Ebook Conversas Reativas

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Ivan Petry

conversas reativas
guia de 8 passos para
lidar com a reatividade
em uma conversa

com base na
Comunicação Não Violenta
Conversas Reativas: Guia de 8 passos para lidar com a
reatividade em uma conversa

Autor: Ivan Petry


Revisão Técnica: Nina Brandt
Produção e Diagramação: Ivan Petry

Este trabalho de Ivan Petry está licenciado sob a CC BY-NC-SA 4.0.


Para visualizar uma cópia desta licença, visite:
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.pt-br
Olá,
espero que este material
encontre você bem.

Estou muito feliz que você tomou a decisão de aprender sobre


si e sobre suas relações e torço para que esse material possa
realmente instigar você a gerar transformações profundas e
radicais na sua vida e no mundo ao seu redor.

A base prática do que você irá ler aqui sobre como lidar com a
reatividade em uma conversa é a Comunicação Não Violenta
(CNV), uma pesquisa desenvolvida por Marshall Rosenberg ¹ a
partir da década de 1960.

Antes de qualquer coisa, até mesmo antes de começar a dizer


o que é CNV, gostaria de frisar o que ela não é.

A CNV não é um método estático de como falar de uma forma


bonita e suave com as pessoas, tão pouco uma técnica do tipo
"se eu falar A ao invés de B tá tudo resolvido". A ideia não é
buscar um jeito certo de falar e julgar que as outras formas
são erradas. Bem longe disso.

Por isso é importante que você saiba que a partir do momento


que você decide praticar a CNV ela se torna uma pesquisa viva
de experimentações na sua vida. Nesse sentido, a CNV é muito
mais como um processo artesanal do que uma pílula padrão
que resolverá todos os seus problemas.

Quando menciono passos, dicas, estratégicas ou exemplos


quero convidar você a experimentar, adaptar e prototipar na
sua vida da maneira que achar que faz mais sentido.
Em última instância, na minha jornada experimentando a CNV
nas minhas relações, trocando experiência com outras pessoas
praticantes e compartilhando sobre a CNV em ebooks, oficinas,
palestras, rodas de conversa, etc., enxergo essa prática como
uma pesquisa viva que visa a transformação de uma cultura de
dominação para uma cultura de parceria e cooperação nos
mais diferentes níveis.

Este ebook é dividido em sete capítulos. No primeiro, você


conhecerá a história de Marshall Rosenberg e os fundamentos
da CNV. Nos capítulos seguintes, exploraremos as
distinções-chave da prática, os oito passos para lidar com
conversas reativas, exercícios práticos e dicas para manter a
prática.

Espero que encontre apoio e clareza nas próximas páginas.

Abraços compassivos,
Ivan Petry
Aaa, deixa eu me apresentar antes!
Me chamo Ivan Petry.
Tenho mais de sete anos de experiência em facilitação de
desenvolvimento humano e organizacional e conduzo
ambientes de aprendizado em competências socioemocionais,
como comunicação assertiva, empatia e transformação de
conflitos.

Sou graduado e mestrando em Administração pela UFPR,


membro da International Association of Facilitators (IAF) e
membro apoiador do Center for Nonviolent Communication
(CNVC). Já atendi organizações como o Escritório das Nações
Unidas sobre Drogas e Crimes, a Justiça Federal do Paraná e o
Tribunal de Contas do Distrito Federal.

Meu foco de prática e estudos é a Comunicação Não Violenta


(CNV). Tenho milhares de alunos espalhados pelo Brasil e
conduzo cursos, treinamentos e grupos de prática, produzindo
também conteúdos relacionados ao tema no Instagram.

Atualmente, dou aulas de competências socioemocionais para


jovens do ensino médio de uma escola pública do Paraná. Sou
ator de teatro de improviso na Cia. Re-Trato Playback Theatre e
autor do livro de poesia “Vai da Pessoa”.
capítulo 1
Marshall Rosenberg e a
Comunicação Não Violenta
Quem foi Marshall e dá onde ele tirou essa
ideia de Comunicação Não Violenta?
Marshall Bertram Rosenberg nasceu em 6 de outubro de 1934, em
uma família judia não praticante com recursos financeiros limitados.
Cresceu em meio a distúrbios raciais em Detroit durante a Segunda
Guerra Mundial, testemunhando a violência racial desde jovem. Aos
nove anos, percebeu as consequências da discriminação racial e,
logo depois, enfrentou a violência na escola devido à sua origem
judaica.

Sua infância foi marcada por desafios familiares com avós doentes, a
presença de um tio farmacêutico inspirador e de pais cujas
personalidades divergentes resultavam em conflitos intensos em
casa. A influência da avó, Anna Satovsky Wiener, que educou seus
nove filhos em meio à pobreza, deixou nele uma impressão
duradoura.

Após uma mudança para uma área mais tranquila em 1950,


Rosenberg encontrou estabilidade na Cooley High School e, em 1953,
concluiu o ensino médio. Sua jornada acadêmica o levou à Wayne
State University, Universidade de Michigan e, finalmente, à
Universidade de Wisconsin-Madison, onde apresentou sua
dissertação de mestrado em 1958.

Influenciado por Michael Hakeem e Carl Rogers durante seu


doutorado, Rosenberg começou sua carreira como psicólogo clínico
em Saint Louis, casou e teve três filhos. No entanto, sua vida tomou
um rumo diferente quando, inspirado por ideias de ofertar
gratuitamente o conhecimento da psicologia, ele buscou maneiras
de disseminar suas técnicas.
Rosenberg tornou-se um defensor da Comunicação Não Violenta
(CNV), desenvolvendo um modelo de intervenção em situações de
violência. Sua trajetória incluiu experiências como professor
universitário e motorista de táxi, desafiando as normas acadêmicas
e buscando aplicações significativas de sua prática.

A década de 1960 foi marcada por uma vida nômade e colaborações


importantes, como o álbum musical "From Now On..." lançado com Al
Chappelle e Steve Mote em 1976. Ele publicou diversos livros sobre a
CNV, consolidando suas ideias em "Nonviolent Communication: A
Language of Life."

Marshall Rosenberg dedicou sua vida a promover a empatia e a


transformação de conflitos por meio da Comunicação Não Violenta,
deixando um legado que transcende fronteiras e continua
influenciando práticas de comunicação e resolução de conflitos.

Nas palavras de Marshall, a CNV é uma


"habilidade de pensamento e comunicação que
nos permite nos conectar de forma compassiva
com os outros e conosco" ². É uma combinação
de pensamento e linguagem, um meio de usar o
poder para criar uma qualidade de conexão que
favoreça ações compassivas ³.
Marshall enfatiza que a CNV não traz algo novo, mas nos lembra do
conhecimento humano sobre como deveríamos nos relacionar uns
com os outros. Ela se baseia em habilidades de linguagem e
comunicação que fortalecem nossa capacidade de permanecer
humanos, mesmo em condições adversas (Comunicação Não
Violenta: Técnicas para Aprimorar).
capítulo 2
as principais distinções da
comunicação não violenta
As principais distinções da CNV
O estudo e a prática da Comunicação Não Violenta (CNV) se baseiam
em várias distinções que foram sendo apreendidas por Marshall e
outras pessoas que praticam a CNV. Inclusive qualquer pessoa que
se propõe a praticar poderá descobrir novas delas.

Você pode ver essas distinções sendo chamadas também de


componentes ou passos. Existem quatro dessas distinções que são
fundamentais para compreensão dos princípios essenciais da CNV,
tanto que Marshall escolheu compartilhá-las amplamente em seus
livros e falas gravadas. Vamos olhar cada uma delas em maior
profundidade.

Expressar
Observações com
Nitidez,
Diferenciando-as de
Avaliações Críticas

Identificar
Identificar e
Necessidades a Partir AS PRINCIPAIS Expressar
dos Sentimentos e DISTINÇÕES Sentimentos,
Expressá-las, DA CNV Diferenciando-os de
Diferenciando-as
Pensamentos
de Estratégias

Identificar e
Expressar Pedidos
Claros e Específicos,
Diferenciando-os de
Exigências
1. Expressar observações com nitidez,
diferenciando-as de avaliações críticas

Na CNV, a habilidade de expressar observações de forma nítida e


objetiva é crucial.

Observações são descrições o mais neutras


possíveis e concretas de eventos, sem incluir
julgamentos ou avaliações.
Distinguir observações de avaliações críticas é fundamental para
evitar conflitos e defensividade nas interações.

Aí entra um ponto importante: será que existe observação neutra?

Podem existir várias perspectivas sobre isso, mas eu gosto de adotar


a que aprendi com a Roxy Manning ⁴. Mesmo ao fazer uma
observação tida como neutra, você faz ela a partir de todo um
repertório histórico-cultural que você possui.

Histórico porque se baseia muito nas experiências que você teve até
então na sua vida e cultural porque todos nós somos diretamente
influenciados pela cultura na qual estamos inseridos. Ou seja,
mesmo o que puramente observamos dentro de cada situação que
acontece não é algo tão neutro assim.

Na prática da CNV saber disso pode ajudar a não acreditar que você
tem a única observação verdadeira e válida e se abrir para ouvir as
outras observações de uma mesma situação, o que pode ser o ponto
de partida para uma conversa mais saudável.
Por que isso é importante?

Ao comunicar observações sem misturá-las tanto com avaliações


que podem chegar para quem escuta como ataques, reduzimos a
probabilidade de defensividade e resistência por parte de quem
recebe a informação.

Observações nítidas ajudam a criar uma base compartilhada de


entendimento, minimizando mal-entendidos e permitindo uma
comunicação mais eficiente.

Exemplos Práticos:

Observação misturada com avaliação:

"Você é sempre muito negligente com suas responsabilidades."


Observação sem avaliação:

"Percebo que nas últimas três semanas você não completou as


tarefas que havíamos acordado que eram pra você realizar."
O que faz uma pessoa chegar a conclusão de que a outra é
negligente com suas responsabilidades é uma observação de que
essa não completou as tarefas acordadas. Ao mesmo tempo, para a
pessoa que sofreu o julgamento, toda a situação pode ter outro
significado, outra história.

Agora elas poderiam ter um diálogo para compreender exatamente o


que significa completar as tarefas, o que foi acordado e por aí vai.

Perceba que, quando existe o entendimento de que as


verdades podem ser múltiplas e quando a pessoa não
sente que foi adjetivada negativamente por você, a
chance dela te ouvir é muito maior, abrindo espaço
para um diálogo.
2. Identificar e expressar sentimentos,
diferenciando-os de pensamentos

A CNV destaca a importância de identificar e expressar sentimentos


de maneira nítida e específica. Sentimentos são as emoções que
experienciamos em resposta a eventos ou situações. Em alguns
lugares você verá uma diferenciação entre os termos sentimentos e
emoções, aqui utilizo como sinônimos.

Existem algumas palavras que podem parecer sentimentos, mas na


verdade são interpretações ou pensamentos que fazemos sobre eles.
Diferenciar sentimentos de pensamentos contribui para uma
comunicação mais autêntica e conectada. Aqui no ebook você
encontra uma lista de sentimentos ao final deste capítulo.

Quando digo que Estou interpretando que E o fato por trás dessa
estou sendo... outra pessoa está me... interpretação me deixa...

Ignorado Ignorado Triste

Manipulada Manipulado Frustrada

Traída Traindo Desolada

Enganado Enganado Furioso

sentimentos
Por que isso é importante?

Reconhecer e expressar sentimentos permite e desenvolve uma


maior consciência emocional, tanto para o emissor quanto para o
receptor da mensagem. Compartilhar sentimentos cria uma ponte
emocional, facilitando a compreensão mútua e a empatia entre as
partes. É mais provável que quem está ouvindo se conecte com
"estou me sentindo triste" do que com "você está me ignorando". A
segunda opção provavelmente irá colocar a pessoa na defensiva, já
que chega como um julgamento por algo que ela fez ou deixou de
fazer, o que provavelmente fará ela parar de escutar o que você está
falando e começar a fugir ou atacar da forma que aprendeu em seu
meio social.

Exemplos práticos da diferença entre expressar sentimentos e pensamentos

Não diferenciado sentimentos de Diferenciando sentimentos de


pensamentos pensamentos

"Tô me sentindo ignorado desse jeito, "Quando você olha no celular enquanto
você nem olha pra mim!" eu falo, me sinto triste e um pouco
irritado. Gostaria de saber que o que
estou falando está sendo ouvido. Você
poderia olhar pra mim enquanto estou
falando?"

"Quando você diz uma coisa e faz outra "Tô me sentindo frustrada. Já é a quarta
eu me sinto manipulada" vez que você promete que vai fazer
aquilo e não cumpre."

"Você escondeu isso de mim todo esse "Quando percebo que há informações
tempo? Estou me sentindo traído" que não compartilhamos, sinto-me
desolado, porque interpreto isso como
traição. Gostaria de nutrir mais confiança
entre nós."

"Me sinto enganado por você não ter "Estou frustrado com o fato de você não
cumprido sua parte no projeto." ter entregue sua parte do trabalho no
prazo que combinamos.
Comprometimento pra mim é algo
bastante importante."
Lembrando que todas as formas de expressão são totalmente
válidas. O que estamos analisando aqui é qual tipo de comunicação
pode gerar uma maior conexão e probabilidade de escuta entre as
partes e por consequência maior chance de diálogo e resolução de
conflitos ou desacordos.

Uma pessoa ou algo não é diretamente responsável pelo que


sentimos. São nossas necessidades, atendidas ou não, que geram
nossos sentimentos (vamos elaborar melhor isso no próximo
tópico). Ao mesmo tempo, essa informação não deve ser
interpretada como justificativa para comportamentos prejudiciais ou
abusivos.

Na prática da CNV estamos muito atentos para a responsabilidade


pessoal e a importância de expressar de maneira honesta,
respeitosa e consciente. Se alguém está causando dano emocional
intencionalmente, isso vai contra os princípios da CNV.

Relacionamentos saudáveis envolvem comunicação aberta, empatia,


respeito pelos limites pessoais e disposição de trabalhar juntos para
resolver conflitos.

Se você acredita que está em uma relação abusiva, é essencial


buscar apoio de profissionais. O respeito mútuo e o bem-estar
emocional são fundamentais em qualquer relacionamento saudável.
3. Identificar Necessidades a Partir dos Sentimentos e
Expressá-las, Diferenciando-as de Estratégias

Na CNV, chamamos de necessidades todos os elementos que


sustentam e enriquecem a vida. Desde o ar que precisamos para
respirar e estarmos vivos até a motivação necessária para cumprir
uma ação no seu trabalho.

As necessidades são compartilhadas entre todos os seres humanos.


Podem haver diferentes nomes para essas necessidades e também
diferentes níveis de valorização delas para cada indivíduo, grupo e
cultura. Mesmo assim, a ideia é que essencialmente são as mesmas
necessidades independentemente de aspectos biológicos,
culturais, sociais e individuais.

Abraham Maslow, psicólogo americano citado como referência no


trabalho de Marshall, propõe a teoria da Hierarquia das
Necessidades ⁵. Ele elencou quais necessidades o ser humano tem,
organizando-as em categorias e em ordem. As categorias de
necessidades nomeadas por Maslow são: fisiológica, de segurança,
sociais, de estima, de auto-realização, de satisfação estética, de
conhecer e de entender.

Outro estudioso que buscou compreensão sobre as necessidades


humanas foi o economista chileno Manfred Max-Neef ⁶. Ele
defendia que a ciência economia deveria ter uma abordagem mais
voltada para o bem-estar das pessoas e propôs uma matriz básica
com nove necessidades fundamentais: subsistência, proteção, afeto,
compreensão, participação, lazer, criação, identidade e liberdade.
Aqui vai mais um exemplo para ajudar a compreender a ideia:
quando compro um sofá novo é possível que uma das necessidades
que esteja querendo atender seja conforto. A necessidade de
conforto pode ser atendida também quando deito na minha cama e
me cubro com um cobertor em um dia frio. Também posso atender
essa necessidade quando encontro uma pessoa que tenho bastante
intimidade. Posso utilizar diversas estratégias para atender uma
mesma necessidade. Aqui neste ebook você encontra uma lista com
várias necessidades.

As bandeiras que nos mostram se estamos atendendo ou não


nossas necessidades são os sentimentos. Por exemplo, se estou me
sentindo triste pode ser que precise atender minha necessidade de
conexão e um caminho para cuidar dessa necessidade seria jantar
com algum amigo. Por outro lado, se estou me sentindo alegre com o
novo curso que acabei de começar pode ser que eu esteja
atendendo minha necessidade de aprendizado.

De maneira geral, quando sinto sentimentos de geram contração no


meu corpo (como tristeza, angústia e raiva), tenho necessidades que
não estão sendo atendidas, ou seja, precisam ser atendidas e
quando sinto sensações de expansão (como felicidade, empolgação
e tesão) estou atendendo às minhas necessidades.

Claro que existe toda a complexidade humana para além de um


pensamento sistematizado como esse. Por vezes estamos sentindo
várias coisas ao mesmo tempo e temos diversas necessidades
embaralhadas que estão e não estão sendo atendidas. Além disso,
temos nossas crenças, pensamentos e vieses atuando. O desafio no
nível intrapessoal e interpessoal é observar e aprender como
navegar nisso tudo.
Por que isso é importante?

Reconhecer que as necessidades são universais cria uma base


comum, promovendo uma compreensão e conexão mais profundas
entre as pessoas.

Ao focar nas necessidades, as partes envolvidas podem colaborar na


busca de soluções que atendam a essas necessidades de maneiras
diversas sem ficarem presas a uma só forma de atender
determinada necessidade.

Exemplos Práticos:

Identificar Necessidade:

"Quando sinto falta de contribuir para as decisões na minha


família, é porque tenho necessidade de pertencimento e de
reconhecimento."
Diferenciar de Estratégia:

"Para lidar com essa situação uma estratégia possível seria


realizarmos reuniões mensais de família nas quais todos
poderiam dar sua opinião e construirmos coletivamente soluções
para os problemas."
Revisando:

❏ As necessidades são elementos necessários para


sustentar e enriquecer a vida, contribuindo para nosso
bem-estar físico, mental e emocional;

❏ São intangíveis, não se referem a algo específico ou a


uma pessoa específica realizando alguma ação;

❏ Todas as pessoas compartilham necessidades comuns,


sendo elas universais;

❏ As necessidades estão por trás das estratégias (ações


ou comunicações) que realizamos. São conceitos
distintos;

❏ Tudo o que fazemos visa atender às nossas necessidades.


4. Identificar e Expressar Pedidos Claros e Específicos,
Diferenciando-os de Exigências

Após identificar e expressar sentimentos e necessidades, você já tem


mais consciência do que está acontecendo internamente e está
pronta para seguir uma estratégia ou fazer um pedido para a pessoa
envolvida na situação lhe apoiar a atender alguma necessidade.

Nesse momento é importante diferenciar pedidos de exigências:

Um pedido tem abertura para receber um não e é flexível em


relação à estratégia específica adotada para atender as
necessidades em questão. Quando alguém diz não para seu pedido
é provável que a pessoa acredite que não será possível atender
certas necessidades dela ao dizer sim para você, ou seja, existe um
limite da pessoa sendo respeitado. Já uma exigência é algo imposto,
não abre espaço para não.

Quanto mais urgente é o atendimento de uma necessidade, mais


provável é que o pedido fique próximo de uma exigência. Por
exemplo: imagine que você não come a uma semana e vê uma
pessoa com um pão na mão. Provavelmente você não terá muito
cuidado para que a expressão da sua necessidade seja entregue
junto com um pedido, ou seja, você terá vontade de exigir o pão, e
isso é totalmente compreensível, pois há uma necessidade muito
urgente ali.

Por que isso é importante?

Pedidos nítidos e específicos facilitam a compreensão por parte da


outra pessoa, aumentando a probabilidade de cooperação.

Evitar exigências permite que as pessoas mantenham sua autonomia


ao decidir como atender aos pedidos de maneira que seja possível
para elas, ou seja, que elas possam atender às suas necessidades
enquanto atendem as próprias.
Exemplos Práticos:

1) Nitidez e especificidade

Em vez de “Quero que você me escute!”,

experimente “Você poderia repetir o que te disse para eu ter


certeza de que fui nítido?”

2) Linguagem positiva:

Usar linguagem positiva aumenta as chances de seu pedido ser


compreendido, já que facilita o entendimento de qual sugestão de
estratégia a pessoa pode realizar para atender a sua necessidade.

“Eu não quero que você…” x “Eu gostaria que você…”

3) Exigência x Pedido:

“Hoje você não vai sair de casa!” x

“Estou preocupado com nosso compromisso de amanhã, que é


muito importante pra mim, e temo que se você sair agora
teremos problemas para chegar no horário. Você poderia ficar
em casa hoje?”
Abaixo, alguns exemplos de como essas distinções interagem juntas:

Sem as distinções Com as distinções

Tô irritada! Estou irritada porque preciso de mais


Você não faz nada direito. organização e cuidado com isso.

Esse colega de trabalho me deixa puto Estou irritado porque preciso de


porque sempre atrasa as demandas. respeito aos prazos definidos e
estabilidade no meu fluxo de trabalho.

Quero que você me escute! Você pode repetir o que eu digo para
eu saber se a mensagem chegou até
você da maneira que eu gostaria?

Não quero que você passe tanto Gostaria de saber se você está
tempo no trabalho. disposto e tem possibilidade de
passar pelo menos uma noite por
semana comigo e com as crianças.

Como mencionado no início, não é sobre um jeito certo ou errado


de falar. O objetivo aqui é acharmos formas de comunicar que
gerem entendimento mútuo e cooperação entre as pessoas
envolvidas.
listas de
vocabulário
de sentimentos
e necessidades
LISTA DE SENTIMENTOS

Quando minhas necessidades Quando minhas necessidades


NÃO são atendidas me sinto… são atendidas me sinto…

Aflito(a) Aceito(a)
Agitado(a) Aberto(a)
Apático(a) Admirado(a)
Apreensivo(a) Alegre
Assustado(a) Aliviado(a)
Cansado(a) Amado(a)
Com desprezo Animado(a)
Com dor Apreciado(a)
Com fome Bem
Com frio Bem-estar
Com inveja Calmo(a)
Com medo Com amor
Com raiva Comprometido(a)
Com sede Conectado(a)
Constrangido(a) Confiante
Culpado(a) Contemplado(a)
Depressivo(a) Contente
Decepcionado(a) Curioso(a)
Desamparado(a) Despreocupado(a)
Desapontado(a) Descansado(a)
Desconectado(a) Determinado(a)
Enjoado(a) Divertido(a)
Enlutado(a) Em paz
Entediado(a) Emocionado(a)
Envergonhado(a) Energizado(a)
Frustrado(a) Entusiasmado(a)
Inquieto(a) Esperançoso(a)
Insatisfeito(a) Fascinado(a)
Inseguro(a) Feliz
Nervoso(a) Grato(a)
Preocupado(a) Inspirado(a)
Receoso(a) Interessado(a)
Ressentido(a) Motivado(a)
Sem esperança Orgulhoso(a)
Solitário(a) Otimista
Tenso(a) Relaxado(a)
Tímido(a) Satisfeito(a)
Triste Seguro(a)
FISIOLÓGICAS
Ar
AUTONOMIA AFETO
Abrigo
Escolha Apreciação
Alimentação
Espaço Autorrespeito
Água
Espontaneidade Ver e Ser Visto(a)
Expressão Sexual
Independência Cuidado
Descanso
Liberdade Respeito
Movimento
Suporte
Segurança
REALIZAÇÃO CONEXÃO

Autenticidade Aceitação
Clareza Afeto
Competência Presença LISTA DE Pertencimento
Proximidade
Amor
Conscientização Propósito Calor
Contribuição Aprendizado NECESSIDADES Contribuição Companhia
Criatividade Entendimento Crescimento Compaixão
Desafio Importância Consideração
Descoberta Empatia
Integridade Intimidade
DIVERSÃO COMUNIDADE
Alegria EXPRESSÃO Comunidade
Beleza Autoexpressão Consistência
Harmonia Comunicação Cooperação
Humor Confiança Inclusão
Inspiração Conhecer e ser Mutualidade
Leveza conhecido(a) Estabilidade
Entender e ser
entendido(a)

Fonte: Center for Nonviolent Communication. Feelings and Needs Inventory. 2023. Disponível em:
https://www.cnvc.org/store/feelings-and-needs-inventory. Traduzido e adaptado por Ivan Petry.
capítulo 3
os 8 passos para lidar
com a reatividade em
uma conversa
Pode ser que você tenha pulado direto para cá. Se esse for o caso, te
incentivo a ler, depois, os dois primeiros capítulos, pois eles são
importantes para te dar mais entendimento e consciência sobre a
prática.

Segue cada um dos itens que serão detalhados a seguir:

1
Perceba a
reatividade 2
Mude a sua
respiração
3
Suspenda os
Julgamentos
4
Compreenda as
Necessidades
Não Atendidas 5
Valide os
Sentimentos e
Necessidades da
Outra Pessoa

6
Continue o Fluxo
de
Compreensão

7
Expresse Seus
Sentimentos e
Necessidades 8
Encontrem
Estratégias para
Atender às
Necessidades
1. Perceba a Reatividade

Identificar a reatividade é o primeiro passo para uma comunicação


consciente. Esteja atenta aos sinais de agitação emocional,
pensamentos defensivos ou reações automáticas. Reconhecer a
reatividade é fundamental para interromper padrões de
comportamento que podem levar a conflitos.

Nessa etapa convido você a praticar a auto-observação,


desenvolvendo a capacidade de notar suas próprias reações
emocionais em tempo real. Elas aparecem no seu corpo como
sensação de pontada, queimação, nós, dentre outras. Sentimentos
negativos geralmente possuem uma sensação corporal de contração,
enquanto sentimentos positivos de expansão. A terapeuta Gina Ross ⁷
sistematizou uma tabela com essas sensações e isso pode te ajudar a
identificar e dar nome a elas:

Atividade Prática:

Mantenha um diário de suas reações emocionais em diferentes


situações ao longo da semana. Anote o que você sentiu e pensou, sem
filtros.
2. Mude a Sua Respiração

Após identificar a sensação no seu corpo, a respiração profunda é


uma maneira poderosa para acalmar o sistema nervoso e promover
a nitidez mental. Ao respirar conscientemente, você cria um espaço
entre o estímulo e a resposta, permitindo uma reação mais
consciente.

Experimente a respiração abdominal: inspire profundamente pelo


nariz, sinta o abdômen se expandir e expire lentamente pela boca,
liberando a tensão. Após receber uma crítica, você percebe sua
respiração ficando curta e acelerada. Ao aplicar a respiração
profunda, você se sente mais calmo e capaz de lidar com a situação
de forma equilibrada.

Atividade Prática:

Reserve alguns minutos por dia para praticar exercícios de


respiração profunda, mesmo em momentos de calma. Isso
fortalecerá sua capacidade de utilizá-la em situações desafiadoras.
Experimente, por exemplo, durante cinco minutos, pela manhã,
todos os dias. Observe como isso influencia sua resposta a
diferentes estímulos.

Um livro ótimo para compreender e praticar mais sobre isso é o


Atenção Plena: Mindfulness: Como encontrar a paz em um mundo
frenético ⁸, escrito por Danny Penman e Mark Williams.

Existem também aplicativos que podem ajudar a treinar sua


respiração profunda. Um deles é o Headspace.
3. Suspenda os Julgamentos

É comum que junto com as sensações, venham pensamentos que


podem causar reações automatizadas e reativas. Nesse momento,
praticar a observação não julgadora é um ótimo caminho.

Quando a situação acontecer, pode ser que você pense coisas do


tipo "quem essa pessoa pensa que é pra falar assim comigo?" ou "ela
vai ver o que é bom…". Ao ouvir uma crítica, sua mente
automaticamente rotula a pessoa como "incompreensível". Em vez de
aceitar e viver esse julgamento, pause e considere que há diferentes
perspectivas.

Pratique a suspensão de julgamentos em situações cotidianas, sem


acreditar neles ou agir a partir deles, para fortalecer essa habilidade.
Isso pode ser bastante desafiador e exigir treino, mas a prática leva a
um estado de maior tranquilidade compensador, afinal podemos nos
surpreender com o significado e os desdobramentos diferentes do
qual estávamos julgando ser verdade ou possível.

Outra estratégia bem simples que pode ser adotada é, antes de


responder a uma crítica, contar até cinco. Isso equilibra seu sistema
nervoso e te dá tempo para suspender julgamentos automáticos e
pensar mais conscientemente.

Atividade Prática:

Escolha uma situação do seu passado onde você julgou alguém


rapidamente. Reflita sobre como a suspensão desse julgamento
poderia ter mudado a interação.
4. Compreenda as Necessidades Não Atendidas

Como vimos no capítulo anterior, por trás de toda ação ou fala existe
o desejo de atender uma necessidade. Por isso, explore as
necessidades subjacentes à comunicação do outro. As críticas
muitas vezes refletem necessidades não atendidas. Utilize a lista de
necessidades no final do capítulo 2 para expandir seu vocabulário e
identificar as necessidades em jogo.

Por exemplo, se seu parceiro expressa insatisfação com a divisão de


tarefas em casa, ao invés de apenas rebater, procure identificar junto
a ele quais as necessidades presentes ali, como por exemplo a
necessidade de equidade ou apoio.

Atividade Prática:

Escolha uma conversa recente e identifique as possíveis


necessidades não atendidas tanto em suas falas quanto na do outro.
Você pode usar a lista de necessidades no final do capítulo 2 para
identificar palavras que possam representar as necessidades
envolvidas em uma situação.
5. Valide os Sentimentos e Necessidades da Outra Pessoa

Ao validar os sentimentos e necessidades do outro, você demonstra


empatia e disposição para compreendê-lo. Isso cria um ambiente
propício para a resolução de conflitos. Use frases como "parece que"
para indicar que você está tentando compreender os sentimentos e
necessidades do outro e evite afirmar de bate pronto que sabe o
que está se passando com outro, já que de fato você não sabe.

Exemplo: "Parece que você está frustrado porque gostaria de mais


consideração. Estou compreendendo corretamente?"

Exemplo: Se o seu amigo expressa frustração por não ser incluído


em um projeto, valide seus sentimentos ao dizer: "Entendo que você
está se sentindo frustrado. Gostaria de compreender melhor como
posso apoiar."

Atividade Prática:

Na próxima conversa que você tiver, experimente apenas escutar e


validar o que você está escutando da pessoa. Se sentir segurança,
inclua palavras do vocabulário de necessidades no momento de
validar.
6. Continue o Fluxo de Compreensão

Mantenha o foco na compreensão mútua. Continue ouvindo,


validando e refletindo sobre os sentimentos e necessidades do
outro até perceber sinais de alívio e conexão. Evite interromper a
fala do outro. Deixe-o se expressar completamente antes de
responder ou perguntar alguma coisa.

Atividade Prática:

Combine com um amigo para praticar esse fluxo contínuo de


compreensão, mantendo o diálogo aberto. Vocês podem, por
exemplo, deixar um falar durante cinco minutos sem parar para
então o outro responder apenas validando o que está escutando, ou
seja, é um treino para facilitar que a mensagem que uma pessoa
quer entregar chegue da maneira que ela intencionou.
7. Expresse Seus Sentimentos e Necessidades

Agora que você deu espaço para a pessoa expressar seus


sentimentos e necessidades, é o momento de você também fazê-lo.
Nem sempre isso será possível no mesmo momento, mas é
fundamental que você tenha espaço para também compartilhar o
que está vivo em você. Busque ser nítida e específica ao expressar
seus sentimentos e necessidades. Isso facilita a compreensão.

Exemplo: Em uma reunião, compartilhe seus sentimentos e


necessidades ao dizer: "Ao ser interrompido, me senti desrespeitado,
pois valorizo o meu espaço, minha voz e a oportunidade de concluir
minhas ideias. Como podemos melhorar nossa comunicação,
levando isso em conta?"

Atividade Prática:

Escolha uma situação recente e reescreva como você expressaria


seus sentimentos e necessidades de maneira mais assertiva.
8. Encontrem Estratégias para Atender às Necessidades

Colaborem para identificar estratégias práticas que satisfaçam as


necessidades de ambos. Essas estratégias podem envolver ações
específicas, acordos ou projetos conjuntos.

Atividade Prática:

Liste possíveis ações e acordos, ou seja, estratégias, que possam


surgir da conversa, visando o atendimento mútuo das necessidades.
capítulo 4
exercícios
práticos
extras
Neste capítulo, iremos explorar exercícios práticos cuidadosamente
projetados para aprimorar suas habilidades em Comunicação Não
Violenta (CNV). Cada exercício visa proporcionar experiências
concretas e aplicáveis às situações cotidianas, permitindo uma
integração efetiva dos princípios da CNV.

Exercício 1: Diário de Comunicação

Objetivo: Manter um diário para registrar interações diárias,


destacando momentos em que a CNV foi aplicada ou poderia ter
sido aplicada.

Passos:

1. Após cada interação significativa, anote as principais


expressões emocionais, palavras-chave e respostas.
2. Identifique se a comunicação foi assertiva e empática.
3. Caso tenha ocorrido alguma dificuldade, reflita sobre como a
situação poderia ter sido abordada com base nos princípios da
CNV.

Dica: Reserve alguns minutos ao final do dia para revisitar seu diário,
observando padrões e áreas de oportunidade para aprimoramento.

Exercício 2: Jogo do Espelho

Objetivo: Praticar a empatia e a escuta ativa.

Passos:

1. Em uma conversa, procure espelhar as emoções e


palavras-chave da outra pessoa.
2. Evite interromper ou julgar; concentre-se em compreender
plenamente o que está sendo comunicado.
3. Ao final da conversa, reflita sobre como a prática do
espelhamento impactou a qualidade da interação.

Dica: Esteja consciente da linguagem corporal e das expressões


faciais, pois também desempenham um papel importante no
espelhamento eficaz.
Exercício 3: Desconstrução de Julgamentos

Objetivo: Identificar e desconstruir julgamentos automáticos durante


a comunicação.

Passos:

1. Em uma interação, esteja atento aos pensamentos julgadores


sobre a outra pessoa.
2. Pause e questione a validade desses julgamentos.
3. Reformule os julgamentos em termos de observações objetivas
e sentimentos.

Dica: Pratique a autocompaixão ao reconhecer e liberar julgamentos


sem culpa, focando na aprendizagem. Escolha uma situação em que
julgamentos automáticos foram identificados e analise como a
mudança de perspectiva afetou a comunicação.

Exercício 4: Exercício de Autocompaixão

Objetivo: Se aproximar dos próprios sentimentos e necessidades


com compaixão.

Passos:

1. Respire fundo e pergunte a si mesmo como está se sentindo


no momento;
2. Procure identificar as necessidades por trás do que está
sentindo.
3. Ao acolher e legitimar seus sentimentos e necessidades,
perceba as idéias de estratégias para atender as necessidades
e/ou celebrá-las que começam a aparecer.

Dica: Lembre-se que todo sentimento é válido e que há várias


maneiras de atender as necessidades que temos.
capítulo 5
dicas de como
manter a prática
1. Estabeleça Metas Realistas

Defina metas alcançáveis para integrar gradualmente os princípios


da CNV em sua vida diária. Comece com situações menos
desafiadoras e avance conforme se sentir mais disposto e
encorajado.

Dica: Celebre cada pequeno sucesso, reconhecendo seus esforços


para cultivar uma comunicação mais consciente!

Atividade: Liste três metas específicas para a próxima semana e


avalie seu progresso diariamente.

Exemplos:
- Escutar com presença
- Desconfiar do primeiro pensamento que surge sobre a história que
ouvi
- Não ceder ao ímpeto de interromper enquanto a pessoa está
falando

2. Participe de Grupos de Prática

Junte-se a grupos de prática locais ou online, onde você possa


compartilhar experiências, receber feedback e aprimorar suas
habilidades em um ambiente seguro e com apoio. Convido você para
fazer parte do grupo de prática que conduzo.

Dica: Considere criar um grupo de prática com amigos ou colegas


interessados em desenvolver habilidades de comunicação.

Atividade: Participe de pelo menos uma sessão de grupo de prática


nos próximos 30 dias.
3. Autoavaliação Contínua

Regularmente, avalie suas interações, identificando áreas de


melhoria e celebrando os sucessos. A autoconsciência é
fundamental para o desenvolvimento contínuo.

Dica: Utilize um caderno de reflexão para registrar insights e


descobertas ao longo do processo.

Atividade: Reserve 10 minutos no final de cada semana para revisitar


suas anotações e ajustar suas estratégias conforme necessário.
capítulo 6
o final do ebook
e o início da sua prática
Ao chegar ao final deste ebook espero que você tenha absorvido não
apenas conceitos e técnicas, mas também a essência
transformadora que a CNV pode oferecer às suas relações pessoais
e profissionais, e, em última instância nas instituições e sistemas
sociais do mundo.

A Comunicação Não Violenta, como compartilhado por Marshall


Rosenberg, não é uma abordagem técnica para interações mais
suaves. Ela é uma filosofia que nos desafia a transcender padrões
automáticos de julgamento, crítica e reatividade, convidando-nos a
construir pontes de conexão, compreensão e empatia. Este material
buscou não apenas apresentar os passos práticos, mas também
mergulhar nas raízes e na visão que fundamentam essa prática.

Ao longo dos capítulos, você explorou as distinções principais da


CNV, compreendeu seus fundamentos e pressupostos, e praticou os
oito passos para lidar com a reatividade. Além disso, foram
oferecidos exercícios práticos e práticas adicionais para fortalecer
sua jornada na incorporação desses princípios em sua vida
cotidiana.

A CNV é uma prática viva, uma jornada contínua que se desdobra


em cada interação. À medida que você avança na aplicação desses
conceitos, permita-se a flexibilidade de experimentação e
adaptação. Lembre-se de que o objetivo não é a perfeição, mas sim
o progresso na construção de relações mais autênticas e
significativas.

Ao concluirmos este ebook, convido você a levar consigo não apenas


os conhecimentos adquiridos, mas a disposição de continuar
aprofundando sua prática. Seja em situações simples do dia a dia ou
em desafios mais complexos, a CNV oferece uma abordagem
compassiva e eficaz para a comunicação humana.
Agradeço por dedicar seu tempo a este
material e incentivo você a compartilhá-lo com
aqueles que possam se beneficiar dessa
abordagem. Que a Comunicação Não Violenta
seja uma bússola em suas interações,
guiando-o na construção de relações mais
saudáveis, conscientes e empáticas.

Depois me conta como foi?

Se fizer sentido, será um prazer apoiar você, as organizações


ou os grupos que você faz parte.

Ofereço alguns serviços que podem te apoiar:

1. Mentoria Individual
2. Curso de Comunicação Não Violenta Online
3. Treinamento de CNV no Trabalho
4. Facilitação de Grupos
5. Integração de Equipe (Team Building)
6. Programa de Formação de Líderes
7. Rodas de Escuta sobre temas diversos (machismo,
diversidade, inclusão, etc)
8. Mediação de Conflito entre Pares

Vamos marcar uma conversa?


Me mande uma mensagem nos contatos abaixo.

co [email protected]
41 99600 9276

Abraços compassivos,

Ivan Petry
Referências

1. Artigo: Para Além do Certo e Errado, do Bem e do Mal:


Conhecendo Melhor Marshall Bertram Rosenberg e Seu
Processo de Construção da Comunicação Não Violenta
2. ROSENBERG, M. Vivendo a Comunicação Não Violenta. Rio de
Janeiro: Sextante, 2019.
3. ROSENBERG, M. A linguagem da paz em um mundo de conflitos.
São Paulo: Palas Athena, 2019.
4. Vídeo no Youtube: Nonviolent Communication with Dr Roxy
Manning
5. MASLOW, A. H. Theory of Human Motivation. Martino Fine
Books, 2013.
6. Necessidades humanas fundamentais de acordo com Max-Neef
7. ROSS, G. Do trauma à cura: um guia para você. Summus
Editorial, 2014.
8. WILLIAMS, M.; PENMAN, D. Atenção Plena: Mindfulness: Como
encontrar a paz em um mundo frenético. Sextante, 2015.

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