poder Judiciário: todos os seus tribunais; o Poder Legislativo: Câmara dos

Denis Rocha 82
Prova 5 - Anaiista judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/TRF da 2a Regiao/2007

Deputados, Senado Federal), a Administração Indireta (Autarquias, Fundações,


Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista dependentes).
É bom salientar que, no âmbito dos órgãos integrantes da administração
indireta, somente aquelas sujeitas ao orçamento fiscal e de Seguridade Social
irão se submeterão as regras de contabilidade pública.
B) Segundo a Lei 4.320/64:
A rt 7o. “A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:
I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as
disposições do artigo 43.”
C) A lei Orçamentária pode abrir créditos suplementares até determinada
importância e não ilimitadamente.
D) Conforme a Lei 4.320/64:
Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem
a alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada,
nesse ponto a inexatidão da proposta.
E) A Lei Orçamentária deve sim sujeitar ao princípio da anualidade.

45. O regime de adiantamento


a) dispensa edição de lei específica disciplinadora.
b) por suprir casos excepcionais, dispensa o prévio empenho.
c) pode beneficiar empreiteiros que necessitem recursos para insumos
aplicados em obras públicas.
d) pode ser, também, beneficiar prestadores de serviços públicos.
e) atende despesas que não se subordinam ao processo normal de aplicação.

Assunto: Suprimento de Fundos.


O regime de adiantamento corresponde às despesas expressamente defi­
nidas em lei e consiste na entrega de dinheiro a servidor.
Atenção: Esta entrega deverá ser sempre precedida de empenho em dotação
própria, a fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo
normal de aplicação. As despesas de diligências policiais constituem um exemplo
concreto, pois o agente precisa de recursos financeiros imediatos para o cumpri­
mento das responsabilidades que lhe foram cometidas.
A principal legislação que disciplina a matéria é a Lei 4.320/64 e os Decre­
tos 200/67 e 93.872/86. Por ser uma questão bastante recorrente, recomendamos
uma leitura atenta dos artigos.
Decreto 93.872/86:

83 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

A rt 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua in­


teira responsabilidade, poderá ser concedido suprimento de fundos a servidor,
sempre precedido do empenho na dotação própria às despesas a realizar, e
que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos seguintes
casos (Lei n° 4320/64, art. 68 e Decreto-lei n° 200/67, § 3° do art. 74):
I. para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços espe­
ciais, que exijam pronto pagamento em espécie;
II. quando a despesa deva serfeita em caráter sigiloso, conforme se classificar
em regulamento; e
III. para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo
valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Mi­
nistro da Fazenda.l
§ Io O suprimento de fundos será contabilizado e incluído nas contas do orde­
nador como despesa realizada; as restituições, por falta de aplicação, parcial
ou total, ou aplicação indevida, constituirão anulação de despesa, ou receita
orçamentária, se recolhidas após o encerramento do exercício.
§ 2o O servidor que receber suprimento de fundos, na forma deste artigo, é
obrigado a prestar contas de sua aplicação, procedendo-se, automaticamente,
à tomada de contas se não ofizer no prazo assinalado pelo ordenador da des­
pesa, sem prejuízo das providências administrativas para a apuração das res­
ponsabilidades e imposição, das penalidades cabíveis (.Decreto-lei n° 200/67,
parágrafo único do art. 81 e§ 3odo art 80).
§ 3oNão se concederá suprimento de fundos:
a) a responsável por dois suprimentos;
b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a
adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor;
c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha
prestado contas de sua aplicação; e
d) a servidor declarado em alcance.
§ 4o Os valores limites para concessão de suprimento de fundos, bem como o
limite máximo para despesas de pequeno vulto de que trata este artigo, serão
fixados em portaria do Ministro de Estado da Fazenda.
A rt. 46. Cabe aos detentores de suprimentos defundos fornecer indicação pre­
cisa dos saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito de contabilização
e reinscrição da respectiva responsabilidade pela sua aplicação em data poste­
rior, observados os prazos assinalados pelo ordenador da despesa (Decreto-lei
n° 200/67, art 83).
Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada
até 15 de janeiro seguinte.

Denis Rocha 84
Prova 5 - Anaiista judiciário/Área Administrativa/Contabiiidade/TRF da 2a Região/2007

Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento defundos, ou adiantamentos,


para atender a peculiaridades da Presidência e da Vice-Presidência da Repú­
blica, do Ministério da Fazenda, do Ministério da Saúde, do Departamento de
Polícia Federal do Ministério da Justiça, das repartições do Ministério das Re­
lações Exteriores no exterior, bem assim de militares e de inteligência, obede­
cerão ao Regime Especial de Execução estabelecido em instruções aprovadas
pelos respectivos Ministros de Estado, pelo Chefe da Casa Civil epelo Chefe do
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, vedada a
delegação de competência.
Parágrafo único. A concessão e aplicação de suprimento defundos de que tra­
ta o caput deste artigo, com relação ao Ministério da Saúde, restringe-se a
atender às especificidades decorrentes da assistência à saúde indígena.

46. Ao final de 2006, o Balanço Orçamentário apresentou os seguintes nú­


meros monetários (em R$)
Créditos Orçamentários................. ................................................... 10.000
Créditos Suplementares amparados em Superávit
Financeiro...............................................................................................1.000
Créditos Especiais amparados na anulação de dotação.......................500
À vista disso, no encerramento de 2006, a despesa fixada representou a
cifra, em R$, de
a) 11.000
b) 10.000
c) 11.500
d) 9.000
e) 8.500

Assunto: Balanços Públicos.


Os Créditos Especiais amparados na anulação de dotação não afetam o or­
çamento. Neste sentido, não deve ser computado como despesa fixada em 2006.
Créditos Orçamentários.....................................................................10.000
(+) Créditos Suplementares amparados em Superávit
Financeiro.............................................................................................1.000
H Total...............................................................................................11.000

47. No âmbito do fundo especial,


a) o gasto dispensa dotações aprovadas na lei orçamentária anual.

85 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

b) toda e qualquer receita pública pode financiar-lhe, desde que previs­


to na lei de criação.
c) um conjunto de receitas, que não a de impostos, financia atividades
especiais da Administração.
d) ao fim do exercício, os saldos devem ser sempre recolhidos ao caixa
único.
e) os recursos podem ser desviados para outras finalidades, desde que
retornem à conta bancária específica.

Assunto: Fundos.
Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que, por lei,
vinculam-se à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a
adoção de normas peculiares de aplicação.
A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a turnos especiais será
feita através de dotação consignada na Lei de Orçamento ou em créditos adicio­
nais. Salvo determinação em contrário da lei que o instituiu, o saldo positivo do
fundo especial apurado em balanço será transferido para o exercício seguinte, a
crédito do mesmo fundo.
A lei que instituir fundo especial poderá determinar normas peculiares
de controle, prestação e tomada de contas, sem, de qualquer modo, elidir a com­
petência específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

48. Do ponto de vista orçamentário, a compra de prédio usado é classificada


tal qual
a) despesa corrente.
b) investimento.
c) transferência de capital.
d) inversão financeira.
e) fato independente da execução orçamentária.

Assunto: Despesas Públicas.


Classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem, direta­
mente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, resultando no acrés­
cimo do patrimônio do órgão ou entidade que a realiza. À exceção das transfe­
rências de recursos financeiros repassados a outras instituições, para realizarem
Despesas de Capital, os gastos desta natureza constituem fatos permutativos
nos elementos patrimoniais (Despesa por Mutações).

Denis Rocha 86
Prova 5 - Analista judiciário/Área Administrativa/Contabilídade/TRF da 2a Região/2007

Classificação, segundo a Lei4.320/64 Segundo a Portaria 163/01:


- Investimentos - Investimentos
- Inversões Financeiras - Inversões Financeiras
- Transferências de Capital - Amortização da Dívida
É muito comum confundir os conceitos de investimentos e inversões fi­
nanceiras.

Investimentos Inversões Financeiras


Classificam-se como investimentos Classificam-se como inversões finan­
as dotações para: ceiras as dotações para:
- o planejamento e a execução de - aquisição de imóveis, ou de bens de
obras, inclusive as destinadas à aquisi­ capital já em utilização;
ção de imóveis considerados necessá­ - aquisição de títulos representativos
rios à realização destas últimas, do capital de empresas ou entidades
- bem como para os programas espe­ de qualquer espécie, já constituídas,
ciais de trabalho, quando a operação não importe au­
- aquisição de instalações, equipa­ mento do capital;
mentos e material permanente e - constituição ou aumento do capital
- constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem
de empresas que não sejam de caráter a objetivos comerciais ou financeiros,
comercial ou financeiro. inclusive operações bancárias ou de
seguros.

49. Inscrição da Dívida Ativa é

a) variação ativa, independente da execução orçamentária.


b) variação ativa, resultante da execução orçamentária.
c) mutação patrim onial ativa.
d) fato do sistema compensado.
e) mutação patrim onial passiva.

Assunto: Dívida Ativa.


Primeiramente, vamos conceituar Dívida Ativa:
A Dívida Ativa ou Restos a Receber ou Resíduos Ativos são os créditos
da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, que serão escri­
turados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas
rubricas orçamentárias.

87 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Esses créditos são exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento e


serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro
próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escri-
turada a esse título.
Na demonstração das variações patrimoniais, a Dívida Ativa pode ser
classificada da seguinte forma:

Cobrança da Dívida Cancelamento da Inscrição da Dívida


Ativa Dívida Ativa Ativa
- Mutação Passiva - Variação passiva - in­ - Variação ativa - inde­
dependente da execu­ pendente da execução
ção orçamentária - in­ orçamentária - superve­
subsistência passiva (re­ niência ativa (aumento
dução de ativo) do ativo)
Muito cuidado:
Os conceitos de Superveniência e Insubsistência não são unânimes e são
muito cobrados em provas. O problema é que alguns autores divergem opiniões
a respeito do tema, mas o que prevalece é a nota técnica do STN n° 314/04, que
resumidamente esclarece:
1 - Superveniência Ativa ou Superveniência do Ativo = Acréscimo Patri­
monial. Variação Ativa
2 - Superveniência Passiva ou Superveniência do Passivo = Decréscimo
Patrimonial. Variação Passiva.
3 - Insubsistência Ativa ou Insubsistência do Passivo = Acréscimo Patri­
monial. Variação Ativa.
4 - Insubsistência Passiva ou Insubsistência do Ativo = Decréscimo Patri­
monial. Variação Passiva.
Exemplo: cancelamento de Dívida Passiva (Insubsistência Ativa ou Insub­
sistência do Passivo).
Pense assim:
Dívida Passiva = Efeito negativo para o órgão.
Se estiver cancelando um efeito negativo, logo, o resultado é um efeito
positivo. Se for um efeito positivo utilizaremos a palavra “ativa”; caso contrário,
usamos a palavra “passiva”.
Cancelamento - Algo que deixa de existir.
Sempre que há algo que deixa de existir utilizaremos a palavra “insubsis­
tência”. Caso contrário, ou seja, algo que passa a existir, utilizaremos a palavra
“superveniência”.

Denis Rocha 88
Prova 5 - Analista judiciário/Área Admínistrativa/Contabilidade/TRF da 2a Região/2007

Dessa forma:
Cancelamento = Algo que deixa de existir = Insubsistência;
+
Cancelamento de Dívida Passiva = Efeito positivo = ATIVA
Logo, cancelamento de Dívida Passiva é uma Insubsistência Ativa ou In­
subsistência do Passivo.
Mesmo assim, o Cespe/UnB, na prova de auditor do TCU/2007, consi­
derou como correto: “constitui insubsistência passiva o cancelamento de uma
dívida ou a prescrição de uma obrigação”.
Para esta banca, o entendimento foi o seguinte:
Insubsistência = Redução de algo.
Superveniência = Aumento de algo.
Dessa forma, o cancelamento de um a dívida, ou a prescrição de uma obri­
gação que representa na verdade uma redução de um passivo, seria uma insub­
sistência passiva.

Instruções: Considere as afirmações abaixo para responder as questões


de números 50 a 52.
Ao finai do exercício financeiro, apurou-se os seguintes números mone­
tários (em R$)

Receita Prevista............................................................ 5.000


Receita Realizada......................................................... 5.200
Despesa Fixada............................................................. 5.150
Despesa Empenhada.................................................... 5.100
Ativo Financeiro............................................... ............ 1.000
Passivo Financeiro....................................................... 1.200
Ativo Permanente........................................................ 1.000
Passivo Permanente..................................................... 1.500

50. O resultado de execução orçamentária é um


a) Superávit de 50.
b) Superávit de 100.
c) Superávit de 150.
d) Déficit de 150.
e) Déficit de 200.

89 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Balanços Públicos.


Receita Realizada........................................ . 5.200
(~) Despesa Empenhada ........................... . (5.100)
(=) O resultado de execução orçamentária ..... 100

51. Também chamado patrimônio financeiro, o resultado financeiro é um


a) Superávit de 100.
b) Superávit de 150.
c) Déficit de 200.
d) Déficit de 150.
e) Perfeito equilíbrio de caixa.

Assunto: Balanços Públicos.


Ativo Financeiro...................................... 1.000
(-) Passivo Financeiro.................................. (1.200)
(=) Déficit (200)

52. O relatório resumido da execução orçamentária


a) alcança todos os entes da Federação, sendo elaborado pela Secreta­
ria do Tesouro Nacional.
b) é produzido individualmente em cada Poder estatal, apresentando
números que permitem a lim itação de empenho e de movimentação
financeira.
c) apresenta o comportamento de despesas e dívidas sujeitas a lim ites
fiscais.
d) revela somente a despesa com pessoal ativo e inativo, bem assim os
saldos de operações de crédito e Restos a Pagar.
e) abrange todos os Poderes, fornecendo dados que indicam a lim ita­
ção de empenho e de movimentação financeira.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


Conforme a LRF:
A rt 52. O relatório a que se refere o §3° do art. 165 da Constituição abrangerá
todos os Poderes e o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o
encerramento de cada bimestre.

Denís Rocha 90
Prova 5 - Analista judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/TRF da 2a Região/2007

Relatório de Gestão Fiscal ---------------------------►Segregada por Poder.


Relatório Resumido da Execução Orçamentária Forma consolidada.
Muito cuidado! Não estão no Relatório Resumido:
• a Evolução do patrimônio Líquido (PL) (este está contido no Anexo de
Metas Fiscais);
* a Dívida Consolidada Líquida.

53. O lançamento BANCOS a DÉBITOS DE TESOURARIA é consignado


para registrar uma
a) receita extraorçamentária.
b) receita orçamentária.
c) despesa orçamentária.
d) despesa extraorçamentária.
e) despesa de capital.

Assunto: Receitas Públicas.


Os débitos de tesouraria têm natureza de uma dívida flutuante e o seu
ingresso no caixa é consignado como uma receita extraorçamentária. Os débi­
tos de tesouraria são, pelo consenso geral, dívidas provenientes de operações de
crédito para antecipação da receita orçamentária, as quais são realizadas para
atender insuficiência de caixa. As operações de crédito por antecipação da recei­
ta, mais conhecidas por ARO, além de sujeitarem-se às normas da Resolução n°
78/98, do Senado Federal, sujeitam-se às do art. 38 da LC n° 101/00.
Seguem as receitas extraorçamentárias mais cobradas nas provas:
1 - Valores em poder de agentes financeiros e outras entidades;
2 - Salários não reclamados;
3 - Consignações e outras retenções não pagas ou recolhidas no período
ou cauções recebidas;
4 - Valores recebidos de bens de ausentes;
5 - Valores registrados em depósitos de diversas origens;
6 - Inscrições de Restos a Pagar e do serviço da Dívida a Pagar;
7 - Superávit do Orçamento Corrente;
8 -ARO;
9 - As emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ati­
vo e passivo financeiros;
10 - Os depósitos judiciais oriundos do contencioso fiscal.

91 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

54. Dispensada do relatório de gestão fiscal (RGF), está a movimentação fi­


nanceira de

a) empresas públicas que dependem de recursos do Caixa Central.


b) fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
c) empresas estatais que do erário nunca recebem recursos para custeio.
d) fundos especiais.
e) toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


As disposições da LRF obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, estando compreendidas as respectivas administrações diretas,
fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. Neste sentido,
empresas estatais que do erário nunca recebem recursos para custeio estão dis­
pensadas do relatório de gestão fiscal (RGF).

55. É função do controle interno:


a) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal.
b) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
c) apreciar as contas prestadas anualmente pelo Chefe do Poder Exe­
cutivo.
d) realizar, por iniciativa própria, inspeções e auditorias de natureza
contábil, financeira e orçamentária.
e) apreciar, para fins de registro, a legalidade da concessão de aposen­
tadorias e pensões.

Assunto: Tipos de Controle e Normas Aplicáveis.


O controle interno é aquele exercido sobre suas próprias atividades, cujo obje­
tivo é assegurar a execução dessas atividades dentro dos princípios básicos da admi­
nistração pública, definidos pelo a rt 37 da Constituição Federal (legalidade, impes­
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência). Deriva do poder-dever de autotutela
que a Administração tem sobre seus próprios atos e agentes.
Conforme a Constituição Federal:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I. avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução
dos programas de governo e dos orçamentos da União;

Denis Rocha 92
Prova 5 - Analista judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/TRF da 2a Região/2007

II. comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiên­


cia, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades
da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado;
III. exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União;
IV. apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional
As letras A, C, D, E são competências do TCU.

56. Amparam créditos adicionais:


a) o excesso de arrecadação efetivamente realizado no ano anterior.
b) o superávit orçamentário do exercício anterior.
c) os recursos de operações de crédito por antecipação da receita - ARO.
d) o superávit econômico do exercício anterior.
e) os recursos que, em decorrência de emenda legislativa, fiquem sem
despesas correspondentes.

Assunto: Créditos Adicionais.


São fontes de recursos dos créditos adicionais:

Muito cuidadol O art. 43, § Io, da Lei 4.320 considera como recursos para
abertura de créditos, desde que não comprometidos:
I. o superávit financeiro, apurado em balanço patrimonial do exercício ante­
rior; (Perceba que tem que ser do exercício anterior)
II. os provenientes de excesso de arrecadação;
III. os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou
de créditos adicionais, autorizados em Lei;

93 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

IV. o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamen­


te possibilite ao poder executivo realizá-las. (Estas operações de créditos não
são as operações de crédito por antecipação da receita - ARO.)

57. Nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal,


a) o plano plurianual apresentará critérios para contingenciamento da
despesa.
b) o plano plurianual conterá critérios de repasse a entidades públicas
e privadas.
c) a despesa obrigatória continuada alcança somente a categoria eco­
nômica de capital.
d) a criação de nova despesa demanda estimativa trienal de impacto
orçamentário-financeixo.
e) a receita corrente liquida abrange somente os dois últim os meses.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


Vamos comentar cada alternativa:
a) O projeto de lei orçamentária anual conterá reserva de contingência,
cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita cor­
rente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
Neste sentido, não é o plano plurianual que apresentará critérios para
contingenciamento da despesa e sim a LDO.
b) A lei de diretrizes orçamentárias disporá sobre demais condições e exi­
gências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas.
c) Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente de­
rivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que
fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período
superior a dois exercícios.
d) Conforme LRF, art. 16.
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que
acarrete aumento da despesa será acompanhado de:
I. estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva
entrar em vigor e nos dois subsequentes;
II. declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação or­
çamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
e) A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecada­
das no mês em referência e nos 11 anteriores, excluídas as duplicidades.

Denis Rocha 94
Prova 5 - Analista judidário/Área Administratlva/Contabiiidade/TRF da 2a Região/2007

58. Qual demonstrativo congrega receitas e despesas orçamentárias, muta­


ções patrimoniais, bem assim contas independentes da execução orça­
mentárias?
a) Demonstração das Variações Patrimoniais.
b) Balanço Orçamentário.
c) Balanço Financeiro.
d) Balanço Patrimonial.
e) Balanço Compensado.

Assunto: Balanços Públicos.


A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações
verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamen­
tária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.
Segue modelo da Demonstração das Variações Patrimoniais.
Variações Ativas Variações Passivas
Resultado da execução orçamentária. Resultado da execução orçamentária.
Receitas Orçamentárias Despesas Orçamentárias
Receitas Correntes Despesas Correntes
Receita de Capital Despesas de Capital
Interferência Ativa Interferência Passiva
Cota recebida Cota concedida
Sub-repasse recebido Sub-repasse concedido
Mutações Ativas Mutações Passivas
• Aquisição de bens móveis • Cobrança da Dívida Ativa
• Construção e aquisição de imóveis • Alienação de bens móveis e imóveis
• Aquisição de títulos e valores • Alienação de títulos e valores
• Empréstimos concedidos • Empréstimos tomados
• Amortização de dívidas • Recebimentos de créditos
Independente da execução orçamentária Independente da execução orçamentária
• Superveniência ativa Superveniência passiva
• Inscrição de Dívida Ativa • Variação monetária
• Doações de terceiros Insubsistência passiva
• Acréscimos patrimoniais (incorpo­ • Doações para terceiros
ração de bens) • Consumo de materiais ou baixa de
Insubsistência ativa materiais de consumo.
• Cancelamento de Restos a Pagar • Cancelamento de Dívida Ativa
Interferência ativa • Anulação do cancelamento de Restos
a Pagar
Interferência passiva

95 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

soma das variações ativas soma das variações passivas


Resultado patrimonial Resultado patrimonial
Total Total

59. Para a Lei de Responsabilidade Fiscal, a despesa de pessoal


a) baseia-se somente no percentual do mês anterior, o qual figura no
balanço orçamentário.
b) envolve somatório de doze meses, comparecendo seu percentual no
relatório resumido da execução orçamentária.
c) envolve somatório de doze meses, comparecendo seu percentual no
relatório de gestão fiscal.
d) tem um lim ite prudencial, correspondente a 90% do teto.
e) é apurada e controlada somente pelo Poder Executivo, uma vez que
só a este compete arrecadar a receita governamental.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


A Lei de Responsabilidade Fiscal, no parágrafo único do art. 22, impõe
medidas restritivas, quando o ente excede a um percentual do limite Legal. Tra­
ta-se de mais um limite a ser observado para as despesas com pessoal.
No Manual do Relatório de Gestão Fiscal, esse limite é denominado de Li­
mite Prudencial e corresponde a 95% do Limite Legal. Os Tribunais de Contas
alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 da LRF quando constatarem
que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por
cento) do limite.
A despesa de pessoal envolve somatório de 12 meses e o relatório de ges­
tão fiscal conterá, entre outras coisas, comparativo com os limites de que trata a
LRF e da despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas.

60. Segundo sua natureza, a despesa pública classifica-se em


a) órgão de orçamento, função, categoria econômica.
b) função, subfunção, programa, atividade ou projeto.
c) órgão de orçamento, unidade de orçamento, unidade de despesa.
d) função, subfunção, categoria econômica.
e) categoria econômica, grupo de natureza, elemento de despesa.

Denis Rocha 96
Prova 5 ~ Analista Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/TRF da 2a Regiao/2007

Assunto: Despesas Públicas.


O código da natureza de despesa orçamentária é composto por seis dígi­
tos, desdobrado até o nível de elemento ou, opcionalmente, por oito, contem­
plando o desdobramento facultativo do elemento::

! 2oNívei: G rupo de Despesa


i ° Nívei: C ategoría Econômica

Para efeito de memorização: “c.g.mm.ee.dd” = Cargo de Médico, em que:


V Representa a categoria econômica.
“g” Representa o grupo de natureza da despesa
“mm” Representa a modalidade de aplicação
“ee” Representa o elemento de despesa
“dd” Representa o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa
Já para as receitas, face à necessidade de constante atualização e melhor
identificação dos ingressos nos cofres públicos, o código identificador da natureza
de receita é desmembrado em níveis. Assim, na elaboração do orçamento público
a codificação econômica da receita orçamentária é composta dos níveis abaixo:

; 2o Nível: O rigem
1° Nível: C ategoria E conômica

97 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Gabarito
42. A
43. D
44. B
45. E
46. A
47. C
48. D
49. A
50. B
51. C
52. E
53. A
54. C
55. B
56. E
57. D
58. A
59. C
60. E

Denis Rocha
Prova 6

Analista Judiciário/Área Contadoria/


TRF da 3a Região/2007

42. É classificada como receita de capital aquela proveniente de


a) juros de empréstimos efetuados pelo ente público à empresa estatal
dependente.
b) venda de produtos agropecuários oriundos de propriedades rurais
do ente público.
c) alienação de bens móveis de propriedade do ente público.
d) foros e laudêmios cobrados pelo Poder Público.
e) locação de bens imóveis de propriedade do ente público.

Assunto: Receitas Públicas.


Receitas de capital são os ingressos de recursos financeiros oriundos de
atividades operacionais ou não operacionais para aplicação em despesas opera­
cionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos traçados nos
programas e ações de governo. São denominados de receita de capital porque são
derivados da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amorti­
zação de empréstimos e financiamentos ou alienação de componentes do ativo
permanente, constituindo-se em meios para atingir a finalidade fundamental do
órgão ou entidade, ou mesmo atividades não operacionais visando ao estímulo
às atividades operacionais do ente.
Exemplos:

Receita corrente Receita de capital


Receita Tributária; Operações de Créditos;
Receita Patrimonial; Alienações de bens;
Receita Patrimonial - receitas de Amortização de empréstimos;
valores mobiliários - Dividendos. Transferência de capital;
Receita Agropecuária; Superávit do orçamento corrente - é o
Receita Industrial; resultado do balanceamento dos totais
Receita de Serviços; das receitas e despesas correntes, não
Transferências Correntes. constitui receita orçamentária e sim
extraorçamentária.

99
Coleção Provas Comentadas da FCC

Não confundir:
Pagamento de juros - Despesas correntes - Transferência correntes.
Pagamento do principal - Despesa de capital - Transferência de capital

43. É classificado como despesa corrente orçamentária o gasto decorrente de


a) aquisição de bens móveis e imóveis.
b) débitos de tesouraria.
c) Restos a Pagar de exercícios anteriores.
d) pagamento de juros da dívida pública interna.
e) amortização da dívida pública interna.

Assunto: Despesas Públicas.


Classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, di­
retamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Representam
encargos que não produzem acréscimos no patrimônio, respondendo, assim,
pela manutenção das atividades de cada órgão/atividade.
Excluindo-se as aquisições de materiais para formação de estoques, todos os
demais dispêndios correntes provocam a diminuição patrimonial (Despesa Efetiva).
Segundo a Lei 4.320/64, as despesas correntes são:
- Despesas de Custeio;
- Transferências Correntes.
Segundo a Portaria 163/01:
- Pessoal e Encargos Sociais;
- Juros e Encargos da Dívida;
- Outras Despesas Correntes.

Denis Rocha 100


Prova 6 - Analista judíciárío/Contadoría/TRF da 3a Região/2007

44. É um fato contábil que configura uma variação independente de execu­


ção orçamentária:

a) aquisição de ações de companhia privada nacional.


b) receita comercial de empresas estatais dependentes.
c) alienação de títulos e valores mobiliários.
d) empréstimos recebidos de instituições financeiras.
e) inscrição de débitos tributários na dívida ativa.

Assunto: Variações patrimoniais.


A Lei 4.320/64 estabelece que “as alterações da situação líquida patri­
monial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as
variações independentes dessa execução, as superveniências e insubsistências
ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial”.
As variações patrimoniais podem ser:
«■ Variações ativas orçamentárias: aumentam a situação líquida patri­
monial e decorrem da execução orçamentária;
* Variações ativas extraorçamentárias: aumentam a situação líquida
patrimonial e são independentes da execução orçamentária;
* Variações passivas orçamentárias: diminuem a situação líquida pa­
trimonial e decorrem da execução orçamentária;
* Variações passivas extraorçamentárias: diminuem a situação líqui­
da patrimonial e são independentes da execução orçamentária.
Muito cuidado com a Dívida Ativa:

Cobrança da Dívida Cancelamento da Inscrição da Dívida


Ativa Dívida Ativa Ativa
- Mutação Passiva - Variação passiva - in­ - Variação ativa - inde­
dependente da execu­ pendente da execução
ção orçamentária - in­ orçamentária - super­
subsistência passiva (re­ veniência ativa (aumen­
dução de ativo) to do ativo)

Vamos aprofundar?
As variações patrimoniais são transações que resultam em alterações nos
elementos patrimoniais da entidade do setor público, mesmo em caráter com­
pensatório, afetando, ou não, o seu resultado.
Assim, todas as alterações ocorridas no patrimônio são denominadas Va­
riações Patrimoniais e podem ser classificadas em:

101 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

1 - Variações patrimoniais quantitativas: decorrem de transações que au­


mentam ou diminuem o patrimônio líquido, subdividindo-se em:
- Variações patrimoniais aumentativas: quando aumentam o patri­
mônio líquido (receita sob o enfoque patrimonial);
- Variações patrimoniais diminutivas: quando diminuem o patri­
mônio líquido (despesa sob o enfoque patrimonial).
2 - As variações patrimoniais qualitativas alteram a composição dos elemen­
tos patrimoniais sem afetar o patrimônio líquido, determinando modifi­
cações apenas na composição específica dos elementos patrimoniais.
Observação: Existem variações que, simultaneamente, alteram a compo­
sição qualitativa e a expressão quantitativa dos elementos patrimoniais e são
conhecidas como variações mistas ou compostas.
Dessa maneira, as variações patrimoniais podem ser representadas pela
figura abaixo:

1 - Qualitativas:
Variações patrimoniais qualitativas são aquelas em que ocorrem permu­
tações de mesmo valor dos elementos do Patrimônio, ou seja* as alterações do
Patrimônio que não alteram o valor do Patrimônio Líquido. Como exemplos
têm-se a compra de veículo e a contratação de operações de crédito, que são va­
riações patrimoniais qualitativas, pois o que acontece, no primeiro exemplo, é a
troca (permuta) de uma obrigação de pagar por veículo e, no segundo exemplo,
é a entrada de caixa, advinda do empréstimo, em contrapartida a um registro
de uma obrigação de devolução do empréstimo.
2 - Quantitativas (Receita e despesa sob enfoque patrimonial):
Segundo os princípios contábeis, a variação patrimonial aumentativa
deve ser registrada no momento da ocorrência do seu fato gerador, independen­
temente de recebimento.
A variação patrimonial aumentativa pode ser classificada:
a)Quanto à entidade que apropria a variação patrimonial aumentativa;

Denis Rocha 102


Prova 6 - Anaiistajudiciário/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

b) Quanto à dependência da execução orçamentária;


c) De acordo com as características e peculiaridades das entidades.
a) Quanto à entidade que apropria a variação patrimonial aumentativa:
• Variação patrimonial aumentativa pública - aquela auferida por en­
tidade pública.
• Variação patrimonial aumentativa privada - aquela auferida por en­
tidade privada.
b) Quanto à dependência da execução orçamentária:
• Variação patrimonial aumentativa resultante da execução orça­
mentária - são receitas orçamentárias efetivas arrecadadas, de pro­
priedade do ente, que resultam em aumento do patrimônio líquido.
Exemplo: receita de tributos.
• Variação patrimonial aumentativa independente da execução orça­
mentária - são fatos que resultam em aumento do patrimônio lí­
quido, que ocorrem independentemente da execução orçamentária.
Exemplo: incorporação de bens (doações recebidas).
c) De acordo com as características e peculiaridades das entidades:
• Governamentais - Abrangem tributos e contribuições.
• Empresariais - Tratam de venda de bens e serviços.
• Financeiras - Versam sobre receitas de juros, dividendos, descontos
obtidos etc.
• Transferências - Incluem doações, subvenções, subsídios, auxílios,
transferências intergovemamentais e intragovernamentais recebi­
das, entre outras.
• Outras variações aumentativas - Outras variações patrimoniais au-
mentativas não classificadas nos grupos anteriores
Analogamente, a variação patrimonial diminutiva deve ser registrada no
momento da ocorrência do seu fato gerador, independentemente do pagamento.
A variação patrimonial diminutiva pode ser classificada:
a) Quanto à entidade que apropria a despesa;
b) Quanto à dependência da execução orçamentária;
c) Quanto às ações executadas pelo setor público.
a) Quanto à entidade que apropria a despesa:
• Variação patrimonial diminutiva pública - aquela efetuada por en­
tidade pública.
• Variação patrim onial diminutiva privada - aquela efetuada pela en­
tidade privada.

103 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

b) Quanto à dependência da execução orçamentária:


• Variação patrimonial diminutiva resultante da execução orçamen­
tária - aquela que depende de autorização orçamentária para acon­
tecer. Exemplo: despesa com salário, despesa com serviço, etc.
• Variação patrimonial diminutiva independente da execução orçamen­
tária - aquela que independe de autorização orçamentária para aconte­
cer. Exemplo: constituição de provisão, despesa com depreciação, etc.
c) Quanto às ações executadas pelo setor público:
• Pessoal - Trata da remuneração de pessoal do governo e seus encargos.
• Benefícios Sociais - Caracterizados em geral por espécies de trans­
ferências com o objetivo de proteger a população ou segmentos dela
contra certos riscos sociais.
• Uso de Bens e Serviços - Consistem de serviços, insumos e matérias-
primas empregados na produção de bens e serviços acrescidos de merca­
dorias compradas para revenda menos a variação líquida de inventários
de produtos em elaboração, bens acabados e mercadoria para revenda.
• Operações Financeiras - Tratam de despesas com juros, descontos
concedidos, etc.
• Transferências - Incluem doações, subvenções, subsídios, auxílios,
transferências intergovernamentais e intragovernamentais concedi­
das, entre outros.
• Outras variações diminutivas - Outras variações patrimoniais dl~
minutivas não classificadas nos grupos anteriores.
Dentro das funções típicas de governo, essas ações se materializam na
contraprestação de bens e serviços à comunidade em algumas situações a pre­
ços subsidiados e distribuem renda e riqueza por meio de transferências e con­
cessão de benefícios sociais.
O mapeamento dos elementos patrimoniais e das transações típicas de
governo serve de ponto de partida conceituai para a construção da estrutura
fundamental do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público.

45. Os seguintes dados foram extraídos do Balanço Financeiro de determi­


nado município:
Saldo positivo relativo ao exercício anterior.... R$ 100.000,00
Receitas orçamentárias........................................ R$ 940.000,00
Despesas orçamentárias....................................R$ 990.000,00
Restos a Pagar do exercício....................................R$ 35.000,00
Restos a Pagar de exercícios anteriores pagos
no exercício.............................................................. R$ 55.000,00

Denis Rocha 104


Prova 6 - Analista judicíárío/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

Considerando apenas essas informações, o saldo financeiro positivo


para o exercício seguinte corresponderá a, em R$,
a) 10.000,00.
b) 30.000,00.
c) 50.000,00.
d) 80.000,00.
e) 120.000,00.

Assunto: Balanços Públicos.


Lei 4.320/64:
Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamen­
tárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorça­
mentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício
anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita
extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.
Neste sentido, vamos elaborar o Balanço Financeiro:

Ingressos Dispêndios
Receitas orçamentárias. 940.000,00 Despesas orçamentárias 990.000,00
Ingressos extraorçamentárias: Dispêndios extraorçamentárias:
Restos a Pagar (RAP) - inscrição Restos a Pagar (RAP)-pagamentos
35.000,00 55.000,00

Saldo anterior 100.000,00 Saldo exercício seguinte ?


Resultado financeiro = (Ingressos orçamentários e extraorçamentários)
(-) (Dispêndios orçamentários e extraorçamentários)*
Ou
Resultado financeiro - Disponível atual ou para o exercício seguinte (-)
Disponível do ingresso anterior.
Siglas:
• Resultado financeiro = (RF)
• Ingressos orçamentários = (IO)
• Ingressos extraorçamentários = (IEO)
• Dispêndios orçamentários = (DO)
• Dispêndios extraorçamentários = (DEO)
• Saldo Anterior = (SA)
• Saldo Seguinte = (SS)

"105 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Resultado financeiro = (Ingressos orçamentários e extraorçamentários)


(-) (Dispêndios orçamentários e extraorçamentários.)
RF - (IO + IEO) - (DO + DEO)
RF = (940.000,00 + 35.000,00) - (990.000,00 + 55.000,00)
RF = (975.000,00) - (1.045.000,00)
RF = Déficit de 70.000,00
Resultado financeiro = Disponível atual ou para o exercício seguinte (-)
Disponível do ingresso anterior.
- 70.000,00 = SS - SA
- 70.000,00 = SS - 100.000,00
SS = 100.000,00 - 70.000,00
SS = 30.000,00.

Instruções: Para responder às questões de números 46 a 49, considere os


saldos apresentados abaixo e indique o valor solicitado em cada questão
(Valores em reais).
Dívida A tiva.................... ....................200.000,00
Estoques - Materiais de Consumo.......160.500,00
Depósitos de Terceiros..........................50.500,00
Bancos................................................... 450.000,00
Pessoal a pagar.......................................37.000,00
Operações de Crédito em T ítulos.......680.000,00
Benslmóveis..........................................400.000,00
Operações de Crédito em contratos ...590.000,00
Fornecedores a Pagar...............................190.000,00
BensMóveis...............................................230.000,00
Créditos a Receber - Salário-famflia ........1.700,00

46. Ativo Permanente


a) 990.500,00
b) 760.500,00
c) 830.000,00
d) 790.000,00
e) 1.109.000,00

Assunto: Balanços Públicos.


A dificuldade nesta questão está na classificação das contas do Balanço
Patrimonial. Este balanço traz classificações diferentes, conforme a lei enqua­
drada. A Lei 6.404/76, da contabilidade privada, por exemplo, classifica esto­

Denis Rocha 106


Prova 6 - Analista judiciário/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

ques como ativo circulante; já a Lei 4.320/64, da contabilidade pública, classifica


estoques como ativo permanente.
Outra dificuldade aparente nesta questão é em relação à Dívida Ativa.
Muitos podem pensar que a Dívida Ativa, por ser um crédito, não será um ativo
permanente. Aí está o engano, pois a própria Lei 4.320/64 enuncia que o ativo
permanente compreenderá os bens, créditos e valores cuja mobilização ou alie­
nação dependa de autorização legislativa.
Classificação das contas no Balanço Patrimonial conforme Lei 4.320/64:
Ativo Passivo
ATIVO FINANCEIRO (AF) PASSIVO FINANCEIRO (PF)
« Conta única do tesouro • Depósitos de diversas origens -
* Caixa / banco terceiros
• Fornecedores
« Créditos a receber salário-família
* Realizável • Contas a pagar
• Débitos de tesouraria
* Diversos responsáveis - realizável
• Serviços da dívida
ATIVO PERMANENTE (AP) • Restos a Pagar
* Diversos responsáveis apurados PASSIVO PERMANENTE (PP)
(valores) • Provisão para 13° salário
* Almoxarifado/ estoques • Dívida fundada
* Dívida Ativa • Operações de crédito em títulos
* Empréstimos concedidos bens ou em contratos
Com isso, o ativo permanente apresenta saldo de:
Dívida Ativa .............................................. 200.000,00
(+) Estoques - Materiais de C onsum o.......... 160.500,00
(+) Bens Imóveis .........................................400.000,00
(+) Bens Móveis ...........................................230.000,00
(=) Ati^o Perm anente................................... 990.500,00

47. O Resultado Financeiro foi um superávit de


a) 165.900,00.
b) 171.200,00.
c) 173.000,00.
d) 174.200,00.
e) 224.700,00.

107 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Balanços Públicos.

Ativo Financeiro: Passivo Financeiro:


Bancos...........................450.000,00 Depósitos de Terceiros....50.500,00
(+) Créditos a Receber - Salário-fa- Pessoal a pagar............... 37.000,00
rnüia..................................1.700,00 Fornecedores a Pagar. ...190.000,00
Total.............................. 451.700,00 Total..............................277.500,00
Superávit (451.700,00 ~
277.500,00)........ 174.200,00

48. Ativo Financeiro


a) 376,400,00.
b) 450,300,00.
c) 451.700,00.
d) 500.500,00.
e) 650.000,00.

Assunto: Balanços Públicos.

Ativo Financeiro:
Bancos............................................................ ......450.000,00
(+) Créditos a Receber - Salário-famíiia...... ..........1.700,00
Total................................................................ ......451.700,00

49. Passivo Financeiro

a) 277.500,00.
b) 240.500,00.
c) 237.000,00.
d) 190.000,00.
e) 150.500,00.

Assunto: Balanços Públicos.

Passivo Financeiro:
Depósitos de Terceiros.................. ..................... 50.500,00
Pessoal a pagar............................... ..................... 37.000,00
Fornecedores a Pagar.................... .................. 190.000,00
Total................................................ .................. 277.500,00

Denis Rocha 108


Prova 6 - Analista judiciário/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

50. As dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação di­


reta em bens ou serviços classificam-se como

a) despesas de custeio.
b) extraorçamentárias.
c) investimentos.
d) inversões financeiras.
e) transferências correntes.

Assunto; Despesas Públicas.


Segundo a Lei 4.320/64, existem duas categorias econômicas da despesa: as
despesas correntes (Despesas de Custeio e Transferências Correntes) e as despesas
de capital (Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências de Capital).

Despesas correntes Despesas de capital


Classificam-se nesta categoria todas Classificam-se nesta categoria aque­
as despesas que não contribuem, di­ las despesas que contribuem, direta­
retamente, para a formação ou aqui­ mente, para a formação ou aquisição
sição de um bem de capital. Repre­ de um bem de capital, resultando no
sentam encargos que não produzem acréscimo do patrimônio do órgão ou
acréscimos no patrimônio, respon entidade que a realiza, aumentando,
dendo assim, pela manutenção das dessa forma, sua riqueza patrimonial.
atividades de cada órgão / atividade. À exceção das transferências de recur­
Excluindo-se as aquisições de mate­ sos financeiros repassados a outras ins­
riais para formação de estoques, to­ tituições, para realizarem Despesas de
dos os demais dispêndios correntes Capital, os gastos desta natureza consti­
provocam a diminuição patrimonial tuem fatos permutativos nos elementos
(Despesa Efetiva). patrimoniais (Despesa por Mutações).

Classificação, segundo a Lei 4.320/64: Classificação, segundo a Lei 4.320/64:


- Despesas de Custeio - Investimentos
- Transferências Correntes - Inversões Financeiras
- Transferências de Capital
Segundo a Portaria 163/01: Segundo a Portaria 163/01:
- Pessoal e Encargos Sociais - Investimentos
- Juros e Encargos da Dívida - Inversões Financeiras
- Outras Despesas Correntes - Amortização da Dívida

109 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

São despesas de custeio as dotações para manutenção de serviços ante­


riormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e
adaptação de bens imóveis.
São Transferências Correntes as dotações para despesas às quais não cor­
respondam contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contri­
buições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades
de direito público ou privado.

51. Consta no rol de Princípios Orçamentários:


a) Prudência.
b) Objetividade.
c) Exclusividade.
d) Conservadorismo.
e) Materialidade.

Assunto: Princípios orçamentários.


Conforme Manuais da Secretaria do Tesouro Nacional, são princípios or­
çamentários:
1. Princípio Orçamentário da Unidade
2. Princípio Orçamentário da Universalidade
3. Princípio Orçamentário da Anualidade ou Periodicidade
4. Princípio Orçamentário da Exclusividade
5. Princípio Orçamentário do Equilíbrio
6. Princípio Orçamentário da Legalidade
7. Princípio Orçamentário da Publicidade
8. Princípio Orçamentário da Especificação ou Especialização
9. Princípio Orçamentário da NÃO Afetação da Receita
1. PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA UNIDADE
De acordo com este princípio previsto no a r t 2o da Lei n° 4.320/1964,
cada ente da federação (União, Estado, Distrito Federal ou Município) deve pos­
suir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme.
Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de caixa”, previsto no
art. 56 da referida Lei, segundo o qual todas as receitas e despesas convergem
para um fundo geral (conta única), com o objetivo de se evitar as vinculações
de certos fundos a fins específicos. O objetivo é apresentar todas as receitas e
despesas numa só conta, a fim de confrontar os totais e apurar o resultado:
equilíbrio, déficit ou superávit.

Denis Rocha 110


Prova 6 - Analista judiciário/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

Atualmente, o processo de integração planejamento-orçamento tornou o


orçamento necessariamente multi-documental, em virtude da aprovação, por
leis diferentes, de vários documentos (Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes
Orçamentárias - LDO e Lei Orçamentária Anual - LOA), uns de planejamen­
to e outros de orçamento e programas. Em que pese tais documentos serem
distintos, inclusive com datas de encaminhamento diferentes para aprovação
pelo Poder Legislativo, devem, obrigatoriamente ser compatibilizados entre si,
conforme definido na própria Constituição Federal.
Para melhor visibilidade dos programas do governo em cada área, o mo­
delo orçamentário adotado a partir da Constituição Federal de 1988, com base
em seu §5° do art. 165, consiste em elaborar orçamento único, desmembrado em
Orçamento Fiscal, da Seguridade Social e de Investimento da Empresas Estatais.
O art. 165 da Constituição Federal define em seu parágrafo 5o o que deve­
rá constar em cada desdobramento do orçamento:
§ 5 ° - A lei orçamentária anual compreenderá:
I ~ o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público;
l l ~ o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou in­
diretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e ór­
gãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como osfu n ­
dos efundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
2. PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA UNIVERSALIDADE
Segundo os artigos 3o e 4o da Lei n° 4.320/1964, a Lei Orçamentária deve­
rá conter todas as receitas e despesas. Isso possibilita controle parlamentar sobre
todos os ingressos e dispêndios administrados pelo ente público.
Art. 3° A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de
operações de crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de
crédito por antecipação da receita, as emissões depapel-moeda e outras entra­
das compensatórias, no ativo e passivo financeiros.
A r t 4oA Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos ór­
gãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio
deles se devam realizar, observado o disposto no art: 2a.
Tal princípio complementa-se pela “regra do orçamento bruto”, definida
no art. 6o da Lei n° 4.320/1964:
A r t 6°. Todas as receitas e despesas constarão da lei de orçamento pelos seus
totais, vedadas quaisquer deduções.

111 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

3. PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA ANUALIDADE OU PERIODICIDADE


O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado pe­
ríodo de tempo, geralmente um ano. No Brasil, o exercício financeiro coincide
com o ano civil, conforme dispõe o art. 34 da Lei n° 4.320/64:
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e extraordinários autori­
zados nos últimos quatro meses do exercício podem ser reabertos, se necessário,
e, neste caso, serão incorporados ao orçamento do exercício subsequente, con­
forme estabelecido no § 3o do art. 167 da Carta Magna.
4. PRINCIPIO ORÇAMENTÁRIO DA EXCLUSIVIDADE
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passa­
do, da inclusão de dispositivos de natureza diversa de matéria orçamentária, ou
seja, previsão da receita e fixação da despesa.
Previsto no art. 165, § 8o da Constituição Federal, estabelece que a Lei
Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura
de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis de crédi­
tos adicionais também devem observar esse princípio.
5. PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DO EQUILÍBRIO
Esse princípio estabelece que o montante da despesa autorizada em cada
exercício financeiro não poderá ser superior ao total de receitas estimadas para
o mesmo período. Havendo reestimativa de receitas com base no excesso de
arrecadação e na observação da tendência do exercício, pode ocorrer a abertura
de crédito adicional. Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser
considerados apenas os valores utilizados para a abertura de crédito adicional.
Conforme o caput do art. 3o da Lei n° 4.320/1964, a Lei de Orçamentos com­
preenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido por meio de operações de crédito.
Entretanto, conforme estabelece o art. 167, III, da Constituição Federal é
vedada a realização de operações de crédito que excedam o montante das des­
pesas de capital, dispositivo conhecido como “regra de ouro”. De acordo com
esta regra, cada unidade governamental deve manter o seu endividamento vin­
culado à realização de investimentos e não à manutenção da máquina adminis­
trativa e demais serviços.
A Lei de Responsabilidade Fiscal também estabelece regras limitando o
endividamento dos entes federados, nos artigos 34 a 37:
Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a
partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar.

Denis Rocha 112


Prova 6 - Analista judiciário/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

A r t 35. Ê vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Fede­


ração>diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou em­
presa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação
de dívida contraída anteriormente.
§ 1° Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre insti­
tuição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades
da administração indireta, que não se destinem a:
I - financiar; direta ou indiretamente, despesas correntes;
II - refnanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.
§2° O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos
da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades.
Art. 36. Ê proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal
e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira con­
trolada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender in­
vestimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para
aplicação de recursos próprios.
A r t 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:
I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contri­
buição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido>sem prejuízo do disposto
no $ 7o do art 150 da Constituição;
II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público
detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a
voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;
III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação asse­
melhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emis­
são, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a empre­
sas estatais dependentes;
IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores
para pagamento aposteriori de bens e serviços.
6. PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA LEGALIDADE
Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à admi­
nistração pública, segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de
fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos
ditames da lei. A Constituição Federal de 1988, no art. 37 estabelece os princí­
pios da administração pública, dentre os quais o da legalidade e, no seu art. 165
estabelece a necessidade de formalização legal das leis orçamentárias:
A r t 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

113 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - 05 orçamentos anuais.
Curiosidades que podem cair nas próximas provas:
• (STF - ADI 1759) Emenda constitucional estadual que obriga a des-
tinação de receita corrente do Estado aos programas de desenvolvi­
mento da agricultura, pecuária e abastecimento é inconstitucional,
uma vez que fere a competência privativa do Poder Executivo de ini­
ciar o processo legislativo referentes a leis que disponham sobre ma­
téria orçamentária (art. 165 da CF).
7. PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade está previsto no art. 37 da Constituição Fe­
deral e também se aplica às peças orçamentárias. Justifica-se especialmente no
fato de orçamento ser fixado em lei, e esta, para criar, modificar, extinguir ou
condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, há que ser publicada. Portan­
to, o conteúdo orçamentário deve ser divulgado nos veículos oficiais para que
tenha validade.
8. PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA ESPECIFICAÇÃO OU ESPECIA­
LIZAÇÃO
Segundo este princípio, as receitas e despesas orçamentárias devem ser
autorizadas pelo Poder Legislativo em parcelas discriminadas e não pelo seu
valor global, facilitando o acompanhamento e o controle do gasto público. Esse
princípio está previsto no art. 5o da Lei n° 4.320/1964:
Art. 5o A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a
atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços dé terceiros,
transferências ou quaisquer outras [...]
O Princípio da Especificação confere maior transparência ao processo or­
çamentário, possibilitando a fiscalização parlamentar, dos órgãos de controle e
da sociedade, inibindo o excesso de flexibilidade na alocação dos recursos pelo
Poder Executivo. Além disso, facilita o processo de padronização e elaboração
dos orçamentos, bem como o processo de consolidação de contas.
9. PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA NÃO AFETAÇÃO DA RECEITA
Tal princípio encontra-se consagrado, como regra geral, no inciso IV do
art. 167 da Constituição Federal de 1988, quando veda a vinculação de receita
de impostos a órgão, fundo ou despesa:
Art. 167. São vedados:
U

Denis Rocha 114


Prova 6 - Analista judiciário/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalva­


das a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os
artigos 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de
saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente,
pelos artigos 198, $ 2° 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art 165, § 8o, bem como o
disposto no § 4o deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional n°
42, de 19.12.2003);
W
§ 4° É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a
que se referem os artigos 155 e 156, e dos recursos de que tratam os artigos 157,
158 e 159,1, a eb, e llt para a prestação de garantia ou contragarantia à União
e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitu­
cional n°3, de 1993).
As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e estão relaciona­
das à repartição do produto da arrecadação dos impostos (Fundos de Participa­
ção dos Estados - FPE e dos Municípios - FPM e Fundos de Desenvolvimento
das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste), à destinação de recursos para as
áreas de saúde e educação, além do oferecimento de garantias às operações de
crédito por antecipação de receitas. Trata-se de medida de bom-senso, uma vez
que possibilita ao administrador público dispor dos recursos de forma mais
flexível para o atendimento de despesas em programas prioritários.
No âmbito federal, a Constituição reforça a não vinculação das receitas por
meio do art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT, ao
criar a “Desvinculação das Receitas da União - DRU”, abaixo transcrito:
A rt 76. Ê desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de
2011,20% (vinte por cento) da arrecadação da União de impostos, contribui­
ções sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vie­
rem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos
legais. (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 56, de 2007)
§ Io O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de cálculo das trans­
ferências a Estados, Distrito Federal e Municípios na forma dos artigos 153, §
5°; 157,1; 158,1 e II; e 159,1, a e b; e 11, da Constituição, bem como a base de
cálculo das destinações a que se refere o art 159,1, c, da Constituição. (Reda­
ção dada pela Emenda Constitucional n° 42, de 19.12.2003)
§ 2oExcetua-se da desvinculação de que trata o caput deste artigo a arrecada­
ção da contribuição social do salário-educação a que se refere o art 212, § 5o,
da Constituição.(Incluído pela Emenda Constitucional n° 27, de 2000)

115 A FO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

52. Quanto à periodicidade de ingresso, as receitas classificam-se como


a) orçamentárias e extraorçamentárias.
b) ordinárias e extraordinárias.
c) corrente e de capital.
d) originárias e derivadas.
e) preços públicos e preços quase privados.

Assunto: Receitas públicas.

1 - Quanto ao sentido:
1.1 Amplo (lato): é toda entrada de recursos que, a qualquer título, adentra
os cofres públicos. Exemplos: fianças, cauções, ARO, receitas tributá­
rias, etc.
1.2 Restrito: é toda entrada de recursos que se incorporam ao patrimônio
público sem compromisso de devolução posterior. Exemplos: receitas
tributárias, patrimonial, alienação de bens, etc.
2 - Quanto à competência do ente da federação:
2.1 Podem ser federal, estadual e municipal.
3 - Quanto à regularidade ou periodicidade:
3.1 Ordinárias: são aquelas arrecadadas regularmente em cada período
financeiro. Exemplos: impostos.
3.2 Extraordinárias: decorrentes de situações excepcionais, como calami­
dade pública, guerra, doações, etc. Exemplos: empréstimos compul­
sórios.
4 - Quanto à natureza:
4.1 Orçamentária: é a receita que decorre da Lei Orçamentária.
4.2 Extraorçamentária: compreende os ingressos financeiros ou créditos
de terceiros que não integram o orçamento público.

Denis Rocha 116


Prova 6 - Analista judiciário/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

5 - Quanto à categoria econômica:


5.1 Receitas correntes: as receitas tributárias, de contribuições, patrimo­
nial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as prove­
nientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificá­
veis em Despesas Correntes.
5.2 Receitas de capital: são as provenientes da realização de recursos fi­
nanceiros oriundos de constituição de dívidas (endividamento); da
conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de ou­
tras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender des­
pesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
Orçamento Corrente,
6 - Quanto à afetação patrimonial:
6.1 Receitas efetivas: são aquelas que contribuem para o aumento do saldo
patrimonial. Exemplos: as receitas correntes (exceto o recebimento da
dívida ativa) e a receita de capital decorrente do recebimento de trans­
ferências de capital.
6.2 Receitas por mutações: são aquelas que nada acrescem ao patrimônio
público, pois são simples entradas compensatórias. Exemplos: todas
as receitas de capital (exceto as transferências de capital) e, ainda, a
receita corrente resultante do recebimento da dívida ativa.
7 - Quanto à coercitividade:
7.1 Originárias: são oriundas da exploração do patrimônio do Estado. O
Estado participa de atividades privadas, através de cobranças de preço
ou tarifas.
7.2 Derivadas: são aquelas obtidas pelo Estado através do seu poder de
autoridade. Exemplos: tributos e multas.

O instrumento de programação para alcançar o objetivo de um progra­


ma envolvendo um conjunto de operações limitadas no tempo das quais
resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento
da ação de governo denomina-se

a) atividade.
b) subprograma.
c) função.
d) projeto.
e) operação especial.

117 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Estrutura programática.


Os programas são compostos de atividades, projetos e operações especiais.
Essas últimas poderão fazer parte dos programas quando entendido que, efeti­
vamente, contribuem para a consecução de seus objetivos. O enquadramento de
uma ação em um dos três itens depende do efeito gerado pela sua implementação.
Atividades e Projetos
Os projetos e as atividades são os instrumentos orçamentários de viabiliza­
ção dos programas, aos quais está associada à ideia de produto (bens ou serviços).
O orçamento por programas pressupõe um ciclo produtivo bem definido
que está sendo objeto de orçamentação. Assim, tanto atividade quanto projeto,
conceitualmente, envolvem um conjunto de operações que têm como resultado
um produto.
Projeto
Instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envol­
vendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto
que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação do Governo.
Exemplo: “Implantação da rede nacional de bancos de leite humano”
Atividades
É o instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de
um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo
contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à
manutenção da ação de Governo.
Exemplo: Fiscalização e Monitoramento das Operadoras de Planos e Se­
guros Privados de Assistência à Saúde, ações de fiscalização e monitoramento
dos bancos de leite humano.
Operação Especial
São despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfei­
çoamento das ações de Governo, não resultando destas um produto ou uma contra-
prestação direta em bens ou serviços. No entanto, um grupo importante de ações
com natureza de operações especiais, quando associadas a programas finalísticos,
podem apresentar uma medição correspondente a volume ou carga de trabalho.
Projeto ---------------------------------------------------- ►limitadas no tempo
Atividade ------------------------------------------------- ►modo contínuo
Operação Especial -------------------------------------- t não contribuem
Isto é muito cobrado em provas, pois é fácil confundirmos os conceitos.
Para não se esquecer deles, pense assim:

Denis Rocha 118


Prova 6 - Analista judiciário/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

Tenho um projeto na minha vida (passar em concurso), este projeto é li­


mitado no tempo, pois não pretendo passar a minha vida toda estudando para
concursos. Para passar preciso ter como atividade estudar de modo contínuo.

54. Entende-se como o maior nível de agregação das diversas áreas de des­
pesa que competem ao setor público:
a) projeto.
b) categoria econômica da despesa.
c) natureza da despesa.
d) programa.
e) função.

Assunto: Classificação Funcional da Despesa.


A classificação funcional, por funções e subfunções, busca responder basi­
camente à indagação em que área de ação governamental a despesa será realizada.
Cada atividade, projeto e operação especial identificará a função e a subfunção às
quais se vinculam.
A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria n° 42, de 14 de
abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um
rol de funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos
públicos por área de ação governamental nas três esferas de Governo.
Trata-se de uma classificação independente dos programas, e de aplicação
comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal
e da União, o que permite a consolidação nacional dos gastos do setor público.
Função
A classificação funcional é representada por cinco dígitos. Os dois pri­
meiros referem-se à função, que pode ser traduzida como o maior nível de
agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A função está rela­
cionada com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação,
saúde, defesa, que guarda relação com os respectivos Ministérios.
A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não
se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corren­
te, tais como dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representan­
do, portanto, uma agregação neutra. Nesse caso, as ações estarão associadas aos
programas do tipo “Operações Especiais” que correspondem aos códigos abaixo
relacionados e que constarão apenas do orçamento, não integrando o PPA:
Exemplos:

119 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Codigò? v-' ’ :f-Fünçãõ'^

0901 Operações Especiais Cumprimento de Sentenças Judiciais


0902 Operações Especiais Financiamento com Retorno
Transferências Constitucionais e as Decorrentes
0903 Operações Especiais
de Legislação Específica
0904 Operações Especiais Outras Transferências

0905 Operações Especiais Serviço de Dívida Interna (Juros e Amortizações)

0906 Operações Especiais Serviço de Dívida Externa (Juros e Amortizações)


0907 Operações Especiais Refinanciamento da Dívida Interna
0908 Operações Especiais Refinanciamento da Dívida Externa
0909 Operações Especiais Outros encargos Especiais

A codificação para a Reserva de Contingência foi definida pelo art. 8o da


Portaria Interministerial 163, de 4 de maio de 2001, a seguir transcrito:
Art. 8o A dotação global denominada “Reserva de Contingência” permitida
para a União no art. 91 do Decreto-Lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou
em atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada comofonte de recursos
para abertura de créditos adicionais epara o atendimento ao disposto no art
5o, inciso III, da Lei Complementar n° 101, de 2000, sob coordenação do órgão
responsável pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas
as esferas de Governo pelo código “99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere
às classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o ax ”
representa a codificação da ação e o respectivo detalhamento.
Subfunção
A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação funcio­
nal, representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve
evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da agregação
de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das
ações que se aglutinara em torno das funções.
As subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas
às quais estão relacionadas na Portaria no 42, de 1999. As ações devem estar
sempre conectadas às subfunções que representam sua área específica. Existe
também a possibilidade de matricialidade na conexão entre função e subfunção,
ou seja, combinar qualquer função com qualquer subfunção, mas não na rela­
ção entre ação e subfunção.
Deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão.
Assim, a programação de um órgão, via de regra, é classificada em uma única

Denis Rocha 120


Prova 6 - Analista judiciário/Confcadoria/TRF da 3a Região/2007

função, ao passo que a subfunção é escolhida de acordo com a especificidade


de cada ação. A exceção à matricialidade encontra-se na função 28 - Encargos
Especiais e suas subfunçòes típicas, que só podem ser utilizadas conjugadas.
Exemplos:

émOmêiSSi 22 - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


mmm 4641 ~ Publicidade de utilização pública
131 ~ Comunicação Social
Função , , 20 - Agricultura

Na base do SIDOR existem dois campos correspondentes à classificação


funcional, quais sejam:

.Gámpos|.
1° Função com dois dígitos
2o Subfunção com três dígitos

55. São operações especiais as despesas que

a) resultam em um produto.
b) geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
c) não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
d) contribuem para a manutenção das ações de governo.
e) concorrem para a expansão da ação de governo.

Assunto: Estrutura programática.


Operação Especial:
Enquadram-se nessa classificação as despesas que não contribuem para a
manutenção, a expansão ou o aperfeiçoamento das ações de Governo Federal,
predefinidas na listagem a seguir:
1. Amortização, juros, encargos e rolagem da dívida contratual e mobiliária;
2. Pagamento de aposentadorias e pensões;
3. Transferências constitucionais ou legais por repartição de receita (FPM,
FPE, Salário-Educação, Compensação de Tributos ou Participações aos
Estados, Distrito Federal e Municípios, Transferências ao GDF);
4. Pagamento de indenizações, ressarcimentos, abonos, seguros, auxí­
lios, benefícios previdenciários, benefícios de assistência social;
5. Reserva de contingência, inclusive as decorrentes de receitas próprias
ou vinculadas;

121 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

6. Cumprimento de sentenças judiciais (precatórios, sentenças de peque­


no valor, sentenças contra empresas, débitos vincendos, etc.);
7. Operações de financiamento e encargos delas decorrentes (emprésti­
mos, financiamentos diretos, concessão de créditos, qualizações, sub­
venções, subsídios, coberturas de garantias, coberturas de resultados,
honras de aval, assistência financeira) reembolsáveis ou não;
8. Ações de reservas técnicas (centralização de recursos para atender con­
cursos, provimentos, nomeações, reestruturação de carreiras, etc.);
9. Complementação ou compensação financeira da União;
10. Contraprestação da União nos contratos de Parcerias Público-Privadas;
11. Contribuição a organismos e/ou entidades nacionais ou internacionais;
12. Integralização e/ou recomposição de cotas de capital junto a entidades
internacionais;
13. Contribuição à previdência privada;
14. Contribuição patronal da União ao Regime de Previdência dos Servido­
res Públicos;
15. Desapropriação de ações, dissolução ou liquidação de empresas;
16. Encargos financeiros (decorrentes da aquisição de ativos, questões
previdenciárias ou outras situações em que a União assuma garantia
de operação);
17. Operações relativas à subscrição de ações;
18. Indenizações financeiras (anistiados políticos, programas de garan­
tias de preços, etc.);
19. Participação da União no capital de empresas nacionais ou internacionais.

56. É uma despesa extraorçamentária o pagamento de


a) serviços de terceiros.
b) contribuição patronal ao RPPS.
c) pessoal.
d) devolução de caução.
e) juros da divida.

Assunto: Despesas públicas.


São exemplos de despesas extraorçamentárias:
• Depósitos;
• Débitos de tesouraria;
• Consignações;
• Pagamentos de Restos a Pagar;

Denis Rocha 122


Prova 6 - AnaJista judiciário/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

Cauções;
• Resgate de operações de crédito por antecipação da receita (ARO), bem
como todos os outros valores que se apresentem de forma transitória.

57. Para cobertura de despesas urgentes e imprevistas decorrentes de guer­


ra deverão ser abertos créditos
a) adicionais extraordinários.
b) orçamentários ordinários.
c) adicionais extraorçamentários.
d) compulsórios.
e) especiais.

Assunto: Créditos adicionais.


São créditos adicionais as autorizações de despesa não computadas ou
insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Os créditos adicionais classifi­
cam-se em suplementares, especiais e extraordinários.
Espécie Suplementares Especiais Extraordinários
Finalidade Reforço de Atender a Atender a
dotação programas, despesas
orçamentária já projeto, atividade, imprevisíveis e
existente. operações especiais urgentes.
não contemplados
no orçamento.

58. Considere as seguintes afirmativas:


I. A dívida flutuante compreende os Restos a Pagar incluindo o ser­
viço da dívida.
II. O registro dos Restos a Pagar far-se-á por exercício e por credor,
distinguindo~se as despesas processadas das não processadas.
III. Todas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza
financeira, não compreendidas na execução orçamentária, não se­
rão objeto de registro contábii

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I.
b) II.

123 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

C ) III.
d) l e l l .
e) I e III.

Assunto: Dívida pública, Restos a Pagar e Execução Orçamentária.


I. A dívida flutuante compreende os Restos a Pagar, excluídos os serviços da
dívida; os serviços da Dívida a Pagar, os depósitos e os débitos de tesouraria.
II. Os Restos a Pagar são despesas empenhadas e não pagas, podendo
ser processadas e não processadas. As processadas são as despesas já
liquidadas e as não processadas são as despesas não liquidadas.
III. As operações de natureza extraorçamentária também serão objeto de
registro contábil. Apenas os bens públicos, como praças, praias, par-
ques, não serão objeto de registro.

59. De acordo com a Lei n° 4.320/94, alterações verificadas no patrimônio, re­


sultantes ou independentes da execução orçamentária, serão evidenciadas
a) na Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos.
b) no Balanço Financeiro.
c) no Balanço Patrimonial.
d) no Balanço Orçamentário. ,
e) na Demonstração das Variações Patrimoniais.

Assunto: Balanços Públicos.


A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações
verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamen­
tária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

60. Considere as afirmativas.


I. Os títulos de renda serão avaliados pelo seu valor nominal.
II. Os bens móveis e imóveis serão avaliados pelo valor de mercado.
III. Os bens de almoxarifado serão avaliados pelo preço das últimas
compras.
Com base na Lei n° 4.320/64, está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) lell.
e) I e III.

Denis Rocha 124


Prova 6 - Analista judiciário/Contadoria/TRF da 3a Região/2007

Assunto: Avaliação dos elementos patrimoniais.


As avaliações dos elementos patrimoniais na contabilidade pública estão
contidas no art, 106 da Lei 4.320/64. Atenção deve ser dada em relação aos bens
de almoxarifado, pois é comum ser cobrado nas provas que a sua avaliação é
dada pelos métodos PEPS e UEPS da contabilidade empresarial, o que não con­
diz com a realidade. Os bens de almoxarifado, na contabilidade pública, são
avaliados pelo preço médio ponderado das compras.

Observações:
1 - Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.
2 - As previsões para depreciação serão computadas para efeito de apura­
ção do saldo líquido das autarquias e outras entidades.
3 - A entidade pública necessita apropriar ao resultado de um período, o
desgaste do seu ativo imobilizado ou intangível, por meio do registro
da variação patrimonial diminutiva de depreciação, amortização ou
exaustão, obedecendo ao princípio da competência.
A depreciação é a redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda de
utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.
A amortização é a redução do valor aplicado na aquisição de direitos de
propriedade e quaisquer outros, inclusive ativos intangíveis, com existência ou
exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo
legal ou contratualmente limitado.
A exaustão é a redução do valor de investimentos necessários à explora­
ção de recursos minerais, florestais e outros recursos naturais esgotáveis ou de
exaurimento determinado, bem como do valor de ativos corpóreos utilizados
no processo de exploração.

125 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

4 - Os bens que sofrem depreciação, amortização ou exaustão são adqui­


ridos por meio de despesas orçamentárias que retratam uma variação
patrimonial qualitativa.

Gabarito
42. C
43. D
44. E
45. B
46. A
47. D
48. C
49. A
50. E
51. C
52. B
53. D
54. E
55. C
56. D
57. A
58. B
59. E
60. A

Denis Rocha 126


Prova 7

Auditor/TCE-AM/2007

66. A Lei de Responsabilidade Fiscal traz em seu bojo algumas definições


básicas, dentre elas o conceito de receita corrente líquida. Pode-se afir­
mar que receita corrente liquida:
I. é considerada o somatório das receitas tributárias, de contribui­
ções, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, trans­
ferências correntes e outras receitas, também correntes, com algu­
mas deduções previstas na própria lei complementar;
II. sofre dedução, nos Estados, das parcelas entregues aos Municípios
por determinação constitucional;
III. é base de cálculo para despesa total com pessoal dos entes da Fede­
ração;
IV. será apurada somando-se as despesas arrecadadas no mês de refe­
rência e nos meses anteriores até o início do exercício financeiro,
incluídas as duplicidades.
SOMENTE estão corretos
a) Iell.
b) II e III.
c) 1, H e III.
d) I, II e IV.
e) I,IIIeIV.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


A única alternativa falsa é o item IV.
A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecada­
das no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.
A Receita Corrente Líquida (RCL) representa o total das receitas correntes,
diminuídas de algumas receitas estabelecidas pela própria lei. A RCL constitui
parâmetro para quase todos os cálculos relacionados à execução orçamentária,
elaboração de relatórios e adequação dos poderes e órgãos aos limites estabele­
cidos pela norma.

127
Coleção Provas Comentadas da FCC

Atenção!
A partir da LRF, a RCL se tornou parâmetro para cálculo de despesa com
pessoal, reserva para contingências, dívida pública, operações de crédito, etc.
No cálculo da RCL, usam-se somente as receitas correntes.
Para efeito de memorização, atente para o quadro a seguir:

RECEITAS CORRENTES................................................. Memorização


TRIBUTÁRIAS.............................................................................. Tributa
Impostos
Taxas
Contribuição de melhoria
RECEITAS DE CONTRIBUIÇÕES................................................... Con
Econômicas
Sociais
RECEITA PATRIMONIAL..................................................................... P
RECEITA AGROPECUÁRIA.................................................................A
RECEITA INDUSTRIAL.......................................................................... I
RECEITAS DE SERVIÇOS............................................ .........................S
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
OUTRAS RECEITAS CORRENTES_____________________________

Como se apura a receita corrente liquida na União?


A receita corrente liquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no
mês em referência e nos 11 anteriores, excluídas as duplicidades (art 2o, § 3o, da LRF).
O que é mês de referência?
O mês de referência, ou atual, é o mês imediatamente anterior àquele em
que a receita corrente líquida estiver sendo apurada (art. 6o, parágrafo único, da
Portaria STN n° 589/01).

67. Projeto é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de

a) uma ação.
b) um programa.
c) uma função.
d) uma atividade.
e) uma categoria de programação.

Assunto: Estrutura Programática.


Os programas são compostos de atividades, projetos e operações especiais.
Essas últimas poderão fazer parte dos programas quando entendido que efeti-

Denls Rocha 128


Prova 7 - Auditor/TCE-AM/2007

vãmente contribuem para a consecução de seus objetivos. O enquadramento de


uma ação em um dos três itens depende do efeito gerado pela sua implementação.
Atividades e Projetos
Os projetos e as atividades são os instrumentos orçamentários de viabiliza­
ção dos programas, aos quais está associada a ideia de produto (bens ou serviços).
O orçamento por programas pressupõe um ciclo produtivo bem definido
que está sendo objeto de orçamentação. Assim, tanto atividade quanto projeto,
conceitualmente, envolvem um conjunto de operações que têm como resultado
um produto.
Projeto
Instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um
produto que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação do Governo.
Exemplo: “Implantação da rede nacional de bancos de leite humano”.
Atividades
É o instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de
um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo
contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à
manutenção da ação de Governo.
Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das Operadoras de Planos e Se­
guros Privados de Assistência à Saúde”
Operação Especial
São despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aper­
feiçoamento das ações de Governo, não resultando destas um produto ou uma
contraprestação direta em bens ou serviços. Porém, um grupo importante de
ações com natureza de operações especiais, quando associadas a programas fi-
nalísticos, podem apresentar uma medição correspondente a volume ou carga
de trabalho.
Projeto ►limitadas no tempo
Atividade --------------------- ►modo contínuo
Operação Especial ______ ^ não contribuem

68. Regime de Caixa é uma


a) modalidade contábil que considera para a apuração do resultado do exer­
cício os pagamentos e recebimentos ocorridos efetivamente no exercido.
b) modalidade contábil que considera para a apuração do resultado do
exercício apenas os recebimentos ocorridos efetivamente no exercício.

129 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

c) modalidade contábil que considera para a apuração do resultado do


exercício apenas os pagamentos ocorridos efetivamente no exercício.
d) modalidade contábil que considera os fatos contábeis ocorridos du­
rante o exercício para fins de apuração dos resultados do mesmo.
e) norma contábil pela qual os ingressos públicos e os custos são atri­
buídos ao exercício a que pertencem, embora recebidos e pagos em
outros exercícios.

Assunto: Regimes Contábeis.


O comentário foi usado o mesmo da Io edição, sendo que está diferente
do arquivo que enviei.
O texto que eu enviei foi:
Digamos que a Administração Pública tenha prestado um serviço equiva­
lente a R$ 100,00 em janeiro de 2010, mas o recolhimento efetivo tenha sido em
fevereiro de 2010. No regime de competência a receita seria contabilizada era
janeiro, já no regime de caixa a receita é em fevereiro.
No Brasil, o regime adotado para o orçamento é o regime misto, ou seja,
regime de caixa para as receitas e regime de competência para as despesas. Entre­
tanto, o regime adotado para a Contabilidade aplicada ao setor público é na sua in­
tegridade o regime de competência, tanto para as receitas quanto para as despesas.
Regime de caixa Regime de competência
É o regime de escrituração que reconhe­ Neste regime se reconhecem todas as re­
ce as receitas do período nele arrecadadas ceitas e despesas do período nele incorri­
e as despesas nele pagas. Dessa maneira, das, isto é, de acordo com a data da real
pode-se observar claramente que para a inocorrência da transação econômica e
Receita Orçamentária, no Brasil, é utili­ não quando do recebimento ou pagamen­
zado o regime de escrituração de caixa. to. Assim, pode-se afirmar que para a des­
pesa orçamentária, no Brasil, é utilizado
o regime de escrituração de competência.

69. A receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pa­


gamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em
espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o
exercício seguinte serão demonstrados no Balanço
a) Patrimonial.
b) Orçamentário.
c) Financeiro.
d) Consolidado.
e) Fiscal.

Denis Rocha 130


Prova 7 - Auditor/TCE-AM/2007

Assunto: Balanços Públicos.


O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias,
bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária,
conjugados com os saldos em espécie, provenientes do exercício anterior, e os
que se transferem para o exercício seguinte.

70. Os bens do almoxarifado, de acordo com a Lei n° 4.320/64, serão avalia­


dos pelo

a) valor de mercado.
b) sistema PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai).
c) sistema UEPS (XJltimo que Entra, Primeiro que Sai).
d) preço médio ponderado das compras.
e) custo histórico.

Assunto: Avaliação dos Elementos Patrimoniais.


Os elementos patrimoniais dos bens móveis e imóveis serão avaliados
pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção; os débitos
e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a devida
conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do
balanço e os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras.
Obs.: Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

71. Dívidas, ressarcimentos, indenizações e outros afins, que representam


uma agregação neutra, deverão ser englobados na função
a) Juros e encargos.
b) Administração Geral.
c) Inativos.
d) Serviço da dívida.
e) Encargos Especiais.

Assunto: Estrutura Programática.


Operação Especial
São despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aper­
feiçoamento das ações de Governo, das quais não resulta um produto e não
geram contraprestação direta em bens ou serviços. No entanto, um grupo im­
portante de ações com natureza de operações especiais, quando associadas a
programas finalísticos, pode apresentar uma medição correspondente a volume
ou carga de trabalho.

131 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

A ausência de produto, no caso das operações especiais, deve ser caracte­


rizada em relação ao ciclo produtivo, objeto de orçamentação.
No caso do orçamento da União, identifica-se uma operação especial
quando o seu gestor (ou gestores) não combina fator de produção nem se res­
ponsabiliza pela geração do produto, que se materializa em um outro ciclo or­
çamentário (Estado, Município, por exemplo).
São despesas passíveis de enquadramento como operação especial:
1 - amortização e encargos;
2 - aquisição de títulos;
3 - pagamento de sentenças judiciais;
4 - transferências a qualquer título (não confundir com descentralização);
5 - fundos de participação;
6 - operações de financiamento (concessão de empréstimos);
7 - ressarcimentos, indenizações;
8 - pagamento de inativos;
9 - participações acionárias;
10 - contribuição a organismos nacionais e internacionais;
11 - compensações financeiras.

72. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente deri­


vada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem
para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a
a) dois exercícios.
b) dois semestres.
c) dois trimestres.
d) três exercícios.
e) quatro exercícios.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


A criação de qualquer despesa de caráter continuado deverá estar acom­
panhada das estimativas estabelecidas com a demonstração da fonte de recursos
para seu custeio. Esta obrigatoriedade visa afastar a prática de criar despesas e só
depois arranjar meios para financiá-las. De acordo com uma expressão popular,
“não existe almoço grátis”, as novas despesas deverão ser financiadas com au­
mento das receitas ou com a compensação de despesas.
As despesas de natureza obrigatória são aquelas cuja execução o ente pú­
blico não tem a discricionariedade para suspender. Os montantes correspon­
dentes a estas despesas são fixados levando em consideração as condições de
elegibilidade determinadas em lei. Entre os exemplos de despesas de natureza

Denis Rocha 132


Prova 7 - Auditor/TCE-AM/2007

obrigatória, podemos citar o pagamento de pessoal e encargos sociais; as sen­


tenças judiciais; os benefícios previdenciários; os gastos mínimos com educação
e saúde; entre outras.
As despesas de natureza discricionária são aquelas geradas a partir da dispo­
nibilidade de recursos orçamentários. Podemos citar, como exemplos, construção
de escolas e postos de saúde em nível municipal; compra de novos equipamentos;
aquisição de veículos, etc. Atente-se para o fato de que, entre as despesas discri­
cionárias, existem aquelas que são essenciais para a prestação de bens e serviços à
sociedade, como é o caso da manutenção das ações de Governo. Em geral, as des­
pesas discricionárias essenciais para a manutenção da máquina governamental
estão classificadas na estrutura programática como ‘atividades”.
Elaboração do Orçamento
(aspecto quantitativo)
Fixação de Despesa

superávit
primário
despesa primária = obrigatórias e discricionárias
(essencias e não essenciais)

Finalizando o comentário da questão, conforme LRF, art. 17.


Art. 17 Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente deri­
vada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo quefixem para o
ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.
Muito cuidado: a despesa é corrente, e não de capital!

73. Na despesa total de pessoal, para fins de verificação dos limites definidos
na Lei da Responsabilidade Fiscal NÃO será computada a despesa com

a) vantagens variáveis.
b) indenização por demissão de servidores ou empregados.
c) gratificações.
d) horas extras.
e) encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de
previdência.

133 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


Para os efeitos da LRF, entende-se como despesa total com pessoal:
1 - 0 somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos,
2 - Inativos,
3 - Pensionistas,
4 - Relativos a mandatos eletivos cargos, funções ou empregos, civis, mili­
tares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria,
reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens
pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhi­
das pelo ente às entidades de previdência.
Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem
à substituição de servidores e empregados públicos serão denominados como
“Outras Despesas de Pessoal”.

74. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respecti­


vo lim ite ao finai de um quadrimestre deverá ser a ele reconduzida até o
término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos
a) 15% (quinze por cento) no primeiro.
b) 25% (vinte e cinco por cento) no segundo.
c) 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.
d) 35% (trinta e cinco por cento) no segundo.
e) 35% (trinta e cinco por cento) no primeiro.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


A LRF estabelece prazos e condições rígidos para os entes que ultrapassa­
rem os respectivos limites de endividamento. Se verificada a ultrapassagem dos
seus limites ao final de um quadrimestre, os entes deverão adequar estes limites
nos três quadrimestres seguintes, eliminando pelo menos 25% já no primeiro
quadrimestre.
Durante o tempo em que estiverem acima dos limites, os entes estarão
sujeitos às seguintes sanções institucionais:
• Proibição de realizar operação de crédito, inclusive ARO, excetuado o
refinanciamento da dívida mobiliária;
• Obrigatoriedade de obtenção de superávit primário para redução do ex­
cesso, inclusive através de limitação de empenho;
• Proibição de recebimento de transferências voluntárias, caso não elimi­
nado o excesso no prazo previsto e enquanto durar o mesmo.

Denis Rocha 134


Prova 7 - Auditor/TCE-AM/2007

Para a LRF, refmanciar e pagar a divida sempre é possível.


Fique ligado!
É importante também atentar para a Resolução 40/01 do Senado Federal.
Este item é muito cobrado em concursos.
Resolução n° 40/2001
Dispõe sobre os limites globais para o montante da dívida pública consoli­
dada e da dívida pública mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni­
cípios, em atendimento ao disposto no art. 52, VI e IX, da Constituição Federal.
Art. 3° A divida consolidada líquida dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, ao final do décimo quinto exercício financeiro contado a partir
do encerramento do ano de publicação desta Resolução, não poderá exceder,
respectivamente, a:
I. no caso dos Estados e do Distrito Federal: 2 (duas) vezes a receita corrente
líquida, definida na forma do art 2o; e
II. no caso dos Municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes a receita
corrente líquida, definida na forma do art 2°.
Resumindo:
Estados e do Distrito Federal ------------------------ ►2 (duas) vezes a RCL
Municípios ---------------------------------------------- 1,2 vezes a RCL

75. Acompanharão o Relatório Resumido da Execução Orçamentária, entre


outros, o demonstrativo relativo a
a) receitas e despesas extraorçamentárias.
b) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionis­
tas inativos.
c) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita.
d) resultados nom inal e primário.
e) despesas com serviços de terceiros.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a:
I. apuração da receita corrente líquida,
II. receitas e despesas previdenciárias
III. resultados nominal e primário;
IV. despesas com juros;
V Restos a Pagar.
O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado
também de demonstrativos:

135 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

I. do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição,


conforme o § 3o do art. 32 da LRF;
Art. 167, CF. São vedados:
III. a realização de operações de créditos que excedam o montante das despe­
sas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou
especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maio­
ria absoluta);
II. das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio
dos servidores públicos;
III. da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação
dos recursos dela decorrentes.

Gabarito
66. C
67. B
68. A
69. C
70. D
71. E
72. A
73. B
74. C
75. D

Denis Rocha 136


Prova 8

Auditor/TCE-CE/2007

106. Caracteriza o orçamento-programa, em relação a outras técnicas de ela­


boração orçamentária, a ênfase.
a) uo controle político do Poder Legislativo sobre os gastos do Poder
Executivo.
b) na contenção dos gastos governamentais para adequá-los ao nível de
arrecadação.
c) na justificativa do aumento de verbas em relação ao orçamento anterior.
d) no controle interno e externo de cada gasto realizado pelo Poder
Executivo.
e) no planejamento da ação governamental e na avaliação dos resul­
tados.

Assunto: Tipos de orçamento.


Afinal, o que é orçamento-programa?
Esse tipo de orçamento caracteriza-se pelo fato da elaboração orçamentá­
ria ser feita em função daquilo que se pretende realizar no futuro, ou seja, per­
mite identificar os programas de trabalho do governo, seus projetos e atividades
e ainda estabelece os objetivos, as metas, os custos e os resultados alcançados.
O orçamento-programa, além de ser um instrumento de planejamento,
ainda permite avaliação e divulgação dos resultados alcançados pela Adminis­
tração Pública.
O orçamento-programa, planejado para um determinado exercício, por-
menoriza as etapas do plano plurianual para o exercício subsequente, ou seja,
é o cumprimento ano a ano das diretrizes, objetivos e metas estabelecidas no
plano plurianual.

137
Coleção Provas Comentadas da FCC

É muito comum cobrar este assunto nas questões de provas de Administração


Financeira e Orçamentária. Muitas vezes no edital é cobrado apenas o orçamento-
programa, mas na hora da prova a banca examinadora cobra conceitos de outro tipo
de orçamento. Por isso é importante saber todos os tipos.
Assim, para não haver confusão, nada melhor que um quadro comparativo:
Orçamento - Documento apenas de previsão de receitas e fixação de des­
tradicional pesas,
- Há somente a preocupação com a classificação das despe­
sas por objeto do gasto;
- Principal critério de classificação são as unidades adminis­
trativas e elementos.
Orçamento - Preocupa-se com o que o governo faz (realizações) e não o
desempenho que o governo compra;
- Ênfase aos resultados, porém ainda não se podia falar em
orçamento programa, pois não havia vinculação com o pla­
nejamento.
Orçamento - 0 orçamento de cada período mantém a mesma estrutura
incrementai de despesas do orçamento do período anterior, realizando-se
apenas incremento nos montantes de cada despesa;
- As opções e prioridades estabelecidas no passado tendem a
permanecer inalteradas ao longo do tempo;
- Não privilegia a eficiência do gasto e a evolução da ação
governamental
Orçamento - Análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e
estratégia ou não apenas das solicitações que ultrapassam o nível do gasto já
base-zero existente;
- Programas devem ser justificados;
- Busca decisão descentralizada;
- Cria conselhos populares;
- Faz com que o cidadão desloque seu centro de atenção para
questões locais;
- Gera consciência da participação do cidadão;
- Dá nascimento a dois focos de poder democrático: um pelo
voto; outro, pelas instituições diretas de participação.
- Criação de alternativas para facilitar a escala de priorida­
des a serem levadas para decisão superior
- Não há direitos adquiridos.

Denis Rocha 138


Prova 8 - Auditor/TCE-CE/2007

- Caracteriza-se como um modelo do tipo racional, em que


as decisões são voltadas para a maximização da eficiência
na alocação dos recursos públicos. Adota-se, como procedi­
mento básico, o questionamento de todos os programas em
execução, sua continuidade e possíveis alterações, em con­
fronto com novos programas pretendidos.
Vantagens:
- Atenção na análise de objetivos e necessidades;
- Conjuga planejamento e elaboração do orçamento no mes­
mo processo;
- Faz os gerentes de todos os níveis avaliarem melhor a apli­
cação eficiente das dotações em suas atividades;
~ Aumenta a participação dos gerentes de todos os níveis no
planejamento das atividades e na elaboração dos orçamentos
Desvantagens:
- No início, o preparo é mais demorado e mais caro;
- A preparação dos resumos produz montanhas de papel;
- A implantação exige motivação dos funcionários e treinados;
- Um grande percentual do orçamento é intocável devido às
exigências legais;
- Pouca participação dos níveis hierárquicos superiores.
Orçamento - Busca decisão descentralizada;
participativo - Cria conselhos populares;
- Faz com que o cidadão desloque seu centro de atenção para
questões locais;
- Gera consciência da participação do cidadão;
- Dá nascimento a dois focos de poder democrático: um pelo
voto; outro, pelas instituições diretas de participação.
Orçamento - Integração planejamento-orçamento;
program a - Quantificação dos objetivos e fixação de metas;
- Relação insumo-produto;
- Alternativas programáticas;
- Acompanhamento físico financeiro;
- Avaliação de resultados e gerência por objetivos.

139 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Orçamento - Critério de alocação de recursos que consiste em estabelecer


com Teto Fixo um quantitativo financeiro fixo, geralmente obtido mediante a
aplicação de percentual único sobre as despesas realizadas em
determinado período, com base no qual os órgãos/unidades
deverão elaborar suas propostas orçamentárias parciais. Tam­
bém conhecido, na gíria orçamentária, como “teto burro”.
Orçamento - Critério de alocação de recursos que representa uma varia­
com Teto ção do chamado “teto fixo”, pois trabalha com percentuais di­
Móvel ferenciados, procurando refletir um escalonamento de prio­
ridades entre programações, órgãos e unidades. Em gíria
orçamentária, conhecido como “teto inteligente”.
Orçamento - Critério de alocação de recursos que consiste em conferir
Sem Teto total liberdade aos órgãos/unidades no estabelecimento dos
Fixo quantitativos financeiros correspondentes às suas propostas
orçamentárias parciais. Em gíria orçamentária, conhecido
como “o céu é o limite”.
Orçamento - Tipo de orçamento que controla os dispêndios das empresas
SEST estatais (empresas públicas, sociedades de economia mista e
suas subsidiárias e todas as empresas controladas pela União,
autarquias, fundações instituídas pelo Poder Público e órgãos
autônomos da administração direta), de modo a ajustá-los aos
programas governamentais, tendo em vista os objetivos, as
políticas e as diretrizes constantes dos planos de governo.

107. A arrecadação de receita orçamentária corrente é registrada contábil-


mente no sistema orçamentário através do lançamento:
a) Bancos a Receita Corrente.
b) Receita Arrecadada Corrente a Receita Prevista Corrente.
c) Receita Arrecadada Corrente a Bancos.
d) Receita Orçamentária Corrente a Receita Prevista Corrente.
e) Bancos a Receita Prevista Corrente.

Assunto: Registros contábeis típicos da Administração Pública.


Podemos já eliminar as alternativas que tratam de bancos, pois a questão
fala de sistema orçamentário, e não financeiro, assim, eliminamos as letras A, C, E.
Dessa forma, a arrecadação de receita orçamentária corrente é registrada
contabilmente no sistema orçamentário através do lançamento:

Denis Rocha 140


Prova 8 - Auditor/TCE-CE/2007

Receita Arrecadada Corrente


a Receita Prevista Corrente

108. São exemplos de receitas extraorçamentárias:


a) os depósitos judiciais oriundos do contencioso fiscal.
b) as amortizações de empréstimos concedidos a outros entes públicos.
c) os ingressos decorrentes da alienação de bens móveis e imóveis.
d) as entradas relativas às contribuições de intervenção no domínio
econômico.
e) as receitas agropecuárias e industriais.

Assunto: Receitas Públicas.


Seguem as receitas extraorçamentárias mais cobradas nas provas:
1 - Valores em poder de agentes financeiros e outras entidades;
2 - Salários não reclamados;
3 - Consignações e outras retenções não pagas ou recolhidas no período
ou cauções recebidas;
4 - Valores recebidos de bens de ausentes;
5 - Valores registrados em depósitos de diversas origens;
6 - Inscrições de Restos a Pagar e do serviço da Dívida a Pagar;
7 ~ Superávit do Orçamento Corrente;
8 - ARO;
9 - As emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no
ativo e passivo financeiros;
10 - Os depósitos judiciais oriundos do contencioso fiscal.
Lei 4.320/64:
Art. 3o A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de
operações de crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para osfins deste artigo:
I. As operações de credito por antecipação da receita (ARO),
II. As emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e
passivo financeiros.

É muito comum em provas a banca tentar confundir o candidato em re­


lação aos conceitos das contas extraorçamentárias. O Resto a Pagar talvez seja o
campeão nas questões de classificação. Para não restarem dúvidas, vamos aten­
tar para para o seguinte esquema:

141 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

1 - Restos a Pagar, excluídos os serviços da dívida: Dívida Flutuante -


classificados no passivo financeiro do balanço patrimonial,
2 - Inscrição de Restos a Pagar e serviços da Dívida a Pagar: Receita extra-
orçamentáría no balanço financeiro,
3 - Pagamento de Restos a Pagar: Despesas extraorçamentária no balanço
financeiro,
4 - Baixa ou cancelamento de Restos a Pagar: Receita extraorçamentária
no balanço financeiro.

109.0 empenho que se destina a atender despesa determinada e quantifi­


cada» mas a ser liquidada e paga parceladamente durante a fluência do
exercício, é denominado empenho:
a) ordinário.
b) operacional.
c) por estimativa.
d) global.
e) de gestão.

Assuntos: Despesas Públicas.


A despesa é a aplicação de recursos mediante a qual qualquer organi­
zação, independentemente da sua natureza jurídica, procura alcançar os seus
objetivos e, consequentemente, cumprir com sua missão, não interessando que
tenha tempo de existência definido (temporário) ou indefinido. Interessa que
seja importante para o funcionamento da organização.
Na administração governamental, ainda que não seja diferente essa pre­
missa, qualquer que seja a despesa, independentemente do seu objeto, só pode­
ria ser realizada quando a lei autorizá-la.
Lei 4.320/64:
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente
que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de imple­
mento de condição.
Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos con­
cedidos.
§ Io Ressalvado o disposto no art 67 da Constituição Federal, é vedado aos
Municípios empenhar, no último mês do mandato do Prefeito, mais do que o
duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente.
§ 2o Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo período, assumir, por
qualquer forma, compromissos financeiros para execução depois do término
do mandato do Prefeito.
§ 3oAs disposições dos parágrafos anteriores não se aplicam nos casos compro­
vados de calamidade pública.

Denis Rocha 142


Prova 8 - Auditor/TCE-CE/2007

§ 4° Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empenhos e atos praticados em


desacordo com o disposto nos parágrafos Ioe 2° deste artigo, sem prejuízo da
responsabilidade do Prefeito nos termos do A rt 1°, inciso V, do Decreto-lei n°
201, de 27 defevereiro de 1967.
A rt 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.
§ Io Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a
emissão da nota de empenho.
§ 2o Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se
possa determinar.
§ 3oÊ permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas
a parcelamento.
A r t 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado Knota
de empenho” que indicará o nome do credor, a representação e a importância
da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.
Tipos de Empenho:

Empenho Ordinário Empenho por Empenho Global


Estimativa
Para despesas cujo mon­ Para despesas cujo mon­ Para despesas contratuais
tante seja previamente tante não se possa deter­ e outras sujeitas a parce­
conhecido e o pagamento minar. lamento.
deva ocorrer de uma só Exemplo: conta de luz, Exemplo: também pode
vez. telefonia e de água. haver nas contas de água
eluz.

110. Um contribuinte, tendo pago valor a maior de Imposto Predial e Territorial


Urbano no exercício de 2005, entrou com pedido de restituição junto à pre­
feitura de seu município. A restituição foi deferida pelo órgão competente
no próprio exercício de 2005, mas foi paga apenas no exercício de 2006. O
lançamento contábil correspondente, no sistema financeiro, em 2005, será:
a) Restituições a Pagar de 2005 a Caixa.
b) Restituições e Indenizações a Restituições a Pagar em 2005.
c) Receita Tributária a Restituições a Pagar em 2005.
d) Receita Tributária a Restituições e Indenizações.
e) Receita Tributária a Restos a Pagar de 2005.

Assunto: Registros contábeis típicos da Administração Pública.


A natureza de uma receita é um lançamento de crédito. Por tratar-se de
uma restituição de uma receita tributária, o lançamento será débito em Receita
Tributária e crédito em Restituições a Pagar em 2005.

143 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Gabarito
106. E
107. B
108. A
109. D
110. C

Denis Rocha 144


Prova 9

Auditor/TCM-CE/2007

76. A Lei das Diretrizes Orçamentárias


a) estabelece os planos e programas do ente público.
b) inclui as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente.
c) é elaborada para um período coincidente com o mandato do Presi­
dente da República.
d) tem por função estabelecer medidas que reduzam as desigualdades
inter-regionais.
e) autoriza as operações de crédito do ente público por antecipação de
receita.

Assunto: Orçamento público no Brasil.


Na nossa Constituição Federal, é estabelecido um capítulo referente aos
orçamentos, em que estão inseridos o plano plurianual, as diretrizes orçamen­
tárias e os orçamentos anuais. O que as provas de concursos querem saber são
as características de cada um deles.
Normalmente, as provas tentam confundir os candidatos colocando os
conceitos trocados. Para facilitar de uma vez por todas e nunca mais errar uma
questão deste tipo, basta memorizar o seguinte macete:
PPA é DOM (Diretrizes, objetivos e metas).
LDO é MP (Metas e prioridades).
LOA é FIS (Orçamento fiscal, de investimentos e da seguridade).
Dessa forma, a lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos pro­
gramas de duração continuada.
Já lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exer­
cício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
No caso da lei orçamentária anual, esta compreenderá: I. o orçamento
fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da ad­

145
Coleção Provas Comentadas da FCC

ministração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo


Poder Público; IL o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto
e o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos
a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

77. A Lei Orçamentária Anual pode


a) autorizar a realização de operações de crédito que excedam o mon­
tante das despesas de capital.
b) alterar, desde que aprovada pelo Congresso Nacional, o conteúdo do
Plano Plurianual.
c) autorizar a utilização de recursos orçamentários para cobrir déíicits
de empresas públicas.
d) conter emendas de parlamentares que modifiquem a composição
das despesas previstas.
e) instituir fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legis­
lativa.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


A Lei Orçamentária Anual (LOA) é uma lei ordinária, cuja validade abran­
ge somente o exercício fiscal a que se refere. De acordo com o § 5.° do artigo 165
do texto constitucional, a LOA deve integrar o orçamento fiscal, o orçamento da
seguridade social e o orçamento de investimento das empresas estatais.
Atenção:
A Lei Orçamentária Anual pode conter emendas de parlamentares que
modifiquem a composição das despesas previstas, entretanto, as emendas ao
projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o plano plurianual e com a
lei de diretrizes orçamentárias.
Deverão indicar os recursos necessários para a execução das emendas
pretendidas, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluí­
das as que incidam sobre as dotações para pessoal e seus encargos, os serviços
da dívida e as transferências tributárias constitucionais para Estados, Municí­
pios e Distrito Federal; ou ainda, sejam relacionadas com a correção de erros ou
omissões; ou com os dispositivos do texto do projeto de lei.

Denis Rocha 146


Prova 9 - Auditor/TCM-CE/2007

78. O princípio que estabelece que todas as receitas e despesas do ente público
devem constar na elaboração do orçamento é denominado prindpio da
a) unidade.
b) exclusividade.
c) universalidade.
d) não afetação.
e) especificação.

Assunto: Princípios Orçamentários.


Universalidade: Este princípio dispõe que o órçamento deve conter todas
as receitas e todas as despesas. São exceções a este princípio:
a) Receitas e despesas operacionais das empresas públicas e sociedades
de economia mistas, consideradas estatais independentes.
b) As receitas extraorçamentárias do art 3o da Lei 4.320/64:
b.l - ARO - operações de crédito por antecipação de receita;
b.2 - As emissões de papel-moeda;
b.3 - outras entradas compensatórias no ativo e no passivo financeiro, tais
como cauções, depósitos, consignações.

79. É um exemplo de Transferências correntes de um ente público:


a) Juros da dívida pública.
b) Gastos com pessoal militar.
c) Aquisição de serviços de terceiros.
d) Auxílios p ara obras públicas.
e) Auxílios para inversão financeira.

Assunto: Despesas Públicas.


Segundo a Lei 4.320/64, existem duas categorias econômicas da despesa: as
despesas correntes (Despesas de Custeio e Transferências Correntes) e as despesas
de capital (Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências de Capital).
Conceito de despesas correntes: classificam-se nesta categoria todas as des­
pesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um
bem de capital.
Conceito de despesas de capital: classificam-se nesta categoria aquelas des­
pesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem
de capital.

147 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

São Transferências Correntes as dotações para despesas às quais não cor­


responda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribui­
ções e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de
direito público ou privado.
As Transferências de Capital são as dotações para investimentos ou in­
versões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam
realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços,
constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem
diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como
as dotações para amortização da dívida pública.
Despesas correntes Despesas de capital
Classificam-se nesta categoria todas as Classificam-se nesta categoria aque­
despesas que não contribuem, direta­ las despesas que contribuem, direta­
mente, para a formação ou aquisição mente, para a formação ou aquisição
de um bem de capital. Representam de um bem de capital, resultando no
encargos que não produzem acrésci­ acréscimo do patrimônio do órgão ou
mos no patrimônio, respondendo, as­ entidade que a realiza, aumentando,
sim, pela manutenção das atividades dessa forma, sua riqueza patrimonial.
de cada órgão/atividade. À exceção das transferências de recur­
Excluindo-se as aquisições de mate­ sos financeiros repassados a outras ins­
riais para formação de estoques, to­ tituições, para realizarem Despesas de
dos os demais dispêndios correntes Capital, os gastos desta natureza consti­
provocam a diminuição patrimonial tuem fatos permutatívos nos elementos
(Despesa Efetiva). patrimoniais (Despesa por Mutações).

Segundo a Lei 4.320/64: Classificação, segundo a Lei 4.320/64


- Despesas de Custeio - Investimentos
- Transferências Correntes - Inversões Financeiras
- Transferências de Capitai
Segundo a Portaria 163/01: Segundo a Portaria 163/01:
- Pessoal e Encargos Sociais - Investimentos
- Juros e Encargos da Dívida - Inversões Financeiras
- Outras Despesas Correntes - Amortização da Dívida
Não confundir: Não confundir:
Pagamento de juros - Despesas cor­ Pagamento do principal - Despesa de
rentes - Transferência correntes. capital - Transferência de CapitaL

Denis Rocha 148


Prova 9 - Auditor/TCM-CE/2007

Despesas correntes Despesas de capital


Despesas de Custeio Investimentos
• Pessoa Civil • Obras Públicas
• Pessoal Militar • Serviços em Regime de Progra­
• Material de Consumo mação Especial
• Serviços de Terceiros • Equipamentos e Instalações
• Encargos Diversos • Material Permanente
• Participação em Constituição ou
Transferências Correntes Aumento de Capital de Empresas ou
• Subvenções Sociais Entidades Industriais ou Agrícolas
• Subvenções Econômicas
» Inativos Inversões Financeiras
• Pensionistas • Aquisição de Imóveis
• Salário-família e Abono Familiar • Participação em Constituição ou
• Juros da Dívida Pública Aumento de Capital de Empresas
• Contribuições de Previdência Social ou Entidades Comerciais ou Fi­
• Diversas Transferências Correntes nanceiras
• Aquisição de Títulos Representa­
tivos de Capital de Empresa em
Funcionamento
• Constituição de Fundos Rotativos
Concessão de Empréstimos
Transferências de Capital
• Amortização da Dívida Pública
• Auxílios para Obras Públicas
• Auxílios para Equipamentos e
Instalações
• AuxíliosparalnversõesFinanceiras
Outras Contribuições

80. É exemplo de Despesa extraorçamentária:


a) Participação no aumento de capital de entidades comerciais.
b) Aquisição de material permanente.
c) Subvenções econômicas dadas a empresas estatais.
d) Restos a pagar do exercício corrente.
e) Débitos de tesouraria.

149 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Despesas Públicas.


São exemplos de despesas extraorçamentárias:
• depósitos;
• débitos de tesouraria;
• consignações;
• pagamentos de Restos a Pagar;
• cauções;
• Resgate de operações de crédito por antecipação da receita (ARO), bem
como todos os outros valores que se apresentem de forma transitória.

81. O ato do servidor público responsável que estabelece a redução do valor da


despesa a ser executada na dotação orçamentária, cuja destinação é aten­
der gasto quantificado e liquidável de uma só vez, é denominado empenho
a) global.
b) por estimativa.
c) suplementar.
d) especial.
e) ordinário.

Assunto: Despesas Públicas.


Empenho é o ato emanado de poder competente que cria para o Estado
uma obrigação de pagamento, independente da execução da atividade que ge­
rou esta obrigação, ou seja, independente da entrega do material, da medição da
obra ou da prestação dos serviços contratados.
O empenho pode ser de três tipos:
Empenho Ordinário para despesas cujo montante seja previamente co­
nhecidos e o pagamento deva ocorrer de uma só vez.
Empenho por Estimativa para despesas cujo montante não se possa de­
terminar.
Exemplo: conta de luz e de água.
Empenho Global para despesas contratuais e outras sujeitas a parcela­
mento. Exemplo: também pode haver nas contas de água e luz.

82. Os créditos adicionais extraordinários


a) precisam ser aprovados pelo Poder Legislativo.
b) destinam-se a reforçar dotação orçamentária já existente.
c) podem constar previamente da lei orçamentária anual.

Denis Rocha 150


Prova 9 - Auditor/TCM-CE/2007

d) independem da existência de recursos para financiar o gasto.


e) destinam-se a cobrir despesas através do excesso de arrecadação.

Assunto: Créditos Adicionais.


São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou
insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Os créditos adicionais classi-
ficam-se em suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;
especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica e extraordinários, os destinados as despesas urgentes e imprevistas,
em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos
por Decreto Executivo. A abertura dos créditos suplementares e especiais de­
pende da existência de recursos disponíveis para a despesa ocorrer e será prece­
dida de exposição justificativa.
Para facilitar, vamos analisar o quadro resumo a seguir e atentar para as
pegadinhas.

Espécie Suplementares Especiais Extraordinários


(D Reforço de dotação Atender a programas, Atender a despesas
'tíes
orçamentária já projeto, atividade, imprevisíveis e
•IH existente. operações especiais urgentes.
S não contemplados no
& orçamento.
O «tf
«tf Prévia (necessidade Prévia, necessidade Independe.
U- > de autorização), de autorização na lei
3
U <0 podendo ser incluída específica.
o +60
-g ** na própria LOA ou
<3 4)
em lei específica.
Decreto do Decreto do executivo. Na União, por meio
executivo. de medida provisória.
2 Nos Estados, DF e
Municípios se dá por
tx
« decreto do executivo,
com remessa imediata
4J
"d ao Legislativo
RS ou por MP, se
g
& houver previsão na
& constituição do estado
ou na lei orgânica do
| município.

151 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

g
■s eo
u*
cs
u Tj Sim Sim Não
«u
O
ce
u
3u
&

Obrigatório, Obrigatório, indicado Obrigatório, indicado


55 indicado na lei de na lei de autorização na MP ou no decreto
£ autorização e no de abertura.
e no decreto de
decreto de abertura. abertura.
et
•v*
No exercício em que No exercício. No exercício.
O foi aberto.
d
«a

o Não permitida. Só quando autorizado Só quando autorizado


103
em um dos 4 últimos em um dos 4 últimos
meses do exercício e meses do exercício e
su desde que a lei assim desde que o decreto
2 o permitisse. de abertura ou MP
assim o permitisse.

Fique ligado!
Os créditos suplementares e especiais são autorizados por Lei (autoriza­
ção legislativa) e abertos por decreto do Poder Executivo.
Os créditos extraordinários serão abertos por MP (União) e submetidos
imediatamente ao Poder Legislativo.
Poderá conter na LOA autorização para abertura somente do crédito adi­
cional suplementar.
O chefe do Poder Executivo pode autorizar a realizar abertura do crédito
adicional suplementar até 20% do total das receitas correntes ou da receita cor­
rente líquida.
Art. 167, §2°, CF - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização
for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, rea­
bertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercí­
cio financeiro subsequente.

Denis Rocha 152


Prova 9 - Auditor/TCM-CE/2007

É importante destacar que a exceção é do ato de autorização e não ato de


abertura, e mesmo assim quando for promulgado e não publicado. É necessário
saber a diferença entre promulgação e publicação.

Promulgação Publicação
- Atesta a existência; - Ê requisito para a eficácia da lei;
- Ato declaratório; - Impõe sua obrigatoriedade.
- Mostra que a lei é executável, mas
ainda não é obrigatória.
Créditos extraordinários Não há necessidade de indicar a fonte.
Independe de autorização legislativa.
Quais são as fontes de recursos para abertura de créditos adicionais?

83. É um exemplo de variação patrimonial ativa de um ente público:


a) aquisição de bens imóveis.
b) alienação de títulos e valores.
c) empréstimos tomados de terceiros.
d) cancelamento da divida ativa.
e) superveniências passivas.

Assunto: Variações Patrimoniais.


As variações ativas ocorrem quando há um incremento no patrimônio
ocasionado pelo aumento do montante de bens e direitos (ativo) ou pela dimi­
nuição de obrigações (passivo).

153 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

São exemplos de variações ativas de um ente público as receitas orçamen­


tárias e as independentes da execução orçamentária.
Nas receitas orçamentárias, encontramos as receitas correntes e de capital
e as mutações ativas, como aquisição de bens móveis, construção e aquisição de
imóveis, aquisição de títulos e valores, os empréstimos concedidos e as amorti­
zações de dívidas.
Nas independentes da execução orçamentária, temos as superveniências
ativas como as inscrições de dívida ativa, as doações de terceiros, os acréscimos
patrimoniais (incorporação de bens) e as insubsistências ativas tal como os can­
celamentos de restos a pagar.
Cuidado:

Cobrança da dívida Cancelamento da Inscrição de dívida


ativa dívida ativa ativa
- Mutação Passiva - Variação passiva - in­ ~ Variação ativa - indepen­
dependente da execução dente da execução orça­
orçamentária - insubsis- mentária - superveniência
tência passiva (redução ativa (aumento do ativo)
do ativo)
Outro ponto importante a ser abordado é o fato de a regra geral dizer que
as mutações ativas são provenientes das despesas de capital e as mutações passi­
vas das receitas de capital. Com isso, deduz-se que:
Receitas e despesas correntes — ►são efetivas;
Receitas e despesas de capital — ►são mutações.
Entretanto, há exceções:
Despesas de material de consumo = desp. correntes = Mutações (fato per-
mutativo).
Despesas de transferência de capital = desp. de capital - Efetivas.
Recebimento ou cobrança de dívida ativa - rec. corrente = Mutações.
Recebimento de transferência de capital = rec. de capital = Efetivas

84. Faz parte da Dívida Pública fundada:


a) Restos a pagar.
b) Débitos de tesouraria.
c) Compromissos exigíveis a longo prazo.
d) Serviço da dívida a pagar.
e) Dívida ativa do ente público.

Denis Rocha 154


Prova 9 - Auditor/TCM-CE/2007

Assunto: Dívida Pública.


A dívida fundada ou consolidada é tratada na Lei 4.320 e na LRF.
Preste muita atenção aos detalhes!

Lei 4.320/64:
Art. 92. A dívida flutuante compreende:
I. os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
II. os serviços da dívida apagar,
III os depósitos;
IV. os débitos de tesouraria
A rt 98. A divida fundada compreende os compromissos de exigibilidade su­
perior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou
a financeiro de obras e serviços públicos.
Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e espe­
cificações que permitam verificar, a qualquer momento, aposição dos emprés­
timos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.
A Lei 4.320/64 informa que a Dívida Fundada compreende os compromis­
sos de exigibilidade superior a 12 meses, já a Lei de Responsabilidade Fiscal infor­
ma que também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de
prazo inferior a 12 meses, cujas receitas tenham constado no orçamento.

85. Há economia orçamentária, demonstrada no balanço orçamentário,


quando a

a) despesa realizada é menor que a receita arrecadada.


b) despesa fixada é maior que a despesa realizada.
c) receita arrecadada é maior que a despesa fixada.
d) despesa fixada é menor que a receita fixada.
e) receita arrecadada é maior que a receita fixada.

Assunto: Balanços Públicos.


A economia orçamentária ocorre quando a fixação das despesas é maior
que a sua execução.
Exemplo:

Fixação das Despesas (Disponíveis) 200.000


(-) Execução das Despesas (Créditos) (80.000)
(-) Economia Orçamentária 120.000

155 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

A rt 102 da Lei 4.320/64. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e


despesas previstas em confronto com as realizadas.
Fórmulas:
Resultado Orçamentário do Exercício ROE = Receitas executadas ou arre­
(ROE) ou Resultado da execução or­ cadadas (-) despesas executadas ou
çamentária realizadas
Economia orçamentária (EO) ou de EO = Despesa fixada (-) Despesa exe­
despesa / ou excesso de despesa cutada
Receita Prevista (RP) RP = Previsão inicial (-f) previsão adi­
cional (-) anulação de previsão
Receita a realizar (RA) RA = Receita prevista (RP) - receita
executada

86. É exemplo de receita extraorçamentária no balanço financeiro:


a) Restos a pagar inscritos no exercício.
b) Receita patrimonial.
c) Receita da alienação de bens.
d) Restituição de depósitos recebidos.
e) Operações de crédito.

Assunto: Balanços Públicos.


Receita extraorçamentária são valores provenientes de toda e qualquer ar­
recadação que não figure no orçamento e, consequentemente, toda arrecadação
que não constitua renda do Estado. O seu caráter é de extemporaneidade ou de
transitoriedade nos orçamentos.
Seguem as receitas extraorçamentárias mais cobradas nas provas:
1 - Valores era poder de agentes financeiros e outras entidades;
2 - Salários não reclamados;
3 - Consignações e outras retenções não pagas ou recolhidas no período
ou cauções recebidas;
4 - Valores recebidos de bens de ausentes;
5 - Valores registrados em depósitos de diversas origens;
6 - Inscrições de Restos a Pagar e do serviço da Dívida a Pagar;
7 - Superávit do Orçamento Corrente;
8 - ARO;
9 - As emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ati­
vo e passivo financeiros;
10 - Os depósitos judiciais oriundos do contencioso fiscal.

Denis Rocha 156


Prova 9 - Auditor/TCM-CE/2007

Lei 4.320/64:
Art. 3oA Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de
operações de crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para osfins deste artigo:
L As operações de credito por antecipação da receita (ARO),
II. As emissões de papél-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e
passivo financeiros.
Preste atenção!
É muito comum, em provas, a banca tentar confundir o candidato em re­
lação aos conceitos das contas extraorçamentárias. O Resto a Pagar talvez seja o
campeão nas questões de classificação. Para não restarem dúvidas, vamos aten­
tar, mais uma vez para o seguinte esquema:
1 - Restos a Pagar, excluídos os serviços da dívida: Dívida Flutuante -
classificados no passivo financeiro do balanço patrimonial.
2 - Inscrição de Restos a Pagar e serviços da Dívida a Pagar: Receita ex~
traorçamentária no balanço financeiro.
3 - Pagamento de Restos a Pagar: Despesas extraorçamentária no balanço
financeiro.
4 - Baixa ou cancelamento de Restos a Pagar: Receita extraorçamentária
no balanço financeiro.

87. Na Demonstração das Variações Patrimoniais, ocorre saldo patrimo­


nial positivo se
a) a receita orçamentária for maior que a despesa orçamentária.
b) a receita extraorçamentária for superior à despesa extraorçamentária.
c) a receita tributária for maior que a despesa tributária.
d) as variações ativas forem maiores que as variações passivas.
e) a receita de capital for superior à despesa de capital.

Assunto: Balanços Públicos.


Na Demonstração das Variações Patrimoniais, ocorre saldo patrim o­
nial positivo se as variações ativas forem maiores que as variações passivas.
A Contabilidade Pública utiliza-se do Balanço Patrimonial, Balanço Fi­
nanceiro, Balanço Orçamentário e da Demonstração das Variações Patrimo­
niais (DVP) para evidenciar seus resultados, num período de tempo predeter­
minado. Com isso, a Administração pode tomar decisões e analisar os seus atos
de gestão contábil, financeira, orçamentária e patrimonial

157 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Especificamente, a DVP apresenta o Resultado Patrimonial do Exercício


por meio do confronto entre Receitas e Resultado Aumentativo do Exercício, de
um lado, e Despesas e Resultado Diminutivo do Exercício, do outro.

88. No Balanço Patrimonial, ocorre Passivo Real Descoberto se o


a) Ativo Compensado for inferior ao Passivo Compensado.
b) Passivo Compensado for menor que o Ativo Compensado.
c) Passivo Permanente for maior que o Ativo Permanente.
d) Passivo Financeiro for superior ao Ativo Financeiro.
e) Saldo Patrimonial for negativo.

Assunto: Balanços Públicos.


O Balanço Patrimonial segue o modelo:

_____________ Ativo____________ ____________ Passivo____________


Ativo financeiro (AF) Passivofinanceiro (PF)
• Conta única do tesouro • Depósitos de diversas origens - ter­
• Caixa/banco ceiros
• Créditos a receber salário família • Fornecedores
• Realizável • Contas a pagar
• Diversos responsáveis - realizável • Débitos de tesouraria
• Serviços da dívida
Ativo permanente (AP) • Restos a Pagar
• Diversos responsáveis apurados
(valores) Passivo permanente (PP)
• Almoxarifado • Provisão para 13° salário
• Divida ativa • Dívida fundada
• Empréstimos concedidos • Operações de crédito em títulos ou
• Bens em contratos
Ativo real (AR = AF + AP) Passivo real (PR = PF -f PP)
Saldo patrimonial Saldo patrimonial
Passivo real descoberto (PRD = PR> AR) Ativo real líquido (ARL - AR > PR)
Ativo compensado (AC) Passivo compensado (PC)
• Contratos de serviços • Direitos e obrigações contratadas
• Diversos responsáveis em apuração. • Contrapartidas de valores em poder
• Realização de receitas orçamentárias de terceiros e valores nominais
• Dotação da despesa orçamentária • Previsão de receitas
• Valores em poder de terceiros • Realização de despesas
• Valores nominais
Ativo total (AR + PRD + AC) Passivo total (PR + ARL + PC)

Denis Rocha 158


Prova 9 - Auditor/TCM-CE/2007

89. Um demonstrativo que é exigido apenas no Relatório Resumido da Exe­


cução Orçamentária referente ao últim o bimestre do ano é o relativo

a) à apuração da receita corrente líquida, tal como definida pela Lei da


Responsabilidade Fiscal.
b) aos resultados nom inal e primário.
c) à variação patrim onial, evidenciando a alienação de ativos e a de­
corrente aplicação dos recursos.
d) aos Restos a Pagar, detalhando os valores inscritos, os pagamentos
realizados e o montante a pagar.
e) às receitas e despesas previdenciárias.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) é composto de
duas peças básicas e de alguns demonstrativos de suporte. As peças básicas são
o Balanço Orçamentário, cuja função é especificar, por categoria econômica, as
receitas e as despesas orçamentárias e o demonstrativo de execução das receitas
(por fonte) e das despesas (por grupo de natureza).
Atenção! A Portaria MPOG n° 42/99 estabelece procedimentos quanto à
discriminação da despesa por funções e estabelece os conceitos de função, subfiin-
çao, programa, projeto, atividade, operações especiais e outras providências.
O Relatório Resumido de Execução Orçamentária, de competência ex­
clusiva do Poder Executivo, conforme preceitua o art. 165, § 3o, da Constituição
Federal, será publicado até 30 dias após o encerramento de cada bimestre e será
composto dos seguintes instrumentos:
• Balanço Orçamentário, que demonstrará a receita prevista e a realizada
e o saldo resultante da diferença de ambas - as despesas fixadas e reali­
zadas e o saldo resultante da diferença de ambas;
• Demonstrativo da Execução das receitas e despesas, o qual deverá pos­
suir um elevado nível de detalhamento, as receitas serão detalhadas por
categoria econômica (receitas correntes e de capital) e por fontes (ori­
gem da mesma), as despesas por categoria econômica (corrente e de ca­
pital), por grupo de despesas, por função e subfunção;
• Acompanharão ainda o referido relatório demonstrativos que promo­
vam detalhamentos que façam com que o mesmo seja mais compreen­
sível, que elucidam uma melhor compreensão.

159 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC
Importante:
• De todos os Balanços Públicos, o único que existe norma obrigando sua
publicação mais de uma vez por ano é o Balanço Orçamentário. Em todos
os outros (Balanço Financeiro» Patrimonial e Demonstração das Varia­
ções Patrimoniais), a obrigatoriedade de elaboração e divulgação é anual.
Portanto, o Balanço Orçamentário deverá ser publicado a cada bimestre,
juntamente com o RREO.
• Os Municípios que possuírem menos de 50 mil habitantes poderão
apresentar os limites da dívida, de despesa com pessoal e o Relatório de
Gestão Fiscal ao final de cada semestre.
Muito importante! O RREO está previsto na CF e na LRF.
Em resumo:
A) O Relatório Resumido da Execução Orçamentária é composto de
I. balanço orçamentário,
II. demonstrativos da execução das receitas e das despesas.
B). Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a:
I. apuração da receita corrente líquida,
II. receitas e despesas previdenciárias,
III. resultados nominal e primário,
IV. despesas cora juros,
V. Restos a Pagar.
C) O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também
de demonstrativos
I. do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição,
II. das projeções atuariais dos regimes de previdência social,
III. da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos
recursos dela decorrentes.

90. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o Relatório de


Gestão Fiscal
a) tem frequência semestral.
b) conterá comparativo da despesa de pessoal com os lim ites impostos
pela LRF.
c) é assinado apenas pelo Chefe do poder Executivo.
d) terá sua divulgação restrita apenas aos órgãos de controle interno e
externo.
e) apresentará justificativas da lim itação de empenho, caso tenha sido
necessário adotar essa medida.

Denis Rocha 160


Prova 9 - Auditor/TCM-CE/2007

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


O Relatório de Gestão Fiscal é de apresentação obrigatória por todos os
poderes e respectivos órgãos. Deverá ser publicado até 30 dias após o final de
cada quadrimestre e conterá:
As informações necessárias à verificação da conformidade, com os limites de que trata
a LRF, das despesas compessoal> das dívidas consolidada e mobiliária, da concessão de
garantias, das operações de crédito e das despesas com juros;
O elenco de medidas adotadas com vistas à adequação das variáveis fiscais aos seus
respectivos limites, tratando-se do último quadrimestre, demonstração do montan­
te das disponibilidades ao final do exercício financeiro e das despesas inscritas em
Restos a Pagar.

No último quadrimestre, deverá ser demonstrado o montante das dispo­


nibilidades de caixa em 31 de dezembro e das despesas inscritas em Restos a Pa­
gar, distinguindo-as em liquidadas e não liquidadas, além das despesas não ins­
critas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados.
Observações!
1. A elaboração e publicação do RREO é bimestral e do RGF, quadrimestral;
2 .0 RREO é obrigação do Poder Executivo e o RGF é de todos os Poderes
e órgãos;
3. O RREO abrange todos os Poderes e o Ministério Público e será elabo­
rado pelo Executivo.
O Relatório de Gestão Fiscal conterá demonstrativos comparativos com
os limites de que trata a LRF, dos seguintes montantes:
• A despesa total com pessoal, evidenciando as despesas com ativos, ina­
tivos e pensionistas;
• Dívida consolidada;
• Concessão de garantias e contragarantias;
« Operações de crédito;
• Demonstrativo dos limites;
• Além disso, o referido relatório indicará as medidas corretivas adotadas
ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites.
No último quadrimestre, o relatório deverá conter, também, os seguintes
demonstrativos:
• Do montante das disponibilidades de caixa em 31 de dezembro;

161 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

• Da inscrição em Restos a Pagar das despesas liquidadas, das empenha­


das e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade
de caixa e das não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos
empenhos foram cancelados;
• Do cumprimento do disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal, no que
se refere à liquidação da operação de crédito por antecipação de receita,
com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada
ano, além do atendimento à proibição de contratar tais operações no últi­
mo ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal;
• Da despesa com serviços de terceiros.

Gabarito
76. B
77. D
78. C
79. A
80. E
81. E
82. D
83. A
84. C
85. B
86. A
87. D
88. E
89. C
90. B

Denis Rocha 162


Prova 10

Analista judiciário/Área Administrativa/


Contabilidade/TRE-PB/2007

36. Nas entidades de direito público, o exercido financeiro vai de

a) Io de janeiro a 31 de dezembro, com período adicional de 30 dias


para liquidação de empenhos.
b) 2 de janeiro a 31 de dezembro.
c) Io de janeiro a 31 de dezembro.
d) Io de janeiro a 31 de dezembro, com período adicional de 60 dias
para liquidação de empenhos.
e) Io de janeiro a 30 de novembro.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


Lei 4.320/64:
A rt 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil

37. Contador de autarquia contabiliza receita somente quando o dinheiro


adentra as contas bancárias e registra despesa apenas quando o paga­
mento é efetivado. Nesse cenário, tal profissional

a) erra, porque a despesa deve ser registrada quando efetivamente em­


penhada.
b) acerta, porque a receita deve ser contabilizada sob o regime de com­
petência.
c) erra, porque receita e despesa são escrituradas sob o regime de com­
petência.
d) acerta, porque a despesa deve ser registrada sob o regime de caixa.
e) não se pode dizer que erra ou acerta, vez que cada entidade pública
adota seu próprio regime de contabilização.

163
Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Regimes Contábeis.


No gabarito inicial a letra correta era a “A”, entretanto, atualmente, con­
forme as NBCASP o correto seria a letra “C”. Questão aborda o regime contábil,
ou seja, regime de competência para as despesas e receitas.
Já para o orçamento, o correto seria de fato a letra “A”.
Lei 4320/64:
Art. 35. Pertencem ao exercíciofinanceiro:
I - as receitas nele arrecadadas;
II - as despesas nele legalmente empenhadas

38. A Lei n° 4.320, de 1964 alcança, necessariamente:


a) Prefeituras, Administração direta dos Estados, sociedades de eco­
nomia mista.
b) Fundações de direito privado, empresas públicas, Prefeituras.
c) Prefeituras, fundações de direito público, empresas públicas.
d) Administração direta dos Estados, Prefeituras, autarquias.
e) Empresas públicas, sociedades de econom ia m ista, fundações pú­
blicas.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


A Lei 4.320/64 não alcança sociedades de economia mista, fundações de
direito privado e empresas públicas não dependentes.

39. Despesa de mutação patrimonial:


a) pessoal e encargos sociais.
b) equipamentos e material permanente.
c) serviços de consultoria.
d) subvenção social.
e) juros sobre a dívida por contrato.

Assunto: Variações Patrimoniais.


Os dispêndios que provocam a diminuição patrimonial são as Despesas
Efetivas.
As despesas que não provocam a diminuição patrimonial, ou seja, que ge­
ram um fato permutativo, são as Despesas por Mutações, ou Mutações Ativas. A
mutação ativa é sempre decorrente da execução de uma despesa orçamentária.

Denis Rocha 164


Prova 1 0 - Analista judiciário/Área Administrativa/Contabiiidade/TRE-PB/2007

Um exemplo clássico é a concessão de um empréstimo que gera uma des­


pesa orçamentária e acarreta uma mutação ativa, por se tratar de um fato per-
mutativo. Houve aumento do ativo (débito em operações de crédito) e diminui­
ção do ativo (crédito em bancos conta movimento).

Mutações ativas Mutações passivas


» Aquisição de bens móveis • Cobrança da dívida ativa
• Construção e aquisição de imóveis • Alienação de bens móveis e imóveis
• Aquisição de títulos e valores • Alienação de títulos e valores
• Empréstimos concedidos • Empréstimos tomados
• Amortização de dívidas • Recebimentos de créditos

40. Como se contabilizam as entradas compensatórias de ativo e passivo fi­


nanceiros?

a) As receitas: de forma extraorçamentária; as despesas: de modo orça­


mentário.
b) De maneira orçamentária.
c) No sistema compensado do Balanço Patrimonial.
d) As receitas: de forma orçamentária; as despesas: de modo extra-or-
çamentário.
e) De forma extraorçamentária.

Assunto: Registros Contábeis Típicos da Administração Pública.


A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de ope­
rações de crédito autorizadas em lei. Não se consideram as operações de cré­
dito por antecipação da receita as emissões de papel-moeda e outras entradas
compensatórias, no ativo e passivo financeiros. Dessa forma, as outras entradas
compensatórias são contabilizadas de forma extraorçamentária.

41. Na Demonstração das Variações Patrimonial, a inscrição de dívida ativa é


a) variação ativa, independente da execução orçamentária.
b) mutação patrimonial ativa.
c) mutação patrimonial passiva.
d) fato do sistema compensado.
e) variação passiva, independente da execução orçamentária.

165 AFO e Contabilidade Publica


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Balanços Públicos

Cobrança da Dívida Cancelamento da Dívida Inscrição da Dívida


Ativa Ativa Ativa
- Variação passiva - in­
- Variação ativa - indepen­
dependente da execução
- Mutação Passiva dente da execução orça­
orçamentária - insubsis­
mentária - superveniência
tência passiva (redução
ativa (aumento do ativo)
de ativo)

Atenção: Para responder às questões de números 42 e 43, considere os


dados abaixo. Considerando-se os seguintes números de execução orça­
mentária e financeira:
Despesa Empenhada em 20 0 6 ............... ........... . $ 23.000
Despesa Liquidada em 2006...................................$ 20.000
Despesa Paga em 2006............................... .......... $ 18.000

42. Findo o exercido de 2006, qual o montante de Restos a Pagar Processados?


a) 2.000.
b) 3.000.
c) 5.000.
d) 41.000.
e) 43.000.

Assunto: Restos a Pagar.


Os Restos a Pagar são despesas empenhadas e não pagas, podendo ser
processadas e não processadas. As processadas são as despesas já liquidadas e as
não processadas são as despesas não liquidadas.
Os Restos a Pagar são muito confundidos com as Despesas de exercícios
Anteriores, portanto, vale a pena se atentar para uma releitura.
Restos a Pagar Despesas de exercícios Anteriores
Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as Art. 37.1. As despesas de exercícios encer­
despesas empenhadas mas não pagas até rados.,para as quais o orçamento respectivo
o dia 31 de dezembro distínguindo-se as consignava crédito próprio, com saldo sufi­
processadas das não processadas. ciente para atendê-las, que não se tenham
processado na época própria,

Denis Rocha 166


Prova 10 - Analista judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/TRE-PB/2007

Parágrafo único. Os empenhos que sor­ II. Restos a Pagar com prescrição
vem a conta de créditos com vigência plu- interrompida,
rienal, que não tenham sido liquidados, III. Compromissos reconhecidos após o
só serão computados como Restos a Pagar encerramento do exercício correspondente
no último ano de vigência do crédito. poderão ser pagos à conta de dotação espe­
cífica consignada no orçamento, discrimi­
nada por elementos, obedecida, sempre que
possível a ordem cronológica.
O Manual de Despesa da União apresenta
uma 4a categoria:
4 - Valor inscrito em restos a pagar menor
que o valor real da despesa a ser pago.

Despesa Liquidada em 2006............................. $ 20.000


(-) Despesa Paga em 2006............................... ($ 18.000)
(=) RAP Processado............................................. $ 2.000

43. Findo o exercício de 2006, qual o montante de Restos a Pagar Não Pro­
cessados?
a) 43.000.
b) 41.000.
c) 5.000.
d) 3.000.
e) 2.000.

Assunto: Restos a Pagar.


RAP = RAP Processado + RAP Não Processado
RAP = Despesa Empenhada (-) Despesa Paga
RAP = 23.000 {-) 18.000 = 5.000
RAP = RAP Processado + RAP Não Processado
5.000 = 2.000 + RAP Não Processado
RAP Não Processado - 3.000

44. Receita efetiva é


a) a colocação de títulos públicos no mercado financeiro.
b) a operação de crédito.
c) a alienação de bens imóveis.
d) o recebimento de valores emprestados.
e) a cota-parte do Fundo de Participação dos Estados.

167 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Receitas Públicas,


Receita Pública Efetiva:
A Receita Pública Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilida­
des de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito
e não constituem obrigações correspondentes e, por isso, alteram a situação lí­
quida patrimonial.
Receita Pública Não Efetiva:
A Receita Pública Não Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibi­
lidades de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito
e, por isso, não alteram a situação líquida patrim onial
Receitas e despesas correntes — ►são efetivas
Receitas e despesas de capital — ►são mutações
Entretanto há exceções:
Despesas de material de consumo = desp. Correntes = Mutações (fato per-
mutativo).
Despesas de transferência de capital = desp. de capital = Efetivas.
Recebimento ou cobrança de dívida ativa = rec. Corrente = Mutações
Recebimento de transferência de capital = rec. de capital - Efetivas
Receita Corrente Receita de Capital
Receita tributária; Operações de Créditos;
Receita Patrimonial; Alienações de bens;
Receita Patrimonial - receitas de Amortização de empréstimos;
valores mobiliários - Dividendos. Transferência de capital;
Receita Agropecuária; Superávit do orçamento corrente ~ é o re­
Receita Industrial; sultado do balanceamento dos totais das
Receita de Serviços; receitas e despesas correntes, não cons­
Transferências Correntes. titui receita orçamentária e sim extra­
orçamentária.

As alternativas A, B, C, D são receitas de capital.

45. Na Administração Pública, cabe ao controle interno


a) apreciar, mediante parecer prévio, as contas prestadas anualmente
pelos Chefes do Poder Executivo.
b) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal.
c) avaliar o cumprimento das metas previstas nos planos orçamentários.

Denis Rocha 168


Prova 1 0 - Analista judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/TRE-PB/2007

d) aplicar multa aos responsáveis por ilegalidade de despesa.


e) julgar as contas dos gestores dos recursos públicos.

Assunto: Tipos de Controle e Normas Aplicáveis.


A questão trata das competências constitucionais dos Tribunais de Contas,
do controle externo e do controle interno. Este assunto pode ser resolvido facil­
mente com a leitura atenta dos respectivos artigos da Constituição Federal, entre­
tanto, há diversos artigos similares que podem causar confusão na hora da prova.
Os Poderes manterão, de forma integrada, o sistema de controle interno
com a finalidade de avaliar o cumprimento das metas previstas nos planos orça­
mentários, de comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia
e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e enti­
dades da administração federal.
O controle interno, além da função de avaliar o cumprimento das metas
orçamentárias, tem a função de analisar a aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado, de exercer o controle das operações de crédito,
avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União e de apoiar o con­
trole externo no exercício de sua missão institucional.
Outro ponto que gera muita confusão refere-se à fiscalização do Municí­
pio contido no art. 31 da CF e a fiscalização do Congresso Nacional do art. 70.
No art. 31, o controle interno deve ser do Poder Executivo e, no art. 70, o con­
trole interno deve ser de cada Poder.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Mu­
nicipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Po­
der Executivo Municipal, na forma da lei.
Art. 70. A fiscalização contábil financeira, orçamentária, operacional e patri­
monial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo,
epelo sistema de controle interno de cada Poder.
As alternativas A, B, D, E são competências do TCU.

46. Conforme a Lei Complementar n° 101, de 2000,


a) a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) desdobra-se nos orçamento
fiscal, de investimento das estatais e de seguridade social.
b) caso a receita bimensal evolua abaixo do esperado, haverá aciona­
mento do lim ite prudencial.

169 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

c) obrigatória de caráter continuado é a despesa de capital instituída


por lei, que se estende por período superior a dois exercícios.
d) superado o lim ite da despesa de pessoal, o poder dispõe de dois qua-
drim estres para retomar-lhe.
e) para a despesa de pessoal, os limites são verificados a cada doze meses.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


LRF, art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no
art 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das
medidas previstas no art 22, o percentual excedente terá de ser eliminado
nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro,
adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3° e 4o do art. 169
da Constituição.
(A) Quem se desdobra no orçamento fiscal, de investimento das estatais e
de seguridade social é a lei orçamentária anual.
(B) O limite prudencial relaciona-se com o aumento das despesas de pes­
soal, e não com a receita.
Neste sentido, o ente deve ficar alerto para não ultrapassar o limite previs­
to no art. 20. Exemplo: caso o município esteja no limite prudencial e em decor­
rência do pagamento de sentenças judiciais ultrapassasse o limite determinado
no art. 20, deverá ser adotada a providência determinada no art. 23 da Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Art. 20. Limite das despesas de pessoal.

Órgãos e Poderes Federal Estadual Municipal


Legislativo 2,5% 3% 6%
Judiciário 6% 6% Não há
Executivo 40,9% 49% 54%
Ministério Público 0,6% 2% Não há
Total 50% 60% 60%

Uma dica: o Poder Judiciário será sempre 6%.


§ 4oNos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percen­
tuais definidos nas alíneas a e c d o inciso II do caput serão, respectivamente,
acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento).

Denis Rocha 170


Prova 1 0 - Analista judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/TRE-PB/2007

Estadual, se houver
Órgãos e Poderes Estadual tribunal de contas dos mu­
nicípios
Legislativo 3% 3,4%
Judiciário 6% 6%
Executivo 49% 48,6%
Ministério Público 2% 2%
Total 60% 60%
(C) Segundo art. 17, “considera-se obrigatória de caráter continuado a
despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato adminis­
trativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua exe­
cução por um período superior a dois exercícios”.
(E) A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no
mês em referência com as dos 11 imediatamente anteriores, adotan­
do-se o regime de competência.

47. Nos termos da Lei n° 4.320, de 1964, os recursos que podem financiar
créditos suplementares e especiais são:
a) superávit financeiro do ano anterior, excesso de arrecadação, anula­
ção de dotação, operação de crédito.
b) superávit orçamentário do ano anterior, ativo real líquido, anulação
de dotação, operação de crédito.
c) operação de crédito por antecipação da receita, superávit financei­
ro, excesso de arrecadação, anulação de dotação.
d) superávit econômico, excesso de arrecadação, anulação parcial de
dotação e operação de crédito.
e) superveniências e insubsistências ativas.

Assunto: Créditos Adicionais.


Quais são as fontes de recursos para abertura de créditos adicionais?
I. o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício
anterior; (Perceba que tem de ser do exercício anterior)
II. os provenientes de excesso de arrecadação;
III. os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias
ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;

171 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

IV. o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que, juridica­


mente possibilite ao poder executivo realizá-las. (Estas operações de cré­
ditos não são as operações de crédito por antecipação da receita - ARO)

48. O princípio orçamentário que resta excepcionado quando o Parlamento


autoriza, na lei orçamentária, a contratação de operações de crédito por
antecipação da receita (ARO) é
a) unidade.
b) exclusividade.
c) universalidade.
d) orçamento bruto.
e) não afetação de receitas.

Assunto: Princípios Orçamentários.


Refere-se ao princípio da exclusividade, no qual o orçamento não conterá
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Assim, o princípio
dâ exclusividade trata que as matérias devem ser exclusivamente orçamentárias.
Com isso, o orçamento não poderá criar cargos públicos, tributos, não pode­
rá aumentar alíquotas de impostos, nem mesmo fixar a remuneração de servidores.
Entretanto, esse princípio contém exceções:
Primeira: CF, art. 165, §8° - autorização para abertura de créditos suple­
mentares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.
Segunda: Lei 4.320/64, art.7°,1, II.
A rt 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:
L Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as
disposições do artigo 43;
II. Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por
antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.
É bom salientar também, que estes são os princípios orçamentários, o que não
invalida no setor público a aplicação dos princípios Fundamenteis de Contabilidade.
A Resolução CFC n° 750/1993 consagra os Princípios Fundamentais de Con­
tabilidade, que são de observância obrigatória no exercício da profissão contábil,
constituindo condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.
Ressalta-se que a Contabilidade Aplicada ao Setor Público constitui ramo
da ciência contábil e deve observar os Princípios Fundamentais de Contabilida­
de, que representam a essência das doutrinas e teorias relativas a essa ciência,

Denis Rocha 172


Prova 10 - Analista judiciário/Área Administrativa/Contabiiidade/TRE-PB/2007

consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional


do país. São eles:
1 - PRINCÍPIO DA ENTIDADE
O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Conta­
bilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de
um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independen­
temente de pertencer a uma pessoa, a um conjunto de pessoas, a uma sociedade
ou a uma instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lu­
crativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com
aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
O Patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A
soma ou a agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova
Entidade, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. (Resolução CFC
n° 750/1993)
Segundo o Apêndice II à Resolução CFC n° 750/1993, o Princípio da Enti­
dade se afirma, para o ente público, pela autonomia e responsabilização do pa­
trimônio a ele pertencente. A autonomia patrimonial tem origem na destinação
social do patrimônio e a responsabilização pela obrigatoriedade da prestação de
contas pelos agentes públicos.
2 - PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
A Continuidade ou não da Entidade, bem como a sua vida definida ou
provável, devem ser consideradas quando da classificação e da avaliação das
mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
A Continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos
casos, o valor de vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da
ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.
A observância do Princípio da Continuidade é indispensável à correta
aplicação do Princípio da Competência, por efeito de se relacionar diretamente
à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de
se constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de
resultado. (Resolução CFC n° 750/1993)
Sob a perspectiva do setor público, a continuidade está vinculada ao estri­
to cumprimento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade
da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade (Apêndice II à Resolução
CFC n° 750/1993).
3 - PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à tempestivi-
dade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determi­
nando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independente­
mente das causas que as originaram.

173 AFO e Contabilidade Púbiica


Coleção Provas Comentadas da FCC

É importante ressaltar que, para atender ao Princípio da Oportunidade,


a contabilidade não pode se restringir ao registro dos fatos decorrentes da exe­
cução orçamentária, devendo registrar tempestivamente todos os fatos que pro­
movam alteração no patrimônio. Essa situação é verificada em fatos que não de­
correm de previsão e execução do orçamento, como, por exemplo, um incêndio
ou outra catástrofe qualquer.
4 - PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores origi­
nais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda
do país, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posterio­
res, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior
da Entidade.
Sob a perspectiva do setor público, nos registros dos atos e fatos contábeis
será considerado o valor original dos componentes patrimoniais que, ao longo
do tempo, não se confunde com o custo histórico. Ou seja, o registro pelo va­
lor original corresponde ao valor resultante de consensos de mensuração com
agentes internos ou externos, com base em valores de entrada - a exemplo de
custo histórico, custo histórico corrigido e custo corrente; ou valores de saída
- a exemplo de valor de liquidação, valor de realização, valor presente do fluxo
de benefício do ativo e valor justo (Apêndice II à Resolução CFC n° 750/1993).
5 - PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser
reconhecidos nos registros contábeis por meio do ajustamento da expressão for­
mal dos valores dos componentes patrimoniais, (Resolução CFC n° 750/1993)
Para atendimento ao Princípio da Atualização Monetária, o setor públi­
co segue o disposto na Resolução CFC n° 900/2001, que tom a a atualização
monetária compulsória quando a inflação acumulada no triênio, medida com
base no índice Geral de Preços do Mercado (IGPM/FGV), atingir 100% ou mais
(Apêndice II à Resolução CFC n° 750/1993).
6 - PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do
período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlaciona­
rem, independentemente de recebimento ou pagamento.
Sob a perspectiva do setor público, o Princípio da Competência é aquele
que reconhece as transações e os eventos na ocorrência dos respectivos fatos
geradores, independentemente do seu pagamento ou recebimento, aplicando-se
integralmente ao Setor Público.

Denís Rocha 174


Prova 1 0 - Analista judidário/Área Administrativa/Contabiíidade/TRE-PB/2007

7 - PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os
componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais
que alterem o patrimônio líquido.
O Princípio da Prudência adquire relevância quando são feitas estimati­
vas, tais como os passivos contingentes que representam obrigações possíveis,
ou ativos contingentes que são possíveis ativos, cuja existência depende de fato­
res imprevisíveis, tais como resultados dos julgamentos de processos judiciais.
Nesse caso, se existirem alternativas igualmente válidas para a quantificação
do fato, será escolhida aquela que resultar no maior valor para o passivo e/ou o
menor para o ativo.

49. No processo orçamentário nacional


a) as emendas ao projeto de lei orçamentária podem se amparar no
corte de qualquer despesa prevista.
b) remetido o projeto orçamentário ao Legislativo, o Chefe do Poder
Executivo não pode mais solicitar qualquer modificação.
c) os Poderes Legislativo e Judiciário também podem iniciar projetos
de lei relativos ao plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orça­
mento anual.
d) a criação de fundos dispensa autorização legislativa.
e) as operações de crédito, em regra, não podem superar o montante
das despesas de capital.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


As operações de crédito, em regra, não podem superar o montante das des­
pesas de capital. Esta é a famosa regra de ouro, que está prevista na CF/88 e na LRF!
Importante! A regra de ouro prevista no § 2o do art. 12 da LRF está sus­
pensa por decisão do STF (ADIN n° 2.238-5), pois a LRF não considerou as
exceções da CF.
As receitas provenientes de operações de créditos não poderão ser supe­
riores ao montante fixado para as despesas de capital.
O § 2o do art. 12 da LRF estabelece que o montante previsto para as recei­
tas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital,
constantes do projeto de lei orçamentária.
A LRF tentou impor mais restrições do que a previsão constitucional, haja
vista que a CF/88, no inciso III do art. 167, prevê que é vedada a realização de

175 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

operações de crédito que excedam as despesas de capital, ressalvadas as auto­


rizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.
Art. 167, CF. São vedados:
III. a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de
capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais
com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
(A) Não são quaisquer despesas previstas, pois são excluídas as dotações
para pessoal e seus encargos; serviço da dívida e as transferências tri­
butárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal.
Assim, as emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o
modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I. sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II. indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e
Distrito Federal; ou
III. sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de leL

(B) O Chefe do Poder Executivo pode solicitar modificações, através do


envio de mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação
nos projetos, quando ainda não iniciada a votação, na Comissão mis­
ta, da parte cuja alteração é proposta.
(C) O Poder Legislativo não pode iniciar projetos de lei relativos ao plano
plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual. Estes são de
iniciativa do Poder Executivo.
Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamen­
tárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados
pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento co­
mum.
(D) É vedada a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
autorização legislativa.
Como a questão trata de processo orçamentário nacional, nada melhor
que visualizar as etapas do processo:

Denis Rocha 176


Prova 1 0 - Analista judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/TRE-PB/2007

Fluxograma simplificado do Projeto de Lei do Plano Plurianual - PPPA

177 AFO e Contabilidade Pública


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Coíeção Provas Comentadas da FCC

Fluxograma simplificado do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias - PLDO

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Denis Rocha 178


Prova 1 0 - Anaiísta judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/TRE-PB/2007

Fluxograma simplificado do Projeto de Lei Orçamentária Anual - PLOA

179 A FO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

50. Fonte que classifica a receita de dividendos distribuídos por empresa da


qual a Prefeitura é acionista:
a) decapitai.
b) tributária.
c) patrimonial.
d) transferência intergoverna mental.
e) industrial.

Assunto: Receitas Públicas.

Receita Corrente Receita de Capitai


Receita tributária; Operações de Créditos;
Receita Patrimonial; Alienações de bens;
Receita Patrimonial - receitas de valo­ Amortização de empréstimos;
res mobiliários - Dividendos. Transferência de capital;
Receita Agropecuária; Superávit do orçamento corrente - é o
Receita Industrial; resultado do balanceamento dos totais
Receita de Serviços; das receitas e despesas correntes, NÃO
Transferências Correntes. constitui receita orçamentária e sim ex­
traorçamentária.

Atenção para não confundir estas receitas correntes muito cobradas nas
provas:
1 - Juros de mora - Outras receitas correntes.
2 ~ Juros de aplicação - Receita patrimonial.
3 - Juros de empréstimos - Receitas de serviços.

51. De acordo com sua natureza econômica, a classificação da despesa com-


põe-se de
a) categoria, função e subfunção.
b) órgão de orçamento, programa e elemento de despesa.
c) categoria, grupo de natureza e elemento de despesa.
d) função, subfunção e programa.
e) órgão de orçamento, unidade de orçamento e unidade de despesa.

Assunto: Despesas Públicas.

Segundo STN, a codificação orçamentária da natureza da receita é com­


posta dos níveis abaixo:

Denis Rocha 180


Prova 1 0 - Analista judiciário/Área Administrativa/Contabiiidade/TRE~PB/2007

; 2° Nível: Grupo de DespBa


1oNível: C ategoria Econômica

Para efeito de memorização: “c.g.mm.ee.dd” - Cargo de Médico, em que:


“c” representa a categoria econômica,
“g” representa o grupo de natureza da despesa,
"mm” representa a modalidade de aplicação,
“ee” representa o elemento de despesa,
“dd” representa o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa.
Já para as receitas, face à necessidade de constante atualização e melhor
identificação dos ingressos nos cofres púbEcos, o código identificador da natureza
de receita é desmembrado em níveis. Assim, na elaboração do orçamento público
a codificação econômica da receita orçamentária é composta dos níveis abaixo:

! 2° Nívet: OfUGEM
I o Nível: C ategoria E conômica

52. Para seu próprio uso, o Tribunal Regional Eleitoral adquiriu prédio
usado. O grupo de despesa que o contador classifica tal gasto é
a) Inversões Financeiras.
b) Investimentos.
c) Equipamentos e Material Permanente.
d) Serviços de Terceiros.
e) Despesa de Pessoal.

181 AFO e Contabilidade Pública


Coíeção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Despesas Públicas.


Despesas correntes Despesas de capital
Classificam-se nessa categoria todas as Classificam-se nesta categoria aquelas des­
despesas que não contribuem, direta­ pesas que contribuem, diretamente, para
mente, para a formação ou aquisição de a formação ou aquisição de um bem de
um bem de capital. capital, resultando no acréscimo do patri­
Representam encargos que não produzem mônio do órgão ou entidade que a realiza,
acréscimos no patrimônio, respondendo, aumentando, dessa forma, sim riqueza pa-
assim, pela manutenção das atividades de trimoniaL À exceção das transferências de
cada órgão/atividade. recursos financeiros repassados a outras
Excluindo-se as aquisições de materiais instituições para realizarem Despesas de
para formação de estoques, todos os de­ Capital, os gastos desta natureza consti­
mais dispêndios correntes provocam a tuem fatos permutativos nos elementos pa­
diminuição patrimonial (Despesa Efe­ trimoniais (Despesa por Mutações).
tiva). Classificação, segundo a Lei 4.320/64:
Segundo a Lei 4.320/64: - Investimentos
- Despesas de Custeio - Inversões Financeiras
- Transferências Correntes - Transferências de Capital
Segundo a Portaria 163/2001:
Segundo a portaria 163/2001: - Investimentos
- Pessoal e Encargos Sociais - Inversões Financeiras
- Juros e Encargos da Dívida - Amortização da Dívida
- Outras Despesas Correntes Não confundir:
Não confundir: Pagamento do principal - Despesa de
Pagamento de juros - Despesas correntes capital - Transferência de Capital.
- Transferência correntes.

Investimentos Inversões Financeiras


§ 4o Classificam-se como investimentos as $ 5° Classificam-se como Inversões Financei­
dotações para o planejamento e a execução ras as dotações destinadas à:
de obras, inclusive as destinadas à aquisi­ I. aquisição de imóveis, ou de bens de ca­
ção de imóveis considerados necessários à pital já em utilização;
realização destas últimas, bem como para II aquisição de títulos representativos do
os programas especiais de trabalho, aquisi­ capital de empresas ou entidades de qual­
ção de instalações, equipamentos e mate­ quer espécie, já constituídas, quando a
rial permanente e constituição ou aumento operação não importe aumento do capital;
do capital de empresas que não sejam de III. constituição ou aumento do capital de
caráter comercial ou financeiro. entidades ou empresas que visem a obje­
tivos comerciais ou financeiros, inclusive
operações bancárias ou de seguros.

Denis Rocha 182


Prova 1 0 - Anaíista judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/TRE-PB/2007

53. Liquidar despesa pública é


a) pagá-la corretamente.
b) subtrair seu valor do saldo da dotação.
c) reservar orçamentaríamente o valor correspondente.
d) verificar se o credor faz jus ao pagamento.
e) anular a correlata Nota de Empenho.

Assunto: Despesas Públicas.


São estágios da despesa pública:
Fixação: esse estágio refere-se à estimativa, pelo Poder Público, do quanto
irá ser alocado em cada dotação, sendo o montante o limite a ser gasto, visando
o atendimento das necessidades coletivas.
Empenho: é o ato emanado de poder competente que cria para o Estado
uma obrigação de pagamento, independente da execução da atividade que ge­
rou esta obrigação, ou seja, independente da entrega do material, da medição da
obra ou da prestação dos serviços contratados
Liquidação: consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, ten­
do por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
Convém observar que essa verificação tem por finalidade apurar:
L a origem e o objeto do que se tem que pagar;
IL a importância exata a pagar;
III. a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
Pagamento: é o último estágio da despesa. O pagamento da despesa será
efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituída, por estabeleci­
mentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adianta­
mento ou suprimento de fundos.

54. Segundo o direito financeiro, o regime de adiantamento


a) pode ser utilizado por servidor em alcance.
b) pode ser utilizado por servidor responsável por outro adiantamento.
c) dispensa empenho na dotação própria.
d) só pode ser utilizado por servidor já aprovado em estágio probatório.
e) pode ser utilizado por funcionário de empresa que presta serviços à
Administração.

Assunto: Suprimento de Fundos.


O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressa­
mente definidas em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre

183 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que


não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.
Atenção! O regime de adiantamento pode ser utilizado por servidor res­
ponsável por outro adiantamento. A vedação existente na Lei 4.320/64 garante
que não se fará adiantamento a servidor pendente de prestação de contas (em
alcance), nem responsável por dois adiantamentos, ou seja, o servidor só pode
ser responsável por, no máximo, dois adiantamentos.

55. De acordo com a Lei n° 4.320, de 1964, os créditos adicionais extraordi­


nários são
a) abertos por lei.
b) autorizados por lei.
c) autorizados por lei e abertos por decreto.
d) autorizados por decreto.
e) abertos por decreto.

Assunto: Créditos Adicionais.


Lei 4320/64:
A rt 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Execu­
tivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.

Gabarito

36. C 46. D
37. A 47. A
38. D 48. B
39. B 49. E
40. E 50. C
41. A 51. C
42. A 52. A
43. D 53. D
44. E 54. B
45. C 55. E

Denis Rocha 184


Prova 11

Analista judiciário/Área Administrativa/


TRE-MS/2007

27. A determinação “cada entidade de Governo deve possuir um orçamen­


to”, está contida no Princípio da
a) Unidade.
b) Universalidade.
c) Singularidade.
d) Exclusividade.
e) Competência.

Assunto: Princípios Orçamentários.


A determinação refere-se ao princípio da unidade ou totalidade. Os três
suborçamentos devem ser inclusos na lei orçamentária anual. Na visão clássica,
é entendido apenas como um documento único.

28. Determinar a parcela do crédito adicional a ser reaberta no exercício de


2006 considerando os seguintes dados:
I. O crédito especial foi aberto no mês de novembro de 2005.
II. Os valores contidos no Balanço Orçamentário abaixo.
Balanço orçamentário (em R$)
Títulos Previsão Execução Diferença Títulos Fixação Execução Diferença
Receita Corrente 40.000 47.500 7.500 Crédito orçamentário 80.00 77.000 (3.000)
Receita de Capital 12.000 7.500 (4.500) Crédito especial 3.000 2.200 (800)
Soma 52.000 55.000 3.000 Soma 83.000 79.200 (3.800)
Déficit 31.000 24.200 (6.800)
Total 83.000 79.200 (3.800) Total 83.000 79.200 (3.800)

a) (R$ 6.800)
b) (R$ 3.000)
c) R$ 3.800
d) R$ 3.000
e) R$800

185
Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Créditos Adicionais.


A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência
de recursos disponíveis para ocorrer. Neste sentido, considerando que a execu­
ção dos créditos especiais foi de R$ 2.200,00 e a fixação de R$ 3.000,00, logo, a
parcela do crédito adicional a ser reaberta no exercício de 2006 é de R$ 800,00
(R$ 3.000,00 - R$ 2.200,00).
Para fixar o assunto, nada melhor que reler os artigos que tratam de aber­
tura de créditos adicionais, pois são muito cobrados nos concursos, em sua for­
ma literal.
Lei 4.320.
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existên­
cia de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposi­
ção justificativa.
§ Io Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não compro­
metidos:
I. o superávitfinanceiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
II. os provenientes de excesso de arrecadação;
III. os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou
de créditos adicionais, autorizados em Lei;
IV. o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamen­
te possibilite ao Poder Executivo realizá-las.
§ 2oEntende-se por superávitfinanceiro a diferença positiva entre o ativo fi­
nanceiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos
adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas.
§ 3oEntende-se por excesso de arrecadação, para osfins deste artigo, o saldo
positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista
e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.
§ 4o Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de
arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos
no exercício

29. Corresponde à atividade exercida pelo Controle da Execução Orçamen­


tária:
a) Tem como único objetivo verificar o cumprimento da Lei do Orça­
mento, pelo Poder Legislativo, conforme disposto na Lei n° 4.320/64.
b) A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária de
forma prévia, concomitante e subsequente.

Denis Rocha 186


Prova 11 - Analista judiciário/Administrativa/TRE'MS/2007

c) Permitir ao M inistério Público exigir a limitação de empenho,


quando verificado que, ao final de um semestre, a realização da re­
ceita poderá não cumprir as metas de resultado primário estabeleci­
dos no Anexo de Metas Fiscais.
d) Determinar que o montante previsto para as receitas de operações
de crédito poderá ser superior ao das despesas de capital constantes
do projeto de lei orçamentária.
e) Especificar quais as despesas destinadas ao pagamento do serviço
da dívida que podem ser objeto de limitação.

Assunto: Tipos de Controle e Normas Aplicáveis.


Novamente mais uma questão que aborda a literalidade da Lei 4.320/64.
Do Controle Interno
Art. 76. 0 Poder Executivo exercerá os três tipos de controle a que se refere o artigo
75, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
A r t 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será pré­
via, concomitante e subsequente.
Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei,
ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou
tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos.
A rt 79. Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro
indicado na legislação, caberá o controle estabelecido no inciso III do artigo 75.
Parágrafo único. Esse controlefar-se-á, quando for o caso, em termos de unidades
de medida, previamente estabelecidos para cada atividade._________________

30. É INCORRETO o que se afirma em:


a) O projeto de lei orçamentária anual deve ser elaborado de forma
compatível com o Plano Plurianual, com a lei de diretrizes orça­
mentárias e com as normas da Lei de Responsabilidade Fiscal.
b) A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais,
onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capa­
zes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem
tomadas, caso se concretizem.
c) A lei de diretrizes orçamentárias disporá sobre normas relativas ao
controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas finan­
ciados com recursos dos orçamentos.

187 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

d) A lei orçamentária poderá consignar dotação para investimento


com duração superior a um exercício financeiro que não esteja pre­
visto no Plano Plurianual.
e) O Plano Plurianual» a lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamen­
to anual são instrumentos relativos ao processo orçamentário.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) deu ênfase à LDO estabelecendo
o seguinte:
• dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas;
• estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de
arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a comprometer as
metas de resultado primário e nominal previstas para o exercício;
• dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas
financiados pelo orçamento;
• disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
• quantificar o resultado primário a ser obtido com vistas à redução do
montante da dívida e das despesas com juros;
• estabelecer limitações à expansão de despesas obrigatórias de caráter con­
tinuado.
Lei Orçamentária Anual - LOA
A LOA deve ser elaborada de forma compatível com o PPA, LDO e na
LRF. A LOA contém três tipos de orçamento: orçamento fiscal, orçamento de
investimentos nas empresas estatais, em que o poder público possua mais de
50% das ações com direito a voto (ações ordinárias) e o orçamento da seguri­
dade social.
As principais determinações que foram introduzidas pela LRF, na siste­
mática de elaboração do orçamento anual, são:
Deverá conter, em anexo, o demonstrativo da compatibilidade da programação dos
orçamentos com as metas da LDO, previstas no Anexo de Metas Fiscais.__________
A previsão da reserva de contingência, em percentual da RCL, destinada ao pagamento
passivos contingentes, além de outros imprevistos fiscais._____________________
A LOA deverá apresentar as despesas relativas à dívida pública, mobiliária suas
receitas) demonstrado de forma separada, tanto na LOA como nas leis de créditos
adicionais.

Denis Rocha 188


Prova 11 - Analista judiciário/Administrativa/TRE-MS/2007

Vedação de consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com


dotação ilimitada.
Vedação à consignação de dotação para investimento com duração superior a um exer­
cício financeiro que não esteja previsto no PPA ou em lei que autorize a sua inclusão*
conforme disposto no $ lo do art 167 da Constituição.________________________

Atenção! A LOA deverá conter, em anexo, demonstrativo da compatibilida­


de da programação dos orçamentos com as metas da LDO. Os anexos de riscos e
metas são assuntos da LDO. A LOA conterá a reserva de contingências, que é uma
dotação global com a finalidade de atender os passivos contingentes.

31. Assinale o valor máximo da despesa total com pessoal do Ministério


Público da União permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, consi­
derando os valores fornecidos a seguir:
(valores em R$)
Receita Corrente liquida Federal 10.800.000
Receita Corrente Líquida Estadual 6.900.000
Receita Corrente Líquida Municipal 980.000
a) R$648.000
b) R$414.000
c) R $64800
d) R$ 41.400
e) R$5.880

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os se­
guintes percentuais:

Órgãos e Poderes Federal Estadual Municipal


Legislativo 2,5% 3% 6%
Judiciário 6% 6% Não há
Executivo 40,9% 49% 54%
Ministério Público 0,6% 2% Não há
Total 50% 60% 60%

Uma dica: o Poder Judiciário será sempre 6%.


Receita Corrente Líquida Federal - 10.800.000 X 0,6% = R$ 64.800.

189 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

32. De conformidade com o estabelecido pela Lei n° 4.320/64, é correto afir­


mar que
a) o empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente
que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de
implemento de condição.
b) a despesa anulada no exercício reverte-se à dotação. A despesa anu­
lada no exercício seguinte será considerada despesa extraorçamen­
tária do ano em que se efetivar.
c) em hipótese alguma será dispensada a emissão da Nota de Empenho.
d) a dívida flutuante compreende apenas os serviços da dívida a pagar,
depósitos e restos a pagar, excluídos os serviços da dívida.
e) o empenho da despesa pode exceder o lim ite de crédito concedido*

Comentário:
Letra A - Correta. Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de au­
toridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou
não de implemento de condição.
Letra B - Incorreta. Reverte à dotação a importância de despesa anulada
no exercício; quando a anulação ocorrer após o encerramento deste, considerar-
se-á receita do ano em que se efetivar.
Letra C - Incorreta. Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio
empenho.
Letra D - Incorreta.
Art. 92. A dívida flutuante compreende:
I. os restos apagar, excluídos os serviços da dívida;
II. os serviços da dívida a pagar;
III. os depósitos;
IV. os débitos de tesouraria.
Letra E ~ Incorreta. A r t 59. O empenho da despesa não poderá exceder o
limite dos créditos concedidos.

Gabarito

27. A 30. D
28. E 31. C
29. B 32. A

Denis Rocha 190


Prova 12

Analista/Área Controle Interno/MPU/2007

56. A liquidação de uma despesa orçamentária corrente e ainda não paga é


registrada no sistema financeiro pelo seguinte lançamento:
a) Despesa Liquidada a Pagar - Corrente
a Bancos Conta Movimento
b) Despesa Corrente
a Despesa Liquidada a Pagar - Corrente
c) Despesa Empenhada Corrente -
a Despesa Liquidada Corrente
d) Despesa Liquidada a Pagar ~ Corrente
a Despesa Executada - Corrente
e) Despesa Corrente
a Bancos Conta Movimento

Assunto: Registros Contábeis Típicos da Administração Pública.


Como a despesa ainda não foi paga, excluem-se as alternativas que cons­
tam Bancos Conta Movimento, ou seja, letras A e E. Como a despesa ainda é a
pagar, procura-se a alternativa que encontra a conta Despesa Liquidada a Pagar
~ Corrente, ou seja, a letra B.
As questões de lançamentos contábeis na contabilidade pública tendem a
cair muito pouco nas provas de concursos; por isso, procedemos comentários
das mais cobradas em provas.
1 - Fixação da despesa;
D - Orçamento da Despesa
C - Créditos Disponíveis
2 - Alienação de bens:
(SF) D - Disponibilidade
C - Receita de Capital
(SP) D - Mutação Passiva
C - Ativo Permanente
3 - Inscrição em Dívida Ativa:
(SP) D - Dívida Ativa
C - Acréscimos Patrimoniais

191
Coleção Provas Comentadas da FCC

4 “ Empenho da Despesa:
D - Créditos Disponíveis
C - Despesa Empenhada
5 - Inscrição de Restos a Pagar de despesas não liquidadas:
D - Despesa Realizada
Despesa Corrente
C - Restos a Pagar não processados
6 - Inscrição de Restos a Pagar de despesas liquidadas:
D - Despesa Realizada
Administração e planejamento
C - Restos a Pagar processados

57. A aquisição de material de consumo por uma unidade orçamentária,


com pagamento imediato, é registrada, no sistema patrimonial, pelo se­
guinte lançamento:
a) Almoxarifado de Material de Consumo
a Bancos Conta Movimento
b) Mutação Ativa Orçamentária
a Bancos Conta Movimento
c) Despesa Empenhada a Liquidar
a Despesa Empenhada Liquidada
d) Despesa Empenhada Corrente
a Bancos Conta Movimento
e) Almoxarifado de Material de Consumo
a Mutação Patrimonial Ativa

Assunto: Registros Contábeis Típicos da Administração Pública.


Além de comentar sobre a questão, vamos explicar alguns tópicos referen­
tes às mutações e os conceitos de insubsistência, pois são assuntos muitíssimo
cobrados em concursos.
A questão trata de sistema patrimonial. Neste sentido, elimine de imediato
as alternativas em que constam Bancos Conta Movimento. Restam, portanto, as
letras C e E.
O sistema patrimonial registra os bens móveis, imóveis, créditos, obri­
gações, valores, movimentos de almoxarifado, inscrição e baixas de ativos e
passivos, incorporações e desincorporações de bens independentes da execução
orçamentária, isto é, sem movimentação financeira, além das superveniências e
as insubsistências ativas e passivas.

Denis Rocha 192


Prova 12 - Analista/Controle Interno/MPU/2007

A aquisição de material de consumo é Mutação Patrimonial Ativa, isto


porque ocorre um desembolso (Despesa) para a aquisição do material e ao mes­
mo tempo ocorre um aumento no ativo (Material de consumo). Dessa forma,
o lançamento da alternativa E é o correto. Sobre o assunto mutações ativas e
passivas, seguem alguns exemplos:

Mutações ativas Mutações passivas


Aquisição de bens móveis Cobrança da dívida ativa
Construção e aquisição de imóveis Alienação de bens móveis e imóveis
Aquisição de títulos e valores Alienação de títulos e valores
Empréstimos concedidos Empréstimos tomados
Amortização de dívidas Recebimentos de créditos

Muito cuidado para não confundir com a Dívida Ativa.


Cobrança da Dívida Cancelamento da Inscrição da Dívida
Ativa Dívida Ativa Ativa
- Variação passiva - - Variação ativa -
independente da exe­ independente da exe­
- Mutação Passiva
cução orçamentária cução orçamentária
- insubsistência passiva - superveniência ativa
(redução de ativo) (aumento do ativo)

É bom repetir que os conceitos de Superveniência e Insubsistência não


são unânimes; alguns autores divergem opiniões a respeito do tema, mas o que
prevalece é a nota técnica do STN n° 314/2004, que resumidamente esclarece:
1 - Superveniência Ativa ou Superveniência do Ativo = Acréscimo Patri­
m onial Variação Ativa.
2 - Superveniência Passiva ou Superveniência do Passivo = Decréscimo
Patrimonial. Variação Passiva.
3 - Insubsistência Ativa ou Insubsistência do Passivo = Acréscimo Patri­
monial. Variação Ativa.
4 - Insubsistência Passiva ou Insubsistência do Ativo - Decréscimo Patri­
monial. Variação Passiva.
Exemplo: Cancelamento de Dívida Passiva (Insubsistência Ativa ou In­
subsistência do Passivo).
Pensem assim:
Dívida Passiva = Efeito negativo para o órgão.
Se estiver cancelando um efeito negativo, logo o resultado é um efeito po­
sitivo. Se for um efeito positivo utilizaremos a palavra “ATIVA” caso contrário
usamos a palavra “PASSIVA”.

193 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Cancelamento = Algo que deixa de existir. Sempre que houver algo que
deixe de existir utilizaremos a palavra “Insubsistência”. Caso contrário, ou seja,
algo que passa a existir, utilizaremos a palavra “Superveniência”.
Desta forma,
Cancelamento = Algo que deixa de existir = Insubsistência;
+
Cancelamento de Dívida Passiva - Efeito positivo = ATIVA
Logo, Cancelamento de Dívida Passiva é uma Insubsistência Ativa ou In­
subsistência do Passivo

58. No Balanço Patrimonial de um ente público, elaborado de acordo com os


critérios da Lei n° 4.320/64, foram extraídas as seguintes informações:
Ativo Permanente.................................................. 800
Ativo Financeiro.............................................. 240
Passivo Real a Descoberto................ .......................10
Sabendo que o valor do Passivo Financeiro representou 25% do valor do
Passivo Permanente nesse exercício, este último correspondeu a
a) 1.120.
b) 1.050.
c) 840.
d) 780.
e) 280.

Assunto: Balanços Públicos.


Ativo Financeiro + Ativo Permanente = Passivo Financeiro + Passivo Per­
manente - Passivo Real a Descoberto,
Consideramos Passivo Permanente = X
1040 = 0,25X + X - 10
X = 840

59. As cotas e repasses concedidos por uma unidade orçamentária são clas­
sificados na Demonstração de Variações Patrimoniais como
a) Interferência Passiva.
b) Receita Orçamentária Corrente Ativa.
c) Mutação Patrimonial Passiva.
d) Superveniência Passiva.
e) Insubsistência Ativa.

Denis Rocha 194


Prova 12 ~ Analista/Controle lnterno/MPU/2007

Assunto: Balanços Públicos.

Interferência quer dizer transferência financeira, que pode ser ativa e passiva:
Interferência ativa: Interferência passiva:
cota recebida cota concedida
sub-repasse recebido sub-repasse concedido

Exemplo de interferência
Concessão de Limite de Saque
NaSTN
D- Cota concedida (512110000)
C- Recursos a Liberar p/ Vinculação Pagamento (212160400)
D- Conta Ünica - Lim. Saque Vinculado (111120115)
C- Conta Ünica (111120102)
Na Setorial Financeira de Órgão Superior
D - Limite Saque c/ Vinculação de Pagamento (112160400)
C - Cota Recebida

60. São dadas as seguintes informações, extraídas do Balanço Financeiro


do município de Jererê-Mirim, relativas ao exercício encerrado em 31-
12-2005:
Receitas Orçamentárias:
Correntes................................................................ 360
de Capital...............................................................120
Despesas Orçamentárias:
Correntes................................................................ 345
de Capital........................... ................................ . 115
Restos a Pagar:
Inscrição............ ...................................................... 25
Pagos...................................................... ................5
Saldo das disponibilidades:
In icial.......................................................................30
Final..........................................................................70

195 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

O montante dos pagamentos efetuado pela Prefeitura do município, no


exercício de 2005, foi
a) 535.
b) 485.
c) 460.
d) 440.
e) 400.

Assunto: Balanços Públicos

Ingressos Dispêndios
Receitas orçamentárias: 480,00 Despesas orçamentárias: 460,00
Ingressos extraorçamentários. Dispêndios extraorçamentários.
Restos a Pagar (RAP) - Restos a Pagar (RAP)-
inscrição 25,00 pagamentos 5,00
Disponível para exercício
Disponível do ingresso anterior 30,00 seguinte 70,00
Resultado financeiro = (Ingressos orçamentários e extraorçamentários)
(-) (Dispêndios orçamentários e extra-orçamentários).
Ou
Resultado financeiro = Disponível atual ou para o exercício seguinte (-)
Disponível do ingresso anterior.
Muito cuidado nesta questão, pois ela não pede o total do dispêndio no
Balanço financeiro, e sim o montante dos pagamentos. Assim:
Total das despesas orçamentárias = 460,00
(-) Restos a Pagar inscrição = (25,00)
(+) Restos a Pagar - Pagamentos = 5,00
(=0 Total = 440,00

Gabarito
56. B
57. E
58. C
59. A
60. D

Denis Rocha 196


Prova 13

Analista judiciário/Área Administrativa/


TRF da Ia Região/2006

27, Considere as seguintes afirmativas:


I. A Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento fiscal, o or­
çamento de investimento das empresas em que o Estado, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a
voto e o orçamento da seguridade social.
II. A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear a
elaboração dos orçamentos anuais de forma a adequá-los às dire­
trizes, objetivos e metas da administração pública, estabelecidos
no plano plurianual.
III. O Plano Plurianual é um plano de médio prazo, por meio do qual
procura-se ordenar as ações do governo que levem à realização dos
objetivos e metas fixadas para um período de dez anos.
IV. A lei dos orçamentos anuais é o instrumento utilizado para a con­
seqüente materialização do conjunto de ações e objetivos que foram
planejados visando ao atendimento e bem-estar da coletividade.
V. A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prio­
ridades da administração pública.
Sobre o Orçamento Público no Brasil está correto o que se afirma SO­
MENTE em
a) II e IV.
b) IV e V.
c) I, II e V.
d) I, III e V.
e) I, II, IV e V.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


O item III é incorreto. O PPA tem um período de quatro anos.

197
Coieção Provas Comentadas da FCC

28. Despesas financeiras são aquelas que


a) não aumentam o endividamento liquido do Governo em termos de
resultado primário no exercício financeiro correspondente, uma vez
que criam para o ente da Federação um direito junto ao setor priva­
do interno e/ou externo.
b) representam gasto futuro do setor público com redução patrimo­
nial em relação ao setor privado. São classificadas em efetivas ou
não efetivas, conforme sua natureza.
c) aumentam o endividamento líquido do Governo em termos de re­
sultado primário no exercício financeiro correspondente, uma vez
que criam para o ente da Federação uma obrigação junto ao próprio
setor público.
d) não aumentam o endividamento líquido do Governo em termos de
resultado primário no exercício financeiro correspondente, uma vez
que criam para o ente da Federação uma obrigação junto ao setor
privado interno e/ou externo.
e) representam gasto efetivo do setor público com redução patrimo­
nial em relação ao setor privado. São classificadas em obrigatórias
ou discricionárias, conforme sua natureza.

Assunto: Despesas Públicas.


Receitas Primárias: referem-se, predominantemente, às receitas corren­
tes. São compostas por aquelas que advêm dos tributos, das contribuições so­
ciais, das concessões, dos dividendos recebidos pela União, da cota-parte das
compensações financeiras, das decorrentes do próprio esforço de arrecadação
das unidades orçamentárias (fontes 50, excluída a arrecadada pelo Fundo de
Compensação das Variações Salariais - FCVS), das provenientes de doações e
convênios e outras também consideradas primárias.
Receitas financeiras: são aquelas adquiridas junto ao mercado finan­
ceiro. Constituem-se pela emissão de títulos, contratação de operações de
crédito por organismos oficiais, das receitas de aplicações financeiras da
União (juros recebidos, por exemplo), das privatizações e outras mais.
Despesas financeiras: são aquelas que não pressionam o resultado primá­
rio ou aumentam o endividamento líquido do Governo no exercício financeiro
correspondente. Criam para o ente da Federação um direito junto ao setor pri­
vado interno e/ou externo. Estas despesas correspondem principalmente a:
• pagamento de juros e amortização de dívidas;
• concessão de empréstimos e financiamentos;

Denis Rocha 198


Prova 13 - Analista judiciário/Área Administrativa/TRF da 1a Região/2006

• aquisição de títulos de crédito;


• aquisição de títulos representativos de capital já integralizado e
• para fins de programação orçamentária, as reservas de contingência,
com exceção do montante de 1% da receita corrente líquida - RCL,
considerado discricionário, conforme determinado pelo art. 13 da
LDO 2005.
As despesas que não se enquadram no conceito do parágrafo anterior são
denominadas despesas não financeiras ou primárias, responsáveis por financiar
a oferta de serviços públicos à sociedade.

29. Os gastos de custeio e de manutenção das atividades dos órgãos da ad­


ministração pública são classificados como
a) Gasto Nominal.
b) Despesas Correntes.
c) Despesas de Capital.
d) Despesas Financeiras.
e) Necessidades de Financiamento do Setor Público.

Assunto: Despesas Públicas.


São despesas correntes as despesas de custeio e as transferências correntes.

30. As despesas orçamentárias podem ser classificadas segundo o critério


de Grupo de Natureza da Despesa (GND). As categorias do GND são:
a) Despesas com Pessoal e Encargos Sociais; Juros e Encargos da Dívi­
da; Investimentos; Amortização da Dívida externa.
b) Despesas com Capital; Juros e Encargos da Dívida; Inversões Finan­
ceiras; Amortização da Dívida.
c) Despesas com Pessoal; Encargos Sociais; Despesas Correntes; Juros
e Encargos da Dívida.
d) Despesas Correntes; Despesas Financeiras; Outras Despesas Corren­
tes; Investimentos; Inversões Financeiras; Amortização da Dívida.
e) Despesas com Pessoal e Encargos Sociais; Juros e Encargos da Dívi­
da; Outras Despesas Correntes; Investimentos; Inversões Financei­
ras; Amortização da Dívida.

Assunto: Despesas Públicas.


Vamos enumerar os conceitos para facilitar o aprendizado:

199 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Elemento:
Desmembram a despesa por gastos, como vencimentos, diárias, passa­
gens, etc.
Fonte de Recursos:
Discriminação por origem dos recursos orçamentários, como recursos
ordinários (impostos), contribuições (ex.: CÍDE), multas, tarifas, etc.
Função:
Detalha a área da ação governamental (ex.: função saúde, função agricul­
tura, etc.). Às vezes a função engloba ações de diversos órgãos.
Grupo de Natureza da Despesa - GND:
Despesas discriminadas por setores, como pessoal e encargos sociais, ju­
ros, outras despesas correntes (material de consumo, auxílio-alimentação etc.),
investimentos.

31. Analise o texto abaixo.


De acordo com o art. 35 da Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964, a admi­
nistração pública adota o ......para as receitas efetivamente ingressadas
no exercício financeiro e o ..... para as despesas empenhadas pagas e não
pagas no exercício financeiro. Para completá-lo corretamente as lacunas
devem ser preenchidas, respectivamente, por
a) regime de caixa - regime de competência.
b) sistema contábil - sistema fiscal.
c) regime de competência - regime de caixa.
d) princípio da não retroatividade - princípio da anualidade.
e) princípio da anualidade - princípio da não retroatividade.

Assunto: Regimes Contábeis.


O orçamento no Brasil adotou o regime misto, ou seja, caixa para a receita
e competência para a despesa.
O Art. 35 da Lei Federal n° 4320/64, dispõe:
Art. 35 - Pertencem ao exercíciofinanceiro:
I~ as receitas nele arrecadadas; e
II - as despesas nele legalmente empenhadas.
Observação: Muitas provas de concursos e até mesmo a doutrina ao tratar
sobre o regime de contabilidade pública no Brasil conceitua este regime como
misto, ou seja, caixa para as receitas e competência para as despesas. Entretan­

Denis Rocha 200


Prova 13 - Anaíista judiciário/Área Administrativa/TRF da 1a Região/2006

to, conforme Manuais da Secretaria do Tesouro Nacional, a Resolução CFC n°


750/1993 e pelo Apêndice II, aprovado pela Resolução CFC n° 1.111/2007, este
regime refere-se apenas ao regime orçamentário e não o da contabilidade.
Neste sentido, é muito comum encontrar na doutrina contábil desatuali­
zada a interpretação do artigo 35 da Lei n° 4.320/1964, de que na área pública
o regime contábil é um regime misto, ou seja, regime de competência para a
despesa e de caixa para a receita:
Lei 4.320/64
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I-~as receitas nele arrecadadas;
II - as despesas nele legalmente empenhadas.
Contudo, conforme Manuais da STN, a Contabilidade Aplicada ao Se­
tor Público, assim como qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos
princípios fundamentais de contabilidade. Dessa forma, aplica-se o princípio da
competência em sua integralidade, ou seja, tanto na receita quanto na despesa.
Na verdade, o artigo 35 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime
contábil, pois a contabilidade é tratada em título específico, no qual determina-
se que as variações patrimoniais devem ser evidenciadas, sejam elas indepen­
dentes ou resultantes da execução orçamentária-
“Título I X - D a Contabilidade
U
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados deforma a permitirem
o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da compo­
sição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o le­
vantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados
econômicos efinanceiros.
(...)
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orça­
mentária, financeira, patrimonial e industrial.

Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os re­


sultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes
dessa execução e as superveniências e insubsistências ativas e passivas, consti­
tuirão elementos da conta patrimonial.
U
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alte­
rações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução
orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercido."

201 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Observa-se que, além do registro dos fatos ligados à execução orçamentá­


ria, exige-se a evidenciação dos fatos ligados à administração financeira e patri­
monial, exigindo que os fatos modificativos sejam levados à conta de resultado
e que as informações contábeis permitam o conhecimento da composição pa­
trimonial e dos resultados econômicos e financeiros de determinado exercício.
A contabilidade deve evidenciar, tempestivamente, os fatos ligados à ad­
ministração orçamentária, financeira e patrimonial, gerando informações que
permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econô­
micos e financeiros.
Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no Patrimônio, deve ha­
ver o registro da receita em função do fato gerador, observando-se os Princípios
da Competência e da Oportunidade.

32. A classificação íuncional-programática representou um grande avanço


na técnica de apresentação orçamentária. A partir do orçamento do ano
2000, diversas modificações foram introduzidas nesta classificação. O
objetivo principal dessas mudanças foi
a) distinguir o Planejamento (Plano Plurianual - PPA) do Orçamento,
por intermédio da definição de novas Funções para as ações de go­
verno, avaliadas pelo M inistério Público.
b) articular o Planejamento (Plano Plurianual - PPA) e o Orçamento,
por intermédio da criação de Programas para todas as ações de go­
verno, com um gerente responsável por metas.
c) transformar o Orçamento (LDO e LOA) em elemento subsidiário
para o Planejamento (Plano Plurianual - PPA), por meio da defini­
ção de novas Funções para as ações de governo e com a criação de
um órgão responsável por avaliação de resultados.
d) fundir o Planejamento (Plano Plurianual - PPA) e o Orçamento,
por meio de novos critérios de classificação funcional-programáti-
ca, ficando a Comissão Mista do Orçamento responsável pela ava­
liação dos resultados.
e) centralizar o Planejamento (Piano Plurianual - PPA) e o Orçamen­
to no M inistério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio
da elaboração de planos quadrienais, controlados por órgãos seto­
riais de planejamento.

Assunto: Despesas Públicas.


De grande importância para a compreensão do orçamento são os critérios
de classificação das contas públicas. As classificações são utilizadas para facili­

Denis Rocha 202


Prova 13 - Analista judiciário/Área Administrativa/TRF da 1a Região/2006

tar e padronizar as informações que se deseja obter, possibilitando visualizar


o orçamento por Poder, por função de governo, por subfunção, por programa,
por categoria econômica.
A classificação funcional-programática representou um grande avanço na
técnica de apresentação orçamentária. Ela permitiu a vinculação das dotações
orçamentárias a objetivos de governo, que, por sua vez, eram viabilizados pelos
programas de governo. Esse enfoque permitiu uma visão do que o governo faz,
o que tinha significado bastante diferente do critério anterior, que visualizava o
que o governo comprava.
A partir do orçamento do ano 2000;, diversas modificações foram estabe­
lecidas na classificação vigente, procurando-se privilegiar o aspecto gerencial
do orçamento, com adoção de práticas simplificadoras e descentralizadoras.
O eixo principal dessas modificações foi a interligação entre o Planeja­
mento (Plano Plurianual ~ PPA) e o Orçamento, por intermédio da criação de
Programas para todas as ações de governo.
Assim, uma vez definido o programa e suas respectivas ações, classifica-se
a despesa, de acordo com a especificidade de seu conteúdo e produto, em uma
subfunção, independente de sua relação institucional, ou seja, independente de
em qual Ministério esteja localizada aquela ação.

33. Nas duas últimas décadas, várias medidas foram tomadas para aumen­
tar o controle e a transparência das contas públicas. Dentre essas medi­
das é INCORRETO afirmar que houve a
a) criação da Secretaria do Tesouro Nacional, em 1986, com a finalida­
de de unificar, gerir e contabilizar os pagamentos e recebimentos do
governo federal.
b) criação da Conta Ünica do Tesouro Nacional, em 1988, extinguindo
a conta movimento mantida no Banco do Brasil.
c) exclusão das despesas das autarquias, das fundações e dos fundos do
Orçamento Geral da União - OGU, a partir de 1988.
d) eliminação do orçamento monetário, incorporando suas despesas
ao Orçamento Geral da União - OGU.
e) implantação, em 1987, do Sistema Integrado de Administração Fi­
nanceira do Governo Federal - SIAFI.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


Excluir as despesas das autarquias, das fundações e dos fundos do Orça­
mento Geral da União é uma afirmativa absurda, o que torna a letra C incorreta.

203 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

34. O orçamento-programa foi introduzido no Brasil por meio da Lei n°


4.320/64 e do Decreto-Lei n° 200/67. A Constituição Federal de 1988
consolidou definitivamente o orçamento-programa no Brasil, ao vin­
cular o processo orçamentário ao PPA, à LDO e à LOA. Orçamento-
programa é um
a) documento que prevê apenas a fixação da despesa e a previsão da
receita, constituindo a principal peça contábil-financeira para a
orientação da ação governamental.
b) programa que compreende as metas e prioridades da Administração
Pública Federal, orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual,
dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a polí­
tica de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
c) documento que se preocupa com a efetividade e a eficiência dos gas­
tos públicos das estatais.
d) plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do go­
verno, por meio da identificação dos seus programas de trabalho,
projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a
serem implementados, bem como a previsão dos custos relacionados.
e) plano de trabalho que tem por finalidade estabelecer as diretrizes, obje­
tivos e metas da administração pública federal, de forma regionalizada,
orientando a ação governamental apenas dos governos subnacionais.

Assunto: Tipos de Orçamento.


Orçamento-Programa:
O orçamento-programa foi introduzido no Brasil através da Lei 4.320/64 e
do Decreto-lei 200/67. Pode ser entendido como um plano de trabalho, um instru­
mento de planejamento da ação do governo, através da identificação dos seus pro­
gramas de trabalho, projetos e atividades, estabelecendo objetivos e meias a serem
implementados, com a previsão dos custos relacionados.
Diferenças básicas entre o orçamento-programa e o orçamento tradicional.

- Documento apenas de previsão de receitas e fixação de despesas;


Orçamento
- Há somente a preocupação com a classificação das despesas
tradicional
por objeto do gasto;
- Integração planejamento-orçamento;
- Quantificação dos objetivos e fixação de metas;
Orçamento - Relação insumo-produto;
programa - Alternativas programáticas;
- Acompanhamento físico financeiro;
- Avaliação de resultados e gerência por objetivos.

Denis Rocha 204


Prova 1 3 - Analista judiciário/Área Administrativa/TRF da 1a Regiao/2006

35. Segundo § Io do art. 80 do Decreto-Lei n° 200/67, “toda e qualquer au­


toridade de cujos atos resultarem emissão de empenho, autorização de
pagamento, suprimento ou dispêndio de recurso da União ou pela qual
esta responda constitui
a) um agente público”.
b) uma unidade orçamentária”.
c) um ordenador de despesas”.
d) uma autoridade competente”.
e) um detentor de cargo público efetivo”.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


Os órgãos de contabilidade inscreverão como responsável todo o ordena­
dor da despesa, o qual só poderá ser exonerado de sua responsabilidade após
julgadas regulares suas contas pelo Tribunal de Contas. Ordenador de despesas
é toda e qualquer autoridade de cujos atos resultarem emissão de empenho,
autorização de pagamento, suprimento ou dispêndio de recursos da União ou
pela qual esta responda.
As despesas feitas por meio de suprimentos, desde que não impugna­
das pelo ordenador, serão escrituradas e incluídas na sua tomada de contas,
conforme previsão legal; quando impugnadas, deverá o ordenador determi­
nar imediatas providências administrativas para a apuração das responsa­
bilidades e imposição das penalidades cabíveis, sem prejuízo do julgamento
da regularidade das contas pelo Tribunal de Contas.
Além disso, todo ordenador de despesa ficará sujeito à tomada de contas
realizada pelo órgão de contabilidade e verificada pelo órgão de auditoria inter­
na, antes de ser encaminhada ao Tribunal de Contas.
É bom salientar também que o funcionário que receber suprimento de
fundos é obrigado a prestar contas de sua aplicação, procedendo-se, auto­
maticamente, a tomada de contas se não o fizer no prazo assinalado.

36. Considere o texto abaixo.


De acordo com os conceitos contábeis e orçamentários estabelecidos, re­
ceita ......é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos
não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não
constituem obrigações correspondentes e por isto alteram a situação lí­
quida patrimonial; enquanto receita........é aquela em que os ingressos de
disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do e conheci­
mento do direito e por isto não alteram a situação líquida patrimonial.

205 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Para completá-lo corretamente as lacunas devem ser preenchidas, res­


pectivamente, por
a) efetiva - não efetiva.
b) nominal - real.
c) prevista - não prevista.
d) antecipada - postergada.
e) estimada - incorporada.

Assunto: Receitas Públicas.


Receitas efetivas ~ São as provenientes das funções próprias do setor pú­
blico, enquanto agente arrecadador, além das receitas utilizadas nas despesas de
manutenção da máquina pública. São as chamadas receitas próprias, provenien­
tes de tributos, receitas patrimoniais, industriais, agropecuárias, além de outras
receitas correntes, arrecadados pela administração direta, conceituados ainda
como tributos diretos.
A Secretaria do Tesouro Nacional prescreve que a receita pública efetiva
é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram pre­
cedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações
correspondentes.
Receitas não efetivas - Correspondem ao aumento do ativo, concomi-
tantemente, a um aumento do passivo ou a uma diminuição do próprio ativo.
Exemplo: receitas de capital pela alienação de ativos ou receitas de capital pela
contratação de operações de crédito passivas. Há uma mutação patrimonial,
por exemplo, o órgão ganha dinheiro e também ganha uma dívida.

Gabarito

27. E
28. A
29. B
30. E
31. A
32. B
33. C
34. D
35. C
36. A

Denis Rocha 206


Prova 14

Auditor/TCE-MG/2005

91. A abertura dos créditos


a) especiais e extraordinários depende da existência de recursos dispo­
níveis para ocorrer a despesa e será precedida de solicitação.
b) especiais e suplementares depende da existência de recursos dispo­
níveis para ocorrer a despesa e será precedida de solicitação.
c) especiais e extraordinários depende da existência de recursos dispo­
níveis para ocorrer a despesa e será precedida de justificativa.
d) suplementares e especiais depende da existência de recursos disponí­
veis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
e) suplementares e especiais não depende da existência de recursos dis­
poníveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justi­
ficativa.

Assunto: Créditos Adicionais.


Os Créditos Adicionais são as autorizações de despesa não computadas
ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Podem ser de três tipos:
1 - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;
2 - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação or­
çamentária específica;
3 - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em
caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
Atenção especial para as famosas pegadinhas nas provas, tão comuns na
Fundação Carlos Chagas!
Conforme os arts. 42 e 43 da Lei 4.320/64 , os créditos suplementares e
especiais serão autorizados p o r lei e abertos por decreto executivo; a abertura
dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos dis­
poníveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa, e
não precedida de solicitação, como afirma a alternativa B.
Segue quadro comparativo para melhor entendimento do assunto com os
respectivos pontos importantes.

207
Coleção Provas Comentadas da FCC

Espécie Suplementares Especiais Extraordinários


Finalidade Reforço de Atender a Atender a despesas
dotação programas, imprevisíveis e
orçamentária já projeto, atividade, urgentes.
existente. operações
especiais não
contemplados no
orçamento.
Autorização Prévia Prévia, Independe.
legislativa (necessidade de necessidade de
autorização), autorização na lei
podendo ser específica.
incluída na
própria LOA ou
em lei específica.
Forma de Decreto do Decreto do Na União, por
abertura executivo. executivo. meio de medida
provisória.
Nos Estados, DF
e Municípios se
dá por decreto do
executivo, com
remessa imediata
ao Legislativo
ou por MP, se
houver previsão
na constituição
do estado ou na
lei orgânica do
município.
Indicar Sim Sim Não
a fonte
(recursos
disponíveis)
Limite Obrigatório, Obrigatório, Obrigatório,
indicado na lei indicado na lei indicado na MP
de autorização de autorização ou no decreto de
e no decreto de e no decreto de abertura.
abertura. abertura.

Denis Rocha 208


Prova 14 - Auditor/TCE-MG/2005

Vigência No exercício em No exercício. No exercício.


que foi aberto.
Prorrogação Não permitida. Só quando Só quando
autorizado autorizado
em um dos 4 em um dos 4
últimos meses do últimos meses do
exercício, e desde exercício e desde
que a lei assim o que o decreto de
permitisse. abertura ou MP
assim o permitisse.

Os créditos suplementares e especiais são autorizados por Lei (autoriza­


ção legislativa) e abertos por decreto do Poder Executivo.
Os créditos extraordinários serão abertos por MP (União) e submetidos
imediatamente ao Poder Legislativo.
Na LOA poderá haver autorização para abertura somente do crédito adi­
cional suplementar.
O chefe do Poder Executivo pode autorizar a abertura do crédito adicional
suplementar até 20% do total das receitas correntes ou da receita corrente líquida.
CF, art. 167, § 2°. Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização
for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, rea­
bertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercí­
ciofinanceiro subsequente.
É importante destacar que a exceção é do ato de autorização e não do ato
de abertura, e, mesmo assim, quando for promulgado, e não publicado. É neces­
sário saber a diferença entre promulgação e publicação.
Sansão Promulgação Publicação
- Ê a concordância - Atesta a existência; - É requisito para a
do chefe do executivo - Ato declaratório; eficácia da lei;
(presidente, governador - Mostra que a lei é - Impõe sua
ou prefeito). executável, mas ainda obrigatoriedade.
- O prazo para sanção é não é obrigatória.
de 15 dias, transcorrido,
a sanção é tácita.
- A sanção do chefe do
Executivo não supre o
vício de iniciativa.

209 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Créditos extraordinários Não há necessidade de indicar a fonte.


Independe de autorização legislativa.
Quais são as fontes de recursos para abertura de Créditos Adicionais?

Muito cuidado: o a r t 43, § I o, considera recursos para abertura de créditos,


desde que não comprometidos:
I. o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício ante­
rior; (Perceba que tem de ser do exercício anterior)
II. os provenientes de excesso de arrecadação;
III. os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou
de créditos adicionais, autorizados em Lei;
IV. o produto de operações de crédito autorizadas, emforma quejuridicamen­
te possibilite ao Poder Executivo realizá-las. (Estas operações de créditos não
são as operações de crédito por antecipação da receita - ARO)
Enfim, a seguir os comentários de cada alternativa:
a) Nos créditos extraordinários não há a necessidade de indicar a fonte.
Já os créditos especiais dependem da existência de recursos disponí­
veis para ocorrer a despesa e a abertura será precedida de exposição
justificativa, e não precedida de solicitação.
b) O correto é “precedida de exposição justificativa”.
c) Nos créditos extraordinários não há necessidade de indicar a fonte e a
abertura também não precisa ser precedida de exposição justificativa.
d) Segundo art. 43 da Lei 4.320/64, “a abertura dos créditos suplemen­
tares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para
ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa”
e) Os créditos especiais dependem da existência de recursos disponíveis para
ocorrer a despesa e a abertura será precedida de exposição justificativa.

Denis Rocha 210


Prova 14 - Auditor/TCE-MG/2005

92. É correto afirmar que o empenho

a) de despesa é o ato praticado por autoridade competente que não cria


para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de imple­
mento de condição.
b) é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obri­
gação de recebimento pendente ou não de implemento de condição.
c) de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para
o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento
de condição.
d) de despesa é o ato praticado por servidor público que cria para o
Estado o direito de pagamento.
e) de receita é o ato emanado de autoridade competente que cria o Es­
tado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de
condição.

Assunto: Despesas Públicas.


O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que
cria para o Estado a obrigação de pagamento pendente ou não de implemento
de condição. É bom salientar também que, segundo a Lei 4.320/64, é vedada a
realização de despesa sem prévio empenho.
O assunto empenho é muito cobrado em concursos, o importante aqui é
saber o seu conceito e os tipos de empenhos realizados na Administração Pú­
blica. São tipos de empenho os empenhos ordinários, por estimativas e globais.

Empenho por
Empenho ordinário Empenho global
estimativa
Para despesas contratuais
Para despesas cujo Para despesas cujo
e outras sujeitas a
montante seja montante não se possa
parcelamento.
previamente conhecido determinar.
Exemplo: também pode
e o pagamento deva Exemplo: conta de luz e
haver nas contas de
ocorrer de uma só vez. de água.
água e luz.

Cuidado:

dispensar a emissão da Nota de Empenho. (Não é o


A lei poderá
empenho)
A lei não poderá dispensar o empenho.
Pode haver anulação Parcial do empenho.

211 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

93. A liquidação de despesa consiste na verificação do direito adquirido


pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do
respectivo crédito. Com relação a essa verificação é INCORRETO afir­
mar que tem por fim apurar
a) a origem e o objeto do que se deve pagar.
b) os comprovantes da entrega do material ou da prestação do serviço.
c) a importância exata a pagar.
d) a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
e) a origem e o objeto do que se deve pagar e a importância exata a pagar.

Assunto: Despesas Públicas.


A Liquidação é um dos estágios da despesa na Administração Pública.
São estágios da despesa:
De acordo com a Lei 4.320/64:
1- Empenho;
2 - Liquidação;
3 - Pagamento.
De acordo com o Professor Lino Martins da Silva, entre outros:
1 - Fixação;
2 - Empenho;
3 ~ Liquidação;
4 - Pagamento.
Fixação: esse estágio refere-se à estimativa, pelo Poder Público, do quanto
irá ser alocado em cada dotação, sendo o montante o limite a ser gasto, visando
o atendimento das necessidades coletivas.
Empenho : é o ato emanado de poder competente que cria para o Estado
uma obrigação de pagamento, independente da execução da atividade que ge­
rou esta obrigação, ou seja, independente da entrega do material, da medição da
obra ou da prestação dos serviços contratados.
Liquidação: consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, ten­
do por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo credor. Cabe
observar que essa verificação tem por finalidade apurar:
I. a origem e o objeto do que se tem que pagar;
II. a importância exata a pagar;
III. a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
Perceba que não há finalidade de apurar os comprovantes da entrega do
material ou da prestação do serviço. Portanto, a alternativa B está incorreta.

Denis Rocha 212


Prova 74-Auditor/TCE-M G/2005

Pagamento: é o último estágio da despesa. O pagamento da despesa será


efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídas, por estabeleci­
mentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adianta­
mento ou suprimento de fundos.

94. Na Lei de Orçamento para efeito de classificação da despesa considera-


se material permanente o de duração

a) inferior a um ano.
b) igual a 18 meses.
c) igual ou superior a um ano.
d) inferior a dois anos.
e) superior a dois anos.

Assunto: Avaliação dos Elementos Patrimoniais.


Questão literal retirada da Lei 4.320/64. Para efeito de classificação da
despesa, considera-se material permanente o de duração superior a dois anos.
Ê importante destacar que material permanente é uma despesa de capital -
investimentos.

95. É correto afirmar que caso não se possa determinar o montante exato da
despesa»
a) o empenho da despesa não poderá ser realizado.
b) o empenho da despesa será feito sem estabelecer o valor.
c) o empenho da despesa será feito por estimativa.
d) o valor da despesa constará como sendo um lim ite máximo.
e) o empenho da despesa será feito com o valor real da despesa.

Assunto: Despesas Públicas.


Esta questão é resolvida com os conceitos de empenho.
Empenho por
Empenho ordinário Empenho global
estimativa
Para despesas contratuais
Para despesas cujo Para despesas cujo
e outras sujeitas a
montante seja montante não se possa
parcelamento.
previamente conhecido determinar.
Exemplo: também pode
e o pagamento deva Exemplo: conta de luz e
haver nas contas de
ocorrer de uma só vez. de água.
água e luz.

213 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Gabarito

91. D
92. C
93. B
94. E
95. C

Denis Rocha 214


Prova 15

Analista de Controle Externo/TCE-MA/2005

76. NÃO é parte integrante da Lei de Orçamento o


a) quadro das dotações por órgãos do governo e da administração.
b) quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislações.
c) sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do
governo.
d) quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias
econômicas na forma do Anexo no 1.
e) quadro geral da despesa por fontes e da receita por funções de es­
tado.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de for­
ma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do
Governo, obedecidos aos princípios de unidade, universalidade e anualidade.
Integrarão a Lei de Orçamento:
I. Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Go­
verno;
II. Quadro demonstrativo da Receita e Despesa, segundo as Categorias
Econômicas;
III. Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;
IV. Quadro das dotações por órgãos do Governo e da Administração.
O quadro geral da despesa por fontes e da receita por funções de estado
não integra parte da lei orçamentária.

77. A Lei de Orçamento conterá discriminação


a) somente da receita de forma a evidenciar a política econômico-fi-
nanceira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os prin­
cípios de clareza, competência e pluralidade.
b) somente da despesa de forma a evidenciar a política econômico-fi-
nanceira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os prin­
cípios de clareza, competência e unidade.

215
Coleção Provas Comentadas da FCC

c) da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômico-fi-


nanceira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os prin­
cípios de unidade, universalidade e anualidade.
d) somente da receita de forma a evidenciar a política econômico-fi-
nanceira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os prin­
cípios de clareza, competência e anualidade.
e) somente da despesa de forma a evidenciar a política econômico-íi-
nanceira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os prin­
cípios de clareza, competência e universalidade.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de for­
ma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do
Governo, obedecidos aos princípios de unidade, universalidade e anualidade.

78. Constarão da Lei de Orçamento todas as


a) receitas e despesas pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.
b) receitas pelos seus líquidos, já incluídas as deduções.
c) despesas pelos seus brutos, incluindo os acréscimos.
d) receitas e despesas pelos seus líquidos, já incluídas as deduções.
e) receitas e despesas pelos seus brutos, incluídos os acréscimos.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de ope­
rações de crédito autorizadas em lei. É importante destacar que não são consi­
deradas como inseridas na Lei do Orçamento as operações de crédito por ante­
cipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensató­
rias, no ativo e passivo financeiros.
A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos
do Governo e da administração centralizada, ou que por intermédio deles se
devam realizar.
Não consignará dotações globais destinadas a atender, indiferentemente, a
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer ou­
tras, ressalvado o disposto no a rt 20 da Lei 4.320/64 e seu parágrafo único.
É bom salientar também que é o princípio do orçamento bruto que afir­
ma que todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus
totais, sendo vedadas quaisquer deduções.

Denis Rocha 216


Prova 15 - Analista de Controie Externo/TCE-MA/2005

79. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de


a) pessoas não subordinadas ao mesmo órgão ou repartição.
b) recursos subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que será
consignado classificação genérica.
c) serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que será
consignada classificação genérica.
d) serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que será
consignada classificação própria.
e) pessoas e recursos subordinados a diversos órgãos a que serão con­
signados recursos genéricos.

Assunto: Papel dos Agentes no Processo de Elaboração.


Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordina­
dos ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias.
Em casos excepcionais, serão consignadas dotações a unidades administrativas
subordinadas ao mesmo órgão.
A seguir, comentários sobre as competências de cada órgão.
Secretaria de Orçamento Federal:
- Definição de diretrizes gerais para o processo orçamentário federal;
- Coordenação do processo de elaboração dos Projetos de Lei de Diretrizes
Orçamentárias Anuais (PLDO) e do orçamento anual da União;
- Análise e definição das ações orçamentárias que comporão a estrutura programática
dos órgãos e unidades orçamentárias no exercício;
- Fixação de normas gerais de elaboração dos orçamentos federais;
- Orientação, coordenação e supervisão técnica dos órgãos setoriais de orçamento;
- Fixação de parâmetros e referenciais monetários para a apresentação das propostas
orçamentárias setoriais;
- Análise e validação das propostas setoriais;
- Consolidação e formalização da proposta orçamentária da União; e
- Coordenação das atividades relacionadas à tecnologia de informações orçamentárias
necessárias ao trabalho desenvolvido pelos agentes do sistema orçamentário
federal.

217 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Órgão Setorial:
O órgão setorial desempenha o papel de articulador no seu âmbito, atuando vertical­
mente no processo decisório e integrando os produtos gerados no nível subsetorial,
coordenado pelas unidades orçamentárias. Sua atuação no processo de elaboração
envolve:
- Estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração da proposta orçamentária;
- Avaliação da adequação da estrutura programática e mapeamento das alterações
necessárias;
- Formalização ao MP da proposta de alteração da estrutura programática;
- Coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento da qualidade das infor­
mações constantes do cadastro de programas e açôes;
- Fixação, de acordo com as prioridades setoriais, dos referenciais monetários para
apresentação das propostas orçamentárias das unidades orçamentárias;
- Definição de instruções, normas e procedimentos a serem observados no âmbito do
órgão durante o processo de elaboração da proposta orçamentária;
- Coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária no âmbito do
órgão setorial;
- Análise e validação das propostas orçamentárias provenientes das unidades orça­
mentárias; e
- Consolidação e formalização da proposta orçamentária do órgão._____________

Unidade Orçamentária:
A unidade orçamentária desempenha o papel de coordenadora do processo de ela­
boração da proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articu­
lando o trabalho das unidades administrativas componentes. Trata-se de momento
importante do qual dependerá a consistência da proposta do órgão, no que se refere
a metas, valores e justificativas que fundamentam a programação.
As unidades orçamentárias são responsáveis pela apresentação da programação orçamen­
tária detalhada da despesa por programa, ação orçamentária e subtítulo. Seu campo de
atuação no processo de elaboração compreende:
- Estabelecimento de diretrizes no âmbito da unidade orçamentária para elaboração
da proposta orçamentária;
- Estudos de adequação da estrutura programática do exercício;
- Formalização ao órgão setorial da proposta de alteração da estrutura programática
sob a responsabilidade de suas unidades administrativas;
- Coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das informações cons­
tantes do cadastro de ações orçamentárias;
- Fixação, de acordo com as prioridades, dos referenciais monetários para apresentação
das propostas orçamentárias das unidades administrativas;
- Análise e validação das propostas orçamentárias das unidades administrativas; e
- Consolidação e formalização da proposta orçamentária da unidade orçamentária.

Denis Rocha 218


Prova 15 - Analista de Controle Externo/TCE-MA/2005

80. O tributo é conceituado como uma receita

a) própria, instituída pelas entidades de direito privado, compreen­


dendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Consti­
tuição e das leis vigentes em matéria tributária, destinando~se seu
produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por
essas entidades.
b) derivada, instituída pelas entidades de direito público, compreendendo
os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e das
leis vigentes em matéria tributária, destinando-se seu produto ao cus­
teio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades.
c) própria, instituída pelas entidades de direito público, compreenden­
do os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição
e das leis vigentes em matéria tributária, destinando-se seu produto
ao custeio de atividades gerais exercidas por essas entidades.
d) derivada, instituída pelas entidades de direito privado, compreenden­
do os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e
das leis vigentes em matéria tributária, destinando-se seu produto ao
custeio de atividades específicas exercidas por essas entidades.
e) própria, instituída pelas entidades de direito público, compreenden­
do os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição
e das leis vigentes em matéria tributária, destinando-se seu produto
ao custeio de atividades específicas exercidas por essas entidades.

Assunto: Receitas Públicas.


Receita é um termo utilizado mundialmente pela contabilidade para evi­
denciar a variação ativa resultante do aumento de ativos ou da redução de pas­
sivos de uma entidade, demonstrando o aumento da situação líquida patrimo­
nial, qualquer que seja o proprietário.
A receita é a expressão monetária resultante do poder de tributar ou do
agregado de bens ou serviços da entidade, validada pelo mercado em um deter­
minado período de tempo e que provoca um acréscimo concomitante no ativo
ou uma redução do passivo, com um acréscimo correspondente no patrimônio
líquido, abstraindo-se do esforço de produzir tal receita representado pela re­
dução (despesa) do ativo ou acréscimo do passivo e correspondente redução do
patrimônio líquido.

219 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Conforme Lei 4.320/64:


Da Receita
A rt 9a Tributo e a receita derivada instituída pelas entidades de direito publi­
co, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da cons­
tituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto
ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades.

81. A Lei de Orçamento não consignará como Transferência de Capital o auxí­


lio para investimentos que se devam incorporar ao patrimônio das empresas
a) privadas de fins lucrativos.
b) públicas de fins lucrativos.
c) privadas sem fins lucrativos.
d) públicas sem fins lucrativos.
e) públicas e privadas sem fins lucrativos.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


A Lei de Orçamento não consignará auxílio para investimentos que se
devam incorporar ao patrimônio das empresas privadas de fins lucrativos.

82. Na proposta orçamentária a estimativa da receita terá por base as de­


monstrações
a) mensais da receita prevista, segundo as rubricas, a arrecadação dos
cinco últimos exercícios, pelo menos, bem como as circunstâncias
de ordem conjuntural e outras que possam afetar a produtividade
de cada fonte de receita.
b) mensais da receita arrecadada, segundo as rubricas, a arrecadação
dos três últimos exercícios, pelo menos, bem como as circunstâncias
de ordem conjuntural e outras que possam afetar a produtividade
de cada fonte de receita.
c) mensais da receita arrecadada, segundo as rubricas, a arrecadação
dos dois últim os exercícios, pelo menos, e outras que possam afetar
a produtividade de cada fonte de receita.
d) mensais da receita prevista, segundo as rubricas, a arrecadação dos
três últimos exercícios, pelo menos, e as circunstancias de ordem
conjuntural.
e) plurianuais da receita arrecadada, segundo as rubricas, a arrecada­
ção dos três últim os exercícios e a projeção para os três seguintes,
pelo menos, e as circunstâncias de ordem conjuntural.

Denis Rocha 220


Prova 1 5 - Analista de Controle Externo/TCE-MA/2005

Assunto: Receitas Públicas.

Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecadação organizar demons­


trações mensais da receita arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de
base à estimativa da receita, na proposta orçamentária.
A estimativa da receita terá por base as demonstrações da arrecadação dos
três últimos exercícios, levando em consideração as circunstâncias de ordem con­
juntural e outras que possam afetar a produtividade de cada fonte de receita.

83. Pertencem ao exercício financeiro as receitas


a) previstas e as despesas nele liquidadas.
b) nele recolhidas e as despesas empenhadas.
c) nele arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas.
d) lançadas e as despesas pagas.
e) nele previstas e as despesas nele legalmente pagas.

Assunto: Regimes Contábeis.


O Orçamento no Brasil adotou o regime misto, ou seja, caixa para a recei­
ta e competência para a despesa.
O art. 35 da Lei Federal 4.320/64, dispõe:
A r t 35 - Pertencem ao exercício financeiro:
1. as receitas nele arrecadadas; e
II as despesas nele legalmente empenhadas.
Observação: Muitas provas de concursos e até mesmo a doutrina ao tratar
sobre o regime de orçamento no Brasil conceitua este regime como misto, ou
seja, caixa para as receitas e competência para as despesas. Entretanto, confor­
me Manuais da Secretaria do Tesouro Nacional, a Resolução CFC n° 750/1993
e pelo Apêndice II, aprovado pela Resolução CFC n° 1.111/2007, este regime
refere-se apenas ao regime orçamentário e não o da contabilidade.
Neste sentido, é muito comum encontrar na doutrina contábil desatuali­
zada a interpretação do artigo 35 da Lei n° 4.320/1964, de que na área pública
o regime contábil é um regime misto, ou seja, regime de competência para a
despesa e de caixa para a receita:
Lei 4.320/64:
Art. 35. Pertencem ao exercíciofinanceiro:
I - a s receitas nele arrecadadas;
II - as despesas nele legalmente empenhadas.

221 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Contudo, conforme Manuais da STN, a Contabilidade Aplicada ao Se­


tor Público, assim como qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos
princípios fundamentais de contabilidade. Dessa forma, aplica-se o princípio da
competência em sua integralidade, ou seja, tanto na receita quanto na despesa.
Na verdade, o artigo 35 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime
contábil, pois a contabilidade é tratada em título específico, no qual determina-
se que as variações patrimoniais devem ser evidenciadas, sejam elas indepen­
dentes ou resultantes da execução orçamentária.
Título I X - D a Contabilidade
U
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados deforma a permitirem
o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da compo­
sição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o le­
vantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados
econômicos efinanceiros.
U
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orça­
mentária, financeira, patrimonial e industrial
u
Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial que abrangem os re­
sultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes
dessa execução e as superveniências e insubsistências ativas e passivas, consti­
tuirão elementos da conta patrimonial.
u
A rt 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alte­
rações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução
orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercido.
Observa-se que, além do registro dos fatos ligados à execução orçamentá­
ria, exige-se a evidenciação dos fatos ligados à administração financeira e patri­
monial, exigindo que os fatos modificativos sejam levados à conta de resultado
e que as informações contábeis permitam o conhecimento da composição pa­
trimonial e dos resultados econômicos e financeiros de determinado exercício.
A contabilidade deve evidenciar, tempestivamente, os fatos ligados à ad­
ministração orçamentária, financeira e patrimonial, gerando informações que
permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econô­
micos e financeiros.
Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no Patrimônio, deve ha­
ver o registro da receita em função do fato gerador, observando-se os Princípios
da Competência e da Oportunidade.

Denis Rocha 222


Prova 1 5 - Analista de Controle Externo/TCE-MA/2005

84. Os créditos extraordinários serão abertos por


a) medida provisória do Poder Executivo, que submeterá a aprovação
do Poder Legislativo.
b) lei complementar do Poder Legislativo, que dará imediato conheci­
mento ao Poder Executivo.
c) lei ordinária do Poder Legislativo, que dará imediato conhecimento
ao Poder Executivo.
d) decreto do Poder Executivo, que submeterá a imediata aprovação do
Poder Legislativo.
e) decreto do Poder Executivo» que dará imediato conhecimento ao Po­
der Legislativo.

Assunto: Créditos Adicionais.


Os Créditos Adicionais são as autorizações de despesa não computadas
ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Podem ser de três tipos:
1 - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;
2 - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação or­
çamentária específica;
3 - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em
caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
Lei 4.320/64, art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do
Poder Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.

85. A nota de empenho indicará além do nome do credor, a


a) comprovação da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
b) especificação e a importância da despesa, apenas.
c) destinação e a importância da despesa.
d) representação e a importância da despesa bem como a dedução des­
ta do saldo da dotação própria.
e) especificação da despesa, apenas.

Assunto: Despesas Públicas.


O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria
para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
Para cada empenho será extraído um documento denominado “nota de
empenho”, que indicará o nome do credor, a representação e a importância da
despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

223 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

86. O controle da execução orçamentária compreenderá, dentre outras,


a) o cumprimento dos atos de que resultem a arrecadação da receita e
a realização da despesa.
b) a legalidade funcional dos agentes da administração responsáveis
por valores públicos.
c) a fidelidade do programa de trabalho» expresso em termos monetários.
d) o cumprimento funcional dos agentes da administração responsá­
veis por bens e valores públicos.
e) a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receite ou a rea­
lização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações.

Assunto: Tipos de Controle e Normas Aplicáveis.


O controle da execução orçamentária compreenderá:
I. a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a rea­
lização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II. a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por
bens e valores públicos;
III. o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos mone­
tários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.

87. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias,


a) bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraor­
çamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do
exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.
b) conjugadas com os saldos patrimoniais que se transferem para o
exercício seguinte.
c) bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorça­
mentária, e os resultados patrimoniais.
d) bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorça­
mentária, conjugados com os saldos de dotações a executar.
e) conjugadas com os saldos patrimoniais do exercício.

Assunto: Balanços Públicos.


Confome Lei 4.320/64:
Balanço Demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com
Orçamentário as realizadas.

Denis Rocha 224


Prova 75 - Analista de Controle Extemo/TCE-MA/2005

O Balanço Demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os re­


Financeiro cebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conju­
gados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e
os que se transferem para o exercício seguinte.
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computa­
dos na receita extraorçamentária para compensar sua inclusão na
despesa orçamentária.
Dem. das Evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes
Variações ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resulta­
Patrimoniais do patrimonial do exercício.
O Balanço Demonstrará:
Patrimonial I - 0 Ativo Financeiro;
I I - 0 Ativo Permanente;
III - 0 Passivo Financeiro;
IV - 0 Passivo Permanente;
V - 0 Saldo Patrimonial;
VI - As Contas de Compensação.
§ 1° 0 Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores re­
alizáveis independentemente de autorização orçamentária e os
valores numerários.
§ 2o 0 Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valo­
res, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização le­
gislativa.
§ 3° 0 Passivo Financeiro compreenderá as dividasfundadas e outras,
cujo pagamento independa de autorização orçamentária.
§ 4 ° 0 Passivo Permanente compreenderá as dividas fundadas e
outras que dependam de autorização legislativa para amortiza­
ção ou resgate.
§ 5o Nas contas de compensação serão registrados os bens, va­
lores, obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos
anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar
o patrimônio.

88. O Balanço Patrimonial NÁO demonstrará


a) o Ativo Financeiro.
b) o Saldo Patrimonial.
c) o Patrimônio Líquido.
d) as Contas de Compensação.
e) o Passivo Permanente.

225 A FO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Balanços Públicos.


No Balanço Patrimonial, na Lei 4.320/64, não há a conta Patrimônio Lí­
quido, conforme modelo abaixo:
Ativo Passivo
Ativo Financeiro (AF) Passivo Financeiro (PF)
• Conta Única do Tesouro ■ Depósitos de Diversas Origens - Ter­
• Caixa / Banco ceiros
• Créditos a Receber Salário-famüia • Fornecedores
• Realizável • Contas a Pagar
• Diversos Responsáveis - Realizável • Débitos de Tesouraria
• Serviços da Dívida
• Restos a Pagar

Ativo Permanente (AP) Passivo Permanente (PP)


• Diversos Responsáveis Apurados • Provisão Para 13° Salário
(Valores) • Dívida Fundada
• Almoxarifado • Operações de Crédito em Títulos ou
• Dívida Ativa em Contratos
• Empréstimos Concedidos
• Bens
Ativo Real (AR = AF + AP) Passivo Real (PR -PF + PP)
Saldo Patrimonial Saldo Patrimonial
Passivo Real Descoberto (PRD = PR> AR) Ativo Real Líquido (ARL = AR > PR)
Ativo Compensado (AC) Passivo Compensado (PC)
• Contratos de Serviços • Direitos e Obrigações Contratadas
• Diversos Responsáveis em Apuração. • Contrapartidas de Valores em Poder de
• Realização de Receitas Orçamentárias Terceiros e Valores Nominais
• Dotação da Despesa Orçamentária • Previsão de Receitas
• Realização de Despesas
Valores em Poder de Terceiros
Valores Nominais
ATIVO TOTAL (AR + PRD + AC) PASSIVO TOTAL(PR+ARI+ PC)

Observação: Atualmente, o levantamento do Balanço Patrimonial é feito pelo


sistema Siaíi ou pelo Siafem, apresentando algumas peculiaridades. O ativo e pas­
sivo permanente recebem o nome de ativo e passivo não financeiro; a comparação
dos totais do ativo e passivo real é feita, pelo patrimônio líquido, em vez de saldo pa­
trimonial; há também as contas já conhecidas na contabilidade empresarial, como
ativo circulante, realizável a longo prazo, entre outras.

Denis Rocha 226


Prova 1 5 - Analista de Controle Externo/TCE-MA/2005

Assim, o Balanço Patrimonial no Siafi é formado a partir dos princípios


estabelecidos na Lei 4.320/64, seguindo também o que dispõe a Lei 6.404/76
(contabilidade empresarial), visando apresentar, com abrangência e fidedigni-
dade, a real situação do patrimônio, compreendidas nessa definição toda a ad­
ministração direta e indireta.
Balanço patrimonial - conforme o Siafi/Siafem:
Ativo Passivo
Ativo Financeiro Passivo Financeiro
• Disponível • Depósitos
• Créditos em Circulação • Obrigações em Circulação
• Restos a Pagar
Ativo Não Financeiro Passivo Não Financeiro
• Realizável a Curto Prazo • Valores Pendentes a Curto Prazo
Créditos em Circulação • Exigívei a Longo Prazo
Bens e Valores em Circulação
• Realizável a Longo Prazo
Depósitos e Créditos Realizáveis
• Permanente
Investimentos / Imobilizados
Ativo Real Passivo Real
Patrimônio Líquido
• Patrimônio/Capital
• Resultado Acumulado
• Resultado do Período
Ativo Compensado Passivo Compensado
* Compensações Ativas Diversas « Compensações Passivas Diversas

Lei 4.320/64:
A r t 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:
I. O Ativo Financeiro;
II. O Ativo Permanente;
IIL O Passivo Financeiro;
IV. O Passivo Permanente;
V. O Saldo Patrimonial;
VI. As Contas de Compensação.
§ I o O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis inde­
pendentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.

22 7 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

§ 2o O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobi­


lização ou alienação dependa de autorização legislativa.
§ 3o O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outras, cujo
pagamento independa de autorização orçamentária.
§ 4o O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que
dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.
§ 5oNas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações
e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou
indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.
PERMANENTE ------------------ ►DEPENDE DE AUTORIZAÇÃO
FINANCEIRO __________ > INDEPENDE DE AUTORIZAÇÃO
Atenção: pode cair uma questão tratando de Balanço Patrimonial usan­
do contas com nome Diversos Responsáveis. A forma correta de classificar é:

Outro ponto também muito cobrado nas provas é as respectivas contas de


ativo e passivo compensado:
Realização de Receitas Orçamentárias
Dotação da Despesa Orçamentária. ----------------- ► Ativo Compensado
Previsão de Receitas
Realização de Despesas. ----------------------------- ► Passivo Compensado
Observação: A partir de 2010 e obrigatoriamente em 2012 para a União,
Estados e Distrito Federal e 2013 para os Municípios estarão em vigor novos
modelos de balanços públicos. Entre eles estão o Balanço Patrimonial

Denis Rocha 228


Prova 15 - Analista de Controle Extemo/TCE-MA/2005

Nova Estrutura:
B A LA N Ç O PA TRIM O N IAL
ATIVO PA SSIVO
ESPECIRCAÇAO EXERCÍCIO ATUAL EXERCiCÍO ANTERIOR £ SPECÍFíCAÇÃÚ EXERCÍCIO ATUAL EXERCiCÍO AHTEftSOR
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
CAIXA OSRíGAÇO&S DE CURTO PRAZO
APAÊAít
REAUZÁVEl 06 CURTO PRAZO CONTAS A PAGAR
ESTOQUES
VAfttAÇÔES PATRIMOíítAíS
OiMiNUTlVAS PAGAS
ANTECiPAÜAÍ<£NTE

ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE


OBRIGAÇÕES A PAGAR £>£
REALIZÁVEL A tCSíGO PRAZO LONGO PRA20
in vestim en to PROVISÕES OÊLONGO PRA20
IMOBILIZADO RESULTADO OSFERÍOO
lf>íTANCívEL
TOTAL DO PASSIVO

PATRIMÔNIO ÜQUIDO
ESPECIFICAÇÃO EXERCiCÍO ATUAL EXERCiCÍO AHTERiOR
PATRIMÔNÍO SOCIAL
RESERVAS DE CAPÍTAL
AJUSTES OE AVALIAÇÃO
PATRIMONIAL
RESERVAS DE LUCROS
RESULTADOS ACUWULADOS
AÇÔES/COTAS EM TESOURARIA

TO TAL DO PATRIMONiO
LÍQUIDO

TOTAL TOTAL

ESPECIRCAÇAO EXERCICÍO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR ESPÉàFíC A C A O EXERCÍCIO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR
ATíVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCBRO
ATÍVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTE
SA1X30 PATRÍMONÍAL

ESPÊCIRCACÃO EXERCiCÍO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR ESPECiFICAÇAO EXERCÍCIO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR
SALDO DOS ATOS SALOOS DOS ATOS
POTENCIAÍS DO ATIVO POTENCIAIS DO PASSIVO
TOTAL TOTAL

89. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal:

a) previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência


constitucional do ente da Federação.
b) instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da
competência constitucional do ente da Federação.
c) instituição e efetiva arrecadação de todos os tributos da competên­
cia constitucional do ente da Federação.
d) efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitu­
cional do ente da Federação.
e) previsão e efetiva arrecadação de todos os impostos da competência
constitucional do ente da Federação.

229 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Lei de Responsabilidade FiscaL


Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem requisitos essen­
ciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arreca­
dação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação,
sendo vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não
observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

90. É nulo de pleno direito o ato que


a) provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda o limite to­
tal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.
b) provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda o limite le­
gal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal ativo.
c) resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos noventa dias an­
teriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.
d) provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda o lim ite le­
gal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.
e) resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos trezentos e
sessenta e cinco dias anteriores ao final do mandato do titular do
respectivo Poder ou órgão.

Assunto: Lei de Responsabilidade Fiscal.


Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal é nulo de pleno direito o ato que
provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
I. as exigências dos arts. 16 e 17 desta lei complementar, e o disposto no
inciso XIII do art. 37 e no § i° do art. 169 da Constituição;
II. o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal
inativo.
Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa
com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do
respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
Esta questão também nos leva a estudar as restrições de final de mandato,
no qual, fundamentalmente, identificamos três:
Io - as despesas de pessoal,
2o - as operações de crédito por antecipação de receita (ARO),
3o - obrigação de despesa ou os restos a pagar.

Denis Rocha 230


Prova 15 - Analista de Controle Extemo/TCE-MA/2005

231 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Gabarito
76. E
77. C
78. A
79. D
80. B
81. A
82. B
83. C
84. E
85. D
86. E
87. A
88. C
89. B
90. D

Denis Rocha 232


Prova 16

Agente da Fiscalização Financeira/


TCE-SP/2005

40. A Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964, regula o exercício financeiro


dispondo que

a) o exercício financeiro não poderá coincidir com o ano civil.


b) pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as
despesas empenhadas no exercício anterior.
c) consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pa­
gas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as despesas processa­
das das não processadas.
d) as regras sobre exercício financeiro podem ser criadas pelo Chefe do
Poder Executivo, através de Decreto.
e) somente os créditos da Fazenda Pública de natureza tributária serão
escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados,
nas respectivas rubricas orçamentárias.

Assunto: Orçamento Público no Brasil.


a) O exercício financeiro coincidirá com o ano civiL
b) O correto é “as despesas nele legalmente empenhadas”.
c) Este é o conceito de Restos a Pagar (RAP).
d) Não há esta previsão na legislação.
e) Segundo art. 39 da Lei 4.320/64: “os créditos da Fazenda Pública, de
natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como recei­
ta do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas
orçamentárias”.

41. Ao classificar as despesas públicas, a Lei n° 4.320, de 17 de março de


1964, considera “Transferências Correntes”
a) as subvenções sociais e econômicas, inativos, pensionistas, salário-
família, abono familiar» juros da Dívida Pública e contribuições
previdenciárias.

233
Coleção Provas Comentadas da FCC

b) os serviços de terceiros, material de consumo, encargos diversos,


serviço em regime em programação especial e material permanente.
c) o pessoal civil e militar, encargos diversos, aquisição de imóveis e
material de consumo.
d) a amortização de empréstimos, alienação de bens, constituição de
fundos rotativos, concessão de empréstimos e operações de crédito.
e) os juros da dívida ativa, subvenções sociais, aquisição de títulos re­
presentativos, material de consumo e amortização de empréstimos.

Assunto: Despesas Públicas.

Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas


que não correspondam a contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive
para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras
entidades de direito público ou privado.
São Transferências Correntes:
• Subvenções sociais
• Subvenções econômicas
• Inativos
• Pensionistas
• Salário-família e abono familiar
• Juros da Dívida Pública
• Contribuições de Previdência Social
• Diversas transferências correntes.

45. Cumprindo determinação constitucional, a Lei de Responsabilidade Fis­


cal (Lei Complementar n° 101/2000) dispõe que a despesa total com pesso­
al, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá
exceder os percentuais da receita corrente liquida, a seguir discriminados:
a) União, Estados e Municípios: 50%.
b) Municípios e Estados: 50% e União: 60%.
c) União: 50% e Estados e Municípios: 60%.
d) União, Estados e Municípios: 60%.
e) União: 40%, Estados: 50% e Municípios: 60%.

Assunto: Lei de Responsabilidade FiscaL


Conforme LRF, o limite para despesa total com pessoal, em cada período
de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os seguintes per­
centuais da receita corrente liquida:

Denis Rocha 234


Prova 7 6 -Agente da Fiscalização Financeira/TCE-SP/2005

Órgãos e Poderes Federal Estadual Municipal


Legislativo 2,5% 3% 6%
Judiciário 6% 6% Não há
Executivo 40,9% 49% 54%
Ministério Público 0,6% 2% Não há
Total 50% 60% 60%

52. Caracterizam a divida flutuante:

a) serviços da dívida a pagar e créditos de tesouraria.


b) restos a pagar e serviços da dívida.
c) créditos de tesouraria e restos a pagar.
d) débitos e créditos de tesouraria.
e) débitos de tesouraria e depósitos.

Assunto: Dívida Pública.


Questão recorrente. A dívida flutuante compreende:
I. os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
II os serviços da dívida a pagar;
III. os depósitos;
IV. os débitos de tesouraria.

53. A restituição de receita arrecadada em exercício anterior constituirá de


a) despesa» que será contabilizada de forma a manter inalterados os
montantes de receitas a serem repartidas entre a União, os Estados e
os Municípios e entre Estados e Municípios.
b) redução de receita, que será contabilizada de forma a manter inalte­
rados os montantes de receitas a serem repartidas entre a União, os
Estados e os Municípios.
c) redução de receita, que será contabilizada de forma a excluí-la dos
montantes de receitas a serem repartidas entre a União, os Estados e
os Municípios e entre Estados e Municípios.
d) despesa, que será contabilizada de forma a excluí-la dos montantes
de receitas a serem repartidas entre a União, os Estados e os Municí­
pios e entre Estados e Municípios.
e) despesas ou redução de receita, que serão contabilizadas de forma
a excluí-las dos montantes das receitas a serem repartidas entre a
União, os Estados e os Municípios.
235 AFO e Contabilidade Pública
Coleção Provas Comentadas da FCC

Assunto: Receitas Públicas.


Decreto 93.872/86:
Arf. 14. A restituição de receitas orçamentárias, descontadas ou recolhidas a
maior; e o ressarcimento em espécie a título de incentivo ou benefício fiscal,
dedutíveis da arrecadação, qualquer que tenha sido o ano da respectiva co­
brança, serão efetuados como anulação de receita, mediante expresso reco­
nhecimento do direito creditório contra a Fazenda Nacional, pela autoridade
competente, a qual, observado o limite de saques específicos estabelecido na
programaçãofinanceira de desembolso, autorizará a entrega da respectiva im­
portância em documento próprio.
Parágrafo único. A restituição de rendas extintas será efetuada com os recur­
sos das dotações consignadas na Lei de Orçamento ou em crédito adicional,
desde que não exista receita a anular.
Portanto, com o objetivo de possibilitar uma correta consolidação das
contas públicas, recomenda-se que a restituição de receitas orçamentárias re­
cebidas em qualquer exercício seja feita por dedução da respectiva natureza de
receita orçamentária. Para as rendas extintas, deve ser utilizado o mecanismo
de dedução até o montante de receita a anular. O valor que ultrapassar o saldo
da receita a anular deve ser registrado como despesa. Entende-se por rendas
extintas aquelas cujo fato gerador da receita não representa mais situação que
gere arrecadações para o ente.

54. NÃO constituem categorias econômicas da receita pública as Receitas


a) de Endividamento.
b) de Capital.
c) de Doações.
d) de Transferências.
e) Correntes.

Assunto: Receitas Públicas.


A receita classifica-se nas seguintes categorias econômicas: Receitas Cor­
rentes e Receitas de Capital.
• Receitas Correntes: receitas tributárias, de contribuições, patri­
monial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as
provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas Correntes.

Denis Rocha 236


Prova 7 6 - Agente da Fiscalização Financeira/TCE-SP/2005

• Receitas de Capital: são as provenientes da realização de recursos fi­


nanceiros oriundos de constituição de dividas (Endividamento); da
conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de
outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender
despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit
do Orçamento Corrente.

55. Na Contabilidade Pública, o Balanço Patrimonial demonstrará:

a) Ativo Financeiro, Ativo Permanente, Passivo Financeiro, Passivo


Permanente e Saldo Financeiro.
b) Contas de Compensação, Passivo Financeiro, Ativo Permanente,
Ativo Financeiro, Passivo Permanente e Saido Patrimonial.
c) Ativo Patrimonial, Passivo Patrimonial e Saldo Financeiro.
d) Ativo Operacional, Passivo Operacional, Ativo Realizável a Longo
Prazo, Passivo Exigível a Longo Prazo, Ativo Permanente e Patri­
mônio Líquido.
e) Patrimônio Líquido, Ativo Permanente, Ativo Operacional, Ativo
Realizável a Longo Prazo, Passivo Exigível a Longo Prazo, Passivo
Operacional e Contas de Compensação.

Assunto: Balanços Públicos.


Conforme a Lei 4.320/64:
Art. 102.0 Balanço Demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto
Orçamentário com as realizadas.
Demonstrará a receita e a despesa orçamentárias, bem como
os recebimentos e ospagamentos de natureza extraorçamentá­
ria, conjugados com os saldos em espécieprovenientes do exer­
Art. 103.0 Balanço
cício anterior; e os que se transferem para o exercício seguinte.
Financeiro
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão
computados na receita extraorçamentária para compensar
sua inclusão na despesa orçamentária.
Art. 104. A
Evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resul­
Demonstração
tantes ou independentes da execução orçamentária, e indi­
das Variações
cará o resultado patrimonial do exercício.
Patrimoniais

237 AFO e Contabilidade Publica


Coleção Provas Comentadas da FCC

Demonstrará:
I. 0 Ativo Financeiro;
II. 0 Ativo Permanente;
III. 0 Passivo Financeiro;
IV. 0 Passivo Permanente;
V. 0 Saldo Patrimonial;
VI. As Contas de Compensação.
§ 1°0 Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores
realizáveis independentemente de autorização orçamen­
tária e os valores numerários.
$ 2oO Ativo Permanente compreenderá os bens»créditos e
Art. 105.0 Balanço
valores, cuja mobilização ou alienação dependa de auto­
Patrimonial
rização legislativa.
§3° 0 Passivo Financeiro compreenderá as dívidasfunda­
das e outras, cujo pagamento independa de autorização
orçamentária.
§ 4o 0 Passivo Permanente compreenderá as dívidasfun­
dadas e outras que dependam de autorização legislativa
para amortização ou resgate.
§ 5oNas contas de compensação serão registrados os bens,
valores, obrigações e situações não compreendidas nos pará­
grafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam
vir a afetar o patrimônio.

Importante: Conforme as normas brasileiras de contabilidade aplicadas


ao setor público, a resolução CFC N°. 1.133/08 - NBC T 16.6, As demonstrações
contábeis das entidades definidas no campo da Contabilidade Aplicada ao Setor
Público são:
a) Balanço Patrimonial;
b) Balanço Orçamentário;
c) Balanço Financeiro;
d) Demonstração das Variações Patrimoniais;
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa;
f) Demonstração do Resultado Econômico.
A novidade está na demonstração dos Fluxos de Caixa e na demonstração
do Resultado Econômico.
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
A Demonstração dos Fluxos de Caixa permite aos usuários projetar cená­
rios de fluxos futuros de caixa e elaborar análise sobre eventuais mudanças em tor­
no da capacidade de manutenção do regular financiamento dos serviços públicos.

Denis Rocha 238


Prova 1 6 - Agente da Fiscaiização Rnanceira/TCE-SP/2005

A Demonstração dos Fluxos de Caixa deve ser elaborada pelo método


direto ou indireto e evidenciar as movimentações havidas no caixa e seus equi­
valentes, nos seguintes fluxos:
a) das operações;
b) dos investimentos; e
c) dos financiamentos.
O fluxo de caixa das operações compreende os ingressos, inclusive decor­
rentes de receitas originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a
ação pública e os demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou
financiamento.
O fluxo de caixa dos investimentos inclui os recursos relacionados à aqui­
sição e à alienação de ativo não circulante, bem como recebimentos em dinheiro
por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e
outras operações da mesma natureza.
O fluxo de caixa dos financiamentos inclui os recursos relacionados à cap­
tação e à amortização de empréstimos e financiamentos.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO
A Demonstração do Resultado Econômico evidencia o resultado econô­
mico de ações do setor público.
A Demonstração do Resultado Econômico deve ser elaborada conside­
rando sua interligação com o sistema de custos e apresentar na forma dedutiva,
pelo menos, a seguinte estrutura:
a) receita econômica dos serviços prestados e dos bens ou dos produtos
fornecidos;
b) custos e despesas identificados com a execução da ação pública; e
c) resultado econômico apurado.
A receita econômica é o valor apurado a partir de benefícios gerados à
sociedade peia ação pública, obtido por meio da multiplicação da quantidade
de serviços prestados, bens ou produtos fornecidos, pelo custo de oportunidade.
Custo de oportunidade é o valor que seria desembolsado na alternativa
desprezada de menor valor entre aquelas consideradas possíveis para a execução
da ação pública.
NOTAS EXPLICATIVAS
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
As informações contidas nas notas explicativas devem ser relevantes,
complementares ou suplementares àquelas não suficientemente evidenciadas ou
não constantes nas demonstrações contábeis. As notas explicativas incluem os
critérios utilizados na elaboração das demonstrações contábeis, as informações

239 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

de naturezas patrimonial, orçamentária, econômica, financeira, legal, física, so­


cial e de desempenho e outros eventos não suficientemente evidenciados ou não
constantes nas referidas demonstrações.

56. A importância de despesa anulada será

a) receita do ano em que se efetivar, quando a anulação ocorrer após o


encerramento do exercício em que foi empenhada.
b) despesa independentemente do exercício em que foi empenhada.
c) revertida à dotação quando ocorrer após o encerramento do exercí­
cio em que foi empenhada.
d) receita quando ocorrer no mesmo exercício era que foi empenhada.
e) revertida à dotação de receita quando ocorrer no mesmo exercício
em que foi empenhada.

Assunto: Despesas Públicas.


As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo
consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham
processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrom­
pida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspon­
dente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento,
discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.
Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício; quando
a anulação ocorrer após o encerramento deste, considerar-se-á receita do ano
em que se efetivar.

57. A cobertura de deficits na manutenção das empresas públicas, de natu­


reza autárquica ou não, far-se-á mediante
a) subvenções sociais.
b) superveniências passivas.
c) subvenções econômicas.
d) insubsistências passiva.
e) insubsistências ativas.

Assunto: Subvenções.
As subvenções são transferências correntes, pois têm como objetivo aten­
der a despesas de operações das beneficiadas. Segue quadro comparativo entre
subvenções sociais e econômicas:

Denis Rocha 240


Prova 16 - Agente da Fiscalização Financeira/TCE-SP/2005

Objetivo da subvenção Entidade beneficiada Tipo de subvenção


Caráter assistencial ou Instituição pública ou
Subvenções sociais
cultural, sem finalidade. privada
Caráter industrial,
Empresas públicas ou
comercial, agrícola ou Subvenções econômicas
privadas
pastoril (com lucro).

Lei 4.320/64:
Art. 12. § 3o Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transfe­
rências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas,
distinguindo-se como:
I. subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de
caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
II. subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou priva­
das de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril
Das Transferências Correntes
Das Subvenções Sociais
Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidadesfinanceiras, a con­
cessão de subvenções sociais visará a prestação de serviços essenciais de assis­
tência social, médica e educacional sempre que a suplementação de recursos
de origem privada aplicados a esses objetivos, revelar-se mais econômica.
Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com
base em unidades de serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos
interessados obedecidos os padrões mínimos de eficiência previamentefixados.
Art. 17. Somente à instituição cujas condições defuncionamento forem julgadas
satisfatórias pelos órgãos oficiais defiscalização serão concedidas subvenções.
Das Subvenções Econômicas
Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das empresas públicas, de na­
tureza autárquica ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas expres­
samente incluídas nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado,
do Município ou do Distrito Federal.
Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:
a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os
preços de revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros materiais;
b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de deter­
minados gêneros ou materiais.

241 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Art. 19, A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer


título, à empresa defins lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja
concessão tenha sido expressamente autorizada em lei especial.

58. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações


verificadas
a) nas receitas, resultantes ou independentes da execução orçamentá­
ria, e indicará o resultado financeiro do exercício.
b) nas receitas e despesas, resultantes da execução orçamentária, e in­
dicará o resultado financeiro do exercício.
c) no patrimônio, resultantes da execução orçamentária, e indicará o
resultado financeiro do exercício.
d) no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamen­
tária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.
e) no orçamento, resultantes da sua execução, e indicará o resultado
orçamentário do exercício.

Assunto: Balanços Públicos.


A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações ve­
rificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentá­
ria, e indicará o resultado patrimonial do exercício.
Conforme Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público aplicado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, válido de forma
facultativa a partir de 2010 e obrigatoriamente em 2012 para a União, Estados
e Distrito Federal e 2013 para os Municípios. (Portaria STN n° 751, de 16 de
dezembro de 2009), volume V, as alterações verificadas no patrimônio consis­
tem nas variações quantitativas e qualitativas. As variações quantitativas são
decorrentes de transações no setor público que aumentam ou diminuem o pa­
trimônio líquido. Já as variações qualitativas são decorrentes de transações no
setor público que alteram a composição dos elementos patrimoniais sem afetar
o patrimônio líquido.
O resultado patrimonial do período é apurado pelo confronto entre as
variações patrimoniais quantitativas aumentativas e diminutivas.
Para um melhor entendimento da finalidade desse demonstrativo, po­
de-se dizer que ele tem função semelhante à Demonstração do Resultado do
Exercício da área empresarial, qual seja a de apurar as alterações verificadas no
patrimônio. A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta apenas as
variações quantitativas, enquanto que a DVP apresenta as variações quantitati­
vas e qualitativas de forma separada.

Denis Rocha 242


Prova 1 6 - Agente da Fiscalização Financeira/TCE-SP/2005

É importante ressaltar também que a Demonstração do Resultado do


Exercício apura o resultado em termos de lucro ou prejuízo líquido, como um
dos principais indicadores de desempenho da empresa. Já no setor público, o
resultado patrimonial não é um indicador de desempenho, mas um medidor
do quanto o serviço público ofertado exigiu de alterações quantitativas dos ele­
mentos patrimoniais.

243 AFO e Contabilidade Pública


Coleção Provas Comentadas da FCC

Gabarito
40. C
41. A
45. C
52. E
53. D
54. C
55. B
56. A
57. C
58. D

Denis Rocha 244


Tabela de assuntos por questão

Assunto Provas
Conteúdo 1 2 3 4 5 6 7 8
Orçamento Público no Brail 32 47,50 44
Princípios Orçamentários 44 51
Tipos de Orçamentos 106
Papel dos agentes no
processo de elaboração
Regimes contábeis e
66 68
orçamentários
Créditos adicionais 33 69 45 56 57
Receitas Públicas 34e35 66 51 a 62 53 42,52 108
Dívida Ativa 49
Fundos 47
63 a 66 43> 53,
Despesas Públicas 36e37 49 48 e60 109
e 70 54e 56
Estrutura Programática 55 67,71
Variações Patrimoniais 44
67,68
Restos a Pagar 67 43
e69
Subvenções 68
Suprimento de Fundos 45
Dívida Pública 42 58
Avaliação dos elementos
39 60 70
Patrimoniais
66,72,
Lei de Responsabilidade 52,54,
40 68 48 73,74
Fisca! 57 e59
e75
Sistemas Contábeis Públicos 26
Contabilização de operações 107 e
27
típicas 110
46,50, 45 a 50
Balanços Públicos 28 a 31 70 69
51 e58 e59
Tipos de controle e normas
aplicáveis

245
Assunto Provas
Conteúdo 9 10 11 12 13 14 15 16
36,38, 23,33 76 a 78
Orçamento Público no Brail 76,77 30
49 e35 e8J
Princípios Orçamentários 78 48 27
Tipos de Orçamentos 86
Papel dos agentes no
79
processo de elaboração
Regimes contábeis e
37 31 83
orçamentários
Créditos adicionais 82 47,55 28 91 84 91
Receitas Públicas 44,50 36 80,82
Dívida Ativa
Fundos
79,80, 51,52, 28 a 30 92,93
Despesas Públicas 32 92,93 85
81 53 e32 e95
Estrutura Programática 34
Variações Patrimoniais 83 39
Restos a Pagar 42,43
Subvenções
Suprimento de Fundos 54
Divida Pública 84 95
Avaliação dos elementos
94 96
Patrimoniais
Lei de Responsabilidade
Fiscal 89,90 46 31 89,90

Sistemas Contábeis Públicos 56


Contabilização de operações
40 57
típicas
Balanços Públicos 85 a 88 41 59 e6Q 87,88
Tipos de controle e normas
45 29
aplicáveis

246

i
Bibliografia

ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. 8a ed. São Paulo: Atlas, 1994.


CARVALHO, Deusvaldo. Orçamento e Contabilidade Pública. 4a ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2008.
CHERMAN, Bernardo; NASCIMENTO, Contabilidade Pública. Rio de Janeiro:
Ferreira, 2007.
FURTADO, Fábio; CABRAL, Rafael. Contabilidade Pública - Provas Comenta­
das do Cespe/UnB. Rio de Janeiro: Ferreira 2004.
GIACOMONI, James. Orçamento público. 7a ed. São Paulo: Atlas, 1997.
KOHAMA, Heilio. Balanços públicos: teoria eprática. 5a ed. São Paulo: Atlas, 1999.
KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 5a ed. São Paulo:
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LIMA, Diana Vaz de; CASTRO, Róbison Gonçalves de. Contabilidade pública: in­
tegrando União, Estados e Municípios (Siafi e Siafem). 2a ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MACHADO JR., J. Teixeira; REIS, Heraldo da Costa. A Lei 4.320 comentada.
31a ed. Rio de Janeiro: IBAM, 2002/2003.
MANUAL DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO. Minis­
tério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, Secretaria de Orçamento Federal. - 2a ed. - Brasília: Se­
cretaria do Tesouro Nacional, Coordenação-Geral de Contabilidade, 2009.
MOTA, Francisco Glauber Lima. Curso Básico de Contabilidade Pública. 2a ed.
Brasília: Coleção Gestão de Finanças Públicas, 2006.
NASCIMENTO, Edson Ronaldo. LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal Comen­
tada. 4a ed. Distrito Federal: Vestcon, 2007.
PASCOAL, Valdecir Fernandes. Direito financeiro e controle externo. 6a ed. Rio
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PISCITELLI, Roberto Bocacdo; TIMBÓ, Maria Zulene Farias; ROSA, Maria
Berenice. Contabilidade pública: uma abordagem da administração financeira
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BEZERRA FILHO, João Eudes. Contabilidade pública: teoria, técnica de elabo­
ração de balanços e 500 questões. 3a ed. Rio de janeiro: Campus, 2007.
FIGUEIRÊDO, Carlos Maurício; NÓBREGA, Marcos. Lei de responsabilidade
fiscal para concursos. 3a ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2002.

247

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