Direito Processual Penal - Inquérito, Prisão e Provas

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Unidades de Ensino

UNIDADE I - Introdução ao Estudo do Processo Penal


UNIDADE II - Princípios informadores do Processo Penal
UNIDADE III - Pressupostos e Sistemas Processuais
UNIDADE IV - Interpretação e aplicação da Lei Processual Penal
UNIDADE V - Inquéritos: natureza jurídica, espécies e procedimento
UNIDADE VI - Prisão Processual e outras medidas
UNIDADE VII - Partes Processuais e a atuação do magistrado
UNIDADE VIII - Das Provas no Processo Penal
UNIDADE IX - Da competência no Processo Penal

Processo de Avaliação
> 25 pontos - 1ª Prova Parcial - 25 pontos
> 25 pontos - 2ª Prova Parcial - 25 pontos
> Fórum Temático - 10 pontos
> Seminário Temático - 10 pontos
> Avaliação Global - 30 pontos
> Avaliação Especial - 30 pontos
Observações

Procedimento - sequência de atos em que um ato e pressuposto do

Fato crime > lide penal (dever de punir e dever de se defender) > inquérito policial (peça
final = relatório) (é um procedimento administrativo que visa buscar indício de autoria e
prova de materialidade) > chega ao ministério público que vai 1. Denunciar 2. Requisitar
arquivamento 3. Requisitar novas diligências (provas frágeis por ex)> processo penal >
sentença > execução penal (pegar o título judicial e executar) (prisão pena, prisão definitiva)

● O delegado pode terminar indiciando ou não (caso haja legítima defesa, por
exemplo, ele não indicia)
● O delegado quer achar quem fez e Oq fez, mas se vier até ele
● Indício de autoria - quem cometeu o crime
● Prova de materialidade - Prova da ocorrência das circunstâncias elementares do tipo
penal
● Queixa crime - petição inicial da ação penal privada
● Denúncia- petição inicial da ação penal pública
● O inquérito policial é um procedimento que não vigora a ampla defesa, contraditório
e isonomia apesar de ser um devido processo legal, o delegado não intimará o
advogado do suspeito, porém isso não impede que o advogado se manifeste por
conta própria.
● No inquérito prevalece o princípio in dubio pro societate, já a partir da denúncia
vigora o in dúbio pro reo
● P. Do juiz natural
● Réu no inquérito = indiciado
● Réu depois do trânsito em julgado =
● Réu no processo = processado, acusado

➡️
● Ou é prisão pena, ou é prisão provisória
● Prisão provisória (cautelar) (processo cautelar) pode ser flagrante, preventiva e
temporária

Introdução ao direito processual penal:


CPP: Conjunto de normas jurídicas que regulam à composição da lide penal
Lide: pretensão resistida (uma pessoa quer uma coisa, e a outra resiste a essa vontade)

Lide processual penal: ocorrência de um fato crime, surge uma pretensão do estado (ius
puniendi) o direito de punir, e o réu PRECISA resistir a essa pretensão (direito de
defesa/liberdade), mesmo que ele não queira, o Estado precisa fazer ele resistir. É resolvida
através do processo penal

Objetivo do processo penal: assegurar a segurança pública e garantir os direitos


fundamentais do réu. Preservação da segurança pública e preservação do indivíduo perante
ao Estado (carta magna do processo penal)

Natureza jurídica do processo penal: ramo do direito público uma vez que a lide é
composta de direitos públicos

Fontes imediatas do processo penal: constituição, o CPC, e a legislação federal (norma


positivada). O estado e município não tem competência
Fontes mediatas ou indiretas: doutrina e jurisprudência (áudio 08/08 21:40) (ver teoria dos
precedentes)

Fontes informais: os costumes, desde que eles tenham a característica de uma percepção
de obrigatoriedade pela sociedade (exemplo: costume gerador de direito: costume do
sobrenome -> prenome (nome de chamamento), sobrenome (minha origem), agnome (filho,
neto, segundo, Júnior etc). Teoricamente você pode inventar sobrenome que nem é seu pra
colocar no seu filho pq não há lei q proíba, mas na hora da prática vc tem que colocar o
último nome da mãe no meio e o último do pai no final, e não pode inventar nome. Outro
exemplo: cheque pré-datado)

Ver art 2 e 3

Lei processual penal no tempo: Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo,
sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
não tem nada a ver com penal material. Aplica imediatamente, independe da data do crime.
Se a lei mudar no meio do processo, os atos já realizados se mantém, não são repetidos, e
a partir do momento da vigência da lei, os próximos atos serão segundo ela (tempus regit
actum) (sistema do isolamento dos atos processuais: olha cada ato de forma isolado).
Sempre seguindo o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade (tipo reduzir um prazo
de 15 dias para 5 dias, sendo que já passou 7 dias, isso seria uma sacanagem, seria
desproporcional e irrazoável*)
*Dica: na oab pense como advogado, então sempre aplica o que é melhor para defesa

Lei processo: locus regit actum

21/08/2023

- Ampla defesa: o direito de ser ouvido tanto em alegações quanto em produção de


provas. Assegura o espaço de comunicação dentro do processo
- A defesa do réu se classifica em 3 possibilidades de defesa:
- Auto defesa: direito de audiência, direito de presença e o direito postulatório

- Interrogatório: oitiva do acusado


- D. Postulatório, direito do próprio réu postular, ex: Habeas corpus. No processo o
próprio réu pode recorrer, possibilidade de revisão criminal (ação rescisória no direito
criminal) (serve pra atacar a coisa julgada, somente em benefício do réu, o MP não
pode. Rev. Criminal não tem prazo)
- Defesa técnica: defesa feita pelo advogado. STF 523: nenhum ato segue sem
defesa

22/08/23
Princípio da soberania do júri (ver depois)

➡️
Princípio da Plenitude de defesa
art. 5 inciso 38
- O júri é um direito fundamental (cláusula pétrea)
- Crimes dolosos contra a vida (não pode tirar esses crimes, mas pode adicionar mais
crimes)
- É vantagem para o homicida ser julgado pelo júri, pois ele será julgado por cidadãos
e não por um juíz de direito, é um julgamento mais empático

- Se a decisão do júri for totalmente contrária às provas, o TJMG pode mandar UMA
vez para novo julgamento do júri
- Tanto o adv quanto o MP tem direito a 3 recusas e também antes de começar o júri,
pode ser arguida causa de suspensão ou impedimento
Obs: no Brasil não existe execução provisória da pena, exceto no júri (alínea c)
- Diferença de ampla defesa e plenitude de direito: você pode defender da forma que
você quiser, seja ele jurídico ou não. Mas é claro que tem limites, por exemplo, não
pode mais usar a tese de legítima defesa da honra
- Jurados - conselho de sentença

Princípio do in dúbio pro reo ou favor rei ou favor libertatis


- oposto do in dubio pro societate - usado do fato criminoso até a fase decisória do
processo

Princípio do contraditório ou bilateralidade


- As partes têm o direito de contra manifestação no processo (no inquérito não tem
direito ao contraditório)
- Contraditório real e contraditório postergado ou diferido: o real é respondido na hora,
o diferido é quando o réu responde a fatos que aconteceram na investigação policial
na fase processual, ele responde depois
- Tanto o STF quanto o cpp prevêem que não é possível a sentença condenatória do
réu baseando-se apenas com as provas produzidas no inquérito policial

➡️
Princípio do juiz natural
- art. 5o XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; juízo ex post factum
(juízes escolhidos depois da ocorrência do fato)
- O Juíz será abstrato definido antes do fato
- Eu já tenho que sabe quais são os juízes que vão julgar meu crime

Princípio da publicidade:
- sempre em qualquer ato do processo penal deve estar presente a defesa técnica
- Informativo 587: não constitui violação ao direito de intimidade do réu a indicação no
site da justiça do nome do acusado maior de idade e da tipificação do delito pelo
qual responde ação penal, ainda que o processo tramite em segredo de justiça
● Súmula vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
- Está falando de inquérito
- O defensor do investigado tem direito a ter acesso ao inquérito policial inteiro, porém
devem já estar documentados (provas que já foram finalizadas, não tem direito das
que estão em curso) e tenham sido autuadas (foram juntadas aos autos) e tem que
dizer a respeito do direito de defesa.

Princípio da vedação das provas ilícitas


- LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos
- Provas ilícitas: provas obtidas por meios ilícitos, ofendem direitos fundamentais
quando da sua obtenção. Não só como não vamos aproveitar essas provas, como
desentranhar dos autos, rasgar e jogar fora. (Nula)
- Provas ilegítimas: ofendem direitos processuais são declaradas nulas, nulidade
relativa ou nulidade absoluta
- Teoria da derivação das provas ilícitas ou teoria “the fruits of the poisonous tree” -
são também consideradas ilícitas as provas derivadas das provas ilícitas. Deve
haver um vínculo de nexo causal, se houver rompimento do nexo causal as provas
poderão ser usadas

Princípio do livre convencimento motivado ou princípio da persuasão racional


- o juiz tem um livre convencimento ao decidir
- Nenhuma prova tem mais peso que a outra, o juiz que decide a importância dessas
provas
- Esse livre convencimento deve ser motivado na fundamentação

Princípio da convicção íntima do juiz


- Nesse princípio o juiz se convence e não precisa motivar
- Esse princípio só se vigora em um caso do direito brasileiro, no júri

Princípio da prova legal ou da prova tarifada


- Deve ser normatizada expressamente
- Em regra os fatos podem ser provados de qualquer prova (liberdade probatória)
- MAS Certos fatos só podem ter um meio de prova (exceções):
1. Estado civil em crime - somente através da certidão
2. Crime que deixou vestígios - exame de corpo e delito (ISSO SERÁ APROFUNDADO
NA UNIDADE DAS PROVAS)
3. Réu morrer — certidão de óbito

Os efeitos materiais da revelia não incidem no direito penal

Princípio do direito ao silêncio


- Tem direito ao silêncio todos os investigados e réus no processo penal independente
de estar ou não preso CF inciso 3 (interpretação extensiva)
- CPP 186
- O silêncio do réu não deve ser considerado em aspecto ruim, é como se não
existisse.
- A testemunha nao pode ficar em silêncio, nem mentir, sob pena de falso
testemunho
- O réu tem o direito de mentir sem nenhuma consequência jurídica. Tem limite pra
mentira: mentira agressiva -> quando ele acusa outra pessoa, ou quando na mentira
ele comete outros crimes (injuria, calúnia difamação etc). Tamnão pode assumir pra
si um crime de outra pessoa
- O réu não tem o direito de não vir (direito de lealdade e direito de cooperação), ele
pode vir e ficar calado ou mentir, mas tem que vir
- Caso do lula: ficou firmado pelo STF que o réu não pode ser conduzido
coercitivamente para INTERROGATÓRIO, pra outras coisas pode conduzir
coercitivamente
- Jurisprudência STJ: quando está em interrogatório o réu tem direito de recusar
responder algumas perguntas e responder outras

Princípio nemo tenetur se detergere


- princípio de não produzir prova contra si mesmo como investigado
- Serve para provas ativas, não para provas passivas ex: bafometro (ativo) ser
submetido ao exame clínico (passiva)
- Mesmo que seja uma prova passiva, se ela infringir seu direito de intimidade, você
tem o direito de recusar (exemplo do cotonete pra colheita de DNA)
- A recusa de fazer prova não tem consequência jurídica pro réu
- O cidadão tem o direito de se identificar, esse principio nao cobre essa situação

Nova unidade -

Inquérito policial
- Objetivo: angariar provas de indícios de autoria e prova materialidade, usa o termo
indícios porque vigora o princípio in dúbio pro societate

- Características básicas:
- É um procedimento administrativo preparatório, com presidência da autoridade
policial, discricionário, dispensável, inquisitivo, escrito, sigiloso e no caso de ações
penais públicas é obrigatório e indisponível.

Procedimento administrativo- não é um procedimento judicial nem legislativo - sequência


de atos em que o antecessor é pressuposto lógico do procedimento (natureza
administrativa)

Preparatório- procedimento acessório, prepara para algo, prepara para ação penal. Não
existe por si mesmo, investigar para propor uma ação penal. Ação penal -> principal,
inquérito -> acessório
Obs - CPI não é um tipo de inquérito policial, apesar de fazer parte do gênero
investigações. A CPI existe para a proposição de uma ação penal futura, não existe por
conta própria

Obs II - o inquérito policial não é a única forma de investigação policial, ex: C.P.I., P.I.C.
(procedimento investigativo criminal) quem conduz é o próprio promotor.

P.A.D. - Procedimento investigativo administrativo


CPI - Procedimento investigativo legislativo
I.P.

Obs III- Absolvição por atipicidade não pode ser levada do criminal pro civil (administrativo),
absolvição por falta de prova também não pode, absolvição pq tem prova que não foi o réu
que fez pode ser levada ao civil
Excludente de ilicitude pode ser levada, e algumas possibilidades de excludente de
culpabilidade
Nada do civil pode ser levada ao criminal

Presidência do inquérito policial pelo delegado de polícia

Discricionário
Ato vinculado - Aquele que, havendo a caracterização a configuração dos requisitos, o ato
se torna obrigatório
Ato discricionário - havendo a configuração dos seus requisitos, o agente público irá decidir
a conveniência e a oportunidade da sua prática
→ A instauração do inquérito policial é um ato vinculado, o desenvolvimento do inquérito
são atos discricionários
→ Quando é ação penal pública, o inquérito policial segue o princípio da obrigatoriedade e
da indisponibilidade
→ se tem indícios é obrigado a instaurar, se não tem indícios, não é obrigado a instaurar
→ uma vez instaurado, o delegado não pode desistir do inquérito
→ não se pode instaurar inquérito com base apenas em notícia anônima

Ação penal privada - para haver instauração precisa de representação formal da vítima (no
delegado incide o p da obrigatoriedade e indisponibilidade, mas na vítima não)

26/09/2023

Denúncia

- O prazo começa a contar do recebimento do inquérito

- Prazo para o promotor fazer algo (denunciar, requerer arquivamento ou novas


diligências):
- Réu preso - 5 dias
- Réu solto - 15 dias
- Ação penal privada subsidiária da pública - direito que surge para vítima após o não
oferecimento da denúncia pelo promotor após o prazo (inércia do promotor). Se o
promotor requer o arquivamento, a vítima não tem esse direito. Prazo decadencial
de 6 meses a partir do dia seguinte após o descumprimento do prazo do promotor. A
PI se chama “queixa crime subsidiária” tem que ser postulado pelo advogado que
deve apresentar procuração com poderes especiais. A procuração sempre deve ter
poderes especiais

Requerimento de arquivamento
- Certeza de que não foi crime
- Provas e indícios muito frágeis - não requisita novas diligências por falta de provas
- Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento
da denúncia.
- Se é requerimento, nunca seria feito na própria promotoria, pega os autos e manda
pra um órgão arquivar

Fundamentos do arquivamento
1° fundamento - falta de base para denúncia
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta
de base para a denúncia 1, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas 2, se
de outras provas tiver notícia.
1- Falta de provas (indícios de autoria e prova de materialidade)
2- coisa julgada formal
- Futuramente o promotor ou o delegado pode desarquivar até a prescrição do delito
contando da data do fato. Depois da prescrição há coisa julgada material pela falta
de culpabilidade
- Gera coisa julgada formal

2º fundamento - não houve crime


Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz
deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
Arquiva- se por causa da absolvição sumária
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; in dúbio pro societate, só
absolve se tiver obvio
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade; caso seja inimputável não se arquiva, encaminha-se pra vara da criança e
adolescente ou um manicômio judicial por exemplo
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; excludente de tipicidade
IV – extinta a punibilidade do agente. Extinção de punibilidade
- gera coisa julgada material

Novas diligências
- Prazo para novas diligências - novo prazo de 30 dias
- Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e
documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá
requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou
possam fornecê-los. O próprio promotor pode investigar (PIC - procedimento
investigatório criminal, Aplica-se a súmula 14 = é sigiloso e o advogado tem acesso

Formas de arquivamento:
- 28 antigo e 28 novo
- Resultou na mistura dos dois (28 novo + 28 antigo)
- Estamos esperando a decisão do supremo
Art 28 - houve uma adpf e ele suspendeu a eficácia de alguns artigos, inclusive o 28

● Art. 28. (Antigo) Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a


denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de
informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará
remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá
a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá
no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender

- MP requer o arquivamento ao juiz, o juiz discorda, dai vai pra PGJ, a PGJ pode:
1. Ele mesmo denunciar ou enviar a outro promotor
2. Insistir no pedido de arquivamento, não cabendo recurso
- O segundo promotor, segundo a corrente majoritária, ele é longa manus do
procurador, então tem o dever de oferecer denúncia, e segundo a minoritária, ele
tem independência funcional então pode escolher entre arquivar ou denunciar
- Na prática o promotor pode sofrer uma penalidade por nao denunciar, então ele
sempre opta por denunciar, pq de qualquer forma, no fim do processo, sempre pode
pedir absolvição justamente pela independência funcional

● Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos


informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima,
ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de
revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da
comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão
ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
- Agora o promotor decide sobre o arquivamento, intimando a vítima, o investigado e a
autoridade policial
- Encaminha o inquérito para o MP de instância superior (CSMP) para que seja
homologado o arquivamento
- P. 1o. Os intimados podem acionar a instância superior. Mas dá a entender que
precisa de um provocamento. Tem que íntima-lós
- A maior mudança é que agora não há participação do juiz
- O STF decidiu:
1. O MP deve encaminhar o arquivamento ao juiz, que deverá remeter ao órgão de
revisão do MP (CSMP) no caso de patente ilegalidade ou teratologia no ato de
arquivamento. Se o órgão de revisão discordar ele manda pro 2o promotor. só trocou
o órgão superior e a fundamentação e a intimação da vitima, do investigado e da
autoridade policial
2. Assistente de acusação - advogado contratado pela vítima para representá-la
processualmente (o juiz pode indeferir)

ANPP
- acordo de não persecução penal
- especie do gênero de justiça consensual
- mitigação do principio da indisponibilidade e da obrigatoriedade. antes vigorava
plenamente, gerando um numero de processos criminais imenso, uma das soluçoes
seria a lei 999(?) (lei dos juizados especiais). depois dessa medida os processos
diminuiram drasticamente.
- precisa da defesa técnica
- Assumir acordo não é assumir culpa, por isso nunca se pode converter esse acordo
em prisao, se o reu nao cumprir o acordo o processo segue
- suspensão condicional do processo
- acordo entre órgão de acusação e acusado
- a justiça consensual não implica em assunção de culpa
- Instituto da justiça consensual

- o ANPP não seria inconstitucional? Não. O STF já decidiu.


- Competência do JEC - os delitos de menor potencial ofensivo são aqueles cuja pena
máxima seja igual ou inferior a 2 anos cumulado ou nao com multa (competencia do
JEC)
- transação penal e a composição civil dos danos são institutos do JEC
- a suspensão condicional do processo (SUSPRO) são os crimes do juizado assim
como da justiça comum
- JEC - SUSPRO, ANPP, TP e CCP
- SUSPRO - Pena mínima igual ou inferior a 1 ano
- Genero- acordo da justiça consensual:
a) transação penal TP
b) composição civil dos danos CCP
c) suspensão condicional do processo SUSPRO
d) acordo de não persecução penal ANPP
- nenhum deles faz o acusado se declarar culpado

- ANPP -> art. 28-A → não pode ser caso de arquivamento, deve haver confissão
circunstanciada e forma, o crime deve ser sem violência ou grave ameaça, pena
mínima inferior a 4 anos. O MP poderá propor (mas é direito subjetivo do réu) desde
que seja necessário e suficiente para reprovação do crime
- o réu vai ao gabinete do promotor e depois vai para uma audiência para o juiz
verificar que ta tudo certo (precisa de advogado)
● pode-se considerar as causas de aumento e diminuição de pena (não se usa
agravantes ou atenuantes)
- condições:
a) reparação do dano (salvo exceções)
b) a pessoa deve por acordo renunciar bens indicados pelo MP
c) prestar serviço à comunidade
d) pagar prestação pecuniária
e) ex: não comparecer a determinado lugar
- jcasos que não é possível o ANPP:
a) casos que cabem transação penal (a lei manda fazer isso pq é mais benéfico ao réu)
b) reincidência ou ocupação habitual ao crime
c) ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração,
em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do
processo; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
d) IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados
contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.

**** tudo que for maria da penha EXCLUI tudo que é do JESP

- Se os acordos da justiça comum não implicam em culpa, como que o ANPP exige a
confissão do investigado? Resposta: por que a confissão não implica em culpa. a
confissão é apenas uma prova do processo, não é culpa.
- só pode fazer 1 acordo a cada 5 anos

Aula dia 09.10.23

§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo
membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência)
- é feito dentro do do gabinete do promotor
- O advogado deve estar presente

§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o
juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu
defensor, e sua legalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
- o juiz que deverá homologar
- Deverá verificar se o denunciado realmente quer fazer o acordo
- Deverá verificar a legalidade do acordo, por ex: não pode abrir mão de direitos
indisponíveis.

§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no


acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja
reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
- retorna ao MP para adequar, mas o MP pode contestar, caso haja o impasse, é remetido
ao MP de 2a instância

§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará
a extinção de punibilidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
- a pessoa continua primária de bons antecedentes.
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução
penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28
deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
- caso o juiz não aceitar acionar o MP de 2a instância o promotor pode interpor um
recurso né sentido estrito

Juiz das garantias


- Decisão recente do STF
- juiz que atua na fase de investigação
- Em contraposição do juiz de investigação existe o juiz de instrução, que atua na fase
de instrução do processo
- Além dos dois juízes citados acima, existe também o da execução
- O Juiz das garantias garante os direitos fundamentais do investigado durante a
investigação criminal → foca nos Direitos Fundamentais do investigado, nos casos
em que é necessário prisão cautelar, com as cláusulas de reserva de jurisdição e
com a própria existência das investigações criminais.
- Quem faz audiência de custódia é o juiz das garantias.

- Cláusula de reserva de jurisdição - Momentos especiais dentro da CF/88 em que


o constituinte exige, no devido processo legal, a participação jurisdicional
(participação do juiz)
- exemplo: busca e apreensão domiciliar (art 5, XI), interceptação telefônica, acesso a
dados bancários e fiscais, etc
- ninguém pode ser privado de sua liberdade ou de seus bens sem um devido
processo legal
- Vc pode ser preso sem ordem judicial, mas tem que seguir o devido processo legal.
No estado de direito, 90% das coisas não precisam de ordem judicial
- As próprias investigações devem ser comunicados ao juiz das garantias

Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de
investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305) o juiz não
pode fazer nada na fase de investigação, as matérias que são ônus da prova da acusação o
juiz não pode ir lá e produzir prova pelo promotor
→TESE FIXADA PELO STF: qual o limite que o juiz não pode atuar - o juiz pontualmente pode
determinar diligências suplementares para dirimir dúvida sobre questão relevante: o juiz tem
atividade suplementar não podendo ser proativo tendo que esperar as partes produzindo as
provas, ele só deve produzir prova de forma suplementar
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação
criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à
autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI
6.305)
TESE FIXADA PELO STF - O juiz das garantias é constitucional
TESE FIXADA PELO STF - o juiz das garantias deve ser publicada em 12 meses da data da
publicação do acórdão, prorrogado por mais 12 meses (pra poder acompanhar cada tribunal
instalar)
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art.
5º da Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) o JG é
comunicado sobre qualquer tipo de prisão
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão,
observado o disposto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência) remete-se a APF ao JG
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja
conduzido à sua presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência) O JG verifica a integridade física do investigado
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) toda portaria e apf deve ser comunicado, inclusive
investigações como PIC CPI etc
TESE FIXADA DO STF: Prazo de 90 dias desse julgamento para que todos os PICs do MP
sejam comunicados ao juízo natural, independentemente da implementação do juiz das
garantias
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar,
observado o disposto no § 1º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência) quem decide sobre as prisões ou outras medidas cautelares (pessoais
probatórias ou patrimoniais) no curso das investigações é o juiz das garantias
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou
revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência
pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas
urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência
pública e oral; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista
das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste
artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) prorrogação de inquérito por
mais 15 dias é decidido pelo JG
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento
razoável para sua instauração ou prosseguimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência) trancamento de IP ação penal ocorre nos casos em que o juiz decide que as
investigações ou a ação não deve dar prosseguimento quando não há justa causa ou
extinção de punibilidade por cognição sumária sem dilação probatória
Trancamento - Ordem judicial que determina que a investigação ou a ação deve ser
parada imediatamente
Pode haver o trancamento da ação ou investigação através do Habeas corpus de ofício.
X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o
andamento da investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) o juiz fica
sabendo através do advogado alguma irrergularidade por parte do delegado
XI - decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
(todos abaixo são cláusulas reserva de jurisdição)
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e
telemática ou de outras formas de comunicação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do
investigado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste
Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao
investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas
produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às
diligências em andamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da
perícia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de
colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º (VETADO).
§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado
à presença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se
realizará audiência com a presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de
advogado constituído, vedado o emprego de videoconferência. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do
inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for
concluída, a prisão será imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência)
TESE FIXADA PELO STF - O juiz pode prorrogar outras vezes dependendo da complexidade, e
a não observância desse prazo nao implica em prorrogação imediata da prisao. Passado o
prazo e impetrado um HC, nao implica a revogação automática da prisao, tem que ser
analisado o pq do prazo ter passado. (Não especifica quantas vezes pode prorrogar)
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as
de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do
art. 399 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide
ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
- TESE DO STF - na verdade o JG cessa com o OFERECIMENTO da denúncia
- Juiz das garantias não se aplica em juizado especial e algumas fixadas pelo STF:
A) Casos em que não há juiz das garantias
B) Em caso de competência originariasp, quem faz as vezes do juiz das garantias é o des
relator
C) No Tribunal do juri quem faz as vezes é o juiz sumariante
D) Casos de violência doméstica e familiar
→ A homologação do ANPP é com o juiz das garantias
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da
instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e
julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a
necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão
acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e
não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento,
ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de
provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em
apartado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do
juízo das garantias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências
dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI
6.305)
Nova causa de impedimento: causas objetivas que excluem o juiz da causa (nao é suspeição,
que são causas que retiram o juiz por motivo subjetivo)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um
sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.299)
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária
da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem
periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento
dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa
para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil,
administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide
ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180
(cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a
identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa
aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da
persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
O juiz das garantias é quem assegura o direito de preservação de imagem, deve fiscalizar o
delegado sobre a divulgação da imagem do preso.

Nova unidade:

Ação penal - fase processual


- Se inicia com uma Petição inicial → denúncia ou queixa-crime

Princípio da intranscendência
- A ação penal segue o princípio da intranscendência: apenas a pessoa que praticou a
conduta ativa ou omissiva pode ser ré numa ação penal. No direito processual penal é
vedada a responsabilidade civil por terceiros. Um terceiro não pode pagar pelo crime de
outra pessoa.
- Multa por não pagar algo tem natureza jurídica cível. Multa de trânsito tem natureza
jurídica administrativa. Já a multa no direito penal tem natureza jurídica criminal. Todas
as três são individuais, ou seja, você pode receber as três ao mesmo tempo
- Até 1996 a natureza Jurídica da multa era totalmente criminal e se não fosse paga era
convertida em prisão. Hoje em dia tem natureza tributária, se tornou uma dívida de valor,
então entra em execução fiscal como qualquer tributo não pago (crédito tributário), surge
um processo de execução
- Não se herda as dívidas cíveis de um morto, as dívidas só ficam até as forças da
herança. Passa pro espólio
- Já a multa criminal, quando o réu morre, se extingue a dívida, não se cobra nem do
espólio, não perde a característica de intranscendência, apesar da natureza tributária.
- No caso de pena de prestação pecuniária também extingue quando morre
- No juiz criminal, na hora de dar a sentença pode estipular um valor de ressarcimento
mínimo para a vítima, sem que exista um processo civil. Se surgir um valor maior no
cível, esse valor é abatido. Deve ter pedido explícito do MP, precisa de contraditório e
precisa de prova desse valor. O valor de multa cumula com esse ressarcimento, e esse
ressarcimento vai pro espólio, porém a multa não
- Se não pagar o ressarcimento, converte em prisão

Diferença entre Ação Penal Pública e Ação Pública Privada


Ação Penal Pública Ação Penal Privada

Princípio da disponibilidade → pode desistir


Princípio da indisponibilidade → não pode
da ação em curso, sendo que se for depois da
desistir da ação em curso resposta do réu, precisa da anuência dele

Princípio da da conveniência e da
obrigatoriedade → se estão presentes os
oportunidade (discricionariedade) → é uma
indícios de autoria e as provas de opção do querelante se ele vai ofertar ou não
materialidade, o promotor é obrigado a a queixa-crime
denunciar

Princípio da indivisibilidade I - Princípio da indivisibilidade II -

Princípio da indivisibilidade na ação penal privada:


Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o
Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a
todos se estenderá.
- A queixa contra um, impõe a queixa contra todos.
- Mesmo em uma ação penal privada o direito de punir é do Estado, apenas o direito de
ação é delegado à vítima
- Ou impõe contra todos ou contra nenhum
- Custos legis - fiscal da lei → todas as vezes que o promotor de justiça (MP) participar de
uma ação que ele não for réu ou autor, ele será custos legis (uma forma de intervenção
de terceiros). Na posição de custos legis ele tem os mesmos direitos e obrigações das
partes, ele se manifesta sempre após as partes . Numa audiência quem faz primeiro as
perguntas é a parte que arrolou a testemunha, depois será a outra parte e por último será
o MP
- Queixa-crime → resposta → MP (parecer) (zela pelo princípio da indivisibilidade)
- Na ação penal privada a renúncia em relação a um autor do crime se estende aos
demais
- Diferença entre renúncia e perdão - o perdão dentro do direito processual penal é
bilateral, deve ser aceito, já a renúncia é unilateral. A renúncia se vem antes do processo,
se renuncia ao direito de queixa, enquanto o perdão é após o início da ação penal,
precisa de aceitação (bilateral) e só será até o trânsito em julgado
- Tanto a renúncia quanto o perdão podem ser feitos fora do processo e serem trazido
pros autos
- A realização de acordo cível não implica em renúncia ou perdão, exceto se tiver expresso
- A renúncia ou o perdão a um se estende ao outro
- Atos incompatíveis com a vontade de processar são considerados uma renúncia tácitas.
Ex: convidar o querelado pra ser padrinho de casamento. A renúncia nao precisa ser
expressa:
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.

Princípio da indivisibilidade na ação penal privada:


- Na privada, quando nao se estende se extingue a punibilidade. Aqui como ter a
obrigatoriedade, não se estende a extinção de punibilidade aos outros, se insiste em
incluir processar os outros
- Se o promotor achar que o B nao praticou o crime, apenas A, o promotor pode requerer o
arquivamento apenas em relação ao B, se o juiz discordar, aplica-se o art. 28 enviando
para o MP da segunda instância. Atenção o A nunca vai ser beneficiado pelo B ser
excluido do processo, por extensão de efeitos

Perempção:
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, consi- derar-se-á perempta a
ação penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30
dias seguidos;
II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo,
para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a
quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas
alegações finais;
IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
- Só se aplica em Ação penal privada
- Negligência do querelante na ação privada
- Gera coisa julgada formal.
Subtema em ação penal: ação civil ex delicto
- Ação proposta no juízo cível tendo como fundamento um crime praticado
- Ação criminal pode ter várias automáticas no juízo cível
- O juízo criminal exige uma culpabilidade mais severa que no juízo cível
- Se já existe. Uma sentença condenatória no criminal esse fato não pode ser
absolvido no cível
- Tendo culpa no criminal tem culpa no cível, nao sendo possível trazer uma
absolvição no civel pro penal
- Não se tem um novo processo de conhecimento, vai pro cumprimento de sentença
→ deve se liquidar a sentença sem discutir os fatos, os fatos estão certos se liquida
apenas o quantum

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