Arouca Geopark

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Visita ao Arouca Geopark

Nome: Simão Carvalho N.º:23


Ano:11.º Turma:C
Arouca 14/03/2024
Escola Secundária Henrique Medina
Biologia e Geologia
Indice
Introdução...............................................................................................................................4
O Geopark...............................................................................................................................5
Elementos geológicos que observamos..............................................................................5
Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação.....................................................5
Campo de Dobras da Castanheira........................................................................................6
Frecha da Mizarela.................................................................................................................7
Contacto Litológico da Mizarela...........................................................................................7
Museu das Trilobites - Centro de Interpretação Geológica de Canelas...........................8
Conclusão.............................................................................................................................11
Bibliografia............................................................................................................................12

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Introdução
Este relatório elaborado no âmbito da disciplina de biologia e geologia tem
como objetivos conhecer a geomorfologia do Geoparque de Arouca, explorar o
património natural da região do Geoparque de Arouca, conhecer os vários tipos de
fossilização, compreender os processos de formação de diferentes rochas,
identificar fósseis de Trilobites, conhecer o granito da Serra da Freita, relacionar
conteúdos de sala de aula com os visualizados nos locais escolhidos refletir sobre
assuntos de geologia abordados em sala de aula, aprofundar os conhecimentos
adquiridos ao longo de dois anos letivos e desenvolver atitudes de socialização
entre todos os participantes.

Neste relatório irei inicialmente apresentar brevemente o Arouca Geopark, e


de seguida falar dos geossítios visitados como às Pedras Parideiras / Casa das
Pedras Parideiras: Centro de Interpretação onde assistimos a um vídeo e a uma
explicação da guia sobre este fenómeno,o Campo de dobras da Castanheira,
Frecha da Mizarela que não foi visível devido às condições climatéricas, o Contacto
litológico da Mizarela e o Museu das Trilobites - Centro de Interpretação Geológica
de Canelas. Todos estes locais foram acompanhados pela explicação de guias que
nos foram descrevendo a história geológica dos locais visitados.

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O Geopark
O Arouca Geopark, estabelecido em abril de 2009 devido à grande
quantidade de elementos geológicos e fenómenos raros que devem e têm de ser
preservados com a , compreende uma área de 328 km 2, correspondente ao
concelho de Arouca.
Os 328 km2 de território abrigam uma variedade de monumentos geológicos,
que engloba 41 locais de interesse geológico. O Geopark insere-se num território
montanhoso, encontrando-se os seus pontos mais altos nas Serras da Freita e de
Montemuro com altitudes por vezes superiores a 1.000 metros.

Elementos geológicos que observamos


Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação: O primeiro
geossítio que visitamos foram as pedras parideiras geologicamente chamadas
granito nodular da Castanheira. A visita iniciou-se com a visualização de um vídeo
em três dimensões chamado “Pedras
parideiras: um tesouro geológico” onde foi
explicada a origem deste fenómeno e as lendas
associadas a ele. As pedras parideiras são uma
formação geológica única no mundo que
consiste em pedras que brotam de uma rocha-
mãe, um bloco nodular de origem granítica daí
chamarem se parideiras. Os nódulos de 1 a 12
cm de diâmetro com formas de disco
biconvexo são compostos pelos mesmos
elementos mineralógicos do granito.
A camada externa é composta por biotite
(mica preta) e a interna possui um núcleo de
quartzo e feldspato. Estes nódulos ao se
Figura 1 - Interior de um nódulo de granito
soltarem dos núcleos da rocha-mãe por
termoclastia ou crioclastia deixam uma camada
externa em baixo relevo nos núcleos da rocha-mãe.

Figura 2 - Pedras Parideiras 4


Campo de Dobras da Castanheira: É um geossítio localizado na
Castanheira, a sudeste das Pedras Parideiras. Nessa área, afloram rochas
metassedimentares ante-ordovícicas, que exibem dobras intensas. As dobras são
deformações nas rochas, resultando no encurvamento de superfícies originalmente
planas. Essas rochas se formaram há mais de 500 milhões de anos nas
profundezas de um antigo mar, onde camadas alternantes de sedimentos foram
depositadas horizontalmente. Por meio de diagênese e metamorfismo, esses
sedimentos originaram as rochas metamórficas presentes.
As dobras no Campo de Dobras da Castanheira podem ser classificadas de acordo
com seu aspecto geométrico e a idade das rochas que as constituem:
1. Antiformas: Possuem concavidade voltada para baixo, assemelhando-se a
um “A”.
2. Sinformas: Têm concavidade voltada para cima, formando um “V”.
3. Dobras neutras: Apresentam concavidade lateral, com o plano e o eixo da
dobra na vertical (dobras deitadas).
4. Sinclinais: São dobras com convexidade para baixo, onde as rochas mais
novas estão no núcleo.
5. Anticlinais: Representam dobras com convexidade para cima, onde as
rochas mais antigas estão no núcleo.

Figura 3 - Classificação de uma dobra tendo em conta a sua


orientação no espaço
Além das dobras,
também foram
observados filões de
quartzo de cor leitosa e
dobras de pequena
dimensão. Os movimentos
de compressão, ocorridos há cerca de 350 milhões de anos, aumentaram a pressão

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e a temperatura, tornando as rochas dúcteis e resultando em dobras de diferentes
amplitudes.

Figura 4 - Dobra geológica num xisto Figura 5 - dobra geológica num xisto com
um filão de quartzo dobrado

Frecha da Mizarela: A frecha da mizarela é um dos maiores espetáculos


naturais de portugal pois consiste numa queda de água com mais de 60 metros de
altura o que faz com que seja a maior de Portugal continental. A frecha da Mizarela
formou-se devido às diferentes durezas do granito e do xisto sendo o xisto mais
macio, este fator aliado ao sistema de falhas forma esta queda de água.

Contacto Litológico da Mizarela: O Contacto Litológico da Mizarela é um


geossítio localizado no Arouca Geopark, próximo à aldeia da Mizarela. Nesse local,
ocorre um contato nítido entre metassedimentos ante-ordovícicos e o granito da
Serra da Freita. Essa área oferece uma oportunidade única para observar as
características macroscópicas que nos permitem
distinguir rochas de caráter “xistento” das rochas
granitóides. O contato litológico é brusco, com uma
inclinação próxima dos 90 graus.

Os xistos são rochas metamórficas


formadas por metamorfismo regional. Apresentam
uma textura foliada. Nesta região, os xistos são
principalmente micaxistos, afetados por
metamorfismo de grau médio os micaxistos
biotíticos, destacam-se porfiroblastos de
estaurolite e andaluzite (minerais de grandes
dimensões inseridos na matriz de uma rocha
metamórfica) também é possível observar
silimanite (fibrolite), mas apenas ao microscópio.
Os cristais de estaurolite podem atingir dimensões
de vários centímetros e, às vezes, apresentam-se
maclados (interseção de minerais), a presença Figura 6 - Minerais de estaurolite

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deste mineral revela que esta rocha foi formada por metamorfismo regional de
intensidade média a elevada.

O granito é residual nessa zona e se destaca na paisagem. É uma rocha


magmática com textura fanerítica e grão médio. Embora geralmente seja um granito
de duas micas, neste local, há um claro domínio da moscovite em relação à biotite.
Este granito é mais recente do que o xisto, o granito pois aflorou devido à erosão do
xisto já existente .

Museu das Trilobites - Centro de Interpretação Geológica de Canelas:


Chegando ao museu tivemos a oportunidade de assistir a um vídeo onde foi
explicado como as trilobites viviam, como os seus fósseis foram encontrados, que
outros locais de interesse geológico existem naquela área e o que torna estas
trilobitas tão especiais.

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Há cerca de 540 milhões de anos a região de Arouca encontra se coberta
pelo mar e com vários
organismos marinhos a viver
nesse mar como trilobites,
bivalves, gastrópodes,
cefalópodes, braquiópodes,
crinóides, cistóides,
hiolítideos, conulárias,
ostracodes e graptólitos. O
organismo que se destaca
nestes fósseis são as
trilobites devido às suas
dimensões nesta zona. Esta
espécie nesta região poderia Figura 8 - Fóssil de trilobite gigante
hipoteticamente chegar aos
66 cm, sendo que
normalmente estes animais têm cerca de 10 cm .
As trilobites foram um dos mais bem-sucedidos grupos de organismos desde
o início da vida na Terra, pois tiveram uma extensão geográfica enorme, no entanto
presentes em praticamente todos os oceanos do Paleozóico. As trilobites são
classificadas como artrópodes e o seu corpo dividia-se em três partes: um cefalão
(cabeça), um tórax (tronco) e um pigídio (cauda). Cada uma destas partes era
composta por três lobos, um central e dois laterais, daí o nome trilobites. Algumas
contavam com olhos compostos como os dos insetos atuais.

Figura 9 -Representação do corpo de uma trilobite


Durante
o crescimento, as trilobites, levavam a cabo várias mudas periódicas das carapaças,
deixando no fundo do mar os exoesqueletos enquanto criavam carapaças novas em
sua substituição. A grande maioria dos fósseis de trilobites encontrados atualmente
representam carapaças abandonadas e não trilobites completas.

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Os fósseis de trilobites estavam presentes na rocha chamada ardósia que
surge do metamorfismo de baixo grau de sedimentos finos que se foram
acumulando no fundo dos mares antigos, esses sedimentos oferecem as
condições ideais para a fossilização pois permite selar o corpo dos seres vivos num
ambiente anaeróbio inibindo a sua decomposição. O facto da ardósia ser uma
rocha de baixo grau de metamorfismo é fundamental para a conservação dos
fósseis pois se a rocha for submetida a altas temperaturas e pressões os fósseis
são deformados ao ponto de não serem mais visíveis na rocha.

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Conclusão
Em suma, esta visita de estudo foi bastante vantajosa para a nossa
aprendizagem, pois para a maioria dos alunos a geologia é apenas uma disciplina
em que é complicado perceber a sua aplicação e a sua importância, dessa maneira
muitas vezes os alunos encontram-se mais desinteressados. Com a visita de
estudo, conseguimos ver de uma maneira objetiva e relativamente simples que
com os conhecimentos de geologia adquiridos conseguimos construir a história de
um local, como foi o caso de percebermos como o nível do mar se alterou e como a
dinâmica da geosfera com a orogenia e a movimentação dos continentes por ação
da tectónica de placas. Além disso, também foi possível compreender que a
geologia não influencia apenas a paisagem e o tipo de biodiversidade, também
ajuda a compreender como eram os seres vivos de á milhões de anos atrás.
Neste relatório foram abordados os vários geossítios do Arouca geopark
visitados, como a Casa das Pedras Parideiras onde foi possível compreender a
peculiaridade deste fenómeno, o Campo de Dobras da Castanheira um ótimo
exemplo da deformação de rochas metamórficas com elevada plasticidade, a
Frecha da Mizarela que mesmo que difícil de observar é um local imponente, o
Contacto Litológico da Mizarela onde se observa perfeitamente uma transição
abrupta do tipo de paisagem e rocha e por fim o Museu das pedras parideiras com
o seu vasto espólio de trilobites com dimensões elevadas difíceis de encontrar no
resto do mundo.

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Bibliografia
http://aroucageopark.pt/pt/conhecer/geodiversidade/geossitios/pedras-parideiras/
Consultado em 29/3/2024

http://aroucageopark.pt/pt/conhecer/geodiversidade/geossitios/campo-de-dobras-
da-castanheira/Consultado em 30/3/2024

http://aroucageopark.pt/pt/conhecer/geodiversidade/geossitios/frecha-da-mizarela/
Consultado em 1/4/2024

http://aroucageopark.pt/pt/conhecer/geodiversidade/geossitios/contacto-litologico-
da-mizarela/Consultado em 1/4/2024

https://museudastrilobites.pt/fosseis/ Consultado em 1/4/2024

CAPA - Logotipo do Arouca Geopark; Fonte: Arouca Geopark

NOTA: As fotografias utilizadas ao longo do trabalho são da autoria do aluno Simão


Carvalho.

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