5 - Política Nacional Do Meio Ambiente

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23/10/2021 12:20 Política Nacional do Meio Ambiente

Política Nacional do Meio Ambiente


direito ambiental

1. Introdução
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) foi instituída pela Lei nº 6.938, de 31 de
agosto de 1981, que dispõe sobre os seus fins, sobre os mecanismos de formulação e de aplicação
das diretrizes em relação às políticas de proteção ambiental. A Lei da PNMA, mesmo antecedendo a
Constituição Federal de 1988, tem previsão no artigo 225 da nossa Carta Magna, quando esta
estabelece a obrigatoriedade da adoção de instrumentos e mecanismos de proteção ambiental pelo
Poder Público.

A PNMA é considerada um marco legislativo no trato das questões ambientais no Brasil, pois
definiu expressamente, além do conceito de meio ambiente, conceitos como degradação ambiental,
poluição e poluidor.

Sua importância também é verificada quando estrutura o chamado SISNAMA – Sistema Nacional
de Meio Ambiente, contemplando os órgãos ambientais, nas esferas federal, estadual e municipal,
como o Órgão Superior, o CONAMA (Órgão Consultivo do Presidente da República), o Ministério
de Meio Ambiente, o IBAMA (Órgão Executor), as Secretarias Estaduais (Órgãos Seccionais) e as
Secretarias Municipais (Órgãos Locais).

Vamos então conhecer a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, seus princípios, objetivos
e instrumentos de efetivação ambiental.

2. Aspectos Gerais da Política Nacional do


Meio Ambiente
A política nacional do meio ambiente (PNMA), constante da Lei nº 6.938/81, é de extrema
importância para a sistemática e regularização do aspecto metodológico do direito ambiental, pois,
no seu artigo 3º, apresenta as definições jurídicas quanto aos termos meio ambiente, degradação
ambiental, poluição, poluidor e recursos ambientais, como veremos a seguir:

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Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,


química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio


ambiente;

III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou


indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou


indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;

V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os


estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a
flora.

(BRASIL, 1981)

A necessidade da criação de um instrumento normativo que tratasse da implementação de políticas


de proteção dos bens ambientais deu-se sob duas frentes. Primeiro, em razão da carência de
diretrizes que servissem para orientar as ações, normas e/ou projetos promovidos pela
Administração Pública, por meio da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
destinados a restauração e verificação da qualidade do meio ambiente.

A Poluição do Rio Pinheiros/São Paulo e a Ausência de Intervenção Pública.

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Em segundo plano, pela necessidade de se institucionalizar a preservação ambiental, mesmo diante


das atividades econômicas potencialmente poluidoras, utilizando, para tanto, a criação dos
seguintes mecanismos de efetivação: áreas de proteção ambiental, estabelecimento de normas para
uso de recursos ambientais; desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias sustentáveis em relação
aos recursos ambientais; divulgação de informações quanto às realidades ambientais do país,
fomentando-se a educação ambiental e, por fim, atuação preventiva e repressiva quanto às
obrigações e responsabilidades pelos danos diretos e indiretos ao meio ambiente.

O Brasil conta, atualmente, com aproximadamente 730 áreas de conservação ambiental, dentre
Estações Ecológicas; Reservas Biológicas; Parques Nacionais; Monumentos Naturais; Refúgios de
Vida Silvestre e Áreas de Proteção Ambiental.

Para isso, foi instituído o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, composto de órgãos
consultivos e executivos, tanto para atuar com políticas de melhoria ao meio ambiente, quanto para
proteção ambiental nos casos de danos potenciais. Vamos aqui estruturar esses órgãos: (I)
Conselho de Governo; (II) Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA; (III) Ministério do
Meio Ambiente; (IV) IBAMA e o ICMBio; (V) Secretarias Estaduais e Municipais de Meio
Ambiente.

O Conselho de Governo, como Órgão Superior, cuida da assessoria do Presidente da República na


formulação da política nacional para o meio ambiente. É integrado pelos Ministros de Estado,
sendo presidido, em cada reunião, por um deles designado pelo Presidente da República
especialmente para esse fim.

O CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente, presidido pelo Secretário do Meio Ambiente, é
um órgão consultivo e deliberativo, cuja principal função é propor ao Conselho de Governo
diretrizes para políticas públicas direcionadas ao meio ambiente e aos recursos naturais.

Você sabia que o CONAMA agenda suas reuniões a cada 3 meses? Reuniões extraordinárias podem
acontecer, inclusive fora do Distrito Federal, por iniciativa do seu Presidente ou a requerimento de
pelo menos 2/3 dos seus membros.

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O Ministério do Meio Ambiente ou Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República,


designado como Órgão Central, cuida da coordenação, controle e planejamento acerca das
diretrizes do Governo que tenham sido fixadas em prol do meio ambiente.

Como Órgãos Executores federais, dessas diretrizes e da atuação repressiva no tocante aos danos
ambientais, temos o IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis, e o ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

O IBAMA, instituído pela Lei nº 7.735/89, é uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio
Ambiente, cuja finalidade, entre outras, é a de controlar e fiscalizar o uso dos recursos naturais,
concedendo (ou não) licenças ambientais para empreendimentos poluidores de sua competência,
cuja descrição está contida na Resolução 237/97, artigo 4º, do CONAMA:

Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis - IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental, a que se refere
o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de empreendimentos e atividades com
significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, a saber:

I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar


territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou
em unidades de conservação do domínio da União.

II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;

III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um


ou mais Estados;

IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor


material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas
formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN;

V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação específica.

(BRASIL, 1997)

O processo de licenciamento ambiental, de responsabilidade do IBAMA, conta com as seguintes


fases: (I) Licença Prévia; (II) Licença de Instalação e (III) Licença de Operação.

As licenças ambientais estão descritas no artigo 8º da Resolução 237/97, nos seguintes termos:

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Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes


licenças:

I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento


ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de
sua implementação;

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de


acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados,
incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem
motivo determinante;

III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após


a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente,


de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.

(BRASIL, 1997)

No entanto, podem ser autorizados procedimentos simplificados quando se tratar de


empreendimentos de pequeno impacto ambiental. E, ainda, o IBAMA como órgão responsável por
proceder ao licenciamento ambiental, em casos de atividade cujo impacto ambiental seja regional,
poderá delegar a competência aos Estados, uniformizando as exigências quando necessário.

Já o Instituto Chico Mendes é uma autarquia, também vinculada ao Ministério do Meio Ambiente,
criada pela Lei nº 11.516/07, que cuida das áreas federais designadas como Unidades de
Conservação Ambiental. Tem por finalidade fomentar e executar programas de pesquisa, criando
normas e padrões de gestão, como também aplicando penalidades e determinando a recuperação
das áreas degradadas nessas unidades de conservação.

Existe a possibilidade de Compensação Ambiental?


Sim! Esse instituto foi criado conforme o artigo 36 da Lei nº 9.985 de 2000, que institui o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e, conforme o Instituto Chico Mendes,
“obriga o empreendedor a ofertar à coletividade o benefício correlato ao dano legitimamente
admitido pelos impactos ambientais não mitigáveis de empreendimentos considerados de
significativo impacto”. Saiba mais, acessando o site do ICMBio, disponível em:
<https://www.icmbio.gov.br/portal/compensacaoambiental>.

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Por fim, nos âmbitos estadual e municipal, o SISNAMA conta com as Secretarias Estaduais (Órgãos
Seccionais) e as Secretarias Municipais (Órgãos Locais) de Meio Ambiente, responsáveis pela
execução das políticas protetivas e pela fiscalização de atividades lesivas, no tocante aos bens
ambientais regionais e locais, respectivamente.

3. Princípios da Política Nacional do Meio


Ambiente
Os princípios gerais da tutela ambiental foram construídos, principalmente, com a ECO 1992,
promovida na cidade do Rio de Janeiro, pela ONU. Todavia a PNMA trouxe em seu texto legal
princípios específicos visando à efetivação de uma política nacional para o meio ambiente.

Paulo Affonso Leme Machado (2017, p. 669-670) explica a importância da especificação legal dos
princípios, como ponto norteador de ações públicas, para além das previsões gerais. Assim, alude
que o “princípio deve levar a retribuições ou compensações econômicas quando a sociedade e o
Poder Público estejam em condições de fazê-lo, mediante legislação específica”.

Para Edis Milaré (2015, p. 271), os princípios em relação à tutela ambiental fundam-se “(...) no fato
de os bens ambientais – particularmente os recursos naturais – constituírem patrimônio da
coletividade, mesmo que, em alguns casos, possa incidir sobre eles um justo título de propriedade
privada”. Isto porque os recursos naturais são de natureza global e devem ser protegidos a fim de
que as presentes e as futuras gerações consigam usufruir de tais bens da vida.

Dessa forma, como objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente podemos apontar, conforme a
descrição contida no artigo 2º da Lei, justamente a “melhoria e recuperação da qualidade ambiental
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana” (BRASIL, 1981).

Logo, em atendimento aos princípios gerais do direito ambiental e aos objetivos da PNMA, a Lei
6.938/81, no artigo 2º, elenca como princípios os seguintes tópicos:

Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente


como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o
uso coletivo;
Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

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Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;


Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos
recursos ambientais;
Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
Recuperação de áreas degradadas;
Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

Ação Governamental. Lixo Urbano. Reciclagem.

Quer elaborar um projeto na área de educação ambiental? Basta seguir o “Roteiro para Elaboração
de Projetos de Educação Ambiental”, disponibilizado em:
<http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/CBH-PARDO/10363/roteiro-proj-ea.pdf>.
Vamos lá!

Portanto, a função dos princípios no campo do direito é a de constituir padrões para uma aplicação
lógica das regras no sistema jurídico. De igual forma, isso é verificado nos princípios do direito
ambiental e, especificamente, nos dispostos pela Política Nacional de Meio Ambiente,
representando um sistema que necessita de um padrão integrativo das normas com as diretrizes
constitucionais e legais protetivas dos bens ambientais.

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4. Instrumentos da Política Nacional do Meio


Ambiente
A política nacional para o meio ambiente, além da estruturação dos órgãos ambientais, procurou
delimitar instrumentos que possam orientar tanto práticas governamentais, quanto empresariais,
relativas às atividades lesivas ou potencialmente danosas ao meio ambiente. Esses instrumentos
estão dispostos no artigo 9º da Lei 6.938/81. Vejamos:

Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;


Zoneamento ambiental;
Avaliação de impactos ambientais;
Licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
Incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia,
voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
Criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e
municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas
extrativistas;
Sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
Penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à
preservação ou correção da degradação ambiental.
Instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;
Garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder
Público a produzi-las, quando inexistentes;
Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos
recursos ambientais.
Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e
outros.

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O Brasil tem investido em mecanismos de gerenciamento e publicação de informações ambientais.


Você Sabia?
O Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA) é o mecanismo pelo qual o
Ministério do Meio Ambiente e outras entidades vinculadas utilizam para a divulgação dos dados e
informações relevantes para a sociedade.

Vamos agora demonstrar alguns dos principais enquadramentos normativos em relação aos
instrumentos pela lei elencados:

Estabelecendo padrões ambientais, as Resoluções 490 e 491 do CONAMA estabelecem (i)


exigências para o controle de emissões de gases poluentes e de ruídos para veículos automotores
pesados e (ii) sobre padrões de qualidade do ar, respectivamente.

O Zoneamento Ambiental ou Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE é um conjunto de áreas


que são especialmente protegidas em suas condições naturais. É um preceito constitucional,
constante do artigo 225 e também legal, com previsão na Lei nº10.257/01, que dispõe sobre o
Estatuto das Cidades. O Zoneamento foi regulamentado pelo Decreto n.º 4.297/2002:

Art. 2o O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na


implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões
de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e
do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a
melhoria das condições de vida da população.

Art. 3o O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dos
agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou
indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos
serviços ambientais dos ecossistemas.

Parágrafo único. O ZEE, na distribuição espacial das atividades econômicas, levará em


conta a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo
vedações, restrições e alternativas de exploração do território e determinando, quando for o
caso, inclusive a relocalização de atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais.

(BRASIL, 2002)

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Reserva Ambiental. Símbolo de Passagem proibida.

A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) está definida na Resolução CONAMA n.º 237/97, assim
como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) que foram
instituídos através da Resolução CONAMA 001/86:

Artigo 3º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo RIMA, a


serem submetidos à aprovação do IBAMA, o licenciamento de atividades que, por lei, seja de
competência federal.

Artigo 4º - Os órgãos ambientais competentes e os órgãos setoriais do SISNAMA deverão


compatibilizar os processos de licenciamento com as etapas de planejamento e implantação
das atividades modificadoras do meio Ambiente, respeitados os critérios e diretrizes
estabelecidos por esta Resolução e tendo por base a natureza o porte e as peculiaridades de
cada atividade.

Artigo 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os


princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às
seguintes diretrizes gerais:

(...)

Artigo 7º - O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe multidisciplinar


habilitada, não dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto e que será
responsável tecnicamente pelos resultados apresentados.

(BRASIL, 1986)

Já o processo de Licenciamento ambiental para instalação, ampliação e a operação de atividades


utilizadoras de recursos ambientais, está definido na Resolução CONAMA 237/97:

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Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental


competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais , consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente,


estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas
pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar
empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental.

III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais
relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou
empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como:
relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar,
diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise
preliminar de risco.

IV – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete


diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou
mais Estados.

(BRASIL, 1997)

O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (CTF/AIDA),


normatizado pela Resolução Conama nº 1/1988, é o registro obrigatório de pessoas físicas ou
jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à
indústria e ao comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. (BRASIL, 1988).

Sobre penalidades ao não cumprimento das condutas necessárias à preservação ou correção da


degradação ambiental, estas constam também da Lei 9.605/98, que dispõe sobre as sanções penais
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

Enfim, o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos
recursos ambientais (CTF/APP), conforme a Instrução Normativa do IBAMA, nº 6, de 15 de março
de 2013 (e alterações), é aquele que identifica as pessoas físicas e jurídicas e sua localização, em
razão das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais por elas
exercidas. (BRASIL, 2013).

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5. Sistema Nacional do Meio Ambiente


O SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente – foi adotado no Brasil por meio da Lei
6.938/1981, regulamentada pelo Decreto 99274/1990, representando, então, uma forma
descentralizada de gestão ambiental, distribuindo as responsabilidades pela proteção, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental entre os entes da federação, União, Estados, Municípios e DF.

O SISNAMA é composto dos seguintes órgãos ambientais:

Em relação à repartição das competências entre os entes federativos aqui tratados, no trato
protetivo ao meio ambiente, conforme Celso Antônio Pacheco Fiorillo (2009), à União caberá as
matérias de interesse nacional, aos Estados, as de interesse regional, enquanto aos Municípios
caberão as competências legislativas de interesse local.

Fica a União com a responsabilidade da fixação de pisos mínimos de proteção, de maneira que os
Estados e Municípios não poderão legislar, de forma que haja menos proteção do que fora
estipulado no âmbito da União.

Dessa maneira, em consonância com o artigo 225 da Constituição Federal de 1988, no qual o meio
ambiente é um bem de uso comum do povo e necessário para a sadia qualidade de vida, o
SISNAMA estruturou, dentre órgãos federais, estaduais e municipais, a função de coordenação e
emissão de normas; estipulação de diretrizes e políticas protetivas; a divulgação de informações e
formação de consciência ambiental; assim como fiscalização e aplicação de penalidades, no tocante
aos bens ambientais e recursos naturais.

6. Conclusão
Neste tópico, estudamos a Política Nacional de Meio Ambiente, estabelecida na Lei nº 6.938/81.
Trabalhamos nesse sentido os aspectos gerais da Política Nacional do Meio Ambiente, seus
objetivos, princípios e instrumentos de efetivação ambiental. Vimos também o Sistema Nacional do
Meio Ambiente e a estruturação dos órgãos de competência ambiental.

Assim, a Política Nacional do Meio Ambiente representou um marco legislativo no país e, mesmo
tendo sido criada anteriormente à Constituição Federal de 1988, sua importância foi tão expressiva
que a Lei possui preceitos fundamentais previstos no artigo 225 CF/88, principalmente, quanto aos
instrumentos e mecanismos de tutela ambiental.

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7. Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília,
DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>.

______. DECRETO Nº 4.297, DE 10 DE JULHO DE 2002. Regulamenta o art. 9o, inciso II, da Lei
no 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critérios para o Zoneamento Ecológico-Econômico
do Brasil - ZEE, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4297.htm>.

______. LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível
em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>.

______. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001/1986. Disponível em: <http://www.palmares.gov.br/wp-


content/uploads/2018/09/res-conama-01-1986.pdf>.

______. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 1/1988. Dispõe sobre o Cadastro Técnico Federal de


atividades e instrumentos de defesa ambiental. Disponível em:
<http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=65>.

______. RESOLUÇÃO Nº 237, DE 19 DE dezembro DE 1997. Disponível em:


<http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html>.

FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 10. ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.

ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Disponível em:


<https://www.icmbio.gov.br/portal/compensacaoambiental>.

MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros,
2017.

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MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.

Roteiro para Elaboração de Projetos de Educação Ambiental. Disponível em:


<http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/CBH-PARDO/10363/roteiro-proj-
ea.pdf>.

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