Edição - 219 Julho
Edição - 219 Julho
Edição - 219 Julho
Sustentabilidade na ponta
da língua e nas ações
E
stamos em pleno século XXI e o mun- te teve a chance de brincar na rua, de entrar
do continua se transformando a cada na água de um rio, de comer fruta direto da
minuto que passa. Podemos até dizer árvore. Mas esses hábitos deixaram de ser
que vivemos numa era mutante, começan- saudáveis, aos poucos foram tomados por
do pela natureza que está em plena muta- um mundo novo que se formou, cheio de
ção, passando pelo ser humano, até chegar carros, poluição e doenças.
em coisas materiais, como um carro, um Ainda temos uma chance de reverter
computador ou um telefone. Até mesmo essa situação, ou pelo menos minimiza-las,
a relação entre as pessoas, a comunicação Soluções existem, falta apenas nos munir-
entre prestador de serviço e cliente, entre mos de informação, arregaçar as mangas
fornecedor e fabricante, está mudada. Hoje e colocar as mãos à obra. Nessas últimas
em dia tudo segue uma nova ordem. semanas, durante a Rio+20, muito se falou
E é lógico que se queremos viver bem sobre sustentabilidade e preservação do
e prósperos, temos que acompanhar essa meio ambiente, certamente de lá saíram
nova ordem, essa nova filosofia de vida, se muitas idéias que podem ajudar, inclusive a
é que podemos chamar assim. Nunca se sua oficina.
falou tanto em sustentabilidade... Aliás, há Sempre falamos nesse assunto e não va-
alguns anos, essa palavra nem existia. Reci- mos deixar de falar, porque é vital. Navegue
clagem também é um termo relativamente na internet, leia artigos, vasculhe e procure
novo. Agora já sabemos o que significam, saber mais sobre ações pequenas que po-
estão em todos os jornais, as grandes em- dem ajudar nesse sentido, tanto para seu
presas estão colocando em prática e a ten- negócio quanto para sua vida.
dência é que o mundo comece a viver uma Enquanto isso, confira nesta edição uma
vida mais sustentável. Para matéria sobre troca de em-
continuar vivendo! breagem de veículos comer-
A verdade é que pode ciais leves, o passo a passo
ser bonito falar, mas é muito do processo de certificação
difícil agir sustentavelmen- do líquido de arrefecimento
te. E é justamente do que o e muito mais. Não esque-
mundo precisa: de pessoas ça de acessar o nosso site
que transformem as suas vi- w w w. o m e c a n i c o . c o m .
das pessoais e profissionais br, que traz notícias diárias
pensando num mundo mais e matérias exclusivas para
“vivível”. Quem foi criança você. Obrigada por mais um
no século passado certamen- mês da sua atenção! Valeu!
Carolina Vilanova
20 34
12 Entrevista 34 Artigo
Antonio Fiola, presidente do Ações para fazer a sua parte na
Sindirepa Nacional, fala sobre as preservação do meio ambiente
atribuições da nova associação
38 Pesquisa
20 Mecânica Diesel Mecânicos elegem melhores itens
de transmissão e outras peças
Acompanhe a troca do kit de
embreagem dos caminhões e
micro-ônibus de 7 a 9 toneladas 50 Qualidade em série
Como é o processo de certificação
para líquido de arrefecimento
28 Eletricidade
Esquema elétrico completo do
57 Rod em destaque
sistema de carga e partida do Milani Autopeças distribui a
Chevrolet Astra 2009 Revista O Mecânico no Paraná
50 64 V
Evento
Nilcéia Rocha e Isabel Costa
58 Administração
Ed Wilson Furlan, Thiago Moura de Lima, Sheila Barbosa,
Lilian Carolina Lourenço e Letícia Antunes de Almeida
Autopar 2012 mostrou a força da
Promoção e eventos
região do Paraná no mercado de Sirlene Maciel, Fernanda Peinado,
reposição de autopeças Jenner Nicodemos e Denise Finamore
Informática e internet
Claudio C. Santos e Alex Mendes
Assinatura
Tel: 0800-015-1970
60 Atualizar [email protected]
Distribuição
Tel: (11) 5035-0038
Projeto de palestras da Revista [email protected]
O Mecânico reuniu profissionais Projeto Gráfico e Editoração
Villart Criação e Design
para mais uma dose de atualização
Departamento de arte
Alexandre Villela, Paula Scaquetti, Roney Peterson e Wilson Venturini
[email protected]
70.000 exemplares
Tiragem e distribuição da edição 219 auditada por PwC
www.omecanico.com.br
Apoio:
Representatividade e
união nos Sindirepas
Antônio Fiola, presidente
recém-eleito do novo
Sindirepa Nacional,
conta um pouco sobre os
objetivos da associação e os
projetos para agora e para
o futuro, tendo sempre
em vista o interesse dos
mecânicos independentes e
o fortalecimento da marca
Sindirepa nos estados
12
13
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16
17
18
Troca do conjunto em
comerciais leves Assista este procedimento em
www.omecanico.com.br
R
odar pelos grandes centros urbanos agem tem sua vida útil determinada pela
carregados com insumos de todas as maneira de dirigir do motorista e de alguns
espécies é uma tarefa árdua para os cuidados que se tem com o caminhão.
veículos comerciais leves. Num pára e anda A aplicação do veículo influi diretamen-
sem fim, um dos conjuntos que mais sofre te na durabilidade dos componentes, expli-
é o de embreagem. Responsável pela trans- ca João Paulo Rodrigues dos Santos, espe-
missão da potência do motor para caixa de cialista em informações técnicas da Eaton.
câmbio, que ainda transmite para o diferen- “Enquanto num caminhão de trajeto rodo-
cial e para as rodas, o sistema de embre- viário, a embreagem pode superar 400 mil
20
MECÂNICA DIESEL
a 60 mil km”. a 80 mil km rodados com essa embreagem.
É o conjunto de embreagem que faz “O revestimento em HD, que tem mais co-
ainda a filtração das vibrações torcionais bre para maior performance – o cobre é um
geradas pelo motor, que podem danificar grande dissipador térmico – permitiu que o
componentes da caixa de câmbio, princi- caminhão rodasse mais com menor desgas-
palmente, o conjunto sincronizador, mais te”, analisa João Paulo.
um motivo para não descuidar da manu-
tenção. Problemas na embreagem podem Inspeções
causar trepidação, patinação e dificuldade
no engate e, então, o comprometimento do Ao adquirir o kit de reparo do conjun-
conjunto como um todo. to, o técnico terá o platô, o disco e o rola-
Por isso, a manutenção preventiva é tão mento (mancal) disponíveis para o serviço.
importante, afinal, uma embreagem quebra- Antes de colocar a mão na massa, alguns
da prejudica e muito o trabalho do transpor- pontos devem ser destacados:
tador. Nessa reportagem fizemos a troca do
conjunto de embreagem de 330 mm num
modelo Volkswagen 8-150, mas esse mesmo
kit é adequado para qualquer caminhão e
micro-ônibus entre 7 e 9 toneladas.
“Fizemos algumas melhorias no de-
senvolvimento desse produto, melhoramos
alguns aspectos da sua construção para ga-
rantir a performance, durabilidade e para
proteger a caixa de câmbio. Adotamos uma
capa plástica nas molas – chamadas de
spring caps – que evita a quebra prema-
tura da mola, o que transmitiria as vibra-
ções para outros componentes. Além disso,
o platô dispõe de uma camada fosfatizada
para não ocorrer a oxidação, comum nessa
Na carcaça do câmbio, que no nosso
aplicação”, observa.
caso já havia sido retirada, faça um exame no
munhão responsável pelo apoio do garfo de
acionamento da embreagem. Se apresentar
desgaste excessivo, deve ser trocado.
22
24
8 3
6
25
Fernando Lalli
28
30
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Oficinas de olho
no meio ambiente
Por Fernando Landulfo
E
sse assunto tem ocupado um lugar de contas, é bom para o meio ambiente e para
grande destaque na mídia já há bastante o seu bolso.
tempo. E a razão é muito simples: as con- Questionamentos como esse geralmente
sequências da falta de cuidado com o planeta já vêm de pessoas que costumam apontar o dedo
começaram a aparecer. Reciclagem é a palavra para profissionais, como o “Guerreiro das Ofici-
do momento. Uma ocupação que, até pouco nas”, acusando-os, sem qualquer embasamen-
tempo atrás era marginalizada, hoje é conside- to, de descaso e irresponsabilidade. Esse tipo de
rada uma importante atividade empresarial (foi crítico desfruta de uma posição bastante con-
até tema de telenovela). E o mecânico exerce fortável, não arriscando praticamente nada, en-
um papel de destaque nesse processo. Afinal de quanto coloca em jogo a reputação de pessoas,
contas, uma oficina de reparação automotiva é que construíram seus negócios à custa de muito
um grande gerador de resíduos. E as autorida- trabalho duro. No entanto, recusam-se a “calçar
des estão em cima! os sapatos” de suas vítimas, a fim de elaborar
Realmente, uma parte do material gera- um diagnóstico preciso, que culminaria numa
do pelas oficinas é descartada de forma incor- solução definitiva para o problema.
reta, deixando a empresa totalmente “des- Bem, a única resposta cabível para esse tipo
coberta” e à mercê de uma polpuda multa de gente é: “ele não faz porque ninguém ensi-
ambiental. Material esse que, muitas vezes, na”. Não é comum treinar ou reciclar o mecânico
pode ser vendido para a reciclagem geran- no que diz respeito ao gerenciamento e a des-
do, além das vantagens ambientais, até uma tinação de seus resíduos. Para comprovar basta
“receitinha extra”. Então por que o mecânico pesquisar na internet quantos cursos desse tipo
não faz isso como deve ser feito? Afinal de existem. E as razões são bastante simples:
34
36
38
A
qualidade nos serviços automotivos e até mesmo fraudes. O trabalho de cada
está diretamente ligada ao tipo de entrevistador é checado por supervisores,
peça que será aplicada no reparo. um percentual de 20% a 30% da produção
Todo bom mecânico sabe disso, mas muitas de cada pesquisador é sempre conferida
vezes se deixa levar por um item com preço por meio de revistas ou entrevistas telefô-
mais barato – até mesmo com o aval do pro- nicas”, garante.
prietário do veículo – e acaba tendo retraba- “A pesquisa de mídia e mercado cos-
lho, ou seja, o cliente volta reclamando do tuma trabalhar com um nível de confian-
serviço. Mas essa situação está com os dias ça da ordem de 95%. A margem de erro
contados, pelo menos nas boas oficinas. máxima depende do tamanho da amostra
A cada dia que passa mais peças são escolhido, sendo mais usual a variação de
selecionadas para constar como certifi- três pontos percentuais para mais ou para
cadas pelo Inmetro, uma medida que vai menos”, afirma José Iolando.
assegurar a qualidade do serviço e evitar A principal dica para o mecânico é an-
o retrabalho do mecânico. Antes que isso tes de adquirir uma peça, procurar fabri-
aconteça, os mecânicos são responsáveis cantes renomados, que possam oferecer
por escolher corretamente as peças que se- assistência técnica, garantia e suporte em
rão instaladas no carro. geral. Nesta edição, acompanhe as marcas
Para ajudar nessa tarefa, trazemos preferidas e as mais usadas dos seguintes
nessa edição a quinta matéria da pesqui- componentes: embreagem, filtros, reten-
sa realizada pela OPINION & EVOLUTION tores, mangueiras, aditivos, palhetas, rola-
Pesquisas de Mídia e Mercado, contratada mentos e ferramentas.
39
PESQUISA
mais frequente (marcas mais citadas) mento do motor, os filtros de ar, com-
bustível e de lubrificante são relativa-
mente fáceis de encontrar e de aplicar,
Top of mind (RU) salvo alguns modelos mais antigos e im-
portados. Em geral, os filtros automoti-
Fram 38%
vos têm a responsabilidade de eliminar
Bosch 24% partículas de sujeira e resíduos sólidos,
Tecfil 20% evitando o desgaste excessivo de alguns
Mann 14% componentes do motor, como anéis,
pistões, bielas, etc.
Outras marcas 2% Na aplicação, é necessário utilizar a
Não lembram 2% peça correta, de acordo com modelo,
Não trabalham ano e motor. Em alguns carros, o acesso
dos filtros pode ser difícil, tome cuidado
para não danificar nenhuma peça que
esteja no caminho. Não se esqueça de
inspecionar todo o sistema na hora da
troca, ou seja, conexões, tubulações ou
dutos entre o filtro e o motor devem ser
Conhecimento Total Espontâneo (RM) mantidos estanques e limpos.
78% Utilizar peças de baixa qualidade vai
Fram
provocar a ineficiência do sistema, pois o
64%
Tecfil filtro não vai fazer o trabalho que deveria,
Mann 60% e ainda pode prejudicar o funcionamen-
to de outros componentes. Não bata, as-
Bosch 54%
sopre ou lave a peça antes da instalação.
Outras marcas 7% Certifique-se de que o alojamento esteja
limpo e a peça bem encaixada.
Em caso de uma aplicação incorre-
ta, simplesmente não há filtragem ou ela
ficará bastante prejudicada, assim como
quando o componente fica exposto a im-
Utiliza mais frequentemente (RU) purezas, por isso, o armazenamento em
local arejado e sem umidade é impor-
Fram 39% tante. O mau funcionamento de um dos
Tecfil 22% filtros pode provocar a quebra de outros
componentes, como da bomba de óleo,
Mann 19% além de permitir o desgaste prematuro
Bosch 14% de componentes lubrificados, como cas-
Outras marcas 3% quilhos e eixos. O desgaste muito intenso
de peças metálicas pode saturar rapida-
Não lembram 2% mente os filtros de combustível e de lu-
Não trabalham 1% brificante.
PESQUISA
Conhecimento espontâneo e uso duzir fluidos de um compartimento para
o outro, apresentando flexibilidade, ou
mais frequente (marcas mais citadas) seja, permitindo movimentos.
Esses componentes devem estar
Top of mind (RU) sempre em ordem, ou seja, examinar
quando trocar a bomba d’água ou o ter-
Gates 32% mostato do veículo, sempre que notar
Goodyear 20% danos ou vazamentos e de quatro em
Sabó 17% quatro anos preventivamente. Em geral,
12% é fácil encontrar mangueiras, a não ser
Jahú
em casos de modelos muito antigos ou
Outras marcas 5% importados.
Não lembra 8% As mangueiras são fabricadas com
Não trabalham 6% diferentes materiais e resistências mecâ-
nicas, ou seja, as adaptações podem tra-
zer consequências desastrosas.
O acesso pode se tornar difícil em al-
guns serviços, a falta de espaço também
é um empecilho, por isso a necessidade
Conhecimento Total Espontâneo (RM) do uso de ferramentas especiais. Sempre
Sabó que mexer no sistema que tenha man-
60%
gueiras envolvidas, é preciso fazer uma
Gates 49% boa verificação do seu estado antes de
Goodyear 47% trocar a peça, siga sempre as sequências
Jahú específicas e os torques de montagem.
34%
Peças de má qualidade podem apre-
Outras marcas 8% sentar durabilidade baixa, gerar vaza-
mento, e consequentemente, a imobi-
lização do veículo. A baixa durabilidade
é uma realidade quando se usa peças
incorretas, além disso, fique atento para
Utiliza mais frequentemente (RU) não dobrar as mangueiras e não utilizar
aditivos ou produtos químicos incorretos,
Sabó 29% Antes de reinstalar uma mangueira veja
Gates 24% se não apresenta trincas, ressecamentos
Goodyear 15% e quebras. Algumas mangueiras hidráu-
licas permitem o reaproveitamento dos
Jahú 15% terminais prensados, cuja qualidade está
Outras marcas 1% diretamente ligada a sua reinstalação, seu
Não lembra posicion
o amento e força de prensagem.
posicionamento
8%
Não trabalham 8% Componente ainda não
certificado pelo Inmetro
(RM) = Respostas Múltiplas | (RU) = Resposta Única
Base: mecânica / elétrica / climatização/ Undercar /
retífica e injeção (entrevistados: 226).
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4 5
46
PESQUISA
mais frequente (marcas mais citadas)
das)
certificado
Conhecimento espontâneo e uso pelo Inmetro
mais frequente (marcas mais citadas)
Outro componente
omponente adotado d em vá-
Top of mind (RU) rios sistemas, o rolamento é uumm di
disp
dispositi-
pos
osititi-i-
vo que permite a transformação do atri-
FAG 27% to de deslizamento em rolamento, num
INA 25% movimento relativo controlado entre duas
ou mais partes. São corpos rolantes de
SKF 22%
diferentes tipos: esferas, cones e roletes.
NSK 11% Podem ou não ser blindados e funcionam
Timken 3% com auxílio de óleos e graxas específicas.
Outras marcas Rolamentos são alvos fáceis para fal-
2%
sificadores, que ludibriam o comprador
Não lembram 3% usando, inclusive, embalagens bem pare-
Não trabalham 7% cidas com as de fabricantes renomados,
por isso, tome muito cuidado. Compre de
fornecedor idôneo, exija nota fiscal, certi-
ficado de garantia e se o preço for muito
Conhecimento Total Espontâneo (RM) baixo, desconfie. Somente modelos muito
específicos podem ter dificuldade de ser
SKF 68% encontrados.
INA 64% O acesso de alguns rolamentos pode
FAG 53% ser mais difícil, principalmente, por conta
da falta de espaço, além disso, há neces-
NSK 36% sidade de uso de ferramentas e procedi-
Timken 23% mentos de montagem especiais e de verifi-
Outras marcas 6% cação prévia do estado das peças quando
retiradas do veículo. Fique sempre de olho
nas informações técnicas antes da monta-
gem, para garantir a aplicação correta, as
Utiliza mais frequentemente (RU) sequências específicas de montagem e os
torques de aperto.
INA 34% Rolamentos de má qualidade ou de
SKF 28% procedência duvidosa comprometem a
sua funcionalidade e reduzem a durabili-
FAG 16%
dade da peça, provocando a imobilização
NSK 9% do veículo e até mesmo acidentes. Outros
Timken 2% componentes que funcionam atrelados ao
Outras marcas rolamento também são prejudicados. Um
1%
rolamento que se quebre dentro de um
Não lembram 3% câmbio pode destruir completamente o
Não trabalham 7% sistema. A má aplicação gera as mesmas
consequências. Os principais sinais de que
(RM) = Respostas Múltiplas | (RU) = Resposta Única há problemas com rolamentos são ruído e
Base: mecânica / undercar/ retífica e injeção (entrevistados: 179).
aquecimento.
48
PESQUISA
especiais ou específicas para determina-
mais frequente (marcas mais citadas) do uso, as ferramentas aparecem numa
grande variedade, desde um simples ali-
Top of mind (RU)
T cate até um sacador de válvulas ou um
Gedore 44% macaco hidráulico. A função desses itens
é de proporcionar a desmontagem e re-
Raven 19%
montagem correta dos componentes,
Belzer 11% tendo sempre como base as instruções
Tramontina 6% dos fabricantes originais.
King Tony 6% A aquisição de ferramentas não repre-
senta uma dificuldade, afinal, existem no
Robust 5% Brasil diversos fornecedores e distribuido-
Outras marcas 1% res de ferramentas automotivas, por isso, o
Não lembram 4% mecânico deve procurar sempre empresas
idôneas e que asseguram garantia, nota
Não trabalham 4% fiscal e suporte técnico, principalmente,
quando são produtos específicos. Muitas
ferramentas são exclusivas de concessioná-
Conhecimento Total Espontâneo (RM) rias, nesses casos a dica é fazer uma parce-
Gedore ria ou tentar comprar o equipamento.
79%
Em relação ao uso das ferramentas,
Raven 49%
muitas delas necessitam de informações
Tramontina 36% prévias e até um treinamento, pois se o
King Tony 35% movimento não for executado correta-
mente pode danificar a peça e, o que é
Belzer 34% pior, provocar acidentes. Cada ferramen-
Robust 29% ta especial tem sua função específica, uti-
Outras marcas 3% lizar para efetuar outro serviço também
não é uma boa ideia. Não adquira ferra-
mentas de qualidade duvidosa e muito
Utiliza mais frequentemente (RU) menos recondicionadas, pois podem co-
locar todo o trabalho a perder.
Gedore
44%
Raven Componente ainda não
20%
certificado pelo Inmetro
Belzer 6%
Tramontina 6%
King Tony
8%
Robust 6%
Outras marcas 1%
Não lembram
4%
Não trabalham
5%
(RM) = Respostas Múltiplas | (RU) = Resposta Única
Base: mecânica / elétrica / climatização/ Undercar /
retífica e injeção (entrevistados: 226).
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Temperatura
certificada Assista este procedimento em
www.omecanico.com.br
Victor Marcondes
50
QUALIDADE EM SÉRIE
de fervura e baixar o ponto de congelamento
da solução arrefecedora, evitar a corrosão das
partes metálicas e a corrosão por cavitação na
bomba d’água, além de prolongar a vida útil
de mangueiras e elastômeros. Por isso, é es-
sencial adquirir aditivos de qualidade para ga-
rantir o bom funcionamento do sistema.
Apesar de não ser compulsória, a certifi-
cação do IQA é a maneira mais confiável de cado com validade de 1 ano. Isso garante que
se comprovar a qualidade de um aditivo de ar- a marca conta com um processo constante de
refecimento, já que o produto para cumprir o qualidade”, diz.
seu papel com eficiência deve conter especifi-
cações adequadas, atestadas por uma série de Ensaios
ensaios laboratoriais, como vamos demonstrar
nesta matéria, realizada com a ajuda do IQA A produção do aditivo inicia com a soma
(Instituto da Qualidade Automotiva). de materiais químicos que reúnem os benefícios
necessários para o sistema. “Temos um tanque
Certificação de mistura que recebe o material por meio de
tubulações, por onde passam os insumos a gra-
No entanto, não basta o líquido ter só ca- nel, como o etileno glicol. Na parte de cima do
racterísticas refrigeradoras, é necessário que, tanque fazemos as dosagens dos anticorrosivos,
antes mesmo de ser envasado, o produto ofe- agentes supressores de espumas, pigmentos,
reça qualidade até no seu processo de fabrica- aditivo anti-ingestão”, explica Joel.
ção. Para isso, também passa por uma certifi-
cação para avaliar se o modo como o produto
é fabricado está de acordo com o padrão e
requisitos exigidos pela sociedade.
Este processo de certificação tem a impor-
tância de assegurar que o aditivo de arrefeci-
mento produzido cumpra as normas da ABNT,
explica Carlos Alberto Motta, auditor do IQA.
“Pegamos o produto no mercado e depois ele
é encaminhado a um laboratório credenciado
para os ensaios”.
Motta afirma que na auditoria também
são verificados a exatidão dos testes e se
eles estão de acordo com o preconizado pela
ABNT. “Verificamos a capacitação do pessoal
técnico e os resultados por meio do controle e
calibração dos equipamentos utilizados.”
O profissional diz que a referência para o
estudo leva em consideração as especificações De acordo com ele, depois da mistura, que
ABNT NBR 13705, para os aditivos inorgânicos, demora entre 40 e 50 minutos, uma amostra é
e ABNT NBR 15297, para os orgânicos. “No coletada e enviada para o laboratório de con-
final da auditoria, a empresa recebe o certifi- trole de qualidade, onde é feita a verificação
51
arrefecimento fica num tanque de quarentena, to ao seu aspecto (devem ser isentos de pontos
aguardando o sinal verde do laboratório para perfurantes de corrosão, os chamados pittings).
finalmente ser envasado”, diz. Joel afirma que a norma brasileira ABNT
NBR 13705 e ABNT NBR 15927, para líquidos
de arrefecimento do tipo inorgânicos e orgâ-
nicos, prevêm limites de perda para cada uma
dessas lâminas. Quando esses limites não são
atendidos, possivelmente haverá corrosão no
sistema de arrefecimento do veículo, causando
vazamentos, e então problemas diversos.
Tipos de corrosão
No laboratório, o produto passa por uma
bateria de testes, que visa garantir a sua es- Num outro teste, o químico deixou lâminas
pecificação. “O ensaio de corrosão é um dos de alumínio e ferro fundido num período de
mais importantes para o líquido. Tem o obje- quatro semanas dentro de um recipiente com
tivo de testar a capacidade de o produto pro- água. O resultado, como esperado, é extrema-
teger os diversos metais presentes no sistema mente negativo, ambas as lâminas apresentam
de arrefecimento.” alto índices de corrosão. “A corrosão do alu-
Nesse ensaio, uma solução a 33%v/v do adi- mínio é diferente, na cor branca, enquanto no
tivo é preparada com uma água corrosiva (rica ferro há uma deterioração escurecida, amar-
em sais). Corpos de prova metálicos, alumínio, ronzada. Muitos têm a falsa crença de que a
ferro fundido, aço, cobre, latão e solda ficam água não prejudica o alumínio, e isso não é
imersos nessa solução durante duas semanas a verdade. Dentro do sistema, isso pode levar ao
88ºC, e após esse período são avaliados quanto à vazamento do radiador, certamente”, avisa.
52
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Garimpo contente
57
Show de tecnologia
e novidades
Autopar mostra que veio com força total para
assegurar o posto de segundo maior evento do
segmento de reposição no Brasil
Carolina Vilanova
B
ombando. Assim foram os quatro dias Cerca de 500 marcas estiveram presen-
de Autopar, com corredores cheios te no evento, trazendo as novidades e as
de gente interessada em conhecer o tendências do segmento para um público
que os expositores estavam prontos para que superou os 55 mil visitantes. Uma feira
mostrar. A 6ª edição da Autopar – Feira de de relacionamento que prospectou novos
Fornecedores da Indústria Automotiva, re- negócios para todo mundo, com volumes
alizada entre os dias 13 e 16 de junho no que devem representar o recorde de meio
Expotrade, em São José dos Pinhais/PR, bilhão de reais. Fabricantes de autopeças,
comprovou a grandiosidade do evento, que equipamentos, ferramentas, além de diver-
se firmou na posição de honra como a se- sos distribuidores estiveram presentes com
gunda feira do setor de reposição do Brasil, seus produtos e serviços.
em importância e número de visitantes. Mecânicos em busca de informação so-
58
Se destacando
com atualização
Projeto Atualizar O Mecânico reuniu mecânicos que
vieram de perto e de longe com o mesmo objetivo:
conhecer mais sobre produtos e suas aplicações
Carolina Vilanova
A
vontade de aprender não tem distância. Sineo Schutz, que viajou de Campo Grande/MS
Isso ficou bem claro na terceira edição para mais uma vez participar do Atualizar. Ele
do Projeto Atualizar O Mecânico na assistiu a todas as palestras e ainda voltou no
Autopar. Além do pessoal da região, muita gen- sábado para mais uma dose de conhecimento.
te de fora veio prestigiar a feira e se atualizar nas No final, ainda teve sorte: ganhou no sorteio um
palestras apresentadas durante os quatro dias carregador de bateria. “Estava precisando de
de evento. Que o diga o mecânico autônomo um desses”, disse o mecânico.
60
ATUALIZAR
longe. Irandy Costa dos Santos, proprie-
tário do Centro Automotivo Costa, veio
com um grupo formado pelo SEBRAE da
cidade de Serra, no Espírito Santo. Há 23
anos na profissão, ele é um apaixonado
pelo que faz. “É a primeira vez que venho
nessa feira e eu vim focado em me atu-
alizar, por isso participei de várias pales-
tras”, garantiu. “O conhecimento que eu
tive se torna uma ferramenta a mais para
a empresa”, completa.
Justamente o conhecimento é o foco
do Projeto Atualizar O Mecânico, reali- Sr. Sineo viajou de Mato Grosso do Sul e
ainda foi premiado com um carregador
zado durante a Autopar, no ExpoTrade de
Pinhais/PR, que teve como parceiros a Elrin-
gKlinger e a Affinia, com a marca Nakata.
Com a estrutura montada no estande da
Revista O Mecânico, o projeto conta pa-
lestras técnicas que agregam informações
e proximidade com os fabricantes, com im-
portantes dicas sobre o dia a dia na oficina
mecânica.
Jéferson Ternauski, mecânico da con-
cessionária Fiat Barigui, em Campo Largo,
na região metropolitana de Curitiba, é leitor da
Revista O Mecânico e pela primeira vez parti-
cipou do projeto. “Sempre que posso, participo
de palestras, pena que não temos muito aces-
so”, diz. Hoje com 21 anos, ele começou aos Apaixonado pela profissão, Irandy não perde
uma palestra, nem que seja longe de casa
16 anos e não esconde a sua paixão. “O que
move um bom mecânico é gostar do que faz”,
acredita. “Durante a semana eu trabalho e nos
finais de semana conserto carros por diversão”.
A noiva Ju Sampaio fez questão de acompanhar
Jéferson: “ela me ajuda nos finais de semana”,
brinca.
O Atualizar O Mecânico transmite as
orientações e as dicas técnicas de quem re-
almente entende do assunto: os fabricantes.
Com a disseminação de informações, o projeto
proporciona aos profissionais da reparação a
chance de prestar cada vez mais serviços com
qualidade na sua oficina, garantindo a fideliza-
ção dos seus clientes. Todos os participantes ga-
nham certificados e um ano de assinatura grátis Jeferson veio com a noiva, Ju: "Ela me ajuda
a mexer nos carros nos fins de semana"
da Revista O Mecânico.
61
Evolução das
juntas automotivas
A palestra da Elring teve início
com a apresentação de um
panorama sobre a empresa
de um modo geral e os produtos fa-
bricados pela marca. Em seguida, o
assistente técnico Matheus Michelon
começou a abordagem de assuntos
mais técnicos, como o desenvolvi-
mento das juntas de cabeçote, refor-
çando a evolução dos motores e das
juntas, que mudaram radicalmente
nos últimos anos para acompanhar
essa evolução.
Ele explicou que a tecnologia das jun- poluentes para veículos da linha pesada.
tas atuais foi modernizada para atender o O técnico reforçou durante a palestra
mercado de forma adequada. "Os motores a importância da troca do parafuso de ca-
estão ficando cada vez mais leves, econômi- beçote ao abrir o conjunto. "A junta não
cos e menos poluentes. Com isso as tensões trabalha sozinha, precisa da força aplicada
internas aumentam, necessitando de mate- pelo parafuso de cabeçote. Por isso é preci-
riais de qualidade que suportem as novas so o aperto exato no parafuso para se atin-
tensões de pressão e temperatura para me- gir a vedação certa do motor", observa.
lhor vedação", explica. A espessura das juntas de veículos da
Foram abordados os diferentes minérios linha pesada foi outro tópico discutido. "Ex-
que compõem as juntas lançadas pela Elring. plicamos que, geralmente, essas juntas exis-
"Para os propulsores mais antigos utilizamos tem para compensar algum tipo de retífica
a conhecida junta soft. Em veículos bicom- no cabeçote, com o objetivo de manter a
bustíveis aplicamos juntas de material metá- taxa de compressão correta", afirma.
lico com multicamadas. Já os motores diesel Garantir segurança e confiança para o
da linha eletrônica contam com componentes mecânico que compra os produtos da mar-
feitos de metal borracha. São juntas metálicas ca foi o foco da palestra. "Queremos mos-
com vedação de borracha nas passagens de trar que as juntas Elring possuem a mesma
água e óleo", detalha. qualidade que as juntas fornecidas pelas
Outro assunto em questão foi o novo sis- montadoras e implantadas nos veículos co-
tema de injeção de uréia (Arla 32), sobre o mercializados no mercado", finaliza.
seu funcionamento, o motivo de sua adoção
e sua importancia na redução de emissão de www.elringklinger.com.br
62
EVENTO
Sistema de arrefecimento
e sistema de lubrificação
O
técnico de assistência técnica da A segunda palestra, sobre bomba de
Nakata, Aelson Rios, veio ao Atu- óleo, seguiu o mesmo raciocínio, falou dos
alizar com dois temas diferentes, tipos construtivos, funcionamento e da
divididos em duas palestras: o primeiro so- pressão do sistema. “Geralmente, é comum
bre sistema de arrefecimento, divulgando a o pessoal questionar sobre o óleo correto a
bomba d’água da marca e o segundo so- ser utilizado, o tempo de vida útil do filtro,
bre sistema de lubrificação, que abordou a formação de borra no sistema e como fazer
bomba de óleo. “Assim, o mecânico pôde uma limpeza correta, se pode usar algum
participar das duas palestras e adquirir co- produto, etc”.
nhecimento sobre os dois sistemas”, disse. Em ambas as palestras, Aelson usou da
Na abertura abordou superficialmente animação gráfica como material de apoio,
o institucional da empresa e o lançamen- ilustrando o funcionamento dos sistemas e
to das bombas, disponíveis para todos os suas funções. “Com o cuidado de ficar bem
modelos das linhas leve e pesada. Na pri- claro que o principio de funcionamento é
meira palestra, sobre bomba
d'água, foi abordado os tipos
construtivos do produto, os
diferenciais de qualidade em
relação às existentes do mer-
cado, as melhorias que foram
feitas nos componentes e as
causas prováveis de defeitos
que podem acontecer.
As dicas que Aelson pas-
sou para os participantes
foram em relação ao manu-
seio, manutenção preventiva,
uso correto do aditivo e a
importância da aplicação de
tensionadores e correias de
qualidades para aumentar a
vida útil da peça. “O mecânico tem dúvidas o mesmo para todos os veículos, com suas
com relação à manutenção preventiva do características e especificações técnicas de-
sistema, como evitar que o problema ocor- finidas”, finaliza.
ra, como eliminar vazamentos prematuros e
sobre a qualidade dos aditivos”, comentou. www.nakata.com.br
63
Alternativas
para a renovação
Déficit de mão de obra na reparação automotiva
abre oportunidades para jovens em busca do
primeiro emprego, mas conexão entre formação e
trabalho precisa ser mais efetiva
Fernando Lalli
O
momento econômico do país é bom, dade – tanto por parte de empresas quanto
as indústrias nacionais batem recordes pelos jovens à procura do primeiro emprego.
de produção sucessivos desde o final De acordo com o Sindirepa-SP, apesar de
da crise de 2009, e a frota brasileira de veí- o setor de oficinas mecânicas independentes
culos (carros, motos, ônibus, comerciais leves ser responsável pelo conserto de 80% de to-
e pesados) já ultrapassa os 44 milhões. Mas, dos os veículos que rodam no Brasil, o núme-
mesmo assim, o setor da reparação automoti- ro de oficinas diminuiu em quase 45% – de
va ainda não atrai toda a atenção que merece 172,2 mil em 1997 para 93,4 mil em 2012.
quando o assunto é investimento e oportuni- Esta queda, segundo o presidente nacional da
64
65
ressalta.
Dentro da própria unidade do Ipiranga,
o SENAI tem parcerias com diversas empre-
sas que investem na formação de jovens
para que sejam seus empregados, tanto
para as fábricas quanto para as conces-
sionárias. Entre elas, estão Fiat, Basf, GM
e Porto Seguro, que patrocinam os cursos
por meio de projetos sociais e dão subsídios
“Cerca de 1,5 mil a 1,8 mil alunos for- extras para seus alunos, como transporte e
mados por ano não conseguem emprego”, alimentação. Mas ainda não são iniciativas
revela. “Por um lado, há a necessidade de que abasteçam diretamente as oficinas in-
mercado, que sinaliza a falta de mão de dependentes.
obra e, por outro lado, existe uma forma-
ção representativa de jovens pelo SENAI
que não é aproveitada no mercado de tra-
Oportunidade para
balho. Está faltando um mecanismo eficaz quem precisa (e quer)
para juntar essas duas partes. Que existe
massa crítica para ser aproveitada, isso Para Antônio Fiola, entre os fatores que
existe”, enfatiza Valdir. geram o déficit de mão de obra na repara-
Ele conta que o Sindirepa-SP já tem agi- ção está a falta de interesse do jovem pela
do na captação de jovens dentro da uni- profissão de mecânico, principalmente pela
dade do Ipiranga para a formação de um ausência de plano de carreira nas oficinas.
banco de dados para as oficinas mecâni- Esse sintoma também é visto por Car-
cas, mas que é necessária uma mudança de los Gomes de Moraes, diretor comercial
mentalidade dos empregadores para que da Carbwel Autopeças, localizada na Zona
os alunos sejam totalmente aproveitados. Norte de São Paulo/SP. Ele percebe que fal-
“As empresas precisam entender que ta um empenho mútuo entre oficinas e jo-
o SENAI qualifica os alunos, mas que eles vens para que a ligação entre quem procura
precisam ter uma complementação de ex- o primeiro emprego e a vaga seja feita. Mas
periência. E, não tem jeito, é
a própria empresa que neces-
sita contribuir oferecendo esta
oportunidade. Achar a pessoa
prontinha, preparada para tra-
balhar, é algo que elas têm
que esquecer”, destaca Val-
dir. “Mas a grande vantagem
nesse processo é que a empre-
sa pode ter uma pessoa com
66
CAPACITAÇÃO
mecânicos para as oficinas par-
ceiras”, afirma Carlos. Ele afirma
que já existem outras oficinas in-
teressadas nos alunos que o pro-
jeto está formando.
Os estudantes foram esco-
lhidos através de uma entrevista
prévia feita pela própria Carbwel,
“As empresas precisam entender
que o SENAI qualifica os alunos,
mas que eles precisam ter uma
complementação de experiência”,
declara Valdir de Jesus
67
O modelo de parceria entre SENAI e uma área que eu gostei”, afirma Júlio. “Me-
Carbwel não é novidade no setor de repara- xer com carro é muito legal”, sorri.
ção, muito menos é um trabalho fácil. Car- Carlos diz que os alunos vêem que o
los afirma que já viu muitos projetos des- momento é propício para seguir uma car-
se tipo fracassarem, bancados por diversas reira na área automobilística. “Nós comen-
entidades. Por sua vez, dentro da parceria, tamos com os alunos: ‘você já viu quantos
além de fazer a seleção, a Carbwel se com- carros tem na rua? Olha a oportunidade
prometeu a pagar o transporte dos alunos, que você tem de trabalhar em uma mecâni-
mas o diretor comercial lamenta que não te- ca ou concessionária’. Nós abrimos o leque
nha condições financeiras de bancar todas para eles até de uma montadora, com o di-
as turmas que virão. ploma do SENAI”, diz.
“Temos que achar padrinhos para os O aluno Marcelo Luiz, de 17 anos, rece-
alunos, empresas que possam custear os beu a indicação pela oficina Ueda, onde já
transportes para esses garotos”, afirma. havia trabalhado, e sua visão da profissão
“Eu consegui bancar o transporte dos alu- comprova a observação de Carlos. “É uma
nos para o primeiro curso, de Ciclo Otto, área que eu gosto muito e que, eu acho,
mas não tive condições de oferecer para o nunca vai parar, nunca vai ficar sem servi-
curso seguinte”, lamenta. O empenho de ço”, estima Marcelo. Mas e se a tecnologia
Carlos tem, também, uma motivação pes- dos carros mudar, por exemplo, do motor
soal: dar uma oportunidade de estudo que a combustão para os motores elétricos?
ele mesmo não teve quando era adoles- “Vai ter motor do mesmo jeito. É serviço
cente. “Oportunidade que eu não tive de pro mecânico. Não podemos parar de nos
estudo eu estou transportando para esses atualizar”, responde. “Estes cursos, aqui,
garotos”. são só o início. Para mim, que tenho só 17
Júlio de Andrade Xavier, 20 anos, é um anos, isso aqui é o começo”, arremata, es-
dos alunos que fizeram os dois cursos gra- perançoso de que sua carreira prospere no
tuitos pelo projeto, mas antes de ser indi- mesmo ritmo de crescimento do setor.
cado pela oficina RB
Car, nunca tinha pen-
sado em ser mecâni-
co. “Fiz curso técnico
de manutenção de
computadores, mas
sou meio curioso, na
realidade. Pretendo
seguir (na área auto-
mobilística) porque é
68
Diesel
a) Um procedimento no
qual se injeta na linha de
69
produto descarbonizante
que, em princípio, “limpa
as câmaras de combustão,
assim como os injetores de
combustível”;
b) Um procedimento no
qual pulveriza na admissão
de ar do motor um produto
descarbonizante que, em
princípio, “limpa as câma-
ras de combustão”;
c) Um procedimento no
qual se mistura ao óleo
do motor, por um determi-
nado tempo, um pouco de
produto solvente a fim de
dissolver a borra existente
no seu interior.
Nunca realizamos testes
com nenhum desses pro-
cedimentos. Logo, nada
podemos dizer sobre sua
eficácia. No entanto, o
fabricante do veículo deve
ser, obrigatoriamente, con-
sultado antes de se permi-
tir a execução dos serviços.
Borracha
Transmissão
70
a) Periodicidade da troca
do lubrificante do câmbio
e sua qualidade;
b) Estado dos coxins do
câmbio;
c) Utilização do veículo
(carga, sobrecarga e local
onde roda);
d) Operação do veículo
(utilização das marchas cor-
retas e vícios de operação).
Undercar
6) Trepidação no volante de
direção é sinal de desbalan-
ceamento. Neste caso:
a) Execute um balance-
amento das rodas em
balanceadora de coluna,
examinando previamente
as condições da roda e
do pneu: de nada adianta
tentar balancear rodas e
pneus deformados.
b) Procure por coxins que-
brados ou qualquer outro
componente solto (mecâ-
nico ou estrutural);
c) Tente um balanceamento
local das rodas (se não
houver restrição por parte
do fabricante do veículo e
seguindo rigidamente as
suas orientações);
71
d) Procure desbalancea-
mento em outros compo-
nentes girantes, como os
semieixos (veja se não há
algo grudado).
Arrefecimento
Motor de partida
8) O motor de partida
tem sua vida útil reduzi-
da quando é mal utiliza-
do (mantê-lo acionado
por de que 10 segundos
quando o veículo não
pega, ou mantê-lo acio-
nado após o motor do
veículo entrar em funcio-
namento).
72
Eletricidade
a) Meça a resistência do
73
rotor do distribuidor e do
cabo central da bobina (se
houver). Se estiver elevada,
substitua-os;
b) Meça a resistência dos
enrolamentos primário e
secundário da(s) bobina(s).
Se estiverem elevados
substitua-a;
c) Regule a abertura dos ele-
trodos das velas, de acordo
com o recomendado pelo
fabricante;
d) Meça as emissões do
motor em marcha lenta e a
2500 RPM. Se estiver muito
pobre corrija-a (se possível);
e) Se o veículo for movido a
GNV, substitua a bobina, o
rotor do distribuidor, ajuste
a folga dos eletrodos das
velas para GNV e reajuste a
mistura de GNV (pode estar
pobre). Teste novamente o
veículo;
f) Meça a curva de per-
manência e verifique se
não está muito acentuada
(veículos equipados com
ignição convencional).
g) Reinstale o pré-resistor da
bobina (veículos equipados
com ignição convencional).
EPIs
74
PAINEL DE NEGÓCIOS
Lubrificação de moto
Prezado Paulo
Nossa sugestão é que você
procure o SENAI SP: www.
sp.senai.br ou as grandes
distribuidoras de lubrifi-
cantes como: BR, Shell,
Mobil, Esso, Ipiranga, etc.
Talvez eles disponibilizem
o treinamento desejado.
Continue acompanhando
nossas publicações.
Bloco do motor
Prezado Alexandre
O bloco desse motor, muito
provavelmente, só poderá
ser encontrado na rede
autorizada Ford ou em um
75
importador especializado.
Acompanhe nossos sites e
nossas revistas e você ficará
bem informado.
Alinhamento do Golf
Prezado Gustavo
Realmente você tem razão.
Na matéria, a importância
da calibração dos pneus
foi omitida. Obrigado pela
lembrança. Continue assis-
tindo aos vídeos e acom-
panhando as atualizações
diárias no site.
Anel sincronizador
76
Prezado Fabiano
Não fabricamos ou comer-
cializamos peças. Logo,
não temos como atendê-
lo. Nossa sugestão, caso
não encontre o produ-
to genuíno, é que você
procure a empresa RCN,
tradicional fabricante de
anéis sincronizadores.
Motor VHC E
Gostaria de saber se na
linha de veículos General
Motors equipada com
motores VHC E é muito
comum, como na gama
anterior, o aparecimento
da detonação e falhas
no sistema de ignição.
Também desejo saber
qual a viscosidade e adi-
tivação do lubrificante
recomendado para esse
motor, seus principais
sensores, estratégia de
funcionamento, o método
usado para cálculo da
massa de ar admitido e
como funciona o sensor
77
de fase e se é do tipo
hall. Aproveito para agra-
decer e parabenizar pela
contribuição da equipe
da Revista O Mecâ-
n i c o , que muito nos
ajuda nesse processo de
aprimoramento técnico.
Gustavo Nogueira,
Nogueira Serviços e
Peças Automotivas
Prezado Gustavo
Não é muito comum o
aparecimento de detona-
ção nos motores VHC. Os
casos que ocorrem, via de
regra, estão relacionados
à falta na alimentação,
combustível adulterado,
excesso de temperatura
ou falha do sensor de
detonação. O lubrificante
mais indicado é aquele
que consta no manual do
proprietário do veículo,
onde o motor está insta-
lado. Os principais sinais
de entrada do sistema
injeção são: rotação do
motor, tensão da bateria,
velocidade do veículo
(sensor VSS), temperatura
do ar admitido e pressão
do coletor (sensor MAP/
MAT), temperatura do
líquido de arrefecimento
(sensor ECT), posição da
borboleta aceleradora
(sensor TPS), presença de
detonação (sensor de de-
tonação), pressão exces-
siva do ar condicionado
(sensor de pressão do ar
condicionado) e sinal de
78
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