Hélcio Aguiar 17.mar.2024

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17.Março.

2024
MED LINGUAGENS
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Anotações

ANÁLISE LINGUÍSTICA
Prof. Hélcio Aguiar
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ANÁLISE LINGUÍSTICA Anotações


Prof. Hélcio Aguiar

Questão 01

A colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos


ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos
átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Esses pronomes podem assumir
três posições na oração em relação ao verbo. Próclise, quando o pronome é colocado
antes do verbo, devido a partículas atrativas, como o pronome relativo. Ênclise,
quando o pronome é colocado depois do verbo, o que acontece quando este estiver no
imperativo afirmativo ou no infinitivo impessoal regido da preposição ―a‖ ou quando o
verbo estiver no gerúndio. Mesóclise, usada quando o verbo estiver flexionado no
futuro do presente ou no futuro do pretérito.

A mesóclise é um tipo de colocação pronominal raro no uso coloquial da língua


portuguesa. No entanto, ainda é encontrada em contextos mais formais, como se
observa em:

A) Não lhe negou que era um improviso.


B) Faz muito tempo que lhe falei essas coisas.
C) Nunca um homem se achou em mais apertado lance.
D) Referia-se à D. Evarista ou tê-la-ia encontrado em algum outro autor?
E) Acabou de chegar dizendo-lhe que precisava retornar ao serviço imediatamente.

Questão 02

Fazer 70 anos

Fazer 70 anos não é simples.


A vida exige, para o conseguirmos,
perdas e perdas no íntimo do ser,
como, em volta do ser, mil outras perdas.
[...]
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
Nós o conseguimos...
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?

ANDRADE, C. D. Amar se aprende amando. São Paulo: Círculo do Livro, 1992 (fragmento).

O pronome oblíquo "o", nos versos "A vida exige, para o conseguirmos‖ e ―Nós o
conseguimos‖, garante a progressão temática e o encadeamento textual, recuperando
o segmento

A) ―A vida exige‖.
B) ―Fazer 70 anos‖.
C) ―Ó José Carlos‖.
D) ―perdas e perdas‖.
E) ―irmão-em-Escorpião‖.

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Questão 03
Anotações
O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um
gramático nos textos abaixo.

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

(ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.)

―Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar,


despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos
personagens (…)‖.

(CEGALLA. Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.)

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que
ambos:

A) Condenam essa regra gramatical


B) Relativizam essa regra gramatical.
C) Criticam a presença de regras na gramática.
D) Afirmam que não há regras para uso de pronomes.
E) Acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.

Questão 04

A questão traz uma tira com o seguinte diálogo:


— VAMOS MASSACRÁ-LO!
— VAMOS!
— VAMOS ARRASAR ELES
— VAMOS! MAS ANTES, VAMOS ACERTAR O PRONOME

VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio.
Porto Alegre: L&PM, 1997.

O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome
pessoal reto, em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua,
esse uso é inadequado, pois

A) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.


B) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
C) gera inadequação na concordância com o verbo.
D) gera ambiguidade na leitura do texto.
E) apresenta dupla marcação de sujeito.

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Questão 05
Anotações

Quanto s variantes lingu sticas presentes no texto, a norma padrão da l ngua


portuguesa rigorosamente obedecida por meio

A) do emprego do pronome pessoal oblíquo em ―Meu filho, um escritor publica um


livro para parar de escrevê-lo!‖
B) do emprego do pronome possessivo ―sua‖ em ―Qual foi sua maior motivação?‖.
C) do emprego do vocativo ―Meu filho‖, que confere à fala distanciamento do
interlocutor.
D) do emprego do pronome demonstrativo ―esse‖ em ―Por que o senhor publicou esse
livro?‖.
E) da necess ria repetição do conectivo no ltimo quadrinho.

 Anotações
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OUTRAS QUESTÕES
Anotações
Questão 01

Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria a janela e encontrava um.
Quando não encontrava,dava no mesmo, ele abria a janela, olhava o mundo e
comunicava que não havia assunto. Fazia isso com tanto engenho e arte que também
dava no mesmo: a crônica estava feita. Não tenho nem o engenho nem a arte de
Rubem, mas tenho a varanda aberta sobre a Lagoa ― posso não ver melhor, mas vejo
mais. [...]Nelson Rodrigues não tinha problemas. Quando não havia assunto, ele
inventava. Uma tarde, estacionei ilegalmente o Sinca-Chambord na calçada do
jornal.Ele estava com o papel na máquina e provisoriamente sem assunto. Inventou
que eu descia de um reluzente RollsRoyce com uma loura suspeita, mas equivalente à
suntuosidade do carro. Um guarda nos deteve, eu tentei subornar a autoridade com
dinheiro, o guarda não aceitou o dinheiro, preferiu a loura. Eu fiquei sem a multa e sem
a mulher. Nelson não ficou sem assunto.
CONY, C. H. Folha de S. Paulo. 2 jan. 1998 (adaptado).

O autor lançou mão de recursos linguísticos que o auxiliaram na retomada de


informações dadas sem repetir textualmente uma referência. Esses recursos
pertencem ao uso da língua e ganham sentido nas práticas de linguagem. É o que
acontece com os usos do pronome ―ele‖ destacados no texto. Com essa estratégia, o
autor conseguiu

A) referir-se a Rubem Braga e a Nelson Rodrigues usando igual recurso de


articulação textual.
B) confundir o leitor, que fica sem saber quando o texto se refere a um ou a outro
cronista.
C) produzir um texto obscuro, cujas ambiguidades impedem a compreensão do leitor.
D) comparar Rubem Braga com Nelson Rodrigues, dando preferência ao primeiro.
E) sugerir que os dois autores escrevem crônicas sobre assuntos semelhantes.

Questão 02

Eu e Mim
No espelho não é eu, sou mim.
Não conheço mim, mas sei quem é eu, sei sim.
Eu é cara-metade, mim sou inteira.
Quando mim nasceu, eu chorou, chorou.
Eu e mim se dividem numa só certeza.
Alguém dentro de mim é mais eu do que eu mesma.
Eu amo mim Mim ama eu
(Rita Lee)

Na composição musical, há um interessante jogo entre os pronomes ―eu‖ e ―mim‖, que


vai além dos aspectos gramaticais de tais palavras: os usos dos elementos
pronominais engendra a instigante mensagem semântica da música. Com relação à
utilização estritamente gramatical das palavras ―eu‖ e ―mim‖, no contexto de uso de
linguagem normativa da língua, são comuns as dúvidas relativas ao adequado uso
desses pronomes. Assinale a alternativa em que o pronome foi utilizado de acordo
com o português padrão

A) Falaram sobre eu na reunião?


B) Deixe eu fazer o que é correto.
C) Nada mais existe entre eu e você.
D) Para mim esse conceito não é relevante.
E) Permita-me que eu fale sobre eu e você.

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Questão 03
Anotações
Explicitando-se os complementos dos verbos em ―Eu cuido, eu respeito.‖, obtém-se,
em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa:

A) Eu cuido dela, eu lhe respeito.


B) Eu cuido dela, eu a respeito.
C) Eu a cuido, eu respeito-lhe.
D) Eu lhe cuido e respeito.
E) Eu cuido e respeito-a.

Questão 04

Considerando-se a situação de comunicação entre Garfield e seu dono, a frase, em


linguagem coloquial, que preenche o balão do último quadrinho é:

A) Saboreá-lo-ei muito bem?


B) Tenho de saboreá-lo bem?
C) Eu tenho de saborear bem ele?
D) Devo saborear a ele muito bem?
E) Convém que eu o saboreie bem?

Questão 05

Há, nessa música, uma construção gramatical chamada de mesóclise – ―dar-te-ei‖ – de


pouco uso na linguagem escrita e quase extinto o uso na falada. Essa construção,
chamada de colocação pronominal, é uma das três posições possíveis – de acordo
com a gramática normativa.

Baseando-se no que foi apresentado, assinale a alternativa que apresenta uma


relação correta – de acordo com a gramática normativa – entre colocação pronominal
e o seu uso na frase.

A) Próclise – ―Faça-me o favor de não atrasar para nosso encontro!‖


B) Mesóclise – ―A música? Cantá-la-rei quando souber a letra.‖
C) Ênclise – ―Não te darei discos, não, eles repetem.‖
D) Ênclise – ―Importava-se com o sucesso da prova.‖
E) Mesóclise – ―Algu m me procurou?‖

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