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Cónicas

Elipse. Hipérbole. Parábola. Definições.


Propriedades. Construções. Tangente a uma
cónica. Excentricidade.
Cónicas Prof. Doutora Natália Furtado 2
Definição.
Chama-se elipse o lugar geométrico
dos pontos do plano, tais que a soma das
distâncias de cada um deles a dois pontos
fixos (chamados focos da elipse) é
constante (comprimento dado 2a),
maior que a distância entre eles (2c).

Sejam M (x, y ) e F1 (− c,0 ), F2 (c,0 ) . Elipse-r.ggb


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2c  2a F1M + F2 M = 2a (1)
d1 + d 2 = 2a (r1 + r2 = 2a)

( x + c ) + y + ( x − c ) + y = 2a
2 2 2 2

( x + c ) + y = 2a − ( x − c ) + y
2 2 2 2

b = a −c
2 2 2

(a 2 = b 2 + c 2 )
x 2
y 2 (2)
Equação canónica
2
+ 2 =1 x2
1 x  a
da elipse
a b a 2

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((xx,, yy))
d 1= = d2

(− c,0) (c,0)

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Os pontos de interseção de uma elipse com os
eixos coordenados chamam-se vértices. Os pontos
A, A, B, B são vértices. O segmento OA
chama-se semieixo maior da elipse ( OA = a ) ;
o segmento OB  chama-se semieixo menor da
elipse ( OB = b ).
O número = c chama-se excentricidade da
elipse (  1 ). a
(
Os segmentos F1M  , F2 M  F1M = r1 , F2 M = r2 )
(também, os seus comprimentos), chamam-se raios
focais do ponto M .
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Os raios focais podem ser calculados pelas
fórmulas:
r1 = a +  x, r2 = a −  x
Se uma elipse está definida pela equação
canónica e a  b , as retas
x=− , a
x= a

chamam-se diretrizes da elipse (se b  a as
diretrizes definem-se pelas equações
y = − b , y = b ).
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Cada diretriz possui a propriedade seguinte:
Se r é a distância de um ponto
arbitrário da elipse a um foco e d é a
distância do mesmo ponto a diretriz,
unilateral a esse mesmo foco, a razão
r
d é uma constante, igual à
excentricidade da elipse.
r
d =
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Se dois planos  e  formam um ângulo agudo  ,
a projeção ortogonal de uma circunferência de raio a ,
situada no plano , sobre plano  é uma elipse cujo
semieixo maior é a e o seu semieixo menor calcula-se
pela fórmula: b = a  cos 

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Se a diretriz de um cilindro circular reto é uma
circunferência de raio b , a seção desse cilindro pelo plano
que forma com o eixo do cilindro o ângulo agudo  , será
uma elipse, cujo semieixo menor é b e o seu semieixo
maior determina-se pela fórmula:
a= b
sen

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Métodos da construção da elipse.
Traçado mecânico (ou método de jardineiro).
Fixando nos focos os dois extremos dum fio (de
comprimento 2a ) e fazendo deslizar sobre o plano,
apoiada no fio a ponta dum
lápis (ou de outro
instrumento gravador), de
modo que a manter esticado
o fio, consegue traçar-se a
elipse por movimento
contínuo.

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Construção por pontos, segundo a definição.
Marcados o eixo maior  AA e os focos F1 e F2 da
elipse, tome-se um ponto X qualquer do segmento AA
e, fazendo centro em F1 e F2 , com raios iguais a AX e
AX , respetivamente, descrevam-se duas
circunferências. Essas encontrar-se-ão em dois pontos P
F1P = AX
e P , pertencentes à
elipse. Tem-se com efeito
F1P + F2 P = AX + AX = 2a
A A Variando ponto X obtêm-
se pontos da elipse, em
F2 P = AX número e posição
arbitrários.
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Método das circunferências.
Seja E a elipse, seus semieixos de comprimentos a e b .

P ( x, y )

x = a  cos t
y = b  sen t

Equações paramétricas da elipse


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Método do retângulo (dos feixes projetivos).
Constrói-se um retângulo considerado os eixos da elipse
como sendo as suas medianas. Divide-se o eixo maior e
lado menor do retângulo, por exemplo, em 8 partes
iguais. Une-se o ponto C aos pontos do lado menor do
retângulo, em seguida, traçam-se as retas que,
partindo do ponto D,
C
passam pelos pontos
marcados no eixo maior.
As interseções das retas,
determinam os pontos da
elipse que servem para o
traçado desta, à mão.
D
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Método do retângulo (dos feixes projetivos).

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Método da tira de papel.
Na margem retilínea duma tira de papel, marcam-se três
pontos P,M, N de modo que seja PM = b (semieixo
menor) e PN = a (semieixo maior), ficando M entre P e
N. Então, colocando arbitrariamente o ponto M sobre o
eixo maior e o ponto N sobre eixo menor, o ponto P ficará
sobre a elipse. Mais precisamente: prova-se que o lugar
geométrico das posições de P, em tais condições, é a elipse
cujos eixos são dados. A demonstração pode fazer-se por
via analítica.

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Obtenção duma elipse dobrando papel.
Para obter uma elipse dobrando papel, trace-se uma
circunferência e marque-se um ponto no seu interior. Dobre-se o
papel de modo que a circunferência caia sobre o ponto marcado e
vinque-se firmemente. Repita-se o processo com novas
dobragens. Os vincos envolverão uma elipse.

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O método de Leonardo da Vinci.
Considere-se um triângulo. Trace-se dois eixos, que não
precisam de ser perpendiculares, numa folha de papel, e
desloque-se o triângulo de forma que um dos vértices deslize
sobre um dos eixos e o outro sobre o outro. O terceiro vértice
desenhará uma elipse.

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Equações de outras elipses.
Para uma elipse na forma (2) admitimos uma translação
segundo um vetor OC = ( x1 , y1 ) . A equação da nova
elipse obtém-se da (2) substituindo x por x − x1 e y
por y − y1 .

y2
x2
a2
+ b2
=1

( x − x1 ) 2 ( y − y1 ) 2
a2
+ b2
=1

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Equação da elipse com centro na origem, focos
no eixo Oy e distância de um ponto qualquer aos
focos 2b.
y

2 2
x
2
y
+ 2 =1 (a  b )
a b
O x

b = a +c
2 2 2

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Definição.
Chama-se hipérbole o lugar
geométrico dos pontos do plano, tais
que o módulo da diferença das
distâncias de cada um deles a dois
pontos fixos (chamados focos da
hipérbole) é constante (comprimento
dado 2a), menor que a distância entre
eles (2c).
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B

B

OB  - semieixo não transverso; OA - semieixo transverso


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Designemos por F1 e F2 os focos e por 2c a
distância entre eles, i.e. F1F2 = 2c, 0  2a  2c
Dessa maneira, tem-se:
0ac F1M − F2 M = 2a (3)
São possíveis três casos:
Se 2a = 0, i.e. a = 0 , então o lugar geométrico considerado seria
a mediatriz do segmento F1 F2  ;
Se 2a = 2c, i.e. a = c , então o lugar geométrico considerado seria
formado por todos os pontos da reta (F1 F2 )
não situados entre F1 e F2 ;
Se2a  2c, i.e. a  c , então o lugar geométrico considerado seria o
conjunto vazio.

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Os segmentos F1M  e F2 M  (também, os seus
comprimentos F1M = r1 , F2 M = r2 ), chamam-se
raios focais do ponto M . Designam-se por r1 e
r2 , respetivamente.
Daí, tem-se: r1 − r2 = 2a
r1 − r2 = 2a , se o ponto M situa-se mais
perto do foco F2 .
r2 − r1 = 2a , se o ponto M situa-se mais
perto do foco F1 .
Sejam M (x, y ) e F1 (− c,0 ), F2 (c,0 ) .
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( x + c) + y − ( x − c) + y = 2a (4)
2 2 2 2


( x + c)2 + y 2 = 2a + ( x − c)2 + y 2
(5)

xc − a 2 =  a ( x − c) 2 + y 2 (6)
 b =c −a
2 2 2

2 2
Equação canónica x y
da hipérbole
2
− 2 = 1 (7 )
a b
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O retângulo com lados 2a e 2b , situado
simetricamente em relação aos eixos da hipérbole
e tangente dela nos seus vértices, chama-se
retângulo principal da hipérbole.
As diagonais do retângulo principal (prolongadas
infinitamente) são as suas assimptotas:
y= x, b
a y=− x b
a
y2
A equação − + b = 1
x2
a2 2determina hipérbole
simétrica em relação aos eixos coordenados;
neste caso F1M − F2 M = 2b .
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As duas hipérboles, que num mesmo referencial
se determinam pelas equações
2 2 2 2
x y x y
2
− 2 =1, − 2 + 2 =1
a b a b
chamam-se conjugadas.
Hipérbole de semieixos iguais (a = b) chama-se
equilátera e a sua equação canónica é
x −y =a , −x +y =a
2 2 2 2 2 2

O número = c chama-se excentricidade da


hipérbole ( 
a
 1).
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Os raios focais podem ser calculados pelas
fórmulas:

r1 =  x + a, r2 =  x − a
Os raios focais dos pontos
do ramo direito da hipérbole

r1 = − x − a, r2 = − x + a
Os raios focais dos pontos
do ramo esquerdo da hipérbole

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Se hipérbole representa-se pela equação canónica (7), as
retas determinadas palas equações

x=− , a
x= a

chamam-se diretrizes.
y2
Se hipérbole representa-se pela equação − a 2 + b 2 = 1
x2
as
retas determinadas palas equações
y=− , y= b

b

Cada diretriz possui a propriedade seguinte:
Se r é a distância de um ponto arbitrário da hipérbole a um dos
focos e d é a distância do mesmo ponto a diretriz, unilateral a
r
esse mesmo foco, a razão d é uma constante, igual à
excentricidade da hipérbole dr =  .
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Métodos da construção da hipérbole.
Construção por pontos, segundo a definição.
Uma vez marcados os focos F1 , F2 e os vértices A, A da
hipérbole, tome-se um ponto arbitrário X do eixo
transverso (dos focos), fora do segmento AA . Desse

AX − AX = 2a
modo será sempre

Em seguida, com centros em F1 e F2 , e raios iguais a


AX e AX , respetivamente, descrevam-se duas
circunferências, cujos pontos de interseção pertencem a
hipérbole.
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F1 A A F2 X X

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Construção por pontos, com eixos dados.
Constrói-se um retângulo com centro O e lados 2a e
2b . Traçam-se diagonais do retângulo. No eixo Ox da
origem constroem-se segmentos OF1  e OF2  , iguais
a metade da diagonal do retângulo. Em seguida,
marcam-se no eixo Ox pontos arbitrários 1,2,3 e etc..
Do foco F1 descrevem-se circunferências dos raios
iguais a A1, A2, A3 e etc.. Do foco
F2 circunferências dos raios A1, A 2, A 3 e etc.
Pontos de interseção das circunferências são pontos da
hipérbole.

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A F2
F1 A

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Equação da hipérbole, estudada no ensino secundário:
y= 1
x hipébole.ggb hipérbole-r.ggb

Rotação a volta da
origem de coordenadas
de amplitude 45º.

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Definição.

Chama-se parábola o lugar


geométrico dos pontos do plano, para
cada um dos quais a distância ao ponto
fixo (chamado foco da parábola) é
igual à distância a uma reta fixa,
chamada diretriz (que não contém o
ponto).
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d
M(x,y)

r
O=V

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d =r
NM = MF (8)
(
N − 2p , y )

(x + ) + (y − y) = (x − ) + (y − 0)
p 2
2
2 p 2
2
2


( ,0)
p
2 2 px = y 2

y = 2 px
2
(9)
Equação canónica
da parábola
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Parâmetro
da parábola

(− ,0)
p
2
y = −2 px
2

O número =d
r
chama-se excentricidade
da parábola (  = 1 ).

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A equação da diretriz da parábola é:

x=− 2
p

O raio focal dum ponto arbitrário M (x, y ) da


parábola é dado pela fórmula:

r =x + p
2

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x = 2 py
2
x = −2 py
2

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Métodos da construção da parábola.
Construção por pontos, segundo a definição.
Dado o parâmetro p . O foco da parábola está no eixo
das abcissas.
Para determinar os pontos da parábola procede-se da
seguinte maneira:
Marcam-se no eixo Ox, a partir do vértice O vários
pontos arbitrários ( 1,2,3 e etc.); por esses pontos
traçam-se perpendiculares ao eixo Ox.
Com uma abertura do compasso igual a P1 no centro
em F, descreve-se o arco 1 1 que interseta o
perpendicular traçado por ponto 1 e etc..
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P

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Método dos feixes projetivos.
Dados eixo da parábola (eixo Ox), vértice (O = V) e
qualquer seu ponto A.

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Equações de outras parábolas.

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Tangente a uma cónica

Elipse. Tangente-elipse.ggb

Hipérbole. Tangente-hipérbole.ggb

Parábola. Tangente-parábola.ggb

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Excentriciddade
Cada diretriz possui a propriedade seguinte:
Se 𝑟 é a distância de um ponto qualquer da elipse
(hipérbole, parábola) a um foco e 𝑑 é a distância do
mesmo ponto a diretriz, unilateral a este mesmo foco, a
𝑟
razão é uma constante, igual à excentricidade da elipse
𝑑
𝑟
(hipérbole, parábola), i.e. 𝜀 = .
𝑑
se 𝜀 < 1 – elipse;
se 𝜀 = 1 – parábola;
se 𝜀 > 1 – hipérbole.

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