Apostila

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INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO – IFMA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

CIÊNCIAS DOS MATERIAIS

BENEDITO BARBOSA DA SILVA III


Apresentação
Caro leitor,

É com grande entusiasmo que compartilho com você esta apostila


dedicada à fascinante Ciência dos Materiais, criada como parte do meu
percurso acadêmico no curso de Engenharia Elétrica do 3º período na
Instituição Federal do Maranhão (IFMA). Esta jornada pelo mundo dos
materiais elétricos representa não apenas um componente curricular, mas
também uma oportunidade de explorar o cerne da nossa disciplina e as
inúmeras aplicações práticas que ela oferece.

Ao longo destas páginas, busquei transmitir de maneira acessível e


envolvente os princípios fundamentais que regem os materiais utilizados em
nossas áreas de atuação. Desde a estrutura atômica até as propriedades
específicas dos materiais elétricos, esta apostila busca proporcionar uma
compreensão sólida e prática.

Como estudante de Engenharia Elétrica, reconheço a importância


vital de compreender os materiais que constituem os dispositivos e sistemas
que estamos destinados a projetar, construir e aprimorar ao longo de nossa
carreira. Este material não é apenas uma compilação de informações, mas
um convite para explorarmos juntos os desafios e as descobertas que a
Ciência dos Materiais nos reserva.

Agradeço sinceramente pela oportunidade de compartilhar este


conhecimento contigo, e espero que esta apostila seja uma fonte valiosa para
sua jornada acadêmica e profissional.

Benedito Barbosa da Silva III


SUMÁRIO
UNIDADE 1 9
Tabela Periódica 11
1.1 Ligações Químicas 11
1.1.1 Ligações químicas e a regra de octeto 11
1.1.2 Tipos de ligações químicas 11
1.2 Interações Atômicas 12
UNIDADE 2 15
Tipos de Materiais 17
2.1 Polímeros 17
2.1.1 Polímeros de adição 17
2.1.2 Polímeros de condensação 18
2.2 Materiais Cerâmicos 19
2.2.1 Algumas de suas propriedades 19
2.2.2 Tipos de materiais cerâmicos 20
2.3 Materiais Metálicos 21
2.3.1 Tipos de metal 22
2.4 Vidro 23
2.4.1 Tipos de vidro 23
2.5 Cristais 24
2.6 Materiais Compósitos 25
Tabela Periódica
A Tabela Periódica, uma obra-prima da química, é uma representação visual
organizada dos elementos químicos, revelando padrões e relações fundamentais. Criada para
sistematizar a crescente diversidade de elementos, ela agrupa átomos com propriedades
semelhantes e proporciona uma visão unificada das características dos elementos. Ao explorar
suas fileiras e colunas, mergulhamos em um universo intricado de estruturas atômicas,
propriedades periódicas e ligações químicas, desvendando os segredos que regem a química e
a natureza dos materiais que nos cercam.

1.1 Ligações Químicas


As ligações químicas são as interações que ocorrem entre átomos para se tornarem
uma molécula ou substância básica de um composto. Existem três tipos de ligações:
covalentes, metálicas e iônicas. Os átomos buscam, ao realizar uma ligação química,
estabilizar-se eletronicamente. Esse processo é explicado pela teoria do octeto, que dita que
cada átomo, para alcançar estabilidade, precisa ter em sua camada de valência oito elétrons.

1.1.1 Ligações química e a regra do octeto


A busca por estabilidade eletrônica, que justifica a realização de ligações químicas
entre os átomos, é explicada pela teoria do octeto. Proposta por Newton Lewis, essa teoria
afirma que a interação atômica acontece para que cada elemento adquira a estabilidade de um
gás nobre, ou seja, oito elétrons na camada de valência.
Figura 1.1
Para isso, o elemento doa, recebe ou compartilha
elétrons da sua camada mais externa, realizando,
portanto, ligações químicas de caráter iônico, covalente
ou metálico. Os gases nobres são os únicos átomos que já
possuem oito elétrons na sua camada mais externa e é por Distribuição eletrônica do neônio (gás nobre) com
evidência à camada de valência, que possui oito
isso que pouco reagem com outros elementos. Veja a elétrons.

Figura 1.1.

1.1.2 Tipos de ligações químicas


Para obter os oito elétrons na camada de valência como previsto na regra do octeto, os
átomos estabelecem ligações entre si, que variam de acordo com a necessidade de doar,
receber ou compartilhar elétrons e também com a natureza dos átomos ligantes.

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I. Ligação Iônica:
Ocorre entre átomos com grande diferença de eletronegatividade. Um átomo doa
elétrons para outro, resultando na formação de íons positivos (cation) e íons negativos
(ânion), que são atraídos mutuamente pela força eletrostática.
Exemplo: NaCl (Cloreto de Sódio).
II. Ligação Covalente:
Envolve o compartilhamento de pares de elétrons entre átomos. Pode ser simples (um
par de elétrons compartilhado), dupla (dois pares) ou tripla (três pares).
Exemplo: H₂O (Água).
III. Ligação Metálica:
Ocorre em metais, onde os elétrons estão "livres" para se mover entre os átomos. Isso
confere propriedades como condutividade elétrica e maleabilidade aos metais.
Exemplo: Cobre (Cu).
IV. Ligação Coordenada (ou Dativa):
Um átomo fornece ambos os elétrons compartilhados para a formação do par de
elétrons compartilhado.
Exemplo: CO₂ (Dióxido de Carbono), onde o oxigênio fornece ambos os elétrons para
a ligação com o carbono.

1.2 Interações Atômicas


Figura 1.2
A variedade atômica existente na natureza, ao
lado da capacidade que os átomos possuem de se
unirem de diferentes formas, faz com que inúmeros
compostos distintos se formem. Os átomos podem se
combinar através do ganho ou da perda de elétrons
(ligação iônica) ou pelo compartilhamento de elétrons
nos níveis de valência (ligação covalente).

A ligação química entre elementos pode ser explicada pela Teoria do octeto: um
grande número de átomos adquire estabilidade eletrônica quando apresenta oito elétrons na
sua camada mais externa.

Essa teoria foi proposta em 1916 pelos cientistas Lewis e Kossel e constitui uma das
explicações plausíveis para o fato de ocorrer ligações químicas entre os elementos. Sendo
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assim, um átomo que não possui oito elétrons em sua camada de valência se une a outro
átomo a fim de completar seu octeto.

Existem exceções à regra do octeto, mas mesmo assim ela é bem aceita para explicar a
formação da maioria das substâncias através das interações atômicas.

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14
15
]

16
Tipos de Materiais
Os materiais podem ser classificados em três categorias principais: metais, polímeros e
cerâmicas. Metais, caracterizados pela sua condutividade elétrica e maleabilidade, são
frequentemente usados em construções e dispositivos eletrônicos. Polímeros, como plásticos e
borrachas, exibem propriedades leves e flexíveis, sendo amplamente empregados na indústria
de embalagens e manufatura. As cerâmicas, compostas principalmente por materiais
inorgânicos, destacam-se por sua resistência a altas temperaturas e dureza, sendo aplicadas em
eletrônicos, isolantes térmicos e estruturas avançadas.
Portanto, abordaremos nessa unidade os materiais: polímeros, cerâmicos, metais,
vidros, cristais e compósitos. Cada categoria possui características distintas que determinam
suas aplicações e comportamento em diversas situações.

2.1 Polímeros
Os polímeros, blocos fundamentais da química macromolecular, são macromoléculas
formadas pela repetição de unidades estruturais chamadas monômeros. Essas cadeias longas e
flexíveis conferem aos polímeros uma notável diversidade de propriedades e aplicações.
Desde os polímeros naturais, como proteínas e DNA, até os sintéticos, como plásticos e
fibras, esses materiais desempenham um papel central na nossa vida cotidiana e na indústria.
A compreensão dos polímeros é essencial para inovações em áreas que vão desde embalagens
e medicamentos até materiais avançados na vanguarda da tecnologia. Vamos explorar a
fascinante ciência por trás dessas cadeias moleculares, que moldam o mundo moderno de
maneiras surpreendentes e inovadoras.
Os polímeros podem se subdividir em diferentes classes, sendo as principais a dos
polímeros de adição e de condensação. Veja abaixo alguns polímeros e suas utilizações:

2.1.1 Polímeros de adição


Na polimerização de adição, todos os átomos do monômero são incorporados na
cadeia do polímero. O ponto de partida para as reações de adição é a quebra da ligação dupla
carbono-carbono (C = C) presente nos compostos orgânicos, como, por exemplo, no etileno.
Figura 2.1. Figura 2.1

Estrutura do Etileno.

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Entre os principais tipos de polímeros por adição temos:

 Polietileno: etileno usado para fabricar baldes, sacos de lixo e de embalagens.


 Polipropileno: o propileno pertence a essa classe e é usado para a fabricação de
cadeiras, poltronas, pára-choques de automóveis
 PVC: cloreto de vinila e estireno são exemplos. Esse material é usado em tubos para
encanamentos hidráulicos.
 Isopor: o chamado estireno é um ótimo isolante térmico.
 Orlon: o composto acrinitrilo é um exemplo e é empregado na obtenção da lã sintética,
agasalhos, cobertores, tapetes.
 Acrílico: composto transparente muito resistente usado em portas e janelas, lentes de
óculos, etc.
 Teflon: o tetrafluoretileno é o revestimento interno de panelas, mais conhecido como
teflon.
 Borracha Fria: empregada em pneus, câmaras de ar, objetos de borracha em geral.

2.1.2 Polímeros de condensação


Os polímeros de condensação são aqueles obtidos por meio de reações entre
monômeros (iguais ou diferentes), onde há a saída de uma molécula de uma substância, que é
geralmente a água.
A seguir, na figura 2.2 temos uma reação genérica de polimerização por condensação:
Figura 2.2

Reação genérica de polimerização por condensação.

Entre os principais polímeros de condensação, temos:


 Amido: encontrado nos alimentos e usado para fabricar etanol.
 Celulose: usada na fabricação de papel, algodão, explosivos.
 Existem também os derivados denominados de copolímeros de condensação, veja
abaixo os monômeros desses polímeros e a aplicação dos mesmos:
 Náilon (1,6-diaminoexano /ácido adípico): aplicação em rodas dentadas de
engrenagens, peças de máquinas em geral, tecidos, cordas, escovas.

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 Terilene ou dracon (etilenoglicol /ácido tereftálico): aplicado em tecidos em geral
(tergal).
 Baquelite (aldeído fórmico /fenol): revestimento de móveis (fórmica), material elétrico
(tomada e interruptores).
 Poliuretano (poliéster ou poliéter isocianato de p.fenileno): aplicação importante
em colchões e travesseiros (poliuretano esponjoso), isolante térmico e acústico,
poliuretano rígido das rodas dos carrinhos de supermercados.

2.2 Materiais Cerâmicos


Ao contrário do que muitos pensam, as cerâmicas não são compostas apenas pelos
vasos de porcelana! Essa classe de materiais é muito vasta e aplicada em diversas áreas da
indústria, desde a produção de vasos artesanais até microestruturas de aeronaves. Os materiais
cerâmicos são formados por elementos metálicos ou não-metálicos, geralmente apresentam
ligações iônicas. Por isso, as cerâmicas são classificadas em:

 Cerâmicas tradicionais;
 Vidro (ou Vitrocerâmicas);
 Refratários;
 Abrasivos;
 Cimentos;
 Carbonos;
 Cerâmicas Avançadas.
2.2.1 Algumas de suas propriedades
As cerâmicas são um tipo de material muito cobiçado no mercado pelas
suas propriedades. Uma delas, é a sua alta dureza, a qual confere ao material a capacidade de
resistir à deformação plástica, ou seja, o material resiste às deformações permanentes. Outra
característica importante desse material é o fato de eles serem bons isolantes térmicos quanto
elétricos. Isso se deve às ligações iônicas, que precisam de temperaturas muito elevadas para
serem rompidas. Além disso, o grupo das cerâmicas avançadas possuem algumas
propriedades elétricas e magnéticas interessantes que têm sido exploradas em novos produtos.
Por outro lado, uma desvantagem nesses materiais é a sua fragilidade.
Ao sofrer a ação de uma força, o material cerâmico sofre trincas que se espalham por
todo o corpo, gerando as fraturas. Exemplo disso, é quando uma taça de vidro cai no chão, o
qual exerce uma força na taça, gerando uma tensão na taça e causando rompimento.

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2.2.2 Tipos de materiais cerâmicos

Os materiais cerâmicos são uma ampla categoria de materiais inorgânicos, não


metálicos, geralmente compostos por elementos metálicos e não metálicos. Aqui estão alguns
tipos comuns de materiais cerâmicos:
I. Óxidos Cerâmicos:
 Exemplos: Alumina (Al₂O₃), zircônia (ZrO₂), dióxido de titânio
(TiO₂).
 Características: Boa resistência térmica, isolamento elétrico, dureza.
Amplamente utilizados em cerâmicas técnicas, refratários, isoladores
elétricos.
II. Carbetos Cerâmicos:
 Exemplos: Carbeto de silício (SiC), carbeto de tungstênio (WC).
 Características: Alta dureza, resistência ao desgaste, boa condutividade
térmica. Aplicações em ferramentas de corte, revestimentos abrasivos.
III. Nitretos Cerâmicos:
 Exemplos: Nitreto de silício (Si₃N₄), nitreto de boro (BN).
 Características: Alta resistência mecânica, estabilidade térmica. Usados
em ferramentas de corte, componentes cerâmicos de alta performance
IV. Cerâmicas Refratárias:
 Exemplos Tijolos refratários, fibra cerâmica.
 Características Resistência a altas temperaturas, isolamento térmico.
Aplicações em fornos, revestimentos refratários.
V. Cerâmicas Térmicas:
 Exemplos: Óxido de alumínio poroso, dióxido de silício poroso.
 Características: Bom isolamento térmico, baixa condutividade térmica.
Utilizados em isolamento térmico, dispositivos térmicos.
VI. Cerâmicas Eletrocerâmicas:
 Exemplos: Dielétricos cerâmicos, piezocerâmicas.
 Características: Propriedades elétricas específicas, como alta constante
dielétrica ou capacidade piezoelétrica. Aplicações em dispositivos
eletrônicos, sensores
VII. Cerâmicas Biomédicas:
 Exemplos: Hidroxiapatita, cerâmicas bioativas.
 Características: Biocompatibilidade, capacidade de integração com
tecidos biológicos. Usadas em implantes médicos, revestimentos para
próteses.
Esses são apenas alguns exemplos e a classificação dos materiais cerâmicos pode ser
feita com base em diferentes propriedades e aplicações. A versatilidade desses materiais é
evidente em sua presença em várias indústrias, desde a produção de dispositivos eletrônicos
até aplicações médicas e estruturas refratárias.

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A seguir, na Figura 2.3, observe a taxonomia com relação às inúmeras aplicações
possíveis para os materiais cerâmicos.
Figura 2.3

Diferentes tipos de materiais cerâmicos e suas respectivas áreas de atuação.

2.3 Materiais Metálicos


O primeiro metal descoberto foi o cobre, ainda na pré-história, no oriente médio. Com
a descoberta deste material e posteriormente de outros metais foi possível desenvolver
ferramentas mais eficientes que as de pedra. Com o uso do metal também foi possível fabricar
a roda.

Hoje em dia ele é encontrado em nossa casa (ex: panelas, armários, talheres), nos
automóveis, nas embalagens de alimentos, etc.

Ele é sólido, não deixa passar luz (é opaco) e conduz bem a eletricidade e o calor,
possuindo um brilho especial chamado de metálico. Quando aquecido é maleável, podendo
ser moldado em várias formas, desde fios até chapas e barras. Os metais podem ser
encontrados misturados no solo e nas rochas, sendo chamados de minérios.

Os minérios são substâncias encontradas em solos e rochas de onde é possível extrair


os metais. Alguns metais, tais como o ferro e o cobre, são extraídos dos minérios já na forma
a se utilizada. Outros, como o aço e o bronze, precisam ser associados a outras substâncias
(ex: aço = ferro + carvão).

2.3.1 Tipos de metal

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Existem muitos tipos de metais, chegando hoje ao total de sessenta e oito. Dentre eles
existem alguns bem diferentes, como o mercúrio (que é líquido) e o sódio (que é leve). Os
mais conhecidos e utilizados há muitos anos são o ferro, cobre, estanho, chumbo, ouro e a
prata.

Os metais podem ser separados em dois grandes grupos: os ferrosos, compostos por
ferro, e os não-ferrosos.

Veja o quadro abaixo os principais tipos de metais e suas aplicações:

Figura 2.4

Diferentes tipos de materiais metálicos e suas respectivas aplicações.

2.4 Vidro
O vidro é feito de uma mistura de matérias-primas naturais. Conta-se que ele foi
descoberto por acaso, quando, ao fazerem fogueiras na praia, os navegadores perceberam que

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a areia e o calcário (conchas) se combinaram através da ação da alta temperatura. Há registros
de sua utilização desde 7.000 a.C. por sírios, fenícios e babilônios.

Hoje o vidro está muito presente em nossa civilização e pode ser moldado de qualquer
maneira: nos pára-brisas e janelas dos automóveis, lâmpadas, garrafas, compotas, garrafões,
frascos, recipientes, copos, janelas, lentes, tela de televisores e monitores, fibra ótica e etc.
As matérias-primas do vidro sempre foram as mesmas há milhares de anos. Somente a
tecnologia é que mudou, acelerando o processo e possibilitando maior diversidade para seu
uso.

O vidro é composto por areia, calcário, barrilha (carbonato de sódio), alumina (óxido
de alumínio) e corantes ou descorantes.

Figura 2.5
Gráfico dos itens que compõem o vidro.

2.4.1 Tipos de Vidro


Existem muitos tipos de vidros que apesar de partirem da mesma base, possuem
composições diferentes, de acordo com a finalidade a que se destinam. Veja a tabela a seguir.
Figura 2.6

2.5 Cristais

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A matéria dos cristais é um campo fascinante da ciência que se dedica ao estudo da
estrutura e das propriedades dos sólidos cristalinos. Os cristais são sólidos nos quais átomos,
íons ou moléculas se organizam em um padrão tridimensional repetitivo conhecido como rede
cristalina. Essa estrutura ordenada confere propriedades distintas aos cristais. A cristalização,
processo de formação de sólidos a partir de líquidos ou gases, é fundamental nesse contexto,
podendo ocorrer naturalmente, como na formação de cristais de gelo, ou ser induzida em
laboratório.

Figura 2.7
O reticulado cristalino, que representa a
disposição específica dos átomos ou íons na rede
cristalina, pode assumir diferentes formas, como
cúbica, tetragonal ou ortorrômbica. Muitos cristais
exibem propriedades ópticas notáveis, como
birrefringência e dispersão da luz, sendo essas
características exploradas em diversas aplicações,
Figura ilustrativa de um metal.
incluindo microscopia óptica e dispositivos ópticos.

Além disso, alguns cristais apresentam propriedades elétricas especiais, como


piezoeletricidade e ferroeletricidade. A difração de raios-X é uma técnica comum para estudar
a estrutura cristalina, utilizando a incidência de raios-X em um cristal para produzir padrões
de difração característicos. A organização dos átomos em uma rede cristalina também
influencia propriedades mecânicas, como dureza, elasticidade e resistência.

Os cristais desempenham um papel crucial em várias aplicações tecnológicas, desde


dispositivos eletrônicos, como semicondutores, até instrumentos ópticos, catalisadores e
materiais avançados em diversas áreas. O estudo da matéria dos cristais não apenas revela
princípios fundamentais da organização atômica, mas também contribui significativamente
para o desenvolvimento de materiais e tecnologias avançadas em diferentes disciplinas
científicas e industriais.

2.6 Materiais Compósitos

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Os materiais compósitos são materiais heterogêneos e multifásicos, sendo compostos
por 2 materiais diferentes com propriedades complementares, orientadas pelo princípio da
ação combinada. Esse princípio define que as melhores combinações de materiais são feitas
por uma escolha racional de dois materiais distintos para uma composição resultante.
Além disso, os materiais compósitos são compostos por 2 fases: a fase matriz e a fase
dispersa (ou reforço). A fase matriz é contínua, abriga a fase dispersa e geralmente é
responsável por dar liga ao material. Já a fase dispersa é responsável pelas propriedades
mecânicas do material em função de sua forma, tamanho, distribuição e orientação.
Ainda, é importante mencionar que a adesão fibra (ou partícula)/matriz é um fator
importante a ser considerado, uma vez que o mesmo define a forma como o reforço se
comportará quando solicitado na matriz.
As propriedades dos materiais compósitos variam devido a diversos fatores, como por
exemplo a presença de bolhas na resina ou má adesão da resina em relação às fibras. Tendo
isso em vista, as principais propriedades avaliadas para os materiais compósitos são, a
resistência à tração das fibras, assim como o limite de resistência à fadiga, essas propriedades
podem ser obtidas através dos ensaios de tração e fadiga respectivamente.
Além disso, propriedades em relação à fabricação do compósito também podem ser analisadas
utilizando-se ensaios não destrutivos (END’s), nesse caso avalia-se a presença de
imperfeições, trincas, bolhas ou descontinuidades internas no material, que não podem ser
detectadas a olho nu. Para esses casos, são utilizados os ensaios de ultrassom, líquidos
penetrantes e inspeção visual.

Figura 2.8
Esquema apresentando os tipos de
compósitos.

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26
27
Resistência dos Materiais
A resistência dos materiais é a capacidade que um material tem de resistir a certa força
aplicada sobre ele. É bem conhecida na engenharia, principalmente no ramo da mecânica. Ele

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se refere à capacidade de um material de corpo deformável conseguir resistir a uma força
aplicada sobre o mesmo. De acordo com especialistas, existem diversos processos que são
capazes de alterá-lo.
E essa resistência irá depender do processo de fabricação do material. É possível
alterar a resistência de um material, mas isso envolve o risco de perder alguma propriedade
mecânica.
O intuito com o estudo da resistência dos materiais é aplicar os conhecimentos na
produção e uso de peças com uma certa função. Por isso, é essencial conhecer os limites de
resistência de cada tipo de material, descobrindo até onde é possível fazer a sua manipulação.
A ciência da resistência dos materiais depende da certeza em relação aos resultados
obtidos, já que erros podem acarretar em enormes prejuízos posteriores. Inclusive, cálculos
incorretos podem colocar a vida de pessoas em risco.

3.1 Origem do Estudo da Resistência dos Materiais


O estudo da resistência dos materiais deriva da Antiguidade. Por exemplo, os egípcios
tinham um grande domínio desse assunto, já que sem esse tipo de conhecimento, seria
impossível construir estruturas grandiosas como as Pirâmides do Egito.
A Grécia também se destaca, já que os gregos aplicavam os conceitos de estática
básica para a resistência dos materiais. Inclusive, Arquimedes contribuiu muito nesse estudo,
ao usar alavancas e verificar o centro de gravidade dos corpos e aplicando a teoria na
construção de grandes dispositivos, como guinchos e guindastes.
Figura 3.1
Durante a Antiguidade os romanos também se destacaram Livro Duas n

por construções grandiosas, templos, monumentos e estradas que


resistiram até os dias de hoje. Durante a Idade Média esse
conhecimento se perdeu, mas houve a sua recuperação no
Renascimento.
Nomes que se destacam durante essa época são Leonardo
da Vinci e Galileu Galilei, que ajudaram a enriquecer as teorias
sobre mecânica e os materiais. Inclusive, Galileu elevou os estudos
sobre a resistência dos materiais ao nível de ciência, por meio do
livro Duas novas ciências.

3.2 Princípios Fundamentais

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A compreensão de conceitos essenciais, como tensão, deformação, a Lei de Hooke e a
interação de cargas axiais e torsionais, desempenha um papel crucial. Esses princípios
fornecem a base teórica necessária para analisar e projetar estruturas robustas, máquinas
eficientes e componentes confiáveis. Vamos explorar mais a fundo esses pilares que
sustentam o estudo da Resistência dos Materiais, compreendendo como eles moldam a
resposta dos materiais às demandas do mundo físico e são fundamentais para o
desenvolvimento seguro e eficaz de inúmeras aplicações na engenharia.
Vamos explorar mais a fundo os princípios fundamentais que guiam a Resistência dos
Materiais:

I. Tensão e Deformação:

 Tensão: Refere-se à distribuição da força aplicada sobre uma área


específica do material. A unidade padrão é a pressão por unidade de área
(por exemplo, Pascals ou Megapascals).

 Deformação: Indica a mudança relativa na forma do material devido à


aplicação de forças. Pode ser expressa como uma variação percentual no
comprimento original.

Relação Tensão-Deformação: A relação entre tensão e deformação é crucial para entender


como um material responde a cargas. Essa relação é representada graficamente em um
diagrama tensão-deformação, que destaca diferentes regimes de comportamento, como
elasticidade, plasticidade e ruptura.

II. Lei de Hooke:

 A Lei de Hooke descreve a relação linear entre tensão e deformação


elástica em materiais que retornam à sua forma original após a remoção da
carga. Essa relação é válida dentro do limite de elasticidade do material.
 A constante de proporcionalidade nessa relação linear é conhecida como
módulo de elasticidade ou módulo de Young.
III. Diagrama Tensão-Deformação:
 O diagrama Tensão-Deformação é uma representação gráfica do
comportamento de um material sob carga. Ele destaca a fase elástica, onde

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o material retorna à sua forma original, e a fase plástica, onde ocorrem
deformações permanentes antes da ruptura.
 O ponto de ruptura, ou ponto de falha, indica a máxima tensão suportada
pelo material.

IV. Cargas Axiais e Torsionais:

 Cargas Axiais: Referem-se a forças aplicadas ao longo do comprimento de


uma estrutura. A análise de cargas axiais é essencial para garantir a
estabilidade e resistência de elementos como vigas e colunas.

 Cargas Torsionais: Refletem torques ou momentos aplicados a uma


estrutura. A compreensão das cargas torsionais é vital em componentes que
experimentam torção, como eixos e hastes.
Esses princípios fornecem a base para a análise e projeto de estruturas, permitindo aos
engenheiros prever o comportamento de materiais sob diferentes condições de carga. A
compreensão dos limites de elasticidade, a transição para a deformação plástica e a eventual
falha de um material são elementos cruciais na garantia de que estruturas e componentes
sejam seguros e eficientes em suas aplicações.

Em resumo, a Resistência dos Materiais desempenha um papel essencial na


engenharia, proporcionando ferramentas e princípios para assegurar que estruturas e
componentes sejam seguros, duráveis e eficientes. Seu estudo contínuo é fundamental para
avanços e inovações em diversas áreas da engenharia.

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33
34
Caracterização Térmica
A Caracterização Térmica é um campo fundamental na engenharia de materiais e
ciências físicas que se dedica ao estudo das propriedades térmicas dos materiais.
Compreender como os materiais respondem ao calor é essencial para uma variedade de
aplicações, desde o design de dispositivos eletrônicos até o desenvolvimento de isolantes
térmicos eficientes. Este campo abrange vários aspectos, incluindo condução térmica,
convecção, radiação térmica, entre outros, contribuindo para a otimização de processos e a
eficiência de sistemas térmicos.

4.1 Condução Térmica


No âmbito da Caracterização Térmica, a condução térmica destaca-se como um dos
primeiros tópicos essenciais a serem explorados. Condução térmica refere-se ao processo pelo
qual o calor é transmitido através de um material devido a um gradiente de temperatura. Este
fenômeno é crucial para entender como diferentes materiais conduzem o calor, influenciando
diretamente o desempenho térmico de estruturas e dispositivos.
Ao analisar a condução térmica, Figura 4.1
examinamos as propriedades condutivas dos
materiais, compreendendo como elétrons, fônons e
outras partículas influenciam a transferência de
calor. A condutividade térmica é uma característica
chave que define a eficiência de um material em
conduzir o calor, sendo essencial em diversas
aplicações, desde isolamento térmico até a
A condução, convecção e radiação são
fabricação de componentes eletrônicos. processos de transferência de calor.

4.1.1 Condução Térmica: Uma Profundidade no Fluxo de Calor


A condução térmica é um processo fundamental no qual o calor é transferido através
de um material ou entre diferentes materiais devido a um gradiente de temperatura. Este
fenômeno ocorre principalmente em sólidos, embora também possa ser observado em líquidos
e gases. A compreensão da condução térmica é crucial em diversas áreas, desde o design de
dispositivos eletrônicos até o isolamento térmico em construções.
I. Mecanismo de Condução Térmica:

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 A transferência de calor por condução ocorre devido à interação entre partículas
(átomos e moléculas) no interior de um material.
 À medida que uma extremidade do material é aquecida, as partículas adjacentes
ganham energia térmica e começam a vibrar mais rapidamente.
 Essa vibração é transmitida através do material, causando um aumento nas vibrações
das partículas em cascata.
 Nos sólidos, onde a condução térmica é mais proeminente, os elétrons também
desempenham um papel significativo na transferência de calor.

II. Fatores que Influenciam a Condução Térmica:


1. Condutividade Térmica (k): A condutividade térmica é uma propriedade inerente ao
material que determina sua eficiência na condução de calor. Materiais com alta condutividade
térmica, como metais, são bons condutores térmicos.
2. Área de Seção Transversal (A): A área pela qual o calor está sendo conduzido também
afeta a taxa de condução térmica. Quanto maior a área, maior a taxa de transferência de calor.
3. Gradiente de Temperatura (ΔT): A diferença de temperatura entre os pontos inicial e
final do material é um fator crucial. Quanto maior o gradiente de temperatura, maior será o
fluxo de calor.

III. Equação da Condução Térmica:


A taxa de condução térmica (Q) através de um material é determinada pela Lei de
Fourier:

onde:

4.2 Convecção Térmica

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Dentro do amplo campo da Caracterização Térmica, a convecção térmica emerge
como um tópico de grande relevância. A convecção refere-se ao transporte de calor por meio
do movimento de fluidos, sejam líquidos ou gases, e desempenha um papel crucial na
distribuição de calor em ambientes diversos, desde processos industriais até fenômenos
naturais.

I. Mecanismo da Convecção Térmica:


 A convecção térmica ocorre quando um fluido é aquecido, resultando em
uma diminuição de sua densidade. O fluido aquecido, agora mais leve,
tende a subir.
 À medida que o fluido sobe, ocorre a transferência de calor para regiões
mais frias. Esse movimento ascendente é conhecido como corrente
ascendente.
 Nos casos em que o fluido atinge uma superfície mais fria, ele perde calor e
se torna mais denso, induzindo um movimento descendente, ou corrente
descendente.

II. Elementos Chave da Convecção:


1. Corrente Ascendente e Descendente: São essenciais para a transferência de calor em
sistemas convectivos. As correntes ascendentes transportam calor para regiões mais frias,
enquanto as correntes descendentes completam o ciclo.
2. Coeficiente de Transferência de Calor por Convecção (h): Representa a eficiência com
que o calor é transferido entre o fluido e a superfície sólida. Materiais e geometrias diferentes
têm coeficientes de convecção distintos.
3. Fluxo de Calor por Convecção (Q): Pode ser calculado usando a equação Q = h    ,
onde A é a área de transferência de calor e  é a diferença de temperatura entre o fluido e a
superfície.

4.2.1 Tipos de Convecção


1. Convecção Natural (ou Livre): Ocorre devido a diferenças de densidade causadas por
variações de temperatura, sem a necessidade de dispositivos mecânicos. Exemplos incluem
correntes de ar ascendentes em uma sala aquecida.

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2. Convecção Forçada: Envolve o uso de dispositivos externos, como ventiladores ou
bombas, para acelerar o movimento do fluido. É comum em sistemas de resfriamento
industrial e em trocadores de calor.
Exemplo prático dos tipos de convecções citados a cima:

4.3 Radiação Térmica


No escopo da Caracterização Térmica, a radiação térmica surge como um fenômeno
fascinante e essencial. Ao contrário da condução e convecção, a radiação térmica não requer
um meio material para transferir calor. Em vez disso, esse processo envolve a propagação de
energia térmica por meio de ondas eletromagnéticas, destacando-se como um componente
fundamental em diversas aplicações, desde a física das estrelas até o design de tecnologias
modernas.

4.3.1 Princípios da Radiação Térmica:


1. Emissividade (ε): Cada material possui uma capacidade única de emitir radiação térmica,
caracterizada pela sua emissividade. A emissividade varia de 0 a 1, representando,
respectivamente, uma superfície perfeita refletora e uma superfície perfeita emissora.
2. Leis de Stefan-Boltzmann e Lei de Wien: Essas leis relacionam a temperatura de um
corpo à quantidade de radiação térmica que ele emite e à distribuição espectral dessa radiação.
A Lei de Stefan-Boltzmann descreve a taxa total de emissão de energia, enquanto a Lei de
Wien relaciona a temperatura à faixa de comprimentos de onda predominante.

I. Transferência de Calor por Radiação:


 Todos os corpos com temperatura acima do zero absoluto emitem radiação térmica.

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 A radiação térmica ocorre em todas as direções, e a taxa de emissão é proporcional à
quarta potência da temperatura absoluta do corpo, conforme expresso pela Lei de
Stefan-Boltzmann.

II. Componentes Importantes da Radiação Térmica:


1. Corpo Negro: Um corpo que absorve e emite toda a radiação que incide sobre ele. As leis
da radiação térmica foram inicialmente desenvolvidas para corpos negros, mas podem ser
aplicadas a corpos reais por meio do conceito de emissividade.
2. Troca Radiativa entre Corpos: Dois corpos a diferentes temperaturas trocam radiação
térmica, sendo a taxa líquida de troca proporcional à diferença de temperatura elevada à
quarta potência.

4.3.1 Diferença entre Condução, Convecção e Radiação


Acompanhe através da tabela as principais diferenças:

Tabela 1: Principais diferenças entre Condução, Convecção e Radiação


Fonte: criação própria

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4.4 Análises Térmicas- TGA, DTA, DSC
As análises térmicas representam um campo essencial na investigação das
propriedades dos materiais sob diferentes condições de temperatura. Este ramo da ciência de
materiais é fundamental para compreender como os materiais respondem a variações térmicas
e como essas respostas podem impactar seu desempenho em diversas aplicações. Ao abranger
técnicas como a análise térmica diferencial (DTA), análise termogravimétrica (TGA) e
calorimetria diferencial de varredura (DSC), as análises térmicas proporcionam uma janela
única para as transformações físicas e químicas que ocorrem nos materiais em resposta ao
calor.
As técnicas analíticas térmicas oferecem uma visão aprofundada das mudanças de
fase, transições químicas e propriedades térmicas dos materiais. A DTA, por exemplo, revela
alterações na capacidade térmica em função da temperatura, enquanto a TGA quantifica
mudanças na massa durante processos térmicos. A DSC, por sua vez, examina a variação de
calor específico, proporcionando insights sobre reações exotérmicas e endotérmicas. Essas
ferramentas analíticas não apenas desvendam os segredos térmicos dos materiais, mas
também desempenham um papel crucial no desenvolvimento de novos materiais e na
otimização de processos industriais.
4.4.1 TGA – Análise Termogravimétrica
A análise termogravimétrica baseia-se no estudo da variação de massa de uma
amostra, resultante de uma transformação física (sublimação, evaporação, condensação) ou
química (degradação, decomposição, oxidação) em função do tempo ou da temperatura.

4.4.2 DTA – Análise térmica diferencial e DSC – calorimetria exploratória de


varredura
A análise térmica diferencial (DTA) e calorimetria exploratória de varredura (DSC)
são técnicas em que se medem mudanças físicas ou químicas de uma determinada substância
em função de uma variação controlada de temperatura. A variação física ou química da
amostra em função da temperatura é detectada pela medida diferença de temperatura (ΔT) no
DTA e variação de entalpia (ΔH) no DSC. A partir dessas técnicas é possível determinar por
exemplo, temperatura de fusão,
temperatura de cristalização,
temperatura de transição vítrea,
cristalização, oxidação, decomposição,

40
entre outras. A principal diferença entre elas é que o DSC é uma análise quantitativa enquanto
o DTA é qualitativo

O TG 449 F3 Jupiter® Netzsch STA 449 F3 é projetado de tal forma que


possibilita a medição simultânea de TGA-DSC ou
TGA-DTA.
Faixa de operação:
TGA-DSC (forno de aço): 150 a 1000 °C
TGA-DTA (forno de carbeto de silício): Temp. ambiente a 1600 °C
Cadinhos: Alumina
Atmosfera: Ar sintético, Nitrogênio, Oxigênio, Argônio e Hélio
Quantidade de amostra necessária: ~ 10 mg

4.4.3 TGA acoplado ao Infravermelho


Especialmente no ramo de polímeros, assim como no farmacêutico e na indústria
química, o conhecimento dos gases desprendidos durante um processo de cura, de
decomposição ou de alguma outra reação é de grande interesse. Esse equipamento permite a
análise simultânea dos gases desprendidos durante a análise de TGA.

Netzsch STA 449 F3 acoplado


ao Bruker Tensor 27

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Número de onda: 600 – 4000 cm-1
Faixa de temperatura: TGA (forno de carbeto de silício) – Temp. ambiente a 1600 °C

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