Tetraciclinas
Tetraciclinas
Tetraciclinas
SUMÁRIO
1. Introdução...........................................................................................................3
4. Farmacocinética................................................................................................10
5. Efeitos adversos................................................................................................12
Referências.........................................................................................................................16
1. INTRODUÇÃO
As tetraciclinas são antibióticos bacteriostáticos com atividade contra uma am-
pla variedade de bactérias aeróbicas gram-positivas e gram-negativas e espécies
atípicas. As tetraciclinas consistem em quatro anéis fundidos com um sistema de
ligações duplas conjugado. Substituições nesses anéis alteram a farmacocinética
individual e o espectro de atividade antimicrobiana.
A clortetraciclina, a primeira tetraciclina, foi descoberta em 1948. Desde então,
várias tetraciclinas adicionais foram isoladas ou derivadas. Doxiciclina e minocicli-
na são as mais frequentemente prescritas. Pesquisas subsequentes para encontrar
análogos da tetraciclina levaram ao desenvolvimento das glicilciclinas. A tigecicli-
na foi a primeira dessa nova classe de agentes e exibe atividade antibacteriana de
amplo espectro semelhante às tetraciclinas. Os agentes mais novos aprovados em
2018 incluem eravaciclina, sareciclina e omadaciclina.
Inibidores da
síntese proteica
Tetraciclinas
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2. MECANISMOS DE AÇÃO E
RESISTÊNCIA
As tetraciclinas entram nos microrganismos suscetíveis por difusão passiva e
também por um mecanismo proteico de transporte dependente de energia próprio
da membrana citoplasmática interna da bactéria. As tetraciclinas se concentram no
interior das células dos microrganismos suscetíveis. Elas se ligam reversivelmente
à subunidade 30S do ribossomo bacteriano, em uma posição que bloqueia a ligação
do aminoacil-tRNA ao local aceptor no complexo mRNA-ribossomo. A síntese protei-
ca é inibida, levando a um efeito bacteriostático.
Figura 1: Classificação de alguns antibacterianos pelo seu local de ação. Legenda: ATHF, ácido tetra-
-hidrofólico; PABA, ácido paraminobenzoico.
Fonte: Alila Medical Media/Shutterstock.com
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A resistência a esses agentes se desenvolve principalmente impedindo o acúmulo
da droga no interior da célula, diminuindo o influxo ou aumentando o efluxo. Uma vez
que a resistência se desenvolva a um dos medicamentos desta classe, ela é normal-
mente conferida a todas as tetraciclinas.
MECANISMO
DE AÇÃO
Efeito bacteriostático
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3. ESPECTRO DE ATIVIDADE E USOS
CLÍNICOS
A atividade antimicrobiana de todas as tetraciclinas é essencialmente a mesma,
embora existam algumas diferenças no grau relativo de atividade contra certos pató-
genos entre os vários agentes.
As tetraciclinas são antibióticos bacteriostáticos de amplo espectro que são usados
para tratar a infecção causada por muitas bactérias gram-positivas e gram-negativas
aeróbicas. No entanto, eles também têm atividade contra muitos patógenos atípicos,
incluindo Rickettsia spp, Borrelia spp, Coxiella burnetii, Treponema spp, Chlamydia spp,
Mycoplasma pneumoniae, Plasmodium spp, Vibrio cholerae, Vibrio vulnificus, Brucella
spp, Calymmatobacterium graneliamatis, Lept. Borrelia recurrentis, Burkholderia pseudo-
mallei, Mycobacterium marinum, Entamoeba histolytica, Ehrlichia spp e Anaplasma spp.
Esses medicamentos têm pouca atividade contra fungos e vírus.
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baumannii, Citrobacter spp, Enterobacter spp, Escherichia coli, Klebsiella spp,
Pasteurella multocida, Serratia marcescens e Stenotrophomonas maltophilia.
Gram-negativo
Brucelose (bovinos e
Brucella Coco-bacilos B. abortus
humanos)
Septicemia, infecções de
Escherichia Bacilos E. coli
feridas, ITU
Septicemia, infecções
Pseudomonas Bacilos flagelados P. aeruginosa
respiratórias, ITU
Infecções provocadas
Rickettsiae Coco filamentoso Várias espécies
por carrapatos e insetos
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Gênero Morfologia Espécie Doença
Gram-positivo
M. tuberculosis Tuberculose
Mycobacterium Bacilos
M. leprae Lepra
Infecções de feridas,
Staphylococcus Cocos em cacho S. aureus
furúnculos, septicemia
Outros
Doenças oftalmológicas,
Chlamydia Gram “não definido” C. trachomatis
infertilidade
Bacilo espiralado
Treponema T. pallidum Sífilis
flagelado
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MAPA MENTAL: ESPECTRO DE ATIVIDADE E USOS CLÍNICOS
Acne
Amebíase
Actinomicose
Brucelose
Borrelia recurrentis
Erliquiose e anaplasmose
Doença do legionário
Espectro de
Leptospirose
atividade
Mycobacterium marinum
Melioidose
Mycoplasma pneumoniae
Nocardiose
Tularemia
Vibrio vulnificus
Enterococcus resistente à
vancomicina (cepas suscetíveis)
Doença de Whipple
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4. FARMACOCINÉTICA
As tetraciclinas são adequadamente absorvidas após ingestão oral. A absorção
ocorre principalmente no intestino delgado proximal e no estômago. A biodisponi-
bilidade da doxiciclina oral se aproxima de 95% (com ou sem alimentos), com con-
centrações séricas máximas observadas de 1-3 horas após a dose. Por outro lado, a
biodisponibilidade da tetraciclina oral é reduzida em 50% se for ingerida com alimen-
tos. A absorção de todas as tetraciclinas pode ser diminuída com a administração
concomitante de cátions multivalentes (isto é, alumínio, cálcio, ferro, magnésio).
Esses cátions quelam com as tetraciclinas, prejudicando sua absorção. Doxiciclina,
minociclina e tigeciclina estão disponíveis em preparações orais e intravenosas (IV).
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O ajuste da dose não é necessário para doxiciclina ou tigeciclina em pacientes
com disfunção renal e, portanto, essas são as tetraciclinas preferidas nessa po-
pulação. O ajuste da dose é necessário apenas na disfunção hepática grave para
doxiciclina e tigeciclina. A minociclina é metabolizada no fígado em pelo menos
seis metabólitos inativos. Apenas 4 a 9% da minociclina é excretada pelos rins, e as
concentrações fecais também são mínimas. Não se observa acúmulo de minociclina
com insuficiência hepática. Semelhante à doxiciclina, os alimentos têm pouco efeito
na absorção da minociclina. As tetraciclinas são minimamente removidas por hemo-
diálise, diálise peritoneal ou hemofiltração; portanto, ajustes de dose não são neces-
sários nessas situações.
Oral IV
Vias de administração
TGI (doxiciclina,
tigeciclina) Atravessam placenta e
acumulam no feto
Renal (tetraciclina)
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5. EFEITOS ADVERSOS
As tetraciclinas geralmente são drogas seguras, mas alguns efeitos adversos po-
dem ocorrer.
Efeitos gastrointestinais: os efeitos colaterais gastrointestinais relacionados à
dose são a queixa mais comum em pacientes que tomam tetraciclinas orais e tigeci-
clina intravenosa. Incluem desconforto abdominal, dor epigástrica, náusea, vômito e
anorexia. As tetraciclinas podem alterar a flora intestinal e causar diarreia e fezes vo-
lumosas. Ulcerações e estenoses esofágicas foram relatadas com tetraciclinas, mas
podem ser evitadas tomando-se os medicamentos com bastante água e não antes
de dormir.
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Se liga! As tetraciclinas devem ser evitadas em crianças com me-
nos de oito anos de idade, mas se tiverem que ser usadas, a doxiciclina pode
ser o agente preferido. A Academia Americana de Pediatria permite o uso de
doxiciclina por ≤ 21 dias em crianças de todas as idades.
Fígado e rim: a hepatotoxicidade com tetraciclinas é rara, mas pode ser fatal.
Esse efeito adverso ocorre mais comumente com tetraciclina e minociclina e menos
frequentemente com doxiciclina. As tetraciclinas inibem a síntese de proteínas e
podem agravar a insuficiência renal preexistente aumentando a azotemia do metabo-
lismo de aminoácidos. A deseclociclina pode causar diabetes insipidus nefrogênico,
um efeito colateral usado terapeuticamente para tratar a síndrome da secreção ina-
dequada de hormônio antidiurético (SIADH).
Mortalidade: a tigeciclina tem sido associada ao aumento da mortalidade quando
comparada a outras drogas antibacterianas.
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quanto em crianças. Assim, no cenário de certas infecções graves (ex.: febre macu-
losa) quando não há outras boas alternativas, os benefícios do uso de doxiciclina
geralmente superam os riscos.
Embora as tetraciclinas sejam encontradas em altas concentrações no leite
materno, as concentrações são muito baixas em lactentes. Essa diferença é prova-
velmente devida à quelação das drogas com o cálcio no leite materno e à baixa ab-
sorção do complexo.
Efeitos gastrointestinais
Reações alérgicas
Outros
e cutâneas
Efeitos
adversos
Acúmulo em
Nefrotoxicidade
dentes e ossos
Hepatotoxicidade
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MAPA MENTAL: TETRACICLINAS
Protótipo da classe
Clortetraciclina
Em desuso
Tetraciclinas Oxitetraciclina
Eravaciclina
Nefrotoxicidade
Outros
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REFERÊNCIAS
Bruntos LL, Chabner BA, Knollmann BC. As bases farmacológicas da terapêutica de
Goodman & Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
Whalen K, Finkel R, Panaveli TA. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed,
2016.
May DB. Tetracyclines. [Internet]. 2020. [acesso em 29 maio 2021]. Disponível em:
https://www.uptodate.com/contents/tetracyclines.
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