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Brazilian Journal of Development 10836

ISSN: 2525-8761

A relação entre o tabagismo e a Doença Obstrutiva Pulmonar Crônica:


uma revisão de literatura

The relationship between smoking and Chronic Obstructive


Pulmonary Disease: a literature review
DOI:10.34117/bjdv9n3-129

Recebimento dos originais: 17/02/2023


Aceitação para publicação: 15/03/2023

Isabella Eduarda de Godoy Oliveira


Graduanda em Medicina
Instituição: UniCEUB
Endereço: SEPN 707/907, Asa Norte, Brasília - DF, CEP: 70790-075
E-mail: [email protected]

Karla Pessoa Tepedino


Mestra em Ecologia pela Universidade de Brasília
Instituição: UniCEUB
Endereço: SEPN 707/90, Asa Norte, Brasília - DF, CEP: 70790-075
E-mail: [email protected]

Luíza Oliveira Ramagem


Graduanda em Medicina
Instituição: UniCEUB
Endereço: SEPN 707/907, Asa Norte, Brasília - DF, CEP: 70790-075
E-mail: [email protected]

Felipe Machado de Barros Fernandes Caron


Graduanda em Medicina
Instituição: UniCEUB
Endereço: SEPN 707/907, Asa Norte, Brasília - DF, CEP: 70790-075
E-mail: [email protected]

Keydson Augustine Sousa


Especialista em Pneumologia
Instituição: Universidade Católica de Brasília
Endereço: SEPN 707/907, Asa Norte, Brasília - DF, CEP: 70790-075
E-mail: [email protected]

RESUMO
A DPOC é uma doença heterogênea e multifatorial que representa a terceira maior causa
de mortes no mundo, provocada principalmente pelo tabagismo ativo e pela poluição
ambiental particulada, além de haver outros fatores como poluição de ozônio, uso de
combustíveis sólidos e tabagismo passivo. Nesse sentido, a fisiologia da DPOC melhor
aceita se baseia em um desbalanço entre a produção de proteases e antiproteases, levando
a uma maior degradação das proteínas pulmonares em relação ao seu reparo. Além disso,
fatores genéticos e epigenéticos estão associados com o surgimento da doença, como uma
resposta anômala de células inflamatórias no tecido pulmonar, alterações no

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desenvolvimento dos pulmões, fatores comportamentais da mãe antes e durante a


gestação, e exposição a fatores ambientais na fase pré-natal e na vida posterior do
indivíduo. Deste modo, crianças com asma possuem um risco 3,45 vezes maior para o
desenvolvimento de DPOC enquanto crianças com infecções respiratórias graves na
infância, pneumonia ou bronquite estão associadas a um risco 2,23 vezes maior.
Alterações epigenéticas desregulam a expressão dos genes relacionados a DPOC,
causando impactos permanentes aos pulmões os quais aumentam o risco de
desenvolvimento da doença na vida adulta. A prevalência de DPOC ajustada por idade
foi de 15,2% entre fumantes atuais, 7,6% entre ex-fumantes e 2,8% entre os adultos que
nunca praticaram tabagismo. Há estudos que apontam o tabagismo como fator principal
do surgimento da DPOC, indicando que 85-90% dos casos da doença são provocados por
essa prática. Entretanto, outros estudos indicam que até 50% dos casos de DPOC podem
estar associados a fatores de risco não fumantes, principalmente a exposição ocupacional
a poeiras biológicas, o que evidencia a dificuldade ainda presente de se caracterizar a
DPOC. Assim, segundo a Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease
(GOLD), são necessários três critérios para o diagnóstico da doença: (i) relação
VEF1/CVF pós-broncodilatador inferior a 70%; (ii) “sintomas apropriados’’, como
dispneia, produção de escarro, tosse crônicas ou sibilos; e (iii) “exposições significativas
a estímulos ambientais nocivos”. Já em relação ao tratamento da DPOC, ainda não há
terapias curativas, ou seja, a terapêutica baseia-se na melhora da qualidade de vida do
paciente por meio de paliação da obstrução das vias aéreas, dos sintomas e das
exacerbações da doença, não havendo uma terapia específica curativa.

Palavras-chave: DPOC, tabagismo, sistema respiratório.

ABSTRACT
COPD is a heterogeneous and multifactorial disease that represents the third leading cause
of death in the world, caused mainly by active smoking and particulate environmental
pollution, in addition to other factors such as ozone pollution, use of solid fuels and
passive smoking. In this sense, the most accepted physiology of COPD is based on an
imbalance between the production of proteases and antiproteases, leading to greater
degradation of lung proteins in relation to their repair. In addition, genetic and epigenetic
factors are associated with the onset of the disease, such as an anomalous response of
inflammatory cells in lung tissue, changes in lung development, maternal behavioral
factors before and during pregnancy, and exposure to environmental factors in the
prenatal period. birth and in the individual's later life. Thus, children with asthma have a
3.45 times greater risk of developing COPD, while children with severe respiratory
infections in childhood, pneumonia or bronchitis are associated with a 2.23 times greater
risk. Epigenetic alterations deregulate the expression of COPD-related genes, causing
permanent impacts to the lungs which increase the risk of developing the disease in later
life. The age-adjusted prevalence of COPD was 15.2% among current smokers, 7.6%
among former smokers, and 2.8% among never-smoking adults. There are studies that
point to smoking as the main factor in the onset of COPD, indicating that 85-90% of cases
of the disease are caused by this practice. However, other studies indicate that up to 50%
of COPD cases may be associated with non-smoking risk factors, mainly occupational
exposure to biological dust, which highlights the still present difficulty in characterizing
COPD. Thus, according to the Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease
(GOLD), three criteria are required for the diagnosis of the disease: (i) post-
bronchodilator FEV1/FVC ratio below 70%; (ii) “appropriate symptoms”, such as
dyspnoea, sputum production, chronic cough or wheezing; and (iii) “significant exposures

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to harmful environmental stimuli”. Regarding the treatment of COPD, there are still no
curative therapies, that is, the therapy is based on improving the patient's quality of life
through palliation of airway obstruction, symptoms and exacerbations of the disease, with
no a specific curative therapy.

Keywords: COPD, smoking, respiratory system.

1 INTRODUÇÃO
O tabagismo é um dos fatores de risco mais relevantes para o desenvolvimento da
comum e evitável Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), a qual caracteriza-se
como uma condição das vias aéreas pouco irreversível a longo prazo e apresenta sintomas
respiratórios persistentes (7).
Segundo as diretrizes da "Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease
(GOLD)", ou Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, são
necessários três critérios para que o diagnóstico da doença possa ser feito: (i) uma relação
VEF1/CVF pós-broncodilatador inferior a 70%; (ii) “sintomas apropriados”, tais como
dispneia, produção de escarro, tosse crônica ou sibilos; e (iii) “exposições significativas
a estímulos ambientais nocivos. Esta doença possui pelo menos três fenótipos: enfisema,
bronquite crônica e remodelação e obstrução das pequenas vias aéreas, de modo que
fatores ambientais e genéticos estão envolvidos na patogênese e desenvolvimento da
doença (9). O diagnóstico preciso da DPOC é crítico por ser um diagnóstico para toda a
vida, e os clínicos devem considerar cuidadosamente os diagnósticos diferenciais, estar
cientes de armadilhas potenciais e dos possíveis impactos de um diagnóstico errado ( 16).
Dentre as principais causas da doença, está o tabagismo, enquanto apenas 10–20%
dos fumantes desenvolvem DPOC, dentre as principais causas da doença, está o
tabagismo; observando-se, entretanto que apenas 10-20% do total de tabagistas
desenvolverá DPOC, e aproximadamente 25-45% dos diagnósticos de DPOC serão
atribuídos a não-tabagistas. Em 2017, a DPOC atribuída ao tabagismo ativo, poluição
ambiental por material particulado/gases/fumaça ocupacional, poluição ambiental por
ozônio, poluição do ar doméstico por combustíveis sólidos, fumo passivo e exposição ao
chumbo foi responsável por cerca de 3,46 milhões de mortes globais por todas as idades
e 79,78 milhões de anos de vida perdidos ajustado por incapacidade (9).
Ainda que as taxas globais de mortalidade padronizadas por idade e as taxas de
milhões de anos de vida ajustados por incapacidade para DPOC atribuídas para cada um
dos fatores de risco acima entre 2007 e 2017 tenham sido reduzidas, essa previsão de

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tendência epidêmica não é otimista quanto ao crescimento e envelhecimento da


população. Atualmente, a DPOC é a terceira causa de morte no mundo e se tornará a
terceira principal causa de morte até 2030. Portanto, esta é um problema de saúde urgente
a ser resolvido (9).
Sem terapias curativas para a DPOC, a paliação da obstrução das vias aéreas,
sintomas e exacerbações são as principais condutas clínicas atualmente. Portanto, abordar
os fatores predisponentes da DPOC, em especial o tabagismo, e prevenir seu
desenvolvimento parece ser uma estratégia de intervenção adequada para o controle da
doença em saúde pública. Compreender os efeitos dos fatores de risco correlacionados
com o desenvolvimento desta doença na população em suas diferentes fases da vida é
necessário para que mais estratégias preventivas possam ser desenvolvidas (7). Nesta
revisão, forneceremos uma ampla visão geral da relação estreita entre o hábito do
tabagismo e a DPOC, uma vez que este é o principal fator de risco para o seu surgimento
e o mais evitável.

2 METODOLOGIA
Este artigo trata-se de uma revisão bibliográfica para elucidar os conhecimentos
acerca da relação entre o tabagismo e a doença obstrutiva pulmonar crônica utilizando-se
as bases de dados eletrônicas PubMed/MEDLINE e Scielo. Para a pesquisa, foram
utilizados os DeCS (Health Sciences Descriptors) “DPOC” e “Tabagismo”, associados
através do operador booleano AND. Foram utilizados como critério de exclusão : os
artigos que se encontravam duplicados e sem a temática procurada no título e no Abstract.
Nesse viés, foram escolhidos todos os artigos originais indexados e com embasamento
científico. Assim, do material pesquisado e encontrado, foram selecionados 12 artigos,
entre os anos de 2005 a 2022, que apresentaram conteúdos condizentes para o
cumprimento dos objetivos, da relevância e da atualidade do presente estudo. Dessa
forma, após a busca de artigos e informações, foi desenvolvido esse trabalho, o qual tem
por objetivo destrinchar ainda mais as informações já comprovadas.

3 RESULTADOS
Para a realização do artigo, realizamos uma pesquisa com base em 12 artigos, os
quais contribuem com a temática: Doença Obstrutiva Crônica e a sua relação com o
tabagismo, levando em consideração seu conteúdo, acurácia, experimentos e conclusões
para que dessa maneira fosse possível a sua construção com integridade.

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Nº Autores Título Ano de Revista Principais achados


publicação

1 Gustavo Chatkin, 1. Avalia 2010 Jornal No artigo, foram consideradas como


José Miguel ção da Brasileiro de elegíveis 294 fumantes, dos quais 174
Chatkin ,Gabriel concen Pneumologia (59,18%) tinham o diagnóstico de
Aued, Guilherme tração DPOC. O COex ( monóxido de
Oliveira Petersen, de carbono no ar exalado) médio em
Edna Thais monóxi pacientes com DPOC foi 17,1 ± 0,6
Jeremias, Flávia do de ppm, enquanto, nos indivíduos sem
Valladão Thiesen carbon DPOC, esse foi de 17,6 ± 0,6 ppm,
o no ar que, mesmo sendo mais alto neste
exalad grupo do que no primeiro, não obteve
o em diferença significativa (p = 0,559).
tabagis Nesse contexto, parece não existir
tas com nenhuma restrição relevante para a sua
DPOC aplicabilidade em fumantes com
DPOC.

2 Carlos Leonardo Tratamento do 2017 Pulmão RJ- No presente trabalho, por volta de 85-
Carvalho Pessôa tabagismo em Sociedade de 90% dos casos de DPOC são causados
pacientes com Pneumologia e pelo tabagismo e 15–20% dos
DPOC Tisiologia do tabagistas irão ser acometidos pela
Estado do Rio DPOC. Assim, a sobrevivência do
de Janeiro, vol portador de DPOC depois de 10 anos
26, n 1 de doença diagnosticada é de
aproximadamente 50% entre aqueles
que persistem fumando e cerca de
80% entre os que param de fumar.

3 Rogério Rufino e Etiopatogenia da 2013 Pulmão RJ- vol No trabalho, destacou-se que o
Cláudia H. da DPOC 22, Sociedade processo inflamatório crônico causado
Costa de Pneumologia pelos gases da fumaça de tabaco
e Tisiologia do acontece nas pequenas vias
Estado do Rio respiratórias (< 2 mm), sendo
de Janeiro, normalmente tênue e contínuo. Dessa
forma, é possível que os fatores,
incluindo inflamação e a
predisposição genética, contribuam
com a progressiva destruição
parenquimatosa e tendo como
consequência final a DPOC.

4 Ivan Kopitovic, Frequência de 2017 J Bras Pneumol. No presente artigo, não houve
Aleksandar DPOC em 2017;43(5):351 diferenças significativas entre os
Bokan, Ilija profissionais de -356 pacientes com e sem DPOC em
Andrijevic, saúde que relação à profissão, sexo e índice de
Miroslav Ilic, fumam massa corporal; no entanto, houve
Sanja Marinkovic , diferença significativa entre eles no
Dragana Milicic, que se refere à idade, carga tabágica e
Marija Vukoja. grau de dependência de nicotina.
Nesta amostra de profissionais de
saúde, a frequência de DPOC foi
comparável à observada na população
geral. Nesse viés, conclui-se que a
presença de DPOC em profissionais
de saúde que fumam relacionou-se
com maior dependência de nicotina

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5 Vivian T. S. Influência do 2010 Rev Bras Em resumo, a proporção de pacientes


Santana, Selma D. tabagismo atual Fisioter, São não aderentes à reabilitação pulmonar
Squassoni , José na aderência e Carlos, v. 14, n. (RP) foi maior nos tabagistas do que
Alberto Neder, nas respostas à 1, p. 16-23 nos ex-tabagistas (30,4% vs 11,1%,
Elie Fiss. reabilitação respectivamente; razão de chance=2,9
pulmonar em (1,6-4,1); p<0,01). Porém, os
pacientes com tabagistas atuais que completaram o
DPOC programa (n=16) apresentaram taxa de
absenteísmo à RP similar ao
observado nos ex-tabagistas, assim
como ganhos equivalentes nas
respostas subjetivas (qualidade de
vida) e objetivas (distância
caminhada). Além disso, obteve
redução significativa no número de
cigarros consumidos diariamente e no
grau de dependência da nicotina nos
tabagistas atuais (p<0,05).

6 Margit Pelkonen Tabagismo: 2008 Current De acordo com o estudo, durante a


relação com Opinion in vida, mais de 40% dos fumantes
bronquite Pulmonary desenvolvem bronquite crônica. Além
crônica, doença Medicine: do mais, aproximadamente um quarto
pulmonar March 2008 - dos fumantes pode ser afetado por
obstrutiva Volume 14 doença pulmonar obstrutiva crônica
crônica e clinicamente significativa. Nesse
mortalidade sentido, a incidência de doença
pulmonar obstrutiva crônica também é
substancial em adultos jovens. Na
população adulta e idosa, a doença
pulmonar obstrutiva crônica grave
está associada ao declínio mais rápido
da função pulmonar, que, por sua vez,
está atrelada à hospitalização e
mortalidade relacionadas à doença
pulmonar obstrutiva crônica.

7 Anne G Wheaton, Doença 2017 PubMed A prevalência de DPOC ajustada por


Yong Liu, Janet B Pulmonar idade foi de 15,2% entre os fumantes
Croft, Brenna Obstrutiva atuais, 7,6% entre os ex-fumantes e
VanFrank, Crônica e 2,8% entre os adultos que nunca
Thomas L Tabagismo praticaram o tabagismo.A exposição
Croxton, contínua de ambientes livres de fumo
Antonello pode reduzir a DPOC tanto para os que
Punturieri, Lisa fumam quanto entre aqueles que não
Postow, Kurt J fumam.
Greenlund

8 Sundeep Salvi Tabagismo e 2013 Clinics in De acordo com o trabalho,até 50% dos
fatores de risco Chest casos de DPOC podem ser
ambientais para Medicine relacionados a fatores de risco não
doença Volume 35, tabaco-relacionados.Assim, um
pulmonar Issue 1, March estudo de coorte prospectivo entre
obstrutiva 2014, Pages 17- trabalhadores suíços relatou que o
crônica 27 risco atribuível à população de DPOC
foi de 31% entre fumantes e 50% entre
não fumantes em trabalhadores

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expostos a poeiras biológicas.

9 Xinwei Huang , Xi As origens 2019 Dovepress Foi verificado que a exposição adversa
Mu , Li Deng , Aili etiológicas da antenatal pode levar à resposta do
Fu , Endong Pu , doença pulmão, tornando-o mais predisposto
Tao Tang , pulmonar a lesões subsequentes. Assim, a
Xiangyang Kong obstrutiva exposição fetal ao tabagismo materno
crônica durante a gestação é um dos fatores
mais graves para o desenvolvimento
pulmonar anormal, pode aumentar o
risco de função pulmonar deficiente,
DPOC , asma e sibilos na infância.
Nesse contexto, tais fatores podem
resultar em parte de alterações
epigenéticas devido à metilação global
do DNA no sangue do cordão
umbilical estar associada à exposição
pré-natal ao HAP,131 que é um dos
principais componente nocivo da
combustão incompleta de cigarros.

10 Qianwen Zhao , O impacto da 2020 Journal of O OR combinado da DPOC e o


Meng Meng , DPOC e do medical desenrolar de COVID-19 grave foi de
Rahul Kumar , histórico de virology 4,38 (modelo de efeitos fixos; IC 95%:
Yinlian Wu , tabagismo na 2,34-8,20), enquanto o OR do
Jiaofeng Huang , gravidade do tabagismo contínuo foi de 1,98
Ningfang Lian , COVID-19: uma (modelo de efeitos fixos; IC 95%:
Yunlei Deng , Su revisão sistêmica 1,29- 3.05).
Lin e meta-análise A heterogeneidade dos estudos
incluídos foi moderada para DPOC e
histórico de tabagismo contínuo na
gravidade do COVID-19. A DPOC e o
histórico de tabagismo em curso são
associados à pior progressão e
resultado do COVID-19.

11 Pengfei Duan , Impacto das 2021 Official Journal Foram encontrados uma associação
Yao Wang , exposições of the Asian relevante de DPOC com infecções
Rongqing Lin , precoces na Pacific Society respiratórias graves na infância,
Yiming Zeng , DPOC na idade of Respirology pneumonia ou bronquite (OR ajustado
Chengshui Chen , adulta: uma agrupado [aOR], 2,23 [IC 95%, 1,63-
Li Yang , Minghui revisão 3,07]). A probabilidade de DPOC
Yue , Shan Zhong sistemática e aumentou 3,45 vezes para crianças
, Yun Wang , meta-análise com asma (aOR agrupado, 3,45 [IC
Qingying Zhang 95%, 2,37-5,02]). Além disso, a
probabilidade de DPOC foi associada
ao tabagismo materno (aOR agrupado,
1,42 [IC 95%, 1,17-1,72]), qualquer
maltrato infantil (OR agrupado, 1,30
[IC 95%, 1,18-1,42]) e baixo peso ao
nascer (OR agrupado, 1,58 [IC 95%,
1,08-2,32]), mas não à exposição
ambiental à fumaça do tabaco na
infância (OR agrupado, 1,15 [0,83-
1,61]) ou parto prematuro (OR

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agrupado, 1,17 [IC 95%, 0,87-1,58] ).

12 Eva A M van Eerd Cessação do 2016 Cochrane Nesse estudo, foram encontrados
, Regina M van der tabagismo para Library evidências de alta qualidade em uma
Meer, Onno C P pessoas com meta-análise, incluindo quatro (1.540
van Schayck, doença participantes) dos 16 estudos
Daniel Kotz pulmonar analisados, de que uma combinação de
obstrutiva tratamento comportamental e
crônica farmacoterapia é eficaz em ajudar
fumantes com DPOC a cessarem o
fumo. Além do mais, concluímos que
não há evidências convincentes para
preferir qualquer forma particular de
tratamento comportamental ou
farmacológico.

4 DISCUSSÃO
A DPOC é uma doença heterogênea e multifatorial, podendo ser causada pelo
tabagismo, poluição particulada do ambiente, ambiente ocupacional, poluição ambiental
de ozônio, uso de combustíveis sólidos, tabagismo passivo, dentre outros em potencial,
sendo as principais causas atribuídas o tabagismo ativo e a poluição ambiental particulada
(9; 11).
Fisiologicamente, a ideia que melhor explica os casos, é a de que a DPOC decorre
de uma injúria proteolítica dos septos alveolares. O desbalanço entre a produção de
proteases e antiproteases, que geram uma maior digestão das proteínas pulmonares em
relação ao seu reparo e a predisposição genética na manutenção de atividade das células
inflamatórias no tecido pulmonar, com uma consequente destruição parenquimatosa do
pulmão parecem os principais mecanismos à DPOC (15).
A revisão sistemática de HUANG, aponta fatores genéticos e epigenéticos que
influenciam no surgimento de DPOC, desde genes e fatores comportamentais da mãe
antes e durante a gestação (tabagismo, obesidade, uso de drogas), assim como sua
exposição a fatores ambientais na fase pré-natal e na vida posterior do indivíduo (asma,
infecções respiratórias, tabagismo, exposição ocupacional, dentre outras). Foi possível
identificar alguns genes para risco aumentado de DPOC, que são responsáveis pelo
desenvolvimento do pulmão e sua resposta a injúrias ao longo da vida, como os genes
ADAM33, SOX5, TNS1, SERPINE2, NKX2-1, TGFB2, HHIP, PTCH1, CELSR1,
RARB, CD147, MMP1/2/3/7/9/12/14, e TIMP1/2/3 (9).
Além dos fatores genéticos, a exposição aos poluentes causadores da DPOC e
mesmo outras questões ambientais, geram alterações epigenéticas, que desregulam a

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expressão dos genes relacionados a DPOC, causando impactos permanentes nos pulmões
(9). Outras questões ambientais, relacionadas às condições de vida na infância, como
maltratos sofridos, peso ao nascer, abuso sexual na infância, são apontados como
potencializadores para casos de DPOC, mas correlações mais claras precisam ser feitas
com estudos futuros (11).
Em relação à frequência de ocorrência da DPOC em fumantes, a doença apresenta
uma prevalência significativamente maior em fumantes com idades mais avançadas em
comparação a fumantes mais novos. Assim como no caso de fumantes expostos a uma
maior carga tabágica ao longo dos anos (1,4,6).
Como já apontado, o tabagismo está fortemente associado à DPOC e à
mortalidade causada por esta doença, mas em menos de metade destas mortes está listada
como sua causa, demonstrando ainda uma dificuldade em caracterizar a doença e seus
sintomas pelos sistemas de saúde (6).
Fica evidente uma demanda ambulatorial de exames que caracterizam com clareza
a DPOC em fumantes. Mesmo quando os pacientes se tratavam de profissionais de saúde
com sintomas clínicos presentes para DPOC como tosse crônica, dispnéia e produção
crônica de escarro, esses sintomas não se mostraram claros o suficiente para que eles
tivessem ciência de que poderiam estar com a doença (4), o que demonstra uma grande
dificuldade na identificação inicial da DPOC. Estudos indicaram que a utilização de
exames para aferir o grau de tabagismo, como a espirometria, funcionam não só para
caracterizar tabagistas e ex-tabagistas, e o risco de mortalidade dos pacientes com DPOC,
mas também como um estímulo à continuidade do tratamento para os pacientes (2, 6).
Apesar de já existir a recomendação do uso do Monóxido de Carbono expirado
(COex), para essa caracterização do grau de tabagismo, o estudo de CHATKIN (1),
encontrou resultados semelhantes para fumantes e não fumantes com DPOC, sendo
necessárias maiores elucidações das medições. Esse exame apresenta vantagens pela sua
fácil aplicação, mesmo em cidades isoladas, permitindo um tratamento personalizado de
fácil acesso de acordo com o status de cada paciente (1).
Apesar de existirem estudos que demonstrem que os casos de DPOC tabaco-
relacionados possam chegar a até 85-90% em algumas amostras(14), existe uma alta
tendência que esses sigam tabagistas mesmo após o diagnóstico, sendo o risco de
abandono dos tratamentos da DPOC até três vezes maiores do que em ex-fumantes (5,
13), mesmo com evidências que cessar o tabagismo é a ação mais importante no
tratamento da DPOC (14). Desta maneira, o maior desafio no caso dos tabagistas com

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DPOC, parece ser a continuidade do tratamento desses, que lhes proporciona aumento na
qualidade de vida, assim como da sobrevida (5, 6).
SANTANA, evidenciou que a reabilitação pulmonar para fumantes e não
fumantes com DPOC apresenta ganhos clínicos e fisiológicos semelhantes para ambos os
grupos. No caso dos fumantes, apesar de haver uma desistência da reabilitação maior
(menor aderência ao tratamento), dentre aqueles que se mantiveram no tratamento, foi
possível evidenciar uma redução significativa na dependência de nicotina (5). Essa
redução foi associada às atividades educacionais antitabágicas, melhor conhecimento da
doença, exemplo dos ex-tabagistas e o contato constante com a equipe de saúde, mas
estudos mais aprofundados são necessários, associando a reabilitação pulmonar com
tratamentos anti-tabagismo.Além disso, A utilização da ventilação não invasiva tem
sido uma alternativa na tentativa de aumentar a oxigenação arterial e proporcionar
uma melhor tolerância ao exercício físico devido a sua sensível atuação na interação
cardiorrespiratória, proporcionando uma melhor resposta cardíaca e respiratória durante
o exercício (17)
O tratamento para cessação do tabagismo dos pacientes com DPOC deve contar
com um acompanhamento psicológico, com terapia cognitivo comportamental aliada a
um tratamento farmacológico, visando um trabalho multidisciplinar para minimizar o
risco de abandono do tratamento, indicando principalmente os benefícios de interromper
o hábito e sua grande correlação com a piora da DPOC (2, 12).
Apesar do tabagismo ser apontado como o principal causador da DPOC, sugere-
se que a exposição à outras fontes de poluição, como fumaça de biomassa (lenha, carvão,
etc), poluição dentro de casa advinda de pessoas fumantes (fumantes passivos) ou outras
fumaças, como tratamentos contra mosquitos e incensos, assim como poeiras decorrentes
do ambiente de trabalho, como poeira de mineração, poeira orgânica de colheitadeiras,
criação de galinhas e outros, chegam a contribuir com até 50% de casos de DPOC,
levantando a importância de uma melhor caracterização desses outros poluentes na
história do desenvolvimento da DPOC, inclusive no caso dos tabagistas (7,8).
E no que tange a prevenção do DPOC, diversos estudos postulam que a melhor
maneira de evitar a doença é não se iniciar no hábito tabagista; ademais, esta prevenção
deveria ser iniciada ainda na idade pré-escolar, tendo em vista que diversas alterações
epigenéticas têm caráter cumulativo e, deste modo, o início de uma prevenção na fase
adulta já seria muito tardia Esse ponto de vista, sugere ser necessário encontrar
marcadores epigenéticos eficientes como biomarcadores prognósticos, mas também o

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desenvolvimento de técnicas para remoção de metilação do DNA e tratamentos com


células tronco como as melhores apostas terapêuticas possíveis, caso não seja possível a
redução de poluentes ambientais (9).

5 CONCLUSÃO
Em suma, entende-se a DPOC como uma doença complexa e que ainda são
necessários mais estudos para entender a associação entre sua fisiopatologia com os
fatores de risco, os quais se mostram inúmeros. No entanto, com os artigos analisados
nesta revisão, observa-se que o período crítico para prevenção da DPOC encontra-se no
período de gestação e na infância, principalmente na idade pré-escolar, onde os fatores
externos exercem maior influência sobre modificações que proporcionem maior risco
para o desenvolvimento posterior da doença, envolvendo fatores epigenéticos, o que leva
a necessidade de maior atenção a essa fase de vida, adotando medidas preventivas que
corroborem para redução do índice de DPOC na vida adulta. Além disso, o tabagismo é
protagonista no que tange às causas da doença, sendo o uso ativo do tabaco associado a
porcentagem significativa (40-50%) da incidência de DPOC e aumento da mortalidade,
observando uma diminuição de 37,5% na expectativa de vida de tabagistas em relação
aos não tabagistas em 10 anos. Outrossim, ratifica-se que a doença ainda não dispõe de
um tratamento curativo, restando à terapêutica apenas o controle do avanço das lesões
pulmonares, bem como objetiva-se também a melhora da qualidade de vida do indivíduo
acometido; inclusive, apesar das inúmeras propostas de tratamento estudadas, até o
momento ainda não há uma possibilidade única de tratamento.. Por fim, ressalta-se a
importância de novos estudos para compressão da DPOC, seus fatores de risco, prevenção
e tratamento mais eficazes com o objetivo de reduzir sua incidência na vida adulta.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.3, p. 10837-10848, mar., 2023


Brazilian Journal of Development 10847
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