Exercícios de Aquecimento Vocal

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Exercícios de aquecimento vocal

O aquecimento vocal é tão importante para o professor/comunicador como o


aquecimento físico é para um atleta, pois pode evitar lesões. Este aquecimento não
deve ser muito demorado, sendo suficiente cinco minutos de exercícios. Demasiado
tempo de aquecimento acabará por ser prejudicial, podendo até produzir uma
distensão das cordas vocais. Além disso, um maior tempo de exercícios de
aquecimento, e ao contrário do que possa parecer, resultará em pouca produtividade
no desempenho vocal que se segue a este período.
Depois de acordarmos, o aparelho fonador demora cerca de duas horas a aquecer. Se
necessitamos de o usar antes desse tempo, convém efectuar breves técnicas de
aquecimento, tais como:
1. Encha as bochechas de ar e massaje o queixo com o polegar em círculos pequenos.
2. Encha uma bochecha de ar e empurre-o dentro da boca, de bochecha em bochecha,
cerca de dez vezes em cada uma delas, sem mexer o maxilar. Pode ajudar com a mão,
segurando as bochechas, para evitar mexer o maxilar.
3. Abrindo ligeiramente a boca, comprima o interior de cada bochecha, alternadamente,
com a ponta da língua. Repita dez vezes.
4. Faça estalidos com a língua, colocando-a entre o palato duro e a base da língua.
5. Abrindo ligeiramente a boca, solte o maxilar. Estique a língua até conseguir chegar ao
queixo. Conte mentalmente até dez. Repita o ponto 4.
6. Mantendo o maxilar solto, estique a língua tentando chegar à ponta do nariz. Conte
mentalmente até dez. Repita o ponto 4.
7. Mantendo o maxilar solto, estique a língua horizontalmente para fora e recolha-a
rapidamente. Repita dez vezes. Repita o ponto 4.
8. Com o maxilar solto e a boca ligeiramente aberta, empurre suavemente o cano da
laringe, com os dedos, de um lado para o outro.
Importante: Não emita qualquer som enquanto efectua este exercício.
9. Mova o maxilar verticalmente, para cima e para baixo, com os lábios fechados, mas
sem fazerem força, como se mastigasse a letra m.

A respiração

Os professores que usam muito ar durante a aula estão sujeitos a uma elevada pressão
de ar exercida pela sua passagem na laringe. Esta pressão, feita pela base pulmonar,
quando sobrecarregada pelo excesso de ar, dificulta o controlo da fala do professor,
que acaba por desenvolver toques bruscos com as pregas vocais enquanto fala. Assim,
contrai a região do pescoço e até mesmo os ombros e a face, o que leva à produção de
sons desagradáveis que podem conduzir à rouquidão.
O principal músculo da respiração é o diafragma, situado na base dos pulmões: quando
inspiramos, o diafragma é estendido, tornando-se quase plano, deslocando a cavidade
abdominal e ampliando a cavidade torácica; quando expiramos, o diafragma sobe. A
respiração, sempre que possível, deve ser nasal (ainda que seja de boca aberta), pois
assim o ar é filtrado e aquecido pelas narinas.
Devemos encher profundamente os pulmões, sem levantar os ombros. Se elevarmos
as costelas e as clavículas, mantendo os músculos abdominais contraídos, e erguermos
os ombros, estamos a fazer uma respiração forçada com consequências graves para a
nossa voz.
Quando fazemos , por vezes, uma leitura expressiva, precisamos controlar o tempo de
entrada e saída do ar. Precisamos dosear a saída do ar conforme a extensão das frases
e a inspiração também deve surgir num momento preciso, de acordo com a pontuação
do texto.
À medida que o ar vai acabando, deve-se aumentar a pressão da musculatura
abdominal.
Na leitura em voz alta, é preciso economizar o sopro na expiração e evitar a exaustão
completa, libertando-nos da horrível falta de folgo. Para isso, temos a pontuação que
nos dá a possibilidade de renovar frequentemente a provisão de ar. A respiração pode
ser feita de acordo com as seguintes normas:
 Vírgula ______________________1/4 de respiração
 Ponto e vírgula_________________1/2 de respiração
 Dois pontos ___________________1/2 de respiração
 Ponto ________________________respiração completa
A duração das pausas depende também da expressão, da sensibilidade e da
inteligência de quem lê, que podem determinar a pontuação e as pausas a fazer.
EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS

Exercício para percepção da inspiração involuntária


Este exercício serve para exercitarmos a elasticidade da musculatura abdominal para
dentro e para fora e se perceber que não há necessidade de se fazer esforço para que
o ar entre pois tal facto acontece naturalmente, quando sentimos necessidade de
inspirar.
Solte o ar, esvaziando a barriga. Fique alguns instantes sem ar. Relaxe a musculatura,
deixando então o ar entrar, mas sem forçar a sua entrada.

Exercício para treinar a saída do ar com controlo (APOIO):


Este exercício pode ser feito contando o tempo de saída do ar para aos poucos
aprender a controlar e aumentar o tempo de saída do ar (por exemplo, soltar o ar em
dez tempos, depois em quinze, vinte, etc.).
Podemos também controlar o tempo da entrada do ar, que muitas vezes deve ser
rápida, dependendo das frases que lemos. Assim, além de controlar a entrada do ar,
fazemos uma contagem também para a inspiração e procuramos gradualmente
diminuir esse tempo de inspiração.

Exercício para treinar a pressão da saída do ar:


Se precisarmos fazer um som com uma intensidade mais forte, devemos utilizar mais o
apoio respiratório para não sobrecarregar as cordas vocais.
Partindo do exercício anterior, vamos, na saída do ar, fazer movimentos abdominais
com pressão alternada.
A expulsão do ar, acompanhada por um “sssss” prolongado, deve ser feita
pressionando o abdómen e dominando essa pressão, alternadamente. Deve fazer-se
num único sopro, sem interrupções. Verificamos então que quando aumentamos a
pressão do abdómen, aumentamos a pressão do ar.
Exercício para treinar a parte baixa do abdómen:
A maioria das pessoas tem tendência para usar muito pouco os músculos abdominais
quando respira. Pessoas mais ansiosas ou com uma vida mais agitada, raramente
fazem esta respiração mais baixa. Já referimos anteriormente como isso é prejudicial.
Quando a respiração “não desce” e se mantém muito no tórax, a melhor maneira de a
fazermos “baixar” é através da contracção dos músculos glúteos.
Deve-se experimentar expirar o ar lentamente e, ao mesmo tempo, fazer uma
contracção anal. Quando se encontrar sem ar, relaxe o abdómen e vai sentir que a
respiração se torna mais ampla.
Repita este exercício várias vezes, até que o interiorize de tal modo que se torne
habitual e o faça espontaneamente.

EXERCÍCIOS PARA DESOBSTRUÇÃO AS VIAS RESPIRATÓRIAS

1. De pé, pernas afastadas e joelhos ligeiramente flectidos, inspirar profunda e


lentamente enquanto estende os braços à altura dos ombros.
Expirar lentamente voltando à posição inicial.
2. Inspirar elevando os braços acima da cabeça. Baixá-los durante a expiração.
3. Pernas afastadas, pés firmes. Inspirando, levantar os braços acima da cabeça, juntando
depois as mãos, e expirando deixar cair os braços e o tronco para a frente em
movimento de lenhador.
4. Inspirar, levantando os braços à altura dos ombros, fazendo depois pequenas rotações.
Expirar, fazendo uma rotação ampla com os braços.
5. Deitado, levantar os braços acima da cabeça durante a inspiração. Voltar à posição
inicial na expiração.

EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS COM PRODUÇÃO DE SOM

Os exercícios respiratórios são muito importantes para a correcção das deficiências da


voz e são feitos em combinação com a emissão de sons.
1. Inspiração pelo nariz, lenta e prolongadamente em silêncio.
PAUSA
Expiração nasal, lenta e prolongada.

2. A mesma inspiração do exercício anterior.


PAUSA
Expiração pela boca soprando suavemente com os lábios em posição de assobiar.
3. Inspiração idêntica à do exercício anterior.
PAUSA
Expiração pela boca em A afónico.
4. O mesmo exercício expirando em O afónico.
5. Inspiração rápida e profunda.
PAUSA
Expiração sonora com a boca fechada mas com os maxilares separados em vibração.
6. A mesma inspiração do exercício anterior.
PAUSA
Expiração inicialmente com a boca fechada emitindo um som médio e terminando com
a boca abertammooommmm.
7. Pequenas inspirações nasais rápidas até sentir o peito cheio de ar.
PAUSA
Expirar rápida e fortemente.
8. Inspiração profunda pelo nariz.
PAUSA
Expiração emitindo consoantes fricativas:
SSSSSS / JJJJJJ / CHCHCHCHC / ZZZZZ
9. Inspiração idêntica à anterior.
PAUSA
Expirar contando em voz alta 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,...
 As consoantes oclusivas ( P, B, T, D, G e Q) fornecem bons exemplos para dominar a
expiração, porque gastam mais ar. Inspirar e expirar repetindo muitas vezes,
lentamente, P B T D G Q.
Ler frases longas em que se encontrem frequentemente essas consoantes, como por
exemplo as que se encontram em anexo.
Esta leitura deve ser feita, inspirando profundamente e atacando de imediato, no
início da expiração, para não desperdiçar ar. Devemo-nos esforçar por sustentar os
finais das frases, economizando o ar expirado.
11. Outro tipo de exercício será a leitura de um poema/ texto numa só expiração que
inclua algumas consoantes fricativas.

Corpo e Voz

A- Inicia-se trabalhando a respiração na posição deitada:


1- Com uma das mãos no diafragma e outra no peito respirar naturalmente,
sentindo o levantar e abaixar do seu diafragma. Sentir o ar entrando nos pulmões,
percebendo o movimento dos mesmos. O exercício deve ser repetido várias vezes para
que cada um descubra o tipo de esforço e tensão necessários para inspirar e segurar a
respiração durante a pausa, bem como a sensação de alívio e o relaxamento na
expiração. Após a percepção do mecanismo da respiração, acrescenta-se à expiração o
som de ssssssiii ... direcionado para o espaço.
2- Deitado de costas com os olhos fechados imaginar o espaço dentro de cada
um como sendo um enorme buraco; concentrar-se na relação entre a forma do corpo
e o espaço em volta; fazer um inventário mental da relação das partes do corpo e o
lugar que elas ocupam. Devem perceber as sensações das várias partes do corpo em
contato com o chão ou o espaço que o circunda, e logo após, suspender
conscientemente o controle sobre o seu corpo e “escutar” o que o corpo quer fazer.
As descobertas sobre a respiração devem ser usadas nos exercícios novos.

B- Fazer esse reconhecimento em posição sentada, realizando o mesmo


inventário sobre as tensões.
1- Deixar que o peso da cabeça leve o tronco para frente até o chão, soltando o
ar e alongando os músculos das costas. Nessa descida, durante a expiração, fazer a
vibração dos lábios, conseguida através dos sons de prprprpr..., como se fosse um
motor.
2- Ainda sentados, olhos fechados, palmas das mãos bem próximas, mas sem se
tocarem, sentir o calor gerado entre as mãos. Mover as palmas das mãos lentamente
passando uma pela outra várias vezes em direções opostas: mover para os lados, para
frente, para trás e em círculo, juntar as palmas das mãos e separá-las, percebendo a
sensação do movimento na ponta dos dedos, nas mãos e nos antebraços.
3- Juntar as pontas dos dedos das duas mãos com um toque bem suave, e em
seguida, dar batidas leves várias vezes. Juntar as palmas das mãos e começar a
esfregá-las lentamente. Progressivamente, ir aumentando a intensidade e a energia da
esfregação, até separar as mãos. Levar o tempo necessário para cada ação de forma
que a sensação do movimento possa ser sentida. Conscientizar-se de qualquer
sensação que ocorra em outro lugar do corpo, especialmente na área da coluna. Ao
sentir a energia que flui entre as mãos próximas emitir a ressonância com a percepção
desse espaço entre elas, primeiramente com o zumbido hummm hummm e depois
com o som mmommm mmoommm mmoommm.

C- Trabalhar isoladamente partes do corpo, na posição de pé:


1- De pé com as pernas separadas, olhos fechados e braços caídos, mover os
braços em círculo:
1º círculo: pressionar a palma da mão contra a parte anterior da coxa
contando até 6, levantar lentamente o braço para a frente até chegar acima da
cabeça e concluir o círculo movendo o braço para trás até a posição inicial.
Inspirar enquanto levanta o braço e emitir a vogal áfona [ a ] ao descê-lo.
2º círculo: inverter a direção e emitir a vogal áfona [ o ] ao descer o braço.
3º círculo: pressionar a palma da mão no lado da coxa, levantar lentamente
o braço até chegar acima da cabeça e concluir o círculo cruzando o braço a frente
até voltar à posição inicial. Inspirar na subida e emitir a vogal áfona [ e ] ao cruzar
o braço à frente.
4º círculo: inverter o movimento e emitir a vogal áfona [ u ] ao cruzar o
braço à frente.
Fazer os movimentos lentamente, mantendo a consciência da sensação do
movimento, e particularmente da ação da gravidade no braço quando ele é levantado
e o relaxamento dessa ação quando ele é abaixado.
Variantes do exercício:
– fazer com o mínimo de esforço
– repetir com os dedos expandidos amplamente separados e o
braço esticado o mais longe possível do corpo
– repetir uma terceira vez com rápidas paradas e recomeços.
Enquanto estiver movendo, estar certo da energia requerida para fazer o
movimento empurrado / puxado, da qualidade do movimento resultante e do
sentimento no corpo todo durante essa movimentação.
2- Repetir esse exercício com a sonorização das vogais.
3- De pé, soltar um dos braços da articulação, deixando-o frouxo, pendurado do
ombro. Movimento: começar pela rotação da mão para trás e para frente pelo punho
e então ir lentamente envolvendo o braço todo. Trabalhar bem relaxado e
suavemente. O braço deve mover-se pela força da gravidade, sem esforço.
Acompanhar o movimento com a emissão da ressonância e adequar a sua projeção ao
tamanho do segmento do membro que está sendo movimentado. Pode ser feito
com hummmhummm ou com mini... mini... mini... mini...
4- Individual: Em pé, focalizar um ponto qualquer e manter o olhar fixo nele,
emitindo a ressonância ou outros sons variados. Levantar uma das pernas levando o pé
até o joelho da perna de sustentação; perceber ações e sensações no corpo
quando tentar permanecer em pé. Relaxar e repetir o movimento emitindo
ressonância ou sons direcionados para o espaço global, sentindo a diferença entre a
emissão de sons com o olhar fixo e com olhar global, percebendo como a voz fica
mais projetada com a percepção do espaço à sua volta.
5- Posição em pé: Sentir-se o centro de um cubo com linhas radiais saindo do seu
corpo em todas as direções; imaginar as diferentes partes do corpo colocadas na
mesma linha espacial; colocar um braço alinhado com esses vários raios; deixar o
corpo torcer ou dobrar, se for necessário, para obter o braço em todas as direções
possíveis. Tentar o exercício com a perna, ombros, quadris e tronco. Explorar a
sua knesfera individual (espaço ocupado pelo corpo) nas posições: deitado no chão,
ajoelhado, em pé, ao mover-se pela sala. A cada movimento, sentir que é circundado
pela knesfera. Aliar aos movimentos a emissão das
sílabas trtrammm trtremmm trtrimm trtrommm trtrrummm durante a maior
expansão dos braços ou das pernas.
6- Em dupla: Empurrar o companheiro em várias partes do seu corpo usando
também as diferentes partes do seu corpo: mão, ombro, cabeça, etc. Aquele que está
parado faz a contra-força na mesma intensidade para que permaneça parado. Deve ter
a consciência e o cuidado de não tensionar o pescoço ao fazer força com os braços
para evitar problemas vocais. Emitir palavras ou textos ao executar o movimento,
mantendo a voz firme e clara.
Exercícios que demandam uma contração excessiva da musculatura do pescoço,
por exemplo, devem ser evitados, mesmo que trabalhem bem a coluna e o abdômen.
D- Para a flexibilidade da coluna:
1- Sentado com as pernas esticadas à frente e braços em direção ao teto.
Alongar o braço direito para cima iniciando o movimento da cintura; depois o braço
esquerdo para cima e os dois para cima; dobrar o corpo para frente, relaxando,
dobrando a articulação coxo-femoral e esticando os músculos da parte inferior das
costas e posterior das pernas. Voltar à posição inicial lentamente, trabalhando cada elo
da coluna. Repetir o exercício com controle do diafragma para direcionar a pressão
aérea, pressionando-o, e aliando as sílabas sssi-fffu-xxxii-pppa a cada movimento
(Método Espaço Direcional).
2- Quatro apoios – Contrair e alongar a coluna indo até ao chão como se fosse
um gato manhoso se espreguiçando; contrair e alongar até fazer a curva ao contrário
com a coluna; quando alongar ir até quase sentar nos calcanhares. Durante o
movimento, emitir ressonância com nhiau, nhiau, nhiau, nhiau, modulando-a de
acordo com a maior ou menor expansão dos movimentos.

E- Para buscar o eixo:


1- Em pé, de costas para uma parede reta, tocar a parede com os calcanhares, o
sacro, as costas, ombros e cabeça; sentir as várias partes do corpo onde os músculos
estão ativamente trabalhando para manter o corpo ereto. Emitir a ressonância
sentindo a vibração do som na coluna.
2- Na mesma posição, imaginar uma linha passando verticalmente pelo seu
corpo. Sem forçar a ação, imagine que o corpo está sendo esticado para cima ao longo
dessa linha imaginária; o corpo deve ter a sensação de leveza e flutuação. Perceber
como cada parte do corpo, da cabeça até a pélvis e pernas, está mantendo o
alinhamento básico. Imaginar seus ombros sendo dirigidos para os lados; sentir o
contato do seu pé no chão, com o peso distribuído em três pontos – o dedão, o
dedinho e o meio do calcanhar. A maioria dos grandes músculos estão envolvidos para
manter a postura ereta. Sentir a inter-relação dos músculos que tornam isso possível.
Inspirar e expirar alargando as costelas na inspiração: respiração costal-diafragmática.
3- Em decúbito dorsal, pernas dobradas, sola dos pés no chão, braços ao longo
do corpo. Esticar a perna direita para baixo, umbigo em direção ao chão, sentindo o
eixo, sem deixar o tronco mexer durante o movimento. Repetir com a outra perna, e
depois com as duas. Repetir usando o braço. Associar a inspiração ao alongamento e a
vibração trtrtrtrtrtr... à troca de posições.

F- Para soltura das articulações:


Exercícios de rotação de pernas, ou de basculação. Durante esses exercícios,
fazer vibrações com brbrbrbrbr...

G- Para trabalhar o andar:


Mover a perna de trás para frente e vice-versa. A perna vai dobrada, e objetiva
trabalhar a soltura da articulação coxo-femural e o equilíbrio. Associar a esse
exercício as sílabas pa-ca-tá, pa-cá-ta e pá-ca-ta ... marcando com a extensão da
perna a tônica escolhida. Deve-se repetir este exercício variando as
vogais: pequeté, piquití, pocotó, pucutú, observando a variação das tônicas como
relatado acima.

H- Para a coluna: trabalhar dividindo os 3 terços:


1- Deitado de costas, levantar a região do sacro até a cintura e voltar; depois a
coluna até a altura da omoplata e finalmente até a cervical. O movimento deve ser
lento e consciente fazendo com que cada pedacinho da coluna trabalhe na ida e na
volta. É um elevar na ida e um “carimbar” com cada vértebra na volta.
Associar os movimentos aos sons ssii-ffu-xxi-ppaa (Método Espaço Direcional).

I- Para a torção do tronco:


Deitado de costas com as pernas flexionadas, pés juntos, deixar cair os dois
joelhos para o lado direito, fazendo com que as pernas formem um ângulo reto com o
tronco; alongar o braço esquerdo ao lado e vir descendo passando pelos quadris, pela
frente do corpo e continuar o movimento passando acima da cabeça e voltando para a
posição de origem. Associar ao relaxamento de laringe: bocejar sem recuar a língua na
cavidade bucal.
A voz, levada pelo corpo do ator, flui arredondada ou direta, na dependência do
movimento executado. Ao lado desse trabalho podemos fazer um trabalho de
improvisação, geralmente partindo de algum movimento mais trabalhado no
aquecimento. Num aquecimento coletivo escolher um par e se relacionar com ele
através do movimento. No momento em que o entrosamento do par é conseguido,
pode ser assumido um sentimento/emoção visando uma troca entre os
personagens. Os diálogos que surgirem desse relacionamento ajudam ao ator a ir
formando o corpo do personagem. Partimos do princípio que, se podemos improvisar
com corpo, podemos mais facilmente improvisar com palavras. A quebra das amarras
que impedem a imaginação de agir era o objetivo dessa fase do trabalho. Algumas
vezes trabalhamos em cima de um roteiro mínimo de acontecimentos para direcionar
a improvisação. Foram elaboradas 15 seqüências básicas de exercícios de
aquecimento de corpo e voz visando uma progressão crescente do trabalho e tomando
por ponto de partida problemas apontados pelos atores. Essas seqüências foram
trabalhadas por todos. Na fase final, cada ator, examinando sua situação corporal,
montava sua própria seqüência de aquecimento.
Ao realizarmos esse trabalho, formamos a trilogia dos aspectos essenciais ao ator
– interpretação, corpo e voz – todos voltados para uma atuação mais verdadeira,
procurando através dos sentidos, um conhecimento maior do funcionamento do ator
como um todo.

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