Cap.

7: Maquinas Hidráulicas

Máquina hidráulica é uma máquina através da qual escoa agua, com finalidade de
trocar energia hidráulica do escoamento em energia mecânica, fornecida ou cedida por
outra máquina. O escoamento flui continuamente e opera transformações do tipo:
Emecânica ⇔ Ecinética ⇔ Epressão
As máquinas hidráulicas trabalham com fluido incompressível dentro da faixa
normal de pressão. Ex.: água ou óleos.
Classificação geral:
As máquinas hidráulicas podem ser:
Bomba Hidráulica: maquina hidráulica motriz que recebe energia de outra maquia
(ex.: motor).
Maquina hidráulica motriz ou turbina: maquina hidráulica que fornece energia
mecânica para ser transformada em energia eléctrica.
Classificação das máquinas hidráulicas quanto ao escoamento

Bomba Hidráulica
É uma máquina que transfere energia ao fluido com a finalidade de transporta-lo
de um ponto a outro. Recebe energia de uma fonte motora qualquer e cede parte dessa
energia ao fluido sob forma de energia de pressão, energia cinética ou ambas. Isso
significa que ela aumenta a pressão e a velocidade do líquido.
A relação entre a energia cedida pela bomba ao líquido e a energia que foi recebida
da fonte motora determina o rendimento da bomba. Esse dado e muito importante para a
escolha de uma bomba, quando se trata de conservação de energia.
Classificação dos Tipos Principais de Bombas

8.1. Bombas Hidrostáticas e Hidrodinâmicas;

8.2. Descrição e princípios de funcionamento;

8.3. Alturas de Elevação;
8.4. Diâmetro das tubulações de sistemas de bombeamento de Líquidos;
O perfeito serviço de uma bomba depende das dimensões e da correcta disposição
da tubulação a ser utilizada. E por meio dela que circulara o fluido que a bomba esta
ajudando a movimentar.
O trabalho da bomba seria fácil se todos os tubos fossem rectos, sem curvas,
subidas, válvulas ou registros. A tubulação, porem, não e assim. Ela sobe e desce, tem
curvas e acessórios, de acordo com a necessidade do projecto hidráulico. Por isso, além
do critério económico, deve-se considerar o tipo de fluido a ser transportado, a distância
entre a bomba e o destino do fluido, a altura das subidas, a altura da sucção da bomba, a
vazão do fluido, e a quantidade de acessórios hidráulicos utilizados.
Todos esses dados tem que ser pensados porque precisamos deles para calcular a
perda de carga e determinar qual a bomba que melhor atende as exigências do projecto
hidráulico.

Figura 1: instalação de bombeamento e seus acessórios

Dimensionamento da tubulação
A mecanica dos fluidos indica que quanto maior a velocidade de um fluido dentro
de uma tubulação, maior também será a perda de carga desse fluido. Dessa forma, pode-
se concluir que, para diminuir a perda de carga, basta diminuir a velocidade do fluido.
Para obter uma velocidade menor no deslocamento do fluido, deve-se utilizar tubulações
de maior diâmetro para manter a mesma vazão volumétrica (Q).
 A relação entre a vazão e a velocidade do fluido no interior da tubulação pode ser
escrita como:
𝑄 = 𝑣⃗ . 𝐴
Onde:
𝑄 (𝑚3 /𝑠) É a vazão volumétrica.
𝑣⃗ (𝑚/𝑠) é a velocidade do fluido dentro da tubulação.
𝐴 (𝑚2 ) é a área interna do tubo.

Perdas de carga em tubulações

A perda de carga é uma perda de energia do sistema hidráulico, o que
consequentemente acarretara num consumo maior de energia eléctrica durante o
funcionamento da bomba. O diâmetro da tubulação de agua de uma instalação hidráulica
possui uma relação com a vazão de agua que ele pode transportar, a qual (a vazão) gerara
uma velocidade de agua dentro da tubulação e que essa velocidade causa a perda de carga.
Perda de carga é a denominação dada a perda de pressão que ocorre dentro de uma
tubulação quando um fluido se desloca no seu interior. Isso acontece porque sempre que
um fluido se desloca no interior de uma tubulação ocorre uma turbulência e um atrito
desse fluido com as paredes internas desta tubulação, ocorrendo uma perda de pressão.
Existe o escoamento laminar e o escoamento turbulento. No escoamento laminar não há
turbulência ou seja o fluido é transportado em linhas paralelas sem nenhuma alteração.
Regime turbulento é o movimento desordenado das partículas do fluido no interior
da tubulação. Quanto maior for a velocidade de deslocamento do fluido na tubulação,
maior será a turbulência e quanto maior for a turbulência, maior será a perda de carga,
com a consequente perda energética.
A perda de carga: corresponde a uma resistência a passagem do fluxo do fluido
dentro da tubulação. Essa resistência diminui a altura em que o fluido bombeado pode ser
elevado, com consequente aumento de potência consumida, já que a perda de carga
provoca um aumento de consumo de energia eléctrica.
Cálculo da Perda de Carga
A perda de pressão ou perda de carga (ΔP) provocada pelo atrito do fluido no
interior de um tubo cilíndrico, será calculada com o auxílio da equação de Darcy-
Weissbach, também conhecida como equação universal da perda de carga.
𝐿 𝑉2
∆𝑃 = 𝑓 ∙ ∙
𝐷𝑙 2 ∙ 𝑔
Onde:
∆𝑃 é a perda de pressao (m);
f é o factor de fricção (dado em tabelas especificas;
L é o comprimento da tubulação (m);
𝐷𝑙 é o diâmetro interno da tubulação (m);
g é a aceleração de gravidade ( 9,8 m/s2)
Factor de Fricção
O factor de fricção e o primeiro dado a ser obtido para o cálculo da perda de carga.
E também conhecido como coeficiente de perda de carga distribuída, ou, ainda, como
factor de fricção de Moody. Esse factor e obtido em função da viscosidade e da velocidade
do fluido no interior da tubulação, do diâmetro e tipo de material de construção da tabela
como consta nas Tabelas de Valores de coeficiente de atrito f para tubos conduzindo água.
As tabelas dos Valores de coeficiente de atrito (f) para tubos conduzindo água são
referentes a valores de factor de fricção (f) de tubos de aço forjado, aço galvanizado, cobre
e PVC, conduzindo água, em tubos de diferentes diâmetros e velocidades de
deslocamento da água no tubo.
Comprimento da Tubulação
Assim como o factor de fricção, esse também é um dado de tabela que pode ser
obtido nas tabelas Comprimento equivalente de válvulas e conexões para tubo de aço e
Comprimento equivalente de válvulas e conexões para tubo de cobre.
Exemplo 1: tubulação de uma curva de raio pequeno

O trecho que o tubo apresenta um tubo de cobre de ½ polegada, com trechos rectos
de 5m e 2m, interligados por uma curva de raio pequeno. Para saber qual é o comprimento
equivalente desta instalação basta saber quantos metros a curva de raio pequeno tem.
Na tabela de comprimento equivalente mostrada anteriormente, para um tubo de
½ polegada de raio pequeno, o comprimento equivalente e de 1,4 metros. Isso significa
que essa curva gerara uma perda de carga como se ela fosse um tubo recto de 1,4 metros.
Assim, o comprimento equivalente desta tubulação e de 8,4 metros, pois 5 m +
1,4 m + 2 m = 8,4 m.
Para facilitar o cálculo, quando se tratar de instalações com muitas curvas e
diversos trechos rectos, pode-se montar uma tabela para qualquer instalação. Nesse caso,
foi criada essa tabela para o exemplo ilustrado na figura que mostra a tubulação com uma
curva de raio pequeno.

Comprimento Equivalente (Tubulação de Aço)

Em tubulações de água de grandes instalações hidráulicas, normalmente são
utilizados tubos de aço. Os valores comprimentos equivalentes de diversas singularidades
podem ser obtidos na Tabela Comprimento equivalente de válvulas e conexões para tubo
de aço.
 EXERCICIOS
1. Cálculo do comprimento equivalente de uma instalacao hidráulica de um sistema
aberto. Conforme o esquema s seguir, no qual a tubulação devera transportar uma
vazão de agua de Q = 30m3/h e elevar a agua a uma altura de 5,5m. Determine o
diâmetro da tubulação.
Para uma vazão de 30m3/h, é necessário um tubo de diâmetro nominal (DN) de 3” (três
polegadas).
Na tabela Parâmetros máxima para circulação de água, pode-se constatar que a
vazão máxima para um tubo de 3” é de 36 m3/h. Para que a velocidade no interior do tubo
não se torne muito elevada e como consequência ocorra uma maior perda de carga, o tubo
não devera ter uma vazão maior daquela estabelecida para ele na citada tabela.
Passo 2: determinar o comprimento equivalente da tubulacao.
Com auxílio da tabela de singularidades para tubos de aço são encontrados os seguintes
valores, para instalação de tubo que utiliza DN=3”

Após colocar os dados em uma tabela, será obtido o comprimento equivalente total
Portanto, o comprimento equivalente da instalação é 43,9m.

Exemplo 3: cálculo de perda de carga

Calcular a perda de carga da instalação hidráulica de um sistema aberto, construído com
tubos de aço galvanizado novo de 3”que transporta uma vazão de água de 30m3/h

Passo 1: Uma hora (1 h) e igual a 3.600 segundos, para transformar a vazão de m3/h para
m3/s, basta fazer uma divisão por esse valor, ou seja, 30 m3/h ÷ 3600 = 0,00833 m3/s.
Q = 30 m3/h = 0,00833 m3/s
Passo 2: determinar a área interna da tubulacao de DN=3”
Para tubo de 3” temos:
A1= 4797 mm2
Dl = 77,93 mm
A tabela apresenta a área interna do tubo de aço em mm2 (milímetro quadrado),
contudo nossos cálculos devem ser feitos em m2 (metro quadrado). Para transformar
devemos dividir por 1.000.000, ou seja, 4796 mm2 ÷ 1.000.000 = 0,004796 m2.
O diâmetro do tubo também deve estar em m (metros). Para transformar, devemos
dividir por 1.000, ou seja, 77,96 mm ÷ 1.000 = 0,07796 m.
A1= 0,004797 mm2
Dl = 0,07793 mm

Passo 3: calcular a velocidade de água dentro da tubulação (𝑣⃗), usa-se a igualdade:

3
𝑄 0,00833 𝑚 ⁄𝑠
𝑣⃗ = = = 1,73 𝑚/𝑠
𝐴 0,004796 𝑚2
Dados
A1= 0,004797 mm2
Q = 30 m3/h = 0,00833 m3/s
Passo 4: Determinar o factor de fricção (f)
O factor de fricção ou coeficiente de perda de carga distribuída (f), para tubo de
⃗⃗ = 1,73 m/s pode ser obtido
aço galvanizado novo com DN = 3”, para uma velocidade 𝑉
na tabela resumida, a seguir, que e mostrada por inteiro na Tabela - Valores de coeficiente
de atrito (f) para tubos conduzindo água a 25ºC.
O factor de fricção é necessário para a equação da perda de carga (ΔP), pois serve
para relacionar a viscosidade e a velocidade do fluido no interior da tubulação, do
diâmetro e tipo de material de construção do tubo.

⃗⃗ = 1,73 𝑚/𝑠 Não é encontrado na tabela, por arredondamento utilizaremos 𝑉

Como 𝑉 ⃗⃗ =
2,0 𝑚/𝑠.
Factor de fricção = 0,025
Passo 5: calcular a perda de carga ∆𝑃.
Utilizando-se a expressão da equação universal de perda de carga, temos
𝐿 𝑉2 43,9 (1,73)2
∆𝑃 = 𝑓 ∙ ∙ = 0,025 ∙ = 2,15 𝑚
𝐷𝑙 2 ∙ 𝑔 0,07793 2 ∙ 9,8
Conclusão
A bomba, alem da vazão necessária de Q = 30m3/h e elevar a agua uma altura H=
5,5 metros, devera, também necessitar de um acréscimo de energia, para vencer a perda
de carga de 2,15 metros. Isso tem como consequência a necessidade de um acréscimo de
energia hidráulica suficiente para vencer esta perda de carga, mais a altura a que a água
devera ser elevada. Assim há necessidade de uma maior potência de bombeamento, com
consequente aumento de consumo de energia.
Uma instalação hidráulica, sempre que possível, devera ser projectada com o
menor número de singularidades e com baixa velocidade do fluido no interior da
tubulação, segundo valores que constam na tabela Parâmetros máximos para selecção
da tubulação de água. Essas recomendações são necessárias para diminuir a perda de
carga (ΔP), pois essa perda representa um aumento de energia a ser despendida pela
bomba em sua potência de bombeamento e, portanto, uma perda energética.
Resumindo:
A velocidade da água dentro da tubulação, de um determinado diâmetro, sempre
ira gerar uma perda de carga (ΔP).
 A perda de carga e uma perda de energia causada pelo atrito e turbulência do fluido
se movimentando dentro da tubulação hidráulica.
Para a bomba movimentar o fluido e eleva-lo até uma altura desejada (H), conhecida
como altura manométrica, ela deve compensar a perda de energia com o aumento de sua
potência de funcionamento.
Para se obter economia com o consumo de energia em uma instalação hidráulica,
e necessário garantir uma pequena perda de carga e, para isso, a velocidade de
deslocamento da água tem que ser pequena. Assim, as tubulações devem ser
dimensionadas com esse objectivo, sempre dentro das recomendações contidas na norma.
A velocidade maior causa maior perda de carga. Uma maior perda de carga
significa aumentar a potência da bomba e isso representara um maior consumo de energia.