Teste1 0203

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8



1–3 

Álgebra Linear e Geometria Analı́tica


Departamento de Matemática FCT–UNL
Primeiro Teste – 20 de Novembro de 2002

Teste A 
Parte I

   
" 1 −1
# 1 2
2 1 0 2  2 5
   
1. Considere as matrizes reais A = , B= e C= .
−3 −2 3 0  0 1

1 4 2 4
Indique qual das afirmações seguintes é FALSA:

A É possı́vel calcular as matrizes BA + C e AB T + C T .


B A2 = I2 .
 
4 −7
9 4 
 
C CAT =  .
1 −2 
8 −14

D A matriz A é invertı́vel.

 
a b c
2. Seja A = d e f  ∈ M3 (C), tal que det A = k, com k 6= 0. Seja B ∈ M3 (C), tal que det B = `.
g h i
Indique qual das afirmações seguintes é FALSA:

A A é invertı́vel e det (A−1 B T ) = k` .


B det (3AB) = 27k`.
 
a d+g g
C det  b e + h h = k.
 
c f +i i
 
c −b a
D det f −e d 6= k.
 
i −h g

3. Sejam A ∈ M3 (C), B a matriz que se obtém de A trocando as linhas 1 e 3 e C a matriz que se obtém de B
adicionando à linha 2 a linha 3 multiplicada por 5.
Indique qual das afirmações seguintes é VERDADEIRA:
     
0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1
A C = 0 1 0 0 1 0 A. C C = 0 1 5 0 1 0 A.
     
1 0 0 0 5 1 0 0 1 1 0 0
     
0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1
B C = 0 1 0 0 1 5 A. D C = 0 1 0 0 1 0 A.
     
1 0 0 0 0 1 0 5 1 1 0 0

Continua no verso desta folha 

2–3 

4. Considere

F = {(x, y, z) ∈ R3 : y = 0} e G = {(x, y, z) ∈ R3 : yz = 0}.

Indique qual das afirmações seguintes é FALSA:

A F é um subespaço vectorial de R3 .
B F ⊆ G.
C O vector (3, 2, 0) pertence a F ∪ G.
D G é um subespaço vectorial de R3 .

5. Seja AX = B um sistema de equações lineares, representado na forma matricial, com A ∈ Mp×n (C) e
com B ∈ Mp×1 (C). Considere que A está em forma de escada.
Indique qual das afirmações seguintes é FALSA:

A Se A tem uma linha nula e a linha p de B é não nula, então o sistema é impossı́vel.
B Se A é quadrada e não tem linhas nulas, então o sistema é possı́vel e determinado.
C Se o número de linhas não nulas de A é inferior a n, então o sistema ou é impossı́vel ou é indetermi-
nado.
D Se A está em forma de escada reduzida e é quadrada, com todas as linhas não nulas, então A 6= In .

[Cotação]

[2.5] 6. Considere a matriz

 
0 1 0 0
 
1 2 −3 0
 ∈ M4 (R).
C=

−1 −2 1 0

0 0 0 3

(a) Utilizando unicamente transformações elementares nas linhas, obtenha a partir de C uma matriz em
forma de escada.
(b) Indique, justificando, a caracterı́stica da matriz C.
(c) Utilizando a alı́nea anterior, justifique se C é invertı́vel.

3–3 

Álgebra Linear e Geometria Analı́tica


Departamento de Matemática FCT–UNL
Primeiro Teste – 20 de Novembro de 2002

Teste A 
Parte II

[Cotação]

[2.5] 7. Considere a matriz

 
x r 0
 ∈ M3 (R).
 
A=
w s y
0 z 0

(a) Calcule o determinante da matriz A, por desenvolvimento segundo uma linha ou uma coluna à sua
escolha.
(b) Justifique que se xyz 6= 0, então A é invertı́vel e, nessas condições, determine A−1 a partir da matriz
adjunta de A.

[3.0] 8. Para cada α ∈ R e cada β ∈ R, considere o sistema de equações lineares de coeficientes reais nas incógnitas
x, y, z e w:


 x + 2z − 2w = 0


y + z + αw = 1 .

 2x + y + (α + 4)z − 3w = β + 1

(a) Discuta o sistema anterior em função de α e β.


(b) Para os casos em que o sistema é possı́vel, indique o conjunto das soluções do sistema.

[1.5] 9. Sejam A, B ∈ Mn (C). Represente-se por [A, B] a matriz

AB − BA.

Justifique que [A, B + C] = [A, B] + [A, C].

[3.0] 10. Seja A ∈ Mn (C) uma matriz ortogonal, isto é, uma matriz tal que

AAT = In .

Mostre que:

(a) det A ∈ {−1, 1}.


(b) A é invertı́vel e que A−1 é ortogonal.
(c) Se B ∈ Mn (C) é ortogonal, então AB é ortogonal.

Fim 

1–5 

Álgebra Linear e Geometria Analı́tica


Departamento de Matemática FCT–UNL
Primeiro Teste – 20 de Novembro de 2002

Teste A 
Uma resolução

1. C.

2. D.

3. C.

4. D.

5. D

6. (a) Uma forma de obter a partir da matriz C uma matriz em forma de escada, utilizando unicamente
transformações elementares nas linhas, é a seguinte:

     
0 1 0 0 1 2 −3 0 1 2 −3 0
     
1 2 −3 0− − −−→ 0 1 0 0 −−−−−−−→ 0 1 0
  0

−1 −2 1 `1 ↔ `2  `3 → `1 + `3   (matriz em f.e.).
0 −1 −2 1 0 0 0 −2 0
 
  
0 0 0 3 0 0 0 3 0 0 0 3
 1 2 −3 0 
(b) Pela alı́nea anterior, a matriz em forma de escada 00 10 −2 0 0
0 foi obtida a partir da matriz C por
00 0 3
transformações elementares nas linhas. Nestas condições, sabe-se que a caracterı́stica da matriz C é
igual ao número de linhas não nulas desta matriz em forma de escada. Logo r(C) = 4.
(c) A matriz quadrada C é invertı́vel se, e só se,

r(C) = ordem da matriz C = 4.

Como, pela alı́nea anterior, r(C) = 4, segue-se que C é uma matriz invertı́vel.

7. (a) Cálculo do determinante da matriz A, por desenvolvimento segundo a 3a coluna:

x r
det A = y × (−1)2+3 = −y(xz − 0) = −xyz.
0 z

(b) A matriz quadrada A é invertı́vel se, e só se, det A 6= 0. Logo, pela alı́nea anterior, a matriz A é invertı́vel
se, e só se,

det A = −xyz 6= 0 ⇐⇒ xyz 6= 0.

Na hipótese de A ser invertı́vel (isto é, de xyz 6= 0), tem-se que



2–5 

 T
s y w y w s
 − 
 z 0 0 0 z 0
   T
 
  −yz 0 wz
1  r 0 x 0 x r 1
A−1 1
 
= det A adj A = − − −  =−  0 0 −xz 

xyz  z 0 0 0 0 z xyz  



 ry −xy xs − rw
 
 r 0 x 0 x r 
 − 
s y w y w s

   
1 r
−yz 0 ry x 0 − xz
1   
1

=−  0 0 −xy  = 0
 0 z
.
xyz  
w 1 rw−xs
wz −xz xs − rw − xy y xyz

8. (a) Comecemos por condensar a matriz ampliada do sistema, utilizando unicamente transformações
elementares nas linhas:

   
1 0 2 −2 0 1 0 2 −2 0
 −−−−−−−−→  
 0 1 1 α 1
`3 → −2`1 + `3  0 1 1 α 1 
   
2 1 α + 4 −3 β+1 0 1 α 1 β+1

 
1 0 2 −2 0
−−−−−−−−→  
`3 → −`2 + `3  0
 1 1 α  (?).
1 
0 0 α−1 1−α β

Discussão do sistema:

• Se α 6= 1 e β ∈ R tem-se, tendo em conta a matriz (?), que

r(matriz simples) = 3 = r(matriz ampliada) < 4 = número de incógnitas.

Logo, neste caso, o sistema é possı́vel indeterminado com grau de indeterminação

1 = número de incógnitas − r(matriz simples/matriz ampliada) = 4 − 3.

• Admita-se agora que α = 1. Então, neste caso, a matriz (?) tem a forma
 
1 0 2 −2 0
 
 ()
 0 1 1 1 1 

0 0 0 0 β
e, portanto, duas situações podem acontecer:
– Se α = 1 e β = 0, a matriz () tem a forma
 
1 0 2 −2 0
 
.
 0 1 1 1 1 

0 0 0 0 0
Assim, tendo em conta esta última matriz, tem-se que

3–5 

r(matriz simples) = 2 = r(matriz ampliada) < 4 = número de incógnitas.

Donde, neste caso, o sistema é possı́vel indeterminado com grau de indeterminação

2 = número de incógnitas − r(matriz simples/matriz ampliada) = 4 − 2.

– Se α = 1 e β 6= 0, tem-se, tendo em conta a matriz (), que

r(matriz simples) = 2 < 3 = r(matriz ampliada).

Donde, neste caso, o sistema é impossı́vel.





Se α 6= 1 e β ∈ R, o sistema é possı́vel indeterminado com grau de indeterminação 1;

Conclusão: Se α = 1 e β = 0, o sistema é possı́vel indeterminado com grau de indeterminação 2;



Se α = 1 e β 6= 0, o sistema é impossı́vel.

(b) Pela alı́nea anterior, o sistema é possı́vel apenas nos seguintes casos:

(α 6= 1 e β ∈ R) e (α = 1 e β = 0).

Vamos então determinar o conjunto das soluções do sistema para estes dois casos:

• Caso em que α 6= 1 e β ∈R: Vamos começar por obter uma matriz em forma de escada reduzida
a partir da matriz (?):

   
1 0 2 −2 0 1 0 2 −2 0
 −−−−−−→  
 0 1 1 α 1 
`3 → α−1 `3  0 1 1 α 1
1  
 
β
0 0 α−1 1−α β 0 0 1 −1 α−1

 
−2β
−−−−−−−−−−→  1 0 0 0 α−1
`1 → −2`3 + `1  α−β−1

.
`2 → −`3 + `2  0 1 0 α+1 α−1 
β
0 0 1 −1 α−1

Então, neste caso, o conjunto das soluções do sistema é o conjunto

n  o
−2β α−β−1 β
α−1 , α−1 − (α + 1)w, α−1 + w, w : w ∈ R .

• Caso em que α = 1 e β = 0: Nesta situação, a matriz () tem a forma


 
1 0 2 −2 0
 
.
 0 1 1 1 1 

0 0 0 0 0
Como esta matriz está em forma de escada reduzida, resulta que, neste caso, o conjunto das soluções
do sistema é o conjunto

{(−2z + 2w, 1 − z − w, z, w) : z, w ∈ R} .

4–5 

9. Tem-se que

[A, B + C] = A(B + C) − (B + C)A (1)

= (AB + AC) − (BA + CA) (2)

= AB + AC − BA − CA (3)

= (AB − BA) + (AC − CA) (4)

= [A, B] + [A, C]. (5)

 
Justificação: (1), (5) Por definição de [−, −];
(2) Propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição (em Mn (C));
 
 
 

 (3) Propriedade associativa da adição e o simétrico da soma é a soma dos simétricos 

(em Mn (C));
 
 
(4) Propriedade associativa e comutativa da adição (em Mn (C)).

10. (a) Tem-se que

1 = |In | = |AAT | (1)

= |A| |AT | (2)

= |A| |A| (3)

= |A|2 .

 
Justificação: (1) |In | = 1 e, por hipótese, In = AAT ;
 

 (2) O determinante do produto de matrizes quadradas é o produto dos determinantes 


 dessas matrizes; 

(3) O determinante da transposta de uma matriz é o determinante dessa matriz;

De |A|2 = 1 conclui-se que |A| = 1 ou |A| = −1, ou seja |A| ∈ {−1, 1}.
(b) A matriz A é invertı́vel se, e só se, |A| =
6 0. Logo, pela alı́nea anterior, A é uma matriz invertı́vel. Sendo
A uma matriz invertı́vel, resulta da igualdade AAT = In que A−1 = AT . Em particular, AT A = In .
Assim,

A−1 (A−1 )T = AT (AT )T (1)

= AT A (2)

= In . (3)

 
Justificação: (1) A−1 = AT ;
 

 (2) A transposta da transposta de uma matriz é essa própria matriz; 

(3) AT A = In .

Logo A−1 é uma matriz ortogonal.


(c) Admita-se que B ∈ Mn (C) é ortogonal. Tem-se que

(AB)(AB)T = (AB)(B T AT ) (1)


T T
= A(BB )A (2)

= AIn AT (3)

= AAT (4)

= In . (5)

5–5 

 
Justificação: (1) A transposta do produto de matrizes é o produto das transpostas dessas

 matrizes, por ordem contrária; 

(2) Propriedade associativa da multiplicação (em Mn (C));
 
 
 
T
(3) Por hipótese B é ortogonal, isto é BB = In ;
 
 
 

 (4) In é elemento neutro para a multiplicação (em Mn (C)); 

(5) Por hipótese A é ortogonal, isto é AAT = In .

Donde AB é uma matriz ortogonal.

Você também pode gostar