Traço de CAUQ Dosagem Marshall

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DOUGLAS RODRIGUES SEVILHA

DETERMINAÇÃO DE TRAÇO DE CONCRETO ASFÁLTICO USINADO


A QUENTE COM DOSAGEM MARSHALL PARA CAMADA DE
ROLAMENTO DE PEQUENA ESPESSURA DESTINADA A VIAS DE
TRÁFEGO LEVE DE VEÍCULOS

CAMPO MOURÃO
2019
DOUGLAS RODRIGUES SEVILHA

DETERMINAÇÃO DE TRAÇO DE CONCRETO ASFÁLTICO USINADO


A QUENTE COM DOSAGEM MARSHALL PARA CAMADA DE
ROLAMENTO DE PEQUENA ESPESSURA DESTINADA A VIAS DE
TRÁFEGO LEVE DE VEÍCULOS

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação


apresentado à Disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso 2, do Curso Superior em
Engenharia Civil do Departamento Acadêmico de
Construção Civil – DACOC ­ da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná ­ UTFPR, para
obtenção do título de bacharel em engenharia civil.

Orientador: Prof. Me. Adalberto Luiz Rodrigues de


Oliveira

CAMPO MOURÃO
2019
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Campo Mourão
Diretoria de Graduação e Educação Profissional
Departamento Acadêmico de Construção Civil
Coordenação de Engenharia Civil

TERMO DE APROVAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso

Determinação de traço de concreto asfáltico usinado a quente com


dosagem marshall para camada de rolamento de pequena
espessura destinada a vias de tráfego leve de veículos
por
Douglas Rodrigues Sevilha

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado às 15h30min do dia 04 de dezembro


de 2019 como requisito parcial para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL, pela
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Após deliberação, a Banca Examinadora
considerou o trabalho aprovado.

Prof. Dr. Douglas Fukunaga Surco Prof. Bel. Ana Raíza Ciscoto Yoshioka

(UTFPR) (UTFPR)

Prof. Me. Adalberto Luiz Rodrigues de


Oliveira

(UTFPR)
Orientador

Responsável pelo TCC: Prof. Me. Valdomiro Lubachevski Kurta

Coordenador do Curso de Engenharia Civil:

Prof. Dra. Paula Cristina De Souza

A Folha de Aprovação assinada encontra­se na Coordenação do Curso.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e a Virgem Maria, por me guiarem e


permitirem que chegasse a este momento, e por colocarem em meu caminho
pessoas maravilhosas que contribuem para o meu bem.
Aos meus pais, Ulpiano e Tânia, pelo amor incondicional, pela compreensão,
e por acreditarem em mim mesmo nos momentos em que fraquejei, agradeço toda
dedicação, carinho, e esforços que fazem por mim, por estarem sempre ao meu
lado, serem minha base, meu caminho, minha luz, meu tudo.
A minha querida namorada, companheira e meu amor Heloíse Rangel Dinallo,
por toda paciência durante está longa caminhada, por não desistir de mim e me
fazer uma pessoa melhor a cada dia.
A todos os meus familiares, meu avô, tios, tias e primos por sempre me
acolherem e proporcionarem o aconchego familiar.
Agradeço a todos os amigos e colaboradores das empresas pelas quais
passei no período do curso, em especial aos engenheiros, Douglas K. Victoria,
Rodrigo H. Furlanetto e Cassio Peron Jr, que por anos compartilharam comigo seus
conhecimentos, ao senhor João Batista, encarregado de laboratório, o laboratorista
Joel e o auxiliar Aroldo que muito contribuíram para a elaboração deste trabalho.
Ao meu orientador Professor Adalberto Luiz Rodrigues de Oliveira por toda
paciência, confiança, compreensão e empenho para a conclusão deste. E a todos os
demais professores da UTFPR, que me proporcionaram valiosos conhecimentos e
que fizeram parte da minha graduação.
Agradeço aos meus amigos pelos momentos de estudos, de descontração e
de apoio, que sempre estiveram ao meu lado nas horas difíceis e também nos
momentos de alegria.
Por fim meu sincero agradecimento a todos que de alguma forma
contribuíram para minha formação acadêmica.
RESUMO

O CAUQ é a mistura asfáltica de maior empregabilidade no Brasil, sendo a


determinação de seu projeto fundamental para cumprir os quesitos técnicos e
econômicos ao qual é dimensionado. A camada de rolamento das vias, camada
composta pelo CAUQ, é a parte mais superficial da estrutura tendo contato direto
com o tráfego, devendo oferecer conforto, comodidade e segurança ao trânsito,
além de impermeabilidade e proteção do restante da estrutura de sustentação. A
caracterização do tráfego é fator preponderante para a determinação da espessura
da camada, que deve ser compatível com o traço obtido, sendo que a qualidade da
mistura é dependente dos materiais empregados e do controle tecnológico aplicado,
caracterizar os componentes é fundamental para garantir um trabalho satisfatório do
revestimento, conhecer os materiais, classificar os agregados e definir o teor de
ligante são essenciais e obrigatórios por normas para garantir os padrões de
aplicabilidade da massa asfáltica. O presente trabalho realizou a determinação de
um traço de CBUQ para vias de tráfego leve de veículos a ser executado com
espessura de 2,0 centímetros, seguindo a específicação do DER/PR para a
pavimentação com concreto betuminoso usinado a quente. O material agregado foi
caracterizado quanto a sua granulometria, densidade, massa específica e
equivalente de areia, utilizou­se do método de dosagem Marshall para a
determinação do teor de projeto do ligante asfáltico. Os resultados obtidos no estudo
seguiram as normativas que cercam o assunto e se mostraram dentro dos
parâmetros determinados por normas, viabilizando a aplicabilidade técnica do
projeto em questão.

Palavras­chave: Concreto Asfáltico. Asfalto. Granulometria.


ABSTRACT

The hot­machined bituminous concrete is the most used asphalt mixture in Brazil,
and the determination of its fundamental project is to meet the technical and
economic requirements to which it is designed. The toppest layer, which is composed
by the hot asphaltic mix, has direct contact with the traffic, and must provide comfort,
convenience and safety to the traffic, as well as impermeability and protection to the
rest of the structure. The type of traffic is a determining factor for establish the
thickness of the layer that must be compatible with the trace obtained, and the quality
of the mixture depends on the materials used and the technological control applied,
characterizing the components is critical to ensure a satisfactory road, knowledge of
the materials, classify aggregates and define the binder content are essential and
mandatory by standards to ensure the asphalt mass applicability standards. The
present work performed the determination of a trace of hot­machined bituminous
concrete for light traffic highways of vehicles to be executed with a thickness of 2.0
centimeters, following the specification of the DER/PR for paving with hot­machined
bituminous concrete. It characterized the aggregate material by its particle size,
density, specific mass and equivalent of sand, and the Marshall dosage method was
used to determine the design content of the asphalt binder. The results obtained in
the study followed the regulations surrounding the subject and were compatible with
the parameters determined by standards, enabling the technical applicability of the
project in the case.

Keywords: Asphalt concrete. Asphalt. Granulometry.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ­ Distribuição granulométrica ....................................................................... 11


Figura 2 ­ Distribuição das refinarias de asfalto da Petrobras ................................... 15
Figura 3 ­ Estrutura do pavimento flexivel em corte .................................................. 16
Figura 4 ­ Processos para compactação Marshall .................................................... 18
Figura 5 ­ Representação esquemática dos corpos de prova ................................... 19
Figura 6 ­ Processos para rompimento na prensa .................................................... 20
Figura 7 ­ Britador ..................................................................................................... 24
Figura 8 ­ Procedimentos para granulometria ........................................................... 26
Figura 9 ­ Ensaio de massa específica ­ Frasco Le Chatelier ................................... 29
Figura 10 ­ Ensaio de agregado miúdo ­ Densidade real .......................................... 30
Figura 11 ­ Ensaio do agregado graúdo ­ Densidade e absorção ............................. 31
Figura 12 ­ Ilustração do ensaio de equivalente de areia .......................................... 32
Figura 13 ­ Ensaio de Equivalente de areia............................................................... 32
Figura 14 ­ Procedimentos para dosagem Marshall .................................................. 34
Figura 15 ­ Massa dos corpos de prova .................................................................... 35
Figura 16 ­ Rompimento na prensa Marshall ............................................................ 36
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ­ Espessura mínima de revestimento ........................................................... 8


Tabela 2 ­ Faixas granulométricas .............................................................................. 9
Tabela 3 ­ Dimensões nominais das peneiras........................................................... 12
Tabela 4 ­ Específicações do CAP ............................................................................ 14
Tabela 5 ­ Específicação do CAP.............................................................................. 24
Tabela 6 ­ Faixa granulométrica ................................................................................ 25
Tabela 7 – Granulometrias individuais ...................................................................... 26
Tabela 8 ­ Proporção inicial dos agregados .............................................................. 27
Tabela 9 ­ Composição da mistura de agregados ..................................................... 27
Tabela 10 ­ Densidades dos agregados .................................................................... 31
Tabela 11 – Dosagem dos corpos de prova .............................................................. 33
Tabela 12 ­ Caracteriscas Marshall ........................................................................... 37
Tabela 13 ­ Resumo das médias da caracterização Marshall ................................... 38
Tabela 14 ­ Teor de CAP de projeto .......................................................................... 38
Tabela 15 ­ Índices com teor de projeto .................................................................... 38
Tabela 16 ­ Resultados finais e específicações DER/PR .......................................... 42
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 ­ Distribuição granulométrica ..................................................................... 28


Gráfico 2 ­ Volume de vazios (Vv) ............................................................................. 39
Gráfico 3 ­ Relação betume e vazios (RBV) .............................................................. 39
Gráfico 4 ­ Estabilidade ............................................................................................. 40
Gráfico 5 ­ Fluência ................................................................................................... 40
Gráfico 6 ­ Densidade Aparente ................................................................................ 41
Gráfico 7 ­ Vazios do agregado ................................................................................. 41
LISTA DE SIGLAS

ANP Agência Nacional do Petróleo


CAP Cimento Asfáltico de Petróleo
CAUQ Concreto Asfáltico Usinado a Quente
CP Corpo de Prova
DER­PR Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná
DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
EA Emulsão Asfáltica
EAP Estrutura Analítica de Projeto
ES Especificação de Serviço
IP Instrução de Projeto
ME Método de Ensaio
N Número equivalente de operações de um eixo padrão
VAM Volume do Agregado Mineral
Vv Volume de Vazios
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 5
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 5
2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 5
3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 6
4 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................. 8
4.1 Espessura da Capa de Rolamento ................................................................ 8
4.1.1 Composição da mistura ................................................................................. 9
4.2 Agregados....................................................................................................... 10
4.2.1 Analise granulométrica .................................................................................. 11
4.3 Petróleo ........................................................................................................... 12
4.3.1 Ligante Asfáltico ............................................................................................ 13
4.4 Mistura Asfáltica ............................................................................................. 15
4.4.1 Concreto Betuminoso Usinado a Quente ...................................................... 16
4.4.2 Dosagem do Concreto Asfáltico .................................................................... 17
4.4.2.1 Dosagem Marshall...................................................................................... 17
4.5 Usina de Concreto Betuminoso Usinado a Quente ..................................... 20
5 METODOLOGIA ................................................................................................. 22
6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 24
6.1 Cimento Asfáltico de Petróleo ...................................................................... 24
6.2 Agregados....................................................................................................... 24
6.2.1 Análise granulométrica .................................................................................. 25
6.2.2 Densidades e massa específica dos agregados ........................................... 28
6.3 Dosagem Marshall .......................................................................................... 33
7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 43
3

1 INTRODUÇÃO

Na busca por melhorar o caminho pelo qual percorre, o homem desenvolveu


várias técnicas para tornar sua jornada mais cômoda e segura, assim surge a
pavimentação, onde:

Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas,


construída sobre a superfície final de terraplanagem, destinada técnica e
economicamente a resistir aos esforções oriundos do tráfego de veículos e
do clima, e a proporcionar aos usuários melhoria nas condições de
rolamento, com conforto, economia e segurança (BERNUCCI et al., 2008).

A execução de um pavimento deve considerar quesitos técnicos e


econômicos, atendendo ao projeto solicitado com o melhor custo benefício. O
tráfego da via é requisito básico para a elaboração de um projeto, sendo o
dimensionamento feito em função de número equivalente (N) de operações de um
eixo tido como padrão, e esse equivalente é dependente do volume e da
composição do tráfego na via.
Dentre os diferentes revestimentos do pavimento destacamos a camada de
rolamento, parte superficial da estrutura que tem contado direto com o tráfego.
Devido à grande importância socioeconômica das vias urbanas, por onde se
movimenta toda a vida de uma cidade, é indispensável que estas apresentem
condições satisfatórias proporcionando conforto e segurança para os usuários.
Há tempos, por todo mundo, o método mais aplicado nas camadas
superficiais é o pavimento flexível composto por concreto asfáltico. A utilização
desse tipo de pavimento vem sendo executada em grande escala desde a segunda
metade do século XX, sendo a estrutura mais utilizada mundialmente. (ABEDA,
2010).
No Brasil se destaca a utilização dos revestimentos asfálticos, compostos
basicamente da mistura de agregados e ligantes asfálticos, misturados em usina
apropriada (misturas usinadas) ou preparados na própria pista (tratamentos
superficiais). Eles também se diferem em relação ao ligante utilizado, sendo o
concreto asfáltico de petróleo (CAP) para misturas usinadas a quente, e as
emulsões asfálticas de petróleo (EAP) para os tratamentos.
O tratamento superficial é definido por Baldo (2007) como um revestimento
fino, composto por agregados e asfalto (diluído ou emulsionado), executado sobre a
4

base sem a utilização de usinagem. O DER/PR (2017) complementa que “é o


serviço por penetração que envolve aplicações de ligante asfáltico e agregados
minerais em operação simples ou múltipla”.
O revestimento betuminoso mais nobre e também mais aplicado no Brasil é o
concreto asfáltico, chamado concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ).
Bernucci et al. (2008), o classifica como produto da mistura previamente
proporcionada de agregados de vários tamanhos e cimento asfáltico (CAP), ambos
aquecidos em temperaturas determinadas em função da característica da
viscosidade do ligante, classificadas em grupos em função de sua granulometria.
Senço (2007) esclarece que o pavimento é a estrutura que se constrói sobre
o leito terrestre que pode variar em sua espessura, ou no que se refere aos
materiais utilizados, devido não só às solicitações, mas também pela função à qual a
estrada foi projetada para exercer.
Sendo a capa asfáltica o componente da estrutura no qual os usuários têm
contato direto, exercendo funções de suma importância para a manutenção do
restante do sistema estrutural esta recebe cuidados especiais, porem a
determinação da melhor espessura da capa ainda é uma questão de constante
debate.
Visando a dosagem de um concreto betuminoso usinado a quente, este
estudo tem o objetivo de apresentar um traço para aplicação do CBUQ em camada
fina com espessura de 02 (dois) centímetros.
5

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Dosar uma mistura betuminosa para concreto asfáltico Faixa “D” DER/PR, a
ser aplicado na região de Campo Mourão no estado do Paraná na capa de
rolamento de vias urbanas com tráfego leve de veículos, com espessura de 2,0
centímetros.

2.2 Objetivos Específicos

• Caracterizar os agregados, quanto à granulometria, à densidade dos


agregados graúdos e miúdos e à massa específica do material finamente
pulverizado.
• Determinar o equivalente de areia para a mistura.
• Encontrar o teor de projeto de cimento asfáltico de petróleo (CAP), a
estabilidade e a fluência da mistura asfáltica usinada a quente (CAUQ),
determinados pelo método Marshall.
6

3 JUSTIFICATIVA

O desenvolvimento de uma sociedade está intimamente ligado a qualidade do


seu transporte, sendo o fluxo de materiais e pessoas fator preponderante para
evolução econômica e bem­estar social. Dentro das vias urbanas a qualidade da
pavimentação interfere na vida de toda a população, já que é uma infraestrutura
básica e medidora de desenvolvimento, além de importante ferramenta do setor
público. Tornar esse serviço mais acessível deve ser busca constante visando a
melhoria na qualidade de vida das pessoas.
A pavimentação das ruas é um serviço de alto custo, logo a busca por
economizar recursos atendendo de maneira satisfatória às normas vigentes é de
suma importância para as finanças públicas, que desprendem grande parte dos
investimentos no setor e para as empresas cujas obras necessitam da implantação
da infraestrutura de pavimentação.
A espessura mínima da capa asfáltica ainda é objeto de estudos e um ponto
de interrogação, quanto a sua capacidade de proteção das camadas de base como
a capacidade de suportar os esforços submetidos pelo trânsito (DNIT,2006).
A condição de conservação das vias urbanas é um parâmetro de
desenvolvimento, sendo uma área de grandes investimentos públicos que visam
proporcionar um bom fluxo de escoamento de veículos pela cidade facilitando o
transporte das pessoas e de toda matéria que sustenta nosso atual modo de vida. A
expansão da área urbana e implantação de novas áreas habitadas necessitam
atender parâmetros de infraestrutura básica onde se inclui a pavimentação das vias
de tráfego, indispensável para o crescimento das cidades.
A qualidade do pavimento é dependente de vários fatores, como a tecnologia
aplicada, o meio ambiente e as ações de carga, que influenciam na deterioração do
material, que quando bem projetado deve ser uma estrutura durável mantendo suas
características durante seu tempo de serviço.
Dentre os fatores que influenciam na qualidade do revestimento, o mais
importante é a dosagem correta do asfalto na mistura. De acordo com Maia (2011),
o teor inadequado do material asfáltico é preponderante na diminuição do
desempenho do pavimento flexível, pois não executar o teor de projeto – chamado
teor ótimo – pode acarretar redução da vida útil.
7

A granulometria é outro fator diretamente ligado à qualidade, responsável


pelas características que influenciam no comportamento da mistura. Ligada à
trabalhabilidade, permeabilidade, estabilidade, rigidez, deformação, resistência entre
outros (BERNUCCI et al., 2008).
Os projetos de pavimentação devem atender a quesitos técnicos e
econômicos, ou seja, a escolha do método a ser aplicado é dependente do seu
custo. Sendo o CBUQ o método mais conceituado para o revestimento flexível e
tendo a cidade de Campo Mourão no estado do Paraná, todas as condições
necessárias, tais como: usina adequada e pedreira para a disposição do agregado.
O estudo busca ofertar um traço de concreto asfáltico para ser aplicado com
pequena espessura nas vias de tráfego leve de veículos da região, tendo a condição
inicial de que o CAUQ é uma tecnologia com melhores parâmetros de qualidade
perante a outras opções de capa de rolamento como os tratamentos superficiais.
O presente trabalho detalha um método que atende à legislação de forma
satisfatória para vias de baixo tráfego, situação de grande parte das áreas de
pavimentação das cidades. Sendo a capa a camada que desprende grande parte
dos custos de uma pavimentação, uma adequada espessura se torna fator
determinante para a viabilidade de um projeto.
8

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Espessura da Capa de Rolamento

O pavimento é dimensionado segundo o tráfego estimado a que ele será


exposto durante sua vida útil1ꞏ. A classificação é feita através da determinação do
número N, que é definido como número equivalente de operações de um eixo
tomado como padrão, dotado de uma carga de 8,2 toneladas (SOUZA, 1981).
O autor ainda salienta que a espessura mínima de um revestimento é um
ponto ainda em aberto na engenharia, tanto a respeito da proteção da camada de
base dos esforços impostos pelo tráfego, quanto para se evitar a ruptura do próprio
revestimento devido aos esforços submetidos. Sua obra traz recomendações para a
espessura do pavimento baseando­se no número N, como ilustra na Tabela 1:

Tabela 1 ­ Espessura mínima de revestimento


Equivalente N Espessura mínima de revestimento betuminoso
N ≤ 106 Tratamentos superficiais betuminosos
106 < N ≤ 5 x 106 Revestimento betuminoso com 5,0 cm de espessura
5 x 106 < N ≤ 107 Concreto betuminoso com 7,5 cm de espessura
107 < N ≤ 5 x 107 Concreto betuminoso com 10,0 cm de espessura
N > 5 x 107 Concreto betuminoso com 12,5 cm de espessura
Fonte: Adaptado de DNIT (2006).

O estudo busca traçar misturas para vias de tráfego leve de veículos que
apresentam um número N ≤ 106. Como indicado na Tabela 1 para estes casos se
recomenda o tratamento superficial, já descrito como um revestimento de pequena
espessura. Sendo assim busca­se um traço de concreto betuminoso usinado a
quente (CBUQ) para ser aplicado com uma espessura de 2 (dois) centímetros como
alternativa aos tratamentos superficiais.
A Prefeitura de São Paulo (2004), trata em instrução de projeto que o número
N é o valor que representa os esforços transmitidos a estrutura, na interface entre o
pavimento e o pneu, ele indica as solicitações previstas no período de projeto para
qual eé dimensionado o pavimento. Os valores para obtenção do N são extraídos
com base na contagem e classificação do tráfego do local de estudo.

1
Vida útil: tempo em que se mantém a capacidade de exercer todas as funções a qual foi projetado.
9

A Instrução de Projeto – IP 02/2004 – ainda exemplifica a classificação das


vias, onde se define locais de tráfego leve como:

Ruas de caracterÌsticas essencialmente residenciais, para as quais não é


previsto o tráfego de ônibus, podendo existir ocasionalmente passagens de
caminhões e ônibus em número não superior a 20 por dia, por faixa de
tráfego, caracterizado por um número "N" típico de 105 solicitações do eixo
simples padrão (80 kN) para o período de projeto de 10 anos.

4.1.1 Composição da mistura

A espessura miníma para a execução de uma concreto asfáltico é


diretamente determinada pelo tamanho maximo do agregado utilizado para a
mistura. O tamanho dos agregados e a ditribuição granulometrica determinam a
aplicação da massa asfáltica. (BERNUCCI et al., 2008)
O DER/PR (2017) salienta que a faixa escolhida deve apresentar um diâmetro
máximo inferior a 2/3 (dois terços) da espessura da camada asfáltica e apresenta as
faixas granulométricas a serem aplicadas, como mostra a Tabela 2:

Tabela 2 ­ Faixas granulométricas


Peneira Porcentagem passante, em peso
Abertura,
ABNT mm Faixa A Faixa B Faixa C Faixa D Faixa E Faixa F
1 1/2" 38,10 100 100 ­ ­ ­ ­
1" 25,40 95 ­ 100 90 ­ 100 100 ­ ­ ­
3/4" 19,10 85 ­ 100 ­ 90 ­ 100 100 100 ­
1/2" 12,70 ­ 56 ­ 80 ­ 80 ­ 100 90 ­ 100 ­
3/8" 9,50 45 ­ 80 ­ 56 ­ 80 70 ­ 90 75 ­ 90 100
n.º 4 4,80 28 ­ 60 29 ­ 59 35 ­ 65 50 ­ 70 45 ­ 65 75 ­ 100
n.º 10 2,00 20 ­ 45 18 ­ 42 22 ­ 46 33 ­ 48 25 ­ 35 50 ­ 90
n.º 40 0,42 10 ­ 32 8 ­ 22 8 ­ 24 15 ­ 25 8 ­ 17 20 ­ 50
n.º 80 0,18 8 ­ 20 ­ ­ 8 ­ 17 5 ­ 13 7 ­ 28
n.º 200 0,075 3­8 1­7 2­8 4 ­ 10 2 ­ 10 3 ­ 10
Utilização Ligação Rolamento Reperfilagem
Teor de ligante 4,0 ­ 5,0 4,5 ­ 6,0 5,0 ­ 6,5
Espessura max. mm 6,0 5,0 3,0
Fonte: Adaptado de DER/PR (2017).
10

4.2 Agregados

Podemos definir agregado como “mistura de pedregulho, areia, pedra britada,


escória ou outros materiais minerais usados em combinação com um ligante para
formar um concreto ou uma argamassa.” (WOODS, 1960, apud BERNUCCI et al.,
2008, p. 115).
Os agregados são responsáveis pela propriedade de suportar as tensões
recebidas na camada superficial do pavimento. Bernucci et al. (2008, p. 116) salienta
a importância dos ensaios laboratoriais para prever o seu comportamento posterior
na situação de uso.
O material escolhido deve apresentar propriedades de modo a suportar as
forças impostas em sua superfície de pavimento e no seu interior. Essas
características são influenciadas pela maneira de produção da brita, estocagem
condições de projeto de ligantes e outras, por isso os ensaios de laboratório devem
utilizar a previsão do comportamento do material em obra.
O DNIT (2006) classifica o material conforme o tamanho individual dos grãos:
• Agregado graúdo: material retido na peneira número 10 (2,0 mm).
• Agregado miúdo: material passante na peneira 10 (2,0 mm) e retido na
peneira 200 (0,075 mm).
• Agregado de enchimento (filler): material com ao menos 65% passante
na peneira 200 (0,075 mm).
A Figura 1 ilustra o conjunto de peneiras para separação do agregado.
11

Figura 1 ­ Distribuição granulométrica

Fonte: Bernucci et al., 2008

4.2.1 Analise granulométrica

O diâmetro dos agregados é responsável pela resistência da mistura asfáltica


e também determinante para espessura da camada de rolamento. A classificação da
granulometria dos agregados é descrita pelo DNER ME 083/98, onde é específicado
os materiais e equipamentos para o ensaio.
O ensaio se baseia no peneiramento da amostra de agregados secos, e o
resultado é obtido a partir das porcentagens de materiais acumulados e passantes
em cada peneira perante ao peso inicial da amostra. A Tabela 3 mostra a abertura
do conjunto de peneiras a serem utilizados segundo DNIT (2006).
12

Tabela 3 ­ Dimensões nominais das peneiras


Vão da Peneira Abertura da Peneira
Padrão Número Milímetros Polegadas
75,0mm 75 3
50,0mm 50 2
37,5mm 37,5 1,5
25,0mm 25 1
19,0mm 19 0,75
9,5mm 9,5 0,375
4,75mm 4 4,75 0,187
2,36mm 8 2,36 0,0937
2,00mm 10 2 0,0789
1,18mm 16 1,18 0,0469
600µm 30 0,6 0,0234
425µm 40 0,425 0,0168
300µm 50 0,3 0,0117
150µm 100 0,15 0,0059
75µm 200 0,075 0,0029
Fonte: Adaptado de DNIT (2006)

4.3 Petróleo

Petróleo tem sua etimologia proveniente do latim, petrus e oleum,


basicamente óleo da pedra. Por definição é um combustível fóssil, líquido oleoso rico
em hidrocarbonetos, é fonte de energia e matéria prima para diversas atividades da
humanidade, responsável por grande parte da produção de energia no planeta e
indispensável na economia mundial. (MARTINS et al., 2015)
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bioenergia (ANP,2019)
salienta a complexidade desse elemento formado por uma combinação complexa de
hidrocarbonetos, que pode conter ainda pequenas quantidades de nitrogênio,
enxofre e íons metálicos. A Agência exibe um exemplo de composição do petróleo
que demonstra a complicação da sua composição:
• 82% ­ Carbono, elemento predominante;
• 12% ­ Hidrogênio, formador de moléculas com o carbono;
• 4% ­ Nitrogênio, em forma Amina;
• 1% ­ Oxigênio, pouco encontrado;
• 0,5% ­ Sais, raramente encontrados;
• 0,5% ­ Metais, (ferro, cobre, entre outros) considerados resíduos.
13

Para ser utilizado nos diferentes ramos industriais no qual é empregado o


petróleo passa por diversos processos afim de obter diferentes formulações de seus
derivados.

4.3.1 Ligante Asfáltico

O asfalto é um dos mais antigos e versáteis materiais utilizado pelo homem


na arte de construir, com aplicação em diversos ramos da engenharia. São várias as
razões para sua utilização na pavimentação: fornece forte união aos agregados; age
como ligante que permite flexibilidade, impermeabilidade além de durável e
resistente a ação da maioria dos ácidos, dos álcalis e sais. (BERNUCCI et al. 2008)
O asfalto empregado na pavimentação é um ligante betuminoso oriundo da
destilação do petróleo, caracterizado por ser um adesivo, com impermeabilidade à
água e baixa reatividade. Porém, essas características não impedem que ele sofra
envelhecimento por oxidação devido ação da água e do ar.
Os ligantes betuminosos são subprodutos da destilação do petróleo.
Utilizamos a denominação CAP para descrever este produto que muda seu estado
físico dependendo da temperatura, sendo semissólido a baixas temperaturas,
viscoelástico a temperatura ambiente e líquido em altas temperaturas.
Existem muitos tipos de petróleo no mundo, com características e
composições diferentes onde apenas uma parte deles é adequada para produção de
asfalto. Os petróleos ou óleos crus têm características físico­químicas distintas,
variam de líquidos viscosos negros até líquidos castanhos fluidos, com composição
química preponderantemente aromática, parafínica ou naftênica. Em virtude da
variedade de composições dos óleos crus, os asfaltos provenientes de cada tipo
também terão constituições químicas diferentes. Os cimentos asfálticos de petróleos
são compostos por 90 a 95% de hidrocarbonetos e de 5 a 10% de heteroátomos
(metais – vanádio, níquel, ferro, magnésio, cálcio, além de oxigênio, enxofre e
nitrogênio) reunidos por ligações covalentes. (BERNUCCI et al., 2008).
O CAP é material solúvel em benzeno, tricloroetileno e bissulfeto de carbono,
sendo isso um requisito de específicação, a classificação é baseada em
propriedades físicas que asseguram o desempenho satisfatório do material me obra.
A Resolução ANP 19/2005 classifica os cimentos utilizados no Brasil classificando­
os como mostra a Tabela 4:
14

Tabela 4 ­ Específicações do CAP


LIMITES MÉTODOS
CARACTERÍSTICAS UNIDADES CAP CAP CAP CAP
ABNT
30 45 50 70 85 100 150 200
Penetração (100 g,
0,1mm 30 45 50 70 85 100 150 200 NBR 6576
5s, 25ºC)
Ponto de
ºC 52 46 43 37 NBR 6560
amolecimento, mín
NBR
Viscosidade SayboltFurol
14950
a 135 ºC, mín 192 141 110 80
a 150 ºC, mín s 90 50 43 36
a 177 ºC 40 150 30 150 15 60 15 60
OU

Viscosidade Brookfield
a 135ºC, SP
374 274 214 155 NBR
21, 20 rpm, mín
15184
a 150 ºC, SP cP
203 112 97 81
21, mín.
a 177 ºC, SP 21 76 285 57 285 28 114 28 114
Índice de
(1,5) a (1,5) a (1,5) a (1,5) a
susceptibilidade
(+0,7) (+0,7) (+0,7) (+0,7)
térmica (1)
NBR
Ponto de fulgor mín ºC 235 235 235 235
11341
Solubilidade em NBR
% massa 99,5 99,5 99,5 99,5
tricloroetileno, mín 14855
Ductilidade a 25º C,
cm 60 60 100 100 NBR 6293
mín

Efeito do calor e do ar (RTFOT) a 163 ºC, 85 min

Variação em massa,
% massa 0,5 0,5 0,5 0,5
máx (2)
Ductilidade a 25º C,
cm 10 20 50 50 NBR 6293
mín
Aumento do ponto
de amolecimento, ºC 8 8 8 8 NBR 6560
máx
Penetração retida,
% 60 55 55 50 NBR 6576
mín (3)
Fonte: Adaptado de ANP 19/2005
15

Os ligantes derivados de petróleo são controlados no Brasil pela Petrobras, a


Figura 2 mostra a distribuição das refinarias que fornecem material betuminoso.

Figura 2 ­ Distribuição das refinarias de asfalto da Petrobras

Fonte: Bernucci et al., 2008

4.4 Mistura Asfáltica

Predomina nas vias urbanas brasileiras o pavimento flexível, composto


basicamente por quatro camadas principais, o revestimento asfáltico ou capa de
rolagem, base, sub­base e reforço do subleito, apresentados na Figura 3. Sendo a
camada superficial que tem contato direto com os pneus dos veículos, está
16

basicamente formada pela mistura do ligante asfáltico com os agregados. (RIBAS,


2016)

Figura 3 ­ Estrutura do pavimento flexivel em corte

Fonte: Ribas, 2016

Comumente usa­se como revestimento uma mistura de agregados minerais


de vários tamanhos, a fim de garantir, junto com o ligante, as propriedades de
impermeabilidade, flexibilidade e resistência. (BERNUCCI et al., 2008)

4.4.1 Concreto Betuminoso Usinado a Quente

O DNIT (2006), define o concreto asfáltico como “Mistura executada a quente


em usina apropriada, com características específicas, composta de agregado,
material de enchimento (filler) se necessário e cimento asfáltico, espalhada e
compactada a quente.
O CBUQ é classificado e dimensionado, entre outros, segundo a sua função
estrutural. O DER/PR (2017) classifica:
• Camada de rolamento ou "capa asfáltica": camada superficial da
estrutura destinada a receber diretamente a ação do tráfego. A mistura
empregada deve apresentar estabilidade e flexibilidade compatível
com o funcionamento elástico da estrutura e condições de segurança
ao tráfego.
• Camada de ligação ou "binder": camada posicionada imediatamente
abaixo do revestimento. Apresenta em relação à mistura utilizada para
camada de rolamento, diferenças de comportamento, decorrentes do
emprego de agregado de maior diâmetro máximo, existência de maior
percentagem de vazios, menor consumo de "filler" e de ligante.
17

• Camada de nivelamento ou "reperfilagem": serviço executado com


massa asfáltica de graduação fina, com a função de corrigir
deformações da superfície de um antigo revestimento e,
simultaneamente, promover a selagem de fissuras existentes.
Determinado a função do revestimento, é composta a mistura dos agregados
para enquadramento nas faixas granulométricas de trabalho determinadas.

4.4.2 Dosagem do Concreto Asfáltico

A dosagem do concreto asfáltico consiste na escolha, através de


procedimentos experimentais de um teor “ótimo” de ligante, a partir da definição da
faixa granulométrica. O teor de projeto do ligante varia de acordo com o método
utilizado para tal, é função de outros parâmetros com a energia de compactação, o
tipo da mistura, temperatura, entre outros. O ensaio mais utilizado no mundo é o
Marshall, desenvolvido na década de 1940 pelo engenheiro Bruce Marshall.
(BERNUCCI et al., 2008, p. 205)

4.4.2.1 Dosagem Marshall

O ensaio é baseado na compactação por impacto de uma amostra de mistura


em um molde, com diâmetros e altura definidos, compactados por uma massa
deslizante também definida. (RIBAS, 2016)
Segundo Vasconcelos et al. (2003), a dose de asfalto é determinada pelo
volume de vazios (Vv) que se determina pela densidade máxima teórica (DMT), e da
densidade aparente do corpo de prova. Através deste método se obtém a
quantidade ótima de ligante a ser utilizada na mistura asfáltica usinada a quente,
destinada à pavimentação.
O Método foi desenvolvido no decorrer da 2ª Guerra Mundial para garantir
uma mistura asfáltica capaz de resistir a pressão de pneus das aeronaves militares.
Durante anos a dosagem Marshall foi sendo aprimorada e até hoje é o método mais
utilizado no Brasil. (BERNUCCI et al., 2008)
O passo a passo do método se resume nas etapas:
• Determinação das massas específicas reais dos agregados e do CAP.
• Escolha da faixa granulométrica, de acordo com órgão vigente.
18

• Determinação da composição dos agregados, de maneira a se


enquadrarem na faixa granulométrica selecionada, sendo determinado
o percentual em massa de cada agregado componente da mistura.
• Obtenção da temperatura de mistura e compactação, a partir da
escolha do CAP.
• Adoção de teores de asfalto para diferentes grupos de corpos de prova
(CP), cada grupo deve ser composto por 3 CP. A Figura 4 mostra
etapas do processo.
• Desmoldagem e obtenção das massas específicas aparentes dos CPs.
• Com o teor de cada grupo ajusta­se o percentual em massa de cada
agregado.
• Cálculos dos parâmetros de dosagem.
• Utilização da prensa Marshall para determinação da fluência2 e
estabilidade3 do corpo de prova. A Figura 6 mostra prensa Marshall.

Figura 4 ­ Processos para compactação Marshall

Fonte: Bernucci et al., 2008

2
Deslocamento na vertical apresentado pelo corpo­de­prova correspondente.
3
Carga máxima a qual o corpo­de­prova resiste antes da ruptura, definida com um deslocamento ou
quebra de agregado.
19

Utilizando o mesmo processo de mistura e compactação são moldados ao


menos 3 corpos de prova para cada teor de asfalto determinado, sendo um total de
5 grupos fixados pela faixa granulométrica adotada que expõem os limites máximos
e mínimos do teor. A Figura 5 exemplifica a obtenção de cada grupo de CP,
divididos pelo teor de CAP.

Figura 5 ­ Representação esquemática dos corpos de prova

Fonte: Bernucci et al., 2008

Todos os corpos são pesados, medidos e submetidos a ensaios para


obtenção da massa específica. Posteriormente são imersos em banho­maria para
atingir a temperatura ideal de rompimento na prensa Marshall.
20

Figura 6 ­ Processos para rompimento na prensa

Fonte: Bernucci et al., 2008

Obtidos os valores dos parâmetros volumétricos e mecânicos determinados,


são gerados os gráficos com as curvas em função dos teores de asfalto visando a
escolha do teor ótimo. Benucci et al. (2008) observa que o método oferece
diferentes alternativas de determinação do teor de projeto. Em geral a escolha se
baseia apenas no volume de vazios da mistura (Vv).

4.5 Usina de Concreto Betuminoso Usinado a Quente

A qualidade do revestimento depende da utilização e de procedimentos


pertinentes em distintas etapas, desde a concepção do projeto à execução da obra.
21

Bernucci et al. (2008) resume que o objetivo das usinas de asfalto é garantir
de forma adequada a mistura das frações dos agregados, aquecer a mistura e o
ligante asfáltico, misturando todos os materiais e formando a mistura dentro das
características predeterminadas. Ainda salienta que, elas são um conjunto de
equipamentos mecânicos e eletrônicos conectados para a produção da mistura,
apresentam diferenças quanto sua capacidade e princípios de produção, podem ser
moveis ou estacionárias.
22

5 METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado com a contribuição de uma construtora


especializada em pavimentação, localizada na cidade de Campo Mourão, estado do
Paraná. A empresa forneceu os materiais necessários além de dispor do laboratório
e equipamentos para os ensaios.
O cimento asfáltico de petróleo (CAP) foi disponibilizado pela empresa e a
caracterização desses materiais se deu pelo laudo técnico da refinaria.
Os agregados são oriundos de uma pedreira, localizada na cidade de Campo
Mourão, no estado do Paraná, e o material de enchimento (Filler) necessário
também foi disponibilizado pela empresa.
A faixa granulométrica e a caracterização dos agregados foram determinados
segundo suas propriedades granulométricas e suas densidades reais e aparentes,
além do equivalente de areia da mistura, de acordo com as descrições das
seguintes normas:
• DER/PR ES­P 21/17: “Pavimentação: Concreto Asfáltico Usinado a
Quente.”
• DNER ME 083/98: “Agregados Análise Granulométrica”.
• DNER ME 085/94: “Material Finamente Pulverizado – Determinação de
Massa Específica Real” – apresenta procedimentos para determinação
da massa específica de cimentos Portland, solos finos e materiais de
enchimento.
• DNER ME 084/95: “Agregado Miúdo – Determinação da Densidade
Real” – apresenta procedimentos para determinação.
• DNER ME 081/98: “Determinação da Absorção e da Densidade do
Agregado Graúdo” – apresenta procedimentos para determinação da
densidade aparente e absorção d’água.
• DNER ME 054/97: “Equivalente de Areia”.
Para a dosagem e caracterização da mistura, foi utilizado a DNER ME 043/95
que traz as diretrizes do ensaio Marshall, de onde obtivemos:
• Volume de vazios (Vv): volume de vazios da mistura em relação ao
volume total da mistura.
23

• Relação betume­vazios (RBV): relação entre volume de betume e o


volume total de vazios.
• Estabilidade Marshall: resistência máxima do corpo de prova
submetido a compressão radial.
• Fluência: deformação que o corpo de prova sofre desde a carga inicial
até a carga máxima (quando rompe).
• Massa específica aparente: diferença entre as massas dos corpos de
prova pesados ao ar e pesados submersos em água.
• Vazios do agregado mineral (VAM): volume total de vazios da mistura,
soma dos vazios preenchidos e não preenchidos por betume.
• Teor de ligante do projeto: quantidade de ligante controlada
adequadamente para garantir cobrimento total dos agregados.
Sendo o teor ótimo da mistura betuminosa uma condição de suma
importância na qualidade da mistura betuminosa a determinação deste parâmetro é
parte essencial da composição do traço de CBUQ. O teor é obtido atrás da relação
de vazios da mistura – percentagem de vazios (Vv) e a relação betume­vazios
(RBV). Assim obtivemos o projeto de mistura betuminosa quente para usinas, a
serem empregadas na região de estudo.
O CAUQ é considerado o mais nobre dentre os revestimentos asfálticos e
Comprovadamente com qualidade superior aos tratamentos, espera­se que seu
custo seja viável devido às comodidades da região, que ofertam uma estrutura para
a confecção da mistura.
Barufi (2013) salienta que o CAUQ segue um processo mais minucioso de
ensaios tecnológicos: é fabricado em usina específica e calibrada, sendo um
processo industrial, com mais controle e segurança, quando comparado aos
métodos de tratamentos e revestimentos asfálticos.
24

6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

6.1 Cimento Asfáltico de Petróleo

Foi utilizado o cimento asfáltico contido em estoque na empresa, sendo este


um CAP 50/70. A caracterização do material se deu por meio de laudo técnico
disponibilizado pelo fornecedor, junto a nota fiscal do produto.
Para o projeto é de interesse o valor da densidade relativa do CAP onde o
valor é mostrado na Tabela 5:

Tabela 5 ­ Específicação do CAP


Densidade
Densidade do betume Db = 1,010
Fonte: Autoria própria (2019)

6.2 Agregados

Os agregados disponibilizados pela construtora foram coletados junto a pedreira,


demostrada na Figura 7.

Figura 7 ­ Britador

Fonte: Autoria própria (2019)


25

O material recolhido foi levado ao laboratório para a determinação das


propriedades pertinentes.
A faixa granulométrica escolhida foi a Faixa “D” DER/PR, cujos parâmetros
são mostrados na Tabela 6.

Tabela 6 ­ Faixa granulométrica


Faixa granulométrica específicada
Peneiras Faixa "D" D.E.R/PR
(pol) (mm) Média Limites
1 1/2" 38,100 100,00 100,00 ­ 100,00
1" 25,400 100,00 100,00 ­ 100,00
3/4" 19,100 100,00 100,00 ­ 100,00
1/2" 12,700 90,00 80,00 ­ 100,00
3/8" 9,520 80,00 70,00 ­ 90,00
nº 4 4,800 60,00 50,00 ­ 70,00
nº 10 2,000 40,50 33,00 ­ 48,00
nº 40 0,420 20,00 15,00 ­ 25,00
nº 80 0,180 12,50 8,00 ­ 17,00
nº 200 0,075 7,00 4,00 ­ 10,00
Fonte: Autoria própria (2019)

6.2.1 Análise granulométrica

Seguindo a norma para determinação da granulometria o material foi seco,


fracionado e peneirado, onde se obteve a granulometria individual de cada
componente para composição da mistura de agregados dentro da faixa
predeterminada. Tais procedimentos são explicitados na Figura 8.
26

Figura 8 ­ Procedimentos para granulometria

Fonte: Autoria própria (2019)

Os dados obtidos destes processos são apresentados na Tabela 7.

Tabela 7 – Granulometrias individuais


Composição da mistura granulométrica dos Agregados + filler
Peneiras Porcentagem passando nas peneiras
(pol) (mm) 1/2" 3/8" PÓ 3/16" Areia Cal CH­1
3/4¨ 19,050 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
1/2" 12,700 45,20 100,00 100,00 100,00 100,00
3/8" 9,520 12,10 100,00 100,00 100,00 100,00
nº 4 4,800 0,60 37,10 99,20 99,50 100,00
nº 10 2,000 0,60 2,80 66,90 98,00 100,00
nº 40 0,420 0,50 0,60 32,80 57,10 100,00
nº 80 0,180 0,40 0,50 26,40 2,30 93,60
nº 200 0,075 0,30 0,40 16,20 0,30 78,10
Fonte: Autoria própria (2019)
27

Assim foi possível a determinação inicial das proporções dos agregados,


como mostra a Tabela 8.

Tabela 8 ­ Proporção inicial dos agregados


Proporção inicial dos agregados
Material Porcentagem
1/2" 23,00 %
3/8" 28,00 %
PÓ 37,00 %
Areia 11,00 %
Cal CH­1 1,00 %
Total 100,00 %
Fonte: Autoria própria (2019)

Com a base de dados obtidos se formulou a granulometria inicial do projeto


da mistura, exemplificado na Tabela 9.

Tabela 9 ­ Composição da mistura de agregados


Granulometria inicial dos agregados
Peneiras CBUQ Faixa "D" D.E.R/PR
(pol) (mm) Projeto Faixa de trabalho Tol.
1 1/2" 38,100 100,00 100,00 ­ 100,00 ±7
1" 25,400 100,00 100,00 ­ 100,00 ±7
3/4" 19,100 100,00 100,00 ­ 100,00 ±7
1/2" 12,700 87,40 80,40 ­ 94,40 ±7
3/8" 9,520 79,78 72,78 ­ 86,78 ±7
nº 4 4,800 59,18 54,18 ­ 64,18 ±5
nº 10 2,000 37,46 33,00 ­ 42,46 ±5
nº 40 0,420 19,70 14,70 ­ 24,70 ±5
nº 80 0,180 11,19 8,19 ­ 14,19 ±3
nº 200 0,075 6,99 4,99 ­ 8,99 ±2
Fonte: Autoria própria (2019)

Observamos que a granulometria do projeto se encaixa dentro dos limites


impostos pela faixa específica de granulometria, portanto essa proporção de projeto
é adequada para a mistura. O Gráfico 1 é a demonstração do encaixe do projeto
dentro dos limites da faixa.
28

Gráfico 1 ­ Distribuição granulométrica

Distribuição Granulométrica ­ Pré­dosagem

100,00

80,00
Porcentagem que passa (%)

60,00

40,00

20,00

0,00
0,010 0,100 1,000 10,000 100,000
Peneiras (mm)

Fonte: Autoria própria (2019)

6.2.2 Densidades e massa específica dos agregados

Após peneiramento foi calculada inicialmente a massa específica do material


finamente pulverizado, caraterizado por ter ao menos 65% de sua massa passante
na peneira 200, sendo a parte mais fina da mistura. A massa específica (𝜇) é dada
pela Equação 1.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
𝜇= Equação (1)
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑜

A Figura 9 demonstra parte do procedimento de ensaio.


29

Figura 9 ­ Ensaio de massa específica ­ Frasco Le Chatelier

Fonte: Autoria própria (2019)

Seguindo a caracterização dos agregados partiu­se para a determinação da


densidade dos agregados miúdos. O resultado é obtido pela Equação 2.
𝑏−𝑎
𝐷𝑎𝑚 = [(𝑑−𝑎)−(𝑐−𝑎)] Equação (2)

Onde os parâmetros são:


• Dam = densidade do agregado miúdo;
• a = massa do picnômetro vazio;
• b = massa do picnômetro mais amostra;
• c = massa do picnômetro mais amostra mais água;
• d = massa do picnômetro cheio de água.
30

Figura 10 ­ Ensaio de agregado miúdo ­ Densidade real

Fonte: Autoria própria (2019)

Para os agregados graúdos foram obtidos a densidade e a absorção do


material, a densidade foi alcançada com a Equação 3.
𝑀𝑠
𝐷𝑎𝑝 = Equação (3)
𝑀ℎ−𝐿
Onde os parâmetros são:
• Dap = densidade do aparente;
• Ms = massa ao ar do agregado seco;
• Mh = massa ao ar do agregado saturado;
• L = leitura na balança do material submerso.
A Absorção foi obtida pela Equação 4.
𝑀ℎ−𝑀𝑠
𝑎=[ ] ∗ 100 Equação (4)
𝑀𝑠
31

Figura 11 ­ Ensaio do agregado graúdo ­ Densidade e absorção

Fonte: Autoria própria (2019)

Os resultados obtidos estão dispostos na Tabela 10.

Tabela 10 ­ Densidades dos agregados


Densidades das frações da mistura
Finamente pulverizado = 2,804
Agregado miúdo Dam = 2,898
a= 2,500
agregado graúdo
Dap = 2,790
Fonte: Autoria própria (2019)
32

Ainda prosseguindo com os agregados foi determinado o equivalente de areia


(EA), que é a relação entre a altura do nível superior de areia e a altura do nível
superior da suspensão de argila do agregado miúdo, o ensaio mostra a proporção
relativa de materiais argilosos na amostra de agregados miúdos, determinando o
teor de argila e definido seu percentual na fração do agregados. A relação é dada
pela Equação 6.

𝐿𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑛𝑜 𝑡𝑜𝑝𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎


𝐸𝐴 = ( ) ∗ 100 Equação (6)
𝐿𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑛𝑜 𝑡𝑜𝑝𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎

A Figura 12 ilustra de forma esquemática a execução do processo de ensaio.

Figura 12 ­ Ilustração do ensaio de equivalente de areia

Fonte: Bernucci et al., 2008

O ensaio realizado é mostrado na Figura 13.

Figura 13 ­ Ensaio de Equivalente de areia

Fonte: Autoria própria (2019)


33

Com este ensaio obteve­se que o EA do agregado miúdo é de 61,5%,


estando dentro do parâmetro, que exige que ele seja superior a 55%.

6.3 Dosagem Marshall

A fim de encontrar o teor de concreto asfáltico de projeto utilizamos o método


de dosagem Marshall, tendo fixado a faixa granulométrica correspondente a Faixa
”D” DER/PR temos que o teor de ligante deve estar entra 4,5 e 6,0. Seguindo as
recomendações normativas foram então moldados 3 corpos de prova para os teores
predeterminados como exemplificado na Tabela 11.

Tabela 11 – Dosagem dos corpos de prova


Teor (%) Corpo de prova
CP 1A
4,00 CP 2A
CP 3A
CP 1B
4,50 CP 2B
CP 3B
CP 1C
5,00 CP 2C
CP 3C
CP 1D
5,50 CP 2D
CP 3D
CP 1E
6,00 CP 2E
CP 3E
Fonte: Autoria própria (2019)

A Figura 14 mostra as etapas de procedimentos para a moldagem dos corpos


de prova, para cada teor de ligante especificado, a fim de se encontrar o teor de
CAP que será adotado para a mistura.
34

Figura 14 ­ Procedimentos para dosagem Marshall

Fonte: Autoria própria (2019)

Moldados os CPs e após resfriamento e desmolde, obtivemos as massas


específicas aparentes dos corpos como mostrado na Figura 15, depois se iniciaram
35

os preparativos para obtenção da estabilidade e fluência das misturas, a Figura 16


mostra os procedimentos.
Figura 15 ­ Massa dos corpos de prova

Fonte: Autoria própria (2019)


36

Figura 16 ­ Rompimento na prensa Marshall

Fonte: Autoria própria (2019)

Com o conjunto de ensaios realizados e com todos os resultados


encontrados, foi elaborada a Tabela 12 que resume todos os dados encontrados
para cada corpo de prova das diferentes concentrações de ligante.
37

Tabela 12 ­ Caracteriscas Marshall


Características Marshall
Teor de Asfalto (A) 4,0% Resultados Obtidos
Características Marshall Específicação D.E.R CP1 CP2 CP3 Média
Porcentagem de vazios (%) 3a5 6,912 7,395 7,172 7,160
Relação Betume­Vazios (%) 70 a 82 58,902 57,128 57,935 57,988
Estabilidade (kgf) 850 (50 golpes) 979,164 892,127 957,405 942,899
Fluência (mm) 2,00 a 4,00 1,750 1,850 1,900 1,833
Massa espec. aparente (g/cm3) 2,505 2,492 2,498 2,498
Vazios do agregado mineral (%) mínimo 15,0 16,818 17,249 17,050 17,039
Teor de Asfalto (B) 4,5% Resultados Obtidos
Características Marshall Específicação D.E.R CP1 CP2 CP3 Média
Porcentagem de vazios (%) 3a5 5,512 5,212 5,324 5,349
Relação Betume­Vazios (%) 70 a 82 67,103 68,396 67,906 67,802
Estabilidade (kgf) 850 (50 golpes) 1.087,960 1.131,478 1.022,682 1.080,707
Fluência (mm) 2,00 a 4,00 2,300 2,450 2,200 2,317
Massa espec. aparente (g/cm3) 2,520 2,528 2,525 2,524
Vazios do agregado mineral (%) mínimo 15,0 16,755 16,491 16,590 16,612
Teor de Asfalto (C) 5,0% Resultados Obtidos
Características Marshall Específicação D.E.R CP1 CP2 CP3 Média
Porcentagem de vazios (%) 3a5 3,781 4,045 3,970 3,932
Relação Betume­Vazios (%) 70 a 82 76,905 75,630 75,990 76,175
Estabilidade (kgf) 850 (50 golpes) 1.153,238 1.218,515 1.196,756 1.189,503
Fluência (mm) 2,00 a 4,00 2,850 3,100 2,950 3,000
Massa espec. aparente (g/cm3) 2,545 2,538 2,540 2,541
Vazios do agregado mineral (%) mínimo 15,0 16,370 16,600 16,534 16,501
Teor de Asfalto (D) 5,5% Resultados Obtidos
Características Marshall Específicação D.E.R CP1 CP2 CP3 Média
Porcentagem de vazios (%) 3a5 3,699 3,890 4,043 3,877
Relação Betume­Vazios (%) 70 a 82 78,817 77,931 77,234 77,994
Estabilidade (kgf) 850 (50 golpes) 1.109,719 1.066,201 1.098,840 1.091,587
Fluência (mm) 2,00 a 4,00 3,200 3,400 3,300 3,300
Massa espec. aparente (g/cm3) 2,525 2,520 2,516 2,520
Vazios do agregado mineral (%) mínimo 15,0 17,464 17,627 17,758 17,616
Teor de Asfalto (E) 6,0% Resultados Obtidos
Características Marshall Específicação D.E.R CP1 CP2 CP3 Média
Porcentagem de vazios (%) 3a5 3,846 3,654 4,038 3,846
Relação Betume­Vazios (%) 70 a 82 79,447 80,304 78,605 79,452
Estabilidade (kgf) 850 (50 golpes) 979,164 957,405 1.022,682 986,417
Fluência (mm) 2,00 a 4,00 3,600 3,900 4,000 3,800
Massa espec. aparente (g/cm3) 2,500 2,505 2,495 2,500
Vazios do agregado mineral (%) mínimo 15,0 18,713 18,551 18,876 18,713
Fonte: Autoria própria (2019)
38

Resumindo os resultados e exemplificando as médias para cálculo do teor de


projeto obtive­se a Tabela 13.

Tabela 13 ­ Resumo das médias da caracterização Marshall


Resumo das médias dos ensaios
Teor Vazios RBV Estabilidade Fluência Massa VAM
4,0 7,160 57,988 942,899 1,833 2,498 17,039
4,5 5,349 67,802 1.080,707 2,317 2,524 16,612
5,0 3,932 76,175 1.189,503 3,000 2,541 16,501
5,5 3,877 77,994 1.091,587 3,300 2,520 17,616
6,0 3,846 79,452 986,417 3,800 2,500 18,713
Fonte: Autoria própria (2019)

Com estes dados calculou­se o teor de projeto da mistura asfáltica, tendo por
base os parâmetros de volume de vazios (Vv) e a relação entre betume e vazios
(RBV), exemplificado na Tabela 14.

Tabela 14 ­ Teor de CAP de projeto


Cálculo do teor ótimo de betume

Valores limites
Vazios Teor RBV Teor
3,0 5,954 70,0 4,793
5,0 4,867 82,0 5,879
Média = 5,411 Média = 5,336
Teor médio calculado .......................................................................... 5,374
Teor adotado ...................................................................................... 5,4
Fonte: Autoria própria (2019)

Tendo o teor de projeto adequado calcula­se os índices referentes a ele, que


compõem a Tabela 15.

Tabela 15 ­ Índices com teor de projeto


Cálculo dos índices em função do teor ótimo de betume
Teor Vazios RBV Estabilidade Fluência Densidade VAM
5,40 3,905 77,085 1.140,545 3,150 2,531 17,059
Fonte: Autoria própria (2019)
39

De posse desse conjunto de dados, geramos os gráficos referentes aos


parâmetros do Método Marshall, tendo como base as médias dos ensaios da Tabela
13 e o teor de projeto de 5,4. Os resultados estão plotados nos gráficos seguintes:

Gráfico 2 ­ Volume de vazios (Vv)

Gráfico de volume de vazios

10,400
Volume de Vazios (%)

9,400
8,400
7,400
6,400
5,400
4,400
3,400
2,400
4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5

Teor de asfalto (%)

Fonte: Autoria própria (2019)

Gráfico 3 ­ Relação betume e vazios (RBV)

Relação Betume­Vazios

85,000
80,000
75,000
R.B.V. (%)

70,000
65,000
60,000
55,000
50,000
45,000
4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5

Teor de asfalto (%)

Fonte: Autoria própria (2019)


40

Gráfico 4 ­ Estabilidade

Gráfico de estabilidade

1.400,000
Estabilidade (kgf)

1.300,000

1.200,000

1.100,000

1.000,000

900,000
4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5

Teor de asfalto (%)

Fonte: Autoria própria (2019)

Gráfico 5 ­ Fluência

Gráfico de Fluência
Fluência (0,01mm)

5,000

3,000

1,000
4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5
Teor de asfalto (%)

Fonte: Autoria própria (2019)


41

Gráfico 6 ­ Densidade Aparente

Gráfico de densidade aparente (g/cm3)


Densidade Aparente (g/cm3)

2,600

2,500

2,400
4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5

Teor de asfalto (%)

Fonte: Autoria própria (2019)

Gráfico 7 ­ Vazios do agregado

Gráfico de Vazios do Agregado Mineral

22,000
21,000
V.A.M. (%)

20,000
19,000
18,000
17,000
16,000
4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5

Teor de asfalto (%)

Fonte: Autoria própria (2019)

Por fim a Tabela 16 resume os dados da dosagem Marshall.


42

Tabela 16 ­ Resultados finais e específicações DER/PR

Resultado final

Características Marshall Especificação D.E.R/PR Resultado

Porcentagem de Vazios (%) 3,00 a 5,00 3,91

Relação Betume­Vazios (%) 70,00 a 82,00 77,085

Estabilidade (kgf) mínimo = 850 1.140,5

Fluência (mm) 2,00 a 4,00 3,150

Massa Espec. Aparente (g/cm3) ­ 2,531

Vazios do Agregado Mineral (%) mínimo = 15,00 17,06

Relação Filler / Betume (%) 0,80 a 1,600 1,29

Equivalente de areia (%) Mínimo = 55,00 61,50

Teor de Betume (%) ­ 5,40


Fonte: Autoria própria (2019)
43

7 CONCLUSÃO

O presente trabalho compôs um projeto de mistura asfáltica do tipo CBUQ,


para aplicação em vias com fluxo leve de veículos, a ser executado com espessura
de 2,0 cm. O traço determinado e enquadrado na faixa granulométrica “D” do
DER/PR se mostrou pertinente e atende à normativa quanto ao diâmetro máximo
dos agregados para a espessura da capa de rolagem definida. A granulometria da
mistura e a espessura da capa se mostraram condizentes com a norma vigente,
devido ao traço da mistura e ao diâmetro dos agregados constituintes.
O material agregado foi divido segundo a granulometria e, assim, obtidas as
densidades dos miúdos e graúdos e a massa específica do material finamente
pulverizado, obtendo­se valores condizentes com a aplicabilidade deles para a
pavimentação asfáltica seguindo as normativas vigentes. Com o material agregado,
analisamos o equivalente de areia da fração miúda – parâmetro fundamental para a
qualidade da massa de asfalto. A mistura apresentou, então, um valor acima do
mínimo exigido por norma, sendo propícia para a composição do concreto asfáltico.
Todo o agregado apresentou condições favoráveis para execução do projeto,
garantido a possibilidade de execução do traço.
Para a dosagem do ligante asfáltico foi utilizado o modelo de Marshall,
seguindo todas as recomendações do Método de Ensaio do Departamento Nacional
de Estradas de Rodagem (DNER). Foram aferidos parâmetros indicados pelo
método para a obtenção do teor de ligante do projeto, sendo o resultado obtido
condizente com a especificação técnica da faixa granulométrica predeterminada.
Todos os ensaios realizados com a mistura asfáltica para a determinação do teor
tiveram resultados dentro dos parâmetros da metodologia descrita no DNER­ME
043/95, ofertando confiabilidade para a aplicação, da mistura descrita, como capa de
rolagem para vias de tráfego leve de veículos.
Todos os dados obtidos no projeto seguiram as normativas que cercam o
assunto e se mostraram dentro dos parâmetros determinados, viabilizando a
aplicabilidade técnica do projeto em questão.
O presente trabalho cumpriu todos os seus objetivos propostos, se mostrando
totalmente viável tecnicamente para ser executado em situações reais onde as
condicionantes do trânsito se enquadrem na situação proposta, sendo solução para
a capa de rolagem de estruturas de pavimento para vias com tráfego leve.
44

REFERÊNCIAS

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Disponível em http://www.anp.gov.br/petroleo­e­derivados2/petroleo. Acesso: 12 de
Outubro de 2019.

AGENCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS.


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http://legislacao.anp.gov.br/?path=legislacao­anp/resol­anp/2005/julho&item=ranp­
19­­2005. Acesso: 12 de Outubro de 2019.

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BERNUCCI, L. B.; MOTTA, L. M. G.; CERATTI, J. A. P.; SOARES, J. B.


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____. DNER­ME 085: Material finamente pulverizado – determinação da massa


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____. DNER­ME 084: Agregado miúdo – determinação da densidade real. Método


de Ensaio. Rio de Janeiro. 1995.

____. DNER­ME 054: Equivalente de areia. Método de Ensaio. Rio de Janeiro. 1997.

____. DNER­ME 081:Agregados – determinação da absorção e da densidade de


agregado graúdo. Método de Ensaio. Rio de Janeiro. 1998.

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45

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