Redesenho de Inspeção e Manutenção e Processos de Redes de Distribuição
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Redesenho de Inspeção e Manutenção e Processos de Redes de Distribuição
ELEKTRO
[email protected] e [email protected]
1. RESUMO
As inspeções termográficas são realizadas nos sistema de distribuição elétrico, nos mais variados
tipos de equipamentos, temperaturas de ambiente para determinara a influência da temperatura da
corrente de carga. Para que se possam realizar comparações entre aquecimentos detectados em
condições diversas, é necessário que os valores sejam extrapolados a uma condição padrão. Para
tanto devemos conhecer os parâmetros que afetam estas medições durante as inspeções das redes
ou sistemas elétricos.
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2. INTRODUÇÃO
A Elektro possui uma área de concessão de mais de 120 mil quilômetros quadrados, que abrange
223 municípios do Estado de São Paulo e 5 municípios do Mato Grosso do Sul, atendendo a mais de
1.800.000 clientes.
Possui um sistema elétrico composto por 121 subestações, 1.800 km de linhas de transmissão nas
tensões de 138, 88 e 69 kV e o sistema de distribuição com de 72.159 quilômetros de rede primária.
Sua estrutura operacional está dividida em oito Regionais, sendo que nas sedes de seis delas estão
lotadas as equipes responsáveis pela manutenção dos equipamentos das subestações e
equipamentos de redes de distribuição. Todos os processos de manutenção dos ativos são
coordenados e controlados pela Engenharia de Manutenção, centralizado na Sede Corporativa, em
Campinas-SP. A operação do sistema elétrico, tanto da transmissão como de toda a distribuição é
coordenada e supervisionada pelo Centro de Operação centralizado, também na Sede Corporativa.
3. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é garantir a padronização das inspeções termográficas nas instalações de
distribuição da Elektro, atendendo as seguintes condições:
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a. realizar medições e detectar processos de falha em componentes que apresentem anomalias
térmicas, antes que as mesmas se manifestem como interrupção da função;
Os principais pontos de atenção definidos para a inspeção com temovisores que tiveram seus
materiais estudados foram: isoladores de pino e disco, pára-raios de porcelana e poliméricos,
conexões da rede primária e secundária, conexões de transformadores, terminações de cabos
(muflas) e terminais de chaves e equipamentos.
4.1. EMISSIVIDADE
A experiência mostra que no campo, os componentes metálicos em pouco tempo formam uma
camada de óxido e depósito de finos (pó, terra ou fuligem), o que faz com que sua emissividade se
eleve para o segundo grupo.
Testes em diversas empresas e medições realizadas na Elektro permitem estabelecer, para efeito de
simplificação das medições, uma emissividade média geral de 0,75.
É a temperatura de um objeto próximo ao componente que está sendo medido, o qual deve estar,
convenientemente, em equilíbrio térmico com o ambiente (Temperatura Ambiente) e apresentar,
preferencialmente, alta emissividade.
Também pode ser a temperatura de um componente similar operando em boas condições, no mesmo
ambiente.
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Para se evitar a influência do Sol, as medições devem ser feitas do lado sombreado do poste, como
mostrado nas imagens abaixo, em postes de concreto e madeira, conforme figura 2.
Quando da localização de uma anomalia térmica é tomada uma Temperatura de Referência (Tref)
específica para essa medição.
Trata-se da temperatura a partir da qual não mais se permite que o componente elétrico opere por
longos períodos. Ao atingir essa temperatura, em virtude de uma anomalia térmica, o mesmo deve
sofrer intervenção.
Deve-se considerar que, a despeito dos metais utilizados na fabricação dos componentes elétricos
possuírem excelente condutividade térmica, um componente que apresente temperatura externa de
70oC, pode estar submetido, em seu interior e pontualmente, a temperaturas mais elevadas.
Dessa forma, visando a praticidade na realização das inspeções e com base nas considerações
acima, foi genericamente estabelecida a Máxima Temperatura Admissível (MTA) de 70 oC para todos
os componentes, considerando-se uma condição de carga plena, sem vento e temperatura ambiente
(e de referência) de 25oC. Conhecendo-se as características particulares de um determinado
componente, bem como sua máxima temperatura admissível, garantida pelo fabricante, esta poderá
substituir a generalizada.
Trata-se da temperatura acima da qual o aquecimento passa a ser classificado como falha potencial e
determina uma intervenção o mais breve possível (intervenção imediata). Seu valor é determinado a
partir da MTA, corrigidas para a situação específica de carga e vento.
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4.5. VARIAÇÃO COM A CARGA DO CIRCUITO
Na prática, as inspeções são realizadas em condições não ideais, nas quais as cargas estão abaixo
ou acima das nominais ou há ocorrência de vento.
Dessa forma, para que os aquecimentos possam ser analisados torna-se necessária uma introdução
de correções de carga e vento nos limites MTA, que são calculadas com base nos mecanismos de
troca térmica segundo metodologia desenvolvida pela ICON Tecnologia.
A energia dissipada por um componente defeituoso cresce rapidamente com o aumento da corrente
que circula por ele. Essa dissipação é determinada pela corrente segundo a fórmula (1).
P = Rt x I2 (1)
onde:
No caso das medições não serem efetuadas com a plena carga do circuito, é necessário calcular o
aquecimento que o componente apresentaria a 100% de carga (Imáx) a partir da variação da energia
dissipada pelo mesmo (2). É também necessário calcular o valor da resistência elétrica do
componente nessa nova temperatura de equilíbrio.
Tal cálculo é realizado de acordo com o Fator de Correção de Carga (3), assim definido:
Pm = FCC x Pn (2)
(3)
onde:
Também foram calculados os valores de LDO para uma situação com vento de 2,5 m/s (9 km/h),
definido como Brisa Leve pela Escala Beaufort de Vento e descrita como: vento sentido pela face,
folha se agita e a fumaça das chaminés sobe inclinada.
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4.7. LIMITE DE ALARME (LDA)
Uma vez estabelecida o LDO, também foi também definido um Limite de Alarme (LDA), calculado
como a metade da diferença entre o LDO e a Temperatura de Referência (Tref).
O aquecimento (4) do componente é definido como a diferença entre sua temperatura medida (Tc) e
a Temperatura de Referência (Tref):
Aq = Tc - Tref (4)
onde:
Os valores de aquecimento também podem, para efeito de comparação, ser relacionado com limites
específicos, como o Limite de Operação (LDO) e Limite de Alarme (LDA), adotados neste trabalho,
gerando o A-LDO (Aquecimento do Limite de Operação) e o A-LDA (Aquecimento do Limite de
Alarme).
4.9. TABELAS
Em cada tabela são apresentados os seguintes parâmetros: LDO, A-LDO, LDA e A-LDA para cargas
variando entre 30% e 120% da corrente máxima (Imax), com e sem a ação do vento.
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Fig. 3. Tabela Prática para Inspeção em Campo
Com a implantação da técnica de inspeção termográfica nas redes e sistemas elétricos é necessária
a adoção de critérios bem estabelecidos para a classificação dos componentes aquecidos
detectados, de acordo com sua gravidade e urgência na intervenção.
O critério de classificação apresentado a seguir, na figura 4, foi desenvolvido pela ICON Tecnologia
em conjunto com os técnicos da Elektro.
Entende-se por "intervenção" não apenas a troca do componente, como também sua limpeza,
reaperto o reparo.
Um componente que esteja abaixo do A-LDA pode ser classificado como “Intervenção solicitada” a
critério do inspetor, se além da temperatura, for de grande importância ou outra tiver uma
característica que chame sua atenção.
A “intervenção solicitada”, nesse caso, visa evitar um risco desnecessário ao sistema elétrico.
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4.11. FATOR DE RISCO AO FORNECIMENTO (FRF)
Com o objetivo de introduzir uma variável que indique a importância da falha no contexto do sistema
elétrico torna-se necessário incluir na classificação do aquecimento o parâmetro de "Abrangência" do
componente.
A abrangência do componente depende, primordialmente, do custo que sua falha pode causar, seja
sob o ponto de vista de fornecimento, segurança, ambiente ou de imagem da empresa. Dessa forma,
a abrangência pode ser caracterizada nos seguintes níveis: Subestação, Alimentador e Ramais
primários e secundários.
Abrangência
Criticidade
RAMAL ALIMENTADOR SUBESTAÇÃO
Intervenção Imediata Médio Elevado Severo
Intervenção Programada Baixo Médio Elevado
Intervenção Solicitada Baixo Baixo Médio
Fig. 5. Tabela de Fator de Risco ao Fornecimento
5. CONCLUSÃO
A principal vantagem da metodologia proposta é permitir que as medições realizadas nas mais
adversas situações e com os mais diverso modelos de termovisores, possam ser comparadas com a
condição padrão (100% de carga e sem vento), facilitando sobremaneira a interpretação e diagnóstico
do sobreaquecimento.
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Fig. 6. Planilha de inspeção de campo
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