Metodologias Ativas Na Pós Graduação Escuta Curiosidade e Amor 1st Edition Igor V L Valentim Org Full Chapter Free

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Metodologias Ativas na Pós Graduação

Escuta Curiosidade e Amor 1st Edition


Igor V L Valentim Org
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Metodologias
Ativas na
Pós-Graduação
Escuta, curiosidade e amor
Este trabalho foi realizado com apoio da FAPERJ – Fundação Carlos
Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, com
Bolsa de Bancada para Projetos, no âmbito do Programa Jovem Cientista
do Nosso Estado E-26/201.356/2021 (Brasil).
Este trabalho foi financiado por fundos nacionais através da FCT -
Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do Projeto
UIDB/04521/2020 (Portugal).
Metodologias
Ativas na
Pós-Graduação
Escuta, curiosidade e amor

Ana Paula André


Cláucia Piccoli Faganello
Igor Vinicius Lima Valentim (Org)
Kelly Cebelia das Chagas do Amaral
Najara Escarião Agripino
Paulo de Tarso Xavier Sousa Júnior

ComPassos Coletivos
2023
ComPassos Coletivos
[email protected]
Rio de Janeiro | Brasil

Conselho Editorial
Profª. Drª. Daniele Maria Oliveira de Jesus (Australia)
Prof. Dr. Igor Vinicius Lima Valentim (Brasil)
Prof. Dr. José Maria Carvalho Ferreira (Portugal)
Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva (Brasil)
Prof. Dr. Ricardo Luiz Pereira Bueno (Brasil)
Profª. Drª. Simone Torres Evangelista (Brasil)

Primeira edição: julho de 2023

Capa e Imagem na capa: Igor Vinicius Lima Valentim


Contracapa: imagem de Bing Han em Unsplash.com

Trechos deste livro podem ser reproduzidos, desde que seja


citada a fonte e que isso aconteça sem finalidade comercial
e/ou lucrativa. Para a reprodução do livro completo é
necessária a autorização da editora.

Catalogação na Publicação (CIP)

M593
Metodologias ativas na Pós-Graduação: escuta,
curiosidade e amor / organizador Igor Vinicius Lima
Valentim. - Rio de Janeiro: ComPassos Coletivos, 2023.

162 p.

Inclui referências, índice remissivo e informações sobre


os autores.

ISBN (edição impressa): 978-65-991339-9-2


ISBN (edição digital EPUB): 978-85-663980-4-5

1. Educação Superior 2. Universidade 3. Pós-Graduação


4. Práticas Educacionais 5. Metodologias Ativas I. Título.
CDU 37.022
Para Elza e Genaro,
eternas referências
13 Por uma Pós-Graduação baseada na

SUMÁRIO
escuta, na curiosidade e no amor
Igor Vinicius Lima Valentim

31 Englobando vozes: como foi a


experiência de participar da disciplina
Escuta, Curiosidade e Amor?
Ana Paula André, Kelly Cebelia, Cláucia Faganello,
Paulo de Tarso e Najara Escarião

39 É possível uma ciência da Administração


mais amorosa?
Cláucia Piccoli Faganello

65 Amora curiosa: buscando novas formas


de ensinar e aprender
Kelly Cebelia das Chagas do Amaral

79
Memórias e diásporas pandêmicas: o
que se aprendeu diante disso por um
curta metragem?
Paulo de Tarso Xavier Sousa Junior

95 Dialogando com professores: a formação


docente continuada e a tecnologia
Ana Paula André

111 Escuta no processo acadêmico: a relação


orientador/orientando na Pós-Graduação
Najara Escarião Agripino

137 Considerações sobre a construção deste livro-


ferramenta
Igor Vinicius Lima Valentim

143 Índice Remissivo

153 Sobre os autores


1
Por uma
Pós-Graduação
baseada na escuta,
na curiosidade
e no amor

Igor Vinicius Lima Valentim


Igor Vinicius Lima Valentim 15
Como estimular a construção de uma sociedade
mais aberta à escuta, que valorize a curiosidade das pessoas
e que seja mais amorosa em suas relações? Como pode a
universidade pública, mais especificamente em Mestrados
e Doutorados, contribuir nesta direção?

Apresentar esta obra é, antes de tudo, apresentar o


contexto em que ela foi elaborada. Este livro nasce da riqueza
e da potência de encontros. E nem sempre os encontros
que temos em nossas vidas ocorrem de forma presencial.

O que leitores e leitoras encontram hoje, aqui, em


formato de livro acabado, é fruto de uma aventura coletiva
que teve início em uma disciplina de Pós-Graduação
Stricto Sensu chamada Escuta, curiosidade e amor. Ela
foi lecionada a partir do Programa de Pós-Graduação
em História das Ciências, Técnicas e Epistemologia, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (HCTE/UFRJ),
em 2022, de maneira totalmente remota e baseada em
métodos ativos de aprendizagem.
A disciplina contou com estudantes de Mestrado
e Doutorado de todas as cinco regiões do Brasil. Foram
mais de 120 inscritos, dos quais só tive como selecionar
aproximadamente 50 para iniciarem o semestre.

Escuta, curiosidade e amor? Mas que disciplina de


Mestrado e Doutorado é essa?
16 Por uma Pós-Graduação baseada na escuta, na curiosidade e no amor

“Como, a partir da escuta


e da abertura aos outros,
podemos imaginar e construir
outras universidades
e outros mundos?”
Esse foi o mote principal para a criação da disciplina
e sua primeira oferta. Como este não é o espaço ideal para
tanto, uma explicação minuciosa e muito detalhada sobre a
disciplina, incluindo todas as suas etapas, planejamentos,
métodos, procedimentos, reflexões e perspectivas
educacionais, está apresentada em outra obra1. Ainda assim,
é importante, para a apresentação deste livro, explicitar
alguns aspectos. Escuta, curiosidade e amor foi baseada
em três características:
i. Foi lecionada em modo remoto, online, síncrono,
e teve inscrições abertas para estudantes de
quaisquer Programas de Pós-Graduação (PPG)
do Brasil, de quaisquer áreas ou universidades;
ii. Foi baseada integralmente em métodos ativos
e numa perspectiva transdisciplinar, colocando
no centro do processo educacional os interesses
dos estudantes, suas curiosidades e atividades
produzidas;
iii. Buscou estimular mais valorização e uso da
escuta, da curiosidade, e a presença do amor
nas relações.

1 VALENTIM, I. V. L. Metodologias ativas e ensino remoto na Pós-Graduação: duas


experiências em disciplinas de Mestrado e Doutorado. Rio de Janeiro: Compassos Coletivos, 2024 (no
prelo).
Igor Vinicius Lima Valentim 17
i. Disciplina de Pós-Graduação
remota em 2022?
Em 2020 e 2021, com a pandemia de covid-19 no
auge, a maior parte das universidades públicas brasileiras
estava realizando suas disciplinas de Graduação e de Pós-
Graduação em modo remoto e online. Não foi fácil, mas
decidi, em 2022, que Escuta, curiosidade e amor, logo em
sua primeira edição, seria ofertada em modo remoto. E não
apenas isso. Que ela seria aberta a estudantes de Mestrado
e Doutorado de qualquer PPG do Brasil, sem cobrar
absolutamente nenhuma taxa dos estudantes2.

Essa decisão não foi fácil de ser tomada, por inúmeros


motivos. Houve muitos desafios para tornar possíveis essas
experimentações, inclusive do ponto de vista institucional
(desde normas até colegas conservadores).

A instituição não possuía uma política clara sobre


a possibilidade de disciplinas de Pós-Graduação serem
lecionadas em modalidade remota ou mesmo híbrida.
Para além disso, mesmo hoje, em 2023, a UFRJ ainda não
tem um sistema acadêmico por meio do qual estudantes
provenientes de outras instituições que cursem disciplinas
de Pós-Graduação na universidade possam efetuar registro
e pedido de inscrição nas disciplinas desejadas a cada
semestre.

2 Existem algumas universidades que, mesmo sendo públicas, cobram taxas de estudantes
de Mestrado e Doutorado de outras universidades (ainda que também públicas) para cursarem suas
disciplinas de Pós-Graduação. Hoje, em 2023, a UFMG é um exemplo disso, cobrando R$ 194,57
por disciplina. Notícia disponível em: https://www2.ufmg.br/drca/drca/Home/Pos-Graduacao/
Disciplina-Isolada/Disciplina-Isolada-2023-11.
18 Por uma Pós-Graduação baseada na escuta, na curiosidade e no amor

Mesmo com todo o avanço tecnológico disponível,


ainda não há registros institucionais sistêmicos integrados
dos alunos de outras universidades que cursam as disciplinas
nos mais de 200 cursos de Pós-Graduação da própria
instituição. Ou seja, as inscrições desses alunos são feitas
diretamente por cada PPG de maneira isolada, mantendo
controles precários em planilhas ou algo parecido.

Dito de modo transparente, os mais de 120 pedidos


de inscrição por parte de estudantes de Mestrado e
Doutorado de outras universidades foram processados de
maneira manual e isolada pelo HCTE/UFRJ, demandando
um trabalho enorme da Secretaria do PPG e do professor.

Os alunos de outras universidades que se


matricularam em Escuta, curiosidade e amor e que foram
aprovados ao final da disciplina, receberam uma declaração
para validarem junto aos seus PPG de origem. Entretanto,
esta declaração foi emitida a partir de um trabalho hercúleo
e manual da secretaria do HCTE/UFRJ, com base em uma
listagem fornecida pelo docente da disciplina.

Há um aspecto ainda mais grave e preocupante para


além do trabalho manual, hercúleo e pouco eficiente: o
combo que engloba o desperdício e a falta do conhecimento
sobre o que uma universidade pública com mais de um
século de existência faz. Hoje, um ano depois, se a Reitoria
da UFRJ, ou mesmo alguma de suas Pró-Reitorias, desejar
analisar quantos (ou quais) alunos participaram das
disciplinas de Pós-Graduação da instituição em 2022, ela
“enxergará” apenas os alunos internos da própria UFRJ.
Igor Vinicius Lima Valentim 19
Incrivelmente, enquanto outras universidades, como
a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), já
possuem sistemas de registro acadêmico que permitem a
inscrição de alunos “externos” ou “especiais” (de outras
universidades) e o registro disto no âmbito interno, na
UFRJ esses alunos externos são quase invisíveis. Ou seja,
institucionalmente, o PPG HCTE/UFRJ, nos sistemas de
registros institucionais, teve apenas os dez alunos da própria
UFRJ na disciplina que lecionei. E eu, enquanto docente,
nos mesmos sistemas, trabalhei apenas para os dez alunos
da própria UFRJ que se inscreveram na disciplina. Enquanto
isso, todos os outros mais de 40 estudantes – de outras
universidades - que foram selecionados para cursar (e
efetivamente cursaram) a disciplina, dentre os mais de 120
pretendentes, foram e continuam sendo absolutamente
invisíveis para a instituição. Trabalho invisível. Quase
clandestino. A UFRJ não enxerga isso como uma atuação do
professor e muito menos como atendimento a demandas
sociais para além dos seus alunos internos.

A UFRJ não sabe quem atende, seu tamanho e


seu valor quando o assunto são os estudantes de outras
instituições que ela atende a cada semestre. É uma falta de
conhecimento e um desperdício sem tamanho.

Felizmente, mesmo em um contexto institucional


complexo, a coordenação do HCTE/UFRJ se mostrou
solidária e apoiou a empreitada. No final das contas, a
universidade, de modo mais amplo, fez vista grossa sobre
a oferta de disciplinas de Pós-Graduação em modo remoto
síncrono.
20 Por uma Pós-Graduação baseada na escuta, na curiosidade e no amor

Muitas pessoas se apressam em dizer que no


ensino universitário, em modo remoto, não há participação
concreta, não há presença, não há envolvimento, não há
troca. Isso pode se aplicar quando se leciona com o uso
de métodos tradicionais ou quando o docente se aproxima
de um modelo de Educação à Distância (EaD), com
conteúdos pré-gravados, materiais pré-prontos e atividades
pré-determinadas. Desta forma, sim, acabaria se traduzindo
em uma experiência de quase EaD, que é realmente
infinitamente mais pobre e limitada.

Entretanto, quando estamos discutindo o universo


de disciplinas de Mestrado e Doutorado, esta não é a regra
quando o modo remoto é utilizado para lecionar em
conjunto com metodologias ativas, como as aqui narradas,
e quando há um acompanhamento contínuo e minucioso
dos estudantes, baseado em atividades produzidas por
eles, construídas a partir dos seus interesses e curiosidades,
articuladas com componentes de pesquisa, para além de
encontros síncronos, online, em tempo real.

Decidir que a disciplina seria oferecida de modo


remoto, online e síncrono não foi mero capricho. Ser
remota ajudou no sentido de contar a riqueza de ter em
uma mesma turma estudantes de todo o território nacional,
oportunizando com que pessoas das mais diversas cidades
de um país continental como o Brasil pudessem se engajar
em uma disciplina pelo interesse na temática, e não devido
apenas à proximidade geográfica. E sem custos adicionais.

Havia uma vontade imensa de potencializar a riqueza


Igor Vinicius Lima Valentim 21
dos encontros, colocando para construir e aprender junto,
gente com localizações, áreas de conhecimentos e histórias
de vida diferentes, mas com interesses temáticos que se
entrecruzassem de maneira transdisciplinar. Valorização da
potência da diversidade e dos encontros!

ii. Métodos ativos em uma disciplina


de Pós-Graduação Stricto Sensu
Escuta, curiosidade e amor usou métodos ativos
de aprendizagem, os quais buscaram colocar o interesse
e a dedicação dos estudantes no centro do processo
educacional. Não houve aulas expositivas. Os encontros
ao vivo pela internet (remotos síncronos) eram espaços
de debates, trocas, diálogos horizontais e aprendizagens
coletivas. E, para que esses encontros funcionassem de
maneira potente, não adiantava ficarmos exclusivamente
debatendo textos lidos. Havia a necessidade de articular
momentos de preparação fora dos horários das aulas
propriamente ditas, nos quais cada estudante realizasse
não apenas as leituras propostas, mas também construísse
escritas, participasse da elaboração coletiva das referências
da própria disciplina, criticasse propositivamente os
trabalhos dos demais colegas de turma e, em especial,
desenvolvesse um projeto individual ao longo do semestre.

A utilização de métodos ativos fez com que a


disciplina, desde seu início, fosse “mão na massa” e desse
muito mais trabalho, tanto para o professor quanto para
os estudantes. Como dito acima, para além das leituras, já
22 Por uma Pós-Graduação baseada na escuta, na curiosidade e no amor

tradicionais em disciplinas de Mestrado e Doutorado, cada


estudante teve de produzir diversas atividades ao longo do
semestre e, desde o primeiro encontro, começou a construir
um trabalho final individual autoral de tema livre, ligado aos
seus interesses e curiosidades, com os únicos requisitos
sendo:
• incluir um componente de escuta, necessitando
ouvir outra(s) pessoa(s);
• ter como base uma curiosidade, uma dúvida, algo
que os estudantes não soubessem e quisessem
saber. Ou que soubessem pouco e quisessem
saber mais, mas não no desfile de algo que já
conhecessem a priori;
• ser voltado à proposição de mudanças para a
construção de mundos mais amorosos.

A disciplina buscava estimular que escuta,


curiosidade e amor não fossem apenas temas discutidos e
debatidos a partir de textos, filmes e outros materiais, não
ficassem apenas em discussões conceituais e teóricas, mas
que, além disso, também fossem vividos por todos ao longo
do curso, tanto nas dinâmicas propostas para os encontros
ao vivo, quanto nos processos ligados à construção do
trabalho final.

Portanto, não se tratava de chegar a uma resposta


certa única (até porque não haveria alguma), nem de
produzir algo que seria avaliado apenas por um professor.
Os trabalhos eram assistidos, comentados e perguntados
por todos os interessados ao longo do semestre e foram
compartilhados em três momentos diferentes ao longo da
Igor Vinicius Lima Valentim 23
disciplina, entre todos da turma. Com isso, foi potencializada
a aprendizagem coletiva e buscou-se fugir de uma lógica
pautada exclusivamente em um resultado para valorizar
também os processos que levaram ao produto “acabado”.
Não importava apenas o produto pronto ao fim do curso,
mas também as etapas do seu desenvolvimento. Desta
forma, o próprio processo de construção do trabalho final,
com suas diversas dificuldades, teve condições de ser fonte
de aprendizagem coletiva.

Se, por um lado, uma disciplina com essa proposta


deu muito mais trabalho para o professor e para os
estudantes, por outro lado, ela colocou este trabalho pesado
a serviço da curiosidade e dos interesses dos estudantes,
que trabalharam mais, sim, mas em função da construção
de algo que fez sentido para eles, que foi escolhido por eles,
sendo de seu interesse.

A junção da oferta em modo remoto, online e


síncrono, com o fato de a disciplina ser baseada em métodos
ativos, fez com que aumentasse a possibilidade de trocas,
encontros, pontes, potências... Expandiu a universidade
pública para além de seus muros, aumentando a qualidade
de sua educação com o uso de métodos ativos; colocando
em diálogo e permitindo a construção conjunta entre
estudantes das mais diversas regiões do Brasil e atuantes
em áreas do conhecimento muito distintas.
24 Por uma Pós-Graduação baseada na escuta, na curiosidade e no amor

iii. Por relações com mais amor, por


favor
É importante ressaltar que este livro não busca
construir generalizações ou prescrições sobre modos
melhores ou piores de se construir a Pós-Graduação. A
Academia é um espaço extremamente conservador, no
Brasil e no mundo. Na esfera das relações interpessoais,
há idolatrias, panelinhas, feudos, seguidores, vaidades,
favorecimentos, violências, assédios3,4,5, cafetinagem6, entre
tantos outros aspectos. Na dimensão da aprendizagem,
é muitas vezes autocentrada e desconectada do mundo.
Ainda é muito raro encontrar disciplinas ou cursos nos
quais o interesse e a curiosidade dos estudantes sejam
não apenas respeitados, mas principalmente colocados no
centro do que é desenvolvido.

É importante reclamar e denunciar, mas não basta.


Aqui, focamos no que coletivamente construímos com o
intuito de elaborar alternativas, resistências, espaços de
alegria e potência.

Ao mesmo tempo, é necessário alertar os leitores e


leitoras: não há neste livro um “melhor jeito” de lecionar na
Pós-Graduação, mas apenas experimentações, abertura
3 VALENTIM, I. V. L. Cafetinagem Acadêmica: Alguém tem medo de pesquisar as relações
acadêmicas? Polêm!ca, v. 16, n. 3, p. 19–36, 24 ago. 2016. DOI: 10.12957/polemica.2016.25200.
4 VALENTIM, I. V. L. Between academic pimping and moral harassment in higher education:
An autoethnography in a Brazilian public university. Journal of Academic Ethics, v. 16, n. 2, p. 151–171,
2018. DOI: 10.1007/s10805-018-9300-y.
5 VALENTIM, I. V. L. Entre naturalizações e desassossegos: educando para tolerar o
intolerável? Revista on line de Política e Gestão Educacional, p. 265–279, 2018. DOI: 10.22633/rpge.
v22.nesp1.2018.10794.
6 VALENTIM, I. V. L. Cafetinagem acadêmica, assédio moral e autoetnografia. Rio de Janeiro:
Compassos Coletivos, 2022. DOI: 10.5281/zenodo.7048194.
Igor Vinicius Lima Valentim 25
de possibilidades. Estímulos a possibilidades de outras
formas de aprendizagem em Mestrados e Doutorados de
universidades públicas brasileiras. Possibilidades essas
feitas à mão, de forma quase artesanal, na direção de
mundos com mais escuta, mais curiosidade e mais amor.

Resistência propositiva: construir


alternativas ao que está posto não é
fácil
A educação universitária ainda é, muitas vezes,
medieval. Tanto nos métodos quanto nas relações
interpessoais.

Os métodos educacionais utilizados em boa parte das


disciplinas de Mestrado e Doutorado no Brasil são baseados
majoritariamente na ‘transmissão’ de conhecimentos e no
consequente tratamento de estudantes como ignorantes,
como já alertava, há décadas, Paulo Freire7. Estudantes
ainda são tratados em muitos casos como pessoas
desprovidas de conhecimentos e que estão na universidade
para que os professores ‘passem’ conhecimento da melhor
forma para eles. Esta é uma concepção muito difundida,
tanto entre estudantes quanto entre professores. É preciso
que estejamos atentos: os métodos diariamente utilizados
nas aulas de Graduação e Pós-Graduação dizem muito a
respeito das nossas concepções de mundo, de relações, de
educação e de, no fim das contas, subjetividades.

7 FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.


26 Por uma Pós-Graduação baseada na escuta, na curiosidade e no amor

Reclamamos do desinteresse de estudantes na


universidade, e isso em muitos casos é real. Ao mesmo
tempo, também precisamos olhar para o que fazemos com
o seu interesse e com a sua curiosidade. É preciso buscar
compreender a nossa própria atitude e questionar nossas
próprias crenças. É fundamental colocar a curiosidade e o
interesse de estudantes no centro do processo educacional?
Sim, mas tendo a clareza de que isso dará muito mais
trabalho para todos os envolvidos.

Ensino mediado por tecnologias é comum,


principalmente na modalidade EaD. Experiências baseadas
em métodos ativos são mais facilmente encontradas
em nível de Graduação8. Mas ainda há uma carência de
experiências de disciplinas em nível de Pós-Graduação
Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) lecionadas em
modalidade remota síncrona e que sejam, ao mesmo tempo,
baseadas integralmente em métodos ativos.

Mesmo no ensino 100% presencial, sempre


existiram (e continuarão existindo) pessoas (estudantes
e docentes) sem comprometimento, sem envolvimento,
sem participação, sem entrega. Sempre existiram pessoas
cuja presença física em sala de aula era questionável, já que
estavam imersas em conversas paralelas, distrações físicas
ou eletrônicas, corredores, e/ou outras atividades em nada
relacionadas com o momento da aula presencial. Que tal
conversarmos abertamente, então, sobre o que vivemos
em sala de aula, ao invés de usarmos uma nostalgia

8 VALENTIM, I. V. L.; MOREIRA, M. M.; GONÇALVES, S. de O. dos S. Metodologias ativas no


ensino remoto: uma autoetnografia. Rio de Janeiro: Compassos Coletivos, 2021.
Igor Vinicius Lima Valentim 27
hipócrita que quer fingir como se no presencial fosse tudo
maravilhoso e que, agora, o remoto é o culpado de todos os
males da educação?

Vamos debater sobre como é o modo remoto que


construímos na Pós-Graduação e como trabalhamos no
presencial em Mestrados e Doutorados?

O que quero salientar é que, quando a nossa


intenção for pensar e construir uma educação em nível de
Pós-Graduação (Mestrados e Doutorados) mais centrada
nos interesses dos estudantes, precisaremos nos atentar
não apenas ao fato da disciplina ser presencial, híbrida ou
remota, mas também aos métodos usados para lecioná-la,
a forma como ela será planejada e construída, que tipo de
produções serão desenvolvidas pelos estudantes no seu
decorrer, que valores ela estimulará, entre outros aspectos.
Algumas perguntas que podemos nos fazer neste sentido
são (mas não estão limitadas a):
→ Há produções autorais dos estudantes
que estão centradas no seu interesse e
curiosidade?
→ As produções, trabalhos e atividades
valorizam a autonomia e a criatividade dos
estudantes?
→ Como são os momentos dos encontros?
São usados para momentos meramente
expositivos que poderiam ser feitos em
outros locais?
→ Os produtos feitos pelos estudantes
valorizam sua autoria, produção e
construção, ou são meros repetidores de
28 Por uma Pós-Graduação baseada na escuta, na curiosidade e no amor

teorias e conceitos?
→ Há um esforço no sentido de que as
atividades tenham alguma conexão com
os sonhos e desejos dos estudantes?
E, também, com a sociedade, com o
extramuros da universidade?
→ Há a busca de trabalhos que articulem
vivências, experiências e, neste sentido,
pesquisa-ensino-extensão?

São muitos os desafios para colocar em prática


experimentações, que são urgentes e necessárias. As
instituições universitárias são extremamente conservadoras
porque a maioria dos seus integrantes é extremamente
conservadora. Simples assim. E o conservadorismo não
está nos temas ensinados ou pesquisados, mas nas
atitudes do dia a dia, nas pequenas coisas jogadas para
debaixo do tapete, nas hipocrisias diárias, ou seja, na forma
como cada um e cada uma constrói as relações cotidianas
na universidade, com todos os cruzamentos que existem
entre elas: de poder, pedagógicas, de trabalho, estudo, entre
tantas outras.

Construir uma educação universitária em nível


de Pós-Graduação que tenha abertura para permitir a
possibilidade de disciplinas remotas não é sinônimo
de facilidade quando são utilizados métodos ativos e a
produção de atividades autorais. Não há perda de qualidade,
nem massificação. Muito pelo contrário! Há maior riqueza e
qualidade, e também muito mais trabalho.

Os métodos educacionais nunca foram, não são


Igor Vinicius Lima Valentim 29
e nunca serão a bala de prata, a solução mágica para
todos os problemas da educação. Longe disso. Entretanto,
quando são utilizados métodos ativos, ensino remoto
síncrono, ao vivo, com atividades baseadas nos interesses
e desejos dos estudantes, a educação em nível de Pós-
Graduação, pode, quem sabe, com algum otimismo, ter
algum alento de esperança em construir sonhos próprios e
não mais tratar estudantes de Mestrado e Doutorado como
empregados não remunerados de professores e professoras
ou como meros repetidores de teorias e métodos. E isso
dá muito mais trabalho, tanto para estudantes quanto para
professores. Ao mesmo tempo, proporciona um trabalho e
uma educação com sentido, energia, compromisso social e,
principalmente, alegria.
2
Englobando vozes:
como foi a experiência
de participar da disciplina
Escuta, Curiosidade e Amor?

Ana Paula André


Kelly Cebelia
Cláucia Faganello
Najara Escarião
Paulo de Tarso
Ana Paula, Kelly Cebelia, Cláucia Faganello, Najara Escarião e Paulo de Tarso 33
Ainda imersos em tantas questões transpandêmicas,
permanecer no espaço acadêmico tem se tornado cada
vez mais árduo, questionador e excludente frente a alguns
desafios que se despontam. Contudo, há de se convir que
nem tudo na vida se trata de momentos amargos: alguns
terão um sentido doce. Acredito que essa perspectiva
acabou unindo pessoas diferentes, singulares e plurais em
um espaço universitário que transgride a lógica de ensino
e que objetiva construir uma educação afetiva, inclusiva e
empática. Foi assim que os autores e autoras deste livro se
uniram, por meio de curiosidades convertidas em disciplina
acadêmica de um curso de Pós-Graduação, ao nível de
mestrado e doutorado, oferecido no formato remoto para
pós-graduandos de diferentes partes do país.
Embora tenha sido uma experiência inovadora e
que inicialmente possa ter provocado certa estranheza em
razão de sua forma metodológica, dando autonomia aos
alunos e instigando-os a construir o próprio saber, o espaço
tornou-se um ambiente de reflexão e autoconhecimento,
troca de experiências, quebra de paradigmas e construção
de amizades que perduram além da disciplina.
De início, ao ouvirmos a proposta do professor Igor
Valentim, não houve como não nos questionarmos sobre:
como deveríamos começar? Como essa experiência poderia
acontecer? É mesmo possível isso dar certo no final?
Algo totalmente novo para a realidade acadêmica
nos era apresentado, uma mistura de liberdade e ao mesmo
tempo insegurança. Como esse conhecimento poderia
ser construído coletivamente a partir de pensamentos e
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Si le mirage de la Fata Morgana
faisait naufrager les navigateurs,
que d’espérances les bulles
de savon ont créées et détruites
dans le cœur des hommes!
(***)

Y a-t-il rien de plus charmant qu’une bulle de savon? Ces boules fluides,
légères, irisées qui s’élancent joyeusement dans l’air ont un charme
particulier; et, en y réfléchissant, on peut leur trouver une signification
profonde.
Aujourd’hui pourtant les enfants ne s’amusent plus guère à ce jeu. Mais
il y a toujours des bulles d’air dont les gens font commerce! Quand les
réalités manquent, il faut bien vendre quelque chose pour attirer l’attention.
Ces boutiques-là devraient être impitoyablement fermées. J’en connais qui
ont des vendeuses charmantes et même bien intentionnées. Je regrette de les
citer dans les chapitres consacrés aux escamoteurs et aux bluffeurs, mais
comment ne pas parler d’elles dans cette nomenclature des commerçants de
fumée? Leur trafic est dangereux, non parce qu’il fait directement du mal,
mais parce qu’il engendre le désappointement et détruit la confiance. Quand
on a vu plusieurs bulles de savon se crever dans l’air, on est moins disposé à
écouter la voix des propagandistes qui disent: «Marchez, suivez telle route
—vous arriverez à tel but...» Leurs accents les plus persuasifs et les plus
éloquents ont cessé d’éveiller l’espérance, d’exciter les bonnes volontés:
«Poussière, sable, fumée!» murmure la voix de l’expérience.
Il sera un peu triste de voir disparaître ces jolies bulles, faiseuses
d’illusions; mais si l’on veut sérieusement reconstruire le monde, celles qui
les vendent doivent, elles aussi, disparaître du portique du temple. Disons-
leur cependant un adieu un peu attendri, car si elles ont parfois bluffé pour
des motifs personnels, elles l’ont fait, souvent, pour essayer d’alléger la
souffrance humaine et pour stimuler la bonne volonté des hommes.
TROISIÈME PARTIE

Les Problèmes de l’heure.


Ces problèmes sont nombreux et il en est qui correspondent à toutes les
cordes puissantes qui font vibrer l’âme des hommes; leur liste pourrait
représenter la lyre entière de l’existence humaine, mais aujourd’hui je me
bornerai à aborder trois d’entre eux: la Famille, l’Éducation, la Femme,
laissant de côté, pour l’instant, le plus important de tous: celui de la vie
intérieure!

CHAPITRE PREMIER

UNE CONDAMNÉE A MORT QUI DÉFIE LA MORT

La famille est la patrie du cœur.


(Joseph Mazzini.)

Avant la guerre, pendant la guerre, et après la guerre, les prophètes ont


entonné le De Profundis de l’institution familiale. On avait inventé mieux
que cela, et, désormais, chacun se considérant plus ou moins comme fils du
hasard, voudrait vivre sa vie en pleine liberté, sans attaches gênantes, sans
traditions encombrantes, sans obligations énervantes. La plante humaine
devait pouvoir fleurir face au soleil, libérée de toute entrave! Quel besoin a-
t-on encore d’une famille et d’un home, puisqu’il y a les hôtels, les
restaurants, les cafés, les cercles, et mille lieux de divertissements où l’on
peut passer la fin des après-midi et les soirées? Les femmes étant
heureusement devenues moins dépendantes, peuvent vivre leur vie, et n’ont
plus besoin de protecteur pour participer aux différentes manifestations de
l’existence. Pourquoi donc les hommes, étant donné cet état de choses,
devraient-ils continuer à assumer des charges qui ont cessé d’être
obligatoires?
«Et les enfants?» demandions-nous. A cette demande timide, on
répondait: «L’État pourvoira à leur éducation.»
J’ai toujours écouté développer ces théories sans m’émouvoir, parce que
je n’ai jamais cru qu’on pût les mettre en pratique, et ce qui se passe
aujourd’hui me donne raison. Si la disparition de la famille était si proche,
on ne verrait pas le nombre des mariages augmenter dans toutes les classes.
La facilité et le chiffre croissant des divorces, ne suffit pas à expliquer ce
phénomène matrimonial.
Le besoin de se créer une famille est devenu si prépondérant chez les
hommes, depuis le formidable conflit auquel ils ont pris part, que plusieurs
se permettent des mariages imprudents qu’ils n’auraient pas conclus
auparavant. On voit des jeunes gens accepter, d’un commun accord, la
perspective d’une existence modeste et laborieuse. L’homme a évidemment
été travaillé dans les profondeurs de son être par la souffrance, les anxiétés,
les angoisses de la guerre, et il a senti la tristesse de la solitude avec une
acuité extraordinaire. C’est le besoin obscur de se rattacher à quelque chose
de fixe, de stable, et lui appartenant en propre, qui est le principal motif de
l’accroissement des mariages.
Les déceptions, cependant, ont été grandes au retour de la terrible
campagne; plusieurs s’étaient figuré que, rentrés au foyer, ils y occuperaient
la place d’une sorte d’idole domestique, et que le culte de l’héroïsme
fleurirait dans toutes les demeures. Hélas! la désillusion fut rapide. En
outre, un changement étrange s’était accompli dans l’âme des épouses, des
fiancées ou de celles qui pouvaient le devenir. Elles s’étaient émancipées,
elles n’attendaient plus uniquement de l’époux le droit de vivre et
d’affirmer leur personnalité.
Ces surprises auraient dû logiquement mettre les hommes en garde
contre le mariage. Or c’est l’illogisme qui a triomphé, et pourquoi a-t-il
triomphé? Parce qu’il y a, dans la nature et dans l’individu, des forces plus
puissantes que tous les raisonnements, les doctrines et les théories. Il suffira
toujours d’un homme et d’une femme qui s’aiment près d’un berceau, pour
reconstituer la famille, même si l’on était parvenu à la dissoudre
légalement.

*
**

La famille possède, du reste, en elle-même d’autres sources de vie qui la


feront éternellement subsister. Celle où s’alimente, en certains pays,
l’attachement des fils pour leur mère est inépuisable. Je dis des fils
spécialement, car, entre les filles et les mères, des éléments d’aigreur
entrent parfois en jeu, qui dénaturent la douceur des liens naturels.
La force de l’attachement des fils pour leur mère s’est révélée
extraordinaire pendant la guerre. Mes observations se sont, d’une manière
générale, limitées à l’Italie et à la France, et je pourrais écrire un livre sur ce
que j’ai vu et entendu à ce sujet. En Italie, le fils du peuple, le paysan en
particulier, est aveuglément attaché à sa mère; c’est son image qui lui
apparaît à l’heure du danger et à l’heure de la mort! S’il se marie tant
aujourd’hui, c’est surtout pour constituer une famille, poussé par le besoin
inconscient de rendre possible à d’autres l’affection qui a fait le fond de sa
propre vie.
Une femme de cœur, dont la mission consistait à fournir aux familles les
nouvelles des soldats qui se trouvaient au front, me disait pendant la guerre:
«Rien qu’à la façon dont elles ouvrent la bouche, je reconnais les mères!
Les épouses, les fiancées ont une autre façon de remuer les lèvres. Et quelle
différence dans leur expression de visage, tandis qu’elles attendent le
verdict qu’elles sont venues implorer.»
Chez les races où le lien entre la mère et le fils est si extraordinairement
fort, l’avenir de la famille est assuré, et les théories dont on mène tant de
bruit ne l’entameront jamais. Toutes les mères, peut-être, ne méritent pas cet
attachement profond; en ce cas il se déverse sur celle ou celui qui la
remplace, sur le père, il vecchio, ou sur quelque autre membre de la famille
dans les veines duquel les jeunes gens sentent courir le même sang. Cette
question du sang et de la perpétuité de la race a une énorme importance
chez les latins. Leur synthèse sentimentale embrasse avant tout les
ascendants et les descendants.
Les théories subversives sur la famille étaient entrées en circulation
longtemps avant la guerre et avaient fait en somme si peu de chemin dans le
monde, que le cri des soldats mourants, aux heures suprêmes où l’on ne
ment pas, a été toujours le même: «Maman! Maman!»

*
**

Aujourd’hui, après la formidable épreuve, où tant de passions primitives


se sont déchaînées, où la violence a cessé de répugner, où la férocité
atavique s’est révélée puissante encore, où les instincts brutaux ont semblé
reparaître à la surface, à quoi pensent ces soldats que la mort a épargnés? A
se créer une famille!
Il serait enfantin et un peu puéril de croire que tous ces jeunes maris sont
conscients de l’acte qu’ils accomplissent. Un ensemble de circonstances
complexes est à la base de ces nombreuses unions, mais on ne peut
méconnaître qu’une force obscure, mystérieuse et puissante, pousse les
hommes à les conclure: celle de la perpétuité de la race, c’est-à-dire de la
continuation de la famille!
Je dis «les hommes», car, apparemment, ce sont eux qui choisissent leur
compagne et portent la parole pour la conclusion de l’alliance. Et d’autre
part les femmes, pour décidées qu’elles soient, comme la Nora d’Ibsen, à
vivre leur vie et à secouer toute dépendance, ont encore, pour peu qu’elles
aient une ombre de bon sens, un intérêt vital à ce que l’institution familiale
ne soit pas détruite. Celle-ci est un peu pour elles comme une assurance sur
la vie.
Donc, malgré ce qui se passe à la surface et fait lever à tant de gens les
bras au ciel avec de grands gestes désespérés, une réalité s’impose: sous la
surface, des forces travaillent qui assurent la perpétuité des traditions.
D’ailleurs, la famille se rattache si étroitement à l’idée de patrie, qu’il serait
difficile de maintenir le prestige de l’une sans l’existence de l’autre. Et
toutes deux ont besoin, pour subsister, de l’idée religieuse de la sanction
divine, qui leur confère le droit d’exiger des sacrifices... Maintenir
l’intégrité de l’une, c’est assurer le respect de l’autre dans l’âme humaine.
Les pays où tout semble avoir sombré dans le néant, sont ceux où la famille,
la patrie et la religion ont été découronnées et brutalement dépouillées de
leurs privilèges et de leurs droits. Cette vérité s’impose à tous les esprits et à
toutes les consciences qu’une vague de démence n’a pas encore submergés.
Pour peu que l’on regarde attentivement sous la surface des mots, et que
l’on ne se contente pas de leur simple assemblage, on voit que l’institution
de la famille représente non seulement l’avenir qu’il faut assurer, mais
encore une arme de défense sociale dont il serait insensé de se priver.
Pourquoi tant de ligues, de syndicats, et ce retour aux corporations du
moyen âge? Simplement parce que l’homme moderne se sent
désespérément seul. C’est là, je le crois, la vraie explication de ce
mouvement général vers le groupement. Le sentiment des droits qu’on
possède, artificiellement éveillé et surchauffé, y a eu bien moins de part que
la sensation horrible de l’isolement. Chacun a regardé avec désarroi autour
de soi. Alors les mains se sont jointes et, bientôt, on n’a plus vu que des
assemblages. L’individu a disparu dans le groupement. Je n’ai pas
l’intention de discuter dans ces pages l’histoire de cette évolution, ni le bien
et le mal qu’elle a pu faire ou qu’elle fera; ce serait sortir de mon cadre. Je
constate simplement un fait.
En ce qui concerne sa profession ou son métier, l’homme, en effet, a
cessé d’être seul, il n’est plus forcé de combattre isolément. Si, d’un côté, il
aliène sa liberté de pensée et d’action, de l’autre il se sent soutenu par ses
camarades dans toutes les questions de salaires, d’horaires, de droits... Mais
en tant qu’être humain, il reste, au fond, plus seul qu’auparavant, parce que
les luttes de classe ont avivé les haines latentes, et que l’on vit aujourd’hui
dans une atmosphère d’hostilité générale qui rend l’existence insupportable.
Si la famille lui manquait pour se retremper dans un milieu d’affection et
de chaleur, que resterait-il à l’homme? Des camarades de combat et
quelques vulgaires contacts passagers! Son sort deviendrait de plus en plus
triste, et il finirait par regretter l’époque où il pouvait se considérer à bon
droit comme une espèce de victime sociale, soit qu’il fût paysan, ouvrier,
employé ou qu’il eût choisi une profession libérale.

*
**

La famille doit être avant tout, selon la tradition des siècles, le centre où
le travailleur vient reprendre haleine un instant pour affronter ensuite
d’autres besognes et d’autres luttes; en ce sens, elle représente déjà un
grand bénéfice social. Mais à un autre point de vue elle mérite encore d’être
prise en considération par les moralistes et les sociologues, car elle peut
offrir la solution partielle de certaines questions redoutables qui se posent
aujourd’hui à tous les esprits raisonnables et réfléchis.
Il serait superflu d’insister à ce propos sur les désastreux effets de la vie
chère et sur les difficultés des services publics et privés. Autrefois, pourvu
qu’on y mît le prix, on trouvait tout sous la main, on était servi au doigt et à
l’œil (je ne parle pas seulement des gens de maison, mais du service des
magasins, des établissements privés et publics, des moyens de
communication, etc.). Aujourd’hui, tout est singulièrement changé.
L’homme qui se trouve seul devant les difficultés de la vie quotidienne
passe parfois par des moments critiques et se trouve souvent fort
embarrassé s’il doit faire face aux obligations quotidiennes de l’existence. Il
ne suffit même pas toujours d’être deux pour résoudre ces difficultés,
d’autant plus que les gens du dehors sont devenus forcément moins
obligeants vis-à-vis de ceux qui les appellent à l’aide. Il serait injuste de
leur en faire un grief: la journée est devenue si laborieuse pour chacun
qu’on ne parvient pas toujours à en distraire une minute pour porter secours
au prochain!
A qui s’adresser dans les moments de désarroi et de détresse? A la
famille! C’est encore le plus sûr secours; mais si vous en avez dénoué les
liens, comme vous en avez soigneusement divisé les intérêts, répondra-t-
elle comme autrefois à votre appel? Mettra-t-elle le même zèle à accourir au
premier cri de détresse? Admettez que ses membres vivent aux deux
extrémités d’une ville, avec la difficulté actuelle des communications et si
l’habitude des échanges d’idées et de sentiments est perdue entre eux,
comment feront-ils pour se joindre et se prêter un mutuel appui?
Ces difficultés, ces besoins d’aide ne se font pas sentir peut-être dans les
familles des grands privilégiés de la fortune, sauf dans les cas de maladie et
de malheur. Mais les grands privilégiés ne représentent qu’une petite partie
de la société humaine. C’est la majorité de la classe bourgeoise qui souffre
des inconvénients de la vie moderne, sans parler de la classe populaire qui,
malgré la croissante augmentation des salaires, connaît des embarras
analogues.

*
**

Il est évidemment difficile de revenir à la vie patriarcale qui faisait vivre


les jeunes ménages sous le toit des chefs de famille. Cependant, étant
donnée la pénurie actuelle des logements, cela aurait bien des avantages,
d’autant plus qu’un ménage de douze personnes étant relativement
beaucoup moins coûteux qu’un ménage de deux, trois ou même quatre
bouches, la crise économique en serait peut-être adoucie. Mais c’est à un
autre point de vue, d’un intérêt supérieur, que la question demande à être
étudiée, celui de l’entr’aide morale et sociale.
La crise du service est, dans tous les pays, fort grave. Que dire de celle
des gouvernantes et des simples bonnes? Lorsque la mère de famille, de
condition modeste ou simplement aisée, quitte son logis, soit pour son
travail, soit pour ses obligations sociales, soit pour les emplettes
indispensables, dans quelles mains va-t-elle laisser désormais ses enfants?
S’ils sont petits, le problème se pose très nettement et de façon simpliste: il
faut ou les abandonner, ce qui est un danger, ou les remettre aux soins d’une
femme de ménage quelconque, ce qui est un autre danger; à moins que la
mère ne s’en fasse l’esclave et renonce à toutes sorties, à celles du soir
surtout.
Si les enfants sont grands, d’autres inconvénients surgissent qu’il est
inutile d’énumérer. Quand fils et filles, en sortant de leurs cours, rentrent à
la maison, doivent-ils trouver la maison vide? Le père est occupé à ses
affaires, la mère à ses visites, et c’est elle qui, généralement rentre la
dernière. La présence d’une grand’mère, d’une tante, d’une sœur, d’une
parente, prête à les accueillir au foyer, réchaufferait de jeunes cœurs au
moment de la vie où les contacts affectueux et intelligents sont le plus
nécessaires.
Avant la guerre, c’était le rôle des gouvernantes; mais aujourd’hui leur
présence dans les familles représente un luxe, sans compter que les yeux se
sont étrangement ouverts sur les inconvénients des influences étrangères et
des anges-gardiens inconnus admis dans le cercle familial.
Ces considérations qu’inspirent le bon sens, et l’intérêt pour les pauvres
petites âmes solitaires qui trouvent, en rentrant de l’école, le foyer désert,
finiront-elles par prévaloir sur le farouche besoin d’indépendance qui est
devenu pour la jeunesse, un culte et un principe de conduite auquel elle
croit de sa dignité de ne jamais renoncer? Les abus d’autorité, auxquels les
parents se sont complus autrefois avec une imprudente exagération et un
absurde manque de réflexion, ont suscité des rancœurs qu’ils expient
aujourd’hui.
Il est évident que, dans la reconstitution sociale de la famille qui finira
peut-être par s’imposer, il faudra trouver le moyen de sauvegarder
suffisamment l’indépendance réciproque des êtres destinés à habiter sous le
même toit. Sans cette précaution, que de tempêtes ne verrait-on pas éclater
dans des verres d’eau! Mais cependant, pour soustraire l’homme à l’horrible
sentiment de solitude qui l’étreint quand il a quitté l’atelier et la compagnie
de ses camarades, il n’y a encore que le retour aux vieilles traditions
familiales.
L’incertitude du lendemain, en cas d’accident ou de maladie, deviendrait
moins angoissante pour lui. Quand on est plusieurs à la maison, on est
mieux armé pour faire face au mauvais sort.
Si l’on craint par trop le despotisme des ascendants, ce qui se comprend,
comme je l’ai dit, parce que les abus de l’autorité paternelle ont eu parfois
des effets désastreux, pourquoi les sœurs et les frères ne se grouperaient-ils
pas contre l’isolement funeste? A ces considérations, une autre s’ajoute,
celle du travail des femmes à l’atelier ou dans les bureaux. Le dilemme se
présentera bientôt avec force. Il faudra que les femmes renoncent à
travailler au dehors, ou qu’elles consentent à élargir le cercle de la famille.
Il n’y a pas une troisième façon de résoudre le problème.

*
**

Dans cette question de la famille, il faut évidemment tenir compte de la


race et des traditions. Chez les latins, la famille s’était étendue jusqu’à
devenir la gens, sans rien perdre de sa signification première; cela avait
donné une grande force à la famille romaine, dont l’institution a servi plus
ou moins de modèle à celle des autres peuples et des autres pays.
Ce qu’on a appelé la débâcle de la famille marque peut-être, au
contraire, l’aurore de sa reconstitution. Les horribles conséquences de la
guerre, le désarroi actuel des âmes, le bouleversement des esprits et
l’angoisse des pauvres cœurs solitaires sont en train d’élaborer en secret, et
sous la surface des eaux tumultueuses, un nouveau type de société humaine:
dans celui-ci, la famille, renouvelée sur des bases d’où les abus d’autorité
seraient rigoureusement bannis et où le respect absolu de la personnalité
humaine serait reconnu, deviendra peut-être, plus que jadis encore, la pierre
angulaire de l’édifice social.

*
**

Il faudra que les hommes se réservent désormais un rôle important dans


cette famille reconstituée; au cours des dernières années, ils avaient trop
abdiqué entre les mains des femmes tout ce qui concerne la direction
morale de la famille et l’éducation des enfants. Une collaboration étroite
entre les deux sexes me paraît indispensable pour la solution intelligente et
pratique de ce problème, dont dépendent en grande partie les destinées du
monde, la dignité de la femme et le bonheur des individus appelés à vivre
dans une société renouvelée.
Le sujet que je viens d’aborder ne pourrait être épuisé dans un volume.
Je ne lui ai consacré que quelques pages, non certes pour diminuer la place
à laquelle il a droit, puisque je vois dans la famille, outre son importance
traditionnelle, une grande arme de défense sociale, mais parce que le
moment actuel n’est pas celui des longues dissertations. Le temps presse,
les solutions s’imposent et il faut se borner à indiquer les problèmes de
l’heure à ceux qui détiennent entre leurs mains le pouvoir de faire les lois et
de diriger l’opinion publique.
C’est à eux de considérer la gravité de cette question, d’en déterminer
l’importance et d’en proposer la solution.

CHAPITRE II

L’ÉDUCATION DES PEUPLES CIVILISÉS

Quelle aimable chose pourrait


être l’homme s’il était vraiment
homme.
(Ménandre.)

De tous côtés aujourd’hui, une même préoccupation a envahi les


cerveaux et les consciences lucides: celle de l’éducation!
Dans l’appréhension des désordres qui menacent le monde, une terrible
question s’est posée à l’esprit de tous. L’école, avec son apathie, son
manque d’air, de soleil, d’espace et de spiritualité, ne serait-elle pas la
principale responsable de l’effrayante folie collective qui bouleverse en ce
moment l’âme des peuples? La réponse n’a pas été rassurante, et pour peu
qu’on prête l’oreille, l’on entend de toutes parts un cri d’angoisse qui
traverse l’espace.
La crise a éclaté dans tous les pays, et la nécessité de réformes scolaires
s’impose partout, ce qui est une preuve évidente qu’aucun des systèmes
suivis jusqu’ici n’a été jugé satisfaisant ni pour l’heure passée, ni pour
l’heure présente!
Avant la guerre, chez les nations où la plaie de l’analphabétisme
s’étendait encore dans certaines provinces, on avait l’habitude de croire, au
point de vue éducatif, à l’incontestable supériorité des méthodes anglo-
saxonnes, et on avait raison en partie. Mais aujourd’hui la crise s’est
généralisée, le mal va jusqu’à la racine, et l’on comprend clairement que les
anciens systèmes, déjà insuffisants dans le passé, ne répondent plus nulle
part aux besoins de l’heure présente.

*
**

Deux immenses armées couvrent l’étendue du monde civilisé: les


maîtres et les écoliers! Elles ont chacune leurs droits et leurs besoins, qui,
malheureusement, ne s’accordent pas toujours. Jusqu’ici les éducateurs
élevaient seuls la voix, les élèves se taisaient et supportaient. Ces derniers
étaient les plus injustement sacrifiés, car ils n’avaient pas demandé à naître,
ni à quitter leurs jeux pour s’instruire, tandis que les maîtres embrassaient
par un libre choix la carrière de l’enseignement.
Les enfants avaient, il est vrai, des défenseurs naturels en la personne de
leurs parents; mais ceux-ci ne protestaient pas contre les méthodes en
vigueur, dans la crainte de retarder, par de trop justes réclamations, la future
carrière de leurs enfants.
Plus encore que par peur, c’était par légèreté que tant de pères et de
mères restaient silencieux; ils ne pensaient pas à l’avenir moral, ni à la
formation de la conscience ou au développement intérieur de la plante
«homme». Ceux mêmes qui, sur d’autres points, défendaient avec
acharnement les intérêts de leurs enfants, ne se préoccupaient que
médiocrement (symptôme singulier d’amoralité et d’aveuglement) de leur
croissance intérieure, c’est-à-dire de leur éducation.
Parmi les maîtres éclairés qui se rendaient compte depuis longtemps du
mal, sans pouvoir y porter remède, il y en avait de vaillants et d’énergiques.
Malheureusement, le formalisme et le pédantisme avaient modelé si
fortement une bonne partie du monde scolaire (sauf peut-être l’anglo-
saxon), que les plus hardis novateurs hésitaient à abattre les portes de la
prison où ils se sentaient enfermés; ils pensaient que la prison
s’améliorerait, qu’on ouvrirait les portes et les fenêtres; mais elle était
cachot, et cachot elle restait.

*
**

C’est le principe erroné de l’égalité—elle n’existe que dans le fait de la


naissance et de la mort—qui, durant les trente dernières années, a empêché
la pleine floraison de la pensée humaine et coupé les ailes à la liberté. Ce
mirage trompeur, puisque la nature le contredit dans toutes ses
manifestations, a obscurci les cerveaux en leur faisant admettre que, pour
faire brèche dans la vie et y construire un nid, pour entrer dans la grande
lice des combattants et y marquer sa place, il fallait savoir les mêmes
choses, les apprendre de la même manière, courber la tête sous le même
joug, comme les Romains du célèbre tableau de Gleyre.

*
**

Il suffit d’un peu de bon sens pour se rendre compte des difficultés qui
auraient surgi si l’on avait brusquement détruit les anciens moules scolaires,
et pour comprendre à quel saut dans le vide et dans l’ignorance, l’humanité
aurait été exposée! Les hésitations des réformateurs étaient donc
parfaitement légitimes. Rompre les rangs sans précaution aurait fait courir
des risques immenses à la cause même pour laquelle ils avaient combattu si
longtemps en silence. Le monde de l’avant-guerre était encore prisonnier
des idées, des théories et des méthodes que le temps avait sanctionnées. Les
novateurs et les esprits avancés, tout en déplorant cet esclavage,
comprenaient que, pour obtenir quelques réformes utiles, il ne fallait pas
déserter la maison, ni en démolir précipitamment les bases. Ils s’efforçaient
donc de respecter les anciens moules, et c’est pour cela que ces combattants
avaient presque tous le visage triste.
A ces nobles et patients lutteurs et aux écoliers qui ont perdu l’amour de
l’école, il faut redonner le courage et l’espérance: inspirer aux premiers la
fierté de leur mission grandiose, et faire comprendre aux seconds vers
quelles hauteurs peut les conduire le développement de leur personnalité
morale.
*
**

En ce monde de transformations continuelles, dans lequel nous voyons


chaque jour une forme dynamique nouvelle remplacer celle qui l’a
précédée, les gouvernements devraient avoir le courage de renoncer, tous
les premiers, à quelques-unes des vieilles formules qui alourdissent les
programmes scolaires. Il y en a évidemment d’excellentes qu’on doit
respecter, mais c’est de l’ensemble du système qu’il faut secouer le joug,
pour faire passer un souffle d’air pur et libre dans les rangs serrés de l’école
et défendre la haute culture contre les entraves de l’ignorance et du
matérialisme qui, de tous côtés, lui dressent des embûches et essayent
d’arrêter son essor.
Chaque méthode a son heure favorable: l’exclusivisme de l’école d’État
a pu être indispensable à certains moments de l’histoire, et il serait absurde
de ne pas reconnaître les services qu’elle a rendus. Même si l’on adoptait le
système d’une plus large liberté de l’enseignement, la surveillance et peut-
être même l’ingérence de l’État demeureraient, en quelques cas,
indispensables.

*
**

En Angleterre et en Amérique, la double fonction de l’État et de


l’initiative privée se combinent avec des résultats favorables à la formation
du caractère et au respect de la discipline dans la liberté. Les résultats n’ont
pas été aussi brillants en ce qui concerne la haute culture; mais ce fait ne
dépend en rien du système en lui-même, mais plutôt des tendances de
l’esprit national chez les uns et du manque d’une tradition de culture chez
les autres.
Ce serait une expérience utile et intéressante que d’introduire la méthode
de la double fonction dans des pays comme la France et l’Italie, où les
écoles d’État ont été seules chargées jusqu’ici de résoudre l’angoissant
problème de l’éducation.
Ces deux pays latins ont, pour des raisons à peu près analogues, quoique
à des périodes différentes, défendu jalousement les prérogatives de l’État au
point de vue scolaire et, pour les maintenir, ils ont agité le même
épouvantail: la crainte de l’influence cléricale, accusée de vouloir
compromettre les conquêtes de la liberté. Mais de grandes évolutions se
sont dernièrement accomplies et des périls bien plus graves se dressent,
auxquels il faut faire face en s’élevant à des visions plus hautes et plus
larges.
Pour sauver l’âme de la jeunesse et, à travers celle-ci, la civilisation du
monde, la pensée humaine doit faire un suprême effort; et maintenant que le
canon a achevé son œuvre, celle des éducateurs doit commencer.

*
**

Il convient avant tout de faire une distinction essentielle entre


l’éducation et l’instruction. Dans le langage courant, on confond volontiers
les deux termes et c’est pourquoi nous avons vu si souvent des maîtres qui
n’étaient en rien des éducateurs!
Être un éducateur sous-entend une culture morale qu’aucun examen
d’État ne peut conférer. On répondra que la pédagogie est enseignée dans
toutes les écoles: mais, en général, ce qu’on entend par ce mot ne représente
aucune pénétration d’âme entre l’élève et le professeur.
Sauf en des cas assez rares, où l’intelligence vive et claire d’un maître le
libérait des formules et l’élevait au-dessus des systèmes, l’enseignement
d’État était aride, froid, souvent pédantesque, et ne tenait pas compte des
consciences embryonnaires auxquelles il s’adressait. Les leçons étaient
débitées avec indifférence et écoutées avec une insouciance analogue.
L’ensemble des doctrines pédagogiques,—dont quelques-unes peuvent
être excellentes en elles-mêmes—a été, du reste, presque toujours mal
présenté et plus mal digéré encore, tandis qu’il devrait être, au contraire, le
principal et le plus essentiel des enseignements. Il mériterait même une
place à part dans la hiérarchie des études, parce que modeler des caractères
est beaucoup plus profitable à la félicité humaine que de former des savants.
Que ces paroles ne donnent lieu à aucun malentendu! La nécessité de la
haute culture est d’une telle importance que si la liberté de l’enseignement,
accompagnée d’un indispensable contrôle, paraît désirable aujourd’hui à
tant d’esprits sagaces, c’est justement parce que, délivrant l’école des
vaines formules, elle provoquera de fécondes émulations, contrebalançant
ainsi l’inconvénient qu’il peut y avoir à confier l’école à des professeurs
inamovibles, qui n’ont rien à craindre ni à espérer; cette liberté permettrait,
dans tous les pays, la constitution de fortes équipes d’éducateurs
moralement solides et capables d’exercer un prestige sur les esprits qu’ils
sont appelés à modeler. Quand on considère l’immense responsabilité
qu’ont encourue les maîtres en ne comprenant pas suffisamment leur
mission, on tremble à la fois pour leur conscience et pour les victimes de
leurs fausses théories.

*
**

L’anarchie générale de la pensée qui menace de nous ramener à la


barbarie et le bouleversement mental qui en dérive, dépendent en grande
partie de l’enseignement erroné et incomplet, au point de vue éducatif,
qu’ont reçu les enfants. Les parents ont aussi, en ce sens, de graves fautes à
se reprocher: les mères surtout, dans l’esprit desquelles la notion de la
nécessité du plaisir pour leurs enfants a pris des proportions singulières;
mais l’école est encore la plus coupable, car elle embrasse tout le
développement des êtres humains. A côté d’instituteurs admirables, éclairés
et patients, combien d’autres, avec leur mécontentement perpétuel, leurs
doctrines subversives, leurs attitudes violentes et amères, ont semé dans les
jeunes cœurs les germes d’une brutalité inféconde et dominatrice, devant
lesquelles aujourd’hui le monde recule épouvanté.

*
**

La réforme s’affirme donc indispensable et urgente. Pour étudier à fond


cette question, pour essayer du moins d’apporter quelque remède au mal, ou
d’en arrêter l’essor et d’en empêcher le renouvellement, il faut obtenir le
concours unanime de tous les bons esprits assoiffés de fraternité et de
spiritualité, capables d’élucider, par leurs consciencieux et sages conseils, le
problème ardu qui se pose aujourd’hui, menaçant, à tous les esprits de
bonne foi, à toutes les consciences droites et à toutes les âmes de bonne
volonté.
La Société des Nations
La question de l’éducation devrait préoccuper l’opinion publique et les
chefs d’État beaucoup plus encore que celle de l’enseignement. La Société
des Nations aurait là une tâche admirable à accomplir, supérieure à toutes
celles qui remplissent déjà son programme. Elle devrait nommer une
commission mondiale chargée d’étudier cette question d’une si vitale
importance que l’on peut dire que l’avenir de l’humanité en dépend! Un
drapeau devrait flotter par son ordre sur la place publique de toutes les
communes du monde portant cette brève inscription: L’éducation est
obligatoire pour les citoyens des nations civilisées.
L’instruction est chose fort diverse; elle reste un problème national parce
que, en la répandant, il faut tenir compte de la différence des races, des
besoins particuliers des peuples et de leurs traditions. Mais en ce qui
concerne l’éducation, comme la même menace est suspendue, bien que
d’une façon plus ou moins imminente, au-dessus de toutes les nations,
celles-ci pourraient et devraient chercher ensemble les solutions et les
appliquer solidairement.
Le but de l’éducation devrait être de former des hommes. Les Saintes
Écritures disent que, quand une femme a mis un enfant au monde, elle
oublie ses souffrances dans l’orgueil d’avoir enfanté un homme... Devant la
folie destructrice de certaines mentalités actuelles, combien de mères
doivent, dans le secret de leur cœur endolori, déplorer d’avoir conçu des
monstres: monstres de violence brutale, monstres de honteuse apathie!

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**

Assainir les cerveaux déjà empoisonnés et empêcher le renouvellement


de périlleuses intoxications, telle est la synthèse de la réforme éducative qui
s’impose aujourd’hui.
Le problème ne pourra être résolu que par un énorme effort international
qui élève un temple idéal aux forces civilisatrices et condamne
solennellement les principes contraires à la liberté et à une saine discipline
morale.
La défense de la civilisation doit devenir le premier devoir des citoyens
du monde entier; celui des États, des corps constitués, des académies, des
universités, des écoles et de tout enseignement familial... Pour rétablir
l’équilibre de l’esprit humain, la coopération de toutes les nations civilisées
est indispensable, et il faut que le sentiment de la désapprobation générale
arrive à peser sur les consciences troubles comme un insupportable fardeau,
qui dépouillera pour elles la vie de toute saveur.
Cette désapprobation solennelle du tribunal suprême de l’opinion
publique me paraît être l’unique effort que l’humanité puisse tenter, pour
ramener les troupeaux égarés à une vue plus juste et plus vraie des choses
humaines.
Quant à la nécessité absolue d’imposer à l’école, à côté de l’instruction
et bien au-dessus d’elle, une éducation saine et forte, la difficulté consistera
dans la formation des éducateurs eux-mêmes.

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Pour former un corps enseignant digne d’élever les générations futures,


une première chose est nécessaire[B], qui est de relever, non seulement
économiquement, mais encore socialement et moralement la classe des
instituteurs. Celle-ci doit acquérir une importance majeure aux yeux de
l’opinion publique, car elle est appelée à sauver le monde.
Il faut que ceux mêmes qui n’ont pas besoin d’y chercher un gagne-pain
considèrent comme un honneur d’y appartenir.
J’ai cité à ce propos, dans Chercheurs de Sources, d’illustres exemples.
La Ligue des Nations, ou à son défaut une Commission permanente pour
l’éducation, pourrait consacrer définitivement l’importance de la classe des
éducateurs, et leur assurer une position morale si considérable qu’ils
seraient forcés de s’en montrer dignes.
Pour faire triompher des réformes, il est nécessaire de trouver, avant
toutes choses, les personnalités capables de les imposer. C’est ainsi que l’on
doit d’abord chercher des éducatrices. Mais où les trouver? C’est
évidemment parmi les âmes anxieuses qui, ayant constaté depuis longtemps
le mal, en souffrent et travaillent en silence à l’éliminer.
On rencontre partout de ces âmes, aujourd’hui: mères angoissées se
demandant quelle est leur part de responsabilité dans la tourmente qui
menace d’engloutir la Société humaine, ou instituteurs éclairés qui voient se
réaliser les craintes qui, depuis tant d’années, troublaient leur sommeil.
Les esprits de ceux qui ont, ou ont eu charge d’âme, traversent, en ces
jours de crises, des états de conscience douloureux, tandis qu’ils sentent
leurs entrailles frémir... Ces meneurs d’hommes qui répandent dans le
monde l’anarchie et le malheur sont leurs fils et leurs élèves!... Ces
doctrines de violences où les ont-ils puisées? Qui a tenté de les mettre en
garde contre les entraînements de la haine et de la brutalité? Quels sont les
hommes courageux qui ont osé crier assez fort pour soulever l’opinion
publique et l’émouvoir?
Du reste, comme nous sommes tous solidaires les uns des autres, ceux
qui n’ont ni vu, ni compris, ni deviné ce qui se préparait, ou qui, le
discernant, n’ont pas mis obstacle à la marée montante, doivent se frapper
la poitrine et ne pas se consoler trop vite, en croyant la victoire prochaine!
Elle n’est pas assurée, hélas! Cette opinion publique, qui commence à
comprendre la nécessité d’une réforme, doit rester en éveil, parler à voix
haute, se prononcer nettement en faveur des réformateurs, les encourager,
renverser les obstacles qui se dressent encore contre eux, proclamer leurs
victoires quand ils les auront obtenues, et se déclarer favorable à la théorie
qu’avant d’enseigner tant de choses superflues à des gens qui ne pourront
en faire usage, l’important est de former des hommes capables de guider les
peuples vers les fécondes initiatives, les réformes justes et la discipline dans
la liberté.

*
**

La grande question du siècle sera celle de l’éducation. Elle primera


même celle du travail, qui a pourtant une importance considérable, et les
bons esprits de tempérament apostolique s’efforceront d’établir dans tous
les pays, sous des formes diverses pour ce qui concerne l’instruction, mais
identiques sur les points essentiels, des principes éducatifs tendant à la
formation morale des individus et des caractères.
Ces points essentiels sont la responsabilité encourue par l’école et par la
famille dans l’anarchie de la pensée actuelle; la nécessité de la liberté pour
stimuler l’émulation dans l’enseignement; l’éducation rendue obligatoire,
et, enfin, l’intervention morale et puissante de tous ceux qui comprennent la
nécessité du développement de la vie spirituelle et individuelle en chaque
être humain.
Il faut espérer, disait M. Guizot; le monde appartient aux optimistes; les
pessimistes n’ont jamais été que des spectateurs.
Or, le défaut des Latins est d’être des critiques sans pitié vis-à-vis d’eux-
mêmes, des autocritiques, des hypercritiques et d’appartenir trop volontiers
à la catégorie des spectateurs.
Les tendances infécondes doivent désormais être fièrement combattues
par l’opinion publique, si l’on veut gagner la suprême bataille morale que
tous les peuples s’apprêtent à livrer. Il appartient à la Société des Nations[C]
d’établir les bases de cette éducation et de l’imposer à tous les pays. Il
faudra l’avoir reçue et acceptée pour être admis à participer à la discussion
des graves questions qui intéressent l’humanité et qui concernent la dignité
morale des peuples et des individus. Ceux qui refuseront de la recevoir
seront considérés comme étant en dehors de la grande famille des nations
civilisées.
Pour la culture de cet immense vignoble, il faudra beaucoup d’ouvriers:
nous devons tous essayer d’en susciter autour de nous et tenter d’enflammer
les cœurs pour la victoire finale, qui ne pourra être obtenue que par la
solution du problème éducatif.
Si la Société des Nations réussit dans cette tâche, ce sera pour elle une
grande gloire, et tous ceux qui ont combattu sa constitution devront, sur ce
point du moins, s’incliner devant l’œuvre de suprême autorité morale
qu’elle aura accomplie.

CHAPITRE III

ÉTEIGNEUSES DE PHARES

A quoi bon vivre si les raisons


de vivre manquent?
(Juvénal.)

Parmi les problèmes de l’heure, en ce moment de désarroi général, où


l’aube de la société nouvelle n’a pas encore commencé à rougir le ciel, celui
de l’influence de la femme présente une extrême gravité, non seulement en
lui-même, mais parce qu’il se rattache étroitement à ceux de la famille et de
l’éducation.
A toutes époques on a dit beaucoup de mal des femmes. Ceux qui les
connaissaient trop, et ceux qui les connaissaient trop peu ont été également
sévères dans leurs jugements sur elles. Les Anciens, certes, ne se sont pas
montrés indulgents pour le sexe féminin: «Qu’y a-t-il de plus léger que la
plume?» demandent-ils dans leurs satires; «La poussière!»—«Et de plus
léger que la poussière?»—«Le vent!»—«Et de plus léger que le
vent?»—«La femme!»—«Et de plus léger que la femme?»—«Rien!».
Nous nous rappelons tous en quels termes les théologiens et les docteurs
du moyen âge ont, à leur exemple, stigmatisé ce sexe contre lequel ils
mettaient violemment l’humanité en garde. Au cours des siècles, l’idée
chrétienne finit par dominer les préjugés théologiques, et la situation morale
des filles d’Ève s’améliora. Les femmes de la Renaissance montèrent de
plusieurs degrés dans l’estime intellectuelle des hommes et gagnèrent même
celle des savants et des philosophes.
Au XVIIᵉ siècle, en France surtout, la femme commença à exercer une
influence directe sur les événements et les individus. Le XVIIIᵉ marque
l’apogée de son règne mondain et intellectuel. Pour s’en convaincre, il suffit
de contempler les portraits de l’époque, ces visages spirituels, fins, aiguisés,
ces regards avertis qui semblent prendre un peu ironiquement la mesure des
hommes, indiquent chez les femmes l’habitude de la domination par
l’esprit, la frivolité, la coquetterie, et, parfois, la perversité.
Au XIXᵉ siècle, un autre type de femme devait surgir, inégal dans son
ensemble, car il n’y a aucun rapport entre la femme romantique de 1830,
fière de cœur, noble d’attitude, exaltée, sensible, et la femme sociale des
dernières années du siècle. Ce fut l’époque, peut-être, où elle a été le plus
respectée par l’opinion publique moyenne et où elle s’est le mieux
rapprochée, en certains cas et sous certains aspects, du type de la bourgeoise
sage, de la mère sérieuse, de la citoyenne bienfaisante et éclairée, qui mérite
parfois d’être comparée à la femme forte des Écritures, si respectée de tous
qu’elle attire l’honneur sur son mari.

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Quant à la femme du XXᵉ siècle, elle est tellement multiple dans ses
manifestations, qu’il est extrêmement difficile de la définir. Pour essayer de
donner un trait à peu près général de son caractère, il faut procéder par une

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