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O COMANDANTE DO EXÉRCITO, no uso da competência que lhe confere o art.

4º da Lei
Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, e os incisos I e XIV do art. 20 do Decreto nº 5.751, de
12de abril de 2006, ouvido o Estado-Maior do Exército, resolve:
Art. 1º Aprovar as Instruções Gerais para a Elaboração de Sindicância no Âmbito do
Exército Brasileiro (EB10-IG-09.001), que com esta baixa.
Art. 2º Estabelecer que esta Portaria entre em vigor a partir de 30 de janeiro de 2012.
Art. 3º Revogar a Portaria do Comandante do Exército nº 793, de 28 de dezembro de 2011.
CAPÍTULO I
DA FINALIDADE E DA COMPETÊNCIA
Art. 1º As presentes Instruções Gerais (IG) têm por finalidade regular os procedimentos
para a realização de sindicância no âmbito do Exército Brasileiro.
Art. 2º A sindicância é o procedimento formal, apresentado por escrito, que tem por
objetivo a apuração de fatos de interesse da administração militar, quando julgado necessário pela
autoridade competente, ou de situações que envolvam direitos.
§ 1º Na hipótese de não ser possível identificar a pessoa diretamente envolvida no fato
a ser esclarecido, a sindicância terá caráter meramente investigatório; entretanto, sendo identificada
a figura do sindicado desde sua instauração ou ao longo da apuração, o procedimento assumirá
caráter processual, devendo ser assegurado àquele o direito ao contraditório e à ampla defesa.
§ 2º Nas hipóteses em que legislação específica assim o determinar ou de
irregularidades em que não haja a previsão legal de adoção de outros instrumentos hábeis ao
esclarecimento e solução dos fatos, a instauração da sindicância será obrigatória.
§ 3º Denúncia apócrifa sobre irregularidades ou que não contenha dados que
permitam a identificação e o endereço do denunciante não constitui documento hábil a ensejar a
formalização de instauração de sindicância, podendo a autoridade competente, nesse caso, adotar
medidas sumárias de verificação, com prudência e discrição, no intuito de avaliar a plausibilidade dos
fatos, e, em se constatando elementos de verossimilhança, poderá formalizar abertura de
procedimento adequado baseado nos elementos verificados e não na denúncia, sendo vedada a
juntada desta aos autos (Modelo do Anexo B destas IG).
§ 4º Será dispensada a instauração de sindicância quando o fato ou objeto puder ser
comprovado sumariamente mediante prova documental idônea.
Art. 3º A sindicância será instaurada mediante portaria da autoridade competente,
publicada em boletim interno (BI) da organização militar (OM).
Art. 4º É competente para instaurar a sindicância:
I - o Comandante do Exército;
II - o oficial-general no cargo de comandante, chefe, diretor ou secretário de OM;
"II - ocupante de cargo privativo de oficial-general;" (NR - alterado pela Portaria nº
1.027, de 17 de agosto de 2017)
III - o comandante, chefe ou diretor de OM; e
IV - o substituto legal das autoridades administrativas referidas neste artigo, quando no
exercício regular da função.
"IV - chefe de estado-maior, subcomandante, subchefe, subdiretor ou chefe de gabinete
de ODG, ODS, G Cmdo, GU, OADI e de órgão de apoio; e
V - o substituto legal das autoridades administrativas referidas neste artigo, quando no
exercício regular da função." (NR - alterado pela Portaria nº 1.027, de 17 de agosto de 2017)
Art. 5º A instauração de sindicância deve ser procedida no âmbito do comando em que
foi verificada a ocorrência, salvo determinação em contrário do escalão superior em face de situação
excepcional que requeira instauração em local diverso.
Parágrafo único. Na hipótese de o fato a ser apurado envolver militares de OM distintas
de uma mesma guarnição e ocorrer fora da área de administração dos respectivos comandos, caberá
ao comandante da guarnição onde se deu a ocorrência apurar ou determinar a apuração do(s) fato(s).
CAPÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS
Art. 6º O sindicante deverá observar os seguintes procedimentos:
I - lavrar o termo de abertura da sindicância;
II - juntar aos autos os documentos por ordem cronológica, numerando e rubricando as
folhas no canto superior direito, a partir do termo de abertura;
III - indicar na capa dos autos, além da Numeração Única de Processo (NUP), seus dados
de identificação, os do sindicado, se houver, e o objeto da sindicância;
IV - regular as ações a serem desenvolvidas no contexto da sindicância, mediante a
elaboração de despachos, ainda que não tenha sido designado escrivão, situação em que tais
despachos têm caráter meramente coordenativo;
V - cumpridas as formalidades iniciais, promover a notificação do sindicado, se houver,
para conhecimento do fato que lhe é imputado, acompanhamento do feito, ciência da data de sua
inquirição e da possibilidade de defesa prévia, além da possibilidade de requerer a produção ou
juntada de provas;
VI - fazer constar, nos pedidos de informações e nas requisições de documentos,
referências expressas ao fim a que se destinam e à prioridade na tramitação (normal, urgente ou
urgentíssima);
VII - juntar, mediante termo ou despacho na própria peça ou carimbo de “JUNTE-SE”,
todos os documentos recebidos. Os documentos produzidos pelo sindicante serão anexados aos autos
em ordem cronológica de produção;
VIII - realizar ou determinar, de ofício ou a pedido, a produção ou a juntada de todas as
provas que entender pertinentes ao fato a ser esclarecido;
IX - encerrar a instrução do feito com o respectivo termo, notificando o sindicado,
quando houver, para vista dos autos e apresentação de alegações finais;
X - encerrar a apuração com um relatório completo e objetivo, contendo o seu parecer
conclusivo sobre a elucidação do fato, o qual deverá ser apresentado em quatro partes:
a) introdução: contendo a ordem de instauração, a descrição sucinta do fato a ser
apurado e os dados de identificação do sindicado, se houver;
b) diligências realizadas: onde deverão estar especificadas as ações procedidas pelo
sindicante;
c) parte expositiva: com o resumo conciso e objetivo dos fatos e uma análise
comparativa e valorativa das provas colhidas, destacando aquelas em que formou sua convicção; e
d) parte conclusiva: na qual o sindicante emitirá o seu parecer, coerente com as provas
carreadas aos autos e com o relatado na parte expositiva, mencionando se há ou não indícios de
crime militar ou comum, transgressão disciplinar, prejuízo ao erário ou qualquer outra situação
ampliativa ou restritiva de direito, sugerindo, se for o caso, a adoção de providências; e
XI - elaborar o termo de encerramento dos trabalhos atinentes ao feito e remeter os
autos à autoridade instauradora.
Parágrafo único. A observância dos procedimentos estabelecidos neste artigo não obsta
a adoção de outras medidas específicas que sejam necessárias em razão das particularidades do
objeto da sindicância.
Art. 7º A solução da sindicância pela autoridade nomeante deverá ser explícita, clara,
coerente e motivada, com a indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, especialmente quando
importar em anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
Art. 8º Quando o objeto da apuração for acidente ou dano com viatura, material
bélico, material de comunicações ou outro material, deverá ser observado o disposto nas normas
específicas de cada órgão de apoio.
CAPÍTULO III
DOS PRAZOS
Art. 9º Na contagem dos prazos, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do
vencimento.
§ 1º Os prazos se iniciam e vencem em dia de expediente na OM.
§ 2º Os prazos conferidos ao sindicado devem ser fielmente observados, podendo,
excepcionalmente, o sindicante autorizar sua prorrogação ou renovação se a situação assim o exigir,
hipótese em que tal fato deve ser consignado expressamente nos autos da sindicância.
Art. 10. A autoridade instauradora fixará na portaria o prazo inicial de trinta dias
corridos para a conclusão da sindicância, admitida a prorrogação por vinte dias, a critério da
autoridade nomeante, quando as circunstâncias assim o exigirem.
Parágrafo único. O dia do início da sindicância será a data de recebimento da portaria
pelo sindicante.
Art. 11. Excepcionalmente, o prazo para a conclusão dos trabalhos, previsto no art. 10
destas IG, poderá sofrer prorrogações sucessivas, por até vinte dias corridos cada, desde que
amparado em motivo de força maior, situação de complexidade ou de extrema dificuldade, todas
relacionadas com o fato em apuração, ou, ainda, para conclusão de perícia requerida, mediante
solicitação fundamentada do sindicante e a critério da autoridade nomeante.
§ 1º A solicitação de prorrogação de prazo deve ser feita, no mínimo, 48h (quarenta e
oito horas) antes do término daquele inicialmente previsto.
§ 2º A concessão da prorrogação do prazo deverá ser publicada em BI da OM,
anexando-se cópia do boletim aos autos da sindicância.
Art. 12. O sindicado deverá ser notificado, com a antecedência mínima de três dias
úteis, da realização das diligências de instrução da sindicância (inquirições, acareações, perícias,
expedição de cartas precatórias, etc), para que, caso queira, possa acompanhá-las ou requerer o que
julgar de direito.
§ 1º A primeira notificação ao sindicado pertencente à mesma OM que o sindicante
deve ser comunicada ao seu comandante ou chefe imediato; as demais notificações ao sindicado, no
decorrer do procedimento, serão feitas sem a necessidade da mencionada comunicação ao respectivo
comandante.
§ 2º Se o sindicado pertencer a OM distinta da do sindicante, a notificação deve ser
efetuada em todos os casos por intermédio do comandante, chefe ou diretor daquela OM.
Art. 13. Ao sindicado será facultado, no prazo de três dias úteis, contados de sua
inquirição, oferecer defesa prévia, arrolar testemunhas, juntar documentos e requerer o que julgar de
direito para sua defesa.
§ 1º O sindicado será informado dos direitos previstos no caput deste artigo, quando da
notificação para sua inquirição.
§ 2º Encerrada a instrução do feito, com a oitiva de testemunhas e demais diligências
consideradas necessárias, será lavrado o termo de que trata o inciso IX do art. 6º destas IG, sendo o
sindicado notificado pelo sindicante para vista dos autos e para, querendo, oferecer alegações finais
no prazo de cinco dias corridos, contados do recebimento da notificação.
§ 3º Esgotado o prazo de que trata o § 2º deste artigo, apresentadas ou não alegações,
o sindicante, respeitado o prazo para conclusão dos trabalhos, elaborará seu relatório
circunstanciado, com parecer conclusivo, remetendo os autos à autoridade instauradora.

Art.14. Recebidos os autos, a autoridade instauradora, no prazo de dez dias úteis, dará
solução à sindicância ou determinará que sejam feitas diligências complementares, fixando prazo de
até vinte dias corridos, o qual poderá ser prorrogado, mediante decisão fundamentada, pelo prazo
necessário à efetivação das citadas diligências.
§ 1º No caso de ser determinada a realização de diligências complementares, o
sindicado deverá ser notificado para acompanhamento das respectivas averiguações.
§ 2º Cumpridas as diligências complementares, o sindicado deverá ser notificado para,
querendo, oferecer alegações finais no prazo de cinco dias corridos, contados da data do recebimento
da notificação.
§ 3º Após a realização dos procedimentos previstos neste artigo, deverá ser elaborado o
respectivo relatório complementar, apresentando as conclusões decorrentes das averiguações
procedidas, ratificando ou alterando o parecer anteriormente emitido, sendo os autos remetidos
novamente à autoridade instauradora, que, no prazo de dez dias úteis, dará solução à sindicância.
CAPÍTULO IV
DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
Art. 15. A sindicância obedecerá aos princípios do contraditório e da ampla defesa, com
a utilização dos meios e recursos a ela inerentes.
Parágrafo único. Para o exercício do direito de defesa será aceita qualquer espécie de
prova admitida em direito, desde que não atente contra a moral, a saúde ou a segurança individual
ou coletiva, ou contra a hierarquia, ou contra a disciplina.
Art. 16. O sindicado tem o direito de acompanhar o processo, apresentar defesa prévia
e alegações finais, arrolar testemunhas, assistir aos depoimentos, solicitar reinquirições, requerer
perícias, juntar documentos, obter cópias de peças dos autos, formular quesitos em carta precatória e
em prova pericial e requerer o que entender necessário ao exercício de seu direito de defesa.
§ 1º O sindicante poderá indeferir, mediante decisão fundamentada, pedido do
sindicado, que incida nas hipóteses vedadas na segunda parte do parágrafo único do art. 15 destas IG
e quando o seu objeto for ilícito, impertinente, desnecessário, protelatório ou de nenhum interesse
para o esclarecimento dos fatos.
§ 2º O sindicado poderá realizar a sua própria defesa, sendo-lhe facultado, em qualquer
fase da sindicância, constituir advogado para assisti-lo.
§ 3º Não havendo a figura do sindicado, mas apenas um fato a ser apurado, torna-se
desnecessária a concessão do prazo para o oferecimento de defesa prévia e para a apresentação de
alegações finais.
§ 4º O disposto no § 3º deste artigo não se aplica quando, no contexto da apuração de
um fato, emergirem indícios de cometimento de transgressão disciplinar ou situação ampliativa ou
restritiva de direitos de qualquer pessoa (denunciante, testemunha, etc), ocasião em que o sindicante
certificará o seu entendimento nos autos, procedendo-se a respectiva notificação do interessado para
o interrogatório, já na condição de sindicado, e para, nessa condição, apresentar defesa prévia e
requerer o que julgar de direito, devendo-se, no prosseguimento dos trabalhos, ser observado o rito
preconizado nestas IG para assegurar o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Art. 17. O advogado do sindicado poderá presenciar os atos de inquirição do seu cliente
e das testemunhas, bem como acompanhar os demais atos da sindicância, sendo-lhe vedado durante
as oitivas interferir nas perguntas e respostas, podendo, ao final da inquirição, fazer, por intermédio
do sindicante, as perguntas de interesse da defesa.
Parágrafo único. O previsto neste artigo aplica-se, no que couber, ao sindicado.
Art. 18. Será assegurado ao sindicado, no prazo de cinco dias corridos a que se referem
os art. 13, § 2º, e art. 14, § 2º, vista do processo em local designado pelo sindicante.
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 19. Os participantes da sindicância são:
I - autoridade nomeante: militar competente instaurador da sindicância;
II - sindicante: o encarregado da sindicância;
III - sindicado: a pessoa envolvida no fato a ser esclarecido, cujo desfecho poderá vir a
afetar seus direitos;
IV - testemunha: toda pessoa que relata o que sabe a respeito do fato objeto da
sindicância;
V - técnico ou pessoa habilitada: aquele que for indicado para proceder exame ou
emitir parecer; e
VI - denunciante ou ofendido: aquele que, mediante apresentação de documento hábil
ou declaração reduzida a termo, provoca a ação da Administração Militar.
Parágrafo único. Nos casos de maior complexidade e a critério da autoridade
nomeante, o sindicante poderá valer-se de um escrivão para auxiliá-lo nos trabalhos, cuja designação
será feita na portaria de instauração ou, posteriormente, em ato específico, o qual deverá assinar
termo de compromisso.
Art. 20. O sindicante será oficial, aspirante a oficial, subtenente ou sargento
aperfeiçoado, de maior precedência hierárquica que o sindicado.
Art. 21. O denunciante ou ofendido, quando houver, deve ser ouvido em primeiro lugar.
§ 1º O sindicante deverá alertar o denunciante ou ofendido, no ato da inquirição, sobre
possível consequência de seu ato nas esferas penal, civil e disciplinar, em caso de improcedência da
denúncia.
§ 2º O denunciante ou ofendido poderá apresentar ou oferecer subsídios para o
esclarecimento do fato, indicando testemunhas, requerendo a juntada de documentos ou indicando
as fontes onde poderão ser obtidos.
§ 3º Caso a presença do sindicado cause constrangimento ao denunciante ou ofendido
ou à testemunha, de modo que prejudique o depoimento, o sindicante poderá proceder à inquirição
em separado, dando-se ciência ao sindicado do teor das declarações, tão logo seja possível, para que
requeira o que julgar de direito, admitindo-se a presença do advogado, caso tenha sido constituído,
consignando tal fato e motivo em seu relatório.
Art. 22. A ausência do sindicado regularmente notificado à sessão de interrogatório,
sem justo motivo, não obsta o prosseguimento dos trabalhos, mas tal situação deve ser certificada
nos autos mediante termo e, em se tratando de militar, informada ao seu comandante, para as
medidas disciplinares cabíveis.
§ 1º O não atendimento da notificação não importa o reconhecimento da verdade dos
fatos nem a renúncia a direito pelo sindicado.
§ 2º Comparecendo para depor no curso da sindicância, o sindicado será inquirido,
sendo-lhe assegurado, no prosseguimento dos trabalhos, na fase em que se encontram, o direito ao
contraditório e à ampla defesa.
§ 3º Sempre que o sindicado, regularmente notificado para a prática de atos no
processo, deixar de se manifestar tempestivamente ou permanecer inerte, o sindicante deverá
certificar tal situação nos autos mediante a lavratura do respectivo termo.
§ 4º Quando dados, diligências ou documentos solicitados ao interessado forem
necessários à apreciação de pedido formulado por este, o não atendimento no prazo fixado pela
Administração para a respectiva apresentação poderá implicar o arquivamento do procedimento.
Art. 23. Qualquer pessoa poderá ser testemunha.
§ 1º Na hipótese de a testemunha ser militar ou servidor público, a solicitação de
comparecimento para depor será feita por intermédio de seu comandante ou chefe de seção ou
repartição competente.
§ 2º Quando a testemunha deixar de comparecer para depor, sem justo motivo, ou,
comparecendo, se recusar a depor, o sindicante lavrará termo circunstanciado, mencionará tal fato no
relatório e, em se tratando de militar ou servidor público, providenciará a informação dessa situação à
autoridade militar ou civil competente.
Art. 24. Ao comparecer para depor, a testemunha declarará seu nome, data de
nascimento, estado civil, residência, profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente de
alguma das partes e, em caso positivo, o grau de parentesco.
§ 1º A testemunha prestará, na forma da lei, o compromisso de dizer a verdade sobre o
que souber e lhe for perguntado.
§ 2º Não prestam o compromisso de que trata o § 1º deste artigo os doentes e
deficientes mentais, os menores de quatorze anos, nem os ascendentes, os descendentes, os afins em
linha reta, o cônjuge, ainda que separado de fato ou judicialmente, e os irmãos do sindicado, bem
como pessoa que, com ele, tenha vínculo de adoção.
Art. 25. As pessoas desobrigadas por lei de depor, em razão do dever de guardar
segredo relacionado com a função, ministério, ofício ou profissão, desde que desobrigadas pela parte
interessada, poderão dar o seu testemunho.
Art. 26. Quando a residência do denunciante ou ofendido, da testemunha ou do
sindicado estiver situada em localidade diferente daquela em que foi instaurada a sindicância, no país
ou no exterior, e ocorrendo impossibilidade de comparecimento para prestar depoimento, a
inquirição poderá ser realizada por meio de carta precatória, expedida pelo sindicante.
Parágrafo único. No caso de expedição de carta precatória, o sindicado deverá ser
notificado para, querendo, apresentar, no prazo de três dias corridos, os quesitos que julgar
necessários ao esclarecimento do fato objeto da sindicância, observado o previsto no art. 16, § 1º,
destas IG.
"Parágrafo único. No caso de expedição de carta precatória, o sindicado deverá ser
notificado para, querendo, apresentar, no prazo de 3 (três) dias úteis, os quesitos que julgar
necessários ao esclarecimento do fato objeto da sindicância, observado o previsto no art. 16, §1º,
destas IG.” (NR - aletrado pela Portaria nº 1.027, de 17 de agosto de 2017)
Art. 27. Constará da carta precatória, o ofício com pedido de inquirição, a cópia da
portaria de instauração da sindicância e a relação das perguntas a serem feitas ao inquirido, devendo
o Comandante da OM destinatária dar tratamento de urgência à tramitação da solicitação.
Art. 28. As testemunhas deverão ser ouvidas, individualmente, de modo que uma não
conheça o teor do depoimento da outra.
Art. 29. Os depoimentos serão tomados em dia com expediente na OM, no período
compreendido entre 8h e 18h (oito e dezoito horas), salvo em caso de urgência inadiável,
devidamente justificada pelo sindicante, em termo constante dos autos.
§ 1º O depoente não será inquirido por mais de 4h (quatro horas) contínuas, sendo-lhe
facultado o descanso de 30min (trinta minutos), sempre que tiver de prestar declarações além
daquele tempo. O depoimento que não for concluído até as dezoito horas será encerrado, para
prosseguir no dia seguinte, em hora determinada pelo sindicante, salvo casos excepcionais inadiáveis,
o que deverá constar do respectivo termo.
§ 2º Não havendo expediente na OM no dia seguinte ao da interrupção do depoimento,
a inquirição deve ser adiada para o primeiro dia em que houver, salvo em caso de urgência inadiável,
devidamente justificada.
§ 3º Se a pessoa ouvida for analfabeta ou não puder assinar o termo de inquirição, o
encarregado da inquirição deve solicitar que ela indique alguém para assinar a seu rogo, depois de
lido na presença de ambos, juntamente com mais duas testemunhas, lavrando no respectivo termo o
motivo do impedimento e eventual recusa de indicação por parte do depoente.
Art. 30. O denunciante ou ofendido e o sindicado poderão indicar cada um, até 3 (três)
testemunhas, podendo o sindicante, se julgar necessário à instrução do procedimento, ouvir outras
testemunhas.
Parágrafo único. Nas inquirições em geral, o sindicante poderá, quando as
circunstâncias assim o indicarem, providenciar a presença de duas testemunhas instrumentárias, se
possível de maior precedência ou do mesmo círculo hierárquico do inquirido, para assistirem ao ato,
as quais prestarão compromisso de guardar sigilo sobre o que for dito na audiência.
Art. 31. As testemunhas do denunciante ou ofendido serão ouvidas antes das do
sindicado.
Art. 32. Será admitida a realização de acareação sempre que houver divergência em
declarações prestadas sobre o fato.
Art. 33. O sindicante, ao realizar acareação, esclarecerá aos depoentes os pontos em
que divergem.
Art. 34. Se o sindicado for menor de 18 (dezoito anos) deverá, conforme o caso, ser
acompanhado ou assistido por seus pais ou responsáveis, na forma da legislação civil e processual.
Art. 35. No decorrer da sindicância, se for verificado algum impedimento, o sindicante
levará o fato ao conhecimento da autoridade instauradora para, caso acolha motivadamente os
argumentos, designar, por meio de portaria, novo sindicante para concluí-la.
Art. 36. A sindicância, em regra, será ostensiva, podendo, conforme o fato em apuração,
ser classificada, desde o início ou em seu curso, como sigilosa - pela autoridade nomeante ou, no caso
de juntada de documentos sigilosos, pelo sindicante - hipótese em que a restrição de acesso não
alcançará o sindicado nem seu advogado, caso tenha sido devidamente constituído.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 37. Se por ocasião da solução da sindicância for verificada a existência de fato que
em tese constitua transgressão disciplinar, antes da adoção de quaisquer medidas disciplinares, é
obrigatória a apresentação do Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar (FATD) ao suposto
transgressor, em conformidade com o previsto no Regulamento Disciplinar do Exército.
Parágrafo único. O sindicado e o denunciante ou ofendido, se houver, devem ser
notificados da solução dada à sindicância, juntando-se tal notificação aos autos.
Art. 38. Os recursos dos militares e os procedimentos aplicáveis na esfera disciplinar são
os prescritos no Regulamento Disciplinar do Exército.
Art. 39. Os casos omissos serão resolvidos pelo Comandante do Exército.
Art. 40. Integram as presentes Instruções Gerais os modelos exemplificativos anexos,
que deverão ser adaptados conforme cada caso.

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